1.3 Atributos de La Calidad de Semillas

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Sementes: Fundamentos Científicos e Tecnológicos

"clássicas" (os cruzamentos seguidos de sele~D.o, com ou sem métodos


modernos), que ~de qualifica! de "inov~d~ras", e desalentar as atividades
desleais ou paras1tanas sem desesttmular as at1v1dades de sele~Ao "melboradora''.

4.2. Lei de patentes

os eventos de organismos geneticamente modificados através de


processos sAo p_atent~veis no Bra~il; querendo isso dizer que sua prote~io vai
até O produto md~stnal (grao). E urna . prote~ao bem. mais ampla do que a
contemplada na Let de ~rote~ao de Cultivares. Exemphficando, a pro~ao via
patente possibilita que seJa cobrada urna taxa tecnológica inclusive do agricultor
que usou sua propria semente, enquanto de acordo com a Lei de Prote~o de
Cultivares segundo a ATA da UPOV de 1978, o agricultor que utiliza sua
própria semente está isento de pagar algo ao obtentor da cultivar. Mesmo na
Ar A da UPOV de 1991, que contempla a proteyao da cultivar até o grao, em
geral, há nos países urna isenyao para os agricultores de baixa renda.
Dessa manei~ pode..se ter urna variedade protegida por urna empresa e
um evento protegido por urna outra empresa, em urna mesma variedade. O
licenciamento da cultivar, por convenyao, é efetivado por pagamento de royalty,
enguanto o licenciamento de um evento é realizado através de pagamento de urna
taxa tecnológica.
Ressalta-se que na Lei de Proteyao de Cultivares o melhorista tem acesso
a qualquer material comercial, podendo colocá-lo em seu programa de pesquisa,
e a nova cultivar, urna vez criada e desenvolvida, pode ser comercializada. Por
outro lado, num material patenteado, nao há isenyao ao melhorista. Assim, deve-
se esperar o fim da patente para comeyar os trabahos de criayao de urna nova
cultivar. A patente é por 20 anos, entretanto efetivamente sao 1O a 15 anos, pois
o tempo comeya a contar muitos anos antes de que se tenha semente comercial
disponível para o agricultor.
Em geral, os materiais comerciais protegidos pela Lei de Patentes,
contemplam várias patentes, como o método de introdm;ao de gene, tipo de
transformayao, inibidor' vetor, marcador molecular, silenciador de gene, entre .
outros. O conhecido arroz de ouro possui mais de 30 patentes, enguanto a soJa
RR possui mais de 10.

5. ATRIBUTOS DE QUALIDADE DE SEMENTES

A preocupayao de urna empresa produtora com a q~idade de s~ semente


deve ser constante no sentido de alcan9ar, manter e determinar essa quahdade.
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• ,i mentas Científicos e Tecnológicos
Sementes. r unua

Os atributos de qualidade podem ser divididos em genéticos, físicos,


fisiológicos e sanitários.

5.1. Genéticos
.dade genética envolve a pureza varietal, potencial de produtividade
A qual1 · de, qua11·d ad e do grao
~ e resistencia
·
.• • . a pragas e moléstias precoc1da a'
res1s1Ñnc1a ' · , .
. "'es adversas de solo e clima, entre outros. Essas caractenst1cas sao, em
con diyo
maior ou menor grau, influenciadas· ·
pelo meto am b"tente e me lh or 1"denttficadas
·
examinando-se o desenvolvimento das plantas em nível de campo.
Há a necessidade de se tomar urna série de medidas para evitar
a
contamina9oes genéticas ou varietais e, assim, colocar disposi9ao do agricultor
sementes com as características desejadas. Por contamina9ao genética,
entende-se a resultante da troca de graos de pólen entre diferentes cultivares,
enguanto que, por contamina9ao varietal, entende-se a que acontece quando
sementes de diferentes variedades se misturam. A primeira ocorre na fase de
produ9ao e, a segunda, principalmente, na etapa de pós-colheita.
Com a certeza da pureza genética da cultivar, ter-se-á no campo plantas
que irao reproduzir fielmente as características selecionadas pelo melhorista e
originar um produto em quantidade e com as qualidades esperadas pelo
agricultor e pelo consumidor.
Nos últimos anos, tem-se dado bastante enfase as características genéticas
das sementes que possibilitem um maior desempenho para o seu estabelecimento
no cam~o. Algumas dessas características já foram ou estao sendo incorporadas
em cultivares de algumas espécies como:

a) resistencia a deteriora9ao de campo através da incorpora9ao do caracter


de dureza da semente·
'
b) capac~dade de germinar em condi9oes de baixa temperatura e
e) capac1dade de germinar a maiores profundidades do solo.

