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Circuitos Resistivos

Apresentação
Os circuitos elétricos são um dos adventos da atualidade mais importante uma vez que é a parte
fundamental de todo dispositivo eletrônico que utilizado atualmente. Desde televisores, aparelhos
celulares até carros, aviões e equipamentos de suporte a vida em hospitais. Os circuitos resistivos
fazem parte dos circuitos elétricos, mas possuem a particularidade de serem formados apenas por
resistores. Estes elementos são arranjados no circuito em série uns com outros, em paralelo ou de
forma mista.

A análise de um modelo de circuito elétrico envolve o uso de diferentes técnicas matemáticas, já a


análise de circuitos reais, envolve o uso de instrumentos de medição diversos. Entre estes, existem
os voltímetros que são responsáveis por medir tensão, os amperímetros medem corrente e os
ohmímetros medem resistência. Estes instrumentos fazem parte do rol de equipamentos de
engenheiros, estudantes, técnicos e entusiastas que trabalham com eletricidade.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a identificar associações de resistores do tipo
série, do tipo paralela e do tipo mista. Também vai aprender a encontrar a resistência equivalente
em associações de resistores e será capaz de identificar geradores e receptores em circuitos
elétricos. Por fim, você será capaz de identificar os aparelhos utilizados para medir grandezas
elétricas e vai saber os cuidados que devem ser tomados na utilização e na manipulação de cada
equipamento.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Estimar efeitos de tensão nos sólidos


• Calcular variações no volume de sólidos e líquidos frente à ação de forças externas.
• Determinar efeitos de cisalhamento em sólidos.
Desafio
Na maioria das residências, há diversos elementos que podem ser considerados resistores. É
possível citar, em especial, os elementos aquecedores que utilizam a eletricidade, como as misteiras
e os próprios chuveiros elétricos. Esses dispositivos utilizam fios elétricos enrolados na forma de
espiral, que, quando são atravessados por uma corrente elétrica, emitem luz e calor.

Analise a situação descrita a seguir:

Determine, então, o valor das potências, assumindo que cada parte da resistência total, dividida em
quatro estações, tem a mesma resistência se observada de forma independente.
Infográfico
Um ponto muito importante no processo de criação de circuitos elétricos é a análise do circuito.
Essa análise consiste em determinar as tensões nos ramos do circuito e as correntes que passam
pelos nós. Muitas vezes, para facilitar a análise, os resistores precisam ser associados, diminuindo a
complexidade e o número de cálculos.

É fundamental compreender as associações em série e em paralelo e saber como calcular a


resistência equivalente nessas condições. Para medir certas grandezas elétricas, há equipamentos
como o voltímetro e o amperímetro, utilizados na apuração de tensão e corrente, respectivamente.

Neste Infográfico, você vai conhecer melhor esses equipamentos e essas associações.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
No dia a dia, as pessoas utilizam vários aparelhos elétricos em que são empregados circuitos com
dois ou mais resistores. Em muitos desses circuitos, há uma associação de resistores.

A associação de resistores pode ocorrer, basicamente, de três maneiras diferentes. São elas:
associação em série, associação em paralelo e associação mista.

No capítulo Circuitos resistivos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai saber sobre
como resolver circuitos resistivos, encontrar a resistência equivalente em diferentes associações e,
ainda, entender a diferença entre geradores e receptores.

Boa leitura.
Circuitos resistivos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Compreender como funcionam as associações em série, em paralelo


e mista.
 Analisar a função dos geradores e receptores em circuitos elétricos.
 Verificar como se fazem as medidas elétricas.

