Apostila História (1) - 1

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2- Etapas do processo histórico

Com base no passado da sua própria história, os europeus (século XIX) dividiram a
história da humanidade em vários períodos:

• Pré-história: da origem da humanidade até o desenvolvimento da escrita,


por volta de 3.500 a.c.
• Idade-antiga: do desenvolvimento da escrita até a desagregação do Império
Romano do Ocidente, em 476.
• Idade-média: da desagregação do Império Romano do ocidente até a
tomada da Constantinopla pelos Turcos em 1453.
• Idade-moderna: da tomada da Constantinopla pelos Turcos até a
Revolução Francesa, em 1789.
• Idade- contemporânea: da Revolução Francesa até os dias de hoje.

Atualmente, historiadores contestam esse processo histórico, acredita-se que o


período histórico vai desde o surgimento dos seres humanos até a moderna
sociedade industrial, considerando-se que o último estágio se encontra na
sociedade europeia de hoje, as outras sociedades estariam em um estágio inferior.

Algumas sociedades ainda se encontram em um estágio medieval (ou primitivo).


Essa organização da história, por muito tempo justificou a dominação imposta
pelos europeus aos povos de outros continentes (África, América e Ásia) com a
desculpa de levar “civilização” e “progresso”, exploraram riquezas, escravizaram,
impuseram seus hábitos culturais e costumes.

Finalmente um estudo mais moderno defende que o passado de cada sociedade


apresenta aspectos específicos que resultaram num presente diferente. Por isso
não há razão para considerar qualquer sociedade inferior ou superior a outra.

3- Antes da escrita

A história também foi dividida em três grandes momentos:

• Idade da pedra lascada ou Paleolítico: vai desde a origem da humanidade


até cerca de 10 mil a.c.
• Idade da pedra Polida ou Neolítico: vai de 10 mil a.c., até cerca de 6 mil a.c.
• Idade dos Metais: abrange os dois últimos milênios que antecedem o
aparecimento da escrita por volta de 3500 a.c. Nessa fase grupos humanos
substituíram a pedra por metais, como o cobre e o bronze.

Paleolítico: como vimos nossos antepassados viveram na África milhões de anos.


Sua origem é a mesma dos primatas, e em algum momento, houve um gênero de
primatas que apresentou um cérebro significativamente maior. Esses primatas
deram origem ao ser humano. Essa combinação fez com que esses seres humanos
passassem a produzir suas próprias ferramentas feitas de pedra lascada.

Neolítico: por volta de 10 mil a.c., a terra passou por uma grande mudança
climática, o ser humano teve que se ajustar a essa nova realidade. O cultivo de
plantas e a domesticação de animais foi essencial.

Revolução Agrícola: nos três mil anos seguintes as alterações climáticas e a


população humana aumentariam espantosamente. A agricultura contribuiu para
este fenômeno. O plantio sistemático de alguns vegetais, como trigo e cevada (no
oriente médio) garantiram o alimento de muitas pessoas. Muitos grupos
abandonariam os hábitos nômades e surgiria o sedentarismo. O ser humano
aprendeu a plantar, a domesticar animais (suíno, gado, caprino...), construíram
suas casas, fabricaram ferramentas, armas, pastoreavam e trabalhavam
coletivamente, exceto a função que cuidava dos rituais sagrados que eram para
poucos.

Revolução Urbana: por volta de 6 mil a.c., alguns grupos humanos descobriram a
técnica de produção de artefatos de argila cozida (cerâmica), a converter fibras
naturais (linho, lã) em tecidos e a trabalhar com metais (primeiro foi o cobre). Há 5
mil anos atrás, com o fogo assavam pães, aqueciam a argila e fundiam os metais.
Chegou-se à fusão do cobre com o estânio (bronze) que era utilizado em uma
ferramenta mais resistente (utensílios ferramentais e armas), surgindo assim a
especialização do trabalho. Os indivíduos que dominavam tais técnicas tornavam-
se artesãos. E com isso, surgia uma nova organização social e de trabalho. Muitas
comunidades de agricultores se transformaram em vilas e cidades, o aumento da
produção criou excedente e se iniciou a troca de produtos entre vilas. De qualquer
modo a troca de excedentes são os primeiros passos para a atividade comercial.

Sociedades complexas- com o aumento da população, foram se organizando


estruturas administrativas permanentes, coordenando atividades produtivas,
sociais, culturais, de defesa de território etc. Esses acontecimentos pertencem a
idade dos metais, e aos povos que ocupavam a região conhecida como crescente
fértil, que engloba o vale do Rio Nilo, uma faixa de terras junto ao mar mediterrâneo
e á mesopotâmia, no atual oriente médio. Nessa região por volta de 4 mil a.c.
desenvolveram-se os egípcios e os sumérios. Pouco depois surgiram os primeiros
rudimentos da escrita. Atualmente pesquisadores da China e dos Estados unidos
descobriram o que pode ser de evidência mais antiga de escrita do mundo:
inscrições chinesas que datam 9 mil anos atrás.

