Patologia Geral - Ebook - Talita Oliveira
Patologia Geral - Ebook - Talita Oliveira
Patologia Geral - Ebook - Talita Oliveira
PATOLOGIA GERAL
MANAUS-AM 2024
2
Copyrigth ©: Autores diversos
Projeto gráfico: Núcleo de Investigação Científica e Extensão (NICE)
Diagramação: Núcleo de Investigação Científica e Extensão (NICE)
Capa: Núcleo de Investigação Científica e Extensão (NICE)
ISBN: 978-65-992205-2-4
AUTOR: TEIXEIRA, D. A.
TÍTULO: PATOLOGIA GERAL
CIDADE: TEÓFILO OTONI/MG - AGOSTO/2020
ISBN: 978-65-992205-2-4
TÓPICOS: 1. BIBLIOGRAFIA BÁSICA 2. LIVRO
NICE 02
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI
NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO Assinado de forma digital por
NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO
CIENTÍFICA E EXTENSÃO CIENTÍFICA E EXTENSÃO (NICE)
(NICE) Dados: 2020.09.15 14:58:24 -03'00'
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I .................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO À PATOLOGIA: PRINCIPAIS CONCEITOS E PROCESSOS
PATOLÓGICOS ............................................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO À PATOLOGIA ............................................................................. 8
2. ETAPAS SISTEMÁTICA DOS PROCESSOS PATOLÓGICOS .......................... 11
3. MECANISMO DE AGRESSÃO ............................................................................ 12
4. MECANISMO DE LESÃO E MORTE CELULAR ............................................... 13
5. ADAPTAÇÕES CELULARES ............................................................................... 15
6. NECROSE ............................................................................................................... 22
7. APOPTOSE ............................................................................................................. 25
CAPÍTULO II ................................................................................................................. 27
INFLAMAÇÃO: PROCESSO INFLAMATÓRIO E MECANISMOS FLOGÓGENOS.
........................................................................................................................................ 27
1. INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO DE INFLAMAÇÃO E CONCEITOS INICIAIS. 27
2- PROCESSO INFLAMATÓRIO, POSITIVO OU NEGATIVO? ............................... 28
3- AÇÃO DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS ................................................................... 31
4- INFLAMAÇÃO AGUDA X INFLAMAÇÃO CRÔNICA ......................................... 32
CAPÍTULO III................................................................................................................ 34
DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS: TROMBOSE, ATEROSCLEROSE, ISQUEMIA,
HIPEREMIAS, HEMATOMA, HEMORRAGIAS, INFARTO, EMBOLIAS E
CHOQUE. ....................................................................................................................... 34
1. INTRODUÇÃO: PROCESSOS HEMODINÂMICOS E CIRCULAÇÃO
SANGUÍNEA. ................................................................................................................ 34
2. COAGULAÇÃO SANGUÍNEA E A TROMBOSE ............................................... 35
3. ATEROSCLEROSE ................................................................................................ 37
4. ISQUEMIA, ARTERIOSCLEROSE E INFARTO................................................. 39
5. HIPEREMIAS ......................................................................................................... 40
6. HEMORRAGIAS .................................................................................................... 41
7. HEMATOMA.......................................................................................................... 42
8. EMBOLIAS ............................................................................................................. 43
9. CHOQUE ................................................................................................................ 44
CAPÍTULO IV ............................................................................................................... 45
DOENÇAS CRÔNICAS: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA, DIABETES E
DOENÇA RENAL CRÔNICA....................................................................................... 45
1. INTRODUÇÃO: EPIDEMIOLOGIA E DOENÇAS CRÔNICAS ......................... 45
4
2. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ............................................................46
3. DIABETES ...............................................................................................................48
4- DOENÇA RENAL CRÔNICA .................................................................................... 52
CAPÍTULO V..................................................................................................................53
NEOPLASIAS: PROCESSO TUMORAIS E ONCOLÓGICOS. ...................................53
1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 53
2. NEOPLASIA BENIGNA .........................................................................................54
3. NEOPLASIA MALIGNA ........................................................................................55
4. PATOGÊNESE DO CÂNCER ................................................................................56
5. POSSÍVEIS CAUSAS DE NEOPLASIA ................................................................56
6. FORMAS DE TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS.............................................58
5
“A patologia é uma ciência que baseia-se
no estudo das doenças e seus principais
mecanismos. Entende-se que
compreender detalhadamente os
processos de adoecimento e os eventos
que são originados dos processos
patológicos é de suma importância para
promover estratégias terapêuticas e
fenômenos de cura. É impossível retratar o
conceito de saúde de forma segregada ao
de doença, esta relação é intrínseca e
permeia suas evoluções em um processo
de desequilíbrio homeostásico. O estado
pleno de saúde não significa apenas a
ausência de doenças, porém manter as
funções fisiológicas no princípio da
normalidade é fundamental para elucidar
as possíveis alterações promovidas por
6
agentes agressores. As práticas de
diagnóstico, tratamento, reabilitação,
promoção e prevenção em saúde são
dependente do conhecimento apurado
sobre as doenças e seus mecanismos.” Dra
Talita Oliveira.
