Anti-Corruption Module 9 Corruption in Education PT
Anti-Corruption Module 9 Corruption in Education PT
Anti-Corruption Module 9 Corruption in Education PT
Ferramentas de apoio ao
desenvolvimento de conhecimentos
para académicos e profissionais
Série de Módulos sobre Anticorrupção
Módulo 9
Corrupção na Educação
ESCRITÓRIO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DROGAS E CRIME
Viena
MÓDULO 9
CORRUPÇÃO NA EDUCAÇÃO
Corrupção na Educação
Módulo 9
Enquadramento
A Série de Módulos Anticorrupção da UNODC oferece 10 módulos focados em uma gama de questões centrais sobre
anticorrupção. Isto inclui várias definições sobre a corrupção e os seus efeitos devastadores, as várias respostas à corrupção
e as relações entre corrupção e diferentes tópicos como boa governança, política comparativa, denúncia de irregularidades,
sistemas de justiça, direitos humanos, gênero, educação, participação cidadã, paz e segurança.
Os Módulos são projetados para uso tanto por instituições acadêmicas quanto por academias profissionais em todo o
mundo. Eles foram desenvolvidos para ajudar professores e instrutores a oferecer educação sobre anticorrupção, incluindo
aqueles que não trabalham nesta área, mas que gostariam de incorporar estes componentes em seus cursos. Os formadores
são encorajados a personalizar os Módulos antes de integrá-los em suas aulas e cursos. Os Módulos incluem discussões de
assuntos relevantes, sugestões para atividades e exercícios em classe, estruturas de classe recomendadas, propostas para
avaliação dos alunos, listas de leitura recomendada (com ênfase em materiais de acesso aberto), slides em PowerPoint,
materiais em vídeo e outras ferramentas de ensino. Cada módulo fornece um esboço para uma aula de três horas, bem como
diretrizes sobre como desenvolver um curso completo.
Os Módulos enfocam valores e problemas universais e podem ser facilmente adaptados a diferentes contextos locais e
culturais, incluindo uma variedade de programas de graduação, pois são multidisciplinares. Os Módulos procuram melhorar
a consciência ética e o compromisso de estudantes e jovens profissionais em agir com integridade e equipá-los com as
habilidades necessárias para aplicar e difundir estas normas nas suas vidas, no trabalho e na sociedade. Para aumentar sua
eficácia, os Módulos cobrem tanto perspectivas teóricas quanto práticas, e utilizam métodos de ensino interativos, como a
aprendizagem experimental e o trabalho em grupo. Estes métodos mantêm estudantes e estagiários engajados e os ajudam
a desenvolver pensamento crítico, resolução de problemas e habilidades de comunicação, tudo isso é importante para a
educação ética.
Os tópicos dos Módulos foram escolhidos após consultas com acadêmicos que participaram de uma reunião de
especialistas convocada pelo UNODC, em Viena, em março de 2017. Os peritos enfatizaram a necessidade de uma maior
educação anticorrupção a nível mundial e aconselharam em áreas nucleares a serem abordadas através dos Módulos. Foi
ainda considerado fundamental que os Módulos não se foquem apenas na preparação de estudantes e formandos para uma
ação eficaz orientada por valores, mantendo-os engajados, mas também que os Módulos se possam adaptar a diferentes
contextos regionais e disciplinares, permitindo aos docentes a sua incorporação em outros cursos e disciplinas universitárias
existentes.
Para atingir estes objetivos, os especialistas recomendaram que os Módulos tenham uma grande gama de características,
podendo, em última análise, ser capazes de:
Com base nestas recomendações, o UNODC trabalhou por mais de um ano com mais de 70 especialistas acadêmicos
de mais de 30 países para desenvolver os 10 Módulos Universitários Anticorrupção. Cada Módulo foi elaborado por uma
equipe central de acadêmicos e especialistas do UNODC, e depois revisado por um grupo maior de acadêmicos de diferentes
disciplinas e regiões para garantir uma cobertura multidisciplinar e universal. Os Módulos passaram por um meticuloso
processo de aprovação na sede do UNODC antes de finalmente serem editados e publicados em seu site como materiais de
código aberto. Além disso, foi acordado que o conteúdo dos Módulos seria atualizado regularmente para garantir que eles
estejam de acordo com os estudos contemporâneos e correspondam às necessidades atuais dos educadores.
O presente instrumento de conhecimento foi desenvolvido pela Seção de Corrupção e Crime Económico do UNODC (CEB),
como parte da iniciativa Educação para a Justiça no âmbito do Programa Global para a Implementação da Declaração de
Doha.
Corrupção na Educação
Módulo 9
Termos de Responsabilidade
O conteúdo da Série de Módulos Anticorrupção do UNODC não reflete necessariamente as opiniões ou políticas do Escritório
das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Estados Membros ou organizações contribuintes, e tampouco implica
qualquer endosso. As designações empregadas e a apresentação de material nestes módulos não implicam a expressão de
qualquer opinião por parte do UNODC a respeito do status legal ou de desenvolvimento de qualquer país, território, cidade ou
área, ou de suas autoridades, ou a respeito da delimitação de suas fronteiras ou limites. O UNODC incentiva o uso, reprodução
e disseminação do material nestes módulos. Salvo indicação em contrário, o conteúdo pode ser copiado, descarregado e
impresso para fins privados de estudo, pesquisa e ensino, ou para uso em produtos ou serviços não comerciais, desde que
seja dado o devido reconhecimento do UNODC como fonte e detentor dos direitos autorais e que o endosso do UNODC às
opiniões dos usuários, produtos ou serviços não esteja implícito de forma alguma.
Os materiais fornecidos neste documento são fornecidos “como estão”, sem garantia de qualquer tipo, expressa ou implícita,
incluindo, sem limitação, garantias de comerciabilidade, adequação a um determinado propósito e não-infração. O UNODC
não oferece quaisquer garantias ou indicações específicas quanto à exatidão ou integridade de quaisquer desses Materiais.
O UNODC poderá, periodicamente, adicionar, alterar, melhorar ou atualizar os materiais disponíveis nos módulos sem aviso
prévio.
Sob nenhuma circunstância o UNODC será responsável por qualquer perda, dano, responsabilidade ou despesa incorrida ou
sofrida que seja alegada ter resultado do uso deste módulo, incluindo, sem limitação, qualquer falha, erro, omissão, interrupção
ou atraso com relação a ele. O uso deste módulo é de exclusiva responsabilidade do Usuário. Sob nenhuma circunstância,
incluindo, mas não se limitando à negligência, o UNODC será responsável por quaisquer danos diretos, indiretos, incidentes
especiais ou consequentes, mesmo que o UNODC tenha sido avisado sobre a possibilidade de tais danos.
O Usuário reconhece e concorda especificamente que o UNODC não é responsável por qualquer conduta de qualquer usuário
destes materiais.
Links para sites da Internet contidos nos presentes módulos são fornecidos para a conveniência do leitor e são precisos no
momento da publicação (última revisão a 19 de maio de 2022). As Nações Unidas não se responsabilizam por sua precisão
contínua após a emissão ou pelo conteúdo de qualquer website externo.
Reserva de imunidades
Nada neste documento deve constituir ou ser considerado como uma limitação ou uma renúncia aos privilégios e imunidades
das Nações Unidas, que são especificamente reservados.
As Nações Unidas se reservam seu direito exclusivo, a seu exclusivo critério, de alterar, limitar ou descontinuar o website ou
quaisquer Materiais em qualquer aspecto. As Nações Unidas não terão obrigação de levar em consideração as necessidades
de qualquer usuário em conexão com o mesmo.
As Nações Unidas se reservam o direito de negar, a seu exclusivo critério, qualquer acesso do usuário a este site ou a
qualquer parte sem aviso prévio.
Nenhuma renúncia por parte das Nações Unidas a qualquer disposição destes Termos e Condições será vinculativa, exceto
conforme estabelecido por escrito e assinado por seu representante devidamente autorizado.
A versão em língua portuguesa é fruto da colaboração voluntária de professores e alunos de várias universidades dos países
de língua portuguesa e reflete o carácter pluricêntrico da língua, sendo possível encontrar textos e palavras com diferentes
sintaxes e grafias.
5
Corrupção na Educação
Módulo 9
Índice
Introdução 07
Objetivos de Aprendizagem 07
Leitura fundamental 29
Leitura avançada 30
6
Corrupção na Educação
Módulo 9
Introdução
Uma educação inclusiva e de qualidade é essencial para uma sociedade próspera e capacitada,
afirmando-se como a chave para a igualdade e o desenvolvimento. Quando a corrupção permeia a
educação, mina a sua capacidade de atingir os seus objetivos. A corrupção no setor da educação tem
impactos negativos na sociedade que perduram no tempo, reprimindo o conhecimento e contribuindo
para a má alocação das competências no plano económico, mas também promovendo a desigualdade
social e dando origem a mais corrupção. Este Módulo está concebido para ajudar os palestrantes
a apresentar aos estudantes as manifestações, causas e consequências da corrupção no setor da
educação. Mobilizando exemplos de vários países, o Módulo analisa os diferentes atos de corrupção
que são levados a cabo em escolas públicas e privadas e universidades, mormente fraude, suborno e
corrupção sexual. Considerando que as causas deste fenómeno são complexas e casuísticas, alguns
fatores particularmente relevantes no setor da educação são trazidos à colação. O Módulo discute os
efeitos das práticas corruptas na qualidade da educação e as suas ramificações no plano societário.
