A Arvore Da Vida - Parte 7

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A Árvore da Vida – Parte 7

Trio e Oitava

Já se disse que o Universo relativo passa a existir através da ação intermediária de


duas grandes leis.
A primeira é a lei da trindade trina, que aproxima um acontecimento e a segunda é
a lei das oitavas, que mostra o desenvolvimento desse evento através da seqüência
definida.
Ambas essas leis estão presentes em toda parte, do início da divina criação à ação
banal de riscar um fósforo.
Nada pode existir fora dessas duas leis.
O conceito da trindade é familiar à maior parte das religiões e filosofias, e a cabala
não é exceção.
Na árvore da vida é vista muito precisamente a tríade Kether, Hochma e Binah,
Aqui estão os fatores positivos e negativos mostrados nos pilares de força e forma,
com o terceiro elemento de equilíbrio trazendo-os a um relacionamento na coluna
central.
Nada pode suceder até que todos os três estejam em relação, tal como uma criança
não pode ser concebida sem que certas condições sejam preenchidas por um
homem e uma mulher.
Assim é através do universo, onde um evento verdadeiro ocorre.
Pode-se notar, olhando para a árvore, que todo o Sefirot se forma no trio, ou
tríade.
Além disso, cada uma dessas tríades tem conexão com a coluna central da
consciência.
Isso é vital, uma vez que enquanto a coluna direita e a coluna esquerda são fixadas
numa função (do mesmo modo que um homem é um homem, e nada mais), a
coluna central completa uma tríade, permitindo ao evento eclodir.
Pode-se também observar que há grandes e pequenos trios na árvore, bem como
alguns particulares que se relacionam principalmente com o eixo central.
Todos esses têm seu lugar especial no esquema cósmico da árvore, e muitos
podem se atuar em qualquer uma das seis permutações que se perfilam através do
crescimento, da decadência, da transformação, da doença, da renovação e da
regeneração.
A lei das oitavas é baseada na idéia de que entre Kether e Malcut se estira uma
grande corda, com a nota dó no alto e no fundo do eixo da consciência.
Essa é outra concepção do dito cabalístico: "Kether é Malcut e Malcut é Kether".
Do ponto de vista de que essa é uma corda vibrante, vemos que todas as outras
vibrações do universo são contidas nesse monocórdio; embora eles não o
componham, um bilhão de pessoas compõem um completo Adão.
Esse monocórdio é de ordem muito diferente.
É a oitava mestre, enquanto todas as outras são menores, meras harmonias para
suas grandes notas.
Como Jacó se comunicava com os anjos, subindo e descendo, a oitava tem dois
principais movimentos, para cima e para baixo.
Em música vemos as notas se tornando mais altas e de maior freqüência conforme
vamos subindo de dó, através de ré, mi, fá, sol, lá, si e dó.
Isso acontece porque a corda vai sendo encurtada e mais vibrações vão sendo
acumuladas num espaço menor.
No universo isso tem muita significação, quando consideramos as ondas e a teoria
das partículas.
Na medida em que descemos para os níveis mais baixos da matéria, a densidade
aumenta.
Isto é, mais partículas são incluídas em espaço cada vez menor.
Tal como quando estudamos as vibrações — intercambiáveis com as partículas de
matéria — elas parecem aumentar também, embora não no sentido que usamos
em alta freqüência.
Por isso deve ser repetido que mais toques implica no encurtamento da corda,
produzindo crescente tensão mas menor flexibilidade.
Essa é urna situação correspondente à nossa percepção normal de freqüência
aumentada, uma vez que cada fenômeno em zona de alta vibração está sob grande
contração e mais outras leis.
Os movimentos infinitesimais e periódicos dos átomos, como os que se opõem de
modo mais vagaroso e flexível às células, descrevem com muita propriedade a
verdadeira situação da materialidade, onde as vibrações são tão compactas que
nada aparenta mover-se.
Aparenta, dizemos nós, porque normalmente nós pensamos o contrário a respeito
de alta vibração.
Temos repetido que as aparências são enganosas, e que no universo real o inverso
de uma coisa é geralmente a verdade sobre ela.