7
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO À PATOLOGIA: PRINCIPAIS CONCEITOS E
PROCESSOS PATOLÓGICOS
1. INTRODUÇÃO À PATOLOGIA
8
relacionado com o ambiente em que o indivíduo vive, tanto no seu aspecto físico
como também no psíquico e social.
9
DIVISÕES DA PATOLOGIA:
Patologia geral: Estudo das reações aos estímulos anormais que ocorrem em
todas as células e tecidos.
10
✓ Alterações funcionais: São fenômenos fisiopatológicos (envolve os
sistemas). Implica na perda de função ou comprometimento de um
determinado sistema.
11
Figura 2-Aspectos cronológicos de uma doença.
3. MECANISMO DE AGRESSÃO
A ação dos agentes agressores, qualquer que seja sua natureza, se faz
basicamente por dois mecanismos: a) ação direta: por meio de alterações
moleculares e morfológicas b) ação indireta: através de mecanismos que
permitam adaptações: as adaptações visam neutralizar o agente agressor e
impedir danos mais severos ao organismo.
12
Figura 3-Respostas do organismo às agressões.
Os agentes agressores são responsáveis por provocar lesões. As lesões podem ser
classificadas como:
13
Figura 4-Mecanismo de agressão da normalidade até a morte
celular.
MORTE CELULAR
14
5. ADAPTAÇÕES CELULARES
As adaptações celulares são mecanismos relacionados às ações indiretas
que permitem realizar mudanças celulares no intuito de inviabilizar a morte
celular ou lesões irreversíveis. São exemplos de adaptações celulares: Hipóxia,
Anóxia, Hipoxemia, Hipertrofia, Atrofia, Hiperplasia, Hipoplasia, Metaplasia,
Degenerações, Regeneração, Cicatrização. Outras alterações celulares que não
são reversíveis podem ser classificadas como morte celular NECROSE.
ATROFIA E HIPERTROFIA
15
HIPERTROFIA: aumento do tamanho e volume celular (musculação, coração
chagásico).
HIPOPLASIA E HIPERPLASIA
16
METAPLASIA: é a substituição de um tecido de origem por outro tecido da
mesma linhagem resultando em um tecido mais resistente. Em geral as
metaplasias são resultantes de agressões persistentes, tendo como exemplos:
Epitélio estratificado não ceratinizado para ceratinizado, Epitélio colunar para
escamoso.
17
alteradas. A displasia implica uma alteração inequívoca do programa de
crescimento e diferenciação celular. Ex: Displasia mamária, displasia de quadril.
18
OUTROS PROCESSOS:
19
PATOGÊNESE DA ESTEATOSE HEPÁTICA
20
Figura 9- Lâmina Histológica do tecido hepático acometido por Esteatose
em microscopia com 50 vezes de aumento.
Observe acima e abaixo os hepatócitos com citoplasmas ocupados por grandes vacúolos
claros que deslocam os núcleos para a periferia da célula.
21
Figura 10- Lâmina Histológica do tecido hepático acometido por Esteatose
em microscopia com 100 vezes de aumento.
