As Medidas Cautelares No Processo Penal

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AS MEDIDAS

CAUTELARESNO
PROCESSOPENAL
BRASILEIRO
Reflexões sob a Perspectiva
da Advocacia Criminal
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7. CITAÇÕES
Saiba quando for citado em
publicações de outros
autores.
CAIO MARCELO CORDEIRO ANTONIETTO
DOUGLAS RODRIGUES DA SILVA
GUILHERME SIQUEIRA VIEIRA
NICOLE TRAUCZYNSKI
Coordenadores

AS MEDIDAS
CAUTELARESNO
PROCESSOPENAL
BRASILEIRO
Reflexões sob a Perspectiva
da Advocacia Criminal

Londrina/PR
2024
Dados Internacionais de Catalogação na
Publicação (CIP)

As Medidas Cautelares no Processo


Penal Brasileiro: Reflexões sob a
Perspectiva da Advocacia Criminal.
/ Caio Marcelo Cordeiro Antonietto,
Douglas Rodrigues da Silva, Guilherme
Siqueira Vieira, Nicole Trauczynski
(coords). – Londrina, PR: Thoth, 2024.
153 p.
© Direitos de Publicação Editora Thoth. Incliu bibliografias.
Londrina/PR. ISBN: 978-65-5959-789-5
www.editorathoth.com.br
1.Mulher. 2. Covid-19. 3. Brasil. 4. Medidas
contato@editorathoth.com.br protetivas. I. Antonietto, Caio Marcelo
Cordeiro; II. Silva, Douglas Rodrigues
da; III. Vieira, Guilherme Siqueira; IV.
Trauczynski, Nicole (coords).

Diagramação e Capa: Editora Thoth CDD 341.43


Revisão: Nathalia Paes Sanches e os
organizadores
Editor chefe: Bruno Fuga
Índices para catálogo sistemático
1. Direito Processual Penal: 341.43

Conselho Editorial (Gestão 2024)


Prof. Dr. Anderson de Azevedo • Me. Aniele
Pissinati • Prof. Dr. Antônio Pereira Gaio Júnior •
Prof. Dr. Arthur Bezerra de Souza Junior • Prof. Dr.
Bruno Augusto Sampaio Fuga • Prof. Me. Daniel Proibida a reprodução parcial ou total desta obra
sem autorização. A violação dos Direitos Autorais é
Colnago Rodrigues • Prof. Dr. Flávio Tartuce • Me. crime estabelecido na Lei n. 9.610/98.
Gabriela Amorim Paviani • Prof. Dr. Guilherme
Todos os direitos desta edição são reservados
Wünsch • Dr. Gustavo Osna • Prof. Me. Júlio Alves pela Editora Thoth. A Editora Thoth não se
Caixêta Júnior • Prof. Esp. Marcelo Pichioli da responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por
Silveira • Esp. Rafaela Ghacham Desiderato • Profª. seus autores.
Dr. Rita de Cássia R. Tarifa Espolador • Prof. Dr.
Thiago Caversan Antunes
COORDENADORES

CAIO MARCELO CORDEIRO ANTONIETTO


Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Especialista em Direito Penal Econômico e Europeu pela Universidade de
Coimbra. Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUCPR). Membro relator da Comissão da Advocacia Criminal da
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná (OAB/PR). Advogado
Criminal. (caio@agcadvogados.com.br).

DOUGLAS RODRIGUES DA SILVA


Mestre em Direito pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA).
Especialista em Direito Penal e Processo Penal pelo Centro Universitário
Curitiba (UNICURITIBA). Bacharel em Direito pelo Centro Universitário
Curitiba (UNICURITIBA). Professor de Direito Penal e Processo Penal
do Centro Universitário da Indústria (UNISENAI/PR), em São José dos
Pinhais. Membro relator da Comissão da Advocacia Criminal da Ordem
dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná (OAB/PR). Membro relator da
Comissão de Educação Jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção
do Paraná (OAB/PR). Advogado Criminal. (douglas@agcadvogados.com.
br).

