Gramática - Sintaxe - Parte II

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 8

GRAMÁTICA

SINTAXE
PARTE II

1
VERBOS TRANSITIVOS
Os verbos transitivos são aqueles que necessitam de complemento para constituir o predicado porque
não têm sentido completo.
Esses complementos podem ser seguidos ou não de preposição, de modo que os verbos transitivos são
classificados em verbos transitivos diretos, verbos transitivos indiretos ou verbos transitivos diretos e
indiretos.
Exemplos
 Rafael comprou pães.
 A carta pertence à Leandra.

Vamos analisar:
 Rafael comprou. Mas, afinal, o que Rafael comprou? Pães. O verbo precisou ser
completado para fazer sentido. Assim, pães funciona como o seu complemento.
A
carta pertence. A carta pertence a quem? À Leandra. Mais uma vez, o verbo precisa
de um complemento para concluir a informação transmitida pelo verbo pertencer. À Leandra é esse
complemento.

 Verbos transitivos diretos


Os verbos transitivos diretos são aqueles que não exigem preposição obrigatória.
Exemplo
 Marina ama xadrez.
 Marina ama. Marina ama quem ou o quê? Xadrez. O verbo amar precisa de um
complemento para concluir a informação transmitida. Xadrez é esse complemento. Uma vez que ele não vem
seguido de preposição, ele é chamado de transitivo direto.

 Verbos transitivos indiretos


Os verbos transitivos indiretos são aqueles que exigem preposição.
Exemplo
 Tomás gosta de lasanha.
 Tomás gosta. Tomás gosta do quê ou de quem? De lasanha. É necessário completar a
oração para que a mesma faça sentido. Sozinho, o verbo gostar não consegue transmitir completamente uma
informação. De lasanha preenche o que falta para a oração fazer sentido; é, assim, o complemento. Uma vez
que esse complemento vem seguido de preposição, ele é chamado de transitivo indireto.

 Verbos transitivos diretos e indiretos


Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles que exigem dois complementos, um dos quais
sem e outro com preposição obrigatória.
Exemplo
 Carlos
ofereceu chocolates à Milena.
 Carlos ofereceu. Carlos ofereceu o quê a quem? Temos aqui um verbo que necessita de
dois complementos, afinal temos duas questões, até então, sem respostas. Bem, Carlos ofereceu chocolates.
Chocolates é um complemento sem preposição, logo, direto. Continuando, Carlos ofereceu chocolates à
Milena. À Milena é um complemento, por sua vez, com preposição, logo, indireto.

Assim, concluímos que na oração acima o verbo oferecer é um verbo transitivo direto e indireto.

2
VERBOS INTRANSITIVOS
Ao contrário do verbo transitivo, os verbos intransitivos não necessitam de complemento, porque são
capazes de sozinhos, darem a informação completa sobre o sujeito.
Exemplos
 Cíntiamorreu.
 Daniela chegou.
 Tudo passa.
 Adormeci

Lista de verbos intransitivos

Verbos Exemplos
Adormecer Finalmente, adormeceu!
Andar Ela anda.
Brincar Brincou a tarde toda.
Cair Caiu.
Casar Casou ontem.
Chegar Cheguei!
Chorar Chorava convulsivamente.
Comparecer Talvez compareça.
Deitar Deitaram-se?
Dormir Durmo.
Errar Nós erramos.
Escorregar Escorreguei ali.
Explodir O botijão de gás explodiu.
Ir Você vai?
Levantar Levantou e saiu.
Morar Mora no exterior.
Morrer Não morreu!
Nascer Nasceu forte e saudável.
Sentar Sentaram.
Sofrer Sofreu até o fim.
Sumir Como assim sumiram?
Viver Vive sozinha.
Voltar Volta!

3
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Os termos integrantes da oração são o complemento nominal, o complemento verbal (objeto direto
e objeto indireto) e o agente da passiva.

 Complemento nominal
O complemento nominal é o termo usado para complementar o significado dos substantivos, adjetivos e
advérbios. Vem sempre com preposição.
Exemplo
 A mulher tinha necessidade de medicamentos.
 Nome(substantivo): necessidade.
 Complemento nominal: de medicamentos.

