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Etha10 Resolucao Questoes Manual

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Etha10 resolucao questoes manual

História A (Escola Secundária do Cartaxo)

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História A | 10.º ano Maria Antónia Monterroso Rosas · Célia Pinto do Couto · Elisabete Jesus

Resolução das Questões do Manual

Oo
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Índice

Módulo 0 ................................................................................ 3

Módulo 1 ................................................................................. 5
Unidade 1 .......................................................................................... 5
Unidade 2 .......................................................................................... 12
Unidade 3 .......................................................................................... 18

Módulo 2 ................................................................................ 20
Unidade 1 .......................................................................................... 20
Unidade 2 .......................................................................................... 26
Unidade 3 .......................................................................................... 36

Módulo 3 ................................................................................ 41
Unidade 1 .......................................................................................... 41
Unidade 2 .......................................................................................... 43
Unidade 3 .......................................................................................... 48
Unidade 4 .......................................................................................... 57
Unidade 5 .......................................................................................... 61

2
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Módulo 0 3. Opinião devidamente fundamentada sobre o assunto, re-


correndo a elementos dos documentos apresentados ou a
Págs. 10 e 11 outras fontes de informação.

Avaliação Diagnóstica Págs. 12 e 13


I. Cronologia, periodização e domínios da História FICHA 1
2. Época Clássica: c) Metecos; k) Expansão do Império Romano.
1. F, C, D, B, A, E.
Época Medieval: a) Batalha de Aljubarrota; l) Arte gótica;
2. Fontes materiais: A; B; D; F. Fonte escrita: C. Fonte oral: E.
m) Relações de vassalagem.
3. O historiador Jean Tulard compara o trabalho do historia-
Época Moderna: g) Renascimento; h) Terceiro Estado;
dor ao trabalho de um juiz, porque tal como um juiz tem de
i) Mercantilismo; j) Navegação astronómica.
ser isento no seu julgamento e baseá-lo na análise de provas
Época Contemporânea: b) Loucos Anos 20; d) Crash bol-
também o historiador deve proceder da mesma forma ao
sista de Wall Street; e) Implantação da República em Portu-
analisar as fontes históricas para delas extrair informações.
gal; f) Estado Novo; n) Industrialização em Portugal; o) Prole-
4. As fontes históricas são a “matéria-prima” do historiador.
tariado; p) Moeda única (o euro).
5. A Economia, a Sociologia e a Arqueologia são três Ciên-
3.
cias Sociais e Humanas que contribuem para análises e ex-
Económico-
Político Social Cultural plicações mais abrangentes da evolução das sociedades
-financeiro
humanas: a Economia ao permitir, entre outros, a análise das
a) Batalha de b) Loucos d) Crash bolsista b) Loucos
Aljubarrota Anos 20 de Wall Street Anos 20 atividades produtivas e dos preços; a Sociologia ao contri-
e) Implantação da c) Metecos i) Mercantilismo g) Renascimento buir para o estudo dos grupos sociais; a Arqueologia ao des-
República em h) Terceiro Estado n) Industrializa- j) Navegação
Portugal m) Relações de ção em Portugal astronómica vendar fontes materiais das sociedades humanas.
f) Estado Novo vassalagem p) Moeda única l) Arte gótica 6. Exemplos de património móvel: livros e outros documen-
k) Expansão do o) Proletariado (o euro)
Império Romano
tos escritos, objetos em metal ou feitos de outros materiais,
pinturas, esculturas, gravuras, filmes, entre outros. Exemplos
4. a) – 4; b) – 3; c) – 1.
de património imóvel: construções arquitetónicas, proprie-
II. Localização no espaço dades rurais. Exemplos de património imaterial: músicas e
canções, receitas gastronómicas, lendas, métodos de fa-
1. e 2.
brico de um determinado produto, entre outros.
N

a) Págs. 14 e 15
k)
l) FICHA 2

j) 1. O historiador utiliza medidas de tempo adaptadas ao ob-


f)
jeto do seu estudo, isto é, aos fenómenos históricos. Alguns
g) h)
c) destes fenómenos – o texto refere, por exemplo, as flutua-
m)
ções económicas e a evolução demográfica – desenvolvem-
b)
0 748 km e) i) -se no tempo, pelo que, para que os possamos abarcar e
d) compreender na totalidade, há que utilizar medidas de
tempo mais amplas, de dimensão variável, consoante o fe-
III. Interpretação de documentos/Comunicação de ideias nómeno estudado.
e opiniões 2. Século VIII a. C. (aprox.) – Fundação do povoado fortifi-
1. O assunto comum é a situação dos refugiados na Europa. cado de Conímbriga
2. Enquanto o Doc. 3 apresenta uma perspetiva favorável ao Século VII a. C. (aprox.) – Os Fenícios instalam-se na costa
acolhimento de refugiados por parte dos países da Europa, Sul
patente na manifestação representada, neste caso em parti- 139 a. C. – Morte de Viriato
cular na Holanda, o Doc. 4 apresenta uma perspetiva oposta, 284-288 d. C. – Bracara Augusta torna-se capital da provín-
a da não aceitação e até repatriamento dos refugiados – cia da Galécia
“Há países da UE que estão a negar o estatuto de refugia- 714 – Conquista de Évora, Santarém e Coimbra pelos Muçul-
dos a requerentes de asilo do Afeganistão, enviando-os de manos
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volta para o seu país de origem”. Se no Doc. 3 se promovem 1128 – Vitória de D. Afonso Henriques na Batalha de S. Mamede
os valores da tolerância e da integração, no Doc. 4 noticiam-
1498 – Vasco da Gama chega à Índia
-se comportamentos racistas e xenófobos, em países como
1750 – O Marquês de Pombal torna-se ministro de D. José I
a Alemanha, o Reino Unido ou a Noruega.

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1807 – Primeira invasão francesa 2. Enquanto via de comunicação, o Tejo facilitou o contacto

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1986 – Portugal torna-se membro da CEE entre populações distantes, trazendo a Lisboa povos diver-
3. Enquadra-se no ponto 2: “registo em tabela, lista ou outra sos e abrindo aos moradores da cidade uma via de saída
forma de sucessão de eventos ou factos”. para outras paragens. Complementarmente, pelas ativida-
4. des económicas que proporcionou, como o grande comér-
cio marítimo, por exemplo, foi um agente de atração de es-
Período Acontecimentos da História de Portugal
trangeiros que aqui vinham fazer negócios. Esta constante
Século VIII a. C. (aprox.) – Fundação do povoado
Civilizações fortificado de Conímbriga interação com outros povos fez de Lisboa a cidade multicul-
Idade/ Pré-Clássicas Século VII a. C. (aprox.) – Os Fenícios instalam-se tural de que fala o Doc. 2.
Época na costa Sul
3. Continuidade:
Antiga 139 a. C. – Morte de Viriato
Civilizações – o espaço geográfico, em que se destacam a proximidade
284-288 d. C. – Bracara Augusta torna-se
Clássicas
capital da província da Galécia do Tejo e o perfil acidentado da cidade;
714 – Conquista de Évora, Santarém e Coimbra – as atividades marítimas que o Tejo proporciona.
Idade Média/ pelos Muçulmanos
Época Medieval 1128 – Vitória de D. Afonso Henriques na Batalha Mudança:
de S. Mamede
– as construções da cidade;
1498 – Vasco da Gama chega à Índia
Idade/Época Moderna 1750 – O Marquês de Pombal torna-se ministro
– o tipo de navios que atracam em Lisboa (na atualidade, um
de D. José I navio de cruzeiro).

Idade/Época Contemporânea
1807 – Primeira invasão francesa 4. Carácter nacional dos Descobrimentos:
1986 – Portugal torna-se membro da CEE
– “Os descobrimentos marítimos constituem, na História de
5. São Gregório refere-se aos Francos, povo germânico que Portugal, um “salto” de significativa importância”;
se instalou na província da Gália, atual França OU trata-se – “Os homens de um pequeno país do Ocidente europeu
do conjunto de povos que, entre os séculos IV e V d. C., irão alterar irreversivelmente o seu destino”.
conquistou e se instalou no espaço romano: Godos, Alanos,
Carácter universal dos Descobrimentos:
Vândalos, Francos, Saxões, etc.
– “[…] levando atrás de si o destino de uma Europa até então
6. Os Docs. 5 e 7 contradizem a perceção de São Gregório
fechada em si mesma”;
que, mergulhado nos tempos conturbados da formação dos
– “O século XVI irá ser para o europeu uma época de enri-
reinos bárbaros, acredita que a literatura e o saber clássicos
quecimento cultural e de um rasgar de horizontes, em
se encontram em extinção. A historiadora Regine Pernoud
grande parte devido às viagens marítimas que culminaram
(Doc. 5) chama a atenção para a importância assumida pelos
com a chegada de Colombo às Antilhas, de Vasco da Gama
autores gregos e latinos na Idade Média, referindo diversos
à Índia e de Pedro Álvares Cabral ao Brasil”.
autores cujas obras integravam a biblioteca da Abadia do
5. A imagem põe em evidência a diferença de fisionomias
Monte Saint-Michel; o Doc. 7 atesta a persistência dos mitos
entre os europeus e os asiáticos. O diferente desenho dos
clássicos na Idade Média, neste caso o mito de Édipo (Doc. 6)
olhos, mas, sobretudo, a face mais proeminente dos ociden-
que, transformado num cavaleiro medieval e tendo como
tais, sempre representados, na arte nanban, com grandes
pano de fundo um castelo, defronta a esfinge, num manus-
narizes, concorrem para a sensação de estranheza realçada
crito do século XIII.
por Bunshi Nambo.
6. Algumas palavras japonesas de origem portuguesa [esco-
Págs. 16 e 17
lher três]:
FICHA 3
Pronúncia Português arcaico
Português moderno
1. O espaço geográfico determinou sempre, ao longo da em japonês ou morfologia

História, inúmeros aspetos da vida das populações. Assim: Biidoro vidro vidro

– o clima, o relevo, o tipo de vegetação e as espécies ani- bouro/bouru bolo bolo, bola
mais de um dado território condicionam a agricultura e a pe- Botan botão botão
cuária; Furasuko frasco frasco
– a proximidade do mar reflete-se na pesca, na salicultura e Gurando grande
no comércio marítimo, por exemplo; Kapitan capitão capitão
– as vias de comunicação condicionam o nascimento das Kappa capa capa impermeável
cidades e definem as rotas comerciais; Koppu copo copo
– os acidentes naturais circunscrevem o espaço geográfico Shabon sabão sabão
das civilizações.
Shurasuko churrasco churrasco
Fonte: Wikipédia, https://pt.wikipedia.org/wiki/Palavras_japonesas_
de_origem_portuguesa

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Págs. 18 e 19 Págs. 20 e 21
FICHA 4 FICHA 5

1. O facto histórico que desencadeou a I Guerra Mundial foi 1. Os dois historiadores introduziram, na História, novos ob-
o atentado de Sarajevo, em que o herdeiro do trono do Im- jetos de estudo. Até então, a História estudava sobretudo de
pério Austro-Húngaro foi assassinado por um estudante sér- factos de natureza política (guerras, batalhas, ações dos
vio da Bósnia. grandes vultos…), tendo, por influência da revista fundada
2. Outros condicionalismos que levaram ao primeiro conflito por Lucien Febvre e March Bloch, passado a debruçar-se
mundial foram: sobre todos os aspetos que dizem respeito à vida do homem
– o recrudescimento dos nacionalismos desde as últimas em sociedade.
décadas do século XIX, que se tornou visível nas reivindica- 2. “A maneira como os indivíduos viviam, trabalhavam e mor-
ções e processos de independência de povos subjugados riam na sua época”;
(Doc. 1 e Doc. 2) e na proclamação de superioridade de velhas – as crenças;
nações, como a Inglaterra e a Alemanha (Doc. 3 – “A Ingla- – as formas de pensar;
terra […], com a sua maravilhosa convicção de que, satisfa- – os costumes.
zendo os seus próprios interesses, estende a luz entre as 3. O texto de Vitorino Magalhães Godinho enquadra-se na
nações, em trevas […].”); conceção de “história global” referida no Doc. 1, segundo a
– o imperialismo exercido pelas velhas nações sobre colónias qual todos os aspetos da vida humana, dos mais grandiosos
e outras zonas de influência em África e na Ásia e as conse- às pequenas coisas do quotidiano, fazem parte da História.
quentes rivalidades político-económicas (Doc. 3 – “[…] Por toda Assim, os “protagonistas” do passado histórico não são ape-
a parte, […] o caixeiro viajante alemão está em luta com o ven- nas os estadistas, mas também os trabalhadores dos diversos
dedor ambulante inglês”; Doc. 4 – a caricatura francesa mostra ofícios, os visionários, os homens da ciência, os músicos,
a partilha dos territórios africanos, na Conferência de Berlim, entre muitos outros. Todos eles desempenharam um papel
pelos países da Europa e pelos EUA); no seu tempo, tempo esse que o historiador pretende recons-
– a corrida ao armamento, nas primeiras décadas do século XX, tituir na íntegra. Por este motivo, a História é “obra de todos”.
de potências europeias, como a França, a Alemanha, a Rús- 4.
sia, a Inglaterra e a Áustria-Hungria, que haviam formado
Imagem Campo de problematização
alianças político-militares (Doc. 5).
1. Cena de amor cortês cultural/mentalidades
3. As potências europeias disputavam a ocupação de terri-
tórios, como atesta o Doc. 4 com a partilha de África, por 2. Mulher descascando batatas social
motivos económicos: o acesso a matérias-primas a preço 3. O atleta vencedor cultural/mentalidades
baixo e, posteriormente, o acesso a mercados de escoa-
4. Crianças mineiras social
mento para os seus produtos industriais, pela política do ex-
clusivo comercial que firmavam com as respetivas colónias 5. Regicídio em Portugal político
(Doc. 3 – “[…] duas grandes nações que procuram estender o 6. Exportações de vinhos económico
seu campo de ação no mundo inteiro, pretendendo impor-
7. Campanha do Estado Novo económico
-lhe um tributo comercial.”).
4. A França e a Alemanha (na época designada Prússia 8. Enterramentos em massa demográfico

oriental) envolveram-se num conflito armado, que decorreu 9. Adesão de Portugal à CEE político
entre 1870 e 1871. A França foi derrotada e uma das exigên- Nota: Dada a plasticidade dos diferentes campos de análise histórica, ficará ao critério
cias da Alemanha, no tratado de paz, foi a cedência dos ter- do professor aceitar outras respostas.

ritórios da Alsácia e da Lorena. Estes territórios já tinham 5. Serão considerados corretos todos os títulos que remetam
sido alvo de disputa entre os dois países. para o âmbito globalizante dos estudos históricos.
5. O facto tem uma duração curta, ocorre num dia, como foi
o caso do atentado de Sarajevo. A estrutura decorre num
intervalo temporal longo, de um século ou mais, como acon- Módulo 1 Unidade 1 (1.1.)
teceu com o desenvolvimento da industrialização e do capi-
talismo industrial e financeiro (Doc. 6). A conjuntura, por sua Págs. 26 e 27
vez, apresenta-se num tempo médio de duração (10, 20 ou
DOC. 1
50 anos), como foi o caso dos movimentos independentistas
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nos Balcãs ou das rivalidades imperialistas nos continentes 1. Enquanto a Grécia atual constituiu um só estado, isto é,
africano e asiático (Doc. 6). encontra-se unida politicamente, o território da Grécia An-
tiga encontrava-se fragmentado numa multiplicidade de pe-
quenos estados independentes.

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DOC. 2 2.
1. Segundo Aristóteles, são imprescindíveis à existência de – A liberdade (“A nossa cidade […] é livre”);
uma cidade-estado: – a igualdade perante a lei (“nada há pior do que um tirano
– os produtos da agricultura (“as subsistências”) e do artesa- […] porque a lei não é igual para todos” (Doc. B); “Há igual-
nato (“as artes”), que permitem assegurar as necessidades dade perante a lei” (Doc. C);
básicas; – a igualdade de direitos entre os mais ricos e os mais po-
– exércitos capazes de defender a cidade (“as armas”); bres (“ O mais pobre e o mais rico têm direitos iguais” (Doc. B),
– riqueza suficiente para prover aos gastos da administra- – a igualdade de acesso aos cargos públicos (“sendo estes
ção e à manutenção do exército; [os magistrados] designados em função do seu mérito e não
– lugares de culto aos deuses; da sua posição social” (Doc. C);

– um conjunto de pessoas que administre a cidade e regule – o igual direito à palavra (“Quem quer falar, toma a palavra;
as relações entre os seus habitantes. Quem não quer, cala-se” (Doc. B).

2. Frase:
Págs. 32 e 33
– “[A cidade] demasiado pequena não pode satisfazer as
suas necessidades, o que constituiu uma condição essen- DOC. 7e8
cial da cidade”; 1. Conselho – Bulé; Assembleia – Eclésia.
– “Se um destes elementos faltar, torna-se impossível que a 2. Competências do Conselho/Bulé:
cidade se baste a si mesma”. – convocar a Eclésia (Doc. 8);
DOC. 3
– definir a ordem de trabalhos da Eclésia (Doc. 8);
– preparar as propostas de lei a submeter à Eclésia (Doc. 7);
1. Luciano considera os cidadãos “a alma” da cidade, já que
– executar as decisões da Eclésia (Doc. 7);
a povoam, a governam e a defendem.
– tomar decisões correntes (Doc. 7);
DOC. 4 – vigiar a atuação dos magistrados(Doc. 7);
1. As leis: – supervisionar a cobrança de impostos e as contas públicas
– são fixas e as mesmas para todos; (Doc. 7).
– procuram a justiça, a beleza e a utilidade; Competências da Assembleia/Eclésia:
– corrigem os erros; – votar as leis (Doc. 7);
– permitem aos homens viver em sociedade. – votar o ostracismo (Docs. 7 e 8);
– decidir da paz e da guerra (Doc. 7);
Págs. 28 e 29 – designar/aprovar os magistrados (Docs. 7 e 8);
– tomar decisões sobre o abastecimento e a defesa do terri-
DOC. 5AeB
tório (Doc. 8).
1. A acrópole e a ágora.
DOC. 9
2. Na ágora desenrolavam-se atividades políticas e adminis-
trativas (aí se situavam edifícios destinados ao governo da 1. A preferência pelo sistema de eleição explica-se pela es-
cidade), religiosas (era um espaço sagrado onde se erguiam pecificidade do cargo de estratego (general), que requer
templos e altares) e económicas/comerciais (tinha lojas e era competências militares.
o local do mercado). 2. A Eclésia (“o povo”) e os tribunais.
DOC. 5C
Pág. 34
1. A deusa Atena, dado que é a protetora da cidade.
DOC. 10

Pág. 30 1. Trinta anos (“Não tenho menos de trinta anos”).


DOC. 6 2. Princípios:
– cumprimento das leis ( “Eu votarei em conformidade com
1.
as leis”);
Oligarquia – governo de um pequeno número;
– preservação da democracia (“Não darei o meu voto nem a
Tirania – governo de um só homem, geralmente obtido pe-
um tirano, nem à oligarquia”; “Se alguém derrubar a demo-
laforça;
cracia […] eu não o seguirei”; “Não darei o direito de exercer
Democracia – governo do povo.
a magistratura […] a alguém que não tenha prestado contas
de uma outra magistratura”);

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– respeito pelas obrigações contraídas pelos cidadãos e – “escolha de cargos por todos”;
pela propriedade privada (“Não permitirei que sejam anula- – “governo de todos por cada um e de cada um por todos”;
das dívidas privadas nem que as terras ou as casas dos Ate- – “tiragem à sorte para todos os cargos”;
nienses sejam distribuídas a outros”); – “administração da justiça pelos cidadãos”.
– honestidade e isenção (“Não aceitarei presentes enquanto 5. Direitos:
heliasta”; “ouvirei com igual atenção o acusador e o acu-
– a liberdade, no âmbito da qual se insere a liberdade do
sado, e apenas me decidirei sobre o caso por si próprio”).
uso da palavra – isegoria (“O fundamento da constituição
3. Procedimentos: democrática é a liberdade”; “a liberdade é […], segundo se
– a tiragem à sorte dos elementos que fiscalizam o tempo diz, o objetivo que visa toda a democracia”);
das intervenções e a contagem dos votos; – a igualdade perante a lei – isonomia (“todos, sem exceção,
– a atribuição de igual tempo de palavra ao acusador e ao devem possuir a igualdade”);
acusado. – a igualdade de acesso aos cargos públicos OU a igual par-
ticipação no Governo – isocracia (“governo de todos por
Págs. 36 e 37 cada um e de cada um por todos”; “tiragem à sorte para
DOC. 11 todos os cargos”).
6.
1. Nas democracias, os cidadãos confrontam e debatem
ideias, tendo aqueles que dominam a arte de bem falar – A “Assembleia”/Eclésia, composta por todos os cidadãos
maior facilidade em conduzir e convencer as assembleias. atenienses, votava as leis, decidia sobre a guerra e a paz,
apreciava a atuação dos magistrados, votava o ostracismo.
2. A demagogia, isto é, a arte de manipular o povo em bene-
Teoricamente, os seus poderes eram ilimitados e tinha com-
fício próprio, através de discursos bem construídos mas
petência para decidir sobre qualquer assunto que dissesse
cheios de mentiras e promessas irrealizáveis.
respeito ao governo da pólis;
DOC. 12 – o “Conselho”/Bulé, era composto por quinhentos cida-
1. Evitar o regresso da tirania OU proteger o regime demo- dãos sorteados anualmente, cinquenta por cada tribo da
crático daqueles que o poderiam vir a destruir. Ática. Competia-lhe a gestão dos assuntos correntes bem
como a preparação das sessões da Eclésia, para as quais
2. Será de aceitar a opinião expressa pelo aluno, desde que
elaborava os projetos das leis a debater, por exemplo.
bem fundamentada. A favor do ostracismo, poderá invocar-
-se a necessidade de preservação da democracia e dos
Págs. 40 e 41
seus princípios igualitários; contra esta lei, pode alegar-se o
carácter arbitrário das votações, que podem ser manipula- DOC. 14
das, bem como o facto de o ostracizado sofrer uma conde-
1. Requisitos:
nação sem ter cometido qualquer crime.
– ser filho de pai e mãe atenienses;
DOC. 13 – ser um homem livre e ter nascido de um casamento legí-
timo;
1. Sanções:
– ter 18 anos de idade.
– poder ser livremente assassinado por qualquer habitante
2. A participação “no exercício da justiça e nas magistratu-
de Atenas;
ras”, isto é, no governo da pólis.
– perder a cidadania ateniense;
3. A todos aqueles que desrespeitem a leis de Atenas ou as
– ver os seus bens confiscados.
queiram subverter.
2. A Eclésia, a Bulé e o Tribunal do Areópago.
4. De acordo com o gráfico, os cidadãos representariam
cerca de 10% da população da Ática; não participam no go-
Págs. 38 e 39
verno da pólis cerca de 90% dos residentes.
Analisar… um texto longo
DOC. 15
Princípios e características da democracia antiga
1. d) nos séculos V e IV a. C. 1. Qualidades:

2. d) o sistema de sorteio favorecia o acesso de todos os ci- – ter recebido instrução (“frequentar as escolas adequadas”);
dadãos aos cargos públicos. – comportar-se com dignidade (“não […] cometer qualquer
ato vergonhoso”);
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3. Péricles
4. Afirmações: – contribuir financeiramente para as necessidades da pólis
(“fui corego, trierarco, contribuinte, não me furtei a nenhuma
– “Uma das características da democracia consiste em ser
obrigação”);
governado e governar à vez”;

7
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– participar empenhadamente no governo da pólis (“dedi- 2. A cidadania ateniense afigura-se bastante difícil de obter,

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quei-me à política de uma forma que mereceu o elogio não uma vez que é necessário não só que o futuro cidadão
só da nossa pátria como de outros gregos”). tenha prestado serviços relevantes à cidade, mas também
um processo burocrático exigente: a concessão da cidada-
Págs. 42 e 43 nia tem de ser aprovada em duas Assembleias do Povo
(Eclésia), exigindo a segunda o voto (secreto) de seis mil ate-
DOC. 16
nienses.
1. O ter trazido aos homens o sofrimento – Pandora abriu o
recipiente em que os sofrimentos se encontravam encerra- DOC. 19
dos e estes dispersaram-se pelo mundo, afligindo a raça hu- 1. Aristóteles faz derivar a escravatura da Natureza, que faria
mana. nascer alguns homens em situação de inferioridade face aos
2. O homem assume uma posição de “mando”, superior à da demais.
mulher, à qual cabe obedecer ao homem. 2. Segundo Aristóteles, os escravos têm um corpo mais vi-
3. Os cidadãos atenienses deveriam participar ativamente goroso, adaptado à rudeza dos trabalhos pesados; já os ho-
na política, usando da palavra nas assembleias, pelo que o mens livres possuem “uma estatura direita” que dificilmente
“silêncio” não se coadunava com essa obrigação. se curva sob o peso do trabalho manual e que, por isso, é
4. Frases: mais adequada às funções ligadas ao exercício da cidadania
– “vivia sob uma estreita vigilância”; (a administração da pólis e a sua defesa).
– “devia ver o mínimo de coisas possível, ouvir o mínimo
DOC. 20
possível, levantar o mínimo de questões possível”;
– “depois de ter ponderado, eu por mim e os teus parentes 1. Do Doc. A podemos concluir que os escravos atenienses
por ti”; circulavam livremente em Atenas, usavam o mesmo vestuá-
– “escolhi-te a ti e os teus pais escolheram-me a mim”. rio que os cidadãos e que não era bem visto infligir-lhes cas-
tigos corporais; do Doc. B retiramos a informação de que al-
5. Às funções domésticas: tecer, cuidar dos alimentos, vigiar
guns escravos, particularmente os que trabalhavam nas
o trabalho dos serviçais, por exemplo.
minas, estavam sujeitos a um trabalho excecionalmente
DOC. 17 duro. Deduz-se ainda deste documento que a crueldade no
tratamento dos escravos merecia a reprovação dos atenien-
1. Para corresponder aos padrões de beleza, a mulher ate-
ses (“Não há ninguém que possa aprovar […]”).
niense deveria ter:
– a pele branca;
Págs. 46 e 47
– as faces rosadas;
– uma figura esbelta; Dossiê
– uma pele macia; Comparar a democracia atual com a democracia antiga
– um cabelo bem penteado; 1.
– cheiro a perfume;
Requisitos para o exercício da cidadania polìtica
– adornos.
Portugal (atualidade) Atenas (séculos V-IV a. C.)

Págs. 44 e 45 • Pai ou mãe portugueses.


• Pais estrangeiros desde que:
DOC. 18 – residam legalmente em território
Filiação nacional, há pelo menos 6 anos; Pai e mãe atenienses
1. Os metecos:
– o indivíduo tenha nascido em
– trabalham, pelo que “subsistem pelos seus próprios território português e não possua
outra nacionalidade.
meios”;
– são úteis à cidade, à qual prestam serviços, sem contra- Sexo Sem distinção de sexo Masculino
partidas;
Idade 18 anos 20 anos (aprox.)
– contribuem para os cofres públicos através do pagamento
de impostos; Profissão/
Sem restrições Sem restrições
escolaridade
– participam no exército como soldados de infantaria (hoplitas).
• Inscrição no demos
Outros Inscrição nos cadernos eleitorais/
• Cumprimento do serviço
requisitos recenseamento eleitoral
militar obrigatório

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2. Frases: 8. O quadro que se segue é meramente indicativo, sendo


– “A soberania, una e indivisível, reside no povo” (Doc. B1); de aceitar outros aspetos não contemplados, desde que
– “O povo exerce o poder político através do sufrágio uni- corretos.
versal” (Doc. B1); Democracia atual e democracia antiga
– “O governo do povo tem o mais formoso dos nomes, a
isonomia” (Doc. B2); Portugal (atualidade) Atenas (antiguidade)
– “Todas as decisões são postas em comum” (Doc. B2).
• Filhos de pai ou mãe portugueses,
3. Igualdade perante a lei. sem distinções de sexo ou outras • Filhos de pai e mãe atenienses
4. Diferenças: • Filhos de pais estrangeiros • Estrangeiros (metecos) que
nascidos em território português tivessem prestado serviços

Cidadãos / Cidadania
– na democracia atual, o povo exerce o poder indiretamente, (com algumas restrições) relevantes à pólis e aos quais, a
elegendo os seus representantes (democracia representa- • Estrangeiros residentes que título excecional, fosse conferida
tenham obtido a cidadania a condição e cidadão
tiva); na democracia antiga, o povo exerce o poder de forma portuguesa • Prestação de serviço militar como
direta, participando nas assembleias e assumindo os cargos • Outros casos previstos na condição de acesso à
Constituição participação política
públicos (democracia direta);
Cidadania alargada à quase Cidadania restrita a uma pequeno
– atualmente existe uma classe política, organizada em par- totalidade da população e grupo e de muito difícil atribuição a
relativamente fácil de obter por estrangeiros residentes
tidos, a quem o voto dá legitimidade para o exercício do parte de um estrangeiro residente
poder; em Atenas não existiam políticos profissionais, sendo
o desempenho dos cargos públicos atribuído ao cidadão • Obrigatoriedade de inscrição nos

Participação dos cidadãos


comum; cadernos eleitorais • Obrigatoriedade de inscrição no
• Participação da maioria através do demo
– o método de sorteio para a designação das magistraturas voto – eleição de representantes • Exercício direto da política,

no governo
políticas não se utiliza atualmente; políticos através da participação nas
• Existência de um pequeno grupo assembleias e do exercício das
– o vocábulo “povo”, ao qual os dois textos atribuem o poder de cidadãos mandatados para magistraturas
político, assume em Atenas um sentido muito restritivo, uma exercerem o poder (políticos) / • Inexistência de partidos políticos
existência de partidos políticos Democracia direta
vez que designa apenas uma pequena parte dos habitantes Democracia representativa
da pólis – os cidadãos –, enquanto nas democracias con-
temporâneas engloba uma esmagadora maioria dos habi-
Escolha dos governantes

tantes em idade de votar. • Sorteio, na maioria dos casos, ou


• Eleições – sufrágio universal eleição, em casos específicos
5. São de aceitar respostas diversas, correspondendo à • Mandados limitados a um (como os estrategos, por
opinião própria do aluno, desde que devidamente funda- determinado período de tempo exemplo)
mentadas. (4 ou 5 anos) • Mandatos limitados a um período
de tempo bastante curto (1 ano)
6. O direito à palavra OU liberdade de expressão OU isegoria.
7. A demagogia política OU o populismo.
Direitos essenciais

• Igualdade perante a Lei • Igualdade perante a Lei


• Igualdade de acesso aos cargos • Igualdade de acesso aos cargos
públicos públicos
• Liberdade – de expressão, por • Liberdade – de expressão, por
exemplo exemplo
Fragilidades
do sistema

• Demagogia política • Demagogia política


• Incompetência dos governantes • Incompetência dos governantes
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Diferenças:

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Módulo 1 Unidade 1 (1.2.)
– os Jogos da Antiguidade revestiam-se de um carácter reli-
Págs. 48 e 49 gioso que hoje não existe;
– na Antiguidade realizavam-se sempre no mesmo local, en-
DOC. 21
quanto hoje o local dos Jogos se altera de edição para edi-
1. Elementos que reforçam a identidade dos Gregos: ção;
– “o mesmo sangue” – os gregos das várias cidades-estado – algumas provas do olimpismo antigo, de que é exemplo o
consideram-se descendentes de um antepassado comum; pancrácio, desapareceram, tendo-se acrescentado novas
– a língua grega; modalidades, como a natação;
– a religião; – as medalhas substituíram as coroas de folhagem, en-
– as tradições e os costumes; quanto símbolo da vitória;
– as cultura literária, materializada em poemas como A Odis- – as competições estão hoje abertas a ambos os sexos (na
seia, a que alude a imagem. Antiguidade eram exclusivas dos homens), o mesmo se pas-
2. “Bárbaros”. sando com o direito de assistir às provas.
Nota: São de considerar outras diferenças e/ou semelhanças, desde que corretas.