GUILHERME SIQUEIRA VIEIRA


Graduado e Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUCPR). Especialista em Direito Ambiental pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Professor da Graduação em Direito da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Campus Curitiba (PUCPR),
Faculdade Paranaense (FAPAR) e Faculdade Curitibana (FAC). Membro da
Comissão de Advocacia Criminal da OAB/PR da Comissão de Defesa das
Prerrogativas Profissionais da OAB/PR (2022-2024). Membro do Instituto
dos Advogados do Paraná (IAPPR) e do Instituto Brasileiro de Direito
Penal Econômico (IBDPE). Docente em programas de pós-graduação lato
sensu e cursos de extensão nas áreas de Direito Penal e Processo Penal.
Advogado criminalista. (gsvadvocacia@outlook.com).

NICOLE TRAUCZYNSKI
Mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo (USP). Especialista em Direito Penal Econômico e Empresarial pela
Universidad Castilla-La Macha, Toledo/Espanha. Especialista em Direito
Penal e Processo Penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUCSP). Coordenadora Regional do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais (IBCCRIM/PR). Presidente da Comissão da Advocacia Criminal
da OAB/PR. Advogada Criminal. (nicole@tkiadvogados.com.br).
AUTORES

BÁRBARA MOSTACHIO FERRASSIOLI


Advogada criminalista em Bárbara Ferrassioli – Advocacia Criminal.
Mestranda em Direito (UFPR). Pós-Graduada em Direito Penal e Processual
Penal (IDP); em Ministério Público e Estado Democrático de Direito
(UNIBRASIL) e em Direito Empresarial (FAMEC). Professora de Direito
Penal e Prática em Processo Penal na FESP. Membra Relatora da Comissão
da Advocacia Criminal da OAB/PR. Secretária-Geral da Comissão de
Defesa das Prerrogativas Profissionais da OAB/PR. Coordenadora Adjunta
do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais do Paraná (IBCCRIM/PR).
Associada ao Instituto Brasileiro de Direito Penal Econômico (IBDPE).

CAIO MARCELO CORDEIRO ANTONIETTO


Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Especialista em Direito Penal Econômico e Europeu pela Universidade
de Coimbra. Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUCPR). Membro relator da Comissão da Advocacia Criminal da
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná (OAB/PR). Advogado
Criminal. (caio@agcadvogados.com.br).

CLÁUDIA DA ROCHA
Advogada. Professora de Direito Penal, Processo Penal e Prática Penal no
Centro Universitário Unifamma. Mestra em Direito Negocial pela UEL.
Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela UEL. Pós-graduada em
Direito Constitucional Contemporâneo pelo IDCC. Editora Adjunta da
Revista do Instituto Brasileiro de Direito Penal Econômico.

DOUGLAS RODRIGUES DA SILVA


Mestre em Direito pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA).
Especialista em Direito Penal e Processo Penal pelo Centro Universitário
Curitiba (UNICURITIBA). Bacharel em Direito pelo Centro Universitário
Curitiba (UNICURITIBA). Professor de Direito Penal e Processo Penal
do Centro Universitário da Indústria (UNISENAI/PR), em São José dos
Pinhais. Membro relator da Comissão da Advocacia Criminal da Ordem
dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná (OAB/PR). Membro relator
da Comissão de Educação Jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil,
Seção do Paraná (OAB/PR). Advogado Criminal. (douglas@agcadvogados.
com.br).

IVAN NAVARRO ZONTA


Mestre em Direito pela UFPR. Especialista em Direito Penal e Processo
Penal pela ABDConst. Graduado em Direito pela UFPR. Advogado.

ISABELA MARIA STOCO


Advogada criminalista. Mestranda em Direito Penal pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Pós-graduada em Direito Penal
Econômico (PUC) e Compliance (FAE). E-mail: isabela@marionbach.
com.br.