Exemplo
 Esta conduta é prejudicial à saúde.
 Nome(adjetivo): prejudicial.
 Complemento nominal: à saúde.

Exemplo
 Decidiu favoravelmente ao acusado.
 Nome(advérbio): favoravelmente.
 Complemento nominal: ao acusado.

O núcleo do complemento nominal, em geral, é representado por um substantivo ou palavra com valor
de substantivo. O pronome oblíquo também pode representar um complemento nominal deixando a
preposição implícita no pronome.
Exemplo
 Andar a pé lhe era agradável. (era agradável a ele)
 Complemento nominal: lhe.
Quando houver um período composto, a função do complemento nominal pode agir na oração com valor
de substantivo. Nos casos em que isso ocorre, a denominação é de oração substantiva completiva nominal.
Exemplo
 Tinha a necessidade de que o socorressem.
 Complemento nominal: de que o socorressem.
 Oração: tinha a necessidade.

 Complemento verbal
O complemento verbal é o termo usado para complementar os verbos. Há os seguintes complementos
verbais: objeto direto e objeto indireto.

 Objeto direto
O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo, sem preposição obrigatória.
Exemplo
 Algumas pessoas tomam vinho.
 Sujeito:algumas pessoas.
 Verbo transitivo direto: tomam.
 Objeto direto: vinho (complementa o verbo tomar, sem necessitar de preposição)

4
Quando o objeto direto vem precedido de preposição, ele é chamado de objeto direto preposicionado.
Exemplo:
 Nunca enganaram a mim.
 Verbo transitivo direto: enganaram.
 Objeto direto preposicionado: a mim.

 Objeto indireto
O objeto indireto é o complemento de um verbo transitivo, quem precisa sempre de preposição.
Exemplo
 Amélia acredita em discos voadores.
 Sujeito:Amélia.
 Verbo transitivo direto: acredita.
 Objeto indireto: em discos voadores.

Há casos em que os pronomes oblíquos assumem a função de complementos verbais.


Exemplo:
 A proposta interessava-lhe.
 Verbo transitivo indireto: interessava.
 Objeto indireto: lhe.

 Objeto direto e indireto


O objeto direto e indireto é aquele que aponta a existências dos dois objetos na oração, completando
assim o sentido dela.
Exemplos
 João informou o incidente ao cliente.
 Verbo transitivo direto e indireto: informou.
 Objeto direto: o incidente.
 Objeto indireto: ao cliente.
 Ana emprestou o livro ao colega. (“o livro” é objeto direto, “ao colega” é objeto indireto)
 Verbo transitivo direto e indireto: emprestou.
 Objeto direto: o livro.
 Objeto indireto: ao colega.

5
VOZ PASSIVA
A voz passiva é um dos três tipos de vozes verbais da língua portuguesa.
A função das vozes verbais é indicar se o sujeito pratica ou recebe/sofre a ação verbal de uma oração.
A voz passiva é a voz verbal que indica que o sujeito da oração sofre ou recebe determinada ação, em
vez de praticá-la.

Observe que, no quadrinho acima, tanto Norma quanto a juíza sofreram a ação da oração

 Tipos de voz passiva


A voz passiva é subdividida em dois tipos: voz passiva analítica e voz passiva sintética.
Ambas possuem um sujeito paciente, ou seja, um sujeito que sofre ou recebe uma ação. O que difere os
dois tipos de voz passiva é estrutura de frase que cada um segue.

 Voz passiva analítica


A voz passiva analítica segue a seguinte estrutura:

Exemplo
 Cristiano foi reprovado.
Ao analisarmos os elementos verbais da frase, vemos que:
 foi: verbo ser (flexionado na 3ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito, do Modo
Indicativo);
 reprovado: particípio passado (do verbo reprovar).
Veja mais algumas frases na voz passiva analítica:
O carro foi comprado por mim.
 O software foi desenvolvido pelo diretor.
 O restaurante será remodelado.
 Roberto foi repreendido pela professora.

