As Operações de Mapeamento
As Operações de Mapeamento
As Operações de Mapeamento
AS OPERAÇÕES DE
MAPEAMENTO CARTOGRÁFICO
CURITIBA, 2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
AS OPERAÇÕES DE MAPEAMENTO
CARTOGRÁFICO
Arnaldo Ricobom
ricobom@ufpr.br
Departamento de Geografia
Setor de Ciências da Terra
Universidade Federal do Paraná
Curitiba, 2008
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2. PRIMEIRA FASE – PLANEJAMENTO .................................................................... 2
3. SEGUNDA FASE – AQUISIÇÃO DE DADOS ......................................................... 3
3.1. PRIMEIRA ETAPA – AQUISIÇÃO DE DADOS DE POSIÇÃO ............................. 3
3.1.1. ASTRONOMIA DE POSIÇÃO ........................................................................... 3
3.1.2. GEODÉSIA ........................................................................................................ 4
3.1.2.1. LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS ............................................................... 5
3.1.3. TOPOGRAFIA ................................................................................................... 7
3.1.2.1. LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS .......................................................... 8
3.2. SEGUNDA ETAPA – DADOS DA FORMA DO TERRENO ................................ 11
3.2.1. AQUISIÇÃO DE IMAGENS ............................................................................. 11
3.2.2. IMAGENS TERRESTRES – FOTOTEODOLITO ............................................ 13
3.2.3. IMAGENS SUBORBITAIS - AEROFOTOGRAMETRIA .................................. 14
3.2.4. IMAGENS SUBORBITAIS - IMAGENS RADARMÉTRICAS ........................... 16
3.2.5. IMAGENS ORBITAIS - SATÉLITES ARTIFICIAIS IMAGEADORES............... 17
3.2.6. SISTEMA LANDSAT ....................................................................................... 18
3.2.7. SISTEMA SPOT .............................................................................................. 22
4. TERCEIRA FASE – TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO ...................................... 24
5. QUARTA FASE – ARTE FINAL ............................................................................ 27
7. QUINTA FASE – A IMPRESSÃO .......................................................................... 29
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 32
AS OPERAÇÕES DE MAPEAMENTO
1. INTRODUÇÃO
generalização gráfica, que é a opção pelo que vai ser representado e o modo de
agrupar as informações.
Fase 4 – Arte final - Nesta fase se cria o documento final (planta, carta,
mapa, etc.), conforme as normas e as especificações do projeto inicial. As atividades
realizadas, nesta fase, compreendem o desenho cartográfico e a diagramação da
folha.
Fase 5 – A impressão - nesta fase o mapa escapa do controle do mapeador
para entrar no circuito industrial, o da fotolitogravura, que é a transformação ou
compilação das pranchas de plástico ou vidro, em uma chapa negativa, de zinco ou
outro material corrosivo, que será fixada nas impressoras. Normalmente cada cor
que existe no mapa, é impressa separadamente, até formar o mapa completo, sobre
o papel.
Nesta fase é definido o tipo de documento cartográfico que deve ser gerado, a
escala, e o tipo de deformação admitida, em função dos meios disponíveis e dos
objetivos a serem atingidos define-se:
a. Tipo de documento cartográfico
1. Mapa
2. Carta
3. Planta
c. A escala
1. Pequenas (menores que 1: 1.000.000) mapas
2. Médias (entre 1:10.000 a 1:1.000.000) folhas de cartas
3. Grande (maiores que 1:10.000) – plantas
d. Tipo de projeção
1. Cilíndrica – para áreas próximas ao Equador
2. Cônicas – para latitudes médias
3. Planas para altas latitudes – regiões polares
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 3
3.1.2. GEODÉSIA
3.1.3. TOPOGRAFIA
do Desenho Topográfico.
A Planimetria é à parte da Topografia que faz os levantamentos e medidas,
de distâncias e ângulos do terreno, bem como a obtenção da coordenadas dos
pontos, a partir de um DATUM, pré-estabelecido pela Geodésia. Neste levantamento
considera-se o terreno como sendo um plano horizontal. Não se preocupa com o
relevo.
