Plano Diretor 2009

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Equipe Executiva Fabiana Santos Miziara Mendonça Mara Souto Marquez Valéria Barrroso da Silveira

Adriana Salles Galvão Leite Fábio Almeida da Silva Marco Antônio Teixeira Vera Maria M. dos Santos Gamarski Apoio em Programação Visual
Alciene Garcia Cordeiro Fábio Oliveira e Silva Marcos Rodrigues de Souza Neto Vicente Correia Lima Neto Albino Oliveira de Souza
Ana Lúcia Augusto de Oliveira Felipe Santos Araújo Marcone Martins Souto Vitor Recondo Freire Aureliano Mundin Guimarães
Ana Maria Rodamilans R. de Souza Fernanda Franco de Morais Margarete Miranda Rachid Vívian Dantas Sadeck Breno Gomes Rodrigues
Anamaria de Aragão Costa Martins Francisco das Chagas Leitão Maria Cristina Magalhães Viana Wesley Valdemar Paranaíba Eugênio Barbosa
André Luis Gasques Silva George Da Guia Maria do Socorro Alves Dias Witer Campos Lima Ivonaldo Ribeiro Guimarães
Andréa Mendonça de Moura Gisele Arrobas Mancini Maria Helena Buchmann Zeli Dubinevics Juliana Martins de Moura
Aparecido Bueno Pinto Giuliana de Freitas Maria Perpétua dos Santos Alves
Arnaldo Barbosa Brandão Glauco Ferreira Maria Suely Queiroz Vieira Martins
Beatrice Arruda Eller Gonzaga Irene Mergener Cunha Marise Pereira da Encarnação Apoio Técnico Apoio Administrativo
Brasil José Vargas Júnior Isabel Cristina Joventino de Deus Medeiros Caroline Guedes de Andrade Fenelon Bernardo Bandoli Silva
Carlos Roberto Machado Vieira Izabel de Miranda Pereira de Oliveira Maurício Guimarães Goulart Grazielle Alarcão Costa Celma das Graças Bezerra
Carlos Roberto Troncoso Jacyra Maria Motta Spanner Mônica Fernandes Burkhardt Josiane Ribeiro de Souza Cleide Gomes Evangelista
Catarina F. de Mendonça Tokatjian Jane Monte Jucá Mônica Oliveira Marques França Juliana Carvalho Kalume Reis Eliacy Ferreira de Siqueira
Cláudia Varizo Cavalcante José Roberto Farsette Nádia Hermano Tormin Otto Ribas Luiz Gabriel Xavier dos Santos Iraídes Tavares de Matos
Clécio Nonato Rezende Joyce Arantes Luciano Paula Anderson de Matos Eustáquio Luiza Adjuto Pinheiro Luciene Barbosa da Silva
Daniela Antônia Soares de Carvalho Juliana Braga de Sousa M. Antunes Paulo Roberto Bernardes Santos Maria Cecília Siqueira Vitorino Maria do Carmo Borges Heringer
Danilo Pereira Aucélio Juliana Gomes Gularte Pedro Braga Netto Márcia Silva Lemos Micheline de Araújo Pires
Dáverson Lúcio de Queiróz Kleber Ribeiro de Farias Filho Rafael Martins Mendes Ricardo Pinheiro Perez
Débora de Castro Nesralla Laura Regina Simões de Bello Soares Rejane Jung Vianna Tatiana Silva Estrela
Denise Prudente de Fontes Silveira Leandra Resende Tofeti Ricardo Baseggio Filho Valéria Saldanha Brandão Apoio em Informática
Diana Meirelles da Motta Lídia Adjuto Botelho Rosi Breustedt Paulo César de Oliveira Cruz
Dulce Blanco Barroso Lídia Mejia Rubens do Amaral Ubiratan Paes de Castro Medeiros
Eliana Bermudez Litz Mary Lima Bainy Tadeu Almeida de Oliveira Programação Visual Agnelo Fernandes Silva Filho
Emmanuel Cavalcanti Porto Lúcio Flávio da Silva Tatiana Celliert Ogliari Antonio Danilo Morais Barbosa Ângelo de Castro Melo
Eneida Aviani Ferreira Araújo Luís Antônio Almeida Reis Thais Waldow de Souza Barros
Eriel Sinval Cardoso Luís Roberto Ribeiro Valdo César D. de Carvalho

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico – Versão Final – Novemdro/2009

i
GOVERNO DO DISTRITO Consultores Via Humana Educação, Tecnologia Gisele Arrobas Mancini
FEDERAL Augusto Mendonça - Patrimônio e Desenvolvimento Glauco Ferreira
Subsecretaria das Cidades Ambiental, Infra-Estrutura e Dayse Cadaval Bassos Isabel Cristina Joventino de Deus
Secretarias de Estado e Empresas Saneamento Isabel Hermínio Egler Irene Mergener Cunha
Públicas Carlos Fernando de Souza Leão Jane Monte Jucá
Administrações Regionais Andrade Juliana Braga de S. Manganelli
Subadministrações Regionais Cecília Malagutti - Regularização Organização do Documento Antunes
Fundiária Técnico Juliana Gomes Gularte
Geraldo Nogueira Batista - Anamaria de Aragão Costa Martins Mara Souto Marquez
Instrumentos de Política Urbana Cláudia Varizo Cavalcante Maria do Socorro Alves Dias
Ieda Lima - Transportes e Mobilidade Rejane Jung Vianna Marcone Martins Souto
Jorge Guilherme Francisconi - Rômulo Andrade de Oliveira Maurício Guimarães Goulart
Subsistemas Urbanos Paula Anderson de Matos Eustáquio
Luiz Antônio Reis - Macrozoneamento Rejane Jung Vianna
INSTITUTO BRASILEIRO DE Paulo Coelho Ávila - Desenvolvimento Ricardo Baseggio
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - Econômico Colaboração na elaboração de Rômulo Andrade de Oliveira
IBAM Paulo Zimbres - Macrozoneamento textos Thiago Marques
Vera Amorelli - Projeto de Lei Anamaria de Aragão Costa Martins Vicente Correia Lima Neto
Mara Darcy Biasi Ferrari Pinto - Sup. Andréa Mendonça de Moura Vívian Dantas Sadeck
Geral Arnaldo Barbosa Brandão
Ana Lúcia Nadalutti La Rovere - Sup. Idealiza Conceituação, Capacitação Beatrice Arruda Eller Gonzaga
da Área de Desenvolvimento Urbano e Desenvolvimento Ltda Carlos Roberto Machado Vieira
e Meio Ambiente Maria da Penha Oliveira Catarina F. de Mendonça Tokatjian
Roseane Coreixas Biasotto - Coord. Carlos Renato de Oliveira Cláudia Varizo Cavalcante
Técnica Clécio Nonato Rezende
Hélia Nassif Xavier - Coord. de Dulce Blanco Barroso
Cursos para Desenvolvimento Rejane Jung Vianna
Urbano do ENSU George da Guia

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico – Versão Final – Novemdro/2009

ii
SUMÁRIO

Lista de Figuras ...................................................................................... v 1. Histórico da ocupação do DF ............................................................. 28


Lista de Mapas ....................................................................................... viii 2. Aspectos físico-ambientais do Território ............................................. 37
Lista de Tabelas ..................................................................................... ix 2.1. Patrimônio Ambiental .................................................................. 49
Lista de Gráficos ..................................................................................... x 2.2. Patrimônio Arqueológico e Espeleológico ................................... 50
Lista de Quadros .................................................................................... x 3. Dinâmica Demográfica ....................................................................... 53
Lista de Siglas ........................................................................................ xi 3.1. Migração e Crescimento Vegetativo............................................ 53
I – Introdução ........................................................................................ 01 3.2. Estrutura Etária e Envelhecimento .............................................. 56
II – Fundamentos para a revisão do PDOT ......................................... 04 4. Economia do DF ................................................................................. 59
1. Fundamentos Legais .......................................................................... 05 4.1. Fases do Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal ........ 59
2. Princípios e objetivos do PDOT .......................................................... 06 4.2. Produto Interno Bruto .................................................................. 60
3. Bases Conceituais e Metodológicas ................................................... 08 4.3. Setores Produtivos do Distrito Federal ........................................ 61
3.1. As bases técnicas para a elaboração do PDOT – 2007 .............. 08 4.4. Mercado de Trabalho .................................................................. 62
3.2. O acesso a terra e à habitação pelas famílias pobres ................. 10 4.5. Educação e Renda ...................................................................... 63
3.3. O processo de elaboração do PDOT 2007.................................. 11 4.6. As áreas de desenvolvimento econômico 64
4. Participação da sociedade .................................................................. 13 5. Estrutura urbana ................................................................................. 65
4.1. Resultados obtidos do processo participativo ............................. 16 5.1. Padrão de distribuição da população .......................................... 65
5. Análise da problemática territorial face ao PDOT/1997 ...................... 18 5.2. Padrão de deslocamento da população ...................................... 67
5.1. As proposições do PDOT/1997 para o planejamento 5.3. A urbanização pós 97................................................................. 69
18
governamental ....................................................................................
5.4. Patrimônio Ambiental Urbano ..................................................... 72
5.2. Conflitos entre o uso e ocupação do solo atual e
20 6. Habitação ........................................................................................... 73
macrozoneamento definido pelo PDOT/1997.....................................
5.3. Avaliação dos instrumentos de política urbana instituídos pelo 6.1. Demanda Habitacional 2005-2010 .............................................. 74
25
PDOT/1997 ........................................................................................
6.2. Condição dos Domicílios e Infra-estrutura Urbana ...................... 81
III – Dinâmicas Territoriais ................................................................... 27
7. Meio rural............................................................................................ 84

