Resettlement Framework PTUM P171449 Revfinal Jan 2021 1
Resettlement Framework PTUM P171449 Revfinal Jan 2021 1
Resettlement Framework PTUM P171449 Revfinal Jan 2021 1
CONSELHO MUNICIPAL
(P171449)
Janeiro de 2021
INDICE
FIGURAS .............................................................................................................................................. iv
TABELAS .............................................................................................................................................. iv
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................................................ v
SUMÁRIO EXECUTIVO ......................................................................................................................... vi
TERMOS E DEFINIÇÕES ...................................................................................................................... 18
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 21
1.1. Enquadramento..................................................................................................................................................... 21
1.2. Princípios e objectivos para preparação e implementação de um quadro de politica de reassentamento ......... 22
1.3. Estrutura do QPR ................................................................................................................................................... 23
2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO ............................................................................................................. 23
2.1. Objectivos do Projecto .......................................................................................................................................... 23
2.2 Componentes do Projeto e Investimentos Propostos ........................................................................................... 24
3. POTENCIAIS IMPACTOS NA AQUISIÇÃO E RESTRIÇÃO NO USO DA TERRA, NOS ACTIVOS,
PESSOAS E MEIOS DE SUBSISTÊNCIA ................................................................................................. 32
3.1. Critérios para determinação dos impactos ........................................................................................................... 32
3.2. Análise dos impactos ............................................................................................................................................. 33
3.3. Sumário dos impactos ........................................................................................................................................... 38
4. QUADRO LEGAL PARA AQUISIÇÃO DA TERRA E REASSENTAMENTO INVOLUNTARIO EM
MOÇAMBIQUE ................................................................................................................................... 39
4.1. Legislação Nacional ............................................................................................................................................... 39
4.2. Normas Ambientais e Sociais do Banco Mundial .................................................................................................. 45
5. O PROCESSO DE ELABORAÇÃO E APROVAÇÃO DOS PLANOS DE REASSENTAMENTO .................. 53
5.1. Elaboração do PAR ................................................................................................................................................ 53
5.2. Divulgação e aprovação ........................................................................................................................................ 57
5.3. Revisão de Due Diligence das atividades .............................................................................................................. 57
6. POLITICA DE ATENDIMENTO E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE ...................................................... 58
6.1. Princípios Orientadores de Compensação e Mecanismos de Aquisição de Terra................................................ 58
6.2. Critérios de Elegibilidade ....................................................................................................................................... 58
6.3. Matriz de Direitos do PAR ..................................................................................................................................... 60
6.4. Contribuição Voluntária de Terra .......................................................................................................................... 67
6.5. Métodos para determinar as datas limite ............................................................................................................. 68
7. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E COMPENSAÇÃO ................................................................................ 70
7.1. Generalidades ....................................................................................................................................................... 70
7.2. Cálculo da Compensação....................................................................................................................................... 71
7.3. Determinação das taxas de compensações por culturas ...................................................................................... 72
8. PROCEDIMENTOS E ARRANJOS DE IMPLEMENTAÇÃO DO QPR E PAR .......................................... 77
8.1. Estrutura de Gestão do Projecto e responsabilidades .......................................................................................... 77
8.2. Responsabilidade na Elaboração e Implementação do PAR ................................................................................. 78
8.3. Ligação da Implementação do Reassentamento às Obras Civis............................................................................ 80
8.4. Implementação do Reassentamento e Compensação e Planos de Monitoria ...................................................... 81
9. FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL E CAPACITAÇÃO .................................................................... 83
10. MECANISMO DE DIÁLOGO E RECLAMAÇÕES (MDR) ................................................................... 85
11. CONSULTAS PÚBLICAS E DIVULGAÇÃO ........................................................................................ 95
FIGURAS
TABELAS
O Conselho Municipal de Maputo (CMM) está a preparar o Projecto de Transformação Urbana de Maputo
(PTUM) em apoio à implementação das principais prioridades do Plano de Desenvolvimento Municipal (PDM-
2019-2023). O PDM tem como objectivo geral combater a pobreza e promover um crescimento urbano
inclusivo. Por seu turno, o PTUM com financiamento do Banco Mundial (BM) pretende melhorar a
infraestrutura urbana e fortalecer a capacidade institucional para um desenvolvimento urbano sustentável
da Cidade de Maputo, a ser implementado por um período de 5 anos (Novembro de 2020 a Novembro 2025).
No âmbito da preparação do projecto, o CMM preparou o Quadro da Politica de Reassentamento (QPR) que
visa estabelecer os procedimentos para elaboração dos Planos de Reassentamento e compensação
específicos dos subprojectos, caso haja necessidade de aquisição de terras ocupadas, restrição de acessos a
benfeitoras económicas e consequentemente reassentamento físico ou económico.
O QPR descreve os objectivos e princípios de reassentamento, compensação e restauração de meios de vida
devido aos impactos que podem advir, os arranjos organizacionais e os mecanismos de financiamento para
quaisquer acções de deslocamento físico e económico que possam se verificar.
Componentes do Projecto
As áreas de abrangência do projecto estão divididas de acordo com as respectivas componentes, sendo 3
áreas de intervenção directa, com potencial para desencadear aquisição de terras, restrição ao uso de terras
e reassentamento involuntário, apresentados a seguir:
1
Para cada intervenção, serão desenhados sub-projectos específicos
De uma forma geral a implementação dos subprojectos nas componentes 1,2 e 3 do projecto tem o potencial
de resultar na aquisição de terra, restrição ao uso de terras e reassentamento involuntário. Os principais
riscos e potenciais impactos ligados a aquisição de terras e reassentamento involuntário em todos os
subprojectos são os seguintes:
O CMM irá empreender acções com vista a assegurar que todos os envolvidos no PTUM, especificamente a
equipa Tecnica do projectos e pessoas e entidades contratadas como (consultores e fiscais envolvidos no
desenho dos subprojectos, empreiteiros envolvidos na implantação das obras e firmas envolvidas na
elaboração dos Planos de Acção de Reassentamento) com vista a minimizar deslocamentos físicos
economicos . As medidas previstas incluem:
A utilização das medidas constantes no QPR, Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS), Plano de
Acção de Reassentamento (PAR) e requisitos contratuais para evitar e minimizar as deslocações
físicas e económicas das PAPs a nível dos sub-projectos.
Envolvimento das PAPs, equipa técnica do projecto e consultores projectistas no desenho dos
subprojectos com vista a identificar locais e alternativas com o mínimo de impacto sobre as PAPs.
A selecção cuidadosa dos locais para os acessos, estaleiros, parques e armazéns, o armazenamento
temporário de material e equipamento, e câmaras de empréstimo para minimizar os impactos
negativos.
No caso da criação do Zonas de proteção Parcial (ZPP) considerar a retirada e compensação da área
de servidão estabelecida nos planos de urbanização dos Distritos Municipais e Planos Parciais dos
Bairros abrangidos, com medidas reduzidas ao invés da retirada de toda servidão ou zona de
protecção parcial para a implantação do projecto conforme previsto na lei e regulamento de terras
e não aplicável as zonas urbanas.
Quadro Legal
O QPR baseia-se no quadro legal nacional e nas Normas Ambientais e Sociais do Banco Mundial,
financiador do projecto. A legislação nacional relevante inclui: (i) Constituição da República de
Moçambique; (ii) Lei de Terras e Regulamento da Lei de Terras; (iii) Regulamento do Processo de
Avaliação do Impacto Ambiental; (iv) Disposições sobre o Processo de Consulta Publica Diploma
Ministerial 130/2006; (vi) Directiva Geral para o Processo de Participação Pública e Decreto 54/2015 que
regula o processo de avaliação de impacto ambiental; (vii) Decreto 31/2012, o qual define o
“Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante das Actividades Económicas”; (viii)
Resolução Ministerial 155/2014 sobre o Regulamento Interno da Comissão Técnica de Reassentamento;
(ix) Resolução Ministerial 156/2004 sobre Diretrizes Técnicas para a Preparação e Implementação dos
Planos de Acção do Reassentamento; (x) Lei do Ordenamento Territorial N°19/2007 de 18 de Julho; (xi)
Relativamente às Normas Ambientais e Sociais do Banco, a Norma Ambiental e Social 5 (NAS5) é relevante
para o presente QPR. Esta Norma Ambiental e Social é relativa a Aquisição de Terras, restrição ao uso de
terras e Reassentamento Involuntários. A Norma reconhece que aquisição de terra relacionada com
intervenções do projecto pode ter impactos adversos nas comunidades e pessoas; nomeadamente
deslocamento físico (perda de terreno e habitação ou perda de abrigo), deslocamento econômico (perda
de terrenos, benfeitorias ou acesso a activos, levando à perda de fontes de receita ou outros meios de
subsistência).
Esta norma advoga a necessidade de sempre que for possível (i) evitar, quando inevitável, minimizar o
reassentamento explorando alternativas no desenho do projecto; (ii) evitar remoções forcadas; (iii)
mitigar impactos socioeconómicos adversos inevitáveis da aquisição ou restrição do uso de terra; (iv)
fornecer compensação oportuna pela perda de activos incluindo custo de reposição total; (v) apoiar as
pessoas deslocadas nos seus esforços para melhorar, ou pelo menos restaurar, seus meios de
subsistência e padrões de vida, em termos reais, aos níveis anteriores ao deslocamento ou aos níveis
prevalecentes antes do início da implementação do projeto, o que for mais alto; (vi) Melhorar as
condições de vida das pessoas pobres ou vulneráveis que serão fisicamente deslocadas, por meio da
provisão de moradia adequada, acesso a serviços e instalações e segurança de posse; (vii) Conceber e
executar actividades de reassentamento como programas de desenvolvimento sustentável, fornecendo
recursos de investimento suficientes para permitir que as pessoas deslocadas se beneficiem diretamente
do projeto, conforme a natureza do projeto justifique; e (viii) divulgar adequadamente informações sobre
o projecto, e realizar consulta significativa, relevante e a participação informada das pessoas afectadas
De forma comparativa os objectivos da NAS 5 de evitar ou pelo menos mitigar por meio de alternativas
de concepção do projeto, a magnitude dos impactos de deslocamento doprojeto estão cobertas pela
legislação ambiental e social. Algumas lacunas entre as normas ambientais e sociais do BM a legislação
nacional são notórias, por exemplo relativamente ao reassentamento foi considerado que a legislação
nacional previu um instrumento para promover o desenvolvimento social, ao invés de abordar e prever
medidas para evitar os riscos causados pelo deslocamento físico e económico , divergências e lacunas
entre as duas normas são amplamente descritas na secção correspondente ao quadro legal.
PRINCÍPIOS DO QPR
O QPR estabelece também uma matriz de métodos de valoração dos activos potencialmente afectados assim
como os direitos/benefícios a ser aplicados em relação às diferentes categorias de pessoas afectadas pelo
projecto em função do tipo de perdas que poderão sofrer, bem como critérios de valoração dos diferentes
activos/meios de vida que potencialmente poderão ser perdidos, e ainda um mecanismo de apresentação e
atendimento de reclamações, dúvidas e outras manifestações que atenda as Pesoas interessadas e afectadas
pelo projecto de uma forma rápida, acessível, transparente e efectiva.
Segundo a NAS 5 e legislação nacional aplicável, no processo de reassentamento todos os afectados têm
direito a reposição total dos bens perdidos e restauração dos meios de vida. As Pessoas Afectadas pelo
Projecto (PAPs) têm direito a diversas formas de compensação pelas suas perdas para melhorar ou, pelo
menos, restaurar os padrões de vida que tinham antes do reassentamento se tornar uma realidade. Desta
forma os processos de compensação terão em conta o seguinte: A compensação deve ser realizada na sua
totalidade antes do início das obras, os cálculos de compensação deverão ser realizados com base na
legislação nacional e complementadas com o NAS 5 onde a legislação moçambicana é omissa, com recurso
à base de dados do PAR (Plano de Accão do Reassentamento), os valores de compensação serão acordados
por escrito, quando estes foram concluídos, o pagamento deve começar o mais cedo possível (dentro das
primeiras semanas de implementação do PAR).
Para implementação dos Planos de Reassentamento (PARs) serão igualmente seguidos os princípios abaixo:
Realização de consultas com as pessoas interessadas e afectadas pelo projecto.
Arranjos institucionais adequados com todas as entidades envolvidas no projecto para assegurar a
implementação efectiva das medidas de reassentamento.
Divulgação do mecanismo existente para que as PAPs possam emitir queixas ou sugestões sobre o
processo de reassentamento, compensação e reclamação sobre o acesso a terra e restauração dos
meios de vida.
Envolver sempre as PAPs na planificação e implementação do processo de reassentamento consulta-
los para que as suas preferências em relação aos acordos de compensação sejam consideradas.
Apresentar e divulgar o plano de reassentamento de forma acessível para o público, especialmente
para as pessoas afectadas.
Apresentar os mecanismos de implementação de restauração ou criação de condições iguais ou a
cima do padrão anterior da vida dos afectados, sustentáveis em tempo oportuno.
Identificar pessoas ou famílias que possam ser especialmente vulneráveis aos impactos da perda de
renda e prestar-lhes assistência especial, quando necessário, a fim de os ajudar a participar no
processo e a beneficiarem dos programas de restauração dos meios.
Estabelecer programas e iniciativas através das quais as famílias deslocadas podem beneficiar
directamente do Projecto; e
Compensar as PAPs em dinheiro ou em espécie pelo valor total de substituição de bens perdidos de
acordo com a legislação moçambicana e com as normas ambientais e sociais do BM.
As PAPs elegíveis para as diferentes formas de compensação previstas no projecto serão classificadas como:
Agregados Familiares que são titulares de direitos formais sobre terras ou activos;
Agregados Familiares que não possuem direitos formais sobre a terra;
Pessoas utilizadoras de acessos que serão restringidos na sua utilização,
Agregados familiares física e economicamente deslocados pelo Projecto devido a perda de
habitação, infraestruturas comerciais e bens produtivos (meios de subsistência e rendimentos)
As pessoas que invadirem a área indicada para implantação dos subprojectos, para instalar benfeitorias, após
a data limite não terão direito a compensação ou qualquer outra forma de assistência ao reassentamento.
Todas as pessoas afectadas, independentemente de sua condição ou se possuem títulos formais, direitos
legais ou não, são elegíveis para algum tipo de assistência se ocuparam a terra antes da data limite. A data
limite refere-se ao momento em que o censo de pessoas e bens na área do projecto é iniciado. As pessoas
que invadirem a área após o estudo socioeconómico (censo e avaliação) não serão elegíveis para
compensação ou qualquer forma de assistência ao reassentamento.
2
zonas de proteção Parcial (ZPP) impostas pelo projeto podem restringir o acesso a terras e recursos naturais
consequentemente meios de subsistência.
Consultas Públicas
As consultas e participação do público serão parte de um processo contínuo que iniciou no processo de
preparação do projecto e irá seguir na fase de implementação e encerramento do processo de
reassentamento. Esta tendência irá garantir que todos os indivíduos e famílias afectados estejam bem
informados e adequadamente envolvidos em todo o processo. No âmbito da preparação deste QPR foram
realizadas consultas publicas cujos detalhes dos resultados destas consultas estão na secção 10.3.
A participação e consulta das comunidades são privilegiadas pelas políticas nacionais e e normas ambientais
e sociais do BM sobre o reassentamento involuntário, referindo que as pessoas deslocadas deverão ser
consultadas de forma abrangente e deverão ter oportunidades para participar do planeamento e
implementação de programas de reassentamento”. O processo de consulta para a preparação do PAR deve
envolver todos os potenciais afectados, as consultas individuais e de grupo feitas pelos técnicos sociais
deverão ter continuidade durante e depois do reassentamento físico e económico, para verificar a evolução
ocorrida no que se refere às novas actividades de subsistência assumidas pelas pessoas e na reposição das
suas vidas nos níveis em que se encontravam antes do reassentamento. O projecto prevê a recepção das
reclamações das pessoas afectadas e das comunidades anfitriãs relativamente às politicas de
reassentamento propostas, estas reclamações podem ser apresentadas em primeiro lugar aos pontos focais
do mecanismo de queixas a nível dos distritos Municipais em que o projecto está abrangido, e escalonadas
para os Pontos focais a nível central (coordenados pelo Gabinete do Provedor), à Comissão de
Reassentamento estabelecida poderá monitorar o processo de resposta as reclamações em relação ao
processo de reassentamento.
Introduction
The Municipal Council of Maputo (CMM) is preparing the Maputo Urban Transformation Project (PTUM) in
support of the implementation of the main priorities of the Municipal Development Plan (PDM-2019-
2023). The overall objective of the PDM is to fight poverty and promote inclusive urban growth. On its side,
the PTUM funded by the World Bank (WB) intends to improve urban infrastructure and strengthen
institutional capacity for sustainable urban development in Maputo City, to be implemented over a period
of 5 years (November 2020 to November 2025).
As part of the project preparation, the CMM prepared the Resettlement Policy Framework (QPR), which aims
to establish the procedures for the elaboration of the Resettlement Plans and specific compensation for the
sub-projects, in case there is a need to acquire already occupied lands, restrict access property and
consequently physical or economic resettlement.
The QPR describes the objectives and principles of resettlement, compensation and restoration of livelihoods
due to the impacts that may arise, the organizational arrangements and the financing mechanisms for any
physical and economic displacement actions that may occur.
Project Components
The areas covered by the project are divided according to the respective components, being 3 areas of direct
intervention, with the potential to trigger land acquisition and resettlement, presented below:
3
For each intervention, a sub-project will be designed
Overall, the subproject implementation in components 1,2 and 3 of the project has the potential to result in
land acquisition, land use restriction and involuntary resettlement. The main risks and potential impacts
related to land acquisition and involuntary resettlement in all subprojects are as follows:
Minimizing Impacts
The CMM will undertake actions to ensure that everyone involved in the PTUM, specifically the technical
team of the projects and people and entities contracted as (consultants and inspectors involved in the design
of the sub-projects, contractors involved in the implementation of the works and firms involved in the
preparation of the projects) Resettlement Action Plans) in order to minimize physical economic dislocations.
The envisaged measures include:
Use of the measures contained in the QPR, Environmental and Social Management Framework
(QGAS), Resettlement Action Plan (PAR) and contractual requirements to avoid and minimize the
physical and economic displacement of the PAPs at the level of the sub-projects.
Involvement of the PAPs, the project's technical team and project consultants in the design of the
sub-projects in order to identify locations and alternatives with the least impact on the PAPs.
Careful selection of sites for accesses, shipyards, parks and warehouses, temporary storage of
material and equipment, and loan chambers to minimize negative impacts.
In the case of the creation of the Partial Protection Zones (ZPP) consider the removal and
compensation of the easement area established in the urbanization plans of the Municipal Districts
and Partial Plans of the Neighborhoods covered, with reduced measures instead of the removal of
all easement or zone of partial protection for the implementation of the project as provided for in
the land law and regulation and not applicable to urban areas.
Legal Framework
The QPR is based on the national legal framework and the Environmental and Social Standards of the
World Bank, which finances the project. The relevant national legislation includes: (i) Constitution of the
Republic of Mozambique; (ii) Land Law and Land Law Regulation; (iii) Regulation of the Environmental
Impact Assessment Process; (iv) Provisions on the Public Consultation Process Ministerial Diploma
130/2006; (vi) General Directive for the Public Participation Process and Decree 54/2015, which regulates
Regarding the Bank's Environmental and Social Standards, Environmental and Social Standard 5 (NAS5) is
relevant to this QPR. This Environmental and Social Standard is related to Land Acquisition, restriction on
the use of land and Involuntary Resettlement. Normal recognizes that land acquisition related to project
interventions can have adverse impacts on communities and people; namely physical displacement (loss
of land and housing or loss of shelter), economic displacement (loss of land, improvements or access to
assets, leading to loss of revenue sources or other means of subsistence).
This standard advocates the need to whenever possible (i) avoid, when inevitable, minimize resettlement
by exploring alternatives in the design of the project; (ii) avoid forced removals; (iii) mitigate unavoidable
adverse socio-economic impacts of the acquisition or restriction of land use; (iv) providing timely
compensation for loss of assets including full replacement cost; (v) supporting displaced persons in their
efforts to improve, or at least restore, their livelihoods and living standards, in real terms, to levels prior
to displacement or to the levels prevailing before project implementation began, which is taller; (vi)
Improve the living conditions of poor or vulnerable people who will be physically displaced, through the
provision of adequate housing, access to services and facilities and security of tenure; (vii) Design and
carry out resettlement activities such as sustainable development programs, providing sufficient
investment resources to allow displaced persons to benefit directly from the project, as the nature of the
project justifies; and (viii) adequately disseminate information about the project, and conduct
meaningful, relevant consultation and informed participation by affected people.
Comparatively, the NAS 5's objectives of avoiding or at least mitigating through project design
alternatives, the magnitude of the project's displacement impacts are covered by environmental and
social legislation. Some gaps between the BM's environmental and social norms and national legislation
are notorious, for example in relation to resettlement, it was considered that national legislation provided
an instrument to promote social development, instead of addressing and providing measures to avoid
the risks caused by displacement physical and economic, divergences and gaps between the two
standards are widely described in the section corresponding to the legal framework.
PRINCIPLES OF QPR
The QPR also establishes a matrix of valuation methods for the potentially affected assets as well as the rights
/ benefits to be applied in relation to the different categories of people affected by the project depending on
the type of losses they may suffer, as well as the valuation criteria of the different assets / livelihoods that
could potentially be lost, as well as a mechanism for presenting and answering complaints, doubts and other
queries that addresses the Interested and Affected People by the project in a fast, transparent and effective
way.