DOC. 22

1. Componentes das Panateneias: Págs. 54 e 55


– a grande procissão (pompé) em que se transportava o
Comparar… dois documentos escritos
novo manto destinado a Atena;
Distinguir aspetos em oposição
– concursos musicais;
1. b) no mundo grego do século V a. C.
– concursos desportivos;
2. c) o valor dos atletas e das competições desportivas.
– corridas de cavalos;
3. O autor do Doc. A, Píndaro considera que os atletas ven-
– distribuição de prémios aos atletas vencedores.
cedores merecem as honras que lhes são dadas (“Mais
2. As celebrações: ainda devemos recompensar com louvores os penosos es-
– eram organizadas por cidadãos/magistrados designados forços dos atletas, que honram também a sua pátria”); já
especialmente para o efeito; Eurípides, autor do Doc. A, é de opinião que os atletas não
– envolviam diversas magistraturas (tesoureiros, arcontes, merecem tais honrarias (“Deploro o costume grego de exal-
buleutas); tar este tipo de pessoas”).
– contavam com a participação das donzelas atenienses, 4. a) – 4; b) – 1; c) – 2.
que teciam o manto (peplo) oferecido a Atena e integravam 5. Eurípides valoriza aqueles que colocam os seus méritos
a procissão. – honradez, inteligência, virtude, dotes de eloquência, ao
serviço da pólis.
Pág. 50 6.
DOC. 23
Aspetos Píndaro (Doc. A) Eurípides (Doc. B)
1. A fragilidade da condição humana, incapaz de lutar contra
os desígnios dos deuses/destino. Esforçados, corajosos, destros,
Carácter dos Vaidosos, inúteis, incapazes de
desinteressados da
atletas superar as dificuldades
recompensa material
Págs. 52 e 53
Nenhum valor: os jogos são
DOC. 24 Valor das Grande valor: a vitória nos “inúteis”, não se refletindo
competições jogos honra a cidade de onde positivamente nem na defesa
1. Contribuiu para a união dos Gregos. desportivas provém o atleta vencedor das pólis nem na sua
2. Semelhanças: administração

– centram-se ambos nas competições desportivas;


Merecimento
Recompensa justa Recompensa excessiva
– algumas provas dos Jogos gregos mantêm-se ainda hoje: da recompensa
corrida, salto em comprimento, salto em altura, por exemplo;
7. Exemplo de resposta:
– reúnem atletas de origens diversas (atualmente, de todo o
Enquanto Píndaro – Doc. A – considera que os atletas são
mundo, na Grécia Antiga, das diferentes cidades-estado);
admiráveis, demonstrando ímpeto, destreza física, coragem
– os atletas não participam tendo em vista uma retribuição
e um “duro esforço”, Eurípides – Doc B – considera-os o
pecuniária mas o prestígio e a glória que os Jogos propor-
“pior dos males de que padece a Grécia”, homens desprovi-
cionam;
dos de “bons hábitos”, vaidosos e incapazes de ganharem a
– a periodicidade é a mesma – de quatro em quatro anos.
vida com qualquer outra ocupação.

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Relativamente ao valor dos jogos, a opinião dos dois autores Págs. 60 e 61


diverge também: Píndaro realça-lhes o mérito, conside- DOC. 28
rando-os capazes de gerar heróis (como Castor e Iolaus) e
1. O documento remete para:
compara os esforços dos que neles participam aos esforços
feitos por outros profissionais de grande utilidade, como o – a perfeição arquitetónica do templo, patente na utilização
pastor e o camponês. Inversamente, Eurípides considera os da entasis, por exemplo;
jogos “prazeres inúteis”, já que os que neles participam não – a riqueza escultórica do edifício.
adquirem competências que possam servir a comunidade, 2. A decoração escultória foi executada por Fídias (ou sob a
nem em caso de guerra, nem nas necessidades do dia a dia, sua supervisão).
em que são necessários “grandes políticos” e não atletas.
Págs. 62 e 63
Pág. 56 DOC. 29
DOC. 25
1. Ordem jónica.
1. A componente intelectual formaria homens capazes de, em 2. As cariátides substituem as colunas de sustentação.
tempo de paz, “fazer prosperar a cidade”; o treino físico prepa-
raria os cidadãos para a defesa da cidade, em caso de guerra. DOC. 30

2. Incutir nos jovens o apreço pelos atos valorosos dos he- 1. As duas formas preconizadas são:
róis e a vontade de os imitar. – copiar não um único modelo mas conjugar as partes per-
3. Etapas: feitas de vários modelos;
– nos primeiros anos de vida, a educação é confiada às – privilegiar a proporção entre os elementos anatómicos.
mães, às amas e aos pedagogos;
– cerca dos sete anos, inicia-se uma segunda etapa educa- Págs. 64 e 65
tiva, em que o jovem vai à escola, aprende a leitura e a es-
DOC. 31
crita, aritmética e música;
– numa terceira fase, já mais velho, o jovem toma contacto 1. Características comuns:
com as máximas dos filósofos antigos, textos moralizantes, – a representação de um corpo masculino, na sua juventude;
bem como os poemas épicos de Homero e Hesíodo; – a definição dos músculos OU a representação de um
– finalmente, à entrada da idade adulta, o jovem cidadão es- corpo atlético;
tuda as leis que regem a pólis, aperfeiçoa o seu carácter e – o nu;
os seus dotes de eloquência com os “sofistas ou filósofos”. – a serenidade das feições.
4. Na imagem estão presentes: Elementos que contribuem para a rigidez do Kuros:
– o professor de leitura e escrita; – a posição direita e o perfeito alinhamento da cabeça;
– o ensino da música; – os braços ao longo do corpo;
– o pedagogo. – as mãos cerradas;
– as pernas esticadas;
Pág. 59
– o cair rígido dos caracóis do cabelo.
DOC. 27 Nota: Os kuroi denotam uma clara influência da arte egípcia.

1. Elementos que contribuem para o dinamismo de O Discóbolo:


Templo da Concórdia – ordem dórica; – a torção do tronco;
Templo de Atena Niké – ordem jónica. – a flexão das pernas e o pé esquerdo levantado;
2. Legenda: – os dois braços abertos num arco;
1. Fuste – as mãos abertas numa posição dinâmica;
2. Capitel
– os músculos retesados das pernas, braços e abdómen, em
3. Arquitrave
consonância com o esforço exigido pelo lançamento do
4. Friso
disco.
5. Frontão
DOC. 32

1. A obra de Calímaco, Niké desapertando a sandália (fig. 2).


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2. Visto que a pergunta apela diretamente à sensibilidade es-


tética do aluno, serão de aceitar respostas diversas, desde
que devidamente fundamentadas.

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Pág. 66 Págs. 74 e 75
DOC. 33 DOC. 4

1. Características: 1. Senado, Comícios e magistraturas (tradicionais).


– rosto jovem; 2. Afirmações:
– serenidade – nenhuma das faces transmite emoções; – “César […] exercia permanentemente e sobre todas as ma-
– harmonia de feições; térias um poder soberano”;
– “nariz grego”; – “o poder do Povo e do Senado passou integralmente para
– maior expressividade do olhar do Efebo, devida aos embu- Augusto”;
tidos que avivam os olhos. – “estando o governo do Estado nas mãos do imperador”;
– “isso [a persistência das magistraturas tradicionais] não im-
pede que tudo se faça, tudo se administre segundo os dese-
Módulo 1 Unidade 2 (2.1.) jos de quem ocupa o poder”;
– [os imperadores] assumem, com os mesmos nomes […]
Pág. 70 todos os cargos que, no tempo da República […], conferiam
grande autoridade.
DOC. 1

1. Na sua máxima extensão, o Império Romano prolongava- DOC. 5

-se até às margens do Mediterrâneo, circundando-o na tota- 1. Com exceção do título Germanicus Dacius, Trajano parti-
lidade. As margens do Mediterrâneo não eram, pois, parti- lhou com Augusto todos os títulos e funções referidas na
lhadas com nenhuma outra potência. Daí a designação de moeda: ambos receberam os títulos de imperator, augustus
mare nostrum. e Pai da Pátria; ambos exerceram o consulado e o poder tri-
2. Afirmações: bunício e ambos assumiram a função de Pontífice Máximo.
– “o Império Romano estava […] dividido num certo número 2. A associação a duas figuras divinizadas (o pai biológico e
de departamentos administrativos, tendo uma cidade como o pai adotivo) reforçava o prestígio do imperador e, portanto,
base da vida social, económica e pública”; o seu poder.
– “O Império tornou-se aos poucos uma vasta federação de
cidades”. Págs. 76 e 77
DOC. 6
Págs. 72 e 73
1. Augusto:
2
DOC.
– aceitou, em Roma, o culto às virtudes imperiais, de que é
1. Enquanto o Senado era constituído pela elite dos cida- exemplo a Altar da Paz Augusta;
dãos e funcionava como assembleia permanente, os Comí- – permitiu a construção de templos dedicados a seu pai
cios eram compostos pelos cidadãos comuns e reuniam-se adotivo, Júlio César, e à deusa Roma, em Éfeso e Niceia, de-
apenas em alturas específicas, para eleição dos magistrados terminando que os romanos aí estabelecidos lhes prestas-
ou aprovação das leis. sem culto;
2. Aos pretores. – permitiu o culto à sua própria pessoa, nas províncias.
3. Situações de exceção, como uma guerra difícil ou pertur- 2. O culto imperial associava-se à deusa Roma.
bações da ordem interna (sublevações, guerra civil, por
exemplo). Recebia a designação de “ditador”. DOC. 7

1. A elevação, do topo da pira, de uma águia que, segundo a


DOC. 3
crença, transportava para o céu o espírito do imperador.
1. A de filho e herdeiro.
2. Magistraturas tradicionais atribuídas a Octávio: Págs. 78 e 79
– cônsul;
– tribuno da plebe; Analisar… um documento iconográfico
Gemma Augustea
– censor.
Títulos honoríficos: 1. d) primeiro imperador romano.

– princeps senatus (o primeiro dos senadores); 2. b) foi um fator de unidade dos povos do Império.

– princeps civitatis (o primeiro dos cidadãos); 3. a) – 3; b) – 1; c) – 4.

– augustus (augusto); 4. As conquistas romanas OU as vitórias militares dos Romanos.

– Pai da Pátria.

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5. O camafeu glorifica o imperador Augusto e exalta as virtu- – os gauleses apropriar-se-iam dos lugares de destaque
des do seu governo. Assim: (“invadiriam tudo”);
– Augusto é equiparado a um deus (partilha o trono com a – pouco tempo antes, os gauleses eram ainda inimigos que
deusa Roma e é representado na pose tradicional dos deu- se erguiam contra as armas romanas;
ses, com a águia, símbolo de Júpiter, aos pés); – abrir as magistraturas romanas e o Senado aos estrangei-
– sob a tutela de Augusto (e da deusa Roma), os Romanos ros gauleses equivalia a “rebaixar” estes cargos.
dominam todo o mundo civilizado, as terras e os mares; Argumentos a favor (de Cláudio):
– o sábio governo de Augusto (lembrem-se as virtudes im- – “afastar os vencidos”, não os integrando na comunidade,
periais) proporciona a prosperidade e a abundância em toda causou a derrota dos gregos, apesar do seu valor militar;
a extensão do território romano (Telus encontra-se como – a Guerra da Gália foi mais curta do que qualquer outra;
que sobreposta às figuras da Ecúmena e de Oceanus); – a paz estabelecida com os Gauleses nunca foi quebrada;
– o regime imperial favorece também o êxito militar, concre- – os Gauleses adquiriram o modo de viver romano, não se
tizado pelas vitórias de Tibério (7) (sobre os Germanos); no distinguindo dos naturais de Roma;
registo inferior reforça-se a importância do sucesso militar;
– há que não temer o que é novo, pois o que nos vem do
– as virtudes do imperador perpetuam-se numa linhagem passado (os costumes) foram, um dia, novidade.
sucessória: no lado squerdo do camafeu encontram-se Tibé-
2. A toga, vestuário que somente os cidadãos podiam usar.
rio, sucessor de Augusto e Germânico, sobrinho de Augusto
3. O exercício das magistraturas (Doc. B); o serviço militar, no
que estava destinado a suceder a Tibério, como seu filho
exército romano, por um longo período (Doc. C).
adotivo (nota: Germânico morreu no ano 19 d. C., quase duas
4. O direito de contrair casamento legítimo e transmitir aos
décadas antes de Tibério).
filhos a cidadania romana.

Pág. 80 5. O médico em causa era um antigo escravo.


6. Os Docs. A a D mostram a atribuição da cidadania aos
DOC. 8
“mais capazes”, àqueles que, nas províncias, se destacam:
1. Cícero considera: os nobres gauleses, os magistrados das cidades, os solda-
– que a Lei das Doze Tábuas, base do Direito Romano, é dos que, honrosamente, terminam uma longa carreira militar,
mais valiosa que “as bibliotecas de todos os filósofos; um médico especialmente conhecedor.
– que o Direito Romano se equipara, em sabedoria, à con- 7. As cidades-estado da Grécia Antiga, nomeadamente Ate-
quista do Império; nas, foram muito restritivas em termos de cidadania, só rara-
– que, em matéria de Direito, os Romanos estão muito à mente a concedendo a estrangeiros ou filhos de estrangei-
frente de qualquer outro povo, mesmo dos Gregos. ros residentes no território. Deste modo, e dada a sua origem
2. Alfenus Varus procura determinar quem é responsável grega, não é de estranhar a admiração de Públio Élio Aristi-
pela morte do escravo e, consequentemente, quem deve des pela magnanimidade romana em matéria de cidadania.
compensar o dono do escravo, pagando-lhe a respetiva in- 8. Excertos:
demnização. – “Nem o mar nem a extensão de um continente são obstá-
culos à obtenção da cidadania”;
Págs. 82 – “ Nesse domínio [a obtenção da cidadania] a Ásia não está
separada da Europa”;
DOC. 9
– “Ninguém que se mostre digno de partilhar poder e con-
1. O “direito de não ser torturado nem condenado à morte, a
fiança permanece um estrangeiro”;
não ser em caso de traição”.
– “De tal forma que “romano”, não designa mais os habitan-
2. A generosidade para com a sua cidade: não só construiu, a
tes de uma cidade mas refere-se a um único povo”;
expensas próprias, edifícios públicos, como custeou espetácu-
– “Por todo o lado, os homens mais influentes guardam para
los de gladiadores “de um brilho excecional”, deixando mesmo
vós a sua própria pátria”.
um legado para que pudessem continuar, após a sua morte.
9. Pelo Édito de 212, o imperador Caracala determina que
todos os homens livres do Império, com exceção dos dedití-
Págs. 84 e 85
cios, partilhem a cidadania romana (ou direito de cidade).
Dossiê 10. A obtenção da cidadania romana era considerada uma
Uma cidadania aberta honra, já que equiparava os povos dominados do Império
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aos seus conquistadores. Ao longo dos três primeiros sécu-


1. Argumentos contra (dos senadores):
los da nossa era, o número de cidadãos romanos foi aumen-
– entre os verdadeiros romanos, recrutar-se-ia com facili-
tando progressivamente. De acordo com os elementos co-
dade o número de senadores requerido, sem necessidade
lhidos neste dossiê, a cidadania romana podia obter-se:
de recorrer a gente de fora;

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– por um estatuto social destacado – um grupo de notáveis – a falta de segurança durante a noite;

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gauleses, perfeitamente romanizados, recebe a cidadania – o ruído;
plena por decisão do imperador Cláudio (Doc. A); – o fornecimento de água.
– pelo exercício das magistraturas provinciais (Doc. B);
– pela participação no exército romano durante um período Págs. 90 e 91
longo – 26 anos, pelo menos, segundo o Doc. C;
DOC. 14
– por transmissão hereditária do pai, tornado cidadão, para
os filhos (Doc. C); 1. Edifícios administrativos:

– por serviços considerados relevantes (Doc. D); – Cúria;

– por édito imperial: em 212 d. C., o Édito de Caracala alar- – Basílica Júlia;
gou a cidadania romana a todos os habitantes livres do Im- – Basílica Emília;
pério (Doc. F). – Basílica de Maxêncio.
Edifícios religiosos:
– Templo da Concórdia;
Módulo 1 Unidade 2 (2.2.) – Templo de Vespasiano;
– Templo de Júlio César;
Págs. 86 e 87 – Templo de Antonino e Faustina;
DOC. 10 – Templo de Rómulo e Remo;
1. Realizações: – Templo dos Dióscuros;
– o governo de um vasto império, mantendo-o em paz; – Templo de Vesta;
– a construção de estradas por terrenos acidentados; – Casa das Vestais;
– a construção de esgotos nas cidades; – Templo de Vénus e Roma.
– o abastecimento de água às cidades, por meio de aquedu- 2. “Vou indicar-te um sítio onde poderás facilmente encon-
tos. trar todo o tipo de pessoas.”

DOC. 11 Pág. 92
1. Evidências: DOC. 15
– nos textos do Doc. 10, os dois autores reportam-se aos Gre-
1. Atividades:
gos como termo de comparação (explicitamente no texto de
– exercício físico (ginástica, natação, corrida…);
Estrabão, implicitamente no texto de Virgílio);
– banhos de diferentes temperaturas;
– Horácio considera que, em termos culturais, os Romanos
– massagens e depilação;
foram conquistados pelos Gregos, tendo estes trazido “as
artes” ao Lácio, o que contribuiu para que a rudeza dos Lati- – leitura (fig. 3 – bibliotecas);
nos se transformasse em “elegância”; – compras (fig. 3 – lojas);
– Cícero reconhece o grande contributo que o conheci- – convívio/conversas,
mento e a arte da Grécia deram à cultura romana;
– os Romanos renderam-se ao teatro grego, construindo, Págs. 94 e 95
nas suas cidades, recintos muito semelhantes aos teatros DOC. 16A
gregos.
1. Características:
– habitação unifamiliar;
Págs. 88 e 89
– divisões organizadas em torno de pátios centrais (átrio
DOC. 12 e peristilo);
1. A ruas, que se cruzam perpendicularmente. – isolamento do bulício das ruas por paredes quase sem
2. Fórum. janelas;
– paredes decoradas com frescos ;
DOC. 13
– mosaicos nos pavimentos.
1. Características: Nota: poderão ser elencadas outras características referentes às divisões da casa, ao
seu mobiliário, etc.
– a profusão e diversidade das lojas – a cidade é um centro
de comércio;
– o tráfego congestionado;

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DOC. 16B 6. Tópicos de resposta:


1. Inconvenientes: – realizavam-se em recintos próprios, muitas vezes constru-
– são construções frágeis, que ameaçam ruina; ções grandiosas, erguidas para o efeito; o mesmo acontece
hoje com os grandes estádios de futebol ou os recintos de
– estão sujeitas a incêndios frequentes;
atletismo, as grandes praças de touros, entre outros (Doc. A);
– são ruidosas – não estão protegidas do barulho das ruas.
– atraíam multidões entusiastas, como hoje acontece com o
2. O autor põe como condição para que se compre uma boa
futebol ou o boxe, por exemplo (Docs. A, B e D);
casa nos arredores de Roma o ser capaz de passar sem os
– despertavam favoritismos apaixonados (as fações do
jogos de circo (“Se te conseguires afastar dos jogos de
circo, os gladiadores mais apreciados), tal como hoje as des-
circo”).
pertam os clubes, os atletas, as representações/seleções
nacionais (Docs. B e D);
Págs. 96 e 97
– proporcionavam, como nos nossos dias, glória e ganhos
Dossiê avultados aos atletas que se destacavam (Doc. C);
Grandes espetáculos: o circo e o anfiteatro – desenrolavam-se segundo regras próprias que correspon-
1. O circo tem forma retangular, com os lados menores arre- dem às hoje estabelecidas para cada modalidade (Doc. E);
dondados. Possui um separador central e destina-se sobre- – eram supervisionados por “autoridades” (o editor dos
tudo às corridas de carros de cavalos. No anfiteatro, as ban- jogos de circo, os summa rudis e seconda rudis dos comba-
cadas posicionam-se em torno de uma arena circular que tes de gladiadores) que têm paralelo nos árbitros e outras
servia de palco, sobretudo, a lutas de gladiadores e animais. autoridades desportivas dos nossos dias (Docs. A e E);
2. Frases: – tinham um papel de distração das grandes massas adep-
– “Acho muito estranho que tantos milhares de homens se tas, canalizando tensões conflituais (Doc. F).
divirtam como crianças a ver correr cavalos e aurigas nos
seus carros”; Págs. 98 e 99
– “aclamam um bocado de pano e é esse pano que amam”;
Analisar… um filme histórico
– “as paixões e as apostas mudariam de campo”.
Pompeia
3. Semelhanças:
1. A destruição da cidade de Pompeia, soterrada por uma
– tal como hoje os atletas mudam de clube, Diocles compe- violenta erupção do Vesúvio, em agosto de 79 d. C.
tiu por três das quatro fações existentes em Roma;
2. Personagens históricas referidas pelo senador Corvus:
– obteve fama, tornando-se “estrela” das corridas de circo,
– o imperador Tito, recém-chegado ao trono;
na capital do Império;
– o imperador Vespasiano, pai de Tito.
– a sua qualidade atlética foi largamente recompensada.
3. Aspetos referidos no Doc. 13 visíveis no filme:
4. Seguindo as informações do texto, o summa rudis apa-
– o grande número de lojas – tabernae –, abertas para a
rece representado duas vezes – no registo superior, de pé, à
rua, onde se vendiam todo o tipo de mercadorias;
esquerda; no registo inferior, à direita – e identifica-se pela
vara que segura na mão, destinada a parar os combates; o – o grande número de vendedores ambulantes;
seconda rudis, que enverga, tal como o seu colega, uma tú- – a multidão que povoa as ruas;
nica branca com duas bandas verticais, debruça-se sobre o – os variados tipos de veículos;
gladiador caído (registo superior) e ocupa o canto inferior 4. a) o peristilo.
esquerdo da imagem. 5. Espaços:
5. Ambos consideram que a paixão pelos jogos de circo re- – muralhas;
sulta na alienação do povo de Roma que, por essa via, se – ruas calcetadas, incluindo o troço do Cardo Novo;
desinteressa do que é importante: Juvenal lembra que os – lojas e bares;
cidadãos romanos participavam efetivamente na política,
– a arena;
elegendo os magistrados (nos Comícios), e lamenta que, no
– praças – o fórum
seu tempo, o povo se contente com a distribuição de pão e
6. c) faz parte de uma assembleia permanente composta
os jogos de circo; Tácito diz expressamente que a paixão
pelos cidadãos mais prestigiados.
pelos grandes espetáculos (no circo e no anfiteatro) retira a
capacidade de pensar no que realmente importa. 7. Anfiteatro.
Opinião do aluno: Serão consideradas corretas as opiniões emitidas, desde que coe- 8. Características do urbanismo romano observáveis no ex-
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rentes e devidamente fundamentadas.


certo do filme:
– a muralha que limita e protege a cidade;
– o traçado retilíneo das ruas e dos bairros;

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– a centralidade do fórum, grande praça pública com fun-

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DOC. 23
ções administrativas e religiosas; 1. Admiração por “tão grandes realizações”. Salústio atribui-
– a existência de construções destinadas ao lazer, neste -as às “extraordinárias qualidades” dos Romanos que, “com
caso o anfiteatro; poucos recursos”, venceram inimigos poderosos, mostrando
– a monumentalidade dos edifícios públicos; também resiliência nas ocasiões em que a má sorte se aba-
– os diversos tipos de habitação – as insulae, com dois ou teu sobre eles.
mais andares e as casas unifamiliares (domus), algumas bas- 2. Frases:
tante luxuosas. – “Se é lícito a um povo atribuir a sua origem aos deuses, tal
direito pertence, pela glória das armas, ao povo romano”;
Págs. 100 e 101 – “Jamais se conheceu um Estado tão grande, tão rico e tão
DOC. 17 cheio de bons exemplos”;
1. Ordem coríntia – “A nenhuma outra cidade demorou tanto a chegar a fasci-
2. nação pelo dinheiro e pelo luxo”.

– Forma semicircular. 3. Tito Lívio considera a História uma fonte de inspiração


para a boa conduta dos cidadãos, já que relata “comporta-
– Chama-se abóbada a um teto arqueado OU em forma de
mentos exemplares”.
arco, que se apoia sobre colunas ou paredes.
3. Aglutina elementos da ordem coríntia – as folhas de
Pág. 108
acanto – com as volutas que caracterizam a ordem jónica
(na parte superior do capitel). DOC. 24

1. Plínio propõe-se subsidiar a criação de uma escola na sua


Págs. 102 e 103
terra natal (Doc. A); o imperador Vespasiano isenta de impos-
DOC. 18 tos e outras obrigações os professores, por considerar “os
1. Aproxima-se do modelo grego a fachada de linhas direi- estudos próprios dos homens livres” de grande utilidade,
tas, composta por colunas coríntias encimadas por um enta- tanto pública como particular.
blamento e um frontão; afasta-se da arquitetura helénica a 2. Vantagens:
grande sala (cella) de forma circular, coberta por uma cúpula. – carreira mais prestigiada – “obter maiores honorários ou
maiores honras”;
DOC. 19
– alunos mais bem comportados – “ lá [em Roma], os jovens
1. Tanto a coluna de Marco Aurélio como o Arco de Trajano estudavam muito mais calmamente e eram contidos por
visam exaltar os feitos do imperador e, com eles, a glória de uma disciplina mais severa”.
Roma.

Págs. 104 e 105


Módulo 1 Unidade 2 (2.3.)
DOC. 20

1. As duas obras reproduzem fielmente as feições dos retra- Pág. 110


tados, não atenuando os traços menos harmoniosos ou as
DOC. 25
marcas da idade, por exemplo.
1. Os Romanos começaram por ocupar a faixa mediterrânica
2. Mostram esculturas de vulto redondo as imagens 1, 2 e 4.
da Península (leste e sudeste). Estabeleceram-se em último
A imagem 3 reproduz um relevo, neste caso um alto-relevo.
lugar no noroeste peninsular (a zona dos Galaicos, Ástures e
DOC. 21 Cântabros).
1. Jefferson Memorial (exterior) – Panteão de Roma; Arco de 2. Frases:
Triunfo de Paris – Arco de Trajano/arcos de triunfo romanos, – “[A nação] que entre todas por mais tempo deteve as
em geral; Monumento ao príncipe José Poniatowski – está- armas romanas”;
tua equestre de Marco Aurélio. – “ Os Lusitanos são excelentes a armar emboscadas”;
– “Consultam até em certos casos as entranhas humanas,
Pág. 106 servindo-se para isto de prisioneiros de guerra”.
DOC. 22 3. O texto mostra um nível civilizacional inferior ao dos Roma-
1. Augusto é cantado como um ser de ascendência divina, nos. Sustenta esta afirmação a quase ausência de comodida-
um homem há muito prometido, que dilatará o império e des (“deitam-se no chão”), a parca agricultura (fazem pão de
cujo governo inaugurará uma época de paz e prosperidade bolota e não de farinha), bem como a prevalência da troca
– uma nova “idade do ouro”. direta nas transações comerciais OU a ausência de moeda.

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Pág. 112 DOC. 32

DOC. 26 1.
1. Fazia parte da província da Lusitânia todo o território por- Disposições que regulamentam as relações entre dois parti-
tuguês a sul do rio Douro. culares:
2. Bracara Augusta (Braga); Portucale (Porto); Aeminium – a obrigatoriedade de cada sócio (de um mesmo poço) su-
(Coimbra); Scalabis (Santarém); Ebora (Évora); Salácia (Alcá- portar os encargos que proporcionalmente lhe competem,
cer do Sal); Pax Julia (Beja); Ossonoba (Faro). na exploração do minério;
– a perda de quota de um sócio devedor em favor dos que
DOCS. 27 e 28 suportaram as despesas de exploração;
1. Sendo portadores da cultura romana, os soldados introdu- – os requisitos a que está sujeita a compra e venda de quo-
ziram, nos territórios em que se fixaram de novo, a forma de tas (comunicar ao procurador, não ter dívidas ao fisco).
viver, as tradições, as crenças, a língua, em suma, todos os Disposições que regulamentam as relações entre um parti-
aspetos da civilização romana que, pouco a pouco, os povos cular e o Estado:
conquistados foram absorvendo. – o pagamento da concessão da mina, de acordo com o es-
tabelecido pela administração imperial;
Págs. 114 e 115 – a obrigação de declarar a venda de quota ao procurador
DOC. 29 superintendente da mina;
– a obrigatoriedade de pagamento ao fisco, sob pena de
1.
não poder vender a sua quota;
– A instrução dos seus filhos, ”dando-lhes mestres de todas
– a punição de quem, deliberadamente, provoque danos na
as profissões, tanto gregas como romanas”;
exploração mineira.
– o facto de Sertório pagar esta mesma instrução;
2. Os escravos são punidos com castigos físicos (são chico-
– o protagonismo dos jovens, que iam à escola “muito enga-
teados) e obrigatoriamente vendidos pelo senhor, não po-
lanados e vestidos de púrpura”;
dendo mais residir em territórios mineiros; os homens livres
– a atenção que Sertório pessoalmente lhes dispensava, sofrem o confisco dos seus bens e a proibição de residir em
questionando-os sobre as matérias escolares, premiando os territórios mineiros.
mais aplicados e oferendo-lhes amuletos semelhantes aos
usados pelos rapazes romanos;
Pág. 116
– a possibilidade de estes jovens, depois de instruídos,
DOC. 33
virem a participar “no governo e nas magistraturas”.
1. Frases:
DOC. 30
– “As colónias […] não vêm do exterior para a cidade”;
1. – As colónias […] não têm as suas raízes próprias mas são
– A inscrição encontra-se em Latim, a língua dos Romanos; como produtos da cidade”;
– ao nome da deusa nativa invocada (Atégina) foi acrescen- – “Do qual [povo romano] essas colónias parecem imagens
tado o nome de uma deusa romana (Prosérpina), o que mos- em miniatura, por assim dizer reproduções”.
tra a fusão das duas divindades. 2. Tal como nas eleições autárquicas atuais:
– o ato eleitoral é convocado para um determinado dia e
DOC. 31
processa-se de uma só vez;
1. Província da Lusitânia. – os eleitores agrupam-se por circunscrições territoriais;
2. Ordem coríntia. – existe o correspondente aos atuais boletins de voto, as
3. O podium é a plataforma alteada sobre a qual se ergue o “tabuinhas”, que se colocam na “cesta”, correspondente à
templo. Tinha por função aumentar a imponência do edifício. atual urna;
4. Autoridade máxima do mundo romano, o imperador era – a mesa de voto é formada por um conjunto de pessoas
frequentemente divinizado após a morte, sendo objeto de designadas para o efeito, e que exercem, depois, a função
culto, tanto em Roma como nas províncias. Este culto, fre- de escrutinadores;
quentemente associado ao da deusa Roma – representação – os candidatos podem designar “vigilantes” para junto da
da cidade e do povo romano – tornou-se o símbolo do mesa, função atualmente exercida pelos “delegados” dos
apreço por uma autoridade comum, olhada como o garante
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candidatos.
da paz e da prosperidade em todo o espaço imperial.

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– fomentou o orgulho e a competição entre os bretões, elo-

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Págs. 118 e 119
giando os mais empreendedores e mostrando-se descon-
DOC. 34
tente com os mais desinteressados;
1. Argumentos:
– mandou instruir os filhos dos notáveis à maneira romana,
– a complexidade da construção, que obriga a uma vala pro- elogiando a sua “habilidade natural”;
funda, a grande diversidade de materiais e a muita mão de
– valorizou a língua latina e demais componentes da cultura
obra (Doc. A);
romana.
– o bom estado de conservação em que as vias romanas
5. Alterações:
chegaram aos nossos dias, documentado na fotografia (fig. 1);
– trocaram a sua vida aguerrida por uma existência mais pa-
– a admiração suscitada, ao longo dos séculos, pela rede
cífica, “agradável e tranquila”;
viária dos Romanos, que Francisco da Holanda considera a
– passaram a viver em cidades com edifícios públicos, tem-
maior obra de todos os tempos (Doc. B);
plos e casas ao estilo romano;
– a articulação das vias propriamente ditas com as pontes
– aprenderam a falar Latim e foram escolarizados de acordo
necessárias ao cruzamento dos cursos de água e a resistên-
com o currículo romano;
cia dessas mesmas pontes (Doc. B).
– mudaram o tipo de vestuário, mostrando preferência pelo
2. Indicam a distância até à cidade de referência mais pró-
traje romano;
xima, expressa em milhas romanas, bem como outras infor-
– adquiriram o tipo de vida dos conquistadores, também no
mações, neste caso os promotores das obras de conserva-
que se refere aos prazeres: o convívio sob os pórticos, a fre-
ção da via, o encarregado da obra e a razão das obras
quência das termas, o requinte dos banquetes.
realizadas.
Estas alterações no modo de vida bretão mostram o pro-
3. Benefícios da rede viária:
cesso de romanização do território, já que os bretões abri-
– favoreceu a comunicação entre as diversas regiões e
ram mão da sua identidade cultural, adquirindo, em contra-
povos, contribuindo para a unidade do espaço romano;
partida, a cultura romana. Esta homogeneização civilizacional
– facilitou o transporte de mercadorias, sendo, por isso, um
do espaço romano foi um fator de paz e de estabilidade do
importante fator de prosperidade económica;
Império.
– permitiu uma comunicação rápida entre as autoridades
provinciais e a sede do Império, proporcionando uma admi-
nistração eficiente;
Módulo 1 Unidade 3 (3.1.)
– possibilitou uma rápida deslocação dos exércitos, contri-
buindo para a manutenção da ordem no Império.
Pág. 128

Págs. 120 e 121 DOC. 1

DOC. 35 1. Há um contraste evidente entre o texto atribuído a Flavius


Josephus e os comentários assinalados a itálico. Flavius Jo-
1. Cereais (Doc. A); azeite (Doc. A); vinho (Docs. A e D); conservas
sephus, que confirma a existência histórica de Jesus, consi-
de peixe (Doc. B); metais (Doc. C); olarias (Doc. D); vidros (Doc. D).
dera-o um homem admirável e sábio, capaz de reunir um
grupo fiel de seguidores, mas em momento algum dá a en-
Págs. 122 e 123
tender que Jesus pudesse ser mais do que um homem. Ao
contrário, os comentários em itálico exaltam a essência di-
Analisar… um texto longo
vina de Jesus, questionando que se lhe possa chamar
A atuação de um governador de província
“homem”, afirmando que era o messias (“Era o Cristo”) e que
1. Século I d. C. ressuscitou ao terceiro dia, como profetizado.
2. d) importância de atuar com justiça, para obter uma paz
duradoura. DOC. 2
3. “Para que estes homens inconstantes e incultos, por isso 1. Frases que atestam a animosidade de Tácito pelo cristia-
propensos a combater, se habituassem a uma vida agradá- nismo:
vel e tranquila.” – “[…] aos que eram detestados pelas suas abominações e
4. Medidas: que a multidão chamava de cristãos”;
– Impôs restrições e normas à conduta dos funcionários ro- – “Reprimida a sua religião detestável […]”;
manos, a fim de impedir “humilhações e injustiças”; – [A religião cristã reaparecia] em Roma, cidade onde afluía
– encorajou os bretões a empreenderem a construção de tudo o que existia de mau no mundo”;
obras públicas e privadas (“templos, edifícios públicos, – “foi acusada uma enorme multidão [de cristãos] não tanto por
casas”); ter causado o incêndio como por detestar a humanidade”.

