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Fontes do Direito Tributário

As Fontes do Direito Tributário são os meios pelos quais as normas tributárias


são criadas e interpretadas1. Elas podem ser classificadas em fontes formais,
materiais e outras2.

1. Fontes Formais: São os modos de exteriorização do direito, os atos normativos


pelos quais o direito surge e passa a existir para o mundo jurídico2. As fontes
formais primárias do Direito Tributário são a Constituição Federal e o próprio Código
Tributário Nacional (CTN), enquanto as fontes formais secundárias incluem as leis,
decretos, tratados e convenções internacionais, entre outras normas1.
2. Fontes Materiais: São os fatos da realidade que descrevem as situações
sobre as quais incidirão os tributos: são as ocorrências no mundo real que
constituirão os fatos geradores2.
3. Outras Fontes: Incluem a doutrina e a jurisprudência2. A doutrina é a
produção científica e conceitual produzida pelos estudiosos e juristas na
elaboração e sistematização de conceitos, obtida através da interpretação da
lei e pesquisa científica2. A jurisprudência, por sua vez, é o conjunto de
soluções dadas pelo Poder Judiciário, com o objetivo de esclarecer e dissipar
dúvidas, bem como preencher lacunas que o legislador tenha deixado passar
na elaboração das leis2.

As fontes formais mais gerais do direito tributário são o Código Tributário Nacional
(CTN) e a Constituição Federal de 1988 (CF/88)2. O CTN, nos artigos 96 e 97, traz
as definições mais importantes sobre um complexo maior, de lei em sentido amplo,
bem como da supremacia da lei2.

Constituição da República

Lei Complementar

A Lei Complementar é um tipo de lei que tem como principal objetivo


complementar, explicar e regulamentar de forma mais específica alguma norma já
prevista na Constituição Federal12. Ou seja, uma lei complementar só é criada
quando há a necessidade de tornar mais claro o que está exposto na Constituição12.

A Lei Complementar diferencia-se da Lei Ordinária principalmente em dois


aspectos3:

1. Aspecto Material: Apenas matéria expressamente prevista na Constituição


Federal pode ser objeto de lei complementar, enquanto para a lei ordinária
poderá tratar sobre qualquer matéria3.
2. Aspecto Formal: O aspecto formal diz respeito ao quórum de votação. A lei
complementar para ser aprovada deverá apresentar quórum de maioria
absoluta, enquanto a lei ordinária exige o quórum de maioria simples3.

Além do presidente da República, podem elaborar uma proposta de lei


complementar os senadores, deputados federais e estaduais, pelo Congresso
Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da República1. No
entanto, os cidadãos podem, sim, elaborar um projeto, mas, neste caso, ele é
levado adiante como uma iniciativa popular e passa por todos os trâmites
burocráticos1.

É importante frisar que só é possível elaborar uma lei complementar se a


Constituição Federal tiver previsto esse tipo de lei como necessária, a fim de que
ela regulamente a matéria e o que estiver escrito na lei que vai embasá-la1. Ou seja,
a finalidade das leis complementares é regulamentar uma norma prevista na
Constituição Federal1.

Lei Ordinária

A Lei Ordinária é um tipo de lei que pode tratar da maioria das matérias
legais, desde que estas não requeiram exclusivamente outro tipo de lei para
sua regulamentação1. Ela é a espécie normativa mais comum prevista na
Constituição Federal e que edita normas de forma geral e abstrata2.

As leis ordinárias podem regular temas destinados às diversas áreas do direito


brasileiro, como penal, tributária, civil, constitucional, administrativo, ambiental,
financeiro e outros ramos1. No entanto, elas não possuem validade para tratar de
temas que requerem regulamentação específica pela constituição federal. Estes
temas deverão ser tratados exclusivamente por lei complementar1.

Um projeto de lei ordinária pode ser aprovado, mediante sufrágio, por maioria
simples dos votos, enquanto o de lei complementar deverá possuir maioria
absoluta dos votos1. Tanto as leis ordinárias quanto as complementares
podem ser propostas pelo Presidente da República, por Senadores ou
Deputados, por Comissões Parlamentares, pelo STF, pelos Tribunais
Superiores e até mesmo por cidadãos1.

Exemplos de leis ordinárias incluem a lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003,


que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências, e a lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990, que trata do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA)1.
Portanto, a lei ordinária é uma norma jurídica que estabelece regras e direitos
para a sociedade. Ela é elaborada e aprovada pelo Poder Legislativo, que no
Brasil é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal3.

Tratados e Convenções internacionais

Os Tratados e Convenções Internacionais são acordos formais que estabelecem


regras e normas para regular as relações entre os Estados e organizações
internacionais1. Eles desempenham um papel crucial na ordem internacional,
promovendo a paz, a cooperação e a proteção de direitos fundamentais2.

Os tratados internacionais são acordos formais e escritos, estabelecidos entre


Estados e organizações internacionais, de acordo com o Direito Internacional
Público1. Seu propósito é criar obrigações jurídicas e regular questões de interesse
mútuo1. Esses tratados são instrumentos fundamentais nas relações internacionais,
proporcionando uma estrutura legal para a coordenação e implementação de ações
conjuntas em prol do bem comum1.

Existem diferentes tipos de tratados internacionais3:

1. Convenção: Utilizado para designar acordos multilaterais que estabelecem


normas gerais para regular temas de interesse da comunidade internacional
como um todo3.
2. Acordo: Usado para tratar de tratados de natureza econômico-comercial3.
3. Carta: Utilizado para designar tratados constitutivos de certas organizações
internacionais3.
4. Estatuto: Utilizado para designar tratados que estabelecem regras para uma
organização ou instituição3.
5. Pacto: Utilizado para designar tratados que estabelecem compromissos entre
as partes3.
6. Declaração: Utilizado para designar tratados que expressam princípios ou
objetivos3.
7. Protocolo: Utilizado para designar tratados que modificam ou complementam
um tratado anterior3.

Os tratados internacionais, após serem ratificados pelo país, passam a fazer parte
do ordenamento jurídico interno, podendo ter status de lei ordinária ou, em alguns
casos, status supralegal1. No Brasil, os tratados internacionais sobre direitos
humanos, por exemplo, têm status supralegal, ou seja, estão acima das leis
ordinárias, mas abaixo da Constituição1.
Decretos

Um Decreto é um tipo de norma jurídica que é emitida pelo chefe do Poder


Executivo, seja da União (presidente), dos Estados (governadores) ou dos
municípios (prefeitos)1. Ele tem como objetivo principal regulamentar leis existentes,
detalhando-as para garantir sua fiel execução12.

Os decretos são geralmente utilizados para realizar nomeações, determinar a


execução de dispositivos legais, realizar desapropriações, autorizar confisco de
bens, autorizar busca e apreensão, entre outros1. No entanto, os decretos não
podem criar, modificar ou mesmo extinguir direitos1. Eles estão abaixo da
constituição e das leis na pirâmide das leis, ou seja, não possuem uma força
normativa tão grande a ponto de alterarem a constituição1.

Existem diferentes tipos de decretos1:

 Decretos Singulares: Referem-se a nomeação, ou de aposentadoria, ou de


abertura de crédito, de desapropriação, ou de indulto de perda de
nacionalidade, etc1.
 Decretos Regulamentares: São atos normativos subordinados ou mesmo
secundários. Referem-se a um ato emitido exclusivamente pelo poder
executivo e que tem como objetivo único garantir a fiel execução das leis
tributárias quando estas não estiverem em conformidade e/ou não sejam
suficientes à sua execução1.

Portanto, os decretos são instrumentos importantes na administração pública, pois


permitem ao Poder Executivo regulamentar as leis e garantir sua correta
aplicação31.

Atos normativos administrativos

Os Atos Normativos Administrativos são aqueles que estabelecem regras gerais


e abstratas, sem se aplicar a uma situação concreta12. Eles têm como objetivo
regular a conduta dos administrados e a atuação da própria Administração
Pública12. Alguns exemplos de atos normativos incluem decretos, portarias e
regulamentos12.

Os atos normativos são caracterizados pela generalidade e abstração, o que


significa que tais atos não atingem situações concretas específicas, mas se
destinam a normatizar situações futuras1. São atos discricionários e se submetem
às mesmas regras de controle judicial das leis1.
Existem 5 espécies de atos administrativos que se diferenciam pelo conteúdo do ato
emanado1. As espécies dos atos administrativos são representadas pelo seguinte
mnemônico: NONEP = N ormativo O rdinatório N egocial E nunciativo P unitivo1.

Os atos normativos podem ser representados pelo seguinte mnemônico: R3D2 = R


esoluções R egulamentos R egimentos D ecretos D eliberações1. Vamos entender
melhor a que se destinam cada um desses atos1:

 Resoluções: São atos administrativos normativos expedidos pelas altas


autoridades do Executivo (exceto o chefe do Executivo, pois este edita
decretos), pelos presidentes dos tribunais, por órgãos legislativos ou por
colegiados administrativos1.

Portanto, os atos normativos são instrumentos importantes na administração


pública, pois permitem ao Poder Executivo regulamentar as leis e garantir sua
correta aplicação1.

Decisões normativas

Práticas reiteradas

Convênios

Princípios tributários

Os Princípios Tributários são normas fundamentais que orientam a criação,


aplicação e interpretação das leis tributárias1. Eles estabelecem limites e condições
para o poder de tributar do Estado, garantindo a segurança jurídica e a proteção
dos contribuintes contra possíveis abusos1. Aqui estão alguns dos princípios
tributários mais importantes:

1. Princípio da Legalidade: Estabelece que a instituição ou majoração de


tributos deve ser realizada por meio de lei, garantindo a previsibilidade e
segurança jurídica aos contribuintes1.
2. Princípio da Isonomia: Visa garantir a igualdade de tratamento perante a lei,
impedindo discriminações arbitrárias no âmbito tributário1.
3. Princípio da Capacidade Contributiva: Este princípio estabelece que cada
pessoa deve contribuir para as despesas públicas de acordo com sua
capacidade econômica1.
4. Princípio da Irretroatividade: Este princípio proíbe a cobrança de tributos
sobre fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei que os instituiu ou
aumentou1.
5. Princípio da Anterioridade: Este princípio estabelece que um novo tributo só
pode ser cobrado no ano seguinte ao da publicação da lei que o criou ou
aumentou1.
6. Princípio do Não-Confisco: Este princípio proíbe que os tributos sejam
utilizados com efeito de confisco, ou seja, a tributação não pode ser tão
elevada a ponto de retirar do contribuinte a propriedade de seus bens1.
7. Princípio da Liberdade de Tráfego: Este princípio proíbe a criação de
tributos que dificultem o trânsito de pessoas ou bens pelo território nacional1.
8. Princípio da Vedação ao Confisco: Este princípio proíbe a utilização do
poder de tributar para efeitos confiscatórios1.
9. Princípio da Uniformidade Geográfica: Este princípio estabelece que os
tributos devem ser uniformes em todo o território nacional1.
10. Princípio da Reserva de Lei Complementar: Este princípio estabelece
que determinadas matérias só podem ser reguladas por lei complementar1.

Estes princípios são fundamentais para a criação de impostos, pois estabelecem


limites e condições para o poder de tributar do Estado1. A partir desses princípios, é
possível avaliar se uma determinada cobrança é justa e adequada, ou se viola os
direitos do contribuinte1.

Princípio da legalidade tributária

O Princípio da Legalidade Tributária é uma norma fundamental no Direito


Tributário que estabelece que a criação ou a majoração de tributos deve ser
realizada por meio de lei12. Este princípio é uma garantia para o contribuinte,
que sabe exatamente quais tributos deve pagar e em que circunstâncias deve
fazê-lo12. Além disso, é um limite ao poder de tributar do Estado, que só pode
criar tributos por meio de leis aprovadas pelo Congresso Nacional12.

