Revista Cadernos de Inovao Comrcio e Servios Setembro 2022
Revista Cadernos de Inovao Comrcio e Servios Setembro 2022
Revista Cadernos de Inovao Comrcio e Servios Setembro 2022
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Informações e contatos
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE
Unidade de Acesso à Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade
SGAS 605 – Conjunto A – CEP: 70200-904 – Brasília/DF
zTelefone: (61) 3348-7218
www.sebrae.com.br
CDU – 005.591.6
Apresentação
A inovação e – em especial – a sua difusão junto ao universo das micro e pequenas empresas
brasileiras (MPEs) é um dos maiores desafios que o país enfrenta, na atualidade. Em tempos de
economia globalizada, as nossas MPEs precisam ampliar sua produtividade para não só resistir à
competição com produtos e serviços estrangeiros, como para disputar espaços em outros mercados
mundo afora. Nesse contexto, os “Cadernos de Inovação em Pequenos Negócios”, que você começa
a ler agora, representam uma contribuição do SEBRAE e do CNPq a esse imenso esforço coletivo.
A publicação reúne valiosas reflexões de especialistas e pesquisadores e joga luz sobre iniciativas
estratégicas, como os Agentes Locais de Inovação (ALI), integrante do Programa Brasil Mais. São
várias frentes que mostram que a inovação também está presente nos pequenos negócios brasileiros.
Uma vez que os pequenos negócis respondem por 99% de todas as empresas brasileiras, promover
a prática da inovação é um compromisso que todos os gestores precisam assumir com o futuro da
nossa economia e do nosso povo. Esperamos que esses Cadernos contribuam com esse debate e
ajudem a abrir novas perspectivas para a inovação no Brasil.
Carlos Melles
Presidente do SEBRAE
O Programa ALI é uma parceria de sucesso entre CNPq e SEBRAE que leva profissionais graduados
nas universidades brasileiras a aturarem diretamente no meio empresarial. A qualidade da interação
promovida entre o universo acadêmico e o mundo dos negócios fica muito evidente nesta compilação
de artigos. São estudos que trazem um olhar mais aprofundado sobre a importância da atuação
dos Agentes Locais de Inovação. Publicações desta natureza são fundamentais para que a cultura
da inovação seja disseminada cada vez mais. Estamos falando de um esforço constante do CNPq
e do SEBRAE em oferecer à sociedade brasileira novas formas de fomentar a pesquisa, de apoiar
o empreendedorismo e de desenvolver o ambiente empresarial. É notório que o invetimento em
inovação pode ser muito lucrativo, trazendo enormes benefícios à população. Mesmo assim, o
pesquisador e o empresário brasileiros ainda precisam ser incentivados a ingressar neste caminho,
abandonando velhas práticas e buscando novos desafios. Esta foi uma das principais metas traçadas
pelo Programa ALI e que está sendo plenamente atingida.
Resiliência! Eis a palavra que melhor define o árduo trabalho de organização desta edição dos
Cadernos SEBRAE. Reunir diversos pesquisadores dos estados do Maranhão, Paraná, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina, envolver avaliadores do SEBRAE nacional, coordenadores dos mais variados
projetos, obter aprovação das instituições organizadoras da revista e suas diversas parceiras
certamente não foi tarefa fácil, mas que foi executada com maestria por parte da equipe organizadora
e executora desta edição. Nesta publicação, gostaríamos de homenagear em especial aos autores,
que aceitaram ser submetidos a um processo de avaliação pelos pares no sistema padrão das
revistas científicas e que, humildemente promoveram melhorias em seus textos, mesmo sendo
mestres e doutores já habituados em produzir textos científico-tecnológico com qualidade, sendo
suas publicações reconhecidas em períodicos científicos e outras publicações tecno-científicas.
Parabéns autores, orientadores, sem vocês não teríamos material para a elaboração desta edição.
Diretor-Presidente
Carlos Melles
Diretor Técnico
Bruno Quick
Comitê de Avaliação
Lívia Luize Marengo
Melanie Retz Godoy dos Santos Zwicker
Viviane Helena Palma
Conselho Editorial
Antonio Costa Gomes Filho
Carlo Rossano Manica
Celso Roberto Perez
Diego Carvalho Viana
Leandro Hupalo
Michela Cristiane França Goulart
Rafael Mozart da Silva
Samuel Vinícius Bonato
Sebastiam Johann Batista Perini
Sergio Marilson Kulak
Thiago Stock Paschoal
Editoração e Diagramação
Antonio Costa Gomes Filho
Sergio Marilson Kulak
Revisão
Antonio Costa Gomes Filho
Sergio Marilson Kulak
Presidente
Evaldo Ferreira Vilela
Perfil das empresas de Santa Catarina atendidas pelo SEBRAE no Projeto ALI no período
de 2021-2022
Autor: Thiago Stock Paschoal ......................................................................................... 27
Programa Brasil Mais: análise do desempenho das empresas atendidas pelos ALIs nas
regiões Norte, Sul e Vale dos Sinos e Paranhana no Rio Grande do Sul
Autor: Samuel Vinicius Bonato ..................................................................................... 128
Impacto na produtividade das MPEs da Grande Florianópolis atendidas pelo programa Brasil Mais
durante a pandemia da Covid-19
Cadernos de Inovação em Pequenos Negócios - Comércio e Serviços, v. 1, n. 2, set. 2022 (Ed. Especial) • ISSN 2318-5414
Celso Roberto Perez
1. INTRODUÇÃO
Em fevereiro de 2020 o Brasil passou a ser afetado pela pandemia COVID-19, a qual trans-
formou profundamente tanto as pessoas quanto as empresas de forma geral.
Com o fechamento das atividades econômicas tidas como não essenciais e a decretação
do isolamento social, a forma das empresas se relacionarem com seus clientes foi alterada
repentinamente.
O Programa Brasil Mais é uma iniciativa do Ministério da Economia juntamente com a Agên-
cia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (Sebrae), sendo este último responsável pela execução do programa
(BRASIL, 2021). Dentro do Brasil Mais, o Projeto ALI atua na integração de transformações
rápidas por meio da aplicação de uma metodologia baseada em ferramentas ágeis (SEBRAE,
2020a).
Com este conjunto de ferramentas ágeis, a metodologia do Projeto ALI permite a identi-
ficação de seus principais problemas, as dores na implantação da solução mais apropriada,
a mensuração e avaliação dos resultados obtidos, o acompanhamento individualizado e o
compartilhamento de experiências entre os empresários. A jornada é realizada em um ciclo
de 4 meses, com encontros virtuais coletivos, encontros virtuais ou presenciais individuais e
atividades para o empresário.
Assim, a inovação nas micro e pequenas empresas é mais que promover melhorias de ges-
tão, necessárias e fundamentais para a boa engrenagem do mundo corporativo. É, sobretudo,
um diferencial competitivo, que, muitas vezes, define o sucesso de um empreendimento. Nos
dias de hoje, inovar ainda é um desafio para os pequenos negócios, uma barreira a novos mer-
cados (CARVALHO, et. al, 2011).
Assim, dentre os desafios enfrentados pelas empresas que desejam inovar podemos citar:
comportamento conservador dos empresários, que resulta em aversão ao risco, receio pelo
fracasso, e a não criação de uma cultura da inovação com a participação de toda a equipe de
trabalho (BENEDITTI, CARVALHO, 2006).
A partir destes desafios que tem as MPEs para inovar e se manter competitivas diante de
um mercado cada vez mais globalizado, gerou-se a seguinte questão a ser analisada: como a
metodologia do Programa ALI, operacionalizado pelo SEBRAE-SC e o CNPq, contribui para a
geração de valor das MPEs de Santa Catarina?
A partir desta questão central, o objetivo geral deste trabalho é verificar e apresentar qual
foi o impacto na produtividade das MPEs da Grande Florianópolis que identificaram, prioriza-
ram e resolveram seus principais problemas durante a sua participação no Programa ALI em
8 época da pandemia de COVID-19.
Os objetivos específicos deste trabalho são: identificar quais são os principais problemas
relatados por setor, quais são as dimensões do Radar de Inovação impactadas por estes pro-
blemas, qual é o impacto na variação do Radar de Inovação após a implantação das soluções
sugeridas e, qual o % de variação no Índice de Produtividade das empresas por setor após a
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Impacto na produtividade das MPEs da Grande Florianópolis atendidas pelo programa Brasil Mais
durante a pandemia da Covid-19
2. DESENVOLVIMENTO
Esse trabalho está descrito por partes, apresentando o referencial teórico no item 2.1, os
procedimentos metodológicos no item 2.2, a apresentação e análise dos resultados no item
2.3, e o impacto das principais ações implementadas no item 2.4.
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Celso Roberto Perez
tanto, como atuam em segmento de mercado com baixa barreira à entrada, as MPEs apresen-
tam, normalmente, alta taxa de mortalidade.
Por outro lado, na sua maioria as MPEs se caracterizam por unidades produtivas de baixa
produtividade e com reduzida qualidade dos produtos, atuando no mercado com preferência
pelo baixo preço.
Essas características permitem que as MPEs representem um peso significativo no número
total de empreendimentos produtivos no Brasil, e no porcentual de empregos gerados, embora
com menor importância no volume de produção da economia.
Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005) inovar significa: implementar um produto, bem ou
serviço novo ou significativamente melhorado, ou um novo processo, método de marketing, ou
um novo método organizacional, nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho
ou nas relações externas.
Podendo ser algo que até então não existia ou que contém alguma característica nova e
diferente do padrão atual, gerando uma vantagem em relação aos demais competidores do
mercado (FINEP, 2011).
Segundo Carvalho, Reis e Cavalcante (CARVALHO et. al, 2011), a inovação pode ser incre-
mental, com uma melhoria significativa em algo já existente, agregando vantagem sem alte-
rar o padrão de referência, ou radical, criando novos mercados, inexistentes até o momento,
com uma solução diferenciada, totalmente nova, surgindo uma nova referência muito superior
quando em relação ao que era oferecido anteriormente.
O SEBRAE, em seu Guia da Inovação (SEBRAE, 2015), desmitifica a ideia de que somente
através de altos investimentos ocorrem inovações, incentivando a ideação e proposição de
boas ideias e que aliadas à gestão de qualidade os pequenos negócios também se tornaram
competitivos e alcançam resultados positivos.
Por outro lado, o recente fechamento de atividades presenciais não essenciais devido a
pandemia de COVID-19, que teve seu início em março de 2020 e ainda atua neste início de
2022, teve um grande impacto nos setores de serviço e comércio, o que levou a redução do
faturamento e readaptação das empresas à nova realidade mundial (SEBRAE, 2020b).
Como resposta a estas dificuldades, as empresas implantaram diversas ações de contenção
como a busca por crédito, elaboração de novas estratégias de vendas, redução de custo de
pessoal, redução da jornada de trabalho e busca pela inovação (SEBRAE, 2020b).
Por meio destas medidas, as empresas tinham como objetivo buscar a recuperação e o
aumento da competitividade e produtividade, buscando melhorias como o aperfeiçoamento
de técnicas de gestão, abertura de novos mercados, melhoria das condições produtivas e dos
usos dos recursos disponíveis, assim como do desempenho organizacional, redução de custos
e desperdícios e diminuições gerais de gastos.
E para isso, um caminho é o que a metodologia do programa ALI propõe logo no início, com
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a aplicação do radar para que se identifique oportunidades possíveis de se trabalhar imediata-
mente no melhoramento da empresa acerca dos assuntos mencionados.
Isso por que a produtividade é um elemento-chave para explicar o grau de desenvolvimento
econômico de um país (MENDONÇA et al, 2020).
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Nesse sentido, o Programa ALI pode se tornar um grande aliado, apresentando uma meto-
dologia que facilita o processo de implantação e gestão de inovações em MPEs.
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Na fase 1 (Problema) segundo Guia da Metodologia ALI (SEBRAE, 2020a) o objetivo é fazer
com que a equipe da empresa inicia o processo de identificação e priorização do problema que
mais impacta na produtividade do negócio. Nesta etapa também acontece a aplicação inicial
do Radar de Inovação.
Na fase 2 (Solução) é trabalhada a identificação de ideias que contribuem com o desenvol-
vimento de uma solução para o problema identificado na fase anterior. Neste momento é defi-
nido o protótipo que será testado com o usuário para validar a solução. Nesta etapa também
acontece a mensuração inicial do Índice de Produtividade.
Na fase 3 (Implantação) o objetivo é planejar a implantação da solução que foi validada pelo
usuário.
Na fase 4 (Avaliação) é o momento de avaliar os ganhos obtidos, aplicando o Radar de Ino-
vação Final e o Índice de Produtividade Final.
Uma das formas de avaliar a inovação nas empresas é por meio de ferramentas de men-
suração como o radar da inovação, que pode auxiliar as empresas na realização de um auto
diagnóstico geral das inovações organizacionais e também na identificação de oportunidades
de inovação. A figura 2 apresenta a ferramenta Radar de Inovação, o qual é formado por 6
dimensões, as quais são apresentadas na figura 3.
A partir dos 18 temas do Radar ALI, é possível identificar o grau de maturidade da empresa,
em níveis de 1 a 5, e onde se pode trabalhar para elevar o índice de produtividade.
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A outra ferramenta de mensuração utilizada no Programa ALI é o índice de Produtividade,
apresentado na figura 4, o qual é aplicado a primeira vez no encontro 6 e a última vez no
encontro 9 para mensurar a evolução deste indicador após a implantação da solução proposta
durante o programa ALI.
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As figuras 6 e 7 apresentam os segmentos das empresas para cada um dos setores traba-
lhados.
Figura 6 - Segmentos das empresas serviços Figura 7 - Segmentos das empresas comércio
Ao iniciar o projeto, no Encontro 1 foi aplicado o Radar de Inovação Inicial, o qual é cha-
mado de “RI”, onde foi feita uma avaliação inicial de como as empresas estavam em relação
ao tema inovação. Como próximo passo na metodologia, no encontro 3 foram identificados os
principais problemas enfrentados pelas empresas, identificando para cada problema qual é a
dimensão do Radar de Inovação que ele pertence.
A figura 8 apresenta as dimensões do radar dos problemas que foram trabalhados nas em-
presas de serviços. Como pode ser visto nesta figura, as empresas de serviços identificaram
uma maior quantidade de problemas na dimensão Marketing (68), seguido pela dimensão 15
Gestão das Operações (27) e Transformação Digital (25).
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Figura 9: Problemas relacionados ao Marketing Figura 10: Problemas relacionados à Gestão de Operações
Figura 11 - Problemas relacionados à Trans. Digital Figura 12: Problemas relacionados à Inovação.
A figura 13 apresenta as dimensões do radar dos problemas que foram trabalhados nas
empresas de comércio. Como pode ser visto nesta figura, as empresas de comércio identifica-
ram uma maior quantidade de problemas na dimensão Marketing (23), seguido pela dimensão
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Figura 14: Problemas relacionados ao Marketing. Figura 15: Problemas relacionados à Gestão das Operações.
Após implementação das soluções sugeridas, no último encontro (9), é aplicado novamente
tanto o Radar de Inovação, chamado Radar de Inovação Final “RF” quanto o Índice de Produ-
tividade Final, chamado de “TF”.
Ao fazer a comparação do Radar Inicial com o Radar Final se consegue visualizar a evolução
das dimensões trabalhadas nas empresas dos dois setores. A figura 17 apresenta a evolução
das dimensões trabalhadas nas empresas do setor de Serviços.
Por outro lado, ao fazer a comparação do Índice de Produtividade Inicial T0 com o Índice de
Produtividade Final TF se consegue visualizar a evolução deste índice nas empresas. A figura
18 apresenta a evolução do Índice de Produtividade nas empresas do setor de Serviços.
Como mostra a figura 17, a dimensão que teve maior variação positiva no setor de serviços
foi Marketing, com um aumento em media de 28 %. A segunda dimensão foi Transformação
Digital, com um aumento em média de 21 %.
Como foi visto em seções anteriores, isto se justifica porque em plena época de pandemia,
as principais preocupações das empresas de serviços eram uma maior divulgação e uma rápida
18 transformação digital para poder atender de forma virtual a esse novo público.
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Impacto na produtividade das MPEs da Grande Florianópolis atendidas pelo programa Brasil Mais
durante a pandemia da Covid-19
Em relação ao Índice de Produtividade, como mostra a figura 18, as empresas que trabalha-
ram o marketing tiveram o maior aumento deste índice, com um valor médio de 33%. Aquelas
empresas que trabalharam a Gestão das Operações tiveram um aumento em média de 29
%. Aqui, trabalhar a Transformação Digital teve um impacto menor na evolução do Índice de
Produtividade (16%). Estes valores se justificam, pois, ações em marketing tem um impacto
direto e imediato no faturamento bruto. Trabalhar na Gestão das Operações também tem um
impacto direto e imediato tanto nos custos variáveis (diminuem) quanto no número de pessoas
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ocupadas (também diminui).
Em relação às empresas que trabalharam a Transformação Digital, a evolução do Índice
de Produtividade foi de 16%. De maneira geral, as ações implementadas na dimensão Trans-
formação Digital pelas empresas durante o projeto ALI dividiram-se em três grandes grupos:
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Em relação ao Índice de Produtividade, como mostra a figura 20, as empresas que trabalha-
ram o marketing tiveram o maior aumento deste índice, com um valor médio de 69%. Aquelas
empresas que trabalharam a Inovação tiveram um aumento em média de 53 %. Finalmente,
aquelas empresas que trabalharam a Gestão das Operações tiveram um aumento em média de
10 %. Estes valores se justificam, pois, ações em marketing tem um impacto direto e imediato
no faturamento bruto.
Em relação às empresas de comércio que trabalharam a Gestão das Operações, a pesar que
o aumento na dimensão do radar foi a maior (40 %), o mesmo não teve um impacto signifi-
cativo no índice de produtividade, o qual foi de apenas 10 %. Isto pode ser explicado porque
inovar na gestão de operações (processos) tem um impacto imediato na mensuração do radar
de inovação, mas não necessariamente este impacto vai se refletir na produtividade, pois a
melhoria dos processos levará mais tempo para ser percebida pelos clientes, refletindo assim
futuramente no faturamento.
Ou seja, pode-se dizer que ações de inovação em marketing trazem um impacto mais rápi-
do no faturamento, mas o mesmo não é duradouro. Por outro lado, inovações na Gestão das
Operações podem não trazer resultados imediatos, mas com certeza, quando estes resultados
acontecem, os mesmos serão mais duradouros.
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presas terão resultados mais expressivos e duradouros na sua produtividade com as soluções
implementadas.
Grande parte das inovações implantadas nas empresas geraram possibilidade de novos ne-
gócios, além de gerar oportunidades para a criação de novos produtos e serviços. Em suma, a
maioria das inovações implementadas foram de processos e serviços.
Como retorno concreto, aquele em que falamos de redução de custos, aumento de produti-
vidade ou aumento de receita, se obtiveram resultados positivos a pesar do tempo de duração
do projeto. Ou seja, as soluções foram idealizadas, planejadas e implementadas durante os
encontros da metodologia ALI e o resultado foi levantado em um curto prazo de tempo, no en-
contro 9, após 4 meses de iniciado o atendimento à empresa, o qual não mede o real impacto
das soluções implementadas.