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Frase que atesta a vitalidade da nova religião: (Doc. C); “matam-nos […] ultrajam-nos” (Doc. C); ”para resistirem
– “Reprimida a sua religião detestável, esta aparecia de mais facilmente aos perigos e aos suplícios que os amea-
novo, não só na Judeia, onde tinha nascido, mas também çam” (Doc. D). Atestam igualmente a forma como os cristãos
em Roma”. suportavam a malquerença a que eram votados: “quando
castigados, sentem alegria como que renascendo para a
Pág. 130 vida (Doc. C); “Transformam em glória a execração coletiva”
(Doc. D).
DOC. 4
4. Podem ter favorecido a difusão do cristianismo:
1. Enquanto o Édito de Milão coloca os seguidores de Cristo – a unidade política de um império territorialmente muito ex-
em posição de igualdade face aos membros das restantes tenso;
religiões, o Édito de Tessalónica confere ao cristianismo um
– as excelentes vias de comunicação – rede de estradas;
estatuto de superioridade, tornando-o a única religião per-
– as línguas unificadoras, o Latim e o Grego.
mitida no espaço romano.
5. A conversão à fé cristã dos estratos mais elevados da so-
DOC. 5 ciedade romana.

1. A auréola; o tradicional manto romano. 6. O decreto proíbe o culto dos deuses tradicionais roma-
nos, em todos os lugares e a todas as pessoas, sob pena de
2. O primeiro excerto, de Eusébio de Cesareia, enquadra-se
confisco de bens.
na Época Clássica. Já o segundo texto, da autoria de Afonso X,
rei de Castela, remete para a Época Medieval. 7. – O símbolo cristão – a cruz – marcada na testa de Germâ-
nico;
3. Ambos consideram que a autoridade política do rei e do
imperador provém de Deus, sendo, por isso, legítima. – o facto de se tratar de um membro da família do impera-
dor, anteriormente adorado como um deus.
Págs. 132 e 133 8. Tópicos:
– os cristãos menosprezavam os deuses romanos, que con-
Dossiê sideravam meros ídolos (Doc. A), criando indignação e alarme;
A religião que abalou o Império – assumiam-se como um grupo à parte que não se integrava
1. São Paulo negava os deuses tradicionais romanos, des- na ordem romana (“Vivem na sua pátria mas como estrangei-
prezando as suas representações feitas “pelas mãos do ros. […] Moram na Terra mas têm cidadania no céu” – Doc. C) e
homem”. como tal eram percecionados pela sociedade em geral (Doc. D);
2. Profissões ligadas ao Estado romano: – o cristianismo condenava frontalmente hábitos e práticas
– soldado; fortemente enraizadas, como os jogos de circos e os espe-
– magistrado. táculos de gladiadores, por exemplo (Doc. B);

Profissões ligadas ao lazer: – os cristãos afrontavam a autoridade constituída e as leis


romanas (Docs. B e D).
– ator de teatro;
– o cristianismo difundiu-se no espaço romano, atraindo se-
– auriga;
guidores dos grupos sociais mais elevados (Doc. E). Esta difu-
– gladiador;
são implicou mudanças profundas nos valores e práticas do
– treinador de gladiadores;
dia a dia;
– empresário de espetáculos de gladiadores;
– a conversão dos imperadores ditou o fim dos cultos tradi-
– bestiário (responsável pelos animais que lutavam na cionais romanos, tornando o cristianismo a única religião do
arena). Império (Docs. F e G);
3. – Enquanto o autor do Doc. C traça uma imagem favorá- – a cristianização do Império ditou o fim do culto imperial,
vel dos cristãos, considerando-os pessoas de bem que até aí um fator de coesão do espaço romano (Doc. G).
“amam todos os homens”, o autor do Doc. D tem dos cris-
tãos uma visão muito negativa, considerando-os uma raça
marcada “com a infâmia”;
Módulo 1 Unidade 3 (3.2.)
– o autor do Doc. C considera que os cristãos não merecem
o ódio e os castigos que sobre eles se abatem (“os que os
Págs. 134 e 135
detestam não saberiam dizer a causa do seu ódio”), en-
quanto Celso (Doc. D) os acusa de se unirem “contra todas as DOC. 6
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instituições religiosas e civis”, conspirando “contra as leis”. 1. As riquezas do Império, das quais pretendiam apropriar-se
3.1. Os dois documentos atestam o mal-estar social provo- (“levados pela cobiça do saque”).
cado pelo cristianismo, as perseguições movidas aos cris-
tãos: “Amam todos os homens e todos os perseguem”

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DOC. 7 Pág. 140
1. A existência de quatro imperadores sediados em pontos
Analisar… um mapa histórico
estratégicos do Império permitiria uma melhor defesa das
1. c) à queda do Imperio Romano do Ocidente e à formação
fronteiras face à ameaça bárbara.
dos reinos bárbaros.
2. O crescimento desmesurado dos exércitos.
2. b) ao Império Romano do Ocidente e ao Império Bizantino.
DOC. 8 3. c); a); b); d).
1. O Império Romano do Ocidente não durou sequer um sé- 4. Época Clássica ou Antiguidade Clássica.
culo (81 anos), enquanto o Império do Oriente superou os 5. Fatores que conduziram à nova geografia política da
1000 anos de existência (1058 anos). Europa (patentes no mapa):
– a vastidão do mundo romano que, repartido por três conti-
Págs. 136 e 137 nentes, tinha fronteiras tão extensas que se tornava quase
impossível defendê-las de modo eficaz, face a ataques con-
DOC. 9
certados e violentos (Mapa: confins do Império Romano).
1. Criadores de uma civilização requintada e ciosos da sua – a divisão do território romano em duas partes politica-
origem e cidadania, os Romanos segundo Amiano Marce- mente autónomas (Império Romano do Ocidente e Império
lino, estranham os seguintes aspetos da vida dos Hunos: Romano do Oriente), que deixou o enfraquecido Ocidente à
– não comem comida cozinhada, bastando-lhes a carne mercê dos ataques dos povos bárbaros (Mapa: divisão defi-
aquecida sob as suas próprias coxas e as raízes de plantas nitiva do Império – 395);
selvagens; – as incursões dos Hunos, povo muito violento originário da
– usam uma roupa pobre continuamente, até que caia em Ásia, cuja movimentação empurra os povos germânicos
farrapos, sem a tirarem para lavar; para dentro do Império (Mapa: migrações dos povos vindos
– os homens vivem literalmente em cima do cavalo, as mulhe- da Ásia);
res nas carroças, não desfrutando do conforto de uma casa; – as repetidas incursões dos povos germânicos que, cobiço-
– são nómadas, “sem lar nem lei ou uma forma de vida esta- sos das riquezas do Império, o atacam desde o século III.
bilizada”; Nos séculos IV-V, estes ataques assumem um carácter gene-
– a sua vida nómada impede-os de saber de onde são oriundos. ralizado: Anglos e Saxões, Francos, Borguinhões, Godos,
Suevos, Vândalos e outros povos germânicos penetram vio-
DOC. 10 lentamente no espaço romano (Mapa: migrações dos povos
1. Godos (Visigodos e Ostrogodos); Vândalos; Alanos; Bor- germânicos);
guinhões; Francos; Anglos; Saxões; Suevos. – a instalação, de forma permanente, dos povos germânicos
no território do Império e a consequente formação de reinos
DOC. 11 bárbaros autónomos (Mapa: Reinos germânicos).
1. Roma era a cidade a partir da qual se formara o Império, a
sua capital, a sede do poder, o modelo urbanístico, a urbe
por excelência. Simbolizava, por isso, todo o mundo romano. Módulo 2 Unidade 1 (1.1.)
Pág. 138 Págs. 12 e 13
DOC. 12 DOC. 1
1. Aspetos: 1. O rei concede o senhorio como recompensa pelos “bons
– o desaparecimento das grandes propriedades rústicas ro- serviços” militares prestados por Berenger d’Auriac.
manas– as villae; 2. O direito de receber rendas, o de fazer justiça, tanto em
– o retrocesso da urbanização – as cidades perderam habi- caso de delitos leves como de crimes graves (“justiça alta e
tantes e parte do espaço que outrora ocupavam tornou-se baixa”), e outros direitos incluídos no ban (lançar impostos,
espaço agrícola; recrutar homens para o exército, por exemplo).
– a diminuição da produção de livros; 3. Os senhores nobres – a cavalo – e os camponeses.
– a diminuição do número de pessoas alfabetizadas – o co- 4. O Estado OU o poder central.
nhecimento da escrita reduziu-se a uma elite. 5. No mapa, estão presentes: o Sacro Império Romano-Ger-
mânico; o reino da França; grandes senhorios laicos (duca-
DOC. 13
dos, condados; grandes senhorios eclesiásticos (bispados);
1. A desagregação do Império Romano do Ocidente deu ori- cidades livres.
gem a uma multiplicidade de reinos bárbaros.

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Pág. 14 Pág. 19

2
Analisar… um mapa histórico
DOC.

1. “E os santos disseram que o rei é senhor colocado na 1. a) política.


Terra em lugar de Deus”. 2. b) era formado por territórios governados por príncipes
2. O rei dirige e comanda o reino e os seus habitantes OU o locais teoricamente subordinados a um imperador.
rei detém o poder supremo do reino. 3. O termo “comunas” designa as cidades dotadas de um
3. O facto de ser o arcebispo a colocar a coroa na cabeça do estatuto de autonomia face ao poder senhorial, podendo
rei poderá ligar-se à origem divina do poder – o arcebispo, eleger magistrados e estipular regulamentos próprios; “ou-
alto dignitário da Igreja e ministro de Deus, ratifica o poder tras cidades” refere-se às cidades que não dispõem desse
que deus outorga ao rei, impondo-lhe a mais significativa in- estatuto de autonomia.
sígnia da realeza; ao segurarem a coroa, os pares do reino 4. Ao contrário do que acontece nos nossos dias, os ho-
reiteram, simbolicamente, o seu apoio ao monarca. mens medievais estavam sujeitos a leis e autoridades diver-
sas, consoante o seu estatuto social e o território que habi-
Págs. 16 tassem. Assim:
DOC. 3 – a maior parte dos habitantes vivia sob o poder direto de
um senhor, laico ou eclesiástico, que, para além dos rendi-
Frederico Barba Ruiva assume-se como “imperador dos Ro-
mentos económicos que a terra lhe proporcionava, tinha
manos” e, tal como os imperadores da Antiguidade, utiliza o
também o poder de administrar justiça, cobrar impostos, le-
título de “augusto”.
vantar exércitos e até, no caso de senhores particularmente
DOC. 4 poderosos, de cunhar moeda própria. Os ducados, conda-
1. Motivos da rebelião: dos ou bispados assinalados no mapa são exemplos destes
– o “governo tirânico” do bispo que se manifestava por: senhorios;
• impostos excessivos (“sobrecargas”) lançados pelo bispo; – as gentes das cidades podiam usufruir de direitos e liber-
• utilização abusiva dos bens dos cidadãos, neste caso, dades excecionais para a época. Alguns núcleos urbanos
um navio; lograram furtar-se ao poder senhorial, conseguindo obter
um conjunto de privilégios que lhes permitia autogoverna-
• palavras insultuosas que ofendiam a honra dos cidadãos
rem-se. Estas “cidades livres” (mapa), também designadas
de Colónia;
“comunas”, autogovernavam-se, elegendo os seus próprios
– o exemplo da cidade de Worms, que ousara expulsar o
magistrados, regendo-se por normas jurídicas próprias;
bispo, não querendo os cidadãos de Colónia parecer “infe-
– acima do poder senhorial erguia-se o poder do rei, a quem
riores em audácia”.
os senhores deviam lealdade e obediência. “Cabeça do
reino”, o monarca concedia senhorios, privilégios e, em teo-
Pág. 18
ria, as suas decisões sobrepunham-se às demais autorida-
DOC. 5 des do seu território. O mapa assinala os reinos da Sicília,
1. A comuna de Siena goza de uma ampla autonomia admi- constituído pelos territórios do Sul da Itália e da ilha do
nistrativa, já que: mesmo nome, e o Reino da Hungria;
– tem magistrados próprios, que asseguram a administração – chefe e guia de toda a Cristandade Ocidental, o Papa dis-
da comuna; punha, nesta altura, de um vasto território – os Estados Pon-
– impõe um juramento de bom e leal desempenho aos seus tifícios (no mapa, “Estados da Igreja”) – que governava à
magistrados, no início do mandato; semelhança dos príncipes laicos;

– os seus magistrados superiores têm autoridade para ela- – na Europa Central, numa extensa área que abrangia territó-
borar regimentos e normas próprias; rios germânicos e italianos, as diversas entidades políticas re-
conheciam como autoridade nominal comum um imperador,
– o exercício da justiça é assegurado pelos juízes e oficiais
que os príncipes mais importantes elegiam entre si. Este im-
da comuna, sob supervisão dos magistrados superiores.
pério – o Sacro Império Romano-Germânico (mapa) – assu-
2. Os magistrados comprometem-se:
mia-se como herdeiro direto do extinto Império Romano aglu-
– a providenciar a aplicação da justiça, pelos juízes e oficiais
tinando, sob a égide do imperador, um extenso território com
da comuna, sem distinções;
entidades políticas diversas. No entanto, o poder deste impe-
– a não usar a sua posição e influência para subverter, de rador, embora reconhecido, só debilmente se fazia sentir.
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qualquer modo, as sentenças proferidas.

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Pág. 20 e 21 Págs. 24 e 25
DOC. 6 DOC. 10

1. 1. Os cristãos acreditam que Jesus (o Messias) é filho de


– O Papa tem o poder de expulsar um monarca do seio da Deus, partilhando a sua essência divina; já os muçulmanos
Igreja – excomungar – desobrigando os súbditos de todos sustentam que não há nehuma outra divindade, para além
os seus deveres face ao monarca iníquo (pontos 6 e 27); do próprio Deus.
– o Papa define a doutrina e política da Igreja Romana, não
DOC. 11
devendo ser considerado membro da Igreja quem o contra-
diz (ponto 26); 1. Reconquistar Jerusalém e a terra da Palestina (os “lugares
– todos os príncipes, incluindo o imperador, estão sujeitos santos”) aos infiéis, fazendo o Santo Sepulcro voltar às mãos
ao Papa e, em reconhecimento dessa sujeição, devem bei- dos cristãos.
jar-lhe os pés, pelo que ao Papa é lícito depor o imperador 2. Prometem-se as grandes riquezas da Terra Santa, o per-
(pontos 9 e 27). dão dos pecados, e a consequente “glória no reino dos
céus”.
DOC. 8
DOC. 12
1. A Igreja condiciona a vida dos crentes, uma vez que:
– é a entidade que “corrige os costumes” da população em 1. Semelhanças:
geral; – tanto a cruzada como a jihad revestem-se de um cariz
– obriga à prática dos preceitos religiosos, como a confis- militar;
são, a penitência, a eucaristia; – ambas são levadas a cabo em nome de Deus (guerra
– está presente, através dos sacramentos, nas etapas im- santa).
portantes da vida de cada um, como o nascimento (batismo), Diferenças:
o casamento (matrimónio) e a morte (extrema unção). – a jihad pretende espalhar a religião muçulmana e a cru-
zada a religião cristã;
Pág. 22 – a jihad desenvolve-se de oriente para ocidente, a cruzada
em sentido inverso.
DOC. 9

1. Miguel Cerulário: Pág. 26


– desvia-se da doutrina certa, propagando “uma enorme
DOC. 13
quantidade de heresias”;
– arroga-se, abusivamente, o direito de usar o título de pa- 1. A convivência religiosa na cidade de Toledo, durante a Re-
triarca; conquista, evidencia-se:
– não respeita o primado de Roma, ultrajando a “primeira sé – na existência de templos cristãos, muçulmanos e judeus
apostólica”. (mapa);
2. Evidências: – no respeito pelas práticas culturais próprias – vejam-se os
– Constantinopla é depreciada pelo cruzado cristão que, banhos muçulmanos (mapa);
mesmo notando a sua imponência e riqueza, a considera – na aprendizagem da língua árabe por Gerardo de Cre-
“suja e fétida” (não obstante a abundância de “águas mona (texto), reconhecendo a importância das obras traduzi-
doces”), além de insegura (assassínios, roubos, etc); das para esta língua ou originalmente escritas em árabe;
– os Bizantinos são, no mesmo documento, considerados – na partilha musical, documentada na imagem.
infiéis, viciosos e cobardes, incapazes de se defenderem a
si próprios, só conseguindo sobreviver à custa das riquezas Pág. 27
que distribuem a mercenários;
– em 1204, os cristãos do Ocidente saquearam Constantino-
Analisar… um documento iconográfico
pla tendo, de acordo com o relato do historiador bizantino, 1. Ricardo Coração de Leão é cristão; Saladino é muçul-
passado os seus habitantes “pelo fio da espada, sem distin- mano.
ção de idade nem sexo”; 2. b) expedições militares do Ocidente com o fim de libertar
– de acordo com a mesma fonte, os cruzados não mostra- a Terra Santa.
ram nenhum respeito pelas igrejas e objetos religiosos do 3. O rei de Inglaterra parece ganhar o confronto.
cristianismo oriental, roubando-os e profanando-os. 4. O rosto de Saladino, descoberto, é escuro, de nariz
adunco, feio. Poderá identificar-se facilmente com o rosto do
mal. O escudo mostra um rosto em tudo semelhante.

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5. A imagem ilustra a gesta das cruzadas, levadas a cabo – a imagem de imponência da cidade de Arezzo, transmitida
pela Cristandade Ocidental contra o Islão. As duas persona- pela muralha e pelas altas torres visíveis no fresco de Giotto
gens envolvidas no confronto corporizam os cristãos (Ri- (Doc. B).
cardo) e os “infiéis” (Saladino).
DOC. 17
O ilustrador identifica Saladino com o mal: através da feal-
dade do rosto, também presente no escudo, faz dele e do 1. Características:
seu povo entidades diabólicas. A superioridade do rei cris- – espaço amuralhado;
tão neste combate é clara: o seu cavalo investe, enquanto o – ruas predominantemente estreitas, sinuosas e sombrias;
de Saladino se retrai, quase se empinando; a posição de Ri- – oficinas e respetivos postos de venda a abrirem para as
cardo, em cima do cavalo, é firme e direita, enquanto Sala- ruas, mesmo nas ruas mais largas (patente também na ima-
dino se desequilibra para trás; a lança com que o rei de In- gem);
glaterra ataca é posta em evidência, enquanto a do sultão
– concentração de cada ofício numa rua específica que, ge-
muçulmano quase se desvanece, num segundo plano. A vi-
ralmente, recebe o seu nome;
tória de Ricardo transmite a ideia da superioridade dos cris-
– ruido característico, animado pelos pregões dos vendedo-
tãos, seguidores da “verdadeira fé”, sobre os “infiéis” muçul-
res.
manos. Exalta ainda as proezas e valia militar do rei inglês.

Pág. 32

18
Módulo 2 Unidade 1 (1.2.) DOC.

1. No mercado da cidade, são visíveis os ovos, as galinhas,


Págs. 28 e 29 os porcos, os bois que os agricultores dos arredores trazem
à cidade para vender. Este mercado certo que a cidade
DOC. 14
constitui, estimula a produção agropecuária.
1. Tanto o documento escrito como o documento iconográ- 2. Impedir a escalada dos preços e garantir a qualidade dos
fico realçam o desbravamento de terras incultas por monges produtos.
beneditinos, que assim expandem a área destinada ao cul-
3. Estão patentes na imagem:
tivo, em detrimento dos bosques e florestas.
– moedas;
DOC. 15 – peças de prata e outras que parecem ser de ouro (taças,
cálices, bandejas, canecas);
1.
4. Afirmações:
– A utilização do ferro nos instrumentos agrícolas permite
revolver a terra mais facilmente, proporcionando lavras mais – “As bancas dos cambistas de ouro e prata repletas de
profundas e, por isso, maior produção; moedas”;

– a coelheira rígida permite um melhor aproveitamento da – “Poder-se-ia dizer e acreditar que esta cidade era uma
força dos animais de tração; feira permanente”.

– o afolhamento trienal aumenta a área cultivada em cada


Págs. 34 e 35
ano.

Dossiê
Págs. 30 e 31
Os ofícios da cidade
DOC. 16 1. Motivos:
1. Evidências: – o crescimento contínuo das cidades, que exige a constru-
– a fundação de uma cidade (Lubeque) num local antes ção de novos edifícios;
abandonado (Doc. A); – a edificação de palácios e catedrais, impulsionada pelo
– o crescimento de Lubeque entre a sua fundação (século XII) enriquecimento dos príncipes e do clero;
e o século XIII (Doc. A); – o facto de a construção servir todos os habitantes da ci-
– a atividade económica de Lubeque, patente na existência dade, independentemente do seu estatuto social.
de um bairro de artesãos e outro de mercadores, na Casa 2. O terceiro, de túnica vermelha, já que calcula, com um
das Corporações, nos mercados do sal e da madeira, por compasso, o corte que deve ser dado à pedra.
exemplo (Doc. A); 3. Condições:
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– a prosperidade de Milão, mencionada por Otão de Frei- – ser burguês da cidade de Arras;
sing, que lhe permitiu ter a “ousadia” de estender a sua au- – pertencer à corporação dos padeiros;
toridade às cidades vizinha e, até, de desafiar a autoridade – exercer o seu ofício cumprindo as normas estabelecidas;
do imperador do Sacro Império (Doc. B);

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– fazer pão de boa qualidade;

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Págs. 36 e 37
– cozer pães de diferentes tamanhos, correspondentes aos DOC. 19
três preços estipulados;
1. Argumentos:
– não fabricar pão de preço superior a 2 dinheiros;
– graças aos mercadores, as diversas regiões obtêm os pro-
– no mercado, não desviar clientes das bancas de outros
dutos de que necessitam;
padeiros;
– os mercadores dinamizam a economia, dando trabalho
– não colocar o pão à venda antes de definidos, pela corpo-
aos mestres dos ofícios, escoando as produções agrícolas e
ração, os lugares que, no mercado, cabem a cada um;
pecuárias;
– pagar as multas que lhes forem aplicadas pela corporação.
– o incremento da produção e do comércio favorece os Es-
4. Enquanto o padeiro se apresenta bem vestido, enver-
tados e os senhores, que taxam com impostos as atividades
gando uma túnica tingida de azul, camisa interior, chapéu,
económicas, enriquecendo o seu tesouro.
meias e sapatos, o aprendiz cobre-se com uma túnica curta,
Em suma, o ofício de mercador favorece o “bem comum” já
de pano cru, que mal lhe tapa a nudez. Não traz sapatos,
que é útil à sociedade e ao Estado.
tão-pouco meias, evidenciando uma pobreza que contrasta
com o aspeto abastado do mestre padeiro. DOC. 20
5. O horário de trabalho seria muito longo, já que as tecelãs
1. De Norte para Sul:
produzem de noite e de dia, trabalhando sob ameaça,
– a região do Mar Báltico e do Mar do Norte (grandes cida-
quando se encontram exaustas; quanto ao salário, o La-
des da Hansa);
mento põe em contraste a riqueza dos tecidos fabricados e
o magro pagamento, que faz as tecelãs viverem “pobres e – a região da Flandres;
nuas” e padecerem de fome. – a Champagne, sede de grandes feiras internacionais;
6. “[…] testemunharam e afirmaram, a saber, ser o dito Henri- – o Norte de Itália, “coração do comércio mediterrânico”.
que homem casado, de boa vida e nomeada”.
DOC. 21
7. Para além das funções que mantêm até hoje – fazer a
barba, pentear e cortar o cabelo – os barbeiros ocupavam- 1. Aspetos:
-se das “pessoas indispostas e doentes”, procedendo, no – circulam nos canais de Bruges numerosas embarcações
seu papel de cirurgiões, ao sangramento dos doentes, por carregadas de mercadorias;
exemplo. – a cidade é um importante centro de produção têxtil;
8. A execução da “obra-prima”. – “há grandes edifícios” destinados ao comércio de tecidos
9. Características: e outras mercadorias, todos eles “primorosamente cuidados
– a construção é o setor que ocupa maior número de traba- e ricamente decorados”.
lhadores (Doc. A);
– equipas especializadas em determinado setor da constru- Págs. 38 e 39
ção (pintores, vidraceiros, por exemplo) deslocam-se fre- DOC. 22
quentemente de uma cidade para a outra, para trabalharem
1. A Liga Hanseática tinha como objetivo criar condições fa-
nos grandes edifícios (Doc. A);
voráveis à atividade comercial das cidades que a compu-
– existem diferentes áreas de especialização dentro do nham. Para isso, concertava atuações sempre que surgiam
mesmo ofício (Doc. A); “dificuldades”, falava a uma só voz enviando cartas “em
– para se exercer um ofício é necessário fazer parte da res- nome da Hansa Teutónica” e tomava medidas para proteger
petiva corporação (Docs. B, C e D); os comerciantes de piratas e outros “salteadores de terra e
– os regulamentos das corporações estabelecem, com minú- de mar”.
cia, as normas a seguir pelos mestres artesãos (Doc. B);
– o acesso à corporação exige a aprovação dos mestres, DOC. 23

mediante a execução de uma obra-prima que comprove ha- 1. Convivência entre cristãos e muçulmanos:
bilidade e conhecimentos suficientes para o exercício da – estabelecem-se relações comerciais apadrinhadas pelo
profissão (Docs. C e D); califa;
– entre os trabalhadores do mesmo ofício, há diversas con- – os cristãos podem aportar em qualquer terra muçulmana
dições económicas e sociais, conforme são mestres, apren- desde que a sua vida se encontre em perigo;
dizes ou trabalhadores assalariados(Docs. B e C); – os pisanos mostram apreço pelo artesanato produzido
– alguns ofícios aglutinavam saberes e funções hoje comple- pelos muçulmanos ao ponto de enfeitarem com ele as suas
tamente dissociados, como o de barbeiro e cirurgião (Doc. D). igrejas.

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Fosso que separava as duas religiões: Págs. 44 e 45


– são definidos locais específicos para as trocas comerciais, DOC. 29
ficando estas interditas em todas as outras cidades e re-
1. Segundo o autor, a peste ficou a dever-se a uma nefasta
giões;
conjugação dos astros e à “ira de Deus”, que castigou os
– caso desembarquem, por necessidade, num outro porto
homens pelos seus muitos pecados.
muçulmano, os cristãos não estão, sequer, autorizados a
2. Evidências:
falar com os habitantes.
– Boccacio refere que a peste, no Oriente, matou “uma in-
DOC. 24 contável quantidade de vivos” e, em Florença, “mais de cem
1. Elementos que, no mapa, evidenciam a preponderância mil criaturas” (Doc. A);
italiana: – a peste propagou-se por toda a Europa, do Mar Negro às
– a Itália é a zona da Europa mediterrânica que concentra Ilhas Britânicas (Doc. B);
maior número de grandes cidades mercantis (Génova, Ve- – alguns grupos foram particularmente atingidos, chegando
neza, Pisa, Amalfi, sem contar com Palermo); a desaparecer por inteiro, como foi o caso de algumas co-
– para estas cidades convergem as rotas do Mediterrâneo munidades monásticas (Doc. C);
Oriental; o traço mais grosso que as assinala simboliza um – o segundo quadro do Doc. C estima a quebra demográfica
maior volume de comércio. europeia em cerca de 25%.

DOC. 30
Pág. 40
1. A onda de medo coletivo desencadeada pelo flagelo da
DOC. 25
peste manifestou-se:
1. As feiras da Champagne: – em penitências extremas, como é o caso dos flagelantes
– receberam a proteção do duque, que garantia a segu- que, em cortejo, percorriam as ruas martirizando os seus
rança de mercadores e mercadorias; corpos. Procuravam, com isso, redimir a humanidade dos
– decorriam nas cidades de Provins (duas feiras), Lagny, pecados que teriam levado Deus a punir os homens com a
Bar-sur-Aube e Troyes (duas feiras); epidemia;
– desenrolavam-se segundo um calendário preciso e interli- – no recrudescimento da violência contra a minoria judaica,
gado que se estendia particamente por todo o ano; que culpavam da morte dos cristãos, quer pelo envenena-
– eram feiras internacionais onde acorriam, entre outros, mento das fontes, quer por suscitarem a ira de Deus. Numa
mercadores italianos. época em que a religião se vivia intensamente, acolher uma
religião “falsa”, como então era olhado o judaísmo, desagra-
DOC. 26 daria a Deus;
1. Vantagens: – numa vontade compulsiva de gozar os prazeres da vida.
– os seguros reduzem os riscos, sempre grandes, associa- Confrontados com a possibilidade de uma morte próxima,
dos ao transporte de mercadorias (roubos, naufrágios, etc.), alguns procuravam desfrutar, o mais possível, dos seus últi-
permitindo ao comerciante receber uma indemnização, caso mos dias.
as mercadorias se percam;
– os banqueiros tornaram-se imprescindíveis para cambia- Págs. 46 e 47
rem as diferentes moedas usadas pelos mercadores, aceita- DOC. 31
rem depósitos, realizarem empréstimos pagáveis noutras
1. A quebra demográfica decorrente da peste afetou seria-
sucursais, entre outras práticas.
mente a atividade agrícola. Não só o número de trabalhado-
res diminuiu como muitos dos que escaparam ao flagelo se
Pág. 42
viram na posse de heranças inesperadas, não querendo, por
DOC. 27 isso, trabalhar. A circular dá também conta da grande subida
1. Cerca de metade (51 %). de salários, esclarecendo que os poucos trabalhadores dis-
poníveis se recusavam a trabalhar “salvo se lhes derem
DOC. 28 quanto eles quiserem”. Esta subida abrupta do custo da mão
de obra inviabilizava as atividades agrícolas, já que os cus-
1. A mortandade foi provocada pela fome. Fatores climáticos
tos não cobririam os ganhos.
adversos – chuvas e frio – fizeram apodrecer o cereal; as
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colheitas foram excecionalmente fracas, pelo que o preço – a alta de salários, quer rurais quer urbanos, está também pa-
dos géneros subiu em flexa deixando os pobres sem ali- tente no gráfico, correspondento o primeiro pico aos efeitos
mento. Também os animais escassearam, quer por falta de do grande surto de Peste Negra. Os salários rurais, por exem-
forragens, quer por terem sido dizimados pela doença. plo, elevam-se do índice 150 para o índice 230 (aprox.).

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50% dos seus habitantes. Nos decénios que se seguem,

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DOC. 32

1. Males decorrentes da guerra: novos surtos epidémicos e uma crise económica generali-
zada explicam o decréscimo consistente da população.
– a mortandade gerada pelos combates;
– a fome, provocada pelos saques e razias dos soldados;
– as eventuais doenças, potenciadas pela fraqueza dos cor-
pos debilitados pela fome.
Módulo 2 Unidade 2 (2.1.)

