Prova de Legislação 19.06

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Prova de Legislação Aduaneira – 19/06

A principal diferença entre o Regime Aduaneiro Comum e o Especial é que o


primeiro realiza o recolhimento dos impostos, enquanto o segundo prevê a
isenção total ou parcial deles.

Regimes Aduaneiros Especiais


Os regimes aduaneiros especiais, em suas mais variadas espécies,
apresentam como característica comum a exceção à regra geral de aplicação
de impostos exigidos na importação de bens estrangeiros ou na exportação de
bens nacionais (regimes comuns de importação e de exportação), além da
possibilidade de tratamento diferenciado nos controles aduaneiros.
Resumindo os regimes especiais são as exceções a regra de pagamento
de tributos importados, uma vez que ele suspende os mesmos, traz assim
assim mais competitividade a Industria Nacional, além disso eles possuem
outros efeitos ainda nas atividades econômicas, tais como:
 a) o armazenamento, no País, de mercadorias estrangeiras, por prazo
determinado, permitindo ao importador manutenção de estoques
estratégicos e o pagamento de tributos por ocasião do despacho para
consumo;
 b) realização de feiras e exposições comerciais; e
 c) o transporte de mercadorias estrangeiras com suspensão de
impostos, entre locais sob controle aduaneiro.

Os tipos:
Existem vários tipos de Regimes Aduaneiros Especiais, vamos descobrir quais
são os Regimes Aduaneiros Especiais. Ao todo, o Governo
disponibiliza muitos tipos de regimes aduaneiros especiais, são eles:

1. Admissão Temporária
Muito utilizado para eventos de exposição, esse regime aduaneiro permite que
sua empresa importe um bem por um certo período, isento de várias taxas e
tributos. Como o nome diz, esse regime permite que a mercadoria importada
fique no país por um determinado período e depois seja retornada, com
suspensão total ou parcial de tributos. Tem também as opções de importar
algum maquinário para realizar algum reparo e retornar para origem ou para
fabricação de produtos que serão vendidos, mas nesse caso vão incidir tributos
proporcionais ao período em que o bem ficou no país.

2. Depósito Afiançado (DAF)


O regime aduaneiro especial de depósito afiançado é o que permite a
estocagem, com suspensão do pagamento dos impostos federais, da
contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, de
materiais importados sem cobertura cambial, destinados à manutenção e ao
reparo de embarcação ou de aeronave pertencentes a empresa autorizada a
operar no transporte comercial internacional, e utilizadas nessa atividade (art.
488 do Regulamento Aduaneiro).
O regime poderá ser concedido, ainda, a empresa estrangeira que opere no
transporte rodoviário. Os depósitos afiançados das empresas estrangeiras de
transporte marítimo ou aéreo poderão ser utilizados inclusive para provisões de
bordo.

3. Depósito Alfandegado Certificado (DAC)


O regime de depósito alfandegado certificado é o que permite considerar
exportada, para todos os efeitos fiscais, creditícios e cambiais, a mercadoria
nacional depositada em recinto alfandegado, vendida a pessoa sediada no
exterior, mediante contrato de entrega no território nacional e à ordem do
adquirente. (art. 493 do Regulamento Aduaneiro). O regime será operado em
recinto alfandegado de uso público ou em instalação portuária de uso privativo
misto autorizados pelo Superintendente Regional da Receita Federal (SRRF)
com jurisdição sobre o local, mediante a expedição de Ato Declaratório
Executivo - ADE (IN SRF nº 266/2002, art. 3º).

4. Depósito Especial (DE)


O regime aduaneiro de depósito especial é o que permite a estocagem de
partes, peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção, com
suspensão do pagamento dos impostos federais, da contribuição para o
PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação (art. 14 da Lei nº
10.865/2004), para veículos, máquinas, equipamentos, aparelhos e
instrumentos, estrangeiros, nacionalizados ou não, e nacionais em que tenham
sido empregados partes, peças e componentes estrangeiros (art. 480
do Regulamento Aduaneiro), empregados nas atividades definidas no art. 1º
da Portaria MF nº 284/2003 e no art. 2º da IN SRF nº 386/2004.

5. Drawback
O regime aduaneiro especial de drawback, instituído em 1966 pelo Decreto Lei
nº 37, de 21/11/66, consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes
sobre insumos importados para utilização em produto exportado. O mecanismo
funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os custos de produção
de produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado
internacional. A importância do benefício é tanta que na média dos últimos 4
(quatro) anos, correspondeu a 29% de todo benefício fiscal concedido pelo
governo federal. A lógica é que como a importação servirá para fomentar a
exportação, isso fortalece a economia nacional, portanto, os tributos são
suspensos para estimular esse processo.

