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Revista em Agronegócio e Meio Ambiente - RAMA


DOI:10.17765/2176-9168.2024v17n1e11678
e-ISSN 2176-9168
Agronegócio

Substratos alternativos na produção de mudas de espinafre da Amazônia

Substratos alternativos na produção de mudas de espinafre brasileiro

Márcio Silva1, Bárbara Mota2, Roger Oliveira3, Márcia Silva4, Regina Lúcia Ferreira5

*Autor correspondente: Amanda Martins de Souza – E-mail: mariabaggio@yahoo.com.br

Recebido em: 31/03/2023


Aceito em: 17/10/2023

RESUMO: Como uma planta alimentícia não convencional de excelentes qualidades nutricionais, o espinafre da Amazônia se
destaca entre outras espécies hortícolas, por apresentar alto potencial para uso na agricultura. No entanto, a literatura em relação
ao uso de fontes orgânicas na produção de mudas é incipiente. Logo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de mudas
de espinafre da Amazônia produzidas com substratos alternativos.
O experimento foi realizado na horta da Universidade Federal do Acre, no período de março a abril de 2022. O delineamento
experimental foi em blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro blocos. Os tratamentos foram os diferentes substratos,
onde: T1 = substrato de palheira, T2 = substrato palheira com carvão, T3 = substrato comercial, T4 = substrato comercial +
substrato de palheira e T5 = substrato comercial + substrato palheira com carvão. As avaliações ocorreram aos 30 dias de cultivo,
avaliando: altura, diâmetro, comprimento e largura foliar, número total de brotações e folhas, comprimento de raízes, massa fresca
da parte aérea e de raízes, massa seca da parte aérea e de raízes, massa fresca e seca total, e calculado o índice de qualidade
de Dickson. Houve efeito significativo dos substratos utilizados para as variáveis avaliadas das mudas de espinafre. Os substratos
alternativos em mistura com o comercial, apresentou-se como uma alternativa na produção de mudas. Os substratos palheira com
carvão e palheira pura, quando em mistura ao comercial, é uma alternativa a produção de mudas de qualidade para o espinafre
da Amazônia.

Palavras-chave: Hortaliça não convencional; Agricultura familiar; Amaranthaceae; Alternathera sessilis (L.)
R.Br. ex DC.

RESUMO: Por ser uma planta alimentícia não convencional e com excelentes qualidades nutricionais, o espinafre amazônico se
destaca entre outras espécies hortícolas, por apresentar alto potencial para utilização na agricultura. Porém, a literatura a respeito
da utilização de fontes orgânicas na produção de mudas é incipiente. Enquanto isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a
qualidade de mudas de espinafre da Amazônia produzidas com substratos alternativos. O experimento foi realizado no jardim da
Universidade Federal do Acre, no período de março a abril de 2022. O delineamento experimental foi em blocos casualizados,
com cinco tratamentos e quatro blocos. Os tratamentos foram os diferentes substratos, onde: T1 = substrato de palma, T2 =
substrato de palma com carvão, T3 = substrato comercial, T4 = substrato comercial + substrato de palma e T5 = substrato
comercial + substrato de palma com carvão. As avaliações ocorreram após 30 dias de cultivo, avaliando: altura, diâmetro,
comprimento e largura de folhas, número total de brotos e folhas, comprimento de raízes, massa fresca de brotos e raízes, massa
seca de brotos e raízes, massa total fresca e seca. , e o Índice de Qualidade Dickson calculado. Houve efeito significativo dos
substratos utilizados para as variáveis avaliadas das mudas de espinafre. Os substratos alternativos misturados ao comercial,
apresentaram-se como alternativa na produção de mudas. O substrato de palma composto por carvão vegetal e substrato de
palma, quando misturado ao comercial, é uma alternativa para produção de mudas de qualidade para espinafre brasileiro.

Palavras-chave: Hortaliças não convencionais; Agricultura familiar; Amarantáceas; Alternathera sessilis(L.) R.Br. ex DC.

1
Doutorando em Produção Vegetal pela Universidade Federal do Acre – UFAC, Brasil.
2
Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal do Acre - UFAC, Brasil.
3
Doutorado em Produção Vegetal, na área de Manejo Integrado de Pragas de Grãos Armazenados e pela Universidade
Federal do Acre - UFAC, Brasil.
4
Graduanda em Engenharia Agronômica, pela Universidade Federal do Acre - UFAC, Brasil.
5
Doutoranda em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras - UFLA, Brasil.

