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Parametros Linhas Polifasica

Este trabalho apresenta uma metodologia para calcular parâmetros elétricos e custos de implantação de uma linha de transmissão de alta potência natural (LPNE). Os parâmetros são calculados usando um condutor equivalente com o conceito de raio médio geométrico e também por redução matricial. Uma estimativa preliminar de custo indica que a LPNE pode ser uma solução economicamente viável.

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Parametros Linhas Polifasica

Este trabalho apresenta uma metodologia para calcular parâmetros elétricos e custos de implantação de uma linha de transmissão de alta potência natural (LPNE). Os parâmetros são calculados usando um condutor equivalente com o conceito de raio médio geométrico e também por redução matricial. Uma estimativa preliminar de custo indica que a LPNE pode ser uma solução economicamente viável.

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CÁLCULO DE PARÂMETROS E CUSTOS EM

LPNE

Rodrigo Marques Rodrigues

Projeto de Graduação apresentado ao Curso


de Engenharia Elétrica da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Engenheiro.
Orientador: Antonio Carlos Siqueira de
Lima

Rio de Janeiro
Junho de 2010
Rodrigues, Rodrigo Marques
Cálculo de parâmetros e custos em LPNE. – Rio de Janeiro:
UFRJ/ Escola Politécnica, 2010.

X, 52 p.: il.; 29,7 cm.


Orientador: Antonio Carlos Siqueira de Lima
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de
Engenharia Elétrica, 2010.
Referencias Bibliográficas: p.41-42.
1.Linhas de transmissão 2.Parâmetros elétricos. 3.Método
das imagens. 4.RMG. 5.LPNE. 6.Análise de custos
7.Engenharia Elétrica.
I. Rodrigues, Rodrigo Marques. II. Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia
Elétrica. III. Cálculo de parâmetros e custos em LPNE.

iii
"A mente que se abre a uma nova idéia, jamais volta a seu tamanho original."

(Albert Einstein)

iv
Agradecimentos

Quero expressar meu profundo e sincero agradecimento:

• À Deus;

• Aos meu pais, Thelma e Henrique, por sempre investirem na educação dos
filhos, mesmo em tempos difícieis e pela confiança que me depositaram para
que eu caminhe sempre em frente;

• Aos meus amigos, tanto de fora, quanto de dentro da faculdade, que sempre
me apoiaram em qualquer situação;

• À Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela excelente qualidade


acadêmica;

• Ao Professor Antonio Carlos Siqueira de Lima (orientador), por suas


excelentes orientações, estímulo e paciência;

• Ao Departamento de Construção Leste (DTL.C) de FURNAS, e seus


profissionais, os quais além de me trazerem grande aprendizado, me
forneceram os insumos necessários para este projeto.

v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

CÁLCULO DE PARÂMETROS E CUSTOS EM LPNE

Rodrigo Marques Rodrigues

Junho/2010

Orientador: Antonio Carlos Siqueira de Lima

Curso: Engenharia Elétrica

Neste trabalho é apresentada uma metodologia para o cálculo de parâmetros


unitários, impedância por unidade de comprimento e admitância por unidade de
comprimento, e custos de uma linha de potência natural elevada (LPNE). A LPNE é
assim chamada pois devido ao arranjo do feixe de condutores possui uma potência
natural bem superior à linhas de transmissão de mesmo nível utilizando feixes
convencionais. É feito uma comparação entre os resultados obtidos no cálculo de
parâmetros utilizando o condutor equivalente aplicando o conceito do raio médio
geométrico (RMG) e através do procedimento de redução matricial.

Uma estimativa do custo de implantação da LPNE e a comparação do mesmo


com uma linha de transmissão convencional é apresentada. Essa análise indica que a
LPNE pode ser uma solução economicamente atrativa.

Palavras-chave: Método das imagens; Parâmetros Elétricos; RMG; Linhas de


Transmissão; LPNE; Análise de custos.

vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Electrical Engineer.

CALCULATION OF PARAMETERS AND COSTS OF HSIL

Rodrigo Marques Rodrigues

June/2010

Advisor: Antonio Carlos Siqueira de Lima

Course: Electrical Engineering

This work presents a methodology for the evaluation of the per unit of length
parameters, (impedance and admittance both per unit of length), and installation cost of
an overhead transmission line with high SIL (Surge Impedance Loading). A high SIL
overhead line is obtained by a particular arrangement of the conductor bundle. A
comparison of the parameters obtained via the concept of geometric mean radius
(GMR) and the more accurate method using matrix reduction is also presented.

Preliminary cost analysis is also carried out which indicates that a high SIL
overhead line might be a viable solution.

Keywords: Images Method; Electrical Parameters; GMR; Transmission Lines; HSIL;


Costs Analisys.

vii
Sumário
Lista de Figuras .............................................................................................................. ix
Lista de Tabelas ............................................................................................................ x
Capítulo 1: Introdução...................................................................................................... 1
1.1 Objetivo.......................................................................................................... 2
1.2 Estrutura do Trabalho .................................................................................... 2
Capítulo 2: Cálculo de Parâmetros Elétricos ................................................................... 4
2.1 Considerações Importantes no Cálculo de Parâmetros................................... 4
2.2 Matriz de Parâmetros Longitudinais Unitários............................................... 5
2.2.1 Impedância Interna Unitária ............................................................ 6
2.2.2 Impedância Externa Unitária Supondo o Solo Ideal ....................... 8
2.2.3 Impedância Externa Unitária Corrigindo o Efeito do Solo Real .... 9
2.3 Matriz de Admitâncias Transversais Unitárias............................................. 10
2.4 Redução Matricial......................................................................................... 11
2.5 Transposição em Linhas de Transmissão .................................................... 15
2.6 Cálculo da Potência Trifásica de Linhas de Transmissão ............................ 19

Capítulo 3: Cálculo de um Condutor Equivalente ao Feixe de Condutores por Meio do


Conceito de Raio Médio Geométrico ............................................................................ 21
3.1 Representação de um Condutor Equivalente a um Condutor Múltiplo
Utilizando o Conceito de RMG ......................................................................... 21
Capítulo 4: Apresentação da Linha de Transmissão em Estudo ................................... 24
4.1 Dados Elétricos da Linha ............................................................................. 26
4.2 Considerações simplicadoras da LPNE ....................................................... 26
Capítulo 5: Implementação dos modelos das linhas a serem comparadas .................... 29
5.1 Arranjos Médios de Entrada ........................................................................ 29
5.2 Cálculo da potência trifásica de transmissão pelos métodos propostos ....... 30
5.3 Análise dos resultados ................................................................................. 33
Capítulo 6: Análise de custo de implantação das linhas estudadas ............................... 35
Capítulo 7: Conclusões................................................................................................... 40
Referências Bibliográficas.............................................................................................. 41
Anexo I: Cálculo da Impedância Interna do Condutor .................................................. 43
Anexo II: Equações básicas da linha de transmissão no domínio da frequência .......... 48

viii
Anexo III: Exemplo de um algoritmo na linguagem de programação utilizada ........... 48

Lista de Figuras
2.1 Vista longitudinal e transversal de um condutor cilíndrico de seção reta em forma de
coroa circular ................................................................................................................... 6
2.2 Representação esquemática de dois condutores da linha e suas imagens
considerando o solo ideal ................................................................................................ 8
2.3 Representação esquemática de um condutor da linha e sua imagem (vista lateral)
considerando o solo real, utilizando o método de Deri et al ........................................... 9
2.4 Esquema da transposição de linha de transmissão em 3 trechos ............................. 17
2.5 Esquema da transposição de linha de transmissão em 4 trechos ............................. 18
3.1 Feixe de subcondutores relativos à duas fases de uma linha ................................... 22
4.1 Arranjos da LPNE ................................................................................................... 24
4.2 Arranjo das cadeias em delta invertido .................................................................... 25
4.3 Plotação do trecho da LPNE a ser considerado em repetição ................................. 28
5.1 Arranjo médio dos cabos da LPNE a ser estudada .................................................. 29
5.2 Arranjo médio dos cabos da linha convencional a ser estudada .............................. 30
5.3 Gráfico da altura média de referência versus potência pelo método da matriz
primitiva com redução matricial para o estudo da LPNE .............................................. 31
5.4 Gráfico da altura média de referência versus potência pelo método da matriz
primitiva com redução matricial para o estudo da linha de arranjo convencional ........ 31
5.5 Gráfico da altura média de referência versus potência nos 3 métodos propostos para
o estudo da LPNE .......................................................................................................... 32
5.6 Gráfico da altura média de referência versus potência nos 3 métodos propostos para
o estudo da linha de arranjo convencional ..................................................................... 32
A.1: Vista longitudinal e transversal de um condutor cilíndrico de seção reta em forma
de coroa circular ............................................................................................................ 43

ix
Lista de Tabelas
1.1 Dados e características dos condutores de fase das linhas ...................................... 26
1.2 Dados e características dos pára-raios das linhas .................................................... 26
1.3 Erros encontrados no estudo da potência da LPNE ................................................. 33
1.4 Erros encontrados no estudo da potência da linha de arranjo convencional ........... 33
1.5 Orçamento base para a LPNE estudada ................................................................... 35
1.6 Orçamento base para a linha de arranjo convencional estudada ............................. 37
1.7 Custos médios estimados de implantação por Megawatt das linhas estudadas ....... 38
1.8 Diferença mínima dos custos de implantação por Megawatt das linhas estudadas . 39

x
1. Introdução

A linha de transmissão é um elemento extremamente importante e freqüente no


sistema elétrico, e a compreensão dos fenômenos que nela se passam é de grande
importância na engenharia elétrica. O conhecimento básico relacionado à teoria de
linhas de transmissão, bem como a interrelação entre campo elétrico e magnético está
largamente documentado em trabalhos de vários autores. Aqui estão descritos alguns
conceitos ligados ao desenvolvimento das equações que definem o comportamento de
linhas de transmissão.

O problema da propagação de ondas ao longo de um sistema de transmissão


composto por linhas aéreas paralelas à superfície da terra é complexo. A falta de
homogeneidade condutiva representa um ponto crítico no modelamento matemático. Os
fenômenos de propagação de ondas eletromagnéticas representam a interação entre os
campos elétrico e magnético na vizinhança dos condutores. Os conceitos da propagação
eletromagnética, guiada pelos condutores e solo, são usados para interpretar a natureza
dos fenômenos transitórios nas linhas de transmissão. O desenvolvimento básico de
ondas eletromagnéticas está devidamente fundamentado nas equações de Maxwell.

A análise dos fenômenos de propagação de ondas em linhas de transmissão é de


grande complexidade e dificuldade, pois o solo ao longo do trajeto da linha, não é nem
plano nem homogêneo. Além disto, suas características nem sempre são conhecidas
com precisão; a configuração geométrica exata da linha é complexa para efeitos de
definição do campo eletromagnético; os fenômenos de efeito coroa são não-lineares e
dependentes dos valores das grandezas anteriores.

Além da complexidade dos estudos, a expansão do setor elétrico brasileiro tem


apontado à necessidade da otimização do sistema com linhas de transmissão capazes de
transmitir maiores blocos de potência das grandes áreas geradoras para os grandes
centros de consumo, muitas vezes distantes das área geradoras.

Somado a isto, são cada vez maiores as restrições ambientais para novos
corredores, sendo necessários novos tipos linhas de transmissão, que ao se implantar
circuitos em pararelo, possam transmitir o mesmo bloco de energia que antigas linhas
transmitiriam, porém reduzindo o número de circuitos implementados e, por
conseqüência, a faixa de servidão a ser ocupada. Neste contexto abrem-se os estudos
para novos arranjos de linhas de transmissão, capazes de tais realizações, que são
chamadas de linhas não convencionais (LNC), aqui representada pela LPNE.

A LPNE aqui descrita nos estudos, foi desenvolvida pelo CEPEL (Centro de
Pesquisa de Energia Elétrica) e seus parceiros [1], minimizando as perdas durante a
transmissão. O principio básico para esta tecnologia está em aumentar substancialmente
a eficiência na transmissão de energia, por meio de uma configuração geométrica
otimizada dos subcondutores que compõe o feixe, de forma a otimizar a distribuição do

1
campo elétrico ao redor da superfície dos cabos e conseqüentemente a impedância da
linha.

O estudo de linhas de transmissão é formulado supondo simplificações, através


das hipóteses a considerar, que serão descritas no capítulo a seguir.