According to NAS 5 and applicable national legislation, in the resettlement process all those affected people
are entitled to compensation for lost assets and restoration of livelihoods. Project Affected People (PAPs) are
entitled to various forms of compensation for their losses with the aim of improving or, at least, restoring
the living standards they had before the need for resettlement became a reality. In this way, the
compensation processes will take into account that: The compensation must be made and in full before
works commencement, the compensation calculations will be carried out based on national legislation and
complemented with NAS 5 where the legislation Mozambican unclear, Using the PAR database (Resettlement
Action Plan) and the compensation values will be agreed in writing, when these have been completed,
payment should start as soon as possible (within the first weeks of implementation of the PAR) and whenever
applicable (for families that may choose to replace their affected assets) assistance should be given to rebuild
the affected infrastructure and livelihoods.
For the implementation of the Resettlement Plans (PARs), the following principles will also be followed:
Consultations with interested and affected people by the project.
Adequate institutional arrangements with all entities involved in the project to ensure the effective
implementation of resettlement measures.
Disclosure of the existing mechanism so that the PAPs can issue complaints or suggestions about the
resettlement process, compensation and complaints about access to land and restoration of
livelihoods.
Always involve the PAPs in the resettlement process and planning, consult them so that their
preferences in relation to compensation agreements are considered.
Present and publicize the resettlement plan in a way that is accessible to the public, especially those
affected.
Present the mechanisms for implementing restoration or creating equal conditions or above the
previous standard of life of those affected, sustainable in a timely manner.
Identify people or families who may be especially vulnerable to the impacts of income loss and
provide special assistance, when necessary, to help them participate in the process and benefit from
media restoration programs.
Establish programs and initiatives through which displaced families can directly benefit from the
Project; and
Compensate PAPs in cash or in kind for the total replacement value of lost goods in accordance with
Mozambican legislation and international best practices;
PAPs eligible for the different forms of compensation provided by the project will be classified as:
People who invade the area indicated for the implementation of subprojects, to install improvements, after
the deadline will not be entitled to compensation or any other form of assistance for resettlement. All
affected people, regardless of their condition or whether they have formal titles, legal rights or not, are
eligible for some assistance if they occupied the land before the cut-off date. The deadline refers to the time
when the census of people and goods in the project area is initiated. People who invade the area after the
socio-economic study (census and assessment) will not be eligible for compensation or any form of
resettlement assistance.
Assessment and Compensation Methods
The QPR proposes a methodology for evaluating the potentially affected assets as well as the rights and
benefits that must be applied in relation to the different categories of people and households affected by
the project depending on the type of losses they may suffer, as well as the criteria for evaluating the assets.
Different assets and livelihoods that could potentially be lost. The assessment and compensation
methodology is based on national legislation specifically in ministerial directive 181/2010 on the
Expropriation Process for land use planning, for calculations on loss of crops and trees, in Decree 31/2012 on
Resettlement for losses of land. private and public infrastructures, the land law to compensate for lost land,
the methodology described is combined with the World Bank (WB) Environmental and Social Standard
(NAS5) thus ensuring the implementation of the financing institution (WB) requirements in the process of
compensation.
Procedures and Arrangements in the Implementation of QPR and PAR
The implementation of the project will be the responsibility of the CMM, through the departments (VOTAU,
VSAS, VDL) and Municipal Districts (DMs) that have a direct intervention in the proposed activities, with the
project authority being the Institutional Strategic Development Office (GDEI). The coordination and follow-
up of the QPR and PAR will be under the responsibility of the PTUM environmental and social safeguards
officers and the Monitoring and evaluation officer hired for that purpose, the portfolios and DMs will be
responsible for supervising the activities. The resettlement technical committee and the local structure will
play a key role at the local level, as it will represent the people affected in supervising and monitoring the
resettlement process.
The project will also be implemented in close collaboration with key ministries that have specific mandates
relevant to the objectives of the project such as MOPHRH (urbanization and infrastructure), and MTA
(territorial planning, land and environmental management), Ministries of Tourism ( Cultural heritage), and
the water and energy sectors.
Recognizing the existence of any weaknesses in relation to the CMM's capacity to implement the QPR and
the need to develop internal capacity, the issues of strengthening human and institutional resources in this
QPR will be addressed. It will be necessary to devise practical ways of reaching all target groups for training
and assessing capacity needs. The Project Management Team, in the person of the Project Implementation
Unit Coordinator (PIU) and the Environmental and Social Safeguards Officers hired full-time for the CMM
central level and the municipal district in close collaboration with the Monitoring and Assessment at central
and district level, will have overall responsibility for training key players in the resettlement process.
Consultations and public participation will be part of an ongoing process that began in the process of
preparing the project and will continue in the implementation and closure phase of the resettlement process.
This trend will ensure that all affected individuals and families are well informed and adequately involved in
the whole process. As part of the preparation of this QPR, public consultations were carried out, details of
the results of these consultations are in section 10.3.
The participation and consultation of communities are privileged by the national policies and environmental
and social standards of the BM on involuntary resettlement, stating that displaced persons should be
consulted comprehensively and should have opportunities to participate in the planning and implementation
of resettlement programs ”. The consultation process for the preparation of the PAR must involve all the
potentials affected, the individual and group consultations made by the social technicians must continue
during and after the physical and economic resettlement, to verify the evolution that has occurred with
regard to the new activities livelihoods assumed by people and restoring their lives to the levels they were
at before resettlement. The project foresees the receipt of complaints from affected people and host
communities regarding the proposed resettlement policies, these complaints can be presented first to the
focal points of the complaints mechanism at the level of the Municipal districts where the project is covered,
and staggered for focal points at central level (coordinated by the Provedor's Office), the established
Resettlement Commission will be able to monitor the process of responding to complaints in relation to the
resettlement process.
Estimated Budget for the Implementation of the QPR for the Project
Chapter 11 provides an estimate of the total cost of preparing and implementing the QPR. The budget will
be made available to finance the management of environmental and social risks including training, preparing
PARs and monitoring the implementation of involuntary resettlement instruments, as well as impact
assessment in many areas of project activity. In addition to the general management of the issues foreseen
under the Project's QPR, the funds will be used to cover the costs of preparing, managing and supervising
the PARs. Funds for compensation in kind and construction of resettlement infrastructure will be provided
by PTUM. The estimate of the global cost of resettlement compensation must be determined during the
socio-economic study, in this QPR only budget estimates are presented for the preparation of studies,
training, monitoring and evaluation.
Aquisição de terras - Refere-se a todos os métodos de obtenção de terras para os fins do projeto, que
podem incluir expropriação de propriedade. A aquisição de terras também pode incluir: (a) aquisição de
terras desocupadas ou não utilizadas, (b) reapropriação de terras públicas que sejam usadas ou ocupadas
por indivíduos ou famílias; e (c) impactos do projeto que resultam da restrição de acesso as terras. O
termo “terra” inclui tudo o que cresce ou está permanentemente fixo à terra, como plantações, edifícios
e outras melhorias.
Assistência de Reassentamento - Significa as medidas que asseguram que as pessoas afectadas pelo
projecto que possam ser solicitadas para serem transferidas fisicamente recebam assistência, como
subsídios de mudança, habitação ou arrendamento, conforme necessário, para facilitar o reassentamento
durante a realocação e quaisquer perdas transitórias.
Censo - significa qualquer inquérito de campo realizado para identificar e determinar o número de Pessoas
Afectadas pelo Projecto (PAP’s) e os seus activos identificando o seu perfil socioeconómico e imobiliário;
de acordo com os procedimentos, satisfatórios à legislação nacional e às normas ambientais e sociais do
Banco Mundial. O censo deve ser complementado por informações adicionais recolhidas durante as
consultas com as comunidades afectadas e os líderes locais.
Reposição para terrenos agrícolas - significa que no momento de reposição de terreno de igual
potencial produtivo ou uso, localizado nas proximidades da terra afectada, deve acrescentar os custos
Data Limite - É a data da conclusão do censo das PAP’s dentro dos limites da área do projecto. Esta é a
data na qual ou para além da qual qualquer pessoa cuja terra esteja ocupada para uso do projecto, não
será elegível para compensação. A data deve ser anunciada amplamente como a data limite e tempo
suficiente deve ser dado às PAP’s para que as acções subsequentes sejam válidas. As PAP’s e seus activos
fixos devem ser registados e catalogados e devem ser implementadas medidas contínuas de comunicação
e controlo de incrustação da área do projecto.
Grupos vulneráveis refere-se a: (i) Famílias abaixo da linha de pobreza, os sem-abrigo, idosos, viúvas,
sujeitos a perspectivas do gênero, famílias de baixa renda e operadores do sector informal; (ii) Famílias
incapacitadas - aquelas sem alguém apto para trabalhar, se locomover, ou com restrições físicas auditivas,
visuais ou mentais; (iii) Famílias chefiadas por crianças, adolescentes, crianças de rua, mulheres, idosos;
(iv) Quaisquer outros grupos vulneráveis identificados durante o censo;(v) Qualquer grupo que apresente
entre outras coisas, características de baixos níveis de nutrição, baixa ou nenhuma educação, falta de
emprego ou renda; e (vi) Famílias que vivem em áreas ambientalmente sensíveis (áreas de risco de
alagamentos, desabamentos de terras etc.)
Mecanismos de Dialogos e Reclamações (MDR) - significa todos os processos e ferramentas que servem
para direcionar o conflito para um mecanismo institucionalizado de resolução pacífica. Estes facilitam a
comunicação entre as pessoas afectadas e os gestores (gestores de projectos, autoridades locais, governo,
etc.) em relação a questões que surgem e permitem que as pessoas afectadas apresentem queixas com
dignidade, sabendo que existe um sistema de apelações que leva a uma tomada de decisão imparcial.
Reassentamento - Impactos causados pela aquisição de terras e recursos relacionados resultante das
actividades do Projecto, que levam a: (i) Perda de moradia; (ii) Perda de propriedade ou acesso a ela –
temporal ou permanente, parcial ou total; (iii) Perda de benfeitorias (plantações, arvores, etc.); (iv) Perda
de rendimentos ou meios de sobrevivência; e (v) Perda de acesso a recursos naturais e seus usos.
Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS) - é um instrumento de salvaguarda ambiental e social que
estabelece procedimentos e directrizes para as medidas de mitigação, adaptação, monitoria e governação
a serem consideradas e implementadas durante o projecto, construção e operacionalização do Programa.
Para o PTUM o QGAS foi preparado como um documento distinto a ser usado em conjunto com a presente
QPR.
Quadro da Política de Reassentamento (QPR) - significa o presente instrumento de reassentamento
involuntário que fornece orientação na preparação de Planos de Acção de Reassentamento (PAR) ou PAR
Pessoas Afectadas pelo Projecto (PAP’s) - significa as pessoas que, como resultado da intervenção do
Projecto venham a sofrer perda de terras com deslocação involuntária ou não, interrupção de actividades
produtivas, perda de activos de qualquer natureza – plantio, impactos adversos económicos e/ou sociais,
independentemente de as Pessoas Afectadas pelo Projecto forem realocadas fisicamente ou não. PAP’s
podem incluir ocupantes/usuários informais de terra que não possuem direitos formais e/ou legais.
Zona de Proteção Parcial (ZPP) - Para implantação de infraestrutura pública é automaticamente criada a
zona de proteção parcial demarcada e onde não pode ser adquirido o direito de uso e aproveitamento da
terra excepto por singulares nos aglomerados urbanos nas zonas fronteiriças.
1.1. Enquadramento
Com o financiamento do Banco Mundial (BM), o Conselho Municipal de Maputo (CMM) vem
implementando desde 2007, o Programa de Desenvolvimento Municipal de Maputo (PDMM)4, com
duração de 10 anos e desenvolvido em duas fases - a primeira entre 2007 a 2010, e a segunda de 2010 a
2016. Na primeira fase, o PDMM incidiu sobre quatro principais áreas de intervenção: (i) Desenvolvimento
institucional; (ii) Reformas financeiras municipais em receitas e despesas; (iii) Infraestruturas de baixo
custo, ganhos rápidos e melhorias na entrega de serviços; e (iv) Planeamento para investimentos maiores
em infraestruturas e prestação de serviços. Na segunda fase, as actividades do PDMM incidiram nas
seguintes prioridades: (i) Consolidação das reformas institucionais e financeiras da fase I; (ii) Investimento
em melhorias de infraestruturas e prestação de serviços em larga escala, sujeitos a viabilidade financeira
(especialmente sustentabilidade); e (iii) Maior envolvimento de financiamento - IDAS (sector privado,
bilaterais, etc.) para reduzir os riscos.
Como forma de sustentar os ganhos do PDMM o Governo de Moçambique com o apoio do BM, desenhou
um novo projecto (Projecto de Transformação Urbana de Maputo – PTUM5) com vista a responder o Plano
de Desenvolvimento do Município (PDM 2019-2023). As prioridades do PDM incluem: (i) melhoria da
urbanização nos assentamentos informais6 com mais concentração de pobreza, menor acesso à
infraestrutura básica, e mais vulneráveis a eventos climáticos; (ii) melhoramento da infraestrutura urbana,
requalificação de espaços públicos, e melhoramentos da mobilidade urbana; e (iii) promoção do
crescimento urbano sustentável no Distrito Municipal KaTembe financiando infraestrutura urbana, e
apoiando a implementação eficaz de instrumentos de ordenamento territorial e gestão da terra.
O PTUM tem como principais intervenções as seguintes: melhoria de sistemas de saneamento, melhoria
de sistemas de macro e micro drenagem, construção e reabilitação de estradas secundárias e terciárias,
vias pedonais e ciclistas, reabilitação de espaços públicos históricos, áreas de lazer e iluminação pública,
construção de um novo aterro no distrito Municipal KaTembe, encerramento da lixeira de Hulene,
desenho e implementação de planos de ordenamento do território que incluem regularização fundiária e
construção de infraestruturas associadas (viárias e residenciais pra reassentamento das famílias que
vivem em áreas ambientalmente sensíveis), acções de inclusão socioeconómica das pessoas vulneráveis
que vive nos bairros mais vulneráveis dos assentamentos informais selecionados, na zona baixa da cidade
e no Distrito Municipal KaTembe, apoiar à implementação do projecto e fortalecimento institucional do
CMM e Resposta a Emergências e ao Covid 19.
Dado que as intervenções referidas acima têm o potencial de resultar na aquisição e restrição no uso de
terra em locais ainda não especificados, é preparado o presente Quadro de Política de Reassentamento
(QPR).
4 O PDMM tinha como objectivo global de aumentar a cobertura e qualidade de acção dos serviços municipais aos cidadãos
através do reforço da capacidade institucional e financeira. Invarialvemente o PTUM poderá apenas ser referido por “Projecto”
5 O Projecto conta com um financiamento estimado em 100 000.000 USD (cento e cinquenta milhões de dólares americanos)
sendo que se prevê a sua efetividade a partir de Março de 2021 (inicio da sua implementação e o seu fecho em Março de 2026.
6Com o objetivo de identificar e priorizar áreas a serem selecionadas para intervenção do projeto, foi realizado um estudo para
determinar as zonas mais vulneráveis no que tange ao assentamento informal. O estudo teve em conta as seguintes variáveis
adotadas como critérios de seleção: índice de pobreza, mudanças climáticas e necessidade de infraestruturas básicas. Foi
selecionado um total de 20 Bairros críticos, tendo em conta o ranking estabelecido.
O QPR é desenvolvido como parte da preparação do Projecto, uma vez que o mesmo envolverá
actividades que vão requerer a aquisição da terra, levando a algumas perdas/restrições de acesso de
alguns recursos de apoio à subsistência e infraestruturas habitacionais e económicas para dar lugar à
reabilitação e construção de infraestruturas relacionadas com as actividades já mencionadas neste QPR.
O objectivo do QPR consiste em assegurar que, fazendo o rastreio das alterações no uso da terra e das
melhorias das infraestruturas, e identificando os casos em que a aquisição da terra para uso público seja
inevitável, uma vez que o principio fundamental será evitar qualquer tipo de reassentamento, possam
conceber-se e efectuar-se actividades de mitigação de uma forma socialmente sustentável. Sendo
inevitável será necessária a disponibilização de recursos adequados para satisfazer as necessidades das
pessoas afectadas pelo Projecto (PAPs) sofrendo impactos físicos e económicos.
No entanto, enquanto os detalhes sobre as áreas de intervenção do projecto (que poderiam levar à
aquisição de terras e reassentamento físico involuntário) não são totalmente conhecidos, como é o caso
da fase em que se encontra o projecto, o Quadro da Política de Reassentamento (QPR) que estabelece os
princípios e directrizes de políticas para a preparação pelo Mutuário, no caso o CMM, de um ou mais
PARs específicos, é recomendado tanto para a conformidade com a NAS5 do BM como para estar de
acordo com a legislação Nacional.
O processo de triagem social dos subprojectos, fornecido através do desenvolvimento deste QPR é
consistente com os princípios e directrizes da NAS 5 do Banco Mundial para o Reassentamento
Involuntário. A Norma exige que todas as actividades financiadas pelo Banco Mundial sejam avaliadas
quanto a eventuais impactos, e que o reassentamento e compensação que se seguirem sejam levados a
cabo com base nos resultados da triagem dos riscos e impactos sociais. Os princípios fundamentais a
serem seguidos no reassentamento involuntário (NAS5):
Caso inevitavelmente as actividades do PTUM impliquem uma mudança nos padrões de uso da terra que
resultem em reassentamento involuntário ou impactos socioeconómicos negativos nos bairros
beneficiários, a Unidade de Implementação do Projecto (PIU) garantirá o desenvolvimento de
informações, discussões e acordos públicos de conteúdos do PAR para orientar a implementação das
operações de reassentamento e compensação. Nestes casos, o PAR será preparado de acordo com os
princípios e procedimentos deste QPR.
2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
O projecto será implementado em duas fases. Durante a primeira fase de implementação (anos 1-2) terá
como foco ações de baixo custo, e intervenções escaláveis para apoiar a resposta do CMM a pandemia da
COVID- 19. As actividades previstas nesta fase não irão requer terra e consequentemente reassentamento
involuntário, nesta fase ira paralelamente, decorrer a finalização dos estudos e projetos técnicos mais
complexos para os maiores investimentos em infraestrutura, assim como a produção de Planos de Acão
de Reassentamento onde for aplicável. Durante a segunda fase (anos 2 a 5), o projeto apoiará a execução
dessas infraestruturas urbanas prioritárias nos assentamentos informais selecionados, no centro da
cidade e no Distrito Municipal de Katembe.
Para componente 1 foram selecionados 20 bairros, e seleção destes foi de acordo com a sua
vulnerabilidade social e de infraestruturas10, apresentados abaixo.
7
Bairros selecionados: Aeroporto B, Xipamanine, Chamanculo D, Chamanculo B, Unidade 7, Maxaquene A, Minkadjuine, Urbanização, Munhuana, Aeroporto A,
FPLM, Inhagóia B, Mafalala, Nsalene, Chamanculo A, Luís Cabral, Inhagóia A, Mavalane B, Mavalane A e Malanga.
8 Foram excluídos os bairros que receberão grandes investimentos de outros parceiros de desenvolvimento: Chamanculo C, Maxaquene B, Maxaquene C, Maxaquene
D, Polana Caniço A e Polana Caniço B.
9 https://www.mozgis.gov.mz/portal/apps/webappviewer/index.html?id=d4283219503545b8bff2d4561b9b4434
10 Bairros selecionados: Aeroporto B, Xipamanine, Chamanculo D, Chamanculo B, Unidade 7, Maxaquene A, Minkadjuine, Urbanização, Munhuana, Aeroporto A,
FPLM, Inhagóia B, Mafalala, Nsalene, Chamanculo A, Luís Cabral, Inhagóia A, Mavalane B, Mavalane A e Malanga.
Subcomponente 1.1 Urbanismo Tático para a Resposta COVID-19 (US $ 8 milhões / Anos 1-2).
Durante a primeira fase de implementação, o projeto irá focar-se na mobilização de soluções urbanas de
pequena escala, de baixo custo e escaláveis para reduzir a transmissão do COVID 19 nas áreas de alto
risco da Cidade de Maputo. Estas medidas serão combinadas com investimentos em infraestruturas
urbanas simples que exigem mão-de-obra intensiva para ajudar a mitigar os impactos económicos da
Covid-19 na Cidade de Maputo, tais como a reabilitação de espaços abertos, estradas locais e ruelas
As intervenções terão como alvo áreas que são frequentemente usadas para diferentes actividades
informais (mercados informais, recreação infantil, campos de desportos, etc.). Contudo devido à sua
informalidade e alta densidade, estas áreas foram mapeadas como potenciais zonas de alto risco ao
COVID-19. Além disso, durante o tempo chuvoso, essas áreas inundam facilmente e retêm água,
aumentando o risco de doenças transmitidas pela água, como diarreia, cólera e malária. Muitos
desses locais também foram mapeados como áreas de alta incidência de Violência Baseada em Género
(VBG), principalmente à noite, devido à falta de iluminação pública. O projeto também apoiará a
coleta, reciclagem e compostagem de resíduos com base na comunidade para reduzir o risco de
contaminação por COVID-19 e promover a geração de renda.
Dessa forma, o projeto financiará: (i) instalação de 20 Unidades de Resposta Comunitária COVID-19, uma
em cada bairro, seguindo orientação técnica do Instituto Nacional de Saúd ; (ii) Mobilização de 100
pequenos sistemas de água para lavagem das mãos; (iii) reabilitação de 20 áreas abertas, uma em cada
bairro, espaços comunitários multifuncionais ; (iv) reabilitação de 20 Km de vias pedonais locais, incluindo
iluminação pública; e, (v) instalação de 20 unidades de reciclagem de resíduos em cada bairro . O projeto
também melhorará o distanciamento social e as condições sanitárias em serviços municipais de alto risco
mais usados pelos municipes desfavorecidos, como mercados municipais e terminais de transporte
público, onde unidades públicas de lavagem de mãos serão instaladas , sanitários públicos construídos ou
reabilitados, e mobilizada sinalização de distanciamento social bem como faixas de mobilidade activas e
criadas para oferecer alternativas às rotas de transporte congestionadas . O projeto também apoiará o
treinamento de voluntários da comunidade e funcionários municipais para respostas ao Covid-19.