DOC. 33 Págs. 52 e 53
1. O fresco ressalta a inevitabilidade da morte, que a todos DOCS. 1e2
leva, independentemente do grau de riqueza e de poder
1. D. Afonso Henriques e Afonso VII eram primos, filhos de
dos homens. Por isso, a morte é “plena de igualdade”.
D. Teresa e D. Urraca, ambas filhas de Afonso VI de Leão e
Na Idade Média, profundamente religiosa, este tipo de re- Castela. Como dirigente do Condado Portucalense,
presentação lembra aos crentes não só a fugacidade da D. Afonso Henriques era vassalo de Afonso VII, imperador
vida mas também a humildade que deve guiá-los ao Reino das Espanhas.
dos Céus, já que as vaidades deste mundo nada podem
DOCS. 3e5
contra a morte.
1. A “oferta” de D. Afonso Henriques explica-se: – pela von-
Pág. 48 tade que este tinha em tornar o Condado Portucalense num
reino independente do de Leão e Castela; – pela importân-
Analisar… um gráfico cia e autoridade do Papa, como chefe da Cristandade, no
1. d) o crescimento demográfico do século XIII e a quebra reconhecimento da legitimidade dos soberanos e dos rei-
demográfica do século XIV. nos cristãos.
2. a) – 4; b) – 1; c) – 3. 2.
3. O decréscimo foi de cerca de 41% (de cerca de 6 para – a ação de Afonso Henriques na Reconquista e na propa-
3,5 milhões de habitantes). gação da fé cristã;
4. A população inglesa conheceu um crescimento acen- – as qualidades pessoais e governativas de Afonso Henri-
tuado durante todo o século XIII, embora o ritmo de cresci- ques;
mento tenha diminuído nos últimos trinta anos do século. – o pagamento anual à Santa Sé do tributo de dois marcos
Globalmente, o gráfico mostra que a Inglaterra passou de de ouro.
4 milhões de habitantes, no início do século XIII, para cerca
de 6,7 milhões, nos primeiros anos do século seguinte, isto DOC. 6
é, registou um crescimento demográfico de cerca de 67%. 1. Através do mapa, constata-se que a Reconquista foi um
Cerca de 1315, a tendência de crescimento inverte-se: de- conjunto de ações militares que permitiram, entre avanços e
pois de uma quebra de mais de meio milhão de habitantes, recuos, a dilatação territorial dos reinos cristãos da Penín-
(c. 1315 a 1325), regista-se uma descida abrupta em meados sula Ibérica, até à expulsão final dos Muçulmanos em finais
do século quando, num curto espaço de tempo, a popula- do século XV.
ção inglesa diminui de 6 para 3,5 milhões de almas. A ten-
dência de descida mantém-se durante toda a segunda me- Págs. 54 e 55
tade de trezentos, embora a um ritmo mais lento. No fim do
DOCS. 8 A, B e C
século XIV, a Inglaterra conta apenas 3 milhões de habitan-
tes, o que corresponde a um decréscimo de cerca de 55%, 1. Razões:
face a 1315. – o mesmo espírito de cruzada que os animava na expedi-
5. A quebra demográfica ficou a dever-se aos efeitos conju- ção à Terra Santa, isto é, de combate aos inimigos da fé
gados da fome e das epidemias. cristã;
Os anos de 1315-20 marcam o regresso das grandes fomes – a possibilidade de se apoderarem das riquezas do territó-
à Europa. Depois de mais de um século de prosperidade, o rio de Lisboa, nomeadamente dos seus recursos agrícolas e
esgotamento dos solos e um acentuado arrefecimento cli- de ouro e prata.
mático fazem suceder anos de más colheitas. Às mortes 2. A Reconquista revestia-se do mesmo significado das Cru-
pela fome, junta-se o efeito destruidor das epidemias, que zadas à Terra Santa, porque o Papa concedia aos que parti-
grassam facilmente nos corpos debilitados. Em meados do cipassem nas duas lutas a mesma remissão ou perdão dos
século XIV, a Europa é devastada pelo mais mortífero dos pecados.
surtos epidémicos de que há memória: a Peste Negra. Esta
epidemia atinge a Inglaterra em 1348-49, dizimando quase

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DOC. 9 2. Um aspeto em que se oponham: enquanto o cruzado, lu-


1. A imagem de combate entre Cristãos e Muçulmanos inte- tando em nome de Cristo, se vangloria da conquista legítima
gra-se no contexto da Reconquista e do espírito de cruzada, de Silves aos muçulmanos, a poetisa Assilbia apelida os
fomentado pelo papa. Aos que lutavam na Península Ibérica Francos de “tiranos” e “injustos”, considerando-os desres-
contra os Muçulmanos foi dada a mesma remissão de peca- peitadores de Alá, sem quaisquer direitos sobre a cidade e
dos oferecida aos que lutavam na Terra Santa contra os ini- seus habitantes.
migos da fé cristã. Um aspeto em que coincidam: ambos consideram Silves
Já a imagem de um mouro e um cristão a jogarem xadrez uma excelente cidade, com “terra otimamente cultivada”, um
remete para uma certa convivência no quotidiano que exis- verdadeiro “paraíso”.
tiu entre cristãos e muçulmanos. [Na Hispânia submetida ao 3. Contexto político – a necessidade de afirmação dos reis
Islão, os cristãos foram tolerados, desde que acatassem as portugueses e leoneses-castelhanos, mediante a dilatação
respetivas leis. Esta foi a origem das populações moçára- dos respetivos territórios/reinos;
bes, que assimilaram as tradições culturais muçulmanas, – as negociações diplomáticas entre os dois reinos, que cul-
embora mantendo a religião cristã. Por sua vez, nos reinos minaram no Tratado de Badajoz.
cristãos que resultaram da Reconquista, os mouros submeti- Contexto militar – as várias ofensivas da Reconquista, leva-
dos, conhecidos por mouriscos ou mudéjares, também pu- das a cabo pelos reis portugueses, de D. Sancho I a
deram manter o seu credo até finais do século XV. Recordar D. Afonso III.
o Doc. 13, da unidade 1, onde se fala da Toledo reconquis- Contexto religioso – o espírito de cruzada vivido no Ocidente,
tada como um exemplo de convivência e tolerância religiosa que assentava no antagonismo religioso entre cristãos e mu-
no tempo de Afonso X de Leão e Castela.] çulmanos, e que foi estimulado por bulas de cruzada.

Págs. 56 Págs. 60 e 61
DOC. 10
Analisar… um mapa histórico
1. D. Afonso III: A evolução das fronteiras portuguesas durante
– concluiu a conquista do Algarve, pondo fim à Reconquista a Reconquista
do território português; 1. (A) – 3; (C) – 5; (E) – 1.
– efetuou negociações diplomáticas com o reino de Leão e 2. b) Santarém e Lisboa.
Castela, no sentido de Portugal obter a soberania efetiva
3. c) dos Almóadas.
sobre o Algarve.
4. d) lhe terem sido cedidos pelo rei mouro de Niebla.
DOC. 13 5. b) Badajoz.

1. 6.

– D. Fernando, rei de Castela, e D. Dinis, rei de Portugal, ce- – D. Afonso III.


lebram o Tratado de Alcanises para resolverem a disputa de – Tratado de Alcanises.
“Vilas, Castelos e Termos” em territórios fronteiriços, evi- – D. Dinis.
tando os prejuízos daí decorrentes e estabelecendo a paz 7. Escolher dois:
entre os dois reinos; – a ação de D. Afonso Henriques para transformar o Con-
– Portugal concedia Aroche, Aracena, Valença, Ferreira, Es- dado Portucalense num reino independente;
parregal, Aiamonte; – a dilatação do território português até à linha do Tejo
– Leão e Castela concedia Olivença, Campo Maior, São Félix (mapa B), Alentejo (mapa C) e, finalmente, Algarve (mapas E
dos Galegos, Ouguela, Sabugal, Alfaiates, Castelo Rodrigo, e F) OU as campanhas militares da Reconquista levadas a
Vila Maior, Castelo Bom, Almeida, Castelo Melhor, Monforte cabo pelos monarcas portugueses, de D. Afonso Henriques
e outros lugares de Riba Coa. a D. Afonso III (mapas A a F);
– as negociações diplomáticas de D. Afonso III e D. Dinis
Págs. 58 e 59 com os reis castelhanos para estabelecerem e fortalecerem
as fronteiras (Tratados de Badajoz e de Alcanises).
Dossiê
Silves – a reconquista de uma cidade do Al-Gharb
al-Andalus
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1. O contra-ataque muçulmano patente nas investidas al-


móadas (1191); a reivindicação do território algarvio, onde se
incluía Silves, por parte de Afonso X de Leão e Castela.

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Módulo 2 Unidade 2 (2.2.) Págs. 66 e 67
DOCS. 18, 19, 20, 21 A, B, 22 e 23
Págs. 62 e 63
1. As honras.
DOC. 14 2. Consistia na interdição de os funcionários régios entra-
1. Nobreza – no Norte do país, origem do reino de Portugal, rem nos senhorios para exercerem o poder público. Num
onde sucederam as primeiras conquistas e doações territo- território imune (honra ou couto) era ao senhor que cabia o
riais régias. poder público, exercendo os direitos senhoriais de comando
Clero – no Norte do país, origem do reino de Portugal e militar, punição judicial e coação fiscal.
berço de casas monásticas; no Centro e Sul do país devido 3. Processo legal – doações régias, que criavam coutos e
às largas doações régias que recompensaram as ordens re- honras.
ligioso-militares pelo seu papel na conquista e defesa do Processo abusivo – generalização da imunidade a terras
território. que a não possuíam OU residência dos filhos dos nobres
por breve tempo num lugar para este se considerar honrado
DOC. 16 (criação de honras por amádigo) OU criação de uma honra
1. A origem dos senhorios remonta às conquistas feitas aos em terras dos lavradores, os chamados herdamentos.
muçulmanos/Reconquista e às frequentes doações de ter-
ras que as acompanharam. Pág. 68
2. “O nobre e o prelado, a ordem militar e o mosteiro rapida- DOC. 24
mente isolaram […] terra imune.”
1. A quintã e os casais.
DOC. 17 A quintã, ou granja no caso de o domínio pertencer ao clero,
constituía a reserva onde se localizavam a morada do se-
1. A rede de vassalos permitia à realeza contar com homens
nhor, os estábulos, o moinho, o lagar, os celeiros, o forno.
para a seguirem na guerra, a aconselharem na governação,
a auxiliarem financeiramente e, no caso do clero, a darem- Os casais, ou vilares, eram as parcelas de terras arrendadas
-lhe apoio espiritual e religioso. aos camponeses; correspondiam aos mansos europeus.

DOC. 25
Págs. 64 e 65
1. Rendas em géneros – “… das vinhas… deem a mim a oi-
DOCS. 18 e 19
tava parte” (A); “… dareis a nós a quarta parte do vinho e das
1. Consistia num extenso território, sob a autoridade ou juris- castanhas” (B); “um quarteiro de milho do monte… um ses-
dição do abade do mosteiro, que incluía herdades, casas, teiro de trigo do monte… um almude de trigo de espigas…
campos de cultivo, equipamentos como moinhos, povoa- meio alqueire de trigo de fogaças… o quinto do vinho e o
dos, terras desabitadas, bem como posteriores doações e quarto do pão.” (D).
aquisições por parte do mosteiro. Rendas em dinheiro – “… dareis nos próximos cinco anos 6
2. Explica-se pela necessidade de aproveitar os solos e fixar morabitinos anualmente… e depois dareis 8 morabitinos por
as populações, tendo em vista a defesa do território. Como ano.” (C).
se tratava de uma zona interior e de difíceis acessos, a vasta Rendas fixas – “… dareis nos próximos cinco anos 6 morabi-
doação permitia motivar o abade e os monges na explora- tinos anualmente… e depois dareis 8 morabitinos por ano.”
ção económica do território. (C); “um quarteiro de milho do monte… um sesteiro de trigo
3. O “ótimo serviço” consistiu na participação ativa da ordem do monte… um almude de trigo de espigas… meio alqueire
religioso-militar de Santiago na reconquista de terras alente- de trigo de fogaça…” (D).
janas e algarvias. Rendas em fração das colheitas – “… das vinhas… deem a
mim a oitava parte” (A); “dareis a nós a quarta parte do vinho
DOC. 20
e das castanhas” (B); … o quinto do vinho e o quarto do pão.”
1. O nobre exercia o poder público porque no território (D).
doado a título perpétuo: Prestação de um serviço obrigatório – “… ponhais três vezes
– exercia direitos senhoriais de coação fiscal, como a porta- os pés nas uvas.” (B).
gem, e de punição judicial, como a voz e coima, e todos os Contrato de emprazamento – o contrato celebrado pela Sé
direitos que competiam ao rei, pelo que se lhe substituía; de Braga, que abrange duas vidas ou prazos (C).
– não pagava qualquer foro sobre as terras doadas, que
eram isentas (ou imunes) pois os funcionários régios nelas
não entravam.

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Págs. 70 e 71 – Duração do contrato: perpétua (“para todo o sempre”).


DOC. 28
– Pagamentos: em géneros.
– Condição para ser arrendatário: morar permanente no ter-
1. No verão.
ritório da vila de Maiorga.
2. Duro/Rude/Desprotegido. Os camponeses passam o ano
8. Reconhecer no senhorio monástico de Alcobaça uma das
a trabalhar.
unidades territoriais de cariz rural em que se estruturava o
3. Em junho e agosto, os camponeses envergam apenas
reino de Portugal.
uma camisa ou túnica em tecido leve, devido ao intenso
– Origem do senhorio: referir os motivos que levaram
calor. A partir de setembro, voltam aos agasalhos.
D. Afonso Henriques a instituir o couto de Alcobaça (recor-
4. Trata-se do senhor do domínio numa das suas atividades
dar a resposta à questão 5).
de lazer em tempo de paz: a caça. Por oposição aos campo-
– Poderes do abade: poderes fundiários, isto é, de explora-
neses, que só trabalham, o senhor diverte-se.
ção económica do território e de cobrar rendas e serviços
DOC. 29 (Doc. F); poderes públicos de coação fiscal, punição judicial e
comando militar, em virtude de o couto de Alcobaça ser
1. Significa que todos os homens livres dependem de alguém
imune à intervenção régia (Doc. D2).
– um senhor, a quem pagam tributos. A lei era especialmente
– Importância do senhorio: promoção do povoamento e
gravosa para os proprietários de bens, que não dependiam
aproveitamento do território, garantindo a sua defesa; con-
de outros, mas que, doravante, teriam de se acolher à prote-
tributo para o desenvolvimento cultural do reino, através da
ção de um senhor, a quem pagariam direitos senhoriais.
produção de livros.

Págs. 72 a 75

Dossiê Módulo 2 Unidade 2 (2.3.)


Alcobaça – um senhorio monástico no centro do país
1. Carta de couto. Págs. 76 e 77
2. Vida simples e austera, dedicada à oração e ao trabalho. DOCS. 32 e 33
3. 1. Características urbanas de Coimbra (escolher três):
– Oração: a igreja (6) era o espaço por excelência dedicado – a existência de muralhas OU a existência de uma área
à oração; também se rezava no refeitório (4), no dormitório amuralhada e, no exterior, dos arrabaldes;
(5) e no claustro (7).
– a existência de uma Catedral ou Sé;
– Trabalho: em atividades agrícolas (2) e no scriptorium (3).
– a existência de zonas específicas para a prática do artesa-
4. Apesar de a igreja do Mosteiro de Alcobaça ser de gran- nato e comércio;
des proporções, apresenta as paredes despidas de decora-
– a existência de judeus e estrangeiros;
ção, sem lugar para as “pinturas” e “ouro” que Bernardo de
– a existência de um número apreciável de habitantes.
Claraval criticava na decoração das igrejas.
2. A existência de uma parte elevada (a alcáçova), que se
A simplicidade decorativa da igreja de Alcobaça adequava-
destacava da almedina.
-se, pois, ao recolhimento e à concentração que se exigiam
aos fiéis. DOC. 33A
5. Motivos da instituição do couto de Alcobaça:
1. Não, pois existiam vilas com maior área amuralhada do
– promessa de D. Afonso Henriques, feita na altura da con- que algumas cidades: casos de Santarém e de Guimarães,
quista de Santarém, de mandar construir uma abadia e a que ultrapassavam Braga, Guarda e Silves em área e habi-
doar à ordem de Cister; tantes e Coimbra em área. A designação de cidade depen-
– necessidade do apoio dos monges de Cister para promo- dia de ser sede de bispado OU da existência de uma Sé.
verem o aproveitamento económico e fixarem populações.
6. “[…] vos damos e concedemos, para que o possuais per- Págs. 78 e 79
petuamente, livre de toda a ação real […]”.
DOC. 35
7.
– Bens que faziam parte da granja: vinhas, pomares, olivais, 1. Afonso Henriques instalou a corte em Coimbra porque
soutos, moinhos, fornos de cal com as pedreiras. (escolher três):
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– O que era arrendado aos povoadores: todas as terras que – deixava de estar sob a “tutela” dos nobres nortenhos, pas-
pertenciam à vila de Maiorga, contidas no respetivo termo, à sando a beneficiar do apoio e conselho de outros estratos,
exceção dos bens citados anteriormente, que eram adminis- como foi o caso dos cavaleiros-vilãos;
trados diretamente pelos monges.

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– tinha a possibilidade de estender os seus domínios para

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DOCS. 42, 43
Sul, pois ficava mais próximo dos territórios na posse de mu- 1. Áreas de comércio europeu:
çulmanos;
– litorais norte e mediterrânico da Península Ibérica;
– enriquecia culturalmente o país OU dava-lhe coesão, ao
– litorais ocidental e mediterrânico de França;
permitir a integração das comunidades e tradições moçára-
– cidades italianas mediterrânicas (Génova);
bes, fortes em Coimbra;
– Flandres;
– passava a dispor de maiores recursos económicos, possi-
bilitados pela economia urbana da região de Coimbra. – Sul de Inglaterra e Mar do Norte.
2. Consistia num intenso tráfico de mercadorias com os rei-
DOCS. 34, 36, 37 nos da Península Ibérica, da França, as cidades do norte da
1. Porque ganhavam dinamismo e prestígio com a presença península itálica, a Flandres, o Sul de Inglaterra e o Mar do
do séquito régio e dos serviços burocráticos que rodeavam Norte.
a corte. Lisboa distinguia-se pela presença de navios e comercian-
tes de várias nacionalidades, que no seu porto se abaste-
DOCS. 38, 39 ciam de vinho e sal.
1. Lisboa era “cabeça do reino”:
– pela sua área amuralhada (que mais do que duplicava a da Págs. 82 e 83
segunda cidade, Évora) e pelo número de habitantes (que DOC. 44
quase triplicava a de Évora);
1. Os mesteirais citadinos constituíam um grupo socioprofis-
– pelo dinamismo comercial do seu porto, patente no movi- sional que se dedicava em exclusivo às tarefas do artesa-
mento de navios e de comerciantes de várias proveniências. nato, ao contrário dos artesãos rurais que eram, fundamen-
2. Acentuava o papel desse aglomerado como diocese OU talmente, agricultores e, nas horas vagas, produziam os
sede de bispado, condição imprescindível ao estatuto de ci- artefactos. Nos meios urbanos, os ofícios ou mesteres agru-
dade. pavam-se por ruas, o que acentuava a especificidade e au-
tonomia do artesanato.
Págs . 80 e 81
DOCS. 45, 46
DOCS. 40, 41
1.
1. D. Afonso III e D. Dinis.
– O poder político, exercido pela entidade concelhia (edifício
2. Direitos dos habitantes de Guimarães (escolher dois):
dos Paços do Concelho) e pela autoridade régia (Torre de
– não serem penhorados no reino, exceto se fossem deve-
menagem do Castelo, onde vivia o alcaide, representante do
dores ou fiadores;
rei, e se alojava o próprio monarca quando visitava a cidade);
– não terem as casas devassadas por funcionários encarre-
– o poder religioso, exercido pelo Bispo (edifício da Sé). En-
gados da cobrança de multas;
quanto entidade senhorial, o Bispo dispunha também, no
– não darem aposentadoria a cavaleiros; seu couto, de poderes públicos ou políticos.
– as saídas para o apelido não durarem mais de um dia;
– isenção de portagem em todo o reino (depois de 1128); DOC. 47

– isenção de fossadeira; 1. Escolher três:


– liberdade para os servos. – Significado urbano, ao definir a cidade propriamente dita
Deveres dos habitantes de Guimarães (escolher dois): OU ao distingui-la do mundo rural;
– pagamento de taxas pela posse de casas; – significado estético, ao embelezar a cidade;
– pagamento de taxas pela venda de mercadorias em Gui- – significado de segurança contra os inimigos externos;
marães (carne, animais vivos; peles; peças de vestuário); – significado de segurança contra a criminalidade intramuros;
– pagamento de taxas por cargas trazidas a Guimarães – significado económico, pela cobrança de portagens nas
(transportadas em animais ou por peões); suas portas.
– pagamento de multas por delitos praticados.
Duas características urbanas: Pág. 84
– existência de grande dinamismo comercial; DOC. 48
– existência de burgueses.
1. As Ruas Novas eram mais largas e de traçado retilíneo,
com casas mais belas e majestosas, até, de burgueses opu-
lentos. Nelas se implantavam as melhores oficinas e lojas.
2. A falta de higiene e salubridade.

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3. O arrabalde consistia no conjunto de terrenos situados no 2. Selo de Santarém: apresenta as muralhas e o escudo
exterior da muralha e que acabavam por ser um prolonga- régio, a significar o carácter urbano da vila, o seu papel na
mento da cidade ou vila. defesa do território e a proteção régia de que gozava.
No arrabalde viviam agricultores e artesãos, especialmente Selo do concelho de Lisboa: apresenta uma embarcação, a
dos ofícios poluentes, minorias étnico-religiosas, mendigos, significar a importância de que se revestiam as atividades
leprosos, bem como as ordens religiosas mendicantes dedi- económicas fluviais e marítimas.
cadas aos pobres e excluídos. Selo de Trancoso: apresenta o pelicano, a significar a união
e solidariedade da comunidade concelhia.
Págs. 86 e 87
DOC. 49 Págs. 90 e 91

1. As judiarias encontravam-se espalhadas por todo o país, en- DOC. 53


quanto as mourarias se fixavam, predominantemente, no Sul. 1.
2. Discriminações exercidas sobre os mouros de Lisboa (es- – evitar a especulação, tabelando os preços (A);
colher duas):
– ser cordial para com os mercadores de outros locais que
– foram expulsos para fora das muralhas OU para o arra- passavam por Santarém, sem objetivo de negócio, isen-
balde, num bairro designado de mouraria; tando-os do pagamento da portagem (B);
– pagavam ao rei impostos; – garantir que não faltava o peixe às sextas-feiras para o
– estavam encarregados de cultivar as vinhas do rei e ven- jejum habitual dos cristãos, taxando os judeus que o com-
derem os seus figos e azeite. prassem (C);
3. Privilégio concedido às minorias judaica e moura – rege- – evitar que os edifícios a construir ostentassem aspeto de
rem-se pela sua própria lei (Talmud ou Alcorão) OU elege- fortaleza, assemelhando-se a habitações nobiliárquicas (D).
rem magistrados que superintendessem nas comunidades
(o rabi judeu e o alcaide mouro). DOC. 55
Discriminações (escolher duas) – viverem em arruamentos 1.
próprios ou bairros fechados (a judiaria e a mouraria), aonde – Selos concelhios: chanceler.
deviam recolher ao pôr do sol; usarem trajes próprios; usa-
– Deliberação do doc. 53 A: almotacés.
rem sinais distintivos (a estrela para o judeus, o crescente
– Deliberação do doc. 53 B: meirinhos, saiões, porteiros.
para os mouros).
– Deliberação do doc. 53 C: almotacés, meirinhos, saiões,
Atividades praticadas – usura, comércio fixo ou ambulante,
porteiros.
artesanato, agricultura, arrendamento dos direitos reais, alta
– Deliberação do doc. 53 D: almotacés.
finança, medicina, astrologia-astronomia, iluminação de ma-
nuscritos, impressão, no caso dos judeus; agricultura e arte-
Págs. 92 e 93
sanato, no caso dos mouros.
4. O rei D. Pedro determinou que os judeus vivessem em
Dossiê
bairros próprios e afastados dos cristãos (as judiarias), em
Évora – uma cidade medieval
virtude das queixas dos cristãos e, também, pondo em prá-
1. Sinais de urbanidade (escolher quatro):
tica as determinações do Concílio de Latrão.
– cintura de muralhas reveladora do carácter urbano de
Págs. 88 e 89 Évora e do seu papel na defesa do território;
– cidade-sede de bispado, visível pela presença da Sé Cate-
DOCS. 50 e 51
dral de Évora, “com os seus cónegos, os cabidos de cóne-
1. Dois benefícios para a realeza, resultantes da concessão gos seculares, as escolas…”;
de cartas de foral: – concentração das minorias étnico-religiosas em bairros
– afirmar a suprema autoridade da Coroa; próprios, a judiaria e mouraria dentro de muros.
– criar alianças com os concelhos de modo a melhor enfren- – toponímia reveladora de divisão e especialização socio-
tar os poderes senhoriais. profissional da mão de obra eborense (ex.: “Rua dos Merca-
Benefícios para as comunidades concelhias, resultantes da dores” e “Rua da Selaria”);
concessão de cartas de foral (escolher dois): – presença das ordens mendicantes, atestada nos conven-
– obtenção de autonomia na administração de assuntos locais; tos de S. Domingos e S. Francisco.
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– posse de bens para o exercício das atividades económicas; 2. A Sé Catedral significa que Évora era uma diocese OU sede
– libertação das exigências senhoriais, já que os nobres não de bispado, condição imprescindível ao estatuto de cidade.
podiam exercer as suas prerrogativas nos concelhos e as
exigências régias eram mais leves.

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3. Funções da muralha trecentista de Évora (escolher três): – exercício do poder político – destacar a autonomia local,

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– acentuava o carácter urbano de Évora, separando-a do protagonizada pela Assembleia dos Vizinhos e pelos magis-
mundo rural presente no arrabalde; trados;
– embelezava a cidade; – minorias étnico-religiosas – destacar a presença dos mou-
– era um fator de segurança contra os inimigos externos; ros vencidos e dos judeus.
– era um fator de segurança contra a criminalidade intramuros;
Págs. 94 e 95
– permitia proventos económicos, pela cobrança de porta-
gens nas suas portas.
Analisar…um texto longo
4. Judeus e mouros.
A carta de foral da Guarda, outorgada por D. Sancho I
5. Duas manifestações de discriminação sofridas pelas mi-
(1199)
norias étnico-religiosas em Évora:
1.
– os judeus e mouros foram, após a conquista da cidade no
– Vizinhos.
século XII, expulsos para o espaço extramuros, só voltando
– Homens-bons.
a residir na cidade propriamente dita quando se construiu a
nova muralha, já no século XIV; tal reflete a marginalização – Alcaide-maior.
de que as minorias étnico-religiosas eram alvo; 2. b); d; a); c).
– a imagem negativa com que eram representados os ju- 3. d) atrair defensores e povoadores do território.
deus, identificados com cães. 4. b) os muçulmanos e castelhanos.
6. À data da sua construção, o convento de São Francisco 5. a) pela entrada de produtos para venda numa determi-
localizava-se no arrabalde de Évora, mostrando que a mis- nada área (vila ou cidade concelhia ou senhorio).
são dos frades franciscanos era dar assistência aos humil- 6. (A) – 5; (B) – 2; (C) – 3.
des e desenraizados. 7. Aspetos da governação concelhia (escolher três):
7. – cartas de foral dotam os concelhos de maior ou menor
– Isenção militar: “… a terceira parte permaneça na cidade”; autonomia, atribuindo aos seus habitantes (vizinhos) a admi-
“… e o que não for ao fossado pagará 5 soldos de fossa- nistração dos assuntos comunitários (“Esta é a carta de
deira.” foro…”; “Em algum pleito ou em alguma coima não entre o
– Isenção fiscal: ”Tendas e moinhos e fornos de homens de meu meirinho, somente o juiz do vosso concelho.”);
Évora sejam livres de foro.” – governação concelhia exercida na Assembleia de Vizi-
– Condição para ser cavaleiro-vilão: “E quem possuir uma nhos – órgão deliberativo do concelho – que, através das
aldeia, uma junta de bois, 40 ovelhas, um porco, e dois leitos posturas municipais, regulamentava a vida económica e so-
prepare um cavalo.” cial do concelho;
– Penas judiciais: “… por homicídio pague 100 soldos para o – governação concelhia a cargo dos magistrados locais (al-
palácio.”; “E por casa derrotada… pagará 300 soldos e 7 para caides ou juízes – “… o juiz do vosso concelho”, almotacés,
o palácio.”; “E quem no concelho… ferir pague 60 soldos…”; procurador, chanceler, meirinhos, saiões, porteiros – “… e o
“E quem… não for ao apelido, pague aos vizinhos 10 soldos e porteiro com duas partes”), escolhidos pela Assembleia do
5 se for peão.”; “A mulher que… pagará 300 soldos e 7 ao Vizinhos;
palácio.”; Quem abandonar a sua mulher pagará um dinheiro – governação concelhia patente no exercício da justiça, sim-
em juízo.”; E quem quebrar… pague 100 soldos ao lesado.” bolizada pelo pelourinho.
– Afirmação das elites urbanas: “Cavaleiros de Évora em
juízo sejam como potestades e infanções de Portugal.”
8. A representação de um cavaleiro-vilão no selo de Évora Módulo 2 Unidade 2 (2.4.)
revela a importância deste grupo social no concelho alente-
Págs. 96 e 97
jano, visto ser considerado imprescindível à defesa da região,
frequentemente assolada por contra-ataques muçulmanos. DOCS. 56, 57

9. Características da Évora medieval no que respeita a: 1. Recomendações do conde D. Henrique a seu filho (esco-
– organização do espaço – destacar os espaços intra e ex- lher três):
tramuros; – manter o território portucalense;
– atividades económicas – destacar a agropecuária, o arte- – ser valente OU bom guerreiro;
sanato e o comércio; – recompensar os fidalgos, pagando-lhes o devido;
– grupos socioprofissionais – destacar os cavaleiros-vilãos – respeitar os concelhos;
como proprietários de terras, gado, casas e/ou mercadores – fazer cumprir a justiça OU ser isento, não cedendo a pressões;
e donos de oficinas; os peões como arrendatários de terras;
– impedir atos menos dignos por parte dos seus homens.

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2. Sê-lo-ia, sem dúvida, pois respeitaria os pequenos (os Págs. 100 e 101
concelhos) e os grandes (os fidalgos), assegurando a união
DOCS. 63, 64, 65
das gentes que governava. Ao ser escrupuloso em matéria
de justiça e ao impedir condutas indignas, zelaria, igual- 1. D. Afonso II (Lei contra as vinganças privadas) e D. Afonso III
mente, pela ordem, paz e harmonia entre os súbditos. (Lei da Almotaçaria).
3. Poder real hereditário – porque o rei transmite OU lega o 2. A lei contra as vinganças privadas proibia estas de se
reino à sua descendência (filhos varões, neto, filha) legítima eternizarem, através do recurso à justiça dos tribunais. Con-
(do casamento com a rainha Urraca). tribuía, assim, para a pacificação do reino e para a normali-
zação das relações entre os nobres, cuja belicosidade era
Poder real patrimonial – porque o reino é entendido como
fator de perturbação.
um bem pessoal do rei.
Esta lei evidencia a superioridade do poder real na medida
DOC. 59 em que é o rei que legisla e impõe sanções a quem desres-
1. A superioridade do rei mantém-se mais claramente em peite a lei.
Portugal, porque os vassalos respondiam diretamente pe- 3. A lei da Almotaçaria protegeu os consumidores, especial-
rante o rei e não perante os altos dignatários, como aconte- mente aqueles que não produziam os géneros, pois evitou
cia em França. O rei possuía, assim, um maior controlo sobre subidas abusivas dos preços.
os vassalos.
DOCS. 66, 67
2. O exemplo presente no Doc. 57 é o dos ricos-homens que
receberam castelos do rei para administrar, assumindo o 1. Bigamia é o ato de casar com alguém quando ainda se é
cargo de alcaide. casado com outra pessoa. A lei contra a bigamia tem um
objetivo de moralização da sociedade. Trata-se, efetiva-
Págs. 98 e 99 mente, de uma lei geral pois incidia tanto sobre os “fidalgos”
como sobre os “vilãos”.
DOCS. 60, 61
2. Eram os almoxarifes.
1. Evidencia-se no papel ativo que tem na chefia de um exér-
cito, intervindo diretamente no combate. Pág. 102
2. Origem divina do poder real: “… os Reis, que em lugar de
DOCS. 68, 69, 70, 71
Deus na Terra são postos…”.
A justiça como função régia: “A justiça […], assim pela lei de Deus 1. Era o alferes-mor que transportava o pendão real durante
como pela dos homens, é cometida e encomendada aos Reis.” as batalhas.
3. Exige-se que sejam bons juízes, isto é, que deem castigo 2. O chanceler redigia os diplomas régios e guardava o selo
aos prevaricadores e malfeitores e recompensem devida- régio com que autenticava esses diplomas.
mente os bons e os justos. Sendo maus juízes, os reis arris- O chanceler Pero do Sem pretendeu dar um ar de fortaleza
cam-se a perder o trono e a dignidade régia. nobre à sua residência, para se evidenciar socialmente, já
4. As apelações são o recurso judicial que qualquer súbdito que não pertencia à nobreza.
tinha, quando não estivesse satisfeito com a justiça senho- 3. Assuntos militares, como a declaração de guerra ou a fei-
rial da nobreza e do clero, de solicitar ao rei que apreciasse tura da paz.
e julgasse a sua causa. A justiça régia era, assim, um tribunal Assuntos económicos, como o lançamento de impostos ou a
onde, em última instância, os casos judiciais eram aprecia- desvalorização da moeda.
dos e julgados. Assuntos judiciais, como a resolução dos casos que apela-
A justiça maior consistia no poder exclusivo do rei de poder vam para o rei ou a aplicação da justiça maior ou o julga-
condenar à morte ou ao talhamento de membros. mento dos nobres.
D. Dinis baseia-se nos usos e costumes do reino, ou seja, na
tradição, para atribuir ao rei o exclusivo das apelações e da Págs. 104 e 105
justiça maior, dizendo, ainda, que tal acontecia em virtude DOCS. 72, 73
de o rei ser o maior senhor do reino.
1.
DOC. 62 1 – elementos do clero secular e regular (distinguem-se
1. O Bom Juiz, à esquerda, apresenta-se coroado por anjos e pelas insígnias religiosas);
com uma pose digna e solene, a olhar de frente os outros, 2 – elementos do povo em primeiro plano, nomeadamente
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não os temendo, e a segurar firmemente a vara da justiça. Já os procuradores dos concelhos que seguram os forais; atrás,
o Mau Juiz, à direita, com um demónio a inspirá-lo, apre- encontram-se os altos funcionários a rodearem D. Afonso III;
senta duas caras e recebe presentes, mostrando que as 3 – elementos da nobreza (distinguem-se pela alusão à
suas decisões oscilam e são permeáveis à corrupção. guerra representada na espada).

