Mensal Relato de Experiência Mariana

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Escola Estadual Serafim Ribeiro de Rezende

Rua Benedito Valadares, 689 - Florestal - Minas Gerais.


PROVA MENSAL PROF: Jardel Fellipe de Lima e Silva

ESTUDANTE:

TURMA: VALOR: 5,0 NOTA:

RELATO DE EXPERIÊNCIA
O que é relato de experiência?
O relato de experiência tem a finalidade de descrever uma experiência vivida que pode contribuir com a
construção de conhecimento na área de atuação.
A vivência é sempre descrita com detalhes e de modo contextualizado. Além disso, o estudante deve
Introdução para estruturar o seu aporte teórico.
O relato de caso não precisa necessariamente abordar apenas experiências positivas, muito pelo contrário.
É interessante que ele exponha, com objetividade, as dificuldades enfrentadas e os caminhos para resolver
os problemas. Essas considerações devem, de alguma forma, contribuir com o trabalho de outros
pesquisadores da área.
CARACTERÍSTICAS:
Reúne considerações que são significativas para a área do conhecimento;
Faz reflexões sobre uma determinada realidade, buscando amparo na teoria;
Texto contextualizado;
Linguagem objetiva;
Impessoalidade e seriedade.
Leia o texto abaixo como exemplo e resolva às questões de interpretação de texto:
O DESASTRE DE MARIANA
Sonia Zaghetto
Estima-se que chegará a 300 o número de mortos no rompimento da barragem em Brumadinho. Trezentas
vidas perdidas para a incapacidade do Brasil de evitar desastres desse tipo.
O presidente da Vale declarou que "desta vez é uma tragédia humana". Senhor presidente, permita-me:
não é desta vez. A tragédia é sempre humana.
É uma tragédia que, três anos após o desastre de Mariana, a Vale não tenha sido punida; que a Assembleia
Legislativa de Minas ou qualquer outra instância governamental tenham sido incapazes de criar
mecanismos para impedir a repetição da catástrofe ceifadora de vidas e destruidora do meio ambiente.
Não é porque o número de cadáveres foi menor que diminuiu a dimensão humana do episódio de Mariana.
Ainda hoje as vítimas choram seus mortos, suas casas desmanteladas e seu meio de vida destruído.
Perambulam de mãos vazias, encharcadas de dor e de saudade, exiladas do lugar que escolheram para
viver, mendigando por justiça, reféns de uma empresa poderosa cujos advogados retardam a justa
compensação material a quem tudo perdeu.
É sempre uma tragédia humana, que atinge o país inteiro, ver soterrados sob lama vermelha nossos
compatriotas, nossa confiança na Justiça, nossas esperanças no futuro e a natureza exuberante, generosa e
fértil que dá sustento ao homem.
Passada a comoção, ninguém mais lembrará desse imenso infortúnio, como sempre acontece. Afinal, novas
tragédias brasileiras tomarão o noticiário, com novas mortes, novos lamentos na TV, novos protestos nas
redes sociais. Aí estão, como prova incontestável, além de Mariana, os museus queimados, os
desabamentos anuais nos morros do Rio de Janeiro, os ataques no Ceará.
O que não falta, na nossa pátria verde-amarela, é tragédia humana. Aqui o choro corre solto na nossa cara,
sem que haja tempo para secar as lágrimas da véspera.

O maior desastre ambiental ocorrido Brasil, o rompimento da Barragem de Fundão, no estado de Minas
Gerais, completa 8 anos no dia 05 de novembro, a Barragem do Fundão, pertencente à Samarco Mineração
S.A., localizada no município de Mariana, se rompeu. O barramento, classificado como classe III, de alto
potencial de dano ambiental, era destinado a receber e armazenar o rejeito gerado pela atividade de
beneficiamento de minério de ferro. O rompimento da Barragem de Fundão causou efeito em cadeia,
ocasionando o extravasamento da Barragem Santarém, de acumulação de água, e retenção de sedimentos,
localizada também na área da empresa.
Os danos ao meio ambiente foram inevitáveis. A lama de rejeitos devastou o Distrito de Bento Rodrigues,
situado a cerca de 5 km abaixo da barragem, foi carreada até o Rio Gualaxo do Norte, a 55 km, desaguando
no Rio do Carmo, atingindo em seguida o Rio Doce, afetando também o litoral do estado do Espírito Santo.