Não é sem motivo que o homem tem sido representado simbolicamente
contemplando o mundo de cabeça para baixo; vendo o transitório como eterno e o
eterno como transitório.
Esse é o primeiro véu ilusório por trás do qual nós vivemos.
Se encararmos a árvore da vida sob essa luz poderemos observar que o profundo
dó de nossa visão comum de fato começa de cima, em Kether, e atinge sua
vibração máxima, bem como sua compreensão, em Malcut.
Para nos inflingir uma derrota a mais, a oitava flui de duas maneiras,
desmanchando sua intensidade no grande monocórdio de Kether e passando
através das teclas do Sefirot.
Ambos esses fluxos ocorrem simultaneamente, como um farol que iluminasse, ao
mesmo tempo, o Céu e a Terra num só impulso, e que a seu turno contivesse todos
os impulsos de todos os níveis, alto e baixo nos mínimos movimentos dos átomos
do metal mais denso.
Assim cresce o reinado da coroa, e a vinda da coroa até o reinado, para que o Céu
possa se manifestar na Terra.
A lei das oitavas, além de ser vista na grande progressão de Kether a Malcut, pode
ser observada em todas as escalas, até os mais mundanos problemas, tais como a
luz do espectro, a tabela periódica dos elementos, e é claro na música.
Usando a escala tonal comum, mas lembrando de inverter o aparente aumento e
diminuição de freqüência, podemos delinear a natureza do desenvolvimento das
oitavas, relacionando-a com a árvore da vida.
Tocando o aparentemente baixo mas de fato grande dó de Kether, a oitava desce
pela senda do relâmpago de Hochma.
Aqui, em sua primeira manifestação, ela penetra no mundo das vibrações em sua
primeira parada.
A energia agora está presente.
Ela então passa para Binah a segunda nota, onde na primeira Sefira ela se torna
vagarosa e se fecha numa forma, embora possa parecer rarefeita aos nossos olhos.
Esse é o primeiro trio.
Daqui para a frente, após um intervalo no qual vamos lidar com ela, a oitava fluirá
pelo Sefirot até a árvore.
Ela não tocará a coluna central, entretanto, até que atinja o dó de Malcut.
A razão para isso é a lei particular que rege as oitavas.
Após a superna tríade constituída de Kether, Hochma e Binah ser posta em ação,
haverá uma pausa momentânea, uma acalmia que precisa ser atravessada.
Esse fenômeno é observável em todo trabalho criativo na vida comum, quando há
uma hesitação inicial, após uma partida vigorosa.
Se não se dá um salto, então, a ação será interrompida.
Muitos livros e quadros bem iniciados morreram nesse ponto crítico.
O de que se precisa é um impulso de trás, para que se vá para a frente.
Em tarefas menores, um simples passeio, uma conversação, um café, podem agir
como estimulantes.
Esse impulso levará o fluxo à nota fá da Sefira Hesed, o salto vital sendo dado pela
invisível Sefira Daat que supre o contato com a coluna central de energia
consciente.
A oitava continua mantendo o relâmpago por baixo, seguindo o desenvolvimento
natural dos vários Sefirot, através de fá-Hesed, sol-Gevura até lá-Netzah.
Aqui novamente foi atravessada a coluna central do equilíbrio.
A essa altura já se tornou patente o caráter da oitava, e sua natureza é
corporificada pelo Tepheret.
Qualquer um que pratique algum trabalho criador sabe que uma vez que esse
ponto foi atingido não haverá mais mudança.
A essência do livro ou do quadro já foi fixada.
Só começando uma nova obra pode alguma discrepância ser corrigida.
Novamente aqui a terceira força — a da consciência — se manifesta, mas dessa vez
como a imagem de todos os passos da oitava que foram dados, e que ainda serão
dados; porque a senda já foi traçada e os resultados, exceto quanto a pequenos
detalhes, já estão cristalizados.
Essa é a razão pela qual todos os caminhos para Tepheret estão firmemente
decididos.
Após ter sido determinada a natureza da oitava, de lá-Netzah (ciclos) para si-Hod
(reverberação), a seqüência continua.
Agora chega-se ao último intervalo, antes do fim.