Uma vez formulada em termos de equações diferenciais, estas são resolvidas


para os casos particulares de cada estudo a ser considerado.

1.1 Objetivo

O objetivo deste trabalho é uma introdução aos estudos de uma LPNE


apresentada em [1] e sua comparação de custo de implantação em relação a uma linha
de arranjo convencional de mesmo nível de tensão. Para isto foram utilizados 3 métodos
diferentes para obtenção dos parâmetros elétricos, sendo variada a altura média do
arranjo e foram aferidas suas estimativas de erro, sendo esta uma das propostas do
projeto. O método de maior precisão será utilizado para aquisição da potência
característica das linhas, possibilitando comparação do preço de construção de cada
quilômetro por Megawatt implantado. Assim, será possível uma análise superficial do
custo-benefício ao se optar pela construção desta LPNE.

1.2 Estrutura do Trabalho

O texto deste trabalho está dividido em sete capítulos, incluindo este capítulo
introdutório. A seguir apresenta-se uma descrição dos demais capítulos.

O capítulo 2 apresenta a teoria fundamental para o cálculo de parâmetros


elétricos de uma linha de transmissão através das matrizes modais primitivas e redução
matricial. As matrizes dos parâmetros elétricos estão apresentadas em função da
freqüência. Os conceitos de transposição de linhas são recordados, mostrando as formas
de transposição em linhas, começando pela linha de transmissão sem transposição, com
transposição em 3 trechos, culminando com o caso de transposição em 4 trechos. O
equacionamento da potência ativa característica das linhas em estudo encerra este
capítulo.

No capítulo 3 está apresentada a teoria de substituição do feixe de subcondutores


por um condutor equivalente, possuindo este um raio médio geométrico obtido em
função da geometria, quantidade e raio dos subcondutores do feixe, e as adaptações para
o cálculo dos parâmetros elétricos posteriores em linhas polifásicas. Também são
mostradas as limitações e hipóteses para aplicação de método, que reduzem a precisão
dos parâmetros calculados.

No capítulo 4 foram apresentadas as características da LPNE em estudo, como


os dois arranjos característicos do feixe expandido, seus dados elétricos e também foram
definidas as simplificações utilizadas pelo autor.

2
O cálculo de parâmetros elétricos e da potência característica das linhas
comparadas foram implementados no capítulo 5. Foi variada a geometria da linha, pela
variação da altura de referência dos condutores e cabos pára-raios e conforme a
proposta deste projeto, foram utilizados três métodos para este cálculo, que são mais
especificamente: Método das matrizes primitivas com redução matricial, método de
aproximação por RMG com efeito dos cabos pára-raios e método com aproximação por
RMG sem o efeito dos cabos pára-raios. Dos resultados destes métodos de substituição
do feixe de condutores por um condutor equivalente calculado por RMG, foi obtido o
erro máximo e mínimo em relação ao método das matrizes primitivas.

No capítulo 6 é apresentada a tabela base de custo de implantação por


quilômetro para cada linha estudada. Para se obter uma comparação justa, ao final do
capítulo foi definido o custo base de implantação para cada quilômetro de linha por
Megawatt a ser transmitido, culminando com a estimativa de erro máximo para o caso
da atualização da planilhas de custo, gerando uma nova comparação.

O capítulo 7 apresenta, com base nos resultados obtidos nos capítulos anteriores,
as conclusões deste trabalho.

3
2. Cálculo de Parâmetros Elétricos

As linhas de transmissão são essenciais no desenvolvimento do setor elétrico.


Com o crescimento dos sistemas de transmissão, torna-se cada vez mais importante a
transmissão com perdas reduzidas. Neste contexto, deve-se prestar uma atenção especial
na determinação dos parâmetros fundamentais da linha (resistência, indutância,
condutância e capacitância), Linhas de potencial naturalmente elevado, propõem o
aumento da potência transmitida, obtido pela otimização da geometria da linha, porém
esta otimização torna-se limitada a fatores econômicos, mecânicos, dentre outros.

Os parâmetros unitários de linhas de transmissão, resistência por unidade de


comprimento (R), indutância por unidade de comprimento (L) e capacitância por
unidade de comprimento (C) não podem, em geral, ser considerados como concentrados
e ser supostos igualmente distribuídos ao longo da linha de transmissão. A
representação da linha através de seus parâmetros por unidade de comprimento é válida
quando a linha tem características homogêneas e o efeito dos seus terminais pode ser
desprezado. Caso a linha seja não uniforme é necessário representar trechos de linha que
possuam características distintas e associá-los em cascata. O cálculo de parâmetros pode
ser efetuado também utilizando qualquer ferramenta computacional e neste trabalho o
cálculo de parâmetros foi desenvolvido dentro do ambiente computacional do Matlab.

2.1 Considerações Importantes no Cálculo de Parâmetros

A análise dos fenômenos de propagação de ondas eletromagnéticas em linhas de


transmissão é bastante complexa, uma vez que as grandezas envolvidas tal como
morfologia de terreno, posição dos condutores no espaço, efeitos das estruturas e outros,
não podem ser representados com exatidão. Isto faz com que o cálculo exato dos
parâmetros ao longo de toda a linha seja muito complexo, sendo usual admitir hipóteses
simplificativas. Para calcular estes parâmetros são adotadas algumas hipóteses, como as
descritas a seguir [2, 3]:

• O solo é plano nas vizinhanças da linha;


• O solo é homogêneo ao longo de toda a extensão da linha;
• Os condutores são paralelos entre si e o solo, sendo seus raios muito
inferiores às distâncias envolvidas;
• Os efeitos terminais da linha e das estruturas são desprezados na
determinação do campo eletromagnético;
• Os cabos pára-raios de aço da linha possuem permeabilidade magnética
constante com a freqüência;
• Os cabos de fase, compostos por fios encordoados com alma de aço, são
representados através de um condutor com seção reta com a forma de coroa
circular, onde a corrente na alma de aço é desprezada.

4
Apesar destas hipóteses simplificativas, a determinação exata do campo
eletromagnético é bastante complexa, sendo necessário efetuar outras simplificações.
Para o caso da LPNE, estas simplicações adotadas serão descritas no capítulo 4.

Os parâmetros elétricos de uma linha de transmissão são expressos sob a forma


de matrizes com elementos próprios e mútuos, cujas dimensões correspondem ao
número de condutores da linha (subcondutores que compõem os feixes e os cabos pára-
raios). As matrizes de parâmetros longitudinais e transversais, ou seja, matriz de
resistência e indutância e matriz capacitância (sendo desprezada a condutância), são
calculadas de forma a se obter os parâmetros de cada cabo, tanto dos condutores quanto
dos cabos pára-raios.

2.2 Matriz de Parâmetros Longitudinais Unitários


A matriz de parâmetros longitudinais unitários de uma linha de transmissão
supondo as considerações mencionadas anteriormente é composta pela soma das
seguintes contribuições:

• Impedância interna unitária do condutor;


• Impedância externa unitária devido à geometria dos condutores;
• Impedância unitária devido ao solo real.

A matriz impedância série por unidade de comprimento da linha é dada por

       (2.1)

e os elementos desta matriz impedância série por unidade de comprimento da linha são
dados por,

              (2.2)

onde    é a impedância interna unitária do condutor,  é a reatância


externa unitária entre os condutores (solo ideal) e    é a impedância unitária
devido ao retorno do solo.

5
2.2.1 Impedância Interna Unitária

Uma das definições de impedância interna é que a mesma é dada pela relação
entre campo elétrico na superfície do condutor e a corrente total do condutor. A
impedância interna de um condutor cilíndrico com seção reta em forma de coroa
circular com raio externo R1 e raio interno R0, mostrado na Fig. 2.1 é definida através da
resistência interna e reatância interna.

No caso de um condutor sólido de seção circular, para freqüências baixas a


corrente é uniformemente distribuída em sua seção circular. À medida que a freqüência
aumenta, a densidade de corrente concentra-se em maior grau na superfície do condutor
e diminui bastante na região central do condutor. A distribuição da densidade de
corrente através da seção transversal do condutor não é uniforme, sendo este fenômeno
conhecido como Efeito Pelicular (em inglês, “Skin Effect”). Tal efeito, de alteração do
fluxo magnético interno pode ser representado através da modificação da impedância
interna fazendo com que a resistência e a indutância variem em função da freqüência
[4].

Fig. 2.1: Vista longitudinal e transversal de um condutor cilíndrico de seção reta em


forma de coroa circular.

Considerando o efeito pelicular, a expressão da impedância interna é obtida a


partir do cálculo das expressões de campo elétrico (somente sendo considerada a
intensidade do campo elétrico longitudinal, dado que as componentes radial e tangencial
são desprezíveis), fluxo magnético e densidade de corrente obtidas através das leis do
eletromagnetismo. A relação entre o campo elétrico longitudinal na superfície exterior
do condutor e a corrente que flui no condutor será a impedância interna do condutor por
unidade de comprimento. Realizadas as deduções destas expressões, a impedância
interna resulta numa combinação (somas e produtos) de Funções de Bessel.

Ao realizar a implementação no Matlab, utilizou-se a funções de Bessel já


definidas neste ambiente.

6
Finalmente a impedância interna de um condutor tubular, com seção reta com a
forma de uma coroa circular de raio interno R0 e externo R1 é dada conforme descrito
em [2, 3] por

 1  !" #$ !" #  $ !" # !" #


      
 2  !" #$ !" # %  !" #$ !" #
(2.3)

onde: I0, I1, K0, K1 são funções de Bessel de primeira e segunda ordem, respectivamente
'
"   &   & ( (2.4)

'
"  ")  ( (2.5)

")   & (2.6)


'
"   &   & ( (2.7)

'
"  ")  ( (2.8)

")   &
(2.9)

onde  é a permeabilidade magnética do condutor,  é a condutividade do condutor e 


é a freqüência angular.

Para o caso dos cabos pára-raios, há apenas uma seção circular, pois o condutor
é constituído de apenas de um material (em ambas linhas são constituídos de aço), e a
permeabilidade magnética deve ser corrigida pelo efeito ferromagnético do condutor,
sendo pra este caso utilizadas as seguintes equações de Bessel

,- 1  ",- 
*+  *+  *+  
 2,-  ",- 
(2.10)

onde ,-  80 = permeabilidade magnética do cabo pára-raios,  é a condutividade


do cabo pára-raios e  é a freqüência angular dada por 21, onde 1 é a freqüência em
estudo.

magnética dos cabos pára-raios, cuja há variações em torno de 80 a 100 , neste
Existem divergências quanto aos autores sobre o valor da permeabilidade

trabalho a mesma foi considerada como sendo 80 .

Portanto, para uma linha genérica polifásica, constituída por um único tipo de
condutor, totalizando n condutores, e com 2 pára-raios, pode-se descrever a seguinte
matriz para a impedância interna

7
 0 9 9 0
8 0 : >
0 9 ;
7  0 ; ==
2345  7 ; 0 
7 ; 9 0 *+ 0 =
(2.11)

6 0 9 9 0 *+<

Ressaltando que a matriz relativa à impedância interna é sempre uma matriz


diagonal, pois não possui componentes mútuas, e varia em função da frequência devido
ao efeito pelicular, como descrito anteriormente.

2.2.2 Impedância Externa Unitária Supondo o Solo Ideal

A reatância externa jXext, supondo que o solo seja um condutor ideal, representa
a reatância entre condutores reais e os condutores imagens, fazendo uso do conceito de
imagem de corrente. Um solo ideal é aquele de condutividade infinita. A expressão da
impedância externa unitária, definida em [2, 3], é dada pelas fórmulas

 2I
C 3  : ,   . ln H J
A 2 + P
,
B 3 K :     . ln LM O
A
(2.12)

@
,
2 N

onde  é a permeabilidade magnética do vácuo Q410ST VW,  é a freqüência angular


U

e M, , N,  + são definidos segundo a figura a seguir.

Fig. 2.2: Representação esquemática de dois condutores da linha e suas imagens


considerando o solo sendo ideal.

8
2.2.3 Impedância Externa Unitária Corrigindo o Efeito do Solo
Real

de possuir permeabilidade magnética  e campo elétrico X . As contribuições do


O solo real não tem condutividade infinita, pois possui resistividade ρsolo, além

solo real para resistência e reatância longitudinais (Rext + jXext) em uma linha de
transmissão podem ser definidas por vários métodos, porém dois métodos possuem um
maior destaque, pois são os mais utilizados computacionalmente e incluem o efeito do
solo (e penetração do campo eletromagnético no mesmo) nos parâmetros Z e Y: Os
métodos desenvolvidos por Carson [5] e Deri et al. [6].