Rev Agro Amb, v. 17, não. 1, e11678, 2024 - e-ISSN 2176-9168


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INTRODUÇÃO

A espécie Alternathera sessilis (L.) R.Br. ex DC. (Amaranthaceae) popularmente

conhecida como orelha-de-macaco ou espinafre brasileiro, e classificada como uma hortaliça


não-convencional do tipo herbácea, perene (Kinupp; Lorenzi, 2014). Espécie rica em nutrientes
contendo carotenoides, vitaminas C, K e ácido fólico, e minerais como ferro e cálcio.

Apresentam folhas arredondadas, enrugadas e flores pequenas e brancas. Cultivada em pequena

escala, é comercializada principalmente em grandes feiras em estados da região Norte, como


Amazonas e Pará (Bassingthwaighte, 2022; Da Silva et al., 2022).

Conforme os achados na literatura, o cultivo do espinafre da Amazônia é adequado em


regiões tropicais, solos ricos em matéria orgânica e propagada assexuadamente, por meio de

estacas vegetativas, por possuir rápido crescimento, rusticidade e enraizamento (Kinupp;


Lourenço, 2014; Bhuyan et al., 2018; Alam et al., 2022). Desta forma, para obter mudas de alto

qualidade faz-se necessário a adoção do uso de substratos alternativos que atendam às


necessidades da cultura, pois o vegetal adequadamente cultivado, possui melhor crescimento e

desenvolvimento da espécie (Primavesi, 2017).


Em geral, os substratos são fundamentais na qualidade de mudas, devendo apresentar
boa disponibilidade de nutrientes, condições adequadas de umidade, macro e microporosidade,

capacidade de trocas catiônicas entre minerais e fornecimento para o desenvolvimento radicular


(Soares et al., 2014; Kratz; Wendling, 2016; Pinheiro et al., 2022). Além de serem livres de

patógenos, e de substâncias que possam reduzir ou prejudicar o desenvolvimento das plantas


(Schafer; Lerner, 2022).

Apesar de todas as informações sobre a composição de um substrato, ainda, é difícil


encontrar um substrato vegetal com matérias-primas que atendam todas as características

desejáveis, ou ainda que seja indisponível sua aquisição para os agricultores, por isso, é comum
o uso de misturas (materiais básicos, complementos e aditivos) para alcançar respostas

satisfatórias (Pacheco; Petter, 2011; Schafer, 2022). Diante disso, é fundamental identificar
matérias-primas de origem orgânicas adequadas e de fácil aquisição para o cultivo de espécies

de interesse (Oliveira et al., 2022).


Atualmente, diversos subprodutos oriundos da natureza e derivados agroindustriais

poderiam ser reaproveitados em sistemas de produção vegetal como forma de reciclagem de


nutrientes a fim de reduzir impactos negativos gerados pelo acúmulo desses resíduos no meio

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em que são introduzidos (Chagas et al., 2019; Salkiÿ et al., 2019). Como exemplo temos

resíduos de restos vegetais como a palheira, fibra de coco, pinheiro composto e casca de

eucalipto, turfa, casca de arroz carbonizado, e mineiras como vermiculite, perlite e argila

expandida (Schafer, G.; Lerner, 2022).

A qualidade de mudas é a base para o desenvolvimento de várias hortaliças tanto para

as espécies convencionais quanto as não-convencionais, desse modo, a escolha do substrato

adequado, material de propagação oriundo de matrizes vigorosas, e outras práticas culturais são

fundamentais para estabelecer um padrão de desenvolvimento que apresentem características

desejáveis como bom enraizamento, uniformidade e folhas bem desenvolvidas para que haja

sucesso no transplantio. Dessa forma esses métodos de manejo facilita o ciclo de produção para

ou agricultor (Pinheiro et al., 2022; Salkiÿ et al., 2022).

Contudo, não há informações agronômicas para produção de mudas de espinafre da

Amazônia, principalmente utilizando-se de substratos alternativos ao comercial, de alto custo

para as regiões distantes dos centros de produção, dificultando a produção para pequenos

produtores, em especial aqueles da agricultura familiar. Desta forma, o objetivo deste trabalho

foi avaliar a qualidade de mudas de espinafre da Amazônia produzidas com substratos


alternativos.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em condições de estufa, na horta da Universidade Federal

do Acre (UFAC), Campus Sede, localizada no município de Rio Branco, Acre (9º 57’ 35” S e

67º 52’ 15’’ W, altitude de 163 m), no período de março a abril de 2022. Conforme a

classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Am, quente e úmido, com temperaturas

médias anuais de 24,5 ºC, umidade relativa do ar de 85% e precipitação anual de 1.700 mm a

2.400 mm (INMET, 2022).

