Filosofia - A Filosofia Cristã - Texto de Estudo
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Teoria da iluminação
Agostinho retomou a filosofia de Platão por meio de seus comentadores, sobretudo Plotino, e
adaptou-a ao cristianismo. Aceitou a dicotomia platônica entre “mundo sensível e mundo das ideias”,
mas substituiu este último pelas ideias divinas. Do mesmo modo, adaptou ao cristianismo a teoria da
reminiscência, que em Platão significava a contemplação das essências no mundo das ideias antes da
vida presente. Em contraposição, Agostinho desenvolveu a teoria da iluminação, pela qual
possuímos as verdades eternas porque as recebemos de Deus: como o Sol, Deus ilumina a razão e
torna possível o pensar correto.
De fato, ainda que imperfeito e inquieto, o ser humano é capaz de intuir verdades imutáveis e
absolutas, superiores à sua capacidade porque elas derivam de Deus, que é a Verdade Absoluta. Ao
mesmo tempo, concluiu que reside aí a prova da existência de Deus, pois se a mente, que é
imperfeita, intui verdades imutáveis é porque existe a Verdade Imutável, que é Deus.
Para o teólogo e filósofo Agostinho, a aliança entre fé e razão significava reconhecer a razão
como auxiliar da fé e, portanto, a ela subordinada. Agostinho sintetiza essa tendência com a
expressão latina “Credo ut intelligam” (“Creio para que possa entender”).
Escolástica
Após a queda do Império Romano, formaram-se novos reinos bárbaros. Lentamente nascia a
ordem feudal, em cujo topo da pirâmide se encontravam os nobres e o clero. Nesse contexto, a Igreja
Católica consolidou-se como força espiritual e política.
A Igreja representava então um elemento agregador em diversos setores. Atuou de maneira
decisiva do ponto de vista cultural, pois a herança greco-latina foi preservada nos mosteiros.
Os monges eram os únicos letrados, o que explica a impregnação religiosa nos princípios
morais, políticos e jurídicos da sociedade medieval. No segundo período medieval, conhecido como
Baixa Idade Média, notavam-se mudanças fundamentais no campo da cultura já a partir do século
XI, sobretudo em razão do renascimento urbano.
Ameaças de ruptura da unidade da Igreja e heresias anunciavam o novo tempo de contestação
e debates em que a razão buscava sua autonomia. Fundamental nesse processo foi a criação por toda
a Europa de inúmeras universidades, que se tornaram focos por excelência de fermentação
intelectual. Com essas mudanças, a Escolástica, que teve em Tomás de Aquino seu principal
representante, surgiu como nova expressão da filosofia cristã. Persistia ainda a aliança entre razão e
fé, em que a filosofia continuava como “serva da teologia”. Com o aumento das heresias, a partir do
século XII os tribunais da Inquisição ou Santo Ofício se espalharam pela Europa para apurar os
“desvios da fé”. As ordens religiosas, sobretudo a dos dominicanos, assumiram o controle, aplicando
a censura a livros e determinando a punição dos dissidentes, até mesmo com a morte, e
concentraram, assim, o saber filosófico atribuindo ao período medieval o termo pejorativo de “Idade
das Trevas” em decorrência da pouca difusão dos saberes desenvolvidos no período.