Introdução

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Introdução

Contextualização

Um jurista deve interrogar-se sobre as raízes, os fundamentos e as ideias mestres da ciência


que ele pratica o que implica, necessariamente, pôr, em perspectiva, história e direito.
Seguindo esse raciocínio, iremos trazer aqui um trabalho sobre a História dos tribunais
administrativos.
Falaremos da sua definição, das suas competências, da sua história e evolução.

Justificativa

A história dos tribunais é de suma importância para o estudo, pois, visa compreender o
processo de evolução, funcionamento e constante transformação das civilizações humanas no
decorrer da história. Sendo assim, o motivo do trabalho é de buscar compreender com
profundidade a evolução do Tribunal Administrativo.

Problema

Como podemos conhecer mais sobre a história dos tribunais administrativos?

Hipóteses

Pode se adquirir conhecimento sobre a história dos tribunais administrativos através de


pesquisas na internet;

Procurando a informação lendo livros, revistas científicas, etc.

Objetivos

Objetivo Geral

Conhecer a evolução da História do Tribunal Administrativo.

Objetivo Específico

Analisar detalhadamente a história do Tribunal Administrativo;

Analisar o funcionamento do Tribunal Administrativo passado e o atual;

Conhecer a história do Tribunal Administrativo em Moçambique.

Resultados esperados

Com o seguinte trabalho esperamos trazer um entendimento sobre a história dos tribunais
administrativos.
Metodologia

Neste presente trabalho, a sua elaboração foi feita com base em referências bibliográficas,
pesquisas e investigação de alguns sites na internet, palestras a cerca do tema e leituras de
algumas revistas para a melhor compreensão.

Delimitação do tema

Este trabalho tem como foco a história dos tribunais administrativos em Moçambique, desde
o seu surgimento até a actualidade.

Conceitualização

Conceito

O Tribunal Administrativo é o órgão superior da hierarquia dos tribunais


administrativos provinciais e da Cidade de Maputo, dos tribunais fiscais e dos tribunais
aduaneiros. Que tem como missão garantir a Justiça Administrativa, Fiscal e Aduaneira ao
cidadão, bem como o controlo da boa gestão e da utilização dos dinheiros públicos. E que
visa ser uma Instituição célere e eficaz na promoção da integridade, legalidade e boa gestão
da Administração Pública.

História e Evolução do Tribunal Administrativo

O Direito Administrativo originou-se na França nos séculos XVIII e inicios de séculos XIX.
A influência profunda do direito francês está na origem da recepção do sistema de
administração executiva em Portugal e, por via de consequência, na Província de
Moçambique, o que originará nesta, o surgimento de uma justiça administrativa.

Com efeito, a política de assimilação das colónias portuguesas, em geral, e da de


Moçambique, em particular, ao regime da organização administrativa da metrópole fez com
que as colónias tenham sido consideradas como simples províncias do reino — províncias
ultramarinas — a que se aplicavam com ligeiras alterações as leis feitas para o continente, os
critérios de administração e os planos de governo estabelecidos e traçados para a metrópole.
Nesta perspectiva, a Portaria Provincial n.o 395, de 18 de Fevereiro de 1856, vai considerar
em vigor na província ultramarina de Moçambique o Código administrativo de 1842. Assim,
o sistema de administração executiva foi importado em Moçambique através da aplicação
deste Código.
Alguns anos depois, o Decreto de 1 de Dezembro de 1869, que constituía a segunda Carta
Orgânica das colónias, estenderam a entrada em vigor do referido Código a todas as
províncias ultramarinas.

O território colonial português era dividido em seis províncias. As províncias dividiam-se em


distritos e estes em concelhos. Em Moçambique havia um Governador-Geral e nos distritos
governadores subalternos. Junto ao Governador Geral existiam: o Conselho de Governo
constituído pelos principais funcionários da administração central da colónia e pelo
presidente da Câmara Municipal da capital. Havia ainda um Conselho de Província, que era
um tribunal administrativo.
Assim, nascerem as estruturas administrativas que deviam sustentar o desenvolvimento do
sistema de administração executiva em Moçambique. Várias reformas da administração
colonial entraram em vigor posteriormente, mas nenhuma tinha posto em causa a ratio do
sistema que continuou a ser norteado pelos princípios organizativos do regime administrativo.

Moçambique torna-se independente no dia 25 de Junho de 1975. A primeira Constituição


Moçambicana aprovada no dia 25 de Junho de 1975 instituiu uma democracia popular que
tem como objectivos fundamentais "a edificação (...) e a construção das bases material e
ideológica da sociedade socialista". Assim, a referida opção política concretizou- se na total
subordinação da sociedade civil ("o povo") ao Estado, e deste ao partido FRELIMO24,
partido único, cujo papel dirigente é consagrado sem equívocos pela Constituição de 1975; o
que é totalmente conforme à concepção do Estado na ideologia marxista-leninista.

