Artigo Saci Pererê
Artigo Saci Pererê
Artigo Saci Pererê
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O presente texto é resultado de idéias trabalhadas na disciplina Mitologia e Ritual e nas atividades do
Núcleo de Etnologia Ameríndia (NETA). Parte dos dados foi apresentado na palestra Mitologia,
Xamanismo e Escola Kaingang (https://www.youtube.com/watch?v=Pq7-Hj2vcGY&t=6s), atividade
organizada pelo Núcleo de Antropologia das Sociedades Indígenas e Tradicionais (NIT/UFRGS), em
agosto de 2016. A primeira versão escrita foi exposta durante o GT Mitologia, Diversidade Religiosa e
Produção Etnográfica Entre Os Autóctones na América e Outras Partes do Mundo, coordenado pelo
antropólogo Robert R. Crépeau e por mim, durante a XII Reunión de Antropología del Mercosur – RAM,
realizada em Posadas, Misiones, em dezembro de 2017. Agradecimento especial aos/às discentes do
Bacharelado em Antropologia pela valorização dos saberes relacionados à mitologia, à Janie Cristine do
Amaral Gonçalves pelo incentivo e pela sensível escrita do Abstract, a Pedro Castilhos da Rosa referente
ao belo tratamento das imagens, a Sergio Baptista da Silva e Pablo Quintero pela parceria do NIT e da
Revista Espaço Ameríndio, no mesmo sentido, à Lori Altmann, a Mártin César Tempass, à Rojane Brum
Nunes e a Robert R. Crépeau pelas justas e valiosas contribuições teóricas trazidas ao texto. Esse artigo é
parte do projeto Etnologia Ameríndia e Mitologia: O ponto de vista autóctone sobre xamanismo,
espiritualidade, epistemologia ameríndias, relações interétnicas, recuperação de saberes e políticas
públicas na América do Sul (Código 4351 – PRPPG/UFPel).
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Professor do Bacharelado em Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAnt),
além de pesquisador do NETA da Universidade Federal de Pelotas. Email: roggerriorosa@gmail.com
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
jan./abr. 2022.
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Espaço Ameríndio
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Prólogo
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Esse personagem foi apresentado a mim pelos discentes Bruno Pinho Chaves e Carine Medeiros Correia,
durante o trabalho final da disciplina Mitologia e Ritual (Semestre 2019-2).
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
jan./abr. 2022.
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Segundo Mártin César Tempass (comunicação pessoal), Mbyá e Chiripa vivem juntos em muitas aldeias,
partilhando divindades, redes de parentesco e, por conseguinte, narrativas mitológicas. Considerando a
tênue diferença entre tais coletivos, o presente artigo os assumirá em tese como culturalmente indistintos.
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Há um instigante debate entre os especialistas da Astronomia Física sobre as categorias “astronomia”,
“arqueoastronomia”, “etnoastronomia” e “astronomia cultural”. Sem a intenção de reduzir essa discussão,
cito as duas últimas. A etnoastronomia “investiga o conhecimento astronômico de grupos étnicos ou
culturais contemporâneos que, em geral, não utilizam a astronomia ocidental (oficial), sendo esse o caso
dos povos indígenas que habitam o Brasil. Ela requer a colaboração de especialistas de diversas áreas, como
Astronomia, Antropologia, Biologia e História” (AFONSO, 2010, p. 65). Por sua vez, a astronomia cultural,
que vem substituindo a etnoastromia, se atém aos “sistemas de observação celeste dos povos antigos, ou
dos povos indígenas atuais, nos quais explicitamente encontram-se integrados aspectos ecológicos,
meteorológicos, cosmológicos e astronômicos” (LIMA et al, 2014, p. 90). Nesse artigo, eu trabalharei com
a concepção de astronomia cultural. Sobre essas ideias, veja: AFONSO, 2006; AFONSO, 2013; AFONSO;
NADAL, 2014; KOCH-GRÜNBERG, 1953; LIMA; MOREIRA, 2005; LIMA; FIGUEIRÔA, 2010;
FAULHABER; BORGES, 2016; MOREIRA; MOREIRA, 2015; CARDOSO; HÓ, 2007.
