As Operações de Mapeamento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA


DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

AS OPERAÇÕES DE
MAPEAMENTO CARTOGRÁFICO

Apostila para o Curso de Geografia, do


Departamento de Geografia, do Setor de
Ciências da Terra, da Universidade
Federal do Paraná, elaborado pelo
professor: Arnaldo E. Ricobom.

CURITIBA, 2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

AS OPERAÇÕES DE MAPEAMENTO
CARTOGRÁFICO

Arnaldo Ricobom
ricobom@ufpr.br
Departamento de Geografia
Setor de Ciências da Terra
Universidade Federal do Paraná

Curitiba, 2008
Sumário

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2. PRIMEIRA FASE – PLANEJAMENTO .................................................................... 2
3. SEGUNDA FASE – AQUISIÇÃO DE DADOS ......................................................... 3
3.1. PRIMEIRA ETAPA – AQUISIÇÃO DE DADOS DE POSIÇÃO ............................. 3
3.1.1. ASTRONOMIA DE POSIÇÃO ........................................................................... 3
3.1.2. GEODÉSIA ........................................................................................................ 4
3.1.2.1. LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS ............................................................... 5
3.1.3. TOPOGRAFIA ................................................................................................... 7
3.1.2.1. LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS .......................................................... 8
3.2. SEGUNDA ETAPA – DADOS DA FORMA DO TERRENO ................................ 11
3.2.1. AQUISIÇÃO DE IMAGENS ............................................................................. 11
3.2.2. IMAGENS TERRESTRES – FOTOTEODOLITO ............................................ 13
3.2.3. IMAGENS SUBORBITAIS - AEROFOTOGRAMETRIA .................................. 14
3.2.4. IMAGENS SUBORBITAIS - IMAGENS RADARMÉTRICAS ........................... 16
3.2.5. IMAGENS ORBITAIS - SATÉLITES ARTIFICIAIS IMAGEADORES............... 17
3.2.6. SISTEMA LANDSAT ....................................................................................... 18
3.2.7. SISTEMA SPOT .............................................................................................. 22
4. TERCEIRA FASE – TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO ...................................... 24
5. QUARTA FASE – ARTE FINAL ............................................................................ 27
7. QUINTA FASE – A IMPRESSÃO .......................................................................... 29
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 32
AS OPERAÇÕES DE MAPEAMENTO

1. INTRODUÇÃO

O conjunto de operações que tem por finalidade a representação gráfica, de


parte ou de toda a superfície da Terra, recebe o nome de mapeamento.
O mapeamento engloba todas as atividades, que vão desde o levantamento
de campo ou da pesquisa bibliográfica até a impressão definitiva e a publicação da
representação cartográfica.
Construir uma representação cartográfica é em primeiro lugar, levantar uma
extensa quantidade de dados e uma documentação indispensável a uma cobertura
exaustiva da área a ser mapeada, bem como ordenar e tratar as informações sejam
estas oriundas dos levantamentos de campo, feitos por técnicos especializados, ou
da cobertura da área, feita por fotografias aéreas ou imagens de satélites.
Como um pesquisador, o mapeador deve aprofundar-se no conhecimento da
área a ser representada, empregar técnicas de observação, identificação,
localização, análise, classificação e generalização, pois simplesmente, em vez de
produzir um texto escrito, se fará um desenho como uma base representativa do
espaço estudado, o qual será coberto de sinais e de símbolos, que transmitirão uma
mensagem de localização e de avaliação das distâncias e das orientações.
Assim, pode-se dividir este trabalho de mapeamento nas seguintes fases:
1ª Fase – Planejamento – Nesta fase é definido o tipo de documento
cartográfico que deve ser gerado, a escala e o tipo de deformação admitida, em
função dos meios disponíveis e dos objetivos a serem atingidos.
2ª Fase – Aquisição de Dados - São os levantamentos de dados e medidas
no campo das áreas e contornos da superfície da Terra a serem representados
(posição, medidas de distâncias, ângulos, altitudes, toponímia, formas, aspectos
físicos e antrópicos).
Fase 3 – Tratamento da informação – Nesta fase faz-se o tratamento
necessário, para definir o método pelo qual se vai expressar a representação gráfica,
oriunda dos levantamentos. Emprega-se para isso um estudo minucioso das
transformações matemáticas e geométricas que se fizerem necessário, além da
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generalização gráfica, que é a opção pelo que vai ser representado e o modo de
agrupar as informações.
Fase 4 – Arte final - Nesta fase se cria o documento final (planta, carta,
mapa, etc.), conforme as normas e as especificações do projeto inicial. As atividades
realizadas, nesta fase, compreendem o desenho cartográfico e a diagramação da
folha.
Fase 5 – A impressão - nesta fase o mapa escapa do controle do mapeador
para entrar no circuito industrial, o da fotolitogravura, que é a transformação ou
compilação das pranchas de plástico ou vidro, em uma chapa negativa, de zinco ou
outro material corrosivo, que será fixada nas impressoras. Normalmente cada cor
que existe no mapa, é impressa separadamente, até formar o mapa completo, sobre
o papel.

2. PRIMEIRA FASE – PLANEJAMENTO

Nesta fase é definido o tipo de documento cartográfico que deve ser gerado, a
escala, e o tipo de deformação admitida, em função dos meios disponíveis e dos
objetivos a serem atingidos define-se:
a. Tipo de documento cartográfico
1. Mapa
2. Carta
3. Planta

b. Forma geométrica da Terra


1. Esférica – preferencialmente para mapas
2. Elipsoidal – Folhas de cartas
3. Plana – plantas (limitando-se ± 10 km de raio)

c. A escala
1. Pequenas (menores que 1: 1.000.000) mapas
2. Médias (entre 1:10.000 a 1:1.000.000) folhas de cartas
3. Grande (maiores que 1:10.000) – plantas

d. Tipo de projeção
1. Cilíndrica – para áreas próximas ao Equador
2. Cônicas – para latitudes médias
3. Planas para altas latitudes – regiões polares
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3. SEGUNDA FASE – AQUISIÇÃO DE DADOS

Nesta fase, são realizados os levantamentos no campo – são os


levantamentos de dados dos pontos, das áreas e contornos da superfície da terra a
serem representados (posição, medidas de distâncias, ângulos, altitudes, toponímia,
aspectos físicos e antrópicos). Este trabalho é executado em etapas:

3.1. PRIMEIRA ETAPA – AQUISIÇÃO DE DADOS DE POSIÇÃO

São feitos os levantamentos astronômicos, geodésicos, topográficos, que


compreendem a determinação de coordenadas, determinação da forma da Terra e
das formas geométricas apropriadas para a finalidade do mapeamento, medidas de
distâncias entre os pontos e angulares entre alinhamento, bem como as
determinações de altitudes e desníveis através da:

3.1.1. ASTRONOMIA DE POSIÇÃO

É a ciência que fornece as técnicas, para se fazer às observações das


posições e mensurações, dos astros do espaço sideral, bem como fazer o estudo e
determinações dos movimentos da Terra em relação à esfera celeste.
A partir do conhecimento, observações
e mensurações de pontos astronômicos é que
se estabelece um sistema de referência para a
superfície da terra, sob a forma de redes, onde
as linhas são oriundas da intersecção de
planos, perpendiculares entre si e que cortam
a esfera terrestre (Figura 01).
Esta rede de referência vai determinar a
posição dos pontos na superfície da Terra,
através de um sistema de coordenadas -
Coordenadas Geográficas - com a definição Figura 01 – A partir dos movimentos da Terra e
da posição dos astros traçam-se planos
perpendiculares entre si e que cortam a esfera
de uma série de linhas em arcos, conhecidos terrestre dando origem às linhas em arcos –
Paralelos e meridianos.
por paralelos e os meridianos.
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A determinação das posições geográficas (coordenadas), dos pontos na


Terra, dependia, até bem pouco tempo, exclusivamente das observações da posição
dos astros, do sol, dos planetas e das estrelas e estes para serem visualizados,
dependiam das condições climáticas locais, o trabalho se tornava difícil, oneroso e
muitas vezes fadado ao fracasso, pela falta de visibilidade, em função das condições
atmosféricas.
Na década de 1970, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos,
desenvolveu um sistema de radionavegação, chamado GPS (Global Positioning
System), para determinar as posições geográficas, substituindo assim, a difícil tarefa
da observação diretas dos astros, para determinar as posições (coordenadas), na
superfície da Terra.
O sistema é baseado em uma constelação de satélites artificiais NAVSTAR
("Navigation System With Timing And Ranging"), que captados em qualquer ponto
da superfície terrestre, por receptores apropriados, que transformam os sinais em
posições geográficas de latitude, longitude e
altitude entre outras.
Atualmente, este sistema, apresenta uma
constelação de 28 satélites NAVSTAR,
totalmente completa e operacional, ocupando o
primeiro lugar entre os sistemas e métodos
utilizados para localizar, orientar e posicionar
dados, tanto na topografia como na Geodésia,
aerofotogrametria, navegação aérea e marítima Figura 02 – Esquema de recepção de sinais
no sistema GPS.
e no posicionamento geográfico destinado às
aplicações em geoprocessamento (Figura 02).

3.1.2. GEODÉSIA

É a ciência que tem por objetivo a determinação da forma, das dimensões e


do campo de gravidade da Terra.
A finalidade primordial da Geodésia é científica, visa estabelecer as
características geométricas e o referencial físico do globo terrestre, os quais são
empregados como estrutura básica no mapeamento.
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Os levantamentos geodésicos compreendem um conjunto de atividades,


dirigidos para as medições e observações, que se destinam à determinação da
forma, dimensões do planeta e ao posicionamento dos elementos no espaço
terrestre. Desta forma, pode-se classificar a Geodésia em:
1. A Geodésia Geral, ou Científica - é à
parte da Geodésia que visa a determinação da
forma e o estabelecimento das características
geométricas da Terra, estabelecendo os
pontos de origem de dados plani-altimétricos
(DATUM).
2. A Geodésia Regional, ou Prática –
Figura 03 – A densificação dos pontos de apoio
visa a densificação por um território, dos fundamentais se faz pelo estabelecimento de uma
cadeia de triangulação.
pontos de dados plani-altimétricos, a partir do
traçado de redes de triangulações, as quais permitem medir distâncias e direções,
bem como transportar os dados fundamentais (Figura 03).
3. A Geodésia Local, para fins Topográficos – tem por finalidade o
fornecimento do apoio básico, para fins do controle horizontal e vertical, para o
mapeamento, com base na fotogrametria, através da determinação de coordenadas
geodésicas e altimétricas.
A densificação por um país, dos pontos de apoio fundamentais, ou seja, o
estabelecimento de um Sistema Geodésico Nacional é a tarefa indispensável às
operações de mapeamento. Este estabelecimento é feito através da cobertura do
território por uma rede de referência, disposta segundo vértices de triângulos, cujo
conjunto constitui-se em uma “cadeia de triangulação”, a qual é baseada nos pontos
de origem de dados (DATUM) e numa orientação geral conveniente.
A triangulação, como é conhecida, tem o objetivo fixar sobre a superfície a ser
cartografada, as posições relativas em distância e em direção de pontos
fundamentais ou “pontos geodésicos - marcos”, sobre os quais se apoiará a rede de
quadrículas do mapa.

3.1.2.1. LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS

Os levantamentos Geodésicos distinguem-se dos levantamentos topográficos


pela sua precisão. Têm a finalidade de fornecer o apoio básico indispensável às
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operações de levantamentos topográficos, para fins de mapeamento, com base na


fotogrametria.
Estes levantamentos irão permitir o controle horizontal e vertical, através da
determinação de coordenadas geodésicas e altimétricas precisas, a nível regional e
nacional.
Os levantamentos plani-altimétricos em Geodésia, bem como os processos
matemáticos, geométricos e as técnicas são semelhantes aos levantamentos
clássicos de topografia, e diferentes destes apenas pela alta precisão e por se
desenvolver na forma de circuitos regionais e nacionais, servindo por ramais às
cidades, vilas e povoados às margens de rodovias e estabelecendo pontos e marcos
distantes até 20 km (Figura 04).
Assim os levantamentos planimétricos são feitos através da resolução por:
Triangulação, Trilateração e Poligonação, e os altimétricos pelo: Nivelamento
Geométrico, Nivelamento Trigonométrico, Nivelamento Barométrico.
Apenas destaca-se em Geodésia como diferente da Topografia, o
levantamento gravimétrico, que tem por finalidade o estudo do campo gravitacional
terrestre, possibilitando, a partir dos seus
resultados, aplicações na área da Geociência
como, por exemplo, a determinação da
“Figura” e dimensões da Terra, a investigação
da crosta terrestre e a prospecção de
recursos minerais.
As especificações e normas gerais
abordam as técnicas de medições
gravimétricas vinculadas às determinações
relativas com uso de gravímetros estáticos.
Figura 04 – O Sistema Geodésico Nacional é
À semelhança dos levantamentos baseado no estabelecimento de uma rede de
triangulação estendida para todo o território -
planimétricos e altimétricos, os gravimétricos Fonte: IBGE, 2.002

são classificados em alta precisão, média precisão e para fins de detalhamento.