Introdução
Os circuitos elétricos, indubitavelmente, mudaram o mundo. A eletrônica
moderna continua mudando a sociedade humana, a um ritmo cada vez
mais rápido. Por isso, estudar os circuitos resistivos é muito importante.
Os circuitos resistivos são circuitos elétricos específicos, onde só há
elementos resistivos, como resistores, geradores, baterias e receptores. As
resistências podem ser conectadas de diferentes formas — dessa maneira,
é possível conseguir valores de resistências equivalentes diversas. Quais
tipos de conexões podemos realizar com resistências? Como se calcula
a resistência equivalente em um circuito elétrico? Em circuitos, temos
componentes como fontes, fios de conexão e resistores, sendo que
alguns deles comportam-se como geradores e outros como receptores.
Como verificar se um equipamento é receptor ou gerador? Em circuitos
elétricos, como medimos grandezas elétricas? Que equipamentos e
cuidados devemos ter para obter tais medidas?
A partir dos conceitos apresentados neste capítulo, você será capaz
de responder essas e outras perguntas.
Aqui, você vai aprender a identificar associações de resistores dos tipos
série, paralela e mista, vai aprender a encontrar a resistência equivalente
em associações de resistores e a identificar geradores e receptores em
circuitos elétricos. Por fim, você será capaz de identificar os aparelhos
utilizados para medir grandezas elétricas e saberá os cuidados que devem
ser tomados na manipulação de cada equipamento.
2 Circuitos resistivos

Associações de resistores em série,


em paralelo e mista
Os circuitos elétricos estão em praticamente tudo que observamos no carro que
nos movimentamos, na geladeira onde guardamos nossos alimentos, e até no
forno elétrico, onde preparamos algumas refeições. Os circuitos resistivos têm
apenas fontes de alimentação, elementos que fornecem uma força eletromotriz
ao circuito, e resistores, elementos condutores que possuam a única função
de introduzir certa resistência a um circuito.
É importante salientar que, neste texto, vamos nos atentar a circuitos de
corrente contínua, ou seja, qualquer corrente que flui em um mesmo sentido
durante o tempo todo.
Para analisar circuitos elétricos de modo geral, devemos ter em mente a
diferença entre o sentido das correntes real e convencional, assim, esta última
sempre deve ser adotada.
Na corrente convencional, supõe-se o movimento das cargas positivas, ou
seja, nesse sentido, a corrente flui do polo positivo para o polo negativo da
fonte. A corrente real, por sua vez, considera que somente as cargas negativas
deslocam-se no circuito, do polo negativo para o polo positivo.
Para que uma corrente flua por um resistor, é preciso que uma diferença
de potencial seja estabelecida entre as extremidades dele. Tal diferencia de
potencial, fornecida por uma bateria ou outro dispositivo análogo, é denomi-
nada força eletromotriz (fem). Um dispositivo que mantém uma diferença de
potencial é chamado de fonte de fem e realiza trabalhos sobre os portadores
de carga. Exemplos de fontes de fem são as baterias, as pilhas, os geradores
elétricos e as células solares (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012).
Um circuito elétrico sempre começa e termina na fonte de fem, a qual
provoca diferenças de potencial a um circuito, e as quedas de potencial nos
resistores reduzem esse potencial ao longo do circuito. Todavia, a ddp total ao
longo de qualquer caminho condutor fechado é zero. Esse fato é uma consequ-
ência direta do princípio de conservação de energia e pode ser observado da
seguinte maneira: cada ponto de uma montanha possui apenas uma altitude
em relação ao nível do mar; se partirmos de um ponto qualquer e voltarmos
ao mesmo ponto depois de passear pela montanha, a soma algébrica das mu-
danças de altitude durante a caminhada é necessariamente zero (HALLIDAY;
RESNICK; WALKER, 2012).
Circuitos resistivos 3

A partir dessas observações, foi proposta a Lei de Kirchhoff das malhas,


que estabelece que a soma algébrica das variações de potencial ao longo de
qualquer malha fechada de um circuito deve ser igual a zero.
Um circuito pode conter mais de um resistor e/ou mais de uma fonte de fem.
A análise de um circuito com múltiplos resistores requer diferentes técnicas.

Associação em série
No circuito mostrado na Figura 1, dois resistores, R1 e R 2, são conectados em
série, ou seja, um em seguida do outro, com uma fonte de fem ε.

Figura 1. Associação de resistores em série.