A Altimetria faz os levantamentos das altitudes e desníveis, apresentados
pelo relevo da área a ser representada. As altitudes são consideradas a partir de
uma RN (Referência de Nível), pré-estabelecida pelos levantamentos Geodésicos.
Foi durante a 1ª Guerra Mundial (1914 -1918), que a fotografia aérea, agora
já não mais tirada a partir de balões, mas com aviões, demonstrou largamente seu
interesse prático para a obtenção de informações militares. Sob o nome de
aerofotogrametria, as medidas feitas tornaram-se, a partir de então, ferramentas
indispensáveis para o levantamento das feições topográficas e para a interpretação
geográfica dos territórios.
A partir do ano 1960, abre-se uma nova era para a Cartografia, com a
chegada dos satélites artificiais e, com o uso do computador, para o tratamento e
transcrição, da enorme quantidade de informação sobre o terreno, captado pelos
radiômetros e “scanners” a bordo destes satélites artificiais.
Desta forma, pode-se classificar a obtenção de imagens do terreno, para fins
Cartográficos em:
Imagens terrestres – são imagens fotográficas ou não-fotográficas, tomadas
a partir de estações sobre o solo. Utilizadas para levantamentos das feições
particulares do terreno, como por exemplo: recuperação de obras arquitetônicas,
análise de perfis em geomorfologia, estudos de horizontes do solo em pedologia,
deposição e inclinação das camadas geológicas, etc.
Imagens suborbitais - adquiridas a partir de alguns metros de altura do solo,
até a altitudes que as aeronaves possam alcançar – as mais conhecidas e utilizadas
para fins cartográficos são as fotografias aéreas, feitas a partir de vôos
aerofotogramétricos, com aviões apropriados, câmaras específicas e com o eixo
ótico da câmara vertical ou dentro de limites considerados verticais, podendo
apresentar-se em diversas escalas, conforme o objetivo do trabalho.
Imagens orbitais - são aquelas adquiridas através do emprego de satélites
artificiais, que estão em órbita quase que polar, em torno da Terra e a uma altitude
entorno de 900 km. São geradas pelos “radiômetros” ou por “scanners”, captadores
de dados, pelo processo de varreduras, que registram linha a linha as intensidades
da radiação emitida, ou da refletância dos objetos terrestres. Estes dados, são
enviados para as estações rastreadoras terrestres, através de ondas
eletromagnéticas, as quais são transcodificada, para imagens fotográficas, por
computadores.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 13
Foi o engenheiro militar francês Aimé Laussedat, quem iniciou o emprego por
volta de 1848, de uma câmara clara, para desenhar vistas geometricamente exatas
de zonas a serem levantadas. Anos mais tarde ele passa a utilizar a chamada
câmara escura, ou seja, a fotografia.
A maior contribuição do eminente engenheiro francês, foi seu método de usar
um teodolito, em combinação com uma máquina fotográfica (fototeodolito) e a partir
destas fotos orientadas, fazer medidas para fins de mapeamentos (metrofotografia).
Em 1892, o alemão Stolze, aperfeiçoou o processo
da “metrofotografia” e acrescentou a “esteroscopia”, para a
interpretação destas fotos, a partir da fusão binocular de
duas fotos tiradas de ângulos diferentes da mesma área do
terreno, ou que apresentem uma sobreposição parcial. Com
isto estava criada a estereofotogrametria.
Hoje, distinguem-se dois processos de levantamento
de dados, utilizando as chamadas imagens terrestres:
A fotografia comum – terrestre, que, com o emprego
de uma simples câmara fotogramétrica ou fototeodolito, tipo
Laussedat, permite, levantar com precisão, detalhes em Figura 14 - Fototeodolito
(Espartel,L.. 1978)
zonas inacessíveis, para fins de confecção de plantas e
mapas topográficos, bem como são utilizadas nos estudos de geomorfologia, para
verificação do perfil do relevo de uma determinada área e na geologia para
interpretações, de camadas de deposição, além de possibilitar estudos de perfil de
solos na pedologia.