LEONARDO FLEISCHFRESSER
Advogado criminalista, mestrando em ciência jurídico criminais pela
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; pós-graduado em direito
penal e processo penal pela Escola da Magistratura do Paraná e formado
pelo Centro Universitário de Curitiba – Unicuritiba. E-mail: leonardo@
lfjuridico.com.br.

LUCAS ANDREY BATTINI


Edson Luz Knippel é Doutor e Mestre em Direito das Relações Sociais
Mestrando em Direito Penal pela Faculdade de Direito da USP. Advogado
criminalista. E-mail: battini@advocaciambl.adv.br.

MARLUS HERIBERTO ARNS DE OLIVEIRA


Advogado sócio de Arns de Oliveira Advogados Associados e Doutor em
Direito pela PUC/PR.

MARIANA NOGUEIRA MICHELOTTO


Advogada no escritório Arns de Oliveira Advogados Advogados Associados
e Mestra em Direito Penal Econômico na FGV/SP.
NATÁLIA DE SOUZA SANTOS
Especialista em Direito Penal e Processual Penal (Faculdade única de
Ipatinga, 2020) e Direito do Estado (Universidade Cândido Mendes,
2022). Graduada em Direito pelo Centro Universitário Campo Real (2018).
Atualmente é assistente de promotoria do Ministério Público do Estado do
Paraná.

NICEIA MARTIN
Especialista em Educação Especial com enfoque em Altas Habilidades/
Superdotação. Graduada em Ciências Biológicas (Unicentro, 2001) e
em Direito (Centro Universitário Campo Real, 2017). Advogada na área
criminal.

RAFAEL JUNIOR SOARES


Doutorando em Direito pela PUC/PR. Mestre em Direito Penal pela
PUC/SP. Professor de Processo Penal na PUC/PR. Advogado criminalista.
E-mail: rafael@advocaciabittar.adv.br.

RONALDO SANTOS COSTA


Advogado criminalista em Gilson Bonato, Ronaldo Costa e Advogados.
Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Conselheiro do Instituto Brasileiro de Direito Penal Econômico (IBDPE).
Procurador da ABRACRIM-PR – Associação Brasileira dos Advogados
Criminalistas – Paraná. Membro Relator da Comissão da Advocacia
Criminal da OAB/PR.