Os impactos da corrupção são diversos, fazem-se sentir a longo prazo e não são fáceis de reverter. É
por isso que as medidas preventivas destinadas a aumentar a transparência e a prestação de contas
são preferíveis.
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar diferentes tipos e riscos de corrupção no setor da educação
7
Corrupção na Educação
Módulo 9
Síntese dos conteúdos programáticos
A educação, seja pública ou privada, foi reconhecida como um direito humano fundamental e um veículo
para a realização dos demais direitos humanos (vide os artigos 13.º e 14.º do Pacto Internacional
sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais1; e o artigo 26.º da Declaração Universal dos Direitos
Humanos2). A ausência de corrupção é uma condição necessária não só para se propiciar educação
de qualidade, mas também para permitir o acesso à mesma e a equidade neste domínio (Hallak e
Poisson, 2002). No entanto, os sistemas de educação em torno do mundo são vulneráveis a muitos
atos de corrupção. São exemplos de corrupção no setor da educação a admissão de estudantes em
troca de um suborno ou de favores à família ou amigos, a atribuição de classificações não merecidas
em troca de favores sexuais e a atribuição indevida de diplomas cm vista à obtenção de vantagens
institucionais. Estes são alguns dos muitos exemplos de corrupção no setor da educação. Graças
ao papel fundamental da educação no desenvolvimento de capital humano confiável para sustentar
economias viáveis, existe uma necessidade especial de proteger a educação da corrupção.
Este Módulo tenta consciencializar os leitores para a importância de uma educação livre de corrupção,
bem como identificar os desafios envolvidos no reconhecimento e erradicação da corrupção em
instituições educacionais. Este Módulo coloca em destaque considerações fundamentais para
o estudo do fenómeno, estimulando a discussão em torno de medidas para prevenir, detetar e
combater a corrupção no setor da educação. Alguns fatores identificados que arrastam os vários
atores no setor da educação para a prática de atos de corrupção são descritos. Este Módulo fornece
oportunidades para que os leitores se envolvam com questões relevantes, por exemplo, elucidando-
os sobre os custos suportados pela sociedade quando os processos de educação e a alocação de
recursos são distorcidas pela corrupção. Por último, o Módulo convida a uma reflexão crítica sobre
possíveis estratégias anticorrupção desenvolvidas especificamente para este setor. A discussão
abaixo estrutura-se da seguinte forma: manifestações, custos e causas da corrupção na educação e
como combater este tipo de corrupção.
8
Corrupção na Educação
Módulo 9
As manifestações da corrupção no setor da educação
A corrupção é um fenómeno complexo, sem uma definição uniforme. Uma análise das diversas
formas e definições de corrupção, bem como dos seus efeitos nefastos um pouco por todo o globo,
está disponível no Módulo 1 da Série de Módulos do UNODC sobre Anticorrupção. Por agora, importa
notar que a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção3 (UNCAC) se abstém de fornecer uma
definição abrangente de “corrupção”. Em vez disso, define e qualifica diferentes atos de corrupção
como crimes, como acontece no caso do suborno e do peculato (tanto no setor público, como no
setor privado); do tráfico de influências; do abuso de funções; do enriquecimento ilícito (arts. 15.º a
22.º da UNCAC). Com 187 Estados Partes (dados de abril de 2020), a UNCAC está a aproximar-se de
uma adesão à escala universal e pode considerar-se que os diferentes atos de corrupção definidos
pela Convenção são internacionalmente aceites. O Módulo 4 e o Módulo 5 da Série de Módulos do
UNODC sobre Anticorrupção integram discussões mais detalhadas sob a forma como estes vários
atos se manifestam nos setores público e privado, respetivamente.
Nos sistemas de educação, o suborno e o peculato têm sido descritos como os mais comuns atos
de corrupção. O suborno no setor da educação envolve vantagens pecuniárias e não pecuniárias,
como acontece, por exemplo, quando um professor paga a um membro do comité de seleção de uma
universidade para ser contratado de forma preferencial face a outros candidatos mais qualificados
ou quando um professor aprova uma dissertação fraudulenta porque o pai do aluno em causa, dono
de um stand de automóveis, lhe oferece uma nova viatura. O peculato pode traduzir-se na utilização
de dinheiro público – o qual devia ser empregue para melhorar a biblioteca da escola – para pagar as
férias ao diretor da escola e da sua família. Um caso de peculato que foi popularizado por Reinikka e
Svensson (2004) é a apropriação de fundos destinados a gastos não relacionados com o pagamento
de salários em escolas do Uganda. Apenas 13 por cento das bolsas atribuídas chegaram às escolas.
Para uma discussão mais aprofundada e exemplos adicionais de corrupção no setor da educação,
vide Hallak e Poisson (2007, pp. 57–58).
Crimes relacionados com fraude e extorsão também foram identificados como comuns no setor da
educação (Amundsen, 2000). A fraude envolve qualquer tipo de esquema destinado a gerar um ganho
económico (vide, por exemplo, Merriam-Webster4. Um exemplo de fraude na área da educação é a
existência de “fábricas de diplomas”, as quais vendem diplomas falsos na internet. Se uma universidade
ou outra instituição de ensino produzir e vender diplomas falsos, tal pode constituir um crime de abuso
de funções nos termos do artigo 19.º da UNCAC (pelo menos no que respeita a instituições públicas).
A extorsão é o uso de coerção, violência ou ameaças para extrair algo de outra pessoa (esta definição
é discutida com maior detalhe no Módulo 4 da Série de Módulos sobre Criminalidade Organizada). Um
docente que exija favores sexuais ou o pagamento de quantias não obrigatórias aos seus estudantes
ou encarregados de educação, de modo a que aqueles tenham melhores notas ou adquirem os seus
diplomas, são exemplos de extorsão no campo da educação. Quando a extorsão tem uma natureza
sexual, tende a ser apelidada de “extorsão sexual” ou “sextortion”, tal como explicado no Módulo 8 da
Série de Módulos sobre Anticorrupção.
9
Corrupção na Educação
Módulo 9
Aqueles casos em que a solicitação de favores sexuais não é coerciva ou em que estes são oferecidos
a estudantes em troca de uma certa nota ou qualificação podem constituir casos de suborno ou de
abuso de funções e são, por vezes, apelidados de atos de corrupção sexual. Quando a CNUCC incumbe
os Estados Partes de criminalizar o suborno, o abuso de funções e outras formas de corrupção, a
mesma refere-se a todos os benefícios envolvidos na transação corrupta como “vantagens indevidas”.
O termo “vantagens indevidas” deve ser interpretado da forma mais ampla possível, abrangendo todos
os casos em que artefactos intangíveis ou benefícios não pecuniários (como favores sexuais) são
oferecidos, na medida em que criam ou podem vir a criar um sentimento de vinculação obrigacional
entre as partes envolvidas. Vide uma discussão mais desenvolvida no Módulo 8 da Série de Módulos
sobre Anticorrupção.
Outras violações da integridade no setor da educação, as quais em alguns contextos são consideradas
atos de corrupção, são o plágio e o absentismo por parte dos docentes (TI, 2013). Existem ainda
casos de corrupção na administração das escolas, principalmente na área da contratação pública e
dos recursos financeiros e humanos.
Para avaliar a prevalência de vários atos corruptos na educação, é útil identificar o nível institucional
de ocorrência (v.g. ministério, município, escola), o nível de ensino em que ocorre (v.g. primário,
secundário, terciário), os atores envolvidos e a natureza da transação (Hallak e Poisson, 2007, pp.
60–61):
• O nível de ocorrência: a corrupção pode ter lugar ao nível do ministério da educação, departamento
governamental, região, distrito, escola ou turma. Cada nível acarreta as suas específicas
oportunidades para a corrupção e requer distintas soluções e respostas. Por exemplo, prevenir e
combater atos de corrupção levados a cabo por docentes de uma escola secundária pressupõe
a tomada de medidas distintas das adotadas para dar resposta a atos de corrupção cometidos
no Ministério da Educação.
• O nível de educação: a corrupção pode revestir-se de distintas formas consoante seja levada a
cabo ao nível da educação primária, secundária ou terciária. Por exemplo, é mais provável que
um docente pressione os encarregados de educação (e vice-versa) com vista à aceitação de
um tutor para os seus filhos nos níveis educacionais mais baixos; já a corrupção no plano das
admissões é mais usual em níveis mais elevados de ensino.