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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O esforço de valorização das vozes ameríndias é um dos objetivos do grupo de estudos Intelectuais e
Epistemologias Ameríndias: Um Saber Intercultural em Foco. Trata-se de um projeto de ensino que, no
espaço do NETA, docentes, discentes e ameríndios/as lêem e discutem textos (artigos, livros, dissertações
e teses) produzidos exclusivamente por autores/as indígenas sobre diversos temas, como educação, religião,
espiritualidade, questão fundiária, direito, política, gênero, etc.
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A organização desse evento foi protagonizada pelo antropólogo Henyo Trindade Barreto Filho, então
Consultor do Projeto GATI/PNUD. Outras informações:
http://cggamgati.funai.gov.br/index.php/pngati/not-cias/cursistas-do-sul-e-sudeste-debatem-cultura-e-
natureza-durante-2-modulo-do-curso-basico-de-formacao-em-pngati/
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Eu conheci Rui Sérgio Ferreira com trinta e cinco anos de idade (em
2014). Ele havia mantido até esse momento dois contatos com o Saci
negrinho.8 O primeiro, relatado acima, aos nove anos; o segundo, aos
vinte e cinco anos. Olhando para seu corpo pergunto sobre a sua origem
étnica, ele se define como “índio” e “tupiniquim”, disse-me, ainda: “minha
avó era filha de índios. Eu sempre adorei mato, o mato para mim é onde
eu me sinto bem”.
Importante dizer, Rui e seu amigo estão longe de serem as únicas
crianças a conhecerem pessoalmente tal personagem. Outro narrador, o
Quito, um jovem de quinze anos, defrontou-se com um Saci, também
representado como um menino negro como o “carvão”, dez anos, porte
pequeno e um metro de altura. Na percepção de Quito, dos olhos vivos
do Saci tremeluzem brasas e quando ele ri expele fogo por suas narinas.
De uma perna somente, ele saltita enquanto caminha (apud LOBATO,
2008, p. 111).
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Na cidade de Tupanciretã, região noroeste do Rio Grande do Sul, dona Olanda Kolinski da Silva,
professora das séries iniciais há mais de quarenta anos, fala sobre o Saci-Pererê: “um menino de cinco, seis
anos, no máximo sete, miúdo. Tinha uma perninha só, mágico, andava no mato, pulando de bonezinho
vermelho, ele gostava muito de entrar nas casas para roubar, pegar emprestado os cachimbos das pessoas,
dava uma fumada, deixava lá. No outro dia preparavam de novo e ele pegava de novo e fumava os
cachimbos das vovós. Ele ia a pé, quando a vó o achava dava um corridão nele, ele saia pulando com um
pé só” (Entrevista com Cristhiano Kolinski, agosto de 2020).
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Nhô Vadô Rodrigues discorre ainda sobre um Saci que vive em Minas Gerais: “Em Minas há um muito
reinador que atenta os garimpeiros, vira os corumbés, esconde a matula, é trelador com as moças e
apadrinhador de casamentos. Um faiscador seu compadre disse-lhe que se chamava essa espécie sacerê.
Também usa calças de algodão e entra n’água sem se molhar” (apud LOBATO, 2008, p. 75).
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Mas, o Saci “estalou a língua, soprou com força uma nuvem de fumaça e de chumbo na cara do Tio
Cosme, dizendo: ‘Meu avô, seu fumo é muito fraco, mas tem bom gosto’” (apud LOBATO, 2008, p. 140).
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Fonte: Desenho de Capa - Olavo Ricardo; Projeto Design - Mariano L. de Andrade Neto
Editora UEL
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Legenda: (:) = está para | (::) = assim como.
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Personagens que sobem e descem do céu, que ingressam nas profundezas da terra, mergulham nas águas,
relação entre as categorias cabeça e pés, etc.
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Fonte: Caderno Mapa Guarani Continental: povos Guarani na Argentina, Bolívia, Brasil e
Paraguai. / Equipe Mapa Guarani Continental - EMGC. Campo Grande, MS. Cimi, 2016, p. 4.
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Os nomes das divindades nas narrativas passam por sutis transformações, a depender do coletivo guarani
e do narrador. Desse modo, os Guarani de Missiones, Argentina, designam Nhamandu como o ser supremo,
o verdadeiro pai da humanidade (CADOGAN, 1959, p. 16-17, 27).
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Os nomes Chy Eté são femininos; por sua vez, Ru Eté, masculinos.
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Sobre divindades e origem dos nomes Mbyá, consulte: SOARES, 2012, p. 70; TEMPASS, 2012, p. 140.
