HRH 2013 2014 1 Introducao & 1 CicloBalancoHidrologico

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HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS (2013/2014)

Apresentação da Unidade Curricular

Hidrologia e Recursos Hídricos

Hidrologia e Recursos Hídricos Informação Geral:


Código: 01005514
Docentes: Ano Letivo: 2013/2014 Semestre: 2.º Sem.
Docente Unidade
João Pedroso de Lima plima@dec.uc.pt João Pedroso de Lima DEC
Responsável: Orgânica:
Gabinete SH.5.11 Língua de Ensino: Português Créditos ECTS: 6
Mestrado Integrado em Engenharia Civil
Cursos:
Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente
Isabel Pedroso de Lima iplima@uc.pt
Modo de Ensino: Presencial
Gabinete SH.5.14

Horário de atendimento:
4ª feira: 14:00-17:00

A Hidrologia é a ciência que estuda a ocorrência, Hidrologia e Recursos Hídricos


distribuição e movimentação da água no planeta Terra,
e as suas propriedades. Objetivos e competências a desenvolver
- Proporcionar aos alunos a compreensão do comportamento dos
….estuda o ciclo da água na natureza e a sua evolução à superfície da
fenómenos hidrológicos e das ferramentas para a sua
terra, no solo e na atmosfera, nos seus três estados: líquido, sólido e quantificação, com vista à análise dos recursos hídricos
gasoso. disponíveis, à inventariação das necessidades e à definição das
solicitações emergentes da circulação da água.
- Facultar aos alunos conhecimentos de base que os habilitem à
prática de projeto, na sua componente hidrológica, nas áreas das
águas superficiais, drenagem subterrânea, drenagem de águas
pluviais em meio urbano e gestão de recursos hídricos.
- Pretende-se que, em relação aos tópicos abordados, os alunos
desenvolvam competências de aprendizagem autónoma e de
raciocínio crítico, de análise e síntese, de trabalho em grupo, e
orientadas para a aplicação prática de conhecimentos teóricos que
permitam a resolução de problemas.

Hidrologia e Recursos Hídricos Hidrologia e Recursos Hídricos

Metodologias de ensino/aprendizagem aplicadas


Conteúdos programáticos Aulas teóricas com exposição detalhada dos conceitos,
princípios e teorias fundamentais da hidrologia e dos recursos
1. Ciclo e Balanço Hidrológico; hídricos e com resolução de alguns problemas práticos
ilustrativos que ajudem à compreensão da exposição teórica.
2. Bacia Hidrográfica;
3. Processos Hidrológicos: Precipitação, Interceção, Retenção Aulas teórico-práticas em que se pretende que os alunos, com
a orientação do docente, resolvam alguns problemas de
Superficial, Evaporação, Evapotranspiração, Infiltração,
aplicação prática.
Escoamento Subterrâneo, Escoamento Superficial;
Aulas práticas de laboratório onde os alunos, em trabalho de
4. Modelação Hidrológica (estatística e determinística);
grupo, executam trabalhos laboratoriais aplicando na prática os
5. Aplicações conhecimentos teóricos adquiridos e elaboraram um relatório.
5.1 Hidrologia Urbana e Drenagem Pluvial;
Aulas de campo em grupo.
5.2 Água no Solo e Drenagem Subterrânea;
6. Noções de Gestão de Recursos Hídricos.

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HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS (2013/2014)
Apresentação da Unidade Curricular