Novamente uma pausa, vista como produto da fadiga, fácil de observar em todas
as tarefas.
Um esforço maior final é necessário para que se termine a seqüência.
Durante a Segunda Guerra Mundial os ingleses reconheceram, em seu esforço de
guerra, a necessidade desse impulso final, e a BBC pôs no ar dois programas de
música estimulante quando os operários das fábricas estavam esmorecendo.
Esse é um exemplo grosseiro, talvez, mas explica bem o trabalho da oitava.
No caso da árvore esse intervalo é preenchido por Yesod, a possante Sefira da
coluna do equilíbrio.
Esse centro vital completa três subtríades na grande tríade do fundo do mundo
assiático (ação e matéria), trazendo por sua vez toda a oitava para as
manifestações físicas mais plenas.
Num livro, esse é o trabalho final de colocar as palavras adequadas no lugar
preciso, e manter esse trabalho por muitas semanas (depois, será fácil falar ou
pensar a respeito de um trabalho tão árduo).
Em Malcut, o dó final está completo; e agora Kether está realmente em Malcut e
Malcut em Kether.
Será oportuno repetir aqui que entre cada nota de uma oitava há uma oitava em
miniatura, ou, para pôr isso em termos cabalísticos, há uma árvore completa em, e
entre, cada Sefira.
Isso comumente explica por que não podemos entender essa lei claramente, uma
vez que apenas observamos algumas notas durante algum tempo, ou Sefirot.
Nós temos acesso unicamente a uma única parte do processo completo, como um
editor que cumpre as tarefas de publicar a seqüência de Gevura-Hod; ou como nos
tribunais onde só se vêem as funções de Gevura e Binah no conjunto do sistema
legal.

A interação das duas grandes leis, da oitava e da trindade, é variada e destaca os


muitos aspectos do universo.
No homem sua interação é bem demonstrada e um olho treinado pode percebê-la
em plena operação.
No entanto, antes de examinarmos as tríades em relação ao homem, precisamos
tomar contato com certas leis subsidiárias.
Enquanto em geral a coluna masculina pode ser vista como o princípio ativo fluindo
em Yesod e Malcut, e a coluna feminina como o princípio passivo equivalente
juntando-os, deve ser lembrado que o Sefirot individual é sujeito ao travestismo,
isto é, à mudança de negativo para positivo, e vice-versa.
Isso é devido ao fato de que quando o relâmpago desce, a Sefira superior sempre
atua como o princípio ativo para o recipiente inferior, no fluxo das emanações.
Por exemplo: Hesed é passivo em relação a Binah; e Gevura, normalmente passivo,
é ativo no caso em relação a Tephereth.
Ainda mais, em cada trio qualquer dos Sefirots pode assumir uma posição ativa,
passiva ou neutra, dentro de uma situação limitada, isto é, quando desempenhando
um papel menor.
Isso pode ou não trabalhar em equilíbrio com a árvore inteira.
Como uma disfunção humana, por exemplo, a Sefira que devia ser ativa é passiva,
ou atua como ligação.
Um bom exemplo de Sefira passiva usurpando um desempenho ativo ocorre com o
homem que não pode dormir porque seu Hod não consegue resolver um problema
fora de sua atribuição.
A mente lógica comum, representada pelo princípio ativo da tríade Hod, Yesod e
Malcut, resolve o problema uma e muitas vezes, usando todos os dados de que o
cérebro dispõe, o qual é visto inútil e impotente na tela yesódica.
Enquanto isso, incansável, o nível de vitalidade da tríade Netzah, Yesod e Malcut
permanece incapaz de refrescar a mente devido à passividade de Netzah.
O resultado é que não há energia suficiente na coluna ativa da árvore para permitir
que o homem saia dessa situação aflitiva.
Às vezes ele cai no sono, exausto.
Aí, durante o repouso, quando a árvore está funcionando normalmente, seu
julgamento Gevura começa a operar.
Caso contrário, um bom período de sono, com Netzah atuando normalmente, é
suficiente para restaurar as energias perdidas, permitindo que o problema seja
resolvido na manhã seguinte.