• Os atores: os atores envolvidos em atos de corrupção podem ser administradores, empresas
privadas que fornecem bens às escolas, a faculdade, os estudantes e as famílias dos mesmos.
• A natureza da transação: a transação corrupta pode ser iniciada pelos beneficiários dos serviços
de educação ou pelos fornecedores dos mesmos.
10
Corrupção na Educação
Módulo 9
Pode constatar-se que a corrupção no setor da educação ocorre tanto em países desenvolvidos,
como nos países em desenvolvimento. Os orçamentos cada vez mais reduzidos e a dependência
cada vez maior de rankings e a competição por bolsas têm incentivado a redução de custos em
detrimento da qualidade dos sistemas educacionais mesmo nos sistemas de educação liberais de
maior dimensão, como é o caso dos Estados Unidos da América e do Reino Unido. Por exemplo,
um dos atos de corrupção mais recorrente nos Estados Unidos é a manipulação deliberada dos
resultados de exames nas escolas (Jacob e Levitt, 2003). A corrupção na educação internacional,
mormente por via da compra de falsas qualificações e do suborno de instituições para o recrutamento
de estudantes, também envolve os países mais desenvolvidos (Vincent-Lancrin, 2013). Um princípio
comum subjacente a todos os sistemas de educação é o de que todas as salas de aula devem ser
espaços seguros em que os docentes e estudantes podem discutir temas difíceis de forma aberta.
Tal é seriamente ameaçado devido à corrupção.
Antes de embarcar na discussão em torno das causas e impactos da corrupção e das respostas para
combater este fenómeno, importa clarificar a distinção entre educação de baixa qualidade e corrupção
na educação. Esta distinção é essencial para a correta escolha de medidas corretivas apropriadas.
Uma educação de baixa qualidade pode surgir como resultado de comportamentos inaceitáveis por
parte dos docentes das escolas ou universidades, os quais são motivados por outras causas que não o
abuso de poder com vista ao enriquecimento pessoal. Se a universidade tem uma biblioteca pequena
porque não consegue adquirir coleções de livros em quantidade e qualidade, a falta de materiais
literários pode ter um impacto negativo na educação dos estudantes. Neste caso não é a corrupção
a causa para a falta de livros. Para se resolver este problema, uma maior quantidade de recursos
devem ser disponibilizados à biblioteca da escola. No entanto, se um docente se apropria de livros
da biblioteca, então cometeu um crime de furto e as penas adequadas deverão ser-lhe aplicadas,
mormente exigindo-lhe a devolução ou reposição dos livros (vide uma discussão relevante no artigo
“Education sector corruption: How to assess it and ways to address it”6). Da mesma forma, se a falta
de livros é consequência do facto de um administrador se ter apropriado de fundos da biblioteca para
o seu próprio benefício, ou se um docente paga a um administrador para encobrir o furto dos livros,
não tomando as medidas devidas, então nestas situações estamos ante casos de corrupção.
A corrupção, em geral, tem efeitos bastante negativos em toda a sociedade. Alguns autores tentaram
quantificar os efeitos negativos da corrupção na economia, mormente com recurso a imagens que
provavam que mesmo os mais pequenos aumentos na incidência da corrupção estão relacionados
à diminuição de algumas centenas de dólares no PIB per capita (vide, por exemplo, Dreher and
Herzfeld, 2005). No entanto, os custos não patrimoniais da corrupção são ainda mais destrutivos,
oscilando desde a erosão dos valores democráticos, dos direitos humanos e liberdades à perda de
vidas humanas.
A corrupção no setor da educação tem efeitos imediatos, tanto económicos como sociais. No
plano económico, uma das consequências derivadas da obtenção de graus académicos e outras
qualificações com base no suborno (e não nas competências) é a possibilidade de que pessoas
pouco preparadas e competentes possam vir a desempenhar funções e posições de autoridade.
11
Corrupção na Educação
Módulo 9
Na melhor das hipóteses, o talento é desperdiçado e o potencial para o desenvolvimento frustrado; na
pior das hipóteses, ocorrem perdas financeiras e várias vidas ou meios de subsistência são destruídos.
Isto é aquilo a que os economistas chamam de “ineficiências alocativas” (Banerjee, Mullanaithan e
Hanna, 2012). A qualidade da educação em si mesma diminui, o que cria um terreno fértil para mais
e maior corrupção e para a falta crónica de capital humano.
De onde vem a corrupção no setor da educação? Uma forma útil de pensar porquê e quando os
indivíduos se envolvem em atos de corrupção é começar pela análise das recompensas e desvantagens
de tais atos. Um importante modelo de crime foi desenvolvido por Becker e Stigler (1974), os quais
demonstraram que os indivíduos se envolvem em atividade criminosas se concluírem que têm
mais a ganhar com a mesma do que a perder. Os benefícios podem surgir sob a forma de ganhos
pecuniários ou não patrimoniais, com possíveis perdas e custos a apresentar-se sob a forma de
sanções, como a vergonha, o pagamento de multas ou a pena de prisão. No seu cálculo mental, os
indivíduos também têm em conta o quão provável é que venham a ser capturados e punidos – o que
se baseia na probabilidade de serem detetados.
12
Corrupção na Educação
Módulo 9
Esta ponderação é comum a todos os setores, mas os custos, benefícios e a probabilidade de serem
detetados assume formas específicas no setor da educação. De acordo com Hallak e Poisson (2007,
pp. 40-41), os principais fatores que explicam a corrupção no setor da educação são:
• Salários baixos dos funcionários públicos e docentes: em alguns países, os salários dos
docentes não são suficientes para a satisfação das necessidades básicas ou são encarados
como injustamente baixos quando comparados com a carga de trabalho – o que pode conduzir
a que os professores utilizem a sua posição de poder para obter dinheiro e outros benefícios.
Borcan, Lindahl e Mitrut (2014) mostraram como os cortes salariais de 25 por cento a todos
os professores na Roménia em razão das políticas de austeridade conduziram a um aumento
da fraude nos exames nacionais. Como ocorre noutros setores, quando os funcionários
e docentes pagaram um suborno para obter o emprego, é muito provável que continuem a
perpetrar condutas fraudulentas.
• Normas éticas fracas e um Estado de Direito frágil: Em lugares onde a corrupção é fortemente
prevalente, a resistência moral à corrupção é substancialmente reduzida. Este fator faz com que
seja mais difícil combater a corrupção em alguns setores e países, nomeadamente naqueles
que experienciam crises económicas ou transições políticas. Além disso, se a aplicação do
direito for considerada débil, então as penas e as possibilidades de deteção são praticamente
inexistentes, fazendo com que valha a pena participar em atos de corrupção. Para aprender
mais sobre ética, vide a Série de Módulos sobre Integridade e Ética.
No plano da deteção:
13
Corrupção na Educação
Módulo 9
• O tamanho e a distribuição da educação: as escolas, os funcionários e os administradores
representam recursos que estão normalmente espalhados por todos os países. Tal torna o
rastreamento de recursos mais complicado e a supervisão de condutas potencialmente
corruptas mais complexa.
A corrupção no setor da educação cruza-se com questões de integridade e ética nos setores público
e privado, as quais são discutidas de forma mais detalhada no Módulo 11 e no Módulo 13 da Série
de Módulos sobre Integridade e Ética e nos Módulos 4 e 5 da Série de Módulos sobre Anticorrupção.
Para uma discussão genérica sobre ética profissional, a qual também se aplica à educação, vide o
Módulo 14 da Série de Módulos sobre Integridade e Ética.
Apesar de a corrupção em geral ter recebido grande atenção por parte dos meios de comunicação e de
investigadores nas últimas décadas, a corrupção no setor da educação tem sido parcamente estudada.
Tal está, porém, a começar a mudar graças ao número crescente de estudos que se concentram
nesta temática (vide, por exemplo, Huss e Keudel, 2020). Os executivos no setor da educação podem
ter evitado o escrutínio por medo de que uma reputação manchada pudesse significar a redução
dos recursos no setor (Poisson, 2010, p. 1). No entanto, dados os efeitos prejudiciais da corrupção,
é de extrema importância reconhecer e combater a corrupção no setor da educação. Abaixo são
apresentados vários argumentos fundamentais para a defesa do combate à corrupção no setor da
educação. Tais argumentos são universais e relevantes nos contextos educacionais quer dos países
mais desenvolvidos, quer menos desenvolvidos.
Primeiro, o setor da educação molda os indivíduos desde as fases mais precoces da vida até à
idade adulta, com efeitos que se fazem sentir a nível pessoal, em termos de conquistas de vida,
saúde, vida familiar e bem-estar subjetivo, mas também a nível societário, em termos de conjunto
de competências de que um país necessita com vista ao crescimento económico, à distribuição
de capital e à mobilidade intergeracional (Burgess, 2016). A corrupção anula todos os ganhos da
educação nestes dois níveis e origina perdas quando as competências e os empregos não coincidem.