4- O antigo Egito

As margens do Rio Nilo surgem um dos mais importantes povos, o Egito. Um


verdadeiro Oásis no meio do deserto norte africano. As chuvas abundantes
inundam o Rio Nilo ao longo de sua extensão, formando uma espécie de limo em
suas margens (o humus), que tornam as terras muito férteis. Desde o período
neolítico se aproveitava a terra para o plantio, os Egípcios aprimoravam o sistema
de irrigação, construíram diques e canais. O Nilo era tão respeitado pelos egípcios
que era considerado um Deus para aquele povo.

A escrita hieroglífica- os egípcios desenvolveram esse sistema de escrita complexo


desde o quarto milênio a.c., em geral, esses desenhos eram gravados ou pintados
nas paredes dos túmulos e dos templos.

Escrita sobre papiro (papiro era uma planta que nasce as margens do Rio Nilo) um
tipo de papel, onde se registrava uma escrita simplificada a qual os egípcios
chamavam de escrita hierática, e por fim os egípcios desenvolveram uma forma
popular de escrita simplificada da forma hierática, a escrita demótica. Com a
conquista do Egito antigo por vários povos a partir de 525 a.c., esse sistema de
escrita se perdeu, somente em 1822, um processo de história, o francês Jean
François Champollion, conseguiu decifrar os hieróglifos. Em uma das expedições
de Napoleão Bonaparte em 1799, foi encontrada uma lápide de balsamo preta feita
de uma pedra de roseta com um único texto, datado de 196 a.c. com três sistemas
de escrita: grego, hieroglífico e demótico. Após a interpretação do texto feito por
Champollion, outros estudiosos surgiram com novas pesquisas dando origem a
egiptologia (estudos do antigo Egito).

Dois mil anos de Império- por volta do quarto milênio a.c., existia no vale do Nilo
pequenas comunidades conhecidas como nomos, cada uma delas chefiadas por
um líder, chamado Monarca. Essas comunidades trabalhavam unidas. Com o
tempo, os agrupamentos acabaram originando dois reinos distintos
correspondentes ao Alto Egito (ao sul) e Baixo Egito (ao norte). Por volta de 3.200
a.c., Menés soberano do alto Egito impôs a unificação dos dois reinos, tomando
para si o título de faraó. A partir desse momento, pode-se dividir a história do Egito
em quatro longos períodos, nas quais os faraós conseguiram manter o poder.

Antigo Império (3.200-2000 a.c.) Nesse período a cidade de Mênfis, localizada no


delta do Nilo, era o centro administrativo do Egito. Foram faraós mais conhecidos:
Queóps, Quefren e Miquerinos. Esses faraós mandavam construir pirâmides na
planície de gize, cerca de 2600 a.c. para servi-lhes de túmulo. A partir de 2350 a.c.
Lutas entre líderes enfraqueceu as autoridades dos faraós.

Médio-Império (2000-1580 a.c.). O poder dos faraós foi restaurado por governantes
do alto Egito, o centro administrativo se estabeleceu em tebas, se seguiu uma
prosperidade por quatrocentos anos até a invasão dos Hicsos, esse povo que veio
da Ásia ocidental e dominou o Egito por 200 anos, nesse mesmo período os hebreus
também se instalaram na terra dos faraós.
Novo Império (1580-1085 a.c.). Os soberanos do alto Egito expulsaram os Hicsos.
Destacou-se os governos dos faraós Tutmés III e Ransés II, esse período foi
poderoso e crescente, o comércio por terra e por mar se expandiu até a ilha de
Creta, foram construídos os templos de luxor e carnac. A partir do século XII a.c.,
devido a disputas internas o poder egípcio enfraqueceu, houveram várias invasões,
onde em 671 a.c. os assírios tomaram o império.

Renascimento saíta (663-525 a.c.) príncipes de saís (cidade localizada no Delta do


Nilo) liberavam os egípcios na expulsão dos assírios, um dos faraós desse período
foi Necao, que tentou unir o mar mediterrâneo ao mar vermelho por meio de um
canal. Em 525 a.c., os persas dominavam o Egito. Depois do domínio persa, o
território seria sucessivamente conquistado pelos gregos e pelos romanos.

5- Os grupos sociais egípcios

O poder era centralizado nas mãos dos faraós, que era considerado um Deus
(teocracia). O faraó era o grande sacerdote, o chefe do exército, o juiz, dominava os
grupos sociais, organizava e administrava a economia.

Os sacerdotes- constituíam uma categoria poderosa e influente, eram guardiões


dos templos, recebiam e administravam as oferendas feitas aos deuses pela
população.

