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EXU

EU SOU EXU
PALETA COR

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Ex
EXU
E U SOU E X U

EU SOU EXU

EU SOU ORIXÁ EXU, sou um poder primordial, ances-


tral e divino. Sou anterior a tudo e a todos.

Sou um Deus antigo, por isso conheço todos os ou-


tros deuses, conheço todas as divindades, conheço
todas as suas religiões. Sou anterior à criação deste
mundo, eu assisti aos sete dias da criação, que na ver-
dade aconteceram num tempo em que o tempo não
era contado ainda. Por isso não sou trevas, sou ante-
rior à Luz e às Trevas, que na verdade não passam de
um conceito humano para julgar uma dualidade que é
apenas humana. Sou anterior ao dia e à noite.

Luz e Trevas são conceitos criados para o homem


aprender a lidar com seu livre arbítrio, logo o homem os
associou ao seu simbolismo metafísico de dia e noite.
Antes de ser criada a razão humana, eu já existia, por-
tanto nunca serei compreendido em minha totalidade,
pois sua razão não dá conta de algo tão transcendente
CURS O E X U

quanto eu. Sou maior que todos vocês juntos, porque


cada um de vocês é apenas um indivíduo, cada um
de vocês é apenas um ego manifesto. EU SOU ausên-
cia de Ego e, ao mesmo tempo, sou profundamente
conhecedor desta natureza humana, pois eu assisti à
sua criação. Conheço o ego humano a fundo e sei que
cada um pinta o seu mundo particular com as tintas
do seu ego. Assim sou eu, visto no espelho da sua
alma e pintado com as tintas do seu ego.

O dia em que conseguirem vencer de forma absoluta


este ego, então seremos iguais, apenas mistérios de
nosso criador, em que não existe um mistério melhor
do que o outro. Todos os mistérios são mistérios iguais
em importância, eu e você seremos um, quando você
aprender a se perder de si mesmo e se entregar a algo
maior, ao seu eu essencial e divino. Abandone todo
o medo da morte e, junto, abandone todos os outros
medos, então estaremos livres e descobriremos que a
eterna luta entre vícios e virtudes é tão infantil quanto o
apego de crianças por brinquedos que inevitavelmente
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se tornarão velhos e desinteressantes, assim que apa-


recer um brinquedo novo.

EU SOU O MEDO

Todos vivem com medo neste mundo. EU SOU ORI-


XÁ EXU, represento a superação do medo, a coragem
absoluta, a coragem de ser quem você é. O medo é o
que faz um animal se tornar agressivo; é o medo que
cria a separação, o abismo social; o medo faz com
que poucos dominem muitos; o medo faz o mais fra-
co, o mais medroso, se armar até os dentes com tudo
o quê pode para subjugar o forte, o forte de espírito,
aquele que não necessita de um falso e efêmero poder
para se sentir menos fraco que sua frágil natureza.

Assim, eu represento a coragem de seguir seu coração,


a coragem que está acima das convenções sociais,
a coragem que está além das máscaras, a coragem
de vencer seus condicionamentos. Sou eu que estou
CURS O E X U

lá nas encruzilhadas do tempo, nas mudanças de pa-


drões e paradigmas. Sou eterno e estive presente em
todas as encruzilhadas, assistindo à morte de valores
antigos por valores novos considerados melhores e su-
periores. Tenho assistido ao homem, geração após ge-
ração, criar novos paradigmas, substituir velhas ilusões
por novas ilusões. Tenho visto, vejo e continuarei a ver
o homem colocar a mentira em seu altar, afirmar como
verdade absoluta suas pequenas verdades. Civilização
após civilização, eu vejo um povo subjugando o outro,
é sempre a lei do mais forte, e esta tem sido a regra.
Novos mundos se criam em cima de morte, barbárie e
destruição. O culto, o nobre e o civilizado sempre ma-
tando cruelmente todos que considera bárbaros.