Segundo, a corrupção no setor da educação direciona-se particularmente aos indivíduos mais
vulneráveis. Os estudantes, bem como os pais que pretendem o melhor para os seus filhos, veem
as suas ambições frustradas. Tal pode, por exemplo, conduzir a que os pais estejam dispostos a
pagar um suborno exigido pelo administrador de uma escola para garantir aos filhos uma vaga na
mesma ou a pagar um suborno exigido por um professor para assegurar um registo escolar favorável
ao seu educando. Outro exemplo é a exploração sexual de estudantes por parte de docentes em
situações em que os estudantes ou os pais são demasiado pobres para pagar de forma convencional.
O pagamento por via de favores sexuais e outros atos de corrupção no contexto educacional é
fortemente preocupante do ponto de vista ético, pois perverte a relação entre educadores e educandos
confiados ao seu cuidado (Poisson, 2010).
14
Corrupção na Educação
Módulo 9
Terceiro, a corrupção no setor da educação substitui bons valores e princípios por uma visão
cínica do mundo em que os estudantes e jovens facilmente impressionáveis aprendem que lutar
contra a corrupção não compensa – mas alinhar com a mesma talvez compense. A corrupção
tem “consequências desastrosas” quando interfere com o “desenvolvimento de atitudes e valores
relacionados com a cidadania e a justiça” (Poisson, 2010, p. 11). Se os cidadãos jovens não acreditam
que o sistema de educação é justo e imparcial, então quando ocupem posições enquanto adultos,
seja no domínio empresarial, da ciência ou da política, acreditam que as mesmas foram obtidas por
privilégio e não propriamente pelo mérito. Tal corrói a credibilidade das e a confiança nas instituições
de educação, cria frustração e desinteresse, prejudica as aspirações e a coesão social necessária
para todas as sociedades bem sucedidas (Altbach, 2015; Heyneman, 2004, p. 638).
Quarto, a educação é a chave para o desenvolvimento sustentável, como reconhecido pelo ODS 4 dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ao minar a qualidade da educação e o acesso à
mesma, a corrupção prejudica gravemente a prossecução dos vários ODS.
Antes de combater a corrupção, é necessário que sejamos capazes de a detetar e denunciar. Uma
discussão genérica em torno da deteção da corrupção está disponível no Módulo 6 da Série de
Módulos sobre Anticorrupção. Várias ferramentas disponíveis para prevenir e detetar a corrupção
foram adaptadas ao setor da educação: as auditorias físicas dos processos educativos, inquéritos
de rastreamento da despesa pública e estudos comparativos entre o desempenho relatado e real. As
mesmas são discutidas abaixo:
• Auditorias físicas dos processos educativos. Tal envolve fiscalizações regulares dos
estabelecimento de ensino para verificar se os administradores e docentes estão a cumprir as
suas funções. Tal abordagem foi, por exemplo, utilizadas para avaliar e reduzir o absentismo
dos docentes na Índia, numa altura em que o incumprimento de funções por parte dos agentes
educativos se descontrolou (Duflo, Hanna e Ryan, 2012).
15
Corrupção na Educação
Módulo 9
• Medidas indiretas baseadas nas diferenças entre o desempenho relatado e o desempenho real
(verificação cruzada). Tal inclui métodos inovadores para avaliar os resultados educacionais
reais e confrontá-los com os resultados relatados. Por exemplo, Lucifora e Tonello (2014)
compararam resultados de exames nacionais em escolas italianas e diferentes turmas em dois
contextos: num caso, o exame foi vigiado por um inspetor externo, não existindo oportunidades
para a prática de atos de corrupção; no outro, o exame foi vigiado por um professor. Borcan,
Lindahl e Mitrut (2017) compararam os resultados dos exames nacionais nas escolas romenas
com vigilância CCTV (televisão em circuito fechado) e aqueles que foram realizados sem
videovigilância, descobrindo uma lacuna de cerca de 20 pontos percentuais entre as taxas de
aprovação declaradas e as reais.
Esta lista de ferramentas não é, de modo algum, taxativa. Inquéritos com questões sobre experiências
e denúncias de corrupção são também comummente utilizadas.
A escolha da mais apropriada estratégia de combate à corrupção e a sua melhor aplicação num
determinado contexto é uma questão complexa, desde logo porque tal depende do funcionamento
do sistema jurídico e do quão arraigadas as normas de corrupção estão. Além disso, há que ter em
conta potenciais efeitos adversos indesejados. No seu relatório de 2011 sobre corrupção no setor da
educação, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) verificou que são quatro
as principais categorias de ferramentas para combater a corrupção:
Aplicando esta construção ao setor da educação, Poisson (2010) identificou cinco fatores necessários
para prevenir a corrupção, alguns dos quais coincidem com as sugestões do PNUD:
Aos instrumentos referidos acima, Heyneman (2004, p. 645) adicionou: “sanções necessárias para
despromover ou punir caso as infrações tenham lugar”.
As estratégias de combate à corrupção podem ser inspiradas pelo modelo de crime Becker-Stigler
(vide a secção acima sobre “Causas da corrupção no setor da educação”) e podem colocar o enfâse
no aumento dos custos das violações, através da previsão de penas mais graves para educadores,
funcionários e estudantes e do aumento da probabilidade de tais violações serem detetadas, por
16
Corrupção na Educação
Módulo 9
exemplo, através de uma maior transparência na contratação, despedimento, procedimentos de
acreditação e protocolos de exame. Estes dois componentes são melhor aplicados em conjunto, já
que faz pouca diferença que as penas sejam duras, mas nunca sejam aplicadas; ou que as violações
sejam conhecidas, mas apenas brandamente punidas ou até passarem impunes. No entanto, esta
equação relativamente simples omite uma parte bastante importante daquilo que conduz a um
comportamento corrupto: a socialização, as normas, a influência dos demais e as crenças sobre o
que os outros fariam numa situação propícia à corrupção. Estes mecanismos comportamentais têm
sido parcamente estudados e devem ser examinados em todos os contextos individuais e integrados
nas políticas de combate à corrupção.
Existe um certo pessimismo em relação aos esforços anticorrupção no setor da educação (Poisson,
2010, p. 23), mas também histórias de sucesso, e – dado o novo foco na corrupção no setor da
educação – as possibilidades de melhoria são cada vez maiores. Alguns exemplos de casos de
sucesso são os seguintes:
• Monitorização combinada com incentivos e punições: Na Índia, o aumento dos salários dos
professores e a monitorização das presenças nas aulas através de câmaras antifraude reduziu o
absentismo dos docentes (Duflo, Hanna e Ryan, 2012). Na Roménia, uma série de câmaras CCTV
foram utilizadas nos exames nacionais em 2011 juntamente com penas substancialmente mais
pesadas para professores e estudantes, fazendo com que a taxa de aprovação diminuísse de 80
por cento em 2009 para 41 por cento em 2012 (Borcan, Lindahl e Mitrut, 2017).
Após analisar casos que se revelaram estratégias de combate à corrupção de sucesso, Hallak e Poisson
(2007, p. 23) notaram que “nenhuma medida tomada isoladamente pode combater a corrupção
de forma eficaz”. Poission (2010) destaca três medidas que são particularmente promissoras: 1)
desenvolvimento de sistemas regulatórios e padrões transparentes; 2) criação de capacidade de
gestão; 3) promoção da participação nos vários processos pela comunidade em geral.
Qualquer estratégia anticorrupção sólida no setor da educação e mais além deve ter em conta os
potenciais efeitos colaterais indesejados e devem ser complementadas com medidas que mitiguem
tais efeitos. Por exemplo, quando as câmaras CCTV foram introduzidas nas salas de exame romenas,
17
Corrupção na Educação
Módulo 9
o desempenho dos estudantes financeiramente mais carentes diminui mais do que o dos estudantes
mais ricos, em parte porque a fraude realizada na sala de aula foi substituída por subornos pelos
estudantes que os podiam pagar. Fisman & Golden (2017) recomendam que os decisores desenhem
as políticas com os seus destinatários em mente: “quando instalar CCTVs para prevenir os estudantes
de cometer fraude em exames, pense como um estudante desesperado que não se preocupou em
fazer os seus trabalhos de casa durante todo o ano”. Para uma discussão mais geral sobre estratégias
anticorrupção nos setores público e privado, vide os Módulos 4, 5 e 13 da Série de Módulos sobre
Anticorrupção.
Conclusão
Ao discutir os efeitos graves da corrupção no setor da educação e ao explorar exemplos de tais atos,
este Módulo visa consciencializar os leitores da importância de uma educação livre de corrupção e
de se capacitar os estudantes para discutir criticamente possíveis estratégias anticorrupção no setor
da educação. O Módulo visou ainda encorajar ações neste sentido, não obstante os vários desafios
para o combate à educação em diferentes contextos educacionais.