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Segundo Benites: “Talvez uma tradução possível na língua portuguesa, por exemplo, e mais próxima do
significado na Língua Guarani, seja espírito-nome. Entendo que alma e espírito (ambas de origem latina, a
primeira vem de anima e a segunda de spiritus) em português são sinônimos, conforme o dicionário Aurélio.
Mas, na língua guarani, como vimos, são termos completamente diferentes e de significados distintos”
(2020, p. 255).
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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“De acuerdo a la mayoría de los relatos que he escuchado acerca de la creación de Yvy Pyaú, sin embargo,
no fué Jakaira Ru Ete personalmente quien creó la tierra en que vivimos. Hay quienes afirman que fué un
hijo de él, Ychapy i; otros, que fué Nande Ru Pa-pa Mirĩ, acerca de cuya paternidad existe discrepancia,
afirmando unos que es hijo de Ñamandu, otros que es hijo de Jakaira. La mayoría, sin embargo, afirman
que Ychapy i es sinónimo de Pa-pa Mirĩ, siendo éste el nombre que empleo al referirme a el” (CADOGAN,
1959, p. 62).
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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O escritor sul-riograndense Simões Lopes Neto ao caracterizar o Saci, menciona o seguinte: “era ele que
governava as moscas importunas, as mutucas, os mosquitos” (2008, p. 220).
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Do curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, da Universidade Federal de Santa
Catarina, sob a orientação da Profª Helena Alpini Rosa.
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“Não se faz artesanato na Lua Nova, não pode cortar a Taquara, porque caruncha” (GARCIA et al.
2016, p. 21).
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Segundo Cadógan, Pa’i Rete Kuaray é “o senhor do corpo resplandecente como o sol [...]. A grande
maioria afirma que ele [Pa’i Rete Kuaray] é filho de Ñamandu Ru Ete (Cadogan, 1959, p. 69).
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A palavra jaxy tem tradução de lua ou mês; jaxy tatá, é estrela; e, jaxy tata ijaty va'e, constelação
(DOOLEY, 1998, p. cxli, cliii, clxviii).
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Segundo Lévi-Strauss, “é importante lembrar que os Jivaro, como os Mundurucu [...] eram caçadores de
cabeças e que, na falta de cabeças humanas, se contentavam com cabeças de preguiça” (2006, p. 93).
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Tratando-se dos ciclos periódicos, enquanto as constelações formam a periodicidade anual e sazonal, marcando
a alternância entre chuvas e seca, abundância e escassez, chegada e partida dos peixes, a lua representa a
periodicidade curta, manifestando-se de forma cotidiana ou mensal, sem acarretar as transformações do
ciclo sazonal. Por sua vez, o sol assume a mediação entre ambas, conciliando o anual como as constelações
e o cotidiano como a lua (LÉVI-STRAUSS, 2006, p. 101). Nas palavras de Lévi-Strauss: “Vários mitos
amazônicos, tukuna (M405) e mundurucu (M255), colocam o sol e a lua em posição de donos da pesca. Os
dois astros desempenham esse papel juntamente com Orion e as Plêiades de um lado e a Cabeleira de
Berenice do outro, mas cada uma das equipes o cumpre a seu modo: Orion e as Plêiades são responsáveis
pelo aparecimento dos peixes, a Cabeleira de Berenice por seu desaparecimento, ao passo que o sol e a lua
garantem a sua ressurreição, que neutraliza a oposição entre os dois primeiros termos” (2006, p. 80).
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
jan./abr. 2022.
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Informações obtidas a partir de diálogos com a física astrônoma Daniela Borges Pavani, professora do
Departamento de Astronomia do Instituto de Física da UFRGS e Diretora do Planetário da mesma
universidade.
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Constelações são agrupamentos de estrelas os quais as diferentes culturas formam no céu figuras de
pessoas, animais e objetos. Desse modo, cada estrela pertence a uma dada constelação. Segundo Germano
Bruno Afonso e Carlos Aurélio Nadal, “embora pareça elementar, ainda é preciso lembrar que o arranjo de
estrelas em constelações é totalmente arbitrario. Em geral podemos encontrar um conjunto de estrelas que
reproduzam, aproximadamente, uma dada constelação zodiacal” (2013, p. 72).
