11 - Resumo - Sindromes Aorticas Agudas (Disseccao, Aneurisma)

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CLÍNICA MÉDICA | CARDIOLOGIA | SAA (Dissecção e aneurisma) 1

SAA (DISSECÇÃO E ANEURISMA)


SÍNDROMES AÓRTICAS AGUDAS

● Defnição: Condições em que há uma quebra da integridade da parede da


aorta, com características clínicas semelhantes com evolução rápida e fatal,
se não for tratado da maneira correta.

● Dissecção de Aorta:

○ Há um “rasgo” na camada íntima da aorta.

○ Sangue penetra na camada média e empurra o fap de dissecção para o


meio da aorta.

○ Nesta condição há a separação dos lúmens:VERDADEIRO E FALSO.

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● Hematoma intramural:

○ Ocorre um “vazamento” de sangue a baixas pressões para a camada


média da aorta.

○ Causas:
§ Rotura do vasa vasorum (vasos que fcam na adventícia da aorta).
§ Microroturas da camada íntima (não vistas em exames de imagem).

○ No exame de imagem, há a aparência de um lúmen preservado, mas


há hematoma “ao redor” do lúmen, pois forma-se um trombo que
“empurra” a camada mais externa da aorta para “fora”.

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● Úlcera Penetrante

○ Ocorre a rotura da placa aterosclerótica na aorta que permite que


sangue entre para a camada média da aorta.

○ Entretanto, a cicatriz/fbrose decorrente da aterosclerose confna a


coleção de sangue (gerando, muitas vezes, um hematoma intramural).
§ Na imagem pode ser possível observar a rotura da placa aterosclerótica.

○ Como está relacionada a ROTURA DE PLACA


ATEROSCLERÓTICA, acomete mais pacientes idosos e com fatores
de risco cardiovascular.

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DISSECÇÃO DE AORTA

● Fatores de Risco

○ Hipertensão Arterial (70%);

○ Tabagismo;

○ Doenças do Colágeno (Marfan, Ehlers - Danlos);


§ Alteram a estrutura da aorta, deixando-a muito mais frágil;
§ Forças hidrodinâmicas normais atuam sobre uma camada média já
enfraquecida;

○ Valva Aórtica Bicúspide;

○ Doenças Infamatórias da Aorta;


§ Síflis Terciária (arterite siflítica);
§ Arterite de Takayasu;

○ Síndrome de Turner;

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OBS: Valva aórtica bicúspide: Interrompe o fluxo laminar e o reorienta,


direcionando-o para a parede da aorta, aumentando o estresse de cisalha-
mento no local, devido ao aumento do turbilhonamento do sangue (apre-
sentado na segunda imagem em vermelho);

● Complicações:

○ Rotura (paciente pode chegar à exsanguinação em poucos minutos)

○ Dissecção de ramos da aorta:


§ AVC;
§ Infarto agudo do miocárdio;
§ Isquemia mesentérica;
§ Insufciência renal;

QUADRO CLÍNICO

● DOR ABRUPTA EXCRUCIANTE no tórax ou dorso. (90% dos casos)

○ Qualidade: “afada” ou “rasgo”

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● Sinais e Sintomas associados:

○ Náusea, vômito, sudorese;

○ Síncope: tamponamento cardíaco (dissecção para o pericárdio),


interrupção transitória do fuxo sanguíneo para a vasculatura cerebral
(dissecção de carótidas), hipovolemia (rotura), tônus vagal excessivo,
arritmias;

○ Sintomas neurológicos;

EXAME FÍSICO

● Sopro de insufciência aórtica!

○ Deve-se procurar ativamente em todo paciente com queixa de dor


torácica aguda!

● Hipertensão refratária: envolvimento das artérias renais.

● Hipotensão:

○ Tamponamento cardíaco (dissecção para o pericárdio);


OU

○ Hipovolemia (Rotura);

● Em todo paciente com dor torácica, deve-se aferir Pressão Arterial nos 4
membros, pois quando há 20 mmHg ou mais de diferença na Pressão
Arterial Sistólica dos membros superiores, é um sinal indicativo de
dissecção de aorta.

○ É um sinal de baixa sensibilidade, mas quando está presente é


muito específco.

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DIAGNÓSTICO

● Escore de Risco ADD-RS: é um escore utilizado para avaliar o risco do


paciente ter dissecção aórtica, levando em consideração 3 parâmetros
(Fatores de Risco, Característica da dor torácica e Exame Físico). Como
você pode observar abaixo:

ESCORE DE RISCO: ADD-RS

CONDIÇÃO
DE ALTO
2. DOR DE
RISCO?
ALTO RISCO? 3. EXAME FÍSICO
DE ALTO RISCO?
Marfan, Hx
Dor torácica,
familiar de
abdominal Sopro novo de IAo,
dissecção,
ou em dorso Diferença de
manipulação
abrupta, pulsos, Sinais
recente
de forte neurológicos
na aorta,
intensidade focais, choque/
aneurisma
ou em hipotensão.
de aorta,
rasgando.
valvopatia
aórtica.