O Princípio da Legalidade Tributária está previsto no art. 5º, inciso II, da


Constituição Federal1. Este artigo estabelece que "ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei"1. No que diz
respeito à Legalidade Tributária, a Constituição Federal prevê que: "Art. 150.
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou
aumentar tributo sem lei que o estabeleça"1.

A finalidade do Princípio da Legalidade Tributária é estabelecer um limite ao


poder de tributar do Estado, garantindo que a cobrança de tributos só possa
ser feita quando houver previsão legal expressa para tanto3. Isso significa que
nenhum tributo pode ser exigido sem que haja uma lei que o institua3.
Existem diversos artigos e publicações que discutem o Princípio da
Legalidade Tributária. Por exemplo, o artigo “O princípio da legalidade
tributária: o que é e finalidade” de José Guilherme de Bem Gouvêa1, e o artigo
“O princípio da Legalidade Tributária e suas exceções” de Alexandre
Scaloppe2, ambos disponíveis online, oferecem uma visão detalhada sobre
este princípio e suas implicações no Direito Tributário.

Princípio da anterioridade tributária (anual e nonagesimal)

O Princípio da Anterioridade Tributária está previsto na Constituição Federal do


Brasil e se divide em duas vertentes: a Anual e a Nonagesimal12.

1. Anterioridade Anual (ou Princípio da Noventena): Está previsto no artigo


150, inciso III, alínea “b” da Constituição Federal. Este princípio estabelece
que um novo tributo ou o aumento de um tributo existente não pode ser
cobrado no mesmo exercício financeiro em que a lei que o instituiu ou
aumentou foi publicada12.
2. Anterioridade Nonagesimal: Está previsto no artigo 150, inciso III, alínea “c”
da Constituição Federal. Este princípio estabelece que um novo tributo ou o
aumento de um tributo existente não pode ser cobrado antes de decorridos
noventa dias da data em que a lei que o instituiu ou aumentou foi publicada12.

Estes princípios visam garantir a segurança jurídica e o planejamento financeiro dos


contribuintes, estabelecendo um prazo mínimo entre a publicação da lei que institui
ou aumenta um tributo e o início de sua cobrança12.

Princípio do non olet

O Princípio do Non Olet é um princípio do Direito Tributário que estabelece que,


para o fisco, pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte lícita
ou moral1. A expressão “non olet” é de origem latina e significa “não tem cheiro”,
indicando que o dinheiro, independentemente de sua origem, não tem cheiro para o
fisco1.

Este princípio está consagrado no artigo 118 do Código Tributário Nacional (CTN),
que estabelece que é irrelevante a regularidade jurídica dos atos, ou a licitude do
seu objeto ou dos seus efeitos para a incidência do tributo12. Em outras palavras, o
tributo poderá incidir sobre o produto da atividade ilícita, desde que realizada a
hipótese de incidência da obrigação tributária12.

Por exemplo, a renda obtida com o tráfico de drogas deve ser tributada no imposto
de renda, visto que a tributação recai sobre a renda auferida e não sobre o próprio
tráfico1. Já no caso da importação ilícita, sendo reconhecida a ilicitude e aplicada a
pena de perdimento, não pode ser cobrado o imposto de importação, visto que
“importar mercadorias” é o elemento essencial do tipo tributário1.

Portanto, o Princípio do Non Olet estabelece que o importante é somente a análise


objetiva da ocorrência da hipótese de incidência tributária, sendo irrelevante se o
fato gerador ocorreu de uma fonte lícita ou ilícita, de ato moral ou imoral, de ato nulo
ou anulável, criminoso ou não1.

Princípio da capacidade contributiva

O Princípio da Capacidade Contributiva é uma norma fundamental no


Direito Tributário que estabelece que cada pessoa deve contribuir para as
despesas públicas de acordo com sua capacidade econômica12. Este princípio
está diretamente ligado ao ideal de justiça no Direito Tributário, garantindo
equidade na tributação3.

Este princípio está previsto no artigo 145, § 1º da Constituição Federal


brasileira (CF), que afirma: "Sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte"12. A ideia é que cada pessoa seja solidária na medida de suas
possibilidades, visto que quem mais tem renda, quem mais possui, quem mais
importa, quem, enfim, mais manifesta riqueza, tem uma possibilidade maior
de contribuir com a sociedade sem comprometer sua subsistência2.

O Princípio da Capacidade Contributiva leva em consideração,


principalmente, o dever de tratamento diferenciado àqueles que se encontram
em situações desiguais, assim como está diretamente ligado ao princípio da
isonomia (ou igualdade)2. É possível verificar que o § 1º do artigo 145 da CF
trata apenas de “impostos”, contudo, o Supremo Tribunal Federal entende que
este princípio pode ser plenamente aplicado em outras espécies tributárias,
inclusive, às taxas, que são tributos com fato gerador vinculado à atividade
estatal2.
Portanto, o Princípio da Capacidade Contributiva é um dos pilares do sistema
tributário brasileiro, garantindo que a tributação seja justa e proporcional à
capacidade econômica de cada contribuinte12.

Princípio da isonomia

O Princípio da Isonomia, também conhecido como Princípio da Igualdade, é um


conceito jurídico que estabelece a igualdade de todos perante a lei, garantindo
tratamento justo e sem discriminação12. Este princípio assegura que as pessoas em
situações similares sejam tratadas de forma idêntica, evitando privilégios ou
preconceitos injustificados12.

Este princípio está previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º,
caput3, que afirma: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade"3.

O Princípio da Isonomia pode ser dividido em duas formas: a formal e a material2:

1. Isonomia Formal: Refere-se à ideia de que todas as normas e legislações


vigentes se aplicam a todas as pessoas possíveis, independentemente das
suas diferenças2.
2. Isonomia Material: Considera que existem desigualdades sociais e
econômicas e busca a compensação nas diferenças de acesso e
oportunidades2. Nesse sentido, o Estado deve buscar reduzir as
desigualdades e garantir igualdade de oportunidades e obrigações2.

Portanto, o Princípio da Isonomia é um dos pilares fundamentais do sistema jurídico


brasileiro, garantindo que a tributação seja justa e proporcional à capacidade
econômica de cada contribuinte12.

Princípio da seletividade

O Princípio da Seletividade é um princípio do Direito Tributário que


determina que produtos, mercadorias e serviços sejam tributados em
proporção inversa à sua essencialidade1. Em outras palavras, quanto mais
essencial for o produto industrializado (IPI) ou a mercadoria/serviço (ICMS),
menor deverá ser o ônus tributário destes impostos1. Por outro lado, quanto
mais dispensável, mais rigorosa será a tributação1.

Este princípio é aplicado somente a dois impostos: o ICMS (Imposto sobre


Circulação de Mercadorias e Serviços) e o IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados)1. De acordo com a Seletividade, um produto mais essencial à
vida humana (como água, alimentos e luz) deve ser tributado de forma mais
leve. Enquanto os produtos menos essenciais devem ser tributados de forma
mais acentuada1.

No que diz respeito ao IPI, a Constituição Federal afirma que ele será
seletivo, ou seja, é retirado do legislador infraconstitucional qualquer impulso
de restringir ou impedir a aplicação deste princípio1. Já no que diz respeito ao
ICMS, a Constituição Federal afirma que ele poderá ser seletivo1.

Portanto, o Princípio da Seletividade busca garantir um equilíbrio entre a


essencialidade e a superfluidade do objeto da tributação, contribuindo para a
justiça fiscal e a equidade na tributação1.

Princípio da irretroatividade tributária

O Princípio da Irretroatividade Tributária é uma norma fundamental no


Direito Tributário que estabelece que as leis tributárias não podem ter efeitos
retroativos, ou seja, não podem incidir sobre fatos geradores ocorridos antes
de sua entrada em vigor12. Este princípio é essencial para garantir a
segurança jurídica dos contribuintes12.

Este princípio está previsto na Constituição Federal do Brasil, no artigo 150,


inciso III, alínea “a”, que afirma: "é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado"12. Além disso, o Código Tributário Nacional (CTN), em seu artigo
105, também reforça este princípio, afirmando que "a legislação tributária
aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim
entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa
nos termos do artigo 116"1.

Existem algumas exceções ao Princípio da Irretroatividade, como as leis


interpretativas e os atos não definitivamente julgados1. As leis interpretativas
são aquelas que servem para ajudar a interpretar outro comando normativo1.
Já os atos não definitivamente julgados são aqueles que ainda estão
pendentes de julgamento1.

Portanto, o Princípio da Irretroatividade Tributária é um dos pilares do sistema


tributário brasileiro, garantindo que a tributação seja justa e proporcional à
capacidade econômica de cada contribuinte12.

Princípio da vedação ao confisco

O Princípio da Vedação ao Confisco é um princípio fundamental no Direito


Tributário que proíbe a utilização do poder de tributar do Estado para
confiscar bens do contribuinte12. Este princípio está previsto na Constituição
Federal do Brasil, no artigo 150, inciso IV12.

Este princípio estabelece que a cobrança de tributos deve se pautar dentro de


um critério de razoabilidade, não podendo ser excessiva, antieconômica3. Ou
seja, o Estado não pode utilizar seu poder de tributar para instituir uma
tributação exacerbada, com o intuito de confiscar propriedade alheia, sob
pretexto do contribuinte não honrar com suas obrigações tributárias, e sem a
devida contraprestação decorrente do confisco1.

O confisco é entendido como a absorção total ou substancial da propriedade


privada, pelo Poder Público, sem a correspondente indenização1. Portanto, é
vedado aos entes federados instituir carga tributária superior à capacidade
dos contribuintes, com a finalidade de oprimir a população e de forma
indevida tomar suas posses e propriedades1.

Portanto, o Princípio da Vedação ao Confisco é um dos pilares do sistema


tributário brasileiro, garantindo que a tributação seja justa e proporcional à
capacidade econômica de cada contribuinte12.

Princípio da não limitação ao tráfego de pessoas e bens e a ressalva do pedágio.

O Princípio da Não Limitação ao Tráfego de Pessoas e Bens é um


princípio do Direito Tributário que veda a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais12. Este princípio está
previsto na Constituição Federal do Brasil, no artigo 150, inciso V3.

No entanto, existe uma ressalva importante a este princípio: a cobrança de


pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público4512. O pedágio
é uma exceção ao princípio da não limitação ao tráfego de pessoas e bens,
pois é uma cobrança que se justifica pela manutenção e conservação das vias
públicas45.

A cobrança de pedágio é um tema que gera discussões na doutrina e na


jurisprudência, especialmente em relação à necessidade de via alternativa na
sua instituição45. Alguns entendem que a cobrança de pedágio é permitida
mesmo na hipótese da rodovia em que é auferida essa cobrança ser a única
possível ao cidadão45. Outros defendem que deve haver uma via alternativa
para que o pedágio seja cobrado45.

Portanto, o Princípio da Não Limitação ao Tráfego de Pessoas e Bens e a


ressalva do pedágio são fundamentais para garantir a liberdade de locomoção
e a justiça fiscal no sistema tributário brasileiro45.

Limitações ao poder de tributar

As Limitações ao Poder de Tributar são essenciais para garantir um sistema


tributário justo, proporcional e de acordo com os direitos fundamentais dos
contribuintes1. Elas são a expressão da busca do equilíbrio entre a necessidade de
arrecadação do Estado e a proteção do patrimônio dos contribuintes1.

