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Impacto – O elemento rolante em um Periódica – Força repetitiva, como Randômica – varia com o tempo, por
rolamento atingindo uma imperfeição. desbalanceamento ou desalinhamento exemplo, turbulência em tubulação,
Esse tipo de força excitará frequências gerará numa máquina um tipo de cavitação em bomba
naturais e o corpo vibrará livremente vibração que chamamos de vibração
durante algum tempo. forçada.








Os métodos no domínio do tempo como a média absoluta (XMed), o nível global RMS (XRMS) e fator
de crista (Fcr) são os mais simples, sendo este último a razão do valor de pico (XPico) pelo valor do
XRMS.

A principal aplicação do Domínio do Tempo


ou Forma de Onda é identificar a ocorrência
de eventos de curta duração, como impactos,
e determinar a sua taxa de repetição.

A Figura ao lado representa o sinal no tempo de


um rolamento SKF 6206 com defeito na pista
interna.

Dentre as várias técnicas de análise de vibrações o Domínio da Frequência (Espectro, FFT) destaca-se a análise espectral clássica, baseada
na aplicação da Transformada Rápida de Fourier.

É uma ferramenta bastante útil para grande parte dos problemas, principalmente na análise de defeitos de origem mecânica comoo
desbalanceamento e o desalinhamento.

A Figura acima representa o sinal anterior após a aplicação da FFT, correspondendo a uma faixa de frequência entre 2500 e 6000 Hz,
destacando um espaçamento que corresponde a frequência de defeito na pista interna do rolamento SKF 6206.
Sinais temporais de vibração mecânica contêm componentes com rápidas oscilações.
A amplitude destas oscilações varia com o tempo, sendo esta variação chamada de Envelope do Sinal.

O envelope muitas vezes contém informações


• O Filtro 1 é geralmente utilizado para detecção de defeitos em feltros de
importantes sobre o sinal em estudo, pois em certos
máquinas de papel, devido a baixa frequência de repetição dos impactos.
casos, para se realizar o diagnóstico de defeitos, a
informação de interesse está contida na frequência
de repetição da falha. Uma das maneiras de se obter
• Os Filtros 2 e 3 são indicados para detecção de danos em rolamentos. Os
o envelope de um sinal qualquer é através da
filtros 1, 2, 3 são indicados para detecção de Ondas de Tensão geradas por
utilização da Transformada de Hilbert.
impactos.

• O Filtro 4 é indicado para a detecção de falhas em engrenamentos e


qualquer outro tipo de falha que promova rossamento entre partes

As frequências de falhas para rolamentos e metálicas em movimento relativo.

engrenagens também podem ser identificadas


através da Técnica de Detecção de Envelope, que
através de uma metodologia matemática transporta
os sinais de falha em altas frequências para baixas
frequências, sendo estes apresentados como picos
únicos exatamente na frequência determinística de
falha das pistas e elementos rolantes, seguido de
seus harmônicos.

As amplitudes de falhas são relativas à soma da energia na banda especificada do filtro e dependem de variáveis, tais como a
localização do sensor e a velocidade do eixo. Se tais variáveis permanecerem constantes, os sinais envelopados de aceleração
podem ser analisados quanto à tendência. Na medida em que o defeito piora, a força do sinal aumenta.

Com o tempo, um traçado de tendência pode ser utilizado para mostrar a elevação das amplitudes nas frequências
características de defeitos. É recomendável testar alguns filtros e comparar os resultados para determinar o filtro mais adequado.
Nos próximos módulos a Técnica de Envelope será demonstrada em estudos de falhas.
Os rolamentos estão submetidos a cargas. A folga operacional em um rolamento
influencia o atrito, tamanho da zona de carga e a resistência à fadiga.

A figura ao lado, ilustra como uma carga radial unidirecional e constante


aplicada ao anel interno rotativo de um rolamento é distribuída através dos
elementos rolantes, sobre o anel externo estacionário.

A seta grande na posição de 12 horas representa


a carga aplicada e a série de setas pequenas, entre 4 horas e 8 horas,
representa a forma como a carga é distribuída ou apoiada no elementos
rolantes do rolamento.

À medida que os elementos girantes entram e saem da zona de carga surgem


sinais vibratórios no rolamento, mesmo estando o rolamento em perfeito
estado.