18
Corrupção na Educação
Módulo 9
Referências Bibliográficas
Altbach, Philip G. (2015). Academic corruption: The continuing challenge. International Higher
Education, vol 38, pp.5-6.
» Disponível em: https://ejournals.bc.edu/ojs/index.php/ihe/article/download/7454/7918.
Amundsen, Inge (2000). Corruption: definition and concepts. Bergen, Norway: Chr. Michelsen
Institute.
» Disponível em: https://etico.iiep.unesco.org/sites/default/files/2018-05/corruption_definitions_
and_concepts.pdf.
Banerjee, Abhijit, Sendhil Mullainathan, and Rema Hanna (2009). Corruption. NBER Working Paper
Series. Cambridge, MA: National Bureau of Economic Research.
» Disponível em: www.nber.org/papers/w17968.pdf.
Becker, Gary, and George Stigler (1974). Law Enforcement, Malfeasance, and Compensation of
Enforcers. The Journal of Legal Studies, vol. 3, issue 1, pp. 1-18.
Borcan, Oana, Mikael Lindahl and Andreea Mitrut (2017). Fighting Corruption in Education: What
Works and Who Benefits? American Economic Journal: Economic Policy, vol. 9, issue 1, pp. 180-209.
Burgess, Simon (2016). Human Capital and Education: The State of the Art in the Economics of
Education. IZA Discussion Paper No. 9885. Institute of Labor Economics.
Dreher, Axel, and Thomas Herzfeld (2005). The Economic Cost of Corruption: A Survey and New
Evidence. SSRN Electronic Journal.
» Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=734184.
Duflo, Esther, Rema Hanna and Stephen Ryan (2012). Incentives Work: Getting Teachers to Come to
School. American Economic Review, vol. 102, no. 4 (June), pp. 1241-78.
Fisman, Raymond, and Miriam Golden (2017). How to fight corruption. Science, vol. 356, issue 6340
(May), pp. 803–804.
Hallak, Jacques and Muriel Poisson (2002). Ethics and corruption in education (Policy Forum No.
15). Results from the Expert Workshop held at the IIEP, Paris, France, 28-29 November 2001. Paris:
IIEP-UNESCO.
Hallak, Jacques and Muriel Poisson (2007). Corrupt Schools, Corrupt Universities: What Can Be
Done? Paris: UNESCO Publishing.
» Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000150259.
Huss, Oksana and Oleksandra Keudel (2020). Open government in education: Clarifying concepts
and mapping initiatives. Paris: United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization and
International Institute for Educational Planning.
» Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373142/PDF/373142eng.pdf.
multi.
19
Corrupção na Educação
Módulo 9
Jacob, Brian A., and Steven D. Levitt (2003). Rotten Apples: An Investigation of The Prevalence And
Predictors Of Teacher Cheating. Quarterly Journal of Economics, vol. 118, issue 3 (August), pp. 843-
877.
» Disponível em: http://pricetheory.uchicago.edu/levitt/Papers/JacobLevitt2003.pdf.
Kirya, Monica (2019). Education sector corruption: How to assess it and ways to address it. Bergen,
Norway: U4 Anti-Corruption Resource Centre, Chr. Michelsen Institute.
» Disponível em: www.u4.no/publications/education-sector-corruption-how-to-assess-it-and-
ways-to-address-it.pdf.
Lucifora, Claudio, and Marco Tonello (2014). Students’ Cheating as a Social Interaction: Evidence
from a Randomized Experiment in a National Evaluation Program. Journal of Economic Behavior and
Organization, vol. 115.
Poisson, Muriel (2010). Corruption and Education. Education Policy Series. Paris: International
Academy of Education.
» Disponível em: www.iaoed.org/downloads/WEB_11_corruption and education_final_.pdf.
Reinikka, Ritva, and Jakob Svensson (2004). Local Capture: Evidence from a Central Government
Transfer Program in Uganda. The Quarterly Journal of Economics, vol. 119, no. 2 (May), pp. 679-705.
» Disponível em: www1.worldbank.org/publicsector/pe/PEAMCourse04/RitvaBackground2.pdf.
United Nations Development Programme (2011). Fighting Corruption in the Education Sector:
Methods, Tools and Good Practices. New York.
» Disponível em: www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/democratic-governance/
anti-corruption/fighting_corruptionintheeducationsector.html.
20
Corrupção na Educação
Módulo 9
Exercícios e Estudo de Casos
Esta secção apresenta um conjunto de exercícios pedagógicos para realizar antes da aula ou durante
a mesma. Uma atividade para realizar no final da aula e destinada a avaliar a compreensão dos alunos
acerca do presente Módulo é sugerida numa secção separada.
Estes exercícios são apropriados para turmas de até 50 estudantes, nas quais os mesmos se podem
organizar em grupos pequenos para discutirem os casos ou realizar as atividades, cabendo aos
representantes de cada grupo transmitir as conclusões ao resto da turma. Embora também seja
possível utilizar esta metodologia de trabalho em pequenos grupos numa turma grande, com várias
centenas de alunos, tal é mais desafiante e o palestrante pode querer recorrer a certas técnicas de
facilitação para garantir que haja tempo suficiente para as discussões em grupo e para a apresentação
das conclusões de todos os grupos à turma. A maneira mais simples de viabilizar a discussão
em pequenos grupos numa turma grande é pedir aos alunos que discutam os problemas com os
quatro ou cinco alunos sentados ao lado deles. Dadas as limitações de tempo, nem todos os grupos
poderão apresentar as suas conclusões em todos os exercícios. Recomenda-se que o palestrante
faça seleções aleatórias e tente garantir que todos os grupos tenham a oportunidade de transmitir
os seus comentários, pelo menos uma vez durante a sessão. Se o tempo permitir, o palestrante
poderá promover uma discussão com toda a turma, depois de cada grupo ter apresentado as suas
conclusões.
Todos os exercícios desta secção são adequados tanto para estudantes universitários, como para
graduados. No entanto, as decisões sobre a adequação dos exercícios devem ser tomadas com base
no contexto educacional e social, considerando-se que varia muito o conhecimento prévio dos alunos
e a sua familiarização com estes problemas. O palestrante é incentivado a relacionar cada exercício
com os temas-chave do Módulo.
Para preparar os casos de estudo enquanto metodologia de ensino, os palestrantes podem consultar
o curto mas informativo texto “Discussões de Casos Paradigmáticos” do Instituto de Tecnologia do
Illinois (http://ethics.iit.edu/teaching/leading-case-discussions).
Os casos de estudo e os exercícios que se seguem podem ser associados a um conjunto de técnicas
de ensino diversificadas, incluindo discussões individuais e em grupo, debates e simulações. Usando
ferramentas tradicionais ou digitais de voto, os estudantes podem realizar uma votação inicial sobre
como resolver um problema, discutindo depois o problema com o palestrante e votando de novo
21
Corrupção na Educação
Módulo 9
para ver se a sua opinião se modificou. Se as salas de aula tiverem acesso à Internet, os palestrantes
podem considerar utilizar software para criar ou editar documentos online (como o Google Docs) para
registar respostas escritas de estudante, individualmente ou em grupo. Os debates são apropriados
para estudantes mais hesitantes em expressar as suas visões individuais, já que, desta forma, os
estudantes expressam opiniões sem que tenham de as defender como próprias. As simulações
são adequadas para consciencializar os estudantes das várias pessoas e interesses envolvidos em
questões éticas, podendo ainda ajudar a criar grande empatia.
Denisova-Schmidt, Elena (2015). Academic Dishonesty or Corrupt Values: the Case of Russia.
ANTICORRP Project.
» Disponível em: http://anticorrp.eu/publications/academic-dishonesty-or-corrupt-values-the-
case-of-russia/.
Chen, David W. (2017) CUNY Lecturer Charged With Running Fake Health Certificate Program. The
New York Times, 29 September.
» Disponível em: www.nytimes.com/29/09/2017/nyregion/cuny-lecturer-charged-with-running-
fake-health-certificate-program.html?_r=0.
Hicks, Bill (2017). Who lost the most marks when cheating was stopped? BBC, 15 March.
» Disponível em: www.bbc.co.uk/news/business39254634-.
Osipian, Ararat (2019). The rise and rise of ghost-written dissertations. University World News, 27 July.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190722132702600.
Paredis-Solis, Sergio and others (2011). Reducing corruption in a Mexican medical school: impact
assessment across two cross-sectional surveys. BioMed Central Ltd.
» Disponível em: https://bmchealthservres.biomedcentral.com/articles/-11-6963-1472/10.1186
S-2S13.
Sawahel, Wagdy (2019). Academics call for more action over dissertation mills. University World
News, 22 July.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190722084402994.