OUTRAS DEGENERAÇÕES:
6. NECROSE
A morte celular ocorrida no organismo vivo e seguida de fenômenos de
autólise. Processo resultante de agressões suficientes para interromper as funções
vitais (Cessam a produção de energia e as sínteses celulares).
22
Aspecto morfológico da necrose: Macroscopicamente as áreas de necrose tem
aspecto diferente conforme a sal natureza. Entretanto, microscopicamente
observa-se 3 alterações importante:
23
Esses mecanismos podem ocorrer em caráter independente ou os eventos podem
ser somatórios.
24
7. APOPTOSE
A apoptose é morte programada da célula, processo fisiológico de morte
celular. Ocorre de forma ordenada e demanda energia para sua execução
(Homeostase). Acomete células individualmente, seccionando em fragmentos os
envoltórios da membrana (corpos apoptóticos).
25
Tabela 2- Tabela de características de diferenciação dos processos de
Necrose e Apoptose.
26
CAPÍTULO II
INFLAMAÇÃO: PROCESSO INFLAMATÓRIO E MECANISMOS
FLOGÓGENOS.
27
2- PROCESSO INFLAMATÓRIO, POSITIVO OU
NEGATIVO?
A função da inflamação é eliminar a causa inicial da lesão, coordenar as
reações do sistema imune inato, eliminar as células lesadas e os tecidos
danificados para iniciar a reparação dos tecidos e restaurar a função. Portanto,
considera-se que a resposta inflamatória possui objetivos positivos ao organismo,
pois sua principal função é eliminar o agente agressor. A resposta inflamatória se
divide em dois tipos: o primeiro é a inflamação aguda e a segundo fase é a
inflamação crônica.
28
alterações patológicas incomodas ao organismo. São considerados sintomas
clássicos da Inflamação: CALOR, RUBOR, DOR e EDEMA.
Estes sintomas são provocados por uma cascata de eventos que parte
inicialmente de uma CAUSA (agente inflamatório). A presença da causa (podem
ser diversas) estimula a liberação de mediadores inflamatórios (prostaglandina,
Histamina), estes mediadores promovem o surgimento de Fenômenos Vasculares
que irão desencadear CALOR E RUBOR através da Vasodilatação e o Aumento
do fluxo sanguíneo; e Fenômenos Exsudativos que irão resultar em DOR e
EDEMA através do aumento da permeabilidade vascular. O mecanismos descrito
se refere a manifestação da Inflamação aguda, pois o processo de inflamação
crônica é dependente de uma agressão persistente e resulta em Fenômenos
reparativos.
29
São consideradas alterações fisiopatológicas da Inflamação:
30
3- AÇÃO DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS
O uso de anti-inflamatórios é eficiente na redução os sintomas da
inflamação, porém é considerado um tratamento PALIATIVO, pois não elimina
a causa. Entretanto, os anti-inflamatórios atuam inibindo as enzimas
Ciclooxigenases (COX), que liberam os mediadores inflamatórios, estas enzimas
são divididas em COX-1 e COX-2. A COX-1 é considerada fisiológica e
constitutiva, sendo responsável por promover proteção da mucosa gástrica,
agregação plaquetária (coagulação), contrações uterinas e proteção do endotélio
renal. A COX-2 é considerada patológica e induzida, portanto, todas as
alterações fisiopatológicas são oriundas da COX-2. Os anti-inflamatórios não
esteroidais (AINES), classe farmacológica não derivadas dos esteroides, podem
ser classificados como Seletivos, Não-seletivos e Parcialmente seletivos. Os
AINES Não-seletivos e parcialmente seletivos inibem tanto COX-1 quanto COX-
2, o que implica em efeitos adversos como: irritação gástrica, hemorragias
(contra-indicado caso Dengue, etc) – porém podem ser utilizados para cólicas
menstruais e na diminuição da viscosidade sanguínea. Portanto, os medicamentos
anti-inflamatórios preferenciais são os SELETIVOS, pois estes, possuem ação
restrita à inibição da COX-2 (patológica), não apresentando maiores efeitos
adversos. Obviamente vários fatores são considerados para esta opção
terapêutica, além da indicação clínica, deve-se considerar principalmente a
relação custo x benefício do fármaco.
31
Figura 4- Representação esquemática da atuação das ciclooxigenases.