Durante a segunda fase de implementação (anos 2-5), o projeto terá como foco a reabilitação e
construção de infraestrutura urbana maior e mais complexa nos assentamentos informais selecionados,
incluindo:
Drenagem - O projeto vai melhorar a infraestrutura de macro e microdrenagem nessas áreas para reduzir
a ocorrência de inundações. Com base na análise das sub-bacias e os sistemas de drenagem existentes (3
e 4), o projecto identificou a necessidade de financiar : (i) construção de 24 Km de macro canais de
drenagem , interconexão de sistemas de drenagem existentes para encaminhamento de águas pluviais a
partir do micro drenagem que irá também ser construído em cada seção do bairro; (ii) Construção
de 75, 000 m 3 de lagoas de retenção para reduzir a descargano geral, e desse modo o custo da macro
drenagem, e (iv) 90,000 m 3 de micro drenagem e infraestrutura verde (retenção, descargas) para
permitir a drenagem da água da chuva a nível local .
Estradas locais - O projeto irá melhorar a acessibilidade das áreas residenciais mais isoladas, conectando-
se melhor à rede de estradas existente dentro e ao redor dos bairros selecionados. Tal permitirá
que veículos e carrinhas (Chapas) tenham acesso a áreas densamente povoadas em todas as condições
meteorológicas. Análise feita usando dados de classificação de estrada municipal, e mapeamento
actualizado das ruas, identificou as áreas que têm a menor conectividade para os locais de emprego e
serviços. Essas áreas também apresentam as taxas de pobreza mais altas nos assentamentos informais
selecionados. Assim, o projeto financiará a pavimentação de 7,6 km de estradas locais com valas de
drenagem laterais. Essas estradas locais incluirão sinalização para melhorar a segurança de veículos não
motorizados e pedestres, e iluminação pública movida a energia solar para reduzir a violência urbana e o
crime.
Água e Saneamento. O projeto ajudará a melhorar a qualidade de vida dos habitantes de assentamentos
informais selecionados que vivem nas condições sanitárias mais precárias e com acesso limitado à
água. Para residências sem saneamento seguro, o projeto financiará a construção de 2.400 módulos
sanitários compartilhados com ligação à água corrente, atendendo a um máximo de 25 pessoas
cada . Para as famílias que não tenham qualquer tipo de abastecimento de água dentro de suas parcelas,
o projeto financiará 5.500 ligações de água corrente nos seus quintais. O projeto também apoiará a
melhoria e expansão da gestão do lodo fecal, incluindo a construção de 2 estações de transferência. O
projeto também fortalecerá as organizações comunitárias que fornecem serviços de remoção e
tratamento.
Reassentamento In Situ. Enquanto as intervenções do projeto em áreas informais tentarão sempre evitar
ou minimizar o reassentamento, quando necessário, o projeto financiará reassentamento in
situ e restabelecimento das actividades econômicas, excepto para aquisição de terras. Tal incluirá o
financiamento da construção de infraestruturas residenciais ou comerciais para as pessoas afetadas pelo
projeto, proporcionando-lhes acesso a água, saneamento e eletricidade, no mesmo bairro ou a não mais
de 5 km de sua localização original , e apoio socioeconômico após o reassentamento .
Além dos investimentos em infraestrutura física, o projeto financiará assistência técnica para apoiar o
CMM a promover a inclusão socioeconômica e a prevenção da VBG em assentamento informais
selecionados. O projecto financiará o envolvimento de ONGs para facilitar a preparação dos planos
inclusão Socioeconômico e integração da perspetiva de género e Prevenção do GBV e em cada Bairro. Dos
planos, o projeto financiará a implementação das principais prioridades para promover maior igualdade
de gênero, reduzir a violência de gênero (VBG) e apoiar a criação de empregos entre os jovens 11
O projeto irá fornecer incentivos na forma de PBC para incrementara regularização fundiária, a fim
de melhorar a segurança da posse da terra para as famílias sem títulos de uso de terra (DUAT) nos
assentamentos informais selecionados. Este PBC será desembolsado de acordo com o número de títulos
de direitos de uso da terra (DUATs) emitidos para mulheres chefes de família ou em conjunto com seus
parceiros. Este PBC cobrirá as despesas do CMM com levantamentos sobre terras, actualização do
cadastro municipal de terras, preparação de planos espaciais detalhados (PPs), conscientização pública e
informações sobre reivindicações provisórias, apoio jurídico e resolução de conflitos e outros custos para
obter DUATs. Este PBC também pode cobrir despesas compartilhadas com a melhoria da infraestrutura
urbana nos assentamentos informais selecionados sob este componente.
Componente 2 visa apoiar o CMM a revitalizar o centro da cidade através da melhoria do sistema de águas
pluviais no centro da cidade para reduzir a inundação na área baixa da cidade. As grandes inundações têm
causado não só danos materiais significativos em edifícios, veículos e infraestrutura urbana, mas também
contribuem para o encerramento de empresas e a saída de muitos habitantes do centro da cidade,
levando ao declínio económico e à perda da sua função habitacional tradicional. O
projeto também apoiará a implementação de acções de inclusão socioeconômica voltadas para a
população mais marginalizada, que vive em ruas e prédios abandonados e tem sua subsistência baseada
em actividades informais no centro da cidade. O projeto apoiará a preparação de estudos
tecnicos, engenharia de projeto, e instrumentos Ambientais e Sociais.
11O projeto irá adaptar a metodologia utilizada na “Cidade Segura, Livre de Violência Contra Mulheres e Raparigas” (Maputo Cidade ilotos de
Segura Livre de Violencia contra Mulheres e Raparigas) realizados em 2016 pela CMM com apoio da ONU Mulheres, da Universidade Eduardo
Mondlane / Centro de Coordenação de Assuntos do Genero e da Cooperação Espanhola.
O projeto financiará assistência técnica para apoiar o CMM na realização de reformas regulatórias e
mudanças institucionais necessárias para melhorar a gestão geral e a sustentabilidade financeira dos
serviços municipais de águas pluviais. A iniciativa incluiu o estabelecimento de uma tarifa
de drenagem e uma estrutura institucional dedicada responsável pela gestão municipal das águas
pluviais. O projeto também ajudará o CMM a criar mecanismos regulatórios e financeiros para incentivar
o desenvolvimento e construção de áreas de armazenamento e retenção de águas pluviais dentro do
local antes de descarregar para a rede de drenagem.
Subcomponente 2.3 Condições com base no desempenho da reforma do imposto de propriedade (US
$ 4 milhões)
O projeto fornecerá incentivos na forma de PBC para empreender reformas regulatórias e mudanças
institucionais necessárias para melhorar a capacidade de receita do imposto sobre a
propriedade (IPRA). Este PBC será desembolsado de acordo com a aprovação e operacionalização do novo
sistema de imposto sobre a propriedade, incluindo: (i) Operacionalização de um sistema electronico de
pagamento do imposto de propriedade; (ii) adoção de um sistema eletrônico de recolhimento do imposto
sobre a propriedade, que também inclua na conta do IPRA a nova tarifa de drenagem e a destinação dos
recursos arrecadados. Este PBC cobrirá as despesas do CMM com a implementação do novo sistema de
imposto sobre a propriedade, incluindo avaliações de impostos sobre a propriedade, actualização do
cadastro fiscal municipal, conscientização pública e campanhas de comunicação sobre o novo sistema de
imposto sobre a propriedade, apoio jurídico e resolução de conflitos, custos relacionados com a
modernização da propriedade cobrança de impostos e actualização do sistema de endereçamento
físico . Este PBC também pode cobrir despesas compartilhadas com a reabilitação da drenagem no centro
da cidade sob este componente.
Figura 3: Componente 2 – Mapa da Área da Operação Urbana da Baixa, com a indicação das principais
intervenções a serem financiadas
O projeto também financiará assistência técnica para apoiar o CMM na implementação de mecanismos
de ajuste de terra para apoiar a alinhar a estrutura fundiária existente com as orientações do Plano Geral
Urbano KaTembe e para alavancar o financiamento fundiário para implementar infraestrutura
urbana 12. O projeto também financiará assistência técnica para apoiar o CMM na realização de reformas
regulatórias e mudanças institucionais necessárias para melhorar a eficiência e transparência do sistema
municipal de administração de terras ., Esta actividade incluirá a disponibilização pública de informações
importantes do cadastro de imóveis municipais pela Internet, a implementação de um sistema online para
solicitar, analisar e emitir DUATs, licenças de construção e ocupação.
Subcomponente 3.2 Melhoria da infraestrutura de resíduos sólidos (US $ 2 0 milhões / anos 1-5).
O projeto apoiará o CMM na gestão de resíduos de maneira ambiental e socialmente sustentável, por
meio da construção de seu primeiro aterro sanitário e encerramento da lixeira de Hulene. Durante o
primeiro ano de implementação, o projeto financiará a preparação de estudos de viabilidade, avaliações
de impacto ambiental e social, projetos de engenharia detalhados e instrumentos de salvaguarda para o
novo aterro e para o encerramento da lixeira de Hulene, incluindo opções de participação do setor privado
12
com o apoio do Programa de Resiliência de Cidades, o projeto está prestando assistência técnica ao CMM para
analisar o potencial de captura de valor de terras no Município de KaTembe e no centro da cidade.
O projeto vai apoiar o CMM a continuar os esforços para reduzir os riscos ambientais e para desmantelar a
lixeira de Hulene. Esta acção incluirá (i) estabilização das restantes encostas instáveis ; (ii) melhoria dos
sistemas de drenagem e retenção de águas pluviais e drenagem de chorume; (iii) a construção de um
prédio para a Administração da operação; (iv) vedação periférica; (v) a instalação de iluminação e obras
auxiliares; (vii) construção de galpão de triagem e unidade de compostagem; (viii) equipamentos para
poda e coleta de chorume ; e (xix) uma unidade de beneficiamento de resíduos orgânicos e podas por
compostagem, possibilitando a produção de composto orgânico.
Sub-Componente 3.3. Condições Baseadas em Desempenho - Gestão de Resíduos Sólidos (GRS) (US $
4 mil leões )
O projeto fornecerá incentivos na forma de PBC para fortalecer aspectos-chave do sistema SWM a fim de
melhorar a sustentabilidade financeira, ambiental e social. Este PBC será desembolsado de acordo com:
(i) melhoria na recuperação geral dos custos dos serviços municipais de GRS; (ii) aumento do volume
de resíduos reciclados ou reutilizados; e (iii) número de catadores informais que terão sido formalizados,
treinados e sua subsistência restaurada. Este PBC irá cobrir as despesas do CMM com a implementação
de actividades para fortalecer os serviços globais de GRS na Cidade de Maputo, incluindo assistência
técnica para avaliar opções para melhorar a recuperação de custos da GRS assistência técnica e jurídica
para apoiar negociações e resolução de conflitos nos contratos com empresas privadas. prestadores de
serviços; assistência técnica para desenvolver e implementar opções do setor privado para a gestão e
operação do novo aterro e da lixeira encerrada , apoio para adoção de novas tecnologias de captação de
gás metano , modernização de equipamentos de monitoramento de GRS , conscientização pública e
campanhas de comunicação sobre economia circular, atualização do Plano Diretor Municipal de GRS. Este
PBC também pode cobrir despesas compartilhadas com a construção do novo aterro sanitário e a
desativação do Aterro Hulene.
De um modo global, as actividades previstas no Projecto, aquelas das componentes 1, 2 e 3 podem ter
uma necessidade de aquisição de terra, restrição ao uso de terra e reassentamento involuntário. Aquelas
relativas às componentes 4 e 5 não tem impacto directo na aquisição ou restrição de terra, nem tão pouco
sobre os activos, pessoas e meios de subsistência. Nestes termos, este QPR é directamente aplicável ao
projecto, mas circunscrito às actividades das componentes 1,2 e 3. Na página seguinte, é apresentada a
Tabela 1 contendo a descrição das componentes, actividades com potencial impacto, activos, pessoas e
meios de subsistência.
Subcomponentes Actividades previstas Potenciais impactos sobre aquisição, restrição no uso da terra, nos activos,
pessoas e meios de subsistência
Subcomponente 1.2. Construção de Macro A reabilitação de infraestruturas de drenagem nas áreas de implantação do
Melhoria Integrada e Micro Drenagens projecto, em assentamentos informais onde há aglomeração de pessoas e
de Infraestruturas nos benfeitorias que inclui parte de casas, vedações, outras infraestruturas ou
assentamentos activos domésticos e de negócios (barracas e pequenas lojas), há uma
informais moderada probabilidade destes activos serem afectados, uma vez que
algumas destas linhas são existentes, assim a duração do impacto pode ser a
curto prazo apenas no período de obras.
As intervenções podem interferir com activos de outros fornecedores de
serviços públicos e privados (postes e ligações de energia e de
telecomunicações aéreas ou subterrâneas, componentes de abastecimento
de água e saneamento, placas de publicidade, etc.), se for necessário adquirir
mais terra para ampliação das micro drenagens.
Melhoria do A construção de sanitários comuns em princípio, pode exigir terra, mas não
Saneamento do meio deve levar a qualquer compensação ou reassentamento.
(estacoes de lamas Será assumido que a família beneficiária e actual proprietário do espaço
fecais) e blocos de necessário irá disponibilizar terras para a construção de sanitários.
sanitários públicos Casos de sanitários públicos, possivelmente associados a algum equipamento
social público ou não, pode ser que venha a ser necessária uma concertação
entre os membros da comunidade para fazer a concessão do espaço para o
bem da comunidade, é nestas circunstancias, pode ser proposto que parte da
terra a ser utilizada pelo projeto seja doada voluntariamente, sem pagamento
de compensação total. Sujeito à aprovação prévia do Banco, essa estratégia
para a aquisição de terras pode ser aceitável desde que o Mutuário demonstre
que: (a) o (s) pontecial doador ou potenciais doadores tenham sido informados
e consultados de modo apropriado sobre o projeto e as opções disponíveis, (b)
os possíveis doadores estejam conscientes de que a recusa é uma opção e
tenham confirmado por escrito a sua vontade de prosseguir com a doação; (c)
a quantidade de terra a ser doada é menor e não reduzirá a área restante do
doador para menos do necessário para manter os seus meios de subsistência
nos níveis atuais; (d) não há nenhum reassentamento familiar implicado; (e) o
doador deve ser beneficiado diretamente pelo projeto; e (f) para terras
comunitárias ou coletivas, a doação pode ocorrer somente com o
consentimento dos indivíduos que utilizam ou que ocupam a terra. Não se
Subcomponente Actividades previstas Potenciais impactos sobre aquisição, restrição no uso da terra, nos
activos, pessoas e meios de subsistência
Subcomponente i. A construção de 4 As infraestruturas de drenagem nas áreas de implantação do subprojecto na
2.2 Reabilitação km de novos coletores Baixa da cidade, não irá interferir no ordenamento consistente da área.
de Drenagem no de água; ii. Contudo, estas áreas são basicamente cercadas de população utente da
Centro da Construção de baixa e por comércio informal, estabelecimentos comerciais, instituições
Cidade (Anos 2- tanques de retenção / publicas e privadas e infraestruturas publicas.
5). infraestruturas iii.
Reabilitação de 3 km O impacto sobre os meios de subsistência será para os vendedores formais
da rede combinada de e informais, estabelecimento comercias, instituições publicas e privdas,
drenagem- sobre as trabalhadoras de sexo, polidores e manobristas, que terão que ser
saneamento; iv. removidos ou restringido os acessos do local temporariamente ou
Construção de 4 permanentemente e perderão desta forma os seus meios de vida e renda.
comportas de refluxo;
e v. Construção de 4 Estas intervenções podem interferir na transitabilidade dos utentes da baixa
novas câmaras de da cidade e fornecedores de serviços públicos e privados (postes e ligações
descarga de energia e de telecomunicações aéreas ou subterrâneas, componentes de
abastecimento de água e saneamento, placas de publicidade, etc.).
Subcomponente Actividades previstas Potenciais impactos sobre aquisição, restrição no uso da terra, nos activos,
pessoas e meios de subsistência
Subcomponente Abertura e reabilitação Na Zona da KaTembe as principais estradas que serão objecto de
3.3.Ordenamento de vias reabilitação/expansão já existem e estão razoavelmente demarcadas, são
do Território Vias de acesso estreitas e as intervenções tenderão a ser para realinhamentos e alargamentos.
Urbano Secundarias e terciarias Haverá igualmente necessidade de abertura de novas ruas, áreas previstas para
estradas podem estar ocupadas por machambas, habitações e outras actividades
comerciais/produtivas.
Esta subactividade vai requerer terra, que pode estar ocupada pelas
comunidades, e pode traduzir-se, como referido acima em eventuais impactos
sobre áreas cultivadas e culturas assim como árvores para os mais diversos fins e
em impactos sobre negócios informais (fixos ou móveis) e/ou porções de casas,
outras infraestruturas domésticas (por ex. alpendres, sanitários, currais,
capoeiras, etc.), vedações e benfeitorias e parcelas de terras dos actuais
ocupantes da area indicada para o reassentamento.
Subcomponente Construção do Aterro A área destinada a construção do aterro sanitária no distrito da KaTembe já foi
3.3. Gestão de Sanitário selecionada e vedada e foram colocadas placas de identificação do subprojecto.
Resíduos Sólidos A área em questão não se pode afirmar que é usada para a prática de agricultura,
nem tão pouco área residencial, foram identificas 5 pequenas edificações dentro
da área do terreno onde 3 delas residem os três trabalhadores
(guardas/segurança) que cuidam da área através de limpezas e fornece segurança
aos equipamentos básicos instalados no interior da área,
Foram registadas fruteiras (papaia) e outras culturas em áreas adjacentes à casa
que presentemente é habitada por um guarda. foi possível observar a existência
de currais (cujo número não foi determinado) no interior da área do aterro. Não
há registo de outras actividades económicas e subsistência relevantes.
Assim sendo estudo socioecónomicos deverão ser aprofundados e planos de ação
de reassentamento elaborados e implementados para o aspecto verificado que é
a perda de infraestruturas, perda de terras de pastagens e arvores de frutas.
O impacto positivo da construção do aterro de Hulene será o encerramento das
actividades de disposição de resíduos na lixeira de Hulene beneficiando o
processo de remediação da área, os moradores no interior da lixeira e os bairros
vizinhos, criação de alternativa ambientalmente correta de destinação final de
resíduos sólidos e geração de empregos diretos e indiretos, tanto durante a fase
de implantação, como durante a fase de operação, gerando renda e melhoria na
qualidade de vida.
Encerramento da A lixeira de Hulene deverá ser encerrada uma vez que se encontra no seu
Lixeira de Hulene esgotamento e esta muito próxima das áreas dos residentes propiciando o risco
alto de um desabamento e o risco para a saúde pública.
Em substituição o CMM beneficiara de um aterro sanitário na KaTembe e outro
na Matola (Malhamele).
Informações socioeconómicas preliminares sobre a lixeira dão conta da existência
de catadadores e famílias no entorno da lixeira, essas pessoas são submetidas a
condições precárias de subsistência e a riscos diversos devido o contato direto
com o lixo, além de conviverem com o elevado índice de violência da área
neste processo de encerramento os catadores irão perder seus meios de renda e
as famílias que vivem no interior da lixeira irão perder as suas residências.
O encerramento da lixeira não vai significar que o problema ambiental e social
tenha ficado resolvido, o mesmo vai continuar a degradar o meio ambiente e
social, a qualidade de vida da população no entorno, será importante que a área
seja recuperada e que a estrutura local e a população continuem a monitorar uma
vez que continuarão a existir alguns riscos vinculados a saúde publica.
No âmbito da construção do Aterro da KaTembe será elaborado um PAR e Planos
de restauração de meios de vida cujo atendimento será estendido para os
catadores da lixeira de Hulene. Os instrumentos serão elaborados com base
neste QPR.
De um modo geral, a realocação física das famílias é esperada na componente 3 devido a construção do
aterro sanitária, assim como a transferência de famílias que ocupam as áreas de risco e estrutura viária
igualmente na componente 3. Espera-se que as obras de melhorias de sistemas de drenagem, sistemas
iluminação, áreas de lazer, vias pedonais e para ciclistas sejam realizadas dentro do perímetro da
infraestrutura existente ou onde existem terras disponíveis que são propriedade pública.
Embora se espere que terras públicas sejam disponibilizadas em caso de melhorias do sistema de
iluminação e caminhos pedonais, contudo, todos os impactos das mudanças no uso da terra que afetam
as condições de vida e meios de subsistência das PAPs devem ser avaliados e compensados de acordo
com a NAS5, mesmo se a terra for pública.
o projeto permite doações voluntárias de terras pela comunidade ou indivíduos e este processo será
gerido de perto durante a implementação do acordo com os protocolos incluídos neste QPR. A doação
de terras individuais estará sujeita a um escrutínio rigoroso e aprovada pelo BM, antes de aceitar a
doação. A doação de terras não pode resultar em impactos negativos para a pessoa ou família que doa a
terra, esta deve conseguir manter os modos de vida que possuía antes do projecto.
Pode igualmente ser necessária terra em pequenas porções pertencentes a famílias da comunidade para
a actividades previstas, assim sendo o impacto no reassentamento involuntário poderá ser limitado pela
aquisição de terras em pequena escala, com impacto temporário no uso da terra, restrição de acesso e
impacto econômico (perda de infraestruturas comercias e informais).