E quantas vezes este movimento é feito em nome de


Deus, deste Deus tão humano, que na fraca concep-
ção teológica distorcida é alguém que deve ser temi-
do, o Deus que castiga. Este é o mundo do medo, o
mundo dos valores invertidos. O fraco é considerado
forte, o simples é considerado bárbaro e o poder ma-
terial continua nas mãos dos corrompidos. Por isso,
este é o mundo da ilusão, o mundo onde todos vivem
como autômatos; um mundo onde todos estão mor-
tos, robotizados, dormindo na leseira de seus egos.
EU SOU ORIXÁ EXU e tudo isso eu tenho visto.

A FORÇA E A VIRTUDE

Não sirvo aos fracos, apenas aos fortes, fortes de cará-


ter, fortes em retidão, fortes no amor, fortes na guerra,
fortes na fé, fortes em suas virtudes, fortes em virtuosis-
mo, fortes em sua ética.

Aos fracos, eu não sirvo, mas os deixo loucos, loucos


em sua sede de poder, loucos em suas arrogâncias,
loucos em sua soberba, loucos em seu ego, loucos em
suas paixões e apegos desenfreados por tudo que é
material.

São fracos todos aqueles que não têm a coragem de as-


CURS O E X U

sumir sua personalidade; são fracos todos aqueles que


sustentam falsos moralismos na tentativa de esconder
seus desejos mais baixos; são fracos todos aqueles que
vivem diminuindo aos outros na tentativa de se sentirem
melhores ou maiores; são fracos os que só encontram
diversão na ironia que agride; são fracos todos aque-
les que, para se sentirem poderosos, querem controlar
tudo e todos. Estes fracos me procuram, estes fracos
me perseguem, estes fracos sempre acabam vindo a
mim para me pedir tudo o que não se sentem capazes
de realizar por si mesmos. Estes fracos sempre caem
nas armadilhas do destino, se corrompem, se vendem
por ninharias. E não estou falando de vender o corpo,
mas sim daqueles que venderam suas almas, que têm
suas consciências prostituídas, estou falando daqueles
que prostituem seus sonhos, estou falando dos fracos
que se cobrem de joias e perfumes na intenção de dis-
farçar sua feiura interior e sua podridão tão inevitavel-
mente exposta.

Aos fracos, eu reservo as loucuras consideradas tão


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normais neste mundo de valores invertidos.

Aos fracos é permitido, por algum tempo, se deliciarem


na mentira de seus egos e jogos de poder, que lhes cau-
sam um frenesi fútil e diminuto. A estes fracos, que con-
sidero mortos por não conseguirem viver sua essência
verdadeira, que é também divina como a minha, um dia
acompanharei em suas descidas nas trevas. Não no in-
ferno católico, mas em seu inferno particular e indepen-
dente de qualquer religião, em suas trevas interiores que
conduzem aos abismos de suas dores mais profundas.
São estes fracos que preferiram esconder suas dores,
que preferiram fingir que não carregam decepções. São
estes fracos que não conseguiram forças para se olhar
no espelho. Então, um dia, eu serei o vosso espelho e
não precisarão mais continuar jogando sua podridão no
semelhante, não precisarão mais continuar apontando
o dedo para tudo e para todos, mostrando seus pró-
prios vícios.
Eu, ORIXÁ EXU, chegarei cheio de virtudes, eu mesmo
chegarei cheio de alegria pela vida, eu mesmo chegarei
CURS O E X U

com força e virilidade, eu chegarei grande em poder,


chegarei com todas as qualidades que você finge ter e
tantas outras que finge não ter, em sua hipocrisia sem
limites. Chegarei exultante em coragem absoluta, che-
garei sem vacilar, chegarei com toda a impetuosidade
que os seus medos mais profundos não lhe permitem
ter ou possuir.