Quando uma diferença de potencial V é aplicada a resistências em série, a


corrente I é a mesma em todas as resistências. Num circuito sem ramificação,
a corrente deve fluir por todo ele, de maneira que a corrente que entra é a
mesma que sai.
Uma analogia com o fluxo de água em um cano pode ajudar: não importa
quão longo seja o tubo, toda a água que fluir para dentro dele por uma das
extremidades fluirá para fora pela outra (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012).
4 Circuitos resistivos

A diferença de potencial em cada resistor é dada por V1 e V2, sendo:

V1 = R1 · I e V2 = R2 · I

Como visto, a soma das diferenças de potencial em um caminho condutor


fechado deve ser igual a zero. Dessa maneira, para o circuito em série, a soma
das tensões nos resistores deve ser igual à força eletromotriz:

ε = V1 + V2

Combinando as duas equações, poderemos encontrar a corrente I que


percorre o circuito, sendo:

ε = R1 ∙ I + R2 ∙ I

ε = I (R1 + R2)

ε
I=
(R1 + R2)

Para podermos encontrar uma resistência equivalente para o circuito,


devemos encontrar uma resistência que, quando submetida a ddpε, produza
uma corrente equivalente ao circuito anterior. Então, temos:

ε = R1 · I + R2 · I = Req · I

Comparando as duas igualdades, temos que:

Req = R1 + R2

Desse modo, dois resistores associados em série podem ser substituídos por
um único resistor de resistência equivalente igual à soma das duas resistências.
Podemos estender esse pensamento e expandir a expressão para resistência
equivalente de n resistores associados em série, de tal modo que:

n
Req = ∑ Ri
i=1
Circuitos resistivos 5

Sendo assim, em resistores conectados formando um único caminho, sem


ramificações, a resistência equivalente total do conjunto será exatamente a
soma de suas resistências individuais.

Associação em paralelo
Dois resistores podem ser conectados de outra forma diferente, como pode
ser visto na Figura 2. Nesse tipo de conexão, colocamos os componentes em
paralelo, ou seja, lado a lado, de tal forma que os pontos de conexão sejam
coincidentes.

Figura 2. Associação de resistores em paralelo.

Nesse tipo de conexão, os elementos resistivos ficam todos submetidos à


mesma ddp. Assim, temos que:

ε = V1 = V2 = R1 · I1 = R2 · I2

Este circuito possui ramificações, ou seja, a corrente ramifica-se, indo uma


parte para o resistor 1 e outra para o resistor 2. A Lei de Kirchhoff dos nós
estabelece que a soma algébrica das correntes em qualquer nó de um circuito
6 Circuitos resistivos

deve ser igual a zero (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012). Dessa forma, en-
contramos que a corrente total do circuito é a soma das correntes nos resistores:

I = I1 + I2

Utilizando a mesma lógica de encontrar uma resistência equivalente que


produza a mesma corrente, temos:

ε ε ε
+
Req = R1 R2

Sendo assim, a resistência equivalente de uma associação em paralelo


para dois resistores é:

1 1 1
+
Req = R1 R2

Ou então:

R1 · R2
Req = R + R
1 2

Generalizando essa expressão para n resistores ligados em paralelo uns


com os outros, temos a resistência equivalente dada por:

1 n 1
=∑
Req i = 1 Ri

Associação mista
Uma associação mista é composta quando são associados resistores em série
e paralelo em um mesmo circuito. Para caracterizar uma associação mista,
devemos ter, no mínimo, três resistências. Na Figura 3, é possível observar
uma associação mista.
Circuitos resistivos 7

Figura 3. Associação mista de resistores.

Para realizarmos a resolução desse circuito e encontrar a resistência equiva-


lente, por exemplo, precisamos entender como os resistores estão conectados.
Na Figura 3, vemos que os resistores R2 e R3 estão conectados em paralelo,
em seguida, essa ligação é conectada em série a um resistor R1.
Para esse circuito, a resistência equivalente é dada por:

( )
–1
1 1
Req = R1 + R + R
2 3

O termo em parênteses é a resistência equivalente da associação paralelo


entre os resistores R2 e R3.
Veja agora a Figura 4, com os mesmos três resistores e outra conexão foi
realizada. Temos também, nesse caso, uma associação mista, onde os resistores
R2 e R3 encontram-se, agora, em série e, depois, conectados em paralelo com
o resistor R1.
8 Circuitos resistivos

Figura 4. Associação mista de resistores, segunda configuração.

Sendo assim, podemos calcular a resistência equivalente do circuito como:

(
1
)
–1
1
Req = R +
1 R2 + R3

O termo R2 + R3 é a resistência equivalente da associação série, que, em


seguida, é colocada em paralelo com o resistor R1.
Para cada caso de associação mista, devemos observar as conexões entre os
resistores. Dessa forma, cada associação produz uma resistência equivalente
diferente e deve ser observada individualmente.