Hidrologia e Recursos Hídricos Hidrologia e Recursos Hídricos


Método de avaliação Método de avaliação
1. Esta unidade curricular organiza-se segundo o regime de 3. A avaliação periódica integra os seguintes elementos de
avaliação periódica. avaliação:
a) Uma prova escrita de frequência (i.e. teste escrito individual),
2. O número mínimo de presença em todos os tipos de aulas
realizada na data do exame final da época normal; a classificação
para o aluno ser admitido a avaliação é de 75%.
distribui-se em partes iguais por uma parte teórica (45 minutos, com
Os alunos com trabalhos práticos e de laboratório efetuados o mínimo de 1.75 valores – sem consulta, sem uso de máquina de
nos dois anos letivos anteriores estão dispensados de calcular) e uma parte prática (1 hora e 15 minutos, com o mínimo
frequentar as aulas de laboratório e as aulas práticas de de 1.75 valores – com consulta de formulário fornecido pelo
apresentação e discussão dos trabalhos (5 aulas). professor).
Todos os alunos com o número mínimo de presenças nas aulas b) Dois trabalhos laboratoriais obrigatórios, a realizar em grupo
estão admitidos a exame de recurso independentemente do durante as aulas, com realização de relatório escrito.
resultado da avaliação periódica. c) Dois trabalhos práticos obrigatórios (incluindo avaliação em
sala de aula), realizados em grupo; haverá uma oral (a realizar
igualmente durante os períodos letivos) que incide sobre os
trabalhos apresentados, e que é parte integrante da avaliação dos
trabalhos.

Hidrologia e Recursos Hídricos


Hidrologia e Recursos Hídricos
Método de avaliação
4. A classificação final será calculada a partir das classificações Material de apoio às aulas
obtidas em cada elemento de avaliação, atribuindo à prova escrita
individual (em avaliação de frequência e exame de recurso) o peso São disponibilizados aos alunos o material de apoio às
de 70%, aos relatórios dos trabalhos de laboratório o peso total de
aulas e documentos/textos relevantes (apresentações em
10% e aos trabalhos práticos (incluindo oral) o peso total de 20%.
PowerPoint, fichas de problemas, exemplo de exame
Nenhuma das componentes é obrigatória para obter aprovação.
Consideram -se aprovados os alunos que obtiverem a classificação anterior, cópias de livros, etc.).
final mínima de 10/20 valores.
5. Alunos com classificação final superior a 17 valores terão de se Material para as aulas práticas
sujeitar a uma prova oral para defender a nota. A não comparência
à prova oral implica a obtenção da classificação máxima de 17 Máquina de calcular, lápis, borracha, régua, papel milimétrico,
valores. folhas de problemas, manuais de ensaios laboratoriais, etc.

Hidrologia e Recursos Hídricos Hidrologia e Recursos Hídricos


Bibliografia – TEXTOS
Bibliografia - LEGISLAÇÃO:
Brutsaert, W., 2005. HYDROLOGY – AN INTRODUCTION. Cambridge University
Press,Cambridge, 1ª edição.
Diretiva Quadro da Água. Chow, V.T., Maidment, D.R. e Mays, L.W., 1988. APPLIED HYDROLOGY. McGraw-Hill
International Editions, Singapura.
Plano Nacional da Água. Direcção-Geral dos Recursos Naturais, 1991. Manual de saneamento básico (Vol. I e II).
Lisboa.
Hipólito, J.R. e A. Carmo Vaz, 2011. HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS. Coleção:
Decreto Regulamentar nº 23/95 de 23 de Agosto. Regulamento Geral dos Ensino da Ciência e da Tecnologia, 41, Lisboa, 814 p. (ISBN: 978-972-8469-86-3)
Sistemas Públicos e Prediais, de Distribuição de Águas e de Drenagem de Lencastre, A. e Franco, F.M., 2003. LIÇÕES DE HIDROLOGIA 3ª Edição, Gráfica de
Águas. Coimbra, ISBN 972-8152-59/03
Lima, J.L.M.P. de, 1984. Notas sobre o cálculo de sistemas de drenagem de águas pluviais
em aglomerados urbanos. FCTUC.
Lima, J.L.M.P. de (Editor), 2010. Hidrologia Urbana: Conceitos básicos. Entidade Reguladora
dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), Lisboa, Série Cursos Técnicos Nº 1, 187 p.
Maidment, D.R. (Editor in Chief), 1993. HANDBOOK OF HYDROLOGY. John Wiley & Sons,
Inc.,New York.
Singh, V.P., 1992. ELEMENTARY HYDROLOGY. Prentice Hall,EnglewoodCliffs, New Jersey,
973 p.
Tucci, C.E.M., 1998. MODELOS HIDROLÓGICOS. Universidade UFRGS e ABRH, Porto
Alegre.
Viessman, W., Jr. e Lewis, G.L., 1996. INTRODUCTION TO HYDROLOGY. HarperCollins
College Publishers, 4ª edição.