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2. D. Fernando I. – o clero venda os bens comprados, desde que D. Dinis

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3. Abusos dos privilegiados e do rei: 8. e 11. (preocupação subiu ao trono;
com o privilégio da aposentadoria ou pousada dos nobres); – o clero perca esses bens, se os não vender num prazo
13. (preocupação com a concorrência dos privilegiados nas estipulado.
atividades comerciais); 19. (preocupação com a requisição
de alimentos decorrente do privilégio de os senhores serem DOC. 77

alimentados pelos lavradores quando se deslocavam no se- 1. A Inquirição de D. Dinis, de 1310, deve-se ao facto de a
nhorio); 22. (preocupação com a compra e venda de pro- nobreza e o clero transformarem indevidamente em senho-
priedades por parte do clero); 46. (preocupação com des- rios (honras) terras de “lavradores e homens-bons” e do pró-
truição de colheitas pelos gados do rei). prio rei, prejudicando-os: os lavradores e homens-bons por-
Regalias dos concelhos: 27. (preocupação com as limitações que passavam a pagar direitos aos novos senhores; o rei
à autonomia judicial dos concelhos, decorrentes da exces- porque perdia os direitos que a ele deviam ser pagos.
siva supervisão por parte dos corregedores e juízes do rei,
os chamados juízes de fora); 84. (preocupação com a even- Págs. 108 e 109
tual perda do direito de elegerem os procuradores).
DOC. 78
Governação do reino: 1. (preocupação com a declaração
1. D. Sancho II foi deposto pelo Papa porque “oprimiu des-
de guerra e com a cunhagem de moeda sem consulta dos
medidamente as igrejas e mosteiros… com variados impos-
Povos); 2. (preocupação com a despesa da Casa Real);
tos e vexames”, o que significa que afrontou os privilégios
39. (preocupação com o tabelamento de géneros agrícolas
do clero (secular e regular).
que prejudicava os lavradores proprietários); 47. (preocu-
pação com aqueles que não queriam trabalhar, os vadios, o 2. “Inocêncio, bispo” – significa a dignidade do Papa como
que causava falta de mão de obra e subida dos salários); bispo de Roma.
90. (preocupação com a diminuição da reunião de Cortes, “Reino censual da Igreja romana” – significa que o reino de
único lugar onde a voz dos procuradores dos concelhos se Portugal pagava um censo ou tributo anual ao Papa, con-
fazia ouvir). forme ficou determinado na Bula Manifestis Probatum que
reconheceu a independência de Portugal.
DOC. 75
DOC. 79
1. A intervenção rei faz-se exigindo aos concelhos a docu-
mentação, nomeadamente os forais, em que constavam as 1. Funções do bispo no Porto – além de autoridade religiosa,
regalias concedidas às comunidades concelhias. Essa inter- o bispo era o senhor da cidade, nela exercendo o poder pú-
venção explica-se pela necessidade que o rei tem de evitar blico ou político.
abusos à custa dos seus próprios poderes. Relação do bispo com os vizinhos – conflituosa.
2. Outra forma de os monarcas intervirem na administração Contexto em que decorrem as Inquirições – D. Afonso IV in-
concelhia fazia-se através da escolha de alguns dos magis- vestiga se o local da cidade onde pretende erguer a Alfân-
trados do concelho (como o alcaide-maior, o almoxarife, os dega pertence ao bispo, como este diz. Fica a saber que
vereadores, corregedores), encarregados de: não e que os bispos, entretanto, ampliaram o couto episco-
– funções militares inerentes ao rei; pal à custa de território régio.
– administrarem os bens régios na área do concelho e reco- Promoção das elites urbanas – os vizinhos adquirem o di-
lherem os tributos que pertenciam ao monarca; reito de nomear os juízes concelhios; um mercador do Porto
é incumbido de autênticas funções diplomáticas em 1353,
– supervisionarem a governação e a justiça exercidas pelos
ao negociar um tratado com o monarca inglês.
vizinhos.

Pág. 110
Pág. 106
DOC. 81
DOC. 76
1. Aspetos culturais – alusão à atividade literária do rei como
1. Alcaides – funções relativas ao poder militar do rei. autor de “cantares de amigo”.
Meirinhos, corregedores, juízes, alvazis – funções relativas Aspetos económicos – alusão à proteção de D. Dinis à agri-
ao poder judicial do rei. cultura e às atividades marítimas, como “plantador” de pi-
Almoxarifes – funções inerentes ao poder fiscal do rei. nhais e naus.
2. D. Dinis determina que: 2. Ao mandar plantar pinhais, D. Dinis favoreceu a obten-
– o clero regular (Ordens) e secular (Clérigos) continue proi- ção de madeira para as embarcações da futura Expansão
bido de comprar bens fundiários; portuguesa.

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DOC. 83 Págs. 114 e 115


1. O contexto foi o da invasão de Portugal pelas tropas do rei
Analisar… um documento iconográfico
de Castela, que reivindicava o trono português para sua es-
Banquete oferecido por D. João I, rei de Portugal, a João de
posa, a infanta D. Beatriz, única filha do rei D. Fernando, fale-
Gant, duque de Lencastre
cido em 1383. A recusa em aceitar o disposto por D. Fer-
nando levou à criação de “um “partido nacionalista” que 1. b) se inteirar dos problemas locais, nomeadamente na re-
defendeu a independência de Portugal. Esse partido era li- união de Cortes, e melhor administrar o reino.
derado pelo mestre de Avis, D. João, meio-irmão do rei fale- 2. D. Afonso III.
cido e nomeado “Regedor e Defensor do Reino”. 3. Primazia do Arcebispo de Braga: a dimensão da figura ul-
trapassa a dos outros membros do clero; encontra-se sen-
Págs. 112 e 113 tado ao lado do rei de Portugal, apenas ele e o duque de
Lencastre têm essa honra; o seu escudo figura numa pa-
Dossiê rede;
O rei e as irmãs: um conflito familiar e político no século XIII Diferentes categorias da nobreza: o duque de Lencastre e o
1. Sugere-se o recurso à Internet para a localização geográ- Condestável D. Nuno Álvares Pereira vestem-se com o
fica. maior requinte, mostrando que são figuras da mais alta no-
2. As infantas consideravam-se com direito ao poder senho- breza; segue-se o nobre que se encontra de pé a supervi-
rial OU público OU à posse plena de um conjunto de vilas e sionar o banquete, trajado de negro até aos pés e com um
castelos que lhes haviam sido legados pelo pai, o rei D. San- colar de ouro revelador da sua categoria superior; por fim,
cho I. Já o irmão das infantas, o rei D. Afonso II, considerava os pagens e escudeiros mostram que pertencem a um pata-
que elas apenas deveriam beneficiar do usufruto OU rendi- mar inferior da nobreza pelo seu traje mais simples (uma tú-
mentos (“rendas e direitos”) de tais bens, cuja posse plena nica curta sobre meias cingidas ao corpo) e, também, por-
OU senhorio era dele, o rei de Portugal. que servem à mesa.
Os pedidos de ajuda a Leão e ao Papa explicam-se por uma Importância da figura do Condestável: tem a honra de estar
das infantas, D. Teresa, ter sido casada com o rei de Leão e sentado no topo da mesa e o seu traje é igual ao do rei de
por o Papa ser o chefe máximo da cristandade, sob cuja au- Portugal.
toridade o reino de Portugal se encontrava desde a Bula 4. d) o chanceler e o mordomo-mor.
Manifestis Probatum. 5. Cúria Régia e Conselho Régio: aconselhamento do rei em
3. O infante Pedro Sanches não reagiu bem à política centra- matéria militar, económica e judicial.
lizadora do seu irmão, o rei D. Afonso II, pois seguiu o par- Cortes: apresentação de queixas e pedidos e aconselha-
tido das irmãs, que se consideravam senhoras e não meras mento do rei.
usufrutuárias dos bens legados pelo pai. 6. d); a); c); b).
4. A decisão final do Papa reverteu a favor do rei D. Afonso II, 7. c) averiguar a situação das propriedades e dos direitos e
considerado o verdadeiro senhor da jurisdição sobre os rendas do rei nos seus reguengos.
bens deixados às infantas. Estas apenas teriam direito aos 8. Aspetos reveladores da afirmação política de Portugal
rendimentos desses bens, perdendo o poder senhorial de (escolher dois):
que se achavam titulares. – o local onde o banquete decorre, que parece ser o salão
5. A questão entre D. Afonso II e as irmãs foi uma questão luxuoso de um paço ou castelo, evidencia uma autêntica en-
política, pois, fundamentalmente, esteve em causa o poder cenação do poder (Nota: O autor da Crónica homenageia a
senhorial OU banal OU a jurisdição do monarca sobre certos dignidade do rei português poi o verdadeiro banquete suce-
lugares do reino. Não foram poderes económicos, já que deu, segundo Fernão Lopes, numa tenda de campanha);
destes as infantas manteriam os benefícios, como preconi- – a posição central ocupada pela figura do rei português,
zava D. Afonso II. com os símbolos da realeza (coroa e cetro), para quem os
Tópicos de resposta: elementos da alta nobreza (o duque e o Condestável) e do
– Ver o que se diz na primeira parte da resposta à questão 2. clero (o Arcebispo) olham e a quem os pagens servem;
– Referir as medidas de centralização do poder real com – a comemoração de uma aliança política entre o rei portu-
D. Afonso II, que se assumiu como responsável máximo pela guês e o duque de Lencastre, filho do rei inglês Eduardo III.
justiça e que publicou as primeiras Leis Gerais, para comba-
ter o crescimento desenfreado da propriedade nobre e
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eclesiástica. Nelas se incluíam as Leis de Desamortização,


as Confirmações e as Inquirições.
– Ver a resposta à questão 4.

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Módulo 2 Unidade 3 (3.1.) Págs. 126 e 127
DOC. 6
Págs. 120 e 121
1. As arquivoltas envolvem o tímpano, na sua parte superior.
DOC. 1 2. A abundância da decoração gótica torna-a num verda-
1. Estilo gótico. deiro livro, cujas “páginas” são as inúmeras figuras e cenas
2. Razões: representadas. Os temas ilustram, geralmente, passagens
da Bíblia, a vida de Jesus e a vida dos santos, pelo que
– a fé das pessoas comuns, que “reclamavam com fervor” a
transmitem conhecimentos religiosos, através da imagem.
construção de novas igrejas;
– a comparação entre a catedral de Auxerre, “velha e degra-
Págs. 128 e 129
dada” e os novos edifícios religiosos das cidades vizinhas;
– a beleza do “novo estilo”: “as outras (catedrais), em seu Analisar… uma obra de arquitetura
redor, erguiam as suas torres com todo o brilho da sua be-
1.
leza”; “de maneira que […] ela brilhasse com uma elegância
– A construção do Mosteiro deve-se a D. João I, que a orde-
completamente nova”.
nou em agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubar-
DOC. 2 rota, travada em 1385.
– situa-se no distrito de Leiria, na pequena vila da Batalha;
1. Estilo românico: arco de volta inteira (arco semicircular);
estilo gótico – arco quebrado OU arco em ogiva; – a edificação teve início em 1386;
– os dois primeiros arquitetos foram o português Afonso Do-
Págs. 122 e 123 mingues e David Huget, estrangeiro de nacionalidade mal
determinada (catalão, flamengo, irlandês?);
DOC. 3A
– na “Capela do Fundador” encontram-se os túmulos do rei
1. Visto que a questão se dirige à sensibilidade estética do D. João I e de D. Filipa de Lencastre, sua esposa, bem como
aluno, serão de aceitar todas as respostas coerentes, que os de seus filhos (a “Ínclita Geração”), os infantes D. Pedro (e
se enquadrem no espírito da pergunta. sua esposa), D. Henrique, D. João (e sua esposa) e D. Fer-
DOC. 3BeC
nando. Jazem também na capela os reis D. Afonso V e
D. João II, bem como o príncipe D. Afonso, filho de D. João II;
1. A forma de uma cruz, com um braço maior e outro menor
– o Mosteiro da Batalha foi classificado pela UNESCO como
(cruz latina). O transepto é o braço menor da cruz, que inter-
Património da Humanidade, em 1983.
seta a nave central e as naves laterais (também é chamado
2. a) pelo predomínio das linhas verticais e pela abóbada de
“nave cruzeiro”).
cruzamento de ogivas.
2. O arcobotante tem por função escorar as paredes, nos
3. Estilo gótico.
locais de descarga do peso da abóbada.
4. a) – 4; b)– 5; c) – 1.
Págs. 124 e 125 5. Características que integram o Mosteiro da Batalha no es-
tilo gótico:
DOC. 4
– linhas marcadamente verticais da fachada;
1. Características: – utilização do arco ogival (ou quebrado);
– verticalidade/elevação; – recurso aos arcobotantes como forma de sustentar o peso
– utilização do arco quebrado; da abóbada;
– abóbada de cruzamento de ogivas; – pináculos a encimar os contrafortes (acentuam também as
– grandes janelas revestidas de vitrais; linhas verticais);
– interior luminoso. – decoração profusa no exterior, que invade o portal e as
suas arquivoltas, os janelões e realça os demais elementos
DOC. 5 arquitetónicos;
1. O vitral mostra o trabalho dos pedreiros pelo que, muito – interior elevado e luminoso;
provavelmente, terá sido custeado pela corporação dos pe- – abóbada de cruzamento de ogivas;
dreiros. – utilização de vitrais.

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Págs. 130 e 131 – ajudar financeiramente os confrades doentes, que de tal


tenham necessidade;
DOC. 7
– ajudar financeiramente os confrades mais carenciados
1. Instituições de solidariedade referidas no texto:
que pretendam realizar peregrinações.
– hospícios;
3. A confraria funciona de acordo com os seus estatutos
– confrarias; (o “Compromisso”), que estipulam as obrigações dos seus
– associações de socorros mútuos; membros, nomeadamente a assistência às reuniões onde
– novas ordens religiosas – Franciscanos e Dominicanos. são programadas as iniciativas a realizar. De acordo com o
2. Estas instituições desenvolveram-se no contexto do re- compromisso a instituição autofinancia-se, devendo os con-
nascimento urbano que a Europa conheceu entre os sécu- frades contribuir com dinheiro próprio, nas ocasiões estipu-
los XI e XIII. A cidade atraía numerosas gentes do campo ladas.
que, uma vez aí chegadas, se viam frequentemente sem
meios de subsistência e sem qualquer tipo de amparo. Pág. 134
Assim, apesar da sua prosperidade, as cidades encheram-
DOC. 11
-se de miseráveis. Foi para aliviar esta miséria urbana que
proliferaram as instituições destinadas a ajudar os mais ca- 1. O Papa determina:
renciados. – a instituição de uma escola junto de cada sé catedral;
– a gratuitidade do ensino ministrado nessa escola, bem
DOC. 8 como da certificação do grau de licenciado;
1. A ajuda aos pobres e doentes e uma vida de despoja- – a pena de benefícios dos clérigos que não cumpram a gra-
mento e pobreza. tuitidade deste ensino.
DOC. 9
2. Evidências:
– Paris é referida como “mãe das ciências, cidades das le-
1. Aspetos comuns:
tras”, onde “brilha uma luz preciosa” e da qual se esperam
– o despojamento dos bens terrenos. Ambas proíbem os
“grandes coisas, graças aos que aí ensinam e aprendem”;
seus membros de receberem pagamentos ou doações,
– a universidade recebe uma autonomia muito ampla, relati-
salvo o estritamente necessário para a sua subsistência;
vamente à organização do ensino propriamente dito – méto-
– o serviço à comunidade, quer através da ajuda aos mais
dos utilizados, horários, professores, por exemplo;
pobres, quer através da pregação;
– são-lhe também atribuídas competências no que respeita
– as duas ordens nasceram no século XIII, com poucos anos
à definição das normas de comportamento dos estudantes
de diferença.
e à punição dos infratores;
– o Papa concede privilégios especiais aos estudantes da
Pág. 132
universidade, como a impossibilidade de serem presos por
DOC. 10 dívidas.
1. A confraria:
Págs. 136 e 137
– é organizada sob invocação do Espírito Santo e assume-
-se “ao serviço de Deus e de Nossa Santa Maria, Sua mãe, e DOC. 12
de Todos os Santos e do Espírito Santo”;
1. Paris (1150); Oxford (1167); Salerno (1173); Bolonha (1185).
– pretende contribuir para a salvação das almas dos confra-
des, ajudando o próximo, como mandam os Evangelhos; DOC. 13
– assume a obrigação de mandar celebrar missas; 1. Argumentos:
– acompanha os confrades defuntos com orações e missas; – a inexistência de uma universidade no país obriga a uma
– patrocina as peregrinações dos confrades mais pobres. viagem longa, cara e cheia de perigos;
2. Obras de solidariedade: – a falta de um estudo geral faz com que muitos desistam do
– instituir “uma albergaria onde se acolham os pobres”; “bom propósito” de se tornarem clérigos.
– distribuir alimentos e outras esmolas aos pobres, pelo
DOC. 14
menos no dia do Espírito Santo;
– enterrar os pobres defuntos; 1. Muito provavelmente, tratar-se-ia do estudante que, não
prestando atenção ao mestre e ao livro que tem na sua
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– ajudar a criar as crianças abandonadas (“os enjeitados”);


frente, se encontra virado para trás a falar com um colega.
– organizar e assistir aos funerais dos confrades falecidos;

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8. O autor do texto apresenta, como razões para a sua indig-

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Pág. 138 a 140
nação, vários atos que deterioram os livros:
Dossiê – o muco que pinga do nariz constipado do estudante;
Os livros na Idade Média – o sulco feito com a “unha gigante”;
1. Materiais: – a marcação das páginas com palhinhas que acabam por
– peles de cordeiro; apodrecer e estragar o livro;
– cal; – os perdigotos que resultam da conversa excessiva do es-
– “uma espécie de giz”; tudante;
– pedra-pomes; – a “grande soneca” tirada sobre o livro aberto;
– utensílios vários (raspadores, esticadores, pincéis, etc.) – as páginas dobradas.
2. As abadias, com a sua biblioteca e o seu scriptorium, 9. Aspetos que comprovam a importância conferida ao livro
foram, na Idade Média, importantes centros de cópia de li- na Idade Média:
vros; o clero era a mais instruída das três ordens sociais. – o material caro de que são feitos: o pergaminho (Doc. A1);
3. Serão consideradas corretas as respostas que, respei- – o trabalho demorado e a erudição que a sua cópia implica
tando a sensibilidade do aluno, venham ao encontro da (Doc. A2);
questão formulada. – o primor e a minúcia com que os livros eram iluminados e
4. Afirmações: que os transformava, muitas vezes, em obras de arte (Doc. B);
– “um contrato minucioso determinava o trabalho a realizar”; – a importância social dos comanditários: o duque e a du-
– “dispõe também de preciosos cadernos de modelos que quesa da Borgonha (Docs. A e D), o Papa (Doc. B), o imperador
se transmitem entre os iluminadores”; do Sacro Império (Doc. C);
– “[O livro] pode ser objeto de um verdadeiro programa ico- – a importância dada ao furto de um livro, objeto precioso
nográfico”. que a intervenção divina faz devolver aos seus proprietários
5. Áreas passíveis de receberem iluminação: (Doc. C);
– as margens; – os cuidados em evitar furtos, evidenciados na corrente de
– a zona central – neste caso com uma iluminura historiada; ferro que prende o livro reproduzido na imagem do Doc. C;
– as letras capitais. – a valorização do ato de ler, expressa tanto na figura do
6. Aspetos: santo leitor como na de Maria da Borgonha (Doc. D1);
– o texto lamenta a perda (roubo) de um livro e atribuiu a sua – a condenação veemente da falta de cuidado na utilização
recuperação a um milagre; dos livros (Doc. D2).
– o livro em causa encontrava-se “escrito em letras de ouro”;
– o livro pertencera a um imperador dos Sacro Império (Luís, Pág. 141
o Piedoso);
DOC. 15
– a mãe de futuro Leão IX, mal se apercebeu do roubo, res-
1. Divertimentos:
tituiu o livro aos seus legítimos proprietários, com um pedido
de desculpas; – música: “Em seguida levantaram-se os jograis […]. Então
teríeis ouvido vibrar as cordas dos instrumentos”;
– os livros encontravam-se, por vezes, presos por fortes
correntes de ferro, a fim de evitar os roubos. – narrativas de feitos ilustres: “Aqueles que quiseram ouvir
narrativas de reis, de marqueses ou de condes, puderam es-
7. Imagem 1:
cutar quantas quiseram […]. Cada um disse o que tinha de
– a imagem retrata uma “personagem santa” (veja-se a au-
melhor”;
réola), o que valoriza o ato de ler;
– justas entre cavaleiros: “mandai arrear os cavalos e todos
– o santo recorre a óculos para poder ler, o que mostra o
iremos justar”;
seu empenho na leitura.
– danças: “enquanto esperamos, quero que, sem tardar, a
Imagem 2:
rainha comece uma dança”; “Jamais […] se organizou tão es-
– Maria de Borgonha parece ler com atenção o livro que
plêndido baile”.
segura nas mãos;
– o cachorrinho que tem no colo e a serenidade do sem-
Pág. 142 e 143
blante da duquesa sugerem que a leitura decorre no con-
forto do lar e faz parte do quotidiano; DOC. 16

– o livro é posto em evidência junto a objetos preciosos, 1. As honras da cavalaria são exclusivas da nobreza.
como as jóias, que se encontram e cima da mesa, e cuidado-
samente manuseado.

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2. Qualidades: 3. Aspetos:
– a devoção a Cristo (Doc. A); – os desportos cavaleirescos faziam parte integrante das
– a origem nobre, considerada então superior a todas as ou- festas das cortes régias e senhoriais;
tras em excelência (Doc. B); – as damas participavam nos torneios como mentoras dos
– a destreza na arte de cavalgar e no manejo das armas cavaleiros, que combatiam “pela sua dama”;
(Doc. C); – as damas participavam também como “juízes de campo”
– o amor e a lealdade à sua dama (Doc. C); das liças, cabendo-lhes a escolha dos melhores cavaleiros e
– a honra e a coragem (Doc. C). a entrega dos prémios.

DOC. 17 DOC. 21

1. A um senhor nobre, cavaleiro, a quem o jovem deve servir 1. Qualidades:


na qualidade de escudeiro. – beleza;
2. Desportos que desenvolvam as qualidades e a destreza – honra;
de um bom cavaleiro, como a equitação, a esgrima, a caça, a – virtude;
participação em torneios, por exemplo. – bem falar;
– alegria
Págs. 144 e 145 – lealdade.
DOC. 18
Págs. 148 e 149
1. Elementos:
– ritos religiosos: confissão, jejum purificador, vigília, oração Analisar… um filme histórico
– para purificação da alma (Doc. A);
Coração de Cavaleiro
– banho ritual, simbolizando a purificação do corpo (Doc. B);
1. a) os últimos séculos da Idade Média.
– imposição das insígnias da cavalaria por outro cavaleiro,
2. William mostra destrezas e qualidades que se enquadram
segundo ritual próprio (Docs. A e B);
no código de cavalaria, tais como:
– desfiles, justas, torneios, “e as demais coisas correspon-
– maneja bem a espada e domina a arte de cavalgar, bem
dentes ao festim da cavalaria” (Docs. A, B e C).
como o desporto favorito dos cavaleiros – os torneios e as
DOC. 19
justas;
– compete com lealdade e generosidade;
1. Razões:
– mostra honra, ao recusar fugir para se salvar;
– o xadrez é um jogo de estratégia guerreira e, por isso, está
– é corajoso e resiliente, competindo até ao limite das suas
de acordo com a função da nobreza – combater;
forças;
– a Idade Média valoriza as divisões sociais e os atributos
– ama e honra a sua dama.
devidos pelo estatuto de cada um, que o xadrez contempla:
“Os homens estão ordenados por categorias […] de acordo 3. A dignidade da cavalaria estava reservada, apenas, aos
com regras e restrições bem claras”. nobres. Um simples homem do povo nunca poderia ser ar-
mado cavaleiro.
Págs. 146 e 147 4. c) eram uma espécie de competição desportiva, em que
os cavaleiros mostravam a sua destreza na equitação e no
DOC. 20
manejo das armas.
1. Aspetos: 5.
– delicadeza; Nota: Partindo do pressuposto de que a Wikipedia será a
– moderação; fonte mais consultada, elencam-se alguns dados recolhidos
– justiça; neste site.
– defesa das damas; Geoffrey Chaucer (1343-1400):
– elegância; – nasceu numa família abastada da burguesia, filho de John
– bom-humor; Chaucer e Agnes Copton;
– alegria; – casou, cerca de 1366, com uma dama da corte, Philippa
– generosidade. Roet, da qual teve vários filhos;
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2. O relevo representa uma cena de amor cortês, em que a – é por muitos considerado o maior poeta inglês da Idade
beleza da dama é muito relevante. Daí que se adapte perfei- Média, o “pai da literatura inglesa”. A sua obra mais conhe-
tamente à tampa de um espelho. cida, Os Contos de Canterbury, integram o conto “A Knigts
Tale”, que dá título ao filme;

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– foi também filósofo, astrónomo – autor de um Tratado do Pág. 150

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Astrolábio – para além de ter exercido cargos na corte e de-
DOC. 22
sempenhado diversas missões diplomáticas no estrangeiro;
1. Argumentos:
– participou na Guerra dos Cem Anos, tendo sido feito pri-
sioneiro no cerco de Reims. O rei Eduardo III pagou uma – aos feitos dos antepassados deviam os seus herdeiros
avultada soma pelo seu resgate; “um património, virtude, glória”, isto é, as vantagens que lhes
advinham da condição social que haviam herdado;
– nos últimos anos da sua vida, foi agraciado com uma pensão
real, sucessivamente renovada pelos monarcas ingleses; – os vivos enchiam-se de espírito de emulação, procurando
imitar os seus ilustres avós, na sua valentia e nas suas virtu-
– morreu de causas desconhecidas, provavelmente em 25 de
des;
outubro de 1400. Foi o primeiro escritor a ser sepultado no
Poets’ Corner, na Abadia de Westminster. – a memória destes antepassados ilustres mantinha-se viva
e presente no seio da família, sendo alvo de um verdadeiro
Eduardo, o Príncipe Negro (1330-1376):
culto.
– filho mais velho do rei Eduardo III de Inglaterra (1312-1377)
2. A preocupação de descrever a linhagem do defunto, enu-
e de Philippa de Hainault, foi o herdeiro do trono até à sua
merando os seus ascendentes.
morte;
3. Razões invocadas pelo conde D. Pedro:
– em 1361 casou com Joana de Kent. Foi pai do rei Ricardo II
de Inglaterra, que sucedeu diretamente a seu avô, Eduardo III; – agradar a Deus, fazendo uma obra louvável;
– foi armado cavaleiro por seu pai, em 1346. No seu tempo, – dar a conhecer e registar as linhagens dos nobres penin-
foi visto como um cavaleiro insigne, verdadeiro modelo das sulares;
virtudes de cavalaria; – estreitar a amizade entre os nobres fidalgos de Espanha,
– participou ativamente na Guerra dos Cem Anos, tanto no evidenciando o seu parentesco;
campo de batalha como no campo da diplomacia, nego- – mostrar aos reis o que devem, na gesta da Reconquista, a
ciando tratados com o rei de França; cada uma das famílias nobres, de modo que possam recom-
– em 1356, na Batalha de Poitiers, conseguiu uma impor- pensá-las;
tante vitória sobre os franceses, fazendo prisioneiro o rei de – evitar casamentos pecaminosos entre parentes próximos;
França João, o Bom ( 1319-1364), e seu filho, Filipe de Valois. – estabelecer a ligação entre os nobres e os mosteiros dos
Eduardo levou o rei francês cativo para Londres, sendo as quais são benfeitores (de forma a poderem usufruir dos di-
condições do seu resgate muito onerosas para o reino de reitos de padroado).
França (Tratado de Bretigny, 1360);
– o seu gosto por justas e torneios levou-o a organizar fes- Págs. 152 e 153
tas grandiosas, como a que ocorreu em Londres, em 1359; DOC. 23
– morreu de disenteria em setembro de 1376, sendo enter-
1. Paris-Avinhão-Toulouse – Holanda-Paris-Inglaterra-Paris-
rado com grande pompa na Catedral de Canterbury;
-Florença.
– não se conhece ao certo a origem do cognome “o Príncipe
2. Buonaccorso Pitti acompanha o rei de França, Carlos VI,
Negro”, que se tornou corrente no século XVI.
nas suas deslocações pelo país.
6. São características da cavalaria, patentes no excerto ana-
3. Qualidades:
lisado:
– ser eloquente;
– a limitação das honras da cavalaria à nobreza;
– dar bons conselhos;
– o perfeito domínio do combate a cavalo;
– ter boa aparência – andar bem vestido e com um “séquito
– o gosto por desportos violentos, como as justas e torneios;
bem alimentado e bem equipado”;
– o apreço pelo cavaleiro virtuoso, que mostra coragem, gene-
– cumprir bem a missão de que foi incumbido;
rosidade, lealdade, honrando a cavalaria com a sua atuação;
– não evidenciar vícios – são referidos os pecados da luxú-
– a educação e o refinamento na vivência cortesã, de que é
ria, avareza, ira e soberba.
exemplo a cena do baile;
– a ligação do cavaleiro ao ideal do amor cortês. DOC. 24

1. Perigos patentes no documento:


– sofrer um naufrágio (texto);
– ser roubado (imagem);
– ser vigarizado (imagem).

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Pág. 154 – é habitada por uma multidão “tão avassaladora como as


ondas do mar”.
DOC. 25
6. Tópicos de resposta:
1. As meninas projetam dançar “fremosas (en) cós” com os
– objetivos das viagens: visita dos lugares santos (Docs. A e D);
seus amigos. As mães vão a São Simão pagar as suas pro-
negócios (Doc. C); diplomacia (Docs. B e C); conhecimento do
messas.
mundo (Docs. C e D);
DOC. 26 – meios de transporte: cavalos e outras alimárias, como os
camelos das caravanas do Norte de África; barcos;
1. A peregrinação a Jerusalém, visto que aí se seguiam os
– aspetos que impressionaram os viajantes: os acidentes
passos do próprio Cristo. Em Roma, veneravam-se os após-
geográficos, como é o caso do território desértico da Penín-
tolos Pedro e Paulo.
sula do Sinai; os rigores do clima – as tempestades de areia do
Sinai e a neve espessa dos territórios mongóis (Docs. A e B); a
Pág. 156
forma como foram recebidos pelas autoridades locais (Docs. B e
DOC. 27 C); os portos e cidades magníficas que encontraram (Doc. D).

1. “Todos os povos estrangeiros provenientes de todos os – itinerários: estão documentadas no dossiê viagens da Ale-
climas do mundo para lá se precipitam em multidão”. manha e Ilhas Britânicas (Doc. A) à Palestina, de Itália ao Ex-
2. Motivos: tremo Oriente (Docs. B e C) e, no caso de Ibn Batuta, percursos
– as peregrinações a Santiago de Compostela fazem parte que incluem a viagem de Tânger à Península da Arábia, per-
da “memória coletiva” da Europa” correndo o seu interior e rumando ao Mar Cáspio; da costa
oriental de África à atual Tanzânia; a travessia do deserto do
– os peregrinos sentiam-se unidos pela mesma fé;
Sara de norte para sul, até Tombuctu; o percurso por terra e
– o objetivo comum de visitar o túmulo do Santo foi capaz
mar até à longínqua Pequim.
de superar as diferenças e os interesses que, na Idade
Média, separavam os europeus.

Págs. 157 e 158 Módulo 3 Unidade 1 (1.1.)