Matematicamente, esses levantamentos são bastante similares aos métodos
do nivelamento geométrico, diferenciando-se por medir a diferenças de aceleração
da gravidade entre pontos sucessivos, cujas determinações vão informar as
deformações que sofrem o terreno no local em função destas forças.
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3.1.3. TOPOGRAFIA

É a operação técnica, que tem por finalidade determinar as medidas e


posição relativa, de uma parte limitada da superfície da Terra, sem levar em conta a
curvatura resultante da esfericidade da mesma.
Diferente dos levantamentos geodésicos, os levantamentos topográficos, não
consideram a curvatura da Terra e os equipamentos utilizados, não precisam
apresentar a precisão geodésica.
Os levantamentos e
medições do terreno, na
topografia, têm por objetivo as
representações gráficas dos
detalhes de cada malha ou
quadrícula, da rede de
triangulação geodésica, a qual é
considerada como uma Figura 05 - topografia, se ocupa dos levantamentos de cada malha da
rede de triangulação geodésica
superfície plana.
As representações dos detalhes plani-altimétricos, das feições locais e
pontuais do relevo Terrestre e dos aspectos antrópicos de cada malha, são limitados
a um raio de mais ou menos uns 10 km, pois alem do qual entrariam os problemas
referentes à curvatura terrestre.
Por considerar a área levantada como um plano, os levantamentos
topográficos adotam os processos da Geometria e Trigonometria plana, fazendo
sempre que possível ligação com as coordenadas de referência, determinadas pela
Geodésia. (Vértices da rede de triangulação)
A problemática da Topografia está resumida nos processos, métodos e
técnicas para a obtenção das medidas
das coordenadas planas ou de valores
que as permitam calcular: medidas de
distâncias e medidas angulares
(planimetria), altitudes, desníveis, cotas,
alturas (altimetria).
Figura 06 – Os trabalhos de campo da Topografia
A representação do terreno é baseiam-se nos processos da geometria e trigonometria
plana.
desenhada em escala reduzida, em uma folha de papel, chamada de Planta
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Topográfica. Para a obtenção destas medidas são utilizados equipamentos como:


trenas, bússolas, miras, réguas graduadas,
teodolitos e níveis de luneta.
Os resultados – Plantas – são utilizados
para os mais diferentes fins, entre outros para:
captação e distribuição de águas, arruamentos,
transportes, urbanismo, loteamentos e construção
civil em geral, além, de auxiliar no estabelecimento
de pontos de apoio, horizontais e verticais, com
finalidades da restituição aerofotogramétrica, para
fins do mapeamento.
Costuma-se dividir a Topografia em duas
Figura07 – Mapeamento do terreno com
partes principais, a Planimetria e a Altimetria, além prancheta e teodolito

do Desenho Topográfico.
A Planimetria é à parte da Topografia que faz os levantamentos e medidas,
de distâncias e ângulos do terreno, bem como a obtenção da coordenadas dos
pontos, a partir de um DATUM, pré-estabelecido pela Geodésia. Neste levantamento
considera-se o terreno como sendo um plano horizontal. Não se preocupa com o
relevo.
A Altimetria faz os levantamentos das altitudes e desníveis, apresentados
pelo relevo da área a ser representada. As altitudes são consideradas a partir de
uma RN (Referência de Nível), pré-estabelecida pelos levantamentos Geodésicos.

3.1.2.1. LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS

Dentre os levantamentos planimétricos clássicos, merecem destaque:

1- Triangulação: Obtenção de Figuras geométricas a partir de triângulos,


formados através da medição dos ângulos, subtendidos por cada vértice.
Os pontos de triangulação são denominados vértices de triangulação
(VVTT). É o mais antigo e utilizado processo de levantamento
planimétrico.
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Figura 08 – Método da Triangulação

2- Trilateração: Método semelhante à triangulação e, como aquele, baseia-


se em propriedades geométricas a partir de triângulos superpostos, sendo
que o levantamento será efetuado através da medição dos lados.

Figura 09 – Método da Trilateração

3- Poligonação: É um encadeamento de distâncias e ângulos medidos entre


pontos adjacentes formando linhas, poligonais ou polígonos. Partindo de
uma linha formada por dois pontos conhecidos, determinam-se novos
pontos, até chegar a uma linha de pontos conhecidos.

Figura 10 – Método da Poligonação

Dentre os levantamentos altimétricos clássicos, merecem destaque:

1 - Nivelamento Geométrico: É o método usado nos levantamentos


altimétricos de alta precisão que se desenvolvem ao longo de rodovias e ferrovias.
No SGB, os pontos cujas altitudes foram determinadas a partir de nivelamento
geométrico são denominados referências de nível (RRNN).
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Figura 11 – Método do nivelamento geométrico

2 - Nivelamento Trigonométrico: Baseia-se em relações trigonométricas. É


menos preciso que o geométrico, fornece apoio altimétrico para os trabalhos
topográficos.

Figura 12 – Método do nivelamento trigonométrico

3 - Nivelamento Barométrico: Baseia-se na relação inversamente proporcional


entre pressão atmosférica e altitude. É o de mais baixa precisão, usado em regiões
onde não é impossível utilizar-se os métodos acima ou quando se queira maior
rapidez.

Figura13 –Altímetro utilizado no Método do


nivelamento Barométrico
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3.2. SEGUNDA ETAPA – DADOS DA FORMA DO TERRENO


As formas e os contornos do terreno e dos objetos da superfície terrestre, a
ser mapeados, são obtidos hoje, através de uma vasta cobertura da área, por
imagens fotográficas ou não, que irão registrar as feições.
Este processo de aquisição de imagens da superfície terrestre, sem tocar
neles é conhecido como Sensoriamento Remoto.