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HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS (2013/2014)
1. Ciclo hidrológico e Balanço hidrológico

Chibuti, Moçambique
Hidrologia
Dresden
Prague
Importação Nuclear
Térmica
• Papel da água
na vida China
humana Hidroeléctrica

Montemor--o-Velho
Montemor

Portugal
Xai-
Xai-Xai, Moçambique
Bangladesh

• Papel da água
na natureza

HIDROLOGIA = HISTÓRIA DA ÁGUA NA TERRA !

• “Idade Moderna”
na história da
Hidrologia

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HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS (2013/2014)
1. Ciclo hidrológico e Balanço hidrológico

• Preocupação em
descrever o
comportamento de
sistemas por
modelos

Melhoria das ferramentas de


Modelos?
visualização e análise Modelos de
crescimento
florestal

Modelos
hidrológicos
Modelos
Modelos sócio-
sócio-económicos
de
erosão

Modelos
de
Modelos de
salinidade
transporte
de agro
agro--
químicos

Alterações climáticas Precipitação-escoamento

CO2 na atmosfera Temperatura Deposição de nutrientes

Humidade
Precipitação

Água/solo Nutrientes/solo

Qualidade da água
Escoamento
Uso da água/plantas Crescimento vegetativo
Abastecimento de água

Salinidade Cheias Qualidade da água/meio receptor

Utilização do solo
Aspectos sócio-económicos

Interação entre processos

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1. Ciclo hidrológico e Balanço hidrológico

Escalas Espaciais Escalas Espaciais


Encosta

Talhão
Sub-bacia
Local

Bacia

Global Bacia/Região Global

Escalas Temporais Sol

Transpiração Energia
e evaporação
Condensação

Precipitação Evaporação

Processos
oceânicos Escoamento superficial
Movimento da Infiltração
água no solo Recarga dos aquíferos Escoamento hipodérmico
Escoamento
Precipitação
Intercepção Transpiração
Precipitação
Movimento da
Milhões de anos água à superficie Evaporação Águas subterrâneas
Penetração
Esc. troncos
Depressões
Raizes Infiltração
Minutos Recarga
O ciclo hidrológico

Balanço Hídrico
Precipitação

Evapotranspiração Evapotranspiração

Esc.superficial

Esc.superficial
Esc. subterrâneo Esc. subterrâneo

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HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS (2013/2014)
1. Ciclo hidrológico e Balanço hidrológico
I'(t)

Balanço Por definição, uma


equação do balanço
Hídrico hidrológico:
M(t)
relaciona as entradas e
saídas de água
 I ' ( t ) + I ' ( t + ∆t )   O ' ( t ) + O ' ( t + ∆t )  (afluências e efluências),
M ( t + ∆t ) − M ( t ) =   ∆t −   ∆t O'(t)
14442 2 444 3 14442 2 4443
ocorridas num
determinado espaço e
M (t + ∆t ) − M (t )  I ' (t ) + I ' (t + ∆t )   O ' (t ) + O ' (t + ∆t )  durante um certo período
= − 
∆t  2   2  de tempo, com a
variação do volume do
dM M (t + ∆t ) − M (t )
= Lim dV mesmo líquido no interior
dt ∆t → 0 ∆t = I (t ) − O (t )
 2 I ' (t )   2O ' (t )  dt desse espaço, durante o
= − 
 2   2  intervalo de tempo
Base da maior parte dos
= I ' (t ) − O ' (t ) referido.
modelos hidrológicos

P – Precipitação que atinge a superfície do solo


A forma geral de uma equação do balanço hidrológico é: E - Evaporação Es - evaporação de águas
superficiais
Eso - do solo
Afluências - Efluências = Variação no Armazenamento de Água Eg - evaporação de águas
subterrâneas Esso - do subsolo

t + ∆t t + ∆t Ts - transpiração alimentada por águas superficiais

∫ qa (t ) dt − ∫ qe (t ) dt = S (t + ∆t ) − S (t ) T - Transpiração
Tg - transpiração alimentada por águas subterrâneas
t t I – Infiltração