O trabalho de Carson requer a avaliação numérica de séries infinitas de dificil


convergência, enquanto o de Deri et al. é composto por fórmulas fechadas de fácil
aplicação. Por esse motivo, aliado ao fato de que nas aplicações de interesse os
resultados oriundos dos dois métodos são bastante próximos [7], optou-se neste estudo
pela adoção do método de Deri et al.[6]. Portanto, utiliza-se o conceito de imagens
complexas aliado ao de profundidade complexa. Desta forma, o sistema físico
equivalente ao sistema sob estudo (Figura 2.2) é apresentado pela visão lateral de um
condutor na Figura 2.3.

Fig. 2.3: Representação esquemática de um condutor da linha e sua imagem (vista


lateral) considerando o solo real, utilizando o método de Deri et al [6].

9
Na figura 2.3, p corresponde a profundidade complexa, definida em (2.13)

1 "
* 
 
(2.13)

Com a profundidade complexa já definida, torna-se necessário incluí-la na


formulação original como um parâmetro a ser somado com a altura dos condutores para
as imagens. A nova matriz de impedância externa unitária com o efeito do solo já
incluído é definida pela equação (2.14)

 2!I  *#
C 3  :  . ln L O
A 2 +
!  YZY#,  P
B  &!   #[  !\  \  2*#[
A 3 K :  . ln L O
(2.14)

@ 2 N

onde  é a permeabilidade magnética do vácuo Q410ST VW,   21 é a freqüência


U

angular e * é a profundidade complexa definida em (2.13).

2.3 Matriz de Admitâncias Transversais Unitárias

A matriz de admitâncias transversais unitárias é formada basicamente por dois


parâmetros: condutância e capacitância. No entanto, o primeiro termo é muito pequeno
e não é considerado em representações de linhas aéreas.

Concretamente, para o caso do parâmetro condutância não existe um modelo


matemático preciso e com simplicidade apropriada para conseguir representar a
condutância. Este parâmetro resulta da observação das “correntes de fuga” descrevendo
uma trajetória das fases a terra. Estas correntes principalmente fluem através do isolador
até a torre, sendo função das perdas do isolador, a qual varia significativamente com o
calor, umidade atmosférica, contaminação e salinidade do ambiente, entre outros
fatores. Por esta razão, obter um modelo matemático representativo deste fenômeno
resulta numa tarefa complexa, por outro lado é comum desprezar o efeito dessas
correntes de fuga, por elas representarem uma porcentagem muito pequena em relação
às correntes nominais da linha.

10
Finalmente a matriz admitância considerando-se somente a capacitância, é
calculada entre condutores e dos condutores para a terra. Analogamente à reatância
mútua, a expressão da matriz de admitância é dada em (2.15)

2I
C 3  : 2X . ln H  J
A + P
], 
B 3 K : 2X . ln LM O
A
(2.15)

@ N

onde X é a permissividade elétrica no vácuo Q8,8510S[ W,  é a freqüência angular


_
V
e as variáveis Hi, Dij e dij são também definidas pela figura 2.2.

2.4 Redução Matricial

Os parâmetros elétricos de uma linha de transmissão obtidos na análise são


apresentados por duas matrizes unitárias (as matrizes impedância e admitância). Estas

chamadas de matrizes primitivas de ordem 4.


matrizes cuja ordem é igual ao número total de sub-condutores e cabos pára-raios são

A partir das matrizes primitivas da linha são obtidas as matrizes reduzidas da


linha que possuem dimensões iguais ao número de fases da linha de transmissão. A
inclusão do efeito dos cabos pára-raios pode ser realizada por dois métodos: O método
de Kron e o método de eliminação que foi usado computacionalmente. Uma hipótese
importante para eliminação dos cabos pára-raios foi supô-los continuamente aterrados,
ou seja, Vpr = 0. Considere a matriz abaixo, descrita por submatrizes, onde Pf é a matriz
decorrentes dos condutores, Pfpr decorrente do acoplamento entre os condutores e os
cabos pára-raios, Ppr decorrente dos cabos pára-raios e finalmente, Pprf decorrente do
acoplamento entre os cabos pára-raios e os condutores

ab ab,-
` c
a,-b a,-
(2.16)

O método de Kron para eliminação dos cabos pára-raios é dado pela fórmula a
seguir

a-d  ab % ab,- e a,- S e a,-b  (2.17)

11
Além da redução para inclusão do efeito dos cabos pára-raios na matriz de
condutores, a redução de kron pode ser realizada para redução da ordem da matriz
somente com o efeito dos condutores, porém para esta redução, o arranjo deve ser
representado matricialmente de forma diferente da escolhida pelo autor, sendo mesclado
com cada linha da matriz apresentando um condutor de fase diferente. Para este tipo de
representação matricial, ao final do processo de redução de Kron, obtem-se a matriz de
ordem 3, representando os parâmetros da linha trifásica.

Já o método utilizado computacionamente para eliminação dos cabos pára-raios


é diferenciado para a matriz de impedância e admitância do que a tradicional aplicação
de redução por Kron. Este equacionamento é equivalente ao método de Kron de acordo
com [8], sendo utilizadas as manipulações matriciais descritas detalhadamente abaixo.

Suponha que eventualmente é encontrada uma matriz, não necessariamente


esparsa, que possa ser invertida eficientemente por particionamento. Suponha que a
matriz P de ordem n x n é particionada em

ab ab,-
a` c
a,-b a,-
(2.18)

onde ab e a,- são quadradas de ordem nc e npr, respectivamente !4f  4,-  4#. As
matrizes ab,- e a,-b não são necessariamentes quadradas e possuem tamanhos 4f e 4,-
e 4,- e 4f , respectivamente.

Se a inversa da matriz P é particionada da mesma maneira,

agb agb,-
ag  h i
ag,-b ag,-
(2.19)

então agb , agb,- , ag,-b , ag,- são submatrizes que possuem os mesmos tamanhos que ab ,
ab,- , a,-b , a,- , respectivamente, sendo encontradas pelas seguintes equações
S
agb  Qab % ab,- e a,- S e a,-b W (2.20)

S
agb,-  % Qab % ab,- e a,- S e a,-b W e ab,- e a,- S  (2.21)

S
ag,-b  % a,- S e a,-b  e Qab % ab,- e a,- S e a,-b W (2.22)

S
ag,-  a,- S  a,- S e a,-b  e Qab % ab,- e a,- S e a,-b W e ab,- e a,- S  (2.23)

12
perceba que a equação (2.20) é igual a inversa da equação (2.17) relativa à redução de
Kron. Logo, como a admitância é inversamente proporcional à matriz dos coeficientes
de Maxwell, basta inverter esta matriz original e retirar o matriz de ordem nc, onde nc é
o total de condutores existentes no circuito.

No caso da matriz de impedância, como esta matriz é diretamente proporcional a


matriz reduzida de Kron, inverte-se a matriz original de impedância e, aplica-se o
mesmo procedimento descrito para a matriz de admitância. Ao final do processo,
novamente inverte-se esta submatriz retirada, de modo a obtermos a matriz de
impedância reduzida com o efeito dos cabos pára-raios já inclusos.

Este procedimento computacional utilizado funciona do mesmo modo que o


método de Kron, retornando os mesmos valores, porém poupa iterações, tornando-o
mais eficiente computacionalmente para gerar os resultados.

Agora com a matriz reduzida e o efeito dos cabos pára-raios já incluso, é


desejável obter uma matriz reduzida de ordem igual à 3, representando os parâmetros de
uma linha trifásica, que são a impedância e admitância da linha trifásica. A redução
matricial neste caso será sempre realizada sobre uma matriz de admitâncias, com a soma
de cada bloco de subcondutores de cada fase, ou com os blocos dos acoplamentos entre
os subcondutores, cujo procedimento será descrito a seguir.

Considere a seguinte equação matricial básica (vide anexo II) para as correntes
nos condutores numa linha de transmissão com 2 condutores por fase

 ] ][ ]j ]( ]k ]l m


8 > 8] ][[ ][j ][( ][k ][l > 8 m>
7 [ = 7 [ = 7 [=
7j =  7]j ]j[ ]jj ]j( ]jk ]jl = 7mj =
e
7( = 7]( ]([ ](j ](( ](k ](l = 7m( =
(2.24)
7k = 7]k ]k[ ]kj ]k( ]kk ]kl = 7mk =
6l < 6]l ]l[ ]lj ]l( ]lk ]ll < 6ml <

Como os subcondutores 1 e 2 se referem à fase A, os subcondutores 3 e 4 à fase


B e os subcondutores 5 e 6 à fase C, pode-se definir que

n    [ (2.25)

o  j  ( (2.26)

p  k  l (2.27)

mn  m  m[ (2.28)

mo  mj  m( (2.29)

mp  mk  mk (2.30)

13
utilizando estas equações para resolver o sistema para a fase A, temos que

n  !]  ][  ][  ][[ #mn  !]j  ](  ][j  ][( #mo
 !]k  ]l  ][k  ][l #mp
(2.31)

reescrevendo a equação (2.31), finalmente resulta em

n  ]nn mn  ]no mo ]np mp (2.32)

onde

]nn  ]  ][  ][  ][[ (2.33)

]no  ]j  ](  ][j  ][( (2.34)

]np  ]k  ]l  ][k  ][l (2.35)

Análogamente pode-se resolver o sistema para as fases B e C, resultando nas


equações (2.36) e (2.37),

o  ]on mn  ]oo mo ]op mp (2.36)

p  ]pn mn  ]po mo ]pp mp (2.37)

com os resultados das equações (2.32), (2.36) e (2.37), finalmente obtem-se a matriz
reduzida

n ]nn ]no ]np mn


 ]
q o r  q on ]oo ]op r e qmo r
p ]pn ]po ]pp mp
(2.38)

Desta forma podemos observar que na matriz de admitâncias, o elemento de


admitância reduzido próprio ou mútuo entre fases, é dado pela soma da submatriz das
admitâncias dos blocos de subcondutores de ordem igual ao número de subcondutores
do feixe, ou seja,

∑ ] f ∑ ] f ∑ ] f
2]+N5  s∑ ] f ∑ ] f ∑ ] f u
∑ ] ∑ ] ∑ ] f
(2.39)
f f

onde ∑ ] f é o somatório dos elementos da submatriz de ordem nsc da matriz de


admitâncias e nsc é o número de subcondutores do feixe.

14
Para o caso da matriz de impedância modal, é necessário invertê-la para uma
matriz de admitâncias, assim de modo análogo utiliza-se o processo anteriomente
descrito para a redução da matriz de admitância modal, e ao final do processo inverte-se
novamente esta matriz, resultando na matriz de impedância reduzida.

Este processo é valido para qualquer arranjo geométrico de feixe de


subcondutores, sendo também válido para um número qualquer de subcondutores por
fase. Sendo assim, este método pode ser aplicado tanto para a linha de arranjo
convencional (4 condutores por fase), quanto para a LPNE em estudo (6 condutores por
fase).

2.5. Transposição em Linhas de Transmissão


Em um sistema de potência, a linha de transmissão não deveria agregar
desequilíbrio ao sistema, mas isto acontece devido à geometria da linha, já que as
distâncias entre as fases e a terra e entre as fases nunca serão exatamente as mesmas,
devido ao solo não uniforme ao longo da linha, temperatura variável e outros efeitos.
Logo, por conseqüencia, haverá desbalanços no fluxo de potência.

O desequilíbrio provocado pela transmissão é observado ao longo de toda a


extensão da linha e se torna indesejável nos terminais da linha em termos de tensão e
corrente na freqüência fundamental.

Portanto, a transposição em linhas de transmissão é um método utilizado para


diminuir o desequilíbrio na freqüência fundamental entre as tensões e correntes de fase
vistas dos terminais da linha em análise supondo balanceamento no início da linha, e
consiste na mudança nas posições das fases, ou seja, mudam-se as posições físicas dos
condutores de fase. Desta forma é possível minimizar o desequilíbrio causado pela
linha. Em uma linha de transmissão equilibrada temos, por exemplo, a amplitude da
tensão de fase “a” igual à das outras fases, “b” e “c”, o mesmo ocorrendo para as
correntes que fluem nas fases.