RUDY HEITOR ROSAS


Doutor em Direito (UFPR, 2021). Mestre em Ciências Sociais Aplicadas
(UEPG, 2017). Especialista em Ciências Criminais (Centro Universitário
Campo Real, 2015). Graduado em Direito (Centro Universitário Campo
Real, 2012). Coordenador do Grupo de Estudos Contemporâneos em
Execução Penal (Centro Universitário Campo Real). Membro do Grupo
Interdisciplinar de Pesquisas Científicas sobre Lawfare – GIPLAWFARE
(vinculado ao Museu da Lava Jato). Avaliador de Cursos junto ao Ministério
da Educação – MEC (Área: Direito). Membro do Conselho de Ética (OAB/
PR – Subseção Guarapuava, 2019-2021, 2022-2024). Advogado Criminal
(Sócio patrimonial no escritório Melhem, Rosas & Platzgumer – Advocacia
e Gestão de Conflitos).
THAYNÁ DOS SANTOS LOPES
Advogada Criminalista. Graduada em Direito pela Universidade Positivo
(UP). Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Academia
Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst). Membra das Comissões
da Advocacia Criminal e Defesa das Prerrogativas Profissionais da OAB/
PR.
APRESENTAÇÃO
Este trabalho, longe de qualquer pretensão de esgotar o tema, busca
trazer ao público diversas preocupações da advocacia criminal em relação à
disciplina das medidas cautelares no processo penal. Para além da discussão
tradicional das medidas de índole pessoal, como é o caso da prisão
preventiva, esta obra também tem a pretensão de abordar temas sensíveis
na esfera das medidas cautelares probatórias – como é o caso da busca e
apreensão – e das medidas cautelares reais, de índole patrimonial.
O mote deste trabalho está nas diversas dificuldades verificadas pelos
autores, todos advogados criminais militantes, na compreensão da dinâmica
dos provimentos cautelares pelas nossas Cortes e por outros integrantes do
sistema de Justiça criminal, como é o caso do Ministério Público. Talvez
porque seja raro encontrar literatura técnica que trate especificamente sobre
o tema das medidas cautelares. A maior parte dos trabalhos existentes na
literatura jurídica nacional tratam de questões de política criminal, sem
aplicação prática diretamente no processo penal, ou ficam travados em
discursos sobre o autoritarismo de juízes e promotores, sobre a disciplina
de reconhecimentos pessoais ou sobre aspectos relativos à psicanálise,
como falsas memórias. Mas também porque o tema das medidas cautelares
passou a ganhar mais importância quando passou a atingir uma nova parcela
da população, pessoas que não estavam acostumadas a integrar o “alvo”
do processo penal. E esse contexto, maximizado a partir de discursos de
“eficiência” do sistema penal em relação aos “poderosos”, trouxe consigo
dificuldades técnicas na compreensão e aplicação das medidas cautelares –
notadamente diante de seu uso indiscriminado como forma de “pressão”
sobre réus, muitas vezes no intuito de antecipar condenações que sequer
foram prolatadas, como medida aplicada no afã de se combater a dita
“sensação de impunidade”.
E aí se tem uma boa razão para estudá-las.
Além disso, alterações legislativas recentes, como é o caso do
denominado “Pacote Anticrime” (Lei n. 13.964/2019), ampliaram as
dúvidas sobre a aplicação dessas medidas. Desde a compreensão do que
se pode considerar como “contemporaneidade” até questões relativas
à razoável duração do processo e o prazo de restrições cautelares, tudo
precisou ser relido e revisto pelos operadores do Direito Penal, em especial
os advogados. A dinâmica das medidas cautelares se tornou matéria de
sensível complexidade na prática forense, sem mencionar que sua presença
no processo penal é cada vez mais constante, sobretudo nos denominados
“maxiprocessos”. Por conseguinte, é imprescindível na prática da advocacia
criminal entender o funcionamento desses itinerários ditos “provisórios”
ou “cautelares”.
Motivos para o estudo do tema não faltam.
Partindo desse estado de coisas, a presente obra, fruto do trabalho
de integrantes da Comissão da Advocacia Criminal da Ordem dos
Advogados do Brasil – Seção do Paraná, tratará sobre três aspectos
das medidas cautelares. Na primeira parte, serão abordados temas
relacionados às medidas cautelares pessoais, discutindo sobre a noção de
“contemporaneidade” (trazida expressamente pelo “Pacote Anticrime”) e
o exame prático da aplicação da prisão sob o argumento de preservação
da ordem pública. Na segunda parte, no âmbito das medidas cautelares
de índole probatória, serão tratados temas sensíveis à advocacia criminal,
sobretudo a extensão do direito de defesa em casos de busca e apreensão
diante do crime de obstrução de justiça trazido pela Lei n. 12.850/2013. Na
terceira – e última – parte, os temas abordados estão vinculados às medidas
cautelares reais. Os assuntos tratam da inaplicabilidade do denominado
“poder geral de cautela” na imposição dessas medidas, da impossibilidade
de aplicação retroativa das previsões cautelares trazidas pela Lei de Lavagem
de Dinheiro, da disciplina do sequestro em crimes contra Fazenda Pública,
da recorribilidade das decisões que impõe provimentos cautelares de índole
patrimonial, da aplicação de medidas cautelares reais em casos envolvendo
criptoativos e a figura do confisco alargado de bens (enquanto efeito
patrimonial da condenação criminal).
A ideia, sempre cabe repetir, não está em se esgotar os temas
propostos, mas apresentar novas perspectivas de estudo a partir da rotina
vivenciada pela advocacia criminal, servindo como ponto de partida para
novos estudos sobre a matéria e até como forma de sensibilizar os demais
operadores do sistema de Justiça Criminal sobre os inúmeros desafios que
o tema traz consigo.
Que todos possam apreciar a leitura.