6. Entreposto Aduaneiro
Esse regime permite o uso de uma unidade de entreposto aduaneiro, seja
pública ou privada, para o depósito de mercadorias com suspensão tributária. É
uma possibilidade que auxilia no planejamento da logística portuária e também
reduz custos das operações de importação.
As empresas importadoras são as mais beneficiadas com o Entreposto
Aduaneiro, pois é possível armazenar os produtos que ainda não foram
vendidos e realizar a venda em diferentes lotes e para diferentes compradores,
realizando a nacionalização apenas para os lotes vendidos em zona primária
ou secundária. No regime comum de importação não é possível a
nacionalização por etapas.

A empresa que adquire o produto é beneficiária pois não precisa ter custos de
estocagem, uma vez que as cargas não estarão armazenadas na própria
companhia, sem mencionar os cuidados especiais e segurança que os
terminais oferecem as cargas.

7. Exportação Temporária
É basicamente a versão contrária da admissão temporária, e costuma ser
muito usada para fazer reparos ou consertos em maquinários da indústria.

8. Loja Franca
O regime aduaneiro especial de loja franca, mundialmente conhecidas como
Duty Free, permite a instalação de estabelecimento comercial em portos ou em
aeroportos alfandegados (zona primária) para vender mercadoria nacional ou
estrangeira a passageiro em viagem internacional, sem a cobrança de tributos,
contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. No ano de 2012, foi
autorizada também a instalação de lojas francas em fronteiras terrestres, em
municípios caracterizados como cidades gêmeas de cidades estrangeiras na
linda de fronteira do Brasil.
As vendas nas lojas francas poderão ser realizadas a:
 tripulantes e passageiros em viagem internacional;
 missões diplomáticas, repartições consulares, representações de
organismos internacionais de caráter permanente e a seus integrantes e
assemelhados; e
 empresas de navegação aérea ou marítima, para uso ou consumo de
bordo de embarcações ou aeronaves, de bandeira estrangeira,
aportadas no País.

9. Despacho Aduaneiro Expresso


As empresas que atendem todas as normas e requisitos fundamentais, e se
habilitam espontaneamente a operar no Despacho Aduaneiro Expresso - Linha
Azul, têm suas operações de exportação, importação e trânsito aduaneiro
conduzido, preferencialmente, para o canal verde de conferência e tratamento
de Despacho Aduaneiro Expresso (RECEITA FEDERAL, 2015). Para a
empresa habilitar no regime, é necessário que possua as condições e
requisitos determinados pelas Instrução Normativa SRF nº 476/2004 da
Receita Federal do Brasil (RFB). É preciso que a empresa demostre qualidade
de seus controles internos, nas obrigações tributárias e aduaneiras para que a
fiscalização aduaneira monitore suas atividades.

10. Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA)


Segundo o artigo 315 do Regulamento Aduaneiro (RA), o Trânsito Aduaneiro é
um regime aduaneiro especial que permite que as mercadorias transitem, de
um ponto a outro no território aduaneiro, com a suspensão dos tributos
devidos.
Significa dizer, em resumo, que a mercadoria ainda não nacionalizada na
importação ou já desnacionalizada na exportação poderá ser deslocada de
uma área alfandegada a outra (como um porto ou aeroporto) sem que seja
submetida ao despacho aduaneiro ou recolhimento de tributos.

11. PADIS
PADIS é a sigla de Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico
da Indústria de Semicondutores e Displays. É um conjunto de incentivos
fiscais federais instituído com o objetivo de contribuir para a atração e
ampliação de investimentos nas áreas de semicondutores e displays. Esses
incentivos incluem células e módulos/painéis fotovoltaicos para energia solar,
além de insumos estratégicos para a cadeia produtiva, como o lingote de silício
e o silício purificado.
O PADIS proporciona às empresas interessadas a desoneração de
determinados impostos e contribuições federais incidentes na implantação
industrial, na produção, importação e comercialização dos equipamentos
beneficiados. Contudo, em contrapartida, as empresas se obrigam a realizarem
investimentos mínimos em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

12. Recap
RECAP é a sigla para Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital
para Empresas Exportadoras. É um incentivo fiscal que suspende a
exigência de alguns tributos na aquisição de bens de capital para incorporação
ao ativo imobilizado das empresas beneficiárias. Atualmente, mais de 430
pessoas jurídicas estão habilitadas pela Receita Federal para utilização do
RECAP.