3.2.1. AQUISIÇÃO DE IMAGENS

Compreende a cobertura da área, a ser representada, por imagens obtidas a


partir de sensores Terrestres e aerotransportados, em diferentes plataformas,
terrestres, suborbitais e orbitais.
Este processo conhecido como Sensoriamento Remoto, é definido como, um
conjunto de técnicas de observação, levantamento e registro de dados a distância,
das características da superfície terrestre, produzindo uma imagem fotográfica ou
não - fotográfica (geradas por radiômetros e “scanners”).
Com a descoberta da fotografia, pelos franceses Niepce e Daguerre, a mais
de um século, iniciou-se para a cartografia uma nova fase da visão da superfície do
globo e do aperfeiçoamento gráfico da representação da Terra.
No início, o emprego desta técnica, constituiu-se em tirar fotografias do
terreno como o homem vê, em posição de perfil. Anos mais tarde, por volta de 1858,
o engenheiro militar francês Aimé Laussedat, e o capitão austríaco Theodor
Scheimpflug, foram provavelmente os primeiros a obterem uma fotografia aérea
vertical, de uma área restrita da Terra, a partir de uma máquina fotográfica instalada
em um papagaio (raia) e em balões.
Este processo foi aperfeiçoado para ser utilizado na guerra de 1871, pela
França, em trabalhos de espionagem, onde Laussedat introduziu métodos para
realizar medidas de distâncias no terreno, a partir das fotografias tiradas com o
auxílio de balões.
Em 1892, o alemão Stolze, aperfeiçoou o processo da “metrofotografia” e
acrescenta a “esteroscopia”, para a interpretação das fotos, a partir da fusão
binocular de duas fotos tiradas de ângulos diferentes, da mesma área do terreno, ou
que apresentem uma sobreposição parcial.
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Foi durante a 1ª Guerra Mundial (1914 -1918), que a fotografia aérea, agora
já não mais tirada a partir de balões, mas com aviões, demonstrou largamente seu
interesse prático para a obtenção de informações militares. Sob o nome de
aerofotogrametria, as medidas feitas tornaram-se, a partir de então, ferramentas
indispensáveis para o levantamento das feições topográficas e para a interpretação
geográfica dos territórios.
A partir do ano 1960, abre-se uma nova era para a Cartografia, com a
chegada dos satélites artificiais e, com o uso do computador, para o tratamento e
transcrição, da enorme quantidade de informação sobre o terreno, captado pelos
radiômetros e “scanners” a bordo destes satélites artificiais.
Desta forma, pode-se classificar a obtenção de imagens do terreno, para fins
Cartográficos em:
Imagens terrestres – são imagens fotográficas ou não-fotográficas, tomadas
a partir de estações sobre o solo. Utilizadas para levantamentos das feições
particulares do terreno, como por exemplo: recuperação de obras arquitetônicas,
análise de perfis em geomorfologia, estudos de horizontes do solo em pedologia,
deposição e inclinação das camadas geológicas, etc.
Imagens suborbitais - adquiridas a partir de alguns metros de altura do solo,
até a altitudes que as aeronaves possam alcançar – as mais conhecidas e utilizadas
para fins cartográficos são as fotografias aéreas, feitas a partir de vôos
aerofotogramétricos, com aviões apropriados, câmaras específicas e com o eixo
ótico da câmara vertical ou dentro de limites considerados verticais, podendo
apresentar-se em diversas escalas, conforme o objetivo do trabalho.
Imagens orbitais - são aquelas adquiridas através do emprego de satélites
artificiais, que estão em órbita quase que polar, em torno da Terra e a uma altitude
entorno de 900 km. São geradas pelos “radiômetros” ou por “scanners”, captadores
de dados, pelo processo de varreduras, que registram linha a linha as intensidades
da radiação emitida, ou da refletância dos objetos terrestres. Estes dados, são
enviados para as estações rastreadoras terrestres, através de ondas
eletromagnéticas, as quais são transcodificada, para imagens fotográficas, por
computadores.
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3.2.2. IMAGENS TERRESTRES – FOTOTEODOLITO

Foi o engenheiro militar francês Aimé Laussedat, quem iniciou o emprego por
volta de 1848, de uma câmara clara, para desenhar vistas geometricamente exatas
de zonas a serem levantadas. Anos mais tarde ele passa a utilizar a chamada
câmara escura, ou seja, a fotografia.
A maior contribuição do eminente engenheiro francês, foi seu método de usar
um teodolito, em combinação com uma máquina fotográfica (fototeodolito) e a partir
destas fotos orientadas, fazer medidas para fins de mapeamentos (metrofotografia).
Em 1892, o alemão Stolze, aperfeiçoou o processo
da “metrofotografia” e acrescentou a “esteroscopia”, para a
interpretação destas fotos, a partir da fusão binocular de
duas fotos tiradas de ângulos diferentes da mesma área do
terreno, ou que apresentem uma sobreposição parcial. Com
isto estava criada a estereofotogrametria.
Hoje, distinguem-se dois processos de levantamento
de dados, utilizando as chamadas imagens terrestres:
A fotografia comum – terrestre, que, com o emprego
de uma simples câmara fotogramétrica ou fototeodolito, tipo
Laussedat, permite, levantar com precisão, detalhes em Figura 14 - Fototeodolito
(Espartel,L.. 1978)
zonas inacessíveis, para fins de confecção de plantas e
mapas topográficos, bem como são utilizadas nos estudos de geomorfologia, para
verificação do perfil do relevo de uma determinada área e na geologia para
interpretações, de camadas de deposição, além de possibilitar estudos de perfil de
solos na pedologia.
A esterofotogrametria - processo que utiliza o fototeodolito, isto é, a câmara
fotográfica acoplada a um teodolito, fixado com tripé ao solo, no instante da
exposição. Nestas fotografias, o terreno é visto como o homem o vê, em posição de
perfil e em dois ângulos diferentes. Para a obtenção destas fotografias é requerido
pessoal experimentado em produzir esterofotogramas. As mesmas são utilizadas
para interpretação de dados na geomorfologia e na geologia, na pedologia, nas
obras de engenharia e arquitetura, bem como para medições precisas na Geodésia
e com finalidades de um levantamento topográfico mais detalhado de uma área.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 14

3.2.3. IMAGENS SUBORBITAIS - AEROFOTOGRAMETRIA

A aerofotogrametria é a técnica da obtenção e utilização de fotografias


aéreas, obtidas hoje, com auxílio do avião. A câmara fotográfica é especial para
esse fim, o obturador funciona instantaneamente, na mesma velocidade da
aeronave. Os filmes são especiais, possuindo 23 cm de largura por vários metros de
comprimento.
As fotografias aéreas constituem importantes fontes de consulta, com relação
aos detalhes das feições da superfície da Terra. Não são utilizadas como mapas, por
apresentarem distorções geométricas e de escalas, as quais necessitam ser
corrigidas, além de apresentarem muitos detalhes, que ofuscam a vista do
observador, não trazem a toponímia e o referenciamento geográfico.

Figura 15 - Fotografia normal Preto & Figura 16 - Fotografia colorida Figura 17 - Fotografia nfravermelho
Branco (P&B)

A confecção de mapas, com o emprego de fotografias aéreas, se faz, a partir


da transferência dos dados das fotografias para o papel de desenho, com o auxílio
da exploração geométrica de pares
estereoscópicos, que proporcionam a
visão tridimensional (3D) do relevo
terrestre. Esta operação é chamada de
restituição aerofotogramétrica.
A restituição aerofotogramétrica é o
processo que utilizando aparelhos
chamados de “restituidores”, conduzem os
trabalhos da transferência, dos elementos
Figura 18 - Esquema de um aerolevantamento
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 15

selecionados da fotografia aérea para a confecção da representação cartográfica,


através do traçado da planimetria e das curvas
de nível.
Os restituidores, acoplados a
computadores, possibilitam o cálculo das
coordenadas dos pontos visados, assim como
da altitude relativa. A operação de transporte,
dos elementos da fotografia, para o desenho
da minuta de um mapa ou carta, é feita através
da visão de uma pequena esfera interna, que o
operador movimenta sobre o modelo virtual,
Figura 19 – Aparelho restituidor
estereoscópico do terreno.
Os impulsos resultantes do movimento da esfera, sobre os traçados e
detalhes das fotografias, são transmitidos eletronicamente a um coordenatógrafo de
mesa, que localiza os pontos sobre o desenho de uma rede quadricular, de pontos
de apoio conhecidos, e traça as linhas e contornos dos detalhes plani-altimétricos
visíveis nas fotografias.
Atualmente são utilizados métodos digitais, para interpretação e restituição
das fotos, através de modelos estereoscópicos na tela dos vídeos de
microcomputadores, com auxílio de óculos com filtros de cyan1 e red.
O processo utilizado para ver em terceira dimensão em telas de vídeos de
microcomputadores é o chamado processo de sobreposição de imagens, conhecido
como processo anaglifo “Anaglyph Glasses”,
que sobrepõem duas fotos, do mesmo lugar,
nas cores cyan e red, com um pequeno
deslocamento entre elas, as quais devem
ser vistas com o auxilio de óculos com filtros
de cyan e red, em posição contrária a cor
das imagens, o que possibilita o cérebro
montar uma perspectiva de profundidade e
proporcionar uma visão em terceira Figura 20 - Processo anaglifo “Anaglyph Glasses”
que produz uma visão em terceira dimensão na tela
dos vídeos de computadores o que possibilita a
dimensão. restituição aerofotogramétrica

1
Cyan é uma cor azul saturado, de tonalidade média.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 16

3.2.4. IMAGENS SUBORBITAIS - IMAGENS RADARMÉTRICAS

São as imagens obtidas através do emprego de Radares. Este sistema de


imageamento apresenta uma grande vantagem em relação aos demais sistemas de
sensores. O Radar (Radio Detecting and Ranging) é um sensor ativo, que através de
antenas aerotransportadas, emite um sinal de ondas de rádio e registra o retorno
das mesmas as quais são
transformada em imagem em
um tubo de raios catódicos.
Por registrar o próprio
sinal refletido, o sistema
Radar, não depende da luz
solar e conseqüentemente
pode ser usado à noite, além
de atravessar a cobertura de Figura 21 – Esquema de um sistema de Radar de visada lateral (RVL) ou
(SLR) aerotransportado.
nuvens.
Inicialmente os radares destinavam-se a fins militares. Na década de 1960 os
cientistas procuraram aplicar os princípios do Radar para fins de levantamento de
recursos naturais.
Um dos maiores e melhores trabalhos foi realizado na América do Sul, em
especial na Região Amazônica, pela Grumman Ecosystens. Esta Empresa realizou o
levantamento de todo o território brasileiro, com o chamado Projeto RADAM, cuja
primeira fase ocorreu em 1972, e posteriormente em 1976, o projeto estendeu-se
para todo o restante do Brasil, com o nome de Projeto RADAM BRASIL.

Figura22 - Primeiras imagens do SAR no Brasil

Desde o final da década de 70 até o presente momento, uma série de


programas de Sistema Radar, foram executados ou estão em avançado estágio de
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 17

desenvolvimento: SEAT; SIR-A; SIR-B; SIR-C (EUA); ERS-1 e ERS-2 (Europeu);


JERS-1 e JERS-2 (Japão); ALMOZ (Rússia) e RADAR SAT (Canadá).
Hoje o tipo de radar mais empregado, para levantamento de recursos
naturais é o radar de visada lateral (RVL), que se situa na faixa de microondas do
espectro eletromagnético, variando entre comprimentos de onda de 100 cm a 1mm,
e freqüência de 0,3 a 50 GHZ.

3.2.5. IMAGENS ORBITAIS - SATÉLITES ARTIFICIAIS IMAGEADORES

A partir dos anos de 1960, houve um despertar dos interesses pelos estudos
e compreensão das radiações eletromagnéticas e amplia-se a visão do chamado
espectro eletromagnético.
Os estudos sobre o comportamento espectral dos objetos da superfície
terrestre passam a ganhar força entre os pesquisadores.
A partir destes interesses passa-se a desenvolver sensores, capazes de
detectarem e medirem a fraca energia emitida ou refletida por estes corpos.

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
Raios Raios  Raios X Ultra Luz Infra Microondas Ondas de Ondas
Cósm ic os Violeta Visível vermelho Radio e TV Longas
0,0001 nm 0,00001 m 0,01 m 0,38 m 0,78 m 1 mm 30 cm 60 km

elo nj
a
Violeta Azul Verde ar ra Vermelho
Am La

0,38 0,46 0,50 0,56 0,60 0,62 0,78


m m m m m m m

Figura 23 - Espectro eletromagnético

A partir do aperfeiçoamento destes sensores, surgiram os estudos e


desenvolvimentos técnicos, para transformarem as fracas emitâncias e ou
refletâncias dos objetos em imagens.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 18

Com a possibilidade da
transformação dos fracos sinais,
captados pelos sensores em
imagens, surgem as primeiras
tentativas para a obtenção de
dados da superfície terrestre, a
partir de plataformas orbitais,
visando pesquisar recursos
Figura 24 - Refletância dos comprimentos de onda dos objetos
naturais.

Figura 25 – Esquema do processo de captação da Radiação


eletromagnética (REM)

3.2.6. SISTEMA LANDSAT

Nos anos que se seguem à guerra fria, a Agência Espacial Norte-americana


(NASA), empenha-se na linha das pesquisas para a compreensão das radiações
eletromagnéticas e suas aplicações práticas, desenvolvem-se foguetes, para colocar
em órbita, satélites artificiais, com sensores capazes de detectar as fracas radiações
dos objetos terrestres.
Em 1967, os programas MERCURY e GEMINI são levados a cabo, como
objetivo de utilizar sensores, a bordo de plataformas orbitais, capazes de captarem a
energia, emitida e/ou refletida, dos objetos da superfície da Terra, a qual
posteriormente seria transformada em imagem.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 19

Nesta primeira década, não havia 3 câmaras 2 câmaras


multiespectrais pancromática
consenso se um sistema de sensores de s
imageamento orbital deveria satisfazer a
necessidade de obtenção de dados de alta
resolução espectral (sistema MSS –
Multispectral Scanning), o qual produz 185 km 92 km
LANDSAT 1 e 2 LANDSAT 3
uma imagem através de varredura, ou um Figura 26 – Sistema RBV dos satélites LANDSAT
(NASA, 1976)
sistema de alta resolução espacial
(sistema RBV – Return Bean Vidicom), o qual produziria uma imagem instantânea
de quadro a quadro do terreno.
Em 1972, a NASA lança o primeiro satélite tecnológico de Recursos
Terrestres (ERTS - 1 - Earth Resource Technology Satellite). Para atender as
expectativas dos dois segmentos, a aquisição repetitiva de alta resolução espacial e
a de alta resolução de dados multiespectrais, foram Antenas solares

montados neste primeiro satélite, os dois subsistemas


de sensores: um imageador multiespectral de 4
canais, chamado subsistema MSS (cinco canais a
partir do LANDSAT - 3); e um subsistema de três Espelho scaner
e objetiva
câmaras de televisão denominado RBV (duas no
LANDSAT - 3). O sistema RBV, entrou em pane logo
após o seu lançamento.
Campo de vista
A partir desta primeira experiência, a NASA
troca o nome do programa ERTS (Earth Resource
Technology Satellite), para LANDSAT (Land
Satellites), e o ERTS – 1 passa a denominar-se
LANDSAT -1, desativado em 1978. 185 km

Em 1975, a NASA lançou o LANDSAT –2 com


dois sistemas sensores, o RBV e o MSS, sendo que
no mesmo ano surgiram problemas, de controle de
atitude, do satélite e o sistema foi desligado a fim de
proporcionar maior vida útil. Reativado em 1980, este
satélite teve vida útil até 1983, quando foi desativado.
Nestes dois primeiros satélites, o sensor RBV Figura 27 – Sistema MSS de varredura
- LANDSAT 1,2,3
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 20

(Retrum Beam Vidicon) produzia uma imagem com pixel de 79 m e “sensoriava”


dentro da faixa do espectro visível nos canais (0,475 μm – 0,575 μm; 0,580 μm – 0,680
μm; 0,698 μm – 0,830 μm ).
O sistema MSS (Multispectral Scanning), também produzia uma imagem com
pixel de 79 m e com varreduras que cobriam de uma só vez uma zona, ou cena de
185 km de largura, “sensoriando” nas bandas 4 (0,5 - 0,6 μm); 5 (0,6 - 0,7 μm); 6 (0,7 -
0,8 μm) e 7 ( 0,8 – 1,1 μm), ou seja no visível e no infravermelho próximo.

Figura 28 - Configuração dos satélites da série LANDSAT (NASA -1976 e USGS –1984)

Em 1978, foi lançado o LANDSAT – 3, com dois sistemas de sensores, o


RBV e o MSS, diferindo dos anteriores, principalmente por sensoriar com um canal a
mais. Esse canal, chamado também de banda 8 (10,4 – 12,6 μm) corresponde a
faixa termal sensível a uma gama de temperatura que varia de –13 °C a 76 °C.
Podendo este canal ser acionado nas órbitas noturnas que são no sentido sul norte.
Este satélite operou normalmente até 1983, quando foi desativado.
Em 1982, a NASA lançou o satélite LANDSAT – 4, com dois sistemas
sensores. Desta feita foi mantido o sistema MSS com 5 bandas e foi criado um novo
sistema chamado TM (Thematic Mapper), operando em 7 faixas espectrais.
Este sensor TM conceitualmente é semelhante ao MSS, pois é um sistema
de varredura de linhas. Os registros, traduzidos em pontos ou “pixels” passaram a
ser de 30 m. A periodicidade de passagem acima de um mesmo lugar passou a ser
de 18 dias.
O sistema, entretanto, incorporou uma série de aperfeiçoamentos, além da
resolução espacial mais fina, melhor discriminação espectral entre objetos da
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 21

superfície terrestre, maior fidelidade


geométrica e melhor precisão
radiométrica, para satisfazerem as
diferentes áreas de aplicações.
Poucas imagens foram obtidas,
pois foi desativado um ano após o seu
lançamento, por problemas técnicos.
Assim poucos resultados puderam ser
devidamente avaliados, sobre o
desempenho das novas imagens.
Substituindo o satélite
danificado, foi lançado em março de
1984, o LANDSAT – 5, equipado com o
mesmo sensor TM e o tradicional
sistema MSS foi mantido, para dar
Figura 29 – Modelo de comunicação dos dados do
LANDSAT 5
tempo aos países portadores de Fonte: Freden e Cordoa, 1983
estações receptoras de adaptarem seus sistemas, de recepção de dados para as
imagens TM. Este satélite está em operação até hoje.
Os satélites da série LANDSAT, foram concebidos para terem uma vida
média útil de 2 anos, embora alguns se mantiveram em operação até mais que 5
anos. Em outubro de 1993, foi lançado o satélite LANSAT 6, e no mesmo mês ele foi
desativado por problemas técnicos. Em 1999, entrou em operação o satélite
LANDSAT – 7, com as especificações semelhantes ao dos anteriores, sendo
desativado em 2003, também por problemas técnicos.

Figura 30 – Imagem Landsat TM


As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 22

Tabela 01 - Satélites da série LANDSAT

SATÉLITE DATA DE LANÇAMENTO PROBLEMAS OPERACIONAIS TÉRMINO DE OPERAÇÃO


Landsat 1 Jul´ 72 - Jan´ 78
Landsat 2 Jan´ 75 Nov´79/Fev´82 Jul´ 83
Landsat 3 Mar´ 78 Dez´80/Mar´83 Set´ 83
Landsat 4 Jul´ 82 Fev´83(apenas TM) -
Landsat 5 Mar´ 84 - -
Landsat 6 1993 Out 93 Out 93
Landsat 7 1999 2003 2003

Tabela 02 - Características da órbita do LANDSAT

PARÂMETROS ORBITAIS LANDSAT (MSS) 1, 2 e 3 LANDSAT (TM) 4 e 5

Resolução 80 m 30 m
Inclinação (graus) 99,114 98
Período (minuto) 103,267 98,20
Recobrimento da faixa 185 x 185 Km 185 x 185 Km
Hora da passagem pelo Equador 09:15 09:45
Ciclo de cobertura 18 dias 16 dias
Duração do ciclo 251 revoluções 233 revoluções
Distância entre passagens no Equador 2.760 Km 2.760 Km
Altitude (Km) 920 709

3.2.7. SISTEMA SPOT

Em 1984, o governo francês, através do Centro Nacional de Estudos


Espaciais (CNES), lançou o sistema SPOT (Satellite Probatorie d’Observation de la
Terre), que é um satélite de sensoriamento remoto semelhante ao LANDSAT. O
mesmo possui dois sensores de alta resolução do tipo HRV (High Resolution Visible)
com possibilidade de apontamento perpendicular ao deslocamento do satélite.
Cada sensor tem uma faixa de varredura de 60 km e está a uma órbita
circular de 832 km de altitude, com um ciclo orbital de 26 dias. Os sensores
possuem uma resolução radiométrica de 256 níveis e uma resolução espacial no
modo pancromático (preto e branco) de 10 x 10 metros (pixel). No modo
multiespectral (colorido), com resolução espacial de 20 x 20 metros (pixel).
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 23

Figura 31 - Componentes do Sistema SPOT – Fonte: SPOT IMAGE – 1986.