A pesar disto, e como foi demonstrado na seção anterior e pode ser visto na figura 21, as
empresas de Serviços que escolheram problemas de marketing para serem resolvidos ob-
tiveram ganhos de produtividade de 33 %. Aquelas empresas de serviços que focaram em
problemas de Gestão de Operações obtiveram ganhos de produtividade de 29 %. Finalmente,
aquelas empresas de serviços que focaram em problemas da dimensão Inovação, obtiveram
melhoras de 13 % no Índice de Produtividade.
Por outro lado, as empresas de comércio que escolheram problemas de marketing para
serem resolvidos obtiveram ganhos de produtividade de 69%. As empresas de comércio que
focaram em problemas de Gestão de Operações obtiveram melhoras de 10 % no índice de
produtividade.
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Para finalizar, as empresas de comércio que focaram em problemas da dimensão inovação,
obtiveram melhoras de 53 % no Índice de Produtividade.
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durante a pandemia da Covid-19
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inovação, seja nos produtos, serviços ou processos, tem sido a escolha de muitas em-
presas para enfrentar o período recente de pandemia, e assim, se tornar competitiva e ga-
nhar vantagens em seu mercado. As empresas tiveram que acelerar processos que não eram
prioritários na época de pré-pandemia, como transformação digital, gestão de operações e
marketing digital.
O presente trabalho teve como objetivo verificar qual foi o impacto na produtividade das
empresas da Grande Florianópolis atendidas pelo programa Brasil Mais durante a pandemia
COVID-19. Para isso foram identificados os principais problemas priorizados e tratados pelas
empresas do setor de serviços e comércio e se a implementação de soluções para estes pro-
blemas teve impacto significativo tanto na dimensão correspondente no Radar de Inovação
quanto no Índice de Produtividade.
Com base nas análises e resultados obtidos foi possível concluir que no setor de Serviços,
as empresas que identificaram e resolveram problemas nas dimensões Marketing e Gestão de
Operações obtiveram um aumento de 33 % e 29 % no índice de produtividade respectivamen-
te.
Por outro lado, no setor de Comércio, as empresas que implementaram soluções para pro-
blemas identificados nas dimensões Marketing e Inovação obtiveram um aumento de 69 % e
53% do Índice de Produtividade respectivamente.
Outra análise que pode ser feita sobre os resultados obtidos é que as empresas que imple-
mentaram soluções na dimensão Marketing tiveram um aumento significativamente maior no
índice de produtividade se comparadas com as empresas que implementaram soluções nas
dimensões Gestão das Operações, Transformação Digital ou Inovação. Assim, pode-se dizer
que ações de inovação em marketing trazem um impacto mais rápido no faturamento, mas não
sabemos se estes resultados são duradouros. Por outro lado, soluções nas dimensões Gestão
das Operações, Transformação Digital e Inovação podem não trazer resultados imediatos, mas
com certeza, quando estes resultados acontecem, os mesmos serão mais duradouros pois são
estruturantes para as empresas, contribuindo assim com seu desempenho empresarial.
Também foi constatado que a ferramenta Radar da Inovação utilizada na metodologia ALI é
de extrema importância para compreender onde a empresa se encontra em um determinado
momento e aonde tem potencial para chegar, adotando práticas de inovação e estratégias para
se tornar mais competitiva e melhorar seu perfil inovador.
Durante a aplicação da metodologia do programa ALI nas 170 empresas apresentadas
neste estudo, constatou-se que a mesma está voltada principalmente para descobrir o princi-
pal dilema da empresa, desenvolver um protótipo de solução para este problema e planejar e
implementar a solução definitiva. Não há uma ligação direta no transcurso das atividades com 23
o Radar de Inovação Inicial e não tem como foco a criação de planos de ação para a evolução
das dimensões do Radar da Inovação.
Como trabalhos futuros, se sugere que dentro de um prazo de entre 6 e 12 meses se revi-
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Celso Roberto Perez
sitem as 170 empresas participantes deste estudo e se apliquem novamente tanto o radar de
inovação quanto o índice de produtividade, para verificar como a implementação das soluções
sugeridas durante o programa impactaram a médio e longo prazo nas empresas e nos seus
desempenhos.
REFERÊNCIAS
BENEDETTI, M. H.; CARVALHO, V. A. C. A dinâmica da inovação: a influência dos com-
portamentos dos líderes sobre a capacidade de uma equipe em inovar. Anais do En-
contro da Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação e Pesquisa em Administração,
p. 30, 2006.
BRASIL. Programa Brasil Mais. Brasília: Ministério da Economia, 2021. Disponível em: <ht-
tps://brasilmais.economia.gov.br/>. Acesso em: 12 de abr. 2022.
CARVALHO, H.G. de; REIS, D.R.; CAVALCANTE, M.B. Gestão da Inovação. Aymará, Curitiba,
2011. Acesso: 12 abr. 2022. Disponível em:
<http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2057/1/gestaoinovacao.pdf> Acesso em: 04
abr. 2022.
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Impacto na produtividade das MPEs da Grande Florianópolis atendidas pelo programa Brasil Mais
durante a pandemia da Covid-19
SEBRAE. Guia da Metodologia: Agentes Locais de Inovação (ALI). Brasília: SEBRAE, 2020a.
SEBRAE. Impactos da Covid-19 nos Pequenos Negócios. 6ª edição. Santa Catarina: SE-
BRAE, 2020b.
SEBRAE - Guia para a Inovação: Instrumento para a melhoria das dimensões da ino-
vação. Curitiba: Bachmann & Associados, 2015.
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Perfil das empresas de Santa Catarina atendidas pelo SEBRAE no Projeto ALI no período de 2021-2022
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Thiago Stock Paschoal
1. INTRODUÇÃO
O Programa Brasil Mais do Governo Federal, é uma iniciativa que busca aumentar a produ-
tividade e competitividade das empresas, a promoção de melhorias rápidas com baixo custo
e ainda de alto impacto. O projeto oferece para micro, pequenas e médias empresas soluções
para melhorar/aumentar a gestão e controles internos, inovar em processos, e em outras
áreas, na qual os empresários demostram dificuldades (MAIS 2022a).
Para o SEBRAE Alagoas (2019) e SEBRAE (2022a), a cultura da inovação nas empresas
traz vários benefícios que envolvem tanto o ambiente interno da empresa (mapeamento de
processos, diminuição de retrabalho, leiaute novo), como toda a cadeia de negócios, clientes,
fornecedores e até concorrentes.
Ainda segundo o SEBRAE (2022a), a sobrevivência de um negócio está ligada a uma boa
gestão (interna e externa), à inovação (em produtos, serviços e/ou no ambiente de trabalho)
e ao uso de tecnologias.
O estado de Santa Catarina, segundo a JUCESC (2022), possui cerca de 1.070.171 empre-
sas, com base em dados estatísticos pode-se acreditar que algumas delas em breve deixarão
de existir; fato possivelmente dado pela falta de gestão, de capital, de inovação e por outros
tantos motivos, por isso a importância de o empresário receber um suporte através desses
programas.
Por conta disso, este trabalho tem por objetivo mostrar um panorama das empresas aten-
didas pelo SEBRAE no Programa Brasil Mais/Projeto ALI, mapear o perfil dessas empresas e
mensurar o alcance do programa, mostrando assim a importância para o país.
Para a mensuração da amplitude do programa, foram verificadas as cidades das empresas
atendidas, o setor de atividade, a classificação do porte e a quantidade de pessoas ocupadas
nas empresas. Além disso, também foram analisadas as seis dimensões de gestão avaliadas
pelo radar do Projeto ALI.
Os dados foram extraídos dos atendimentos realizados pelos Agentes Locais de Inovação –
ALIs – nas empresas; para apresentá-los foram confeccionados gráficos e tabelas.
2.DESENVOLVIMENTO
Esta seção apresenta o desenvolvimento do trabalho.
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Perfil das empresas de Santa Catarina atendidas pelo SEBRAE no Projeto ALI no período de 2021-2022
2.1.3 SEBRAE
O SEBRAE é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, uma organização
privada nacional de serviço social, sem fins lucrativos, criada em 1972. O SEBRAE promove a
competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno
porte, ou seja, aqueles com faturamento bruto anual de até R$ 4.800.000,00 (quatro milhões
e oitocentos mil reais). Atua com treinamentos, cursos, seminários, consultorias e assistência
técnica em diversas formas (SEBRAE 2022b).
Ainda segundo SEBRAE (2022b), a organização atua em todo o território nacional, possui
29
sede em Brasília e unidades em todos os estados da federação.
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ações do programa Brasil Mais, buscando aumentar a produtividade dos pequenos negócios.
Além desse foco principal outros benefícios podem ser obtidos com a participação da empresa
no programa, tais como:
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Perfil das empresas de Santa Catarina atendidas pelo SEBRAE no Projeto ALI no período de 2021-2022
O SEBRAE (2020b) mostra os temas que as empresas praticam em suas políticas internas:
1) Indicadores-chave;
2) Monitoramento;
3) Estabelecimento de metas;
4) Operação enxuta;
5) Gestão por processos;
6) Cultura de alta performance;
7) Satisfação do cliente;
8) Formação de preços;
9) Publicidade; 10) Gestão de energia;
11) Gestão de água;
12) Redução de desperdícios;
13) Inovação de processos;
14) Inovação de produtos e serviços;
15) Cultura de inovação;
16) Digitalização interna;
17) Presença digital e
18) Meios eletrônicos de pagamento.
31
Fonte: Guia da Metodologia – Agentes Locais de Inovação (SEBRAE, 2020)
2.1.6 INOVAÇÃO
A inovação pode acontecer de diversos modos dentro de uma empresa, em diferentes se-
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tores e de diversas formas. Pode ser nos métodos de trabalho, nos fatores de produção, na
produtividade ou no desempenho comercial, que são classificadas em quatro grupos: Inovação
de produto; Inovação de processo; Inovação organizacional e Inovação de marketing (OSLO
1997).
Conforme CARVALHO, REIS, CAVALCANTI, (2011), é importante para as empresas inovar
sempre que a concorrência aumentar, quando a empresa não possui um diferencial em rela-
ção a outras e para melhorar seus processos internos, trazendo benefícios como os citados a
seguir:
• aumento da demanda para seus produtos e serviços;
• melhor defesa de sua posição competitiva;
• redução de custos;
• ampliação de margens;
• aumento da competência para inovar.
Grandes empresas e empresas de sucesso têm em comum a inovação no seu dia a dia,
apresentam vantagem competitiva, crescimento e melhores resultados (TIDD, BESSANT 2015).
Para OSLO (1997), os resultados da inovação devem sempre ser mensurados; para men-
surar os esforços da inovação das empresas de forma apropriada é importante um sistema de
informação completo com dados para monitoramento e o uso de indicadores.
32
2.3 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O Programa Brasil Mais/Projeto ALI, atendeu no período de outubro de 2021 a fevereiro de
2022 (cerca de 04 meses), 7.904 empresas no estado de Santa Catarina (SC), essas empresas
estão localizadas em 248 municípios catarinenses representando um total de 295 municípios
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Perfil das empresas de Santa Catarina atendidas pelo SEBRAE no Projeto ALI no período de 2021-2022
Tabela 01: Setor das empresas atendidas pelo Programa Brasil Mais/Projeto ALI em SC
Setor Número de empresas Porcentagem (%)
Comércio 3.305 41,81
Serviços 3.088 39,07
Indústria 1.497 18,94
Agropecuária 14 0,18
Fonte: Autor (2022).
Para avaliação da quantidade de pessoas ocupadas nessas empresas, foi feita a média
aritmética do número de pessoas que colaboram em cada empresa, sendo obtido o valor de
5,30 pessoas ocupadas. Isso significa que o programa chegou em aproximadamente 42.000
pessoas.
A categorização em relação ao porte dessas empresas foi realizada conforme seu enqua-
dramento junto à Receita Federal. Os resultados mostram em sua grande maioria (6.200 em-
presas) o porte de ME – Micro Empresa, seguidas de EPP – Empresa de Pequeno Porte (1.261
empresas), MEI – Micro Empreendedor Individual (260 empresas). Houve ainda 183 empresas
onde não foi possível identificar o porte e o resultado final em porcentagem (%) apresenta-se
no Gráfico 01.
Gráfico 1: Porte das empresas atendidas pelo Programa Brasil Mais/Projeto ALI em SC.
Fonte: Autor(2022).
Cada dimensão varia de 0,00 a 5,00 pontos (sendo 0,00 a pontuação mínima e 5,00 a máxi-
ma), as seis dimensões avaliadas e suas respectivas pontuações estão apresentadas no Gráfico
02, abaixo.
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Perfil das empresas de Santa Catarina atendidas pelo SEBRAE no Projeto ALI no período de 2021-2022
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível identificar o impacto e tamanho do Programa Brasil Mais – Projeto ALI no estado
de Santa Catarina.
Grande parte dos municípios do estado foram atendidos, levando o Programa Brasil Mais, e
os nomes do Governo Federal e SEBRAE pelo estado, entrando em contato com empresários
e os auxiliando de forma objetiva na área de gestão, auxiliando-os na organização e planeja-
mento de suas empresas.
Esse artigo ajuda evidenciar que o grande objetivo dos programas Brasil Mais e o ALI do
SEBRAE são alcançados, chegando até o meio empresarial e empresas e criando subsídios para
essas perpetuarem.
Sugestões para futuros trabalhos:
a) Comparar os dados desse estudo com os de outros estados;
b) Avaliar se as ações desenvolvidas são nas áreas de pontuação mais baixas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Complementar nº 123/2006. Estatuto Nacional da Microempresa e da Em-
presa de Pequeno Porte. Brasília (DF): Congresso Nacional, 2006.
MAIS, Brasil (org.). Brasil Mais: Sobre o programa. Disponível em: https://brasilmais.eco- 35
nomia.gov.br/sobre. Acesso em: 04 jan. 2022c.
OECD. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed.
Brasilia: Finep, 1997. 184 p.
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Thiago Stock Paschoal
OLIVEIRA, Marcos Roberto Gois de; CAVALCANTI, André Marques; PAIVA JUNIOR, Fernado
Gomes de; MARQUES, Denilson Bezerra. MENSURANDO A INOVAÇÃO POR MEIO DO GRAU DE
INOVAÇÃO SETORIAL E DO CARACTERÍSTICO SETORIAL DE INOVAÇÃO. Review Of Admi-
nistration And Innovation - Rai, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 115, 13 abr. 2014. Faculdade de
Economia, Administracao e Contabilidade.
SAWHNEY, M., WOLCOTT, R. C., & ARRONIZ, I. (2006). The 12 Different Ways for Com-
panies to Innovate. MIT Sloan Management Review, Spring, p. 75-81.
SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas. Blog Sebrae Alagoas.
Disponível em: https://blog.sebraealagoas.com.br/inovacao/qual-a-importancia-da-inovacao-
-na-empresa-entenda-aqui/, Acesso em: 16/04/2022a.
SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas. Radar Projeto ALI.
Brasília: Sebrae, 2020b.
SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas. SEBRAE RS: Quem So-
mos, 2022b. Disponível em: https://sebraers.com.br/quem-somos. Acesso em: 04 jan. 2022.
TIDD, J., BESSANT, J. Gestão da inovação, 5. ed. Porto Alegre, Bookman, 2015.
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Impactos do Projeto Agentes Locais de Inovação na mesorregião do Vale do Itajaí:
produtividade e grau de inovação
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1. INTRODUÇÃO
De acordo com o SDE (2021), Santa Catarina tem se destacado por suas regiões economica-
mente desenvolvidas e subdivide-se em seis mesorregiões, a saber: Oeste Catarinense, Norte
Catarinense, Serrana, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e Sul Catarinense.
O termo mesorregião diz respeito a uma subdivisão criada pelo Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE) para agrupar diversos municípios de uma área geográfica que te-
nham similaridades econômicas e sociais, para fins estatísticos e de planejamento público, não
constituindo entidades políticas ou administrativas (FECAM, 2021).
Dentre as seis mesorregiões de Santa Catarina, o Vale do Itajaí foi responsável por 30,1%
do PIB do Estado em 2019, o maior percentual entre as demais. Nesse cenário, estão as mi-
croempresas e pequenas empresas (MPE), que de acordo com SEBRAE (2013), representam
respectivamente 93,2% e 5,9%, do número de empresas do Vale do Itajaí.
No Brasil, as MPE são responsáveis por 30% do PIB e 55% dos empregos gerados, repre-
sentando 99% dos negócios brasileiros (BRASIL, 2020). No entanto, as MPE enfrentam dificul-
dades que podem ser atribuídas à falta de recursos como financiamentos, profissionais quali-
ficados, conhecimento e tecnologias, e são, por isso, alvos de programas de apoio e incentivo
do governo (CARVALHO et al., 2021).
A exemplo de programas de incentivo, cita-se o Brasil Mais, que tem o Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Brasileiro de Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE) como parceiros de execução (ABDI,2020). O SENAI atende prioritariamente as in-
dústrias, já o SEBRAE as micro e pequenas empresas (MPE) de comércio e serviços que, em
parceria com o CNPQ, dispõe de Agentes Locais de Inovação, bolsistas que têm a função de
acompanhar as empresas de forma individualizada.
O projeto Agentes Locais de Inovação (ALI) existe desde 2008 e conta com metodologia
própria, fomentando ações de inovação. Em 2020, em resposta ao agravamento dos desafios
enfrentados pelas MPE com a pandemia, a decorrente mudança no consumo e a aceleração no
processo da transformação digital, a metodologia ALI passou por uma revisão.
Desse modo, em sua terceira edição, a metodologia passou a reunir ferramentas ágeis e de
baixo custo a fim de melhorar a capacidade de gestão, produção e inovação, reduzindo des-
perdícios e aprimorando processos (ABDI,2020; SEBRAE, 2020).
De acordo com o presidente do SEBRAE, Carlos Melles, o aumento da produtividade brasi-
leira torna-se possível com a disseminação de melhorias gerenciais e inovações tecnológicas
por meio do Programa Brasil Mais (ABDI,2020).
Mediante esse contexto, faz-se necessário compreender: quais os impactos na produtivida-
de e no grau de inovação das empresas atendidas pelos agentes locais de inovação na messo-
38 região do Vale do Itajaí?
Dessa maneira, o objetivo geral desta pesquisa é analisar os impactos na produtividade e
no grau de inovação das empresas atendidas pelos agentes locais de inovação, no período de
2020 a 2021, e tem como recorte geográfico do estudo, a mesorregião geográfica do Vale do
Itajaí.
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Impactos do Projeto Agentes Locais de Inovação na mesorregião do Vale do Itajaí:
produtividade e grau de inovação
Como objetivos específicos, estão a elucidação dos principais problemas elencados pelas
empresas de cada setor (comércio, serviço e indústria), a verificação das ações implantadas e
as dimensões priorizadas durante o programa.
Os resultados da pesquisa contribuem para:
● Entender as mudanças econômicas e sociais, no período de crise;
● Avaliar a contribuição da inovação para os objetivos sociais e econômicos e
● Avaliar a eficácia e eficiência de políticas de incentivo e apoio à inovação.
Assim, a relevância da pesquisa, está na geração de conhecimento quanto aos impactos na
produtividade e no grau de inovação das empresas do Vale do Itajaí no período avaliado.