Até hoje ninguém foi responsabilizado, a única consequência que a VALE, empresa responsável teve que
responder foi indenizar financeiramente as vítimas. A empresa continua funcionando normalmente, já os
atingidos nos revelam os seguintes relatos:
Peguei minha moto, abri a porteira e fui embora gritando ‘A barragem estourou! Corre que a barragem
estourou!’.
Fui gritando para todo lado, tirei o capacete, passei lá em casa, virei na Rua do Cascalho, e depois fui
correndo mesmo, porque minha moto parou. Na hora que vi que não tinha mais ninguém no Bento, eu subi
correndo para a parte mais alta.”
(PAULA GERALDA ALVES , Bento Rodrigues, Livro “Atingidos”, 2016).

Eu e minha irmã estávamos na parte baixa do Bento e vimos muita gente correndo, mas não sabíamos o
que estava acontecendo. Quando ouvimos o barulho da lama, já víamos o clarão de água chegando. Fui
correndo para casa ver meus filhos, mas tenho asma, pensei que não conseguiria chegar lá. Disse para
minha irmã ‘pelo amor de Deus, tira os meus meninos de lá!’. Em minha casa estava tudo tranquilo,
mas não sabia a que altura a lama poderia chegar. Então subimos um morro, eu, minha irmã e os meninos.
Quando olhei pra trás, a lama já tinha engolido tudo. A gente via uma casa e, no outro segundo ela já
estava enterrada. Foi o pior momento que vivi na vida. Imagina você com criança tendo que correr, sem
saber se vai sobreviver. É desesperador. Eu trabalhava como cabeleireira e perdi meus clientes, então hoje
eu fico cuidando dos meus filhos. A gente que é adulto se adapta, mas para as crianças é muito mais difícil.
Eles não têm mais espaço para brincar, não têm mais liberdade”.
(EDIR LÉIA MARQUES DOS SANTOS, de Bento Rodrigues, Livro Atingidos, 2016).

Depois de três anos do grave crime ambiental em Mariana, com investigações ainda não concluídas e
responsáveis punidos, a história se repete como tragédia em Brumadinho. É inadmissível que o poder
público e mineradoras não tenham aprendido nada com o maior crime ambiental do país. Como tenho
repetido em relação a tragédia de Mariana, a falta de medidas preventivas, de correção e ajuste de
conduta, mesmo com os reiterados alertas das autoridades ambientais e do Ministério Público, não
caracteriza um desastre, mas a reincidência de um crime contra a vida das pessoas, da natureza e do
patrimônio econômico e sociocultural.
Questões do texto: O DEASTRE DE MARIANA
1) O que torna o texto lido acima um Relato de Experiência?
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2) O Relato de Experiência lido é positivo ou negativo? Por quê?
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3) Retire do texto a parte explícita que noticia o fato ocorrido e copie-a no espaço abaixo:
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4) Encontre no texto 2 marcas de oralidade e transcreva-as abaixo:
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5) Qual é o tema do relato de experiência?
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6) Qual é a ideia central do texto?
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7) Em que pessoa e que voz o texto foi predominantemente escrito?
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8) O que foi relatado no texto já se repetiu em algum outro lugar? Onde? Quem foram os responsáveis
e quais foram os atingidos?
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9) Quais foram as consequências do ato relatado no texto? O que foi feito em consideração aos
relatos? O que podemos tirar de lição deste relato?
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10) Por que é importante que se escrevam/leiam relatos de experiência?
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11) Faça uma intertextualidade do Relato de experiência com o tema da Feira de Iniciação Científica:
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12) Como você se sentiria no lugar das pessoas que compartilharam o seu relato pessoal?
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