Curitiba, verão de 2024.

OS COORDENADORES
SUMÁRIO
COORDENADORES .................................................................................................7
AUTORES ......................................................................................................................9
APRESENTAÇÃO .....................................................................................................13

PARTE 1
MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS

CAPÍTULO 1
Bárbara Mostachio Ferrassioli
Thayná dos Santos Lopes
PRISÃO PREVENTIVA E O PRESSUPOSTO LEGAL DA
CONTEMPORANEIDADE NA VISÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES....21
1 Da contemporaneidade como pressuposto legal .............................................21
2 Da interpretação dos tribunais superiores acerca do pressuposto da
contemporaneidade na prisão preventiva .............................................................25
Critério 1: A contemporaneidade analisada sob a ótica da data da decretação da
prisão (desprezando-se a data dos fatos e o tempo de prisão cumprido).........27
Critério 2: a contemporaneidade analisada sob a ótica do tempo decorrido
desde a última atividade ilícita (da ausência de indicadores concretos do risco
de reiteração delitiva)................................................................................................28
Critério 3: mitigação da contemporaneidade com base na gravidade do fato/
natureza do crime .....................................................................................................28
Conclusão ..................................................................................................................29
Referências .................................................................................................................31

CAPÍTULO 2
Natália de Souza Santos
Nicéia Martin
Rudy Heitor Rosas
PRISÕES PREVENTIVAS E A GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA: UMA
ANÁLISE PRÁTICA .................................................................................................33
Introdução .................................................................................................................34
1 Prisão preventiva ..................................................................................................34
2 Decretações de prisão preventiva na 1ª vara criminal de Guarapuava/PR.....41
Conclusão ..................................................................................................................45
Referências .................................................................................................................46

PARTE 2
DAS MEDIDAS CAUTELARES PROBATÓRIAS

CAPÍTULO 3
Ivan Navarro Zonta
BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR, DIREITO DE DEFESA E
OBSTRUÇÃO DE JUSTIÇA ...................................................................................51
1 Buscas e apreensões em investigações de organizações criminosas e crime de
obstrução de justiça ..................................................................................................51
1.1 Casos que retratam o problema em estudo....................................................52
2 Medidas cautelares probatórias de busca e apreensão .....................................54
2.1 Natureza e objetivos das medidas de busca e apreensão .............................54
2.2 Limites pelos requisitos e procedimento da busca e apreensão domiciliar....55
2.3 Limites à busca pelo direito de defesa e de não autoincriminação.............57
3 Aplicação dos limites entre a obstrução de justiça e o direito de defesa em
buscas e apreensões domiciliares ...........................................................................59
3.1 Alguns limites do tipo penal de obstrução de justiça ..................................59
Conclusão ..................................................................................................................64
Referências .................................................................................................................64

PARTE 3
DAS MEDIDAS CAUTELARES PATRIMONIAIS

CAPÍTULO 4
Douglas Rodrigues da Silva
Caio Marcelo Cordeiro Antonietto
AS MEDIDAS CAUTELARES REAIS E A LEI DE LAVAGEM DINHEIRO:
UM ESTUDO A PARTIR DA REFERIBILIDADE E A (IM)POSSIBILIDADE
DE APLICAÇÃO DO PODER GERAL DE CAUTELA NO PROCESSO
PENAL ..........................................................................................................................69
Introdução .................................................................................................................69
1 Do poder geral de cautela e sua (in)aplicabilidade no processo penal brasileiro:
O problema das medidas cautelares patrimoniais ...............................................72
2 As medidas cautelares patrimoniais e a respectiva referibilidade ...................77
2.1 O sequestro de bens ..........................................................................................78
2.2 O arresto de bens e a especialização da hipoteca legal ................................79
3 O problema da referibilidade após o advento da lei N. 12.682/2012: A lei de
lavagem criou formas inéditas de constrição patrimonial ou permitiu o poder
geral de cautela? ........................................................................................................80
Conclusão ..................................................................................................................83
Referências .................................................................................................................84