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

iii
7.1. A multifuncionalidade do espaço rural ......................................... 84 13. Equipamentos Regionais .................................................................. 115
7.2. Caracterização física do espaço rural do DF ............................... 85 13.1. Educação................................................................................... 117
7.3. Estrutura do parcelamento rural .................................................. 87 13.2. Segurança ................................................................................. 121
7.4. Áreas Rurais Remanescentes estabelecidas pelo PDOT/97 ...... 88 13.3. Saúde ........................................................................................ 123
7.5. Aspectos socioeconômicos ......................................................... 92 13.4. Abastecimento ........................................................................... 125
7.6. Patrimônio rural ........................................................................... 92 13.5. Cultura, Lazer e Esporte ............................................................ 126
8. Mobilidade e transporte ...................................................................... 94 IV – Propostas do PDOT ...................................................................... 128
8.1. Mobilidade ................................................................................... 94 1. Organização do Território ................................................................... 129
8.2. Sistema Viário, Trânsito e Transporte Coletivo ........................... 95 2. Planejamento do Território ................................................................. 132
8.3. Rede Viária Estrutural e Rede Estrutural de Transporte Coletivo 96 2.1. Diretrizes setoriais ....................................................................... 132
9. Saneamento Ambiental ...................................................................... 98 2.2. Parâmetros para a ocupação do solo urbano ............................. 140
9.1. Abastecimento de água ............................................................... 98 2.3. Densidades Demográficas .... .................................................. 146
9.2. Esgotamento sanitário ................................................................. 101 2.4. Unidades de Planejamento Territorial ......................................... 148
9.3. Sistema de drenagem urbana ..................................................... 102 2.5. Macrozoneamento e Zoneamento............................................... 150
9.4. Gestão dos resíduos sólidos ....................................................... 103 2.5.1. Macrozona Urbana ............................................................ 151
10. Aspectos da Regularização Fundiária .............................................. 104 2.5.2. Macrozona Rural ............................................................... 160
10.1. Diagnóstico Preliminar dos Parcelamentos Urbanos Informais 2.5.3. Macrozona de Proteção Integral ........................................ 163
105
no Distrito Federal ..............................................................................
2.5.4. Áreas de Diretrizes Especiais ............................................ 164
10.2. Assentamentos em processo de regularização fundiária ......... 108
2.6. A Legislação complementar ao PDOT: a Lei de Uso e
11. Metropolização de Brasília................................................................ 109 169
Ocupação do Solo e os Planos de Ação Local ..................................
12. Cenários territoriais para o Distrito Federal 2006-2010 e 2020-2030 110 3. Estratégias de intervenção sobre o território ...................................... 171
12.1. Cenário Demográfico Tendencial para 2006 e 2010 ................. 110 3.1. Estratégia de Dinamização de áreas urbanas ............................. 171
12.2. Cenário Demográfico Tendencial para 2020 e 2030 ................. 112 3.2. Estratégia de Revitalização de Conjuntos Urbanos .................... 181

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

iv
3.3. Estratégia de Estruturação Viária ................................................ 193 VIII. Bibliografia 338
3.4. Estratégia de Regularização Fundiária........................................ 200
3.5. Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais ............................... 268 Lista de Figuras
3.5.1. Novas Áreas Habitacionais................................................ 269 Figuras 1 - 2ª Audiência Pública do PDOT .......................................................... 12

3.5.2. Áreas a serem adensadas com Projetos Habitacionais .... 275 Figuras 2 - 2ª Audiência Pública do PDOT .......................................................... 12

3.6. Estratégia de Integração Ambiental do Território ........................ 282 Figuras 3 - 2ª Audiência Pública do PDOT .......................................................... 12

3.7. Estratégia de Implantação de Pólos Multifuncionais ................... 286 Figura 4 - Metodologia geral do PDOT ................................................................ 13

4. Gestão do território ............................................................................. 297 Figura 5 - Imagens das Audiências Locais do PDOT .......................................... 14

4.1. Instrumentos destinados à operacionalização da estratégia de Figura 6 - Imagens das Audiências Locais do PDOT .......................................... 14
297
regularização fundiária .......................................................................
Figura 7 - Estratégia de Participação da Sociedade ........................................... 14
4.2. Instrumentos destinados à operacionalização de intervenções
Figura 8 - Vetor de expansão urbana segundo PDOT/97 e limitações à
urbanas propostas nas estratégias de Dinamização e Estruturação 297 ocupação .............................................................................................................. 20
Viária ..................................................................................................
Figura 9 - Novo eixo de expansão urbana .......................................................... 21
4.3. Instrumentos destinados à otimização das áreas disponíveis na
298
Zona Urbana do Conjunto Tombado e na Zona Urbana Consolidada Figura 10 - Conflitos com o Macrozoneamento ................................................... 24
4.4. Instrumentos destinados à operacionalização das intervenções Figura 11 - Ocupação Urbana em 1958 .............................................................. 29
298
urbanas propostas nas estratégias de Revitalização .........................
Figura 12 - Ocupação Urbana em 1964 .............................................................. 30
4.5. Instrumentos destinados à operacionalização da estratégia de
299 Figura 13 - Ocupação Urbana em 1975 ..............................................................
oferta de áreas habitacionais ............................................................. 31
4.6. Instrumentos destinados à integração com os municípios Figura 14 - Ocupação Urbana em 1986 .............................................................. 32
299
limítrofes do DF ..................................................................................
Figura 15 - Ocupação Urbana em 1991 .............................................................. 33
5. Sistema de Planejamento – SISPLAN ................................................ 304
Figura 16 - Ocupação Urbana em 1997 .............................................................. 35
V. Processo de aprovação na câmara legislativa do Distrito
308 Figura 17 - Ocupação Urbana em 2004 ..............................................................
Federal ................................................................................................... 35
VI. Sanção da lei com vetos do executivo e a apreciação pela Figura 18 - Unidades Geomorfológicas do DF .................................................... 39
322
Câmara Legislativa do Distrito Federal - CLDF ..................................
Figura 19 - Bacias Hidrográficas ......................................................................... 40
VII. Novos rumos da política urbana ................................................... 334

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

v
Figura 20 - Simulação em 3D do Território do DF ................................................. 42 Figura 42 - Viaduto da Rodoferroviária................................................................ 134
Figura 21 - Pólo de Modas do Guará .................................................................. 64 Figura 43 - Linha do Metrô em Águas Claras ...................................................... 134
Figura 22 - Setor de Oficinas Norte ................................................................... 64 Figura 44 - ETE Norte .......................................................................................... 135
Figura 23 - Obstáculos Físicos ......................................................................... 67 Figura 45 - SOF Sudoeste – Setor de Oficinas do Sudoeste .............................. 136
Figura 24 - Mobilidade Diária ............................................................................... 68 Figura 46 - Núcleo Rural Taquara / Pipirapau ..................................................... 137
Figura 25 - Mulching ............................................................................................ 86 Figura 47 - Ginásio Nilson Nelson ....................................................................... 138
Figura 26 - Cultivo Protegido ............................................................................... 86 Figura 48 - Densidades Demográficas no Território ............................................ 147
Figura 27 - Condomínio na Colônia Agrícola Águas Claras ................................ 88 Figura 49 - Zona Urbana do Conjunto Tombado ................................................. 151
Figura 28 - Colônia Agrícola Bernardo Sayão .................................................... 88 Figura 50 - Zona Urbana de Uso Controlado I .................................................... 153
Figura 29 - Parcelamentos na Colônia Agrícola Arniqueira ................................. 88 Figura 51 - Zona de Uso Controlado II ................................................................ 155
Figura 30 - Área Rural Remanescente Veredas .................................................. 89 Figura 52 - Zona Urbana Consolidada ................................................................ 156
Figura 31 - Área Rural Remanescente Urubú / Olhos D´Água............................ 89 Figura 53 - Zona Urbana de Expansão e Qualificação........................................ 157
Figura 54 - Zona de Contenção Urbana 158
Figura 32 - Área Rural Remanescente Monjolo .................................................. 89
Figura 55 - Zona Rural de Uso Diversificado....................................................... 160
Figura 33 - Área Rural Remanescente Governador ............................................ 89
Figura 56 - Zona Rural de Uso Controlado .......................................................... 161
Figura 34 - Áreas Rurais conforme cartogramas FZDF ...................................... 90
Figura 57 - Macrozona de Proteção Integral ....................................................... 163
Figura 35 - Áreas Rurais Remanescentes Alagados e Crispim .......................... 90
Figura 58 - Áreas de Diretrizes Especiais ........................................................... 166
Figura 36 - Sistema de abastecimento de água da CAESB ................................ 98
Figura 59 - Eixo EPIA - Vista da área do SIA ....................................................... 173
Figura 37 - Equipamentos de Educação ..................................................................... 120
Figura 60 - Eixo EPIA - Vista da área do SOF/N ................................................. 174
Figura 38 - Equipamentos de Segurança e Saúde ................................................... 123
Figura 61 - Pólo JK .............................................................................................. 176
Figura 39 - Equipamentos de Abastecimento, Cultura, Esporte e Lazer .............. 126
Figura 62 - Pólo Capital Digital ............................................................................ 177
Figura 40 - Catedral de Brasília ............................................................................ 132
Figura 63 - Via Interbairros .................................................................................. 179
Figura 41 - Barragem do Rio Descoberto ............................................................ 133
Figura 64 - Setores Centrais ................................................................................ 182