5.2. Físicos

Vários sao os atributos de qualidade fisica da semente:

a) Pureza física - é um , . .
mecanica d ª caractensttca que reflete a composi9ao fis1ca ou
e um 1ote de semente Atr , • · ... o
do grau de conta • _ s. aves desse atnbuto, tem-se a mforma9a
variedades e mate~~~~~:~:º lote com sementes de plantas daninhas, de outras

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um 1J e de sementes com alta pureza flsic~ é um indic~tivo de que o


canlpo) e produyao foi bem conduzido e que a colhe1ta e o benefic1amento foram
eficientes. , ·d
b) Umidade - o grau de umidade é a quantidade de agua contl a na
semente, expressa e1n porcentagem, em fun9ao de seu peso úmido.
A mnidade exerce grande influencia sobre o dese1npenho da semente em
várias situa9oes. Dessa mane ira, o ponto de ~olheita de grande ?úmero .de
espécies é detem1inado em fun9ao do grau de un11dade da ~ei:nente. Ha urna fa1xa
de mnidade em que a semente sofre menos danos mecan1cos e debulha com
facilidade.
O orau de mnidade influencia também na atividade metabólica da
sen1ente, n~s processos de germina9ao e deteriora9ao. Portanto, o conhecimento
desse atributo físico permite a escolha do procedimento mais adequado para
colheita, secagem, acondicionan1ento, armazenamento e preserva9ao da
qualidade fisica, fisiológica e sanitária da semente.
Há ta.mbém exigencias quanto a umidade para a comercializa9ao, urna vez
que ela está a.ssociada ao peso do material adquirido. Na maioria dos países,
considera-se como 13% o padrao de mnidade para comercializa9ao.
c) Da.nificac;oes 1necanicas - toda vez que a semente é manuseada, está
sujeita a danifica9oes mecanicas. O ideal seria colhe-la e beneficiá-la
manualmente. Entretanto, na grande maioria das vezes, isso nao é prático nem
económico. As colheitadeiras, mesmo quando perfeitamente reguladas, podem
danificar severamente as sementes durante a opera9ao de debulha. Esse processo
causa danos as sementes, principalmente se forem colhidas muito úmidas ou
excessivamente secas.
Danifica9oes também podem ocorrer na UBS, principalmente quando as
sementes passam por elevadores, através de quedas, impactos e abrasoes, que
causam lesoes no tegumento.
O tegumento da semente possui a furn;ao de protege-la fisicamente e, toda
vez que for rompido, faz com que a semente fique mais exposta as condi9oes
adversas do meio ambiente, propiciando a entrada de microorganismos e trocas
gasosas. _Alguma.s sementes sao mais suscetíveis a danos mecanicos que outras.
As de s03a, por exemplo, sao altamente danificáveis.
As danificavoes mecanicas, além de darem má aparencia ao lote de
sementes, também afetam sua qualidade fisiológica, tanto imediatamente como
após algurn tempo de annazenamento, o chamado efeito latente. Nem todos os
da~os mec~icos sao visíveis. Inclusive, em caso de sementes com um pouco
mais de unudade, os danos nao visíveis podem estar em maior propor9ao e
causar desagradáveis surpresas.

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d) Peso de l .000 sementes - é urna característica utilizada para infonnar o


tamanho e peso da semente. Como a semeadura é realizada ajustando-se a
máquina para colocar um determinado número de sementes por metro, sabendo o
peso de 1.000 sementes e, por conseguinte, o número de sementes por kg, é fácil
determinar o peso de sementes a ser utilizado por área. Com a ado~ao da
classifica9ao de sementes de soja pelos produtores de sementes, esse atributo
fisico toma-se muito importante.
f) Aparencia . . a aparencia do lote de sementes atua como um importante
elemento de comercializa9ao. A semente deve ser boa e parecer boa. Lotes de
sementes com ervas daninhas, materiais inertes e com sementes mal formadas e
opacas nao sao valorizadas pelo agricultor.
g) Peso volumétrico - é o peso de um determinado volume de sementes.
Recebe o nome de peso hectolítrico se for o peso de 100 litros. É urna
característica que fomece o grau de desenvolvimento da semente.

O peso volumétrico é influenciado pelo tamanho, formato, densidade e


grau de umidade das sementes. Mantendo outras características iguais, quanto
menor for a semente, maior será seu peso volumétrico. Em rela9ao a umidade, a
mesma varia conforme o tipo de semente; por exemplo, em trigo, milho e soja,
quanto maior o grau de umidade, menor será o peso volumétrico, enquanto para
sementes de arroz ocorre o inverso, onde 1m3 de arroz com 13 % de umidade
pesa ao redor de 560kg e, com 17%, pesa mais de 600kg.
Um lote formado por sementes maduras, bem granadas, apresenta um
peso volumétrico maior do que outro lote com a presen~a de sementes imaturas,
mal formadas e chochas. A informayao do peso volumétrico, além de ser útil na
avalia9ao da qualidade da semente, também é essencial para cálculo de
capacidade de silos e depósitos em geral.
Há outros atributos físicos de qualidade de sementes, entretanto
consideram-se os anteriormente mencionados como os mais importantes.