The World University Rankings (2018). Seven lecturers arrested in Italian anti-corruption probe.
» Disponível em: www.timeshighereducation.com/news/seven-lecturers-arrested-italian-anti-
corruption-probe.
Woldegiyorgi, Ayenachew (2017). The Vicious Circle of Quality in Ethiopian Higher Education.
International Higher Education, no. 90. Chestnut Hill, MA: Center for International Higher Education.
» Disponível em: https://ejournals.bc.edu/ojs/index.php/ihe/article/view/10001.
22
Corrupção na Educação
Módulo 9
Exercício Pré-Aula 1: Com que tipo de ambiente é que os estudantes e
docentes estão familiarizados?
guidelines
O palestrante pode encarregar os estudantes de responderem, antes ou durante a aula, ao teste “Quão
corrupto és tu?” e depois partilharem as percentagens com os demais. Os resultados serão mais
interessantes se os estudantes basearem as suas respostas nas perceções da maioria das pessoas
dos seus países. O palestrante propicia a discussão em torno dos resultados do teste, distintos
ambientes e as questões mais complexas levantadas.
Uma experiência mais complexa mas enriquecedora seria colocar os estudantes da sua escola e
comunidade a administrar e discutir o inquérito, embora isso possa levar muito mais tempo, esforço
e preparação e exigir acompanhamento com debates e aprovações relativas à privacidade e ética de
investigação.
23
Corrupção na Educação
Módulo 9
Exercício 2: Caso de estudo “Compra o teu grau académico”
Um estudante a trabalhar a tempo inteiro num emprego mal pago vê uma publicidade sobre uma
licenciatura em gestão que não carece de presença às aulas. Comparando-a com outras licenciaturas
online, esta universidade exige o pagamento de propinas relativamente baixas e que o estudante
pode pagar. Não existem pré-requisitos para se registar no curso e não é necessário dispensar um
mínimo de horas do seu dia para assistir às aulas do curso e para estudar. O estudante paga as
propinas e, após um esforço mínimo para a conclusão de algumas disciplinas, recebe o seu diploma.
O estudante candidata-se a um trabalho e é contratado para uma posição com base na sua qualidade
de licenciado.
Para auxiliar o estudo de caso, o palestrante pode indicar este relatório da Transparency International.
• Disponível em: www.transparency.org/gcr_education
Utilize as seguintes questões para guiar a discussão em aula em torno do caso:
• Este caso de estudo levanta problemas de corrupção? Se sim, que ato de corrupção foi cometido
e por quem?
• O que levou o estudante a procurar este novo grau académico?
• Que condições permitem à universidade oferecer este tipo de curso abaixo dos standards
normais?
• O que é que controlo de qualidade tende a significar, geralmente, no contexto da corrupção no
setor da educação?
• Quais são os principais sinais de que uma licenciatura não dispõe de suficiente qualidade e
credibilidade e pode, de facto, ser objeto de uma transação corrupta?
Os dois casos devem promover a reflexão sobre questões levantadas pela corrupção por intermédio
de pagamentos realizados com vista a assegurar a admissão em universidades aos estudantes em
países em desenvolvimento e em países desenvolvidos. No entanto, o palestrante pode também
concentrar-se apenas em um dos dois exemplos, dependendo do tempo disponível e do contexto dos
estudantes.
24
Corrupção na Educação
Módulo 9
Para complementar estes casos de estudo, fornecendo maiores detalhes sobre como os subornos
para entrar em universidades surgem nestes casos tão distintos, o palestrante pode recomendar
a leitura do artigoa “Corruption in Education: A Global Legal Challenge7. Sobre suborno nos países
desenvolvidos, o estudante pode ainda analisar artigo “Ethical College Admissions: Bribery”8.
Caso 1: Um/a docente ameaça um/a estudante com uma reprovação à unidade curricular, a menos
que o/a estudante lhe preste favores sexuais.
Caso 2: Um/a estudante tem um desempenho aceitável nas aulas e, depois das mesmas, o/a mesmo/a
começa a auxiliar o/a docente numa investigação para um livro. Para agradecer ao/à estudante
pela sua ajuda, o/a docente leva o/a estudante a almoçar, momento durante o qual têm uma grande
conversa. O/a estudante tem uma “grande conexão” com o/a docente e ambos começam a sair.
O/a estudante nunca antes tinha tido uma relação romântica. Passado algum tempo, o/a docente e
o/a estudante têm relações sexuais no gabinete do/a docente por duas vezes. Uma vez denunciada
a situação ao comité de ética da instituição, o/a docente insiste que ambos tinham uma relação
romântica.
Os dois casos pretendem estimular a reflexão sobre questões de ética e corrupção suscitadas quando
os docentes têm relações sexuais com estudantes, em duas circunstâncias distintas. No entanto,
os palestrantes podem também selecionar apenas o exemplo que melhor se adeque aos desafios
existentes nos seus países e concentrar-se nele.
Módulo 9
Se o palestrante quiser recorrer a uma abordagem comparativa, mas sentir que discutir questões de
índole sexual é inapropriado no seu contexto, poderá sempre modificar os casos de estudo referindo-
se a presentes ou outros favores.
Para complementar este caso de estudo, os palestrantes podem indicar o artigo “Sextortion in
Education Sector and Response to Criminal Legal System in Tanzania - A Review”9. O palestrante
deve ainda notar que o segundo caso de estudo, “Sex-for-grades case takes a surprising turn”10, é
baseado no caso de Tey Tsung Hang, docente na Faculdade de Direito NUS em Singapura. Materiais
adicionais de leitura sobre exploração sexual no setor da educação incluem o artigo de Fiona Leach
sobre corrupção como abuso de poder no “Relatório Global de Corrupção: Educação”11 (2013) da
Transparência Internacional ou este artigo de jornal.
26
Corrupção na Educação
Módulo 9
Possível Estruturação das Aulas
Esta secção contém recomendações para uma exposição organizada e temporalmente adequada
dos conteúdos, com vista ao alcance dos objetivos da aprendizagem, numa palestra de três horas. O
palestrante pode querer desconsiderar ou reduzir alguns dos pontos abaixo indicados para despender
mais tempo com outras atividades, como a introdução, a realização de atividades quebra-gelo, a
apresentação de conclusões ou a realização de pequenos intervalos. A estrutura pode ser adaptada
para aulas mais curtas ou mais longas, considerando que a duração das mesmas varia de país para
país.
• Pergunte aos estudantes o que pensam da corrupção em geral e o que pensam da corrupção no
setor da educação em particular (se possível, use os exercícios pré-aula 1 e 2 propostos acima). Dê
exemplos de diferentes manifestações de corrupção na educação.
• Pergunte aos estudantes se nos seus países existe corrupção no setor da educação e como é que
os mesmos se podem comparar a outros países ou realize uma atividade interativa, como a sugerida
no exercício 1.
• Dê uma pequena aula ou peça aos estudantes que façam uma breve apresentação, dando-lhe algum
tempo para se prepararem durante a aula, sobre as diferentes instituições e níveis em que a corrupção
no setor da educação ocorre, bem como os atores e os tipos de transações que existem (Hallak e
Poisson, 2007).
• Peça aos estudantes que discutam o que pensam ser as consequências da corrupção no setor da
educação (seja trabalhando em equipas ou recolhendo opiniões individuais através do Padlet ou do
Google Docs e organizando-as em categorias que devem ser apresentadas a todos os estudantes).
• Selecione e apresente um estudo de caso dos sugeridos na secção dos exercícios. Estimule os
estudantes para responderem a questões e promova a discussão, sintetizando as principais
conclusões.
• Divida os estudantes em equipas e dê-lhes flipcharts. Peça a metade das equipas que pensem sobre
os fatores que conduzem os intervenientes no setor da educação a envolver-se em atos de corrupção.
Peça à outra metade que pense em políticas que consideram ser capazes de prevenir a corrupção
no setor da educação. Peça a pares de equipas de cada um dos lados que apresentem as suas
conclusões (utilize sinais visuais como setas nos flipcharts ou crie pares de estudantes de forma a
que um refira “o problema” e o outro “a solução”).
27
Corrupção na Educação
Módulo 9
Possíveis políticas (10 minutos)
• Selecione exemplos reais de políticas e discuta-os com os estudantes. Pergunte aos estudantes se
tais políticas podem ser implementadas com sucesso na sua universidade ou no seu país.
• Selecione um dos casos de estudo sugeridos na secção dos exercícios para analisar e discutir
durante a aula (por exemplo, o caso apresentado no exercício 2 irá, muito provavelmente, desencadear
a discussão). Os palestrantes podem escolher o caso de estudo ou pedir aos estudantes que votem
e selecionem um.
• Forneça tempo aos estudantes para que, durante a aula, analisem o caso de estudo e, depois, peça-
lhes que o discutam entre si durante alguns minutos. Quais são as principais questões levantadas?
