SC Cosit N 83-2020

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Cosit

Fls. 1

Coordenação-Geral de Tributação

Solução de Consulta nº 83 - Cosit


Data 29 de junho de 2020
Processo
Interessado
CNPJ/CPF

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP


PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. RECEITAS
GOVERNAMENTAIS. RECEITAS CORRENTES ARRECADADAS POR FUNDOS
ESPECIAIS DO PODER JUDICIÁRIO. INCIDÊNCIA.

As receitas correntes (incluídas as tributárias) arrecadadas por fundos


vinculados ao Poder Judiciário dotados de personalidade jurídica
compõem a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep incidente
sobre Receitas Governamentais devida por tais fundos.
SOLUÇÃO DE CONSULTA PARCIALMENTE VINCULADA À
SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 278, DE 01 DE JUNHO DE
2017.
Dispositivos Legais: Lei nº 9.715, de 1998, arts. 2º, III, e 8º.

Relatório

Trata-se de consulta sobre a interpretação da legislação tributária apresentada


nos termos da Instrução Normativa (IN) RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013, por órgão
público do Poder Judiciário estadual. A consulta, em especial, diz respeito à incidência da
Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (Contribuição para o PIS/Pasep) sobre recursos financeiros (receitas de
fontes específicas) recebidos por fundos especiais vinculados ao tribunal consulente, a saber:

- Fundo de Reequipamento do Poder Judiciário – FUNREJUS (Lei Estadual nº


12.216, de 15 de julho de 1998, CNPJ nº xxxxxxxxxx): tem por finalidade suprir
o Poder Judiciário Estadual com os recursos financeiros necessários para fazer
frente às despesas com aquisição, construção, ampliação e reforma dos
edifícios forenses e outros imóveis destinados ao Poder Judiciário; aquisição de

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equipamentos e material permanente; implementação dos serviços de


informática da Justiça Estadual; e despesas correntes.;

- Fundo Judiciário (Lei Estadual nº 15.337, de 22 de dezembro de 2006, CNPJ nº


xxxxxxxxxxx): tem por finalidade prover os recursos necessários para
construção, restauração, ampliação e manutenção do Centro Judiciário de
Curitiba, bem como para aquisição de equipamentos, de material permanente
e de bens e serviços necessários à instalação e ao funcionamento do aludido
Centro;

- Fundo da Justiça do Poder Judiciário do Estado do Paraná – FUNJUS (Lei


Estadual nº 15.942, de 3 de setembro de 2008, CNPJ nº xxxxxxxxxx): tem
finalidade dar cumprimento ao processo de estatização das serventias do foro
judicial;

- Fundo de Segurança dos Magistrados – FUNSEG (Lei Estadual nº 17.838, de 19


de dezembro de 2013, CNPJ nº xxxxxxxxxxx): tem por finalidade prover
recursos financeiros para a implantação e manutenção do Sistema de
Segurança dos Magistrados.

2. A consulta foi apresentada em face do posicionamento do Tribunal de Contas


do Estado (TCE) de que “(...) a incidência do PIS/PASEP se fundamentaria no art. 2º, III, da Lei
9715/1998, que dispõe que a contribuição é apurada mensalmente ‘pelas pessoas jurídicas de
direito público interno, com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das
transferências correntes e de capital recebidas’ (fl. 2). “Assim, como os Fundos Públicos, no
âmbito do Poder Judiciário, fazem parte da estrutura do Estado, seus recursos também
seriam base de cálculo para o PIS/PASEP” (fl. 2).

3. Com entendimento divergente, a assessoria jurídica do consulente, embora


tenha conhecimento do disposto no art. 2º, III, e art. 8º, III, da Lei nº 9.715, de 25 de
novembro de 1998, compreende que “(...) não há previsão legal de incidência de PIS/PASEP
sobre as pessoas jurídicas de direito público gestoras como no caso em tela, ou seja (...) [de
fundos especiais], portanto, não há incidência” (fl. 120). “O Tribunal de Justiça é um órgão
autônomo que contrata em nome próprio, sendo os Fundos somente unidades
orçamentárias, cujos recursos destinam-se a finalidades legais” (fl. 132).