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● Diagnóstico Defnitivo:

○ ESTÁVEL: Angiotomografa de aorta total.

○ INSTÁVEL: Ecocardiograma (preferencialmente transesofágico).


§ Sinais de instabilidade:
● Dor torácica;
● Hipotenso;
1. Radiografa de Tórax: Alargamento mediastinal; 2.
Ecocardiograma: Seta aponta para o fap de dissecção;
3. Angiotomografa: Setas apontam para o Flap de
dissecção, presentes na aorta ascendente e descendente; 4.
Angiotomografa: Seta preta aponta para fap da aorta ascendente
e seta branca aponta para derrame pericárdico.

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CLASSIFICAÇÃO

● Existem dois tipos de classifcação para a dissecção de aorta, a Classifcação


de Stanford e a Classifcação de De Bakey.

● Classifcação de Stanford

○ É a mais importante de ser memorizada - pois vai guiar a conduta;

○ STANFORD A: Há acometimento da aorta ascendente;

○ STANFORD B: Não há acometimento da aorta ascendente;

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● Classifcação de De Bakey

○ Tipo I: Há acometimento da aorta ascendente e descendente;

○ Tipo II: Há acometimento da aorta ascendente isolada;

○ Tipo IIIa: Há acometimento da aorta descendente limitada


pelo diafragma;

○ Tipo IIIb: Há acometimento da aorta descendente que ultrapassa o limite


do diafragma;

CONDUTA

● Conduta inicial: Sala de emergência, monitorização, acesso venoso,


oxigenioterapia e coletar exames.

● Controle de dor: Morfna ou outra analgesia potente

● Controlar fatores que aumentam a dissecção: Frequência cardíaca (FC) e


Pressão arterial (PAS).

○ Controle de FC: Alvo de 60 bpm.


§ Esmolol BIC EV (Titular a dose pelo peso do paciente).
OU
§ Metoprolol - 5mg que pode ser repetida por, no máximo, três vezes
(Dose máxima 15 mg)

○ Controle de PAS: Alvo de 100-120 mmHg


§ Se PAS > 120 mmHg (mesmo após o uso do esmolol ou metoprolol)
estamos diante de uma emergência hipertensiva (há lesão de órgão-
alvo), logo, deve ser administrado Nitroprussiato.
§ Se hipotenso: Volume + Noradrenalina (Vasopressor).

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TRATAMENTO

● STANFORD A: Cirurgia de emergência.

○ Mortalidade: 1 a 2 % por hora, 50% nas primeiras 48 horas.

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● STANFORD B

○ Cirurgia vascular de emergência se:


§ Sinais de rotura iminente.
§ Dor refratária.
§ Isquemia de órgão ou membro.

○ Na ausência desses 3 fatores, pode-se adotar uma conduta conservadora:


expectar e programar a correção de forma eletiva, se necessário.

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QUESTÕES

1) (UNICAMP 2022) Homem, 46 anos, hipertenso não controlado, é


admitido na Unidade de Emergência com dor torácica intensa há três horas.
Realiza tomografa computadorizada de tórax. Com base na imagem, o
achado menos esperado seria:

A) Assimetria de pulsos de membros superiores.


B) Infarto renal.
C) Insufciência aórtica.
D) Sopro carotídeo

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2) (SCMSP) Um homem de 62 anos de idade, com antecedentes de


hipertensão e diabetes, procurou o pronto-socorro com relato de dor torácica
intensa, lancinante, irradiada para o dorso havia uma hora. No exame, o
paciente apresentava fácies de dor, frequência cardíaca de 85 bpm e pressão
arterial de 160 mmHg × 80 mmHg. Inicialmente, ele foi submetido a uma
radiografa de tórax, cujo resultado está reproduzido a seguir. Após o exame
inicial, a principal hipótese diagnóstica foi confrmada pela angiotomografa .
Nesse caso clínico, a conduta medicamentosa essencial na sala de emergência
deve ser composta de:

A) Diazepam, anlodipino e captopril.


B) Heparina não fracionada e morfna.
C) Ácido acetilsalicílico, metoprolol e morfna.
D) Metoprolol, nitroprussiato e morfna.
E) Ceftriaxona e claritromicina.

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3) (ABC 2022) Homem de 42 anos é avaliado com quadro de dor torácica


intensa com irradiação para as costas. A dor é aguda e dilacerante. A história
médica é signifcativa para hipertensão, em uso de anlodipino e lisinopril .
Ao exame físico: PA: 162 x 99 mmHg; FC: 110 bpm; pulmonar: normal. A
tomografa de tórax realizada é mostrada a seguir. Nesse momento, a conduta
recomendada é:

A) Angiografa coronária percutânea heparina e ativador do


plasminogênio tecidual.
B) Tratamento clínico e observação.
C) Tratamento cirúrgico endovascular.
D) Tratamento cirúrgico aberto tradicional.

GABARITO

1) B
2) D
3) D

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