Regas - Vol. I (Part 9)

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Vol.

I (part 9)
5 2 1

de cosmusgirl

(Aviso: Sangue)

Abel, o novo Regas, o cumprimentou. Ao contrário dos


outros, sua voz era destemida. E, em vez de falar à
distância, ele se sentou bem na frente dele. Na mão
pequena da criança, havia um pedaço de vidro
quebrado escondido.

Em algum momento, o sangue se tornou o único meio


de expressão da criança. Era o único grito que a criança
podia fazer, pois não conseguia falar, ver ou reagir a
nada. Quando o sangue vermelho se espalhou, as
pessoas reagiram.

Isso continuou a se repetir, e agora a criança costumava


procurar armas e rasgar a carne. Dessa forma, as
pessoas olhavam para ele. Não importava se era um
olhar de horror e nojo. As pessoas sempre olhavam
para a criança com esses olhos porque a criança não
conhecia outra forma de se expressar.

Então, dessa vez, ele esfaqueou com força o joelho do


Regas com o pedaço de vidro quebrado. Logo, o sangue
vermelho escorreu e um cheiro pungente encheu o ar.
Como o oponente não se moveu, ele facilmente rasgou
a carne e moveu o vidro quebrado. Em seguida, uma
mão grande levantou com força a mão da criança. Só
então a criança percebeu que o Regas eram muito
maior do que os outros. E seu grito também era
diferente.

— Ah! Esse sangue! Oh, Vossa Alteza, sua mão está


machucada! Não, você não deve segurar algo assim,
isso vai doer.

O grito era para o príncipe. E, ao contrário da voz


assustada, a mão grande que segurava a mão da
criança retirou cuidadosamente o pedaço de vidro
quebrado. Em seguida, tirou rapidamente do bolso
uma toalha velha e enrolou o pedaço de vidro nela.

— Está doendo muito? Vou chamar alguém para tratar


você. Não, eu trago o remédio e o aplico rapidamente.

Ao ouvir a voz trêmula, a criança estendeu a outra mão


e agarrou o pulso dele. As unhas que haviam arranhado
outras pessoas muitas vezes rasgaram facilmente a pele
de Abel. Aqueles que haviam sido derrotados antes
recuaram e tremeram. Mesmo que não o fizessem, o
medo estava claramente presente em suas vozes.
Mesmo quando diziam palavras gentis, o terror em suas
vozes era evidente. Exceto desta vez.

— Ah, claro! A corrente! Controle-se. Vou desamarrá-la


primeiro. Ah, como deve ter sido frustrante ser
amarrado assim.

Abel se inclinou para mais perto e começou a soltar as


correntes das mãos e dos pés da criança. A criança, sem
fugir, sem medo, sem dor, usou suas unhas federais
para rasgar a carne com força.

— Ah, não, isso o deixou machucado. E sua pele está


rasgada. Só um momento, Vossa Alteza.

Ele apenas murmurou palavras de preocupação sobre


as unhas atacantes da criança pela trigésima segunda
vez. Então, uma mão grande fez um som de batida
enquanto rasgava suas próprias roupas e gentilmente
envolvia o tornozelo da criança com um pano. A criança
se esforçou para remover o pé capturado e arranhou a
palma da mão grande com as unhas.

— Vou me certificar de que você nunca mais será


obrigado a fazer essas coisas.

A voz de Abel tremeu. No entanto, ela era diferente das


anteriores. Não era por causa do medo. Era algo que a
criança nunca tinha ouvido antes. A pessoa
desconhecida deixou a criança inquieta.

A criança não conseguiu superar sua própria força e


continuou a ofegar enquanto infligia ferimentos em seu
corpo. O sangue fresco continuou a fluir e o cheiro de
sangue ficou mais forte. Abel continuou a apresentar
reações estranhas. As ações da criança pareciam não
saber o que fazer.

— Por favor, perdoe-me, Vossa Alteza. Vou tocar seu


corpo brevemente.

Abel colocou a mão entre as axilas da criança e


rapidamente a levantou. E cuidadosamente abraçou a
criança contra seu peito. A criança que se agarrou a ele
usou o último método que lhe restava. Era muito
simples. Bastava levantar um pouco a cabeça. Então,
ele podia ver a outra pessoa através de seu cabelo.

