A1 Conceitos Primordiais Da Termodinâmica

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Conceitos primordiais da Termodinâmica

Miguel Almeida

1 Propriedades de Estado
Propriedade de estado é aquela que sua variação não depende do "caminho"
mas sim dos estados final e inicial. Pode ser equacionada como:

∆X = X f inal − Xinicial
Sendo X a propriedade de estado em questão.
As propriedades de estado mais trabalhadas no curso de Termodinâmica Química
são:
A – Energia Livre de Helmholtz

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G – Energia Livre de Gibbs
H – Entalpia
P – Pressão
S – Entropia
T – Temperatura
U – Energia Interna
V – Volume
Note que ao decorrer do curso ao lado de uma letra podem vir subscritos e
sobrescritos. Estes são utilizados para descrever alguma condição sobre o sistema,
de forma que isso afete esta propriedade de alguma forma diferenciando esta se
estiver com ou sem esses adereços. Veja alguns exemplos:

X ◦ – Propriedade quando o sistema está sob condições padrão (condições


padrão de temperatura e pressão).

Xv – Propriedade quando o sistema está sob condição de volume constante.

X p – Propriedade quando o sistema está sob condição de pressão constante.

2 Temperatura
Temperatura é a grandeza que mede o grau de agitação das partículas. Quanto
maior a temperatura de um corpo maior a energia cinética das partículas, tal como
quanto menor for a temperatura de um corpo mais lentas estão as partículas do
mesmo.
Mas como se mede temperatura?
A temperatura é medida em escalas arbitrárias que são definidas a partir de
um número para um certo evento que ocorre naquele ponto. Por exemplo na escala
Celsius por definição 0◦ C é a temperatura de fusão da água e 100◦ C é a temper-
atura de ebulição da mesma. Há muitas escalas de temperatura, mas isso é um
assunto tratado no curso de Termologia na parte de escalas termométricas.

No quesito de escalas termométricas a que nos servirá de extrema serventia


será a escala Kelvin que é definida com os mesmos intervalos de temperatura
da escala Celsius, entretanto, a temperatura de 0 K representa o zero absoluto,
temperatura teórica na qual se cessa o movimento de toda e qualquer partícula.

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A relação direta da energia interna com temperatura será um dos pontos mais
importantes ao decorrer do curso.

3 Pressão e Volume
Pressão é a força aplicada sobre uma determinada área. Será de nosso inter-
esse relacionar a pressão e volume em gases mais à frente. Por isso tomaremos por
pressão nos sistemas tratados a frente como a razão entre a força aplicada em toda
a superfície de um recipiente e área da superfície do recipiente onde um gás está
contido. Em sistemas com presença de um embolo móvel o volume do gás pode
ser alterado quando se tem alguma variação na pressão. Quando uma pressão é
aplicada sobre o gás o mesmo é comprimido e quando o gás exerce uma pressão
sobre a vizinhança o seu volume aumenta, algo que não acontece com líquidos e
sólidos devido a uma característica presente nestes, chamada de incompressibili-
dade.

Podemos dizer que em um gás a pressão e o volume são inversamente pro-


porcionais e estão intrinsecamente conectados a capacidade dos gases de realizar
trabalho e receber trabalho.

4 Propriedades dos gases ideais


Os estados de agregação de moléculas mais comuns são o sólido, o líquido e
o gasoso. As principais diferenças entre esses estados é o grau de liberdade das
partículas e as interações partícula-partícula.

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Diferente dos outros dois estados em um gás, as forças intermoleculares
(forças que unem moléculas nos estados sólido e líquido) tem magnitude muito
mais reduzida e podemos desprezar estas ao admitirmos que se trata de um gás
ideal.
Tem se a equação do gás ideal,

PV = nRT
Sendo P a pressão a qual o gás está submetido, V o volume do recipiente
no qual o gás está contido, n a quantidade de matéria do gás (em mols), T a
temperatura do gás e R a constante dos gases que varia dependendo das unidades
de pressão e volume utilizadas. R pode apresentar muitos valores, mas os mais
comuns são:
J J
R = 8, 31 R = 8, 31
molK molK
atmL torr
R = 0, 082 R = 62, 36
molK molK

5 Transformações gasosas
5.1 ISOTÉRMICA
Para um gás em condição isotérmica (processo em que a temperatura é con-
stante) temos que:

P1V1 = P2V2

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5.2 ISOCÓRICA OU ISOVOLUMÉTRICA
Para um gás em condição isocórica (processo em que o volume é constante)
temos que:
P1 P2
=
T1 T2

5.3 ISOBÁRICA
Para um gás em condição isobárica (processo em que a pressão é constante)
temos que:
V1 V2
=
T1 T2

5.4 ADIABÁTICA
Para um gás em condição adiabática (processo no qual não há entrada nem
saída de calor) temos que:
γ γ
P1V1 = P2V2
Sendo γ o coeficiente de Poisson. Este é expresso da seguinte forma:
cp
γ=
cv
Onde c p é o calor específico a pressão constante e cv é o calor específico a
volume constante.Retomaremos estas definições com mais detalhes nas particu-
larizações da primeira lei da termodinâmica mais à frente.

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