O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA

INFECÇÃO HOSPITALAR

Londrina – PR
2019
 JÉSSICA CHOMEM AKUTAGAVA
LARISSA RIBEIRO

O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA

INFECÇÃO HOSPITALAR

Artigo apresentado como trabalho da matéria de

Projetos de Enfermagem, apresentado à Faculdade
Inesul como parte dos requisitos do curso de
Graduação de Enfermagem, sob a orientação da
Prof.ª Fabiana Lozano.

Londrina – PR
2019
RESUMO: A infecção é uma entidade clínica de múltiplos fatores envolvidos, e a
necessidade de reduzir e controlar sua incidência determina a aplicação de medidas
preventivas, educacionais e de controle epidemiológico. A Infecção Hospitalar ocorre,
em média, entre 5 a 17% dos pacientes internados, e é responsável por um aumento
médio de 15 dias no tempo de internação, acarretando uma elevação considerável nos
custos assistenciais. O estudo sobre o papel do enfermeiro no controle da infecção
hospitalar é de extrema importância, pois é ele o responsável pelo atendimento de maior
contato com o paciente na unidade de saúde. Todos os estudos encontrados foram
indexados em consulta nas bases de dados, LILACS, SCIELO, MEDLINE.

Palavras chave: Enfermagem, Infecção Hospitalar, Controle e Infecção Relacionada à

Assistência (IRA).

ABSTRACT: Infection is a clinical entity with multiple factors involved, and the need
to reduce and control its incidence determines the application of preventive, educational
and epidemiological control measures. Hospital Infection occurs on average between 5
and 17% of inpatients and is responsible for an average increase of 15 days in
hospitalization time, leading to a considerable increase in care costs. The study on the
role of nurses in the control of hospital infection is of extreme importance, since it is the
one responsible for the care of greater contact with the patient in the health unit. All the
studies found were indexed in consultation in the databases, LILACS, SCIELO,
MEDLINE.

Key words: Nursing, Hospital Infection, Control and Assistance - Related Infection
(IRA).
INTRODUÇÃO hospitais terciários as maiores
prevalências (SANTANA, 2015 et.al).
Segundo conceito do Ministério
da Saúde (MS), na portaria nº 2.616 de A infecção é uma entidade
12.05.1998, as infecções hospitalares clínica de múltiplos fatores envolvidos,
restringem–se àquelas adquiridas após a e a necessidade de reduzir e controlar
admissão do paciente na unidade sua incidência determina a aplicação de
hospitalar e que se manifestam durante medidas preventivas, educacionais e de
a internação ou após a alta, quando controle epidemiológico que visam, por
puder ser relacionada com a internação. meio de um processo de sensibilização
(NERE, 2017 et.al). coletiva, levar a taxas de infecção para
limites aceitáveis para o tipo de
A problemática das Infecções
clientela e de procedimentos realizados
relacionadas a assistência à saúde
em cada hospital (NERE, 2017 et.al).
(IRAS), não é recente, mas atualmente
atinge proporções de uma questão de Algumas infecções hospitalares
saúde pública mundial, principalmente são evitáveis e outras não. Infecções
em ambiente hospitalar, seja pelas preveníeis são aquelas em que se pode
consequências de cunho pessoal, agravo interferir na cadeia de transmissão dos
que ameaça a segurança do paciente e microrganismos. A interrupção dessa
pode evoluir para óbito, seja pelas cadeia pode ser realizada por meio de
consequências sociais, maiores gastos e medidas reconhecidamente eficazes,
escassez de leitos pelo prolongamento como a lavagem das mãos, o
da internação. (SANTANA, 2015 et.al) processamento dos artigos e superfícies,
a utilização dos equipamentos de
A Infecção Hospitalar ocorre,
proteção individual, no caso do risco
em média, entre 5 a 17% dos pacientes
laboral, e a observação das medidas de
internados, e é responsável por um
assepsia. Infecções não preveníveis são
aumento médio de 15 dias no tempo de
aquelas que ocorrem a despeito de todas
internação, acarretando uma elevação
as precauções adotadas, como se pode
considerável nos custos assistenciais.
constatar em pacientes
Dependendo da topografia este tempo e
imunologicamente comprometidos, e
gastos podem dobrar, bem como as
são originárias da sua microbiota.
chances de óbito, além disto, as taxas
(REIS, 2014).
são maiores em países em
desenvolvimento, nos quais tem nos
 No Brasil a prevenção das IRAS, infecções ocorriam especialmente por
até então denominadas apenas de contato com substâncias orgânicas
infecção hospitalar, passou a ser (SANTANA, 2015 et.al).
reconhecido a partir da década de 80
A enfermagem dentro da CCIH
pela publicação da Portaria nº 196 de 24
tem um papel muito importante, pois é
de junho de 1983, que além de definir
ela que busca de forma ativa as
conceito, institui a obrigatoriedade de
informações importantes sobre
todo hospital em constituir uma
infecções dentro da unidade de saúde.
Comissão de Controle de Infecção
Também desempenha o papel de
Hospitalar (C.C.I.H). Posteriormente,
educação continuada a toda equipe de
em 1997, é promulgada a lei que
enfermagem, levando informações
dispões sobre a obrigatoriedade,
importantes sobre métodos que visam
também em todos os hospitais do país
aprimorar as técnicas de controle de
da sustentação de um Programa de
infecções (SANTANA, 2015 et.al).
Controle de Infecção Hospitalar – PCIH
(SANTANA, 2015 et.al).

