Avaliação de Cultura 2

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CAMPUS SUDESTE
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE PIRES DO RIO
CURSO: PEDAGOGIA
DISCIPLINA: CULTURA EWSCOLAR CULTAS E PRÁTICAS
PROFESSORA: LÚCIA HELENA DE ASSIS MACHADO
ACADÊMICA: Kamila Dias Vieira PERÍODO 8º

AVALIAÇÃO – VALOR 2.0

1. Os estudiosos do currículo têm insistido na crítica aos currículos em que as


disciplinas não dialogam ou fazem conexões, trabalhando os conhecimentos de maneira
abstrata, distanciando-se cada vez mais da vida cotidiana dos estudantes e dificultando o
envolvimento ativo destes no processo de aprendizagem. Podemos dizer que as formas
de avaliação utilizadas nesse tipo de currículo servem apenas para selecionar e
classificar os alunos, estigmatizando os que não se enquadram nas expectativas. Como é
possível a superação ou romper com esse modelo de currículo? Justifique. (Valor – 1,0)

A avaliação do processo de ensino e aprendizagem, é realizada de forma


contínua, cumulativa e sistemática na escola, com o objetivo de diagnosticar a situação
de aprendizagem de cada aluno, em relação à programação curricular. A avaliação não
deve priorizar apenas o resultado ou o processo, mas deve como prática de investigação,
interrogar a relação ensino aprendizagem e buscar identificar os conhecimentos
construídos e as dificuldades de uma forma dialógica.

O erro, passa a ser considerado como pista que indica como o educando está
relacionando os conhecimentos que já possui com os novos conhecimentos que vão
sendo adquiridos, admitindo uma melhor compreensão dos conhecimentos
solidificados, interação necessária em um processo de construção e de reconstrução.
Toda resposta ao processo de aprendizagem, seja certa ou errada, é um ponto de
chegada, por mostrar os conhecimentos que já foram construídos e absorvidos, e um
novo ponto de partida, para um recomeço possibilitando novas tomadas de decisões.

A avaliação, dessa forma, tem uma função prognóstica, que avalia os


conhecimentos prévios dos alunos, considerada a avaliação de entrada, avaliação de
input; O exemplo classificatório de avaliação, oficializa a visão de sociedade excludente
adotada pela escola.

A Lei 9.394/96, a LDB, ou Lei Darcy Ribeiro, não prioriza o sistema


rigoroso e opressivo de notas parciais e médias finais no processo de avaliação escolar,
a LDB, ao se referir à verificação do conhecimento escolar, determina que sejam
observados os critérios de avaliação contínua e cumulativa da atuação do educando,
com prioridade dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao
longo do período sobre os de eventuais provas finais.

Daí, a necessidade de uma educação dialógica, abalizada na troca de ideias e


opiniões, de uma conversa colaborativa em que não se conjectura o insucesso do aluno
quando o educando sofre com o insucesso, também fracassa o professor, a avaliação
quando dialógica culmina na interação e no sucesso da aprendizagem pois o diálogo é
fundamental, e o professor através dela se comunica de maneira adequada, satisfatória e
prazerosa com o aluno.

Rever o ponto de vista de avaliação é rever certamente as concepções de


ensino aprendizagem, de educação e de escola, apoiado em princípios e valores
comprometidos com a instituição de aluno cidadão.

2. O currículo escolar se apresenta como elemento central do projeto pedagógico, por


isso é preciso considerar em sua construção a complexidade dos saberes e das diferentes
áreas presentes no contexto atual. Nesse sentido, é preciso pensar essa construção sob
qual ótica? Justifique. (valor – 1,0)

Os avanços das ciências, tais como a Biologia e a Psicologia, o processo de


urbanização acelerada, as mudanças sociais causadas pelo processo de industrialização
viabilizaram uma renovação na organização do ensino. Temos também a contribuição
de Antoni Zabala, no início deste século, que propõe o projeto educativo abordado por
um enfoque globalizador fundado na interdisciplinaridade.

Mais recentemente, com o desenvolvimento de novas tecnologias da


informação e comunicação, muitos educadores defendem um currículo plural, permeado
de temas, questões e problemas que se fazem presente no cotidiano de todos nós. O
aprendizado e vivência das diversidades de raça, gênero, classe, a relação com o meio
ambiente, a vivência equilibrada da afetividade e sexualidade, o respeito à diversidade
cultural, entre outros, são temas cruciais com que, hoje, todos nós nos deparamos e,
como tal, não podem ser desconsiderados pela escola.
Neste sentido, a Pedagogia de Projetos visa à ressignificação do espaço
escolar, transformando-o num espaço vivo de interações, aberto ao real e às suas
múltiplas dimensões.

A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos


conhecimentos escolares em relação, o tratamento da informação, e a relação entre os
diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a
construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos
diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.

Se a disciplina tem por objeto a transmissão de um saber específico, restrito


e fragmentado a ser adquirido por meio de ferramentas específicas, o projeto
pedagógico interdisciplinar vai além. Trata-se de uma construção pedagógica que deve
ser entendida como conjunção global de múltiplos meios, que oferecerão suporte à
busca e construção do conhecimento.