Estas limitações são chamadas de garantias individuais ao contribuinte, as quais


veremos a seguir2:

1. Princípio da Legalidade Tributária: Garante que é vedado à União, aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos sem lei que o
estabeleça2.
2. Princípio da Isonomia: Visa garantir a igualdade de tratamento perante a lei,
impedindo discriminações arbitrárias no âmbito tributário2.
3. Princípio da Capacidade Contributiva: Este princípio estabelece que cada
pessoa deve contribuir para as despesas públicas de acordo com sua
capacidade econômica2.
4. Princípio da Irretroatividade: Este princípio proíbe a cobrança de tributos
sobre fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei que os instituiu ou
aumentou2.
5. Princípio da Anterioridade: Este princípio estabelece que um novo tributo só
pode ser cobrado no ano seguinte ao da publicação da lei que o criou ou
aumentou2.
6. Princípio do Não-Confisco: Este princípio proíbe que os tributos sejam
utilizados com efeito de confisco, ou seja, a tributação não pode ser tão
elevada a ponto de retirar do contribuinte a propriedade de seus bens2.
7. Princípio da Liberdade de Tráfego: Este princípio proíbe a criação de
tributos que dificultem o trânsito de pessoas ou bens pelo território nacional2.
8. Princípio da Vedação ao Confisco: Este princípio proíbe a utilização do
poder de tributar para efeitos confiscatórios2.
9. Princípio da Uniformidade Geográfica: Este princípio estabelece que os
tributos devem ser uniformes em todo o território nacional2.
10. Princípio da Reserva de Lei Complementar: Este princípio estabelece
que determinadas matérias só podem ser reguladas por lei complementar2.

Portanto, as limitações ao poder de tributar visam preservar valores fundamentais


para o cidadão contribuinte1. O papel das garantias outorgadas ao contribuinte e
das imunidades tributárias normalmente diz respeito à preservação da segurança,
da justiça, da liberdade e da forma federativa de Estado1.

Vigência, aplicação, interpretação e integração da lei tributária

A vigência, aplicação, interpretação e integração da lei tributária são aspectos


fundamentais do Direito Tributário que orientam a forma como as leis tributárias são
implementadas e interpretadas12.

1. Vigência da Lei Tributária: A vigência da legislação tributária segue as


regras gerais estabelecidas na Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB). Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em
todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada3. O período
entre a data da publicação da lei e o dia do início de sua vigência é chamado
de "vacatio legis"1.
2. Aplicação da Lei Tributária: A aplicação da lei tributária se dá
imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, ou seja, aqueles
cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa4.
3. Interpretação da Lei Tributária: A interpretação da lei tributária é feita com
base em critérios normativos para soluções de antinomias aparentes. Existem
três critérios principais: hierárquico (baseado na superioridade de uma fonte
de produção jurídica sobre outras), cronológico (prevalecerá a lei que por
último foi editada em caso de conflito entre normas do mesmo nível) e da
especialidade (uma norma é especial se contém todos os elementos típicos
da norma geral e mais alguns denominados especializantes)1.
4. Integração da Lei Tributária: A integração da lei tributária ocorre quando há
lacunas na legislação. Nesses casos, aplica-se a Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro (LINDB), que é uma norma jurídica que visa regulamentar
outras normas jurídicas, determinando seu modo de aplicação e entendimento
no tempo e espaço1.

Portanto, a vigência, aplicação, interpretação e integração da lei tributária são


aspectos essenciais para a correta aplicação e compreensão das normas de direito
tributário12.

Tributo (definição e classificação)

Um tributo é uma prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela


se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada1. Em outras
palavras, é uma obrigação que o contribuinte tem de pagar ao Estado para financiar
suas atividades1.

Os tributos podem ser classificados de acordo com sua finalidade, vinculação à


atividade estatal e quantidade1. A classificação quanto à finalidade ou função divide
os tributos em fiscais, extrafiscais e parafiscais1. São fiscais os tributos que visam
abastecer os cofres públicos1.

Além disso, a doutrina majoritária classifica os tributos em cinco espécies,


conhecidas como a teoria quinquipartite2:

1. Impostos: São tributos cuja obrigação ocorre independentemente de


qualquer contraprestação direta do Estado1.
2. Taxas: São tributos cobrados em razão do exercício do poder de polícia ou
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição1.
3. Contribuições de Melhoria: São tributos cobrados em decorrência de obras
públicas que resultem em valorização imobiliária1.
4. Empréstimos Compulsórios: São tributos que o governo pode instituir
mediante lei complementar, em caso de despesas extraordinárias,
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência1.
5. Contribuições Especiais: São tributos destinados a financiar atividades
específicas do Estado1.

Portanto, um tributo é uma obrigação financeira que os contribuintes têm para com
o Estado, e sua classificação depende de vários fatores, incluindo sua finalidade e a
atividade estatal a que está vinculado1.
Impostos

Os impostos são valores que empresas e cidadãos pagam aos governos1. Eles
incidem sobre a renda (salários, lucros, ganhos de capital) e patrimônio (terrenos,
casas, carros, etc.) das pessoas físicas e jurídicas1. O valor arrecadado é usado
pelo Estado para custear os gastos públicos com saúde, segurança, educação,
transporte, cultura, pagamentos de salários de funcionários públicos, etc1. Além
disso, o dinheiro arrecadado com impostos também é usado para investimentos em
obras públicas (hospitais, rodovias, hidrelétricas, portos, universidades, etc.)1.

Os impostos no Brasil são divididos em federais, estaduais e municipais1. Aqui


estão alguns exemplos:

 Impostos Federais: IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), IRPJ (Imposto


de Renda Pessoa Jurídica), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), II
(Imposto de Importação), IE (Imposto de Exportação), entre outros12.
 Impostos Estaduais: ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), entre
outros1.
 Impostos Municipais: IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana), ISS (Impostos Sobre Serviços), entre outros1.

Portanto, os impostos são uma obrigação financeira que os contribuintes têm para
com o Estado, e sua classificação depende de vários fatores, incluindo sua
finalidade e a atividade estatal a que está vinculado1.

Taxas

As taxas são uma espécie de tributo que podem ser instituídas pela União,
Estados, Distrito Federal e os Municípios1. Elas são cobradas em razão do exercício
do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição12.

As taxas podem ser exigidas dos cidadãos em duas situações1:


1. Quando o Poder Público prestar ao contribuinte um serviço público, específico
e divisível. Neste caso, denominamos de taxa de serviço1.
2. Quando houver o exercício regular do Poder de Polícia1.

Um serviço público é considerado específico quando puder ser apontado qual é o


serviço, como o serviço de coleta de lixo, o serviço de segurança pública, de coleta
de esgoto, entre outros1. Ele será divisível sempre que for possível determinar quem
é o beneficiado do serviço1. Por exemplo, no serviço de coleta de lixo, conseguimos
verificar que o beneficiado é o proprietário da residência em que se recolhem os
dejetos1.

Portanto, as taxas são tributos vinculados a uma atividade estatal específica, que é
colocada à disposição ou exercida pelo poder público em benefício direto ou indireto
do contribuinte3.

Contribuição de Melhoria

A Contribuição de Melhoria é um tipo de tributo previsto na Constituição


Federal brasileira e regulamentado por lei complementar1. Ela é cobrada pelo
poder público quando há valorização imobiliária decorrente de obras públicas,
como a construção de uma nova via, um parque ou uma ponte1.

Segundo o artigo 3º do Código Tributário Nacional, a contribuição de melhoria


é uma das espécies de tributo, cuja competência é comum de todos os entes
federativos, conforme expresso no artigo 145 da Constituição Federal2. A
criação da contribuição de melhoria ocorre por meio de lei ordinária e tem
como materialidade a obra pública e a valorização imobiliária ao contribuinte2.
Para sua cobrança, necessariamente, deve ter havido uma obra pública que
resultou em valorização econômica do imóvel do contribuinte2.

Vale mencionar que para haver a instituição do tributo, deve haver a abertura
do custo da obra, isto é: demonstrar quanto foi gasto, devendo a contribuição
de melhoria ser cobrada em uma única vez2. Caso a obra pública venha a
desvalorizar o imóvel, o sujeito, além de não estar sujeito à contribuição de
melhoria, pode pedir, no âmbito civil, uma indenização em face do ente
público que promoveu a obra2.
No que diz respeito à sujeição ativa, temos que competente à cobrança é o
mesmo ente federativo que fez a obra, mas caso tenha havido investimento
de mais de um ente federativo na obra, a lei ordinária que instituir o tributo
deverá estabelecer quem é o competente pela cobrança2.

Ademais, note-se que para instituir o tributo a obra já deve ter sido finalizada,
pois só a partir daí se tem a possibilidade de analisar se houve ou não
valorização dos imóveis ao redor2. Mas, em se tratando de grandes obras,
pode-se dividi-las em partes, quando as partes finalizadas já serem
suficientes para analisar a valorização da região2.

Quanto à forma de pagamento, o artigo 81 do CTN estabelece que a


contribuição de melhoria cobrada é instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total
a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado3. Destarte, o contribuinte pode contestar
o valor se discordar do cálculo da valorização do imóvel2.

Contribuições especiais

As Contribuições Especiais são uma modalidade de tributo trazida pela Constituição


Federal de 19881. Elas são instituídas com o objetivo de financiar serviços
prestados nas áreas assistenciais, tendo como seu pressuposto finalístico a
vinculação do tributo a um determinado setor que será custeado2.

As Contribuições Especiais se subdividem em três categorias principais13:

1. Contribuições Sociais: São aquelas que financiam direitos sociais como


educação, saúde, moradia, lazer, por exemplo. Dentro das Contribuições
especiais sociais ainda podemos subdividir em Gerais e de Seguridade1. A
contribuições de Seguridade possuem regras próprias elencadas no art. 195
CF/88 estabelecendo as Contribuições que a União pode criar1.
2. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDEs): São
contribuições que a União pode criar para atuar em um determinado domínio
econômico1. Como exemplo temos a CIDE combustíveis1.
3. Contribuições de Interesse de Categorias Profissionais/Econômicas
(corporativas): São contribuições que são feitas para as categorias
profissionais (CRM, CREA, CRP,…). A União cria uma autarquia sui generis
para atuar no interesse da categoria profissional e junto a isso cria um tributo
para manter essa autarquia1.

Vale lembrar que a contribuição para OAB não é considerada um tributo, de acordo
com o STF, com o objetivo de manter a sua independência perante o Estado1.
Empréstimos Compulsórios

O Empréstimo Compulsório é uma espécie de tributo, de competência


exclusiva da União, não vinculado à atividade estatal, com destinação
específica (o valor arrecadado pelo tributo tem destinação legalmente
estabelecida) e restituível, ou seja, o ente arrecadador tem o dever de
devolver o valor pago ao contribuinte1. Sua criação depende de lei
complementar1.

O Empréstimo Compulsório está veiculado no art. 148 da Constituição Federal


de 19882. A União, mediante Lei Complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência32. Também pode ser
instituído no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional32.

Vale mencionar que a materialidade do empréstimo compulsório não aparece


de forma autônoma para pagamento. Dessa forma, utiliza-se da materialidade
de outros tributos de competência da União, em regra3.

A lei complementar instituidora deve prever a finalidade da instituição, o


motivo, como ocorrerá a devolução e o momento de devolução do valor
arrecadado3. Sobre esse aspecto, o STF decidiu que o empréstimo
compulsório deve ser devolvido na mesma espécie em que foi criado3.

Por fim, cumpre mencionar que a aplicação dos recursos provenientes de


empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição3.

Competência Tributária

A Competência Tributária é um conceito fundamental no Direito Tributário. Ela


é a aptidão para criar tributos, sendo facultada a cada um dos entes
federativos1. A competência tributária é privativa, incaducável, de exercício
facultativo, inampliável, irrenunciável e indelegável2.

A Constituição Federal atribui a competência tributária aos entes políticos em


seus artigos 153 a 1563. Ela outorga a cada qual o poder de instituir e cobrar
exações tributárias, devendo às pessoas jurídicas de Direito Público atuar nos
ditames constitucionais, bem como nos limites de suas respectivas parcelas
de poder3.
A competência tributária é atribuída aos Municípios, Estados, Distrito Federal
e à União, e está prevista no art. 145 da Constituição Federal1. Este artigo
dispõe que tais entes podem instituir os seguintes tributos: impostos; taxas,
em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição; contribuição de melhoria, decorrente
de obras públicas1.