O estudo sobre o papel do Baseado nesta problemática, esse

enfermeiro na CCIH é de extrema estudo teve como objetivo discutir a

importância, pois é ele o responsável partir da produção científica as funções

pelo atendimento de maior contato com desempenhadas pelo enfermeiro dentro

o paciente na unidade de saúde. Isso o da Comissão de Controle de Infecção

torna responsável pela utilização de Hospitalar-CCIH.

técnicas e rotinas que tanto previnem

como minimizam o potencial de
METODOLOGIA
infecção dentro das unidades.
(SANTANA, 2015 et.al). O presente artigo é uma revisão
integrativa, de método qualitativo e
A Enfermagem teve uma grande
descritivo que tem como objetivo
contribuição no que se refere ao cuidar
integrar as referências da literatura
do paciente com uso de técnicas
relacionadas à atuação da enfermagem
assépticas. Isso se deu com Florence
no controle da infecção hospitalar.
Nightingale, que pregou a necessidade
Todos os estudos encontrados foram
de ter um ambiente totalmente limpo e
indexados em consulta nas bases de
livre de impurezas, deixando claro que
dados, LILACS, SCIELO, MEDLINE. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os descritores da pesquisa constituem:
No Brasil, apenas nos últimos
Enfermagem, Infecção Hospitalar,
anos houve preocupação por parte das
Controle e Infecção Relacionada à
autoridades com essa temática,
Assistência (IRA).
evidenciada pela tomada de atitudes
Foram incluídos nesta revisão importantes como a promulgação de leis
textos de referências e manuais e portarias regulamentando as medidas
institucionais de organismo nacionais, que devem ser implementadas para o
artigos com resumos e textos completos controle e prevenção das IH, bem como
disponíveis, em idioma português, investimentos em capacitação dos
publicados entre os anos de 2014 a 2018 profissionais para o uso das PP
e que respondessem à questão entendidas como estratégias com o
norteadora do estudo. Foram intento de diminuir riscos de
consultadas 13 fontes, resultando na complicações relacionadas com as IHs
utilização de 5 referências. Os no cotidiano de trabalho dos
resultados encontrados foram profissionais de saúde. Assim sendo,
sistematizados em quatro eixos sub- tais medidas que compreendem a
temáticos: Higienização das Mãos, higienização das mãos, utilização de
Equipamentos de Proteção Individual luvas, avental, óculos, máscara e
(EPIs), Procedimentos Invasivos e descarte adequado de pérfuro-cortantes,
Materiais Esterilizados. são fundamentais para o controle e
prevenção das IH (CECAGNO,2015
Para a coleta de dados foi
et.al)
construído um instrumento específico, o
O Enfermeiro, ao fazer parte da
qual contemplou os seguintes itens:
equipe de saúde, independente de
identificação do autor (es), título,
compor a equipe da CCIH, pelas
periódico em que foi publicado, ano de
funções que desempenha dentro das
publicação, objetivo, características
instituições hospitalares, deve estar apto
metodológicas utilizadas pelos autores,
a desenvolver ações de vigilância das
principais resultados encontrados. Após
IH, e atuar como multiplicador das
leituras sucessivas desses dados
ações de prevenção. Essa atividade é
buscaram-se as unidades de registro, ou
facilitada pela criação de protocolos
seja, os principais elementos que se
internos de prevenção e controle das IH,
destacaram do texto.
que estejam afixados em locais e/ou respiratória, a CCIH deve ser
estratégicos, permitindo que a equipe comunicada para acompanhamento e
esteja sempre em contato com fontes avaliação da necessidade de
variadas que reforcem a necessidade da continuidade (TORRES, 2015 et.al).
adoção de um comportamento adequado A antibioticoterapia requer
para minimizar os riscos para a cuidado especial devido ao risco de seu
ocorrência das IH(DUTRA, 2015 et.al). uso de forma indiscriminada, o que
Alguns exemplos de ações a exige sua administração com prudência
serem realizadas, afim de identificar ou como medida essencial para minimizar
minimizar as IH são: realizar uma a emergência de microrganismos
abordagem sobre a atividade conhecida antibiótico-resistentes no ambiente
como busca ativa, que se trata de uma hospitalar. O uso inadequado de
vistoria leito à leito, tentando encontrar antibióticos associa-se não só à escolha
aqueles casos que podem ser errada, mas também à inadequação de
caracterizados como infecção dose, intervalo e tempo de tratamento
hospitalar. (TORRES, 2015 et.al).
Dentro de um hospital, onde se Para minimizar os episódios de
