Peça - Ação Civil Pública

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA DE
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE .., ESTADO ..

ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nO ..,
com sede na rua X, número Y, bairro Z, na cidade de W, CEP XXX; por meio de seu
representante legal...., vem, por seu advogado infra-assinado documento em anexo,
com escritório profissional localizado na rua X, número Y, bairro Z, na cidade de W,
CEP XXX, com fundamento nos termos da lei 7.347/85, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face do MUNICÍPIO BETA pessoa jurídica de direito público inscrita no CNPJ


sob nO .., e o senhor secretário de saúde do município Beta, brasileiro, casado,
inscrito no CPF n. XXX, ambos com sede na rua X, número Y, bairro Z, na cidade de
W, CEP XXX, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos

I - DO CABIMENTO

A presente ação civil pública é cabível, tendo em vista que o objetivo da


demanda judicial é a defesa dos idosos que procuram o atendimento do Posto de
Saúde Gama, de acordo com as finalidades estatutárias da Associação, sendo a
defesa do patrimônio social, representando assim, o direito à saúde de todos os
idosos e não somente a defesa do interesse individual.
Dessa forma, a qualidade do serviço público oferecido à população e esses
idosos não podem ser tratados como direitos individuais, e sim, de um interesse
coletivo, enquadrando-se no Art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85.

II - DA LEGITIMIDADE

2.1 DA LEGITIMIDADE ATIVA

A Associação Alfa é parte legítima para a proposição da presente ação civil


pública, tendo em vista que foi constituída há 3 anos, dessa forma, se enquadra no
Art. 5º, inciso V, alínea a, da Lei nº 7.347/85, conforme se estabelece que a
associação deve ter sido constituída há mais de 1 (um) ano. Além disso, a
associação se destina à defesa do patrimônio social e do direito à saúde de todos,
atendendo ao disposto no Art. 5º, inciso V, alínea b, da mesma lei.

2.2 DA LEGITIMIDADE PASSIVA

A legitimidade passiva do Município Beta é justificada por ser o responsável


pela gestão do Posto de Saúde Gama.

III - DOS FATOS

A Associação Alfa, constituída há 3 (três) anos, cujo objetivo é a defesa do


patrimônio social e, particularmente, do direito à saúde de todos, mostrou-se
inconformada com a negativa do Posto de Saúde Gama, gerido pelo Município Beta,
de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram esse
serviço.

O argumento das autoridades era o de que não havia profissionais


capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo suficiente. Em razão desse
estado de coisas e do elevado número de idosos correndo risco de morte, a
Associação resolveu peticionar ao Secretário municipal de Saúde, requerendo
providências imediatas para a regularização do serviço público de Saúde.
O Secretário respondeu que a situação da Saúde é realmente precária e que
a comunidade precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos
recursos públicos federais, já que a receita prevista no orçamento municipal não
fora integralmente realizada. Reiterou, ao final e pelas razões já aventadas, a
negativa de atendimento laboratorial aos idosos. Apesar disso, as obras públicas da
área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde Gama, nos quais
eram utilizados exclusivamente recursos públicos municipais, continuaram a ser
realizadas.

II - DOS FUNDAMENTOS

Nos termos do artigo 1º. da Lei 7.347/85, é cabível o ajuizamento da ação


civil pública para prevenir ou reprimir danos morais ou materiais causados ao meio
ambiente, bem como a outros interesses difusos da coletividade.

Dessa forma, como a Lei da Ação Civil Pública, em seu artigo 1º, inciso II,
estabelece a possibilidade de proposição de ação civil pública para a proteção de
direitos difusos e coletivos, como o concreto, que coloca em risco o direito à saúde.

A importância da ação, decorre do fato de o objetivo da demanda judicial ser


a defesa de todos os idosos que procuram o atendimento do Posto de Saúde Gama,
nos termos das finalidades estatutárias da Associação, defesa do patrimônio social
e, particularmente, do direito à saúde de todos e não eventual defesa de direito ou
interesse individual. Como se discute a qualidade do serviço público oferecido à
população e esses idosos não podem ser individualizados, trata-se de típico
interesse difuso, enquadrando-se no Art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85.

Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular,
as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo
VIII – ao patrimônio público e social

O que se verifica, na hipótese, é a necessidade de defesa do direito à vida e


à saúde dos idosos que procuram os serviços do Posto de Saúde Gama, bem como
de sua dignidade e, amparados pelo Art. 1º, inciso III, pelo Art. 5º, caput, pelo Art. 6º
e pelo Art. 196, todos da CRFB/88.

A Constituição Federal, em seu artigo 196, assegura que "a saúde é direito
de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação".

Sendo assim, verifica-se a importância de tal direito constitucional que deve


ser protegido pelo poder público. O direito à saúde é garantido pela Constituição
Federal e pelo Estatuto do Idoso, devendo o Município assegurar o atendimento
adequado aos idosos.

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03), em seu artigo 15, §2º, dispõe que
"incumbe ao poder público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos,
especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros
recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação".

Portanto, diante de todo o que foi apresentado, fica clara a necessidade de o


poder público agir em resposta a tal demanda, visto ser, de sua responsabilidade,
assegurar o direito à saúde de todos os idosos.

Além disso, esses direitos estão sendo preteridos para a realização de obras
públicas na área de lazer, o que é constitucionalmente inadequado em razão da
maior importância dos referidos direitos. Afinal, sem vida e saúde, não há
possibilidade de lazer.

O Município tem o dever de assegurar o direito à saúde dos idosos e de


cumprir a competência constitucional conferida para fins de prestação do serviço
público de saúde.
III - DO PEDIDO DE URGÊNCIA - MEDIDA LIMINAR

Se faz, portanto , o deferimento de uma liminar, nos termos do artigo 12 da


Lei 7.347/85:

“Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação
prévia, em decisão sujeita a agravo.”

determinando-se que o Município regularize o sistema de saúde para prestar


o atendimento laboratorial adequado aos idosos na localidade abrangida pelo Posto
de Saúde Gama, tendo em vista a probabilidade do direito, visto que, o objetivo da
medida está amparada pela proteção dos direitos à vida, à saúde e à dignidade da
pessoa humana.

É necessário salientar o risco do dano, tendo em vista a urgência da


situação, uma vez que os idosos estão sujeitos a complicações de saúde e a risco
de morte, caso não recebam o tratamento de saúde adequado

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

A) Concessão de tutela para regularizar o sistema de saúde e atender os


idosos no âmbito laboratorial e imposição de multa por eventual
descumprimeto, com amparo no art. 12 da lei 7.347/85 e no art. 300 do CPC;
B) Citação do réu e intimação para audiência de conciliação ou mediação;
C) Intimação do Ministério Público para acompanhar a presente ação;
D) Procedência do pedido para o fim de transformar em definitiva a liminar
requerida;
E) Condenação do réu em custas e honorários advocatícios.

V - DAS PROVAS
Requer a produção de todos os meios de prova em direitos admitidos, em especial
documental e testemunhal.
VI - DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 1.412,00 (mil quatrocentos e doze reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data;
advogado
oab

Você também pode gostar