R1 - (entra)
em que qa(t), qe(t) e S(t) representam as leis de variação com o R – Escoamento superficial = (R2 – R1)
R2 - (sai)
tempo, respetivamente, das afluências, das efluências e do G1 - (entra)
armazenamento de água no interior do espaço. G – Escoamento subterrâneo = (G2 – G1)
G2 - (sai)
Gso - no solo
Gsso - no subsolo

Rg – Escoamento subterrâneo que volta à Rso - do solo


superfície («Ressurgência») Rsso - do subsolo

Ss - armaz. à superfície
S – Volume armaz.
Sg - armaz. abaixo da Sso - no solo
superfície
Ssso - no subsolo
(∆S – respectiva variação)
P?
Pl – percolação profunda

O balanço hidrológico tem utilidade:


Exemplos de utilizações das equações do balanço hidrológico:
na aferição conjunta dos valores dos seus termos, quando os
mesmos são determinados separadamente; caracterização climática de uma região,

na estima de um deles, quando não há possibilidade de o medir determinação das necessidades de rega de um
directamente; sistema de culturas agrícolas,

na análise dos efeitos nos valores dos restantes termos da cálculo da recarga natural de um aquífero.
equação, das modificações introduzidas num ou mais deles por
diversas acções do Homem
(e.g. construções de aproveitamentos hidráulicos,
instalação de captações de águas superficiais ou subterrâneas,
obras de regularização fluvial, Diferente grau de rigor pretendido nos resultados, levam quase
execução de projectos de irrigação, sempre à utilização de formas simplificadas das equações do
modificação do revestimento vegetal, etc.). balanço hidrológico.

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HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS (2013/2014)
1. Ciclo hidrológico e Balanço hidrológico

É usual admitir-se que, para longos períodos de tempo, as


A bacia hidrográfica  sistema
variações de armazenamento de água, ∆S, se anulam.
Atmosfera
Défice de escoamento (bacia hidrográfica): D = ET = P – R
Precipitação Evapotranspiração Precipitação Precipitação
pode ser aplicável a intervalos de tempo iguais ao ano, desde que, no início de Evaporação
cada ano (ano hidrológico), o armazenamento de água na bacia seja
Vegetação (Intercepção) Evaporação
Evaporação
praticamente constante. É o que se passa em Portugal, no final da estiagem, Escoamento pelos troncos; Penetração. Escoamento
em que esse armazenamento é muito próximo de zero.
superficial
Superficie (Detenção superficial)
Balanço hidrológico
Infiltração Escoamento
hipodérmico Curso Caudal
Em Portugal, o ano hidrológico Solo (Armazenamento)
começa em 1 de Outubro e de Água
(Armazenamento)
termina em 30 de Setembro. Percolação
Escoamento
de base
P = precipitação
ET = evapotranspiração Aquífero Percolação
R profunda
R = escoamento superficial (Escoamento subterrâneo)
G = escoamento subterrâneo

DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO PLANETA


IMPORTÂNCIA RELATIVA DAS DIFERENTES RESERVAS HÍDRICAS
Altura
Área Volume Volume
Designação Equivalente Tempo de residência
(M Km2) (M Km3) (%)
(m) *

Oceanos e Mares 361 1370 94 2500 ~ 4000 anos


Lagos e 1,55 0,13 <0,01 0,25 ~ 10 anos
Reservatórios
Pântanos <0,1 <0,01 <0,01 0,007 1 ~ 10 anos
Rios <0,1 <0,01 <0,01 0,003 ~ 2 semanas
Zona não 130 0,07 0,01 0,13 2 semanas ~ 1 ano
Saturada
Águas 130 60 4 120 2 semanas – 10 000
Subterrâneas anos
Gelos e Glaciares 17,8 30 2 60 ~ 10 – 1 000 anos
Atmosfera 504 0,01 <0,01 0,025 ~ 10 dias
Biosfera <0,1 <0,01 <0,01 0,001 1 semana

* Calculada como altura de armazenamento uniformemente distribuída sobre a


superfície da Terra.

Os tempos médios de residência resultam da divisão dos volumes totais


pelos volumes médios anuais dos correspondentes fluxos de renovação.

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