Devido à crescente atenção dada para evitar as recorrentes falhas de


rolamentos, a ISO desenvolveu uma metodologia para classificar falhas
de rolamentos (ISO 15243:2004).

A maioria dos danos aos rolamentos pode ser associada aos seis
grupos principais, bem como aos vários subgrupos apresentados na
tabela ao lado.

A norma baseia-se principalmente em características que são visíveis


nos elementos rolantes, pistas e outras superfícies funcionais.

Também identifica os mecanismos envolvidos em cada tipo de falha.


A maioria das falhas de rolamentos pode ser classificada em duas categorias: pré-operacionais e operacionais.

Os danos pré-operacionais ocorrem antes ou durante a instalação do rolamento, enquanto os danos operacionais ocorrem enquanto
o rolamento está em operação.

• ajustes incorretos do eixo e da caixa de mancal


• assento de rolamento defeituoso nos eixos e nas caixas de mancal
• desalinhamento estático
• práticas de montagem ou ferramentas inadequadas
• passagem de corrente elétrica através do rolamento (tensão excessiva)
• transporte, manuseio e armazenagem

• fadiga do material
• lubrificação ineficiente
• vedação ineficiente
• vibração (falso brinelamento)
• desalinhamento operacional
• passagem de corrente elétrica através do rolamento (fuga de corrente)
Quando uma superfície com defeito de um elemento do rolamento entra em contato com outra superfície do rolamento, este choque
produz um impulso que excita ressonâncias no rolamento e na máquina.

Estes impulsos irão ocorrer periodicamente com uma frequência que é determinada, unicamente, pela localização do defeito. As
frequências características de um rolamento são:

• BPFI – Ball Pass Frequency Inner Race (Frequência de passagem dos elementos rolantes na pista interna)
• BPFO – Ball Pass Frequency Outter Race (Frequência de passagem dos elementos rolantes na pista externa)
• BSF – Ball Spin Frequency (Frequência de giro do elemento rolante)
• FTF – Fundamental Train Frerquency (Frequência fundamental da gaiola)

Para conhecer as frequências de um rolamento precisamos saber:


• Fabricante do rolamento
• Designação completa do rolamento (número mais sufixos)

Normalmente os softwares de monitoramento de vibrações vêm com um banco de dados de vários fabricantes de rolamentos e com as
informações acima, o software nos informa as frequências características do rolamento.

Repare que as frequências dos rolamentos são ligeiramente diferentes e há casos onde a diferença é muito maior.
No momento em que o primeiro defeito inicia a se desenvolver no rolamento, simultaneamente aparece a correspondente vibração
com a frequência típica do defeito.

Os impactos dos defeitos nas demais partes do rolamento inicia o processo de degradação agravado pela ação da vibração. Com isto são
geradas outras vibrações com muitos componentes em frequência, e dependendo do tipo e combinações de defeitos são criados vários
padrões de espectros.

Um problema de rolamento pode progredir através de quatro fases antes da falha catastrófica.
Cada uma destas fases apresenta características espectrais úteis na análise.

Embora a aceleração e o envelope da aceleração são os melhores sinais para analisar problemas de rolamentos, o espectro de
velocidade, pode exibir eventos relacionados ao rolamento que serão apresentados mais adiante.
Quando um problema de rolamento se desenvolve, o sinal de vibração é tipicamente tão pequeno em comparação com outros sinais que
emanam da máquina e essa vibração gerada será de frequência muito alta, provavelmente acima de 10 kHz, dessa forma não vai ser
perceptível em um espectro de velocidade.
Velocidade

Métodos de processamento de sinais, como o envelope de aceleração, que focam no acompanhamento em regiões de altas frequência
ou de frequências ultrassônicas onde os problemas de rolamento se refletem primeiramente, são necessários para detectar um
problema de rolamento, neste estágio inicial.
Envelope
Conforme o problema do rolamento aumenta, possíveis frequências naturais dos componentes de rolamentos, serão excitadas.
Tipicamente aparecem em primeiro lugar acima de 1000Hz, logo em um espectro de velocidade, estas frequências relacionadas a
falha não serão visualizadas.
Velocidade

Mais uma vez, métodos de processamento de sinais, como o envelope de aceleração, que podem focar no acompanhamento em
regiões acima de 1000Hz, são necessários para detectar um problema de rolamento, neste estágio.
Envelope
Conforme o problema, ou o quadro se agrava, múltiplos das frequências, conhecidas como frequências de falhas do rolamento (BPFI,
BPFO e BSF) podem aparecer abaixo de 1000Hz.
Velocidade

Normalmente quanto mais múltiplos aparecem pior o problema.