A competência tributária também está prevista no Código Tributário Nacional,


em seu art.6º1. Este artigo estabelece que a atribuição constitucional de
competência tributária compreende a competência legislativa plena,
ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições
dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios1.

A competência tributária tem como objetivo separar as aptidões de instituição


de taxas, impostos e contribuições de cada ente federativo1. Dentro dessa
aptidão, cada ente pode criar seus respectivos tributos, legislar sobre,
fiscalizá-los e arrecadá-los1. É com o exercício da competência tributária que
os entes instituem seus impostos, taxas e contribuições, os quais contribuem
para a gestão e investimentos governamentais, principalmente para
infraestrutura1.

Benefícios fiscais

Os Benefícios Fiscais, também conhecidos como incentivos fiscais, são medidas


que promovem a redução ou extinção da alíquota de determinados impostos a
serem pagos1. Estes benefícios são comumente oferecidos sob a forma de redução
ou isenção fiscal — ou seja, pela não recolhimento de certos impostos sobre as
empresas1. Esses tipos de medidas podem abranger tanto os impostos federais,
estaduais ou municipais1.

Os benefícios fiscais podem ser divididos em dois tipos principais: os regionais e os


sociais1:

1. Incentivos Fiscais Regionais: A ideia dos incentivos fiscais regionais é


estimular a estadia de grandes empresas em regiões com pouco
desenvolvimento. No Brasil, esse tipo de medida é aplicada principalmente
nas Regiões da Amazônia e no Nordeste1.
2. Incentivos Fiscais Sociais: Os incentivos fiscais sociais são formas de
renúncia fiscal. Ou seja, de abdicar as receitas por parte do Estado, visando
fomentar o desenvolvimento de setores estratégicos. Podemos destacar a
promoção de justiça social, incentivo à cultura, educação, saúde, pesquisa,
inovação, sustentabilidade, entre outros2.

Vale ressaltar que a eficiência dos benefícios fiscais e sua relação com a
neutralidade fiscal têm sido objeto de estudo3. A análise se concentra na relação
entre a concessão de benefícios fiscais e seus efeitos sobre a ordem econômica,
sobretudo pela ótica da neutralidade fiscal3.

Imunidade

A Imunidade é um conceito fundamental tanto no Direito Tributário quanto na


Biologia. No Direito Tributário, a imunidade refere-se a uma limitação
constitucional ao poder de tributar, ou seja, é uma proteção concedida pela
Constituição Federal a determinados entes ou situações, impedindo que sobre
eles recaia a incidência de certos impostos1.

No Brasil, as imunidades tributárias estão previstas na Constituição Federal


de 1988, nos artigos 150, 151 e 1521. Elas podem ser classificadas em
imunidades recíprocas (entre os entes federativos), imunidades dos templos
de qualquer culto, imunidades dos partidos políticos e suas fundações,
imunidades das entidades sindicais dos trabalhadores, imunidades das
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, e
imunidades dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão1.

Na Biologia, a imunidade é a capacidade do organismo de se defender contra


a entrada e multiplicação de microrganismos1. É uma função biológica que
envolve uma série de componentes que atuam de forma coordenada (o
sistema imunológico) e que é estudada pela imunologia1. A imunidade pode
ser basicamente entendida como a capacidade do organismo de se defender
contra a entrada e multiplicação de microrganismos1.

A imunidade pode ser dividida em inata e adaptativa1. A imunidade inata é a


primeira linha de defesa do organismo e caracteriza-se pela rápida resposta à
agressão, independentemente de estímulo prévio1. Já a imunidade adaptativa
é caracterizada pela especificidade e memória, ou seja, o sistema imunológico
é capaz de reconhecer e eliminar de maneira mais eficiente os agentes
patogênicos que já foram encontrados anteriormente1.

Imunidade geral e recíproca


A Imunidade Geral e Recíproca são conceitos fundamentais no Direito
Tributário.

Imunidade Geral é uma limitação constitucional ao poder de tributar, ou seja,


é uma proteção concedida pela Constituição Federal a determinados entes ou
situações, impedindo que sobre eles recaia a incidência de certos
impostos1. As imunidades tributárias estão previstas na Constituição Federal
de 1988, nos artigos 150, 151 e 1521. Elas podem ser classificadas em
imunidades recíprocas (entre os entes federativos), imunidades dos templos
de qualquer culto, imunidades dos partidos políticos e suas fundações,
imunidades das entidades sindicais dos trabalhadores, imunidades das
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, e
imunidades dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão1.

Imunidade Recíproca é uma das limitações ao poder de tributar, prevista no


artigo 150, inciso VI, alínea “a” da Constituição Federal1. Esta imunidade veda
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de instituírem
impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros1. A imunidade
recíproca é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes1.

A imunidade recíproca tem como objetivo evitar que um ente tributante


imponha um ônus fiscal a outro ente, preservando assim a autonomia entre os
entes federativos1. No entanto, essa imunidade não se aplica ao patrimônio, à
renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário1.

Imunidade dos templos religiosos

A imunidade tributária dos templos de qualquer culto, popularmente conhecida


como imunidade religiosa, está prescrita no artigo 150, VI, b, da Constituição
Federal de 19881. Foi constituída com o propósito de assegurar a liberdade de
crença e propiciar igualdade entre elas1.

A imunidade dos templos religiosos demarca uma norma constitucional de


não incidência de impostos sobre os templos de qualquer culto2. Não se trata
de um benefício isencional, mas de uma exoneração de ordem constitucional,
à qual se pode atribuir o rótulo de "imunidade religiosa"2.
Os entes políticos tributantes não podem cobrar qualquer imposto das
entidades religiosas que cumule o patrimônio, a renda e os serviços
relacionados com suas finalidades essenciais1. A falta de fiscalização da
maneira como é utilizada a imunidade tributária dos templos religiosos
possibilita que falsas instituições se aproveitem desse benefício trazido pela
Constituição e utilizem-se deste de forma espúria1.

Além disso, a imunidade tributária afeta a todos, inclusive àqueles que não
compartilham de nenhuma religião, mas que indiretamente, financiam as
atividades dos cultos, devido a desoneração de impostos1.

O Supremo Tribunal Federal (STF) compreende que as entidades religiosas


podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de se
beneficiarem da imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, c, da
Constituição, que abrangerá não só os impostos sobre o seu patrimônio,
renda e serviços, mas também os impostos sobre a importação de bens a
serem utilizados na consecução de seus objetivos estatutários3.

Imunidade não autoaplicável de partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades


educacionais e beneficentes de assistência social sem fins lucrativos. 7.1.4

Imunidade de imprensa

Imunidade dos fonogramas e videofonogramas

Isenção

A Isenção é um conceito fundamental no Direito Tributário. Ela é uma causa


de exclusão do crédito tributário, nos termos do art. 175, do Código Tributário
Nacional (CTN)1. A isenção é um benefício concedido pelo governo que
dispensa determinadas pessoas físicas ou jurídicas do pagamento total ou
parcial de impostos e taxas2. É uma forma de incentivo fiscal que visa atender
a objetivos econômicos, sociais ou políticos específicos2.

A isenção pode ser definida como sendo mera dispensa legal de pagamento
de tributo1. Para fins de provas de concursos, ao menos naqueles que não
permitem ao candidato desenvolver o tema em dissertação, recomenda-se,
inclusive, a adoção deste conceito1. Afinal, o próprio Supremo Tribunal
Federal exarou julgado nesse sentido: A isenção é a dispensa do pagamento
de um tributo devido em face da ocorrência de seu fato gerador1.

Existem repercussões práticas diversas a depender de qual teoria se filie para


explicar este fenômeno jurídico, em especial no campo do direito tributário1. A
isenção tributária pode ser concedida de forma temporária ou permanente e é
regulamentada por leis e regulamentos tributários2.

É importante ressaltar que a isenção tributária não implica na renúncia dos


deveres e obrigações legais por parte dos beneficiados. Eles ainda devem
cumprir outras obrigações fiscais, como a apresentação de declarações,
prestação de contas e cumprimento de outras exigências legais2.

No Brasil, a isenção tributária pode beneficiar diferentes categorias de


pessoas físicas e jurídicas2. Algumas das principais categorias que podem se
beneficiar da isenção tributária no país são: Pessoas físicas de baixa renda,
Idosos, Pessoas com deficiência, Doadores a entidades beneficentes,
Microempresas e empresas de pequeno porte2.

Anistia

A Anistia é um conceito fundamental no Direito Tributário. Ela é uma causa de


exclusão do crédito tributário, conforme dispõe o artigo 175, do Código
Tributário Nacional (CTN)1. A anistia é um benefício concedido pelo governo
que dispensa determinadas pessoas físicas ou jurídicas do pagamento total
ou parcial de impostos e taxas2.

A anistia é o perdão concedido ao contribuinte em função de descumprimento


de deveres tributários, isto é, perdão da penalidade aplicada em decorrência
da infração tributária1. Difere da remissão, que é um perdão da dívida como
obrigação principal1.

A concessão da Anistia é feita pelo Juiz, de ofício, seja o do processo de


conhecimento ou o da execução penal1. Sendo assim, é possível a concessão
tanto antes da sentença penal definitiva, quanto após o trânsito em julgado1.

A anistia tributária encontra-se positivada no direito brasileiro na Constituição


de 1988, no art. 150, § 6º – que prescreve ser a lei complementar do ente
competente o veículo normativo adequado para instituí-la; no art. 165, § 6º –
que comanda a inserção de demonstrativo regionalizado dos efeitos da anistia
sobre as receitas e despesas no projeto de lei orçamentária do ente
competente; e no art. 195, § 11 – que veda a concessão de anistia
relacionada a contribuições sociais, em montante superior ao fixado em lei
complementar3.
Por fim, é importante ressaltar que a anistia tributária não implica na renúncia
dos deveres e obrigações legais por parte dos beneficiados. Eles ainda
devem cumprir outras obrigações fiscais, como a apresentação de
declarações, prestação de contas e cumprimento de outras exigências legais2.

Remissão

A Remissão é um conceito fundamental no Direito Tributário. Ela é uma causa de


exclusão do crédito tributário, conforme dispõe o artigo 175, do Código Tributário
Nacional (CTN)1. A remissão é um benefício concedido pelo governo que dispensa
determinadas pessoas físicas ou jurídicas do pagamento total ou parcial de
impostos e taxas2.

A remissão é o perdão concedido ao contribuinte em função de descumprimento de


deveres tributários, isto é, perdão da penalidade aplicada em decorrência da
infração tributária1. Difere da isenção, que é um perdão da dívida como obrigação
principal1.

De acordo com o artigo 172 do CTN, a lei pode autorizar a autoridade administrativa
a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito
tributário, atendendo3:

1. À situação econômica do sujeito passivo3.


2. Ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo quanto à matéria de fato3.
3. À diminuta importância do crédito tributário3.
4. A considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou
materiais do caso3.
5. A condições peculiares a determinada região do território da entidade
tributante3.

A concessão da remissão é feita pelo Juiz, de ofício, seja o do processo de


conhecimento ou o da execução penal1. Sendo assim, é possível a concessão tanto
antes da sentença penal definitiva, quanto após o trânsito em julgado1.

A remissão difere da isenção, pois a última ocorre antes do lançamento tributário e


consiste na exclusão do mesmo4. Ademais, a remissão pode ser de tributo ou de
multa e a isenção refere-se apenas a tributo4.

Outros benefícios fiscais


Existem vários outros benefícios fiscais além da isenção e anistia. Alguns deles
incluem1:

1. Reduções: Quando há diminuição da alíquota ou base de cálculo do


imposto1.
2. Deduções: Quando há abatimento de valores determinados ou despesas do
montante a ser tributado1.
3. Créditos: Quando há compensação de parte do imposto pago com outros
tributos, ou com incentivos financeiros1.