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

vi
Figura 65 – Via W3 Norte ...................................................................................... 183 Figura 86 - Áreas de Regularização no Núcleo Bandeirante ................................ 237
Figura 66 – Via W3 Sul .......................................................................................... 183 Figura 87 - Áreas de Regularização em Ceilândia ................................................ 241

Figura 67 – Vista da Vila Planalto- Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia Figura 88 - Áreas de Regularização no Guará ...................................................... 244
187
Figura 89 - Áreas de Regularização em Samambaia/Recanto das Emas ............ 248
Figura 68 – Vista de parte das edificações do Eixo Histórico na Praça Salviano
188
Monteiro ................................................................................................................. Figura 90 - Áreas de Regularização em Santa Maria............................................ 251
Figura 69 – Lago Veredinhas ................................................................................ 189 Figura 91 - Áreas de Regularização em São Sebastião........................................ 256
Figura 70 – Anel de Atividades de Ceilândia – Taguatinga - Samambaia ............ 193 Figura 92 - Áreas de Regularização no Lago Sul .................................................. 258
Figura 71 – Anel de Atividades de Samambaia – Recanto das Emas – Riacho Figura 93 - Áreas de Regularização no Riacho Fundo .......................................... 261
Fundo ..................................................................................................................... 194
Figura 94 - Áreas de Regularização no Lago Norte ............................................. 266
Figura 72 – Anel de Atividades Sobradinho .......................................................... 195 Figura 95 - Setor Jóquei Clube .............................................................................. 270
Figura 73 – Anel de Atividades Gama – Santa Maria........................................... 196 Figura 96 - Etapa 3 do Riacho Fundo II ................................................................ 271
Figura 74 - Anel de Atividades Jardim Botânico .................................................. 197 Figura 97 - Setor Crixá ......................................................................................... 272
Figura 75 - DF 230 ............................................................................................... 198 Figura 98 – Área do Bairro Indaiá .......................................................................... 273
Figura 76 - Novas Vias em Vicente Pires ............................................................ 198 Figura 99 – Expansão do Setor Habitacional Mangueiral ..................................... 273
Figura 77 - Via Interbairros .................................................................................. 199 Figura 100 - Setor Habitacional Vargem da Benção ............................................. 274
Figura 78 - Grande Colorado ............................................................................... 199 Figura 101 - Setor Habitacional TASA ................................................................... 274
Figura 79 - Áreas de Regularização em Brasília ................................................. 205 Figura 102 - Setor Habitacional Mangueiral .......................................................... 275
Figura 80 - Áreas de Regularização no Gama .................................................... 208 Figura 103- Setor Noroeste ................................................................................... 276
Figura 81 - Áreas de Regularização em Taguatinga ............................................. 212 Figura 104 - Subcentro Leste em Samambaia – Complexo de Furnas e Projeto
277
Urbanístico Especial das Quadras QR 103 a 115 e 121 a 127 .............................
Figura 82 - Áreas de Regularização em Brazlândia .............................................. 214
Figura 105 – Pólo Multifuncional Catetinho ........................................................... 287
Figura 83 - Áreas de Regularização em Sobradinho ............................................ 227
Figura 106 – Pólo Multifuncional Taguatinga ........................................................ 288
Figura 84 - Áreas de Regularização em Planaltina ............................................... 231
Figura 107 – Pólo Multifuncional Grande Colorado ............................................... 289
Figura 85 - Áreas de Regularização no Paranoá .................................................. 235
Figura 108 – Pólo Multifuncional Metropolitana ..................................................... 290

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

vii
Figura 109 – Pólo Multifuncional Planaltina ........................................................... 291 Mapa 15 - Estratégia de Dinamização ................................................................. 180
Figura 110 – Pólo Multifuncional Samambaia ....................................................... 292 Mapa 16 - Estratégia de Revitalização ................................................................. 192
Figura 111 – Pólo Multifuncional São Sebastião ................................................... 293 Mapa 17 - Parcelamentos Urbanos Isolados ........................................................ 202
Figura 112 – Pólo Multifuncional Sul ..................................................................... 294 Mapa 18 - Estratégia de Regularização Fundiária ................................................ 267
Figura 113 – Pólo Multifuncional do Torto ............................................................. 295 Mapa 19 - Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais ....................................... 281
Figura 114 – Organograma do Sistema de Planejamento 307
Mapa 20 – Estratégia de Integração Ambiental do Território ................................ 285
Lista de Mapas
Mapa 1 - Evolução da ocupação urbana no DF e entorno .................................. 36 Mapa 21 – Estratégia de Implantação de Pólos Multifuncionais 296

Mapa 2 - Uso do solo e vegetação do DF em 2001 ............................................ 38 Mapa 22 – Unidades de Planejamento da LC 803/2009 ....................................... 313
Mapa 3 - Áreas de risco à erosão ........................................................................ 43
Mapa 23 – Zoneamento da LC 803/2009 .............................................................. 314
Mapa 4 - Riscos à contaminação hídrica superficial ........................................... 45
Mapa 5 - Síntese das principais variáveis que compõe a problemática Mapa 24 – Estratégia de Dinamização de Espaços Urbanos da LC 803/2009 ..... 315
ambiental ............................................................................................................... 46
Mapa 6 - Sistemas ambientais ............................................................................ 48 Mapa 25 – Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais da LC 803/2009 ............ 316
Mapa 7 - Ambiental do Distrito Federal ............................................................... 52
Mapa 26 – Estratégia de Regularização Fundiária da LC 803/2009 ..................... 317
Mapa 8 - Tamanho dos lotes no DF .................................................................... 66
Mapa 27 – Estratégia de Revitalização de Conjuntos Urbanos LC 803/2009 ....... 318
Mapa 9 - Crescimento urbano do DF - 1997-2003 .............................................. 71
Mapa 28 – Estratégia de Estruturação Viária e Implantação de pólos
319
Mapa 10 - Modelo Territorial ................................................................................ 131 Multifuncionais da LC 803/2009 ............................................................................
Mapa 11 - Áreas prejudicadas e beneficiadas pela mudança de parâmetros Mapa 29 – Estratégia de Integração Ambiental do Território da LC 803/2009...... 320
para cálculo da outorga onerosa ........................................................................... 144
Mapa 12 - Coeficiente de aproveitamento – Comparativo NGB, PDL e PDOT Mapa 30 – Áreas onde as glebas com características rurais podem ser objeto de
2006 ....................................................................................................................... 145 321
contrato específico da LC 803/2009 ......................................................................
Mapa 13 - Unidades de Planejamento Territorial ................................................ 149
Mapa 31 – Macrozoneamento do Distrito Federal ................................................. 324
Mapa 14 - Zoneamento ....................................................................................... 168

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

viii
Mapa 32 – Zoneamento ......................................................................................... 325 Tabela 7 - Crescimento vegetativo e saldo migratório do Distrito Federal entre
1995 e 2000 ........................................................................................................... 56

Mapa 33 – Detalhamento da Zona Rural de Uso Controlado................................ 326


Tabela 8 - Grupos etários da população do Distrito Federal entre 1991-2000-
2006-2010 .............................................................................................................. 57
Mapa 34 – Unidades de Planejamento Territorial ................................................. 327
Tabela 9 - Imigrantes, emigrantes e trocas líquidas do movimento intra-urbano
Distrito Federal – 1996/2000 ................................................................................. 69
Mapa 35 – Estratégias de Regularização Fundiária e de Oferta de Áreas
328 Tabela 10 - Demanda habitacional resultante da expansão demográfica no
Habitacionais .........................................................................................................
Distrito Federal para o período 1960/1970 – 1970/1980 – 1980/1991 – 74
Mapa 36 – Estratégias de estruturação viária, de pólos multifuncionais, de 1991/2000 – 2000/2010. .......................................................................................
329
dinamização e revitalização de conjuntos urbanos ..............................................
Tabela 11 - Projeção do estoque de domicílios e demanda habitacional para o
Distrito Federal – 2005 / 2010 ............................................................................... 75
Mapa 37 – Estratégia de configuração de conectores ambientais ........................ 330
Tabela 12 - Projeção do estoque de domicílios particulares permanentes
segundo o tipo de imóvel para o Distrito Federal - 2005 / 2010. ........................... 75
Mapa 38 – Densidade demográfica ....................................................................... 331
Tabela 13 - Projeção do estoque de domicílios particulares permanentes
segundo a condição de ocupação para o Distrito Federal - 2005 / 2010 ............ 76
Mapa 39 – Áreas econômicas ............................................................................... 332

Mapa 40 – Áreas onde as glebas com características rurais podem ser objeto Tabela 14 - Demanda habitacional por grupos de renda no Distrito Federal -
333 2005 / 2010 ............................................................................................................ 77
de contrato específico ............................................................................................