Altos fundiários- os parentes do faraó assumiam esses cargos, formando uma


espécie de nobreza. Esses nobres administravam as 42 províncias (ou nomos)
unificadas do Egito.

Escribas- dominavam as escritas e os números, eram os funcionários e tinham as


funções de cobrar impostos, fiscalizar obras e acompanhar trabalho agrícola em
toda a extensão do império, podiam ascender socialmente nos cargos religiosos ou
administrativos.

Artesão- eram tecelões, marceneiros, sapateiros, pedreiros, ferreiros, pintores,


escultores, perfumistas, ourives.

Camponeses- era a maioria das populações, trabalhavam nas terras do faraó, aos
templos e aos nobres, deveriam entregar ao senhor da terra a maior parte de tudo
que plantavam ou criavam e trabalhavam também em construções.

A maior parte da produção agrícola pertenciam ao faraó e eram considerada a


principal atividade egípcia. A produtividade agrícola era controlada pelo faraó, que
distribuía parte para suprir a população. Os funcionários do soberano
armazenavam parte da produção para período de escassez. A pecuária era também
exercida.
Outras atividades importantes na atividade econômica egípcia era a construção de
embarcações, tecelagem do linho, a cerâmica, a metalúrgica e a vidraçaria (os
egípcios comercializavam com os povos da Mesopotâmia e das ilhas do mar Egeu).

A religiosidade foi marcante na sociedade egípcia. Os egípcios adoravam vários


deuses (politeístas). Os principais deuses eram o Rá (o sol) e Osíris (o Nilo), animais
como o gato, o boi, o crocodilo e o falcão eram considerados sagrados.

Teba era o centro administrativo, que a partir do médio império, o Deus local Amon
foi identificado como Rá, dando origem ao culto a Amon-Rá.

Mumificação- os egípcios acreditavam em alma, e que o corpo preservado protegia


suas almas, passaram a construir ricos túmulos e grandiosas pirâmides, que
guardavam a múmia do faraó. As mastabas eram construções simples para os mais
simples e os hipogeus que eram túmulos subterrâneos onde eram sepultados os
nobres e os sacerdotes ilustres.

A arte egípcia expressada na pintura, na escultura e na arquitetura. A pirâmide que


Queóps, com 146,6 metros de altura, constitui o mais colossal monumento do
mundo antigo, internamente decorada com Hieróglifos e desenhos pintados ou
esculpidos.

Na ciência os egípcios se destacaram na astronomia e na geometria, criaram o


calendário solar, no qual o ano de 365 dias, era dividido em doze meses de 30 dias
cada, ao qual acrescentavam 5 dias festivos.

6- Os povos da Mesopotâmia (meso= no meio; potamas=rios)

Entre dois rios- a Mesopotâmia tinha dois rios muito importantes para seu povo, rio
tigre e rio Eufrates, localizada entre áreas montanhas e desérticas na extremidade
oriental do crescente fértil. Ao sul nas planícies da suméria (depois chamada
caldeia), ao norte, o montanhoso solo da assíria. Os rios tigre e Eufrates tem
fenômeno parecido com o fenômeno do Rio Nilo, tornando das terras as suas
margens férteis. A sociedade Mesopotâmica se formou advindo de vários povos
nômades que atraídos pelas terras férteis se estabeleceram.

Os sumérios – foram provavelmente os primeiros habitantes do sul da


Mesopotâmia desde o quarto milênio a.c., realizavam obras de irrigação, técnicas
de metalúrgica do bronze e uma forma de escrita chamada cuneiforme, sua
organização social influenciou muitos povos. Os sumários se organizavam em
pequenas cidades independentes, formadas por um núcleo principal e rodeada por
terras cultivadas. Suas principais cidades eram UR, Uruk e Lagash, devido a
disputas internas o povo sumério enfraqueceu e foi tomado por outros povos que
unificaram suas cidades.
O antigo império da Babilônia- no início do segundo milênio a.c., a região da
Mesopotâmia constituiu-se num grande e unificado império, que tinha como centro
administrativo a cidade da Babilônia situada as margens do Rio Eufrates. O
soberano que mais se destacou no antigo império da Babilônia foi Hamurábi (1728-
1686 a.c.), em seu governo foi elaborado um dos primeiros códigos de leis da
antiguidade, o código da Hamurábi. As aplicações dessas leis não eram
obrigatórias , servia sobretudo para ilustrar os valores, a justiça e o poder do
soberano. As punições variavam de acordo com a posição social da vítima ou do
infrator. Em geral, a justiça era aplicada pelo princípio “olho por olho, dente por
dente”, a punição era equivalente a ofensa ou ao dano causado. Após a morte de
Hamurábi, a Mesopotâmia foi abalada por sucessivas invasões, até a chegada dos
Assirios.

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