Sou irreverente e é por isso que me divirto com certas si-


tuações. Me divirto ao me mostrar aos falsos moralistas,
me divirto quando sentados em cima de sua podridão
ou de cima do castelo de seus egos apontam o dedo
e me chamam de demônio. Me divirto por que sempre
que me mostro para estes hipócritas vou vestido de es-
pelho, vou plasmado e transfigurado com suas sombra,
me cubro com seus vícios e me coloco de frente para
eles. Neste momento, eu represento tudo o que está
reprimido em seu ser, lhes ofereço a oportunidade de
limpar sua alma, lhes dou a chance de relaxar um pou-
co na vida para se despreocupar com tantas bobagens
de um mundo frágil e inconsistente.
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Sou ORIXÁ EXU, junto de Dionísio, eu lhes ofereço o vinho


que inebria os sentidos e lhes convida a ver a vida com
outros olhos. Mas ainda assim a grande maioria acorda
de uma ilusão apenas para cair dentro de outra ilusão,
acordam de um sonho dentro de outro sonho. Abando-
nam o ego vulgar, num sentido mais baixo, e assumem
o ego por sentidos mais nobres, mas ainda assim con-
tinuam apegados, orgulhosos, vaidosos. São homens
apegados nas virtudes. Estes me divertem mais ainda,
porque acreditam ser melhores do que os outros, por se-
rem virtuosos, mas se esquecem de que o virtuosismo é
algo muito além disso, este é o falso virtuosismo, o virtu-
osismo feito para impressionar. São homens viciados na
autoimagem de virtuoso, viciados no “desapego”, fazem
de tudo para sustentar esta imagem. Estão sempre jul-
gando, pesando e avaliando o outro, que é sempre “pe-
cador”, diante de sua santidade virtuosa.

Muitos são considerados santos, sustentam esta ima-


gem por uma vida inteira, são santos de barro ou de pau
oco. Um dia vão se deparar com Caronte, o barqueiro,
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que leva as almas deste mundo para o outro, passarão


pelas portas de Obaluayê, depositarão seus corações
nas mãos de Maat, ao lado de Omolu. Conhecerão a
Justiça de Xangô e a Lei de Ogum, verão que a pena
de Oxóssi, empunhada por Thot, anotou todas as suas
ações e que tudo o que importa é quais sentimentos
moveram cada uma de suas ações, e não a ação em si.
Descobrirão que cada situação da vida é uma encruzi-
lhada e que eu estou em todas as encruzilhadas.

Eu, ORIXÁ EXU, chego com um poder que não pode


ser dominado, apenas compartilhado. Não posso ser
controlado, apenas aceito. Não posso ser manipulado,
apenas posso ser agradado. E a única forma de me
agradar verdadeiramente é com suas virtudes. Nada
me agrada mais que o virtuosismo humano, nada me
agrada mais que atender a quem me chama para aju-
dar seu semelhante. A estes, eu sirvo com amor e sa-
tisfação. Na qualidade de Orixá, não faço nada por
obrigação, não trabalho para resgatar dívidas, trabalho
por prazer. Sou vigor e vitalidade, o que me move e es-
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timula é o desejo e o prazer. Coloco todo o meu poder,


força e vitalidade na casa das virtudes. Ali eu assento
o meu mistério, na alma, no espírito, na mente e no
corpo das virtudes.

O virtuoso é sempre alguém de coração tranquilo, pois


não alimenta expectativas e nem espera recompensas.
O virtuoso, de fato, é o forte que não necessita de se
autoafirmar. O virtuoso é o forte de fato. O virtuoso é al-
guém que simplesmente é o que é e não pretender ser
nada além de si mesmo. O virtuoso é realizado e pleno.
O virtuoso ocupa todo o meu mistério em si mesmo,
com a sua plenitude. Quando isso ocorre, todos os ou-
tros mistérios da criação se equilibram em seu ser, todos
os Orixás o abençoam, amparam e guiam suas ações.
Nenhum Orixá trabalha de forma isolada, nenhum ser
existe de forma isolada, tudo está ligado. Tudo está liga-
do a mim, tudo está ligado a tudo e todos, tudo é UM,
todos somos UM. EU SOU UM com o Virtuoso. Toda
esta banda do lado de cá passa a ser UM com aquele
que se oferece como instrumento das virtudes. Eu lhe
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abençoo, eu lhe amparo, eu lhe guio, eu lhe protejo, EU


SOU ORIXÁ EXU.

A VERDADE X DUALIDADE

A real dualidade deste mundo está entre o que é real e


o que é ilusão, justamente porque bem e mal, certo e
errado, são conceitos muito relativos. E se tem uma lei
que agrada Exu é a Lei da Relatividade, que fundamen-
ta cientificamente meu comportamento controverso pe-
rante o “Uni-Verso”.