32
através dos linfócitos na produção de Anticorpos. Como consequência, a
inflamação crônica é quase sempre acompanhada pela destruição de tecidos.
Entre os processos inflamatórios crônicos conhecidos estão: artrite, asma e
processos alérgicos, doenças auto-imune, alguns tipos de câncer, doenças
cardiovasculares, síndromes intestinais, doença celíaca e diabete.
33
CAPÍTULO III
DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS: TROMBOSE, ATEROSCLEROSE,
ISQUEMIA, HIPEREMIAS, HEMATOMA, HEMORRAGIAS, INFARTO,
EMBOLIAS E CHOQUE.
34
2. COAGULAÇÃO SANGUÍNEA E A TROMBOSE
A coagulação sanguínea é uma sequência complexa de reações químicas
que resultam na formação de um coágulo de fibrina. É uma parte importante da
homeostasia compreendida no processo de estancamento da perda de sangue de
um possível vaso danificado. Portanto, a partir da ruptura de um vaso ou possível
dano, inicia-se uma cascata de eventos para promover a formação do coágulo de
fibrina no intuito de reparar o tecido danificado. Diante disso, possíveis
desordens no processo de coagulação podem levar a um aumento no risco de
hemorragia, trombose ou embolismo. Portanto, definimos o Coágulo como o
resultado da agregação plaquetária na presença de Fibrina. A formação do
coágulo de forma não controlada pode gerar a formação de trombos e por
consequência a TROMBOSE.
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A trombose é caracterizada pela formação de uma massa sólida a partir
dos componentes do sangue, no coração ou no sistema vascular de um organismo
vivo. A formação dos trombos podem ocasionar processos isquêmicos com
obstrução parcial resultando em hipóxia e obstrução total (anóxia). De acordo
com o local de origem, o tipo de circulação e os diversos agentes causadores, os
trombos podem apresentar diferentes características. Portanto, os trombos podem
ser classificados como:
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A formação dos trombos podem provocar quadros ainda mais graves se
associados aos processos de aterosclerose. De maneira geral, a formação do
Trombo ou a deposição das placas de ateroma podem desencadear mecanismos
como: lesão endotelial, gerando aumento do fluxo sanguíneo e aumento da
pressão local devido a obstrução, alterações na composição do sangue e
intensificando a formação da massa sanguínea do trombo.
3. ATEROSCLEROSE
A aterosclerose é uma doença caracterizada pela deposição de placas de
gordura no interior dos vasos ou na luz vascular. Esta patologia está associada ao
quadro de Dislipidemias (altos níveis de colesterol) apresentada por muitos
indivíduos. A Dislipidemia é a elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma
ou a diminuição dos níveis de HDL que contribuem para o desenvolvimento da
aterosclerose. O colesterol total é composto por várias frações de lipídios
(VLDL, IDL, HDL e LDL), entretanto os mais importantes configuram-se como
o HDL (lipídios de alta densidade- high density lipoprotein) e LDL (lipídio de
baixa densidade- low density lipoprotein).
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Lipoproteins ou Lipoproteínas de alta densidade) faz o inverso, retirando o
excesso de colesterol e levando-o de volta ao fígado, para ser eliminado pelo
corpo. É por isso que o LDL é conhecido como colesterol “ruim” e o HDL como
colesterol “bom”. Os indivíduos que apresentam maiores índices de HDL no
corpo têm menor probabilidade de desenvolver alguma cardiopatia, já quem
possui um LDL elevado corre maiores riscos de sofrer com doenças cardíacas
38
4. ISQUEMIA, ARTERIOSCLEROSE E INFARTO
A isquemia pode ser ocasionada por diversas causas como: trombose,
aterosclerose, arteriosclerose, embolias entre outros. O processo isquêmico
portanto é decorrente do bloqueio ao fluxo sanguíneo através de obstrução
vascular. A obstrução vascular seja parcial ou total impacta na diminuição da
oferta de oxigênio às células e os tecidos resultando em Infartos. O INFARTO é
o processo de morte celular por deficiência de oxigenação. Embora, existem
diversos tipos de infartos, destaca-se o Infarto Agudo do Miocárdio (I.A.M) entre
as literaturas devido à gravidade ocasionada por este processo.