2. DESENVOLVIMENTO
Nesta seção é apresentado o desenvolvimento do artigo.
2.1 INOVAÇÃO
Desde a década de 1990 a inovação tem sido assunto recorrente nas esferas pública e pri-
vada, bem como na esfera acadêmica. Esse interesse pode ser reflexo de que a inovação seja
considerada como uma das principais ferramentas para aumentar a competitividade nacional
e a principal força motriz para o desenvolvimento econômico e social (JUYING ZENG E REN,
2021; LEAL E FIGUEIREDO, 2021).
O conceito de inovação vem mudando no decorrer dos anos e tem como origem a palavra
latina ‘inovare’ ou a capacidade de criar algo. Juying Zeng e Ren (2021) apresentam na Figura
1, a evolução do conceito de inovação desde a conceituação do economista Schumpeter, que
propôs pela primeira vez a teoria da inovação em seu livro Theory of Economic Development
em 1912.
39
Fonte: Tradução livre pela autora de Juying Zeng e Ren (2021, p. 212).
Devido aos diferentes conceitos para o termo, a determinação da inovação pode ser “muito
confusa para ser medida e contabilizada” (OCDE, pg.03, 2018). Por isso, em 1991, na cidade
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de Oslo, foi criado o primeiro acordo na comunidade global de profissionais sobre como con-
ceituar e medir a inovação nas empresas. Assim, as diretrizes estabelecidas no acordo, foram
editadas em um documento intitulado- Manual de Oslo.
Desde então, Manual de Oslo serve de referência para conceituar a inovação e para prover
as diretrizes de mensuração da inovação, sendo aceito globalmente e constantemente revisto
por especialistas para que esteja adequado aos cenários econômico e social vigentes.
Em sua quarta edição, revisada em 2018, o Manual de Oslo passou a dar ênfase ao papel
das cadeias globais de valor; considerando o surgimento de novas tecnologias de informação
e como elas influenciam os novos modelos de negócios. Outro enfoque dado foi a crescente
importância do capital baseado no conhecimento; bem como os avanços na compreensão dos
processos de inovação e seu impacto econômico. Além das orientações sobre a mensuração
do processo de transformação digital (OCDE, 2018).
O termo inovação, também foi reformulado e de acordo OCDE (pg.03, 2018), passou a se
referir a: “um produto ou processo novo ou aprimorado (ou combinação deles) que difere
significativamente dos produtos ou processos anteriores”. Com isso, a inovação passou a con-
siderar dois tipos de inovação: em produtos e em processos de negócios.
A inovação de produto é aquela que difere significativamente dos bens ou serviços anterio-
res da empresa e que foi introduzido no mercado (OCDE, 2018). Já a inovação em processos
de negócios, se refere a um processo de negócios novo ou aprimorado para uma ou mais
funções de negócios que difere significativamente dos processos de negócios anteriores da
empresa e que foi colocado em uso pela empresa (OCDE, 2018).
De acordo com a OCDE (2018), o requisito de implementação diferencia a inovação de
outros conceitos como invenção, por exemplo. Além da implementação, são requisitos para
a inovação a mensurabilidade e a novidade, o que torna relativa a condição da inovação nas
empresas. A exemplo, uma empresa pode aplicar uma ação no seu processo, que seja inova-
dora no seu contexto de realidade, porém essa mesma ação, pode não ser necessariamente
inovadora para uma outra empresa.
Outro ponto a se destacar na atualização do Manual de Oslo, é a diferença entre uma em-
presa de fato inovadora e uma empresa ativa em inovação. Uma empresa inovadora é aquela
que relata uma ou mais inovações dentro do período de observação. Já uma empresa ativa em
inovação está envolvida em atividades para desenvolver ou implementar produtos ou proces-
sos de negócios novos ou aprimorados para um uso pretendido, em algum momento durante
o período de observação.
Dessa forma, torna-se essencial compreender quais são as atividades que as empresas
podem realizar em busca de inovação, a saber: atividades de pesquisa e desenvolvimento
(P&D), engenharia, design e outras atividades de trabalho criativo, atividades de marketing e
brand equity, atividades relacionadas à propriedade intelectual (PI), atividades de treinamen-
40
to de funcionários, desenvolvimento de software e atividades de banco de dados, atividades
relacionadas com a aquisição ou arrendamento de ativos tangíveis e atividades de gestão da
inovação.
Conhecendo as atividades que implicam em inovação, é necessário fazer a mensuração da
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produtividade e grau de inovação
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Para cada dimensão do Radar da inovação ALI, são feitas perguntas que avaliam a matu-
ridade da empresa, categorizando-a em cinco níveis, feito em escala numérica-1 (pouco efi-
ciente) a 5 (muito eficiente). Após a mensuração, o agente local de inovação gera um relatório
com a devolutiva para o empresário, que contém a visualização gráfica do radar da inovação,
em formato de teia, e as considerações sobre a situação em que a empresa se encontra, além
de indicações de possíveis melhorias.
Além do Radar da Inovação que mede o grau da inovação da empresa, a metodologia ALI
tem um “Indicador de Produtividade” que permite a verificação do impacto do “Projeto ALI” na
produtividade das empresas participantes. O cálculo utilizado para a mensuração do indicador
de produtividade, se dá pelo valor do faturamento bruto menos os custos variáveis, dividido
pelo número de pessoas ocupadas. O resultado é medido em R$ (reais) por pessoa ocupada
na empresa, para que possa ser comparado, possibilitando a geração de uma média percentual
para verificação do quanto as ações do programa impactam na produtividade da empresa.
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produtividade e grau de inovação
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A proposta metodológica da pesquisa é de natureza aplicada, pois busca a resolução de
problemas por meio de teorias e princípios conhecidos e aceitos na comunidade acadêmica
(CESÁRIO et.al,2020). Quanto aos seus objetivos, é do tipo exploratória, que de acordo com
Gil (2008), busca proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo.
Quanto aos procedimentos da pesquisa, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e a documental.
A pesquisa bibliográfica é aquela que envolve a revisão da bibliografia publicada sobre o
tema de estudo e tem como objetivo colocar o pesquisador em contato com o estado da arte
sobre o assunto (MARCONI E LAKATOS, 2013). Para a pesquisa bibliográfica, foi utilizada
uma revisão sistemática no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), incluindo o banco de teses e dissertações, livros, periódicos, anais de eventos
científicos. Também foi realizada uma busca nos materiais disponibilizados na internet, para
coleta de dados setoriais e relatórios.
Já na pesquisa documental deste estudo, foram utilizadas as informações coletadas pelos
ALIS em campo e disponibilizadas em planilha, bem como do estudo elaborado por eles,
com observação direta. A seleção dos diagnósticos para a base de dados foi de modo não
probabilístico por conveniência, conforme adesão voluntária das empresas ao projeto ALI.
Vale ressaltar que o filtro usado para seleção das empresas desse estudo, foram: as empresas
atendidas na messoregião do Vale do Itajaí nos anos de 2020 e 2021 e que concluíram a
mensuração final da metodologia ALI, o que totalizou 835 diagnósticos.
De acordo com Gil (2010), geralmente os materiais utilizados na pesquisa documental não
têm um tratamento analítico e dessa forma precisam de uma análise, como por exemplo, os
documentos estatísticos, que, por sua própria natureza, conduzem à abordagem quantitativa.
A abordagem quantitativa se refere àquela em que a amostragem geralmente é determinada
por critérios estatísticos; generalização dos resultados e o uso de dados que representam
uma população específica (PASCHOARELLI, MEDOLA E BONFIM, 2018). Já na abordagem
qualitativa, não são requeridos métodos e técnicas estatísticas e o ambiente natural é a fonte
direta para coleta de dados (CESÁRIO et.al, 2020).
De acordo com Paschoarelli, Medola e Bonfim (2018), as abordagens quantitativas e
qualitativas utilizadas em uma mesma pesquisa são adequadas para que a subjetividade
seja minimizada e, ao mesmo tempo, para aproximar o pesquisador do objeto estudado,
proporcionando maior credibilidade aos dados.
Dessa forma, utilizou-se a abordagem quali-quantitativa, com métodos mistos sequenciais,
iniciando por uma abordagem qualitativa e seguindo com uma abordagem quantitativa
(PASCHOARELLI, MEDOLA E BONFIM, 2018).
Conforme mostrado na Figura 3, a pesquisa se deu em duas etapas. A Etapa 1 foi composta 43
por 835 diagnósticos de empresas do Vale do Itajaí, com abordagem quantitativa, com uso
dos cálculos das médias das dimensões da inovação. A Etapa 2 foi composta por uma análise
qualitativa com base no levantamento dos principais problemas mapeados e ações implantadas
durante o programa, em diferentes mesorregiões, por meio de observação direta dos ALIS no
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Michela Cristiane França Goulart
Na Etapa 01, a partir da seleção da amostragem de 835 diagnósticos, foi feita uma caracterização das
empresas atendidas, quanto à localização, setor, segmento. Também foram calculadas as médias dos indicadores
de faturamento, produtividade e graus da inovação nas diferentes dimensões e com esse último, foi gerado o
gráfico do radar da inovação geral. A seguir, os diagnósticos foram agrupados quanto ao setor: comércio, serviços
e indústria.
Na Etapa 02, a partir da setorização, verificou-se as ocorrências dos problemas relatados e das ações
priorizadas, a fim de categorizar quanto ao tipo de inovação, de acordo com a conceituação do Manual de Oslo
(OECD; EUROSTAT, 2018). Os resultados são apresentados na próxima seção.
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta seção é feita a apresentação, análise e discussão dos resulatados.
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Impactos do Projeto Agentes Locais de Inovação na mesorregião do Vale do Itajaí:
produtividade e grau de inovação
O município com maior atendimento foi Blumenau com 191 empresas atendidas. Blumenau
é a maior cidade do Vale do Itajaí está entre as 100 mais ricas do país, aparecendo na 56ª
posição no ranking nacional que usa como base o Produto Interno Bruto. Também aparece na
4ª colocação no Estado, atrás apenas de Joinville, Itajaí e Florianópolis (PEDRO MACHADO,
2022).
Depois de Blumenau, está Balneário Camboriú com 90 empresas atendidas, que tem como
principais atividades econômicas as atividades relacionadas ao turismo e o comércio. Brusque
teve o terceiro maior número de empresas atendidas- 81 e destaca-se como um dos principais
polos têxteis do país.
Os três municípios que tiveram o maior número de empresas atendidas no projeto ALI,
refletem a predominância da indústria têxtil e do vestuário no Vale do Itajaí, bem como a
movimentação das empresas impactados positivamente pela retomada do fluxo de pessoas
nas ruas no período pandêmico, com destaque atividades relacionadas ao turismo e serviços
prestados às famílias (FIESC, 2022).
O atendimento ALI aos municípios da messoregião do Vale do Itajaí contabilizou 52
municípios, faltando apenas dois para a sua totalidade.
Quanto ao setor atendido, como mostra a Figura 05, 42% são empresas do setor de serviços,
35% do comércio e 23% da indústria, demonstrando a representatividade do setor de serviços
no Estado.
A partir dos dados apresentados, é possível notar a intensa participação do setor de serviços
no projeto e a sua representatividade na mesorregião.
Quanto ao porte, 77% das empresas atendidas são Microempresas, 17% Empresas de
pequeno porte, 2% Microempreendedor individual e 4% não foi informado, como mostra a
45
Figura 06. Isso se explica pelo número de Micro e pequenas no país (99%), além de ser esse
o público-alvo de atendimento do SEBRAE.
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Michela Cristiane França Goulart
Quanto ao segmento, é possível verificar na Figura 07, que o maior número se deu no
segmento de Moda com 129, Casa e construção com 123, seguido de serviços de alimentação
com 72 empresas. Na sequência, os segmentos mais atendidos são alimentos e bebidas: 67,
comércio varejista: 64, outros serviços: 58 e saúde: 48.
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Impactos do Projeto Agentes Locais de Inovação na mesorregião do Vale do Itajaí:
produtividade e grau de inovação
Como pode ser observado na Figura 08, as ações do projeto ALI tiveram impacto na variação
de 13,27% no grau de inovação das empresas atendidas.
Na Figura 9, é possível ter uma rápida visualização do impacto do projeto ALI no grau de
inovação das empresas atendidas. A linha com a cor azul representa o resultado da mensuração
inicial do radar e a linha com cor laranja representa o resultado da mensuração final do radar.
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Michela Cristiane França Goulart
Percebe-se que as dimensões com maior aumento foram a Gestão por indicadores, seguida
da Inovação e Marketing.
Na subseção a seguir, caracterizou-se as empresas do setor comércio, quanto ao porte e
impactos na produtividade e grau de inovação.
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Impactos do Projeto Agentes Locais de Inovação na mesorregião do Vale do Itajaí:
produtividade e grau de inovação
A maior parcela de empresas do país é constituída pelas micro e pequenas empresas, fato
que se traduz no resultado apresentado.
Quanto às médias do faturamento inicial e final e da produtividade inicial e final, foram
respectivamente de: faturamento bruto inicial: R$70.503,04 e faturamento bruto final:
R$75.494,27 e da produtividade inicial: R$4.404,14 e produtividade final: R$5.996,34.
Com isso foi possível verificar que o Projeto ALI impactou as empresas do setor de serviços do
Vale do Itajaí, com um aumento de 7,08% no faturamento bruto e de 36,15 % na produtividade.
A média geral do grau de inovação inicial das empresas foi de 2,83 e a final de 3,20,
representando um aumento de 12,76% no grau de inovação das empresas atendidas, conforme
mostra a Figura 11.
Com as mensurações iniciais e finais de cada dimensão, foi gerado o gráfico do Radar da
Inovação, Figura 12, que permite a visualização do impacto do projeto ALI no grau de inovação
das empresas atendidas. A linha com a cor azul representa o resultado da mensuração inicial
do radar e a linha com cor laranja representa o resultado da mensuração final do radar.
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produtividade e grau de inovação
Com as mensurações iniciais e finais de cada dimensão, foi gerado o gráfico do Radar da
Inovação, ver Figura 15, que permite uma rápida visualização do impacto do projeto ALI no
grau de inovação das empresas atendidas. A linha com a cor azul representa o resultado da
mensuração inicial do radar e a linha com cor laranja representa o resultado da mensuração
final do radar.
Quanto as dimensões com maior aumento, o setor de comércio seguiu o mesmo resultado
geral da pesquisa e do setor de serviços, tendo nas dimensões da Gestão por indicadores,
Marketing e Inovação o maior aumento.
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Com o Radar da Inovação, Figura 18, é possível visualizar o impacto do projeto ALI no grau
de inovação das empresas atendidas.
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produtividade e grau de inovação
De modo similar às demais análises, percebe-se o maior aumento nas dimensões: Gestão
por indicadores, Inovação e Marketing.
Figura 19- Principais problemas identificados pelas empresas atendidas no Projeto ALI .
53
Para esclarecer quais os problemas identificados e quais foram as ações priorizadas pelas
empresas durante o projeto, foi criado o Quadro 01.
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• Metas de vendas;
• Baixa conversão de vendas; • Ações de divulgação;
• Perda de clientes; Campanhas nas redes sociais
FATURAMENTO
• Estagnação da empresa no mercado; • Inovação em processos de reserva e
• Baixo capital de giro; porcionamento de alimentos.
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produtividade e grau de inovação
Quanto aos problemas apresentados, em sua maioria, são problemas estruturais de cunho
operativo, organizacional e relacional. Nesse sentido, observa-se que as ações são de melhorias
contínuas e resolução de problemas caraterísticos em micro e pequenas empresas.
Também se destaca o elevado número de ações de marketing e vendas nos meios digitais
que se tornaram prioritárias para as empresas no período pandêmico.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mensuração da produtividade e do grau de inovação nas micro e pequenas empresas
atendidas pelo Projeto ALI na Mesorregião do Vale do Itajaí, parte da necessidade da avaliação
da efetividade dos programas de incentivo, do conhecimento das melhores práticas e do cenário
da inovação, possibilitando que todos os atores tenham subsídios para incrementar ações que
visam o aumento da produtividade e consequentemente a competitividade.
O setor da indústria foi o que teve maior aumento na variação do faturamento, produtividade
e aumento no grau de inovação, elevado principalmente por empresas com atividades ligadas
diretamente às medidas de contenção a pandemia e seus impactos, como é o caso das empresas
de softwares e serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC) e a indústria de base
tecnológica.
Conforme apontado na pesquisa, as demais empresas do setor de serviços e comércio
mostraram-se resilientes diante a pandemia e tiveram aumento no grau de inovação,
implementando ações de inovação de baixo impacto para a resolução de problemas estruturais
na operação e processos, no marketing, nas vendas e recursos humanos.
O cenário da inovação na mesorregião do Vale do Itajaí retrata o contexto da inovação em
economias emergentes e em desenvolvimento, onde configura-se a escassez de capacidades
tecnológicas para as inovações significativas, fato que ainda se constitui em um dos principais
obstáculos à aceleração do crescimento econômico e melhoria dos índices de desenvolvimento.
Nesse sentido, a questão do incremento na produtividade e nos graus de inovação envolve,
além da atuação dos empresários, as políticas públicas de incentivo à micro e pequenas
empresas, as redes de conhecimento disponíveis e o networking, que propiciam um ecossistema
de inovação.
Em última análise, com o levantamento dos problemas e ações de inovação propostas pelos
Projeto Agentes Locais de Inovação, a pesquisa permitiu verificar os impactos na produtividade
e no grau de inovação das empresas atendidas. Assim, a pesquisa atinge o objetivo geral e
específico traçados.
Como limitações da pesquisa, cita-se a falta de dados que permitam caracterizar a empresa
antes da atuação do ALI, como ativa em inovação ou inovadora, como propõe o Manual de
Oslo, o que permitiria uma compreensão ampliada do cenário dos impactos do Projeto ALI no
contexto da inovação.
Nesse ponto, embora a pesquisa não caracterize as empresas atendidas no Projeto ALI 57
quanto a serem inovadoras de fato ou ativas em inovação, é inegável os impactos positivos do
Projeto ALI, onde se destaca o papel dos agentes locais de inovação como agentes catalisadores
da produtividade e da inovação, conforme propõe o SEBRAE.
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REFERÊNCIAS
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a eficiência das empresas. 2020. Disponível em: <https://www.abdi.com.br/postagem/
brasil-mais-aumentara-a-eficiencia-das-empresas>. Acesso em: 16 maio. 2022.
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pesquisas e suas características. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.
Ano 05, Ed. 11, Vol. 05, pp. 23-33. Novembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tipos-depesquisas>.
DAMBISKI GOMES DE CARVALHO, G. et al. Innovation and Management in MSMEs: A
Literature Review of Highly Cited Papers. SAGE Open, v. 11, n. 4, p. 215824402110525,
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade.
18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
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Data on Innovation. 4. ed. Paris/Eurostat, Luxembourg: OECD Publishing, 2018.
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Brasília, 2020a.
SEBRAE. Radar Projeto ALI. A Jornada da Inovação para a produtividade Radar ALI- Agentes
locais de inovação (ALI). Brasília, 2020b.