EU SOU ORIXÁ EXU, dizem que faço o bem e faço o


mal, no entanto, aqueles que assim afirmam não sabem
realmente a diferença entre bem e mal, entre certo e
errado. O bem e o mal são concepções exclusivamen-
te humanas. Faço, sim, do certo o errado, e do errado
o certo, de uma forma muito simples retiro o véu que
cobre seus olhos. Este véu podemos chamar de ego,
algo que todos possuem em maior ou menor grau e
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que distorce a forma de ver o mundo. Por isso, dizemos


que muitos podem enxergar o mundo, mas poucos po-
dem ver realmente o que está à sua frente. Cada um vê
o quê quer, cada um vê o mundo como um espelho e
reflexo de si mesmo, e o torto vê um mundo distorcido.

Todos estão embriagados com seus pequenos desejos


e apegos. No fundo, todos sabem que podem ser mui-
to mais do que estão sendo, mas isso dá muito traba-
lho, lutar contra o que já está estabelecido como certo,
bom, bonito, direito, elegante, educado, normal e, claro,
igual. O diferente é sempre o errado, o igual é sempre o
certo e não importa o que faz bem e o que faz mal. Não
importa se o que é considerado certo vive na mentira,
importa que ele é igual e portanto não representa uma
ameaça. Já o diferente, mesmo que esteja na verdade,
representa uma ameaça, ele ameaça a morte de nos-
sas mentiras. Em muitos casos, a regra é a mentira, a
exceção é a verdade.

A mentira é um “diabo” velho com o qual todos já estão


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acostumados, todos sofrem com ela, mas já se acostu-


maram tanto que ela vem pintada de verdade, é o “dia-
bo pintado de ouro”. Costuma-se dizer que é melhor
um “diabo” conhecido que um “diabo” desconhecido e,
por isso, muitos têm medo de se aventurar na verdade,
com medo de outros “diabos”. EU SOU ORIXÁ EXU,
e quando apareço diante destes senhores acostuma-
dos com seus velhos e conhecidos “diabos”, sou en-
tão chamado de “diabo”, porque algo totalmente outro,
totalmente desconhecido só pode ser o “diabo”, não
o velho, mas um novo “diabo”. Mas a verdade é que é
em si o “diabo” para quem vive na mentira e reza, colo-
cando a mentira no altar ao lado do seu Deus temido e
castigador. O Deus tão humano que tem o mérito de ter
criado o moralismo social.

EU SOU ORIXÁ EXU, sou a verdade e, por isso, sou


chamado de senhor da dualidade, neste mundo da
mentira. Por isso, se diz que exu faz o certo virar erra-
do e o errado virar o certo; por isso, jogo hoje a pedra
que acertou o alvo ontem; por isso, sou a dubiedade, a
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ironia, a contravenção. Porque a verdade sempre está


na contramão deste seu mundo, no mundo da ilusão.
A verdade é sempre considerada mentira, pois quem,
afinal, vive na verdade? Os poucos que vivem sua ver-
dade, sem pudores, são crucificados pelos demais.

EU SOU ORIXÁ EXU, sou a verdade nua, crua e rasga-


da, represento o que assusta e dá medo aos homens.
Represento a quebra de todas as máscaras, represento
o abandono de qualquer personagem assumido, repre-
sento a destruição do ego, represento o poder real e
absoluto, o poder de ser apenas você mesmo.