Lista de Tabelas
Tabela 15 - Domicílios particulares permanentes e improvisados por classes de
Tabela 1 - Total de reuniões e Audiências Públicas segundo as unidades de renda nas Regiões Administrativas e DF – 2005 .................................................. 78
trabalho - Distrito Federal, 2006 ............................................................................ 17

Tabela 2 - Quantificação multitemporal da áreas de cobertura vegetal e uso do Tabela 16 - Domicílios particulares permanentes e improvisados por classes de
37 renda nas Regiões Administrativas e DF – 2010 .................................................. 79
solo no Distrito Federal em valores relativos .........................................................

Tabela 3 - Disponibilidade e demanda hídrica no Distrito federal e entorno Tabela 17 - Demanda habitacional dos domicílios particulares permanentes e
imediato ................................................................................................................. 41 improvisados por classes de renda domiciliar nas Regiões Administrativas e 80
Tabela 4 - População do Distrito Federal de 1960 a 2010 e taxa de crescimento Distrito Federal – 2010 ..........................................................................................
anual ...................................................................................................................... 53 Tabela 18 - Cobertura da rede de água, rede de esgoto e coleta de lixo nos
Tabela 5 - População e taxa de crescimento anual do Distrito Federal por domicílios particulares permanentes das Regiões Administrativas e Distrito 82
unidades de planejamento territorial e Região Administrativa em 1991-2000- Federal – 2000 .......................................................................................................
54 Tabela 19 - Cobertura da rede de água, rede de esgoto e coleta de lixo nos
2006-2010 ..............................................................................................................
domicílios particulares permanentes nos municípios do Entorno do Distrito 84
Tabela 6 - População e taxa de crescimento anual do entorno do DF................. 55 Federal em 2000 ....................................................................................................

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

ix
Tabela 20 - População e área rural estimada, por Regiões Administrativas do Gráfico 7 - Situação dos parcelamentos urbanos informais implantados – por
Distrito Federal - 2000 ........................................................................................... 92 faixa de renda ........................................................................................................ 107

Gráfico 8 - Situação dos parcelamentos urbanos informais implantados de


Tabela 21 - Rede estrutural de transporte coletivo do Distrito Federal ............... 97 107
acordo com o PDOT/97 .........................................................................................
Tabela 22 - Estações de tratamento de esgotos no DF ...................................... 102 Gráfico 9 - Setores habitacionais com maior concentração de parcelamentos
urbanos informais implantados .............................................................................. 108
Tabela 23 - População e taxas médias de crescimento anual para o cenário
tendencial - Distrito Federal e entorno imediato 2000-2030 .................................. 112 Gráfico 10 - Distribuição da população residente nos parcelamentos urbanos
informais implantados – por setores habitacionais ............................................... 108
Tabela 24 - Índice de envelhecimento segundo cenário tendencial e
exploratório. Distrito Federal e entorno imediato. 2000-2030 ................................ 113 Gráfico 11 – Distribuição da população por grandes áreas segundo cenário
Tabela 25 – Percentual de Equipamentos de Educação por Unidade de tendencial .............................................................................................................. 111
Planejamento ......................................................................................................... 119
Gráfico 12 - Distribuição da população por grandes áreas segundo o cenário
Tabela 26 – Percentual de Equipamentos de Segurança por Unidade de 113
tendencial - Distrito Federal e entorno imediato. 2030 ..........................................
Planejamento ......................................................................................................... 122
Tabela 27 – Percentual de Equipamentos de Saúde por Unidade de Gráfico 13 - Pirâmide etária para o DF - Cenário de 2000 .................................. 114
Planejamento ......................................................................................................... 124
Tabela 28 – Percentual de Equipamentos de Abastecimento por Unidade de Gráfico 14 - Pirâmide etária para o entorno imediato do DF- Cenário
114
Planejamento ......................................................................................................... 125 de 2000 ..................................................................................................................
Tabela 29 – Percentual de Equipamentos de Cultura, Educação e Lazer por Gráfico 15 - Pirâmide etária para o DF - Cenário tendencial para 2030 ............. 114
Unidade de Planejamento ..................................................................................... 127
Gráfico 16 - Pirâmide etária para o entorno imediato do DF- Cenário tendencial
114
para 2030 ...............................................................................................................
Tabela 30 – Vetos apostos ao PLC nº46/07 .......................................................... 323
Gráfico 17 - Comparação entre a quantidade de Equipamentos Regionais e IDE . 117

Lista de Gráficos Gráfico 18 - Identificador de densidades de Equipamentos de Educação ........... 119

Gráfico 19 - Identificador de densidades de Equipamentos de Segurança.......... 122


Gráficos 1 - Distrito Federal – Pirâmides etárias – 1991 – 2010 ......................... 58
Gráfico 20 - Identificador de densidades de Equipamentos de Saúde................. 124
Gráficos 2 - Composição do PIB do DF por atividades econômicas ................... 61 Gráfico 21 - Identificador de densidades de Equipamentos de Abastecimento ... 125
Gráfico 3 - Percentual de Viagens por Modo de Transporte segundo a Classe Gráfico 22 - Identificador de densidades de Equipamentos de Cultura, Esporte e
de Renda dos Usuários - Distrito Federal – 2000 .................................................. 94 127
Lazer ......................................................................................................................
Gráfico 4 - Regiões Administrativas com maior número de parcelamentos Gráfico 23 - Relação entre o potencial construtivo definido pelas normas
106 143
urbanos informais implantados .............................................................................. vigentes e os novos parâmetros adotados ............................................................
Gráfico 5 - Situação dos parcelamentos urbanos informais implantados quanto Lista de Quadros
à situação fundiária ................................................................................................ 106
Quadro 1 - Unidades de Trabalho - Audiências Regionais ................................ 15
Gráfico 6 - Distribuição da população residente nos parcelamentos urbanos
informais implantados – por Região Administrativa............................................... 106 Quadro 2 - Resultado da Avaliação das Áreas Rurais Remanescentes ............. 91

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

x
Quadro 3 - RA Brasília - Setor Habitacional Torto .............................................. 203 Quadro 25 - RA Paranoá – Fora de Setor Habitacional ........................................ 234

Quadro 4 - RA Gama - Setor Habitacional Ponte de Terra ................................... 207 Quadro 26 - RA Núcleo Bandeirante - Fora de setor habitacional ........................ 236

Quadro 5 - RA Gama - fora de Setor Habitacional ................................................ 207 Quadro 27 - RA Ceilândia - Setor Habitacional Sol Nascente............................... 239

Quadro 6 - RA Taguatinga - Setor Habitacional Vicente Pires .............................. 209 Quadro 28 - RA Ceilândia – Fora de setor habitacional ........................................ 239

Quadro 7 - RA Taguatinga - Setor Habitacional Arniqueira ................................... 210 Quadro 29 – RA Guará – Setor Habitacional Bernardo Sayão ............................. 243

Quadro 8 - RA Taguatinga - Setor Habitacional Primavera ................................... 211 Quadro 30 - RA Guará – Área de Regularização de Interesse Social Estrutural .. 243

Quadro 9 - RA Brazlândia - fora de Setor Habitacional ......................................... Quadro 31 - RA Samambaia / Recanto das Emas - Setor Habitacional Água
213 245
Quente ...................................................................................................................
Quadro 10 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Alto da Boa Vista ..................... 215 Quadro 32 - RA Samambaia / Recanto das Emas – Fora de setor habitacional 246
Quadro 11 - RA Sobradinho – Setor Habitacional Região dos Lagos ................... 216 Quadro 33 - RA Santa Maria - Setor Habitacional Ribeirão .................................. 249
Quadro 11A - RA Sobradinho - Setor Habitacional Boa Vista ............................... 218 Quadro 34 - RA Santa Maria - Setor Habitacional Tororó ..................................... 249
Quadro 12 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Grande Colorado ..................... 219 Quadro 35 - RA Santa Maria – Setor fora de setor habitacional ........................... 251
Quadro 13 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Contagem ............................... 220 Quadro 36 - RA São Sebastião - Setor Habitacional Jardim Botânico .................. 252
Quadro 14 – RA Sobradinho - Setor Habitacional Mansões Sobradinho ............. 221 Quadro 37 - RA São Sebastião - Setor Habitacional Estrada do Sol .................... 252
Quadro 15 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Fercal...................................... 222 Quadro 38 - RA São Sebastião - fora do Setor Habitacional – Are Mônaco/ Aris
Morro da Cruz ........................................................................................................ 255
Quadro 16 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Alto da Boa Vista ..................... 223 Quadro 39 - RA Lago Sul - Setor Habitacional Dom Bosco .................................. 257
Quadro 17 - RA Sobradinho - Setor Habitacional Nova Colina ............................. 224 Quadro 40 - RA Riacho Fundo - fora de Setor Habitacional ................................. 259
Quadro 18 - RA Sobradinho - fora de setor habitacional–..................................... 225 Quadro 41 - RA Lago Norte - fora de Setor Habitacional ...................................... 264
Quadro 19 - RA Planaltina - Setor Habitacional Mestre D´armas ........................ 228 Quadro 42 – Parâmetros para Áreas Habitacionais – Novas áreas habitacionais
prioritárias .............................................................................................................. 279
Quadro 20 – RA Planaltina - Setor Habitacional Arapoanga ................................ 229
Quadro 43 - Parâmetros para Áreas Habitacionais – Áreas a serem adensadas . 280
Quadro 21 - RA Planaltina - Setor Habitacional Aprodarmas ............................... 230
Quadro 44 - Instrumentos Jurídicos, Tributários e Financeiros ............................ 301
Quadro 22 - RA Planaltina - Setor Habitacional Vale do Amanhecer .................. 230
Quadro 23 - RA Paranoá - Setor Habitacional Altiplano Leste ............................. 232 Lista de Siglas