13. Recof
14. Recof Sped
RECOF e RECOF SPED: O Regime Aduaneiro Especial de Entreposto
Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (Recof) e o Regime Aduaneiro
Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado do Sistema
Público de Escrituração Digital (Recof-Sped) permitem à empresa beneficiária
importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de
tributos federais (e, em alguns casos, estaduais*), mercadorias a serem
submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à
exportação ou ao mercado interno. É também permitido que parte da
mercadoria admitida no regime, no estado em que foi importada ou depois de
submetida a processo de industrialização, seja despachada para consumo. A
mercadoria, no estado em que foi importada, poderá também ser exportada,
reexportada ou destruída.

15. Repetro
O Repetro é um regime aduaneiro especial de exportação e de importação de
bens que se destina às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de
petróleo e gás natural (IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 1º).

16. Repex
O regime aduaneiro especial de importação de petróleo bruto e seus derivados
- REPEX é o que permite a importação desses produtos, com suspensão do
pagamento dos impostos federais, da contribuição para o PIS/PASEP-
Importação e da COFINS-Importação, para posterior exportação, no mesmo
estado em que foram importados (art. 463 do Regulamento Aduaneiro).
O controle aduaneiro da entrada e da saída do País de produto admitido no
regime será efetuado mediante processo informatizado (art. 469 do
Regulamento Aduaneiro).

17. RECOM
Recom é o regime que permite a importação, sem cobertura
cambial, de chassis, carroçarias, peças, partes, componentes e
acessórios, com suspensão do pagamento do imposto sobre produtos
industrializados. O regime será aplicado exclusivamente a importações
realizadas por conta e ordem de pessoa jurídica encomendante domiciliada no
exterior.

18. Reporto
O regime tributário para incentivo à modernização e à ampliação da estrutura
portuária - REPORTO é o que permite, na importação de máquinas,
equipamentos, peças de reposição e outros bens, a suspensão do pagamento
do imposto de importação, do imposto sobre produtos industrializados, da
contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, quando
importados diretamente pelos beneficiários do regime e destinados ao seu ativo
imobilizado para utilização exclusiva na execução de serviços de: (art. 14
da Lei nº 11.033/2004, com nova redação dada pela Lei nº 12.715/2012, c/c art.
471 do Regulamento Aduaneiro)

I - carga, descarga, armazenagem e movimentação de mercadorias e


produtos;
II - sistemas suplementares de apoio operacional;
III - proteção ambiental;
IV - sistemas de segurança e de monitoramento de fluxo de pessoas,
mercadorias, produtos, veículos e embarcações;
V - dragagens; e
VI - treinamento e formação de trabalhadores, inclusive na implantação
de Centros de Treinamento Profissional.

É permitida a utilização de bem admitido no Reporto em via pública situada fora


da área do porto organizado quando, na atividade de movimentação de
mercadorias exercida por operador portuário, este for o único meio de acesso
de um ponto a outro do porto organizado (SC Cosit nº 182/2017).
O REPORTO aplica-se também aos bens utilizados na execução de serviços
de transporte de mercadorias em ferrovias, classificados nas posições 86.01,
86.02 e 86.06 da NCM, e aos trilhos e demais elementos de vias férreas,
classificados na posição 73.02 da NCM.

Zona Franca de Manaus - ZFM

Você sabe o que é a Zona Franca de Manaus? A Zona Franca de Manaus


(ZFM) é um modelo de desenvolvimento econômico implantado pelo governo
com o objetivo de viabilizar uma base econômica na região amazônica, além
de promover a melhor integração produtiva e social dessa região ao país. A
Zona Franca de Manaus é administrada pela Superintendência da Zona Franca
de Manaus (Suframa) e abriga atualmente cerca de 600 indústrias.

A Zona Franca de Manaus surgiu em 1967, durante o regime militar, por meio
do Decreto-Lei nº 288/67. A finalidade inicial desse projeto era estabelecer
incentivos fiscais por 30 anos, como a redução ou isenção de impostos e
também facilitações burocráticas. para criar um pólo industrial, comercial e
agropecuário na Amazônia. Com o passar dos anos, o prazo para esses
incentivos fiscais foi aumentando e atualmente eles se estendem até 2073.

Na prática, a ZFM é um grande polo econômico dividido em três grandes áreas:


comercial, industrial e agropecuário. A proposta da Zona Franca de Manaus, ao
reunir diversas grandes empresas, passa pela movimentação de faturamentos
bilionários e gera mais de meio milhão de empregos diretos e indiretos.

De acordo com o Decreto de Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, a Zona


Franca de Manus é definida como “uma área de livre comércio de importação e
exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de
criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário
dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento (…)”.

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