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1. INTRODUÇÃO
De um modo geral, as empresas oferecem relevantes contribuições para a sociedade. Sob a
ótica da economia, contribuem para a geração de renda e para o desenvolvimento decorrente
da mesma. Sob a ótica social, possibilitam, a partir do desenvolvimento econômico, o acesso
à educação e ao ensino através da democratização das oportunidades à população. E, sob a
ótica empreendedora, possibilitam empreender, criar e inovar.
Nesse sentido, as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) estão inseridas
neste contexto, com características e contribuições específicas. Tais categorias de empresas
possuem restrições de inserção no mercado em detrimento, sobretudo, da limitação de receita
que impacta diretamente em seu orçamento e na intensidade de seus negócios. Assim, a co-
municação e as estratégias em relação às empresas necessitam de performance diferenciada
para garantir êxito em suas ações.
No início de 2020 a pandemia da COVID-19 forçou economias do mundo a medidas res-
tritivas como distanciamento e isolamento social, impactando, de forma mais acentuada, os
pequenos negócios. Empresas passaram a adotar estratégias para manter a competitividade e,
até mesmo, a sobrevivência no mercado e a busca pela inovação nos processos foi estimulada
entre os empreendedores.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), em parceria com o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e através do Ministério
de Economia (ME), disponibilizou ao setor empresarial o Programa Brasil Mais com o objetivo
de aumentar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras através da promo-
ção de melhorias rápidas, de baixo custo e alto impacto (BRASIL, 2022). O programa, que
está em sua terceira versão, teve início em novembro de 2020 com previsão de término para
outubro de 2022, sendo desenvolvido em todas as unidades federativas do país.
O Programa Brasil Mais consiste em um acompanhamento individualizado a microempresas
e empresas de pequeno porte de um Agente Local de Inovação (ALI) que, através de metodo-
logia e ferramentas específicas, atende os empresários em um ciclo de quatro meses identifi-
cando um problema, definindo e implantando uma solução e avaliando a solução implantada.
Ao final do acompanhamento é gerado um indicador de produtividade de cada empresa com
base no faturamento bruto, custos variáveis e número de pessoas ocupadas.
Desta forma, o estudo tem como objetivo principal analisar a eficiência das unidades fede-
rativas do país na execução do Programa Brasil Mais em relação à produtividade das empresas
participantes. Os objetivos específicos do estudo são: (a) apresentar o Programa Brasil Mais
e sua metodologia, (b) apresentar os resultados do Programa Brasil Mais no Ciclo 1 e (c)
identificar a unidade federativa mais eficiente em relação ao índice de produtividade atingido
62 pelas empresas participantes do Programa Brasil Mais no Ciclo 1 a partir da técnica de análise
envoltória de dados.
O estudo é dividido em três seções. Nesta primeira são apresentados os objetivos e uma
breve contextualização do tema. Na segunda são apresentados o referencial teórico com as
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2. DESENVOLVIMENTO
A seção a seguir apresenta os principais autores que serviram de base para a construção do
referencial teórico deste estudo com base na inovação nos pequenos negócios, procedimentos
metodológicos e apresentação, análise e discussão dos resultados.
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é conseguir transformar uma ideia em um projeto de sucesso. Mas, para isso, é preciso passar
por um processo difícil. O processo de inovação ocorre por meio da combinação de diferentes
conhecimentos e recursos em condições arriscadas. O processo é progressivo, mas a incerteza
precisa ser conduzida de forma real. De acordo com Tidd, Bessant e Pavitt (2008), o processo
de inovação é composto e estruturado por três etapas, sendo elas: procura, seleção e imple-
mentação.
Para iniciar esses processos é importante que as empresas vejam a inovação como um
conjunto de atividades que fazem parte de um processo organizacional e que precisa passar
por constantes atualizações, melhorias e, ser mantido, também, com aprendizagem e conheci-
mento organizacional. A primeira etapa do processo de inovação é a busca por oportunidades
que podem estar relacionadas ao mercado que atuam ou necessidades percebidas do seu
público-alvo. É nesta fase em que surgem ideias e insights com o objetivo de encontrar uma
oportunidade de inovar. O British Council (2010) ressalta a importância do processo de inova-
ção, principalmente do primeiro estágio.
Para British Council (2010, p. 16), “o uso geral de técnicas e tecnologias de manufatura
significa que os processos produtivos trabalham exclusivamente em função dos custos da mão
de obra (fábricas e indústrias inteiras podem ser transferidas a locais onde a mão de obra seja
mais barata ou mais abundante)”. O objetivo dessa etapa é ter o maior entendimento plausível
sobre problemas e necessidades dos possíveis clientes e lapidar ao máximo a ideia para uma
criação com maior potencial de sucesso.
A fase de seleção é a segunda etapa e tem como objetivo selecionar as ideias que mais
possui competência de solucionar os objetivos e atender ao mercado em questão. “O objetivo
dessa fase é explicar tais informações na forma de um conceito de inovação que possa ser am-
pliado dentro da organização em desenvolvimento” (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008, p. 110).
A fase da implantação é a terceira etapa e tem como objetivo avaliar a ideia, anteriormente
selecionada, para que possa se tornar uma novidade e inovação mercadológica. O lançamento
da inovação é uma fase muito importante, pois, segundo os autores, depende não somente do
produto em si, mas dos esforços de marketing a serem adotados para agregar valor, ou seja,
torná-lo conhecido e desejável. Ainda para Tidd, Bessant e Pavitt (2008) há uma quarta e últi-
ma fase que deve ser considerada: a fase da reinovação. Esta fase está relacionada ao reinício
de todo o processo, em que são revisadas as ideias iniciais, o que já foi criado e analisa-se o
que pode ser melhorado no processo de inovação.
Quando se fala em inovação nas empresas refere-se às microempresas (ME’s) e empresas
de pequeno porte (EPP’s). Hoje tornou-se essencial e um diferencial competitivo para que
continuem atuando no mercado e possam competir com as grandes organizações. Para Porter
(1986) as ME’s e EPP’s são necessárias para o crescimento econômico do país, pois geram
inúmeros postos de trabalhos, geram recursos e atividades necessárias para a economia local.
64
Segundo Peters (2001) uma EPP com perfil inovador se reinventa constantemente, costuma
priorizar e incentivar a criatividade, o espírito empreendedor e o desenvolvimento das pessoas
que estão ligadas à organização. O poder é descentralizado, pois permite delegar decisões,
controle e determinadas funções aos setores dentro da empresa. Conforme Sanchés e Castrillo
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(2006), a capacidade de uma empresa inovar depende, também, de sua estrutura e de sua
organização interna: sua força de trabalho, sua condição financeira, seu posicionamento no
mercado e seus concorrentes. Todos esses aspectos influenciam nas estratégias para que as
empresas consigam êxito nas diversas fases do processo de inovação.
A inovação em processos internos ou organizacionais, ainda de acordo Sanchés e Castrillo
(2006), são bastante difundidas: mudanças nos métodos de trabalho, de produção, na pro-
dutividade ou no desempenho comercial, acabam resultando em excelentes resultados no
desempenho das empresas. Alguns dos objetivos que fazem as organizações inovarem em
seus processos internos são: reduzir custos de produção, aumentar ou desenvolver produtos
que estejam de acordo com as exigências ou demanda do seu público, onde a empresa possa
manter ou aumentar sua participação no mercado, melhorar as condições de trabalho e dimi-
nuir danos ao meio ambiente.
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ção de gráficos e cálculos estatísticos e para a análise da eficiência das unidades federativas foi
utilizado o software Sistema Integrado de Apoio à Decisão (SIAD) que, segundo Ângulo-Meza
et al. (2004), foi implementado em Delphi inicialmente para resolver os modelos de progra-
mação linear da Análise Envoltória de Dados. Assim, o algoritmo Simplex (DANTZIG, 1963)
foi utilizado com a implementação computacional a partir da proposta por Künzi, Tzschach e
Zehnder (2014), que inclui uma rotina para evitar problemas de degeneração, sendo este um
problema muito comum em modelos DEA devido à própria estrutura da programação linear,
na qual existe excesso de restrições redundantes relativas às DMUs ineficientes e, em alguns
casos, faz com que apresentem múltiplas soluções ótimas.
A etapa de validação do modelo teve como base tanto a análise de seus resultados como
a comparação do resultado da eficiência aferida pelo modelo ao indicador produtividade, que
é calculado a partir da razão da diferença do faturamento bruto e custos variáveis com o nú-
mero de pessoas ocupadas na empresa. Os escores orientados foram analisados por input e
output de eficiência técnica CRS (Constant Returns to Scale). A Tabela 3 apresenta as
DMUs do estudo e seu input e output considerados no estudo para a análise de eficiência.
Tabela 1 – DMUs, input e output adotados no estudo para a análise de eficiência
Número médio empresas Variação da produtividade
Unidades federativas
atendidas por ALI no Ciclo 1 das empresas
(DMUs)
(input) (output)
Acre 11,83 21,57%
Alagoas 12,11 25,89%
Amazonas 22,50 13,61%
Amapá 6,20 32,22%
Bahia 7,89 -14,29%
Ceará 9,59 55,01%
Distrito Federal 12,33 -59,70%
Espírito Santo 8,45 45,37%
Goiás 11,48 15,90%
Maranhão 9,79 33,99%
Mato Grosso 16,20 10,54%
Mato Grosso do Sul 11,69 26,10%
Minas Gerais 15,75 12,83%
Pará 8,48 31,55%
Paraíba 15,92 29,59%
Paraná 14,06 80,62%
Pernambuco 11,68 38,34%
Piauí 9,75 46,56%
Rio de Janeiro 10,17 39,42%
Rio Grande do Norte 12,30 12,85%
Rio Grande do Sul 14,96 20,36%
Rondônia 9,67 -8,35%
66 Roraima 16,75 7,59%
Santa Catarina 13,15 34,43%
São Paulo 11,21 -52,66%
Sergipe 8,82 28,04%
Tocantins 15,09 20,65%
Fonte: Autor (2022).
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De acordo com a Tabela 1, considerou-se como input o número médio de empresas aten-
didas pelos ALIs no Ciclo 1 por unidade federativa e, como output, a variação percentual
da produtividade aferida entre a medição inicial e a medição final do Radar da Inovação por
unidade federativa. Segundo o SEBRAE (2020), a recomendação é que cada ALI atenda cerca
de 20 empresas em cada ciclo. No entanto, conforme já apontado anteriormente, considerou-
-se para o presente estudo apenas as empresas não desistentes do Programa Brasil Mais do
Ciclo 1 e que realizaram as medições inicial e final para a obtenção da variação percentual do
faturamento bruto, dos custos variáveis, do número de pessoas ocupadas e da produtividade.
Segundo Bertrand e Fransoo (2002), o método de modelagem é apropriado à pesquisa que
busca estruturar modelos analíticos a fim de explicar, total ou parcialmente, o comportamento
de um determinado processo operacional da vida real e/ou busca capturar, total ou parcialmen-
te, os problemas de tomada de decisão enfrentados pelos gestores em processos operacionais
reais.
Além disso, o método de modelagem é apropriado quando as relações entre variáveis são
assumidas como causais, ou seja, alterações em uma variável estudada “x” acarretam altera-
ções em outra variável também estudada f(x), conforme Jack et al. (1989).
Com o desenvolvimento das capacidades e práticas gerenciais, o Programa Brasil Mais busca
melhorar nas empresas as habilidades de percepção, pensamento crítico, capacidade de or-
denamento, planejamento de curto e longo prazo, liderança, controle, capacidade de decisão,
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Tabela 2 – Número de empresas atendidas no Ciclo 1 do Programa Brasil Mais por setor econômico
% Agropecuária
Agropecuária
% Comércio
% Indústria
% Serviços
Comércio
Indústria
Serviços
Estado
% Total
Total
AC 0 0,00% 32 0,63% 14 0,92% 25 0,58% 71 0,65%
AL 0 0,00% 37 0,73% 12 0,79% 60 1,38% 109 0,99%
AP 1 5,00% 29 0,57% 9 0,59% 51 1,18% 90 0,82%
AM 0 5,00% 14 0,27% 6 0,39% 11 0,25% 31 0,28%
BA 0 0,00% 56 1,10% 19 1,25% 67 1,55% 142 1,29%
CE 0 0,00% 151 2,96% 10 0,66% 50 1,15% 211 1,92%
DF 2 10,00% 97 1,90% 35 2,30% 162 3,74% 296 2,70%
ES 1 5,00% 90 1,77% 16 1,05% 62 1,43% 169 1,54%
GO 2 10,00% 277 5,44% 66 4,33% 183 4,22% 528 4,81%
MA 0 0,00% 87 1,71% 8 0,52% 42 0,97% 137 1,25%
MT 0 0,00% 42 0,82% 9 0,59% 30 0,69% 81 0,74%
MS 2 10,00% 295 5,79% 33 2,16% 161 3,71% 491 4,47%
MG 2 10,00% 792 15,55% 225 14,75% 540 12,46% 1.559 14,21%
PA 0 0,00% 110 2,16% 30 1,97% 72 1,66% 212 1,93%
PB 0 0,00% 183 3,59% 1 0,07% 7 0,16% 191 1,74%
PR 0 0,00% 118 2,32% 132 8,66% 186 4,29% 436 3,97%
PE 0 0,00% 103 2,02% 30 1,97% 124 2,86% 257 2,34%
PI 0 0,00% 54 1,06% 24 1,57% 39 0,90% 117 1,07%
RJ 0 0,00% 98 1,92% 40 2,62% 157 3,62% 295 2,69%
RN 0 0,00% 133 2,61% 27 1,77% 123 2,84% 283 2,58%
RS 0 0,00% 247 4,85% 129 8,46% 297 6,85% 673 6,13%
RO 0 0,00% 36 0,71% 2 0,13% 20 0,46% 58 0,53%
RR 0 0,00% 49 0,96% 2 0,13% 16 0,37% 67 0,61%
SC 2 10,00% 474 9,31% 224 14,69% 470 10,84% 1.170 10,66%
SP 5 25,00% 1.333 26,17% 384 25,18% 1.261 29,10% 2.983 27,18%
SE 0 0,00% 62 1,22% 24 1,57% 64 1,48% 150 1,37%
TO 3 15,00% 95 1,86% 14 0,92% 54 1,25% 166 1,51%
Total 20 100% 5.094 100% 1.525 100% 4.334 100% 10.973 100%
Fonte: Autor (2022).
A partir da Tabela 2 percebe-se que durante o Ciclo 1 do Programa Brasil Mais o maior vo-
lume de empresas atendidas concentrou-se no setor de comércio (46,42%), seguido do setor
de serviços (39,50%), do setor da indústria (13,90%) e do setor agropecuário (0,18%). As
unidades federativas que mais atenderam empresas foram São Paulo (27,18%), Minas Gerais
(14,21%) e Santa Catarina (10,66%), correspondendo a mais da metade (52,05%) das em-
presas atendidas no país. Segundo dados de junho de 2022 do Painel Mapa de Empresas (BRA-
69
SIL, 2022), os estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina detinham, juntas, 44,43%
das empresas ativas no Brasil.
Em relação ao porte, foram consideradas as empresas que se enquadravam como ME e EPP.
O porte de empresa com maior predominância de atendimentos durante o Ciclo 1 do Programa
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Brasil Mais foi ME (83,03%), seguido de EPP (16,97%). Uma ME deve apresentar faturamento
bruto igual ou inferior a R$ 360 mil anual, optando pela forma de tributação Simples Nacio-
nal, Lucro Presumido ou Lucro Real, além de possuir registro na Junta Comercial ou cartório
de pessoas jurídicas (BRASIL, 2006). Ainda segundo o SEBRAE (2013), classifica-se como ME
uma empresa que possui até 9 empregados para o setor de comércio e serviços e até 19 em-
pregados para o setor da indústria. Já a EPP, ainda segundo o SEBRAE (2013), possui como
característica um faturamento entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, além de ter entre 10 a 49
funcionários se for empresa do setor de comércio ou serviços e, se for empresa do setor da
indústria ou construção, ter de 20 a 99 funcionários.
A Tabela 3 apresenta o desempenho de cada unidade federativa em relação a variação do
faturamento bruto, dos custos variáveis, do número de pessoas ocupadas e da produtividade
aferidos no início e ao final da participação no Ciclo 1 do Programa Brasil Mais.
Tabela 3 – Variação do faturamento bruto, dos custos variáveis, do número de pessoas ocupadas e da produti-
vidade no Ciclo 1 do Programa Brasil Mais
Variação Variação Variação Variação
do fatu- dos custos do número
Unidades federativas
ramento de pessoas da pro-
bruto variáveis ocupadas dutividade
Acre 21,61% 32,30% 3,83% 21,57%
Alagoas 18,70% 26,30% 3,53% 25,89%
Amazonas -2,86% -12,59% -7,41% 13,61%
Amapá 23,71% 10,31% -0,88% 32,22%
Bahia 2,48% 28,71% 2,52% -14,29%
Ceará 15,68% 7,24% 1,02% 55,01%
Distrito Federal -6,23% 22,46% -0,55% -59,70%
Espírito Santo 26,68% 25,81% 2,24% 45,37%
Goiás 14,51% 7,30% 1,96% 15,90%
Maranhão 22,28% 16,38% 2,21% 33,99%
Mato Grosso 17,91% 23,42% 3,16% 10,54%
Mato Grosso do Sul 18,20% 11,37% -1,11% 26,10%
Minas Gerais -36,95% 18,62% 1,87% 12,83%
Pará 17,71% 7,89% 6,23% 31,55%
Paraíba 18,00% 15,40% 1,71% 29,59%
Paraná 37,77% 36,40% -0,71% 80,62%
Pernambuco 29,48% 25,69% 0,57% 38,34%
Piauí 37,01% 37,15% 0,81% 46,56%
Rio de Janeiro 22,53% 10,98% 0,00% 39,42%
Rio Grande do Norte 18,66% 30,30% 5,17% 12,85%
Rio Grande do Sul 23,78% 27,77% 1,77% 20,36%
Rondônia 4,67% 6,95% 2,50% -8,35%
Roraima 6,94% 1,96% -0,91% 7,59%
Santa Catarina 14,93% 6,32% 1,83% 34,43%
70 São Paulo -52,04% -40,77% 1,52% -52,66%
Sergipe 32,87% 33,07% -2,33% 28,04%
Tocantins 12,92% -0,10% 2,25% 20,65%
Fonte: Autor (2022).
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Eficiência do Programa Brasil Mais a partir da Análise Envoltória de Dados
Gráfico 1 – Número de ALIs no Ciclo 1 do Programa Brasil Mais por unidade federativa
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O Gráfico 1 apresenta o número de ALIs, por unidade federativa, que atenderam empresas
durante o Ciclo 1 que participaram ativamente do Programa Brasil Mais, ou seja, empresas não
desistentes e que realizaram todas as etapas e encontros conforme a metodologia prevista.
Nesse sentido, São Paulo lidera o ranking do número de ALIs e, consequentemente, do número
de empresas atendidas, seguido de Minas Gerais e Santa Catarina.