Ocasionalmente, como já tivemos ocasião de experimentar alguma vez, as soluções
são apresentadas pelo Sefirot superior durante- o sono, enquanto as tríades mais
baixas restauram o corpo e excretam da mente o refugo, através dos sonhos.
De modo geral as tríades funcionam normalmente, dentro de um ciclo de permutas,
conferindo e compensando uma à outra através da árvore, o que será discutido
mais à frente, em detalhes, depois de uma visão geral da questão.
Tomando as tríades laterais primeiro, é preciso notar que essas, por seu
relacionamento com as colunas da força e da forma da árvore, são menos flexíveis
que as demais do centro e do pilar médio.
Isso porque as colunas ativa e passiva são mais ligadas com as funções do que com
a consciência, e têm conseqüentemente menos liberdade de ação.
Isso é facilmente verificável numa pessoa que sempre formula julgamentos de
valor (excesso de Gevura), ou alguém carente de autodisciplina (carência de
Gevura).
Não obstante, eles têm missões importantes para desempenhar.
Para tirar exemplos do homem, a tríade Hod-Yesod-Malcut define o processo de
identificação, a memória e o corpo.
Aqui há uma seqüência contínua de comparações.
Essa história pode ilustrar algumas das mais baixas tríades operando: enquanto
caminha por uma rua, o Hod de um homem está classificando as impressões que
recebe.
Ele evita um poste, lê um anúncio, atravessa a rua entre automóveis em
movimento, usa os reflexos condicionados que a experiência lhe deu e que a tríade
Hod, Yesod e Malcut acumulou para ele.
Ele sabe onde está indo, porque depois de alguns anos ele construiu mentalmente
um mapa do bairro naquela mesma tríade, o qual pode ser requisitado pela
memória a qualquer momento, e nele traçado um plano em sua tela yesódica, de
acordo com sua vontade.
No entanto, ele vê uma ruela desconhecida e sua mente Hod, sempre curiosa,
dirige seu sistema voluntário naquela direção.
No outro lado da árvore, seu Netzah-Yesod-Malcut diz-lhe que ele está com fome,
que seria bom ir para casa para comer.
Sua mente Hod, intrigada pela novidade do que vê, do que cheira, do que ouve,
ignora sua fome e faz com que ele siga em frente.
Na ruela desconhecida sua tríade Netzah, Yesod, Malcut, lança alguma adrenalina
em sua corrente sanguínea.
Já nervoso, ele recebe mais estímulos de sua imaginação yesódica, enquanto ele
assume o papel fantasioso de um agente secreto.
Corajoso, bem apessoado e decidido, ele caminha sentindo o peso de uma pistola
imaginária no bolso do seu casaco.
Dobrando a esquina, seus olhos de Hod se dilatam quando ele vê uma silhueta
feminina parada num canto sombrio.
Totalmente mergulhado em sua ilusão, seu Yesod desenha traços ideais no rosto da
mulher à sua frente, enquanto seu Netzah lança em seus nervos um
estremecimento de desejo.
Com a tríade Hod, Netzah e Yesod subitamente excitada, suas faculdades sensuais
são alertadas e seus instintos esperam a aproximação, já crentes de que está
iminente um beijo na mais tentadora das bocas femininas.
A mulher se move de repente e a luz ilumina seu rosto.
Ela é velha, rígida, seus lábios são finos e secos.
A imagem yesódica desaparece, seu Netzah é reprimido e seu corpo Malcut passa
depressa por ela.
Todo o sonho se evaporou para a realidade.
Pensando o quanto tolo ele é, o homem volta para seu caminho familiar onde,
depois de um momentâneo percebimento de seu eu, ele mergulha de novo no
sonho yesódico, agora pensando no que terá para comer no almoço, e sua fome
netzâhnica pede a seu Hod que dirija seus pés Malcut, com a ajuda de Yesod, a
caminho de casa.
Tomando uni caminho talvez mais sério deixamos essas baixas tríades e
examinamos a parte mais alta da coluna central.
Aqui, tomando novamente o exemplo humano, deixamos as tradicionais tríades
para subir o pilar da consciência.
O homem é uma meia criatura da Terra.
Vivendo no planeta ele se submete apenas parcialmente às suas leis.