13
Devido a criação de ZPPs
Estabelece que o Estado deve disponibilizar terra para que todas as famílias tenham ou construam as suas
próprias casas e que é responsável pela planificação física e pelo uso da terra, embora os planos possam
ser produzidos pelo sector privado. Estabelece que a terra urbana não pode ser transferida se não tiver
investimentos em construções ou outras infraestruturas. O seu valor aumenta com a disponibilização de
infraestruturas urbanas. A expansão urbana e a consequente ocupação de terras que anteriormente
tinham outros usos deve ter em consideração as pessoas que vivem nessas terras e os investimentos já
feitos por elas, a menos que isso esteja em conflito com um plano de uso da terra já existente.
Este decreto regula os procedimentos para obtenção de direitos de uso da terra. Estes são aplicáveis às
terras rurais e a áreas que se encontram dentro dos limites das municipalidades, mas que não estão
registadas nos serviços cadastrais. O regulamento também se aplica às áreas periurbanas não planificadas.
Raramente se aplica às áreas urbanas. Os aspectos relevantes do regulamento incluem: a) nos casos em
que haja um título conjunto, o título pertence igualmente a todos os seus detentores. O Artigo 10, sobre
a aquisição dos direitos de uso e aproveitamento da terra por ocupação de boa fé por pessoas singulares
nacionais, é neutro em relação ao género e garante os direitos dos indivíduos nacionais que, de boa fé
tenham usado a terra porções de terra por um período mínimo de 10 anos de adquirir o direito de Uso e
Aproveitamento da Terra e o Artigo 13, sobre os direitos dos titulares, menciona os seguintes direitos dos
utilizadores da terra: (i) defender os seus direitos contra qualquer intrusão de uma segunda parte, nos
termos da Lei;(ii) ter acesso à sua parcela e aos seus recursos hídricos de uso público através das parcelas
vizinhas, e constituir para o efeito as necessárias servidões.
A compensação por perdas incorridas como resultado de deslocação é recomendada neste Regulamento
da Lei de Terras nº 66/1998. As orientações básicas para a compensação são disponibilizadas sob a forma
de tabelas produzidas e actualizadas pela Direcção Provincial de Agricultura cobrindo os valores actuais
de mercado e os valores produtivos de várias culturas anuais e arbóreas. As orientações produzidas pela
Administração do Parque Imobiliário do Estado (APIE) para avaliar o valor de casas urbanas são usadas
para avaliar os valores das casas, como recomenda a Lei das Finanças Municipais 11/97, Artº 56, até que
seja produzida regulamentação apropriada. A ausência de registo não prejudica a existência do DUAT
adquirido por ocupação, desde que este possa ser comprovado nos termos da Lei de Terras. Pode ser
comprovado não apenas através da apresentação de um documento formal (o título), como através da
prova testemunhal realizada por membros da comunidade local, como ainda por intermédio de qualquer
outro meio de prova legalmente admissível
A Lei recomenda um processo de consulta que reconhece direitos costumeiros como forma de identificar
reivindicações das comunidades e dos membros individuais das comunidades sem título. No art. 24,
identifica que nas áreas rurais as comunidades locais participam: a) na gestão dos recursos naturais; b) na
resolução de conflitos; c) no processo de obtenção do título conforme estabelecido no nº 3 do art. 13 da
Lei; e d) na identificação e definição dos limites da terra que ocupam.
O Decreto 66/98 (Regulamento da Lei de Terras) no artigo 6, refere que a aprovação dos projectos de
construção das infra-estnlturas públicas a seguir indicadas, pelo Conselho de Ministros ou pelas entidades
competentes segundo a legislação em vigor, implica a criação automática das zonas de protecção parcial
que as acompanham:
g) Instalaçoes militares e outras instaIaçoes de defesa e segurança do Estado e a faixa de terreno de 100
metros confinante;
O decreto acima mencionado, no artigo 7, refere que nas zonas de protecção parcial não pode ser
adquirido o direito de uso e aproveitamento da terra, exceptuando-se o caso das pessoas singulares
nacionais nos aglomerados urbanos nas zonas fronteiriças e prevê no artigo 8, que o exercício de
quaisquer actividades nas zonas de protecção parcial é licenciado pela entidade responsável nos termos
da legislação em vigor.
O Decreto n.º 109/2014 (Regulamento de Uso de Estradas e Suas Zonas de Protecção) no artigo 6 prevê
Permissões à zona da estrada e zona de protecção parcial das estradas, assim sendo a autoridade nacional
de estradas pode excepcionalmente permitir a realização de actividades nas zonas de estradas e de
protecção parcial, mediante autorização, sujeita a pagamento de taxas, podem ser permitidas no subsolo
e espaços aereos e sempre que possível fora da plataforma de estrada o estabelecimento de condutas
adutoras, canalização de água, condutores de energia elétrica e de telecomunicação.
O PTUM deverá recorrer as plataformas existentes no CMM (a forma como tem sido aplicadas as ZPP no
Municipio) reconhecidas legalmente e previstas para o espaço urbano e periurbano, considerando que o
regulamento da Lei de Terras mencionado acima quase não se aplica a áreas urbanas. No caso específico,
o PTUM fará a gestão da ZPP recorrendo ao disposto no Plano Geral de Urbanização do Distrito Municipal
da KaTembe (PGUDMK) e Planos Parciais de Urbanização dos bairros previstos no PTUM, que são medidas
legais adotadas pelo CMM para a aplicação da ZPP de forma reduzida.
Este decreto regula os planos urbanos de estrutura, planos de urbanização gerais e parciais e planos de
pormenor. Os vários tipos de planos urbanos são organizados hierarquicamente e uma vez aprovados a
nível de autoridade local / município, ratificados pelo Ministro de Administração Estatal e publicados no
Boletim de república, legalmente regulam a gestão e uso de terra.
O plano de urbanização foca nos usos e funções urbanas e define as necessidades de serviços com atenção
especial às áreas de ocupação espontânea. Planificação é um processo participativo e consultivo. Para a
tomada de decisões é usada informação de base socio-espacial obtida da consulta com partes
interessadas e afectados do governo e da área sob planificação. Os resultados da consulta são
disseminados e disponibilizados publicamente antes da aprovação e uma audiência pública é organizada
para juntar os comentários. O processo de urbanização é progressivo e os planos reflectem-se em termos
de melhoramento e actualização dos serviços urbanos, infraestrutura e ocupação ao longo de tempo.
Direitos de uso de terra podem ser atribuídos por deferimento, sorteio, hasta pública, (com 20% dos
talhões reservado para as pessoas de baixa renda), negociação particular ou ocupação de boa fé. O
decreto define claramente os direitos de uso de terra dos titulares que existiam previamente (incluindo
os com direitos por ocupação em boa fé) que cumprem com os planos de ordenamento territorial urbano
a continuarem a sua ocupação, enquanto os que não podem ser razoavelmente incluídos devem ser
priorizados e na atribuição de novas áreas de ocupação e compensados pelas suas perdas. A terra é
propriedade urbana pode ser expropriada para projectos de interesse nacional ou público, ou para
servidões, e nestes casos compensação é atribuída para a perda de propriedade.
O decreto sobre o reassentamento no Artigo 15 indica que um Plano de Acção do Reassentamento faz
parte da Avaliação do Impacto Ambiental, em conformidade com o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro.
Em termos de princípios o regulamento estabelece que o processo de reassentamento deve garantir a
coesão social, a igualdade social e benefícios directos na medida em que as pessoas afectadas devem
beneficiar directamente das intervenções que estiveram na origem do seu reassentamento e respectivos
impactos socioeconómicos.
Restabelecimento da renda e dos níveis de vida iguais e/ou superiores aos que tinham antes do
reassentamento;
Transporte dos seus bens para o novo local;
Viver numa zona com infraestrutura social e económica adequada;
Ter espaço suficiente para a realização das suas actividades de subsistência; e
Dar as suas opiniões ao longo de todo o processo de reassentamento. Depois passa a elaborar
sobre as várias unidades que, do lado do governo e da comunidade, devem fiscalizar, monitorizar
e avaliar o processo de reassentamento de modo a garantir que 79 sejam adoptadas as melhores
práticas e que sejam tiradas lições em benefício do processo em apreço e outros afins no país.
Normalmente, o processo de activação e envolvimento desta comissão deve ser conduzido tendo em vista
maximizar as relações, sejam elas na instituição que superintende a área do território, seja nos demais
membros que compõem a comissão, de modo que as deliberações desta comissão estejam em
consonância com o plano de trabalho do projecto. O Decreto prevê ainda que no processo de
reassentamento participem os seguintes intervenientes:
O Artigo 13 do Regulamento trata da “Participação Pública” e sublinha que o reassentamento deve ser
um processo participativo em todas as suas fases e que as principais reuniões públicas devem ser
divulgadas formalmente. O Artigo 14 destaca a importância do “Direito à Informação” por parte das
pessoas afectadas e de outros intervenientes relevantes. Em relação à participação pública e à divulgação
em geral, o Artigo 23 indica claramente que a planificação, preparação e implementação de um PAR deve
resultar em pelo menos quatro (4) reuniões públicas, as quais devem ser divulgadas nos órgãos de
informação locais.
Ao abrigo do Diploma Ministerial n° 156/2014 de 19 de Setembro, que, entretanto, foi activado para ser
ainda mais específico acerca de aspetos gerais do Decreto 31/2012 estabelece-se a Directiva Técnica para
Sobre o Decreto nº 31/2012 e Diploma Ministerial nº 156/2014 o processo de consulta pública deverá
criar condições para que as comunidades reassentadas e as de acolhimento participem activamente
durante todas as fases do processo de decisão em termos de reassentamento e tenham acesso a todas
as informações sobre o conteúdo dos estudos e o processo de reassentamento. Os Artigos 16, 17 e 18
tratam de aspectos específicos relacionados com os tipos de reassentamento, especificações de terras e
habitação, incluindo detalhes sobre a infraestrutura social e económica que deve ser disponibilizada às
pessoas reassentadas. Os Artigos 19, 20, 21 e 22 aprofundam as etapas e os conteúdos do trabalho
relacionados com a planificação, preparação e implementação do PAR e apresentam as directivas a serem
observadas. O Decreto 31/2012 é conhecido por possuir lacunas consideráveis, e que brevemente deverá
ser actualizado. Assim, onde houver discrepâncias entre os dois conjuntos de regulamentos, as políticas
do Banco Mundial terão precedência.
Especificamente o diploma prevê o método de cálculo dos valores para a indemnização dos imóveis e das
culturas, e reconhece as modalidades de pagamento em dinheiro numa só prestação, (salvo se houver
acordo das partes para pagamento em prestações) ou em espécie por ex.: através da construção de
imóveis de valor equivalente; os factores para avaliação dos imóveis incluem tipo, localização, idade, valor
a data da sua construção e actual considerando a depreciação relevante.
A compensação prevista terá em conta, também, valores intangíveis (vias de comunicação e acessibilidade
aos meios de transporte) e a ruptura da coesão social (aumento da distância do novo local de
reassentamento de estruturas sociais e do núcleo familiar habitual, cemitérios familiares, plantas
medicinais). A Directiva fixa, ainda, os termos de cálculo para a compensação de culturas, determinando
que será feito em atenção à vida útil, idade da planta, período de crescimento, produção média anual e o
coeficiente entre 0 a 1, atribuído com base no terreno, estado da planta, entre outros factores que possam
influenciar o seu rendimento.
A Lei de Protecção do Património Cultural nº 10/88 - tem como objectivo proteger todas as antiguidades
nacionais e o património histórico e cultural. Essas áreas protegidas devem ser evitadas aquando da
selecção de locais de projecto.
A Lei das Finanças Municipais nº 11/97- concede poderes às municipalidades para preparar e aprovar
planos gerais e parciais de uso da terra, programas de desenvolvimento urbano e esquemas de
desenvolvimento da terra em colaboração com os organismos relevantes do governo central. O
cumprimento desses planos está sujeito a ratificação pelo governo. As Municipalidades podem
igualmente colectar taxas sobre as terras e edifícios urbanos, incluindo terras não utilizadas que tenham
sido atribuídas provisoriamente.
A Conservatória do Registo Predial é responsável pelo registo independente do uso da terra e dos títulos
de propriedade e transações. A base do seu funcionamento legal está em processo de revisão e
actualização.
Em Maputo, a municipalidade não tem nenhuma política específica recente sobre uso da terra nem
estatutos relevantes. Recorre-se a práticas estabelecidas baseadas em legislação desactualizada.
O Banco Mundial adoptou uma nova Norma Ambiental 5 (NAS5), esta norma reconhece que a aquisição
de terras relacionadas com o projeto ou restrições ao uso das terras podem ter impactos adversos nas
comunidades e seus membros. A aquisição de terras para o projeto ou restrições ao uso das terras podem
provocar o deslocamento físico (relocalização, perda de terras residenciais ou de abrigo), perdas
A Norma Ambiental e Social 5 prevê a elaboração de um QPR com o objetivo de estabelecer princípios e
procedimentos gerais consistentes com esta Norma Ambiental e Social, bem como os acordos
organizacionais e os critérios de concepção a serem aplicados aos subprojetos ou componentes do projeto
a serem preparados durante a execução do projeto.
Desenho do Projeto
O CMM demonstrará que a aquisição involuntária de terras ou restrições ao uso da terra são limitadas
direcionar os requisitos do projeto para fins de projeto claramente especificados dentro de um período
claramente especificado de tempo. O CMM considerará alternativas viáveis dos subprojetos para evitar
ou minimizar a aquisição de terras ou restrições ao uso da terra, especialmente onde isso resultaria em
deslocamento físico ou econômico, enquanto equilibra os custos e benefícios ambientais, sociais e
financeiros, e atenção aos impactos de gênero e impactos sobre os pobres e vulneráveis.
Engajamento da comunidade
O Mutuário envolverá as comunidades afetadas, incluindo comunidades anfitriãs, por meio do processo
de engajamento das partes interessadas descrito na NAS10 sobre Informação e Envolvimento das Partes
Interessadas. Os processos de tomada de decisão relacionados ao reassentamento e restauração dos
meios de subsistência incluirão opções e alternativas que as pessoas afetadas podem escolher. Divulgação
de informações relevantes e a participação significativa das comunidades e pessoas afetadas ocorrerá
durante o desenho dos subprojetos e, posteriormente, durante todo o planeamento, implementação,
Mecanismo de reclamação
O Mutuário garantirá que um mecanismo de reclamação para o projeto esteja em vigor, de acordo com
NAS10 o mais cedo possível no desenvolvimento do projeto para abordar preocupações específicas sobre
compensação, medidas de relocação ou restauração de meios de subsistência levantadas por pessoas
deslocadas (ou outros) em tempo hábil
moda. Sempre que possível, tais mecanismos de reclamação irão utilizar os mecanismos formais ou
informais existentes adequados para fins de projeto, complementados conforme necessário com
específicos do projeto arranjos destinados a resolver disputas de maneira imparcial.
Planificação e implementação
Quando a aquisição de terras ou restrições ao uso da terra forem inevitáveis, o CMM irá, como parte da
avaliação ambiental e social, realizar um censo para identificar as pessoas que serão afetadas pelo projeto,
para estabelecer um inventário das terras e activos a serem afetados, para determinar quem será elegível
para compensação e assistência, e para desencorajar pessoas não elegíveis de reivindicar benefícios. A
avaliação social também abordará as reivindicações das comunidades ou grupos que, por razões válidas,
podem não estar presentes na área do projeto durante o censo, como usuários de recursos sazonais. Em
conjunto com o censo, o Mutuário estabelecerá a data de corte de elegibilidade. As informações sobre a
data de corte serão bem documentadas e serão disseminadas em toda a área do projeto em intervalos
regulares por escrito e (conforme o caso), formulários não escritos e nas línguas locais relevantes. Isso
incluirá avisos afixados de que pessoas que estão se estabelecendo na área do projeto após a data de
corte pode estar sujeito a remoção. O PAR deverá ser elaborado e aprovado antes dos concursos de
empreitadas e implementado antes do início da implantação das infra estruturas.
Categoria de
PAPS e Tipo de Bens Lei Moçambicana Norma Ambiental e Social 5 Medidas de Mitigação e Tratamento no PAR
Perdidos
Perda de terras por O Decreto nº 31/2012 prevê que a terra O Reassentamento baseado na terra para Divergência entre os regulamentos, a lei de terras de
detentores de deve ser compensada por terra uma vez que pessoas deslocadas cujos meios de Moçambique e a NAS 5, a lei da terra não prevê
Direitos de uso de deve-se assegurar espaço para prática das subsistência são baseados na terra. compra e venda de terra,
terras actividades de subsistência O pagamento da compensação em dinheiro A compensação de terra por terra será Privilegiada,
A lei de terras não prevê indeminização pela terra pode ser apropriado quando os nos casos em que a terra for escassa, outras formas
monetária sobre a terra. segundo o meios de subsistência são baseados na terra, de compensação serão encontradas segundo a NAS
princiípio geral da lei a terra é propriedade mas a terra adquirida para o projeto é uma 5, desde que não seja em dinheiro, uma vez que a
do Estado e não pode ser vendida ou, por pequena fração. terra não é vendida segundo a legislação nacional,
qualquer forma alienada, hipotecada ou A Indeminização em dinheiro também é alternativa de compensação deverá ser acordada
penhorada. aceitável no caso em que a terra é escassa e com a PAP que inclui outras formas de Compensacao
não existe na mesma proporção da afectada e e melhoria das infraestruturas., outra alternativa de
corresponde a 10% da área total que possui. compensação monetária que for necessária e sendo
ultima alternativa dever ser articulada com o MTA
Ocupantes e Em alguns casos, os utilizadores da terra Têm direito a alguma forma de compensação
utilizadores das têm alguma forma de posse garantida nos seja qual for o reconhecimento legal / ilegal da Nestes casos será privilegiada a NAS 5, salvo se
Terra termos da legislação nacional. Em outros sua ocupação. houver escassez de terra para substituição
casos, os utilizadores da terra não têm Direito a uma compensação pelas culturas,
direito a compensação pela terra. podem ter direito a terra de substituição e a
Os ocupantes ilegais não têm direito à renda deve ser restaurado para, pelo menos,
compensação, são consideradas ocupações aos níveis anteriores ao projecto.
ilegais aquelas que estão fora do previsto na
lei de terras para aquisição de DUATs
Proprietários de Deve se conceder Parcela habitacional No caso de indivíduos fisicamente afectados, o Dadas as limitações de disponibilidade de terras e o
infraestruturas regularizada e infraestruturada e Tipologia Mutuário celebrará acordos que lhes compromisso de reassentar as PAPs in situ ou dentro
habitacionais habitacional com características mínimas de permitirão obter habitações adequadas com de 5 km do seu ponto de origem, as PAPs devem ser
tipo 3, com 70 m2 de área. garantia de propriedade. Quando estes consultadas considerando a alternativa de habitação
indivíduos desalojados possuam estruturas, o com menos terra (na forma de um apartamento). As
mutuario as compensará pela perda de activos mudanças de localização que poderiam afetar
que não sejam oportunidades de subsistência, nestes casos serão
terras, como habitações e outras benfeitorias restabelecidas igualmente os meios de renda e custo
no terreno, ao custo de reposição com base de reposição (método de avaliação que ofereça
em consultas compensação suficiente para
com os indivíduos afectados,o Mutuario substituir ativos, acrescido dos custos necessários de
fornecerá ajuda para o reassentamento, no transação associados à reposição dos ativos)
lugar da compensação por terras e custos
Género A Constituição de Moçambique (2004) A NAS 5 Inclui disposições para proteger e apoiar O Decreto Nº 31/2012 não inclui medidas ou ações
estabelece a igualdade de género e a não as mulheres, incluindo documentação, específicas que contribuam para diminuir a lacuna de
discriminação como princípios fundamentais treinamento, acesso a crédito e empregos. gênero por meio de direitos de compensação no
(Art. 11 e 36) em todas as esferas da vida processo de reassentamento.
Certifica-se que as perspectivas das mulheres
política, económica, social e cultural. A Lei Embora grupos vulneráveis , famílias chefiadas por
sejam levadas em consideração em todos os
de Terras de 1997 dá às mulheres o direito mulheres e viúvas sejam reconhecidos e seja
aspectos do planeamento e implementação do
de participar em todas as decisões necessária uma consulta com eles, não existe
reassentamento. Permitir que as mulheres
relacionadas com a terra e o direito de orientação relacionada ao planeamento de mitigação
compartilhem equitativamente a compensação do
registar DUATs individualmente. e compensação .
reassentamento de famílias chefiadas por homens
Arte. 20 do decreto de reassentamento
quando a terra está em nome de uma pessoa.
exige que as pessoas vulneráveis são
identificadas no levantamento
socioeconômico e reuniões de consulta
pública deve ser planejada com as
comunidades locais para garantir que os
vários representantes estratos sociais são
ouvidos, de modo a garantir que seus
direitos sejam reconhecidos, especialmente
aqueles que são mais vulneráveis (Seção
4.1).
A primeira etapa no processo de preparação do PAR individuais é o processo de triagem para identificar
a terra / áreas que podem resultar em impactos de reassentamento. Esta triagem é usada para identificar
os tipos e natureza de impactos potenciais relacionados às atividades propostas neste projeto, e para
fornecer medidas para enfrentá-los. Também garante que evitar ou minimizar o reassentamento é uma
chave critério ao elaborar as atividades do projeto.
A triagem será realizada de acordo com os critérios e procedimentos de triagem estabelecidos pelo CMM,
que tem a responsabilidade de gerir e supervisionar o processo de construção nas respectivas
componentes. Os formulários de triagem preenchidos serão verificados pelo especialista de salvaguarda
social do CMM, nenhum projeto será finalizado a menos que seja claramente determinado que todos os
esforços foram feitos para minimizar os impactos do reassentamento.