Além disso, os benefícios fiscais podem ser classificados em dois tipos principais:
regionais e sociais2. Os incentivos fiscais regionais visam estimular a estadia de
grandes empresas em regiões com pouco desenvolvimento, como as Regiões da
Amazônia e do Nordeste no Brasil2. Já os incentivos fiscais sociais são formas de
renúncia fiscal, visando fomentar o desenvolvimento de setores estratégicos, como
a promoção de justiça social, incentivo à cultura, educação, saúde, pesquisa,
inovação, sustentabilidade, entre outros2.

É importante ressaltar que a eficiência dos benefícios fiscais e sua relação com a
neutralidade fiscal têm sido objeto de estudo3. A análise se concentra na relação
entre a concessão de benefícios fiscais e seus efeitos sobre a ordem econômica,
sobretudo pela ótica da neutralidade fiscal3.

Distribuição das Receitas Tributárias

A distribuição das receitas tributárias é um processo vital no sistema tributário


brasileiro. Este processo envolve a distribuição dos recursos oriundos de impostos
arrecadados pela União entre os Estados, Distrito Federal e Municípios1.

A repartição das receitas tributárias ocorre entre os entes públicos após o ingresso
dessas receitas nos cofres públicos, ou seja, ocorre após a extinção do crédito
tributário2. Essa repartição ocorre sempre de um ente maior para um ente menor, de
modo que a arrecadação dos tributos de competência dos entes menores seja
complementada por parte da arrecadação dos tributos dos entes maiores2.

Os seguintes tributos possuem as suas receitas repartidas com os demais entes da


federação3:

100% do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos


pagos pelos Estados/DF3.
25% dos impostos residuais (se criados)3.

10% do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) proporcionalmente às


exportações de produtos industrializados do Estado3.

29% do Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)


Combustível3.

Essa repartição tributária é de suma importância para que os Estados, Distrito


Federal e Municípios possam fazer frente às suas competências administrativas, já
que apenas a arrecadação dos tributos de suas competências seria insuficiente
para tal2.

Responsabilidade Tributária

A Responsabilidade Tributária é um conceito central no Direito Tributário que


determina quem é responsável pelo pagamento dos tributos devidos ao
governo1. A atribuição desta responsabilidade deve ser claramente definida
em lei e deve estar ligada ao fato gerador do tributo1.

Em direito tributário, a responsabilidade tributária recai sobre alguém que não


é o contribuinte, mas tem a obrigação legal de recolher os impostos em nome
dele2. Isso significa que a responsabilidade é transferida para outra pessoa
que está indiretamente ligada à situação que gerou o imposto2.

O Código Tributário Nacional estabelece dois tipos de sujeitos passivos


tributários: o contribuinte e o responsável2. O contribuinte (art. 121, I, do CTN)
é aquele que possui relação direta com o fato gerador do tributo, enquanto o
responsável tem uma relação indireta e é legalmente obrigado a recolher o
tributo devido pelo contribuinte2.

A responsabilidade tributária, que sempre é estabelecida por lei, pode assumir


diferentes formas, como substituição, transferência ou sucessão2. A
responsabilidade tributária possui a finalidade de facilitar a fiscalização, de
forma que não há qualquer vantagem ao responsável, que simplesmente se
vê obrigado, por força de lei, a cooperar com o Fisco2.

Por exemplo, na responsabilidade tributária por substituição, o responsável


deve, com recursos extraídos do próprio contribuinte, recolher o tributo devido
por este2. O responsável por substituição recolhe o tributo no lugar do
contribuinte, no entanto, não se torna sujeito passivo da obrigação tributária
advinda do fato gerador, mas de sua própria relação de substituição advinda
de comando legal expresso2.
Responsabilidade e solidariedade

A Responsabilidade e Solidariedade são conceitos importantes no Direito,


incluindo o Direito Tributário12.

Responsabilidade é um conceito jurídico que determina a obrigação de


reparar o dano causado a outra pessoa3. No Direito Tributário, a
responsabilidade recai sobre alguém que não é o contribuinte, mas tem a
obrigação legal de recolher os impostos em nome dele1. Isso significa que a
responsabilidade é transferida para outra pessoa que está indiretamente
ligada à situação que gerou o imposto1.

Solidariedade, por outro lado, é um conceito que se aplica quando duas ou


mais pessoas são igualmente responsáveis por cumprir uma obrigação legal4.
Na solidariedade, a obrigação pode ser cobrada integralmente de qualquer
devedor solidário, e o pagamento realizado por um devedor solidário dá a ele
o direito de buscar o ressarcimento dos demais5.

No contexto tributário, a solidariedade ocorre quando na mesma obrigação


concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou
obrigado, à dívida toda1. As regras de solidariedade previstas no Código Civil
também se aplicam no Código de Defesa do Consumidor, observando-se as
regras específicas deste diploma1.

É importante notar que a responsabilidade e a solidariedade têm implicações


significativas na prática jurídica e tributária, e sua aplicação pode variar
dependendo das circunstâncias específicas de cada caso12.

Responsabilidade dos sucessores

A Responsabilidade dos Sucessores é um conceito importante no Direito


Tributário. Ela ocorre quando uma obrigação é transferida pelo
“desaparecimento” do devedor original1. Tal situação pode acontecer quando
o devedor original morre, o que transfere a obrigação tributária aos herdeiros
do de cujus (falecido)1.

Os artigos 130 a 133 do Código Tributário Nacional (CTN) tratam da


responsabilidade tributária dos sucessores2. Esses artigos estabelecem que o
sucessor assume a responsabilidade pelo pagamento do tributo que antes era
de responsabilidade do antecessor2.
A responsabilidade dos sucessores pode ocorrer em casos como aquisição de
imóveis ou negócios, heranças (espólio) e operações comerciais2. Nesses
casos, a pessoa que adquire um imóvel ou negócio, ou que herda bens, torna-
se responsável pelas obrigações tributárias relacionadas a esses bens2.

Por exemplo, no caso de aquisição de um imóvel, o novo proprietário torna-se


responsável pelas dívidas tributárias relacionadas ao imóvel, se houver3. Se o
Estado mover uma ação de Execução Fiscal, isso será feito em desfavor do
novo proprietário3.

É importante ressaltar que a responsabilidade dos sucessores é limitada ao


valor do patrimônio transferido4. Isso significa que os sucessores não são
responsáveis por dívidas tributárias que excedam o valor dos bens que eles
receberam4.

Responsabilidade de terceiros

A Responsabilidade de Terceiros é um conceito importante no Direito Tributário. Ela


ocorre quando a obrigação de pagar um tributo é atribuída a uma pessoa que não é
o contribuinte original, mas que tem uma ligação com o fato gerador do tributo1.

O Código Tributário Nacional (CTN), em seu artigo 134, estabelece que nos casos
de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou
pelas omissões de que forem responsáveis23.

Os terceiros responsáveis podem incluir23:

1. Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores.


2. Os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou
curatelados.
3. Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes.
4. O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio.
5. O síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo
concordatário.
6. Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu
ofício.
7. Os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
É importante ressaltar que a responsabilidade de terceiros é aplicada de forma justa
e coerente, em vez de ser arbitrariamente imposta a indivíduos ou entidades sem
nenhuma relação com o fato gerador1.

Substituição Tributária

Responsabilidade por infrações

Denúncia espontânea

Multas tributárias

Obrigação Tributária

Fato Gerador e hipótese de incidência.

Fato Gerador e Hipótese de Incidência são conceitos fundamentais no Direito


Tributário. Embora estejam intimamente relacionados, eles não são sinônimos e
possuem diferenças significativas:

1. Hipótese de Incidência: É a descrição abstrata, prevista em lei, de uma


situação que, se realizada no mundo real, poderá dar origem a uma obrigação
tributária1. Por exemplo, a propriedade de um veículo automotor é a hipótese
de incidência do IPVA2. A hipótese de incidência é, portanto, uma previsão
legal que antecede o fato gerador1.
2. Fato Gerador: É a realização concreta da situação descrita na hipótese de
incidência1. Ou seja, é o momento em que a situação prevista na lei se
materializa no mundo real, dando origem à obrigação tributária1. Por exemplo,
quando você adquire a propriedade de um veículo automotor, ocorre o fato
gerador do IPVA2.

Portanto, a hipótese de incidência é a previsão legal de uma situação que pode


ocorrer, enquanto o fato gerador é a ocorrência efetiva dessa situação1. Quando o
fato gerador ocorre, nasce a obrigação de pagar o tributo correspondente3.
10.2 Sujeição ativa e passiva.

Sujeição Ativa e Sujeição Passiva são termos usados no Direito Tributário para se
referir aos diferentes papéis desempenhados na relação jurídico-tributária1:

1. Sujeição Ativa: Refere-se ao ente que tem o direito de exigir o pagamento do


tributo. Geralmente, são os entes federados - União, Estados, Distrito Federal
e Municípios - que possuem a competência tributária, ou seja, o poder político
de tributar1. Eles podem exercer essa competência integralmente (instituir,
arrecadar e fiscalizar tributos) ou podem delegar as funções de arrecadar e
fiscalizar a outras pessoas jurídicas de direito público, dotando-as de
capacidade tributária ativa1. Nesse caso, temos o Sujeito Ativo direto (o ente
federado) e o Sujeito Ativo indireto (a pessoa jurídica de direito público a
quem foi delegada a função de arrecadar e fiscalizar)1.
2. Sujeição Passiva: Refere-se à pessoa que tem a obrigação de pagar o
tributo. O Código Tributário Nacional (CTN) define dois tipos de sujeitos
passivos: o Contribuinte e o Responsável12.
o Contribuinte: É a pessoa que tem uma relação pessoal e direta com a
situação que constitui o fato gerador do tributo12. Por exemplo, o
proprietário de um veículo automotor é o contribuinte do IPVA12.
o Responsável: É a pessoa que, embora não seja o contribuinte, tem a
obrigação legal de pagar o tributo12. Isso pode ocorrer em várias
situações, como, por exemplo, quando a lei atribui a responsabilidade
pelo pagamento do tributo a uma terceira pessoa vinculada ao fato
gerador12.

Portanto, a sujeição ativa e passiva são componentes fundamentais da relação


jurídico-tributária, definindo quem tem o direito de exigir o tributo (sujeito ativo) e
quem tem a obrigação de pagá-lo (sujeito passivo)1.

10.3 Solidariedade.

A Solidariedade é um conceito importante no Direito Tributário e está definida nos


artigos 124 e 125 do Código Tributário Nacional (CTN)1. Ela se refere à situação em
que mais de uma pessoa tem a obrigação de cumprir com uma mesma obrigação
tributária23.
Existem dois tipos de solidariedade no Direito Tributário:

1. Solidariedade de Fato ou Natural: Ocorre quando duas ou mais pessoas


têm interesse comum na situação que constitui o fato gerador da obrigação
tributária principal24. Por exemplo, quando uma propriedade pertence a mais
de uma pessoa, a obrigação de pagar o IPTU é solidária entre elas23.
2. Solidariedade de Direito ou Legal: Ocorre quando a lei estabelece que
determinadas pessoas são solidariamente obrigadas25. Por exemplo, uma
empresa do mesmo grupo econômico não é responsável solidária pelos
tributos devidos por outra empresa do mesmo grupo, a menos que elas atuem
conjuntamente na situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária
principal5.

É importante destacar que, em ambos os casos, a solidariedade sempre decorre de


lei23. Além disso, a solidariedade tributária difere um pouco da solidariedade no
direito comum5.