Lemos na Bíblia que após sua queda ele foi expulso do jardim do éden para o
mundo inferior.
Aqui ele se vestiu com peles de animais e na morte encontrou de novo o pó de
onde veio.
Esses são depoimentos muito interessantes sobre a origem do homem e sua
composição, especialmente à luz da árvore da vida, a respeito da qual nos foi dito
que serviu de modelo para o ser humano.
Primeiro, seu corpo foi literalmente feito do barro da terra.
Ele contém os fluidos vitais, ele usa o ar, ele não pode viver sem calor ou luz.
Esses são os elementos definidos em Malcut.
Ele também está vivo em forma orgânica.
Nele estão todos os processos do mundo vegetal.
Ele come, bebe e respira.
Ele também cresce e se reproduz, como as plantas.
No entanto, ele é também um animal, com todas as características desse reino.
Isso o faz móvel, social, agressivo e amante, bem como dono de outros atributos
puramente animais em sua natureza.
A família ideal, com cada uma das atividades que vêm do berço, através da
infância, a corte, o casamento, a organização do lar, a carreira, a velhice e a
sepultura, tudo é parte do mundo animal do homem.
Nem bom, nem mau, isso é comumente visto como os aspectos da vida humana,
quando não é verdade.
O elemento humano de um homem é o fato dele ser consciente de si próprio, e
saber dessa consciência.
Nesse aspecto ele pertence a um reino muito diferente daquele dos animais.
A árvore situa o nível mineral em Malcut, e o vegetal, parte do homem, no grande
trio Hod, Netzah, Malcut.
Aqui estão todos os processos e os sistemas do corpo, com a inteligência vegetal
centrada em Hod, Netzah e Yesod, a tríade.
Nessa pequena trindade o processo cíclico é governado, das reação ao mundo
exterior através de Hod, ao oculto mecanismo de repetição de Netzah.
Yesod é o ato sexual ou polinização.
A tríade Hod, Netzah, Yesod, pode também ser chamada carne, isto é, ela traz a
vida, em oposição a cadáver.
O trio acima é a alma animal, ou Nefesh, no hebraico tradicional, significando
sangue, ou vida.
Isso anima o corpo, dá a ele um alto nível de consciência, até o ponto dele saber
que ela existe.
Um gato é um animal muito inteligente mas é cego e surdo para tudo que não seja
seu próprio sentido de vida.
Ele pode ser curioso com relação a determinados objetos, mas esses
objetos não têm significado no universo felino.
O gato logo perde o interesse e deixa de ver o que não tem um sentido imediato
para ele.
Os gatos sonham, é certo, como qualquer dono de gato pode afiançar.
Um gato possui um Yesod, e rosna e mia para as imagens. que a tríade de Hod,
Netzah e Yesod fazem circular nele depois de uma noite má com os outros gatos da
máfia local.
O Nefesh, ou alma animal, não é absolutamente inferior como se acredita.
Ele tem contato direto com Tepheret e é o estágio seguinte no eixo vertical da
consciência.
A complexa soma de Tepheret, Hod, Netzah e Malcut é um organismo altamente
sofisticado com uma clara identidade, embora não nenecessariamente de si próprio.
Um tigre é uma espécie distinta, como o é uma vaca.
Eles são exemplos individualizados dessa configuração.
No entanto, um homem é mais do que uma espécie porque ele tem em si a
habilidade para desenvolver uma árvore inteira.
Isto é possível pela tríade seguinte, Tepheret, Gevura e Hesed, a qual define o
autopercebimento do homem.
Em hebraico isso é conhecido da maior parte dos cabalistas como Ruah, que
significa "respiração" ou "vento".
Essa é sem dúvida uma referência ao sopro divino que deu vida a Adão.
No entanto, estudos do mais velho texto, a Biblia em hebraico (Gen., 11, 7),
revelam que a palavra Neshuma, ou alma humana viva, é usada, tratando-se de
coisa diversa dos reinos animais e vegetais.
Diz-se que da concepção de uma criança até o seu nascimento o embrião passa por
todos os estágios da evolução natural.
De fato isso ocorre, uma vez que ele forma, fora dos elementos vindos do corpo da
mãe, um organismo que cresce como uma planta.
