Trabalho 2 História Da Psicologia

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Aluno: Lucas Machado Martinez Duarte

Matrícula: 202108477648
Curso: Psicologia- Turno Noite

Trabalho 2 História da Psicologia


O que é Psicanálise? O que é Gestalt? O que é Psicologia
Humanista?

O que é Psicanálise?
A psicanálise é fundada a partir da busca pela origem da histeria, doença essa que
normalmente é proveniente de um trauma. Era considerado um termo pejorativo e,
na época, era usado para pessoas que de alguma forma queriam receber atenção.
Foi com o médico francês Jean-Martin Charcot que o quadro começou a mudar, no
hospital La Salpêtrière, o médico começou a usar a hipnose a fim de tentar acessar
o que mais tarde ficaria conhecido por inconsciente para tentar chegar no trauma
que estaria afligindo a pessoa doente.
Sigmund Freud em 1881 se especializou em psiquiatria e foi trabalhar junto a
Charcot em Paris, após isso voltou a Viena e lá começou a usar o método da
hipnose em seus pacientes, foi também em Viena que Freud conheceu o médico e
cientista, Josef Breuer. Breuer tornou-se aliado de Freud e suas investigações sobre
a histeria e trataram de um dos casos mais famosos, o da paciente Anna O.,
pseudônimo que Josef Breuer criara em seu livro Studies on Hysteria para a
paciente Bertha Pappenheim.
Anna O. foi uma paciente de Freud e Breuer que possuía um conjunto de sintomas
ligados a traumas e pensamentos reprimidos, dentre esses sintomas encontravam-
se paralisia com contrações musculares, inibições e dificuldade de pensamento.
Quando não se encontrava em estado de hipnose, Anna não conseguia se lembrar
do porquê desses sintomas estarem ocorrendo, enquanto em estado hipnótico ela
relatava o conteúdo reprimido com facilidade, tratava-se dos cuidados e
responsabilidades que ela tinha com seu pai enfermo, onde, várias vezes, ela
desejou que ele estivesse morto, porém Anna O. apenas reprimiu esses
pensamentos.
Outro caso muito famoso pré-fundação da psicanálise é o de Emmy Von N.,
pseudônimo de Fanny Moser, caso esse que inspirou a associação livre. Emmy
tinha problemas na ingestão de comida e bebida, pois a evocava dores gástricas,
Freud tentou hipnotiza-la e não teve sucesso, foi ai que decidiu tentar intimida-la
para que consumisse algo em 24 horas, o que funcionou numa primeira vez, quando
perguntou a paciente de quando se datavam as dores em seu estomago ela não
soube responder e o médico tentou a intimidação uma segunda vez, não
funcionando e fazendo com que Emmy Von N. lhe dissesse que ele não deveria ficar
perguntando isso e aquilo e sim que ele a deixasse contar o que tinha de dizer. Foi
nessa segunda vez, malsucedida que Freud teve a inspiração para a associação
livre, que consistem em: o analista deve ser um quadro em branco para que o
analisado possa pintar o setting, espaço que propícia a estruturação simbólica dos
processos subjetivos inconscientes, como bem entender, falando ou deixando de
falar o que a ele convém e não tendo riscos de repressões ocorridas na vida em
sociedade.
Um dos estudos mais importantes de Sigmund Freud é o do desenvolvimento e
evolução da libido, teoria não muito aceita pela comunidade científica da época pois
para os cientistas era incabível relacionar sexualidade a crianças. A teoria consiste
em cinco fases: fase oral, onde se tem o conflito com o desmame e ocorre entre os 0
e 18 meses de vida de um indivíduo; fase anal, onde o conflito se encontra no
controle da defecação e ocorre entre os 18 meses e 3 anos de vida do indivíduo;
estádio fálico, o conflito se encontra como um complexo de Édipo, onde o menino
compete com o pai pelo amor da mãe e a menina compete com a mãe pelo amor do
pai, ocorre entre os 3 e 6 anos de vida; estádio de latência, o conflito ocorre com os
aprendizados e as frustrações decorrentes de se estar iniciando uma vida social fora
de casa, acontece dos 6 aos 11 anos de vida; e estádio genital, o conflito se da pelo
bem-estar sexual do indivíduo, ocorre após o início da puberdade.
Outro estudo de Freud muito importante é a das Duas Tópicas de Freud, na
primeira se distingue o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. De maneira
resumida, o inconsciente, para Freud, seriam todos aqueles pensamentos, emoções,
memórias e conteúdos no geral que ficaram de difícil acesso por diversas questões
e não se é fácil de explorar, o pré-consciente é o que se está no meio do
inconsciente e do consciente, funciona como se fosse uma proteção à consciência
evitando preocupações perturbadoras, já o consciente é o mais raso e onde se é
ciente da realidade exterior e os pensamentos são processados de maneira racional.
A segunda tópica é a divisão do ID, do Ego e do Superego, o ID é caracterizado por
ser o irracional, a impulsividade e a busca pelos desejos no prazer, nas vontades e
em pulsões primitivas, é a representação do inconsciente, já o ego é o racional,
como se fosse um freio do ID, trava as buscas pelo prazer até encontrar o objeto
apropriada que satisfaça, o Superego é a moralidade, entra em conflito com o ID e
força o Ego a se comportar de maneira moralmente aceitável dentro de uma
sociedade.
Após Freud tiveram vários autores de suma importância para a psicanálise, um
deles Carl Gustav Jung, psiquiatra e discípulo de Sigmund Freud. Jung e Freud
tiveram uma parceria de vários anos até se desentenderem por divergência quanto a
questão da libido, Freud enxergava que estava relacionada apenas à sexualidade
enquanto Jung via como a energia corpórea de todo ser humano. Com essa quebra
na relação, Jung cria a Psicologia Analítica, uma linha da psicanálise com alguns
conceitos parecidos e outros diferentes.
Outra pessoa importante na psicanálise foi Karen Horney, psicanalista e crítica de
algumas perspectivas freudianas, para ela o ser humano era orientado por outras
duas perspectivas além do prazer, a segurança e a satisfação. Outra crítica que
Karen faz a psicanálise freudiana é importância que o médico dá ao pênis em suas
teorias, enfatiza que todo o contexto de diferenças entre homens e mulheres está
ligado a fatores culturais e não biológicos, dando início assim a uma Psicanálise
Feminista.
Outro contribuinte para a psicanálise como é hoje foi Alfred Adler. Convidado por
Freud, fez parte do primeiro círculo psicanalítico e deixou em 1911 por divergências
com o próprio Pai da Psicanálise, Adler discordava do papel do recalque e da libido
dentro do ambiente psíquico, criou então sua própria teoria, a Psicologia Individual,
que enfocava na autoestima e em como ela é desenvolvida perante o mundo,
conciliando assim o ambiente social com o consciente.
A psicanálise é até hoje uma das linhas teóricas mais importantes dentro da
psicologia, óbvio que se tem críticas a ela, porém é inquestionável a sua relevância
e influência dentro de outras linhas.