5.3. Fisiológicos

Considera-se como atributo fisiológico aquele que envolve o metabolismo


da semente para expressar seu potencial.

a) Germinayao - em tecnologia de sementes, a germina9ao é definida


como a emergencia e o desenvolvimento das estruturas essenciais do embriao,
manifestando sua capacidade de dar origem a urna plantula normal, sob
condi9oes ambientais favoráveis.
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A gennina~ao é expressa em porcenta~em e sua . determina9ao


padronizada no mundo inteiro, s~gundo cada espécte. Os r~queru~entos para o
teste de genninac;ao estAo contldos num manual denommado Regras para
Análise de Sementes" que, em nível internacional, é publicado pela 1STA
(Intemational Seed Testing Association). . . . .
O percentual de germinayao é atnbuto obngatóno no comérc10 de
sementes sendo (em geral) 80% o valor mínimo requerido nas transac;oes. Em
fum;ao d~ percentual de germinayao e das sementes puras, o agricultor pode
detenninar a densidade de sua semeadura.
O resultado do teste de germinac;ao também é utilizado para comparar a
qualidade fisiológica dos lotes de sementes. Entretanto, salienta-se que o teste de
genninayao é realizado em condiyoes ambientais ótimas e pode apresentar um
resultado bem diferente se essas condic;oes nao forem encontradas no solo.
b) Dormencia - é o estádio em que urna semente viva se encontra quando
se fomecem todas as condic;oes adequadas para germinac;ao e a mesma nao
germma.
A dormencia também é expressa em porcentagem e é mais acentuada em
algumas espécies do que em outras. Por exemplo, em sementes de forrageiras e
de plantas daninhas, o percentual pode alcanc;ar mais de 50% das sementes do
lote.
A dormencia é urna protec;ao natural da planta para que a espécie nao se
estinga em situac;oes adversas (umidade, temperatura, etc.). Essa característica
pode ser encarada como benéfica ou nao. No caso das sementes de plantas
daninhas, ela é considerada ruim para o agricultor, pois dificulta o seu controle,
urna vez que algumas sementes podem ficar dormentes por vários anos no solo.
Em forrageiras, o estádio de dormencia é benéfico, pois possibilita a
ressemeadura natural. Outro exemplo benéfico da dormencia é o caso de
sementes duras de soja que podem ficar no campo aguardando a colheita com
um mínimo de deteriorac;ao.
c) Vigor - os resultados do teste de germinac;ao frequentemente nao se
reproduzem em nível de campo, pois no solo as condic;oes raramente sao ótimas
para a germinac;ao das sementes. Dessa maneira, desenvolveu-se o conceito de
testes de vigor.
Existem vários conceitos de vigor; entretanto, pode-se generalizar e
afirmar que vigor é o resultado da conjugac;ao de todos aqueles atributos da
semente que permitem a obtenc;ao de um adequado estande sob condic;oes de
campo, tanto favoráveis como desfavoráveis.
O conceito de vigor vem sendo muito utilizado pelas empresas de
sementes em seus programas de controle interno de qualidade, sendo que

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existem diversos testes de vigor, cada um mais adequado a um tipo de semente e


condiyao. Esses testes determinam lotes com babeo potencial de armazenamento,
que germinam mal no frio, que nllo suportam seca, etc. Apesar dos testes de
vigor possuírem mu ita utilidad e, os mesmos ainda nao foram padronizados.

5.4. Sanitários

As sementes utilizadas para propagayao devem ser sadias e livres de


patógenos. Sementes infectadas por micro-organismos podem noo apresentar
viabilidade ou serem de baixo vigor.
A semente é um eficiente veículo para distribuiyao e disseminayao de
patógenos, os quais podem, as vezes, causar surtos de doenyas nas plantas, pois
pequenas quantidades de inóculo na semente podem ter urna grande significancia
epidemiológica.
Os patógenos transmitidos pela semente incluem bactérias, fungos,
nematoides e vírus, sendo os fungos os mais frequentes.

6. NORMAS DE PRODU(:ÁO DE SEMENTES

Entre os componentes de um programa de sementes, o de produyao é o


mais importante, sendo os demais, obviamente, também indispensáveis. Para que
a semente realmente tenha impacto na agricultura, para maior obtenyao de
alimentos para a humanidade, é necessário que, além de ser de alta qualidade e
de urna variedade melhorada, também seja utilizada em larga escala pelo
agricultor.
No desenvolvimento <leste assunto, considerou-se como meta a produyao
de sementes de alta qualidade em quantidade adequada por urna empresa de
sementes. A seguir sera.o discutidas as técnicas e cuidados para a produyao de
sementes.

6.1. Origem da semente e cultivar

A sele9ao da semente pura da espécie é o primeiro passo na direyao da


obtern;ao da semente de alta qualidade. Dessa maneira, a semente a utilizar
deverá ser:

a) de ongem e categoria conhecida, aceitável para a reproduyao da


espécie;

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