Para compreender melhor a influência da geometria da linha nesta análise é


apresentada na equação (2.40) a impedância série correspondente a uma linha sem
transposição multiplicada pela corrente de cada fase, obtendo valores de tensão
diferentes para cada fase, considerando que os elementos próprios são diferentes entre si
e os elementos mútuos são diferentes entre si para a matriz impedância de uma linha
não transposta. Esta linha de transmissão tem impedâncias próprias Zaa, Zbb, Zcc ,
impedâncias mútuas Zab , Zbc , Zca.

15
mv vv vw vf v
qmw r  qwv ww wf r e qw r
mf fv fw ff f
(2.40)

As impedâncias dependem da geometria da linha de transmissão. A única


situação em que Zab , Zbc e Zca são iguais ocorre quando a linha é completamente
transposta, como está mostrado em (2.41)

mv x y y v
m 
q wr  q y x y r e qw r
mf y y x f
(2.41)

onde os elementos da matriz de impedância ZP e ZM podem ser definidos segundo as


equações abaixo

!vv  ww  ff #


x 
3
(2.42)

!vw  vf  wf #


y 
3
(2.43)

O mesmo raciocínio pode ser utilizado para o cálculo dos elementos da


admitância própria YP e admitância mútua YM da matriz de admitância de uma linha
transposta

!]vv  ]ww  ]ff #


]x 
3
(2.44)

!]vw  ]vf  ]wf #


]y 
3
(2.45)

Existem vários métodos de transposição em linhas de transmissão, porém


abordaremos apenas os dois métodos mais simples, incluindo o método utilizado no
sistema real. O objetivo da transposição é a mudança das posições das fases para que
cada fase ocupe cada uma das posições na torre, por uma distância igual ao longo da
linha, ou seja, 1/3 do comprimento total da linha, como é mostrado na Fig. 2.4.

16
Figura 2.4: Esquema da transposição de linha de transmissão em 3 trechos.

Para conseguir o equilíbrio do sistema de transmissão deve-se ter em mente que


o comprimento do trecho em que a fase “a” ocupa a posição “1” deve ser igual ao
comprimento do trecho em que as fases “b” e “c” ocupam a mesma posição. O mesmo
deve ocorrer para as demais posições.

A forma de representar matematicamente a transposição é utilizando matrizes de


rotação para conseguir modificar as posições dos condutores nas matrizes que
representam a linha de transmissão (matriz de impedância e de admitância). É possível
conseguir as mudanças de posição dos condutores utilizando as duas seguintes matrizes
de rotação

0 0 1
{  q1 0 0r
0 1 0
(2.46)

0 1 0
{S  q0 0 1r
1 0 0
(2.47)

Como é observável: RS


{  R{
}

Em uma linha de transmissão trifásica as suas matrizes de impedância e


admitância possuem a forma

17
vv vw vf
vwf  qwv ww wf r
fv fw ff
(2.48)

]vv ]vw ]vf


]vwf  q]wv ]ww ]wf r
]fv ]fw ]ff
(2.49)

no caso de se aplicar a transposição à matriz impedância de (2.48), ter-se-á como


resultado uma outra matriz, na qual as posições dos elementos serão diferentes das
posições da matriz original

2fvw 5  ~{  e 2vwf 5 e ~{S  (2.50)

observando na Fig. 2.4. a expressão (2.50) é utilizada para a primeira transposição que é
feita no final do primeiro trecho L/3, e para o caso da transposição no final do segundo
trecho é feita de acordo com (2.51)

2wfv 5  ~{S  e 2vwf 5 e ~{  (2.51)

As equações (2.50) e (2.51) são utilizadas de igual forma para as admitâncias.


Um ciclo de transposição numa linha de transmissão pode estar constituído por duas ou
três estruturas de transposição. Um ciclo com duas estruturas de transposição foi
mostrado na Fig. 2.4, e para o caso de ciclo com três estruturas de transposição, ciclo
este que mantém a posição das fases entre as subestações é mostrado na Fig. 2.5,
considerando também que

€[  €j  €⁄3 e €  €(  €⁄6 (2.52)

O ciclo de transposição com três estruturas de transposição está representado na


Fig. 2.5, cuja maior diferença do esquema proposto pela Fig. 2.4 é que as posições das
fases no início e final da linha não se alteram, mantendo a interligação das subestações
com a mesma seqüência de fase. Este ciclo de transposição é usado no sistema real.

Figura 2.5: Esquema da transposição de linha de transmissão em 4 trechos.

18
Analogamente à transposição em 3 trechos da Fig. 2.4, o sistema de transmissão
encontra-se equilibrado, já que a fase “a” ocupa uma posição em determinado trecho,
idêntica às posições que as fases “b” e “c” ocupam nos outros trechos.

Ressaltando que em linhas de transmissão muito longas, estas podem possuir


dois ciclos de transposição, em um total de 7 partes, porém sendo estas poucas linhas
em relação ao total de linhas em operação.

2.6 Cálculo da Potência Trifásica de Linhas de Transmissão


De acordo com a prosposta deste trabalho, é necessário o cálculo da potência
ativa trifásica, para compararmos uma linha de transmissão de potência naturalmente
elevada (LPNE) com uma linha de arranjo convencional com mesmo nível de tensão. A
potência ativa trifásica se constitui um fator muito importante neste trabalho, pois está
diretamente ao custo-benefício quando se for considerado a aquisição de faixa, pois
quando paralelam-se circuitos, linhas de maior capacidade de transmissão de potência
podem ocupar menos corredores do que outras linhas ocupariam. Considerando as
matrizes de impedância e admitância trifásica já reduzidas, ou seja, de ordem 3,
podemos obter as matrizes de componentes de sequência, sendo necessário antes
definirmos a matriz de transformação em componentes de sequência dada por

1 1 1
ƒ  q1 „[ „r
1 „ „[
(2.53)

onde „  1 120°, com estas definições é possível transformar as matrizes de


impedância e admitância em componentes de sequência, de acordo com as equações
(2.54) e (2.55)

 [  ƒS e vwf e ƒ (2.54)

] [  ƒS e ]vwf e ƒ (2.55)

Das matrizes de sequência, podemos definir as impedâncias características para


cada componente de sequência da linha sendo estas dadas pelas equações abaixo


p  
]
(2.56)


p  
]
(2.57)

[
p[  
][
(2.58)

19
Admitindo-se que só haja tensões bem como as cargas nos terminais de linha
equilibradas e simétricas, é possível simplificar à análise de apenas do comportamento
em seqüência positiva, sendo possível calcular a potência característica (ou natural) da
linha, conforme a equação (2.59)

m[
a   L O
p
(2.59)

onde V é o nível de tensão da linha e p é a impedância característica da seqüência


positiva da linha em questão.

Definidos os cálculos dos parâmetros elétricos e da potência ativa característica


da linha de transmissão, passaremos ao próximo capítulo, onde introduziremos o
conceito de substituição do feixe de subcondutores por um único condutor equivalente,
através do conceito de raio médio geométrico (RMG).

20
3. Cálculo de um Condutor Equivalente ao Feixe de
Condutores por Meio do Conceito de Raio Médio
Geométrico

Neste capítulo, será descrito o procedimento para determinação de um condutor


equivalente relativo a um condutor múltiplo genérico a partir do conceito de raio médio
geométrico (RMG).

Porém, vale ressaltar que o cálculo do RMG de um condutor múltiplo parte da


hipótese de que a corrente que percorre o mesmo divide-se igualmente entre todos os
subcondutores. Ou seja, considera-se que as impedâncias de todos os subcondutores são
iguais. Logo, vale observar que os subcondutores não estão todos a uma mesma altura e,
eventualmente, podem não estar igualmente espaçados. Nessas condições, não se pode
afirmar que a corrente seja uniformemente distribuída pelos subcondutores do condutor
múltiplo. Sendo assim, nesses casos, a utilização do conceito de RMG para a definição
de um condutor equivalente, e para o cálculo dos parâmetros elétricos do condutor
múltiplo, gera um resultado com algum desvio, devido à estas imprecisões, como
descrito em Fuchs [9].

3.1 Representação de um Condutor Equivalente a um Condutor Múltiplo


Utilizando o Conceito de RMG

O conceito RMG é empregado para o cálculo dos parâmetros elétricos de


condutores simples, constituídos por encordoamento de um número variável de fios
metálicos cilíndricos e maciços.

No entanto, para determinação dos valores da impedância e admitância de um


feixe de condutores, substitui-se o mesmo por um condutor cilíndrico fictício com raio
igual ao RMG calculado para esse mesmo feixe, tal que o campo eletromagnético que
venha produzir seja igual ao campo total produzido pelos subcondutores que compõem
o condutor múltiplo. Nessas condições, o problema fica resumido na determinação do
RMG do condutor múltiplo em questão, não necessitando ao final do processo, redução
matricial para serem definidas as matrizes trifásicas dos parâmetros elétricos, sendo
apenas necessária inclusão das contribuições do cabos pára-raios.

Porém, vale ressaltar, que a introdução de duas considerações, com base na


figura 3.1, se faz necessária para que a presente técnica seja aplicada com precisão
adequada [9]:

• A distância entre duas fases deve ser muito maior que o valor do raio do
feixe que compõe o condutor múltiplo, de forma que as distâncias entre os
subcondutores de duas fases distintas da linha possam ser consideradas
iguais às distâncias entre os centros geométricos dos condutores múltiplos
em questão;

21
• Os fluxos magnéticos produzidos individualmente pelas correntes que fluem
através dos subcondutores de cada fase se compõem formando um único
campo magnético, de forma que a influência das diversas fases entre si é
provocada pelos campos magnéticos compostos. Estes são deformados, pois
os fluxos magnéticos enlaçados pelos subcondutores mais externos são
menores do que aqueles dos subcondutores internos, resultando em

desprezada. Porém, considerando um valor de ‡M não muito menor do que


indutâncias diferentes. Essa distribuição irregular pode, no entanto, ser

1, essa aproximação não pode ser totalmente considerada.

2 3

Rsc
DAB
2 3 1 n
Fase B

Rsc
1 n
Fase A
Figura 3.1: Feixe de subcondutores relativos à duas fases de uma linha.

A partir das considerações anteriores, baseadas no esboço ilustrado pela figura


3.1, considera-se então que as correntes através de cada subcondutor sejam iguais, como
descreve a equação (3.1),


 
4
(3.1)

sendo In a corrente para o n-ésimo subcondutor e I a corrente total através do feixe de


condutores, ou então, a soma das correntes através dos subcondutores.

Portanto, a partir das considerações anteriores e partindo da hipótese válida de


que os subcondutores que compõe um condutor múltiplo não estão a uma mesma altura
em relação ao solo e também pode não estar igualmente espaçados, como é observável
na figura (3.1), pode-se considerar que a aplicação do RMG no cálculo de parâmetros,
em alguns casos críticos, pode apresentar imprecisões mais acentuadas.

Seguindo as restrições e condições anteriores e através do equacionamento


desenvolvido por Fuchs [9] e também em Stevenson [10, 11], é possível descrever a
fórmula para o cálculo do RMG utilizando a equação (3.2)

22
ˆ‰  &+Š !M[ Mj … M #!M[ M[j … M[ # … !M M[ … MS #
Œ
(3.2)

onde 4 é Número de subcondutores, MŽ é a Distância entre o subcondutor i e o


subcondutor k e +Š é o raio médio geométrico de cada subcondutor, dado pela equação
(3.3)

+ )  +.  S( (3.3)

Em (3.3) r é o raio do subcondutor.

Após a substituição dos feixe de subcondutores por um único condutor


equivalente de raio RMG, todas as equações do capítulo 2 podem se tornam válidas,
tomando-se o cuidado de trocar o feixe de subcondutores por um condutor de raio igual
ao RMG calculado. Para o caso da impedância interna, foi considerado para o cálculo
do RMG que todas estas são iguais, sendo percorridas pela mesma corrente. Assim, é
possível calcular a impedância interna de um subcondutor, e de posse deste dado,
calcular a impedância interna do condutor equivalente, que é simplesmente a associação
em paralelo das impedâncias dos subcondutores (que são idênticas), definida pela
equação (3.4),

 
4
(3.4)

onde  é a impedância interna de um dos subcondutores e nsc é o número de


subcondutores do feixe.

Este procedimento não é indicado, porém será utilizado como uma das
considerações simplificadoras neste trabalho.

Com os conceitos de impedância interna do condutor equivalente e de raio


médio geometérico definidos, podemos passar ao próximo capítulo, no qual há a
apresentação da LPNE a ser estudada e suas peculiaridades.