• Faça uma lista de questões a debater, contribuindo para a discussão de forma a garantir que as
principais questões são levantadas e analisadas.
• Atribua diferentes questões a distintos grupos, concedendo minutos adicionais para discussão e
peça a cada grupo que indique um porta-voz para partilhar as suas conclusões.
• A discussão irá, em determinado momento, deslocar-se da questão de saber qual o problema para
saber o que fazer em relação a ele, por exemplo, questionando-se que ações imediatas podem ser
tomadas e quais as respostas a longo-prazo que se afiguram mais adequadas. A discussão pode
desencadear-se quando um estudante disser “nada pode ser feito” ou “esta é a forma como tudo
acontece”. Quando tal ocorrer, os palestrantes podem expor rapidamente as possíveis respostas à
corrupção discutidas na secção deste módulo relativa à síntese dos conteúdos programáticos. Cada
grupo deve depois selecionar, pelo menos, uma resposta possível e avaliar o seu potencial impacto e
as dificuldades que a mesma coloca.
28
Corrupção na Educação
Módulo 9
Leitura fundamental
Esta secção fornece uma lista de materiais (na sua grande maioria) disponíveis em fonte aberta que
o palestrante pode pedir aos estudantes para ler antes da aula.
Hallak, Jacques and Muriel Poisson (2007). Corrupt schools, corrupt universities: what can be done?
Paris: UNESCO Publishing.
» Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000150259.
Huss, Oksana and Oleksandra Keudel (2020). Open government in education: Clarifying concepts
and mapping initiatives. Paris: United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization and
International Institute for Educational Planning.
» Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000373142/PDF/373142eng.pdf.
multi.
Johnson, Vincent (2008). Corruption in Education: A Global Legal Challenge. Santa Clara Law Review,
vol 48, issue 1.
Kirya, Monica (2019). Education sector corruption: How to assess it and ways to address it. Bergen,
Norway: U4 Anti-Corruption Resource Centre, Chr. Michelsen Institute.
» Disponível em: www.u4.no/publications/education-sector-corruption-how-to-assess-it-and-
ways-to-address-it.pdf.
United Nations Development Programme (2011). Fighting Corruption in the Education Sector:
Methods, Tools and Good Practices. New York.
» Disponível em: www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/democratic-governance/
anti-corruption/fighting_corruptionintheeducationsector.html.
29
Corrupção na Educação
Módulo 9
Leitura avançada
As seguintes fontes são recomendadas aos estudantes interessados em explorar os tópicos deste
Módulo de forma mais desenvolvida, e para os palestrantes que o venham a lecionar:
Borcan, Oana, Mikael Lindahl and Andreea Mitrut (2014). The impact of an unexpected wage cut on
corruption: Evidence from a “Xeroxed” exam. Journal of Public Economics, vol. 120 (December), p.p.
32–47.
Borcan, Oana, Mikael Lindahl and Andreea Mitrut (2017). Fighting Corruption in Education: What
Works and Who Benefits? American Economic Journal: Economic Policy, vol. 9, issue 1, pp. 180-209.
Bretag, Tracey (2013). Short-cut students: From academic misconduct to academic integrity. In Global
Corruption Report: Education. Berlin: Transparency International.
» Disponível em: www.transparency.org/gcr_education.
Denisova-Schmidt, Elena, Martin Huber, and Yaroslav Prytula (2015). An experimental evaluation of an
anti-corruption intervention among Ukrainian university students. Eurasian Geography and Economics,
vol. 56, issue 6, p.p. 713–734.
Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (2004). Preventing Corruption in the Education
System: A Practical Guide. Eschborn.
» Disponível em: https://toolkit.ineesite.org/resources/ineecms/uploads/1038/Preventing_
Corruption_In_The_Education_System.pdf.
Hallak, Jacques, and Muriel Poisson (2002). Ethics and corruption in education (Policy Forum No. 15).
Results from the Expert Workshop held at the IIEP, Paris, France, 28-29 November 2001. Paris: IIEP-
UNESCO.
Heyneman, Stephen (2014). How Corruption Puts Higher Education at Risk. International Higher
Education, no. 75 (Spring), p.p. 1–6.
» Disponível em: https://ejournals.bc.edu/ojs/index.php/ihe/article/view/5425.
Heyneman, Stephen, Kathryn H. Anderson and Nazym Nuraliyeva (2008). The Cost of Corruption in
Higher Education. Comparative Education Review, vol. 52, no. 1 (February), p.p. 1–25.
Leach, Fiona (2013). Corruption as abuse of power: Sexual violence in educational institutions. In
Global Corruption Report: Education. Berlin: Transparency International.
» Disponível em: www.transparency.org/gcr_education.
30
Corrupção na Educação
Módulo 9
Lucifora, Claudio and Marco Tonello (2014). Students’ Cheating as a Social Interaction: Evidence
from a Randomized Experiment in a National Evaluation Program. Journal of Economic Behavior and
Organization, vol. 115.
Osipian, Ararat L. (2012a). Economics of corruption in doctoral education: The dissertations market.
Economics of Education Review, vol. 31, issue, 1 (February), p.p. 76–83.
Osipian, Ararat L. (2012b). Will bribery and fraud converge? Comparative corruption in higher education
in Russia and the USA. Compare (October), p.p. 252-273. Taylor and Francis.
Poisson, Muriel (2010). Corruption and Education. Education Policy Series. Paris: International
Academy of Education.
» Disponível em: www.iaoed.org/downloads/WEB_11_corruption and education_final_.pdf.
Reinikka, Ritva and Jakob Svensson (2004). Local Capture: Evidence from a Central Government
Transfer Program in Uganda. The Quarterly Journal of Economics, vol. 119, no. 2 (May), pp. 679-705.
» Disponível em: www1.worldbank.org/publicsector/pe/PEAMCourse04/RitvaBackground2.pdf.
United Nations Development Programme (UNDP) (2015). Corruption-Risk Assessment in the Kosovo
Education Sector.
» Disponível em: www.ks.undp.org/content/dam/kosovo/docs/SAEK/UNDP CorruptionEdu_report_
ENG.pdf.
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) (2016). Advisory statement
for effective international practice: combatting corruption and enhancing integrity: a contemporary
challenge for the quality and credibility of higher education.
» Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000249460.
Outro aspeto do nexo educação-corrupção é que a educação pode ser uma ferramenta essencial para
a prevenção da corrupção. Apesar deste tópico não ser discutido expressamente no Módulo 9, ele é
relevante para uma discussão mais ampla sobre como combater a corrupção de forma sustentável
e eficaz, o que se alinha perfeitamente com a temática da Série de Módulos sobre Anticorrupção. Os
palestrantes e estudantes interessados nesta questão podem consultar os seguintes recursos:
Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) (2018). Education for Integrity:
Teaching on Anti-Corruption, Values and the Rule of Law. Paris.
» Disponível em: www.oecd.org/governance/ethics/education-for-integrity-web.pdf.
31
Corrupção na Educação
Módulo 9
Taylor, Veronica (2002). Anti-Corruption and Asian Legal Professions. In Corruption in Asia: Rethinking
the Governance Paradigm, Tim Lindsay and Howard Dick, eds. Annandale, NSW: The Federation Press.
United Nations, Conference of the States Parties to the United Nations Convention against Corruption.
Education in schools and universities on anti-corruption efforts (article 13, paragraph 1 (c) of the
United Nations Convention against Corruption). 28 May 2018. CAC/COSP/WG.4/2017/2/Rev.1.
» Disponível em: www.unodc.org/documents/treaties/UNCAC/WorkingGroups/workinggroup4/2017-
August-21-23/CAC-COSP-WG4-2017-2-Education.REV.1_E.pdf.
Yusuph, Kambuga (2016). Sextortion in Education Sector and Response to Criminal Legal System in
Tanzania – A Review. Asia Pacific Journal of Education, Arts and Sciences, vol. 3, no. 1 (January), pp.
56-63.
» Disponível em: https://oaji.net/articles/2016/1710-1465284991.pdf.
Whalen-Bridge, Helena (2017). The Rhetoric of Corruption & The Law School Curriculum: Why Aren’t
Law Schools Teaching About Corruption? In Legal Education in Asia: From Imitation to Innovation,
Andrew Harding and others, eds. Brill.
32
Corrupção na Educação
Módulo 9
Avaliação dos alunos
Esta secção fornece propostas de trabalho a realizar após a aula com o objetivo de avaliar a
compreensão dos estudantes sobre o Módulo 9. As sugestões de tarefas pré-aula ou a realizar
durante a aula encontram-se na secção “Exercícios”.
Os exercícios propostos podem ser utilizados como testes formativos ou de diagnóstico (por exemplo,
para auxiliar a aprendizagem dos estudantes e fornecer feedback) e tal deve ser deixado claro em
aula. O caso de estudo pode também ser utilizado como teste formativo ou de diagnóstico, desde que
o palestrante possa dar imediato feedback aos seus estudantes sobre as suas respostas e a estrutura
das suas apresentações.