Quando estavam tão próximos, a outra pessoa


demonstrava uma reação maior e fugia. Depois, o
ambiente voltava a ficar calmo. Essa era uma verdade
que nunca estava errada. Era uma resposta familiar que
havia se tornado sua própria solução. Então a criança
olhou em seus olhos verdes.

Ele encontrou o que claramente deveria estar lá. Medo,


nojo, espanto. Essas eram as únicas emoções que
deveriam ser vistas nos olhos de quem olhava para ele.
O príncipe só sabia disso. Mas, dessa vez, foi diferente.
Os olhos verdes estavam sorrindo. O calor encheu os
olhos que estavam curvados como se estivessem em
alegria.

— Uau, é a primeira vez que nossos olhos se encontram.


Deixe-me me apresentar novamente. Meu nome é Abel,
Vossa Alteza.

Ashler não conseguiu falar quando viu o bandido que


saiu pela porta. Seu rosto, mãos, pescoço e outras
partes visíveis de sua pele estavam cobertos de feridas
vermelhas ou encharcados de sangue. Seus joelhos
estavam encharcados de sangue a ponto de suas
roupas estarem molhadas. Mas ele não ficou surpreso
com os ferimentos. O bandido estava segurando o
príncipe. Ele era um príncipe que segurava seu pescoço
com força, a ponto de o sangue pingar.

— Oh, o cavaleiro ainda está aqui. Desculpe-me, mas


posso lhe pedir um favor?

Ashler não conseguiu responder rapidamente à


pergunta porque ele não conseguia acreditar no que
estava vendo à sua frente. Sob a luz forte, o príncipe
parecia um mendigo. Cabelos desgrenhados e roupas
manchadas de preto com o cheiro de sangue. E o
bandido estava abraçando aquele pequeno corpo como
se ele fosse realmente precioso. Apesar de estar se
debatendo e ofegante, o príncipe agarrou ferozmente
seu pescoço com toda a força.

— Sim, Lorde Regas. Por favor, me diga.

Ashler finalmente respondeu, como se estivesse


esperando, e um pedido foi ouvido.

— Primeiro, você poderia me levar a um lugar onde eu


possa tomar um banho? Se estiver tudo bem, eu
agradeceria se você pudesse limpar o quarto nesse
meio tempo. Todos os caixilhos das janelas precisam
ser removidos. Além disso, o príncipe tem muitos
ferimentos em seu corpo, por isso precisamos de
alguns medicamentos para tratamento imediato.

Ashler assentiu e voltou seu olhar para o final do


corredor. Lá estavam os assistentes que estavam
espiando e observando desde que chegaram aqui.
Quando viram Ashler e fizeram contato visual, todos se
assustaram e se levantaram de surpresa. Ashler fez um
gesto para um deles com os olhos, indicando que se
preparassem para o banho, e virou a cabeça. Ele abriu a
boca com a maior calma possível.

— Se você os seguir, eles o levarão para o banho.


Enquanto isso, eu limparei o interior. Todos os caixilhos
das janelas também serão removidos.

Ashler parou de falar e examinou brevemente o corpo


ferido do Regas.

— Vou preparar o remédio imediatamente, então, por


favor, trate-se também, Lorde Regas.

O olhar de Ashler se deteve na parte de trás do pescoço


do Regas, que sangrava. O príncipe parecia estar
fingindo indiferença, mas já havia uma grande
quantidade de sangue escorrendo da pele rasgada,
manchando suas roupas. Era o suficiente para franzir as
sobrancelhas, mas o Regas sorriu.

— Haha, estou bem. Isso não é nada comparado a


quando quase fui perfurado por um javali e fiquei com
buracos em meu corpo.

— Um javali selvagem?

— Sim. Ah, e quando fui atingido pela pata de um urso e


voei no ar antes de cair no chão, isso também doeu
muito.

O espanto de Ashler também foi esmagado. Agora,


olhando para ele com olhos espantados, ele ouviu a voz
suave do Regas.

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