REPRESSÃO

Eu sou Orixá Exu e tenho muito que lhe dizer, depois


de milênios de repressão, de valores criados e cultu-
ados por cleros e monarquias interessados na mani-
pulação da massa, o que subexiste neste mundo são
mentes escravizadas.
CURS O E X U

Culturalmente, vim da África no coração de homens fi-


sicamente escravizados, mas de mente e alma livres.
Quando, sacerdotes católicos, escravos de suas doutri-
nas limitadas e limitadoras, castradas e castradoras, re-
primidas e repressoras, me conheceram, o que eles vi-
ram foi um Deus livre, feliz, alegre, viril, forte e amante do
prazer que a vida dá. Estes senhores e todos os outros
representantes de uma sociedade dominada por sua
filosofia medíocre entenderam que se tratava do diabo.
Exu só podia ser o tinhoso, o capeta, o belzebu, o coisa
ruim, e sabe por quê? Porque eu represento tudo o que
sempre quiseram ser, ter e fazer e nunca tiveram cora-
gem. Condenaram ao inferno todos os prazeres e ale-
grias da vida, simplesmente porque uma pessoa livre de
toda esta repressão não precisaria de seus sacerdotes
ou de sua doutrina distorcida e nem se submeteria ao
seu poder secular. Pessoas livres, que vivem o prazer e
a alegria de estarem vivos, têm a oportunidade de pro-
curar e encontrar mais da vida que apenas obedecer.
Pessoas de espírito livre vão ao encontro do sagrado
de forma natural, mística e transcendente. São pessoas
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que descobrem a magia que existe por trás da aparente


monotonia de suas encarnações. Estas pessoas livres
descobrem que o divino e o sagrado habitam dentro
delas e não nas paredes do templo.

Sempre haverá senhores e escravos, sempre será as-


sim. Ontem, monarquia e clero direcionaram a escravi-
dão humana de acordo com a cor da pele, hoje politica
e consumo, levantam templos à imagem e as grandes
industrias manipuladoras da massa.

Conceitos e valores invertidos. No passado, escravos


eram estes senhores, considerados nobres e podero-
sos, escravos de seus sentidos, pobres escravos de
sua sede por dominar, pobres senhores ricos e escra-
vos de sua moeda, de sua carne e consciência. A to-
dos, eu assisti e os acompanhei em sua queda, após o
desencarne, e quantos não receberam ajuda justamen-
te de seus escravos, agora homens livres no mundo
astral, onde a diferença entre senhor e escravo está no
quanto dominamos ou somos dominados por nossos
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instintos e desejos. Para mim, Exu, só existe um tipo de


escravo, aquele que escraviza a si mesmo nos grilhões
de seu ego. Correntes de dor, sangue e lágrimas que
prendem a cada um de seus escravos nos abismos de
suas almas. Presos em todos os seus melindres, em
seus desamores, em seus traumas e fobias, escondem
as desculpas perfeitas para continuarem escravos, sub-
missos e amedrontados. Hoje continua igual: poucos
dominam muitos. Os escravos da alma, sedentos por
poder sem limites manipulam a massa e dominam os
meios de comunicação e a politica. Grandes industrias,
grandes marcas, grandes e efêmeros poderes deixam
sua marca num mundo em que todos querem ter e
possuir coisas. A regra é competir com o outro, pou-
cos podem ver que a única vitória é a conquista de si
mesmo. A melhor conquista são atributos e virtudes in-
ternas que poderão lhe libertar das únicas amarras que
vão além do peso de sua matéria.
Quem melhor do que eu conhece você?
Quem melhor que Exu conhece seu eu?
Quem lhe apresenta você a você mesmo como
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um espelho?

O homem tem medo de ficar nu, tem medo de despir-


-se de suas bugigangas, tem medo de jogar por terra
seus títulos, tem medo de abandonar sua identidade
temporal, tem medo de ser apenas mais um homem,
mesmo sabendo que por mais que faça não passa
de um homem. É o único animal que deseja ser outra
coisa, o homem é o único ser que quer ser Deus, o ho-
mem despreza a si mesmo em sua natureza humana.
É este homem que procura o divino em detrimento do
humano e que não enxerga que divino é ser humano.
Não vê que o mais humano dos humanos é divino e
sagrado. Não entende que a carne é sagrada, que o
corpo é sagrado, que seus amores deveriam estar no
altar. Por medo de ser quem é, o homem deseja ser
algo inalcançável, deseja ser um Deus distante de tudo
que faz parte de sua realidade.
E ele cria este Deus à imagem de tudo o que ele, o
homem, não é. Cria um Deus que lhe faça tremer, um
Deus tremendo em seu poder de castigar e fascinan-
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te por ser inalcançável. Um Deus que assusta e lhe dá


medo, um Deus que lhe faça ter mais medo do que
todos os outros medos que já possui, para assim ser
mais uma vez escravo e obedecer a um senhor que lhe
vê, observa, vigia, controla, fiscaliza o tempo todo. Um
senhor que lhe coloca medo com a ameaça de ir para o
inferno. E daí surge o medo de não agradar: não agra-
dar a Deus, não agradar a seus pais, não agradar aos
parentes, não agradar aos seus amigos, não agradar à
sociedade, não agradar aos desconhecidos.