Conforme o problema se torna mais grave, mais múltiplos aparecem com bandas laterais e harmônicas dependendo do tipo de falha.
Envelope
Quando o problema progride para o quarto estágio, mais harmônicas aparecem (especialmente na faixa de frequência abaixo de
1000Hz) e as folgas aumentam. Muitas vezes no espectro de velocidade, além das muitas harmônicas do defeito, também pode
elevar-se 1x e 2x a rotação de máquina devido ao aumento das folgas internas do rolamento.
Velocidade

É importante notar que, a vibração global na banda de altas frequências de rolamento frequentemente despenca.

Isto ocorre, pois, o defeito se “espalha”, o que resulta em uma região maior da falha. As frequências naturais do rolamento deixam de
ser excitadas e dão lugar a um sinal ruidoso (carpete elevado) que é referente à elevação do atrito conforme o elemento girante rola
dentro do defeito agora mais alastrado (espalhado).
Envelope
Lento é um termo relativo – depende de sua perspectiva

Na indústria de petróleo e gás, muitas das máquinas mais


críticas, como turbomáquinas, geralmente operam a
velocidades de 6.000 a 10.000 rpm. Portanto, um motor de
bomba funcionando a 1.500 rpm é "lento".

Na indústria de celulose e papel, os rolamentos mais críticos


da máquina de papel podem estar rodando apenas em torno
de 300 rpm. Portanto, um motor de bomba funcionando a
1.500 rpm é "rápido".

A banda ISO para velocidade é definida entre 10 a 1.000 Hz.


Portanto, uma definição geral de "lento" é qualquer coisa
abaixo de 600 rpm.

O deslocamento é facilmente o melhor parâmetro para medir


diretamente os fenômenos de baixa velocidade. No entanto,
mesmo em baixo RPM, os rolamentos eram sinais de alta
frequência.
Assim o parâmetro de aceleração seria a melhor medida
mesmo para rolamentos em baixo RPM.
Mas a medição de aceleração pura pode também não revelar
de forma adequada o defeito. Baixa rotação normalmente
geram sinais de baixa energia e pode se misturar ao carpete
do sinal. Assim a melhor técnica seria o Envelope da
aceleração.
Cuidados para a realização de medição em baixa rotação e Setup de forma de onda

-Considere uma máquina com um Rolamento 24092CA-SKF,


rotação de eixo igual a 3,5 rpm (0,0583Hz), com tempo para
uma volta igual a 17,1 segundos
Tempo entre Eventos = 1/Freqüência de falha em Hz
- Fixação do sensor – preferencialmente parafuso
- Não realizar médias
- Coletor em modo contínuo
- Utilizar todos os filtros do envelope (2, 3, 4 – Plataforma SKF) Defeito Ordem Frequência Tempo (s)
- Realizar a medição em forma de onda (domínio do tempo) BPFO 12,229 0,717 1,402
- Detecção de Pico a Pico
- Medir na zona de carga BPFI 14,771 0,867 1,160
BSF 5,170 0,301 3,316
Configuração do Analisador:
- Determinação da rotação do eixo
- Cálculo do tempo entre eventos
- Estabelecimento do tempo de amostragem
- Cálculo da frequência máxima e do número de linhas
- Consequente ajuste do tempo de amostragem

Deve-se também observar as seguintes condições:

- O tempo de coleta ou amostragem deve ser maior do que


uma volta do eixo e/ou permitir observar aproximadamente
10 eventos de BSF
- Tempo de Amostragem = Número de linhas / Frequência
máxima
- É conveniente realizar 2 medidas, uma para análise no
domínio do tempo e outra para análise no domínio da
frequência,

- Nas primeiras medições recomenda-se utilizar vários filtros


de envelope, até identificar qual filtro de envelope é mais
adequado. Esse procedimento tem como objetivo identificar a
frequência central de ressonância da falha no rolamento.