CAPÍTULO 5
Rafael Junior Soares
Lucas Andrey Battini
A LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO E A IRRETROATIVIDADE DAS
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS APÓS A LEI 12.683/2012 ...........................87
Introdução .................................................................................................................87
1 Lavagem de dinheiro.............................................................................................88
2 Medidas assecuratórias previstas no código de processo penal .....................91
3 A medida assecuratória na lei de lavagem de dinheiro ....................................93
Conclusão ..................................................................................................................97
Referências .................................................................................................................97

CAPÍTULO 6
Claudia da Rocha
Mariana N. Michelotto
Marlus H. Arns de Oliveira
O SEQUESTRO DE BENS NOS CRIMES QUE RESULTAM PREJUÍZO
À FAZENDA PÚBLICA: UMA ANÁLISE À LUZ DE PRINCÍPIOS
PROCESSUAIS PENAIS ....................................................................................... 101
Introdução .............................................................................................................. 101
1 Os princípios e a sua aplicação nas medidas cautelares reais ...................... 102
2 As medidas cautelares reais e os crimes que resultam em prejuízo para a
fazenda pública: A situação particular do sequestro ........................................ 105
Conclusão ............................................................................................................... 113
Referências .............................................................................................................. 114

CAPÍTULO 7
Isabela Maria Stoco
RECORRIBILIDADE DAS DECISÕES QUE CONCEDEM MEDIDAS
CAUTELARES PATRIMONIAIS E O HABEAS CORPUS 147.043/SP DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA .............................................................. 117
Introdução ............................................................................................................. 117
1 A recorribilidade das decisões que decretam cautelares patrimoniais........ 118
2 O Habeas Corpus N. 147.043/SP do Superior Tribunal de Justiça ........... 122
3 O Habeas Corpus como meio impugnativo e seu uso em desfavor de decisões
que decretam medidas cautelares patrimoniais ................................................ 124
Conclusão .............................................................................................................. 127
Referências .............................................................................................................. 128

CAPÍTULO 8
Leonardo Fleischfresser
CAUTELARES PATRIMONIAIS APLICADAS ÀS CRIPTOMOEDAS E A
ADOÇÃO DE MEDIDAS PARA CONSERVAÇÃO DO VALOR.............. 131
Introdução .............................................................................................................. 131
1 Dos criptoativos e da dificuldade na obtenção da prova ............................. 132
2 Das cautelares patrimoniais .............................................................................. 135
2.1 Busca e apreensão ........................................................................................... 137
2.2 Sequestro .......................................................................................................... 138
3 Modelos de conservação do valor ................................................................... 139
Conclusão ............................................................................................................... 141
Referências .............................................................................................................. 142

CAPÍTULO 9
Bárbara Mostachio Ferrassioli
Ronaldo dos Santos Costa
CONFISCO-ALARGADO (ART. 91-A, CÓDIGO PENAL): ILEGALIDADES,
BURLA DE ETIQUETAS E OUTRAS INCONGRUÊNCIAS PRÁTICAS.....145
1 Premissas ............................................................................................................ 145
2 Praxis .................................................................................................................... 148
3 O fim (Que é só o início) .................................................................................. 152
Referências .............................................................................................................. 152
PARTE I
MEDIDAS
CAUTELARES
PESSOAIS
CAPÍTULO 1
PRISÃO PREVENTIVA E O PRESSUPOSTO LEGAL
DA CONTEMPORANEIDADE NA VISÃO DOS
TRIBUNAIS SUPERIORES