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com cinco

tratamentos, quatro repetições e dezesseis amostras por unidade experimental. Os tratamentos

foram as diferentes misturas de substratos (Tabela 1). Os substratos orgânicos palheira com

carvão e palheira foram obtidos localmente a partir da decomposição da palmeira de ouricuri

(Arnês).

Tabela 1. Substratos utilizados

Velejar Substrato Proporção

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SP Substrato de palheira 1
SP+C Substrato de palheira + carvão 1:1
SC Substrato comercial 1
SC+SP Substrato comercial + substrato de palheira 1:1
SC+SP+C Substrato comercial + substrato de palheira + carvão 1:1:1

A multiplicação do espinafre da Amazônia (Alternanthera sessilis L.) foi realizada


utilizando estacas da porção mediana de plantas matrizes adultas. As estacas foram excisadas
com cortes retos, observando presença de quatro gemas axilares e padronizadas com dois nós
cada (± 10 cm de comprimento e 4 mm de diâmetro), e todas as folhas retiradas do material,
evitando causar danos as gemas presentes. As mesmas foram acondicionadas em bandejas de
isopor com 128 células, utilizando os substratos em teste e irrigadas conforme a necessidade
diária com auxílio de um regador manual.
Aos 30 dias de cultivo, com formação completa das mudas, avaliou-se em 10 plantas
úteis por parcela em cada bloco, as variáveis: altura da muda (cm), diâmetro do coleto (mm),
comprimento foliar (cm), largura foliar (mm), número total de brotações, número total de
folhas, comprimento de raízes (mm), massa fresca da parte aérea (g), massa fresca das raízes
(g), massa seca da parte aérea (g), massa seca das raízes (g), massa fresca total (g), massa seca total (g)

e calculou-se o Índice de qualidade Dickson (IQD), seguindo a metodologia proposta

por Dickson et al. (1960) usando a fórmula:

(MST)
QI = TUDO MSPA (1)
( CC) + ( MSR)

Em que: IQD - Índice de qualidade de Dickson;


ALT - Altura da planta (cm);
DC - Diâmetro do coleto (mm);
MST - Massa seca total (g);
MSPA - Massa seca da parte aérea (g);
MSR - Massa seca da raiz (g).

As plantas foram retiradas das bandejas de cultivo, mantendo o substrato ainda aderido
às suas raízes, evitando danificar o sistema radicular. O sistema radicular foi separado da parte
aérea, as raízes foram lavadas cuidadosamente até a remoção do solo aderido e o excedente de

umidade das raízes foi retirado com o auxílio de papel toalha, seguido de avaliação do material.

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O diâmetro do coleto e o comprimento de raízes foi obtido com uso de um paquímetro.

A largura e comprimento foliar foi obtido das métricas de largura e comprimento da maior folha

em cada planta com auxílio de paquímetro digital PD150 Vonder®. A altura total das mudas
foi mensurada com uso de régua graduada. O número de folhas e o número de raízes foi obtido

por contagem de cada unidade. As massas frescas e secas foram aferidas por pesagem em
balança de precisão analítica Bel® S2202H. O material coletado fresco (raízes e parte área)

seguiu para secagem em estufa de circulação forçada de ar, modelo SolidSteel® - SSDc 100L,
a 65 °C, durante 48 horas, até apresentarem massa constante.
Os dados referentes as características biométricas foram submetidas a verificação de

dados discrepantes (Grubbs, 1969), normalidade dos erros (Shapiro; Wilk, 1965) e

homogeneidade das variâncias (Cochran, 1941). Em seguida efetuou-se análise de variância


pelo teste F de Snedecor e Cochran (1948) e constatando-se significância estatística, foram

realizadas comparações de médias pelo teste de Tukey (1949) a 5% de probabilidade. Para


verificar a influência do substrato na formação das mudas de espinafre da Amazônia, foi

realizado complementarmente análise multivariada, utilizando correlações múltiplas e a análise


dos componentes principais. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se do

programa de código aberto R versão 4.0

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os parâmetros avaliados foram considerados normais e homogêneos, de acordo

com os testes de normalidade (Shapiro-Wilk) e homogeneidade (Cochran), aplicados a 5% de


significância. A análise de variância revelou efeito significativo dos substratos orgânicos para

a maioria das características biométricas, a 5% de significância.