Uma das características do SPOT, é a utilização de sensores com ângulos


de visada variável e programável através de comandos da estação terrestre, graças
ao sistema de visada “off-nadir” o que pode proporcionar imagens do tipo
estereogramas para a visão estereoscópica.
Através deste sistema, durante o período de 26 dias que separa 2
passagens sucessivas sobre uma mesma área, esta poderá ser observada de
órbitas adjacentes em 7 diferentes passagens, se localizada no equador. Se a área
de interesse estiver localizada nas latitudes médias (45º), a possibilidade de
aquisição de dados será aumentada para 11 passagens.
Em 1990 foi lançado o satélite SPOT 2 e em 1993 o satélite SPOT 3.
Hoje, a maioria das imagens, utilizada pelo famoso site “google earth “ são
provenientes dos imageamentos do satélites SPOT.

Figura 32 – Esquema de visada lateral do SPOT Figura 33 –Imagem SPOT de Brasília


As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 24

4. TERCEIRA FASE – TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

Nesta fase é que se vai juntar a documentação indispensável da cobertura da


área que se deseja mapear, ordenar e tratar as informações, ou seja, os
levantamentos de campo feitos por técnicos especializados, junto com a cobertura
da área feita por fotografias aéreas ou imagens de radar ou satélite.
Para proceder a confecção final de uma representação cartográfica o
mapeador deve aprofundar-se no conhecimento da área a ser representada,
empregando para isso as técnicas de observação, identificação, localização, análise,
classificação e generalização, pois, em vez de produzir um texto escrito, como faz
um outro pesquisador, ele, deverá confeccionar um desenho, uma representação
gráfica, que mostre através da visão o espaço estudado, o qual será coberto de
sinais e de símbolos, que transmitirão a mensagem de localização, de avaliação das
distâncias, de orientações e de outras comparações.
Assim, é nesta fase que se faz o tratamento necessário, para definir o método
pelo qual se vai expressar a representação gráfica oriunda dos levantamentos.
Emprega-se para isso um estudo minucioso das transformações matemáticas e
geométricas que se fizerem necessário, além da generalização gráfica, que é a
opção pelo que vai ser representado e o modo de agrupar as informações.
Esta fase, quando o mapeador utilizar apenas fotografias áereas, compreende
6 atividades básicas:
1. Cálculo das coordenadas - consiste em determinar os valores das
coordenadas (X,Y e Z) de um ponto ou conjunto de pontos, com base nos dados
extraídos do campo;
Esta atividade tem por fim realizar os levantamentos e as medidas de latitude,
longitude, altitude e distâncias de pontos que servirão de referência, no momento
da transferência das informações contidas nas fotografias, para confecção de
cartas e mapas
Este processo se inicia com o chamado levantamento de campo para o
estabelecimento de pontos de apoio.
Para se ter uma precisão de locação dos pontos, com razoável confiança é
necessário que cada par esteroscópico de fotografia, sejam conhecidos de pelo
menos nove pontos de referências (plani-altimétricas), chamados de pontos de
“Van Gruber”.
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 25

Estes pontos são marcados pelo operador dos restituidores e a sua


determinação no terreno passa ser de responsabilidade de uma Equipe de
Campo.

Figura 35 – levantamento de campo para a


ontos de “Van Gruber ” em
Figura 34 - Po determinação dos pontos de apoio
um para estereoscópic o de fotografias

2. Interpretação das imagens - depende dos objetivos, da escala


utilizada em cada trabalho, faz-se um tratamento diferente na seleção e
classificações dos acidentes naturais do terreno, na generalização do que será
transportado ou copiado da fotografia para o papel – Assim, em função da escala
determina-se a dimensão do menor objeto a ser mapeado;
3. Reambulação - compreende a identificação e o levantamento da
toponímia dos acidentes naturais e artificiais do terreno – esta operação é feita
pela equipe de campo que vai a
localidade fotografada e identifica a
toponímia dos locais e as obras
antrópicas;

Figura 34 – A Reambulação
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 26

4. Restituição e ou aerotriangulação - a restituição, inicialmente,


consiste em desenvolver sobre o plano, medições e traçados do terreno, e
aerotriangulação, em determinar coordenadas de pontos do terreno, utilizando
outros pontos com coordenadas já conhecidas, minimizando os custos com
serviços de levantamento, pois, na maioria dos casos, não é possível levantar
todos os pontos de apoio no terreno, em função dos custos ou problemas de
permissão de entrada em propriedades alheias.
Em função destes problemas se faz a densificação dos pontos de apoio, no
laboratório, por processos geométricos, diretamente sobre os pares de
fotografias, chamando-se este processo de aerotriangulação.

Figura 34 - Trabalho no laboratório de


aerotriangulação, que c ons iste na densific aç ão da
coordenadas, atr avés dos pontos de apoio
terr estr es, pois na maior ia dos c as os não é
possível levantar todos os pontos de apoio no
terr eno, em funç ão dos custos ou pr oblemas de
per miss ão de entr ada em pr opriedades alheias.

Figura 35 – Aparelho restituidor

Atualmente, no lugar de se utilizar os antigos aparelhos restituidores, para a


realização da restituição aerofotogramétrica, esta se empregando o processo de
restituição digital, em ambiente computacional, onde um software específico
proporciona ao cérebro a visão do modelo estereoscópico, na tela dos vídeos de
microcomputadores.
O processo utilizado para ver em terceira dimensão em telas de vídeos de
microcomputadores é o chamado processo de sobreposição de imagens, conhecido
como processo anaglifo “Anaglyph Glasses”, que sobrepõem duas fotos, do mesmo
lugar, nas cores cyan e red, com um pequeno deslocamento entre elas e com o
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 27

auxilio de óculos com filtros de cyan e red, em posição contrária das imagens
proporciona um visão em terceira dimensão.