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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A partir do software Stellarium são as seguintes: Andrômeda, Bomba de Ar, Ave do Paraíso, Aquário,
Águia, Altar, Áries (Carneiro), Cocheiro, Pastor, Buril de Escultor, Girafa, Câncer (Caranguejo), Cães de
Caça, Cão Maior, Cão Menor, Capricórnio (Cabra), Quilha (do Navio), Cassiopéia (mit.), Centauro, Cefeu
(mit.), Baleia, Camaleão, Compasso, Pomba, Cabeleira de Berenice, Coroa Austral, Coroa Boreal, Corvo,
Taça, Cruzeiro do Sul, Cisne, Delfim, Dourado (Peixe), Dragão, Cabeça de Cavalo, Eridano, Forno,
Gêmeos, Grou, Hércules, Relógio, Cobra Fêmea, Cobra Macho, Índio, Lagarto, Leão, Leão Menor, Lebre,
Libra (Balança), Lobo, Lince, Lira, Montanha da Mesa, Microscópio, Unicórnio, Mosca, Régua, Octante,
Ofiúco (Caçador de Serpentes), Órion (Caçador), Pavão, Pégaso (Cavalo Alado), Perseu (mit.), Fênix,
Cavalete do Pintor, Peixes, Peixe Austral, Popa (do Navio), Bússola, Retículo, Flecha, Sagitário, Escorpião,
Escultor, Escudo, Serpente, Sextante, Touro, Telescópio, Triângulo, Triângulo Austral, Tucano, Ursa
Maior, Ursa Menor, Vela (do Navio), Virgem, Peixe Voador e Raposa (pesquisa realizada em 11 de outubro
de 2017).
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“A teoria do astrônomo italiano Galileu Galilei (1564-1642), publicada dezoito anos depois do livro de
d’Abbeville, falava de uma relação das marés com os movimentos de rotação e translação da Terra, sem
considerar a Lua. Só em 1687, setenta e cinco anos após a publicação da obra sobre os capuchinhos no
Maranhão, é que o astrônomo inglês Isaac Newton (1643-1727) demonstrou que as marés eram causadas
pela atração gravitacional do Sol e, em especial, da Lua sobre a superfície da Terra. Esse é um dos raros
casos em que um conhecimento astronômico indígena é publicado antes de ser conhecido e validado pela
comunidade científica” (AFONSO, 2010, p. 63).
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
jan./abr. 2022.
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Tratando-se de Alcindo Whera Moreira: “Ele conta muita história do inicio do mundo, a história do Sol
e da Lua, ele fala de como vê o mundo dos mais jovens de hoje e também sobre o conhecimento da
cosmovisão Guarani. Conta como os Guarani observavam o céu e o tempo, estudando a relação entre as
atividades de caça, pesca, coleta e lavoura e as flutuações sazonais do tempo. [Ela, Dona Rosa Mariani
Cavalheiro Poty Djá] Também conhecida como a “mulher medicina”, que traz todo o seu conhecimento
para o uso no dia a dia na comunidade” (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 44, 46).
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Divindades Guarani
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origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Tapi’i rapé Corresponde à Via Láctea (LIMA; MOREIRA, 2005, p. 17). Constelação
Tapir ligada ao Caminho da Anta, que representa também o “nosso Caminho da
Vida” (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 57).
Toró Constelação ligada ao Caminho da Anta, que representa também o “nosso
Búfalo Caminho da Vida” (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 57).
Uènhomuã / “Constelação de várias estrelas que denominam uènhomuã, isto é,
Guaiamum lagostim; aparece ao terminarem as chuvas” (d’Abbeville apud LIMA;
MOREIRA, 2005, p. 7).
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
jan./abr. 2022.
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Eyre Apouä Irapuá ou Arapuá (espécie de abelha). “Eíre Apuá, mel redondo, é uma
estrela grande, redonda, brilhante e bonita” (d’Abbeville apud LIMA;
MOREIRA, 2005, p. 9).
Guaxu Virá / Está situada na região da constelação ocidental Cruzeiro do Sul e Vela,
GuaxuPuku sendo que sua formação também utiliza estrelas da Carina e Centauro. O
veado trata-se de um animal sagrado para os Guarani, pois coube a ele
Veado
transportar Nhanderu em seus chifres. Na segunda quinzena de março, o
Veado surge ao anoitecer à Leste, indicando a transição do calor para o
frio (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 57, 67; AFONSO, 2013, p. 8;
LIMA; MOREIRA, 2005, p. 17). O veado também é sagrado para os Jê.