10.4 Capacidade tributária.

A Capacidade Tributária é um conceito fundamental no Direito Tributário que


define quem pode ser sujeito de obrigações fiscais1. Em outras palavras, é a
capacidade que uma pessoa ou entidade tem de ser contribuinte perante o sistema
tributário1. Ela pode ser subdividida em Capacidade Tributária Ativa e Capacidade
Tributária Passiva2:

1. Capacidade Tributária Ativa: É atribuída ao sujeito ativo do tributo, ou seja,


para aquele que possui o direito subjetivo de cobrar o tributo2. Logo, é o titular
do crédito tributário (credor do tributo)2. O mais comum é que o sujeito ativo
tenha a competência tributária e a capacidade tributária2. Entretanto, existe a
possibilidade do sujeito ativo possuir apenas a capacidade tributária ativa2. A
capacidade tributária pode ser delegada a terceira pessoa, desde que seja por
meio de Lei, que poderá arrecadar o tributo em nome daquele que possui a
competência tributária2.
2. Capacidade Tributária Passiva: É atribuída àqueles que possuem
capacidade civil e são aptos a exercer os seus direitos e obrigações na esfera
jurídica1. Os contribuintes são as pessoas físicas ou jurídicas que estão
sujeitas ao pagamento dos tributos1. Eles desempenham um papel crucial no
financiamento das atividades estatais, contribuindo para o funcionamento do
país como um todo1.

10.5 Domicílio tributário.

O Domicílio Tributário é um conceito importante no Direito Tributário que se refere


ao local onde o contribuinte, seja pessoa física ou jurídica, estabelece como seu
endereço para fins de tributação1. É o local onde a administração tributária pode
localizar o contribuinte para lhe entregar notificações e intimações1.

Existem dois tipos principais de domicílio tributário:

1. Domicílio Fiscal: É o endereço da empresa para tributação1. O “domicílio” é o


endereço fixo de alguém, no caso a empresa; e o “fiscal” se refere às
atividades do fisco – sinônimo para órgãos responsáveis pela tributação
federal, estadual e municipal1.
2. Domicílio Tributário Eletrônico (DTE): É o local residente no sistema
eletrônico de processamento de dados da Secretaria de Estado da Economia,
onde são postadas e armazenadas correspondências de caráter oficial,
dirigidas ao contribuinte2. Com o DTE, o contribuinte passa a tomar ciência
dos atos oficiais da Receita Federal pela sua Caixa Postal do Portal e-CAC3.

Portanto, o domicílio tributário é fundamental para a relação entre o contribuinte e a


administração tributária, pois é o local onde o contribuinte receberá todas as
comunicações oficiais relacionadas aos seus tributos1.

11 Crédito Tributário.

O Crédito Tributário é um conceito fundamental no Direito Tributário que


representa a formalização do valor que o sujeito passivo (ou contribuinte) deve
pagar ao sujeito ativo (o Estado), a título de tributo1. Este valor é originado das
ações em que a Fazenda Pública passa a ser credora2. Essas ações são geradas a
partir de hipóteses já previstas em lei2. Portanto, o crédito tributário é a própria
obrigação principal2.
Após ocorrer o fato gerador da obrigação principal, nasce um direito creditório de
receber parcela de riqueza revelada2. Esse direito é o que chamamos de crédito
tributário2. A partir disso, há o imediato dever jurídico do contribuinte2. Com esse
dever, o Fisco se torna credor enquanto o contribuinte assume a posição de
devedor2.

Para que o crédito tributário seja constituído e se torne apto a ser cobrado, é
necessário formalizá-lo através de um ato derivado de um procedimento2. Esse ato
é denominado de lançamento tributário2. O lançamento tributário é atividade
privativa da autoridade fazendária2 e é entendido como procedimento dado a
verificar a ocorrência de fato gerador da obrigação original2.

Existem diferentes modalidades de lançamento que podem ser definidas a partir do


grau de participação do contribuinte na formalização2:

 Lançamento por ofício: a autoridade possui todas as informações necessárias


para promover o ato2.
 Lançamento por declaração: também é efetuado pela autoridade
administrativa, porém as informações são fornecidas pelo contribuinte2.
 Lançamento por homologação ou autolançamento: ocorre quando a legislação
atribui ao sujeito passivo o dever de formalizar o lançamento, sendo com a
antecipação do pagamento do tributo e sob condição de homologação
posterior pela autoridade fazendária2.
 Lançamento por arbitramento: previsto nas hipóteses em que o contribuinte
não prestar declarações ou quando as declarações prestadas não merecem
fé2.

Vale ressaltar que o lançamento tributário se aproveita da presunção de certeza e


liquidez, se tornando irreversível no âmbito administrativo2.

11.1 Constituição do crédito tributário (lançamento).

11.2 Suspensão do crédito tributário

Extinção do crédito tributário

Prescrição e decadência
A Prescrição e a Decadência são conceitos fundamentais no Direito Tributário que
estabelecem limites temporais para a cobrança de créditos tributários1.

Prescrição é a perda do direito de ação, ou seja, a perda do direito do Fisco de


cobrar judicialmente o crédito tributário2. Após a constituição oficial do crédito
tributário, inicia-se um prazo prescricional, também de cinco anos, para que se
exerça a pretensão sobre esse crédito2. De forma resumida, portanto, a decadência
ocorre quando ainda não se constituiu o crédito tributário e a prescrição, por sua
vez, ocorre após a sua constituição3.

Decadência, por outro lado, é a perda do próprio direito4. Ela ocorre quando ainda
não se constituiu o crédito tributário2. A decadência do direito do Fisco corresponde
à perda da competência administrativa do Fisco para efetuar o ato de lançamento
tributário4.

Ambos os conceitos estão previstos no Código Tributário Nacional (CTN). A


decadência e a prescrição são causas de extinção do crédito tributário, conforme
dispõe o artigo 156 do CTN56. A lei 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código
Tributário Nacional) traz no art. 156 diversas hipóteses extintivas de crédito
tributário, são elas: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV -
remissão; V - a prescrição e a decadência5.

É importante notar que a responsabilidade e a solidariedade têm implicações


significativas na prática jurídica e tributária, e sua aplicação pode variar dependendo
das circunstâncias específicas de cada caso56.

Exclusão do crédito tributário

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

Administração Tributária

Fiscalização

Dívida Ativa

Certidões Negativas
Protesto de CDA

Processo Administrativo Tributário. 14.1

Estrutura do processo administrativo tributário.

O Processo Administrativo Tributário (PAT) é um conjunto de atos interligados e


vinculados que visam regular as relações entre o Fisco e o sujeito passivo
(contribuinte/responsável) dentro da esfera administrativa1. Ele é regido por
princípios como a legalidade objetiva, a oficialidade, a informalidade e a verdade
material1.

Aqui estão alguns componentes chave do PAT:

1. Lançamento Fiscal e Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM): Após


a fiscalização e a apuração do crédito tributário, a exigência é formalizada
pela “notificação de lançamento” ou pela lavratura do AIIM1. O AIIM é um
documento formal que aponta o ilícito praticado pelo sujeito passivo da
obrigação tributária e impõe a devida penalidade1.
2. Impugnação: Se o contribuinte/responsável discordar do AIIM ou do
lançamento, pode ofertar Defesa/Reclamação/Impugnação, prevista no artigo
151, inciso III do CTN, em regra, no prazo de 30 dias1.
3. Consulta Tributária e Denúncia Espontânea: Antes de efetuado o
lançamento ou qualquer outro ato tendente à apuração ou fiscalização do
tributo pela administração tributária, o sujeito passivo pode provocar o início
do PAT por iniciativa própria, por meio da Consulta ou da Denúncia1.

O PAT é disciplinado por Lei, sendo que cada ente público cria seus tributos e
estabelece as formalidades para sua fiscalização e arrecadação1. Ele tem seu
fundamento na Magna Carta e na legislação tributária, em especial, o Código
Tributário Nacional2.

Contencioso administrativo.

Processo de Consulta
Processo Judicial Tributário.

O Processo Judicial Tributário é um conjunto de atos e termos processuais que se


desenvolvem perante o Poder Judiciário, onde é assegurado ao Fisco, e ao
contribuinte litigante, o contraditório e a ampla defesa, e que visa dar uma decisão
definitiva sobre a matéria questionada1.
Este processo é instaurado em torno da lide fiscal, sendo este o seu objeto, ou seja,
o conflito instaurado em função da interpretação e/ou aplicação da norma
tributária1. O procedimento, por sua vez, trata-se da sucessão de atos que deverão
ser observados para a realização de um objetivo1.
O Processo Judicial Tributário pode ser iniciado tanto pelo Fisco quanto pelo
contribuinte. No caso do Fisco, ele pode iniciar uma Ação de Execução Fiscal para
a cobrança de seus créditos tributários ou não2. Já o contribuinte pode iniciar várias
ações judiciais, como a Ação Anulatória de Débito Fiscal, a Ação Declaratória de
Inexistência de Relação Jurídico-Tributária, entre outras2.

Ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária.

A Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídico-Tributária é um


instrumento jurídico que visa obter uma declaração judicial que reconheça a
ausência de obrigação tributária entre as partes envolvidas12. Essa ação é
importante para resolver situações jurídicas relacionadas à exigibilidade e cobrança
de tributos12.

Os fundamentos jurídicos para a Ação Declaratória de Inexistência de Relação


Jurídico-Tributária estão previstos no artigo 19, I, do Código de Processo Civil
(CPC), e no artigo 319 do mesmo código12.

Agora, para redigir a peça de Ação Declaratória de Inexistência de Relação


Jurídico-Tributária, você pode seguir o seguinte modelo3:

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA


COMARCA DE – UF

[Nome do autor], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador da cédula de


identidade RG nº. [Número], inscrito no CPF/MF sob o nº [Número], residente e
domiciliado no endereço [Endereço completo], endereço eletrônico [Endereço de e-
mail], por seu advogado, procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 38 da Lei nº 6.830/1980 e no artigo
319 do CPC/2015, ajuizar a competente AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
em face da Fazenda Pública do Estado de, pelos fundamentos fáticos e jurídicos
que adiante elucida.

I – DOS FATOS
[Inserir a descrição dos fatos relevantes]

DO DIREITO
A extinção do débito tributário se dá em razão do pagamento, conforme o artigo
156, I do CPC diz in verbis: Art. 156- Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento;

Ocorre a Autora realizou o pagamento na data de .... ,porém a secretaria de


fazenda do estado de ... de maneira indevida e ilegal cobrou de sua contribuinte a
quantia de ... , conforme comprovante anexo.

DO PEDIDO
[Inserir os pedidos específicos do caso]

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e data.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

Ação anulatória de débito fiscal.

A Ação Anulatória de Débito Fiscal é uma ação de conhecimento do rito ordinário de


iniciativa do contribuinte para questionar algo no âmbito das relações tributárias,
movida com o propósito de obter uma tutela jurisdicional que implique o
desfazimento do ato administrativo de lançamento por conta de nulidade nele
verificada. Assim, a ação anulatória será ajuizada com a finalidade de desconstituir
ou anular determinado ato, ou procedimento da administração.

Os fundamentos jurídicos para a Ação Anulatória de Débito Fiscal estão previstos


no artigo 38 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais - LEF) e no artigo 319
do Código de Processo Civil (CPC/2015).
Agora, para redigir a peça de Ação Anulatória de Débito Fiscal, você pode seguir o
seguinte modelo:

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA


COMARCA DE – UF

[Nome do autor], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador da cédula de


identidade RG nº. [Número], inscrito no CPF/MF sob o nº [Número], residente e
domiciliado no endereço [Endereço completo], endereço eletrônico [Endereço de e-
mail], por seu advogado, procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 38 da Lei nº 6.830/1980 e no artigo
319 do CPC/2015, ajuizar a competente AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
em face da Fazenda Pública do Estado de, pelos fundamentos fáticos e jurídicos
que adiante elucida.

I – DOS FATOS
[Inserir a descrição dos fatos relevantes]

DO DIREITO
A extinção do débito tributário se dá em razão do pagamento, conforme o artigo
156, I do CPC diz in verbis: Art. 156- Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento;

Ocorre a Autora realizou o pagamento na data de .... ,porém a secretaria de


fazenda do estado de ... de maneira indevida e ilegal cobrou de sua contribuinte a
quantia de ... , conforme comprovante anexo.