39
Figura 4- Imagem ilustrativa do processo isquêmico e desenvolvimento de
infarto.
5. HIPEREMIAS
As Hiperemias também conhecidas como vermelhidão local é um
processo ativo pelo qual uma maior quantidade de sangue é veiculada a uma
determinada área, resultando em extravasamento de líquido. Em circunstâncias
normais, o sangue flui através de alguns poucos capilares em um tecido, sendo na
sua maior parte desviado através das pontes artério-venosas. A hiperemia pode
não ser causada por doenças subjacentes. Algumas causas comuns são aquecer
mãos e pés frios, imersão em uma banheira de água quente, uso de sauna, ereção
ou pós-exercícios. As hiperemias patológicas ocorrem pelo aumento do fluxo
sanguíneo devido à liberação local de mediadores bioquímicos da inflamação
(devido à alguma agressão aos tecidos), com relaxamento de esfíncteres pré-
capilares e diminuição da resistência pré-capilar. Do mesmo modo que na
hiperemia fisiológica, ocorre expansão do leito vascular, com os vasos de reserva
se tornando funcionais. As hiperemias podem resultar em diversas consequências
como o extravasamento de líquidos (edema). A saída de líquidos da rede vascular
e seu acúmulo no tecido provoca o que denominamos “inchaço” e podem se
apresentar em EXSUDATO e TRANSEXSUDATO. O Transexsudato é
constituído apenas de água e proteínas plasmáticas, configura-se como o Edema
40
clássico, inchaço tecidual muito decorrido de choques, entorses e etc. O exsudato
é proveniente de respostas inflamatórias originadas de infecções e apresenta-se
como um liquido espesso com a presença de água, proteínas plasmática e
leucócitos (secreção purulenta).
6. HEMORRAGIAS
A hemorragia é um processo caracterizado pelo extravasamento sanguíneo
oriundo de possíveis rompimentos vasculares. A hemorragia é a perda de sangue
que acontece após um ferimento, pancada ou alguma doença, devido ao
rompimento de vasos da circulação sanguínea. A hemorragia pode ser externa,
quando o sangramento é visualizado para fora do corpo, ou interna, quando
acontece para dentro de alguma cavidade do organismo, como no abdômen,
crânio ou pulmão, por exemplo. Os processo hemorrágicos podem ser
influenciados por diversos fatores como: tempo de exposição, profundidade, uso
de medicamentos, distúrbios na coagulação (hemofilia) e os tipos de vasos
acometidos. As hemorragias são mais graves nas artérias em relação as veias e
ambos mais graves em comparação aos capilares.
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hemofilia: A e B. A hemofilia A ocorre por deficiência do fator VIII de
coagulação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator IX.
7. HEMATOMA
O processo de hematoma é definido como uma coleção (ou seja acúmulo)
de sangue num órgão ou tecido, geralmente bem localizado e normalmente são
gerado por traumatismo, alterações hematológicas ou outras causas. A evolução
do hematoma é de suma importância para procedimentos de corpo de delito e
perícia legal, este processo patológico pode ser monitorado pelos eventos que são
decorridos em seu desenvolvimento:
42
Figura 6- Imagem ilustrativa das etapas de evolução do Hematoma.
8. EMBOLIAS
Embolia é a ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) à corrente
circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em vaso de menor
calibre. Os êmbolos podem ser causados por diversos motivos, fragmentos de
gordura (aterosclerose), fragmentos de trombo, bolhas de ar, etc.
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9. CHOQUE
O estado de choque é caracterizado por um colapso na circulação
sanguínea resultando na incapacidade de manter a oferta de sangue em condições
mínimas de suprir as necessidades celulares. Existem quatro tipos principais de
choque, dependendo da causa subjacente: Hipovolêmico, Cardiogênico,
Obstrutivo e Distributivo. O choque hipovolêmico pode ser causado por
hemorragias, diarreia, vômitos ou pancreatite. O choque cardiogênico pode ser
causado por enfarte do miocárdio ou contusão cardíaca. O choque obstrutivo
pode ser causado por tamponamento cardíaco ou pneumotórax de tensão. O
choque distributivo pode ser causado por sepse, anafilaxia, lesões na parte
superior da medula espinal ou algumas overdoses.