Geradores e receptores em circuitos elétricos


O gerador é um componente que transforma outra forma de energia em energia
elétrica. Como exemplo, temos: baterias, que transformam energia química em
energia elétrica; placas fotovoltaicas, que transformam energia solar em energia
elétrica; geradores de corrente continua, que transformam energia mecânica
em energia elétrica; entre outros dispositivos. O gerador é o componente que
fornece energia elétrica ao circuito. Ao ser atravessado por esta corrente, o
Circuitos resistivos 9

gerador apresenta uma resistência à passagem dos portadores de carga — essa


resistência é conhecida como resistência interna do gerador (r).
A corrente nos geradores é sempre percorrida no sentido do potencial
menor (polo negativo) para o potencial maior (polo positivo). A diferença de
potencial no gerador é chamada de força eletromotriz (fem.), representada por ε.
Um gerador ideal é aquele que não apresenta resistência à passagem da
corrente elétrica. A resistência interna dele é nula (r = 0), portanto toda energia
gerada é fornecida ao circuito, ou seja, o gerador ideal tem um rendimento,
ɳ, de 100%.
A representação de um gerador ideal é exatamente igual à representação
de uma fonte fem, como pode ser visto na Figura 5a.

Figura 5. Representação de um gerador: a) gerador ideal, b) gerador real; c) curva carac-


terística do gerador.

Um gerador real é aquele que apresenta resistência à passagem da corrente


elétrica, o seu rendimento é menor que 100% e, portanto, a sua resistência
interna é diferente de zero (r ≠ 0).
A representação de um gerador real é a associação de uma fonte de fem
ε em série com a sua resistência interna r, como pode ser visto na Figura 5b.
A tensão nos polos de um gerador, U, é sempre menor ou igual à força
eletromotriz, ε. A tensão nos polos pode ser determinada em função da corrente
I, a tensão nos polos é igual a fem menos a queda de tensão na resistência
interna, ou seja:

U = ε – rI
10 Circuitos resistivos

Quando um gerador não está conectado, dizemos que está em aberto, isto
é, não há passagem de corrente elétrica, portanto:

I=0eU=ε

Quando conectamos os dois polos de um gerador, dizemos que está em


curto-circuito, logo a diferença de potencial entre seus polos é zero. Sendo
assim:

ε
U = 0 e I = ICC =
r

Onde Icc é denominada corrente de curto-circuito.


Com estas duas condições, gerador em aberto e em curto-circuito, podemos
traçar a curva característica do gerador real, sendo o eixo vertical a tensão e
o eixo horizontal a corrente. A curva é caracterizada, dada na Figura 5c, por
uma reta descendente, onde a sua inclinação é dada pela resistência interna
do gerador.
O rendimento ɳ de um gerador pode ser determinado por meio da razão
entre a potência fornecida Pf ao sistema e a gerada pela fem Pg.
Desse modo, temos que a potência dissipada pela resistência interna Pd do
gerador, em W, é dada por:

Pd = r · I2

A potência fornecida ao circuito, em W, é:


Pf = U · I
A potência gerada pela fem, em W, é:
Pg = ε · I
O rendimento elétrico, em %, é dado por:

Pf U
η = P × 100% = × 100%
g ε

Um receptor é um componente que transforma energia elétrica em outra


forma de energia. Por exemplo, temos: um motor elétrico de corrente contínua
transforma energia elétrica em energia mecânica; uma bateria sendo recarre-
Circuitos resistivos 11

gada transforma energia elétrica em energia química; entre outros. O receptor


é um componente que consome energia elétrica.
A corrente nos receptores é sempre percorrida no sentido do potencial
maior (polo positivo) para o potencial menor (polo negativo). A diferença de
potencial interna no receptor é chamada de força contra-eletromotriz (fcem),
representada também por ε.
A representação de um receptor é a associação de uma fonte de fem ε em
série com uma resistência interna r, semelhante ao gerador, como pode ser
visto na Figura 6a.

Figura 6. Representação de um receptor: a) circuito equivalente de um receptor; b) curva


característica de um receptor.