23
4. Apresentação da Linha de Transmissão em Estudo

A linha em análise é uma linha trifásica de circuito simples em 525 kV, onde um
circuito de testes está implantado em Seropédica, no estado do Rio de Janeiro, com uma
parceria firmada entre CEPEL, FURNAS e outras empresas [1]. Esta possui seis
subcondutores de geometria hexagonal irregular, porém circunscrita, com dois arranjos
distintos que caracterizam o arranjo de feixe expandido, compondo o feixe de cada fase
e dois cabos pára-raios, conforme descrito em [1].

Na Fig. 4.1. estão mostradas as disposições físicas dos dois arranjos de sub-
condutores, excetuando-se os cabos pára-raios. O primeiro arranjo é utilizado apenas na
ancoragem das torres, já o segundo arranjo é utilizado em todo o vão.

Figura 4.1: Arranjos da LPNE.

As torres utilizadas serão todas estaiadas, do tipo cross-rope com a ancoragem


do tipo delta invertido, de acordo com [1]. A figura a seguir mostra a silhueta deste tipo
de torre.

24
Figura 4.2: Arranjo das cadeias em delta invertido.

25
4.1 Dados Elétricos da Linha

Mostram-se nas Tabelas 1.1 e 1.2, os dados elétricos para os dezoito condutores
de fase, e para os dois cabos pára-raios, estes serão também os tipos de condutores e
cabos pára-raios utilizados na linha de geometria convencional. A resistividade do solo
considerada para a análise é de 1000 Ωm.

Tabela 1.1: Dados e características dos condutores de fase das linhas.

Condutor de fase tipo RAIL


Raio externo R1 14,795 mm
Raio interno R0 3,70 mm
Resistência CC 0,05906 Ω/km
Permeabilidade magnética 1,0

Tabela 1.2: Dados e características dos pára-raios das linhas.

Condutor pára-raios tipo EHS


Raio externo R1 4,565 mm
Raio interno R0 0,00 mm
Resistência CC 3,51 Ω/km
Permeabilidade magnética 80,0

De posse destes dados, já é possível dar início as simulações em Matlab para


encontrar o nível de potência da linha, cuja será variada a altura média do arranjo de
condutores, possibilitando encontrar uma linha convencional mais adequada de mesmo
nível de tensão para a comparação do potencial a ser transmitido por cada linha em
estudo, sendo necessário também ser definidas as hipóteses simplificadoras em relação à
LPNE.

4.2 Considerações simplicadoras da LPNE

Algumas simplificações foram adotadas para a LPNE, devido à complexidade do


arranjo de feixe expandido, e da altura média dos condutores no vão, de modo à facilitar
a implementação computacional, sendo descritas a seguir.

26
Dentro do vão, será considerado 25% do vão sendo uma transição linear dos
condutores de arranjo (a) para o arranjo (b), e 75% do vão contendo somente o arranjo
(b), sendo estes arranjos especificados na figura (3.1) tanto para o espaçamento vertical,
quanto o espaçamento horizontal, logo as matrizes de impedâncias e admitâncias
unitárias corrigidas devido ao feixe expandido do arranjo serão dadas pelas seguintes
expressões

!v  w # 3w
b  
8 4
(4.1)

!]v  ]w # 3]w
]b  
8 4
(4.2)

onde v é a matriz de impedância unitária para o arranjo “a”, w é a matriz de


impedância unitária para o arranjo “b”, ]v é a matriz de admitância unitária para o
arranjo “a” e ]w é a matriz de admitância unitária para o arranjo “b”.

A altura média dos condutores será dada pela expressão simplificada da altura
média da parábola que forma o vão, lembrando que para o caso dos dos cabos pára-
raios, é considerado o maior tracionamento dos mesmos no vão, e por consequência, a
maior altura média em relação à altura média de referência do arranjo. Para ambas
linhas a serem estudadas, os condutores e os cabos pára-raios terão a altura média
definida pela equação (4.3)

I  I[ 2IV
IV  H JH J
6 3
(4.3)

onde H1 é altura da torre 1, H2 é altura da torre 2 e Hmv é altura do meio do vão entre as
duas torres.

Será considerada toda a extensão da LPNE, como uma repetição dos dois
últimos vãos, segundo a figura 4.3, porém será considerado por simplicidade que o
comprimento de cada vão é de 400 m, além do solo ser perfeitamente paralelo com a
altura média dos cabos, conforme descritono capítulo 2.1. Também por simplicidade
será considerado para a implementação computacional das linhas, o comprimento fixo
de cada vão em 400 m e o comprimento total do circuito de 400 km, totalizando uma
extensão de 1000 vãos.

27
Figura 4.3: Plotação do trecho da LPNE a ser considerado em repetição.

28
5. Implementação dos modelos das linhas a serem
comparadas

Após a revisão dos princípios para cálculo dos parâmetros elétricos e


apresentação dos aspectos peculiares da linha de potencial naturalmente elevado a ser
estudada, é possível implementar computacionalmente, utilizando o Matlab, os dados de
entrada para gerar o arranjo geométrico médio das linhas e a capacidade de transmissão
de potência de cada linha.

5.1 Arranjos Médios de Entrada

O arranjo geométrico médio de cada linha estudada está apresentado nas figs.
5.1 e 5.2. Estes arranjos foram definidos após calculadas as alturas médias das parábolas
que formam os vãos das mesmas, segundo as condições simplificadoras citadas no
capítulo 4.1., sendo estes os arranjos de entrada das linhas em estudo.

Figura 5.1: Arranjo médio dos cabos da LPNE a ser estudada.

29
Figura 5.2: Arranjo médio dos cabos da linha convencional a ser estudada.

5.2 Cálculo da Potência Ativa Trifásica de Transmissão pelos


Métodos Propostos

Pela proposta de estudo dos diversos métodos, foram realizadas várias iterações
em cada metodologia proposta, variando a altura de referência dos arranjos para cada
linha, em passos de 0,5% da altura média estimada de acordo com os vãos das linhas.
Os limites de variação foram de -20% e +50% do valor médio estimado para a altura de
referência do arranjo de cada linha.

O resultados destas iterações que descrevem a curva da potência natural das


linhas em relação a altura de referência dos condutores foram comparados para as 3
metodologias testadas: O método da matriz primitiva com redução matricial, o método
utilizando os conceitos de RMG anteriormente descritos e, finalmente o método
utilizando os conceitos de RMG, porém desprezando os efeitos dos cabos pára-raios.

Os dados de saída geram um gráfico da altura média de referência do arranjo, em


relação à capacidade de potência a ser transmistida pela linha. Os gráficos gerados para
cada linha pelo método das matrizes primitivas com redução matricial são apresentados
na folha seguinte.

30
Figura 5.3: Gráfico da altura média de referência versus potência pelo método da matriz
primitiva com redução matricial para o estudo da LPNE.

Figura 5.4: Gráfico da altura média de referência versus potência pelo método da matriz
primitiva com redução matricial para o estudo da linha de arranjo convencional.

Também foram gerados os gráficos da altura média de referência do arranjo, em


relação à capacidade de potência a ser transmistida pela linha, por cada método
anteriormente citado, resultando nos gráficos da página a seguir.

31
Figura 5.5: Gráfico da altura média de referência versus potência nos 3 métodos
propostos para o estudo da LPNE.

Figura 5.6: Gráfico da altura média de referência versus potência nos 3 métodos
propostos para o estudo da linha de arranjo convencional.

32
5.3 Análise dos Resultados

De modo a analisar os resultados, para cada caso com aproximação por RMG,
também foi gerado o erro máximo em relação ao cálculo das matrizes completas de
impedância e admitância reduzidas por redução matricial, as tabelas 1.3 e 1.4
representam esta análise dos erros dos dados coletados. Estes erros foram dados por

a!‘# % a’!‘# a’!‘#


X!‘#  H J e 100%  H1 % J e 100%
a!‘# a!‘#
(5.1)

Onde X!‘# é o vetor de erros modular de determinado método aproximado


relativo ao método das matrizes primitivas com redução matricial, a!‘# é o vetor de

a’!‘# é o vetor de potências do método aproximado gerado pela variação da altura dos
potências do método das matrizes primitivas gerado pela variação da altura dos cabos,

cabos.

Tabela 1.3: Erros encontrados no estudo da potência da LPNE.

LPNE
Método utilizado εMAX εMIN
RMG com efeito dos 5,11% 5,00%
cabos pára-raios
RMG sem efeito dos 5,33% 5,28%
cabos pára-raios

Tabela 1.4: Erros encontrados no estudo da potência da linha de arranjo convencional.

Linha de arranjo geométrico convencional


Método utilizado εMAX εMIN
RMG com efeito dos 1,64% 1,35%
cabos pára-raios
RMG sem efeito dos
1,93% 1,67%
cabos pára-raios

Como podemos observar nos gráficos e nas tabelas, devido ao menor número de
condutores e ao arranjo poligonal regular da linha de arranjo convencional, esta
produziu menores erros no cálculo da potência transmitida pelos métodos que utilizaram
o conceito de RMG em relação aos erros da LPNE utilizando os mesmos métodos,
pórem o cálculo com RMG gerou uma inversão na curva de potência, que nos mostra
que apesar da boa aproximação, o método de substituição do feixe por RMG não serve
para estudos precisos.

33
A potência a ser transmitida pela linha depende de vários fatores, dentre eles, o
arranjo dos condutores, que pode reduzir ou aumentar a impedância externa e
admitância, que influenciam, respectivamente, inversamente e diretamente, na potência
a ser transmitida pela linha. A alteração do arranjo de subcondutores quando
substituídos por um condutor equivalente (RMG) causou esta inversão da curva na linha
de arranjo convencional, já que este condutor equivalente não representa exatamente o
comportamento dos subcondutores envolvidos [9].

Também podemos observar na tabela 1.4 que a inversão da curva de potência


causada pelos métodos que utilizaram a eliminação do feixe por RMG na linha de
arranjo convencional causou uma variação de erro percentual maior entre os erros
mínimos e máximo para cada método. Isto é causado pela aproximação das curvas de
potência nas alturas mais baixas, que acaba por reduzir o erro e pelo afastamento das
curvas de potência conforme a altura aumenta, gerando erros maiores.

Também é válido ressaltar que devido ao arranjo de polígono não-regular da


LPNE, os erros encontrados utilizando-se a aproximação por RMG poderiam ser
menores caso o condutor fictício de raio igual ao RMG fosse colocado no centro
geométrico do feixe, ao invés do centro da circunferência, visto que 2/3 dos
subcondutores estão voltados para a região central de simetria do arranjo. Este
posicionamento no centro da circunferência realizado pelo autor, teve a intenção de
acentuar os erros dos métodos que utilizaram o RMG.

Muitos autores têm modelos para correção do resultados dos parâmetros


elétricos quando é aplicado o RMG, gerando resultados melhores desta aproximação em
relação ao método das matrizes primitivas. Porém estes modelos fogem das propostas
definidas pelo autor e não serão utilizados.

34
6. Análise de custo de implantação das linhas estudadas
Os resultados gerados da capacidade de potência a ser transmitida por cada linha
foram apresentados no capítulo anterior. Agora, torna-se de interesse a análise do custo
de implantação de cada circuito, sendo possível fazer outra comparação entre as linhas
estudadas, dada pelo custo de implantação de cada Megawatt a ser transmitido pelas
linhas estudadas. Em primeiro lugar, foi gerada a planilha básica de custos de
implantação dos circuitos de arranjos distintos, observando todos o itens, desde o
material a ser empregado, até os custos de mão-de-obra a ser utilizada, sendo utilizado
os dados de referência do relatório básico da ELETROBRÁS de orçamentos de linhas
de transmissão (OLT).

Para LPNE, os valores foram adaptados pelo autor em conjunto com o escritório
de construção do Rio de Janeiro de FURNAS (ECRJ.C) para os valores aferidos em
medições de campo, como número de isoladores, espaçadores, cablagem, peso das
estruturas, etc. Partindo também da simplificação que caso apenas seja necessário um
circuito a ser implantado, seria possível ambas linhas estudadas utilizarem o mesmo
traçado, fato que torna de grande interesse esta comparação.

As planilhas de custo de implantação para cada tipo de linha de transmissão


estudada, em R$/km é descrita pelos itens de preço nas tabelas abaixo.

Tabela 1.5: Orçamento base para a LPNE estudada.