Quadro 24 - RA Paranoá –Setor Habitacional São Bartolomeu .......................... 234 ADE – Área de Desenvolvimento Econômico

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

xi
ALE – Área de Lazer Ecológico FUNDURB – Fundo Municipal de Urbanização
APA – Área de Proteção Ambiental GDF – Governo do Distrito Federal
APM – Área de Proteção de Manancial GDP – Gradiente de Densidade de População
ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal
Aris – Área de Regularização de Interesse Social IBAMA – Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis e Meio Ambiente
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
BIRD – Banco Mundial IPDF – Instituto de Planejamento do Distrito Federal
BNH – Banco Nacional de Habitação IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
CAESB – Companhia de Saneamento do Distrito Federal IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
CAUMA – Conselho de Arquitetura, Urbanismo e Meio Ambiente IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
CEASA – Centrais de Abastecimento LC – Lei Complementar
CI – Comissão de Articulação Institucional LODF – Lei Orgânica do Distrito Federal
CODEPLAN – Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central Novacap – Companhia Urbanizadora da Nova Capital
COMPARQUES – Secretaria de Estado de Parques e Unidades de Conservação Odir – Outorga onerosa do direito de construir
CONAM – Conselho do Meio Ambiente do Distrito Federal Onalt – Outorga onerosa de alteração de uso
CONHAB – Conselho de Habitação Pades – Programa de Desenvolvimento Econômico e Social
CONPRESB – Conselho de Gestão da Área de Preservação de Brasília PDL – Plano Diretor Local
DATASUS – Banco de dados do Sistema Único de Saúde PEA – População Economicamente Ativa
DEPHA – Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico do Distrito Federal PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego
DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca Peot – Plano Estrutural de Ordenamento Territorial
EPC – Equipamentos Públicos Comunitários e Urbanos PGIRH – Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Distrito Federal
EPCL – Estrada Parque Ceilândia PIB – Produto Interno Bruto
EPGU – Estrada Parque Guará Planidro – Plano Diretor de Água, Esgoto e Controle da Poluição
EPIA – Estrada Parque Indústria e Abastecimento Pot – Plano de Ordenamento Territorial
EPNB – Estrada Parque Núcleo Bandeirante Pouso – Plano de Ocupação e Uso do Solo
EPPR – Estrada Parque Paranoá Prodecon – Programa de Desenvolvimento Econômico
EPTG – Estrada Parque Taguatinga Proin – Programa de Desenvolvimento Industrial do Distrito Federal
ESAF – Escola de Administração Fazendária RA – Região Administrativa
FIBRA – Federação das Indústrias do Distrito Federal RIDE – Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

xii
SEAF – Secretaria de Assuntos Fundiários

Seapa – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Distrito Federal

Seduh – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal


Semarh – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recusos Hídricos do Distrito Federal
SFH – Sistema Financeiro de Habitação
Shis – Serviço de Habitações de Interesse Social
Sisplan – Sistema de Planejamento
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SUPAR – Subsecretaria de Parcelamento
TCA – Taxa de crescimento anual
TERRACAP – Companhia Imobiliária de Brasília
UC – Unidade de Conservação
UnB – Universidade de Brasília
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

xiii
I - INTRODUÇÃO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

1
I. INTRODUÇÃO
O Distrito Federal é uma unidade sempre presente desde a sua construção até os
especial da federação brasileira, criada em 1957 dias de hoje. Desde o desenho do Plano Piloto,
e inaugurada em 1960, com o objetivo principal pode-se dizer que praticamente todas as
de abrigar os Três Poderes da República, localidades urbanas do DF, com exceção das já
quando, certamente, havia a percepção de que a existentes (Planaltina e Brazlândia), foram
cidade pudesse ser, no futuro, a base para o elaboradas previamente nas pranchetas. Neste
desenvolvimento da Região Central do Brasil. Ao processo, onde o poder público teve papel
longo do tempo, a cidade não somente se fundamental, dois fatores foram preponderantes: a
afirmou como Capital do país, mas também vem proteção do Plano Piloto, de modo a mantê-lo
assumindo, paulatinamente, as funções de isolado como uma espécie de “obra de arte”; e o
Centro Regional e Centro Metropolitano, sendo tratamento especial dado ao patrimônio ambiental,
hoje a quinta cidade do país em população, sobretudo, a proteção dos mananciais e do Lago
depois das centenárias São Paulo, Rio de Paranoá.
Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
O fato de o poder público deter a
A cidade foi construída no auge do propriedade de grande parte dos terrenos
“nacional-desenvolvimentismo”, período em que destinados à urbanização, além de exercer papel
o Brasil apresentou altas taxas de crescimento central no processo de planejamento, não impediu,
econômico e vertiginosa expansão urbana. entretanto, que ocorresse uma segregação
Tendo sido projetada e construída por residencial expressiva, com a população pobre
brasileiros, houve um esforço sem precedentes instalando-se cada vez mais distante da Área
para sua concretização, pois se tratava de um Central e a população de alta e média renda
projeto vinculado à afirmação do Brasil como morando na própria Área Central (Plano Piloto) e
nação moderna. suas adjacências, onde se concentram os
empregos e os grandes equipamentos e serviços
Brasília é, de fato, uma cidade
urbanos básicos.
peculiar dentro do território brasileiro, não só no
que diz respeito à sua estrutura urbana, mas, Ao longo do tempo, observa-se que a
sobretudo, quanto ao planejamento territorial, cidade que se pretendia formada por diversos

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

2
ocupação do solo e à degradação ambiental, tende a se afirmar para o futuro. Além disso, não
núcleos separados, foi-se transformando,
retratado nos inúmeros parcelamentos informais convém esquecer que, no centro e ao redor dele,
paulatinamente, em uma estrutura urbana mais
destinados a diferentes faixas de renda. está a parcela de população que detém o grosso
contínua e mais complexa, embora ainda bastante
da renda, formando uma demanda por serviços
distante das cidades tradicionais do Brasil. Ao Como nas demais cidades brasileiras,
nada desprezível.
mesmo tempo em que se trata de uma única mas em menor escala, em Brasília persistem
cidade, sob a perspectiva do planejamento, Brasília problemas de infra-estrutura urbana, sobretudo Nesse cenário estrutura-se a revisão do
é, também, um conjunto de localidades interligadas de esgotamento sanitário e de coleta de lixo Plano Diretor de Ordenamento Territorial.
por vias urbanas de trânsito rápido apropriadas doméstico, de acessibilidade física à habitação,
para automóveis e para a instalação de transporte de condições inadequadas das vias destinadas a
de massa. Entre estas localidades, algumas muito veículos e pedestres, além dos relativos à
populosas, apenas o Plano Piloto e Taguatinga qualidade e segurança do transporte coletivo, à
mostram autonomia econômica. A grande maioria segurança pública, à saúde e à educação.
funciona como bairro periférico que necessita ser Problemas de lazer e recreação têm sido
integrado à estrutura urbana das localidades mais relegados ao segundo plano, em vista da
dinâmicas, o que não parece fácil diante do prevalência de outras questões mais urgentes,
isolamento físico do Plano Piloto e das grandes como o emprego e a acessibilidade da
distâncias entre as localidades urbanas. população aos locais de interesse público.