Tabela 4 – Resultado da análise de eficiência das Unidades Federativas em relação aos inputs e outputs adota-
dos
Unidades federativas (DMUs) Eficiência (normalizada)
Paraná 1,000000
Ceará 0,997754
Espírito Santo 0,962195
Amazonas 0,947948
Piauí 0,918371
Rio de Janeiro 0,832819
Pará 0,827505
Maranhão 0,801410
Pernambuco 0,782358
Sergipe 0,775517
Santa Catarina 0,724390
Mato Grosso do Sul 0,693019
Alagoas 0,686323
Paraíba 0,663532
Acre 0,661385
Tocantins 0,620757
Goiás 0,616863
Rio Grande do Sul 0,616004
Rio Grande do Norte 0,591695
Minas Gerais 0,571591
Mato Grosso 0,558876
Amapá 0,553941
Roraima 0,541371
Bahia 0,180061
72
Rondônia 0,107877
São Paulo 0,045426
Distrito Federal 0,000007
Fonte: Autor (2022).
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Eficiência do Programa Brasil Mais a partir da Análise Envoltória de Dados
Figura 1 – Mapa da eficiência das Unidades da Federação em relação aos inputs e outputs adotados na análise.
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A partir da Figura 1 pode-se observar que parte das unidades federativas das Regiões Norte
e Nordeste do Brasil mostraram-se eficientes em relação ao aumento daZ produtividade das
empresas atendidas no Ciclo 1 do Programa Brasil Mais. O mesmo ocorreu na Região Sul, com
destaque para o Paraná que se mostrou o mais eficiente entre as DMUs analisadas. Conforme
a Figura 1, quanto mais escura a cor da Unidade da Federação no mapa, maior a sua eficiência
observada.
Em relação ao índice de desistência das empresas no Ciclo 1 destacam-se as unidades fe-
derativas Paraíba (14,66%), Minas Gerais (19,03%) e São Paulo (19,51%) pelo baixo núme-
ro de desistências em relação às demais unidades federativas analisadas. Em contrapartida,
Rondônia (75,86%), Ceará (69,19%) e Maranhão (68,61%) apresentam os maiores índices de
desistência de empresas no referido ciclo do Programa Brasil Mais.
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como objetivos apresentar o Programa Brasil Mais e sua metodolo-
gia, apresentar os resultados do Programa Brasil Mais no Ciclo 1 e identificar a unidade federa-
tiva mais eficiente em relação ao índice de produtividade atingido pelas empresas participantes
do Programa Brasil Mais no referido ciclo a partir da análise envoltória de dados.
Em relação ao Programa Brasil Mais, iniciativa do Governo Federal através do Ministério da
Economia e em parceria com o CNPq e o SEBRAE, evidenciou-se sua capacidade de contribuir
com o desenvolvimento econômico dos pequenos negócios, alavancando-os, sobretudo, a par-
tir da implantação de soluções em problemas identificados a partir da aplicação de metodo-
logia específica. Foram 10.973 empresas atendidas entre março e julho de 2021 que tiveram
a oportunidade de alavancar seus negócios com o apoio dos ALIs, sobretudo em período de
pandemia e incerteza econômica.
Quanto aos resultados do Programa Brasil Mais percebeu-se um impacto significativo no
aumento do faturamento bruto das empresas participantes, elevando, em média, 9,74% no
cenário nacional, ou seja, passando de um faturamento médio de R$ 102.006,68 para R$
111.119,70 ao final do Ciclo 1. O número de pessoas ocupadas por empresa apresentou um
aumento de 1,03% e atingiu uma média de 8,47 pessoas ocupadas, contribuindo, mesmo que
forma inexpressiva, para o aumento da empregabilidade no país. A produtividade apresen-
tou um aumento de 12,55% durante a participação das empresas, atingindo um total de R$
7.085,35 ao final do programa ante a marca de R$ 6.295,09 no início. Cabe ressaltar que a
produtividade é um indicador que depende diretamente das variáveis faturamento bruto, cus-
74
tos variáveis e número de pessoas ocupadas.
No que tange a eficiência das unidades federativas analisadas no estudo, evidencia-se que o
Paraná é destaque em termos de eficiência ao considerar-se o número de empresas atendidas
por cada ALI que finalizaram o programa (input) em relação à variação da produtividade du-
rante o Ciclo 1 (output). Nesse sentido, o Paraná configura-se como um case de sucesso em
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Eficiência do Programa Brasil Mais a partir da Análise Envoltória de Dados
relação às demais unidades federativas, justificado, sobretudo, pelo baixo índice de empresas
desistentes e pelo aumento considerável do faturamento bruto a partir das ações implantadas
junto aos empresários. Deste modo, sugere aos interlocutores do programa em âmbito nacio-
nal avaliar as ações desenvolvidas no Paraná e, dentro de suas limitações, replicá-las como
boas práticas nas demais unidades federativas.
É importante destacar que o estudo possui limitações, sendo uma delas a análise de apenas
o Ciclo 1 do Programa Brasil Mais, pois ao final do programa, em 2022, serão realizados seis
ciclos e que, certamente, se analisados em sua totalidade, apontarão para novas conclusões.
Ainda sobre a possibilidade de, futuramente, se analisar todos os ciclos do programa, ressalta-
se que muitos negócios têm sua natureza própria e são afetados pela sazonalidade das
atividades, como sorveterias, por exemplo, que tem uma maior demanda quando o clima está
mais quente. Nesse sentido, não foi possível identificar uma evolução da empresa durante os
quatro meses de atendimento do ALI, mas que, certamente se considerado um tempo maior
de acompanhamento, apresentariam resultados melhores em detrimento da falta de tempo
hábil para uma avaliação fidedigna das ações implantadas.
Por fim, sugere-se que o estudo tenha continuidade avaliando-se a eficiência das unidades
federativas ao final dos seis ciclos e levando-se em consideração, também, a natureza das
ações implantadas na solução dos problemas identificados através da metodologia do progra-
ma. Sugere-se também que um seja adotada o input investimento financeiro e econômico
realizado em cada unidade federativa, avaliando, desta forma, a eficiência da gestão financeira
em relação aos resultados obtidos.
O estudo teve como objetivo analisar quantitativamente, mediante ferramentas de análise
envoltória de dados, a eficiência das unidades federativas, mas é salutar reconhecer que uma
análise qualitativa das ações implantadas e seus resultados também podem apontar conclu-
sões relevant sobre o Programa Brasil Mais.
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
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1. INTRODUÇÃO
Empresas de diferentes portes e setores desenvolvem estratégias mercadológicas buscando
a efetivação de produtos e/ou serviços perante um mercado consumidor que varia de acordo
com suas ofertas. Entretanto, muitas dessas organizações encontram dificuldades em seus
processos internos e acabam desperdiçando oportunidades, não aproveitando sua capacidade
produtiva e, por consequência, deixando de alavancar seu negócio.
Esse tipo de situação ocorre principalmente em micro e pequenas empresas (MPEs) que,
muitas vezes, ainda não apresentam uma maturidade de gestão efetiva. Muitos empresários
responsáveis pelas MPEs têm dificuldades em gerir os processos da empresa, as demandas
internas e externas à organização e investir em alternativas que proporcionem melhorias
na qualidade daquilo que sua empresa oferta ao mercado. Esse cenário apresenta uma
forte demanda por inovações que, independentemente de serem iniciativas simples ou
mais complexas, podem proporcionar uma verdadeira revolução no âmbito da organização,
promovendo melhorias, melhorando sua capacidade de atendimento, ofertando novos produtos
e/ou serviços, gerindo os processos de maneira mais eficaz e obtendo uma maior produtividade
com a capacidade instalada, entre diversos outros fatores.
É neste contexto que surge o Projeto Agentes Locais de Inovação – ALI, uma iniciativa do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. O projeto é desenvolvido em todos os
estados brasileiros e tem por finalidade incentivar o desenvolvimento de ações de gestão e
inovação em microempresas (MEs) e empresas de pequeno porte (EPPs) por meio de agentes
capacitados pelo SEBRAE que atuam junto aos empresários, acompanhando e auxiliando nos
processos de identificação das fragilidades destes negócios, no planejamento e prototipação
da solução. Em 2021, o Projeto ALI passou a integrar o Programa Brasil Mais, do Governo
Federal, visando aumentar a produtividade e competitividade das organizações com ações de
rápida implementação, que apresentem baixo custo e proporcionem impacto significativo no
negócio (BRASIL MAIS, 2021).
Um desafio significativo para o Programa foi encontrar o cenário pandêmico instaurado
pelo vírus Sars-Cov-2, a denominada Pandemia de Coronavírus que, devido às restrições de
movimentação da população e de funcionamento de empresas de diferentes setores, fez com
que a economia brasileira retraísse 4,1% em 2020, se comparado com o mesmo período de 2019
(IBGE, 2021). A dificuldade de manter os negócios ativos em meio a uma queda expressiva no
faturamento das organizações fez com que muitos negócios fechassem suas portas e exigiu uma
série de adequações nos formatos de atuação de MPEs, como a necessidade do atendimento
nos canais digitais para empresas que não desenvolviam essa prática, por exemplo.
80 O presente estudo objetiva avaliar o desempenho do Programa Brasil Mais em três
regiões do estado do Paraná, a saber, regiões Leste, Noroeste e Sul, cujas cidades polo são,
respectivamente, Curitiba, Maringá e Pato Branco. Para tanto, a questão norteadora deste
estudo se configura do seguinte modo: Qual o desempenho das regionais paranaenses Leste,
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
2. DESENVOLVIMENTO
O Desenvolvimento apresenta o Referencial Teórico da pesquisa, bem como o Referencial
Teórico; Procedimentos Metodológicos, Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados
2.1.1 INOVAÇÃO
As empresas contemporâneas buscam, cada vez mais e de maneira mais dinâmica, encontrar
alternativas que melhorem seus produtos e serviços, reduzam seus custos e promovam
resultados efetivos para a organização. É neste sentido que se estabelece a Gestão da Inovação,
“[...] processo de planejamento, alocação, organização e coordenação de fatores essenciais
para que se alcancem resultados inovadores. Gestão da Inovação é a gestão integrada de
alternativas lucrativas de (mais) valor (novas tecnologias) a partir de conhecimento, inovação
e criatividade” (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008, p. 09, grifos dos autores).
Entretanto, para se pensar um processo desenvolvido de gestão da inovação nas organizações,
é preciso, antes, ter em mente o que é e como se desenvolvem as inovações. De acordo com o
Manual de Oslo, publicação organizada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE) e que é referência na área, uma inovação pode ser compreendida como “a
81
implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um
processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas
de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas” (OCDE, 2005, p.
55). Ainda de acordo com o Manual, as inovações se ramificam em quatro estruturas, sendo
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
Locais de Inovação que durante sete meses farão o acompanhamento de MPEs em uma jornada
de inovação denominada como Jornada ALI. Este processo envolve quatro fases: a) Problema,
com o mapeamento, identificação e priorização do problema que mais afeta a produtividade
do negócio; b) Solução, com o desenvolvimento da solução, etapa onde são realizadas as
mensurações iniciais do negócio para se compreender a maturidade da empresa, bem como
a prototipação e testagem da solução encontrada; c) Implantação, etapa em que a solução é
viabilizada após a validação do público consumidor; e d) Avaliação, quando se compreendem
as fragilidades e potencialidades do processo de implantação, entendem-se como os problemas
foram encarados e avaliam-se os resultados gerados.
A jornada se efetiva por meio de oito encontros desenvolvidos durante quatro meses,
nos quais os Agentes Locais de Inovação realizam o diagnóstico das empresas por meio do
Radar ALI, o mapeamento do problema, o desenvolvimento de um plano de ação, auxiliam na
prototipagem e testagem da solução, mensuram a produtividade do trabalho nas organizações
atendidas, auxiliam na implantação da solução, avaliam a implantação da solução e revisam
o plano de ação. Após um período de três meses para maturação do processo, os agentes
realizam o nono encontro da jornada, aplicando um novo diagnóstico via Radar ALI e uma nova
mensuração de produtividade (SEBRAE, 2020a).
Duas ferramentas são fundamentais para o acompanhamento das organizações durante
a Jornada ALI: o Radar ALI e o Indicador de Produtividade. O Radar ALI é uma ferramenta
inspirada no Radar da Inovação, proposto por Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006), metodologia
que contempla 12 dimensões consideradas como fundamentais para o gerenciamento de uma
organização, sendo elas: oferta, plataforma, soluções, clientes, relacionamento, agregação de
valor, processos, organização, cadeia de fornecimento, presença, rede e marca (SAWHNEY;
WOLCOTT; ARRONIZ, 2006). Já o Radar ALI foi elaborado pelo SEBRAE com base na realidade
das MPEs brasileiras que enfrentavam a Pandemia de Covid-19 visando aferir o grau de
maturidade do pequeno negócio e permitir que o gestor da empresa tenha condições de
refletir sobre o estágio do seu empreendimento e para que possa atuar para melhorar os
índices de produtividade da organização. Neste sentido, o Radar ALI se desenvolve a partir de
seis dimensões, a saber: Gestão por Indicadores, Gestão das Operações, Marketing, Práticas
Sustentáveis, Inovação e Transformação Digital (SEBRAE, 2020b). Cada dimensão é composta
por três temas, totalizando, portanto, o montante de 18 temáticas. Esses temas são vinculados
às seis dimensões do Radar, conforme ilustra o Quadro 1:
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O faturamento bruto é compreendido como todo valor monetário oriundo das vendas de
produtos e serviços da organização, os custos variáveis dizem respeito aos custos necessários
para as atividades que viabilizam os bens e serviços ofertados pela empresa, e o número de
pessoas ocupadas considera qualquer indivíduo que realize algum tipo de tarefa na empresa
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
por mais de uma hora durante a semana. Assim como no caso do Radar ALI, o indicador de
produtividade é coletado duas vezes (Ti e Tf), sendo que a primeira mensuração é realizada
no encontro 6 e a segunda no encontro 9. Na sequência, no tópico 2.2, são apresentados os
procedimentos metodológicos desta pesquisa.
3. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A atuação de campo dos agentes locais de inovação proporciona uma transformação na
realidade das MPEs atendidas pelo Programa Brasil Mais. Essa transformação pode ser aferida
por meio dos indicadores utilizados pelos agentes, que avaliam a maturidade empresarial das 85
MPEs em dois momentos, proporcionando uma compreensão da situação inicial da organização,
por meio do Radar ALI, aplicado no momento da adesão da empresa, cujos resultados podem
ser comparados com os números coletados no fechamento do ciclo, cerca de sete meses após
o início do acompanhamento.
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Na Tabela 1 são apresentadas as pontuações médias das MPE atendidas no primeiro ciclo
do Programa Brasil Mais.
Por meio dos resultados apresentados na Tabela 1, evidencia-se que quase todas as
dimensões obtiveram uma melhora de desempenho da primeira para a segunda mensuração
do Radar Ali, isso indica que a atuação dos agentes locais culminou em resultados práticos
que ajudaram as MPEs avaliadas durante o Ciclo 1. A média das 160 empresas alcançou uma
melhora nas pontuações de todas as dimensões do Radar. De modo semelhante, as regionais
Noroeste e Sul tiveram suas médias elevadas nas seis dimensões. A exceção fica por conta da
regional Leste, que se manteve estagnada na dimensão de Práticas Sustentáveis e apresentou
uma redução de 2,13% na média da dimensão Inovação. A seguir, nos Gráficos 1, 2 e 3 é
possível visualizar o desempenho de cada regional em relação ao Radar Ali:
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
Se levar em conta a nota global do Radar Ali, todas as regionais evoluíram: A regional Leste
foi de uma pontuação de 3,18 para 3,25, aumento percentual de 2,20%; já a regional Noroeste 87
saiu de uma nota de 3,01 para 3,35, com aumento percentual de 11,29%. Finalmente, a
regional Sul obteve a avaliação global de 2,95 na primeira mensuração e alcançou a média de
3,58 na mensuração final, obtendo uma melhora de 21,35%, evolução mais expressiva dentre
as regionais avaliadas.
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Os resultados do Radar ALI evidenciam que o Programa Brasil Mais é capaz de melhorar
a realidade das MPEs atendidas. Outra maneira de compreender a efetividade das ações
desenvolvidas pelos empresários com o acompanhamento dos agentes locais de inovação
é o Indicador de Produtividade. Na Tabela 2, são apresentados os resultados médios de
produtividade das regionais Leste, Noroeste e Sul.
A visualização por regionais permite compreender o desempenho obtido pelas MPEs por
um contexto geográfico, mas também é possível visualizar a performance destas organizações
88
a partir das perspectivas de porte e setor. Em relação ao porte, a amostra deste estudo é
composta por 35 EPPs e 125 MEs, a Tabela 3 apresenta a configuração global da amostra e
suas subdivisões por regionais.
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
O gráfico 5 representa visualmente os resultados alcançados pelo universo das 160 MPEs,
divididas em seus portes de ME e EPP:
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Sergio Marilson Kulak
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
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Sergio Marilson Kulak
Por meio dos dados apresentados, vê-se que o Programa Brasil Mais consegue proporcionar
diferentes tipos de impactos onde alcança, seja por meio da avaliação por regionais, porte ou
setor, os resultados demonstram que existe transformação e melhoria no contexto das regiões
e MPEs atendidas pelo programa.
4. CONCLUSÕES
O objetivo desta pesquisa foi de analisar o desempenho do Programa Brasil Mais em três
diferentes regiões paranaenses, para tanto, foram avaliadas 160 MPEs dos setores de indústria,
comércio e serviços participantes do primeiro ciclo do programa. Por meio do estudo, foi
possível compreender que todas as regionais obtiveram desempenhos satisfatórios, com ganho
de produtividade.
Verificou-se que tanto o porte de ME quanto de EPP alcançaram ganhos médios de
produtividade, possibilitando aferir que o Programa Brasil Mais tem a capacidade de melhorar a
realidade dos mais diferentes tipos de MPEs. Outro achado da pesquisa diz respeito à evolução
por setores, onde evidenciou-se que, ao menos no primeiro ciclo do programa, cada região
conseguiu um desempenho melhor em cada setor específico: Leste com o setor de serviços,
Noroeste com o comércio e Sul com a indústria.
Considerando a média geral de produtividade, o Ciclo 1 do Programa Brasil Mais obteve um
avanço expressivo de 20,50%, valor médio que tem condições de transformar a realidade de
muitas organizações, melhorando seus processos e inserindo-as numa trilha de desenvolvimento
e inovação que tendem, a médio e longo prazo, proporcionar ganhos significativos para o Estado.
Esses ganhos ocorrem tanto a nível empresarial, como também social, tecnológico, financeiro,
entre outros, pois, cada vez que se transforma a realidade de uma organização, transforma-se
o ambiente no qual ela se insere, gerando emprego e renda, e, por consequência, mudando a
vida das pessoas
Conclui-se que a hipótese desta pesquisa, de que o Programa Brasil Mais influencia
positivamente na produtividade das organizações acompanhadas foi validada, pois os resultados
permitem concluir que existem avanços de produtividade em todas as regionais, tanto no
porte de ME, como também nas EPPs. A hipótese secundária, de que os valores médios das
seis dimensões do Radar ALI foram alavancados após o acompanhamento no Programa Brasil
Mais também foi validada. Estima-se que as inovações estimuladas pelos ALIs promovem
avanços inovativos no cenário empresarial que corroboram para a melhoria da produtividade.
Entretanto, vale destacar, esses avanços dependem sobretudo de a capacidade do gestor
conseguir adequar as suas dores com as possibilidades que são proporcionadas pelo Programa
Brasil Mais.