Dossiê Págs. 12 e 13
Grandes viagens DOC. 1
1. Trata-se de uma viagem de negócios que alia fins diplomá-
1. No início da Época Moderna, houve inovações técnicas ao
ticos (Doc. A), de uma viagem diplomática (Doc. B) e de uma
nível da náutica (ex.: bússola portátil, caravela portuguesa,
peregrinação à Terra Santa (Doc. C).
astrolábio náutico e balestilha…), da cartografia (ex.: mapa
2. O imperador interessou-se, sobretudo, pela forma de go-
com rosa dos ventos de 32 direções, mapa com escala de
verno e capacidade militar dos países do Ocidente, bem
latitudes, carta náutica de Jorge Reinel…), da artilharia
como pela religião cristã e o seu chefe supremo, o Papa.
(ex.: primeiras armas de fogo, canhões aplicados nas embar-
3. Dificuldades: cações, canhão de ferro fundido…) e da imprensa (ex.: aper-
– a travessia de um território montanhoso e desértico, com feiçoamento da imprensa com caracteres móveis, divulga-
tempestades de areia (Doc. A); ção do papel e da prensa de madeira…).
– os assaltantes, neste caso, os lituanos, que atacavam os 2. As inovações técnicas deram a hegemonia aos Europeus
viajantes que se aventuravam em terras russas (Doc. B); face a outros povos, na medida em que lhes permitiram o
– o desconhecimento do caminho (Doc. B); pioneirismo no arranque da expansão marítima, desafiando
– o transporte – veja-se a dificuldade em encontrar cavalos medos e perigos de um mundo desconhecido.
capazes de sobreviver com solo coberto por neve espessa
(Doc. B); DOC. 2

– as condições climatéricas: frio intenso e neve (Doc. B); 1. O Renascimento foi a “ressurreição das letras e das artes”,
– a doença, que acometeu Giovanni del Carpine (Doc. B). na Europa dos séculos XV e XVI, “graças ao reencontro com
4. Peregrinar a Meca e a Medina, cidades santas da religião a Antiguidade”. Esta serviu de inspiração à renovação cultu-
muçulmana. ral, sem perder por completo as heranças artísticas dos tem-
pos medievais – “[…] as criações simultaneamente sólidas e
5. O autor considera o Cairo a “mãe das cidades”, visto que:
misteriosas da arte românica e aqueloutras, mais esbeltas e
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– é insuperável em quantidade de edifícios;


dinâmicas, da arte gótica.” Por outro lado, o Renascimento
– não tem par em beleza e esplendor;
significou também uma “promoção do Ocidente” face a ou-
– é paragem obrigatória dos viajantes – “ponto de encontro tras civilizações como a árabe ou a chinesa, como revela o
dos que chegam e dos que partem”; último parágrafo do documento 2.

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sendo mais fácil alterá-lo ou corrigi-lo sem necessidade de

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DOC. 3

1. A Itália foi o berço do Renascimento devido a uma conju- compor toda a página; invenção do prelo ou prensa de im-
gação de fatores: pressão; criação de uma tinta mais espessa.

– a herança da civilização clássica, presente nas ruínas dos 3. A imprensa permitiu aumentar a rapidez na produção de
monumentos; livros nas oficinas tipográficas (Doc. B), comparativamente à
sua reprodução manuscrita. Por consequência, aumentou a
– a rivalidade política entre os diferentes Estados, que que-
quantidade de livros impressos, como mostra o gráfico do
riam superar-se artística e culturalmente;
Doc. E, em que o seu número mais do que quadruplicou
– a prosperidade económica, proporcionada pelo desenvol-
entre os séculos XVI e XVIII.
vimento comercial de certas cidades italianas, como Génova
4. Mainz e Estrasburgo.
e Veneza;
5. (Escolher duas). Europa do Norte (Flandres), Central (Im-
– a necessidade de promoção das famílias detentoras do
pério Alemão) e Itália.
poder político, administrativo e económico;
6. Os livros impressos eram de carácter religioso, como a
– a vinda de sábios bizantinos para Itália, grandes conhece-
Bíblia (Doc. D), e de carácter científico, artístico e cultural –
dores da cultura clássica.
“Agora chega à luz do dia tudo o que escreveram Gregos e
Latinos.” (Doc. F).
Pág. 14
7. Tópicos de resposta:
DOC. 4 – invenção dos caracteres móveis, que aceleraram a repro-
1. O Renascimento italiano expandiu-se para os Países Bai- dução de livros (Docs. A e B);
xos, o Império Germânico, a França, a Inglaterra. Chegou – criação das oficinas tipográficas, por toda a Europa, sobre-
também à Península Ibérica e ao Leste da Europa (Hungria e tudo no Norte e no Centro, onde se aplicaram e desenvolve-
Polónia). ram novas técnicas de produção de livros (Docs. B e C);
2. Países Baixos: – aumento da capacidade de produção das oficinas tipográ-
– aperfeiçoamento técnico da pintura; ficas ao longo do século XV (Doc. C);
– humanismo cristão. – aumento do número de livros impressos e em circulação,
Império alemão: contribuindo para o dinamismo cultural da Europa (Docs. E, D e F);
– desenvolvimento de saberes científicos e técnicos, como – maior facilidade no acesso aos livros e à constituição de
a Matemática e a Cartografia. bibliotecas, pela redução do custo de produção do livro e,
França: consequentemente, do seu preço final (Doc. F).
– desenvolvimento do Humanismo e da arquitetura.
Inglaterra:
– desenvolvimento do Humanismo. Módulo 3 Unidade 1 (1.2.)
DOC. 5
Págs. 18 e 19
1.
DOC. 6
– A posição central e dianteira assumida pelos dois embai-
xadores; 1. Lisboa assumiu-se como uma metrópole comercial, de
onde partiam e aonde chegavam produtos comerciais de
– a valorização do conhecimento, da ciência e das artes, re-
várias partes do mundo, como mostra a gravura, com desta-
presentada nos objetos em cima da mesa (globo terrestre,
que para a criação de uma Alfândega Nova. Por conse-
livros abertos, instrumentos matemáticos e musicais…).
guinte, Lisboa transformara-se numa cidade cosmopolita, no
2. O pintor quer transmitir a mensagem da finitude da vida
ponto de encontro de várias nacionalidades e na placa gira-
terrena.
tória de ligação entre a Europa e os outros continentes
(África, Ásia e América).
Págs. 16 e 17
2. O rei que beneficiou do cosmopolitismo e riquezas que
Dossiê chegavam a Lisboa foi D. Manuel I.

A imprensa, símbolo de uma nova “idade de ouro” DOC. 7


1. Ao alemão Gutenberg deve-se a invenção dos caracteres
1. A atividade económica dominante era o comércio.
móveis a serem usados na imprensa.
2. Burgueses, gente do povo e escravos. As minorias étni-
2. Progressos técnicos relacionados com a imprensa: produ-
cas, como os escravos africanos, faziam os trabalhos mais
ção de caracteres metálicos em cobre de espessura mais
pesados, como o transporte de mercadorias, carregando-as
fina, que permite a sua reprodução de forma mais rápida;
às costas.
possibilidade de composição do texto palavra a palavra,

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3. Terreiro do Paço – nova praça da cidade, de maior área Módulo 3 Unidade 2 (2.1.)
que a anterior;
Paço da Ribeira – palácio real; Págs. 24 e 25
Arsenal– depósito de armamento;
DOC. 1
Casa da Guiné – instituição de organização da navegação e
comércio dos produtos trazidos pelos portugueses de 1. Início da Expansão portuguesa
África; – Conquista de Ceuta (1415)
Casa da Índia – instituição de organização da navegação e Início da exploração da costa ocidental africana
comércio no Império Português do Oriente. – Dobragem do Cabo Bojador (1434)
Tráfico de ouro na Mina
DOC. 8
– Fortificação da feitoria de S. Jorge da Mina (1482)
1. A descoberta da América teve um impacto muito positivo Partilha de terras e mares entre Portugal e Castela/Espanha
para a Espanha e para a cidade de Sevilha, em particular, – Tratado de Alcáçovas-Toledo (1479-80)
pela chegada crescente, ao longo do século XVI, de tonela-
– Tratado de Tordesilhas (1494)
das de ouro e prata. Sevilha tornou-se na cidade que contro-
Colonização dos arquipélagos atlânticos e do Brasil
lava os negócios ultramarinos espanhóis.
– (Re)descoberta do arquipélago da Madeira (1418-19)
2. A abundância de metais preciosos atraía à cidade de Se-
– (Re)descobertadas ilhas orientais dos Açores (1427)
vilha mercadores de várias partes da Europa, que inevitavel-
mente disseminavam as novidades científicas, técnicas e – Expedição ao Cabo Verde e Senegal (1445)
culturais dos principais centros do Renascimento europeu. – Descoberta das ilhas de Fernão do Pó, São Tomé, Príncipe
e Ano Bom (1471)
Pág. 20 – Descoberta oficial do Brasil por Pedro Álvares Cabral
(1500)
Analisar… um gráfico Chegada à Índia
1. c) a evolução dos navios vindos do Oriente no século XVI. – Vasco da Gama chega à Índia (1498)
2. Ao longo do século XVI, registaram-se percentagens ele-
vadas de navios portugueses que não regressavam do DOC. 2

Oriente. Contudo, a situação foi regredindo até à década de 1. Marítimo ou naval, porque a articulação entre as diversas
1570 para, depois, aumentarem a pique, sobretudo a partir regiões do Império se fazia por navios OU armadas que per-
de 1580. Esta situação atesta a crise do comércio português corriam as rotas intercontinentais através dos oceanos
com o Oriente, na medida em que a perda de navios, tripula- Atlântico, Índico e Pacífico.
ções e cargas significava a perda de avultados investimen- Global, porque o Império se dispersava por todos os conti-
tos. nentes.
3. Tópicos de resposta:
DOC. 3
– União Ibérica, em que o Império Português passa a ser
administrado pela coroa espanhola, descurando-se a defesa 1. Motivos económicos – realização de trocas comerciais
do Império Português do Oriente; com comunidades cristãs.

– a sobrecarga das embarcações; Motivos religiosos – expandir o cristianismo, convertendo os


que se “quisessem salvar”.
– a deficiente formação dos pilotos;
2. “O poderio dos Mouros daquela terra de África era muito
– os ataques de povos concorrentes, que também queriam
maior do que se pensava e todo o sisudo […] é constrangido
entrar neste lucrativo tráfego comercial, e que eram inimigos
a querer saber o poder do seu inimigo” OU “[…] queria saber
da coroa espanhola.
se se achariam em aquelas partes alguns príncipes cristãos
4. a) as mercadorias que compunham as cargas da Carreira
que o quisessem ajudar contra aqueles inimigos da fé.”
da Índia.
5. Têxteis.
Págs. 26 e 27
6. 1588 a 1590.
DOC. 4
7. A enorme subida da percentagem de navios portugueses
Carreira da Índia que não regressaram a Lisboa corresponde 1. Um balanço altamente positivo, em virtude dos “grandes
ao intervalo temporal de 1590 a 1600, segundo o gráfico 1. proventos” obtidos com a exploração económica de trigo,
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Nesse mesmo período, segundo o gráfico 2, há uma dimi- açúcar, vinho e madeira, entre outras produções.
nuição do valor das cargas comparativamente a anos ante-
riores, destacando-se o ano de 1594 como aquele em que o
valor da carga foi o menor de todos.

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– necessitavam de mão de obra abundante e lucrativa, es-

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DOC. 5

1. Uma feitoria é um posto comercial, fortificado ou não, onde pecialmente nas plantações e minas americanas;
se traficam mercadorias entre os naturais da região e os mer- – contactavam com regiões africanas onde já se praticava o
cadores que aí se deslocavam. Na feitoria da Mina, os Portu- tráfico esclavagista.
gueses adquiriam ouro e, “duzentas léguas além”, escravos, 2.
em troca de tecidos, objectos de latão, corais e conchas. – Através de assaltos às povoações e do rapto de africanos
2. Porque era um comércio muito lucrativo que o monarca – eram as “razias”;
reservava para si, cabendo-lhe autorizar ou não a participa- – através do comércio organizado, com intermediários mu-
ção de particulares. çulmanos ou diretamente com os reinos negros.
3. Trata-se de uma reação ambígua, pois o cronista tanto la-
DOC. 6
menta as manifestações de dor e sofrimento dos escravos
1. desembarcados, como se congratula com a perspetiva da
– Conhecer a geografia da costa ocidental africana (viagens sua conversão ao cristianismo e de salvação das respetivas
de Diogo Cão e Bartolomeu Dias); almas.
– averiguar a possibilidade de ligação entre os oceanos
Atlântico e Índico (viagens de Diogo Cão e Bartolomeu Dias); Págs. 32 e 33
– encontrar uma rota marítima que permitisse chegar direta- DOCS. 15, 16 e 17
mente à Índia (viagens de Diogo Cão e Bartolomeu Dias);
1.
– obter informações que permitissem aos Portugueses parti-
– Navegação no Atlântico (“grande mar Oceano”), afas-
cipar do tráfico das especiarias orientais (viagem de Pero da
tando-se da linha de costa e enfrentando ventos e correntes
Covilhã).
contrários;
– descoberta de ilhas (arquipélagos atlânticos) e terras ao
Págs. 28 e 29
longo das costas ocidental e oriental africana;
DOCS. 7, 8, 9 e 10 – circum-navegação da África;
1. Os comerciantes muçulmanos e venezianos, pois tinham – chegada à Índia;
uma rede comercial organizada que lhes permitia grandes – contacto com outros povos;
lucros com a exportação das especiarias orientais para a Eu- – descoberta de novos astros.
ropa. Os Portugueses apresentavam-se como perigosos 2.
concorrentes, uma vez que a Rota do Cabo lhes permitia
– Cartas – portulano e cartas de marear;
fazer chegar as especiarias diretamente e com menores
– bússola;
custos à Europa.
– caravelas e naus.
2. – Vigilância dos mares orientais pelas armadas portugue-
sas, dotadas de artilharia; DOC. 17
– cobrança de grandes impostos OU tributos aos comer-
1. Porque possuía velas triangulares que permitiam navegar
ciantes que não fossem portugueses;
com ventos contrários (bolinar).
– permissão de navegação aos mouros OU muçulmanos a
2. Porque, sendo de maior porte e mais resistentes, aguen-
troco de pesadas licenças (política dos cartazes);
tavam grandes viagens e grandes cargas. Além disso, esta-
– instalação de feitorias;
vam apetrechadas de artilharia, o que permitia enfrentar as
– controlo dos soberanos locais OU hindus. hostilidades no Oriente.

DOC. 11
Págs. 34 e 35
1. O “espaço comercial articulado em rede” deve-se ao facto
DOCS. 18 a 21
de as diversas zonas/partes do Império português se conec-
tarem através do comércio, permitindo as produções de 1.
umas zonas a compra de produções de outras. Existia, – Consiste na orientação dos marinheiros, em pleno alto-
assim, uma ligação OU dependência permanente. -mar ou não, a partir da observação da altura dos astros e do
cálculo da latitude.
Págs. 30 e 31 – Instrumentos e processos que permitiram a navegação as-
DOCS. 12, 13 e 14 tronómica: o quadrante, a balestilha e o astrolábio para a
medição da altura dos astros; as tábuas solares, de onde re-
1. Devido à expansão marítima europeia e à consequente
tiravam o valor da declinação solar e a somavam ou sub-
construção dos impérios coloniais que:
traíam à altura calculada, obtendo, assim, o valor da latitude.

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2. Dar informações sobre: 2. b) a Europa.


– localização de lugares em termos de rumos da bússola 3. d) às navegações dos Portugueses ao longo da costa afri-
OU pontos cardeais (“jaz… nordeste-sudoeste”) e de latitu- cana e dos Espanhóis para atingir a Índia por ocidente.
des (“está em 39 graus”); 4. a) – 3; b) – 5; c) – 2.
– distâncias em léguas entre os lugares (“há de rota 32 lé- 5. Tópicos de resposta:
guas e ¼ de légua”); [Continentes conhecidos] – na carta de Ptolomeu (Doc. 1)
– ventos (“tendes o vento sueste”); constam a Europa, a Ásia e a África, enquanto, na carta de
– acidentes geográficos (“até dobrardes o cabo de Santo M. Waldseemüller (Doc. 2), para além destes continentes, fi-
Agostinho”). gura a América recém-descoberta.
[Oceanos/mares conhecidos] – na carta de Ptolomeu (Doc. 1)
Págs. 36 e 37 constam o mar Mediterrâneo e os oceanos Atlântico e Ín-
dico, enquanto na carta de M. Waldseemüller (Doc. 2), para
DOCS. 22 a 24
além destes, figura também o oceano Pacífico que estabe-
1. Porque a representação da Terra pouco ou nada tinha a lece a ligação da América com a Ásia.
ver com a realidade, nas formas, nas dimensões ou na dis-
[Verosimilhança OU rigor na representação dos continentes
posição das terras e mares entre si.
e oceanos/mares] – na carta de Ptolomeu (Doc. 1), a Europa é
No planisfério T-O (Doc. 22), a Terra surge como um disco o continente representado com maior aproximação à reali-
plano, rodeado de oceano, com apenas três continentes dade; a África só possui alguma verosimilhança na parte
cujas formas nos parecem estranhas. Também o planisfério norte, sendo o resto do continente praticamente desconhe-
de zonas (Doc. 23) está completamente afastado da reali- cido e unido à Ásia; a Ásia apresenta ainda muitas incorre-
dade, nas formas e no pressuposto de que existiam zonas ções, sobretudo na sua parte oriental; o oceano Atlântico só é
inabitáveis. parcialmente conhecido; os oceanos Atlântico e Índico não
2. No mapa-múndi de H. Martellus (Doc. 24), a África está des- comunicam, sendo este último apresentado como um mar fe-
ligada da Ásia e os oceanos Atlântico e Índico comunicam chado; o oceano Pacífico é completamente desconhecido.
entre si. A possibilidade de circum-navegar a África pela Já na carta de M. Waldseemüller (Doc. 2), o rigor é muito
parte sul ficou comprovada com a dobragem do cabo das maior na África, que se apresenta com a sua real configura-
Tormentas/Boa Esperança, por Bartolomeu Dias, em 1488. ção, desligada da Ásia e circum-navegável; a representação
da Ásia revela alguns progressos, embora a parte oriental
DOCS. 25 a 28
continue ainda incorreta; o continente americano é uma no-
1. Escolher quatro: vidade e, apesar das incorreções, distinguem-se as partes
– representação da Terra com configuração próxima da rea- norte, insular e sul; o oceano Atlântico apresenta-se como o
lidade no que se refere à disposição dos continentes e grande mar que é e comunica com o Índico e o Pacífico, um
oceanos e às distâncias (Doc. 25); novo e grande oceano descoberto; por sua vez, o Índico e o
– representação de territórios do continente americano (Doc. 25); Pacífico também comunicam entre si.
– representação rigorosa do continente africano (Doc. 25); [Extensão do mundo conhecido] – na carta de Ptolomeu
– ilustração com belas iluminuras, que fornecem informa- (Doc. 1), o mundo conhecido (ecúmena) tem 1800 de longi-
ções sobre as regiões representadas (Doc. 27); tude, ocupando metade da superfície terrestre, enquanto na
– inserção de troncos de léguas e escalas de latitudes. carta de M. Waldseemüller (Doc. 2) tem 3600 de longitude e
2. “E as [as terras descobertas] deixam notadas e postas ocupa praticamente toda a superfície terrestre.
cada uma nos seus lugares.”
Págs. 40 e 41
Págs. 38 e 39 DOCS. 29 a 32

1.
Comparar… duas cartas geográficas
(séculos XV e XVI) – Demonstrou-se a esfericidade da Terra e a consequente
existência de antípodas no globo terrestre (“por toda a re-
1. 1 – Ásia.
dondeza dele acharam mares que se navegam e terras que
2 – Europa.
se habitam como estas nossas”);
3 – África.
– demonstrou-se que os movimentos das marés se devem
4 – Mar Mediterrâneo.
às fases da Lua.
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5 – Oceano Atlântico.
Estes novos conhecimentos geográficos ficaram a dever-se
6 – Oceano Índico. às viagens marítimas de portugueses e espanhóis.
7 – Oceano Pacífico.
8 – América OU América do Sul.

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2. O planisfério, com o traçado da viagem marítima de Fer- 4. Excertos (escolher dois):

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não de Magalhães (completada por Sebastião del Cano), – “Bartolomeu Dias, que o descobriu […] no ano de nosso
acaba por ser a confirmação da esfericidade da Terra na me- senhor de mil quatrocentos e oitenta e oito anos”;
dida em que, saindo de Espanha e deslocando-se sempre – “Aparta-se em ladeza do círculo da equinocial contra o
na mesma direção (ocidente) sem retroceder, regressou ao polo antártico trinta e quatro graus e trinta minutos, que
ponto de partida. fazem um meio grau“;
3. No contexto de ampliação dos conhecimentos botânicos – “no próprio sítio que Ptolomeu põe os ditos montes em
e zoológicos dos europeus, proporcionado pelas viagens de trinta e quatro graus e meio de ladeza da dita equinocial
exploração marítima. contra o polo antártico”;
– “A qual África terá em roda três mil e oitocentos e cin-
Págs. 42 e 43 quenta léguas e em longo […] são oitocentas e quarenta lé-
DOC. 33 guas e sua largura […] quinhentas léguas […]”.
5. Escolher duas inovações náuticas:
1. Porque era um conhecimento que resultava de observa-
ções diretas da realidade, neste caso da árvore da pimenta. – (obrigatória) navegação astronómica OU utilização do as-
Essas observações diretas haviam sido possibilitadas pelas trolábio, quadrante ou balestilha para determinar o cálculo
viagens de expansão marítima que colocaram os portugue- da latitude (“Aparta-se em ladeza do círculo da equinocial
ses em contacto com outras floras. contra o polo antártico trinta e quatro graus e trinta minutos,
que fazem um meio grau“);
DOC. 34 – navegação por rumo OU utilização da bússola para deter-
1.Cosmógrafos antigos: minar os pontos cardeias (rumos);
– Ptolomeu – havia terra a separar os oceanos Atlântico – utilização de roteiros e OU tábuas de declinação solar;
(“mar oceano ocidental”) e Índico, donde resultava este ser – navegação à bolina OU utilização da caravela para enfren-
“como uma alagoa” e, por conseguinte, “nenhuma nau podia tar ventos contrários;
passar” da Europa para a Ásia; – utilização de naus, navios de grande porte e resistentes;
– outros consideraram que a navegação da Europa à Ásia – utilização das mais variadas e aperfeiçoadas cartas geo-
nunca se poderia fazer, por o caminho ser demasiado longo gráficas.
e infestado de “sereias e outros grandes peixes e animais 6. Escolher três exemplos de observação e descrição da Na-
nocivos”; tureza:
– Pompónio Mela – as zonas equatoriais eram inabitáveis – constatação de que o Cabo da Boa Esperança é o termo da
devido à “grande quentura do Sol”. África e que a sua dobragem permitiria atingir a Índia por mar
(“esta costa e Ribeira do mar voltava dali em diante ao norte e
DOC. 35
ao nordeste […] onde esperava haver-se de descobrir a Índia”;
1. O avanço de Vesálio consistiu num melhor conhecimento “Neste promontório faz África fim da parte do mar oceano”);
do corpo humano, possibilitado pela dissecação de cadáve- – constatação de que a África está separada da Ásia na sua
res humanos. Anteriormente, os cadáveres dos animais é parte sul e não unida, como dizia a conceção geográfica de
que serviam de base aos conhecimentos anatómicos. Ptolomeu (“África […] aqui se divide de Ásia”);
2. Todos eles foram fiéis observadores da realidade, cons- – observação da altura dos astros para o cálculo da latitude
truindo as suas conclusões a partir do contacto direto e da (“Aparta-se em ladeza do círculo da equinocial contra o polo
experiência. Todos eles, também, exerceram o seu espírito antártico trinta e quatro graus e trinta minutos, que fazem
crítico, não deixando de endereçar críticas aos Antigos e Mo- um meio grau”);
dernos, por não terem vivenciado as realidades descritas. – descrição do relevo e do clima (“esta terra é muito alta e,
no seu inverno que é no mês de abril até ao fim de setem-
Págs. 44 e 45 bro, é muito fria e assaz tormentosa”);
– descrição antropológica OU de povos (“os negros desta
Analisar… um texto longo
região são gentios e é gente bestial e estes andam vestidos
“O Cabo da Boa Esperança – descrição de Duarte Pacheco
de peles e calçados de umas alpercatas de couro cru, e não
Pereira em inícios do século XVI”
são tão negros como os de […] outras partes da Guiné”);
1. b) no reinado de D. Manuel I com a viagem de Vasco da
– descrição de recursos económicos (“Aqui não há nenhum
Gama.
comércio, somente muito gado vacum e grandes cabras e
2. d) rejeitar a configuração da África na cartografia ptole- ovelhas e muita pescaria”);
maica.
– observação do curso do Sol em sentido oposto ao obser-
3. Experiencialismo. vado em Portugal (“o Sol andará pela parte do setentrião

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que se chama norte e sua sombra irá contra o polo antártico plantas tintureiras (A1, 2, 3); OU a circulação de produtos à
que é chamado de sul pelos marinheiros, o qual curso em escala mundial ou global (Doc. A1).
tudo é contrário ao do sítio de nossa habitação”); Trocas culturais – a evangelização cristã no Japão e na
– cálculo das medidas do continente africano (“A qual África América Latina, beneficiando o cristianismo, neste último
terá em roda três mil e oitocentos e cinquenta léguas e em continente, da integração de elementos indígenas; a adoção
longo […] são oitocentas e quarenta léguas e sua largura […] da língua portuguesa para a realização das trocas comer-
quinhentas léguas”); ciais e para a comunicação das leis e crenças religiosas
– descrição de plantas (“se acharam as ervas como neste (Docs. A3, 4, 5).
Reino de Portugal porque nele há muita hortelã e marcela e 2. A cristianização dos Astecas foi forçada, na medida em
outras muitas ervas”). que os Conquistadores espanhóis destruíram os seus tem-
plos e os seus ídolos, substituindo-os pelas imagens cristãs
da Virgem e dos santos, como relata F. Cortês (Doc. A5).
Módulo 3 Unidade 2 (2.2.) 3. A migração do alfaiate espanhol é uma migração voluntá-
ria, feita na mira de enriquecer (Doc. B1). Já o tráfico de escra-
Pág. 46 vos feito no quadro do Atlântico constitui um exemplo de
migração forçada, pois os negros africanos foram captura-
DOC. 36
dos, privados de liberdade e negociados como uma merca-
1. “[…] todo o fenómeno, celeste ou terrestre, artificial ou na- doria (Doc. B2).
tural, é, de futuro, descrito pelas equações matemáticas […]” 4. A empresa Függer ficou ligada à globalização dos sécu-
2. los XV-XVI porque:
– Efetuando sucessivas experiências, que suscitavam hipó- – explorava o comércio europeu e colonial;
teses e, depois, comprovavam ou não essas hipóteses – dinamizava as finanças internacionais, fazendo circular os
(“a experimentação coloca-se no centro da prática científica, capitais;
como inspiradora do raciocínio e, simultaneamente, como – abastecia as monarquias ibéricas dos bens de que neces-
comprovativo final da certeza desse raciocínio”); sitavam, fazia-lhes empréstimos e redistribuía os seus pro-
– Explicando os fenómenos físicos através de “equações dutos coloniais;
matemáticas” OU “demonstrações matemáticas”. – tinha filiais em várias cidades europeias e até na América,
assemelhando-se a uma multinacional.
DOCS. 38 e 39
5. Antuérpia deveu o seu papel de capital económica e fi-
1. O universo de Copérnico coloca os astros a girarem em nanceira da Europa ao facto de:
torno do Sol, que ocupa o lugar central nesse universo (he-
– ter uma localização geográfica mais central na Europa do
liocêntrico). Apenas a Lua gira em torno da Terra. Esta já não
que as periféricas Lisboa e Sevilha, permitindo-lhe atrair co-
é o centro do Universo, como Copérnico enunciou na sua
merciantes e banqueiros estrangeiros;
teoria (geocêntrica); nem está imóvel, como Ptolomeu igual-
– dispor dos bens e capitais de que as monarquias ibéricas
mente disse, pois apresenta um movimento de translação,
necessitavam, nomeadamente para trocar nos seus Impé-
em torno do Sol, e um movimento de rotação, em torno do
rios;
seu próprio eixo.
– ser o grande mercado de redistribuição do produtos colo-
2. Porque contrariava a Bíblia. A Terra, como lugar de resi-
niais trazidos por Portugueses e Espanhóis.
dência da humanidade, que foi feita à semelhança de Deus,
6. Técnicas da construção naval (de naus), da artilharia e da
deveria ser o centro do Universo.
navegação astronómica.

Págs. 48 a 50 A técnica que facilitou as trocas culturais é a imprensa.


7.
Dossiê
Globalização Séculos XV-XVI Atualidade
A globalização nos séculos XV-XVI
1. Trocas económicas – as efetuadas entre a Ásia e a Eu- Continentes Europa, Ásia, África, América Europa, Ásia, África, América,
abrangidos (toda a Terra conhecida) Oceânia
ropa, em que esta exportava metais (chumbo, cobre, prata,
ouro) e importava especiarias e outros artigos de luxo; OU Produtos que Pimenta e outras especiarias, Alimentos, vestuário, filmes,
entre a Europa e a África, sendo esta fornecedora de escra- circulam à escala metais preciosos, milho, músicas,computadores,
mundial (ex.) tomate, café, açúcar, tablets, smartphones
vos negros e importadora de trigo e armas, por exemplo; OU
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chocolate, escravos, livros


entre a América e a Europa, que exportava alimentos, armas
e artefactos e importava os metais preciosos, o açúcar (intro- (continua)
duzido pelos Europeus na América), o tabaco o milho e as

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(continuação)
– As personagens revelam gestos comedidos, delicados e

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Globalização Séculos XV-XVI Atualidade
harmoniosos.
Influências Os europeus impõem a sua Os EUA impõem os seus gostos 2. Toda a cena transpira alegria de viver porque é uma exal-
culturais religião, língua, costumes, leis e modo de vida tação da Beleza e do Amor, atributos da deusa Vénus: as
(eurocentrismo) (americanização do mundo)
personagens são jovens que passeiam nas margens de um
Língua O português e também o O inglês rio, conversando com delicadeza, exibindo alguns deles
internacional espanhol gestos amorosos, como abraços e beijos. Até os animais
fazem jus ao título do fresco (Triunfo de Vénus), aparecendo
Migrações Colonos europeus, Migrantes económicos,
predominantemente para a predominantemente para a
em pares (cisnes e coelhos).
América; escravos traficados Europa e América do Norte;
refugiados e deslocados DOC. 2

1. Escola de Minerva – sabedoria.


Agentes da Navegadores, mercadores, Firmas económicas e
globalização missionários, conquistadores/ financeiras, nacionais e Escola de Vénus – Beleza e Amor.
militares, banqueiros multinacionais
Escola de Cupido – Amor.
Técnicas de apoio Construção naval, artilharia, Novas tecnologias da 2. A Beleza e o Amor.
navegação astronómica, informação e da comunicação 3.
imprensa (NTIC)
– Contratação de “homens excelentes”, eruditos que domi-
Duas semelhanças (escolher duas): navam as línguas e literaturas grega e latina.
– há intensificação de comércio, de influências culturais e de – Contratação de artistas, nomeadamente pintores célebres.
movimentos migratórios nos dois períodos históricos;
DOCS. 3e4
– em ambos os períodos, os movimentos migratórios com-
portam tragédias humanas: ontem a escravatura, hoje o 1.
drama dos refugiados; – Capacidade de manejar as armas.
– as firmas capitalistas dinamizam a globalização nos dois – Coragem, força, lealdade, humanidade e modéstia.
períodos históricos; – Boa voz e boa dicção.
– o apoio da tecnologia revela-se fundamental. – Gestos elegantes.
Duas diferenças (escolher duas): – Rosto gracioso.
– na atualidade, a globalização chega a todos os continen- – Cultura acima da média.
tes, mesmo às zonas mais remotas, enquanto, nos sécu- – Capacidade de manter uma conversa sobre assuntos não
los XV-XVI, os contactos da Europa com os outros continen- apenas sérios, mas também divertidos.
tes limitavam-se praticamente aos litorais; 2. As regras de saber estar e de bom comportamento em
– nos séculos XV-XVI, a Europa liderava a globalização, en- sociedade (civilidade) assim o exigiam. Em sociedade, era
quanto, na atualidade, os EUA se impõem e a China é uma preciso sobressair pela delicadeza das maneiras.
poderosa concorrente económica;
– havia, nos séculos XV-XVI, um monopólio ibérico de circu- Págs. 56 e 57
lação nas terras e mares descobertos, ditado pelo Tratado
DOC. 5
de Tordesilhas, enquanto, na atualidade, a circulação é livre
e reina a livre concorrência económica; 1.
– a primazia das línguas ibéricas nos contactos internacio- – No acolhimento e proteção a artistas, como foi o caso de
nais foi substituída pela hegemonia da língua inglesa; Leonardo da Vinci.
– a imposição traumática da presença europeia, verificada – Na fundação do Colégio de França, destinado a ministrar
nos séculos XV-XVI, deu lugar à tolerância e à multiculturali- estudos literários e científicos de qualidade aos jovens, para
dade na atualidade. se formarem elites especializadas em Teologia e Direito.

DOC. 6

Módulo 3 Unidade 3 (3.1.) 1.