Orçamento Básico
LPNE 525 kV

LT Corrente Alternada 500 kV - Circuito Simples / Estrutura Estaiada Tipo Cross-Rope / Fundação em concreto /
Cablagem 6 x 954,0 CAA RAIL por fase e 2 x 9.15 AÇO AÇO 3/8 EHS / Cadeia Tipo Delta Invertido

Referência: Dez/08

%
Item Descrição Quant. Unid. Preço Unit. Unid. TOTAL
Total

1 TERRENOS E SERVIDÕES 65.000,00 M2 R$ 0,38 R$/M2 R$ 24.700,00 2,9%

2 ESTRUTURAS AÇO ESTRUTURAL 20.092,61 Kg R$ 7,05 R$/KG R$ 141.652,90 16,5%

3 ESTAIAMENTO -CA- CONVENCIONAL 2,51 UND R$ 3.740,00 R$/UND R$ 9.368,70 1,1%

4 FUNDAÇÃO AÇO ESTRUTURAL

5 CABO CONDUTOR - CAA 30.300,48 Kg R$ 10,67 R$/KG R$ 323.306,12 37,8%

6 CABO PARA-RAIOS - AÇO 860,00 Kg R$ 9,90 R$/KG R$ 8.514,00 1,0%

7 CABO PÁRA-RAIOS ÓPTICO

8 ISOLADORES 691,38 UND R$ 57,24 R$/UND R$ 39.574,59 4,6%

9 CONJ. SUSPENSAO CONDUTOR (N=6) 10,67 UND R$ 1.441,67 R$/UND R$ 15.382,62 1,8%

10 CONJ. ANCORAGEM CONDUTOR (N=6) 1,12 UND R$ 2.083,33 R$/UND R$ 2.333,33 0,3%

35
11 CONJ. JUMPER CONDUTOR (N=6) 0,57 UND R$ 1.310,61 R$/UND R$ 747,05 0,1%

12 CONJUNTOS SUSPENSAO PARA-RAIOS 4,73 UND R$ 107,00 R$/UND R$ 506,11 0,1%

13 CONJUNTOS ANCORAGEM PARA-RAIOS 0,49 UND R$ 179,17 R$/UND R$ 87,79 0,0%

14 AMORTECEDORES PARA-RAIOS 9,97 UND R$ 163,43 R$/UND R$ 1.629,40 0,2%

15 ESPAÇADORES CONDUTOR (N=6) 39,08 UND R$ 350,04 R$/UND R$ 13.678,86 1,6%

16 OUTROS ACESSORIOS (N=6) R$ 3.607,20 0,4%

17 ATERRAMENTO - MATERIAIS R$ 3.316,67 0,4%

18 AQUISIÇÃO DE MATERIAL R$ 563.705,34 65,9%

19 INSPEÇÃO DE MATERIAL R$ 2.818,53 0,3%

20 LIMPEZA DE FAIXA 65.000,00 M2 R$ 0,13 R$/M2 R$ 8.450,00 1,0%

21 ESCAVAÇAO P/ FUND, CONCRETO 23,59 M3 R$ 238,76 R$/M3 R$ 5.632,35 0,7%

22 EXECUÇÃO FUNDAÇÃO - CONCRETO 23,59 M3 R$ 1.842,09 R$/M3 R$ 43.454,90 5,1%

23 ESTRUTURA MONTAGEM 20.092,61 Kg R$ 1,90 R$/KG R$ 38.175,96 4,5%

24 LANÇAMENTO CONDUTOR (N=6) R$ 48.424,25 5,7%

25 LANÇAMENTO PARA-RAIOS (P=2) R$ 4.238,40 0,5%

26 INSTALAÇÃO PÁRA-RAIOS ÓPTICO

27 ATERRAMENTO - INSTALACAO R$ 5.460,00 0,6%

28 ACESSOS R$ 3.700,27 0,4%

29 CANTEIRO DE OBRAS R$ 7.876,81 0,9%

30 SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO R$ 165.412,94 19,3%

31 TOPOGRAFIA R$ 4.000,00 0,5%

32 SONDAGEM R$ 1.266,00 0,1%

33 PROJETO BÁSICO R$ 3.809,51 0,4%

34 PROJETO EXECUTIVO R$ 11.428,54 1,3%

35 CUSTOS AMBIENTAIS R$ 22.857,08 2,7%

36 FISCALIZAÇÃO R$ 15.238,06 1,8%

37 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL R$ 24.457,08 2,9%

38 EVENTUAIS R$ 16.304,72 1,9%

39 CUSTO TOTAL R$ 855.997,80 100,0%

40 CUSTO EM DÓLAR R$ 472.926,96

36
Tabela 1.6: Orçamento base para a linha de arranjo convencional estudada.

Orçamento Básico
LT Convencional 525 kV

LT Corrente Alternada 500 kV - Circuito Simples / Estrutura Metálica Auto-Portante / Fundação em Concreto /
Cablagem 4 x 954,0 CAA RAIL por fase e 2 x 9.15 AÇO 3/8" EHS / Cadeia Tipo IVI

Referência: Dez/08

%
Item Descrição Quant. Unid. Preço Unit. Unid. TOTAL
Total

1 TERRENOS E SERVIDÕES 60.000,00 M2 R$ 0,38 R$/M2 R$ 22.800,00 3,2%

2 ESTRUTURAS AÇO ESTRUTURAL 21.820,00 Kg R$ 7,05 R$/KG R$ 153.831,00 21,6%

3 ESTAIS – MATERIAL

4 FUNDAÇÃO AÇO ESTRUTURAL

5 CABO CONDUTOR - CAA 20.160,00 Kg R$ 10,67 R$/KG R$ 215.107,20 30,2%

6 CABO PARA-RAIOS - AÇO 860,00 Kg R$ 9,90 R$/KG R$ 8.514,00 1,2%

7 CABO PÁRA-RAIOS ÓPTICO

8 ISOLADORES 291,00 UND R$ 57,24 R$/UND R$ 16.656,84 2,3%

9 CONJ. SUSPENSAO CONDUTOR (N=4) 6,64 UND R$ 1.441,67 R$/UND R$ 9.572,69 1,3%

10 CONJ. ANCORAGEM CONDUTOR (N=4) 0,93 UND R$ 2.083,33 R$/UND R$ 1.937,50 0,3%

11 CONJ. JUMPER CONDUTOR (N=4) 0,46 UND R$ 1.310,61 R$/UND R$ 602,88 0,1%

12 CONJUNTOS SUSPENSAO PARA-RAIOS 4,43 UND R$ 107,00 R$/UND R$ 474,01 0,1%

13 CONJUNTOS ANCORAGEM PARA-RAIOS 0,62 UND R$ 179,17 R$/UND R$ 111,09 0,0%

14 AMORTECEDORES PARA-RAIOS 9,47 UND R$ 163,43 R$/UND R$ 1.547,68 0,2%

15 ESPAÇADORES CONDUTOR (N=4) 41,00 UND R$ 291,67 R$/UND R$ 11.958,47 1,7%

16 OUTROS ACESSORIOS (N=4) R$ 2.400,00 0,3%

17 ATERRAMENTO - MATERIAIS R$ 3.316,67 0,5%

18 AQUISIÇÃO DE MATERIAL R$ 426.030,02 59,8%

19 INSPEÇÃO DE MATERIAL R$ 2.130,15 0,3%

20 LIMPEZA DE FAIXA 60.000,00 M2 R$ 0,13 R$/M2 R$ 7.800,00 1,1%

21 ESCAVAÇAO P/ FUND, CONCRETO 35,00 M3 R$ 238,76 R$/M3 R$ 8.356,60 1,2%

22 EXECUÇÃO FUNDAÇÃO - CONCRETO 38,00 M3 R$ 1.842,09 R$/M3 R$ 69.999,42 9,8%

23 ESTRUTURA MONTAGEM 21.820,00 Kg R$ 1,73 R$/KG R$ 37.748,60 5,3%

24 LANÇAMENTO CONDUTOR (N=4) R$ 32.283,10 4,5%

25 LANÇAMENTO PARA-RAIOS (P=2) R$ 4.238,40 0,6%

26 INSTALAÇÃO PÁRA-RAIOS ÓPTICO

27 ATERRAMENTO - INSTALACAO R$ 5.460,00 0,8%

28 ACESSOS R$ 3.700,27 0,5%

37
29 CANTEIRO DE OBRAS R$ 8.479,32 1,2%

30 SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO R$ 178.065,71 25,0%

31 TOPOGRAFIA R$ 4.000,00 0,6%

32 SONDAGEM R$ 1.266,00 0,2%

33 PROJETO BÁSICO R$ 3.171,46 0,4%

34 PROJETO EXECUTIVO R$ 9.514,38 1,3%

35 CUSTOS AMBIENTAIS R$ 19.028,76 2,7%

36 FISCALIZAÇÃO R$ 12.685,84 1,8%

37 ADMINISTRAÇÃO CENTRAL R$ 20.360,77 2,9%

38 EVENTUAIS R$ 13.573,85 1,9%

39 CUSTO TOTAL R$ 712.626,93 100,0%

40 CUSTO EM DÓLAR R$ 393.716,54

Finalmente, de posse destes dados, é possível calcular o custo médio de


implantação de cada quilômetro por Megawatt a ser transmitido, com base na altura
média de referência do projeto, estimado pelo método das matrizes primitivas reduzidas,
que que é considerado o método mais preciso dos métodos utilizados, gerando as
seguintes tabelas:

Tabela 1.7: Custos médios estimados de implantação por MW das linhas estudadas.

Tipo de Linha de Transmissão Estudada MW R$/km R$/(MW.km)


LPNE 525 kV 1973,3 855.997,80 433,79
Linha de arranjo convencional 525 kV 1275,0 712.626,93 558,92
Diferença (LPNE/Arranjo Convencional) +54,77% +20,12% -22,39%

De acordo com a tabela acima, podemos observar um ganho de 54,77% de


potência a ser transmitida com a LPNE, e um aumento do custo de implantação desta de
apenas 20,12%, que reflete em uma redução de 22,39% do valor de implantação de cada
Megawatt para o mesmo circuito da LPNE em relação a linha de arranjo convencional.
Este valor é surpreendente, porém é válido ressaltar que em termos práticos, a referência
base deve ser corrigida para valores atuais para cada item de preço, e estes por sua vez,
tem pesos diferentes para cada linha a ser implantada.

Também é valido ressaltar que a troca das torres metálicas autoportantes por
torres estaiadas no caso da linha de arranjo convencional, a diferença entre os custos de
implantação de ambas as linhas tenderia a aumentar. De modo à melhorar a
comparação, o autor estima que a diferença entre os custos de implantação de traçado
podem variar até um valor 15% superior do que a diferença estimada. Sendo assim, esta
diferença dos preços entre as linhas pode chegar até à 35,12%, logo é possível definir
uma mínima diferença atualizada dos custos de implantação por Megawatt.

38
Tabela 1.8: Diferença mínima dos custos de implantação por Megawatt das linhas
estudadas.

MW R$/km R$/(MW.km)
Diferença (LPNE/Arranjo Convencional) +54,77% +35,12% -12,70%

Como podemos observar, mesmo estimando um erro aditivo de 15% no caso de


atualização das planilhas de custos, a LPNE continua apresentando um custo de
implantação por Megawatt menor em relação a linha de arranjo convencional de
12,70%, fato que demonstra uma superioridade tanto em transmissão de potência desta
LPNE, quanto ao custo de implantação por Megawatt em relação a outra linha em
estudo.

É valida a observação que o custo de implantação de cada Megawatt de cada


linha em estudo é apenas tomado como base, para uma análise econômica completa
deveria ser considerado para cada linha estudada fatores como a receita, custos de
perdas, custos de operação e manutenção, etc.

Também é interessante observar que do ponto de vista elétrico, a LPNE já possui


a vantagem de operação em patamares que a linha de arranjo convencional aqui
estudada estaria operando em sobrecarga, ou seja, a LPNE pode trazer maior
flexibilidade e, no caso de apenas um circuito implantado, maior confiabilidade ao
sistema.

Esta diferença entre as máximas potências ativas características a serem


transportadas pelas linhas também podem sofrer variações, caso seja usado um modelo
mais completo considerando fatores como o campos elétrico do solo, valores reais da
resistividade do solo (já que esta variável é regional), efeito coroa, etc. Para o caso da
LPNE, o estudo desenvolvido por Amon et al [1] resultou em uma capacidade de
transmissão de potência desta LPNE de cerca de 2200 MW, que é 11,49% maior do que
a capacidade estimada pelo método mais preciso utilizado neste trabalho.