3.1. A Presidência do Tribunal de Justiça, acatando o posicionamento de sua


assessoria jurídica (fl. 3), compreende que os fundos especiais do Tribunal de Justiça não são
contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep porque (Consulta fl. 3):

a) Os Fundos Especiais do (...) [Tribunal] possuem inscrição no CNPJ para


fins meramente contábeis, sendo que tal fato não implica em
obrigações acessórias por se tratarem de entes públicos sem
personalidade jurídica;

b) O art. 71 da Lei Federal nº 4.320/1964, que estabelece normas gerais de


direito financeiro, expressamente possibilita que as receitas dos fundos
especiais se vinculem à realização de determinados objetivos ou

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serviços, permitindo a adoção de normas peculiares de aplicação. Trata-


se de norma específica, e que, conforme critérios de hermenêutica, se
sobrepõe a normas gerais;

c) As fontes de recursos de referidos fundos, quais sejam, as custas


judiciais, as taxas de fiscalização de serviços extrajudiciais, a taxa
judiciária, e etc. são atinentes à própria justiça, possuindo natureza
jurídica tributária de taxa, tratando-se de receitas vinculadas, cuja
destinação deve reverter integralmente para as atividades que lhes dão
origem (serviços forenses), tal como estabelecido no art. 145, II, da
Constituição Federal. Nesse sentido, o Pretório Excelso, no julgamento
da ADI 2040 MC/PR expressamente registrou que: “a vinculação das
taxas judiciárias e dos emolumentos a entidades privadas ou mesmo a
serviços públicos diversos daqueles a que tais recursos se destinam
subverte a finalidade institucional do tributo” (STF, ADI 2040 MC, Rel.
Min. Maurício Corrêa, DJ 25/02/2000);

d) A Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012, que dispõe sobre a


Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep (EFD-
Contribuições), e que deve ser observada pelos contribuintes do
PIS/Pasep, no seu art. 5º, X, é categórica em dispensar a apresentação
da EFD-Contribuições “os fundos especiais de natureza contábil ou
financeira, não dotados de personalidade jurídica, criados no âmbito de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de
Contas”;

e) Inexiste possibilidade de as receitas do PIS/PASEP serem revertidas para


as finalidades institucionais especificadas nas leis de regência dos
Fundos Especiais do Poder Judiciário e, tampouco, beneficiarem
servidores do TJPR, eis que somente participantes cadastrados até
04.01.1988 podem possuir cotas do Pasep, sendo que os demais casos
de beneficiários são de trabalhadores da iniciativa privada, o que não é
o caso do TJPR.

4. Ao final, o peticionante questiona: “É devido recolhimento ao PIS/PASEP pelos


Fundos Especiais do Poder Judiciário (...) [do Estado]?”

Fundamentos

5. Preliminarmente, importa destacar que o processo de consulta tem seu


regramento básico estatuído nos arts. 46 a 53 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972,
e nos arts. 48 a 50 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Sua regulamentação deu-se

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por meio do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Destina-se exclusivamente a


dirimir dúvidas sobre a interpretação de dispositivos da legislação tributária federal.

6. No âmbito da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB), o processo


de consulta tem o seu disciplinamento regido, atualmente, pela IN RFB nº 1.396, de 16 de
setembro de 2013, inclusive quanto aos requisitos de eficácia da consulta a ser solucionada.
Trata-se, em sua essência, de um pedido de esclarecimento de determinado dispositivo da
legislação tributária e sua incidência sobre um fato concreto, ressalvado, claro, quando da
situação ainda não ocorrida – neste caso, o contribuinte deverá demonstrar vinculação com o
fato, bem como a efetiva possibilidade de sua ocorrência e o reflexo de específico dispositivo
legal sobre o mesmo.

7. Assim, a consulta sobre a interpretação da legislação tributária não se presta a


ratificar informações ou classificações fiscais prestadas ou a atestar fatos declarados pela
consulente, sendo as análises feitas com base nas afirmações apresentadas, reservando-se
sempre à administração tributária o direito de, caso necessário, averiguar no caso concreto a
realidade dos fatos.

8. Cumpridos os requisitos de admissibilidade, conforme art. 24 da IN RFB nº


1.396, de 2013, a presente consulta pode ser conhecida, sem embargo de posterior análise
acerca dos requisitos para produção de efeitos.