92
Como limitações da pesquisa, tem-se a dificuldade de identificar os fatores que envolveram
os resultados por regionais e, consequentemente, nas relações de porte e setor, tendo em
vista o amplo número de organizações e as soluções priorizadas serem diversificadas entre
elas. Por fim, é possível afirmar que esta pesquisa contribui com o universo científico da
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Programa Brasil Mais: inovação e melhoria de produtividade em empresas do estado do Paraná
REFERÊNCIAS
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Acesso em: 20 abr. 2022.
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SEBRAE. Radar Projeto ALI. Brasília: Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas
Empresas, 2020b.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da inovação. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. 93
TRÍAS DE BES, F.; KOTLER, P. A bíblia da inovação: princípios fundamentais para levar a
cultura da inovação contínua às organizações. São Paulo: Leya, 2011.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
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Problemas empresariais, soluções e produtividade: análise do cenário paranaense
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Antonio Costa Gomes Filho
1. INTRODUÇÃO
No mercado competitivo em que as empresas brasileiras atuam, as micro e pequenas
empresas possuem maiores dificuldades, pois nem sempre contam com os mesmos recursos
organizacionais acessíveis às grandes empresas.
É nesse ambiente que surge o Programa Brasil Mais com seus Agentes Locais de Inovação
atuando de perto para oferecer suporte que permita às empresas inovar para aumentar a sua
produtividade (BRASIL, 2021). A adesão ao Programa Brasil Mais foi uma decisão de boa parte
das empresas paranaenses, e que lhes permitiram o acesso a metodologias ágeis de gestão e
possibilidade de aumentar sua produtividade por meio de inovação incremental em produtos e
ou processos organizacionais.
Nos últimos dois anos, o Brasil e o mundo passam por um momento em que a Pandemia
advinda da contaminação pelo coronavírus tem afetado a economia, sendo as microempresas
as primeiras a sentirem os maiores impactos.
Este artigo se justifica pela necessidade econômica de mostrar que os recursos financeiros
investidos no Programa Brasil Mais reverteram em contribuição para a economia do país. Pelo
caráter social, a justificativa é de que as empresas que passaram pelo momento da crise, com
o auxílio do Programa Brasil Mais, tiveram maiores chances de manterem seus funcionários,
evitando demissões; a justificativa ambiental é a de que houve maior sensibilização às questões
ambientais, com implementação de novas práticas, em muitos dos casos apresentados; e
a justificativa tecnológica é a de que novas tecnologias de gestão utilizadas nas empresas
mudam o perfil das mesmas para empresas mais organizadas e com maiores possibilidades
de retomada de forma mais robusta, depois dos dois últimos anos de crise vivenciados em
momento de pandemia.
O objetivo geral deste artigo é apresentar os resultados de produtividade obtidos pelas
empresas paranaenses que participaram do Programa Brasil Mais, e que concluíram o ciclo
1, no ano de 2021. Também tem por objetivo listar todos os problemas identificados e as
soluções implementadas em um grupo de empresas, destacando os problemas e soluções
predominantes.
O texto está dividido em: introdução, referencial teórico, método, resultados e discussões,
conclusões, além das partes pré e pós-textuais.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção é apresentado o referencial teórico, o método, os resultados e discussões e as
96 conclusões.
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Problemas empresariais, soluções e produtividade: análise do cenário paranaense
empresário dentro da metodologia ALI. Cada agente local de inovação(ALI) atende entre 22
a 25 empresários num curto espaço de tempo para resolver muitos problemas empresariais
complexos.
As empresas que participam do programa necessitam ser micro e pequenas empresas,
podendo atuar no setor comercial, de serviços ou industriais. Elas podem ser prospectadas
pelos agentes ALI ou realizarem a inscrição online pelo site do Programa Brasil Mais (BRASIL,
2021). A metodologia, de domínio do SEBRAE inclui 9 encontros e é aplicada num período de
quatro meses (TOLEDO et al, 2020), os 9 encontros com o empresário possuem o objetivo de
aplicar a metodologia chamada de Jornada da Inovação. Esta jornada é esquematizada em
quatro etapas: Problema, Solução, Implantação e Avaliação (TOLEDO et al, 2020).
O programa Brasil Mais possui a aplicação do Radar de Inovação no primeiro encontro
(Encontro 1) e no último encontro (Encontro 9). A aplicação dura em torno de 45 minutos
e é de grande importância, pois com este instrumento o empresário terá uma devolutiva da
situação atual da empresa. O objetivo do Radar é avaliar detalhadamente o perfil da empresa
em relação à sua maturidade de inovação e gestão, de maneira leve e clara (TOLEDO et al,
2020a; TOLEDO et al 2020d).
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Antonio Costa Gomes Filho
foco na melhoria contínua e busca de feedback constante, buscando maior clareza às ações,
garantindo maior facilidade no desenvolvimento de projetos (PATEL, 2018).
Outro ponto bastante presente em metodologias ágeis e que pode, facilmente, ser observado
na jornada do ALI é a priorização de ações, pois as MPEs não possuem muitos recursos
humanos e financeiros para desenvolver diversas ações simultâneas, sendo primordial que
ações sejam priorizadas, resolvendo um problema de cada vez.
Um dos momentos de maior importância na jornada da empresa dentro do programa é
o Encontro 3 em que é realizada a priorização do problema que será trabalhado o Sprint
de Inovação (TOLEDO et al, 2020e). Para a definição do problema priorizado é realizado o
brainstorming com a empresa, utilizando a ferramenta Jamboard do Google.
Infere-se que a priorização de problemas seja necessária, pois quando se resolvem problemas
maiores, vários pequenos problemas são resolvidos conjuntamente.
98
Fonte: SEBRAE (2020)
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Problemas empresariais, soluções e produtividade: análise do cenário paranaense
solução. Antes de iniciar a implantação da solução (o que inicia no encontro 6), é feita a primeira
mensuração da produtividade na empresa, que será repetida no último encontro (encontro
9), para mensurar os resultados em determinado período de tempo (variação temporal). Com
essa metodologia, é possível saber se a solução implantada representou aumento ou não da
produtividade no período mensurado, (antes e depois da solução implementada) (TOLEDO et
al, 2020a; TOLEDO et al, 2020b; TOLEDO et al, 2020c; TOLEDO et al, 2020d).
De acordo com Toledo (2020c), o encontro individual 6 é o momento em que o agente
local de inovação e o empresário trabalharão na solução inovadora e no planejamento para
implantação da solução para melhoria da produtividade, nesse momento é mensurada a
produtividade no chamado tempo zero (T0), que no encontro final - encontro 9 (TOLEDO et
al, 2020d) será mensurado novamente no chamado tempo um (T1) e dessa forma é possível
identificar se houve evolução na produtividade ou não.
Observa-se que a produtividade tem sido considerada uma medida de eficiência
da empresa, entende-se que esteja vinculada com rentabilidade ou qualidade, já que a
produtividade permite aos gestores avaliar se estão caminhando adequadamente em direção
à excelência empresarial.
O indicador apresentado na Equação 1 expressa o resultado de produtividade do trabalho
da empresa, segundo Toledo et al (2020b), é importante que a produção do pessoal ocupado
aumente e, em consequência, o lucro, mas tão importante quanto o aumento do lucro bruto é
o aumento da margem de lucro, que ocorre se os patamares de vendas e os custos envolvidos
estiverem adequados.
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a ser imperativa à sobrevivência das empresas, sejam elas grandes, médias, pequenas, micro
ou nano”.
A pandemia afetou de forma diferente os diversos setores. Segundo o SENAR-PR (2021), a
indústria paranaense de alimentos e bebidas cresceu 9,3% em 2020. Neste momento fatores
como baixa intensidade de capital; poder decisório centralizado; registros contábil-financeiros
inadequados; mão-de-obra não qualificada; baixo ou nenhum investimento tecnológico;
dificuldade no acesso ao capital de giro podem ser considerados como problemas que
contribuem com o alto nível de mortalidade dessas empresas.
Na região norte do Paraná, várias empresas do setor de alimentos têm se destacado pelos
produtos que ofertam, além da capacidade de expansão e geração de emprego e renda. O
SEBRAE Paraná atende mais de 50 indústrias de pequeno porte no Norte Pioneiro do Paraná
com foco na produção de alimentos diferenciados e certificação (SEBRAE, 2021).
Com a chegada do Coronavírus e a pandemia, as empresas do comércio, em Londrina,
também foram afetadas. Na pesquisa realizada pelo SEBRAE, aproximadamente 76% das
empresas do setor apresentaram queda no faturamento entre os meses de abril a junho de
2020 em comparação ao primeiro trimestre do mesmo ano. Para 52% das empresas, o pior
mês foi abril, em uma comparação com o mesmo mês do ano anterior (SEBRAE, 2020).
Na cidade de Cascavel, segundo dados de 2019, existem 3.782 indústrias de transformação,
sendo 1.935 do porte MPE. Todas as indústrias de transformação da cidade foram responsáveis
pela geração de 19.768 empregos, correspondente a 18% do total de empregos gerados no
ano de 2019 (ACIC, 2020).
No município de Toledo, de janeiro a setembro de 2021 foram criadas 843 novas vagas de
emprego no setor industrial (ACIT, 2021). Em 2020, a cidade contava com 639 indústrias de
transformação, que juntas empregavam 19.039 pessoas (IPARDES, 2022).
No primeiro semestre de 2020, o PIB caiu 11,7% devido à crise econômica brasileira, e no
último trimestre do ano caiu 3,4%, ocasionando um aumento no desemprego, diminuição dos
níveis de produtividade, redução das taxas de lucro e do índice de investimentos (PORTAL
DA INDÚSTRIA, 2021). Além disso, a instabilidade econômica foi agravada pela pandemia
da Covid-19, que gerou aumento no custo logístico e da matéria-prima, redução do poder de
compra dos clientes e redução da oferta de capital de giro no sistema financeiro (MÁXIMO,
2020).
No estado do Paraná o setor de Educação, durante o período da pandemia de COVID-19,
a SEED PR – Secretaria da Educação e do Esporte se empenhou em realizar ações para
proporcionar acesso à educação de qualidade aos alunos da rede pública de ensino, videoaulas
na TV aberta e arquivadas no canal da rede YouTube, plataformas para publicação e entrega de
atividades com Google Classroom, entrega de atividades impressas, entrega de kit merenda,
entre outros (ESTADO DO PARANÁ, 2020, 2021).
100
Durante a pandemia de COVID-19, o Turismo foi severamente impactado. A nível estadual,
Coelho (2021), em matéria produzida para o jornal Gazeta do Povo, apresenta dados de queda
de 50% na procura por hotéis entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, em comparação
a temporada anterior. Em Curitiba, os hotéis chegaram a apresentar uma média entre 10%
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Problemas empresariais, soluções e produtividade: análise do cenário paranaense
a 15% de ocupação durante a pandemia, o que foi “um desastre” na visão de Paulo Iglesias,
presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau e da ABIH, entrevista ao Jornal
Gazeta do Povo. O setor de Turismo é o terceiro principal segmento turístico na região da
capital Paranaense (ESTADO DO PARANÁ, 2021).
Na cidade de Londrina, a queda de faturamento do setor de turismo também foi
comprovada. Um total de 95% das empresas do setor de eventos, turismo e hotelaria, em
essência apresentou 90% de impacto no que diz respeito ao faturamento. Quando o assunto
é demissão de funcionários, 40% das empresas do setor de turismo e hotelaria tiveram de
demitir funcionários, sendo este o terceiro setor que mais demitiu durante a pandemia, na
cidade de Londrina (CODEL, 2021).
Sendo assim, torna-se de suma importância averiguar, como nesta pesquisa, se programas
de incentivo à inovação e melhoria de gestão de pequenos negócios são efetivos e podem
melhorar a produtividade dos mesmos.
2.2 MÉTODO
A pesquisa é descritiva, exploratória, de acordo com Gil (2002), pesquisas exploratórias têm
como alvo proporcionar maior familiaridade com o problema, a fim de torná-lo mais explícito
ou a elaborar hipóteses, esse tipo de pesquisa inclui levantamento bibliográfico e entrevistas.
O universo da pesquisa são as empresas que participaram do Programa Brasil Mais e
que concluíram todas as fases do Programa Brasil Mais no ano de 2021, totalizando 408
(quatrocentos e oito) empresas no estado do Paraná (MOTA, 2022). A amostra é de 162 (cento
e sessenta e duas) micros e pequenas empresas dos setores de comércio, indústria e serviços,
selecionadas de forma aleatória.
O material utilizado foi o banco de dados do Sebrae, disponibilizado pela coordenação do
Programa no estado do Paraná. Após um processo de filtro, foram selecionados dez Agentes
Locais de Inovação, de forma aleatória, representando aproximadamente 30% dos ALIS que
atuavam no Paraná naquele ciclo. Foram coletados dados complementares, com apoio dos
agentes, que preencheram dados em uma planilha Excel, esses dados eram referentes a porte,
setor, problemas e soluções apresentadas e trabalhadas nas empresas atendidas pelos Agentes
Locais de Inovação no estado do Paraná. Para análise da produtividade, foram utilizados os
dados disponibilizados pelos gestores do projeto, no estado do Paraná.
Quanto aos procedimentos metodológicos, elaborou-se o plano do artigo, com a definição dos
problemas de pesquisa que seriam trabalhados e a definição do referencial teórico adequado,
depois se analisou a base de dados, fez-se processo de filtro dos dados, enviou-se e-mail para
o preenchimento pelos Agentes Locais de Inovação, após uma semana, todos preencheram
os dados necessários, então, esses dados foram tabulados e analisados, e posteriormente
elaborou-se a redação final do artigo.
101
2.3 MÉTODO
Quanto ao perfil das empresas analisadas, foram identificadas 102 microempresas e 60
pequenas empresas (gráfico 1), dessas empresas, um total de 52 são do ramo industrial, 52
são do setor de serviços e 33 são do segmento comércio.
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Após o contato inicial dos Agentes Locais de Inovação, na abordagem às empresas, foram
identificados os problemas empresariais nas seguintes áreas:
• Processos internos;
• Faturamento/ quantidade de clientes;
• Relacionamento com clientes;
• Gestão de Pessoas;
• Marketing/Divulgação;
• Qualificação da mão-de-obra;
• Fluxo de caixa;
• Custos;
• Liderança;
• Gestão de Estoque;
• Matéria-Prima;
• Precificação;
102
• Delegar tarefas;
• Endividamento;
• Inadimplência.
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Problemas empresariais, soluções e produtividade: análise do cenário paranaense
Os Agentes Locais de Inovação atuaram nas regiões Oeste e Norte do Paraná, de forma que
os resultados retratam essa realidade, não se podendo afirmar que outras regiões do Paraná
apresentem os mesmos padrões. Para visualizar a maior ou menor frequência de problemas
apresentados pelas empresas, vide gráfíco 2.
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Problemas empresariais, soluções e produtividade: análise do cenário paranaense
No quadro 2 é possível comparar os dados da amostra com os dados gerais das empresas
do Paraná, todas essas empresas participaram do ciclo 1 do Programa Brasil Mais, num período
de quatro meses, no ano de 2021. A amostra contempla empresas concentradas nas regiões
Norte e Oeste do Paraná, a maioria das empresas está localizada em Londrina (região Norte)
e em Cascavel (região Oeste). Pelo quadro 2, observa-se que a variação em produtividade foi
levemente superior na amostra (96%) que nos dados gerais do Paraná (94%). Já a variação
em faturamento foi inferior (31%) se comparado com o geral (39%). Na análise dos custos,
verifica-se que na amostra foi de 50% e no geral foi de 58% e que a variação de pessoas
ocupadas, representou 0,80% em comparação com 2% apresentado nos dados gerais do
estado do Paraná.
Em análise geral, infere-se que não houve significativa variação na amostra pesquisada,
havendo uma tendência em acompanhar os dados obtidos nas empresas em geral. Na amostra
e nas empresas em geral do Paraná houve alta nos índices de produtividade, e nos seus itens
do seu cálculo (faturamento, custos, pessoas ocupadas).
3. CONCLUSÕES
Considerando que o objetivo geral deste artigo foi apresentar os resultados de produtividade
obtidos pelas empresas paranaenses que participaram do Programa Brasil Mais, e que concluíram
o ciclo 1, no ano de 2021, e as ações que geraram esse resultado, considera-se que este tenha
sido atingido. O leitor pôde observar a lista de problemas identificados e soluções utilizadas
em uma amostra das empresas (região norte e região oeste do Paraná) dentro da proposta
do Programa Brasil Mais em se trabalhar com ferramentas e metodologias ágeis de gestão, de
forma a utilizar soluções em inovação para aumento da produtividade.
105
Os dados de aumento da produtividade comprovaram a eficácia do Programa, com
mensurações em dois momentos, antes da aplicação da solução e após a aplicação da solução.
Os aumentos em produtividade foram acima de 90%, ou seja, altamente significativos, em um
curto espaço de tempo (período de quatro meses).
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REFERÊNCIAS
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economia.gov.br/>. Acesso em: 06 out. 2021.
ESCOLA CONQUER. Metodologias ágeis: o que são e quais os principais tipos. Escola
Conquer, 2020. Disponível em: <https://escolaconquer.com.br/blog/metodologias-ageis-o-
que-sao-e-quais-os-principais-tipos/>. Acesso em: 16 out. 2021.
106 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4º ed. São Paulo: Atlas, 2002
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Problemas empresariais, soluções e produtividade: análise do cenário paranaense
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MONTEIRO, A.; ANDRADE, R.B. Brasil Mais Produtivo. 2016. Disponível em < https://
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Patel, 2018. Disponível em: <https://neilpatel.com/br/blog/metodologia-agil/>. Acesso em: 16
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SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Brasil Mais - Portal,
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Antonio Costa Gomes Filho
TOLEDO, A.C. de A.; et al. Guia da Metodologia. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas – Sebrae Nacional. Brasília, 2020. 12 p.
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Formação de liderança nas organizações: análise crítica
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Diego Carvalho Viana
1. INTRODUÇÃO
É certo afirmar que nossa sociedade evolui constantemente, conforme o andar dos dias,
semanas, meses e anos. Assim como as organizações empresariais, onde as tecnologias, a
ciência e situações diversas exigem adaptações constantes para se manterem no mercado.
E, após o período da Revolução Industrial, com a mudança intensa no processo produtivo,
econômico e, mais, com o advento das tecnologias da comunicação e informação (TIC),
as empresas passaram a valorizar mais o capital humano. Assim, é correto dizer que mais
do que em qualquer outro período da história, as empresas investem, cada vez mais, no
capital humano. E, dentro das organizações a valorização das pessoas pode acontecer através
da valorização do conhecimento, do desenvolvimento das habilidades e competências dos
indivíduos e da formação para a liderança. E, na visão de Ricieri (2009), a valorização das
habilidades e competências do trabalhador é o grande trunfo das organizações de sucesso.
O desenvolvimento de lideranças organizacionais passa a ser um diferencial para as empresas
se manterem competitivas no período de mudanças aceleradas e desenvolvimento tecnológico
desenfreado, influenciando poderosamente o gerenciamento das organizações. Dessa forma,
a crescente competição entre as organizações caracterizou a maioria dos mercados a partir da
segunda metade do século XX e tornou-se então necessária a adoção de uma nova postura,
centrando-se no ambiente externo as principais decisões corporativas.