Esta avaliação das terras afectadas será realizada pelos Especialistas de salvaguardas em conjunto com os
representantes dos distritos municipais será usado para identificar os tipos e a natureza dos impactos
potenciais associados às atividades propostas para implementação no âmbito do Projecto, para adoptar
as respectivas medidas de mitigação de impacto. Esta avaliação igualmente mostrará que a prevenção ou
minimização do reassentamento é um critério-chave na preparação do PAR antes da implementação do
Projeto.
Se o processo de seleção mostrar que a aquisição de terras será necessária, a próxima etapa será a
identificação socioeconômica e perfil das pessoas afetadas pelo projeto (por exemplo, sua idade, ativos
dependência, renda, situação familiar etc.). Esta etapa deve ocorrer no mesmo tempo que o inventário e
avaliação de todos os ativos afetados para cada PAP individual. Se for determinado que os ativos de terra
serão adquiridos com base em doações voluntárias, os procedimentos fornecidos no anexo 3 sobre
Doações Voluntárias serão seguidos.
A avaliação será realizada de acordo com o processo PAR detalhado abaixo e será documentado na forma
de um relatório sobre a triagem (ver Anexo 1) dos impactos sociais esperados, seguindo a adoção das
principais soluções técnicas ou subprojetos detalhados.
O censo e levantamento socioeconômico serão realizados por meio de questionário14 estruturado para
registo dos detalhes dos atuais ocupantes da terra sendo adquirida, informação sobre a posse (principal
usuário da terra ou usuário secundário da terra), a extensão da terra necessária para as melhorias
propostas, a fim de: (i) avaliar a magnitude do impacto sobre os activos ; e (ii) para avaliar a extensão física
e / ou econômica deslocamento, bem como padrão de vida, inventário de activos, fontes de renda, nível
de endividamento, perfil dos membros da família, saúde e saneamento, benefícios percebidos e impactos
do subprojeto e as preferências de reassentamento daqueles que precisam se mudar. Esta informação irá
facilitar a preparação de um plano de ação de reassentamento para mitigar o impacto adverso.
O objetivo da pesquisa socioeconômica de base das pessoas afetadas é capturar a características
econômicas das pessoas afetadas e estabelecer monitoramento e avaliação parâmetros. A pesquisa deve
abranger todos os PAPs e a pesquisa também deve coletar dados desagregados por gênero para abordar
questões de gênero no reassentamento. Como parte da pesquisa socioeconômica, uma ampla gama de
consultas com diferentes grupos impactados como também como outras partes interessadas serão
conduzidas para verificar suas opiniões e preferências. Com base no resultado dessas consultas, as
mudanças no desenho dos subprojectos, se necessário, e as medidas de mitigação serão incorporadas. As
consultas incluirão as mulheres e suas preocupações e reações, em particular com a terra a posse, os
impactos nos meios de subsistência, a entrega de compensação e o planeamento de reassentamento
serão tratados através da mitigação apropriada.
Será realizada também a medição das benfeitorias afectadas, esta medição indicará: (a) número,
propriedade e tipo de lotes afetados; (b) área de culturas afetadas (c) número, tipo de propriedade das
estruturas que serão afetadas, (d) tipo de materiais de construção usados e (e) outros ativos, como
conexões de serviços públicos, etc.
Uma data de corte será estabelecida e será a data em que os PAPs e seus ativos afetados, como
Relevantes mapeados, a data de corte deve ser amplamente divulgada entre as PAPs, as pessoas que
forem identificadas apos as datas de corte não serão elegíveis, as pessoas cuja propriedade, uso de
ocupação poder ser demonstrada antes da data limite permanecem elegíveis para assistência,
independentemente de sua identificação no censo. O processo de avaliação e desenho do PAR envolverá
da empresa de consultoria de avaliação especializada.
O PAR será elaborado após o censo socioeconômico e a identificação das benfeitorias afetada e em
consulta com as partes afetadas do projeto, estas etapas irão auxiliar na definição e calculo da magnitude
da compensação esperada e o custo total da operação de desalojamento e reassentamento e o tipo de
PAR que será necessário elaborar, serão realizadas consultas sobre o direito à compensação, bem como
sobre os obstáculos emergentes à economia e atividades de subsistência, em métodos de avaliação,
compensação, possível assistência, PAPs inspirações, mecanismos de reclamação, bem como sobre o
cronograma de implementação. A versão final do PAR irá incorporar as observações / comentários das
PAPs. Os principais elementos PAR indicados na NAS5 estão listados abaixo.
14
Exemplo de questionario socioeconomico no anexo 2
Quando as circunstâncias do projeto requererem a relocalização física dos residentes (ou empresas), os
planos de reassentamento exigirão elementos de informação e planejamento adicionais. Os requisitos
adicionais incluem: A assistência para o reassentamento dos membros da unidade familiar e das suas
posses (ou equipamento e inventário da empresa). O plano dever descrever qualquer assistência adicional
a ser fornecida às famílias que escolham a compensação em dinheiro e consigam a sua própria moradia
de substituição, incluindo a construção de novas moradias. Se os locais de reassentamento (para
residências ou empresas) não estiverem prontos para ocupação no momento do desalojamento físico, o
plano estabelecerá um subsídio transitório suficiente para cobrir a despesas de aluguel temporário e
outros custos até que a ocupação esteja disponível Seleção e preparação do local e reassentamento.
Habitação, infraestrutura e serviços sociais, este plano deverá descrever as medidas para mitigar o
impacto dos locais de relocalização planejados em alguma das comunidades anfitriãs, incluindo:
(a) consultas com as comunidades anfitriãs e os governos locais;
(b) acordos para a apresentação oportuna de ofertas de qualquer pagamento devido aos anfitriões
por terras ou outros ativos fornecidos em apoio aos locais de reassentamento planejados;
(c) acordos para identificar e abordar conflitos que possam surgir entre comunidades de reassentados e
comunidades anfitriãs
Se a aquisição de terras ou restrições ao seu uso, ou o acesso à terra ou aos recursos naturais puderem
provocar perdas económicas significativas, também serão incorporados ao plano de reassentamento ou
ao plano de restauração de meios de vida acordos para fornecer aos indivíduos afectados oportunidades
suficientes para melhorar ou, pelo menos, restaurar os seus meios de subsistência, que incluirão: No que
diz respeito aos meios de subsistência agrícola a opção de receber terras de substituição de valor
produtivo equivalente, ou demonstrar que não há disponibilidade de terras suficientes de valor
equivalente, os meios para obter substitutos ou recursos alternativos ou então oferecer apoio para meios
de subsistência alternativos, para todas as outras categorias de indivíduos sujeitos a perdas económicas,
o plano de reassentamento descreve acordos viáveis para a obtenção de emprego ou estabelecimento de
de um negocio, incluindo a prestação de assistência suplementar pertinente, que abrange a capacitação,
crédito, licenças ou autorizações, ou equipamento especializado. Conforme o caso, o planeamento dos
meios de subsistência prevê assistência especial para as mulheres, minorias ou grupos vulneráveis, pode
A normas nacionais e do BM preveem a divulgação deste processo, pelos meios que se mostrem
adequados para garantir a participação pública, com vista a recolher observações, sugestões ou
recomendações em relação à proposta do plano de reassentamento. As etapas que devem ser seguidas
após a preparação do PAR são as seguintes:
O esboço do PAR deverá estar sujeito a discussão com os PAPs e outras partes interessadas, que
receberão uma cópia do PAR antes da discussão. As consultas públicas devem ter a participação
de PAPs, e representantes do CMM a nível central e local e órgãos de tutela;
Após a discussão, os comentários e propostas devem ser refletidos no PAR;
O PAR deve incluir uma seção do processo de consulta com a matriz de comentários e propostas
para a sua inclusão e implementação;
A coordenação do projecto submeter o PAR a autoridade do projecto (GDEI) para aprovação;
Após inclusão dos comentários recebidos em decorrência da divulgação do PAR e após aprovação
pelo Coordenador do Projeto o PAR será oficialmente enviado ao BM para revisão e confirmação
da conformidade com a NAS5 e outras políticas / procedimentos aplicáveis;
Assim que o Banco Mundial confirmar a aceitabilidade da qualidade de cada PAR, será divulgada
em o site do WB, publicado como um PAR final no site do CMM e compartilhado novamente com
todas as partes interessadas;
Informações privadas sobre PAPs não devem ser disponibilizadas publicamente; e
Nenhuma mudança será feita na matriz de direitos de compensação, critérios de elegibilidade,
compensação taxas ou provisões para assistência sem o consentimento prévio do Banco Mundial.
A revisão inicial de algumas das intervenções propostas revelou que outra atividade de desenvolvimento,
que é construção do aterro sanitário de Malhemele na cidade da Matola, esta é uma actividade associada
ao projeto de acordo com a definição de “Instalação associada” ao PTUM de acordo com a definição
constante na NAS115. Portanto, para além disso às medidas de mitigação acima, outro protocolo deve ser
estabelecido para rever as actividades de construção do aterro sanitário de Malhemele uma vez que tem
associação ao subprojecto do aterro sanitário de KaTembe. O relatório de revisão de due diligence será
preparado avaliar se tal atividade associada representa riscos sociais e de reputação e propor medidas de
mitigação.
15
(a) direta e significativamente relacionadas com o projeto; e (b) realizadas ou planejadas para serem realizadas
simultaneamente com o projeto
Um aspecto central no processo de compensação é a provisão de meios para que cada um dos agregados
familiares ou outras entidades afectadas possam restaurar os seus activos perdidos. O valor da
substituição deve corresponder ao valor de mercado dos activo afectados. Mas tal não deve fazer perder
de vista o facto de que o objectivo final de todas as acções será o de assegurar que as famílias e instituições
afectadas pelo projecto melhorem os seus padrões de vida ou que pelo menos mantenham os padrões
de vida que prevaleciam antes do início do projecto ou subrojecto. Elas também devem sentir que estão
a ser tratadas de forma justa. Princípios a serem seguidos para conduzir o processo de compensação:
A compensação deve ser feita e completada em relação a todos os activos antes do início das
obras,
Com recurso à base de dados do PAR e os valores de compensação acordados por escrito, quando
estes foram concluídos, o pagamento deve começar o mais cedo possível (dentro das primeiras
semanas de implementação do PAR);
Sempre que aplicável (para os agregados familiares que podem optar pela substituição dos seus
activos afectados) deve ser dado auxílio para reconstruir as infraestruturas afectadas;
Assegurar que as bancas e quiosques de venda fixa e outros negócios importantes sejam
compensados/substituídos/realocados de tal forma que não haja interrupção/descontinuidade
dos mercados locais;
Todos os agregados familiares que perderão terra para cultivo precisam de ser assistidos pela
Gestão do Projecto em colaboração com as autoridades locais para identificar e executar
atempadamente a preparação básica das novas áreas de terra (desmatamento, demarcação,
instalações de gestão da água, etc.), feita pelo proponente do subprojecto;
As PAPs que perderão meios de vida terão direito a reposição e restauração dos meios de vida.
Todas as famílias afectadas precisam de ser informadas oportunamente sobre o cronograma geral
do projecto/subprojecto e, particularmente, sobre os vários marcos com implicações directas
sobre os seus meios de subsistência. Entre outros, isso deve se concentrar em fornecer
informações relevantes e outras orientações práticas para todas as PAPs sempre com
antecedência adequada.
As Pessoas Afectadas pelo Projecto (PAPs) têm direito a diversas formas de compensação pelas suas
perdas com o objectivo de melhorar ou, pelo menos, restaurar os padrões de vida que tinham antes de a
necessidade de reassentamento se tornar uma realidade. Neste capítulo procura-se abranger todas as
possíveis categorias de activos passíveis de ser afectados. As PAPs elegíveis para as diferentes formas de
compensação previstas neste Quadro da Politica de Reassentamento serão classificadas como:
Agregados Familiares (AF) que são titulares de direitos formais sobre terras ou activos;
Pessoas utilizadores de acessos que serão restringidos na sua utilização,
Agregados familiares física e economicamente deslocados pelo Projecto devido a perda de
habitação, infraestruturas comerciais bens produtivos;
Agregados familiares economicamente deslocados pelo Projecto, aqueles que perdem a maior
parte dos seus bens produtivos, mas cujas habitações se encontram fora da área do Projecto;
Com base na indicação das actividades e locais preliminares de implementação do projecto, assim como
na experiência de projectos similares os activos com maior probabilidade de serem afectados pelo
Projecto incluem: terra, infraestruturas de habitação, perdas económicas temporárias e permanentes,
perda ou necessidade de realocação de locais sagrados, perda de infraestruturas públicas, perda e
restrição de acessos. A Tabela 5 abaixo, apresenta o sumário destas perdas incluindo a descrição dos
critérios de avaliação.
Perda de terra por aquisição AFs que vivem na área dos subprojectos que perderão permanentemente as suas
permanente de terras terras para dar lugar a construção das infraestruturas e outros subprojectos
Perda de terra por aquisição AFs que vivem na área dos subprojectos que perderão suas terras temporariamente
temporária de terras para dar lugar as actividades do projecto
Perda de infraestruturas de AFs que perderão casas ou uma parte das casas devido a implantação dos subprojectos
habitação, infra estuturas e reassentamento involuntário e impactos sobre fornecimento de serviços públicos
publicas e privadas como energia, agua, telecomunicao e impactos sobre estradas, etc.
Perda/relocação acesso aos locais AFs ou comunidades que poderão perder o acesso a sítios físicos de relevância cultural
sagrados, sepulturas e (lugares sagrados, cemitérios ou similares) e acesso a recursos naturais,
infraestrutura pública e perdas de estabelecimentos e residências
acessos
De acordo com as políticas e regulamentos do GdM16 e Normas do BM17, cada categoria de activos será
compensado de uma determinada maneira. As descrições abaixo oferecem uma maneira prática de lidar
com a compensação pela perda desses activos. Os direitos das pessoas afectadas ao abrigo do PAR do
sub-Projecto são estabelecidos de acordo com as categorias de impacto que provavelmente serão
encontradas conforme descrito acima e considerando a legislação nacional aplicável e a NAS5,
nomeadamente:
A Matriz de Direitos do PAR apresentada neste QPR na tabela abaixo, garante que as políticas de
atendimentos propostas sejam acordadas e cumpridas pelo CMM e empresas de consultoria para
elaboração do PAR em beneficio das PAPs. As medidas serão aplicadas nos casos em que todas as
alternativas para se evitar a perda ou dano estejam esgotadas.
A Tabela 5 baixo apresenta o sumário da Matriz dos critérios de elegibilidade e de direitos que inclui a
política de atendimento aplicável pelas perdas/impactos do projecto, medidas adicionais de compensação
bem como disposições especiais para atendimento aos grupos tidos como vulneráveis.
Esta matriz de direitos não foi objecto de consultas com potenciais PAPs. Os direitos propostos serão
consultados na fase da elaboração do PAR especifico dado que as modalidades e valores de compensação
específicos dos PAPs não podem ser consultados nesta fase. Contudo, foram consultados sobre os tipos
de compensações para cada categoria de impacto, e neste processo de consulta, a maior preocupação
das pessoas consultadas foi em relação ao cumprimento com justeza das compensações previstas.
16
Regulamento sobre o reassentamento das actividades economicas e Diploma de Expropriacao no âmbito do
Ordenamento do Território
17
NAS5
Impacto do População/ Entidade Afectada Politica de Atendimento Medidas de Compensação adicionais e alternativas
Projecto
Perda de terra AF com DUAT formal ou Todos os activos (incluindo terras, plantações e árvores) serão compensados Em caso de escassez de terras agrícolas para
por aquisição costumeiro/ocupação de boa pelo valor de reposição total (de acordo com os preços do decreto de reposição em igual dimensão, estabelecer um
permanente de Fé que irão perder expropriação e que inclui custos adicionais associados) e pelo tempo de mecanismo de restauração dos meios de vida que
terras permanentemente parte (Mais duração dos impactos conforme definido na NAS5, pode ser em espécie ou inclui a inclusão de outras actividades de geração de
de 20%) do seu espaço em dinheiro e deve ser suficiente para substituir os activos, incluindo renda alternativas
produtivo para o projecto quaisquer custos de transação.
Assistência (incluindo o custo) para formalização do
direito do espaço garantindo a propriedade
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Não Aplicável
Perda de casas Proprietários de casas Reposição da infra estrutura de substituição, in situ, no mesmo bairro no Custos de reposição incluídos no processo de
residenciais localizadas na zona de impacto máximo a 5 km distancia. Segundo a NAS5 os acordos in situ podem ser usados, transferência e realização e restauração dos meios de
do projecto que serão onde as pessoas recebem terra ou habitação de substituição menor, mas mais vida e pagamento de bens intangíveis
totalmente afectadas valiosa, que foi desenvolvida pelo subsídio transitório suficiente para cobrir
próprio projeto. a despesas de aluguel temporário e outros custos até
que a ocupação esteja disponível. Quando existe um
período de transição entre o abandono da terra e o
fornecimento de terra de substituição num local in
situ.
Proprietários de casas Reposição das partes das casas e benfeitoria perdida dentro do mesmo Incentivar o empreiteiro a empregar o afectado na
localizadas na zona de impacto espaço. obra e outros benefícios do projecto.
do que serão parcialmente Indemnização em dinheiro no valor total de reposição das partes afectadas
afectadas caso não haja espaço e melhorias das infraestruturas existentes que não Matéria de construção para auto construção assistida
foram afectadas de uma infra estrutura domestica
Em certas circunstâncias, pode ser proposto que parte ou a totalidade da terra a ser utilizada pelo
projeto seja doada voluntariamente, sem pagamento de compensação total. Sujeito à aprovação
prévia do Banco, essa estratégia para a aquisição de terras pode ser aceitável desde que o CMM
demonstre que: (a) o doador ou doadores potenciais tenham sido informados e consultados de modo
apropriado sobre o projeto e as opções disponíveis, (b) os possíveis doadores estejam conscientes de
que a recusa é uma opção e tenham confirmado por escrito a sua vontade de prosseguir com a doação;
(c) a quantidade de terra a ser doada é menor e não reduzirá a área restante do doador para menos
do necessário para manter os seus meios de subsistência nos níveis atuais; (d) não há nenhum
reassentamento familiar implicado; (e) o doador deve ser beneficiado diretamente pelo projeto; e (f)
para terras comunitárias ou coletivas, a doação pode ocorrer somente com o consentimento dos
indivíduos que utilizam ou que ocupam a terra. O Mutuário manterá um registro transparente de todas
as consultas e acordos obtidos
Os indivíduos ou grupos de pessoas podem optar por contribuir voluntariamente com a sua terra para
uso no projecto sem direito à compensação e reposição dos activos , nestes casos pode disponibilizar
incentivos fornecidos ao doador da terra pelo projeto ou por membros da comunidade que se
beneficiam de um projeto.Nos casos em que a referida doação de terra for feita, alguns acordos
devem ser celebrados para verificar se:
Assim que o subprojeto de uma actividade for finalizado e os procedimentos legais concluídos, um PAR
será preparado para a actividade. Como parte do PAR, um censo será realizado para identificar todos os
PAPs e os níveis de impacto relacionados. A data em que o censo for finalizado é a data limite para
elegibilidade para reassentamento e compensação, e será colocadas em prática accões para travar o
investimento novo em benfeitorias permanentes na área identificada para o desenvolvimento do
Projecto, tais como construções, plantações e árvores de fruto.
A aplicação da data limite é mais eficaz quando é bem comunicada, documentada e divulgada, inclusive
através da demarcação clara das áreas designadas para o reassentamento. Pessoas que fixem residência
ou utilizem a área do projeto após a data limite não são elegíveis para compensação ou assistência ao
reassentamento. Da mesma forma, a perda de ativos fixos (como estruturas construídas, árvores
frutíferas e bosques) construídos ou plantados após a data limite não será compensada, excepto onde
possa ser demonstrado que essas melhorias após a data limite foram necessárias para manter os meios
de subsistência da pessoa afetada durante o período entre a data limite e o desalojamento.
Portanto, é importante que esta data seja totalmente comunicada a todos potenciais PAPs, incluindo
através da media e estrutura local e nacional na área afetada do projeto com tempo suficiente para que
essas pessoas garantam sua disponibilidade para o censo. Esta comunicação será feita por meio do CMM,
e de acordo com os procedimentos de consulta descritos neste documento. Os potenciais PAPs serão
informados através de notificação formal, incluindo por meio da media local e nacional, por escrito e por
notificação verbal entregue na presença dos líderes comunitários ou seus representantes
Em certas situações, o crescimento populacional natural (por exemplo, crianças adultas de famílias
previamente elegíveis) pode resultar em novas famílias elegíveis para benefícios de reassentamento e
assistência que não foram listadas na pesquisa original. O Projecto terá que fazer provisões para
movimentos populacionais, bem como o aumento natural da população.
Quando possível, a suspensão deve ser planificada para começar o mais cedo possível antes do início da
época de sementeira e para terminar na altura da sementeira, permitindo a colheita. O Projecto não pode
indefinidamente impedir as pessoas de evoluir à medida que as necessidades e melhores condições lhes
permitirem optimizar os meios de subsistência, é importante acordar com as PAP na presença dos líderes
locais e autoridades governamentais um prazo temporal tangível de validade da data limite acima
indicada.
Será fundamental a colaboração das autoridades locais para impedir a invasão de novos investidores ou
aumento de investimentos e implantação de benfeitorias por residentes ou negócios existentes. A gestão
da suspensão de actividade será um desafio, particularmente em zonas peri-urbanas em plena expansão.