9. Acerca do assunto indagado na petição, foi exarada a Solução de Consulta nº


278, de 01 de junho de 2017, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 06 de junho de
2017, disponível na íntegra no sítio eletrônico da RFB (http://idg.receita.fazenda.gov.br), que
nos termos do art. 9º da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013, tem
efeito vinculante no âmbito da RFB em relação à interpretação a ser dada à matéria.

9.1. Os trechos da mencionada Solução de Consulta relevantes para o deslinde do


presente feito são os seguintes:

Solução de Consulta Cosit nº 278, de 2017

Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep


ENTES PÚBLICOS. BASE DE CÁLCULO. CONTRIBUINTES. OPERAÇÕES
INTRAGOVERNAMENTAIS E INTERGOVERNAMENTAIS. REGIMES PRÓPRIOS DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL. AUTARQUIAS. FUNDAÇÕES PÚBLICAS. CONSÓRCIOS PÚBLICOS.

(...)

Relatório

(...)

Fundamentos

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(...)

12. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep dos entes


públicos em geral (a partir daqui tratada por Contribuição para o PIS/Pasep
incidente sobre Receitas Governamentais), bem como algumas de suas
regras específicas, estão estabelecidas na Lei nº 9.715, de 1998, in verbis:

Art. 2º A contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente:


(…)
III - pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no
valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências
correntes e de capital recebidas.
(…)
§ 3º Para determinação da base de cálculo, não se incluem, entre as
receitas das autarquias, os recursos classificados como receitas do
Tesouro Nacional nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
União. (grifo nosso)
(…)
§ 6º A Secretaria do Tesouro Nacional efetuará a retenção da
contribuição para o PIS/PASEP, devida sobre o valor das transferências
de que trata o inciso III. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.158-35, de 2001)
§ 7o Excluem-se do disposto no inciso III do caput deste artigo os
valores de transferências decorrentes de convênio, contrato de
repasse ou instrumento congênere com objeto definido. (Incluído pela
Lei nº 12.810, de 2013)
(…)
Art. 7º Para os efeitos do inciso III do art. 2º, nas receitas correntes
serão incluídas quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas,
no todo ou em parte, por outra entidade da Administração Pública, e
deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas.
(grifo nosso).
Art. 8º A contribuição será calculada mediante a aplicação, conforme o
caso, das seguintes alíquotas:
(…)
III - um por cento sobre o valor das receitas correntes arrecadadas e
das transferências correntes e de capital recebidas.

13. As receitas correntes, as transferências correntes e as


transferências de capital, elementos que compõem a base de cálculo da
supracitada contribuição, estão conceituadas na Lei nº 4.320, de 17 de março
de 1964:

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Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas:


Receitas Correntes e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto
Lei nº 1.939, de 1982)
§ 1º São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições,
patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes.
(…)
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias
econômicas:
(…)
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para
despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou
serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a
atender à manifestação de outras entidades de direito público ou
privado.
(…)
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou
inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado
devam realizar, independentemente de contraprestação direta em
bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou
contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou
de lei especialmente anterior, bem como as dotações para
amortização da dívida pública.

14. Faz-se mais que pertinente recorrer ao conceito de pessoas


jurídicas de direito público interno, entes sobre os quais incide a contribuição
em análise. Segundo a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil
Brasileiro), são pessoas jurídicas de direito público interno:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
(Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

(...)

OPERAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS

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(...)

19. Nos termos do inciso III do caput do art. 2º da Lei nº 9.715, de


1998, a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre
Receitas Governamentais corresponde às receitas correntes arrecadadas e
às transferências correntes e de capital recebidas pelas pessoas jurídicas de
direito público interno.

10. Dessa forma, todas as receitas correntes arrecadadas, bem como as


transferências correntes e de capital recebidas pelas pessoas jurídicas de direito público
interno, devem sofrer a tributação da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre as
receitas governamentais.

11. Nesse contexto, é necessário registrar que não cabe à RFB, em sede de
consulta sobre a interpretação da legislação tributária, definir se os fundos vinculados ao
Tribunal consulente possuem (ou não) personalidade jurídica, já que a consulente é
categórica em afirmar a inexistência da personalidade jurídica. Porém, as leis por ela referidas
expressamente indicam que os ditos fundos seriam dotados de personalidade jurídica, como
segue:

Fundo de Reequipamento do Poder Judiciário – FUNREJUS. Lei Estadual nº


12.216, de 1998: “Art. 8º O Fundo de Reequipamento do Poder Judiciário será
dotado de personalidade jurídica e escrituração contábil própria, sendo seu
Presidente o ordenador das despesas e o seu representante legal”.