39
7. Conclusão

A comparação dos diversos métodos utilizados mostrou que a aproximação por


RMG têm erros e, que o erro é maior quando há assimetria e grande número de
subcondutores no feixe. Foram aferidos desvios consideráveis no cálculo da potência
característica da LPNE, e uma inversão da curva de potência no caso da linha
convencional, que mostram que o cálculo baseado no RMG só possui caratér didático,
não devendo ser utilizado em qualquer tipo de estudo mais apurado.

Para o caso da LPNE, também foi mostrado que a potência característica desta
LPNE em relação à linha de arranjo convencional calculada pelo método de maior
exatidão utilizado neste trabalho foi 54,77% maior, que é uma grande elevação da
potência característica, confirmando o desempenho esperado pela mesma.

No último capítulo, finalmente chegou-se ao ponto chave deste trabalho, pois foi
realizada uma análise de custo de implantação do traçado por Megawatt, de modo a
definir qual linha possui os custos mais atrativos por capacidade instalada, e apesar da
elevação do nível de potência da LPNE ser superior que 50% em relação à linha de
arranjo convencional comparada, o custo de implantação por Megawatt desta LPNE
mostrou-se mais atraente, mesmo considerando grandes desvios devido a desatualização
destes custos tomados como base.

É claro que existem várias configurações de linhas de nível de tensão 500 kV


para serem analisadas, e os resultados aqui colhidos podem variar. Por exemplo, a troca
dos condutores na linha de arranjo convencional por condutores que no feixe possuam o
peso próximo ao peso do feixe da LPNE, tende a aumentar o desempenho dos custos de
implantação da LPNE. Porém neste estudo foi considerado apenas as características dos
condutores originais dos projetos de cada linha em estudo.

A LPNE aqui estudada mostrou que devido ao seu desempenho, há uma grande
favorecimento para a implantação de novos traçados desta LPNE. A potência
característica do circuito, quase 1980 MW, é uma potência impressionante quando
comparada com linhas de transmissão convencionais e mesmo nível de tensão. A
redução de hipóteses simplificadoras resultaram em desempenho superior desta linha.
Neste trabalho não foram analisados os esforços mecânicos desta LPNE.

Devido à expansão do sistema de transmissão brasileiro, ocasionado pela


crescente demanda de carga, confirmando a necessidade de investimentos em
transmissão, o conceito de LPNE mostra que há uma grande tendência da expansão dos
estudos e implantação de traçados deste tipo de linha. Um bom projeto de LPNE, torna-
se um investimento atraente por vários fatores, como: menor custo de implantação por
capacidade instalada, redução de impactos ambientais, flexibilidade do sistema, dentre
outros.

40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] AMON F. J., GABAGLIA C.P.R., IZYCKI M. J., TAVARES G., MENEZES R. C.
R., RIERA J. D., OLIVEIRA T. T., RIGUEIRA A. S., DART F. C., SILVA J. B.
G. F., CARVALHO M., FERREIRA L. F., “Otimização de Linha de Transmissão
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[2] SANTIAGO, N. H. C., Linhas Aéreas de Transmissão, Apostila do curso Linhas


de Extra Alta Tensão, DEE, UFRJ, 1983.

[3] TAVARES, M. C., Cálculo de Parâmetros Longitudinais e Transversais em


componentes de fase e de seqüência, Apostila do curso Tópicos em Sistemas de
Energia Elétrica, DSCE, UNICAMP, 2003.

[4] CHIPMAN, R. A., Teoria e Problemas de Linhas de Transmissão, Editora Mc


Graw-Hill do Brasil Ltda, São Paulo, SP, 1972.

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Ground Return Plane – A Simplified Model for Homogeneous and Multi-Layer
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Engenharia Elétrica, Chile, 1995.

[8] FLANNERY, B. P., PRESS, W. H., TEUKOLSKY S. A., VETTERING W. T.,


Numerical Recipes in C++. The Art of Scientific Computing, Editora Cambridge
University Press, 3ª Edição, Cambridge, United Kingdom, 2007.

[9] FUCHS, R. D., Transmissão de Energia Elétrica: Linhas Aéreas; Teoria das
Linhas em Regime Permanente, 2a edição, Editora livros Técnicos e Científicos,
Rio de Janeiro, RJ, 1977.

[10] STEVENSON, W. D., Elementos de Análise de Sistemas de Potência, McGraw-


Hill do Brasil LTDA., 1977.

[11] STEVENSON, W. D., Elements of Power System Analysis, McGraw-Hill, 4ª


Edição, 1982.

[12] HOFMANN, L., “Series expansions for line series impedances considering
different specific resistances, magnetic permeabilities, and dielectric permittivities
of conductors, air, and ground.”, In: IEEE Transactions on Power Delivery, New
York, v. 18, n. 2, p. 564-570, 2003.

41
[13] KUROKAWA, S., Parâmetros Longitudinais e Transversais de Linhas de
Transmissão Calculados a Partir das Correntes e Tensões de Fase, Tese de D.
Sc., Unicamp, Campinas, SP, Brasil, 2003.

[14] CARVALHO, C. G., Características dos parâmetros do condutor equivalente a


um feixe de subcondutores de linha de transmissão: Análise inicial, Dissertação
de M. Sc., UNICAMP, Campinas, SP, Brasil, 2007.

[15] MAIA, MARCELO J. A., “Linha de Potência Natural Elevada (LPNE): Utilização
do Conceito de Linhas de Transmissão Convencionais para o Aumento da
Capacidade de Transmissão”, In: CIER/BRACIER, 1994.

[16] RÉGIS J. O., “Linhas Não Convencionais de Potência Natural Elevada (LPNE):
Um Exercício de Prospecção em 69 kV e 138 kV”, In: V ERLAC, 1993.

[17] NETO, A. P., “Estudos Paramétricos de Engenharia e Custos Comparativos de


LPNE Versus LT Convencional”, In: XIII SNPTEE; 1995.

[18] PINHEIRO, M. G., Análise de sensibilidade de parâmetros elétricos de linha da


transmissão no domínio da frequência, Dissertação de M. Sc., UNICAMP,
Campinas, SP, Brasil, 2005.

[19] PAZ, M. A., Modelo reduzido de linhas de transmissão para transitórios


eletromagnéticos – Aplicação de propriedades complexas, Tese de D. Sc.,
UNICAMP, Campinas, SP, Brasil, 2005.

[20] FREITAS, M. A., Uma contribuição ao estudo do efeito corona em linhas de


transmissão, Dissertação de M. Sc., UNICAMP, Campinas, SP, Brasil, 2005.

[21] FLORES, A. V. E., Análise da correta modelagem da transposição em linhas de


transmissão no domínio da freqüência, Dissertação de M. Sc., UNICAMP,
Campinas, SP, Brasil, 2006.

[22] YAMANAKA, F. N. R., Inclusão do efeito da freqüência nas equações de estado


de linhas bifásicas: análise no domínio do tempo, Dissertação de M. Sc.,
UNICAMP, Campinas, SP, Brasil, 2009.

[23] COSTA, E. M. C., Um modelo para condutores múltiplos considerando a


distribuição de corrente nos subcondutores, Dissertação de M. Sc., UNICAMP,
Campinas, SP, Brasil, 2009.

[24] SALARI, J. C. F., Efeito das descargas atmosféricas no desempenho de linhas de


transmissão – Modelagem nos domínio do tempos e da freqüência, Tese de D.
Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2006.

[25] PORTELA, C. M. J. C. M., Regimes Transitórios, v.1, 2, 3 e 4, COPPE/UFRJ,


Edição COPPE/UFRJ & Eletrobrás, Rio de Janeiro, Brasil, 1983.

42
ANEXO I
CÁLCULO DA IMPEDÂNCIA INTERNA DO CONDUTOR

Considere um condutor tubular de seção reta com formade coroa circular, de raio
interno R0 e externo R1, conforme a figura abaixo:

Figura A.1: Vista longitudinal e transversal de um condutor cilíndrico de seção reta em


forma de coroa circular.

Conforme foi dito no capitulo 2.3, só se leva em consideração a intensidade do

–––—  % ™ š
frequência, dada por ” •–— . NZ ––––— , aplicada a superfície ∆S1, tem-se que
–— . N
campo elétrico longitudinal. Da equação de Maxwell na forma integral, no domínio de

˜ ›

∆Z2•!+  ∆+# % •!+#5  !š∆Z∆+#

2•!+  ∆+# % •!+#5


 š
∆+
se ∆+  0, temos

ž•
 š
ž+
Para uma determinada intensidade de campo magnético H da forma I   Ÿ

sabendo-se que š  I, temos


e

ž•
 I
ž+
(A.1)

43
–––—  ™ —. N
–— . NZ ––––— , aplicada à
Da equação de Maxwell na forma integral, no domínio da frequência,
desprezando-se a corrente de deslocamento, dada por ” I ˜ ›
superfície ∆S1, tem-se

2!+  ∆+#I!+  ∆+# % 2I!+#  2+∆+

!+  ∆+#I!+  ∆+# % I!+#


 +
∆+
se ∆+  0, temos

ž2+I!+#5
 +
ž+
como  •

ž2+I!+#5
+  I!+#  •
ž+
(A.2)

De (A.1) e (A.2) pode-se escrever a seguinte equação diferencial

ž [ • 1 ž•
 % •  0
ž+ [ + ž+
ou

ž [• ž•
+[ + % + [ •  0
ž+ [ ž+
Como E é somente função de r, dentro das aproximações do que as atenuações
longitudinais são desprezíveis em relação às transversais, a equação diferencial anterior
pode ser escrita como

N[• N•
+[ + % + [ •  0
N+ [ N+

definindo o parâmetro adimensional "  +&.

N[ • N•
" [
 " % "[ •  0
N+ [ N+
A solução para esta equação diferencial é da forma

•  ¡  !"#  ¡[ $ !"#
(A.3)

onde ¡  ¡[ são constantes,   $ são respectivamente as funções modificadas de


Bessel de 1ª e 2ª espécie de ordem zero.

44
Como •  •!+#, de (A.1) vem que

1 ž•
I
 ž+

logo

1 N
I 2¡  !"#  ¡[ $ !"#5
 ž+ 

como

N N
 !"#   !"#  $ !"#  $ !"#
N" N"

tem-se

1 N"
I 2¡  !"#  ¡[ $ !"#5
 ž+


I 2¡  !"#  ¡[ $ !"#5
  

As constantes C1 e C2 podem ser derteminadas pelas seguintes condições de


contorno:

• O campo magnético é nulo para r = R0;


• As correntes são nulas no condutor para r < R0, por hipótese adotada.

Pela primeira condição de contorno


I0 2¡  !" #  ¡[ $ !" #5
  

¡ $ !" #

¡[  !" # (A.4)

onde

"   &

Pela segunda condição de contorno:

A corrente I no condutor é dada por


- -
  ¢ —. ––––—
N  ¢ •N  ¢ •2+N+  2 ¢ •+N+
› › - -

45
como "  +&
"
+
&

N+ 1

N" &

logo
£¤
" N" 2 £¤
  2 ¢ •  ¢ "•N"
£ & &  £

2 £¤
 ¢ "2¡  !"#  ¡[ $ !"#5N"
 £

2 £¤ £¤
 h¡ ¢ " !"#N"  ¡[ ¢ "$ !"#N"i
  £ £

2" !"#5  " !"# e 2"$ !"#5  %"$ !"#


d d
d£ d£
como

2
 ~¡ " !"#|£¤¦ % ¡[ "$ !"#|£¤¦ 
£ £


2
 2¡ "  !" # % ¡ "  !" # % ¡[ " $ !" #  ¡[ " $ !" #5
    

Pela relação em (A.4), temos que

2  !" #
  ¡ §"  !" # % "  !" # % 2" $ !" #  " $ !" #5¨
 $ !" #   

logo

  !" #$ !" #  $ !" # !" #


 
2"  !" #$ !" # %  !" #$ !" #

Portanto a impedância interna de um condutor tubular com seção reta com a


forma de coroa circular será dada pela expressão:

 1  !" #$ !" #  $ !" # !" #


      
 2  !" #$ !" # %  !" #$ !" # (A.5)

Onde: I0, I1, K0, K1 são funções de Bessel de primeira e segunda ordem,
respectivamente.