O CMM terá de supervisionar os locais onde foi estabelecido a suspensão de actividades e implementadas
pelas autoridades locais. Caso haja solicitações para compensar pessoas e bens não registados pelo censo
e inventário, será necessário considerar e verificar estas, caso por caso.
Grupos Vulneráveis
Os grupos mais vulneráveis frequentemente obtêm uma parte do seu sustento a partir de uma variedade
de serviços prestados, da terra agricola ou de pequenas actividades comerciais. Para garantir que os mais
os grupos vulneráveis não vejam suas vidas numa situação pior do que antes do Projecto, a compensação
para as perdas de bens será definida em conjunto com eles seguindo os princípios e matriz de elegibilidade
identificados neste QPR, negociado e acordado. Além disso, caso a família tiver um ou mais membros
vulneráveis identificados através do censo, poderá ser necessário discutir e implementar opções
adequadas e acessíveis de apoio na substituição dos meios de sustento. Dado a expectativa de impactos
significativos de deslocações e perdas de activos causados por este Projecto, estas discussões poderão ser
necessárias, neste caso o tipo de apoio irá variar caso por caso, mas provavelmente envolverá reforço da
ligação com os serviços governamentais relevantes como os da Acçao Social e outras actividades do
projecto de inclusão social. Durante e após a realização do censo, os técnicos sociais identificarão as
prioridades e preferências de compensação da população afectada. Nessa altura, terão a oportunidade
para identificar os grupos ou indivíduos potencialmente vulneráveis.
7.1. Generalidades
Este capítulo lida com metodologias para calcular a compensação que deve ser aplicada consistentemente
a todas as pessoas afectadas pelo projecto para proteger o projecto e as PAPs de reivindicações
injustificadas ou não considerar os princípios básicos estabelecidos nos regulamentos de reassentamento
no que diz respeito à restauração dos “modos de vida”, no mínimo ao mesmo nível, ou melhor do que o
do existente na vida deles antes da remoção. Esta é uma área normalmente aberta a divergências e
desacordos e deve ser tratada com cuidado e máxima objectividade quanto possível.
Como visto anteriormente, a legislação nacional que estabelece acções de reassentamento apesar de
enumerar princípios alinhados com a Norma Ambiental e Social 5 do Banco Mundial, apresenta algumas
lacunas. Dai ser necessário fazer uso combinando com as directrizes do financiador o Banco, no que se
estende à avaliação/valorização dos activos das pessoas e entidades afectadas pelo projecto, tais como
infraestruturas, campos de cultivo, plantações, árvores e outros que devem ser ajustados às condições
específicas existentes no terreno, especialmente em relação a um projecto como o PTUM que tem que
aderir a calendários específicos.
O CMM e empresa de consultoria a ser contratada serão responsáveis por desenvolver o cálculo de custos
para todas as categorias de activos afectados, incluindo activos intangíveis. Recorrendo a legislação
Nacional para obter as bases de cálculos específicos para uma indeminização total dos bens tangíveis e
intangíveis decorrentes da perda de infraestruturas, culturas e arvores, e seguirá a NAS5 que prevê a
disponibilização, pelo projecto aos indivíduos afetados, uma compensação a custo de reposição e outras
formas de assistência ao reassentado que possam ser necessárias para ajudá-los a melhorar ou, ao menos,
restaurar os seus padrões de vida ou meios de subsistência, dará igualmente a oportunidade para que as
comunidades e indivíduos deslocados possam obter benefícios de desenvolvimento adequados advindos
do projeto.
Considerações gerais
Fazer os pagamentos em dinheiro levanta questões relativas à inflação e de segurança que devem ser
consideradas. Os pagamentos em dinheiro devem permitir ajustes inflacionários dos valores de
compensação. A segurança para as pessoas que estarão a receber pagamentos de compensação em
dinheiro terá de ser providenciada pela administração local. Para pagamento de remuneração em
espécie, o tempo e o novo local terão de ser decididos e acordados por cada beneficiário.
Todas as compensações, incluindo de árvores e culturas deverão ser compensadas pelo valor de
substituição total (que inclui custos adicionais associados) e pelo tempo de duração dos impactos.
A compensação pela terra é destinada a fazer face à perda de cultura e à mão de obra utilizada para
cultivar a safra. O termo "Terra" refere-se a uma área em cultivo, a ser preparada para cultivo, ou
cultivada durante a última campanha agrícola. Esta definição reconhece que o maior investimento que
um agricultor faz na produção de uma cultura é o seu trabalho. Como resultado, as compensações
relativas à terra irão cobrir o preço do mercado pelo trabalho investido, bem como a reposição do custo
da lavoura perdida.
Medição da terra
A unidade de medição para a terra seria aquela que é utilizada e compreendida pelas pessoas afectadas.
Portanto, se uma unidade tradicional de medição existir nas áreas, deve ser utilizada essa unidade. Se
uma unidade tradicional de medição não existir, recomenda-se que a terra deva ser medida em metros
A unidade de medição deve ser facilmente relacionada com as características da terra reconhecíveis com
que as comunidades estão familiarizadas, como a localização relativa das árvores, troncos e outras
características fixas nos locais. Compreender a unidade de medição garante que a pessoa afectada seja
capaz de verificar a dimensão da sua própria área que está a ser perdida. Isto mantém a transparência
no processo e evita acusações subsequentes de medições erradas ou erros de cálculo nas áreas das
terras.
A terra produtiva fornecida obedecendo ao princípio de compensação de substituir terra por terra deverá
ter potencial produtivo equivalente ou melhor, relativamente à área produtiva original. Essa área de terra
deverá situar-se numa localização preferida pela PAP o mais perto possível da área original. Será
necessário a clara identificação desta área antes do reassentamento. A compensação pela terra que
originalmente sustentava culturas estabelecidas, deverá ser feita fornecendo terra já limpa com o campo
preparado para ser semeado. Este procedimento poderá ser feito utilizando mão-de-obra local.
No caso de ser previsível que o reassentamento poderá desestabilizar significativamente a vida das PAPs,
dever-se-á fornecer às pessoas a ser realojadas, na medida do possível, opções alternativas de fontes de
subsistência como, por exemplo, a aprendizagem sobre formas alternativas apropriadas e mais produtivas
de geração de rendimento.
Os preços vigentes para as culturas de rendimento devem ser determinados. Cada tipo de cultura deve
ser compensado, usando a mesma taxa entre os subprojectos. Esta taxa deve incorporar o valor da
cultura e o valor do trabalho investido na preparação de novas terras, todas as culturas compensadas e
pelo tempo que corresponde à duração do impacto O cálculo de compensação usando uma taxa garante
a uniformidade e permite que qualquer pessoa possa medir a área da terra para a qual a indemnização
é devida e multiplicar a área pela taxa do conhecimento de todos. Esta abordagem também permite a
atribuição de valores do ano anterior (terras em que um agricultor já investiu trabalho) e terras em que
houve plantação, mas que as culturas possam ainda não ter surgido.
Assim, o valor de indemnização de uma cultura anual será calculado, aplicando a seguinte fórmula:
O valor do trabalho investido na preparação de terras agrícolas será compensado ao salário mínimo no
sector agrícola para o mesmo período de tempo. O custo do trabalho para preparação da terra de
substituição é calculado em o que custaria ao agricultor, criar uma machamba na terra de substituição.
Este valor é encontrado através da soma dos custos médios de compensação, arar, semear, capinar duas
vezes, e a colheita da safra.
Todas as actividades laborais agrícolas estão incluídas, por duas razões. A primeira razão é de assegurar
a uniformidade. Todo o trabalho da terra será compensado com a mesma taxa. Em Segundo, é difícil
prever quando, durante o período vegetativo, um agricultor pode precisar para desistir da sua terra.
Assim, a remuneração para preparação da terra abrange todos os investimentos que o agricultor vai
fazer.
Em certos casos, pode ser prestada assistência a usuários da terra, além de pagamentos de
compensação. Por exemplo, se um agricultor for notificado de que a sua terra é necessária após uma
data importante do ponto de vista agrícola (data crítica, pode ser diferente em partes de Moçambique
e entre as zonas climáticas), quando ele / ela já não terá tempo suficiente para preparar outra porção
de terra, a assistência será fornecida na forma de contratação de mão-de-obra intensiva do distrito
Municipal ou arado mecanizado para que a terra de substituição esteja pronta até às datas da
semeadura. O agricultor ainda continuará a receber a sua compensação em dinheiro para que ele / ela
possa pagar pela semeadura, campinagem e colheita. No âmbito da restauração dos meios de vida, os
agricultores serão igualmente compensados em insumos agrícolas.
As compensações por infraestruturas serão pagas através da substituição das casas, barracas,
quiosques, muros de vedação, cozinhas. Quaisquer casas perdidas serão reconstruídas na terra de
substituição adquirida. No entanto, a compensação em dinheiro estará disponível como opção
preferida para estruturas tais como edifícios extra perdidos, que não sejam da casa principal ou casa
em que alguém esteja a viver. Os custos de substituição aplicáveis para materiais de construção irão
ser utilizados para calcular os valores. Alternativamente, a indemnização será paga em espécie para o
custo de substituição, sem depreciação da estrutura. O projecto irá analisar e actualizar os preços de
materiais de construção numa base contínua.
A compensação será feita para estruturas que sejam abandonadas devido a realocação ou
reassentamento de um indivíduo ou agregado familiar, ou estruturas que sejam danificadas
directamente pelas actividades de construção. Os valores de reposição serão baseados em:
Esta política não prevê compensação para o uso da terra definida como propriedade cultural. Os locais
sagrados incluem, mas não estão limitados a: altares, centros de iniciação, locais de rituais, túmulos e
cemitérios. Os locais sagrados incluem esses lugares ou locais / recursos que são aceites pelas leis locais,
incluindo prática habitual, tradição e cultura como sagrados. Para evitar possíveis conflitos entre
indivíduos e / ou comunidades e estrutura local, será evitada a todo custo o uso de locais sagrados para
quaisquer actividades do projecto no âmbito do PTUM, estabelecendo-se como critério de exclusão.
O cálculo do valor de árvores de fruto tem em consideração o tipo de árvore, a sua idade e estado, as
condições de crescimento, os anos de produção, a produção anual e a estimação do preço actual de
mercado associado. Com base no ano em que foram actualizadas formalmente as tabelas de preços por
árvore fornecidos pelas DPASAs para o efeito que deverão ser ajustadas tomando em consideração a
depreciação da moeda moçambicana, que em certos momentos pode ser elevada. A Directiva sobre o
processo de expropriação para efeitos de ordenamento territorial (Ministério para a Coordenação da
Acção Ambiental – Diploma Ministerial no 181/2010, estabelece o calculo com base na vida útil, idade da
planta, período de crescimento, produção média anual e factor K cujo valor varia de 0 a 1. O valor K é
atribuído com base no estado da planta, terreno, espaçamento, tratamento e irá cobrir o valor das
colheitas/produção ou árvores em pé (para o período necessário para que as substituições se tornem
produtivas) e outros factores que possam interferir no rendimento da planta. O valor de indemnização de
uma planta será calculado, aplicando a seguinte fórmula:
Valor da Planta = (VU-(I-X)*Pm*PV*K
VU = Vida útil
I = Idade
X = Período de crescimento
Pm = Produção média anual
PV = Preço de venda (frutos)
K = Factor
Se as famílias forem reassentadas, elas serão compensadas pelo trabalho investido nas árvores que
deixam para trás. Isto pressupõe que elas continuem a possuir as árvores deixadas para trás segundo
os direitos consuetudinários. A taxa de compensação será baseada em informações obtidas a partir
dos levantamentos socioeconómicos, incorporando os seguintes critérios:
Estas árvores têm um reconhecido valor nos mercados locais, dependendo da espécie e idade. A
compensação por árvores silvestres "propriedade" de indivíduos, que estão localizadas em terras,
conforme definido nesta política, será paga. As árvores silvestres e produtivas pertencem à
comunidade quando elas aparecem no meio do mato, em oposição a uma terra em pousio. Estas
árvores serão compensadas nos termos da compensação da comunidade. O conceito de árvores
produtivas e não produtivas deve ser considerado durante o cálculo pela perda do valor da
compensação de árvores económicas e não-económicas
Os empregados afetados receberão ajuda pelo lucro cessante e, caso necessário, assistência para
identificar oportunidades de emprego alternativas;
Nos casos em que sejam afetados os direitos de posse reconhecidos em relação a terras será
fornecida uma propriedade de substituição (por exemplo, áreas agrícolas ou comerciais) de valor
igual ou superior ou, quando apropriado, compensação em espécie aos custos de reposição;
-Os indivíduos economicamente deslocados que não tenham direitos de posse reconhecidos
receberão indenização por activos perdidos que não sejam terras ao custo de reposição total que
inclui custos adicionais associados, e pelo tempo de duração dos impactos
O projecto fornecerá assistência, em vez de compensação por perda de terras, suficiente para
proporcionar a esses indivíduos uma oportunidade para restabelecer os seus meios de
subsistência em outro local; e
Se a aquisição de terras ou restrições ao seu uso, ou o acesso à terra ou aos recursos naturais
puderem provocar perdas econômicas significativas, também serão incorporados ao plano de
reassentamento e ao Plano de restauração de meios de vida independente acordos para fornecer
Infraestruturas publicas públicos e privados tais como postes e ligações de energia e de telecomunicações
aéreas ou subterrâneas, componentes de abastecimento de água e saneamento, placas de publicidade,
estradas, etc.), poderão ser afectadas no âmbito das actividades das componentes 1 e 2 referentes a
melhoramento de infraestrutura viárias secundarias e terciarias, pedonais e para ciclistas e infraestruturas
de macro e micro drenagem, agua e saneamento.
O CMM contará com assistência técnica composta por técnicos seniores e juniores de salvaguarda social,
de inclusão social e género, da área ambiental, Monitoria e avaliação, engenheiros e arquitetos, a equipa
técnica social estará baseada na Unidade de Implementação do Projecto (UIP) e será responsável em
assegurar a implementação da conformidade ambiental e social em todo o ciclo do projecto com base nos
instrumentos de Salvaguardas preparados para o Projecto, incluindo as Normais, Politicas Diretrizes
Ambientais e Sociais do BM e a legislação Ambiental em Vigor no País para os processos de
reassentamento involuntário.
O Município de Maputo contará ainda com as unidades implementadoras das componentes do projecto
(VSAS,VDL, VOTAU), com os distritos municipais abrangidos, estes serão responsáveis pela supervisão e
monitoria do QPR e PAR. O VOTAU terá um papel mais colaborativo no processo de elaboração e
implementação do QPR e PAR através da integração na equipa de salvaguardas socio ambientais, dos
técnicos ambientais e sociais da vereação no processo de reassentamento. A autoridade máxima do
projecto no CMM será o Gabinete de Desenvolvimento Estratégico e Institucional (GDEI), responsável pela
coordenação geral das actividades do projecto.
A responsabilidade por assegurar que a produção de um PAR recai sobre o Proponente do PTUM, o CMM,
onde o GDEI é autoridade do Programa e conta com as vereações (VOTAU, VSAS, VDL) intervenientes
como agencias implementadoras, estas vereações mencionadas acima serão envolvidas na elaboração do
PAR apenas na medida em que fazem a supervisão das relações interinstitucionais, dos mecanismos de
comunicação e a elaboração dos sistemas de monitoria e avaliação. A Autoridade do Programa contratará
empresas de consultoria ambiental e social para elaboração e implementação dos PARs e delegará a UIP
para a responsabilidade supervisão dos trabalhos. O CMM com a colaboração e apoio do MTA e /ou outros
ministérios relevantes como o MOPHRH em função das áreas de actuação serão os responsáveis pela
elaboração e implementação dos PAR´s.
Uma vez definida a necessidade de um PAR, o processo de reassentamento vai requer a existência de uma
Comissão Técnica de Acompanhamento e Supervisão composta por representantes dos seguintes
sectores:
Podem, ainda, ser convidados a participarem nas sessões da comissão representantes de outros sectores,
especialistas e indivíduos de reconhecido mérito, sempre que a natureza do trabalho o justifique.
Participam, ainda, no processo de reassentamento os seguintes actores:
Cada membro da Comissão Técnica tem responsabilidade específicas relacionadas com área de actividade
que representa. Destaca-se o governo distrital que, para além de garantir a disponibilização de espaços
para o reassentamento da população afectada e a regularização da ocupação de terras, fiscalizar os
processos de implantação dos planos de reassentamento e disponibilizar espaços para a prática de
actividades de subsistência.
Selecção inicial e definição dos CMM ( assistência técnica – CMM PIU e Consultores
subprojecto e dos locais engenheiros e arquitetos e salvaguardas Comunidades locais
VOTAU ambientais e sociais
Triagem dos CMM e salvaguardas BM Assistência técnica e
subprojectos/preenchimento ambientais e sociais e VOTAU VOTAU
FIAP/Formulário de Avaliação
Preliminar
do BM
Categorização incluindo a CMM BM MTA
confirmação da MTA
necessidade de PGAS e PAR para
licenciamento ambiental
Preparação do PAR CMM (VSAS, VOTAU, VDL, MTA e BM MTA, Comissão
GDEI) Técnica do
Distritos Municipais reassentamento
Revisão do Projecto e Aprovação do MTA, Comissão Técnica Estrutura local CMM (VSAS, VOTAU,
PAR VDL, VRHBG, GDEI)
Consulta Pública Participativa salvaguardas ambientais e Estrutura local e CMM (VSAS, VOTAU,
sociais, VJC, VSAS e VOTAU PAPs VDL, VRHBG)
Implementação do PAR Consutores, equipa técnica Estrutura local e CMM (VSAS, VOTAU,
social do CMM, Comissão PAPs VDL, VRHBG, GDEI)
Técnica do Reassentamento
Atendimento a Queixas Gabinete do Provedor, Estrutura local e CMM (VSAS, VOTAU,
salvaguardas ambientais e PAPs VDL, VRHBG,GDEI)
sociais e DMs
As PAPs terão de ser compensadas, de acordo com este Quadro da Política de Reassentamento, antes
do inicio de implementação das actividades dos subprojectos. Para as actividades que envolvem a
aquisição de terras ou perda, negação ou restrição ao acesso a recursos, é necessário que medidas sejam
levadas a cabo para a compensação e para outro tipo de assistência necessária para o reassentamento,
antes da deslocação. A assistência inclui a provisão e preparação de locais de reassentamento com
instalações adequadas.
Os Terrenos e activos relacionados, em particular, somente podem ser tirados após que a compensação
tenha sido paga e os locais de reassentamento e subsídios de mudança entregues às PAPs.
Para actividades do projecto que exijam realocação ou que resultem na perda de abrigo, a NAS5 exige
ainda que sejam implementadas medidas para apoiar as pessoas afectadas pelo projecto, a serem
implementadas em conformidade com os planos de acção individuais de Reassentamento (PARs)
Na agenda de implementação de cada PAR detalhes precisos sobre reassentamento e compensação
devem ser disponibilizados. o cronograma para a implementação das actividades, conforme acordado
entre o projecto e as PAPs deve incluir: (i) prazos para o início e conclusão das obras civis; (ii) calendários
para transferências das obras civis concluídas para as PAPs; (iii) datas da tomada da terra que as PAPs
estavam a usar (esta data deve ser posterior à data de transferência das obras civis concluídas para as
PAPs e ao pagamento de todas as compensações) e; (iv) como essas actividades estão ligadas à
implementação do subprojecto em geral.
Ao aprovar recomendações para reassentamento durante a triagem, deve-se confirmar que os planos
de reassentamento contêm medidas aceitáveis que ligam a actividade de reassentamento às obras de
construção civil, em conformidade com esta norma. O momento adequado e a coordenação das obras
civis devem garantir que nenhuma PAP ou família seja deslocada (economicamente ou fisicamente)
devido a trabalhos de obras civis, antes de a indemnização ser paga e antes de os locais de
reassentamento com instalações adequadas serem preparados e colocados à disposição do indivíduo ou
família afectada.
Plano de Implementação
Alguns procedimentos de compensação e taxas podem exigir análise e revisão durante o ciclo do
programa. Os consultores irão implementar as mudanças, indicando os manuais de monitoria e avaliação
do programa. O preenchimento desses manuais exigirá um formulário de feedback:
Indicadores monitorados pelos distritos municipais para determinar se as metas estão a ser
cumpridas, e
Estatísticas de queixas da comunidade local expressando insatisfação sobre a
implementação das actividades de compensação e reassentamento.
Plano de Monitoria
19
Exemplo de um plano de monitoria apresentado no anexo 6
Serão realizadas avaliações trimestrais de modo a determinar se as PAPs foram pagas na totalidade e
antes da implementação das actividades do subprojecto; e se as PAPs gozam da mesma ou melhor
qualidade de vida que antes.
Uma série de indicadores objectivamente verificáveis devem ser usados para monitorar os impactos das
actividades de compensação e reassentamento. Esses indicadores serão orientados para a medição
quantitativa do estado físico e socioeconómico das PAPs, para determinar e orientar a melhoria no seu
bem-estar social. Portanto, indicadores de monitoria a serem utilizados para os diferentes PARs terão de
ser desenvolvidos para responder a condições específicas do local.
Uma monitoria independente deve ser organizada de vez em quando para validar a implementação do
programa. O CMM poderá aprovar a participação de ONGs em actividades de monitoria independente,
dependendo das suas necessidades.
Indicadores de Desempenho do PAR
Formulários/tabelas específicos serão preparados para os PARs estabelecendo vários indicadores contra
os quais o desempenho dos PARs pode ser monitorado e avaliado - para os propósitos de monitorização
interna e externa. Os resultados das pesquisas socioeconómicas que levarão à formulação do PAR serão
usados como indicadores da situação de base para medir objetivamente o progresso à medida que a
implementação do PAR evoluir. As conclusões sobre o número de famílias e pessoas que terão que ser
compensadas e terão os seus ativos afectados substituídos, bem como os princípios a serem seguidos e a
qualidade da restauração dos meios de subsistência formarão a base de todo o processo.