Trata-se do animal que origina tanto os Bororo como os Kaingang, através
dos personagens mitológicos Pobógo e Kãme, respectivamente
(CRÉPEAU, 1997B, p. 60).
Guyra Nhandu Ema é outro animal sagrado, a maior de todas as aves, um animal mestre.
Ema, Avestruz No céu, ela se situa na região das constelações Cruzeiro do Sul, Mosca,
Centauro, Escorpião, Triângulo Austral e Altar. De formação mista, ou
seja, pelas manchas da Via Láctea e por estrelas, a sua cabeça é imaginada
pela nebulosa escura que fica próxima à estrela Magalhães, da mesma
forma que sua plumagem é visualizada pelas manchas claras e escuras da
Via Láctea e, por fim, uma das pernas pelas estrelas da cauda de
Escorpião. Ainda em sua imagem de avestruz, as estrelas Alfa Centauro e
Beta Centauro são como dois ovos de pássaros que se encontram em seu
pescoço. Na segunda quinzena de junho, a leste, essa constelação aparece
em sua totalidade, revelando para os índios no sul do Brasil o início do
inverno (AFONSO, 2006, p. 54; MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 68;
LIMA; MOREIRA, 2005, p. 15; LIMA et al, 2014, p. 120). Ave de grande
porte. Claude d’Abbeville escreveu Yandoutin. “Conhecem uma
constelação denominada Iandutim, ou Avestruz branca, formada de
estrelas muito grandes e brilhantes, algumas das quais representam um
bico; dizem os maranhenses que elas procuram devorar duas outras
estrelas que lhes estão juntas e às quais denominam uirá-upiá, isto é: os
dois ovos” (apud LIMA; MOREIRA, 2005, p. 9, 15, 17; LIMA et al, 2014,
p. 120). Constelação ligada ao Caminho da Anta, que representa também
o “nosso Caminho da Vida” (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 57).
Claude D’Abbeville “chamou de Avestruz Branca a constelação da Ema,
no entanto, a avestruz (Struthio Camelus Australis) não é uma ave
brasileira. A ema parece com a avestruz, mas é menor e de família
diferente” (AFONSO 2013, p. 2-4).
Jaixa Constelação ligada ao Caminho da Anta, que representa também o “nosso
Paca Caminho da Vida” (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 57).
Jandai “Há uma estrela que se levanta depois do Sol posto; como é muito
ave Jandaia- vermelha dão-lhe o nome de Jandai, derivado de um pássaro assim
verdadeira chamado” (d’Abbevilleapud LIMA; MOREIRA, 2005, p. 8).
Januare “A certa estrela chamam os índios januare, cão. É muito vermelha e
Jaguar, Cão acompanha a Lua de perto. Dizem, ao verem a Lua deitar-se, que a estrela
late ao seu encalço como um cão, para devorá-la” (d’Abbevilleapud
LIMA; MOREIRA, 2005, p. 7).
Kaguare (LIMA; MOREIRA, 2005, p. 17).
Tamanduá
Laçatim “Constelação de sete estrelas que tem a forma de um pássaro e a que
chamam iaçatim” (d’Abbeville apud LIMA; MOREIRA, 2005, p. 8).
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
jan./abr. 2022.
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Espaço Ameríndio
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. Jaxy e Jaxy Jaterê: o ponto de vista Guarani e de outros povos ameríndios sobre a
origem da lua, as constelações e o saci-pererê (primeira parte). Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 1-46,
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Espaço Ameríndio
Mboré Rapé Nhanderu construiu o caminho da anta para que todos os animais da terra
Caminho estivessem replicados no céu. Essa constelação é conhecida no Ocidente
como a Via Láctea. No período entre final de julho e agosto, quando ocorre
da Anta
o alinhamento entre Sol, Terra e a própria constelação, momento esse
chamado de Aragudje Pyau, ela se torna mais visível (MOREIRA;
MOREIRA, 2020, p. 57; AFONSO, 2013, p. 1, 8-9; OLIVEIRA, 2009, p.
143; CADOGAN, 1959, p. 34). “Tudo o que seria o nosso costume o futuro
foi deixado registrado no Caminho da Anta pelo nosso Pai Criador. Foi
deixado como um mapa, um ensinamento, para que tenhamos na mente e no
coração como devemos caminhar, a nossa missão pela Terra, como repassar
o conhecimento para as futuras gerações, e como receber a sabedoria através
das estrelas” (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p. 57).