Nesse contexto, alguns problemas Finalmente, é necessário observar


relacionados ao planejamento territorial parecem que o Distrito Federal apresenta excessiva
evidentes. Entre eles, destacam-se as dificuldades centralização de atividades na Área Central, ou
de acesso aos locais de trabalho por parte da seja, no Plano Piloto, e isto é a causa de boa
população pobre, devido aos altos custos do parte dos problemas de acessibilidade. Não é
transporte; os custos excessivamente altos da uma questão que possa ser resolvida facilmente,
habitação para as faixas de renda média e baixa; sobretudo porque a grande oferta de empregos
as dificuldades de acesso às escolas, aos hospitais na área central decorre do fato de que nela estão
e às áreas de lazer pelas populações pobres que instalados os organismos federais e de serviços
residem em áreas distantes do Plano Piloto; e a que lhe dão apoio, isto sem mencionar os
baixa oferta de terrenos urbanos destinados à grandes shoppings, rodoviária, bancos,
população de baixa renda, em áreas que permitam organismos internacionais, complexos médicos,
o fácil acesso ao maior centro de emprego, o Plano entre outras atividades atrativas. Como serviços
Piloto. As transgressões às normas urbanísticas no atraem serviços e o acesso ao centro é
Distrito Federal vêm constituindo importante relativamente fácil, devido à própria estrutura
problema, sobretudo no que diz respeito ao uso e viária proposta por Lúcio Costa, este processo

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

3
II - FUNDAMENTOS PARA A REVISÃO DO PDOT

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

4
II. FUNDAMENTOS PARA A REVISÃO DO PDOT

1. FUNDAMENTOS LEGAIS poderão estabelecer normas complementares a


esta legislação, relativas ao parcelamento do solo
para adequação às peculiaridades locais; e
A revisão do PDOT, no que se refere
aos fundamentos legais, está embasada na
● no Estatuto da Cidade – Lei n° 10.257/2001 –
que detalha o art. 182 da Constituição Federal,
seguinte legislação:
estabelecendo o Plano Diretor como instrumento
● na Constituição Federal, no art. 182, § 1º, básico da política de desenvolvimento e expansão
que estabelece o Plano Diretor como instrumento urbana, que deve conter um conjunto de princípios
básico da política de desenvolvimento urbano do e regras orientadoras da ação dos agentes que
Município que, no caso do Distrito Federal, deve constroem e utilizam o espaço urbano.
ser aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito
Com o objetivo de incluir os diferentes
Federal, sendo obrigatório para esta Unidade da
aspectos da situação real do DF envolvendo temas
Federação;
e questões urbanos, rurais, sociais, econômicos e
● na Lei Orgânica do Distrito Federal, que se ambientais, procedeu-se à análise das diretrizes e
refere ao Plano Diretor de Ordenamento princípios apresentados pelas legislações acima
Territorial, consignando a sua obrigatoriedade e citadas, observando o que de fato encontra
conceituando-o como instrumento básico da respaldo para uma efetiva construção das diretrizes
política de ordenamento territorial e de desenvolvimento e adequação do uso e
desenvolvimento urbano, a ser aprovados por lei ocupação do território.
complementar;
A revisão do PDOT buscou adequar-se
● na Lei Federal n° 6.766/79 alterada pela Lei aos principais elementos que o Estatuto da Cidade
Federal n° 9.785/99, que trata das normas gerais
sobre o parcelamento do solo urbano, e institui,
em seu art. 1º, parágrafo único, que os Estados,
Municípios e, por conseguinte, o Distrito Federal,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

5
São princípios do Plano: empregos, mas, também, de serviços e de
estabelece como necessários aos Planos Diretores,
tais como delimitação das áreas de aplicação de ● garantir o cumprimento da função social da equipamentos públicos e da redução das
oportunidades de moradia para a população de
instrumentos urbanísticos, parâmetros de uso e propriedade urbana e rural e a justa distribuição
baixa renda no DF, que resultou em intensiva e
ocupação do solo urbano e a incorporação da dos benefícios e ônus decorrentes do processo
indisciplinada ocupação dos municípios limítrofes
participação da sociedade no processo de de urbanização, como forma de redistribuir os
do DF;
elaboração e implementação do Plano. ganhos resultantes de iniciativas públicas para a

Além disso, a revisão do PDOT procurou


sociedade, promovendo, assim, a eqüidade das ● assegurar a participação da sociedade no
ações no território; planejamento, gestão e controle do território,
incorporar elementos que o convertam em um
instrumento que define as estratégias para solução ● reconhecer os atributos fundamentais de
buscando a co-responsabilidade da população por
meio de sua participação nas decisões
dos principais problemas detectados, Brasília como Capital Federal, Centro Regional e
relacionadas ao planejamento e gestão territorial,
estabelecendo as ações, os planos e projetos a Metrópole Nacional em formação e do Conjunto
como fator de fortalecimento da cidadania; e
serem desenvolvidos pelo Poder Público, sempre Urbanístico do Plano Piloto de Brasília como
com base na gestão democrática da cidade. Patrimônio Cultural da Humanidade, tendo em ● assegurar o uso sustentável do território, a
vista sua singularidade, resultante da aplicação partir da convergência das dimensões social,
A expectativa é que o Plano Diretor
dos preceitos espaciais do Movimento Moderno econômica e ambiental, com reconhecimento do
traduza o anseio da população aliado ao
de Arquitetura, e a conseqüente necessidade de direito de todos à cidade sustentável e a
planejamento urbanístico adequado ao
preservação do seu sítio e de direcionar, definir e construção de uma visão sistêmica e integrada do
desenvolvimento sustentável do Distrito Federal e
potencializar as ações setoriais nessa temática; processo de urbanização considerando as
dos seus municípios limítrofes, com respeito às
diretrizes do Estatuto da Cidade e a toda legislação ● assegurar a distribuição justa e equilibrada
dimensões econômica, social, ambiental, cultural e
espacial, como forma de mitigar os impactos e as
de ordem superior, nos termos constitucionais. das oportunidades de emprego e renda no
externalidades negativas decorrentes do processo
Distrito Federal, como forma de reverter o quadro
de urbanização para a sociedade.
de concentração de riqueza, decorrente do
2. PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DO
histórico do processo de ocupação e de Com a finalidade de direcionar as
PDOT desenvolvimento econômico do DF, que se políticas setoriais e de planejamento urbano, o
traduz na concentração de emprego e de renda Plano estabelece dois níveis de objetivos: os gerais
na região do Plano Piloto; e os específicos. Os objetivos gerais delineiam a
O Plano Diretor de Ordenamento
Territorial como instrumento básico da política ● promover a gestão compartilhada entre os
linha mestra da atuação pública e privada para o
ordenamento territorial, observando os princípios
urbana do Distrito Federal baseia-se em princípios setores públicos, privados e sociedade civil,
norteadores do Plano.
– subjacentes às propostas de planejamento e de envolvendo os municípios limítrofes ao Distrito
intervenções sobre o território –, que buscam Federal, de modo a viabilizar a integração das No desenvolvimento territorial e urbano
fortalecer seu papel no desenvolvimento territorial ações de planejamento e gestão do território, no Distrito Federal serão observados, como
urbano e rural do Distrito Federal. diante da concentração, não somente de objetivos gerais do Plano:

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

6
● a promoção da melhoria da qualidade de vida proposição de um elenco de objetivos como sítio urbano tombado e Patrimônio Cultural
da população e a redução das desigualdades específicos, que definem o caráter estratégico ao da Humanidade.
socioespaciais, buscando minimizar a disparidade
econômica, social, ambiental, espacial e de infra-
Plano. Assim, os objetivos específicos incidem
em áreas temáticas: Ordenamento Territorial,
●A proteção, recuperação, valorização e
aproveitamento das potencialidades do patrimônio
estrutura entre as localidades do Distrito Federal a Patrimônio Cultural e Meio-Ambiente, Economia,
cultural do Distrito Federal.
partir da maior interligação entre as centralidades Transporte Urbano, Habitação e Regularização
existentes e o fomento de novas. Ainda, como Fundiária e Participação Popular. ●A proteção, preservação e recuperação do
forma de consecução desse objetivo, é imperiosa a patrimônio ambiental do Distrito Federal.
Com a finalidade de direcionar as
distribuição equilibrada da população, dos
ações de ordenamento territorial, e 3. Economia
equipamentos e serviços básicos e das atividades
econômicas no território, de modo que as relações
conseqüentemente, da ocupação urbana para o
pleno desenvolvimento das funções sociais da
●A ampliação das oportunidades de trabalho,
predatórias de concorrência entre localidades equilibrando sua localização em relação à
cidade e bem-estar de seus cidadãos, colocam-
sejam mitigadas, promovendo uma melhoria distribuição da população no território do Distrito
se como objetivos específicos do Plano, segundo
qualitativa das condições de urbanidade e Federal e a promoção do desenvolvimento
os citados temas:
cidadania para a população; e territorial e econômico do Distrito Federal,
articulado ao desenvolvimento metropolitano e
●a integração da política de ordenamento
1. Ordenamento Territorial
regional.
territorial com as demais políticas setoriais que ●A otimização e priorização da ocupação
tenham reflexo no processo de planejamento e urbana em áreas com infra-estrutura implantada 4. Transporte Urbano
gestão do território do Distrito Federal e de seus e em vazios urbanos de áreas consolidadas,
respeitada a capacidade de suporte
● A melhoria das condições de acessibilidade aos
municípios limítrofes, reconhecendo a relação entre serviços urbanos e aos equipamentos públicos e
o Distrito Federal e seu Entorno, e seus impactos socioeconômica e ambiental do território.
comunitários.
na demanda por serviços e empregos e no meio
ambiente natural e construído. Dessa forma, as
●A promoção do desenvolvimento de novas
● A promoção da mobilidade urbana de modo a
centralidades no território do Distrito Federal.
iniciativas públicas setoriais do Distrito Federal garantir a circulação da população por todo o
devem estar em consonância com as respectivas ● A garantia da implantação de infra-estrutura e território do Distrito Federal.
ações promovidas pelos Estados de Goiás e de equipamentos públicos adequados para
Minas Gerais, na medida em que se percebe a atendimento da população.
conformação de uma área metropolitana de
Brasília, envolvendo a complexidade de fatores e 2. Patrimônio Cultural e Ambiental do
agentes envolvidos na dinâmica do território. Distrito Federal
A preocupação com a integração das ● A consolidação, resguardo e valorização do
políticas públicas setoriais, associada aos Conjunto Urbanístico do Plano Piloto de Brasília
princípios adotados para o Plano, conduz à