Ali ele se transforma num animal marinho, nadando nos fluidos do ventre materno,
antes de respirar pela primeira vez como mamífero.
Em que momento exato a alma humana entra no corpo está ainda para ser
apurado, embora seja mais provável que o fenômeno ocorra na fase de Tepheret.
Pode-se dizer, porém, que o corpo de um homem no nascimento contém apenas
caracteres genéticos (as moléculas de ADN nas células, levando consigo seus
cromossomos), mas estes são condicionados à raça e à família do homem, não ao
seu psiquismo.
Se isso não fosse verdade, não haveria variações nas famílias.
É o Neshuma que faz de um homem um indivíduo.
É sua autoconsciência que o distancia do animal, e. da maior parte dos seus
semelhantes, os quais tendem a se contentar com as práticas e costumes tribais
(sócio-animais).
O Neshuma torna o indivíduo possível, devido aos seus laços com Gevura —
julgamento — e Hesed — misericórdia.
Aqui estão as faculdades humanas, as emoções; os animais são incapazes de julgar
ou de sentir piedade.
Eles não matam os da mesma espécie por causa de Netzah e da inteligência da
natureza, que quer preservar a espécie.
Só animais altamente desenvolvidos como os macacos ou as sociedades bem
organizadas como as formigas, que lutam entre si; e isso pode ser devido, nos
antropóides, a um começo de autoconsciência, e nas formigas ao fato de que em
sua sociedade a inteligência de massa é maior que a inteligência individual.
Mas essa é uma área a ser estudada.
O Neshuma ou alma, como podemos também chamá-lo, ligado em Tepheret, tem
também acesso a Kether.
O que lhe confere um ponto único de referência e influxo de energia.
Qualquer homem realmente em contato e centrado em Tepheret é de fato
autoconsciente, uma vez que quase todas as sendas se dirigem para ele, embora
nos homens comuns os superiores sejam linhas de comunicação em potencial.
A Biblia supõe, em Gen., I, 2, que a tríade formada por Hochma-Binah-Tepheret é
Ruah, o sopro ou espírito.
Ligado à divina tríade, esse baixo triângulo siderado na essência pode ser chamado
consciência objetiva, isto é, atenção voltada acima de tudo para o próprio eu.
Aqui há percebimento em relação à natureza do universo.
As coisas parecem não mais orientadas num sentido pessoal mas esboçadas em
termos cósmicos, maiores que o eu, por mais nobre e puro que ele seja.
Baseado em Binah — compreensão, e Hochma — sabedoria, como pode ele
considerar a criação?
Além disso, Ruah se relaciona com a tríade de Binah, Hochma e Kether.
Isso lhe confere um relacionamento direto com o mundo divino, o universo
atzilúthico das emanações.
Dizem os cabalistas que com a morte o corpo Malcut retorna aos elementos, Yesod
logo dissolvido, uma vez que o processo vegetativo cessa.
E Nefesh permanece enquanto a energia vital da tríade se desintegra
paulatinamente, à medida que o corpo se decompõe.
Neshuma ou a alma encontra seu abrigo nas regiões mais altas e o espírito, quando
o processo de purificação é completo, volta por intermédio de Kether para o
Absoluto.
A mais alta tríade é a trindade superna.
Esse é o mundo divino no homem e na Criação.
Daqui correm as três forças da trindade e as seqüências fluem das oitavas e do
Sefirot.
Os cabalistas separam ainda as tríades centrais em dois largos conjuntos.
O superior era conhecido como o grande ou longo rosto e era composto pela forma
Kether-Hochma-Binah-Tepheret.
Aqui o rosto de Deus atravessa o universo, cada, fio da sua barba levando sua
instrução divina e sua existência.
O rosto mais baixo era composto de Tepheret-Hod-Netzah e de Malcut.
Esse era chamado de rosto menor ou assembléia menor.
Aqui se encontra Adão ou a humanidade.
Entre os rostos mais altos e mais baixos está o Sefirot de Gevura e Hesed, o
querubim que empunha espadas flamejantes nos portões do jardim do éden, onde
passeia o Senhor Deus.

Continua

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