A acção da Administração encontra-se desligada de constrangimentos jurídicos demasiados


estritos, implicando isto um reforço da sua capacidade de acção. Além disso, o centralismo
democrático favorece, em definitivo, a emancipação política da Administração, pelo facto de
que os órgãos do executivo desempenham um papel essencial na preparação das decisões.
Assim, houve um desenvolvimento do aparelho do Estado com o cuidado de respeitar uma
"legalidade administrativa".
Um outro elemento importante a considerar é relativo à estrutura da organização
administrativa - movida pelo princípio de legalidade socialista - que se instalou
progressivamente depois da independência da colónia. Quando se observa, nos seus
princípios organizacionais, os regimes administrativos da colónia e do Estado novo, pode
considerar-se que não houve verdadeiramente rotura brutal de regime, mas, antes pelo
contrário, uma certa continuidade. Algumas estruturas administrativas locais, até bem pouco
tempo, funcionavam, apesar das mudanças radicais na sociedade moçambicana, com modos
organizativos herdados da potência colonial.
Na verdade, a transição não foi difícil. A produção de normas jurídicas pelo aparelho de
Estado com a finalidade de trazer à Administração a unidade, fiel executora das orientações
decididas pelo partido FRELIMO, permitiu desenvolver um certo gosto pela racionalidade
formal. Tanto como na ordem jurídica liberal, a ordem jurídica socialista implica que o
conjunto dos órgãos da administração do Estado devem respeitar e aplicar as normas
superiores lavradas pelos detentores do poder de Estado. Os sistemas continuam
caracterizados pela hierarquia das normas. Assim, o terreno mantinha-se fértil para o
desenvolvimento do sistema de administração executiva em Moçambique.

A partir dos anos 90 e até hoje, o fenómeno administrativo evolui progressivamente no


sentido do desenvolvimento e consolidação do sistema de administração executiva ou regime
administrativo.

Em primeiro lugar, é a afirmação constituicional da dualidade de ordens jurisdicionais. O


Tribunal Administrativo é expressamente consagrado na Constituição de 1990 e a Lei
Constitucional de 2004 confirma a sua constitucionalização, clarifica as suas relações com a
jurisdição comum e abre a porta a criação de “tribunais administrativos” de hierarquia
inferior.
Em segundo lugar, iniciou-se um verdadeiro processo de reforma estrutural de grande
amplitude. Primeiro, esta reforma consistiu numa democratização das estruturas
administrativas. Em particular, a implementação do processo de descentralização
administrativa, a partir de 1997, teve por consequência o surgimento de uma verdadeira
democracia política ao nível local. Do mesmo modo, a introdução de um processo de
desconcentração ao nível das estruturas locais do Estado, a partir de 2004, contribuiu para
incentivar o desenvolvimento local e uma melhor participação dos cidadãos neste processo,
mesmo se, na prática, várias resistências ainda estejam vivas.
Em terceiro lugar, as reformas do procedimento administrativo e do processo administrativo
contencioso, em 2001, contribuiram para facilitar e agilizar as relações contenciosas e não
contenciosas susceptíveis de se estabelecer entre os administrados, utentes dos serviços
públicos e particulares em geral, e as administrações do Estado ao nível central e local e
administrações autárquicas.

Evolução do tribunal administrativo


Em 1992 além orgânica do Tribunal Administrativo distinguiu-se em três sessões contencioso
administrativo dos contencioso fiscal e aduaneiro três contencioso da fiscalização das
despesas públicas e do visto.

Em 1996 houveram várias Ações de transformação e capacitação dos magistrados do


Tribunal Administrativo na área do contencioso administrativo.

Em 2005 foi assinado um memorando de entendimento entre o Tribunal Administrativo


AFROSAI-E,ASDI e SNAO.

Em 2006 formou seu plano corporativo 2007 a 2010 do Tribunal Administrativo


Enquadrado num conjunto de esforços da afrouxai
Decorreu o início das auditorias aos distritos

Em 2007 foi assinado o memorando de entendimento com a Holanda, Alemanha, Finlândia


Suécia, constituindo fundo comum para implementação do PLACOR.
Conclusão

Antes de 1675, a Coroa portuguesa institui, na colónia de Moçambique, um sistema


específico de “governo” – a “capitania” - com a finalidade de administrar o monopólio real
do ouro e do marfim. Não existia, nesta altura, nem de facto e nem de jure, nenhum “tribunal
administrativo”para dirimir qualquer litígio de natureza administrativa e se existia era a
premissa de uma garantia contenciosa através do ouvidor, o direito aplicável e aplicado não
tinha nenhuma especificidade; era o “direito privado”. A existência do monopólio comercial
do capitão entrava em choque com a política defendida pela Coroa. Finalmente, este sistema
terminou em 1675; o monopólio deu lugar a uma Junta do Comércio, que operava a partir de
Moçambique em nome da Coroa.
Depois em 1926, ainda durante o período de dominação portuguesa, foi criado o Tribunal
Administrativo, Fiscal e de Contas. Este Tribunal perdurou até 1992 quando foi criado o
Tribunal Administrativo, por intermédio da Lei n.o 5, de 6 de maio daquele ano.
Actualmente o Tribunal Administrativo exerce sua jurisdição em todo o território da
República.
Bibliografia

CAVALCANTI, Themístocles Brandão. Instituições de direito administrativo v. 2. 2. ed. Rio


de Janeiro: Freitas Bastos, 1938.

CISTAC, Gilles. História do direito processual administrativo contencioso moçambicano

CISTAC, Gilles. O Direito administrativo em Moçambique. HOTEL CARDOSO,


MOZAMBIQUE, 2009

DURÁN MARTÍNEZ, Augusto. Contencioso administrativo Montevideo: Fundación de


Cultura Universitaria, 2007.

FERRAZ, S.; DALLARI, A. Processo administrativo 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

RIVERO, Jean. Curso de direito administrativo. São Paulo: RT, 2004

https://www.ta.gov.mz/DocumentosCidadao/O%20que%20é%20o%20Tribunal
%20Administrativo.pdf

https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?
fileId=8A8182A14DB4AFB3014DBAAB629946C3

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