BÁRBARA MOSTACHIO FERRASSIOLI


Advogada criminalista em Bárbara Ferrassioli – Advocacia Criminal.
Mestranda em Direito (UFPR). Pós-Graduada em Direito Penal e
Processual Penal (IDP); em Ministério Público e Estado Democrático de
Direito (UNIBRASIL) e em Direito Empresarial (FAMEC). Professora
de Direito Penal e Prática em Processo Penal na FESP. Membra Relatora
da Comissão da Advocacia Criminal da OAB/PR. Secretária-Geral
da Comissão de Defesa das Prerrogativas Profissionais da OAB/PR.
Coordenadora Adjunta do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais do
Paraná (IBCCRIM/PR). Associada ao Instituto Brasileiro de Direito Penal
Econômico (IBDPE).

THAYNÁ DOS SANTOS LOPES


Advogada Criminalista. Graduada em Direito pela Universidade Positivo
(UP). Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Academia
Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst). Membra das Comissões
da Advocacia Criminal e Defesa das Prerrogativas Profissionais da OAB/
PR.

1 DA CONTEMPORANEIDADE COMO PRESSUPOSTO LEGAL

A contemporaneidade passou a ser um pressuposto legal para a


decretação da prisão preventiva com as alterações promovidas pela Lei nº
13.964, de 2019, também conhecida como “Pacote Anticrime”, que incluiu
ao artigo 312 do CPP os parágrafos 1º e 2º, quais sejam:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
22 AS MEDIDAS CAUTELARES NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO

aplicação da lei penal, quando houver prova da existência


do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado
pelo estado de liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada
em caso de descumprimento de qualquer das obrigações
impostas por força de outras medidas cautelares.
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser
motivada e fundamentada em receio de perigo e existência
concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem
a aplicação da medida adotada.
O parágrafo primeiro reforça o caráter subsidiário e excepcional
da prisão preventiva, a qual será decretada somente em caso de
descumprimento de medida cautelar alternativa (sempre a primeira opção
acautelatória); o parágrafo segundo torna ainda mais evidente a necessidade
de fundamentação da decisão pela medida extrema em receio de perigo
e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que a justifiquem.
Estatuiu, o novo §2º, o “Princípio da Atualidade do Perigo”, segundo o
qual o fundamento para a decretação da prisão repousa na atualidade do
periculum libertatis.1
Ainda, no tocante à positivação da contemporaneidade trazida pelo
Pacote Anticrime, para que não restem dúvidas ou dúbias interpretações,
o referido pressuposto também restou expressamente consignado no
parágrafo 1º do artigo 315 do Código de Processo Penal, deixando clara a
impossibilidade de a privação de liberdade ser imposta em razão de fatos
pretéritos, considerada a intrínseca urgência que justifica e legitima as
medidas (NUNES, MOREIRA, 2020)2, leia-se:
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a
prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de
qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente
a existência de fatos novos ou contemporâneos que
justifiquem a aplicação da medida adotada.
Como é cediço, no que tange especificamente à prisão preventiva, para
que fique caracterizada a cautelaridade, esta precisa estar consubstanciada
na presença concomitante dos pressupostos do fumus comissi delicti e do
periculim libertatis, conforme previsão expressa do art. 312 do Código de
Processo Penal. É dizer, precisam estar suficientemente comprovados os
indícios de materialidade e autoria do crime, bem como o perigo gerado
1. .CAPEZ, Fernando. Contemporaneidade e prisão preventiva. Revista Consultor Jurídico.
Disponível em: <https://www.conjur.com.br>.
2. NUNES, Mariana Madera; MOREIRA, Sarah Piancastelli. A contemporaneidade dos fatos
da prisão preventiva sob a perspectiva do STF. Revista Consultor Jurídico. Disponível em:
<https://www.conjur.com.br/2020-fev-05/opiniao-contemporaneidade-fatos-preventiva-
conforme-stf>.

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