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Armazenamento e Germinação de Mogno Brasileiro em Diferentes Ambientes

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Anais do 9º Congresso Florestal Brasileiro

Armazenamento e germinação de mogno brasileiro em diferentes ambientes


Rita de Cássia Rocha Pereira1; Samara Figueiredo Santos2; Anselmo Junior Corrêa Araújo3; Everton
Cristo de Almeida4; Izabelle Sena Correa Bibiano5; Gisele de Vasconcelos Freitas6; Iandra Victória
Pinto Guimarães7; Luíza Neves Coelho8
1
. Graduanda em Engenharia Florestal, 2º grau, Estudante na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA.
E-mail: ritapereira.eng@gmail.com.
2
. Graduada em Ciências agrárias, Bsc., Estudante na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA. E-mail:
sfsamarafigueiredo@gmail.com
3
. Engenheiro Florestal, Msc., Técnico de Laboratório na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA. E-
mail: anselmojunior.stm@gmail.com.
4
. Engenheiro Florestal, Dr., Docente na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA. E-mail:
everton.almeida@ufopa.edu.br
5
. Mestranda em Biociências, Bsc., Pesquisadora na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA. E-mail:
bibiano.ics@gmail.com
6
. Graduanda em Engenharia Florestal, 2º grau, Estudante na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA.
E-mail: giselefreitas251@gmail.com
7
. Graduanda em Engenharia Florestal, 2º grau, Estudante na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA.
E-mail: iandravictoria.eng@gmail.com
8
. Graduanda em Engenharia Florestal, 2º grau, Estudante na Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Santarém-PA.
E-mail: luizanevesc.eng@gmail.com

Resumo

O mogno brasileiro é uma espécie encontrada naturalmente na região amazônica. Por apresentar alto
valor comercial sofreu intensa extração de suas matrizes. Atualmente, a espécie é amparada por lei a
fim de evitar o risco de extinção. Uma das alternativas para manter a disponibilidade da espécie é o
armazenamento das sementes, já que elas são classificadas como ortodoxa/intermediária. Nesse
sentido, o objetivo do estudo foi avaliar o tempo de armazenamento e a germinação em diferentes
condições ambientais. O experimento foi realizado no Laboratório de Sementes Florestais da UFOPA
com sementes coletadas na rodovia PA-170. Utilizou o delineamento inteiramente casualizado (DIC)
com o controle e dois tratamentos caracterizados pelos diferentes ambientes, câmara úmida e
geladeira. As variáveis avaliadas foram porcentagem de Germinação (G%), Coeficiente da
Velocidade de Germinação (CVG), Tempo Médio de Germinação (TM) e Índice de Velocidade de
Germinação (IVG). A porcentagem de germinação variou bastante entre os tratamentos, 83% em T0,
47% em T1 e 26% em T2. Logo, os resultados mostraram que o armazenamento em câmara úmida
apresentou melhor desempenho em relação a geladeira, entretanto, o dado teve decréscimo
relevante em relação ao controle.

Palavras-chave: armazenamento, germinação, ambiente.

Introdução

O mogno brasileiro (Swietenia Macrophylla King) pertence à família Meliaceae e é de


ocorrência natural da Amazônia Brasileira abrangendo os estados do Acre, Amazonas, Maranhão,
Pará, Rondônia e Tocantins (STEFANO, 2015).
Devido a apreciação econômica da madeira para confecção de móveis e artigos de luxo, a
espécie enfrentou forte exploração (COSTA et al., 2013) sendo amparada por lei pela tendência de,
possivelmente, entrar em risco de extinção (CITES, 2021). Visto isso, é indispensável a realização de
estudos a fim de manter a disponibilidade da espécie.
De acordo com Medeiros (2001), o armazenamento de sementes florestais é uma maneira de
assegurar o uso oportuno no futuro visando manter a qualidade fisiológica, física e sanitária. Para
alguns estudiosos, a semente de mogno brasileiro é classificada como ortodoxa (CARVALHO; LEÃO,
1995) e já para outros ela pode ser indicada como intermediária (LIMA; GALVÃO, 2005)
características estreitamente relacionadas a longevidade do armazenamento. Tal divergência
acarreta na incerteza de quais as condições viáveis para manter a conservação das sementes.
Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar o tempo de armazenamento e a
germinação de mogno brasileiro em diferentes condições ambientais.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes Florestais (LSF) da Universidade


