Transformação Física Da Matéria

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Transformação Física da Matéria

Regiões montanhosas do mundo com temperaturas muito baixas sofrem com


perigos associados ao congelamento da água infiltradas nas encostas. Esse risco está
relacionado ao fato de a água líquida expandir seu volume quando se transforma em gelo.
Isso pode levar ao rompimento de blocos das encostas resultando em desabamentos e
acidentes em regiões montanhosas. Podemos observar esse fenômeno até mesmo em
casa quando colocamos uma garrafa plástica cheia de água para congelar. Ao final é
possível notar que a garrafa estufa como resposta à expansão do volume de água.
Esse fenômeno não é comum entre muitas substâncias e trata-se de uma
especificidade da água em decorrência da geometria de suas moléculas. Veremos mais
adiante que na fase sólida as partículas estão mais organizadas entre si e por isso na
maioria dos casos ocupam um volume menor comparadas a sua forma líquida. Porém no
caso da água observa-se o contrário, na fase sólida o alto grau de organização das
partículas deixa um maior espaço vazio entre elas, ocupando assim um volume maior.
Em nosso cotidiano somos rodeados de eventos e fenômenos que de alguma
forma ocasionam a transformação da matéria. A aula de hoje trata dos fenômenos físicos
de transformação. A matéria sofre diversos tipos de transformação e esses eventos são
classificados como fenômenos físicos ou químicos.
Enquanto os fenômenos químicos modificam a composição química da matéria,
os fenômenos físicos não resultam esse tipo de alteração da composição. Resta
compreender quais tipos de transformações físicas a matéria pode sofrer.
Para compreender melhor esses eventos cotidianos, iniciaremos nosso estudo
explicando o conceito de fases de agregação. Podemos definir fase de agregação como o
tipo de agregação que envolve as partículas da matéria. As fases de agregação
conhecidas são a sólida, a líquida e a gasosa.
Cada fase de agregação é caracterizada por uma disposição diferente entre as
partículas de um sistema. A interação que existe entre as partículas em cada fase de
agregação é resultado da energia acumulada por cada partícula naquela fase.

Figura 1. Fases de Agregação. Fonte: https://www.britannica.com/science/phase-state-of-matter


A figura 1 permite notar que na fase sólida as partículas estão dispostas de forma
mais organizada enquanto nas fases líquida e gasosa aumenta o grau de desordem do
sistema.
O modo no qual as partículas se comportam em cada fase de agregação está
relacionada à energia do sistema, ou seja, em temperaturas mais baixas as partículas
possuem menos energia. Já em temperaturas maiores, as partículas possuem mais
energia e por isso se agitam mais, ocupando volumes maiores.
Temperatura é o grau de agitação das partículas, logo, em temperaturas maiores
as partículas se agitam com mais intensidade. Em temperaturas mais baixas, as
partículas de agitam com menos intensidade.
É importante ressaltar que o grau de agitação das partículas é algo inerente da
matéria e elas estão sempre se agitando, em graus maiores ou menores. A tabela 1
organiza as ideias a respeito das fases de agregação.
Tabela 1. Características das fases de agregação.

Fase de Agregação Características


Sólida o Alto grau de organização das partículas
o Não podem ser comprimidas
Líquida o Suportam um pequeno nível de compressão
o Apresentam tensão superficial
Gasosa o Grande força de repulsão entre as partículas
o Suportam tanto a compressão quanto a expansão
o As partículas se deslocam em grande velocidade

É muito comum em shows ou eventos de casas noturnas nos depararmos com


uma fumaça conhecida por "gelo seco" produzida por um equipamento para construir um
efeito visual do cenário. Esse exemplo de fenômeno constitui uma transformação física da
matéria em que pedaços sólidos de dióxido de Carbono se transformam em gás de
dióxido de Carbono. Esse tipo de transformação é pouco comum, pois trata-se de uma
mudança da fase sólida para a gasosa sem passar pela fase líquida.
Como podemos perceber nesse exemplo citado, a única coisa que mudou entre o
momento inicial e o final da transformação, é a fase de agregação do sistema, mas a
composição química da matéria se manteve a mesma, o dióxido de Carbono. Esse
exemplo nos dá o insumo necessário para compreender melhor o porque se trata de uma
transformação física.
Não só mudanças de fase da matéria configuram transformações físicas, mas
desde um simples quebrar de um copo de vidro ou rasgar uma folha de papel até bancos
de madeira feitos a partir de uma árvore são exemplos de transformações físicas.

Figura 2. Máquina de fumaça de gelo seco. Fonte: https://www.archiexpo.com/

As mudanças de fase da matéria ocorrem mediante o fornecimento ou retirada de


energia do sistema, ou por meio de mudanças de pressão. A imagem a seguir ilustra os
processos de mudança de fase. Note que cada processo recebe um nome.

Figura 3. Mudanças de fase da matéria.