Todas essas mudanças sociais demonstram a relevância da temática para os acadêmicos
de administração, para a sociedade econômica e podem ser um manual teórico científico
para outras pesquisas. Desta feita, considera-se de extrema importância, estudar a fundo
como a gestão de competências, dentro das organizações, pode contribuir para a formação de
lideranças. Partindo da seguinte questão:
Quais as competências e habilidades necessárias na formação de um gestor de lideranças
dentro das organizações?
Nos dias atuais, é sabido que a gestão de pessoas dentro de uma organização pode ser
a chave para a garantia de sucesso e de permanência no mercado. Entende-se gestão como
sendo o conjunto de práticas administrativas colocadas em execução pela direção da empresa
e, por gestão de recursos humanos, um conjunto de práticas e políticas que conduzem as
pessoas no ambiente de trabalho. Neste processo amplo de gerenciamento que existe dentro
das organizações, este estudo limita-se, à gestão de pessoas, com ênfase na gestão de
competências para a formação de líderes eficientes e eficazes.
A eficiência e a eficácia das organizações parecem estar, a cada dia, mais ligadas à capacidade
de desenvolver competências e de integrá-las em torno dos objetivos organizacionais.
Para seguir as grandes transformações que marcaram o mundo do trabalho, faz-se necessária
110 a formação de líderes que tenham perfil multifuncional e sejam detentores não apenas de
conhecimentos técnicos fundamentais para o desempenho de suas funções, mas também
detentores de habilidades e atitudes compatíveis com os postos a serem ocupados.
Assim, este estudo tem como objetivo geral descrever as habilidades e competências
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Formação de liderança nas organizações: análise crítica
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Neste tópico se discute a análise dos diferentes conceitos de liderança bem como das
habilidades e competências necessárias para a gestão de pessoas. Este trabalho se baseou
em pesquisa bibliográfica sobre liderança com como o objetivo apresentar o papel do líder
atualmente e descrever as habilidades e competências necessárias para a formação de
lideranças dentro das organizações, assim como destacar sua importância.
O tema liderança, nos dias atuais, tem um crescente número de publicações em diversos
segmentos e áreas de conhecimento. Livros, artigos e teses acadêmicas descrevem passos
para a construção de lideranças. Mas, o tema de liderança é antigo, então não é tão recente
o interesse em se conhecer os atributos que caracterizam o comportamento de um líder. As
pesquisas tem evoluído mais recentemente, segundo os teóricos estudados, provocadas pela
enorme busca por modelos de gestão que estimulem a aprendizagem, a adaptação e a inovação,
capacidades consideradas fundamentais numa conjuntura de aceleração do desenvolvimento
tecnológico e de crescente exigência por maiores níveis de produtividade.
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Diego Carvalho Viana
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Formação de liderança nas organizações: análise crítica
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Formação de liderança nas organizações: análise crítica
Carbone et. al. (2005, p. 59-62) recomendam a utilização das seguintes técnicas de pesquisa
e procedimentos:
isto é, fazer o mapeamento de competências, para garantir a eficiência e eficácia dos seus
processos e verificar se existe carência em seus recursos humanos, de modo a supri-la, no
menor espaço de tempo, sem prejudicar a sua atividade principal.
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Formação de liderança nas organizações: análise crítica
3. CONCLUSÕES
Para liderar, sempre foi necessário mostrar às pessoas o que ou como fazer em diversas
situações e contextos. Mas nas organizações contemporâneas, observa-se que a presença
do líder é cada vez mais frequente e, nem sempre, esse líder é quem detém o cargo de
chefia. O estudo revelou que o conceito de liderança, ainda é colocado como a capacidade
de levar outros indivíduos a agir para a realização de um propósito. E os autores apontam
entre as características de um bom líder: autoconfiança, integridade, boa comunicação, serem
dinâmicos, inovadores, dentre outras.
É de vital importância que as organizações treinem e reciclem seus colaboradores para o
exercício da liderança de forma que tragam resultados positivos à organização. Saber lidar
com a dinâmica motivacional das pessoas para o alcance dos objetivos da organização. Saber
lidar com as constantes mudanças tecnológicas do mundo atual, tendo que se adaptar cada
vez mais rápido. E não só se adaptar, mas se renovar, revitalizar e revigorar a efetividade da
competitividade na corporação.
Até a década de 60, para ser um bom líder (chefe) bastava sentar na cadeira e exercer
controles mecânicos, saber planejar, organizar, controlar e corrigir. O bom chefe era aquele
que tinha o total controle dos seus funcionários dentro da empresa. Contudo, as empresas,
a partir da década de 70, passaram a necessitar mais de contribuições intelectuais de seus
funcionários e, com a evolução da concorrência, criou-se a necessidade de ter nas empresas
funcionários mais dedicados. O líder que atende às expectativas da sociedade atual é aquele
que consegue estimular os funcionários, “vender” os objetivos à equipe e favorecer um bom
clima no ambiente de trabalho. Frente a tantas mudanças, a gestão de competências para
a liderança é um avanço para a administração contemporânea, pois quanto mais pessoas 117
organização, visto que a motivação não é algo que possa ser simplesmente imposto, mas decorre
de todo um ambiente e condições propícias para gerar esse sentimento. Um líder respeita e
trabalha por meio dos sistemas, modificando-os se necessário e sabe quando um sistema não
está mais produtivo. O líder trabalha com pessoas comuns e obtém resultados extraordinários
com essas pessoas, pois sabe que sua visão se tornará a realidade se a mudança naquela
direção for feita com a adesão e a contribuição de cada participante da equipe. É necessário
estar sempre aprimorando as características dos líderes, por isso a gestão de competências
surge como um dos principais programas de desenvolvimento e treinamento. Uma liderança
real poderá ser a diferença que fará as mudanças de fato acontecerem ou não na empresa.
Assim, conclui-se que a eficácia do líder é primordial para despertar a motivação em seus
seguidores, um líder íntegro está mais preparado para compartilhar valores, pontos de vista,
os objetivos estratégicos e as metas com os liderados. O grande desafio das empresas na
atualidade é, ainda, gerir as competências humanas para a formação de bons líderes, capazes
de direcionar e organizar toda essa diversidade de ideias, criatividade e pessoas, com diferentes
percepções dentro de uma organização, para que as metas da organização sejam alcançadas.
REFERÊNCIAS
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Paulo: Atlas. 1997.
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de Janeiro: Sextante. 2004.
RICIERI, M. Gestão por competências: recursos humanos. São Paulo: Pearson Education
do brasil. 2009.
118
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Os desafios para as micro e pequenas empresas se manterem no mercado competitivo:
uma pesquisa de campo
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Rafael Mozart da Silva
1. INTRODUÇÃO
Os empresários do século XXI, incluindo as pequenas empresas, enfrentam diversos desafios
como concorrência acirrada, grau de exigência dos consumidores em relação a produtos e
serviços de maior qualidade com baixo custo e a necessidade de se manterem responsivos a
rápidas mudanças. A inovação torna-se fundamental para lidar com esses desafios e melhorar
a qualidade dos negócios (INDRAWATI; CASKA; SUARMAN, 2020; LESÁKOVÁ et al., 2017;
SHARMELLY, 2017).
Na terceira edição do ALI, alguns grandes desafios surgiram a partir da formalização do
Acordo de Resultados com o Ministério da Economia, em que o Projeto ALI tornou-se a força da
atuação do Sebrae no Programa Brasil Mais, do Governo Federal (SEBRAEa, 2020). Em fevereiro
de 2020, o Brasil passou a integrar o rol de países afetados pela pandemia da COVID-19 que
mudou profundamente a forma de viver das pessoas, a atuação das empresas e o modo como
fazer negócios.
De acordo com o Observatório Ibero-Americano de MPMEs (Micro, Pequenas e Médias
Empresas), a pandemia da COVID-19 gerou impactos no campo da saúde, no âmbito
econômico e social em todo o mundo. Diversas empresas foram atingidas de forma severa
pela crise, gerando assim fortes tensões sobre a competitividade e a sobrevivência dessas
organizações. Ainda nesse contexto, a pandemia da COVID-19 tornou-se um caso singular em
razão da velocidade com que a crise se espalhou pelo mundo, causando impactos negativos na
economia global e grandes mudanças estruturais em vários setores (LEMA et al., 2021).
Atualmente, as organizações estão trabalhando para estabelecer estratégias de recuperação
econômica, a fim de mitigar os impactos de curto e médio prazos provocados pelo cenário
pandêmico (LEMA et al., 2021). A gestão da crise gerada pela COVID-19 demanda ações
políticas de curto e médio prazos que possibilitem para as MPEs encontrarem um caminho para
a recuperação de seus negócios de forma sustentável e aderente com as demandas atuais de
consumo.
Nesse contexto, em razão do fechamento das atividades econômicas tidas como não
essenciais e a decretação do isolamento social, a forma das empresas se relacionarem com
seus clientes foi alterada de forma repentina e a transformação digital tornou-se imperativa
à sobrevivência das MPEs (SEBRAEb, 2020). Com objetivo de possibilitar a entrega da
transformação necessária da forma mais rápida possível, a metodologia do ALI disponibiliza
ferramentas ágeis para identificação de dores e fornece o suporte para implantação da solução
pela empresa, acompanhamento individualizado e compartilhamento de experiências entre os
empresários (SEBRAEa, 2020).
Para manter uma vantagem competitiva, as MPEs precisam estar atentas e serem capazes
120 de tirar vantagem das oportunidades tecnológicas a fim de apoiar as estratégias de seus
negócios e melhorar as suas operações e serviços (INDRAWATI; CASKA; SUARMAN, 2020).
Dentro deste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo geral realizar uma análise
do cenário de 245 MPEs localizadas em Porto Alegre e na região metropolitana do estado do
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Os desafios para as micro e pequenas empresas se manterem no mercado competitivo:
uma pesquisa de campo
Rio Grande do Sul, as quais foram atendidas durante o Ciclo 1 do Projeto ALI, e verificar os
requisitos tecnológicos e de inovação que esses pequenos negócios precisam se apropriar
para se manterem vivos no mercado em que atuam, seja atuando na busca de uma maior
competividade ou mesmo para que possam enfrentar momentos de crise como a da pandemia
de COVID-19, ou mesmo em razão de crise econômica.
O presente trabalho foi organizado em 5 seções. Na Seção 1 apresenta-se a contextualização
do tema abordado e o objetivo do trabalho. Na Seção 2 apresenta-se o background teórico que
serviu de base para o desenvolvimento da pesquisa. A metodologia de pesquisa e procedimentos
metodológicos são descritos na Seção 3. Na Seção 4, apresenta-se os principais achados e
resultados da pesquisa. Por fim, na Seção 5, são apresentadas as considerações finais da
pesquisa.
2. BACKGROUND TEÓRICO
Para manter uma vantagem competitiva as MPEs precisam estar atentas e ser capazes de
tirar vantagem das oportunidades tecnológicas a fim de apoiar as estratégias de negócios e
melhorar as operações e serviços (INDRAWATI; CASKA; SUARMAN, 2020).
A prática da inovação não se relaciona necessariamente com uma grande descoberta,
ou mesmo a inovação, como diferencial competitivo. Esta pode incluir práticas de melhoria
contínua de processos e serviços ou novas práticas de gestão. No contexto das MPEs, inovar
pode significar buscar novos mercados, resolver os problemas dos clientes, desenvolver novos
sistemas de precificação, melhorar o fluxo de informações na cadeia de suprimentos e a criação
de mecanismos para promover a inovação, como sugestões de programas que incentivam os
colaboradores a desenvolver novas ideias, dentre outras ações (BERNE et al., 2019).
Devido à natureza dinâmica da economia global, às rápidas mudanças tecnológicas,
modificações nas demandas dos clientes e a entrada no mercado de concorrentes imprevistos,
a inovação chamou a atenção das empresas em todo o mundo, pois é preciso inovar. Empresas
altamente inovadoras obtêm um crescimento de receita superior, ganhos e melhor desempenho
de mercado em comparação com pares que são menos inovadores (GALPIN, 2022).
Os empresários do século XXI, incluindo as pequenas empresas, enfrentam diversos desafios
como a concorrência acirrada, grau de exigência dos consumidores em relação a produtos
e serviços de maior qualidade com baixo custo e a necessidade de se manter responsivo
às rápidas mudanças. Nesse sentido, a inovação constante é fundamental para lidar com
esses desafios e melhorar a qualidade dos negócios (INDRAWATI; CASKA; SUARMAN, 2020;
LESÁKOVÁ et al., 2017; SHARMELLY, 2017).
A inovação aumenta a competitividade no mercado e torna-se vital para a sobrevivência das
121
empresas. E é capaz, também, de desencadear mudanças sociais e econômicas (INDRAWATI;
CASKA; SUARMAN, 2020; PUDJIARTI; SUHARNOMO, 2018).
Uma ferramenta que vem sendo utilizada para mensurar o grau de inovação em pequenas
empresas é a realização do diagnóstico através do Radar da Inovação (RI), já que esse
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instrumento abarca mais dimensões que outros modelos de mensuração, possibilitando uma
avaliação em um sentido mais amplo (OLIVEIRA et al., 2014; PAREDES et al., 2015). Na medida
em que o Radar da Inovação possibilita uma avaliação de dimensões específicas, também
propicia análises setoriais ou de uma única empresa, possibilitando uma análise abrangente ou
uma análise estritamente específica. (PAREDES et al., 2015).
O Radar da Inovação originalmente proposto por Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006), e
que foi adaptado para o contexto das MPEs, tem o potencial de contribuir para a vantagem
competitiva, uma vez que possibilita o apontamento de quais dimensões as empresas de um
determinado setor têm inovado, ao mesmo tempo em que sinaliza quais dimensões ainda são
pouco exploradas e que, portanto, podem se tornar um diferencial para uma empresa em
relação aos seus concorrentes setoriais (CARVALHO et al., 2015).
Em dezembro de 2010, o Projeto ALI tornou-se um projeto de extensão nacional através
da parceria entre o Sebrae e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Desenvolvimento - CNPq. O Projeto ALI não tem custo para as MPEs, que é acompanhada
por um Agente Local de Inovação (ALI). Após aderir ao projeto, as MPEs recebem a visita do
Agente, que faz as avaliações iniciais em termos de gestão e níveis de inovação (CARVALHO
et al., 2020).
De acordo com o SEBRAE, para iniciar a jornada da inovação para a produtividade torna-se
relevante conhecer o perfil inovador das MPEs e, para tanto, o agente de inovação realiza a
aplicação do Radar de Inovação junto ao empresário seguindo os conteúdos e as orientações
dispostas nos procedimentos previstos pelo Programa ALI (SEBRAEc, 2020).
Conforme o SEBRAE, o Radar ALI, no contexto da metodologia inovação para a produtividade
do Projeto ALI, tem como objetivo desenvolver soluções inovadoras, permitindo à empresa
elevar seus índices de produtividade e possibilitando o gestor a refletir sobre o estágio atual
da empresa (SEBRAEc, 2020). Com objetivo de tornar possível a entrega da transformação
necessária da forma mais rápida, a metodologia do Projeto ALI disponibiliza ferramentas ágeis
para identificação de dores e fornece o suporte para implantação da solução pela empresa,
acompanhamento individualizado e compartilhamento de experiências entre os empresários.
A jornada é realizada em um ciclo de 4 (quatro) meses, com encontros virtuais coletivos,
encontros virtuais ou presenciais individuais e atividades para o empresário (SEBRAEa, 2020).
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia de pesquisa utilizada, neste trabalho, tem como base a pesquisa de campo
e a coleta de dados e informações realizadas por dezessete agentes locais de inovação junto a
245 micro e pequenas empresas localizadas na cidade de Porto Alegre e região metropolitana
122 do estado do Rio Grande do Sul. Na figura 1 ilustra-se o tipo de pesquisa aplicada no trabalho.
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Os desafios para as micro e pequenas empresas se manterem no mercado competitivo:
uma pesquisa de campo
Quanto à sua natureza, esta pesquisa caracteriza-se como aplicada. Para Gil (2008) a
pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução
de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais. Em relação a forma de
abordagem, esta pesquisa contempla as espécies qualitativa e quantitativa.
De acordo com Creswell (2010), pesquisas com abordagem qualitativa têm como enfoque os
estudos em que as variáveis ainda são desconhecidas, pois é um método em que a quantidade é
substituída pela intensidade, mediante a análise de diferentes fontes que possam ser cruzadas.
A pesquisa quantitativa se caracteriza pelo uso da quantificação, tanto na coleta quanto no
tratamento de informações, utilizando-se de técnicas estatísticas, com propósito de evitar
possíveis distorções de análise e interpretação, possibilitando assim uma maior margem de
segurança (CRESWELL, 2010).
Este trabalho apresenta-se também quanto ao objetivo como uma pesquisa descritiva e
exploratória. Segundo Gil (2008), a pesquisa descritiva visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Para
Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
O procedimento técnico utilizado neste trabalho é a pesquisa de campo. Esta se caracteriza
pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e ou documental, se realiza coleta
de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (FONSECA, 2002;
GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
inovação para que as MPEs possam se apropriar para se manter ativas no mercado em que
atuam, ou mesmo que possam enfrentar um momento de crise como a da pandemia de
COVID-19 ou uma crise econômica. Nesse contexto, foi realizada uma análise do resultado da
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aplicação do Radar de Inovação com foco nas dimensões de inovação e transformação digital
de 245 MPEs que participaram do Ciclo 1 do Projeto ALI e também dos estudos de casos
realizados pelos ALIs com MPEs que foram destaque na implementação das ações propostas
pelo projeto e obtiveram resultados positivos em relação ao indicador de produtividade.
A dimensão inovação é composta por três temas, sendo esses: i) Inovação de processos;
ii) Inovação de produtos e serviços; e iii) Cultura da inovação. Já a dimensão transformação
digital é composta por; i) Digitalização interna; ii) Presença digital; e iii) Meios eletrônicos de
pagamento.
Inicialmente, apresenta-se os dados da mensuração do Radar de Inovação relacionados as
dimensões inovação e transformação digital com as MPEs pesquisadas, pois essa análise tem
por objetivo apresentar o cenário das empresas pesquisadas no que tange a evolução e grau
de maturidade em relação a esses indicadores.
A seguir são apresentados os problemas e pontos de melhorias em relação as dimensões
foco desta pesquisa e apresenta-se os requisitos e ações necessárias para que MPEs possam
se apropriar para se manterem ativas no mercado em que atuam, ou mesmo que possam
enfrentar um momento de crise como a da pandemia de COVID-19 ou uma crise econômica.
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta seção, apresenta-se os principais resultados alcançados dentro do processo de análise
do cenário das MPEs e a identificação das ações necessárias para a manutenção da vantagem
competitiva, inovação e transformação digital do conjunto de 245 MPEs localizadas em Porto
Alegre e na região Metropolitana do estado do Rio Grande do Sul, durante o Ciclo 1 do Projeto
ALI.