A tensão nos polos de um receptor, U, é sempre maior ou igual à força


contra-eletromotriz, ε. A tensão nos polos pode ser determinada em função
da corrente I, a tensão nos polos é igual a fcem mais a queda de tensão na
resistência interna, ou seja:

U = ε + rI

A curva característica de um receptor pode ser encontrada plotando-se a


tensão no eixo vertical e a corrente no eixo horizontal. A curva é caracterizada
por uma reta ascendente e pode ser vista na Figura 6b.
12 Circuitos resistivos

O rendimento ɳ de um receptor pode ser determinado por meio da razão


entre a potência útil na fecm Pu, e a potência consumida Pc.
Desse modo, temos que a potência dissipada pela resistência interna Pd do
receptor, em W, é dada por:

Pd = r · I2

A potência consumida, em W, é:

Pc = U · I

A potência útil na fcem, em W, é:

Pu = ε · I

O rendimento elétrico, em %, é dado por:

Pu ε
η= × 100% = × 100%
Pc U

Para identificar se um elemento do circuito está atuando como gerador


ou receptor, temos que analisar o circuito elétrico, verificando se ele está
consumindo ou cedendo energia.

Aparelhos e medidas elétricas


Os dispositivos que medem corrente, diferença de potencial e resistência são
chamados de amperímetros, voltímetros e ohmímetros, respectivamente.
Muitas vezes, os três medidores estão incluídos em um único instrumento
denominado multímetro, que pode ser selecionado para ser utilizado em
alguma dessas funções.
Circuitos resistivos 13

Figura 7. Multímetro digital.


Fonte: Volodymyr Krasyuk/Shutterstock.com.

O amperímetro tem seu funcionamento baseado na indução magnética


que a passagem de corrente gera sobre determinado elemento, denominado
galvanômetro.
Nos amperímetros analógicos, o elemento sensor, galvanômetro, pode ser
composto por uma bobina sob a influência de um imã permanente. Com a
bonina livre para girar sobre um eixo, medindo-se a deflexão angular que ela
sofre, é possível determinar a corrente que atravessa o circuito.
Nos amperímetros digitais, o galvanômetro é um circuito eletrônico que
funciona comparando o valor de corrente medido com um valor gerado pelo
próprio aparelho.
A Figura 8 mostra a configuração básica de um amperímetro. Os galva-
nômetros possuem um valor máximo limite de corrente elétrica para que não
sejam danificados ou inutilizados. Dessa maneira, a resistência RA tem como
função limitar a corrente que vai para o galvanômetro. Com esse pensamento,
quando se objetiva medir valores de correntes cada vez mais elevados, o valor
de RA deve ser cada vez menor.
Para medir a corrente em um resistor de um circuito simples, você deve
colocar o amperímetro em série com o resistor, para que a corrente seja a
mesma no amperímetro e no resistor.
14 Circuitos resistivos

Figura 8. Configuração de amperímetro: a) configuração básica de um amperímetro; b) para


medir a corrente em um resistor R, um amperímetro A é colocado em série com o resistor.

A configuração básica de um voltímetro é mostrada na Figura 9a. Com o


galvanômetro, é possível determinar a corrente que passa no ramo. Sabendo-
-se a resistência equivalente do voltímetro, é possível calcular a diferença de
potencial medida. Quando se objetiva medir valores de tensão cada vez mais
elevados, o valor de RV deve ser cada vez maior.
A diferença de potencial em um resistor é medida colocando-se um voltí-
metro no resistor, em paralelo com ele, como mostrado na Figura 9b, para que
a queda de potencial seja a mesma no voltímetro e no resistor. O voltímetro
deve ter uma resistência extremamente elevada para que seu efeito na corrente
do circuito seja desprezível.

Figura 9. Configuração básica de um voltímetro. Para medir a queda de potencial em um


resistor, um voltímetro V é colocado em paralelo com o resistor.
Circuitos resistivos 15

O princípio de funcionamento de um ohmímetro é mostrado na Figura


10a. Uma fonte de tensão interna gera uma corrente elétrica medida por meio
do galvanômetro. Conhecendo os valores de εi e r, podemos determinar a
resistência elétrica do elemento resistivo a partir da Lei de Ohm. Quanto
maior o valor da resistência medida, maior deverá ser a tensão εi para produzir
alterações sentidas pelo galvanômetro.
Para efetuar uma medida com ohmímetro, deve-se desconectar o elemento
que se deseja mediar do restante do circuito. O aparelho deve ser ligado em
paralelo com o componente que se deseja medir, conforme a Figura 10b.