Além de ter uma estrutura própria, outra particularidade da voz passiva analítica é que ela pode
apresentar (opcionalmente) o agente da passiva. Essa característica não é contemplada pela voz passiva
sintética.
6
O agente da passiva é o responsável pela execução da ação de um verbo na voz passiva.
Exemplo
A foto foi tirada pelo menino.
 Na frase acima, "pelo menino" é o agente da passiva.

 Voz passiva sintética


A voz passiva sintética, também chamada de voz pronominal, indica uma ideia mais impessoal.
Por isso, a sua estrutura é a seguinte:

Exemplo
 Vê-se uma grande falta de responsabilidade por parte do governo.
Ao analisarmos a ação da frase, podemos observar que:
 -se: partícula com função apassivadora (indica voz passiva; o sujeito sofre/recebe uma
ação).
 vê: verbo na terceira pessoa (verbo ver; Presente do Indicativo).
Veja mais algumas frases na voz passiva sintética:
 Vendem-se móveis usados.
 Compra-se ferro-velho.
 Não se vê uma pessoa na rua.
 Abriram-se vagas para professor de Ensino Médio.
 Aumentou-se o preço das fantasias perto do Carnaval.

IMPORTANTE: Não confunda os uso de "se":


 "Se"enquanto partícula apassivadora: tem a função de apassivar o verbo; de torná-lo
passivo de forma a indicar que o sujeito sofre/recebe uma ação (voz passiva).
 "Se" enquanto índice de indeterminação do sujeito: tem a função de indicar que a frase
possui um sujeito indeterminado.
Além da voz passiva, existem mais duas vozes verbais na língua portuguesa: a voz ativa a voz
reflexiva.

 Diferença entre voz ativa, voz passiva e voz reflexiva


A diferenciação entre voz reflexiva, voz ativa e voz passiva ocorre por conta da função do sujeito da
oração.

 Voz ativa
A voz ativa é aquela onde ocorre uma ação verbal praticada pelo sujeito.
Exemplo
A menina fez o desenho.
 Na frase acima, “a menina” é o sujeito que pratica a ação de fazer o desenho.
 O sujeito da voz ativa é designado de sujeito agente.

7
 Voz passiva
Nas orações indicativas de voz passiva, o sujeito sofre ou recebe a ação.
Exemplo
O desenho foi feito pela menina.
 Na frase acima, "o desenho" é o sujeito que sofre/recebe a ação de ser feito.
 O sujeito da voz passiva é designado de sujeito paciente.

 Voz reflexiva
A voz reflexiva possui um sujeito que pratica e, ao mesmo tempo, sofre/recebe a ação verbal.
Exemplo
Acriança se feriu com a tesoura.
 Na frase acima, “a criança” é o sujeito que pratica a ação verbal de se ferir e também
que recebe essa mesma ação.
 O sujeito da voz reflexiva é um sujeito agente e paciente ao mesmo tempo.

 Sujeito paciente X sujeito agente


Sujeito paciente é a designação dada ao sujeito que integra orações de voz passiva e de voz reflexiva.
Ele tem a função de receber ou sofrer uma ação.
Já o sujeito agente, é o que ocorre em frases de voz ativa e de voz reflexiva. Diferentemente do sujeito
paciente, ele pratica a ação da frase.
Exemplos
 a) Gabriela fez o bolo de chocolate. - SUJEITO AGENTE
 b) O bolo de chocolate foi feito pela Gabriela. - SUJEITO PACIENTE
 c) Gabriela se machucou com a faca. - SUJEITO AGENTE E PACIENTE
 Observe que na frase a), temos um exemplo de voz ativa onde Gabriela é o sujeito
agente; ela pratica a ação de fazer o bolo.
 Já na letra b), temos um exemplo de voz passiva, onde o bolo de chocolate é o sujeito
paciente; ele sofre/recebe a ação de ser feito.
 No exemplo da letra c), a oração é indicativa de voz reflexiva, pois o sujeito pratica e
recebe/sofre a ação de se machucar com a faca.
Exemplo
 As flores foram colhidas pelo jardineiro.
 Sujeito:as flores.
 Locução verbal: foram colhidas.
 Agente da passiva: pelo jardineiro.

Você também pode gostar