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√ - RELAÇÃO DE EMPREGO
Uma vez existente a relação de emprego, passa-se a outra questão: seria o contrato
válido? Nesse caso, cumpre analisar os requisitos de validade do contrato de trabalho, o que
será feito na aula sobre contrato de trabalho.
Para haver relação de emprego é fundamental que o prestador de serviços seja pessoa
física (ou natural). Jamais o empregado será uma pessoa jurídica. Alguns doutrinadores
entendem que esse requisito já se encontra inserido na pessoalidade (próximo elemento a ser
estudado). Não há nenhum vício nesse entendimento.
O trabalho por pessoa física pode ser visualizado no conceito de empregado do art. 3º
da CLT:
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
E não existe, para fins de reconhecimento de vínculo, diferença se o trabalho for intelectual,
manual ou técnico.
Art. 3º (...) Parágrafo único, CLT. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Quanto ao empregador, esse pode ser pessoa física, jurídica ou mesmo determinados
entes despersonalizados (massa falida, espólio etc.). Veja o disposto no art. 2º, caput, e §1º, da
CLT:
O trabalhador, como regra, não pode se fazer substituir. Tem o dever de comparecer e
prestar serviços. É o que chamamos de infungibilidade na prestação de serviços.
❸Não eventualidade
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Art. 1º, LC nº 150/2015. Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta
serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à
pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-
se o disposto nesta Lei.
❹Onerosidade
Na relação de emprego deve haver uma retribuição pelo serviço prestado, um efetivo
pagamento destinado ao trabalhador.
❺Subordinação
Diversas teorias surgiram para explicar o que seria a subordinação. Surgiram teorias
sobre subordinação técnica, subordinação econômica etc.
A subordinação pode existir ainda que haja prestação de serviços à distância, conforme
se constata no art. 6º, parágrafo único, da CLT:
Art. 6º (...)
●Alteridade
→ Exclusividade;
→ Profissionalidade.
A falta de anotação da CTPS NÃO afasta o vínculo empregatício, mas possibilita que a
empresa seja autuada pela fiscalização.
Art. 456 CLT. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações
constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios
permitidos em direito.
Art. 16, CLT. A CTPS terá como identificação única do empregado o número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).
Art. 41 CLT. Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos
respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme
instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Art. 47 CLT. O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art.
41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por
empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência.
§1º. Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo, o valor final
da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado, quando
se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.
Art. 47-A CLT. Na hipótese de não serem informados os dados a que se refere o
parágrafo único do art. 41 desta Consolidação, o empregador ficará sujeito à multa de R$ 600,00
(seiscentos reais) por empregado prejudicado.
Art. 442-A CLT. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo
tipo de atividade.
√ EMPREGADOR
√ - GRUPO ECONÔMICO
Art. 2º (...)
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,
mesmo guar dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Observe que, quando uma empresa é dirigida, controlada ou administrada por outra
empresa, todas elas são solidariamente responsáveis pelos créditos trabalhistas por
integra rem o grupo econômico. Assim, existe um nexo de coordenação hierárquico entre as
empresas integrantes do grupo econômico.
CLT
Art. 2º (...)
§2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,
mesmo guar dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Art. 2º (...)
§3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias,
para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
O trabalho realizado para várias empresas do mesmo grupo, durante a mesma jornada,
não configura mais de um contrato de trabalho, conforme Súmula n. 129 do TST:
Essas ideias foram retiradas da interpretação dos arts. 10 e 448 da CLT que indicam:
Nesse ponto, o entendimento existente foi confirmado pelo art. 448-A, caput, da CLT:
No caso da fraude, verifica-se, na prática, que o empregador transfere seus bens para
outra pessoa com objetivo de transferir a dívida trabalhista para o sucessor que sabe da
irregularidade, buscando ficar livre de qualquer responsabilidade. Isso é ilegal.
Aliás, a reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017) constou esse último caso de forma
expressa no parágrafo único do art. 448-A da CLT:
√ - SÓCIO RETIRANTE
● a empresa devedora;
● os sócios atuais; e
● os sócios retirantes.
√ - PODERES DO EMPREGADOR
Os poderes não são absolutos! Há limites previstos na CLT e na CF/88, por exemplo,
respeitar a intimidade e a dignidade do empregado. Se transmitida ordem ilegal, alheia ao
contrato ou desproporcional, o empregado poderá se recusar a cumprir a ordem dada (Direito
de resistência).
O regulamento de empresa: é na verdade uma “lei interna” da empresa. Ele prevê regras
ligadas às questões técnicas, disciplinares e direitos dos empregados. Essas regras estabelecidas
pelo empregador não necessitam de prévia aprovação, ou qualquer formalidade especial.
Súmula nº 77 do TST. Nula é a punição de empregado se não precedida de inquérito ou
sindicância internos a que se obrigou a empresa por norma regulamentar.
Súmula nº 51 do TST
Art. 611-A CLT. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
▪ Lavagem dos uniformes (art. 456-A, parágrafo único, CLT): a higienização do uniforme
é, em regra, de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários
procedimentos ou produtos diferentes daqueles usados para a limpeza de vestimentas de uso
comum.
Art. 456-A CLT. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente
laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas
parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
Revistas íntimas (art. 373-A, VI, CLT): Há expressa previsão em lei vedando revistas
íntimas nas mulheres. Essa proibição à revista íntima tem sido estendida também aos
empregados do sexo masculino, com fundamento no princípio da igualdade.
Art. 373-A CLT. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que
afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos
acordos trabalhistas, é vedado:
Com a nova lei, acaba a discussão sobre a possibilidade de revistas íntimas em mulheres,
em quaisquer atividades, inclusive no serviço público.
A lei deveria ter ampliado a proibição de revista íntima também aos homens,
homossexuais e transexuais. Não parece razoável a proibição RESTRITA apenas às mulheres e
permitida aos homens.
Revistas pessoais: realizadas com razoabilidade, sem que envolvam nudez, têm sido
admitidas, desde que a atividade exercida justifique esse controle. Essa revista não pode
submeter o empregado a situação constrangedora (Informativo nº 3 e 112 do TST).
❸ Poder disciplinar: o empregado está subordinado às ordens dadas pelo empregador, como
forma de dinamizar e organizar os trabalhos desenvolvidos na empresa. Se verificada a
desobediência às regras impostas, caberão as seguintes penalidades:
a) Advertência verbal ou escrita. Embora a advertência não esteja prevista na CLT, é admitida
pela doutrina e jurisprudência. Ressalta-se que a advertência não pode constar da CTPS –
Carteira de Trabalho e Previdência Social, porque configurará anotação desabonadora.
b) Suspensão disciplinar de, no máximo, 30 dias consecutivos (art. 474 da CLT). Nesse caso, o
empregado ficará afastado das suas atividades, não receberá remuneração nem terá contado
seu tempo de serviço, para adquirir férias, por exemplo. Ademais, não há depósitos do FGTS
durante esse período.
c) Dispensa por justa causa (art. 482 da CLT). Essa é a penalidade mais grave, colocando fim ao
contrato de trabalho. Se o empregado cometer alguma das condutas previstas no art. 482 da
CLT (violar sigilo da empresa, agressão física, desídia etc.), será dispensado por justa causa.