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CAPÍTULO IV
DOENÇAS CRÔNICAS: HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA,
DIABETES E DOENÇA RENAL CRÔNICA.
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2. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
46
A HAS por se tratar de uma doença multifatorial é influenciada por 3
mecanismos básicos: CARDÍACO, VASCULAR E RENAL. Algumas
cardiopatias como TAQUICARDIA e ARRITIMAS são fatores que alteram a
frequência cardíaca, alterando assim o débito cardíaco e consequentemente a
P.A. Os processo de vasoconstrição e o aumento da resistência vascular
periférica também contribuem para o aumento da P.A O aumento da resistência
vascular periférica pode ser regulado pelas pressões hidrostática (P.H)
(influenciada pela volemia), e Pressões Oncótica (P.O.) e Intersticial (P.I.)
(pressão da parede dos vasos), portanto, quando a pressão hidrostática é maior
que a soma de pressão oncótica e intersticial (PH>PO+PI) os valores pressóricos
aumentam. Além dos processos vasculares, a pressão arterial também possui
regulação através da função renal. O processo diurese contribui para a
diminuição da volemia e o sistema renina-angiotensina.
47
O sistema renal também apresenta fatores importantes para a regulação da
P.A. O sistema RENINA- ANGIOTENSINA é um sistema hipertensor, onde a
RENINA converte Angiotensina I em Angiotensina II que estimula o aumento da
produção de ALDOSTERONA (ADH) um hormônio anti-diurético, que por sua
vez, inibe a Diurese, aumentando e volemia e por consequência a P.A. Diante da
influência do sistema renal no controle da pressão arterial, destaca-se a relação
entre a hipertensão e diabetes, pois a diabetes é uma das principais causas de
insuficiência renal crônica (IRC) que acomete o controle pressórico.
3. DIABETES
A Diabetes é uma doença crônica degenerativa causada pela produção
insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue
e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função
de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para
manutenção das células do nosso organismo. Portanto, a DM é um distúrbio que
consiste na resposta secretória deficiente ou ação defeituosa de insulina,
manifestando-se pela utilização inadequada de glicose pelos tecidos com
consequente hiperglicemia. A patogênese da Diabetes apresenta-se com
mecanismos distintos de acordo com a classificação em que se enquadra. De
maneira geral, a diabetes pode ser classificada como: Diabetes Tipo I, Diabetes
Tipo II e Diabetes Gestacional.
48
DIABETES TIPO I
DIABETES TIPO II
49
que é conhecido como resistência insulínica ou baixa produção da mesma para
configurar o estado de HIPERGLICEMIA. Por ser pouco sintomática o diabetes
na maioria das vezes permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem
tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no
cérebro. Na maioria dos casos, os indivíduos acometidos por DM2 são tratados
incialmente por anti-diabéticos orais, entretanto, caso haja agravo do quadro
patológico pode-se introduzir ao tratamento a terapia insulínica.
DIABETES GESTACIONAL
DIAGNÓSTICO DA DIABETES
· A1C ≥ 6,5% - ou –
50
· Glicemia pós-prandial de 2 horas entre 140 e 199 mg/dL, no teste oral de
sobrecarga à glicose.
COMPLICAÇÕES DA DIABETES
Neuropatia diabética
Retinopatia diabética
51
necessitar de tratamento a laser ou cirurgia. Uma das complicações conhecidas
do diabetes mellitus é a doença renal ou nefropatia diabética. Níveis altos de
glicose por tempo prolongado causam lesões nos rins, que podem progredir para
a falência deste órgão.
Nefropatia diabética
52
sofrendo da doença renal crônica, a sintomatologia ocorre de forma discreta e
quase imperceptível.
CAPÍTULO V
NEOPLASIAS: PROCESSO TUMORAIS E ONCOLÓGICOS.