A proposta de trabalhos educativos a partir de projetos pedagógicos surgiu


num contexto mais amplo, ou seja, no processo de globalização, caracterizado pelo
bombardeamento de informações trazidas pelos meios de comunicação e viabilizadas
pelo desenvolvimento de novas tecnologias, sobretudo, o computador, a internet, a TV a
cabo, os “ipods” e “tablets”, os aparelhos celulares etc. Ou seja, através dos projetos
didático-pedagógicos, sequências didáticas, temas ou projetos de trabalho tornam-se
possível a criação de situações de aprendizagem, as quais o professor deve explorar,
uma vez que, dentro de determinado assunto temático (objeto) a ser investigado, surgem
muitos aspectos e relações envolvendo muitos saberes e conteúdo dos quais os alunos
poderão assimilar conceitos, procedimentos e atitudes necessárias para toda sua vida.

A proposta de projetos pedagógicos interdisciplinares rompe com os


paradigmas da pedagogia tradicional centrada na exposição de conteúdos pelos
professores. Esse novo modelo propõe que o docente abandone o papel de “transmissor
de conteúdos” e adote uma postura de pesquisador, de organizador do processo de
ensino aprendizagem. Tudo isso implica optar por novo estilo docente ou, melhor
dizendo, pelo reaprender a ser professor, acostumar-se em suas atividades, a procurar
ver mais longe, a estar atento às mudanças que o mundo de amanhã exigirá dos nossos
alunos.
Ao docente, cabe acreditar que o principal objetivo de um projeto didático-
pedagógico é oportunizar ao aluno apropriar-se do conhecimento pelo uso de estratégias
e procedimentos que desencadeiam reflexões, fixam conceitos, troem habilidades (falar
em público, argumentar, posicionar-se etc.) e, desenvolvem variadas competências,
extremamente necessárias a resolução de problemas novos.

Projetos interdisciplinares não são fórmulas. Caracterizam-se por utilizar


práticas de estudo e de pesquisa individual ou em grupo, que requerem
autodeterminação, cooperação, relações mútuas, ferramentas e procedimentos
vinculados à prática, à diversidade de informação, aos questionamentos, à reflexão e à
discussão, devendo estar em sintonia e conexão com os conteúdos do currículo escolar.

Nesse sentido, os projetos, organizados pelo professor, estabelecem a


interação entre o aluno e o objeto de conhecimento, estabelecendo relações
interdisciplinares e interinformativas, mostrando que há caminhos diversos para se
chegar ao saber.

Ao se elaborar um projeto, faz-se necessário seguir critérios de


cientificidade em sua estruturação, qualquer projeto pedagógico será importante para o
ensino-aprendizagem se for concebido e executado a partir:

Da necessidade dele, com relação ao professor ou aos alunos, para explorar


e compreender um tema, realizar algo, ou conhecer um fato que atrai a atenção; Da
mobilização das competências cognitivas e das habilidades dos alunos para investigar
informações, trocar ideias e experiências sobre determinado assunto; dos conceitos a
serem adquiridos que contribuirão com as disciplinas curriculares ampliando seus
significados e sua importância na escola e pelo registro sistemático dos resultados
obtidos; Das linguagens e de outras maneiras de comunicação a serem usadas,
envolvendo os alunos participantes e o objeto de estudo, promovendo, assim, maior
aprendizagem significativa.

O ponto de partida para implementação de uma pedagogia por meio de


projetos interdisciplinares é o professor perceber a necessidade de mudanças de atitudes,
de paradigma didático-pedagógico e, corajosamente renovar-se.

De acordo com o pensamento de PERRENOUD (2000), a respeito da


função da escola, sua organização deve se preocupar, sobretudo, com as competências e
não apenas com o ensino de disciplinas, pois as ciências não são um fim, mas são
destinadas a servir às pessoas na construção de sua personalidade, na sua realização
como ser humano.

Na verdade, a aprendizagem de conhecimentos científicos já elaborados, em


certa medida, é importante, mas não se constituem em um fim em si mesmo: a
capacidade de expressão e comunicação que se desenvolve por muitas disciplinas e por
várias atividades a serem postas em prática; a capacidade de argumentar pelo
desenvolvimento do raciocínio lógico para o qual contribuem algumas disciplinas e
formas de estudo; a capacidade de avaliar pela formação reflexiva e crítica das ideias
pessoais e dos trabalhos participativos; a capacidade de atuação e de liderança
individual nos papéis a desempenhar na família, no trabalho e na sociedade; a
capacidade de compreensão e de interpretação dos fatos ou fenômenos e seus
significados, pela prática da observação e de investigação.

Trabalhar por meio de projetos pedagógicos interdisciplinares, embora


exijam várias habilidade e competências do professor, a continuidade da prática e a
reflexão sobre a mesma viabilizam muitos benefícios a ele e aos alunos, por que cria
condições para o estudante mostrar os saberes prévios que possui sobre o assunto
investigado; dar-lhe oportunidade de se mobilizar na busca e na construção de
conhecimentos novos; exercita a desenvoltura, a sociabilidade, a criatividade dentre
outras competências; utiliza o método científico, que permite a formação do espírito
científico; desenvolve a autoestima do aluno e a confiança em si mesmo.

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