Tempo de janela = 10 x Tempo de BSF (TBSF) = 10 x 3,316 = 33,16


T = Núm. Linhas / Fmáx
33 = 1600 / Fmáx
Fmáx. = 48,48 Hz ~ 48Hz
Os sistemas de transmissão por engrenagens são atualmente projetados para condições de operação extremas, acarretando estreitos
limites para as possibilidades de ocorrência de falhas durante seu funcionamento.

Exige-se, portanto, que, tanto as técnicas de projeto como as de monitoramento do estado de funcionamento, sejam refinadas para
reduzir as incertezas de desempenho e a previsão da vida do equipamento.

Dentre os sistemas de transmissão de potência, os redutores são


os mais conhecidos e também os de construção mais
heterogênea.

Em geral, sua construção padrão é composta por :

• carcaça;
• mancais;
• sistema de vedação;
• múltiplas árvores acopladas por engrenagens.

Quando os sistemas engrenados operam em altas velocidades, como é o caso


de multiplicadores de turbocompressores e de sistemas de geração de energia
elétrica, entre outros, devem ser considerados os seguintes aspectos como:

• as árvores do sistema podem ser supercríticas;


• os dentes das engrenagens apresentam flexibilidade;
• os erros geométricos de fabricação;
• os defeitos superficiais do perfil ativo do dente.
Existe uma transferência abrupta de força quando cada par de dentes entra em contato, acelerando momentaneamente a coroa e
desacelerando o pinhão deformando os dentes de ambas as engrenagens de sua posição de repouso.

Esse fenômeno: é o responsável por uma das mais importantes


fontes de excitação de um redutor denominada frequência de
engrenamento (GMF* ou Feng).

Na análise espectral clássica: a frequência de engrenamento e


suas harmônicas (1X GMF, 2X GMF, 3X GMF, etc.), juntamente
com as bandas laterais provenientes de suas modulações,
formam o principal conjunto de componentes presentes no
espectro de um redutor.

Mesmo em seu estado perfeito de operação o redutor pode


sofrer excitações devido as interações entre estes componentes.

Os mais importantes, dentre todos estes elementos, são as


engrenagens.

Além de serem responsáveis pela transmissão de potência, as


suas frequências GMFs são as principais fontes de diagnóstico de
falhas em redutores.

Cálculo da Frequência de Engrenamento:

GMF = Z x N
Onde:
GMF: Frequência de engrenamento
Z: Número de dentes
N: rotação de máquina

* A simbologia GMF (Gear Mesh Frequency) também é comumente usada com Feng (frequências de engrenamento).
Espectro Normal
Um espectro normal mostra 1x e 2x rpm,
juntamente com GMF.

GMF normalmente tem bandas laterais na


frequência de rotação..

Todos os picos são de baixa amplitude e


nenhuma frequência natural das
engrenagens são excitadas.

Variação de carga
A GMF é frequentemente muito sensível à
carga.

Altas amplitudes de GMF não indicam


necessariamente problemas,
particularmente se as frequências das
bandas laterais ficarem em níveis baixos e
não excitarem frequências naturais das
engrenagens.
Desalinhamento entre engrenagens
Quase sempre excita a 2X GMF.

Frequentemente mostrarão somente


pequena amplitude em 1X GMF, mas com
altos níveis em 2X GMF e/ou 3X GMF.

É importante determinar a Fmax para


registrar um pouco acima de 3X GMF.

Folga entre engrenagens (Backlash)


O Backlash tem que existir num par de
engrenagens.

Se ele tiver excessivo surgirão bandas


laterais da rotação ao redor da GMF.
Engrenagem excêntrica
Altas amplitudes de Bandas laterais de 1X
ao redor da GMF frequentemente
sugerem excentricidade, folgas ou eixos
não paralelos.

As bandas laterais geralmente


correspondem à engrenagem com
problema.

Pode surgir um aumento nos picos 1X


GMF, 2X GMF e 3X GMF.

Engrenagem com Dente Trincado ou Quebrado

Uma trinca ou quebra do dente irá gerar uma


amplitude a 1X da engrenagem além de excitar sua
Frequência Natural.

Este problema é melhor detectado na Forma de


Onda que irá apresentar um pronunciado pico
toda vez que o dente quebrado engrenar.

O período entre os impactos corresponderá a


1/RPM da engrenagem com problema.
https://skfcollege.com.br/
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