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Os desafios para as micro e pequenas empresas se manterem no mercado competitivo:
uma pesquisa de campo
Imbé 1 1 0,41%
Osorio 1 1 0,41%
Santo Antonio Da Patrulha 1 1 0,41%
São Jerônimo 1 1 0,41%
Torres 1 1 0,41%
Tramandaí 1 1 0,41%
Total 81 31 133 245 100%
Fonte: Elaborada pelo autor (2022).
Constata-se na tabela 1 que 83,67% das empresas atendidas no Ciclo 1 pela equipe de
Agentes Locais de Inovação (ALIs) da região metropolitana estão localizadas na cidade de
Porto Alegre. Nas cidades de Cachoeirinha localizam-se 4,08% e em Gravataí 3,27% das MPEs
pesquisadas.
Identificou-se também que as MPEs pesquisadas estão dispostas em um conjunto de 22
segmentos, evidenciando assim a diversidade das empresas pesquisadas, proporcionando uma
maior amplitude da pesquisa (tabela 2).
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Tabela 3: Grau de Inovação nas dimensões inovação e transformação digital das MPEs pesquisadas
(%)
(%) Inovação Transformação Transformação
Segmentos Inovação_T0 Inovação_TF Transformação
(T0∆TF) Digital_T0 Digital_TF
Digital (T0∆TF)
Alimentos e
127,70 131,35 2,86% 124,97 125,64 0,54%
bebidas
Artesanato 3,00 3,33 11,00% 3,67 3,00 -18,26%
Atividades de
4,67 4,67 0,00% 4,67 4,67 0,00%
interesse público
Comércio
13,00 12,33 -5,15% 12,66 13,34 5,37%
atacadista - Outros
Comércio
4,33 5,00 15,47% 4,00 4,33 8,25%
atacadista rural
Comércio varejista
32,34 35,00 8,23% 38,00 41,32 8,74%
- Outros
Indústria de base
12,68 13,34 5,21% 15,67 16,00 2,11%
tecnológica
Indústria do papel
4,33 4,67 7,85% 3,00 4,00 33,33%
e gráficas
Logística e
14,00 18,66 33,29% 20,99 22,99 9,53%
transporte
Oficinas e
16,65 18,99 14,05% 21,33 20,67 -3,09%
autopeças
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Os desafios para as micro e pequenas empresas se manterem no mercado competitivo:
uma pesquisa de campo
Constata-se que de forma geral houve uma evolução nos distintos segmentos das MPEs
no que tange as dimensões de inovação e transformação digital, com exceção do segmento
Comércio atacadista (Outros), que na dimensão inovação apresentou uma variação negativa de
-5,15% e os segmentos de Artesanato e Oficinas e autopeças, que apresentaram também uma
variação negativa na dimensão de transformação digital de -18,26% e -3,09%, respectivamente.
O resultado majoritariamente positivo nas dimensões analisadas são provenientes das ações
de melhorias propostas e implementadas pelos ALIs.
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A partir dos dados apresentados na tabela 5, constata-se que 21,74% das ações e requisitos
que compõe esse framework representam 82,69% da frequência total. O redesenho de
processos representa 28,76%, as ações e plano de marketing digital para divulgar a empresa,
promover as vendas e eventos representam 22,96%, o aumento do mix de produtos e serviços
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Os desafios para as micro e pequenas empresas se manterem no mercado competitivo:
uma pesquisa de campo
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa tem como objetivo geral realizar uma análise do cenário de 245 MPEs
localizadas em Porto Alegre e na região metropolitana do estado do Rio Grande do Sul, as
quais foram atendidas durante o Ciclo 1 do Projeto ALI, e verificar os requisitos tecnológicos e
de inovação que esses pequenos negócios precisam se apropriar para se manterem vivos no
mercado em que atuam, seja na busca de uma maior competividade ou mesmo que possam
enfrentar um momento de crise como a pandemia da COVID-19, ou mesmo em razão de crise
econômica. Nesse sentido, entende-se que o objetivo geral foi atingido de forma satisfatória.
Inicialmente, constatou-se que as MPEs participantes do Projeto ALI estão localizadas em
dezessete cidades do estado do Rio Grande do Sul, em sua maioria nas regiões de Porto Alegre
e metropolitana. Essas MPEs pertencem a vinte e dois segmentos distintos, o que possibilitou
uma maior amplitude da pesquisa.
Ao analisar evolução das dimensões de inovação e transformação digital que foi aplicada
através do Radar de Inovação, verificou-se que 86,36% dos segmentos pesquisados tiveram
uma evolução positiva, sendo que apenas 13,64% não apresentaram uma evolução, sendo
esses o de artesanato, comércio atacadista e oficinas e autopeças, setores esses que durante a
pandemia tinham uso intensivo de mão de obra, o que reflete em suas operações diretamente
afetadas.
Em face as ações de melhorias realizadas junto as empresas, identificou-se um conjunto
de sete tipos de ações, sendo que 89,64% se concentravam em ações que a própria empresa
poderia realizar. Outros tipos de ações também foram identificados, como a utilização de serviços
de terceiros (4,72%), a aquisição de equipamentos (1,55%) e a utilização de consultoria
tecnologia (1,36%), dentre outros tipos.
Após uma análise crítica dos resultados dos dados e informações obtidas do trabalho de
campo realizado pelos ALIs, identificou-se um conjunto de 23 ações e requisitos que podem
contribuir para a manutenção da competividade das MPEs no mercado em que atuam e
possibilitam a mitigação dos efeitos de crises sanitárias, econômicas, sociais e políticas para 129
essas empresas.
Observa-se ainda que dentre as ações e requisitos identificados, quatro são predominantes
durante o estudo, sendo esses o redesenho de processos, as ações e plano de marketing
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digital para divulgar a empresa, promover as vendas e eventos, o aumento do mix de produtos
e serviços, as ações de fidelização dos clientes e a implementação de um sistema de gestão
(ERP) e ou CRM.
Entende-se que as MPEs participantes do Projeto ALI, o qual foi desenvolvido em parceria
entre o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Desenvolvimento – CNPq, tiveram a
oportunidade de aprimorar os seus produtos e serviços, assim como também passaram a
dispor de um serviço qualificado para o desenvolvimento de melhorias em suas empresas.
Contudo, percebe-se também como contribuição desta pesquisa os resultados do trabalho,
os quais poderão ser utilizados como hipóteses para o desenvolvimento de novas observações
e aplicações que se têm acerca da inovação e a transformação digital para as micro e pequenas
empresas do Brasil.
AGRADECIMENTOS
O autor agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), pela concessão de
bolsa que viabilizou o desenvolvimento dessa pesquisa.
REFERÊNCIAS
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exploratory study at São Paulo metropolitan region. Innovation and Management Review,
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Estadual do Ceará - UECE, 2002.
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Programa Brasil Mais: análise do desempenho das empresas atendidas pelos ALIS nas regiões Norte,
Sul e Vale dos Sinos e Paranhana no Rio Grande do Sul
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Samuel Vinicius Bonato
1. INTRODUÇÃO
Atualmente as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) tem representado cerca de 99% dos
estabelecimentos formais no Brasil, dado este que aponta grande representatividade que
estas possuem na economia do país, Além disso, 52% dos empregos formais no setor privado
estão alocados nestas categorias, podendo então dizer-se que estes pequemos negócios são
fundamentais para o desenvolvimento da economia do país (SEBRAE, 2019).
Ao mesmo tempo em que as Micro e Pequenas Empresas vem se desenvolvendo, surge
uma grande necessidade sistêmica de implementarem-se ferramentas e técnicas que facilitem
a gestão dessas empresas. Nesse sentido, o processo de inovação pode ser visto como parte
da estratégia competitiva de uma empresa, sendo de vital importância a oferta de novos
produtos e serviços baseados no uso de novos conhecimentos e tecnologias, métodos ou
novos mercados, bem como a criação de novas formas de fazer o que já está sendo feito
(BESSANT; PAVITT; TIDD, 2008).
O Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) é uma parceria do SEBRAE com o CNPQ e
tem como objetivo principal fomentar uma cultura inovadora em empresas de pequeno porte
(EPP), através da orientação à empresários e análise e implementação de práticas inovadoras,
por Agentes Locais de Inovação (bolsistas do CNPQ). A base para a execução do trabalho do
ALI é a ferramenta Radar do ALI, que fornece um diagnóstico que contempla 6 dimensões:
Gestão de Indicadores, Gestão de Operações, Inovação, Marketing, Práticas Sustentáveis e
Transformação Digital. A partir destas avaliações, realizadas em ciclos, é possível a sugestão e
implementação de práticas inovadoras dentro das empresas.
O objetivo geral deste trabalho é analisar o desempenho de empresas do Programa Brasil
Mais atendidas pelos ALI em 3 regiões do Estado do Rio Grane do Sul. Para isso, o artigo
apresenta os seguintes objetivos específicos: i) apresentar a evolução das empresas referentes
à aplicação do Radar da ALI; ii) apresentar ações realizadas pelos ALI no âmbito de cada
uma das dimensões do Radar e; iii) discutir os resultados e como estes podem influenciar no
crescimento da cultura da inovação no estado do RS.
A segunda seção apresenta um breve referencial sobre inovação e sobre o programa ALI, a
terceira seção os procedimentos metodológicos utilizados para atingir os objetivos do artigo, a
quarta seção os resultados encontrados e, por fim, na quinta seção as considerações finais a
respeito do estudo.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
134
2.1 INOVAÇÃO
Inovação vai muito além do que o lançamento de um novo produto, podendo ser considerada
também como um processo melhorado, um novo método de marketing, um novo método
organizacional para prática de negócios ou mesmo a organização do local de trabalho ou as
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relações externas de uma empresa (OCDE, 2006). Desta forma, a inovação está focada no
desenvolvimento econômico e na criação de valor, bases de uma estratégia adequada e deve
trazer retorno positivo para o negócio (SIMANTOB; LIPPI, 2003).
No que se refere à micro e pequenas empresas, o desempenho inovador destas tem sido
alvo de muitos estudos acadêmicos (ROSENBUSCH; BRINKMANN; BAUSCH, 2011) e a única
forma de sobreviver e crescer em mercados hipercompetitivos tem sido a inovação constante
do negócio (KIM; MAUBOURGNE, 2014). Também, estes portes de empresas cumprem um
papel de extrema importância no cenário da inovação, podendo explorar com modelos de
negócio inovadores, mercados pequenos que não são interessantes para grandes empresas
(CHESBROUGH, 2010).
Para o alcance de vantagens competitivas e da possibilidade de inovar, as Micro e Pequenas
Empresas (MPEs) foram atrás de apoio financeiro, tecnológico, de mercado e competitivo
em fontes externas. Como a decisão de inovar envolve incertezas e riscos e estas decisões
precisam ser tomadas em sua evolução, muitas MPEs ficam restritas em suas ações e se
tornam organização pouco inovadoras (SILVA; DACORSO, 2014). Nesse sentido, investir
em pesquisa e tecnologias, bem como criar novos processos são necessários para que as
empresas acompanhem a atual dinâmica do mercado, com curtos ciclos de vida de produtos e
concorrências cada vez mais acirradas (CHESBROUGH, 2012b).
Com os atuais modelos de negócio priorizando o conhecimento externo como forma de agregar
valor à organização, o modelo de inovação aberta, justamente gera esta inovação baseado
na utilização do conhecimento externo (Chesbrough, 2012a), criando novas possibilidades
para uma inovação mais rápida e dinâmica, diferentemente do modelo tradicional de inovação
(Lindegaard, 2017).
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uma MPE se encontra em relação à inovação. Através do uso desta ferramenta fica evidenciado
o enfoque na mensuração do grau de maturidade considerando o processo de inovação em
empresas de pequeno porte que, por sua vez, se diferenciam das médias e grandes empresas,
pois segundo Bachmann (2008), o processo de inovação nas Micro e Pequenas Empresas
ocorre de diferentes formas em relação às grandes empresas e, desta forma, a maneira de
mensurar a maturidade de inovação deve ser diferente.
Para avaliação do grau de maturidade, a ferramenta possui seis dimensões, divididas em 3
temas cada uma, conforme apresentado no quadro 01. Cada tema permite ao gestor refletir
sobre o estágio atual da empresa e atuar para elevar os seus índices de produtividade.
Nesse sentido, esta ferramenta é a base para execução do trabalho que os Agentes Locais
de Inovação realizam e é relatado nos próximos capítulos.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A primeira etapa deste artigo foi a construção de um referencial teórico para embasar os
assuntos a serem metodologicamente abordados. Este referencial foi construído com base em
artigos, livros, sites, periódicos e materiais do próprio SEBRAE, buscando-se uma sustentação
dos termos inovação em pequenas empresas, radar da inovação e programa ALI.
A segunda etapa foi realizada através da coleta de dados do trabalho dos Agentes Locais
136
de Inovação no BI do Sistema ALI do Sebrae. Estes dados foram coletados no Sistema ALI,
levando-se em consideração os resultados inseridos pelos agentes das regiões Norte, Sul e
Vale dos Sinos e Paranhana durante o ciclo 1 de trabalho em 346 empresas destas regiões. O
quadro 02 apresenta um resumo das informações de cada região.
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A partir da análise da figura 01, pode-se observar que houve um aumento da produtividade
nas regiões Vale dos Sinos e Paranhana e Sul, sendo 9,33% e 52,87%, respectivamente. Já
região Norte apresenta uma estabilidade, com variação negativa de 1,13%. Em relação à
região Norte, é possível analisar, ao abrirem-se os dados individuais das empresas, que apenas
7 das 38 analisadas apresentaram uma produtividade negativa, porém, duas destas empresas
tem faturamento e custos elevados e as suas variações negativaram os resultados da região
inteira.
Ao analisar-se o quadro 03, é possível ver que todas as regiões apresentam considerável
138
crescimento entre o Radar Inicial e o Radar Final, mostrando que as ações implementadas
foram efetivas e que levaram as empresas destas regiões, de uma forma global, a avançar no
que diz respeito à implementação de ações inovadoras. Desmembrando-se estas informações,
o quadro 04 apresenta as evoluções de pontuação de cada região em cada uma das dimensões
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no Radar Inicial e no Radar Final, bem como o percentual de crescimento de cada uma das
dimensões entre estes.
Quadro 04 - Resultado da Evolução por Dimensão
Vale dos Sinos e
Norte Sul
Dimensão Paranhana
Inicial Final Var. Inicial Final Var. Inicial Final Var.
Gestão
2,18 2,78 27,52% 3,32 4,11 23,80% 2,65 3,49 31,70%
Indicadores
Gestão
2,7 3,2 18,52% 3,92 4,34 10,71% 2,87 3,36 17,07%
Operações
Inovação 2,86 3,28 14,69% 4,42 4,7 6,33% 3,23 3,78 17,03%
Marketing 2,73 3,38 23,81% 3,95 4,57 15,70% 3,02 3,49 15,56%
Práticas
1,6 1,85 15,63% 2,24 2,4 7,14% 1,78 1,96 10,11%
Sustentáveis
Transformação
3,37 3,66 8,61% 4,61 4,98 8,03% 3,49 3,89 11,46%
Digital
Fonte: Autor (2022).
Ao analisar-se o quadro 04, é possível verificar que todas as 6 dimensões, em todas as regiões,
tiveram uma evolução considerável entre o Radar Inicial e o Radar Final, destacando-se que o
maior crescimento foi verificado na dimensão Gestão de Indicadores. Já a menor percentual foi
identificado na dimensão Transformação Digital nas regiões Norte e Sul e, na Região Vale dos
Sinos e Paranhana, a menor evolução ficou com a dimensão Práticas Sustentáveis. Importante
salientar que, apesar de ter o menor crescimento percentual entre as dimensões, a dimensão
Transformação Digital foi a que apresentou a maior pontuação inicial em todas as regiões, o
que explica não ter evoluído tanto por não haver uma amplitude tão grande de crescimento
possível, mostrando que a força de inovação das EPP’s nas regiões está principalmente na
transformação digital.
Um outro dado importante dos ciclos de avaliação do Programa ALI diz respeito à quantidade
de ações implementadas durante o primeiro ciclo, conforme apresentado para a região Norte
no quadro 05. Salienta-se que, para todas as regiões, o sistema ALI apresenta categorias de
ações com um certo desalinhamento às dimensões do Radar ALI. Desta forma, optou-se por
apresentar as ações de todas as regiões conforme as categorias geradas pelo sistema para as
ações.
Quadro 05 – Ações por Área Temática (Norte)
Área Temática Qtde. %
Finanças 181 12,61%
Gestão 441 30,73%
Inovação de Produto 79 5,51%
Inovação em Processos 52 3,62%
Marketing e Vendas 653 45,51% 139
Práticas Sustentáveis 16 1,11%
Transformação Digital 13 0,91%
Total de Ações 1435
Fonte: Autor (2022).
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Analisando-se o quadro 05, percebe-se que ações de Marketing e Vendas são as mais
implementadas pelos Agentes dentro das empresas, totalizando 653 ações. Por outro lado,
ações relacionadas à Transformação Digital são as que menos foram implementadas, totalizando
13 ações. Uma explicação que pode ser dada a estes dados de ações implementadas é que,
por experiência, os Agentes têm mais facilidade e conhecimento em atividades relacionadas
à marketing e vendas e menos conhecimento de ações relacionadas a práticas sustentáveis e
também porque estas podem não ser prioridade em empresas com pontuação mais baixa em
outras dimensões.
O quadro 06 apresenta a quantidade de ações por área temática na Região Sul.
Analisando-se o quadro 06, percebe-se que ações de Marketing e Vendas também são
as mais implementadas pelos Agentes dentro das empresas na região Sul, totalizando 1385
ações. Por outro lado, ações relacionadas às Práticas Sustentáveis são as que menos ações
foram implementadas, totalizando 45 ações.
As ações implementadas pelos ALI na região Vale dos Sinos e Paranhana são apresentadas
no quadro 07:
Analisando-se o quadro 07, percebe-se que ações de Marketing e Vendas também são as
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mais implementadas pelos Agentes dentro das empresas na região Vale dos Sinos e Paranhana,
totalizando 1848 ações. Por outro lado, ações relacionadas às Práticas Sustentáveis são as que
menos ações foram implementadas, totalizando 32 ações.
Analisando-se o quadro 08 verifica-se que cada região teve a atuação de uma quantidade
diferente de ALIs, o que está relacionado à quantidade de municípios e pessoas impactadas
com as ações. Um destaque importante é que a média de ações implementadas em cada
empresa é de no mínimo 25 para a região Norte, chegando a média de 53 ações por empresa
na região Sul, o que mostra que a atuação dos ALIs foi bastante intensa no ciclo analisado.
Possível afirmar também que esta atuação intensa tem impacto nos números de evolução das
empresas no Radar ALI e também o impacto final na produtividade da empresa, conforme
demonstrado na seção 4.1.
A partir destas informações iniciais, o quadro 09 apresenta exemplos de ações implementadas
dentro de cada uma das áreas temáticas destacadas na seção 4.1.2.
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REFERÊNCIAS
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CHESBROUGH, Henry. Inovação aberta: como criar e lucrar com a tecnologia. Porto Alegre,
2012ª.
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cenário da inovação. Bookman, 2012b.
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instrumento para a melhoria das dimensões da inovação. 2. Curitiba: Bachmann &
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SIMANTOB, Moysés; LIPPI, Roberta. Guia Econômico: Valor de inovação nas empresas. São
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