Fundo Judiciário. Lei Estadual nº 15.337, de 2006: Art. 5º, §1º “O Fundo
Judiciário será dotado de personalidade jurídico-contábil, com escrituração
contábil própria, sendo seu Presidente o ordenador das despesas e o seu
representante legal”.

Fundo da Justiça do Poder Judiciário do Estado do Paraná – FUNJUS. Lei


Estadual nº 15.942, de 2008: “Art. 10. O Fundo da Justiça será dotado de
personalidade jurídico-contábil, com escrituração contábil própria, sendo o
Presidente do Tribunal de Justiça e Presidente do Conselho Diretor o
ordenador das despesas e seu representante legal”.

Fundo de Segurança dos Magistrados – FUNSEG. Lei Estadual nº 17.838, de


2013): “Art. 8° O Fundo Estadual de Segurança dos Magistrados – FUNSEG será
dotado de personalidade jurídico-contábil, com escrituração contábil própria,
sendo o Presidente do Tribunal de Justiça e Presidente do Conselho Diretor o
ordenador das despesas e seu representante legal”.

(grifou-se)

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11.1. Dessa forma, na hipótese de os chamados fundos serem dotados de


personalidade jurídica, compreende-se que seriam, ao contrário dos termos da consulta,
entidades da administração indireta vinculadas ao Poder Judiciário estadual. Assim, na
condição de entidades dotadas de personalidade jurídica, são sujeitos passivos da
Contribuição para o PIS/Pasep, nos termos do art. 2º, III e §3º, art. 8º, III, e art. 14 da Lei nº
9.715, de 25 de novembro de 1998.

11.2. Oportuna a transcrição de excerto da manifestação do Ministro Moreira Alves,


na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 2.123 movida contra a Lei Estadual-ES nº
5.942, de 26 de outubro de 1999, quando o Supremo Tribunal Federal (STF), em sede de
medida cautelar, julgou que: “Ao primeiro exame, conflita com a Constituição Federal
preceito segundo o qual o ‘Fundo Especial do Tribunal de Justiça’ é dotado de personalidade
jurídica (...)”:
Notas para o Voto (ref. Ministro Moreira Alves, p. 137).
(...)
Trata-se de uma autarquia que funciona “junto a”. (...). O Fundo não deveria
ter personalidade jurídica porque, se tiver, é uma autarquia, e, nesse caso, o
Presidente do Tribunal não pode ser presidente de autarquia.
Essa dotação de personalidade jurídica está errada porque, na realidade, não é
autarquia e, sim, um fundo para efeito de melhor manutenção do Tribunal.
(...).1

12. Portanto, levando em consideração a legislação trazida pela consulente a


respeito da constituição de tais fundos e o caso apresentado pela consulta, conclui-se que as
receitas correntes arrecadadas por esses fundos estaduais com personalidade jurídica devem
ser tributados integralmente pela Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre Receitas
Governamentais, nos termos do art. 2º, III, da Lei nº 9.715, de 1998.

13. Por último, registre-se que, caso haja repasse de valores oriundos dos referidos
fundos para seu ente federativo estatal ou vice-versa, tal repasse ou transferência deve
respeitar as regras das operações intragovernamentais esmiuçadas na mesma Solução de
Consulta Cosit nº 278, de 2017 (itens 23 e 24), tudo de acordo com a legislação em vigor.

Conclusão

14. Diante do exposto, soluciona-se a presente consulta respondendo à consulente


que as receitas correntes (incluídas as tributárias) arrecadadas por fundos vinculados ao
Poder Judiciário dotados de personalidade jurídica compõem integralmente a base de cálculo
da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre Receitas Governamentais devida por tais
fundos.

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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347445
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Ao Coordenador-Geral da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) para


aprovação.

Assinado digitalmente
OTHONIEL LUCAS DE SOUSA JÚNIOR
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Coordenador da Cotri

Ordem de Intimação

Aprovo a Solução de Consulta. Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 27


da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao
consulente.

Assinado digitalmente
FERNANDO MOMBELLI
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Coordenador-Geral da Cosit

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