46
' '
"   &   & (  ")  (

' '
"   &   & (  ")  (

Portanto, para uma linha de n fases, considerando que cada fase é constituída de
um único tipo de condutor com alma de aço, pode-se escrever a matriz de impedâncias
internas dos condutores [Zint] como sendo a matriz diagonal

 9 0
2 5  q ; : ; r
0 9 

onde n é o número total de condutores no arranjo.

47
ANEXO II
EQUAÇÕES BÁSICAS DA LINHA DE TRANSMISSÃO NO
DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA

1 Equações de uma linha monofásica

No domínio da freqüência, as equações básicas que relacionam as tensões e


correntes no cabo ao longo da coordenada longitudinal x em um trecho de comprimento
infinitesimal dx para uma linha monofásica, desconsiderando o efeito coroa neste cabo,
conforme [24, 25], são dadas por

N!, #
%  ]!#m!, #
N
(A.6)

Nm!, #
%  !#!, #
N
(A.7)

Nas expressões (A.6) e (A.7), m!, # e !, # são, respectivamente, a corrente


e a tensão em uma posição x da linha no domínio da freqüência. Os termos !# e
]!# são, respectivamente, a impedância longitudinal e a admitância transversal da
linha por unidade de comprimento.

Derivando as equações (A.6) e (A.7) em relação à x, obtêm-se

N [ !, # Nm!, #
%  ]!#
N [ N
(A.8)

N [ m!, # N!, #
%  !#
N [ N
(A.9)

substituindo as equações (A.6) e (A.7) nas equações (A.8) e (A.9), respectivamente, e


fazendo-se os devidos ajustes, temos

N [ !, #
 ]!#!#!, #
N [
(A.10)

N [ m!, #
 !#]!#m!, #
N [
(A.11)

As equações (A.8) e (A.9) são equações diferenciais de segunda ordem de uma


linha de transmissão monofásica, escritas no domínio da freqüência.

48
2 Equações de uma linha polifásica

No item anterior, foi considererada uma linha composta por um único condutor
sobre o solo. Porém em uma linha polifásica, que é o caso compreendido na proposta
deste trabalho, a impedância longitudinal e admitância transversal são matrizes cujos
elementos estão no domínio da freqüência. A impedância longitudinal e a admitância
transversal, por unidade de comprimento, neste caso, são escritas nas formas

 9 
2!#5  q ; : ; r
 9 
(A.12)

] 9 ]
2]!#5  q ; : ; r
] 9 ]
(A.13)

Desse modo, considerando as equações (A.6) e (A.7), têm-se

N!, #
%  ]!# e m!, #
N
(A.14)

Nm!, #
%  !# e !, #
N
(A.15)

e do mesmo modo, considerando as equações (A.10) e (A.11), têm-se

N [ !, #
 ]!# e !# e !, #
N [
(A.16)

N [ m!, #
 !# e ]!# e m!, #
N [
(A.17)

nas equações (A.16) e (A.17), 2I!x, ω#5 e 2V!x, ω#5 são, respectivamente, os vetores

2Z!ω#5 e 2Y!ω#5 são, a impedância longitudinal e a admitância transversal, por unidade


com as correntes e as tensões de fase da linha, escritas no domínio da freqüência. Já

de comprimento, descritas em (A.12) e (A.13), respectivamente.

49
ANEXO III
EXEMPLO DE UM ALGORITMO NA LINGAGUEM DE
PROGRAMAÇÃO UTILIZADA

%% Entrada de dados
for cont=1:141
clc;
var=0.80+(cont-1)*0.005;
clc;
Hu1=27.419; Hu2=28.910; Hu3=30.4; %% Altura do ponto de referência das torres
Mv1=14.588; Mv2=15.294; %% Altura do meio dos vãos
Ym=var*0.5*((1/6)*(Hu1+Hu2)+(2/3)*Mv1+(1/6)*(Hu2+Hu3)+(2/3)*Mv2); %% Altura media da
referência dos condutores
Mvpr1=17.861; Mvpr2=18.45;
Ympr=var*0.5*((1/6)*(Hu1+Hu2)+(2/3)*Mvpr1+(1/6)*(Hu2+Hu3)+(2/3)*Mvpr2); %% Altura média
da referência dos cabos pára-raios

Y1=[Ym+5.815 Ym+6.212 Ym+6.841 Ym+6.631 Ym+6.232 Ym+5.955 Ym-0.401 Ym+0.184 Ym+0.491


Ym+0.491 Ym+0.184 Ym-0.401 Ym+5.955 Ym+6.232 Ym+6.631 Ym+6.841 Ym+6.212 Ym+5.815
Ympr+13.315 Ympr+13.315];
Y2=[Ym+4.887 Ym+5.846 Ym+7.369 Ym+6.86 Ym+5.894 Ym+5.226 Ym-0.997 Ym+0.190 Ym+0.811
Ym+0.811 Ym+0.190 Ym-0.997 Ym+5.226 Ym+5.894 Ym+6.86 Ym+7.369 Ym+5.846 Ym+4.887
Ympr+13.315 Ympr+13.315];

X1=[-3.843 -4.327 -3.97 -3.383 -3.305 -3.461 -0.339 -0.491 -0.181 0.181 0.491 0.339
3.461 3.305 3.383 3.97 4.327 3.843 -11-7.1 11+7.1];
X2=[-3.877 -5.047 -4.182 -2.763 -2.575 -2.952 -0.687 -0.994 -0.368 0.368 0.994 0.687
2.952 2.575 2.763 4.182 5.047 3.877 -11-7.1 11+7.1];

rc=(29.59/2)*1e-003;
rint=(7.40/2)*1e-003;
rpr=(9.13/2)*1e-003;

rhos=1000;

Rc=0.05906e-003;
Rpr=3.51e-003;
n=length(X1);
if n==length(Y1)
[mx ps]=max(Y1);
nc=ps-1;
npr=n-nc;
f=60;
W=2*pi*f;
e0=8.8541878176e-012;
u0=4e-007*pi;
ps=sqrt(rhos/(W*u0*1i));
for h=1:n
if h<=nc
r(h)=rc;
else
r(h)=rpr;
end
end
%% Cálculo da matriz P para a admitância do arranjo 1
for k=1:n
for h=1:n
if k~=h
Pc1(k,h)=0.5*log(((X1(k)+X1(h))^2+(Y1(k)+Y1(h))^2)/((X1(k)-X1(h))^2+(Y1(k)-
Y1(h))^2));
else
Pc1(k,h)=log(2*(Y1(k))/r(k));
end
end
end
P11=inv(Pc1);
P21=P11(1:nc,1:nc);

50
%% Início da eliminação de feixe arranjo 1 para resultar numa matriz 3x3
aux=nc/3;
Maux11=mat2cell(P21,[aux,aux,aux],[aux,aux,aux]);
for k=1:3
for h=1:3
Pfinal1(k,h)=sum(sum(Maux11{k,h}));
end
end
%% Término da eliminação de feixe e cálculo da admitância do feixe arranjo 1
C1=2*pi*e0*Pfinal1;
Y11=1i*10^3*W*C1;

%% Cálculo da matriz P para a admitância do arranjo 2


for k=1:n
for h=1:n
if k~=h
Pc2(k,h)=0.5*log(((X2(k)+X2(h))^2+(Y2(k)+Y2(h))^2)/((X2(k)-X2(h))^2+(Y2(k)-
Y2(h))^2));
else
Pc2(k,h)=log(2*(Y2(k))/r(k));
end
end
end
P12=inv(Pc2);
P22=P12(1:nc,1:nc);
%% Início da eliminação de feixe arranjo 2 para resultar numa matriz 3x3
aux=nc/3;
Maux22=mat2cell(P22,[aux,aux,aux],[aux,aux,aux]);
for k=1:3
for h=1:3
Pfinal2(k,h)=sum(sum(Maux22{k,h}));
end
end
%% Término da eliminação de feixe e cálculo da admitância do feixe arranjo 2
C2=2*pi*e0*Pfinal2;
Y22=1i*10^3*W*C2;

Y=0.125*(Y11+Y22)+0.75*(Y22);

%% Início do cálculo da matriz de impedância arranjo 1


rhoc=Rc*pi*(rc^2-rint^2);
rhopr=Rpr*pi*rpr^2;
etac=sqrt(j*W*u0/rhoc);
etapr=sqrt(j*W*80*u0/rhopr);
%% impedância interna do condutor
Den=besseli(1,etac*rc)*besselk(1,etac*rint)-besseli(1,etac*rint)*besselk(1,etac*rc);
Num=besseli(0,etac*rc)*besselk(1,etac*rint)+besselk(0,etac*rc)*besseli(1,etac*rint);
Zic=((rhoc*etac)*Num)/((2*pi*rc)*Den);
Zipr=((etapr*rhopr)*besseli(0,etapr*rpr))/((2*pi*rpr)*besseli(1,etapr*rpr));
for k=1:n
for h=1:n
if k~=h
Z1(k,h)=((j*W*u0)/(4*pi))*log(((X1(k)+X1(h))^2+(Y1(k)+Y1(h)+2*ps)^2)/((X1(k)-
X1(h))^2+(Y1(k)-Y1(h))^2));
else if k <= nc
Z1(k,h)=Zic+((j*W*u0)/(2*pi))*log(2*(Y1(k)+ps)/r(k));
else
Z1(k,h)=Zipr+((j*W*u0)/(2*pi))*log(2*(Y1(k)+ps)/r(k));
end
end
end
end
Yaux11=inv(Z1);
Yaux21=Yaux11(1:nc,1:nc);
%% Início da eliminação de feixe para resultar numa matriz 3x3
aux=nc/3;
Maux11=mat2cell(Yaux21,[aux,aux,aux],[aux,aux,aux]);
for k=1:3
for h=1:3
Zaux1(k,h)=sum(sum(Maux11{k,h}));
end
end
Zf1=10^3*inv(Zaux1);

51
% Início do cálculo da matriz de impedância arranjo 2
for k=1:n
for h=1:n
if k~=h
Z2(k,h)=((j*W*u0)/(4*pi))*log(((X2(k)+X2(h))^2+(Y2(k)+Y2(h)+2*ps)^2)/((X2(k)-
X2(h))^2+(Y2(k)-Y2(h))^2));
else if k <= nc
Z2(k,h)=Zic+((j*W*u0)/(2*pi))*log(2*(Y2(k)+ps)/r(k));
else
Z2(k,h)=Zipr+((j*W*u0)/(2*pi))*log(2*(Y2(k)+ps)/r(k));
end
end
end
end
Yaux12=inv(Z2);
Yaux22=Yaux12(1:nc,1:nc);
%% Início da eliminação de feixe para resultar numa matriz 3x3
Maux12=mat2cell(Yaux22,[aux,aux,aux],[aux,aux,aux]);
for k=1:3
for h=1:3
Zaux2(k,h)=sum(sum(Maux12{k,h}));
end
end
Zf2=10^3*inv(Zaux2);

%% Impedância final do feixe


Zf=0.125*(Zf1+Zf2)+0.75*(Zf2);

else
display('ERRO: Os vetores X e Y devem possuir as mesmas dimensões!');
end
%%Transposição
Zp=trace(Zf)/3;
Zm=(Zf(1,2)+Zf(1,3)+Zf(2,3))/3;
Zabc=[Zp Zm Zm;Zm Zp Zm;Zm Zm Zp];
Yp=trace(Y)/3;
Ymt=(Y(1,2)+Y(1,3)+Y(2,3))/3;
Yabc=[Yp Ymt Ymt;Ymt Yp Ymt;Ymt Ymt Yp];
%%Transformação em componentes simétricas
alpha=exp(2i*pi/3);
A=[1 1 1;1 alpha^2 alpha;1 alpha alpha^2];
A1=[1 1 1;1 alpha alpha^2;1 alpha^2 alpha];
Z012=A1*Zabc*A;
Y012=A1*Yabc*A;
Zc1=sqrt(Z012(2,2)/Y012(2,2));
P=(525e003)^2/Zc1;
Pot(cont)=real(P)/1e006;
Ymcont(cont)=Ym;
end
%% Gráfico com o arranjo geométrico dos cabos
plot(Pot,Ymcont);
hold on
plot(Pot(41),Ymcont(41),'rx');
grid on
title('Potência a ser transmitida em relação a altura média de referência dos cabos
(LPNE)');
ylabel('Altura média de referência (m)');
xlabel('Potência (MW)');
hold on

52

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