Aos níveis de distritos municipal e nas unidades de gestão do projecto, apesar de considerável experiência
prática, torna-se relevante identificar as necessidades de capacitação e desenhar as respectivas
intervenções para desenvolver as competências necessárias entre instituições e pessoal. Trata-se de
processos que exigem considerável desenvolvimento de habilidades práticas por parte daqueles que
estão envolvidos. O Projecto disponibilizará recursos para acomodar a satisfação deste importante
requisito. Tal, parte do pressuposto de que ao nível municipal e local há carências no entendimento de
requisitos para implantar e monitorar planos de reassentamento. Os objectivos dos programas de
formação e consciencialização para a implementação dos PARs são:
sensibilizar as várias partes interessadas sobre as ligações entre os impactos ambientais e sociais
do Projecto e outras áreas de desenvolvimento, particularmente os sistemas de saneamento e
drenagem e o desenvolvimento de infraestruturas em geral (estradas, abastecimento de água,
etc.), a demarcação de terras e a titulação, etc.;
demonstrar o papel dos vários intervenientes-chave na implementação e monitorização dos
instrumentos (QGAS-AIAS/PGAS e QPR/PARs,), disseminando estes instrumentos como tal e
extraindo e divulgando as lições aprendidas;
sensibilizar representantes e líderes de grupos e associações da comunidade (que por sua vez
transmitirão a mensagem às respectivas comunidades) sobre a formulação dos planos de
reassentamento ou de compensação e implementação e gestão das medidas de mitigação; e
sobre os seus papéis na obtenção de sustentabilidade ambiental e, mais importante ainda a social;
assegurar que tanto o pessoal municipal como distrital sejam capaz de fornecer liderança e
orientação, bem como supervisionar a implementação das suas componentes na AIAS/PGAS e
QPR/PARs;
assegurar que os Proponentes de subprojectos específicos e as PAPs possam analisar os potenciais
impactos ambientais e sociais, e recomendar, com competência, opções de mitigação, bem como
supervisionar a implementação dos planos de gestão; e
fortalecer as ONGs locais e equipas de extensionistas para fornecer apoio técnico aos agricultores,
comerciantes e a outras populações locais.
Onde não haverá envolvimento de Prestadores de Serviços externos, as sessões de trabalho para
preparar/preencher os vários formulários que precisam de ser preenchidos durante a preparação do
reassentamento (por exemplo, triagem de subprojectos sobre as suas implicações sociais), preparação
O Conselho Municipal possui um mecanismo para que os munícipes possam realizar reclamações,
sugestões, elogios ou simplesmente tirar dúvidas, sobre as acções implementadas pelo CMM, este
mecanismo é gerido pelo Gabinete do Provedor do Munícipe (GPM).
O MDR do CMM abrange os sistemas seguintes:
Os sistemas indicados precisam ser fortalecidos para que o MDR funcione eficazmente, o MDR irá
considerar e fortalecer o mecanismo existente no Município para as PIAs no geral, incorporando e
tratando queixas e reclamações no âmbito das actividades do projecto e será no geral, e de forma
especifica para os trabalhadores dos projectos implementados pelo CMM (directos, contratados e
terceirizados) e para atender e responder as questões de VBG, as ações de previstas no âmbito do
fortalecimento do MDR do CMM são apresentadas a seguir:
Divulgação para as PIAS e integração do MDR dos distritos municipais ao MDR central, as
manifestações dirigidas aos Distritos Municipais (cartas, audiências, reuniões comunitárias)
serão ser capturadas e reportadas no relatório geral do Provedor do Munícipe, será indicado
um ponto focal do CMM nas direções do DMs para o efeito.
Ampliação das portas de entradas de manifestações, fora as audiências, linha verde,
formulários, será incluído mensagens de texto por SMS, emails, links acedidos através do site
do Município, formulários preenchidos junto as estruturas dos Bairros e plantões sociais
previamente marcados para entender as manifestações das comunidades, de modo a
assegurar a fácil acessibilidade ao MDR.
Definição de níveis de resolução, desde o Bairro ao Presidente do Município e no sector
judicial se for aplicável.
Definição e divulgação do tempo de espera de resposta e meios para apresentar recursos para
questões não respondidas adequadamente
Estabelecimento de um MDR especifico, integrado ao MDR geral, para resposta a VBG e para
os trabalhadores directos e contratados pelo CMM.
Gabinete do Provedor do
Munícipe
(Nível Distrital)
PF Nível Local
Distritos Municipais
Figura 5: Estrutura institucional do MDR
Após o preenchimento do formulário, independentemente do canal usado para a apresentação das SR,
os PF (Distritais e municipais) registarão a informação de todas as reclamações, segundo sua classificação,
no sistema do MDR que esta alojado no SIS (Sistema de Informação de Salvaguardas) da plataforma MDR
do CMM. Os Pontos focais a nível local, irão preencher os formulários e encaminha-los as PF a nível
distrital ou municipal
Passo 2: Confirmação
Apôs a abertura do processo da manifestação será feita a confirmação da mesma ao reclamante, bem
como será explicado sobre o período necessário para a respectiva resolução. Se for necessário será
marcado a data do encontro para possível resolução e se existir consensos, implementar o acordo. O
período de resposta para a resolução das reclamações varia de acordo com a complexidade da
reclamação. O tempo de espera ou resposta está estipulado entre 5 a 15 dias, de acordo com a descrição
abaixo:
No caso de sugestões ou reclamações não procedentes: o PF informará ao requerente num prazo
máximo de 5 dias úteis a partir da recepção da reclamação, sobre as razões da não procedência,
e caso seja pertinente derivará ou sugerirá outros canais de resolução. O PF anotará o caso no
registo como encerrado.
No caso de sugestões, consultas ou pedido de esclarecimento: O PF respondera num prazo
máximo de 10 dias úteis a partir da data da recepção da mesma. Os conteúdos abordados são:
agradecimento, esclarecimento, algumas consultas e questões poderão ser encaminhadas
pelouros responsáveis pelas componentes e DM para que sejam respondidas, serão definidas
acções de seguimento e prazos.
Todos os subprojectos com a necessidade do uso do MDR no PTUM vão utilizar o sistema do MDR alojado
no SIS (Sistema de Informação de Salvaguardas) da plataforma do MRV do CMM para realizar a monitoria
das reclamações.
Os sistemas de M&E dos subprojectos devem incluir indicadores para medir a eficiência da monitoria e
resolução das reclamações e incorporá-la no quadro de resultados dos Projectos.
Os indicadores que se vão a utilizar são os seguintes:
Número de reclamações registada (descriminados por área geográfica e categoria);
Percentagem de reclamações respondidas dentro dos prazos;
Percentagem de reclamações resolvidas em cada nível/etapa;
Nível de satisfação dos usuários (Descriminado em comunidade, e outros usuários) com o MDR
(inquérito de percepções) e percentagem de casos encerrados com satisfação do reclamante.
A avaliação consiste em analisar as informações disponíveis sobre as reclamações para tomar decisões
estratégicas e operacionais na implementação dos projectos e decisões políticas para evitar acções que
ocasionem reclamações similares no futuro.
Os resultados chave do sistema e da monitoria (numero de reclamações recebidas, percentagem de
reclamações resolvidas, resumo genérico, e sem informação pessoal, dos temas tratados e como foram
abordados) serão difundidos entre as comunidades e a plataforma on-line para aumentar a transparência,
credibilidade e confiança. Serão utilizados diversos meios para sua difusão do MDR: folhetos, brochuras,
rádios comunitárias e reuniões com as comunidades.
Os indicadores que serão usados para monitorar a eficácia do Mecanismo de Diálogos Reclamações
(MDR), deverão responder ao seguinte:
O número de queixas e comentários recebidos
A conformidade com as normas operacionais
o teor das questões levantadas nas reclamacoes e sugestoes e comentários
As tendências das reclamacoes e sugestoes ao longo do tempo
Os motivos das reclamacoes e sugestoes
A justificativa de tomar medidas corretivas
Qual foi a reparação efetivamente oferecida
Recomendações ou estratégias para evitar ou limitar recorrências no futur
O local de origem das reclamacoes e sugestoes.
A satisfação do usuários em relação ao MDR
Etapas de Gestão de Sugestões e Elogios
A gestão de Gestão de casos de VBG irá seguir as acções descritas na tabela abaixo
Fase Acção Pessoa / Entidade
Apresentação Apresentação da denúncia Vitima ou
testemunha/familiar
Registo Independentemente Recepção da Denuncia, registo e PF do MDR a nivel local
encaminhamento ao ponto focal do GBV no município
Confirmação e Confirmação e encaminhamento para o atendimento PF GBV
encaminhamento integrado a nível da Bairro, nos Centros de Atendimento
Integrado (CAI), Gabinete do atendimento a mulher e
criança e os serviços de urgência nas unidades sanitárias
para assistência medica.
Atendimento Independentemente da porta de entrada onde foi PRM, MISAU, IPAJ, INAS e
integrado encaminhada a denuncia, o atendimento passa por: Acão social do CMM (a
- Primeiro contacta-se a policia e se necessário a esquadra nível dos distritos
mais próxima deve garantir o acompanhamento para Municipais)
assistência medica
- Policia e a Medicina Legal investigam o caso e asseguram
que a vitima seja acolhida nos centros de atendimento
integrado ou na casa de algum familiar.
- A Justiça (IPAJ)
- Acão social (INAS e Acão Social do Município)
Acompanhamento Assistente social deverá acompanhar cada caso tanto no Accao Social Municipio
durante apos a CAI como no ambiente familiar PF GBV
investigação
As PAPs podem igualmente enviar as suas queixas relativamente a um projeto financiado pelo Banco
Mundial ao serviço corporativo de resolução de queixas (SRQ) do Banco Mundial. O SRQ garante que as
queixas recebidas sejam prontamente analisadas a fim de resolver as preocupações relacionadas com os
projetos. Depois de apresentar as suas preocupações diretamente ao Banco Mundial e conceder ao Banco
uma oportunidade razoável de resposta, as partes afetadas por projetos podem enviar as suas queixas ao
Painel de Inspeção independente do Banco Mundial e solicitar uma inspeção a fim de determinar se
ocorreram prejuízos em consequência do não cumprimento pelo Banco Mundial das suas políticas e
procedimentos.
O GRS aceita queixas em inglês ou na língua oficial do país do reclamante. As queixas podem ser enviadas
por: E-mail: grievances@worldbank.org, Fax: +1-202-614-7313, Carta: Banco Mundial - Grievance Redress
Service (GRS), MSN MC 10-1018 - 1818 H St NW Washington, DC 20433, USA.
O draft do QPR, já foi publicado no site da Associação dos Municípios a 3 Junho de 2020, detalhes do QPR
como princípios da NAS5, os impactos, os direitos das PAPs, o mecanismo de reclamação foi apresentado
e discutido durante as consultas públicas. A versão final do QPR será enviada oficialmente para o Banco
Mundial para divulgação na página externa do WB. A versão final deste documento será usada pelas
respectivas agências implementadoras e empresas contratadas e outras partes interessadas do projeto
durante a implementação.
A consulta e a participação pública com as PAPs, irá iniciar o processo preparação do projecto até ao
processo de compensação. Esta consulta e participação do público será parte de um processo contínuo
que terá começado na fase de planeamento; e terá continuado através da criação técnica da projecção e
desenvolvimento, selecção da terra e fases de triagem. Esta tendência irá garantir que todos os indivíduos
e famílias afectados estejam bem informados e adequadamente envolvidos em todo o processo. No
âmbito da preparação deste QPR foram realizadas consultas publicas cujos detalhes dos resultados destas
consultas estão na secção 11.3.
A participação e consulta das comunidades são privilegiadas pelas políticas nacionais e internacionais
sobre o reassentamento involuntário. A NAS5 do Banco Mundial refere que “as pessoas deslocadas
deverão ser consultadas extensivamente e deverão ter oportunidades para participar do planeamento e
implementação de programas de reassentamento”.
Segundo a NAS 5, o Mutuário iniciará um processo de consulta relevante de forma a fornecer às partes
interessadas oportunidades para expressar as suas opiniões sobre os riscos, impactos e medidas de
mitigação, e que lhe permita considerá-las e respondê-las. A consulta relevante será realizada de maneira
contínua, na medida em que a natureza dos problemas, impactos e oportunidades evoluam.
Especificamente e conforme melhor explicitado no capítulo que lida com o quadro legal deste QPR, o
Decreto 31/2012, que regula o processo do reassentamento em Moçambique, especifica que pelo menos
(4) reuniões públicas deverão ser realizadas durante a planificação, preparação e a implementação do
Plano de Acção de Reassentamento (PAR), e que as reuniões deverão ser anunciadas num “meio de
informação” local (artigo 23).
Por sua vez o Decreto que regula os processos de avaliação ambiental (54/2015) refere que “durante o
processo da AIAS/ PGAS como tal, haverá duas reuniões (Artigo II, ponto 2, alínea p). E nos casos em que
o projecto tenha implicações de reassentamento e tenha sido objecto de AIAS deve-se preparar um
Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico, como um anexo separado da AIAS a ser submetido
O resultado destas consultas será documento em actas, no anexo 5 apresentamos um modelo de acta de
consulta que poderá ser usado pelo CMM no processo.
São consideradas intervenientes os seguintes (detalhes sobre estes elementos serão apresentado no
PEPI):
Pessoas Afectadas pelo Projecto (PAPs);
Os Proponentes do Projecto e dos Subprojectos;
As Autoridades Locais (Município, Departamentos do Governo);
Operadores Comerciais Locais;
Associações de Residentes;
Indivíduos que sintam que irão sofrer impactos (positivos ou negativos) pelo estabelecimento
do projecto ou pelo processo de reassentamento;
Pessoas e instituições interessadas pelo projecto;
Uma nota especial deve ser feita em relação à participação das mulheres e de outros grupos
vulneráveis. As reuniões públicas e os grupos de discussão focal que as irão acompanhar
tratarão de criar espaço para que as mulheres, as pessoas pobres e mais vulneráveis (por ex.
agregados familiares chefiados por mulheres, crianças, idosos e pessoas portadoras de
deficiência), possam fazer ouvir a sua voz em torno das diversas matérias de interesse público
ligadas ao projecto.
Aprovação e Divulgação dos PARs formalmente, a aprovação final dos PARs é da responsabilidade dos
CMM, distritos municipais e DPTADER do MITADER em resposta a submissões feitas pelos Proponentes
dos subprojectos auxiliados por consultores contratados e pagos por fundos do Projecto/UIP. Assim que
O Banco Mundial também terá de ser solicitado a dar a “Não Objeção” ao PAR. Uma vez que o No
Objection (NOB) for fornecido junto com a AIAS/PGAS do projecto, o PAR, assim como o QGAS e o QPR,
também serão divulgados publicamente tanto no país quanto no site do Banco Mundial antes da
implementação.
A divulgação dos PARs exclui os nomes das PAP, bem como os detalhes dos montantes/direitos envolvidos
na compensação/restauração dos meios de vida. Estes estarão disponíveis separadamente para serem
usados pelos gestores do projecto para as várias tarefas de gestão do reassentamento. Os elementos
essenciais do PAR também podem ser traduzidos para as línguas locais para garantir que todas as PAPs e
partes interessadas compreendam o seu conteúdo e implicações práticas. Isto refere-se a outras línguas
moçambicanas, que não sejam o português.
As vias comumente planejadas de tal engajamento são públicas, concretamente reuniões publicas,
reuniões da comunidade, discussões em grupos focais, pesquisas de campo e entrevistas individuais com
a crescente preocupação com o risco de propagação do Coronavírus, as técnicas de consulta foram
20
Anexo 8 – Anuncio da consulta
No geral ficou patente nas reuniões de consulta que o PTUM é visto como um projecto portador de
benefícios para os distritos municipais e seus habitantes, e essencial para o desenvolvimento urbano.
As preocupações e sugestões apresentadas visaram sobretudo optmimizar tanto o desenho como o
tratamento das várias questões incluindo evitar, minimizar e gerir potenciais impactos negativos. Os
subsídios das reuniões públicas foram incorporados no PEPI, assim como no QPR
e QGAS. A Tabela abaixo apresenta o resumo das principais questões levantadas pelos participantes nas
consultas públicas e as inferências que se podem tirar no contexto do QPR do projecto que está em
elaboração.
2 Saudaram a preparação do PEPI e pelo facto de as PIAs terem Seguir estritamente as disposições do PEPI na
sido envolvidas na fase de preparação dos instrumentos do condução de processos participativos e inclusivos
projecto. efectivos, dentro dos municípios abrangidos
O facto do PTUM ser um projecto de grande natureza e trazer
grandes impactos socias seja pelo reassentamento e impacto
nas benfeitorias. Tem assistido os conflitos que surgem entre o
dono de projecto, empreiteiras e comunidades impactadas pelo
processo de desenvolvimento e implementação do projecto
O PEPI deve garantir que as PAPs devem ser incluídas como
parte activa no processo de implementação do projecto e se
apropriarem do mesmo. É preciso olhar para o resultado social,
os benefícios do projecto
4 O envolvimento dos jovens e mulheres no que respeita a O grupo de jovens será integrado como parte das
empregabilidade nas actividades do projecto foi bastante PIAs identificadas
abordado.
Os jovens também reclamaram espaço para se envolverem mais
nos processos de desenho e implementação dos subprojectos
Foi a igualmente referenciado a não inclusão dos idosos nos
processos de consulta e benefícios do projecto
5 Os grupos de mulheres sentiram-se honradas por fazerem parte Continuar a fortalecer a inclusão da mulher e outros
do processo de auscultação, algumas referiram que foi a grupos vulneráveis nos processos do PTUM
primeira experiencia, e elas gostariam que continuassem a
participar em todas as consultas previstas e que as suas
sugestões sejam realmente consideradas.
6 Houve referencias a projectos desenvolvidos no Município de Existem lições aprendidas e impactos negativos de
Maputo que não consideraram devidamente a participação das projectos implementados, os impactos negativos
PIAs em todas as fases do projecto, situações em que os devem ser levantados para que sirvam de exemplo e
processos de reassentamento e mecanismos de queixas não evitados, o PEPI e os princípios do QPR e QGAS
funcionaram devidamente e criaram problemas em vez de devem ser devidamente implementados.
benefícios.
ASPECTOS RELATIVOS AO DESENHO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PROJECTO
7 Basicamente foi referido que o PTUM não deve deixar de Actividades previstas no PTUM
melhorar as condições de agua, expansão da rede elétrica,
Serviços de bombeiros locais, Centros Culturais e Desportivos,
estrutura viária construída e alargada, saneamento do meio
(melhor gestão dos resíduos), drenagens, bocas de incendio,
atribuição de DUATs, escolas e centros de saúde.
8 Em relação a gestão de resíduos sólidos e drenagens tem se À consideração do Proponente do projecto CMM
verificado boas iniciativas de segregação de resíduos, o PTUM
podia prever um plano para gestão de resíduos sólidos
9 Deve-se incluir no quadro legal o decreto 53/2008 sobre a Deve ser reforçado no desenho dos projectos
acessibilidade das pessoas com deficiência e outras formas de executivos das obras, de modo que seja
assegurar a inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência efetivamente acautelada a inclusão e acessibilidade
visual e outras deficiências, e avaliar a colocação de semáforos das pessoas com as diferentes deficiências
inclusivos.
O relatório integral das consultas publicas ao QPR pode ser consultado no site (sítio) da associação dos
Municípios de Moçambique- (http://www.anamm.org.mz/)
De acordo com o QPR, ao abrigo do projecto serão disponibilizados, entre outros aspectos, recursos para
financiar a gestão dos riscos ambientais e sociais incluindo formação, preparação de PARs e monitorização
da implementação de instrumentos de reassentamento involuntário, bem como avaliação de impacto em
muitas áreas de actividade do projecto. Para além da gestão geral das questões previstas no âmbito do
QPR do Projecto, os fundos serão utilizados para cobrir os custos de preparação, gestão e supervisão dos
PARs.
Tabela 10: Orçamento para o QPR – Para fase de elaboracao de estudos, capacitações, monitoria e auditorias
Portanto, poderão ser utilizados fundos do Banco Mundial como parte do orçamento do investimento no
Projecto para a elaboração dos PARs/Planos de restauração de meios de vida, para os custos de gestão e
supervisão, os facilitadores da implementação, a monitoria, todas as medidas de compensação em
espécie e reassentamento in situ. A estimativa dos custos apresentada neste Quadro da Política de
Reassentamento será actualizada à medida que o desenho do Projecto for evoluindo e os PARA/PC forem
produzidos e implementados.
21
Reassentamento in situ incluirá o financiamento da construção de infraestruturas residenciais ou comerciais
para as pessoas afetadas pelo projeto, proporcionando-lhes acesso a água, saneamento e eletricidade, no mesmo
bairro ou a não mais de 5 km de sua localização original.
22
O Projeto priorizará a compensação em espécie. Caso a compensação em dinheiro seja necessária, prioridade
será dada ao uso de recursos do CMM. Se os recursos do Bando Mundial forem necessários, o CMM solicitará a
aprovação do Banco para o uso das quantias necessárias assim que forem conhecidas.