Federal do Oeste do Pará (UFOPA), localizado na cidade de Santarém (PA). Foram coletadas

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sementes de mogno brasileiro (Swietenia macrophylla) na rodovia PA-170 (Curuá-Una) em agosto de


2021. Foi realizado o beneficiamento manual e em seguida parte das sementes foram destinadas ao
armazenamento, em embalagem permeável, para a avaliação das condições ambientais em função
do tempo. Já o outro segmento foi destinado ao primeiro teste de germinação (controle).
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), com a testemunha (controle) e
dois tratamentos (T1 e T2). Para a testemunha (T0) utilizou-se 4 repetições de 25 sementes. Nos dois
tratamentos seguintes foram utilizadas 4 repetições de 16 sementes cada pois parte das sementes se
degradaram em decorrência das condições impostas. Em T0, as sementes não foram submetidas a
nenhuma condição de armazenamento em função do tempo, já que logo que foram beneficiadas
seguiram para o teste de germinação. No tratamento 1 (T1), as sementes foram condicionadas em
câmara úmida, a uma temperatura média de 14ºC, durante 2 meses. Para o tratamento 2 (T2), as
sementes foram armazenadas na geladeira pelo mesmo período de tempo a uma temperatura de
5ºC. O estudo buscou avaliar as condições a cada dois meses seguidos, entretanto, as sementes não
apresentaram viabilidade após o período testado.
Para o teste de germinação foi padronizado o uso do substrato vermiculita para os 3 testes.
As sementes foram consideradas germinadas quando emergiu a radícula, primeira estrutura essencial
para o desenvolvimento vegetal (RAS, 2009). A contagem de germinação durou 10-13 dias.
As análises realizadas consistiram na avaliação da porcentagem de Germinação (G%),
Coeficiente da Velocidade de Germinação (CVG), Tempo Médio de Germinação (TM) e Índice de
Velocidade de Germinação (IVG). Foi avaliada a normalidade dos dados a partir do teste de Shapiro-
Wilk e homogeneidade das variâncias a partir do teste de Barttlet. Uma vez que os dados atenderam
aos pressupostos, foi aplicado para todas as variáveis ANOVA e o teste de tukey à 95% de confiança.
Todas as análises foram executadas no software R, versão 4.1.2 (R CORE TEAM, 2021), com o
auxílio do pacote estatístico Agricolae (MENDIBURU, 2021).

Resultados e Discussão

Nos testes aplicados para avaliação dos tratamentos observou-se as médias dos itens da
porcentagem de germinação (Tabela 1), com 83% para T0, 47% em T1 e 26% em T2. Os tratamentos
apresentaram significância entre si, sendo o T0 o tratamento com melhor desempenho já que não
houve a influência do tempo e da condição do ambiente. O tratamento T1 foi o de melhor
desempenho a considerar o armazenamento, tal condição descreve o comportamento das sementes
estudadas por Vianna (1982) sob as mesmas condições, porém a câmara seca se sobressaiu nos
testes indicados por ele. Entretanto, nesse estudo as sementes mantiveram integridade até o sétimo
mês, o que divergiu na presente pesquisa. Em outro estudo com mogno brasileiro recomendou-se o
armazenamento no refrigerador pois apresentava 90% de germinação após 1 ano (LEMOS FILHO;
DUARTE, 2001), contudo a mesma avaliação aplicada não foi eficaz, uma vez que o tratamento
apresentou o pior desempenho germinativo.
Segundo estudos realizados por Carvalho & Leão (1995), as sementes de Swietenia
macrophylla se mantem conservadas secas e em embalagens impermeáveis, isso explica uma das
hipóteses para os resultados expressos onde as sementes mostraram-se intolerantes a umidade.