encontra diversos tipos de pacientes infecções de trato urinário associados à
com diferentes tipos de enfermidades, sondagem vesical de demora, a medida
se torna necessária uma busca ativa, mais efetiva é avaliar a sua real
para que possam ser notificados os necessidade. Se optar pela sondagem,
casos e assim realizar um atendimento utilizar técnica asséptica, seguindo as
diferenciado nos casos encontrados precauções-padrão durante a realização
(SANTANA, 2015 et.al). da higiene íntima, e manter rigorosa
Os protocolos de precaução- higiene diária da região perianal com
padrão, contato e respiratório, devem água e sabão comum. A necessidade de
estar bem definidos. Os pacientes manter a sondagem deve ser avaliada
provenientes de outras instituições continuamente (TORRES, 2015 et.al).
devem ser mantidos em precaução de A educação dos profissionais de
contato até as culturas de superfície saúde deve incluir desde a orientação na
estarem disponíveis, a fim de excluir a admissão até a educação continuada no
colonização por flora multirresistente ou serviço. Desde o início, deve-se frisar
não habitual na unidade. Definida a que prestando uma assistência adequada
necessidade de precaução de contato e seguindo as medidas de controle de
infecção, contribuirá para diminuir o Dentre essas atividades conseguimos
risco de adquirir e/ou disseminar identificar a busca ativa de casos, uso de
infecções. É necessário ter-se presente técnicas mais livres de contaminação e a
que, se não houver motivação nesse educação continuada da equipe.
proc esso, não ocorrerão mudanças No que se refere à busca ativa de casos,
concretas e permanentes. (SANTANA, ficou evidente que é o principal meio de
2015 et.al). coleta de dados para que se possa fazer
Fica bem evidente que o processo um levantamento do que pode estar
de educação continuada é um fator levando ou não a uma disseminação
primordial para que se possam adquirir de microrganismos, caracterizando-se
práticas e condutas, tanto na equipe de como o passo inicial para que se iniciem
enfermagem como em toda a equipe do as demais atividades relacionadas ao
hospital que direta ou indiretamente tem controle das IHs
influência da saúde do paciente, para Acredita-se que a educação
que se possam prevenir ou até mesmo continuada da equipe, utilizando a
evitar riscos de disseminação de discussão e reflexão em grupo, é a
infecções dentro do ambiente hospitalar. melhor maneira para que haja uma
(SANTANA, 2015 et.al). mudança comportamental dos
trabalhadores, possibilitando redução
CONCLUSÃO das altas taxas de IH e, assim,
Conclui-se que é de suma oferecendo um cuidado mais
importância a implantação de medidas qualificado e, consequentemente,
que visem informar e orientar pacientes, profissionais mais reconhecidos pelo
acompanhantes e visitantes durante o usuário e a sociedade em geral.
momento da internação hospitalar sobre De uma forma geral, concluímos por
as medidas de prevenção de infecção meio desse estudo que o enfermeiro é
cruzada. Por meio de um estudo mais uma peça fundamental dentro das
profundo pôde-se obter um CCIHs, e que suas atividades são de
conhecimento tanto sobre as CCIHs grande importância para toda a
como das atividades desempenhadas comunidade hospitalar, tanto os
pelos integrantes delas, em especial as colaboradores como os pacientes,
atividades desenvolvidas pelo porém é um estudou ainda pouco
profissional de enfermagem. abordado e que merece uma atualização
constate para que assim os profissionais
de saúde possam trabalhar sempre com prevenção de infecção em unidade de
informações suficientes para que terapia intensiva, 6, Revisão
possam atuar da melhor maneira integrativa, Minas Gerais, 2015.
possível.

REFERÊNCIAS

Dutra GG, Costa MP, Bosenbecker EO RESULTADOS E

et al, Controle da infecção hospitalar: DISCUSSÃO
função do enfermeiro, 11,
Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro, Revisão integrativa - Rio de
Janeiro, 2015.

Nere CS et al, A atuação da

enfermagem no controle da infecção
hospitalar, 6, Revisão integrativa -
FACEMA, Maranhão, 2017.

Reis UOP, Controle da infecção

hospitalar no centro cirúrgico, 8,
Revista Baiana de Enfermagem,
Revisão integrativa - Salvador, 2014.

Santana RS, Brito BAM, Ferreira JLS et

al. Atribuição do enfermeiro na
Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar, 9, Revisão integrativa -
Rev. Pre. Infec e Saúde, Piauí, 2015.

Torres RA, Torres BR, Importância e

bases de um programa de controle e