DO PEDIDO
[Inserir os pedidos específicos do caso]

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e data.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

Mandado de segurança.
O Mandado de Segurança é um remédio constitucional que visa proteger um direito
líquido e certo do contribuinte, sendo utilizado para questionar atos ilegais ou
abusivos de autoridades públicas1. No Direito Tributário, o Mandado de Segurança
é bastante usado e pode ser classificado em duas modalidades2:

1. Ação Preventiva: Quando o contribuinte ainda não foi notificado para pagar o
tributo2.
2. Ação Repressiva: Quando o contribuinte recebeu a notificação, mas ainda não
efetuou o pagamento2.

Os fundamentos jurídicos para o Mandado de Segurança estão previstos no artigo


5º, inciso LXIX, da Constituição Federal e na Lei nº 12.016/20091.

O Mandado de Segurança é um instrumento jurídico que pode ser utilizado para


proteger um direito líquido e certo do contribuinte, sendo usado para questionar atos
ilegais ou abusivos de autoridades públicas1. No Direito Tributário, o Mandado de
Segurança é bastante usado e pode ser classificado em duas modalidades1:

1. Ação Preventiva: Quando o contribuinte ainda não foi notificado para pagar o
tributo1.
2. Ação Repressiva: Quando o contribuinte recebeu a notificação, mas ainda
não efetuou o pagamento1.

Os artigos mais usados na Ação Preventiva e Repressiva são os seguintes:

1. Artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal: Este artigo estabelece o


direito de qualquer pessoa (física ou jurídica) de impetrar mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do poder público1.
2. Lei nº 12.016/2009: Esta lei disciplina o mandado de segurança individual e
coletivo e dá outras providências1.
3. Código de Processo Civil (CPC): O CPC também é frequentemente citado
em casos de Mandado de Segurança, especialmente os artigos 1º ao 1.072,
que tratam dos procedimentos em geral, e os artigos 485 a 538, que tratam do
processo de execução1.

4. Sim, os mesmos artigos legais podem ser aplicados tanto para a Ação
Preventiva quanto para a Ação Repressiva em um Mandado de Segurança no
Direito Tributário. O Artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal e a Lei nº
12.016/2009 são os fundamentos jurídicos para o Mandado de Segurança,
independentemente de ser uma ação preventiva ou repressiva.
5. No entanto, é importante lembrar que a aplicação desses artigos e a
estratégia legal podem variar dependendo das circunstâncias específicas do
caso.

Agora, para redigir a peça de Mandado de Segurança, você pode seguir o seguinte
modelo3:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA


CIDADE

[Nome do autor], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador da cédula de


identidade RG nº. [Número], inscrito no CPF/MF sob o nº [Número], residente e
domiciliado no endereço [Endereço completo], endereço eletrônico [Endereço de e-
mail], por seu advogado, procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 165, I, do Código Tributário
Nacional e 319 do Código de Processo Civil de 2015, propor AÇÃO DE
REPETIÇÃO DE INDÉBITO, em face da [Nome da entidade tributante], pessoa
jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob o nº [Número do CNPJ], com
sede no endereço [Endereço completo da sede do requerido], endereço eletrônico
[Endereço de e-mail do requerido], pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

DOS FATOS
[Inserir a descrição dos fatos relevantes]

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


[Inserir os fundamentos legais e argumentos de defesa]

DO PEDIDO
[Inserir os pedidos específicos do caso]

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e data.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

Ação de repetição de indébito.

A Ação de Repetição de Indébito é um instrumento jurídico que pode ser


utilizado quando um contribuinte realiza o pagamento de um tributo que não
precisava ter feito, ou realiza o pagamento do tributo em um valor maior do
que seria correto1. Nesses casos, o Código Tributário Nacional permite que
ele ingresse com a ação de restituição, para recuperar esses valores1.

Os fundamentos jurídicos para a Ação de Repetição de Indébito estão


previstos no Código Tributário Nacional (CTN), no artigo 1651, e no Código de
Processo Civil (CPC), no artigo 3192.

O cabimento da Ação de Repetição de Indébito ocorre quando o contribuinte


paga um tributo indevidamente, ou em valor maior do que deveria1. O CTN traz
três situações que configuram esse pagamento indevido1:

1. Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o


devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
2. Erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento;
3. Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Agora, para redigir a peça de Ação de Repetição de Indébito, você pode seguir
o seguinte modelo2:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA


CIDADE

[Nome do autor], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador da


cédula de identidade RG nº. [Número], inscrito no CPF/MF sob o nº [Número],
residente e domiciliado no endereço [Endereço completo], endereço
eletrônico [Endereço de e-mail], por seu advogado, procuração em anexo,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos
artigos 165, I, do Código Tributário Nacional e 319 do Código de Processo
Civil de 2015, propor AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO, em face da [Nome
da entidade tributante], pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no
CNPJ sob o nº [Número do CNPJ], com sede no endereço [Endereço completo
da sede do requerido], endereço eletrônico [Endereço de e-mail do requerido],
arrimado nas razões de fato e de direito adiante expostas:

DOS FATOS
[Inserir a descrição dos fatos relevantes]

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


[Inserir os fundamentos legais e argumentos de defesa]

DO PEDIDO
[Inserir os pedidos específicos do caso]

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e data.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

Ação de consignação em pagamento

A Ação de Consignação em Pagamento é um instrumento jurídico utilizado quando


alguém deseja quitar uma dívida, mas encontra dificuldades para fazê-lo devido à
recusa injustificada do credor em receber o pagamento ou à impossibilidade de
encontrar o credor para realizar o pagamento1. Esse tipo de ação é regulado pelo
Código Civil brasileiro, nos artigos 335 a 345, e no Código de Processual, nos art.
539 e seguintes1.

Para identificar a necessidade de uma Ação de Consignação em Pagamento, você


deve considerar os seguintes pontos:

1. O devedor tem o direito de pagar, mas encontra dificuldades devido à


negativa do credor em receber ou à impossibilidade de localizá-lo1.
2. A ação de consignação em pagamento busca proteger o direito de pagar, e
pagar ao credor correto1.
Agora, para redigir a peça de Ação de Consignação em Pagamento, você pode
seguir o seguinte modelo2:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA


CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE [COMARCA]

[Nome do autor], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador (a) da cédula de


identidade RG nº. [Número] SSP/XX e inscrito (a) no CPF/MF sob o nº [Número],
residente e domiciliado (a) na [Endereço completo], telefone [Número de telefone],
e-mail [Endereço de e-mail], por intermédio de seu advogado [Nome do advogado],
[número de inscrição na OAB/UF], com escritório profissional situado na [Endereço
completo do escritório], onde recebe intimações, vem, respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO em face de [Nome do requerido], [nacionalidade], [estado civil],
[profissão], inscrito no CNPJ sob o nº [Número do CNPJ], com sede na [Endereço
completo da sede do requerido], pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

DOS FATOS
[Inserir a descrição dos fatos relevantes]

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


[Inserir os fundamentos legais e argumentos de defesa]

DO CABIMENTO DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO


[Inserir argumentos e fundamentos legais específicos do caso]

DO EFEITO LIBERATÓRIO DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, DESDE QUE


REALIZADO CONFORME AS NORMAS LEGAIS
[Inserir argumentos e fundamentos legais específicos do caso]

DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA


[Inserir argumentos e fundamentos legais específicos do caso]

DOS PEDIDOS
[Inserir os pedidos específicos do caso]

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e data.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

Ação de Execução Fiscal.

A Ação de Execução Fiscal é um processo judicial movido pelo Estado para cobrar
dívidas de empresas, sejam elas tributárias ou não tributárias1. As dívidas tributárias
são aquelas decorrentes de impostos, taxas e contribuições, enquanto as não
tributárias envolvem multas, indenizações e outros valores devidos ao Estado1. A
execução fiscal é desencadeada quando um contribuinte não paga os tributos
devidos, resultando em uma dívida para com o governo2. Os órgãos fiscais, como a
Receita Federal ou estadual, então iniciam o processo de execução para cobrar
esses valores2.

A Ação de Execução Fiscal é regulada pela Lei 6.830/80, popularmente conhecida


como LEF, e, subsidiariamente é utilizado o Código de Processo Civil3. O processo
de Execução Fiscal inicia-se com petição inicial formulada pela Fazenda Pública,
que deve conter os seguintes requisitos, conforme art. 6º da LEF4:

1. O Juiz a quem é dirigida;


2. O pedido;
3. O requerimento para a citação.

Agora, para redigir a peça de Ação de Execução Fiscal, você pode seguir o
seguinte modelo5:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE XXXXXXXXXXXXXX/XX.

O MUNICÍPIO DE XXXXXXXX, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no


CNPJ sob o nº. XX.XXX.XXX/XXX-XX, com sede à Rua Oito, nº. XX, Bairro,
Cidade/UF, por seu procurador infra-assinado, vem, mui respeitosamente a
presença de V. Exa., com fundamento nas disposições da Lei nº 6.830, de 22 de
setembro de 1980, propor a presente AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL em face da
XXXXXXXXXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
nº. XX.XXX.XXX/XXX-XX, localizada na Rua Treze, nº 5, Bairro, Cidade/UF, CEP
XX.XXX-XXX, pelos motivos a seguir expostos:

O Município EXEQUENTE é credor da EXECUTADA da importância líquida, certa e


exigível de R$ 100.000,00 (cem mil reais) representada pela inclusa Certidão de
Dívida Ativa nº XX, referente a multa ambiental aplicada por meio do Auto de
Infração nº XXXXXXXXX.

Para tanto, requer:

1. A citação da Executada, na forma do art. 8º, da Lei nº 6.830 /80, para, no prazo
de 05 (cinco) dias, pagar a quantia líquida, certa e exigível de R$ 100.000,00 (cem
mil reais), valor acrescido de juros e multa consoante indicados na Certidão de
Dívida Ativa nº XX ou garantir a execução, nos termos do art. 9º da Lei nº 6.830 /80;
2. Não paga a dívida ou não garantida a execução, a expedição de mandado de
penhora ou arresto a recair sobre tantos bens quantos bastem à garantia integral da
dívida, nos termos do art. 10 da Lei nº 6.830 /80 e observando-se a ordem do art.
11 da mesma Lei;
3. A condenação em honorários advocatícios à base de 20% (vinte por cento) sobre
o valor total da dívida (Art. 85, § 3º, I, do CPC ).

Dá-se à causa o valor atualizado de R$ 100.000,00 (cem mil reais), consoante o


disposto no art. 6º, § 4º, da Lei de Execuções Fiscais, que corresponde ao valor
consolidado da dívida.

Termos em que,
Pede deferimento.

Cidade/UF, XX de abril de 2000.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

Embargos à execução fiscal.


Os Embargos à Execução Fiscal são uma forma de defesa utilizada pelo executado,
geralmente em Execuções Fiscais. Eles são uma construção doutrinária e
jurisprudencial1. Os embargos à execução fiscal são uma ação judicial destinada à
defesa do contribuinte devedor de algum crédito tributário2. Essa ação é distribuída
por dependência na ação de execução fiscal no qual ambas serão julgadas em
conjunto2.

Para identificar a necessidade de Embargos à Execução Fiscal, você deve


considerar os seguintes pontos:

1. A execução fiscal é baseada em dois atos administrativos que têm uma


presunção de legalidade: a avaliação fiscal e o certificado de dívida vencida
(CDA)3.
2. O devedor tem duas maneiras de se defender em uma ação de execução
fiscal: os embargos à execução fiscal e a exceção de pré-execução3.
3. Os embargos à execução fiscal são uma ação separada que o devedor move
contra a autoridade pública, contestando a validade ou o valor da dívida3.
4. O devedor tem que garantir o julgamento, ou seja, oferecer uma propriedade
ou uma fiança como garantia para a dívida, para apresentar os embargos3.
5. Os embargos têm um prazo de 30 dias após a garantia do julgamento3.