A esterofotogrametria - processo que utiliza o fototeodolito, isto é, a câmara
fotográfica acoplada a um teodolito, fixado com tripé ao solo, no instante da
exposição. Nestas fotografias, o terreno é visto como o homem o vê, em posição de
perfil e em dois ângulos diferentes. Para a obtenção destas fotografias é requerido
pessoal experimentado em produzir esterofotogramas. As mesmas são utilizadas
para interpretação de dados na geomorfologia e na geologia, na pedologia, nas
obras de engenharia e arquitetura, bem como para medições precisas na Geodésia
e com finalidades de um levantamento topográfico mais detalhado de uma área.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 14
Figura 15 - Fotografia normal Preto & Figura 16 - Fotografia colorida Figura 17 - Fotografia nfravermelho
Branco (P&B)
1
Cyan é uma cor azul saturado, de tonalidade média.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 16
A partir dos anos de 1960, houve um despertar dos interesses pelos estudos
e compreensão das radiações eletromagnéticas e amplia-se a visão do chamado
espectro eletromagnético.
Os estudos sobre o comportamento espectral dos objetos da superfície
terrestre passam a ganhar força entre os pesquisadores.
A partir destes interesses passa-se a desenvolver sensores, capazes de
detectarem e medirem a fraca energia emitida ou refletida por estes corpos.
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
Raios Raios Raios X Ultra Luz Infra Microondas Ondas de Ondas
Cósm ic os Violeta Visível vermelho Radio e TV Longas
0,0001 nm 0,00001 m 0,01 m 0,38 m 0,78 m 1 mm 30 cm 60 km
elo nj
a
Violeta Azul Verde ar ra Vermelho
Am La
Com a possibilidade da
transformação dos fracos sinais,
captados pelos sensores em
imagens, surgem as primeiras
tentativas para a obtenção de
dados da superfície terrestre, a
partir de plataformas orbitais,
visando pesquisar recursos
Figura 24 - Refletância dos comprimentos de onda dos objetos
naturais.
Figura 28 - Configuração dos satélites da série LANDSAT (NASA -1976 e USGS –1984)
Resolução 80 m 30 m
Inclinação (graus) 99,114 98
Período (minuto) 103,267 98,20
Recobrimento da faixa 185 x 185 Km 185 x 185 Km
Hora da passagem pelo Equador 09:15 09:45
Ciclo de cobertura 18 dias 16 dias
Duração do ciclo 251 revoluções 233 revoluções
Distância entre passagens no Equador 2.760 Km 2.760 Km
Altitude (Km) 920 709
Figura 34 – A Reambulação
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 26
auxilio de óculos com filtros de cyan e red, em posição contrária das imagens
proporciona um visão em terceira dimensão.
Nesta fase se cria o documento final (planta, folha de uma carta, mapa, etc.),
conforme as normas e as especificações do projeto inicial. As atividades realizadas,
nesta fase,compreendem o desenho cartográfico e a diagramação da folha,
conforme a seguir descritos:
Fole
branco e não deixa que a tinta se fixe enquanto que a tinta adere às áreas de
impressão (onde foi revelada a imagem). Desta forma, a imagem, embebida de tinta,
é depois transferida para outro rolo de borracha intermediário (offset), que é depois
transferida sobre pressão para o papel.
Assim, cada prancha de fotolito, que traze gravado os detalhes que devem
ser impressos na mesma cor, é fixada em sequencia em uma torre de impressão de
uma impressora “Offset”.
Desta forma, cada cor que existe no mapa, corresponde a uma chapa de
fotolito que será impressa, uma de cada vez, sobre o mesmo papel, até formar o
mapa completo.
Normalmente são utilizadas de 5 a 7 cores sobre um mapa, em função da
capacidade das modernas impressoras, tem-se aumentado o numero de cores
utilizadas sobre os mapas.
As folhas de papel onde será impresso o mapa, ou uma folha de carta, ou
mesmo u planta, passarão por dentro de cada torre e, receberão cada vez a
impressão do negativo gravado na chapa zinco ou alumínio, na cor pré-determinada,
até reproduzir no final de todas as impressões dos os contornos e das cores do
mapa ou da folha da carta original. (Figura 42).
Figura 40 - impressora “Offset”, cada torre imprime uma chapa de zinco de uma cor
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS