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Oficina 1 - Atenção integral à saúde do adulto – 26/02/2024

NOME: Maria Cecília Cabral, Maria Vitória Veras, Milena Jácome, Pedro Lucas Santos,
Matheus Paiva, Jesuelson Germano, Samuel Rocha, Thaís Soares, Maria Clara
Santos, Taynah Cabral, Raissa Ferreira, Perola Maria, Sabrina Holanda.

COORDENADOR(A):

RELATOR(A):

TUTOR: Thiago Duarte

HIPÓTESES:

1) A função do RAS é garantir um cuidado integral ao paciente através da promoção e


prevenção à saúde.
2) A RAS é uma ferramenta que garante o bom funcionamento e evita a superlotação
nos setores de saúde.
3) A redução da mortalidade é decorrente do desenvolvimento socioeconômico e
crescente investimento em políticas públicas.
4) O envelhecimento populacional implica no aumento da morbimortalidade decorrente
de doenças crônicas.
5) As DCNT aceleram o processo de morbimortalidade da população
6) As principais causas de morte estão relacionadas às DCNT’s
7) Os programas de monitoramento contribuem para a redução dos agravos das
DCNT’s
8) O aumento das DCNT’s está associada a desinformação e descuidado da
população.
9) O crescimento das DCNT’s está associada ao crescimento demográfico acelerado,
fatores culturais e habituais.
10) O SUS enfrenta diversos desafios por não seguir o modelo de transição
experimentado por países industrializados.
11) A transição epidemiológica faz parte da transição demográfica

QUESTÕES DE APRENDIZAGEM:

1) Quais são os princípios e diretrizes da RAS e quais estratégias são adotadas


para garanti-los?
Conforme preconiza o artigo 3 da portaria nº 2.436 de 21 de setembro de 2017 (portaria
que aprova a política nacional de educação básica, estabelecendo a revisão de diretrizes
para a organização da atenção básica, no âmbito do SUS), “são princípios e diretrizes do
SUS e da RAS a serem operacionalizados na atenção básica: princípios – universalidade,
equidade, integralidade; diretrizes – regionalização e hierarquização, territorialização,
população adscrita, cuidado centrado na pessoa, resolutividade, longitudinalidade do
cuidado, coordenação do cuidado, ordenação da rede, e participação da comunidade”.
Para garantir os princípios e diretrizes da RAS, várias estratégias podem ser adotadas,
tais quais: fortalecimento da estratégia de saúde da família, educação permanente e
capacitação das equipes, implantação de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas
(PCDT), ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, organização do acesso,
acolhimento e criação de vínculo, uso de tecnologias da informação e comunicação,
avaliação e monitoramento.
Além disso, segundo a BVS, pode-se citar: Buscar um atendimento humanizado de
forma que amplie o acesso dos homens as informações sobre medidas preventivas contra
os agravos e enfermidades que mais atinjam a população masculina; realizar uma
abordagem com enfoque nos princípios de humanização que implicam na promoção,
reconhecimento e respeito aos direitos do homem, obedecendo às suas peculiaridades
sócio-culturais; realizar busca ativa na comunidade e orientar quanto a importância e
necessidade dos cuidados com a saúde; etc.
2) Como se dá o fluxo na RAS?
O fluxo na Rede de Atenção à Saúde (RAS) para as Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNTs) é organizado de forma a garantir uma abordagem integrada e
coordenada ao longo de todo o espectro de cuidados, desde a prevenção até o tratamento
e a reabilitação.
Prevenção primária: envolve ações destinadas a evitar o desenvolvimento das DCNTs.
Isso inclui campanhas de conscientização, promoção da saúde, educação em saúde,
incentivo à adoção de estilos de vida saudáveis e redução dos fatores de risco, como
tabagismo, dieta inadequada, sedentarismo e consumo excessivo de álcool.
Atenção primária à saúde: é a porta de entrada preferencial no SUS e desempenha um
papel fundamental na detecção precoce, no diagnóstico e no manejo das DCNTs. Nas
unidades básicas de saúde e nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), os
profissionais de saúde realizam avaliações de risco, monitoramento de condições crônicas,
planejamento de cuidados e encaminhamentos quando necessário.
Acompanhamento e tratamento ambulatorial: para pacientes com DCNTs
diagnosticadas, o acompanhamento ambulatorial é essencial. Isso pode incluir consultas
médicas regulares, acompanhamento multiprofissional (enfermeiros, nutricionistas,
fisioterapeutas, psicólogos), prescrição de medicamentos, educação do paciente sobre o
manejo da condição e promoção da adesão ao tratamento.
Atenção especializada: em alguns casos, os pacientes com DCNTs podem necessitar
de cuidados especializados, que são oferecidos em unidades de saúde especializadas,
ambulatórios ou centros de referência. Isso inclui avaliação diagnóstica mais detalhada,
tratamentos específicos, procedimentos cirúrgicos e acompanhamento por especialistas em
áreas como cardiologia, endocrinologia, oncologia, entre outras.
Reabilitação e cuidados paliativos: aos pacientes com DCNTs em estágios avançados
ou que apresentam incapacidade funcional, a reabilitação e os cuidados paliativos são
aspectos importantes do cuidado. Isso inclui serviços de fisioterapia, terapia ocupacional,
suporte psicossocial, controle de sintomas e melhoria da qualidade de vida.
Cuidados de longo prazo e assistência domiciliar: pacientes com DCNTs podem
necessitar de cuidados de longo prazo ou assistência domiciliar. Isso pode envolver visitas
domiciliares de profissionais de saúde, fornecimento de equipamentos médicos, cuidados
de enfermagem especializados e suporte à família e aos cuidadores.
3) Aborde as principais políticas públicas de saúde relacionadas à mudança no
padrão de transição demográfica brasileira a partir da implantação do SUS.
Estratégia saúde da família (ESF), programa nacional de imunização (PNI), programa
de assistência integral à saúde da mulher (PAISM), programa nacional de controle ao
tabagismo, programa nacional de alimentação escolar (PNAE), programa nacional de saúde
do idoso, política nacional de saúde mental, programa nacional de saúde do trabalhador
(PNST).
4) Epidemiologicamente, quais as principais causas de morbimortalidade por
faixa etária no Brasil?
Para crianças e adolescentes menores de 5 anos: infecções respiratórias agudas,
diarreia, desnutrição e complicações neonatais.
Para crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos: acidentes e lesões não intencionais
(incluindo acidente de transito, afogamento e quedas), infecções respiratórias e diarreicas,
violência interpessoal e autoinfligida (suicídio).
Para jovens e adultos entre 15 e 29 anos: acidentes de transito, homicídios e violência
interpessoal, suicídio, doenças sexualmente transmissíveis.
Para adultos de meia idade entre 30 e 59 anos: doenças cardiovasculares (IAM e AVC),
câncer (pulmão, mama, próstata e cólon), diabetes mellitus, e violência interpessoal.
Para idosos a partir de 60 anos: doenças cardiovasculares (AVC e doença cardíaca
coronária), DPOC e outras doenças respiratórias, câncer (próstata, mama, pulmão e cólon),
diabetes mellitus, e doenças neurodegenerativas (como demências e alzheimer).
5) Quais são as DCNT e discorra sobre sua epidemiologia em comparação a
outros países.
As doenças crônicas não transmissíveis são as doenças do aparelho circulatório,
câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes.
Conforme dados da FIOCRUZ de 2011, as DCNTs matam cerca de 41 milhões de
pessoas a cada ano, o equivalente a 71% de todas as mortes no mundo; 77% dessas
mortes ocorrem em países de baixa e média renda. As Doenças e Agravos Não
Transmissíveis (Dant) são responsáveis por mais da metade do total de mortes no Brasil.
Em 2019, 54,7% dos óbitos registrados no Brasil foram causados por doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) e 11,5% por agravos. No Brasil, foram registrados mais de 730 mil
óbitos por DCNT em 2019. Destes, 308.511 (41,8%) ocorreram prematuramente.
6) Quais são os fatores de risco para as DCNT.
Segundo o caderno 35 de atenção básica, intitulado “estratégias para o cuidado da
pessoa com doença crônica (2014), os quatro grupos de doenças crônicas de maior
impacto mundial (doenças do aparelho circulatório, diabetes, cânceres e doenças
respiratórias) possuem quatro fatores de risco em comum, quais sejam tabagismo,
inatividade física/sedentarismo, alimentação não saudável e consumo excessivo de álcool.
Os fatores de risco para o desenvolvimento das DCNTs vêm sendo classificados como
modificáveis ou não modificáveis. Entre os fatores modificáveis, estão a hipertensão arterial,
a ingestão de álcool em grandes quantidades, o diabetes mellitus, o tabagismo, o
sedentarismo, o estresse, a obesidade e o colesterol elevado. Já entre os fatores não
modificáveis, destaca-se a idade, a hereditariedade, o sexo e a raça.
7) Quais as estratégias de monitoramento contínuo do SUS com relação às
DCNT.
O monitoramento e a avaliação do plano dant serão realizados anualmente por meio do
acompanhamento das metas, de encontros técnicos e da elaboração de relatórios durante o
período de vigência.
Algumas das principais estratégias de monitoramento das DCNTs pelo SUS incluem:
Sistemas de vigilância epidemiológica: O SUS mantém sistemas de vigilância
epidemiológica que monitoram a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis em
todo o país. Esses sistemas coletam e analisam dados sobre morbidade, mortalidade,
fatores de risco e determinantes sociais relacionados às DCNTs;
Sistema de informação em saúde: O SUS utiliza sistemas de informação em saúde para
coletar, armazenar e analisar dados sobre as DCNTs, incluindo o Sistema de Informações
sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações Hospitalares (SIH), Sistema de
Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e outros sistemas de informação específicos
para monitoramento de doenças crônicas;
Inquéritos de saúde populacional: O Ministério da Saúde realiza inquéritos de saúde
populacional, como a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que coleta informações sobre a
prevalência de doenças crônicas, fatores de risco, acesso aos serviços de saúde e outros
indicadores relacionados à saúde da população brasileira;
Programas de rastreamento e detecção precoce: O SUS implementa programas de
rastreamento e detecção precoce de doenças crônicas não transmissíveis, como o
Programa Nacional de Controle do Diabetes e da Hipertensão Arterial, que oferece testes e
monitoramento para identificar casos precocemente e iniciar o tratamento adequado;
Avaliação de políticas e programas de saúde: O SUS realiza avaliações periódicas de
políticas e programas de saúde relacionados às DCNTs para verificar a eficácia, efetividade
e impacto das intervenções implementadas, permitindo ajustes e melhorias contínuas nas
abordagens de prevenção e controle;
Rede de atenção à saúde: O SUS promove a integração e coordenação da rede de
atenção à saúde, incluindo atenção primária, atenção especializada e atenção hospitalar,
para garantir o acompanhamento adequado e o tratamento das pessoas com DCNTs em
diferentes níveis de complexidade do sistema de saúde.
Resumindo: existe o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação),
VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico), Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações
Hospitalares (SIH/SUS), e outros.
8) O que é a tripla carga de doenças e qual a sua epidemiologia no cenário atual
do Brasil?
Diz-se que o perfil da situação de saúde do brasil é de tripla carga de doenças pela
presença concomitante das doenças infecciosas e carenciais, das causas externas e das
doenças crônicas.
Embora as DCNT sejam responsáveis pela maior parcela da carga de doenças no
Brasil, chama atenção a persistência de algumas doenças transmissíveis e as causas
externas na composição do perfil de saúde do país. Os acidentes de trânsito e a violência
interpessoal, além das infecções respiratórias e o HIV/AIDS, ainda contribuem com
relevante parcela da carga de agravos na população brasileira.
Em pouco mais de 30 anos de existência, a expansão do Sistema Único de Saúde
(SUS) contribuiu para reduzir a carga das doenças e agravos na população brasileira e
reduzir as iniquidades regionais, mas ainda persistem desigualdades no acesso aos
serviços e às ações de promoção e prevenção.
9) Qual o impacto das DCNT’s e quais as políticas públicas relacionadas
existentes?
As DCNTs são as principais causas de óbitos no mundo, gerando perda de qualidade
de vida, alto grau de limitação nas atividades de trabalho e lazer, além de impactos
econômicos para as famílias, comunidades e sociedade em geral.
Dentre os impactos das DCNTs, pode-se citar a alta morbidade e mortalidade, custos de
saúde (uma vez que o tratamento e manejo desses pacientes representam uma parte
significativa dos gatos com saúde), impacto econômico (incluindo perda de produtividade,
incapacidade para o trabalho, aposentadoria precoce e afins), baixa qualidade de vida,
desigualdades sociais e de saúde (as doenças frequentemente afetam de forma
desproporcional grupos sociais mais vulneráveis).
Algumas das principais politicas publicas relacionadas às DCNTs no Brasil são:
estratégia nacional para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis,
programa nacional de alimentação escolar, programa saúde na escola, política nacional de
promoção da saúde, regulação de publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis,
programa nacional de controle ao tabagismo, estratégia de saúde da família, rede de
atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas e etc.
10) O que é o plano DANT e qual sua relevância para o enfrentamento das
DCNT’s?
O plano DANT consiste em uma diretriz para a prevenção dos fatores de risco das
doenças e agravos não transmissíveis e para a promoção da saúde da população com
vistas a dirimir desigualdades em saúde. O objetivo é promover o desenvolvimento e a
implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em
evidencia para a prevenção e controle das DCNTs e seus fatores de risco, além de apoiar
os serviços de saúde voltados às doenças crônicas.
11) Diferencie transição demográfica, transição epidemiológica e transição
nutricional.
Transição demográfica: caracterizada pelo envelhecimento da população.
Transição nutricional: caracterizada pelo crescimento do sobrepeso, da obesidade e da
dislipidemia.
Transição epidemiológica: caracterizada pela tripla carga de doenças.
12) Qual o impacto no SUS devido a transição epidemiológica peculiar do Brasil?
Quando se fala em transição epidemiológica peculiar do brasil refere-se a complexidade
a adversidade dos fatores que moldam os padrões de morbimortalidade no país, incluindo a
coexistência de múltiplas causas de doença e a disparidades sociais e regionais que
caracterizam o cenário de saúde pública brasileiro.
Dentre os impactos no SUS dessa transição, podemos citar:
Aumento da demanda por serviços de saúde: Com o aumento das DCNTs e das
condições crônicas de saúde, há uma maior demanda por serviços de saúde de média e
alta complexidade, como consultas especializadas, exames diagnósticos, tratamentos
prolongados e reabilitação. Isso coloca pressão adicional sobre os recursos e a capacidade
de atendimento do SUS.
Necessidade de reorientação dos serviços de saúde: A transição epidemiológica requer
uma reorientação dos serviços de saúde do SUS para lidar com as DCNTs, priorizando a
atenção primária, a promoção da saúde, a prevenção de doenças e a gestão integrada de
condições crônicas. Isso inclui a expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o
fortalecimento da rede de atenção primária à saúde.
Desafios financeiros e orçamentários: O enfrentamento das DCNTs requer
investimentos significativos em prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento de
pacientes. O SUS enfrenta desafios financeiros e orçamentários para garantir recursos
adequados para atender às demandas crescentes por serviços de saúde, especialmente no
contexto de um sistema de saúde público e universal.
Necessidade de integração de ações e serviços: Para lidar eficazmente com as DCNTs,
é essencial promover a integração de ações e serviços de saúde em todos os níveis de
atenção, desde a atenção primária até a atenção hospitalar e especializada. Isso envolve a
coordenação entre diferentes pontos de atendimento, compartilhamento de informações,
referência e contrarreferência eficientes e trabalho em equipe multidisciplinar.
Foco na promoção da saúde e prevenção de doenças: A transição epidemiológica
destaca a importância da promoção da saúde e da prevenção de doenças como
componentes essenciais da estratégia de saúde pública. Isso inclui ações para promover
estilos de vida saudáveis, reduzir fatores de risco, garantir acesso a alimentação adequada,
incentivar a prática de atividade física e controlar o tabagismo, o álcool e outras substâncias
nocivas.

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