Para avaliar a compreensão dos estudantes do presente Módulo, os seguintes exercícios de avaliação
a realizar após a aula são propostos. Alguns requerem tempo durante a aula e outros não, pelo que o
palestrante deve ajustá-los à estrutura da turma e às suas necessidades.
33
Corrupção na Educação
Módulo 9
Avaliação 3: Avaliação da comunidades
Palestrantes com mais recursos disponíveis, como o acesso a um laboratório de experimentos sociais
ou a dispositivos eletrónicos para entrevistas de campo, podem ponderar realizar uma atividade de
avaliação que leve os estudantes a envolver-se com a comunidade para tratarem dos problemas com
que os profissionais se deparam e proporem soluções. Os problemas criados pela Internet, como
as “fábricas de diplomas” ou a aquisição pelos estudantes de trabalhos de investigação, podem ser
igualmente abordados. Os palestrantes teriam de organizar a logística com antecedência, mas se,
por exemplo, existir um problema real de corrupção no setor da educação nas notícias ou que seja
conhecido pelos alunos, os professores podem identificar pessoas para entrevistar e recursos para
verificar e atribuir trabalho a estudantes ou a grupos de alunos. Os estudantes devem ser aconselhados
a vir para a aula com os resultados, os quais podem ser aí discutidos, e depois a submeter um relatório
sobre a sua pesquisa, fazendo sugestões de correção ou melhoria. Tal pode ser definido como um
trabalho mais duradouro ao longo do curso ou mesmo desenvolvido sob a forma de uma dissertação.
34
Corrupção na Educação
Módulo 9
Materiais de ensino adicionais
Esta secção inclui links para materiais que podem auxiliar a lecionação, como vídeos e casos práticos,
os quais podem ajudar o palestrante a transmitir os conhecimentos abordados por este Módulo. Os
palestrantes podem adaptar os slides e demais recursos consoante as suas necessidades.
Videos
The Cartel – Corruption in Public Schools (2019). Bowndownmedia (5:55 minutos). Este excerto do
documentário “O Cartel”, de Bob Bowdon, discute a corrupção que ocorre em alguma das escolas
públicas de Nova Jérsia.
» Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Vo9nORIOzvo.
Corruption in Education (2016). Youth Educational Forum (14:21 minutes). This series of five short
documentaries explores the efforts of youth in organizing and networking in combating corruption
in youth’s everyday educational life in South East Europe. The video shows how female reporters
were sexually harassed, propositioned and put under pressure by senior lecturers at the academic
institutions.
» Disponível em: www.youtube.com/watch?v=bEATZ7QH2J0.
‘Sex for grades’: Undercover in West African universities (2019). BBC Africa Eye (13:44 minutes).
This short documentary is about the work of undercover journalists inside universities in West Africa,
which have increasingly been facing allegations of sexual harassment by lecturers.
» Disponível em: www.bbc.com/news/av/world-africa-49907376.
Social Psychology Videos: Social Dilemmas (2017). Nils Köbis and Paul van Lagne, In-Mind Magazine
(5:45 minutes). This short video provides a social psychology angle for describing corruption as a
social dilemma.
» Disponível em: www.youtube.com/watch?v=PGNf61jVGn8.
Student suicides due to corruption in the education system (2011). Mohit Khurana (8:15 minutes).
This is a video of a role play performed by students in India.
» Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Xuop2hqybpk.
The Kenyan ghost writers doing ‘lazy’ Western students’ work (2019). BBC (3:02 minutes). This short
video shows how university students in Europe and the US are paying Kenyans to do their academic
work for them. The global market for academic writing is estimated to be worth $1bn (£770m) annually.
» Disponível em: www.bbc.com/news/av/world-africa-50126963.
35
Corrupção na Educação
Módulo 9
Websites
A plataforma ETICO fornece uma ampla quantidade de recursos sobre ética e corrupção no setor da
educação.
» Disponível em: http://etico.iiep.unesco.org/en.
Integrity Action é uma organização que oferece uma ampla coleção de casos de estudo sobre
integridade académica e corrupção no setor da educação.
» Disponível em: https://integrityaction.org/what-we-are-learning/learning/.
Barrera, Cathy, Stephanie Hurder, and Ashley Lannquist (2019). Here’s how blockchain could stop
corrupt officials from stealing school lunches. World Economic Forum, 17 May.
» Disponível em: www.weforum.org/agenda/05/2019/heres-how-blockchain-stopped-corrupt-
officials-stealing-school-dinners/.
BBC (2019). Felicity Huffman handed prison time over college admissions scandal, 13 September.
» Disponível em: www.bbc.com/news/world-us-canada49693193-.
Chu, Mei Mei and Yimie Yong (2019). Fake degrees: A worrying trend in Malaysia. The Star Online, 6 May.
» Disponível em: www.thestar.com.my/news/nation/06/05/2019/a-worrying-trend-in-msia/.
Denisova-Shmidt, Elena (2019). What can universities do to stop students cheating? World University
News, 20 April.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190415143459825.
Khaled, Ashraf (2019). Lecturer, administrators sacked over ‘pants-for-pass’ class. University World
News, 16 April.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190415144131918.
Kirby, Dean (2019). Education Secretary names and shames universities over ‘unethical’ admission
practices. iNews, 5 April.
» Disponível em: https://inews.co.uk/news/education/education-secretary-calls-out-universities-
over-unethical-admission-practices/.
Kokutse, Francis (2019). Lecturers in BBC sex-for-grades documentary face probe. University World
News, 9 October
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=2019100907500956.
Levi, Lennart, and Bo Rothstein (2018). Universities must lead on Sustainable Development Goals.
University World News, 9 November.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20181106131352348.
36
Corrupção na Educação
Módulo 9
Myklebust, Jan Petter (2019). Rigging of academic positions – How to change a culture? University
World News, 23 November.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20191122070839500.
O’Malley, Brendan (2019). Admissions scandal parents charged with money laundering. University
World News, 10 April.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190410145920641.
O’Malley, Brendan (2019). Call to fight corruption in higher education globally. University World News,
13 April.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190412095537415.
Osipian, Ararat (2019). The rise and rise of ghost-written dissertations. University World News, 27 July.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190722132702600.
Ponniah, Kevin (2014). Cambodia crackdown on corruption in schools scores low with exam cheats.
The Guardian, 2 September.
» Disponível em: www.theguardian.com/global-development/2014/sep/02/cambodia-corruption-
crackdown-exam-cheats.
Rappler (2019). COA to La Union state university: Explain ‘diverted’ funds, 28 April.
» Disponível em: www.rappler.com/nation/-229202coa-orders-dmmmsu-la-union-explain-diverted-
funds.
Rahman, Mahmudur (2019). Ridding our universities of corruption. Dhaka Tribune, October 24.
» Disponível em: www.dhakatribune.com/opinion/op-ed/19/09/2019/ridding-our-universities-of-
corruption.
Sawahel, Wagdy (2019). Academics call for more action over dissertation mills. University World
News, 22 July.
» Disponível em: www.universityworldnews.com/post.php?story=20190722084402994.
UrduPoint (2019). Values based education can help prevent corruption: acting director NAB, 16 May.
» Disponível em: www.urdupoint.com/en/pakistan/values-based-education-can-help-prevent-
corru622801-.html.
Wysmulek, Ilona (2017). Bribe-giving experience and perceived corruption levels in public schools
across Europe. ETICO Blog, 31 August.
» Disponível em: http://etico.iiep.unesco.org/en/bribe-giving-experience-and-perceived-corruption-
levels-public-schools-across-europe.
Kahfi, Kharishar (2019). Corruption major issue in rector election. The Jakarta Post, 6 August.
» Disponível em: www.thejakartapost.com/news/06/08/2019/corruption-major-issue-in-rector-
election.html.
37
Corrupção na Educação
Módulo 9
Guia para desenvolver uma disciplina autónoma
Este Módulo fornece indicações para a preparação de uma palestra de três horas, mas existe a
possibilidade de desenvolvimento destes tópicos com mais profundidade, transformando-o num curso
autónomo. O escopo e estrutura de um tal curso será determinado pelas necessidades específicas de
cada contexto, mas uma estrutura possível é aquela que se sugere em seguida.
2 Definir a corrupção: Faça uma revisão da abordagem da CNUCC, a qual não define
em geral e no setor da corrupção de forma específica, e compare-a com as definições
educação provisórias propostas na literatura. Porque deve ser adotada
uma definição ou porque não? Quais as definições que devemos
deixar de lado? Como é a corrupção no setor da educação
definida e avaliada? Quais são as técnicas mais promissoras
para avaliar a corrupção?
38
Corrupção na Educação
Módulo 9
Sessão Tópico Breve descrição
39