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

7
processo de expansão econômica e, por qualidade do espaço urbano e, sobretudo, ao
5. Habitação e Regularização Fundiária
conseguinte, interferem na renda das famílias, problema das infra-estruturas urbanas que tende a
●A diversificação da oferta de imóveis refletindo-se sobre os problemas sociais. ser gerenciado numa escala que extravasa os
residenciais compatíveis com as demandas da limites territoriais dos municípios ou estados.
O conceito de Plano Diretor é,
sociedade.
portanto, muito mais abrangente do que 3.1 As bases técnicas para a elaboração do
●A valorização da ordem urbanística como transparece à primeira vista, uma vez que atua PDOT – 2009
função pública, com a promoção da regularização e sobre a base física onde estão instaladas as
O exercício relativo à elaboração de um
a integração dos assentamentos informais à cidade habitações, os serviços, indústrias,
Plano como o PDOT – Plano Diretor de
legal. estabelecimentos comerciais, e unidades de
Ordenamento Territorial é similar a um jogo que se
produção rural, tendo como pano de fundo os
6. Participação Popular desenvolve em arenas diversas, sem que se
sistemas de transporte, as infra-estruturas de
● A promoção da participação da sociedade no abastecimento de água e eliminação de esgotos,
consiga estabelecer regras equânimes quanto à
participação dos agentes. Embora todos sejam
planejamento, gestão e controle das políticas de energia elétrica, lixo, entre outras. O PDOT/2009,
afetados pelo resultado do jogo, uns participam
ordenamento territorial. tendo em vista as particularidades do Distrito
ativamente, outros sofrem passivamente suas
Federal, procurou desenvolver, também,
conseqüências. Neste processo, o poder público ao
estratégias no sentido de propiciar a
3. BASES CONCEITUAIS E mesmo tempo em que participa, também é o
regularização de áreas urbanas que vem sendo
METODOLÓGICAS mediador dos diferentes interesses. Cabe-lhe
ocupadas paulatinamente, de forma irregular.
desenvolver esforços para que todos os
O PDOT/2009, refletindo o avanço do interessados possam participar em condições
O PDOT pode ser definido como um planejamento urbano em todo o mundo, incluiu equilibradas.
conjunto de princípios e regras que deverão ser no seu conteúdo, a temática estratégica. Tal
Esta mediação implica em tomar
obedecidas pelos agentes que constróem e utilizam tema tem entrado no debate urbano e regional
decisões que nem sempre agradam a todos os
o território. A idéia central é que o plano seja capaz tendo como referência os chamados Planos
participantes. Contudo, o papel do planejador é
de orientar a expansão urbana e de contribuir para Estratégicos que, na maioria dos casos,
tomar decisões quanto ao futuro, baseado em
o crescimento econômico da Capital, tendo em vinculam-se a uma visão liberal/competitiva da
juízos de valor, fundamentados em análises
vista o crescimento do emprego. Obviamente, o economia, onde as cidades, diante do processo
técnicas, tentando compatibilizar todos os
PDOT tem um enfoque eminentemente territorial, de globalização, lutariam por investimentos
interesses em jogo, que não são poucos. No caso
ou seja, trabalha com a base física sobre a qual se privados em um contexto competitivo. Entretanto,
de uma realidade peculiar como a do Distrito
assentam as diversas atividades urbanas. a temática estratégica tem assumido também
Federal, os diversos grupos de interesses ainda
Como a localização, a definição de usos outros significados, destacando-se a visão
não se organizaram adequadamente, sobretudo
e parâmetros de ocupação do solo é importante democrático-distributiva com ênfase sobre a
porque apenas recentemente a cidade adquiriu o
fator no desenvolvimento das empresas, as deterioração de parte do território urbano, as
direito de eleger seus representantes.
proposições do PDOT acabam por influenciar o grandes desigualdades, no que se refere à

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Nesses termos, o processo de revisão Com o objetivo de agilizar os trabalhos busca de melhores condições de vida, muitos
do PDOT iniciou-se com o planejamento da de revisão do PDOT e agregar suporte técnico brasileiros migraram para Brasília. Esta migração
participação dos diversos agentes interessados no na condução do processo participativo, a proporcionou acréscimos de população e
desenvolvimento do Distrito Federal, SEDUMA-DF contratou, em 2005, o IBAM – aumentou a demanda por habitação e, por
simultaneamente, com a produção de um conjunto Instituto Brasileiro de Administração Municipal, conseguinte, expandiu as áreas urbanas.
representativo de trabalhos técnicos coordenados organismo com grande experiência em planos
Os dados demográficos disponíveis na
pela SEDUMA-DF – Secretaria de Estado de participativos. O IBAM organizou e promoveu,
SEDUMA-DF indicam que a população do Distrito
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do juntamente com a SEDUMA-DF, inúmeras
Federal passará de 2,383 milhões de habitantes,
Distrito Federal e financiados pelo BID – Banco reuniões com a população residente nas
em 2006, para 2,574 milhões, em 2010, chegando
Interamericano de Desenvolvimento e BIRD – localidades urbanas do Distrito Federal.
a 2020 com um número de habitantes próximo a
Banco Mundial, entre os quais cabe citar os
No processo de revisão do PDOT, 3,0 milhões. A população dos municípios limítrofes
seguintes:
embora tenha sido feito um esforço singular para (Valparaíso, Cidade Ocidental, Águas Lindas,
obtenção da participação de cidadãos e de Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama,
● Gestão Estratégica do Território do Distrito organismos públicos e privados, certamente Planaltina), que de certo modo já estão integrados
Federal; houve alguns desequilíbrios entre as forças que ao território do Distrito Federal, será, em 2010, da
● Estudo da Demanda Habitacional no DF; atuam, legitimamente, no sentido de convencer ordem de 700 mil pessoas e em 2020, de 930 mil
os técnicos responsáveis quanto à melhor habitantes. Considerando tais condições, a questão
● Estudo das Invasões no Distrito Federal; decisão sobre a ocupação do território. Neste do preço da terra urbana, da acessibilidade da
● A Legislação Urbanística do DF e o Estatuto da caso, foi preciso que os agentes com maior população pobre ao emprego e aos demais
Cidade; poder de argumentação compreendessem que equipamentos urbanos são fundamentais no
existem outros aspectos importantes, além do planejamento territorial do Distrito Federal.
● Análise do Preço da Terra Urbana no Distrito meio ambiente natural, com papel histórico na
Federal; Nesse contexto, o setor de transporte do
definição das diretrizes do planejamento do DF,
DF tem trabalhado a partir das bases estabelecidas
● Macro análise da Habitação Informal no Distrito e da proteção do patrimônio cultural, que em
pelo estudo elaborado pela SEDUMA-DF,
Federal; Brasília se reveste de certas particularidades,
denominado “CENÁRIOS TERRITORIAIS E
confundindo-se, muitas vezes, com a defesa da
● Cenários Territoriais e Demográficos para o
função de Capital do Brasil e com a defesa das
DEMOGRÁFICOS NO DF (2006-2010-2020-2030),
Distrito Federal (2004-2006-2010-2020-2030); assim como pelas propostas de revisão do PDOT.
condições prevalecentes no Plano Piloto.
Ou seja, foi possível estabelecer uma conexão
● Avaliação dos custos unitários dos lotes e infra- Entre os setores de importância igual produtiva com o setor de transporte, o que é vital
estrutura dos Assentamentos Urbanos no DF (Caso
ou maior do que a dos patrimônios cultural e para qualquer Plano Territorial.
do Paranoá);
ambiental, sob o ponto de vista da ocupação do
Com a área da economia, também foi
● Indicadores da Política Urbana e Habitacional território, cabe destacar a questão habitacional,
possível estabelecer uma articulação produtiva,
do DF. do transporte, da economia e do emprego. Em
sendo evidente que a economia do Distrito Federal