O medo de não agradar leva a maioria a se comportar


como mais um que faz o que todos fazem, tentam o
tempo todo ser melhores uns que os outros. E a maior
ironia em tudo isso é que tentam ser melhores repetindo
padrões, tentam ser melhores que o outro ao qual apren-
deram a ser igual. Nunca pensam em ser melhor do que
si mesmos. Não se dão conta que ser melhor começa
justamente no momento em que desistem de ser me-
lhores do que todos os outros, seus iguais. Lutar para
ser melhor, lutar para se destacar, lutar para ter poder é
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o que iguala a grande maioria. A luta, a guerra, é sempre


uma ilusão e o que alimenta esta ilusão é o medo.

O medo de se libertar gera a auto repressão, o medo


de enfrentar sua verdade o faz reprimir a verdade do
outro, o medo de mergulhar em suas trevas e conhecer
suas fraquezas e sua força escondidas abaixo de sua
sombra o faz ver trevas e maldade em todos os lugares.
Reprimir seus monstros e demônios internos o faz criar
monstros e demônios em tudo que ameaça derrubar
seu muro de ilusão e proteção. A repressão é sua zona
de conforto, o desconhecido é um demônio e a vida já
perder todo seu encanto, magia e graça. Tudo é cinza e
sem cor nesta realidade reprimida e distorcida.

Busque com todas as suas forças a liberdade para sua


alma e sua consciência, liberte-se de você mesmo, para
afinal descobrir quem é você. Curve-se diante de mim,
em reverência, bata cabeça e demonstre seu respeito.
Faça as pazes com suas trevas interiores e conte com
meu amparo, com minha força e poder à sua esquer-
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da. Podemos vencer todas as guerras e batalhas, mas


primeiro vença a si mesmo, vença tudo aquilo que lhe
reprima, tudo que lhe oprima e tudo que lhe dá medo.

Eu, sou Orixá Exu e prezo a liberdade de todos os se-


res, e daqui assisto a escravidão de tantos que pensam
estar servindo a algum senhor e que no fundo servem
apenas a seus valores baixos e mesquinhos. Eu, sou
Orixá Exu e não faço questão de estar em nenhum al-
tar, prefiro estar no chão, quem quiser chegar a mim,
curve-se neste mesmo chão, mas antes dispa-se de
seus valores invertidos e conte comigo para superar
seus medos e vencer sua ilusão. Eu sou Orixá Exu e
faço questão de lhe ajudar a superar todos os seus me-
dos, afinal o medo é sempre uma antecipação daquilo
que ainda não existe. O medo é ilusão assim como as
dificuldades e a dor podem ser reais, o medo é apenas
uma forma de fugir da realidade sem olhar de frente para
suas dificuldades. O medo distorce e inverte tudo que
poderia lhe tornar um ser humano melhor. Coragem,
siga seu coração, tenha fé, esperança e tome consci-
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ência do potencial divino que existe dentro de você para


ajuda-lo a vencer a si mesmo.

Eu sou Orixá Exu e venho para lhe ajudar a vencer seu


maior inimigo: você mesmo. A melhor forma de vencer
um inimigo é tornar-se seu amigo, torne-se amigo de
si mesmo, faça as pazes com você, perdoe seu ego,
abrace suas trevas, ilumine suas sombras e mergulhe
fundo em sua própria alma.

Descubra: quem é você!


Quem sou EU?
Eu sou Orixá Exu!
E quem é você?
Esse eBook possui direitos autorais. Estão
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como: editar, adicionar, reduzir e praticar
qualquer ato de comercialização.

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