3. 1 EFEITO DO SUBSTRATO NA FORMAÇÃO DAS MUDAS

Houve efeito significativo dos substratos para as variáveis: comprimento (CF) e largura
foliar (LF), número total de folhas (NTF), número total de brotações (NTB), comprimento de

raiz (CR), massa fresca da parte aérea (MFPA) e raízes (MFR), massa seca da parte aérea
(MSPA) e raízes (MSR), massa fresca (MFT) e seca total (MST) (Tabelas 2 e 3) e Índice de

qualidade de Dickson (IQD) (Figura 1).

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Tabela 2. Altura de planta (ALT), diâmetro do coleto (DC), comprimento foliar (CF), largura foliar (LF)
número total de brotações (NTB) e comprimento de raíz (CR) em mudas de espinafre da Amazônia
produzidas em diferentes substratos

TUDO CC FC SE FTN NTB CR


Substrato
-- cm -- --------------- milímetros --------------- ----- ele ----- -- milímetros --

SC 5,81 a 4,57 a 25,61 a 21,66 a 17,20h 4,05 por 76,18 a

SC+SP+C 5,99 a 4,71 a 18,16b 16,89b 13,65b 3,80 a 73,01 a

SC+SP 6,19a 4,75 a 15,17c 14,74 ab 12,00 b 3,65 ab 71,74 a

SP+C 5,64 a 4,56 a 13,77c 13,81c 8,85c 2,90 a.C. 69,23 a

SP 5,52 a 4,53 a 15,38 c 15,53 a 7,45 c 2,40 c 52,22b

CV (%) 15,61 11,01 7,91 12,65 11,68 11,72 5,51


*Médias seguidas de mesma letra não diferem (p>0,05) entre si pelo teste de Tukey. SC - Substrato comercial, SC+SP+C = Substrato
comercial + substrato de palheira com carvão, SC+SP - Substrato comercial + substrato de palheira, SP+C - Substrato de palheira com
carvão e SP - Substrato de palheira.

Neste estudo comprovou-se efeito positivo do substrato comercial (SC) sob todos os

parâmetros avaliados, seguidos pelas misturas deste substrato com os condicionadores palheira

pura (SC+SP) e palheira pura mais carvão (SC+SP+C), que proporcionaram médias similares

para NTB. A combinação de SC+SP e o substrato de palheira pura contribuíram para

incremento na largura foliar, apresentando médias similares ao SC. O substrato de palheira pura

ocasionou uma redução de 5% no CR em relação aos demais tratamentos aplicados.

A mesma tendência pode ser observada para as massas fresca de parte aérea, raiz e total

(Tabela 3), em que a combinação de palheira pura + substrato comercial proporcionou médias

semelhantes ao SC, o qual registrou valores médios superiores para todas as variáveis de

massas. Esses resultados apontam que a superioridade da mistura (SC+SP) pode estar associada

ao incremento de matéria orgânica por meio da adição da palheira pura ao substrato comercial.

A incorporação de matéria orgânica, além de disponibilizar nutrientes à plântula,

aprimora as características físicas do substrato, atuando diretamente na constituição e na

estabilização da estrutura dos agregados dos solos/substratos, ao potencializar a floculação do

solo, abrindo espaços que evitam a compactação, diminuindo a densidade e promovendo melhor

estruturação (Llanillo et al., 2013; Soares et al., 2014, Primavera, 2017).

Tabela 3. Massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA), massa fresca de
raízes (MFR), massa seca de raízes (MSR), massa fresca total (MFT) e massa seca total (MST) de
mudas de espinafre da Amazônia produzidas em diferentes substratos
MFPA MSPA MFR MSR MFT MST
Substrato
------------------------------------- (g) ---------- --------------------------
SC 1,15 a 0,26 a 0,31 a 0,14 a 1,46 a 0,40 por

SC+SP+C 0,89 b 0,19 b 0,10c 0,07 a.C. 0,99 b 0,26b

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SC+SP 1,05 ab 0,15 a.C. 0,28 a 0,10b 1,33 a 0,25 b


SP+C 0,60c 0,11c 0,21b 0,06 cd 0,81c 0,17c
SP 0,68 c 0,14 c 0,18 b 0,03d 0,86 c 0,17c

CV (%) 22,64 16,63 20,31 16,17 14,78 15,08


*Médias seguidas de mesma letra não diferem (p>0,05) entre si pelo teste de Tukey.
SC - Substrato comercial, SC+SP+C = Substrato comercial + substrato de palheira com carvão, SC+SP - Substrato comercial + substrato
de palheira, SP+C - Substrato de palheira com carvão e SP - Substrato de palheira.

