Ensaio Academico

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ISERJ – Licenciatura em Pedagogia

Fundamentos para o Ensino de Língua Portuguesa


Profª Drª Aline Bezerra da Silva

MEU NOME É MAALUM: O LETRAMENTO ANTIRRACISTA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL
Bianca Marques, Claudia Muniz, Fernanda Magalhães, Katty Sales, Myllena
Milanez e Vanessa Pignone

Resumo: Este estudo aborda a importância e os desafios do letramento antirracista na


educação infantil, sendo um período crucial para a formação de valores e atitudes. É
essencial que as crianças sejam expostas a práticas pedagógicas que desconstruam
preconceitos e construam novas formas de pensar. O intuito do texto é fundamentar o
destaque do decolonialismo através da literatura infantil "Maalum" e a contribuição social
de Lélia Gonzalez, utilizando-os como ferramentas para fomentar um ambiente mais
inclusivo e respeitoso.

Palavras-chave: Letramento antirracista, educação infantil, decolonialismo, literatura


infantil, Lélia Gonzalez, inclusão, respeito.

1. Introdução

2. Abordagens

2.1. Autoestima e Maalum


Tratando-se do papel da literatura infantil antirracista relacionada à autoestima de
crianças negras, é importante citar como ela traz para esses meninos e meninas a sensação
de se sentirem representados por alguém e pertencentes a algum lugar. Isso é muito
importante na construção da imagem que eles terão de si mesmos no futuro.

De forma plena, por muitos anos, e hoje em dia um pouco menos, crianças negras
não se veem representadas e refletidas em produções artísticas, ou quando representadas,
sempre de forma negativa ou em uma posição menorizada. Fatos como esses reverberam
em uma forma de se enxergar muito ruim, pois faz com que já na primeira idade essas elas
se enxerguem como erradas, incapazes e se sintam inferiores às crianças brancas,
desejando ser como elas. Afinal, elas aprendem que ser negro é ruim e ser branco que é
bom. Assim, crescem tentando mudar suas características físicas originais e negando suas
origens e ancestralidades.

A literatura infantil antirracista ajuda a evitar essas questões que se reproduzem


ciclicamente na vida de crianças negras. O livro Maalum, que conta a história de uma
criança, menina negra, cujo o nome de origem africana é bem diferente dos das demais
crianças, nos traz uma reflexão acerca do ponto autoestima, quando, com essa história, se
pode ensinar sobre amar e se orgulhar de sua ancestralidade, de quem elas são. Fazendo
com que, além de se verem representadas, entendam também um pouco sobre a suas
origens. “Maalum” carrega consigo um papel muito importante de conscientização e
quebra com certos arranjos sociais.

2.2. Feminismo e Lélia Gonzales

Ao falar sobre o feminismo que tem um papel extremamente importante na


construção da auto estima dessas meninas,não se pode esquecer das contribuições da
grande filósofa,professora e intelectual Lélia Gonzáles. Trazendo suas dores vividas ao
longo de uma jornada desafiadora, ela demonstra uma força diante da luta por uma
sociedade justa e igualitária.

No texto “Por um Feminismo Afro-latino-americano”ela faz uma reflexão à vista


das contradições do feminismo latino-americano e como isso de certa forma à
impulsionou em busca de sua identidade como mulher negra em uma sociedade opressora
e discriminatória. Mesmo assim, havia uma resiliência quanto a sua esperança por
mudanças citada nesse trecho:

“É inegável que o feminismo, como teoria e prática, desempenhou um papel


fundamental em nossas lutas e conquistas,na medida em que, ao apresentar novas
questões, não apenas estimulou a formação de grupos e redes mas também desenvolveu a
busca por uma nova maneira de ser mulher. Ao centralizar suas análises em torno do
conceito de capitalismo patriarcal (ou patriarcado capitalista), ele revelou as bases
materiais e simbólicas da opressão das mulheres,...¨ (GONZALEZ,2020,p.140)

Aborda também, como a questão racial foi esquecida nos textos sobre o feminismo
e as suas práticas, tratando-se de um ¨racismo por omissão¨. Para as atuais e futuras
gerações, Lélia deixará um legado de força e determinação demonstrando que a união é
primordial para combatera discriminação de raça e gênero, mencionada nesse fragmento:

¨Destacando a ênfase colocada na dimensão racial (quando se trata da percepção e


compreensão da situação das mulheres no continente), tentarei mostrar que dentro do
movimento de mulheres, as negras e indígenas são o testemunho vivo dessa exclusão. Por
outro lado, com base em minhas experiências como mulher negra, tentarei destacar as
iniciativas de aproximação, solidariedade e respeito à diferença por camaradas brancas
efetivamente comprometidas com a causa feminista. A essas mulheres-exceções eu
chamo de irmãs.”(GONZALEZ,2020,p.139)

2.3. O letramento racial

3. Referências bibliográficas

GONZALEZ,Lélia. Por um fenimismo afro-latino-americano.1.ed. Rio de Janeiro:

Zahar,2020

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