1- INTRODUÇÃO
As células normais que formam os tecidos do corpo humano são capazes
de se multiplicar por meio de um processo contínuo que é natural. A maioria das
células normais cresce, multiplica-se e morre de maneira ordenada, porém, nem
todas as células normais são iguais: algumas nunca se dividem, como os
neurônios; outras as células do tecido epitelial – dividem-se de forma rápida e
contínua. Dessa forma, a proliferação celular não implica necessariamente
presença de malignidade, podendo simplesmente responder a necessidades
específicas do corpo. A Neoplasia é uma proliferação desordenada de células no
organismo, formando, assim, uma massa anormal de tecido. Pode ser classificada
como benigna ou maligna. A neoplasia benigna tem, geralmente, crescimento
lento, ordenado e apresentando limites definidos. A neoplasia maligna, também
conhecida como câncer, de forma geral, tem um crescimento mais rápido, as
células não apresentam diferenciação e invadem tecidos vizinhos. As Neoplasias
53
Benignas são aquelas que não apresentam malignidade e podem ser consideradas
como Tumor. As neoplasias malignas são aquelas que apresentam perda da
diferenciação, ou seja, a malignidade. Toda Neoplasia Maligna é entendida como
um processo cancerígeno.
2. NEOPLASIA BENIGNA
A neoplasia benigna, também chamada de tumor benigno, caracteriza-se
por apresentar células bem semelhantes às do tecido original, ou seja, apresentam
diferenciação; crescem de forma lenta; são bem vascularizadas; comprimem os
tecidos vizinhos, no entanto, não os infiltram. A migração dessas células só
ocorre em caso de lesão ou rompimento do tecido.
54
3. NEOPLASIA MALIGNA
A neoplasia maligna, também chamada de tumor maligno ou câncer,
caracteriza-se por um crescimento mais rápido do que a benigna e suas células
são menos diferenciadas, o que faz com que muitas percam a sua função no
tecido original. Como essas células apresentam uma redução das estruturas
juncionais e moléculas de adesão, elas apresentam maior mobilidade, invadindo
os tecidos adjacentes. A perda da diferenciação pode promover o surgimento de
células Anaplásicas. As células Anaplásicas são completamente indiferenciadas,
ou seja, não possuem nenhuma característica própria do tecido original. A
presença de células anaplásicas pode ser um indicativo para o desenvolvimento
de Metástase.
55
entre elas. Isso ocorre porque as células da massa tumoral primária podem
desprender-se e entrar na corrente sanguínea ou vasos linfáticos, deslocando-se
pelo organismo e fixando-se em outro local, no qual dará origem a um novo
tumor.
4. PATOGÊNESE DO CÂNCER
O câncer surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma
alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas
atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados pró-
cancerígenos, que a princípio são inativos em células normais. Estas células
neoplásicas perdem gradativamente sua diferenciação e podem ser tornar
anaplásica, a proliferação se torna ainda mais intensa, ocorre autonomia de
crescimento, presença de mitoses atípicas, modificações na morfologia da célula
com perda da simetria. A metástase configura-se como a disseminação do
processo cancerígeno. As células anaplásicas podem se desmembrar do câncer
primário e deslocar para diversos órgãos e tecidos do corpo. Os fatores de
disseminação podem ser influenciados pela velocidade das mitoses, o tamanho da
massa formada e agressividade do câncer (potencial de invasividade).
56
de radiações, como a ultravioleta, que pode desencadear o câncer de pele, quando
ocorre uma exposição excessiva a ela.
57
GRAU II- Moderadamente diferenciado: possui células com características
próprias, porém pode ser visualizado células com pequenas alterações
morfológicas- processo de transição dentre a benigno e maligno (sinal de alerta).
Avaliar a prevalência de células diferenciadas x perda de diferenciação.
58
59
REFERENCIAS
60
HANG, H. P. et al. Pharmacology. 6. ed. Churchill Livingstone, 2007;
RUDDON, R.W. Cancer Biology. 4. ed. New York: Oxford University Press, 2007;
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2012: incidência
de câncer no Brasil. Rio de Janeiro : Inca, 2011;
PELCZAR, Michael J.; CHAN, Eddie Chin Sun; KRIEG, Noel R. Microbiologia:
conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo, SP:
TRABULSI, Luiz Rachid et al. Microbiologia. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2002.
586 p.
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