A figura 3 nos permite identificar o nome dos dois exemplos de mudança de fase
que já foram mencionadas anteriormente. No primeiro exemplo quando foi citado o
congelamento da água, estávamos descrevendo um processo de solidificação da água.
Já no segundo exemplo em que o dióxido de Carbono sólido se transforma em gasoso,
trata-se de uma sublimação.
No caso da vaporização é importante ressaltar que ela pode acontecer de mais de
uma forma possível. A vaporização pode ocorrer por meio da evaporação, ebulição ou
calefação.
A evaporação é a mudança de fase espontânea e lenta que ocorre na superfície
do líquido. A ebulição já engloba todo o líquido e ocorre de forma mais rápida e violenta,
pois envolve uma quantidade maior de transferência de energia. Por fim, a calefação é
fenômeno de mudança de fase em que a água líquida encosta em uma superfície de
temperatura extremamente alta, o que ocasiona na vaporização instantânea do líquido.

Figura 4. O ciclo da água envolve a evaporação e condensação da água. Fonte: https://www.findernet.com/

De forma semelhante, a mudança de fase gasosa para líquida também pode


ocorrer de mais de uma forma. Quando a matéria está em forma de vapor, ou seja, na
fase gasosa como consequência da alta temperatura, ela sofre condensação. Já se
estamos falando de um gás, ele sofrerá apenas liquefação.

Figura 5. A condensação é o fenômeno que ocorre tanto no espelho do banheiro quando tomamos uma banho
quente, quanto em uma garrafa gelada que apresenta gotículas de água no seu exterior. Fonte: http://urpa.pt/

Para entender melhor o processo de mudança de fase da matéria, vamos analisar


dois gráficos, a curva de aquecimento e o diagrama de fases.
A curva de aquecimento de uma substância é obtida por um experimento, no qual
se coloca uma porção da substância em constante aquecimento por uma fonte de
energia. Os valores de temperatura do sistema são anotados periodicamente com o
auxílio de um termômetro. A análise de gráficos em Química é uma ferramenta muito
utilizada e auxilia a descrever melhor os fenômenos estudados.
Figura 6. Curva de aquecimento da água.

A figura 6 mostra o aquecimento da água em um valor de pressão fixa. Podemos


perceber que a mudança de fase da matéria não ocorre de forma instantânea, e enquanto
a matéria está em transformação, a temperatura do sistema não muda.
Se aquecermos a água mantendo sua pressão fixa em 1 atm, ela irá sofrer a
fusão a 0 ºC, mesma temperatura em que sofre solidificação no processo de resfriamento.
Notamos também que nessa pressão, a água entra em ebulição a temperatura de 100 ºC.
É por esse motivo que quando falamos em ponto de fusão e ponto de ebulição
estamos nos referindo à temperatura em que a substância passa da fase sólida para a
líquida, e depois da líquida para a gasosa respectivamente.
Outra forma gráfica que representa as mudanças de fases da matéria é o
chamado "Diagrama de Fases".

Figura 7. Diagrama de Fases da água.

O diagrama de fases nos permite concluir que a mudança de fase da matéria não
depende só da temperatura, mas também da sua pressão. O diagrama irá mostrar como
uma substância se comporta quando mudamos sua pressão ou sua temperatura. A
intersecção das três curvas é o chamado "ponto triplo" em que as três fases da matéria
coexistem.
Bibliografia
Peruzzo, F. M., Canto, E. L. Química na abordagem do cotidiano: 4a edição. São
Paulo: Moderna, 2012.
https://www.findernet.com/pt-br/brazil/news/entenda-relacao-existente-entre-o-
fenomeno-da-condensacao-e-climatizacao. Consulta em: 21/06/2020.
https://www.findernet.com/pt-br/brazil/news/entenda-relacao-existente-entre-o-
fenomeno-da-condensacao-e-climatizacao. Consulta em: 21/06/2020.
http://urpa.pt/. Consulta em: 21/06/2020.
https://www.archiexpo.com/. Consulta em: 21/06/2020.
https://www.britannica.com/science/phase-state-of-matter. Consulta em:
21/06/2020.

Palavras-chave
Transformação
Fases de agregação
Energia
Aquecimento
Grau de agitação

Material Complementar
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/por-que-a-agua-se-expande-ao-
congelar/#:~:text=Por%20causa%20da%20geometria%20de,bem%20juntinhas%20umas
%20das%20outras.&text=Quando%20elas%20se%20organizam%20dessa,mostram%20a
s%20ilustra%C3%A7%C3%B5es%20%C3%A0%20esquerda.
https://www.findernet.com/pt-br/brazil/news/entenda-relacao-existente-entre-o-
fenomeno-da-condensacao-e-climatizacao
https://www.britannica.com/science/phase-state-of-matter
http://www.sbq.org.br/eneq/xv/resumos/R0939-1.pdf

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