A combinação de resíduos orgânicos ao substrato comercial é benéfica e comumente


empregada na propagação de mudas de diferentes espécies vegetais. Além de promover
melhoria nos atributos do solo, a reutilização desses materiais reduz os custos de produção e os
impactos ambientais negativos de sua deposição inadequada (Araújo et al., 2017; Araújo Neto;
Ferreira, 2019). Observações efetuadas por Medeiros et al. (2018), demonstraram aumento
significativo em todas as características morfológicas de mudas de pepino cultivadas sob a
mistura de substrato comercial mais resíduos de palheira e soja.
O índice de qualidade de Dickson funciona como excelente indicador de qualidade de
mudas, pois é empregado para calcular a robustez (altura e diâmetro) e o equilíbrio entre as
biomassas (MSPA/MSR). Desse modo, quanto maior o valor de IQD, maior será o padrão de
qualidade da muda produzida (Maekawa et al., 2020). Conforme os resultados apontados na
Figura 1, o substrato comercial propiciou mudas de qualidade superior comparado as
combinações com os condicionadores e a palheira pura. O condicionar mostrou-se promissor a
ser utilizado na produção de mudas, proporcionando formação completa das mudas e qualidade
apenas inferior ao substrato comercial.

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Figura 1. Índice de Qualidade de Dickson em mudas de espinafre da Amazônia, produzidas em diferentes substratos.
Rio Branco, AC, 2022*Médias seguidas de mesma letra não diferem (p>0,05) entre si pelo teste de Tukey. SC - Substrato
comercial, SC+SP+C = Substrato comercial + substrato de palheira com carvão, SC+SP -
Substrato comercial + substrato de palheira, SP+C - Substrato de palheira com carvão e SP - Substrato de palheira. CV
= 16,97%.

3. 2 MATRIZ DE CORRELAÇÃO E ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS

A correlação entre as variáveis morfométricas avaliadas apontou associações

significativas (p>0,05), verificando correlações positivas, tanto de alta quanto de baixa

magnitude. Não se observou a presença de correlações negativas (Figura 2). As variáveis CF,

LF, NTB, NTF, MFPA, MSPA, CR, MFR, MSR, MFT, MST e IQD apresentaram correlações

positivas de ampla magnitude (acima ou igual a 0,70) entre si. As variáveis ALT e DC

apresentaram correlações fracas com as demais, exceto entre si.

Associações de correlação positiva entre as variáveis em formação morfométricas em

mudas já são esperadas, com tendência a apresentar baixa correlação para com as variáveis de

altura e diâmetro. No presente trabalho, as mudas formadas foram oriundas da técnica de

estaquia, onde o diâmetro e comprimento das mudas são preferencialmente padronizados, em

especial o diâmetro, que pouco se altera na fase inicial de formação da muda.

O comprimento e largura foliar (CF e LF) apresentaram correlação positiva e de alta

magnitude, indicando que o aumento de uma variável, segue aumento da outra. Essas variáveis

avaliadas das folhas, também se associam positivamente com as variáveis de massas secas e

fresca da parte aérea, logo que a maioria da massa da parte aérea é representada pelas folhas

nesta espécie.

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Figura 2. Análise de correlação entre as variáveis de resposta estudadas para as mudas de espinafre
da Amazônia produzidas em diferentes substratos. As correlações positivas e negativas são exibidas em
azul e vermelho, respectivamente; a intensidade da cor e tamanho do círculo são proporcionais aos
coeficientes de correlação. LF - largura foliar, CF - comprimento foliar, ALT - altura total, DC - diâmetro do coleto, NTB -
número total de brotações, NTF - número total de folhas, CR - comprimento de raízes, MFPA - massa fresca da
parte aérea, MFR - massa fresca das raízes, MSPA - massa seca da parte aérea, MSR - massa seca das
raízes, MFT - massa fresca total, MST - massa seca total e índice de qualidade Dickson - IQD.