O que é Gestalt?
Surgiu na sociedade alemã, como um tipo de reação ao Associacionismo, dos
iluministas e empiristas franceses, e tem como seu principal teórico o psicoterapeuta
e psiquiatra alemão Fritz Perls. A linha teórica busca olha o aqui e agora, muito
diferente da psicanálise que, por exemplo, que busca revisitar toda a vida do
indivíduo a fim de resolver um problema no presente, portanto seu enfoque não é a
doença em si, mas sim as potencialidades que o indivíduo possui, dialoga muito com
teorias humanistas, que por meio das potências que cada um possui busca trazer a
autorrealização. Um dos principais conceitos da Gestalt-Terapia é o Insight, que se
configura em uma obtenção de uma reestruturação de todo o campo perceptual,
podendo assim fazer com que o indivíduo se compreenda melhor e, por
consequência, possa mudar o que não se encontra em equilíbrio com o resto de sua
vida. O insight é a apreensão de uma coisa sem que se tenha deturpações que
podem mudar a percepção do indivíduo perante o mundo ou sobre si mesmo.
Na Gestalt o principal ponto de partida é a percepção e quais são os processos
psicológicos envolvidos nela. Como que cada ser humano percebe o mundo e a si
mesmo dentro desse mundo. Para que se tenha uma percepção é preciso primeiro
de uma estímulo, assim o cérebro capta esse estímulo por meio dos órgãos
sensoriais e interpreta-o, formando a percepção, as percepções, porém, são
construções baseadas na cultura em que o indivíduo se encontra e experiências
vividas por essa pessoa, cada pessoa tem uma percepção diferente sobre tal
sensação, ou estímulo.
Outro aspecto importante da Gestalt é a pregnância das formas, é dito que
sempre se enxerga primeiro a composição visual geral para depois se ater aos
detalhes. O ser humano está sempre na busca da boa forma quando se trata do
psiquismo e da trajetória pessoal, quando se trata de autorrealização, e é isso que
não cessa a imparável “busca por nós mesmos”. Esse conceito tem suas bases
filosóficas
A base filosófica da Gestalt tem como principal inspiração a teoria de Christian Von
Ehrenfels, que queria contradizer a teoria dos elementos constituintes do filósofo
britânico David Hume, Ehrenfels, com um trabalho sobre a qualidade das formas,
buscou mostrar que aspectos fisiológicos e psicológicos não podem ser explicados
pela associação dos elementos constituintes. Esse trabalho serviu de base para que
Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Kohler criassem a Gestalt-Terapia, pois,
para eles, em questão de estrutura, no mundo físico, tudo é resultado da soma das
partes e não por adições, sendo assim o que caracteriza a Gestalt é que o campo
perceptivo é a determinação de uma estrutura que atua na percepção, enquanto o
sensorial é organizada desde o inicio, sendo originalmente estruturado.
Kohler e Koffka trabalharam por 10 anos ao lado do professor e psicólogo alemão
Kurt Lewin. Foi a partir dessa colaboração que se originou a Teoria do Campo,
método muito importante no legado de Lewin, porém o psicólogo logo abandonou a
psicofisiologia da Gestalt e partiu para a física a fim de buscar suas bases para sua
psicologia. Na teoria de Kurt Lewin o indivíduo e seu entorno interagem entre si,
portanto não podem ser vistos como instâncias separadas, o espaço vital é de
suma importância não só para a psicologia mas para áreas como turismo, por
exemplo. Espaço vital é “a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do
indivíduo num certo momento.”