Tabela 1 – dados médios da porcentagem de germinação (g%), coeficiente da velocidade de


germinação (cvg), tempo médio de germinação (tm) e índice de velocidade de germinação (ivg).
TRATAMENT
G (%) CVG TMG IVG
O
83 a 16,37 b 6,00 a 3,59 b
T0
(12,38) (2,57) (0,71) (2,15)
47 b 43,95 ab 2,45 b 8,58 a
T1
(2,00) (12,57) (0,84) (1,98)
26 c 62,25 a 1,79 b 5,73 ab
T2
(10,58) (26,23) (0,59) (3,04)
Fonte: Autores (2022)
Em que: médias seguidas por letras diferentes, em coluna, diferem entre si pelo teste Tukey a 95% de confiança.
Os valores em parênteses representam o desvio padrão das amostras.

Cabe dizer ainda que a literatura disponível encontrada a respeito de armazenamento e


germinação foram majoritariamente antigas, devido isso, houve relativa divergência em decorrência
do tempo de armazenamento e a classificação da semente quanto a essa condição.

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Os resultados obtidos pelo CVG (tabela 1) descrevem que o T2 foi o que apresentou maior
coeficiente sendo estatisticamente igual ao coeficiente de T1 que, por sua vez, não diferiu do T0. Para
o TMG (tabela 1), houve significância do T0 em relação aos outros dois, com médias estatisticamente
iguais. O IVG (tabela 1) foi significativo para os tratamentos T0 e T1. A taxa germinativa diária foi
constante para T0 ao longo dos 14 dias avaliados, seguido por T1 e T2, respectivamente. De
qualquer forma, T1 e T2 foram os que apresentaram mais indivíduos com a eclosão da radícula nos
primeiros dias.

Conclusões

Em suma, dentre os tratamentos aplicados, o armazenamento em câmara úmida pelo período


de 2 meses foi o que apresentou melhores resultados. Ainda assim, foi estatisticamente diferente dos
resultados obtidos pelo controle, apresentando relevante decréscimo na germinação.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, J. E. U. de; LEÃO, N. V. M. Efeito do dessecamernto e do congelamento sobre a


qualidade fisiológica de sementes de mogno Swietenia macrophylla King. Informativo ABRATES, v. 5,
n. 2, p. 162, 1995. Edição dos resumos do 9º Congresso Brasileiro de Sementes.

CITES (CONVENÇÃO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DAS ESPÉCIES DA FLORA E


FAUNA SELVAGENS AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO), disponível em:
https://cites.org/sites/default/files/esp/app/2021/S-Appendices-2021-06-22.pdf Acessado em: 28 mai.
2022.

COSTA, J. R; MORAIS, R. R; CAMPOS, L. S. Cultivo e Manejo do Mogno (Swietenia macrophylla


king.). 1º edição. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2013.

FELIPE DE MENDIBURU (2021). agricolae: Statistical Procedures for Agricultural Research. R


package version 1.3-5. Disponível em: https://CRAN.R-project.org/package=agricolae

LIMA JÚNIOR, M. de J. V.; GALVÃO, M. S. Mogno Swietenia macrophylla King. Informativo Técnico
da Rede de Sementes da Amazônia, n. 8, 2005. 2p.

MEDEIROS, A. C. S. Armazenamento de sementes de espécies florestais nativas. Colombo, PR:


Embrapa Florestas, 2001. 24p. (Documentos, 66).

4.1.2 R CORE TEAM (2021). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation
for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL https://www.R-project.org/.

STEFANO, M. V.; CALAZANS, L. S. B; SAKURAQUI, C. M. 2015 Meliaceae in Lista de Espécies da


Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em:
http://floradobrasil2015.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB23803. Acesso em: 20 mai. 2022

VIANNA, N. G. Armazenamento de sementes de mogno (Swietenia macrophylla). In: CONGRESSO


FLORESTAL BRASILEIRO, 4., 1982, Belo Horizonte. Anais. São Paulo: Sociedade Brasileira de
Silvicultura, 1982. p. 539-540. Publicado na Silvicultura, n. 28. 1982.

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