A correlação entre o IQD e as variáveis de crescimento avaliadas foram fortes e


positivas, com exceção para altura e diâmetro do coleto, com correlação fraca e não significativa
(Figura 2). As características de crescimento nas mudas avaliadas e o seu crescimento, com
tratamento com maiores valores, proporcionará aumento no índice de qualidade, o qual será
utilizado para selecionar as melhores mudas. Logo, o IQD terá uma maior correlação com as
variáveis de massa, que serão os principais parâmetros respostas dentro deste universo de
trabalho, observado que as estacas selecionadas para produção das mudas foram padronizadas
em diâmetro e comprimento.
As massas obtidas nas avaliações (MFPA, MSPA, MFR, MSR, MFT e MST)
apresentaram correlações significativas acima de 0,9 entre si, indicado que o aumento de uma
variável implica no aumento da outra.
Conforme a análise de componentes principais (ACP) a variabilidade total dos dados
explicada foi de 82,2% sendo 69,9% no eixo 1 e 12,3% no eixo 2 (Figura 3). Essa proporção é
coerente com Sneath e Sokal (1973) que preconizam que o número de CP utilizado na

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interpretação deve apresentar um nível de explicação acima de 70% da variância total dos

dados. As variáveis foram separadas em dois grupos respostas.

No primeiro quadrante ficaram concentradas as variáveis CR, NTB, MSR, que foram

fortemente influenciadas pela combinação do substrato comercial e os condicionadores palheira

pura + carvão. ALT e DC, ficaram próximas ao eixo principal e deste modo não contribuíram

para a variabilidade do modelo e não foram influenciadas por nenhum dos tratamentos
avaliados.

As demais variáveis IQD, NTF, CF, LF e as massas, estavam vetorialmente direcionadas

para o SC, que se concentrou no primeiro e segundo quadrante, confirmando a maior influência

desse tratamento sob esses parâmetros. Os substratos SP e SP + C não se correlacionaram com

nenhuma das variáveis, condizendo com o crescimento e qualidade inferior das mudas de

espinafre da Amazônia. A palheira pura + substrato comercial, concentrou seus pontos no

quarto quadrante e apresentou a menor nuvem de dispersão, indicando maior a homogeneidade


do tratamento.

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Figura 3. Análise de componentes principais associadas a formação e o crescimento das mudas de espinafre da
Amazônia cultivada com uso de diferentes substratos. LF - largura foliar, CF - comprimento foliar, ALT - altura total,
DC - diâmetro do coleto, NTB - número total de brotações, NTF - número total de folhas, CR -
comprimento de raízes, MFPA - massa fresca da parte aérea, MFR - massa fresca das raízes, MSPA - massa seca
da parte aérea, MSR - massa seca das raízes, MFT - massa fresca total, MST - massa seca total e índice de
qualidade Dickson - IQD.

Os resultados da estatística multivariada são condizentes com a estatística univariada,

que indicaram efeito positivo da adição de condicionares alternativos, indicado pelo substrato

de palheira na análise de componentes principais. O maior reflexo está indicado nas

características de crescimento, especialmente na qualidade das mudas formadas, no qual os

substratos são os principais envolvidos em fornecer condições para o desenvolvimento das

mudas em vegetais, especialmente as hortaliças (Chagas et al., 2019; Pinheiro et al., 2022; Silva

e outros, 2022).

Logo, destaca-que os substratos são determinantes na formação de mudas de qualidade,

ainda sendo fundamental na produção futura com uso destas mudas em campo, observado que

essa qualidade de mudas indica serem resistentes as intemperes do cultivo, como pragas,

doenças, condições do campo e consequentemente favorecer o desenvolvimento e obter-se o

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seu maior potencial produtivo (Araújo Neto; Ferreira, 2019; Chagas et al., 2019; Silva et al.,

2022; Oliveira et al., 2022).

4 CONCLUSÃO

Os substratos palheira com carvão e palheira pura, quando em mistura com substrato

comercial são uma alternativa a produção de mudas de qualidade para o espinafre da Amazônia.

Desse modo, a adição de fontes orgânicas ao substrato comercial é uma importante vantagem

aos pequenos produtores da região pois propicia a redução de custos e eleva a rentabilidade.

O substrato comercial apresenta resultados superiores para as variáveis avaliadas. No

entanto, seu alto custo inviabiliza a produção familiar, principalmente na região amazônica,

devido à grande dificuldade na logística de transporte, que elevam os custos de produção.

A palheira pura e a palheira pura com o carvão, utilizados individualmente não

proporcionam mudas de qualidade.

AGRADECIMENTOS

Ao laboratório de horticultura e a Universidade Federal do Acre pelo o apoio e espaço

concedido para a realização desta pesquisa.

REFERÊNCIAS

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