O que é Psicologia Humanista?


Em meio a uma psicologia dividida entre a Psicanálise e o Comportamentalismo,
desde a década de 1940 foi-se pensando em novas maneiras de se exercer a área,
é então que durante o final dos anos de 1950 e início de 1960 que surge a
Psicologia Humanista. Tem como principais pensadores Carl Rogers e Abraham
Maslow.
Carl Rogers, nascido em 1902, durante sua conferência no dia 11 de dezembro de
1940, expôs um novo viés de psicologia, focada no ser humano e na sua
autorrealização, a terapia deixaria de ser um lugar para tratar de doenças e passaria
a se focar na autocompreensão. Ao longo dos anos seu modelo de terapia foi-se
desenvolvendo e ganharia o nome de Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), o
indivíduo deixa ser chamado de “paciente” e passa a ser chamado de “cliente”, pois
está em busca de uma cura e sim de sua autocompreensão e afim de explorar suas
próprias potencialidades.
Para que isso ocorra, é necessário que se tenham três condições facilitadoras; o
primeiro elemento que ocorre, quando o terapeuta quebra as barreiras da lógica
profissional, assim, se doando e vivendo a essência daquele momento terapêutico; a
aceitação incondicional, quando o terapeuta demonstra uma atitude “positiva e
aceitadora”, deixando com que o cliente e expresse qualquer sentimento naquele
momento de maneira genuína; e a compreensão empática, se da quando o
terapeuta tem uma escuta sensível e ativa. Todas essas questões de Rogers podem
ser aplicandas tanto na relação terapêutica quanto na vida cotidiana. Além da
psicologia, Rogers também foi de muita influência para outras áreas, como a
pedagogia, por exemplo.
Abraham Maslow, nascido em 1908, foi outro grande percussor da Psicologia
Humanista, estudou Direito por um tempo mas logo depois foi para a Psicologia. Na
década de 1950, fundou sua própria revista sobre Psicologia Humanista e ficou
muito famoso pela Pirâmide de Maslow, que consiste em uma esquematização para
que se tenha uma melhor compreensão de como seria a autorrealização humana,
são cinco fases da pirâmide, começando pela base, se tem as questões fisiológicas,
acima a segurança, no meio os relacionamentos afetivos, na penúltima fase a estima
e no topo a realização pessoal.
O Humanismo é uma abordagem que vai na contramão da psicanálise e do
comportamentalismo, pois, diferente dessas duas, se foca em descobrir os
propósitos do indivíduo na sua busca pela autorrealização. Muito semelhante ao
Existencialismo de Jean-Paul Sartre, tanto se complementam que se criou uma
abordagem que une as duas linhas teóricas, a Terapia Existencial-Humanista.
No existencialismo humanista, o ser humano primeiro existe e depois, com base em
suas escolhas e bagagem de experiências, encontra sua essência. Sartre coloca
que “o ser humano é condenado a ser livre”, entende-se que essa liberdade está
atrelada as responsabilidades que o ser humano, como um animal social, tem tanto
consigo mesmo quanto com o outro, pois, segundo o existencialismo humanista,
todas as ações tomadas por um indivíduo afetam a ele e ao outro. Nessa
abordagem existem três conceitos que estão interligados e são indissociáveis,
responsabilidade, escolha e angústia.

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