Figura 36 - Restituidor analítico SD2000/3000 (fonte:


LH-Systems) - baseia-se no processo anaglifo
“Anaglyph Glasses” que produz uma visão em
terceira dimensão na tela dos vídeos de
computadores o que possibilita a restituição
aerofotogramétrica

5. Atualização de documentos cartográficos já existentes –


compreende a atualização dos elementos mapeados em períodos anteriores,
utilizando imagens obtidas.
6. Transformação de coordenadas – consiste em transformar as
coordenadas de um conjunto de pontos para outro sistema estabelecido
(coordenadas geográficas em planas e vice verça)

5. QUARTA FASE – ARTE FINAL

Nesta fase se cria o documento final (planta, folha de uma carta, mapa, etc.),
conforme as normas e as especificações do projeto inicial. As atividades realizadas,
nesta fase,compreendem o desenho cartográfico e a diagramação da folha,
conforme a seguir descritos:

a. O desenho cartográfico – neste ponto é que entra o trabalho de arte, é


a expressão da visão do espaço que o autor quer transmitir ao leitor. O
que conta a partir de então é a habilidade do desenhista em saber utilizar
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 28

a escala apropriada, as variáveis visuais e os símbolos, saber desenhar,


a mão livre ou hoje utilizando softwares específicos em ambiente
computacional.

Figura 37 – A arte do desenho cartográfico hoje


é feita através de softwares apropriados para
este tipo de desenho.
Figura 36 – Retoque do desenho cartográfico

b. Diagramação da folha – Quando a representação é para o circuito


comercial, um desenhista ou diagramador vai copiar o desenho
cartográfico em pranchas de tiragem chamada de “scribes”, ou fazer um
negativo sobre mascaras dispostas por um decalque, sendo que para
isso o mapa original será colocado sobre uma mesa de vidro, iluminada
de baixo para cima e cada cor empregada no mapa será compilada em
uma única prancha de plástico estável “scribes”, ou vidro.

Figura 38 - Copia com um riscador os detalhes de uma cor na folha de “scribes”


As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 29

c. Preparo para impressão – nesta fase a representação cartográfica sai


da responsabilidade do desenhista e do mapeador, para entrar no circuito
do laboratório industrial, onde serão feitos os fotolitos, através do
processo conhecido por fotolitogravura, que é a revelação de cada
“scribes” sobre uma fina chapa de zinco ou alumínio com película
fotossensível, ou em outro material que será fixada nas impressoras.

Fole

Parte traseira da câmara com


Suporte da suporte da película
cópia

Figura 39 – Mesa de gravação dos “scribes” sobre as chapas de zinco

As chapas de zinco ou alumínio com película fotossensível, onde serão


gravados os detalhes da representação cartográfica (mapa, carta ou planta etc.), são
submetidos a um processo de revelação da imagem, formando uma chapa negativa,
que serão fixadas nas impressoras.

7. QUINTA FASE – A IMPRESSÃO

Nesta fase do circuito industrial, as técnicas de reprodução gráficas são


várias, o OFFSET é ainda o processo industrial mais utilizado até hoje. Neste
processo as chapas matriz não apresentam relevos (alto ou baixo), cortes ou
incisões sobre a mesma. Através de um método planográfico, as imagens e as
partes de não-impressão estão no mesmo plano da matriz, que é uma fina folha de
zinco ou alumínio, sobre a qual se revelou a imagem de um “scribe”
Nas chapas matrizes, a imagem é feita para ser repelente à água e receptiva
à tinta e as áreas em branco são receptivas à água e repelentes à tinta. Assim,
sobre um rolo é colocada a chapa matriz, que ao rodar coloca a matriz em contacto
constante com rolos humedecidos em água e tinta. A água adere às areas em
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 30

branco e não deixa que a tinta se fixe enquanto que a tinta adere às áreas de
impressão (onde foi revelada a imagem). Desta forma, a imagem, embebida de tinta,
é depois transferida para outro rolo de borracha intermediário (offset), que é depois
transferida sobre pressão para o papel.
Assim, cada prancha de fotolito, que traze gravado os detalhes que devem
ser impressos na mesma cor, é fixada em sequencia em uma torre de impressão de
uma impressora “Offset”.
Desta forma, cada cor que existe no mapa, corresponde a uma chapa de
fotolito que será impressa, uma de cada vez, sobre o mesmo papel, até formar o
mapa completo.
Normalmente são utilizadas de 5 a 7 cores sobre um mapa, em função da
capacidade das modernas impressoras, tem-se aumentado o numero de cores
utilizadas sobre os mapas.
As folhas de papel onde será impresso o mapa, ou uma folha de carta, ou
mesmo u planta, passarão por dentro de cada torre e, receberão cada vez a
impressão do negativo gravado na chapa zinco ou alumínio, na cor pré-determinada,
até reproduzir no final de todas as impressões dos os contornos e das cores do
mapa ou da folha da carta original. (Figura 42).

Figura 40 - impressora “Offset”, cada torre imprime uma chapa de zinco de uma cor

As vantagens desta técnica, das impressoras Offset é de a chapa matriz


apresentar grande durabilidade, pois imprime com um mínimo mínimo de pressão.
Este processo só é vantajoso para um grande volume de reproduções, dado o preço
elevado da matriz (chapas e fotolitos).
As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 31

Quando a representação cartográfica não se destina ao circuito comercial, ela passa


a ser impressa em uma impressora tipo “plotter”.

Figura 41 - Quando a representação cartográfica


não se destina ao circuito comercial, ela pode ser
impressa em uma impressora plotter.

Figura 42 – Folha topográfica impressa na escala 1/50.000


As Operações de Mapeamento - Arnaldo Ricobom 32

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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04. CARVALHIO, MARILIA SÁ; PINA, MARIA DE FÁTIMA; SANTOS, SIMONE
MARIA DOS. Conceitos básicos de sistemas de informação geográfica e
cartográfica – aplicados à saúde. Brasília, Ministério da Saúde, 2000.
05. DUARTE, PAULO ARAÚJO. Cartografia Básica, Florianópolis, Editora da
UFSC, 1986.
06. ENCICLOPÉDIA ENCARTA. São Paulo, Microsoft Corporation (1990).
07. ESPARTEL, LÉLIS. Curso de Topografia. Porto Alegre, Globo, 1978.
08. ESTEIO ON LINE. História da Determinação da Longitude.
http://www.esteio.com.br, acessado em 20/06/2003
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Lisboa, Gradativa, 1994.
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Paulo, McGraw-hill do Brasil, 1977.
11. JOLY, FERNAND. A Cartografia, Trd. Tânia Pellegrini. Campinas, Papirus,
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15. OLIVEIRA, CÊURIO DE. Dicionário Cartográfico. Rio de Janeiro,
IBGE,1983.
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do Autor, 1968.
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20. TOURINHO, PLINIO ALVES MONTEIRO. Tratado de Astronomia, vol I e vol
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