– A imagem revela a atenção com que Lourenço, o Magní-
Págs. 54 e 55 fico, aprecia a obra esculpida por Miguel Ângelo, sinal de
que apreciava as suas qualidades de escultor e o admitia no
DOC. 1
círculo de intelectuais e artistas que protegia.
1. – O texto de Vasari acentua o génio e o talento de Miguel
– A indumentária OU as vestes e os adereços das persona- Ângelo como algo de invulgar, na medida em que atingiu,
gens revelam requinte e bom gosto. em simultâneo, a perfeição na arte do desenho, da pintura,
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da escultura e da projeção de edifícios. Essa genialidade, Págs. 60 e 61


que foi reconhecida em vida, é apresentada como sendo
DOC. 13
tanto o resultado do empenho e estudo do artista, que “pra-
ticou abundantes dissecações anatómicas”, como fruto da 1. Tal como a Eneida, que louva o herói Eneias, também
inspiração de Deus, pelo que Miguel Ângelo se assemelha Os Lusíadas possuem um herói, neste caso coletivo, que
um ser quase divino. são os Portugueses, o “peito ilustre lusitano”.
Tal como a Eneida invoca o papel dos deuses e nomeada-
DOC. 7 mente da deusa Juno no destino do seu herói, também
1. O prestígio da corte manuelina ficou, segundo Camilo Pór- Os Lusíadas contêm referências mitológicas aos deuses
cio, a dever-se à capacidade militar e naval do rei D. Manuel Neptuno, Marte e às Musas.
que dominou os mares, construiu um grande Império e deu
DOCS. 13B, 14, 15 e 16
luta aos inimigos da fé cristã.
O brilho cultural da corte manifestou-se na proteção a artis- 1. Consiste na afirmação da superioridade dos séculos XV e
tas estrangeiros, como o escultor Nicolau Chanterenne, e a XVI, que se mostraram capazes de descobrir o mundo, numa
escritores portugueses, como Gil Vicente. alusão às Descobertas marítimas do período, e de efetuar gran-
des proezas tecnológicas como a navegação no mar alto, a in-
venção da imprensa e da artilharia. Esta capacidade dos Moder-
nos superiorizou-os relativamente aos povos da Antiguidade.
Módulo 3 Unidade 3 (3.2.)
Outra manifestação da superioridade dos tempos renascen-
tistas é vista no restauro das antigas línguas, numa alusão à
Págs. 58 e 59
recuperação da cultura greco-latina pelos humanistas, o que
DOC. 8 os superiorizou relativamente à época medieval.
1. Segundo Pico della Mirandola, o Homem é dotado pelo 2. Luís de Camões evidencia bem a consciência da moderni-
Criador de capacidade e de liberdade de escolha do seu dade, pois considera os feitos do povo português superio-
destino (livre-arbítrio). Colocado no centro do mundo por res aos dos heróis da Antiguidade, tais como Eneias, Alexan-
Deus, tanto pode, pela sua conduta, descer a patamares in- dre ou Trajano.
feriores, próprios das “bestas”, como elevar-se a um pata- J. Pelletier du Mans, por sua vez, elogia as línguas nacionais,
mar superior de perfeição divina. que têm as mesmas potencialidades das línguas grega e la-
2. “Esta liberdade do Homem pode captar-se tanto na men- tina OU das línguas dos Antigos.
sagem de Cristo, como na de Platão e de todas as criaturas 3. Os alvos de Erasmo são os cortesãos, os papas e demais
humanas feitas à imagem de Deus.” hierarquia religiosa. A sua crítica tem objetivos moralistas,
pois tanto se indigna com a futilidade e superficialidade dos
DOCS. 9 e 10 primeiros como com a corrupção, apego aos bens materiais
1. e violência dos restantes. Em última instância, Erasmo in-
– Convite a Manuel Chrisoloras, sábio bizantino, para ensi- digna-se porque pretende um mundo cujas elites sejam vir-
nar a língua grega e dar a conhecer as obras literárias e filo- tuosas, simples e dotadas de comportamentos exemplares.
sóficas gregas aos jovens de Florença.
DOCS. 17 e 18
– Entusiasmo revelado pelos alunos, como foi o caso de
Leonardo Bruni. 1. Pretendiam mostrar como deviam funcionar as socieda-
– Tradução e reedição sucessiva das obras de Virgílio. des humanas, na base da simplicidade, harmonia, tolerância
e respeito pelo próximo. Simultaneamente, os humanistas
2. Homero – Poesia.
endereçavam críticas às sociedades do seu tempo, por
Platão – Filosofia.
aqueles princípios delas andarem afastados.
Demóstenes– Oratória.
Virgílio – Poesia. Págs. 62 e 63
Cícero – Filosofia; Oratória; Direito.
Dossiê
DOCS. 11 e 12
Os ideais educativos no Renascimento
1. Porque nutria uma paixão pelos autores clássicos, que 1. A gravura revela que só o Homem estudioso é virtuoso e
possuía na sua biblioteca e lia, procurando absorver os seus racional, logo o antropocentrismo apenas se concretiza com
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valores. seres que rejeitaram os vícios e se dedicaram ao estudo.


2. A imagem revela o apreço dos humanistas pelos estudos Apenas esse Homem estudioso merece estar “no centro do
literários, nomeadamente a leitura e comentário das obras Universo”, enquanto ser perfeito que soube construir o seu
dos autores greco-latinos. destino. Se dedicado ao estudo, o Homem torna-se virtuoso,

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perfeito, fazendo sobressair a sua racionalidade. Já quando 3. Tópicos de resposta (escolher dois, um deles, pelo menos,

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entregue a vícios, como a luxúria, a gula ou a preguiça, equi- articulado com o Doc. 2):
para-se, respetivamente, ao animal, à planta ou à pedra. – Paixão pelos estudos clássicos OU pelas línguas, autores
Deste modo se expressa a liberdade do ser humano, tão (caso do filósofo grego Aristóteles, invocado no Doc. 2) e
cara ao antropocentrismo. obras literárias dos Gregos e Romanos, mostrando a valori-
2. Escolher duas: zação da Antiguidade Clássica e a vontade de fazer renas-
– crítica aos professores de Gramática dos primeiros anos cer a sua cultura.
de escolaridade, pelo ambiente sórdido em que trabalham, – Preocupações moralistas com a conduta humana benevo-
semelhante a uma “câmara de tortura” ou a uma condena- lente e virtuosa (Doc. 2) OU preocupação com a formação
ção às galeras; moral e cristã do ser humano (Doc. 2) OU harmonização do
– crítica aos métodos de ensino desses gramáticos, que as- legado cultural greco-romano com os valores morais do cris-
sentavam no medo, na intimidação e nos castigos físicos ao tianismo (Doc. 2).
usarem “a régua, a vergasta e o chicote”; – Necessidade de leitura das Sagradas Escrituras OU das
– crítica aos conteúdos ensinados pelos gramáticos, consi- fontes originais do cristianismo (Doc. 2) para absorver os seus
derados “meras extravagâncias”. valores morais.
3. Valorização dos clássicos, sem a eles se confinar: estudo – Valorização da sabedoria (Doc. 2).
das línguas grega e latina e de áreas do saber desenvolvi- – Valorização da excelência do ser humano, baseada no es-
das pelos Antigos, tais como o Direito, a Filosofia, a Poesia, a tudo e na prática das virtudes cristãs (Doc. 2), o que reflete a
Retórica, a Gramática, complementado pelo conhecimento mentalidade antropocêntrica do Renascimento.
geográfico, geológico, botânico e zoológico, pelo estudo – Procura entusiasta de manuscritos greco-romanos, mos-
das Sagradas Escrituras, da língua hebraica, da matemática, trando a valorização da Antiguidade Clássica e a vontade de
da astronomia e da música (Docs. C1 e D). fazer renascer a sua cultura.
Desenvolvimento do espírito crítico: fomentado por profes- – Expansão do saber através da impressão de cópias (tradu-
sores que não consideravam os clássicos como autoridades zidas ou não) das obras clássicas, de obras que as imitavam,
absolutas e indiscutíveis nas várias matérias e que valoriza- do ensino e da criação de bibliotecas.
vam o poder de descoberta e de construção do saber pelos – Valorização da excelência do ser humano, baseada no es-
próprios alunos (Doc. C2). tudo e na prática das virtudes cristãs (Doc. 2), o que reflete a
4. Tópicos de resposta: mentalidade antropocêntrica do Renascimento.
– as disciplinas ensinadas – o valor dado aos clássicos e a – Consciência da modernidade patente no orgulho pela ex-
outras áreas do saber, nomeadamente aos estudos da Natu- pansão cultural verificada no tempo do Renascimento.
reza; os conhecimentos das Sagradas Escrituras; 4. Tópicos de resposta:
– a importância dos “studia humanitatis” na formação do ser [Bondade de carácter OU atitude perante os súbditos] –
humano; Maquiavel (Doc. 1) aconselha o Príncipe a “aprender a não ser
– a importância do espírito crítico e do exercício da Razão, bom”, devendo antes ser cruel, pois viver “como homem de
que os professores deviam de incutir nos alunos; bem” entre os “que não são bons” é o caminho para a perdi-
– o papel dos colégios-internato e do seu currículo humanista. ção; Erasmo (Doc. 2), pelo contrário, aconselha o Príncipe a
ser “benevolente”, baseando-se em Aristóteles para quem a
Págs. 64 e 65 mais alta sabedoria resulta da benevolência.
[Como se impor OU governar OU estratégias de afirma-
Comparar… dois documentos escritos ção] – Maquiavel (Doc. 1) aconselha o Príncipe a servir-se da
distinguindo aspetos em oposição astúcia da raposa “para conhecer as armadilhas” e da força
As qualidades de um Príncipe, segundo Maquiavel (1513) do leão “para meter medo aos lobos”; Erasmo (Doc. 2), pelo
As qualidades de um Príncipe, segundo Erasmo (1516) contrário, contesta “o medo, o engano e a astúcia malfa-
1. d) pela abertura europeia ao Mundo e pelo renascimento zeja”, que são as armas do tirano, defendendo que os sobe-
da cultura greco-latina e da mentalidade antropocêntrica. ranos devem apenas recorrer à “sabedoria, integridade e
2. Excerto: boa vontade” e que não é pela força OU aniquilando os ini-
“Pode chamar-se boa à crueldade que se exerce somente migos que o Príncipe se impõe mas somente sendo “menos
uma vez, por necessidade de segurança” OU “o Príncipe corrupto, menos ganancioso, menos arrogante, menos iras-
que deseja manter a sua posição precisa […] de aprender a cível e menos impulsivo” do que eles.
não ser bom e a servir-se ou não dessa faculdade de acordo [Justificação de condutas/estratégias menos dignas] – Ma-
com a necessidade” OU “Será proveitoso […] fingir-se com- quiavel (Doc. 1) consente ao Príncipe a prática de condutas
passivo, fiel, humano, íntegro e religioso – e sê-lo, mas […], menos dignas, como o uso da crueldade, se a “segurança” e
se convier não o ser, saber e poder agir ao contrário”. o “benefício dos súbditos” o justificarem; Erasmo (Doc. 2)

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apenas concebe o Príncipe como modelo de virtudes OU 2. Porque:


qualidades de “sabedoria, magnanimidade, reserva e integri- – nela estão representados grandes sábios do mundo
dade”. greco-romano, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Heraclito,
[Valores políticos defendidos] – Maquiavel (Doc. 1) defende Diógenes, Epicuro, Pitágoras, Euclides, Ptolomeu, que se
o realismo e o pragmatismo em política, pois entende que o distinguiram na Filosofia, na Matemática, na Geografia e As-
mundo é habitado por “tantos outros que não são bons”. tronomia;
Erasmo defende o idealismo em política, aconselhando o – através daqueles sábios e do próprio título da obra louva-
Príncipe a comportar-se como um humanista, pela sua sabe- -se o contributo cultural da cidade de Atenas e da civilização
doria e virtudes cristãs. grega, que o mundo romano adotou e o Renascimento recu-
[Papel da religião] – segundo Maquiavel (Doc. 1), o Príncipe perou;
deve “fingir-se… religioso”, mas não o ser se tal lhe for conve- – o cenário arquitetónico, no qual os sábios se movem, ins-
niente; já Erasmo (Doc. 2) considera que o Príncipe deve sem- pira-se na Roma Antiga: as sucessivas arcadas redondas e o
pre seguir os ensinamentos de Cristo, pois “o que Cristo en- espaço abobadado fazem lembrar os edifícios das termas
sina se aplica ao príncipe mais do que a qualquer pessoa.” romanas.
3.

Módulo 3 Unidade 3 (3.3.)

Págs. 66 e 67
DOCS. 19 e 20

1. As personagens retiradas da mitologia grega: a deusa


Atena e um centauro.
2.
– No gosto pelo estudo da Antiguidade.
– Na coleção de manuscritos e obras de arte greco-roma-
nas, nomeadamente peças escultóricas.
– No apoio à publicação de obras literárias da Antiguidade.
Linhas de fuga convergindo
DOCS. 21 e 22 para o ponto de fuga

1. A Natureza é, para Vasari, a verdadeira inspiradora da


arte, na medida em que lhe fornece os assuntos e lhe serve
Págs. 70 e 71
de “modelo”.
27
2. As construções manuelinas, como é o caso do Mosteiro DOC.

dos Jerónimos, refletem a síntese que foi a arte do Renasci- 1. A perspetiva linear confere profundidade ou terceira di-
mento, ao associarem elementos decorativos clássicos a mensão através de linhas paralelas à base do quadro, para-
elementos estruturais da arquitetura tradicional, como as lelas à sua altura e convergentes para o ponto de fuga, no
abóbadas com liernes e terciarões. horizonte. Já a perspetiva aérea confere a sensação de pro-
fundidade e distância através do sfumato, que consiste no
Págs. 68 e 69 esbatimento dos contornos dos objetos mais longínquos,
envoltos numa luz vaporosa, azulada e sem nitidez.
DOCS. 23A, B
2. Em A Virgem, o Menino e Santa Ana, as três figuras, o
1. Na medida em que os seres representados, a Virgem e solo e a árvore são tratados com maior pormenor, nitidez e
Jesus Cristo, parecem seres humanos, em lugar de seres di- verosimilhança do que a paisagem rochosa do plano do
vinos e sobrenaturais. A Virgem é uma mulher que lê e fundo, cujo distanciamento é dado pela atmosfera nebulosa
Cristo parece um atleta musculado. Presta-se, assim, uma e azulada que a envolve.
homenagem ao ser humano ou à natureza humana como
inspiradores da arte. DOCS. 28, 29

DOCS. 24 a 26
1.
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– Na busca da simetria e de medidas proporcionais na re-


1. Porque sabia que eles eram apreciadores de arte e mece-
presentação do corpo humano.
nas, podendo vir a usufruir da sua proteção e da sua prefe-
– Na utilização de uma medida padrão que permite a pro-
rência na aquisição de obras.
porcionalidade das dimensões dos elementos figurativos.

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2. Está na metade esquerda (cena religiosa) para onde con- 3. Semelhança – O realismo popular está presente nas duas

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vergem várias linhas oblíquas, as chamadas linhas de fuga. obras, numa nas figuras dos pastores, na outra nos campo-
neses à mesa.
Págs. 72 e 73 Diferença – O tema religioso de uma obra e o tema profano
de outra.
DOCS. 30, 31
4. Exprimem o ideal antropocêntrico na medida em que:
1. A Natureza botânica, zoológica e geológica; a Natureza
– a figura humana detém o protagonismo ou a centralidade
que resulta da construção humana; a Natureza humana.
nas duas obras;
Os pintores são aconselhados a não repetirem as caracterís-
– o Doc. E é um autorretrato do pintor, que o assina, mos-
ticas dos vários tipos de Natureza, porque esta é variada em
trando orgulho na sua pessoa e na sua obra;
cada um desses tipos ou espécies.
– o Doc. F revela a abastança ou o sucesso da condição so-
2. Porque se inspirou na Natureza para os motivos das suas
cioeconómica do mercador.
obras.
5. Tópicos de resposta:
DOCS. 32 a 34 – temática – a pintura flamenga não integra referências à
1. mitologia, como a italiana o faz; esta, por sua vez, não dá a
mesma atenção às figuras do povo.
– As expressões fisionómicas refletem traço de personali-
dade, estados de alma, parecendo retratos. Ginebra de – pormenor descritivo – é maior na pintura flamenga do que
Benci revela melancolia, apreensão. O Doge exprime um es- na italiana, daí a referência de Miguel Ângelo aos “tecidos,
pírito decidido. Bindo Altoviti transmite serenidade. madeiras, erva verde dos campos, sombra das árvores, doa
ribeiros e das pontes”.
– Os cabelos e os pormenores do vestuário são verosímeis.
– colorido – as cores são mais intensas na pintura flamenga
– Em Ginebra de Benci verifica-se a inserção da Natureza
que na italiana.
botânica.
– simetria e proporção – na pintura italiana, o espaço é
DOC. 35 construído com maior rigor e simetria, o que leva Miguel Ân-
gelo a considerar a pintura flamenga sem “verdadeira har-
Classicismo – A representação do corpo humano despido é
monia” e” sem arte nem razão”.
uma influência da Antiguidade greco-romana. A persona-
gem despida será a deusa Vénus e a criança poderá repre- – naturalismo – é mais vincado na pintura flamenga, aproxi-
sentar Cupido. A cena poderá, também, exprimir uma alego- mando-se do realismo.
ria neoplatónica em voga no Renascimento, segundo a qual
a beleza terreal é um reflexo da beleza celeste. Pág. 77
Naturalismo – Está presente nos pormenores fisionómicos,
Analisar… uma obra de pintura
no rigor anatómico, nas vestes, na paisagem diversificada, no
Sandro Botticelli, A Adoração dos Magos, têmpera sobre
pormenor da banqueta/fonte aonde as figuras se encostam.
madeira, c. 1476, Museu dos Ofícios, Florença

Págs. 74 e 75 1. Mecenato.
2. c) que dinamizava a revolução artística do Quattroccento.
Dossiê 3. d) estudar as línguas e as letras da Antiguidade Clássica,
A pintura no Norte da Europa procurando harmonizar o antropocentrismo greco-romano
1. Escolher duas: com os valores morais do cristianismo.
– o naturalismo da expressão fisionómica realista dos pasto- 4. b) o estatuto de prestígio dos artistas, seres criadores que
res, à direita, e da figura de São José, à esquerda; se distinguiam dos artífices habilidosos.
– o naturalismo das vestes; 5. Fatores que fizeram da Itália o berço do Renascimento
– o naturalismo presente nos edifícios, nos animais da man- (escolher dois):
jedoura e na jarra, flores e espiga de trigo; – a existência de estados autónomos, chefiados por famílias
– a técnica da pintura a óleo; ricas, que rivalizavam entre si no sentido de tornarem as suas
cidades nas mais belas de Itália e, para o efeito, contratavam
– a construção perspetivada do espaço, fazendo convergir a
artistas, que protegiam através do mecenato (é o caso de
atenção para a figura da Virgem que contempla o Menino.
Florença e da família Médicis, que a governava, tal como do
2. A crítica social nota-se na presença de uma freira e de um
cambista G. di Lama, todos eles figurando na pintura);
frade na Nave dos Loucos, a divertirem-se e a consumirem
– a existência de vestígios literários e artístico-monumentais
iguarias. Trata-se de uma crítica ao desregramento do clero
da brilhante civilização romana, que eram uma inspiração
regular, na linha do que o humanista Erasmo, também natu-
para os intelectuais e artistas (ver as arcadas antigas em ruí-
ral dos Países Baixos, efetuou.
nas, à esquerda na pintura);

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– a prosperidade económica das cidades italianas, fruto do Págs. 78 e 79


seu comércio com o Mediterrâneo oriental, que lhes permi-
DOCS. 36 a 42
tiu custear o desenvolvimento cultural;
1. Características clássicas:
– a fuga de sábios do Império Romano do Oriente para Itália,
sobretudo após a queda de Constantinopla em poder dos – a representação do corpo nu, a fazer lembrar os atletas,
Turcos Otomanos, trazendo conhecimentos e manuscritos deuses e figuras mitológicas da Grécia Antiga;
greco-romanos; – a ligeira torção do corpo ou movimento ondulado, a fazer
– a ação dos centros de imprensa espalhados pelas cidades lembrar a estatuária grega;
italianas, permitindo a difusão do saber antigo e das obras – a expressão serena do rosto, a evocar o idealismo da es-
renascentistas. cultura grega;
6. Característica que evidencie a paixão pelos Clássicos – a proporção e perfeição.
(escolher uma): Ao contrário da estatuária medieval presente no Doc. 37, in-
– as ruínas de um edifício da Antiguidade OU a localização tegrada num enquadramento arquitetónico (portal), David
da cena no mundo greco-romano; foi esculpido para figurar de modo autónomo. Também pelo
– a presença de Pico della Mirandola, um humanista que res- movimento que apresenta, David distancia-se da rigidez da
suscitou os estudos clássicos e o ideal de antropocentrismo; estatuária medieval.
– o gosto pela representação da figura humana OU a redes- 2.
coberta do Homem e do indivíduo, patente nos retratos indi- – O antropocentrismo ou a crença na dignidade humana, na
vidualizados das personagens. medida em que se exalta a sabedoria de um humanista e as
Característica que evidencie a rutura com a época medieval proezas militares do “condottiero”.
(escolher uma): – A valorização do saber greco-romano, neste caso a Elo-
– a representação naturalista das personagens (nos rostos, quência e a Poesia, pelo humanismo.
nas vestes, nos gestos) e do enquadramento, que já não é o 3. A obra de Ghiberti expressa a técnica renascentista da
fundo dourado das pinturas góticas; perspetiva.
– a existência de perspetiva OU de volume OU de vários A obra dos irmãos Della Robia, além da perspetiva, expressa
planos de representação; o naturalismo na representação das fisionomias e corpos.
– o pintor (Botticelli) que se autorretrata, expressando o or-
gulho na criação artística OU o estatuto de prestígio dos ar- Págs. 80 e 81
tistas OU o individualismo renascentista. DOC. 44
Característica que evidencie continuidade com a época
1. Porque representa a figura humana com um naturalismo
medieval:
jamais visto, presente na musculatura dos corpos e nos esta-
– a temática religiosa da adoração do Menino Jesus pelos dos de alma que imprime aos rostos.
reis Magos.
Miguel Ângelo é igualmente exímio na tridimensionalidade
7. a) – 4; b) – 3; c) – 1. das suas esculturas.
8.
DOC. 45A

1. O estilo gótico é rejeitado porque:


– a decoração e as proporções são distintas das usadas por
gregos e romanos (Antigos) e pelos renascentistas (Moder-
nos);
– não se baseia em regras construtivas, do que resulta a
aparência desordenada e confusa.

DOCS. 46A, B

1. A simetria, a excelência, a proporção (“musical”) da estru-


tura e das partes constitutivas, a beleza do conjunto, a deco-
ração.
2. Certamente que sim. Brunelleschi considera as caracterís-
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ticas dos Antigos, que venera e toma como modelo, diferen-


Linhas de fuga tes do que então se praticava. Palladio toma os Romanos, e
Ponto de fuga
nomeadamente Vitrúvio, como modelo, considerando infe-
rior a arte que se lhes seguiu.

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– utilizando máquinas para içarem os materiais em vez das

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Págs. 82 e 83
tradicionais rampas ou andaimes.
DOC. 47
2. A consciência da modernidade está patente no rasgado
1. elogio a Brunelleschi e no seu tempo, capazes de inventa-
– A adoção das ordens da arquitetura clássica (caso das or- rem soluções técnicas desconhecidas dos admirados Anti-
dens dórica e coríntia) nos quatro templos. gos (ou greco-romanos).
– As fachadas com colunas (base, fuste e capitel), friso, ar-
quitrave, cornija e frontão. Págs. 88 e 89
– A planta circular em C. DOCS. 56 a 60
– A cúpula em A, C, D.
1. Características estruturais:
– O arco redondo ou de volta perfeita.
– adoção das ordens da arquitetura clássica;
– O predomínio da horizontalidade.
– utilização do arco redondo ou de volta perfeita;
DOC. 48 – utilização da cúpula;
– linhas retilíneas, que conferem horizontalidade;
1. Escolher três:
– simetria;
– proporção matemática, aplicando as existentes no corpo
humano à construção de edifícios (conceção antropocên- – geometrização;
trica que faz do Homem a medida na arquitetura); – perspetiva.
– regularidade OU simetria; Características decorativas:
– simplicidade; – adoção das ordens da arquitetura clássica, patente nas
– elegância, beleza e harmonia. colunas e entablamentos;
– uso de frontões triangulares;
Págs. 84 e 85 – uso de grotescos.
2.
DOCS. 49, 50, 51
– Simetria, geometrização, proporção, regularidade, linhas
1. retas.
– A geometrização do espaço, inspirada no arquiteto Vitrúvio. – Ruas amplas e edifícios da mesma altura.
– A perspetivação do espaço. – Urbanismo de cariz antropocêntrico OU à medida do ser
– A regularidade dos planos. humano.
– As fachadas retilíneas, com predomínio doa ângulos retos.
– A simetria das fachadas, dada pelas aberturas com a Págs. 90 e 91
mesma largura e espaçadas regularmente.
2. – No Pórtico do Hospital dos Inocentes, estão patentes a Dossiê
geometrização e a perspetiva; a simetria patente na suces- A Basílica de São Pedro do Vaticano
são de arcos e janelas iguais, estas separadas com os mes- 1. Escolher três:
mos intervalos; o predomínio das linhas retilíneas que acen- – a prática do mecenato, presente na contratação de Bra-
tuam a horizontalidade. mante, Miguel Ângelo e Rafael para trabalharem na Basílica
– No interior da Igreja de São Lourenço, estão patentes: a de São Pedro do Vaticano;
geometria dos “blocos espaciais” e a proporção dadas pela – o estatuto de prestígio dos artistas, com quem o Papa
projeção dos espaços a partir de múltiplos de uma unidade troca impressões;
ou medida-padrão; a perspetiva, confluindo o campo de – a confiança no poder criador dos Homens ou a crença an-
visão do observador para o altar-mor; a simetria das arcadas tropocêntrica na superação de obstáculos, que levam o
que suportam a colunas; as linhas retilíneas e os ângulos Papa a construir uma obra grandiosa, jamais vista desde a
retos, nomeadamente na cobertura plana. Antiguidade;
– o desejo de imortalidade, ao deixar o seu nome perpe-
Págs. 86 e 87 tuado na obra que patrocina.
DOC. 53 2. Sem dúvida que Erasmo criticaria Júlio II, lamentando os
imensos gastos papais com a construção da nova Basílica
1. Consistiu em construir uma grandiosa cúpula com méto-
de São Pedro do Vaticano. Tal como nos diz, na obra O Elo-
dos inovadores, jamais imaginados pelos mestres das cons-
gio a Loucura, os papas deviam imitar Cristo na pobreza e
truções góticas:
no desprezo pelas coisas terrenas.
– utilizando dois cascos ligados por nervuras, que permiti-
ram dispensar as tradicionais armações de madeira;

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3. O projeto de Sangallo não agradou a Miguel Ângelo talvez 6. Segundo o narrador, a pintura flamenga, embora exímia
por as suas altas torres lhe lembrarem a verticalidade do es- na representação dos objetos (ex.: a jarra com flores e o
tilo gótico e, também, por não apreciar a planta de cruz latina. fundo do tríptico Portinari), vê os detalhes isoladamente,
Como apreciador da arte greco-romana, M. Ângelo foi um com um propósito decorativo. Pelo contrário, Leonardo, com
defensor da planta de cruz grega, que permitiria um espaço o espírito de cientista que possuía, presta atenção aos por-
absolutamente simétrico, sobre o qual colocaria uma gigan- menores ou detalhes da Natureza mas com o fim de fazer
tesca cúpula, a fazer lembrar a do Panteão. A própria fa- deles parte integrante do conjunto da cena.
chada do projeto de Miguel Ângelo reproduz a gramática 7. Escolher duas:
decorativa greco-romana nas colunas, no entablamento e – a existência de oficinas de belas-artes e artes decorativas,
no frontão propostos. como a do mestre Verrochio;
4. Doc. E: – as encomendas artísticas feitas pelas famílias poderosas,
1 – Porta com arco do triunfo; 2 – Arco redondo ou de volta como era o caso da família Médicis;
perfeita; 3 – Coluna coríntia; 4 – Pilastra coríntia; 5 – Nicho – o mecenato de Lourenço de Médicis às letras e às artes,
com estátua; 6 – Arquitrave; 7 – Friso; 8 – Cornija; 9 – Fron- na sua mansão di Careggi, patrocinando humanistas como
tão; 11 – Cúpula; 12 – Lanterna. Marsílio Ficino e Poliziano, artistas, a pesquisa de manuscri-
Doc. F: tos e de estátuas antigas.
1 – Abóbada de berço.
5. É uma obra paradigmática do Renascimento, porque ex- Págs. 95
pressa: DOC. 63
– a prática do mecenato;
1. O manuelino distingue-se, na arquitetura, pelo excesso
– o desejo de glória terrena;
decorativo, de cariz naturalista, abrangendo todo o território
– a confiança na capacidade do ser humano; nacional.
– o estatuto de prestígio dos artistas; 2. A Sé do Funchal é uma obra heterogénea porque funde o
– a influência da arquitetura clássica, patente na utilização estilo gótico com a decoração mudéjar.
de colunas, entablamento, frontão, cúpula, arco redondo e
abóbada de berço, na simetria e proporção, no predomínio Págs. 96 e 97
da horizontalidade.
DOCS. 64 a 67

Págs. 92 e 93 1. O estilo gótico mantém-se nos arcos em ogiva. Mas re-


gista-se a inovação das colunas torsas, dos pilares com de-
Analisar… um filme histórico coração plateresca e das nervuras curvas nas abóbadas que
A vida de Leonardo da Vinci são únicas para todas as naves.
1. Contexto histórico-cultural: Renascimento. 2. Consistiu no preenchimento exaustivo OU total da ban-
Família: Médicis. deira do arco em ogiva e do portal com cadeia de elos em
2. d) Lourenço, o Magnífico, Ludovico, o Mouro, e Verrochio. pedra, motivos vegetalistas, símbolos régios, arcos poliloba-
dos e pilares torsos.
3. a) – 3; b) – 2; c) – 4.
3. A esfera armilar representa o Cosmos, servindo aos mari-
4.
nheiros para posicionar os astros relativamente à Terra.
– O talento para a música, evidenciado na infância, ainda na
É um símbolo das navegações portuguesas, cujo período
casa paterna.
áureo decorreu no reinado de D. Manuel.
– O talento para o desenho, evidenciado também na infân-
A cruz de Cristo é o emblema da ordem de Cristo, cujos ren-
cia, que leva o pai a colocar Leonardo na oficina florentina
dimentos patrocinaram as viagens dos Descobrimentos.
de Verrochio. Este talento para o desenho manifesta-se
D. Manuel, tal como o Infante D. Henrique, foram governado-
ainda quando Leonardo retrata, ao vivo, a figura, de um en-
res da ordem de Cristo.
forcado por conspiração contra os Médicis ou as plantas
que observa nos campos. DOCS. 68, 69
– O talento para as dissecações anatómicas, suscitadas pela
1. Semelhanças:
curiosidade de conhecer o funcionamento do corpo humano
– a fila (galeria) de janelas de vão geminado no palácio dos
(visita a um hospício em Florença).
Duques do Infantado, no palácio de D. Manuel e na Torre de
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5.
Belém;
– Ginebra de Benci.
– os balcões salientes do palácio do Duque do Infantado e
– A Adoração dos Pastores ou tríptico Portinari, da autoria
as guaritas salientes da Torre de Belém.
de Hugo van der Goes.