Figura 10. a) princípio de funcionamento do ohmímetro; b) para medir a resistência de


um resistor, deve-se desconectá-lo do circuito em questão.

O wattímetro é o instrumento utilizado para medir potência elétrica em


Watts. Seu funcionamento é a combinação de um voltímetro e um amperímetro.
A corrente medida é multiplicada pela tensão também medida, e o resultado
é a potência do circuito.
16 Circuitos resistivos

Um amperímetro ideal possui uma resistência interna nula. Porém, em um amperímetro


real, sua resistência é finita. Observe o circuito da Figura 11, onde a resistência interna
do amperímetro é de 1 Ω, a tensão ε vale 10 V e o resistor R vale 10 Ω, e determine:

Figura 11. Circuito com fonte, resistor e amperímetro.

1. Qual a corrente que circularia no sistema se o amperímetro fosse ideal?


2. Qual o valor de corrente que o amperímetro vai medir?
3. Se o amperímetro fosse ligado em paralelo com o resistor, qual seria o valor de
corrente medido?
Resposta
a) Se o amperímetro for ideal, os elementos que sobram no circuito são apenas
a fonte e o resistor; dessa forma, a corrente no circuito pode ser dada por:

ε 10
I = = = 1A
R 10

b) Com o amperímetro no circuito, a corrente é calculada a


partir da associação em série das resistências, sendo:

ε 10
I= = = 0,909 A
r + R 1 + 10

c) Se o amperímetro for ligado em paralelo com o resistor, a corrente medida é


igual à corrente que passa pela resistência interna do amperímetro, dada por:
ε 10
I = = = 10 A
r 1
Circuitos resistivos 17

BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: eletricidade e magne-
tismo. Porto Alegre: AMGH, 2012.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: eletromagnetismo. 9. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 3.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física III: eletromagnetismo. 12. ed. São Paulo: Pearson,
2012.

Leituras recomendadas
BARIATTO, M. Laboratório de circuitos elétricos: experiência nº. 2: associação de resistores.
São Paulo: FATEC-SP, [2010?]. Disponível em: <http://www.lsi.usp.br/~bariatto/fatec/
labcir/Exp-2_Assoc_Resistores.pdf >. Acesso em: 14 dez. 2017.
FERRARO, N. G.; SOARES, P. A. T.; FOGO, R. Física básica. 3. ed. São Paulo: Atual, 2009.
VÁLIO, A. B. M. et al. Ser protagonista: física 3. 3. ed. São Paulo: Edições SM, 2016.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
Dica do professor
Muitos dos processos elétricos com que as pessoas se deparam diariamente podem ser entendidos
por relações entre geradores e receptores. O princípio da conversão de energia pode ocorrer de
diferentes formas. Umas delas são a transformação de energia mecânica em energia elétrica,
função comumente atribuída aos geradores elétricos, e a conversão de energia elétrica em energia
mecânica, realizada por elementos como os motores.

Nesta Dica do Professor, você vai saber mais sobre esses componentes e como se relacionam.
Verá, ainda, um exemplo de um circuito equivalente de um carrinho de controle remoto.

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Exercícios

1) Vários equipamentos elétricos podem ser representados como uma resistência. Com isso, é
possível analisar os circuitos com esses equipamentos da mesma forma que se analisam os
circuitos resistivos.

Um estudante desenvolveu três circuitos com quatro lâmpadas idênticas, todos alimentados por
uma mesma tensão. Ele precisa classificá-los na ordem de maior brilho para menor brilho.

Você, disposto a auxiliá-lo, escreveu a classificação na ordem correta como:

A) Circuito 1, circuito 2 e circuito 3.

B) Circuito 2, circuito 1 e circuito 3.

C) Circuito 3, circuito 2 e circuito 1.

D) Circuito 1, circuito 3 e circuito 2.

E) Circuito 2, circuito 3 e circuito 1.