Mboikuá (LIMA; MOREIRA, 2005, p. 17).
Buraco
de Cobra
Mborevi Corresponde à Grande Nuvem de Magalhães, pequena galáxia que gira ao
Nhakangua redor da Via Láctea (OLIVEIRA, 2009, p. 143).
Bebedouro da
Anta
Pypó Trata-se de outra criação de Nhanderu para ela existir nas matas e no céu.
Pegada da Essa constelação é conhecida como Via Láctea. O sentimento dessa
divindade foi que “a marca de sua pata ficasse para sempre nas estrelas”.
Onça
Assim, o poder da onça está em seu uivo (MOREIRA; MOREIRA, 2020, p.
68).
Seichu-jurá “É uma constelação de nove estrelas dispostas em forma de grelha e anuncia
Jirau da abelha a chuva” (d’Abbeville apud LIMA; MOREIRA, 2005, p. 6).
Simbiare ra “Trata-se de uma constelação que tem a forma dos maxilares de um cavalo
jeiboare ou de uma vaca. Anuncia a chuva” (d’Abbeville apud LIMA; MOREIRA,
Maxilar 2005, p. 6).
Tapi’i Huguá Corresponde a Grande Nuvem de Magalhães. Trata-se de uma constelação
Bebedouro formada pelas manchas – a nebulosa – na Via Láctea, sem estrelas
(AFONSO, 2006, p. 52-3).
da Anta
Tapi’i rainhykã Segundo os Tupinambá pesquisados pelo Claude d’Abbeville (1614),
Queixada corresponde a Hyades, incluindo Aldebaran. Indica que as chuvas estão
chegando (AFONSO, 2013, p. 5; LIMA; MOREIRA, 2005, p. 17;
da Anta
DOOLEY, 1998, p. cv).
Tchivi po Formada pela estrela Deneb, “a mais brilhante da constelação do Cisne
Pata da Onça (Cygnus)” (OLIVEIRA, 2009, p. 143).
Plantas Celestiais
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Objetos e Elementos
Pessoa Guarani
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Diante deste céu, olhando de frente para Tudja’i – com seu bastão
em uma mão, a touca em sua cabeça onde se destaca a brilhante e
avermelhada Aldebaran, além da ausência de uma perna – é impossível
não lembrar do Saci perneta, narrado pelo Rui Sérgio Ferreira, Nhô Vadô
Rodrigues, Francisco Schaden e Clovis Chiaradia, entre outros. Como é
possível que Tudja’i e Saci se pareçam tanto?
Uma das explicações é que, na perspectiva da mitologia, tanto o
primeiro perneta no céu como o segundo na Terra estão na ordem da
gemelaridade. Mas, enquanto Tudja’i se mostra um ancião guarani e
“pessoa de respeito”35, dono de todas as constelações presentes no
34
Disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=constela%C3%A7%C3%A3o+homem+velho+nome+das+estrelas
&hl=pt-
BR&authuser=0&tbm=isch&sxsrf=ALeKk01H5iIguCSWtN34eBTdLRFCAbZqzA%3A1619026087413
&source=hp&biw=1366&bih=657&ei=p2CAYPnVFtbC5OUPkbOFkA4&oq=constela%C3%A7%C3%
A3o+homem&gs_lcp=CgNpbWcQARgAMgIIADIGCAAQCBAeOgQIIxAnOggIABCxAxCDAToFCA
AQsQNQ5HhYu60BYKa_AWgAcAB4AIABswGIAeQTkgEEMC4xN5gBAKABAaoBC2d3cy13aXota
W1n&sclient=img#imgrc=LsV115vOVNGVDM&imgdii=opquMjtS7jHYyM (Acesso em: 20 nov. 2021).
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A pessoa anciã é muito respeitada tanto pela sua família como pelo coletivo, haja vista seus
conhecimentos, em especial, sobre plantas medicinais, divindades e temas ligados ao céu. Nas palavras de
Daciene de Paula Oliveira, “A participação dos idosos na tomada de decisões é uma condição para
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Espaço Ameríndio
Crédito
promover decisões justas, pois os indígenas Mbyá-Guarani consideram a experiência livre de vaidades e
disputas, assim os mais velhos são vistos como sábios e capazes de tomar decisões mais harmoniosas e
assertivas” (OLIVEIRA, 2021, p. 138; SEÁRA; JESUS, 2016, p. 218-9).
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Espaço Ameríndio
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