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Págs. 98 e 99 2. Encontra influências dos Antigos OU greco-romanos e

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dos pintores italianos, no que respeita a rigor, pormenor
DOCS. 70 a 73
(“cuidado”) e harmonia, proporção, simplicidade (“discri-
1. ção”).
– Doc. 70: as arcadas redondas ou a utilização dos arcos re- 3. A descoberta dos Painéis de São Vicente, em fins do sé-
dondos; as colunas de capitel jónico; a balaustrada do pri- culo XIX, constitui “um achado polémico” em virtude da con-
meiro andar do claustro (escolher duas). trovérsia que os Painéis têm gerado desde então, quer em
– Doc. 71: a abóbada de berço; as colunas com capitel corín- termos de datação (1471? 1445?), quer em termos de interpre-
tio; o frontão (escolher duas). tação. Família real e grupos sociais agradecendo a proteção
– Doc. 72: as colunas; as pilastras; arquitrave, friso e cornija de São Vicente nas conquistas marroquinas de D. Afonso V?
OU o entablamento; o frontão (escolher duas). Homenagem ao Infante D. Fernando, morto no cativeiro? As
– Doc. 73: o arco redondo do pórtico; as pilastras; os meda- próprias personagens representadas não recolhem opinião
lhões esculpidos na faixa horizontal que une os capitéis (es- unânime, inclusive aquela que, para muitos, corresponde à
colher duas). imagem difundida do Infante D. Henrique.
4. Escolher três:
DOCS. 74, 75
– são um “notável retrato coletivo” ao expressarem com na-
1. Na fachada revestida de pedras esquadriadas e nas linhas turalismo as diferentes fisionomias, estados de alma, os dife-
retilíneas da Casa dos Bicos; na galeria com arcadas (loggia) rentes grupos sociais, os diferentes trajos e objetos;
do Palácio da Bacalhoa; na horizontalidade de ambos os – o desenho das figuras é “firme”, isto é, rigoroso, desen-
edifícios. volto;
– existem efeitos alternados de luz e cor;
Págs. 100 e 101
– são conferidos diferentes volumes, isto é, existe perspe-
DOCS. 76 a 77 tiva pois as figuras destacam-se umas das outras;
1. Na utilização do arco redondo a enquadrar os túmulos; na – a construção do espaço é perspética, contribuindo para tal
volumetria das figuras representadas, que já se destacam dos as linhas convergentes do chão.
fundos arquitetónicos OU no domínio da arte da perspetiva. 5. O clero regular (Painel dos Frades e Painel dos Cavalei-
ros), o clero secular (Painel do Arcebispo), o povo (Painel
DOCS. 79 a 82 dos Pescadores), burguesia (procurador à Câmara de Lisboa
1. no Painel da Relíquia), a nobreza (Painel dos Cavaleiros).
– O domínio da perspetiva OU a volumetria conferida às 6. Importância artística: os Painéis são uma obra representa-
figuras. tiva da arte do Renascimento, mostrando que Portugal
– A introdução da paisagem, nos Docs. 80 e 81, a atestar os acompanhava as inovações técnicas europeias da pintura a
progressos do naturalismo. óleo, da perspetiva e das representações naturalistas.
Importância histórica: os Painéis retratam a família real nos
Pág. 102 primeiros reinados da dinastia de Avis, bem como a socie-
dade portuguesa no século XV.
DOC. 83

1.
Págs. 106 e 107
– O enquadramento arquitetónico clássico, com as colunas
coríntias, os arcos redondos e a cúpula a coroar a mesa
Analisar… uma decoração escultórica
onde se encontra Cristo.
Diogo de Arruda, Janela ocidental da Casa do Capítulo,
– A perspetiva linear, através das linhas que convergem
Convento de Cristo, Tomar, pedra calcária, 1510-1514
para a figura de Cristo, e na perspetiva aérea, através do
1. Estilo manuelino.
sfumato que envolve a paisagem ao fundo.
2. a) – 3; b) – 5; c) – 2.
– No naturalismo presente nas fisionomias, gestos e vestes.
3. b) o Infante D. Henrique.

Págs. 103 a 105 4. d) o estatuto de prestígio dos intelectuais e artistas, que


assinavam as suas obras e se autorrepresentavam.
Dossiê 5. Características do estilo manuelino (escolher três):
Nuno Gonçalves e os Painéis de São Vicente – uma arquitetura e decoração arquitetónica/escultórica: a
1. Francisco de Holanda refere-se ao tempo da arte gótica Janela é, efetivamente, uma decoração escultórica (autên-
que, de facto, ainda vigorava em Portugal no século XV, tico bordado de pedraria) num enquadramento arquitetó-
quando Nuno Gonçalves viveu. nico;

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– um estilo onde se misturam vários subestilos e elementos 2.


decorativos; – o Cisma do Ocidente e a divisão e o enfraquecimento do
– manutenção, na estrutura, do estilo gótico, que se renova cristianismo (Doc. 1);
na profusão de arcos e nas abóbadas de nervuras curvas, – a propagação de heresias (Doc. 1);
únicas para as três naves; – o medo da morte e a preocupação da salvação da alma
– decoração com exuberância das formas naturalistas, em (Doc. 2);
que os motivos marinhos (por exemplo: correntes de ânco- – o afastamento do clero dos princípios cristãos (Doc. 3).
ras, corda com boias, cordas marítimas, nós de cordas,
algas, corais) se conjugam com a vegetação terrestre (por Págs. 114
exemplo: alcachofras, raízes, caules e cascas de carvalho);
DOC. 5
– presença da heráldica régia de D. Manuel (o escudo, a
cruz de Cristo, a esfera armilar). 1. Desregramentos dos membros do clero (escolher três):
– vivem uma vida mundana (festas, jogos, caçadas, danças,
albergues e tabernas);
Módulo 3 Unidade 4 (4.1.) – comportam-se como leigos, não respeitando os seus
votos religiosos – “misturam-se com as pessoas comuns”;
Págs. 112 a 113 “passeiam-se nas ruas com roupas vulgares”;
– usam do seu estatuto religioso para chantagear ou extor-
DOC. 1
quir os adversários.
1. O Grande Cisma do Ocidente consistiu numa divisão da 2. Todos viam, mas a hierarquia da Igreja não atuava perante
cristandade, entre 1378 e 1417, sob a autoridade de dois aquele desregramento.
papas, o de Roma e o de Avinhão.
2. O Cisma provocou uma divisão entre os fiéis católicos, DOC. 6
pelo que desta falta de unidade resultou um enfraqueci- 1. Jan Huss foi condenado e executado por ser considerado
mento do catolicismo. herege.
3. As heresias justificam-se pelo enfraquecimento do catoli-
cismo, levando os católicos a procurarem outras formas de DOC. 7

viver a sua religiosidade. 1. As indulgências eram documentos papais que livravam o


pecador do cumprimento da pena, garantindo-lhe a salva-
DOC. 2
ção. As indulgências, neste tempo, eram compradas pelos
1. A gravura transmite uma mensagem da omnipresença da fiéis e vendidas pelos clérigos.
morte, no período da Idade Média, ceifando a vida a toda a 2. O Papa Leão X autorizou a venda de indulgências porque
gente, fosse pelas guerras, pela fome ou pelas pestes, como queria acumular dinheiro para construir a Basílica de S. Pedro.
a Peste Negra. 3. Lutero opôs-se à compra de indulgências porque:

DOC. 3
– o perdão dos pecados não podia ser comprado, por tratar-
-se de uma questão espiritual e por ser conseguido apenas
1. O afastamento do clero do cristianismo demonstra-se: pelo cumprimento de uma pena espiritual;
– no luxo do vestuário do Papa Alexandre VI; – o arrependimento do pecador era suficiente para lhe ser
– no seu envolvimento em disputas políticas e territoriais, remido o cumprimento da pena;
mostrando maior preocupação com os ganhos de poder po- – a Igreja devia ensinar aos crentes que o dinheiro dos fiéis
lítico e riquezas do que com as suas funções espirituais; devia ser aplicado na ajuda aos necessitados;
– gosto por ambientes faustosos, onde se cultiva a arte e as – a venda de indulgências era um negócio e nada tinha a
letras; ver com os valores espirituais.
– incumprimento do celibato, havendo evidências de rela- 4. O Papa reagiu mal e, por isso, Lutero foi excomungado e
ções amorosas e de descendentes. expulso do Santo Império.
DOC. 4
Págs. 116 a 117
1. A vivência da espiritualidade, presente no documento 4,
fazia-se de forma mais intimista e individual “a sentir a contri- DOCS. 8e9
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ção dentro” da alma, como bem representa o documento 4A. 1. A expressão “javali selvagem” refere-se a Martinho Lutero
O desapego dos bens materiais em favor de uma espirituali- e a expressão “vinhedos” refere-se aos cristãos católicos ou
dade edificante para a salvação. à Cristandade.

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2. Escolher três:

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DOC. 14
– reprova e condena o luteranismo (“Condenamos, reprova- 1. 1) – Batismo; 2) – Comunhão.
mos e rejeitamos por completo os livros e todas as escritu-
ras e sermões de Martinho Lutero […]”); Págs. 120 e 121
– proíbe os católicos de qualquer aproximação à ideologia
DOC. 15
protestante (“[…] proibimos a todo e qualquer crente de os
ler, afirmar, pregar, publicar e defender […].”); 1. Do ponto de vista religioso, a Europa encontrava-se divi-
– determina a destruição pública da literatura luterana (“[…] dida em protestantes e católicos, havendo até focos de
esses escritos serão apreendidos e queimados, em cerimó- emergência de comunidades protestantes em países predo-
nia pública e na presença de clérigos e de outras pessoas.”); minantemente católicos.
– condena Martinho Lutero por heresia (“[…] condenámo-lo 2. Regiões do Sacro Império Romano-Germânico, Suécia,
sem mais demoras por notória suspeita de verdadeira e se- Finlândia, Dinamarca e Noruega.
vera heresia.”) 3. A Igreja Católica avançou com um movimento de Contrar-
3. Martinho Lutero é condenado pelo Papa e pelo imperador reforma, em Itália e na Espanha, e reforçou as medidas de
por ser responsável pela disseminação de heresias, o que Reforma interna, na Grã-Bretanha, na Suíça e nas regiões do
se estava a traduzir em manifestações de agitação social, Sacro-Império.
que punham em causa o poder instituído, fosse o poder es-
DOC. 16
piritual fosse o poder temporal (“Neste reino e por toda a
cristandade, há cada vez mais rebeliões, divisões e dissen- 1. Para Calvino, a predestinação era absoluta e uma marca
sões. E isto é de temer.”). de eleição divina de todos os fiéis calvinistas, cuja salvação
estava garantida à nascença.
DOCS. 10 e 11 2. Calvino critica a representação de Deus através de ima-
1. A Bíblia Sagrada. gens pintadas ou esculpidas.
2. A fé era a única via para um cristão conseguir a salvação
DOC. 17
da alma.
3. Lutero traduziu a Bíblia do latim para alemão para que os 1. Os calvinistas consideravam que as imagens religiosas
crentes a pudessem ler. corrompiam a glória de Deus em vez de a celebrarem.
2. Os espaços de culto calvinistas eram simples, austeros,
DOC. 12 despojados de ornamentação.
1. O sacerdócio universal consiste na possibilidade de qual-
quer crente, independentemente do seu género, poder mi- Págs. 122 e 123
nistrar o culto e poder tornar-se no guia espiritual de uma DOC. 18
comunidade de fiéis protestantes.
1. O Ato de Supremacia estipulou uma rutura do rei Henri-
2. O sacerdócio universal está em rutura com o catolicismo,
que VIII na obediência espiritual e política ao papa, assu-
porque na doutrina católica o sacerdócio é um dos sete sa-
mindo, a partir de 1536, a liderança da Igreja de Inglaterra.
cramentos, exclusivo do género masculino e daqueles que
2. A coroa inglesa apoderou-se das riquezas (mobiliário e
fazem votos de vida religiosa.
obras de arte) das igrejas católicas que se transformaram
em locais de culto protestante.
Pág. 118
3. No documento 18C, econtram-se os seguintes princípios
DOC. 13 islâmicos:
1. O poder espiritual do Papa e o poder político/temporal do – Art.º 6.º– a Bíblia como única fonte de fé;
imperador. – Art.º 11.º – a fé é a única via para a salvação;
2. Na Europa de Seiscentos, o poder espiritual do Papa tinha – Art.º 22.º – negação do culto dos santos, das imagens e
primazia sobre o poder temporal do imperador. das relíquias;
3. Para Martinho Lutero, o poder político não devia subjugar- – Art.º 24.º – o culto ministrado em línguas vernáculas em
-se ao poder espiritual dos papas – “O Papa não deve ter vez do latim;
qualquer poder sobre o imperador” – na medida em que – Art.º 25.º– a instituição de dois sacramentos: o Batismo e
para Lutero os imperadores deviam assumir também o go- a Comunhão.
verno espiritual da religião protestante. 4. Todos os princípios estão na linha do calvinismo.
4. A gravura está de acordo com a posição que Lutero apre-
senta no texto, porque o imperador Frederico III ajoelhou-se
aos pés de Cristo e não aos “pés do Papa”.

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DOC. 19 DOC. 20B

1. Na Inglaterra vivia-se num ambiente de lutas e persegui- 1.


ções religiosas, resultando em violência, medo e morte (a – a Bíblia é a única fonte de fé;
gravura do Doc. 19). – rejeição do culto dos santos;
2. A intolerância religiosa conduziu ao clima de suspeição, – rejeição da exclusividade do clero na interpretação das
perseguição e violência sobre aqueles que recusavam aderir Sagradas Escrituras;
ao anglicanismo. "Seguiu-se a execução de seis doutores...";
DOC. 20C
"toda a gente [...] entrou numa extraordinária perturbação”.
1. Obrigações do clero determinadas no Concílio de Trento:
Págs. 124 e 125 – limitações dos benefícios eclesiásticos – “reter várias igre-
jas metropolitanas ou catedrais a título de comenda…”;
Analisar… um documento iconográfico – obrigatoriedade de os bispos realizarem anualmente as
1. Na parte esquerda da estampa está representada a reli- visitas pastorais às dioceses de sua jurisdição;
gião protestante, enquanto na parte direita está represen- – impedimento da consagração da ordem antes da idade
tada a religião católica. autorizada pelo Direito canónico;
2. b) o Batismo e a Comunhão. – manifestação de comportamentos consentâneos com a
3. Críticas apontadas à Igreja Católica (escolher três): vida religiosa (castidade, sobriedade, recato, honestidade…).
– a venda de indulgências;
– a falta de vocação do clero e o seu afastamento dos prin- Págs. 128 e 129
cípios cristãos fixados na Bíblia, visível no religioso que
DOC. 21
prega inspirado pelo Demónio;
1. O Concílio de Trento trouxe mudanças no interior da Igreja,
– a vida mundana dos clérigos;
no sentido de disciplinar o clero e de reafirmar os princípios
– o culto dos santos;
do catolicismo:
– a existência de outros sacramentos para além do Batismo
– bispos empreenderam reformas nas suas dioceses, como
e da Comunhão, como a Extrema-Unção;
Carlos Borromeo, em Milão;
– a intermediação do clero e da tradição da Igreja de Roma na
– edições de manuais religiosos, como a ediçao do “Cate-
salvação, representada na própria venda de indulgências, na
cismo Romano”, para disseminar as disposições tridentinas
procissão ou na figura de S. Francisco de Assis junto de Deus.
junto do clero;
4. Enquanto na doutrina protestante se aceitam apenas dois
– investimento na formação dos eclesiásticos com a criação
sacramentos, o Batismo e a Comunhão, na doutrina católica
de seminários e centros de estudos teológicos.
aceitam-se mais cinco, entre os quais a Extrema-Unção ou a
Ordem (representada na profusão de elementos do clero na DOC. 22
parte direita da estampa). 1. Os livros que constavam do Índex eram todos os que fos-
Enquanto na doutrina protestante se considera que a salva- sem considerados desviantes dos princípios católicos. As
ção se atinge unicamente pela fé e que a Bíblia é a única obras apreendidas eram levadas aos inquisidores para
fonte de fé, na doutrina católica o clero e a tradição da Igreja serem analisadas.
assumem um papel essencial na salvação. 2. O objetivo da Igreja era impedir a fuga de fiéis para outras
Enquanto na doutrina protestante Cristo assume uma posi- religiões ou práticas de espiritualidade, diminuindo assim o
ção central e única no culto, na doutrina católica os santos, raio de influência do catolicismo.
como atesta o lugar de destaque dado a S. Francisco de
Assis na parte direita da estampa, retiram-Lhe essa primazia. Págs. 130 e 131
5. A religião protestante.
DOC. 23

Págs. 126 e 127 1. A Inquisição era um tribunal da Igreja Católica.


2. Os suspeitos eram presos, torturados, julgados e, sendo
DOC. 20A
culpados, eram punidos segundo as leis canónicas.
1. Um concílio é uma reunião, em assembleia, de altos digna-
DOC. 24
tários da Igreja de Roma.
2. Fatores que levaram à realização do Concílio de Trento: 1. Denúncia: práticas islâmicas.
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– necessidade de analisar e de refletir sobre as críticas que Acusação: “herege, apóstata e encobridora de hereges”,
pesavam sobre o catolicismo; sem mostrar arrependimento.
– deliberar eventuais mudanças no interior da Igreja; Sentença: excomunhão e confiscação dos seus bens.
– definir estratégias de combate à expansão do protestantismo.
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2. Os filhos de Beatriz Padilha ficaram impedidos de obter 3. Os dois sacramentos estão ligados, porque a Confissão

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dignidades ou benefícios, seculares ou eclesiásticos, ou não pode ser ministrada a quem não for batizado (“[…] em
qualquer outra honra. relação àqueles que não tenham sido batizados […]”), ambos
3. Os bens de Beatriz Padilha foram confiscados pela Câ- concorrem para a salvação da alma (“[…] estabeleceu tam-
mara para usufruto régio. bém um remédio para a vida daqueles que, depois de bati-
4. Os suspeitos eram presos e processados até conhece- zados, se entregarem à servidão do pecado […]”) e só os
rem a sentença final. Os “culpados” eram castigados de membros do clero têm a graça de os aplicar (“[…] foi dele-
acordo com as penas religiosas, como, por exemplo, o cas- gado aos Padres que estiveram em contacto com os Após-
tigo da excomunhão. tolos […] o poder de perdoar […]”) .
4. d) a falta de seminários para a formação religiosa.
DOC. 25
5. d) a salvação.
1. O Edital da Fé tinha como objetivo incitar à denúncia dos
6. Os membros do clero – “[…] entendeu sempre a Igreja
suspeitos de heresia, clarificando as situações que deviam
universal que foi delegado aos Padres, que estiveram em
ser alvo de denúncia à Inquisição, como as práticas de feiti-
contato com os Apóstolos, e aos seus legítimos sucessores,
çaria, entre outros.
o poder de perdoar ou não os pecados ao reconciliarem-se
2. A Inquisição torturava os suspeitos para conseguir a con- os fiéis, que tenham caído neles depois do Batismo […].”
fissão dos delitos.
7. Escolher uma:
“[…] Se tivessem todos os regenerados […] que conservas-
Págs. 132 e 133
sem perenemente a graça e santidade que por seu benefício
DOC. 26 e graça receberam no Batismo, não haveria sido necessário
1. Os membros da Companhia de Jesus submeteram-se à que se tivesse instituído outro sacramento diferente […].”
autoridade do Papa. “[…] entendeu sempre a Igreja universal que foi delegado
2. A Companhia de Jesus tinha como objetivos a propaga- aos Padres que estiveram em contacto com os Apóstolos, e
ção da fé, mediante obediência às determinações papais, aos seus legítimos sucessores, o poder de perdoar […].”
em qualquer região. Desta forma, os jesuítas assumem-se “[…] este Santo Concílio […] condena as interpretações ima-
como soldados de Cristo no combate ao protestantismo e ginárias dos que falsamente distorcem contra a instituição
às heresias. deste sacramento […].”

DOCS. 27 e 28 Págs. 136 e 137


1. Os jesuítas combateram o protestantismo através do en- DOC. 30
sino, criando colégios e universidades (Doc. 27) e através das
1. Os princípios da fé católica eram transmitidos à população
missões que realizaram nos espaços coloniais (Doc. 28).
através de cantilenas e através da iconografia.
DOC. 29 2. A cantilena (Doc. 30A) ensina aos crentes a importância de
1. Os missionários jesuítas enfrentavam a hostilidade das au- uma vida virtuosa para conseguir a salvação. Essa vida vir-
toridades políticas de outras regiões, que pretendiam defen- tuosa era trilhada pela modéstia, pela escolha da verdade e
der a sua identidade cultural, nomeadamente religiosa, e a pela confissão dos pecados.
sua soberania. No Japão, essas hostilidades ficaram marca- A iconografia (Doc. 30B) transmitia modelos de santidade, que
das por martírios de missionários jesuítas. eram exemplos de vida para os crentes e que promoviam a
intensificação das práticas de devoção.
Págs. 134 e 135
DOC. 31
Análisar… um texto longo 1. Os jesuítas portugueses tiveram um papel muito ativo no
A doutrina do Santo Sacramento da Penitência segundo o ensino e na divulgação científica:
Concílio de Trento (1551) – introduziram métodos de ensino inovadores, com recurso
1. Confissão e Batismo. a instrumentos científicos –“telescópios e relógios mecâni-
2. A Confissão, e a consequente Penitência, é um sacra- cos”;
mento indispensável à salvação, ao regresso ao estado de – promoveram a disseminação de novos conhecimentos
graça que o Batismo confere, por libertar os fiéis dos seus científicos (“as ideias de Galileu”; “a Aula da Esfera”);
pecados. Contudo, o primeiro e primordial sacramento cató- – fundaram colégios em Portugal e nos territórios coloniais
lico é o Batismo, através do qual os fiéis se tornam filhos de (“O Colégio de Jesus e das Artes foram sítios de formação
Deus, membros da Igreja e iniciam o seu caminho para a de gerações […]”);
salvação.

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Pág. 138 Destacaram-se na importação de tabaco […]. Participaram


também no comércio da Índia e do Brasil […]”).
DOC. 32
5. Os judeus querem conhecer Portugal porque isso significa
1. Damião de Góis foi acusado de ser luterano, porque man-
conhecer as suas raízes, depois de séculos de diáspora, mo-
teve contactos com luteranos e pretensamente aceitou prin-
tivada pela fuga à discriminação, perseguição e violência.
cípios da doutrina luterana, condenando a venda de indul-
6. Tópicos de resposta:
gências e desvalorizando o sacramento da Confissão para a
– perseguições, conversões forçadas e massacres em Por-
salvação da alma.
tugal no século XV e XVI (Doc. A);
2. Ser acusado de heresia era grave para a Inquisição, que
– discriminação e violência exercida sobre os cristãos-novos
determinava penas de excomunhão e confisco de bens e,
por outros cristãos (os cristãos-velhos) e pela Inquisição
caso o acusado não confessasse a sua culpa, nem mos-
(Doc. B);
trasse arrependimento, a morte na fogueira.
– fuga dos judeus sefarditas da Península Ibérica à procura
DOC. 33 de liberdade e tolerância religiosa (Doc. C);
1. O auto de fé consistia numa cerimónia de penitência, em – conhecimento de línguas estrangeiras e com uma rede de
que eram lidas as sentenças dos condenados da Inquisição. contactos na área comercial (Docs. D e F);
Para os condenados à morte, o auto de fé podia terminar – construção de uma sinagoga, em Amesterdão, que permitia
com o seu corpo queimado na fogueira. o culto judaico de uma comunidade em crescimento (Doc. E);
2. Os condenados à morte na fogueira eram aqueles que – promoção do dinamismo comercial e financeiro decor-
não se reconciliavam com a fé católica. rente do sucesso das suas atividades mercantis com os es-
3. O inglês mostra-se estupefacto com o espetáculo de sofri- paços coloniais (“[…] conseguiram construir fortunas […].
mento dos condenados, que compara ao Inferno, mas que Destacaram-se na importação de tabaco […]. Participaram
regozija quem assiste. O seu espanto explica-se pelo facto também no comércio da Índia e do Brasil […]”).
de viver num país protestante, onde não havia Tribunal do
Santo Ofício e, por isso, onde não se praticavam estes rituais.
Módulo 3 Unidade 5 (5.1.)
Págs. 140 a 142
Págs. 146 a 147
Dossiê
Os cristãos-novos portugueses DOC. 1

1. Perseguição: 1496 – Édito de D. Manuel. 1. No Novo Mundo, os Europeus esperavam encontrar seres
Expulsão: 1492 – Os Reis Católicos expulsam de Espanha os fantásticos, uma espécie de “monstros humanos”, como os
judeus […]. que aparecem representados no Doc. 1 sem cabeça, com
Conversão forçada: 1497 – D. Manuel I decide […] serem partes do corpo disformes e desproporcionadas.
educados por famílias cristãs”. 2. Esses seres eram considerados humanos porque haviam
2. Os fatores que estiveram na origem da matança de 1506 sido obra da criação de Deus (providencialismo) enquanto
foram a suspeição e discriminação face aos cristãos-novos. seres mortais racionais e, porque a génese da humanidade
Quando estes tinham uma perspetiva diferente, em matéria estava marcada pelo pecado original e pelo fratricídio de
de religião, eram acusados de heresia, perseguidos e mor- Caim e Abel, assim se justificavam as suas anormalidades.
tos – “[…] um cristão-novo julgou ver, somente, uma candeia
DOC. 2A
acesa ao lado da imagem de Jesus”, em vez de um sinal de
milagre, pelo que “[…] arrastaram-no pelos cabelos […], e 1. Aspetos negativos dos povos africanos, segundo a pers-
mataram-no e queimaram-no logo o corpo no Rossio.” petiva europeia dos séculos XV e XVI (escolher um):
3. Países do Norte da Europa: Províncias Unidas, Alemanha, – povos violentos/belicosos;
Áustria, Polónia, Inglaterra, regiões da Península Itálica e da – prática da antropofagia (“[…] estes negros comerem outros
Península Balcânica, Turquia, Egito, Israel. homens […]”);
4. Os judeus sefarditas desenvolveram a comunidade de – prática de feitiçaria e idolatria;
Amesterdão porque eram gente com conhecimento de lín- 2. Sim, porque, embora a descrição do texto não se reporte
guas estrangeiras e com uma rede de contactos na área co- a aspetos físicos como a gravura do Doc. 1, enumera um
mercial (Docs. D e F), construíram uma sinagoga que permi- conjunto de práticas (violência e a agressividade, caniba-
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tisse o culto judaico de uma comunidade em crescimento lismo e feitiçaria, que, segundo a perspetiva europeia da
(Doc. E), promoveram o dinamismo comercial e financeiro de- época, os aproxima dos “monstros humanos”.
corrente do sucesso das suas atividades mercantis com os
espaços coloniais (“[…] conseguiram construir fortunas […].

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2. “E sempre será justo e de acordo com o direito natural

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DOC. 2B

1. Os ameríndios foram vistos como povos inocentes e amis- que essas pessoas sejam submetidas ao império de prínci-
tosos – (“[…] não têm a mínima habilidade para combater e pes e de nações mais cultivadas e humanas […].”
são tão medrosos […]”); generosos e francos (“[…] de tudo 3. A violência sobre os indígenas impediu a expansão do
quanto possuem, se lho pedem, nunca dizem não […]”); e cristianismo, porque milhões deles morreram sem se terem
dispostos a obedecer (“Eles estão, pois, destinados a ser di- convertido ao cristianismo – (“e assim morreram, sem fé e
rigidos e a que os façam trabalhar, semear e executar todas sem sacramentos, tantos milhões de pessoas.”).
as outras tarefas […]”).
DOC. 7

Págs. 148 a 149 1. Para o Padre António Vieira, as diferentes cores de pele
resultam dos diferentes tipos de clima dos diferentes conti-
DOC. 3A
nentes, criados por Deus. Por esta razão, a cor da pele não
1. A chegada dos portugueses significou, para os africanos, representava qualquer diferença de condição humana entre
a perda dos seus bens e da sua tranquilidade, de modo que os povos com cores de pele distintas – “conforme os dife-
“De repente […] os homens brancos chegaram […]. Travaram rentes climas haviam de nascer de diferentes cores, traçou a
duras batalhas com N’gola e bombardearam-no. Conquista- sabedoria do Supremo Artífice que, assim como em todo o
ram as suas salinas e o N’gola fugiu para o interior […]”, con- nome de Adão […] para que na variedade da cor se não per-
cluindo-se que “os brancos não nos trouxeram nada senão desse a irmandade do sangue.”
guerras e miséria.”
Págs. 152 e 153
DOC. 3B

1. Os aspetos culturais do portugueses que causaram es- Dossiê


panto aos japoneses foram: A “génese” dos Direitos Humanos
– bebiam em copo sem o oferecerem aos outros; 1. Os Direitos Humanos são direitos naturais, ou seja, direi-
– comiam com as mãos em vez de comerem com pauzinhos tos que cada um de nós adquire à nascença.
especiais; 2. Os Direitos Humanos eram desrespeitados pelos europeus
– eram gente sem residência certa. pelos maus tratos que infligiam aos indígenas, pelas mortes e
2. “São gente que anda errante, ora aqui, ora ali, não têm saques que faziam – “Mas havendo pessoas, e não são tão
residência certa e trocam o que possuem por aquilo que poucas no Brasil, […] manifestamente infames por saquearem,
não têm. “ roubarem, marcarem a ferro quente, venderem e matarem mui-
tos índios, até hoje não sofreram nunca o mínimo castigo […].”
DOC. 4 3. Os jesuítas foram percursores na defesa dos Direitos Hu-
1. Os portugueses espantaram-se com o canibalismo ou an- manos ao defenderem a aplicação de castigos aos coloniza-
tropofagia e violência ou animosidade entre as tribos: “[…] dores que exercessem violência sobre os índios e ao forma-
não entra no coração coisa de Deus! Estão tão encarniçados rem aldeamentos, onde os índios passavam a viver, sendo
em matar e comer […]”. assim preservados à escravatura.
2. Cada um dos documentos apresenta diferentes descri- 4. O Papa Paulo III condenou a escravização dos indígenas,
ções dos povos ameríndios e, por conseguinte, não estão porque considerava que os índios eram seres humanos e,
em consonância. Enquanto o Doc. 2B descreve os amerín- como tal, não deviam ser privados da sua liberdade, nem
dios como povos amistosos e pacíficos, o Doc. 4 mostra-os dos seus bens.
violentos e canibais. 5. “O nome de escravos, a cor preta e a fortuna de cativos,
mais negra que a mesma cor.”
Págs. 150 a 151 6. O brasão de Fernão Gomes é um desrespeito pelos ne-
gros africanos, na medida em que serve para exibir-se como
DOC. 5
senhor de escravos.
1. A conquista espanhola da América fez-se com recurso à 7. Tópicos de resposta:
violência dos conquistadores sobre os povos ameríndios e
Os Direitos Humanos são direitos naturais, ou seja, direitos
destruição dos seus bens materiais e culturais.
que cada um de nós adquire à nascença, como expõe a De-
DOC. 6 claração Universal dos Direitos do Homem: “Todos os seres
humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos
1. Segundo o autor do Doc. 6A, os indígenas eram gente
[…] sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo,
bárbara e desumana e, como tal, sujeitos a serem domina-
língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou
dos pelos povos europeus. Segundo o autor do Doc. 6B, os
social, de nascimento ou de qualquer outra situação…”
indígenas eram dóceis e bondosos.

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– Embora definidos só em 1948, na mentalidade europeia da Págs. 156 e 157


Época Moderna, perante a escravização e maus tratos que
DOCS. 11 e 12
os senhores europeus infligiam a índios (Doc. A), primeiro, e
aos africanos negros, mais tarde, foram surgindo vozes em 1. Os jesuítas expandiram-se ao longo do século, no litoral
favor daqueles valores. do Brasil.
– As discussões fizeram-se em torno da humanidade dos 2. Os jesuítas tinham a missão de cristianizar os indígenas.
que eram cultural e etnicamente diferentes dos Europeus, 3. No reino do Congo, o próprio rei manifestou vontade de
havendo quem defendesse o fim da violência e da escrava- ser cristão, depois da chegada de alguns dos seus súbditos
tura dos indígenas, como os jesuítas (Doc. B e Doc. C) ou o pró- que tinham sido levados a Portugal, à presença do rei
prio Papa Paulo III (Doc. D). D. João III, e que se haviam tornado cristãos.
– Contudo, as mesmas posições não surgiram relativamente DOCS. 13 a 15
à escravização dos negros africanos, pelo que as humilha-
1. A miscigenação consiste na mistura de grupos étnicos di-
ções, violência e racismo continuaram a justificar-se, aos
ferentes.
olhos dos europeus, pela sua superioridade económica,
2. No Império Colonial Português a miscigenação fez-se
pelo seu nome e identidade social (Doc. E e Doc. F) e pela cor
entre os portugueses e os negros de África, os indígenas do
da pele.
Brasil (Doc. 14) e os orientais, fosse através de relações ilícitas
(Doc. 13) fosse através de casamentos, promovidos pela
Pág. 154 coroa (Doc. 14).
DOC. 8 3. Doc. 13 – “Dificilmente se encontrará uma casa, onde não
haja pelo menos uma escrava destas. É ela que vai comprar
1. O Papa permitiu que a Ordem de Cristo passasse a ter o
as coisas necessárias, que lava a roupa, varre a casa, acar-
poder espiritual ou religioso nos territórios descobertos
reta a água, faz os despejos à hora conveniente: numa pala-
pelos portugueses.
vra, é uma escrava, não se distinguindo de uma besta de
2. O Papa justifica a concessão desses poderes pelo facto
carga, senão pela figura. […]”
de esses territórios terem sido conquistados aos Sarrace-
“Os mais ricos têm escravos de ambos os sexos, e há indiví-
nos, que professavam o islamismo, para o domínio cristão.
duos que fazem bons lucros com a venda dos filhos de es-
DOC. 10 cravos, nascidos em casa.”
Doc. 15 – Muitas mulheres de Goa, de casta inferior, aceita-
1. A cristianização foi um fator de aculturação dos povos na
ram, então, converter-se para casar com portugueses e con-
medida em permitiu a imposição de hábitos e padrões cultu-
seguir, deste modo, melhorar de vida, uma vez que estes
rais europeus, como os sacramentos católicos, os locais e as
novos matrimónios recebiam uma ajuda em dinheiro por
formas de culto (Doc. 11). Por outro lado, a catequização per-
parte do Governo.
mitia a difusão da língua portuguesa – “[…] metidos na pro-
cissão, vinham os meninos cantando salmos, hinos […]”.
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