2) O circuito equivalente de uma bateria de 9V é um gerador real, ou seja, uma fonte
eletromotriz associada em série com uma resistência interna. É conhecida a resistência
interna de uma bateria, sendo 2Ω. Para descobrir a força eletromotriz, foi colocado um
resistor de 100Ω e medida a corrente elétrica no resistor.

A corrente medida foi de 90mA. A força eletromotriz da bateria vale:

A) 8,82V.

B) 9,00V.

C) 9,09V.

D) 9,18V.

E) 9,90V.

3) Os resistivos mistos são aqueles que têm, ao mesmo tempo, resistores associados em série e em
paralelo. Portanto, devem apresentar, pelo menos, três resistores. O sistema elétrico de um
caminhão pode ser simplificado por um circuito resistivo.

Analise o sistema de iluminação de um caminhão.

Observe o circuito a seguir:


O gerador real representa a bateria do caminhão, em que a força eletromotriz é igual a 24V e a
resistência interna é igual a 1,00Ω. O resistor R1 representa a resistência da fiação e vale 2,00Ω.
Os resistores R2 e R3 representam dois faróis e têm resistências iguais a 16,00Ω. Na figura, A
representa um amperímetro ideal e V, um voltímetro também ideal.

Assinale a alternativa que representa os valores lidos no amperímetro e no voltímetro,


respectivamente.

A) 2,4A e 24V.

B) 2,19A e 24V.

C) 1,09A e 24V.

D) 1,09A e 21,81V.

E) 2,19A e 21,81V.

4) Os circuitos puramente resistivos podem ser utilizados para representar o complexo circuito
de cargas de uma cidade, que pode representar um grande conjunto de motores e também
elementos pequenos como lâmpadas.

Em uma iluminação de Natal, a seguinte disposição é montada: 10 lâmpadas conectadas em


série, sendo cada conjunto ligado em paralelo com outro conjunto, formando, assim, uma
sequência de dez conjuntos. Isso dá um total de 100 lâmpadas.

Se seis lâmpadas randômicas queimarem, ou seja, funcionarem como circuito aberto, qual
será o número mínimo e o número máximo de lâmpadas que irão se apagar?

A) 6 e 10.

B) 6 e 40.

C) 6 e 60.

D) 10 e 60.

E) 10 e 100.

5) A lei de Ohm mostra a relação entre a tensão e a corrente em um material condutor. Essa lei
é também utilizada para realizar a análise de potência consumida ou dissipada em um
circuito.
Analise as afirmações referentes a um circuito contendo três resistores de resistências
diferentes, associados em série e submetidos a uma certa diferença de potencial. Julgue-as
como verdadeiras (V) ou falsas (F):

I. A resistência do resistor equivalente é maior do que a menor das resistências dos


resistores do conjunto.

II. A corrente elétrica é menor no resistor de maior resistência.

III. A potência elétrica dissipada é menor no resistor de maior resistência.

A sequência correta é:

A) F, V, F.

B) V, F, F.

C) V, V, V.

D) V, V, F.

E) F, F, V.
Na prática
Nos circuitos elétricos, os resistores são componentes que tendem a impedir o fluxo de corrente.
Eles são normalmente usados para controlar a quantidade de corrente ou a tensão em determinas
partes do circuito.

Quando os resistores são conectados ao circuito, a sua associação ou arranjo tem um papel muito
importante, uma vez que isso está diretamente ligado com a resistência total do circuito e com o
fluxo de corrente.

Neste Na Prática, você vai acompanhar o trabalho de um engenheiro que é perito judicial e
investiga acidentes que envolvem a eletricidade.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Como usar um multímetro digital


Neste vídeo, você verá como utilizar o multímetro, um dos instrumentos mais importantes para
quem trabalha com elementos elétricos.

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Circuito elétrico em paralelo: três resistores


Neste vídeo, você vai aprender como construir um circuito resistivo, associando os resistores em
paralelo e usando lâmpadas como resistores para a passagem da corrente.

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Fundamentos de circuitos elétricos


Nos Capítulos 1 (Conceitos básicos) e 2 (Leis básicas), você vai ter mais informações a respeito do
resistor elétrico e sobre como sua associação influencia o circuito elétrico.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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