Agora, para redigir a peça de Embargos à Execução Fiscal, você pode seguir o
seguinte modelo4:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL


DE EXECUÇÃO FISCAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO X

ABC, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº..., com sede
no endereço..., endereço eletrônico..., representada por seu advogado e bastante
procurador (procuração anexa), com endereço profissional... Onde recebe
intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no
art. 16 da Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830/80) e art. 919, § 1º do CPC, opor
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL nº..., com pedido de efeito suspensivo, movida
pela União (Fazenda Nacional), pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no
CNPJ/MF sob o nº..., com sede no endereço..., o que faz com base nas razões de
fato e direito a seguir expostas.

I - SÍNTESE DOS FATOS


[Inserir a descrição dos fatos relevantes]

II – DOS FUNDAMENTOS
[Inserir os fundamentos legais e argumentos de defesa]

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e data.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

Exceção de Pré-Executividade.

A Exceção de Pré-Executividade é uma forma de defesa do executado , geralmente utilizada


em Execuções Fiscais, e é uma construção doutrinária e jurisprudencial1. Ela tem o propósito de
identificar irregularidades e falhas relacionadas a questões de ordem pública no processo, sem a
necessidade de realizar uma extensiva investigação de provas adicionais1. Em vez disso, basta
apresentar ao magistrado documentos que demonstrem a potencial anulação da execução1.

A Exceção de Pré-Executividade pode ser apresentada a qualquer momento do processo e não


precisa do oferecimento da garantia2. Sua natureza jurídica é de um incidente processual2. A
Súmula 393 do STJ prevê: “A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal
relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória” 2.

Agora, para redigir a peça de Exceção de Pré-Executividade, você pode seguir o seguinte
modelo3:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de ______/ (Estado).
Processo nº 00000000000

xxxxxxxxxxxxxx, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. XXXXX,


estabelecido na xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem respeitosamente perante Vossa Excelência através de
sua procuradora signatária, conforme instrumento de procuração em anexo, apresentar nos autos
da Ação de Execução sob o numero em epigrafe, que lhe move Município de xxxxxxxxxxxx,
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE nos seguintes termos:

I - Do Cabimento da Exceção de Pré-Executividade

Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, o instituto da Exceção de Pré-Executividade,


pode ser argüido à qualquer tempo, por simples petição, independente de segurança do Juízo,
desde que desnecessária qualquer dilação probatória, ou seja, por prova documental inequívoca,
comprovando a inviabilidade da Execução.

[Inserir argumentos e fundamentos legais específicos do caso]


Assim, requer a Vossa Excelência que seja acolhida a presente Exceção de Pré-Executividade,
determinando a extinção da presente Execução Fiscal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local e data.

_____________________
Nome do Advogado
OAB/UF nº _______

A Exceção de Pré-Executividade é um instrumento de defesa utilizado pelo executado,


geralmente em Execuções Fiscais, e é uma construção doutrinária e
jurisprudencial1. Ela não tem uma regulamentação legal específica (artigo de lei), sendo
uma forma de defesa para questões objetivas2. No entanto, alguns artigos do Código de
Processo Civil (CPC) são frequentemente citados em relação à Exceção de Pré-
Executividade:
1. Artigo 525 do CPC: Este artigo trata da impugnação ao cumprimento de sentença, e é
frequentemente citado em casos de Exceção de Pré-Executividade, pois permite ao
executado alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo
de execução1.
2. Artigo 803 do CPC: Este artigo define o que pode ser considerado título executivo
extrajudicial, e é frequentemente citado em casos de Exceção de Pré-Executividade
quando o executado alega que o título executivo é inválido ou inexigível 1.
Além disso, questões processuais que envolvem matéria de ordem pública (como falta de
condições da ação, existência, validade e eficácia do título executivo) podem ser conhecidas
de ofício pelo Juízo, de modo a afastar a necessidade de segurança do juízo 2.

Defesas em Medida Cautelar Fiscal.

A Medida Cautelar Fiscal é um instrumento utilizado pelo Fisco para garantir a


satisfação de um crédito tributário. Ela pode resultar na indisponibilidade dos bens
do contribuinte1. No entanto, o contribuinte tem direito a defesa. Aqui estão algumas
das defesas possíveis:

1. Contestação: O contribuinte tem o direito de contestar a Medida Cautelar


Fiscal. O prazo para contestação é de 15 dias2.
2. Prova de pagamento: Se o contribuinte pode provar que o débito tributário já
foi pago, isso pode servir como uma defesa contra a Medida Cautelar Fiscal3.
3. Demonstração de uma justificativa concreta e direta: Para a concessão da
cautela fiscal, é necessária a demonstração de uma justificativa concreta e
direta1.
4. Alegação de prescrição ou decadência: A ação cautelar fiscal não é regida
tão somente pela Lei nº 8.397/92, o que determina a submissão às
disposições do Código de Processo Civil e do Código Tributário Nacional4.
Portanto, os prazos prescricionais e decadenciais podem ser alegados como
defesa.
5. Agravo de Instrumento: Contra a decisão que concede a medida cautelar,
cabe o recurso de Agravo de Instrumento2.

15.7 Recursos.

No Direito Tributário, os recursos possíveis são instrumentos utilizados para pedir a


reforma de uma decisão na mesma instância ou em instância superior. Eles são
essenciais para garantir a ampla defesa do contribuinte. Aqui estão alguns dos
recursos possíveis:

1. Recurso Ordinário: Este recurso é utilizado para solicitar a impugnação total


ou de parte da decisão que o contribuinte entender ser desfavorável. É
cabível quando a ação de primeira instância seguiu o procedimento ordinário1.
2. Recurso Especial: Este recurso é cabível quando há uma questão jurídica
tributária interpretada de forma divergente1.
3. Recurso Extraordinário: Este recurso é cabível quando há uma violação
direta à Constituição Federal2.
4. Apelação: Este recurso é cabível contra as decisões definitivas, ou seja,
aquelas que encerram a fase cognitiva do processo em primeiro grau de
jurisdição2.
5. Embargos de Declaração: Este recurso é cabível quando há no acórdão
qualquer contradição, obscuridade, omissão ou erro material2.

Lembre-se, o prazo para recorrer geralmente é de 15 dias, contados da ciência da


decisão1. Portanto, é necessário estar atento à contagem de dias. Além disso, é
importante saber qual recurso interpor, dependendo do contexto e da situação
específica.

1. Fontes do Direito Tributário: São os instrumentos que dão origem às


normas jurídicas tributárias. Incluem a Constituição da República, Leis
Complementares e Ordinárias, Tratados e Convenções Internacionais,
Decretos, Atos Normativos Administrativos, Decisões Normativas, Práticas
Reiteradas e Convênios.
2. Princípios tributários: São as diretrizes fundamentais que orientam a
criação, interpretação e aplicação das normas tributárias. Incluem princípios
como a legalidade, anterioridade, non olet, capacidade contributiva, isonomia,
seletividade, irretroatividade, vedação ao confisco e não limitação ao tráfego
de pessoas e bens.
3. Limitações ao poder de tributar: São restrições constitucionais ao poder de
tributar do Estado, destinadas a proteger os direitos e garantias fundamentais
dos contribuintes.
4. Vigência, aplicação, interpretação e integração da lei tributária: Trata-se
do estudo das normas que regulam a validade, eficácia, aplicação,
interpretação e preenchimento de lacunas da legislação tributária.
5. Tributo (definição e classificação): Tributo é uma prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. Os tributos podem ser classificados em
Impostos, Taxas, Contribuição de Melhoria, Contribuições Especiais e
Empréstimos Compulsórios.
6. Competência Tributária: É o poder conferido pela Constituição Federal a
uma entidade política (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para
instituir tributos.
7. Benefícios fiscais: São incentivos concedidos pelo governo que reduzem o
ônus tributário dos contribuintes. Incluem a Imunidade, Isenção, Anistia,
Remissão e outros benefícios fiscais.
8. Distribuição das Receitas Tributárias: Trata-se das regras constitucionais e
legais que disciplinam a repartição das receitas tributárias entre os entes
federativos.
9. Responsabilidade Tributária: É a obrigação de pagar o tributo ou penalidade
pecuniária. A responsabilidade pode ser própria ou de terceiros, e pode ser
decorrente de substituição ou transferência.

Obrigação Tributária: É a obrigação de fazer, de não fazer ou de tolerar


algo, em favor de um sujeito ativo (credor), por parte de um sujeito passivo
(devedor), cujo inadimplemento acarreta uma sanção jurídica.

Crédito Tributário: É o direito subjetivo do sujeito ativo de exigir do sujeito


passivo a prestação pecuniária obrigatória, decorrente da obrigação tributária.

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário: São as proteções legais


conferidas ao crédito tributário para assegurar a sua preferência e preferência
em relação a outros créditos.

Administração Tributária: É o conjunto de órgãos, serviços e agentes do


Estado encarregados da aplicação da legislação tributária.

Processo Administrativo Tributário: É o procedimento administrativo por


meio do qual se apura a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, se
determina a matéria tributável, se calcula o montante do tributo devido, se
identifica o sujeito passivo e, sendo caso, se propõe a aplicação da
penalidade cabível.

Processo Judicial Tributário: É o conjunto de atos processuais que se


desenvolvem com o objetivo de resolver litígios entre a Fazenda Pública e os
contribuintes ou responsáveis, relativos à aplicação da legislação tributária.

No Direito Tributário, existem várias ações judiciais que podem ser utilizadas pelos
contribuintes para discutir temas tributários e buscar a recuperação de créditos de
tributos pagos indevidamente1. Aqui estão algumas das ações judiciais mais
comuns no Direito Tributário, juntamente com seus fundamentos jurídicos
relevantes:

1. Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídico-Tributária: Esta


ação visa obter uma declaração judicial que reconheça a ausência de
obrigação tributária entre as partes envolvidas1. Os fundamentos jurídicos
para essa ação estão previstos no artigo 19, I, do Código de Processo Civil
(CPC), e no artigo 319 do mesmo código1.
2.
3. Ação Anulatória de Débito Fiscal: Esta ação visa anular um ato
administrativo de lançamento por conta de nulidade nele verificada1. Os
fundamentos jurídicos para essa ação estão previstos no artigo 38 da Lei nº
6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais - LEF) e no artigo 319 do CPC1.
4.
5. Ação de Repetição de Indébito: Esta ação visa recuperar valores que foram
pagos indevidamente ao Fisco1. Os fundamentos jurídicos para essa ação
estão previstos no artigo 165 do Código Tributário Nacional (CTN) e no artigo
282 do CPC1.
6.
7. Ação de Consignação em Pagamento: Esta ação é utilizada quando o
contribuinte deseja quitar uma dívida tributária, mas o credor se recusa a
receber o pagamento ou é impossível localizá-lo1. Os fundamentos jurídicos
para essa ação estão previstos nos artigos 335 a 345 do Código Civil e nos
artigos 539 a 549 do CPC1.
8.
9. Mandado de Segurança: Este é um remédio constitucional que visa proteger
um direito líquido e certo do contribuinte, sendo utilizado para questionar atos
ilegais ou abusivos de autoridades públicas1. Os fundamentos jurídicos para o
Mandado de Segurança estão previstos no artigo 5º, inciso LXIX, da
Constituição Federal e na Lei nº 12.016/20091.
10.
11. Embargos à Execução Fiscal: Esta é uma forma de defesa utilizada
pelo executado, geralmente em Execuções Fiscais1. Os fundamentos jurídicos
para os Embargos à Execução Fiscal estão previstos no artigo 16 da LEF e no
artigo 736 do CPC1.
12. Exceção de Pré-Executividade: Este é um instrumento de defesa do
executado, geralmente utilizado em Execuções Fiscais, e é uma construção
doutrinária e jurisprudencial1. Embora não haja um artigo específico que trate
da Exceção de Pré-Executividade, ela é amplamente aceita pela
jurisprudência.

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