Subprojeto_______________________________
Local de implementação do subprojeto_____________
(Indique o local de implementação com a designação no mapa-esquema com fotos)
Tipo de atividade: ________________________________________
(nova construção, reconstrução, reabilitação, manutenção)
Custo estimado ____________
Data de início estimada: _______________________________
Desenhos / especificações técnicas discutidas: ____________________
Lista de controle:
№
Possível fator de impacto Disponibilidade (Sim não)
1. Nome: Idade:
Sexo: ( ) M F ( )
II - IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADOR
2. Nome: Idade:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Nr. Tpo de Infra Estrutura Quem é o proprietario da (s) Dimensao da Infra-estrutura Descrição dos materiais de
Infraestutura (s) construção
1
2
3
4
5
6
Casa Principal (habitação) Propriedade do Blocos de Cimento
Cozinha (fora da casa) Chefe do agregado
Familiar Blocos de cimento e
Serviços/instalação/recursos 21. Qual a forma de captação de 24. Meios de Comunicação Quais as instalações sanitárias Como os agregados familias
água? que o agregado familiar tem e gerem o lixo
usa
Moagem
Paragem de machimbombo/chapa
Estação de caminho-de-ferro
Polícia
Banco
Administração/Governo Local
Outra (especificar)____
Regime de Qual sua Nr. Total de Tamanho Reside na Qual a distância da Fatores que dificultam Principal Uso principal da Rendimento
utilização da actividade Talhoes que aproximad Propriedade? residência p/ o a a produção. cultura colheita obtido no último
Terra? principal? possui o da 1. Sim parcela da terra para cultivada ano, resultante da
Parcela 2. Não ( ) agricultura? (m)
V. ÁRVORES
quantas das seguintes árvores o agregado familiar possui actualmente, onde estão localizadas, a sua idade
média e o seu uso
Tipo de árvore Número Localização da maioria Idade média Uso Rendimento obtido com
aproximado de das árvores árvores no ano anterior
árvores
possuídas
Papaieira
Tangerineira
Eucalipto
Moringa
Canhoeiro
Abacateira
Mafurreira
Outra (especificar)
Outra (especificar)
Outra (especificar)
VI. ANIMAIS
Indique por favor quantos dos seguintes animais o agregado familiar possui actualmente, o seu uso e onde se localiza o pasto
Tipo de animal (Não considere Número aproximado de Principal uso do animal Pasto Rendimento obtido
gatos ou animais possuídos com animais no ano
Cães) anterior
Fale-nos por favor sobre quaisquer campas que pertençam ao seu agregado familiar e onde se localizam. Se o agregado familiar NÃO tiver campas escreva 00
na primeira linha, risque os espaços restantes e passe para
Número de campas Onde se localizam 1 – Dentro do quintal da casa 2 – Fora do quintal da casa
(sem contrato nem acordo formal) Comércio (loja) Parente (com remuneração)
Diária
2. Semanal
3. Quinzenal
4. Mensal
5. Semestral
6. Anual
7. Irregularmente/quando
arranjo trabalho
98. Outra (especificar)
_____________________
29. Qual o tipo de 30. Você participa 31. Como você avalia a actuação das 32. Você já participou de 33. Você participa de alguma 34. Existe a participação das
organização que das reuniões desse pessoas neste grupo? algum curso promovido por destas organizações? mulheres?
existe na grupo? ( 1- Sim ou 2- Não) algum destes grupos?
comunidade? ( 1- Sim ou 2- Não) ( 1- Sim ou 2- Não)
Associação ( 1- Sim
) 1- Sempre 1- Conseguem trabalhar juntas ( 1- Técnico ou produtivo ( 1- Sindicato ( 2- Não ( )
Cooperativa ( 2- De vez em ) ) ) 82. E dos jovens?
) quando 2- Confiam uma nas outras ( ) 2- Noções de Associat ( 2- Associação ou Cooperativa 1- Sim ( )
Grupo de mulheres ( 3- Não 3- Conseguem um acordo quando ) ( ) 2- Não
) ( ) discutem ( ) 3- Curso profissionalizante ( 3- Organização religiosa 83. E dos Idosos?
Grupo de Jovens ( 4- Ajudam umas às outras ( ) ) ( ) 1- Sim ( )
) 4- Outros ( ) 4- Partido político ( ) 2- Não
Grupo de trabalho ( 5- Mutirão ( )
) 6- Conselho Municipal ( )
Grupo religioso (
)
Sindicato (
)
Outros
_____________
Nenhum (
)
Este formulário ou um documento equivalente deve ser usado para registar o consentimento dos
proprietários de terras que oferecem terras privadas para uma actividade da comunidade ou na
comunidade que seja aceite por esta. O essencial da doação voluntária é que os doadores tenham sido
consultados e informados para consentir livremente antes da doação, não sejam pressionados ou
coagidos, que a doação não afectará uma proporção significativa (mais de 10%) de seus activos produtivos
e que eles tenham o direito de recusar e apresentar uma reclamação se tiverem uma queixa sobre o
processo.
Formulário de Consentimento para a Doação Voluntária
Eu/Nós: ___________________ chefe do agregado familiar masculino/feminino ___________________
e/ou pessoa (s) que exerçam os direitos consuetudinários sobre a terra descritos como (descrição legal,
coordenadas GPS se disponível) na Aldeia /Bairro______________________ Nome da
Associação_____________________ Distrito______________________ Província
____________________ declaro/(mos) por este meio que eu/nós/o grupo somos os donos/usuários da
terra requerida para (descrição):
_________________________________________________________________________ Eu/nós
estamos voluntariamente a doar a terra e/ou activos sobre a terra (área do terreno, tipo de
activos/árvores/plantações, etc.) _____________________________________________________
________________________________________________________________________ com a
finalidade de: (especificar a actividade)
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________ Concordo/amos com esse
objectivo a partir de (data) ___________, desde que o objectivo seja cumprido ou até (especificar a data
final, normalmente a expectativa de vida da instalação)………………… Eu/nós fazemos esta doação de
Meu/Nosso próprio livre arbítrio.
Nós /Nós renunciamos ao Meu/Nosso direito à indemnização de qualquer espécie pela duração
especificada da actividade. Declaro/mos que fomos consultados e informados de forma plena e gratuita
sobre a actividade antes do acordo, não fomos submetidos a nenhuma forma de coerção, entendemos
que temos o direito de recusar e buscar reparação por qualquer queixa concernente a esta transacção.
Tipo de manifestação
( ) Elogio ( ) Reclamação
( ) Dúvida ( ) Informação
( ) Sugestão ( ) Outros ________________________________
Assunto: ________________________________
Descrição da manifestação:
Responsável: ____________________________________________________
Situação da manifestação
( ) Respondido ( ) Não respondido ( ) Encaminhado a <Descrever área responsável>
Urgência do retorno?
( ) Sim. Quanto tempo ______________________ ( ) Nã
Conteúdo da reunião
5. Qual foi o objectivo da reunião?
Descreva.
1.
2.
3.
6. Decisões Tomadas
Descreva
1.
2.
3.
Questões colocadas pela comunidade durante a reunião? (ANOTE QUEM: IDADE, SEXO, SITUAÇÃO
APARENTE, ETC)
1.
2.
3.
4.
Descreva quaisquer outras acções importantes, as questões das discussões ou outros detalhes
relevantes para a reunião que anteriormente não foram captadas no formulário.
2 Aceitação do Projecto (ou não) pela Número de reclamações como percentagem dos PAPs na totalidade
comunidade
Número de queixas resolvidas com sucesso como percentagem do
número total de queixas
3 Aceitação (ou não), dos PAPs pela comunidade Número de conflitos entre PAPs e as comunidades de acolhimento
acolhedora
4 Recuperação das machambas temporariamente Área de terra restaurada para cultivo como percentagem da área total
destruídas pela construção de terras interrompido
5 Reposição das machambas /terras de pastagem Área de novas terras abertas para cultivo / pastagem como uma
permanentemente deslocados por vias de percentagem da área total de terra de origem cultivada / para pastagem
acesso e construção de edifícios
6 Qualidade de vida, em comparação com antes da Número de casas maiores de melhor qualidade fornecidas em
compensação / reassentamento percentagem do número total de casas no assentamento original
Número de indivíduos e famílias capazes de restabelecer a sua
actividades de anterior ao deslocamento, de terras e culturas ou outros
rendimentos alternativos, como percentagem do total de PAPs
Número de moradores locais afectados, empregues por empreiteiros de
obras civis
Renda anterior ao projecto dos indivíduos / grupos afectados,
vulneráveis contra as receitas actuais
Número de pessoas que participam nas actividades do projecto
comparado com o total de PAPs
Tendência de doenças ambientais, tais como malária, diarreia, tosse
etc.
Tendências em doenças respiratórias
Tendência nas estatísticas de HIV / SIDA em comparação com as
estatísticas anteriores ao reassentamento
Taxas de mortalidade após o reassentamento em comparação com as
taxas anteriores ao reassentamento
Número de PAPs com acesso à água potável em comparação com o
total de PAPs
Nota: Estes são apenas alguns dos indicadores que podem ser utilizados. Indicadores específicos terão de
ser desenvolvidos tendo em conta as condições específicas do lugar.
O PTUM será implementado como já foi referido nos capítulos anteriores, no Município de Maputo, esta
que é a maior cidade de Moçambique e a capital administrativa, política, económica e cultural do país,
tendo assim liderado o processo de urbanização em Moçambique, transformando-se de uma pequena
cidade portuária na maior aglomeração urbana do país. Designada a capital de Moçambique em 1898, a
cidade incialmente conhecida por Lourenço Marques desenvolveu-se rapidamente devido à sua
importância económica e política como capital das colónias no exterior.
A partir do início da década de 1940, o crescimento da cidade acelerou quando a administração colonial
começou a construir uma capital bem planeada e moderna, que incluía um porto, uma ferrovia, um
aeroporto, avenidas largas, redes de água e saneamento, electricidade, transporte público fornecidos por
bondes eléctricos, escolas primárias e secundárias, bem como a primeira universidade da região. Logo
Maputo se tornou um lugar moderno e cosmopolita para conviver com todas as comodidades de uma
cidade europeia para os colonos portugueses.
Nos meados de 1960, ocorreu o desenvolvimento da indústria ligeira, a par do aparecimento de novas
infraestruturas. À medida que a cidade se constituía como pólo de atração regional, quadruplicava a taxa
de crescimento populacional. Foi neste período que se iniciou um acentuado crescimento urbano informal
na periferia nos bairros de Xipamanine, São José, Chamanculo, Munhuana, Tlhambane e Mavalane23.
Agudizando-se a partir daqui a diferenciação espacial entre a bem servida “cidade cimento” de
infraestruturas básicas e equipamentos de utilização colectiva e com baixas densidades populacionais, e
o subúrbio “caniço”, densamente povoado e desprovido das condições urbanas mais básicas, hoje
denominados assentamentos informais.
Apos a independência a gestão do centro urbano de Maputo conhece mudanças, dividindo-se em 3 fases,
nomeadamente um período de transição direcionado para o desmantelamento do aparelho colonial e a
rutura com a política colonialista, seguindo-se uma fase marcada pelos primeiros momentos de
ajustamento estrutural e por ultimo uma fase ligada ao início do processo de descentralização e a reforma
dos órgãos locais no seguimento das políticas de ajustamentos estrutural.
Neste período pós a independência, de 1975-1980, identificam-se igualmente três tipos de fluxos:
migrantes entre distritos ou cidades da mesma província (interior rural para as cidades regionais
geograficamente próximas), migrantes entre duas províncias do País (dos centros urbanos regionais para
as cidades principais) e regressados do estrangeiro. Estes fluxos ocorreram até o ano de 1985, e foram
estancados em 1983 quando foi desencadeado um movimento para travar o êxodo rural, nos anos 1980
a 1992, num contexto de guerra civil, verifica-se um grande fluxo migratório do campo para a cidade, na
procura de segurança e de melhores condições de vida, período de pós-guerra o fluxo continua no mesmo
sentido e com a mesma intensidade, embora com um ligeiro abrandamento entre 1997 e 2007. 24
Actualmente a cidade de Maputo está dividida em sete Distritos Municipais, designadamente KaMpfumo,
Nlhamakulu, KaMaxakeni, KaMubukwana, KaMavota, KaTembe e KaNyaka, os quais por sua vez estão
subdivididos em bairros num total de 63, tem uma superfície de 346,77 Km2 e possui um total de 108
844.9 habitantes. O projecto como já foi referido acima será implantado nos Distritos Municipais (DM)
KaMpfumo, KaTembe, Nlhamakulu, KaMaxakeni, KaMavota, KaMubukwana.
23
Os desafios da expansão urbana nos países em vias de desenvolvimento
24
Domingos Augusto Macucule “metropolização e reestruturação urbana o território do grande maputo, 2010
Assentamentos Informais
A Componente 1, efectuará melhorias nos assentamentos informais, concretamente intervenções nas
infraestruturas de água e saneamento, rede viária, equipamentos sociais, micro drenagens e iluminação
em 20 bairros dos distritos municipais de Nlhamankulu, KaMaxakeni, KaMavota e KaMubukwana,
selecionados pela sua vulnerabilidade e pelo facto de não estarem a beneficiar de melhorias realizadas
por outros projectos. Os 4 distritos Municipais abrangidos pela componente 1 e seus respectivos bairros
são apresentados abaixo:
Tabela 2 – Descrição do Bairros para cada Distrito Municipal da componente 1
Unidade Administrativa Área
Bairros/Povoações
Autárquica km²[20]
Distrito Municipal 8 Aeroporto A e B; Xipamanine; Minkadjuíne; Unidade 7;
Nlhamankulu Chamanculo A, B, C e D; Malanga e Munhuana.
Distrito Municipal 12 Mafalala; Maxaquene A, B, C e D; Polana Caniço A e B e
KaMaxaquene Urbanização.
Distrito Municipal 108 Mavalane A e B; FPLM; Hulene A e B; Ferroviário; Laulane; 3
KaMavota de Fevereiro; Mahotas, Albazine e Costa do Sol.
Distrito Municipal de 53 Bagamoyo; George Dimitrov (Benfica); Inhagoia A e B; Jardim,
KaMubukwana Luís Cabral; Magoanine; Malhazine; Nsalane; 25 de Junho A e
B; e Zimpeto.
Os bairros abrangidos pela componente 1 são definidos como sendo assentamentos informais, estes
assentamentos ganharam ímpeto com o colapso da economia durante o período de economia
centralizada, o recrudescer da guerra que contribuiu para o êxodo rural, os fluxos migratórios ocasionados
por diversas razões dentre elas a necessidade de se buscar melhores condições de trabalho,
determinando-se assim um crescimento não planificado, sem investimentos necessários em
infraestruturas básicas e moradia, a condição destas áreas que foi sendo agravado pela ausência de
instrumentos de planeamento do uso do solo, sua execução e controlo.
A parte informal da cidade está presente desde a época colonial, quando a cidade foi estruturada em duas
áreas principais, como referenciado acima: o centro urbano, conhecido como Cidade Cimento, onde os
colonos portugueses viviam em apartamentos e casas confortáveis, com todas as comodidades de uma
No DM de KaMubukwana, localiza-se igualmente a Lixeira do Hulene constitui a única lixeira oficial para
a deposição dos resíduos sólidos recolhidos na cidade de Maputo. Está situada num bairro densamente
habitado a cerca de 10 km do centro da cidade e ao lado do aeroporto em Hulene. A lixeira, com uma
área de cerca de 17 hectares, encontra-se actualmente vedada, funcionando de forma contínua durante
24 horas por dia. A altura dos resíduos sólidos depositados chega a atingir 15 m, não existindo nenhum
sistema de recolha de lixiviados. Devido às deficiências do sistema de recolha verifica-se a acumulação
ilegal de resíduos em diversos pontos da cidade, ao longo das ruas e em diversas ravinas, esta em vista a
contrucao no âmbito do PTUM a construção do aterro na KaTembe, para que esta seja finalmente
encerrada.
Estas áreas exigem intervenções de requalificação com vista à melhoria da qualidade de vida local
(melhorar as condições da habitação, de saneamento básico, do espaço público e de acesso a
equipamentos e transportes públicos) e integração urbana conforme preconizado pelo PTUM.
Os maiores desafios serão sem duvidas a aquisição de espaços para ampliação das infraestruturas viárias,
habitacionais e equipamentos sociais, o reassentamento in situ e de forma vertical deverá assegurar a
manutenção da rede social dos residentes. A melhoria da qualidade de vida desta área implicará
25
Moçambique, Melhoramento dos Assentamentos Informais, Análise da Situação & Proposta de Estratégias de
Intervenção – DINAPOT - MICOA
Existem na KaTembe 14 unidades de ensino, das quais duas no bairro de Incassane (uma escola primária
de 1º grau e uma escola primária completa), três unidades sanitárias públicas: o Centro de Saúde (CS) de
KaTembe; o Posto de Saúde (PS) de Incassane; e o CS de Mutsweka. Existem ainda duas unidades privadas,
ambas localizadas no bairro de Chamissava.
Katembe possui duas redes viárias regionais (Via R404: 9 km; Via R403: 10,5 Km) e Vias municipais: Rua B:
3,5 km e ruas terciárias, o sistema viário existente é muito exíguo e frágil, as suas linhas principais são: i)
a estrada para a Ponta do Ouro, ii) as estradas de terra batida no núcleo urbano consolidado, no lado Este,
iii) as fracas ligações à zona Oeste, que foram construídas sobre zonas húmidas e alagadiças e formam
pequenas barreiras à corrente das águas.
As actuais vias que integram a rede viária da região KaTembe não apresentam geometrias bem definidas
quanto ao traçado em planta e em perfil longitudinal, não possuem secções transversais definidas nem
estruturas de pavimento e de drenagem pluvial. Também não são dotadas de passeios, pelo que os peões
e os veículos ocupam a mesma plataforma provocando situações de risco quanto à sua integridade e à
segurança rodoviária.
Não existem estruturas de pavimento pelo que a plataforma foi realizada directamente no terreno. Não
há drenagem pluvial nem passeios e, como tal, peões e veículos ocupam a via e origina-se situações de
risco quanto à sua integridade e segurança.
A rede de água canalizada ao domicílio cobre a zona semi-urbanizada que se localiza na parte oriental do
distrito e abrange os bairros de Guacheni, Chali e Inguide, servindo um número de consumidores com
pouco realce em relação á população total a residir na região.
O Distrito conta com seis furos de água do FIPAG e explorados pela ADM. A água é bombeada dos furos
para um depósito apoiado de 2500 m3 e deste para um depósito elevado, situado próximo do edifício
sede a Administração, com capacidade de 250 m³. Deste, por gravidade, a água é distribuída pelos bairros
servidos, existem, ainda, diversos furos e pequenas redes de distribuição particulares, executados por
munícipes com capacidade económica para essas obras e diversos fontanários garantem o abastecimento
às populações mais desfavorecidas e que não têm outra forma de obter esse bem de primeira
necessidade.
Não foi implementado um sistema de saneamento público na KaTembe, existem, unicamente, fossas
localizadas junto dos principais edifícios, em que o esgoto acaba por ser infiltrado no terreno através de
poços drenantes. O sistema mais comum é de latrinas melhoradas e de latrinas tradicionais nas casas de
construção mais informal.
Devido à inexistência de um sistema de drenagem de águas pluviais, estas correm naturalmente e
desordenadamente, estagnando-se em lugares que podem constituir focos de doenças devido à
concentração das mesmas por um tempo considerável. No seu percurso, sobretudo nas zonas de declive
acentuado, provocam erosão, degradando o solo, fenómeno notório em toda a parte costeira e em
algumas zonas do interior.
Em relação a segurança de posse de terra, a maioria dos membros da comunidade que ocupam já há
muitos anos, na sua maioria, que herdaram de seus familiares não possuem os DUATs formais, estando
em curso do distrito o processo de regularização fundiária, ainda de forma parcial.
Espera-se na KaTembe um acréscimo de acessibilidade que a nova Ponte vai dar à Região de Maputo e é
esperável ocupação de terras na KaTembe uma vez que será facilitado o acesso ao centro de Maputo, aos
seus serviços e locais de potencial emprego.
Verifica-se uma forma desordenada de ocupação do espaço que se caracteriza por uma precariedade das
condições de habitação e de salubridade e representam problemas tanto sob o ponto de vista ambiental
como social. Quanto as tipologias habitacionais, as construções são de material convencional do tipo
moradias simples e algumas moradias de 2 a 3 andares, com água canalizada e energia elétrica, KaTembe
dispõe igualmente de um sistema de infraestruturas e equipamentos de transporte fraco.
O PTUM propõe para KaTembe, intervenções que irão ditar um crescimento urbano Sustentável de
KaTembe através do ordenamento do território, construção de infraestruturas viárias essenciais e
construção de aterro sanitário para KaTembe.
O Conselho Municipal de Maputo realizou de 4 a 15 de Junho de 2020 as consultas públicas referente a elaboração
dos instrumentos A&S (QGAS, QPR e PEPI) para o Projecto de Transformação Urbana de Maputo (PTUM).
As consultas públicas foram realizadas de acordo com o programado e foi observado rigorosamente as medidas
estabelecidas para evitar a propagação da Covid9. As reuniões foram realizadas em vários grupos com um máximo
de 20 pessoas, excepto para alguns locais em que o número foi excedido e a equipa não teve outra alternativa.
Igualmente, foram observadas as medidas de distanciamento social, foram distribuídas mascaras (pós embora todos
os participantes faziam-se presente com as respctivas mascara) e desinfeção das mãos. O grupo alvo que participou
nas consultas públicas foi: i. Instituições públicas; ii. Sector privado, incluindo ONGs; iii. Estrutura Local e comunitária;
iv. Grupo misto (Jovens e Homens Adultos); v. Representantes pequenos comerciantes e associações base
comunitária; vi. Grupo de Mulheres.
Participaram nas diferentes reuniões um total de 473 pessoas das quais 48.00% de Mulheres e 52.00% de Homens
de acordo com a tabela resumo abaixo. De referir que a informação detalhada (relatório de Consulta Pública) do
processo de consulta pública encontra-se disponível para a consulta no site: www.anamm.org.mz
Proposta de Agenda
Período Actividade Responsável