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vem perdendo o ritmo histórico nos últimos trinta “centro” (ou no próprio centro), são muito mais transformando, e ”expulsando” os residentes mais
anos, sobretudo pela competição com outras altos do que nas áreas periféricas. As exceções pobres, em um processo irreversível.
cidades do país e pelas dificuldades na ampliação são causadas por algum tipo de atributo do
Significa dizer, que a localização das
de investimentos privados, tendo em vista o espaço, por exemplo, um lago, uma praia ou um
famílias no contexto da estrutura urbana decorre,
tombamento da Área Central, onde se concentra o parque, que podem, eventualmente, exercer
essencialmente, dos preços da terra urbana e da
interesse maior do empresariado e, também, pela grande atração sobre as famílias, gerando
habitação, que serão sempre mais altos nas áreas
queda do setor de construção civil. Além disso, a pequenas anomalias neste modelo. Há o caso de
centrais (Plano Piloto e centro de localidades de
capital vem perdendo o lugar de importância na áreas degradadas que interferem
maior porte) ou nas áreas de maior acessibilidade
intermediação financeira, por força da contrariamente, baixando os preços dos terrenos
ao centro, no caso de Brasília, o Plano Piloto.
concentração bancária em São Paulo. Ainda assim, que estejam localizados em suas proximidades.
Sendo que, quanto mais equipado for o centro (ou
a economia do DF persiste como uma das mais
É importante ressaltar que as áreas centro de bairro), mais o modelo se radicaliza,
dinâmicas do Brasil, mantendo, entretanto, a
degradadas (favelas), nada mais são do que como ocorre com Brasília, cujo centro é o maior
dependência estreita em relação a sua principal
tentativas da população pobre em se estabelecer fornecedor de empregos (cerca de 70%) e onde se
atividade de sede dos três poderes da República.
próximas ao centro ou dentro dele (Plano Piloto), localizam os equipamentos de maior qualificação
Com os representantes do setor rural, passando por cima das proibições urbanísticas, (universidades, hospitais de grande porte,
houve uma articulação adequada, com a ambientais e do mercado imobiliário (vide caso shoppings, igrejas, etc.).
compreensão, de ambos os lados, de que as áreas da Estrutural, Varjão e Itapuã).
Em Brasília, embora a cidade tenha sido
rurais funcionam, quase sempre, como barreiras à
É por esta razão (distância / tempo / planejada desde seus primórdios e o poder público
expansão urbana e que não parece interessante a
custo relacionados ao centro) que os mais ricos tivesse o controle sobre a terra, exercendo forte
redução de suas dimensões, sobretudo, quando há
podendo pagar mais pelos terrenos e moradias influência por meio de normas e regulamentos de
produção rural expressiva.
tendem a residir nas áreas mais próximas à uso e ocupação do solo, esse processo não foge à
3.2 O acesso à terra e à habitação pelas região central das cidades, ou nos bairros com regra geral presente nas demais cidades brasileiras
famílias pobres maior acessibilidade ao centro (Asa Sul, Asa e estrangeiras. Pode-se mesmo afirmar que o
Norte, Sudoeste, Lago Sul e Norte, Park Way modelo de planejamento adotado pelo poder
Uma das poucas coisas sobre a qual há
etc.) e os mais pobres, por não poderem pagar público no passado reforçava a idéia de uma
quase total concordância entre especialistas que
um custo mais alto pela sua localização, tendem cidade onde os mais ricos e a classe média alta
trabalham com o desenvolvimento urbano, é o fato
a morar nas áreas mais distantes. morariam próximos ao centro (Asa Sul e Norte) e
de que a localização das famílias no interior da
os pobres na periferia distante (cidades-satélites),
cidade é decorrência direta da Algumas áreas de classe média e
tendo como justificativa a proteção à bacia do
distância/tempo/custo da moradia ao “centro”, ou média baixa, como o Guará, Cruzeiro e Núcleo
Paranoá.
do “lugar central”. Bandeirante, localizadas próximas ao Plano
Piloto, foram instaladas ali há muito tempo e, Outro ponto importante a ressaltar,
Significa dizer, que os preços dos
note-se, pouco a pouco estes bairros, vão-se também consensual, é que as terras rurais quando
terrenos e das habitações mais próximas ao
se tornam pouco rentáveis para a agropecuária e

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adquirem valorização por sua localização, tendem que é a necessária a compatibilização de planejamento da participação dos agentes públicos
a se transformar em urbanas, a menos que tais diretrizes de transporte com as de ocupação do e privados.
terras sejam de propriedade governamental. Neste solo urbano.
A seguir foram realizadas numerosas
caso, o governo pode mantê-las para proteger o
Naturalmente, a localização de novas reuniões com a população nas diversas localidades
bem estar coletivo. Caso a terra rural pertença a
áreas urbanas em qualquer plano é sempre um urbanas do DF. O resultado dessas reuniões foi um
particulares e os preços dos terrenos sejam
problema de difícil solução. No PDOT-2006 a conjunto de propostas e diretrizes relativas ao
atraentes para vendedores e compradores, ela
estratégia prevalecente, como foi indicada acima, território, denominado leitura comunitária.
será, certamente, loteada, cabendo ao poder
é a acessibilidade da população às Áreas
público estabelecer as regras adequadas em cada Para estruturar a leitura técnica do
Centrais, seja do Plano Piloto, de Taguatinga, ou
caso. trabalho foi criada uma Comissão de Articulação
de novas centralidades que pouco a pouco vão
Institucional por meio do Decreto nº 25.766, de 25
O caso do Distrito Federal é exemplar. aparecendo, onde estão os empregos,
de abril de 2005, para suporte e acompanhamento
Devido a sua dimensão, sua produção agrícola é equipamentos de lazer, hospitais, universidades,
técnico do processo de revisão do PDOT, reunindo
reduzida, incapaz de competir com seus vizinhos. entre outros atrativos. Taguatinga coloca-se
todos os órgãos do Governo do Distrito Federal,
Ao mesmo tempo, aqui se localiza a maior cidade como segundo pólo mais importante, exercendo
cujas políticas setoriais são afetas ao ordenamento
do Centro-Oeste, quinta do Brasil em população. papel polarizador sobre a região sudoeste, a
do território, e ampliada com a participação de
Pode-se dizer que o Distrito Federal é um centro de mais populosa do DF.
instâncias do Governo Federal e de órgãos
clara propensão para a atividade de serviços
3.3 O processo de elaboração do PDOT 2009 colegiados.
urbanos, sobretudo devido à sua função de capital
do país. Sendo assim, existe uma pressão para O processo de elaboração do PDOT Esta Comissão desempenhou papel
ocupação urbana e uma perda de força do setor pode ser subdividido em cinco grandes etapas, importante na produção e sistematização das
rural, embora a Secretaria de Estado de cada uma delas contendo fases específicas em informações necessárias à fundamentação técnica
Agricultura, Pecuária e Abastecimento do DF venha conformidade com o fluxo apresentado no final do PDOT e na confirmação das propostas, que
se empenhando para ativar a produção rural. do capítulo. A primeira etapa tratou do permeou todas as etapas de trabalho.
estabelecimento de um plano de trabalho e da
Diante deste quadro, na revisão do Na estratégia de trabalho para
metodologia a ser utilizada ao longo da
PDOT, é proposta a criação e expansão de áreas articulação dos integrantes da CI foram promovidos
elaboração do plano, estabelecendo-se, então, a
urbanas, prioritariamente, ao longo das rodovias, seminários institucionais e reuniões técnicas
seqüência de ações previstas e os prazos
tentando direcionar a ocupação urbana do Distrito específicas, realizadas por afinidades temáticas:
indicados para cada grande etapa.
Federal, nos próximos anos, para áreas mais Mobilidade urbana e transportes; Infra-estrutura e
acessíveis à sua região central (Plano Piloto) ou A segunda grande etapa cuidou da saneamento ambiental; Patrimônio ambiental e
aos centros urbanos mais proeminentes como elaboração de estudos especiais, da cultural; Habitação e regularização fundiária;
Taguatinga, por exemplo. sistematização dos dados já disponíveis, entre Desenvolvimento econômico e social; e Sistema de
os quais os dados da população, a organização planejamento e gestão territorial.
Há clara intenção de viabilizar um
do processo de participação popular, o
sistema de transporte com custos mais baixos, em

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PDOT/2009. As repercussões obtidas na continuidade, via INTERNET e, também, com
A terceira grande etapa teve início com o
Audiência Pública serviram, então, como base reuniões em diversos locais, à apresentação de
levantamento de problemas centrais que interferem
para a retomada dos trabalhos. propostas para representantes da população. Todo
no território, juntamente com as demandas de
o processo descrito culminou com a 2ª Audiência
organismos públicos e privados acumulados nos A partir desses elementos iniciou-se,
Pública. (Figuras 1, 2 e 3)
últimos anos. Tais dados, associados com a leitura então, a quarta etapa, com o processo de
técnica, resultante da avaliação dos trabalhos discussão com os organismos técnicos das As mudanças decorrentes das propostas da 1ª
técnicos e com a leitura comunitária, resultante das diversas agências interessadas no planejamento e 2ª Audiências Públicas e dos debates com
propostas da população, culminaram com o territorial. A idéia era que tais discussões organismos públicos e privados, ensejaram a
estabelecimento de diretrizes gerais e de um resultassem numa proposta preliminar, elaboração de uma proposta preliminar de Lei do
zoneamento ainda superficial do território. A concretizada por um anteprojeto de lei a ser PDOT a ser apresentada na 3ª Audiência Pública.
concretização da terceira etapa permitiu, então, a apresentado na Segunda Audiência Pública, O fluxo exposto a seguir, indica em linhas gerais o
formalização da Primeira Audiência Pública do como de fato ocorreu. Ao mesmo tempo, deu-se caminho percorrido para a elaboração do PDOT
2006 do Distrito Federal (Figura 4).
FIGURAS 1, 2 E 3 – IMAGENS DA 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PDOT

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FIGURA 4 – METODOLOGIA GERAL DO PDOT

4. PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE ●a garantia da transparência das ações de A estratégia de participação da


governo; sociedade foi organizada de forma a contemplar os

A estratégia de participação da
●o aperfeiçoamento do planejamento e da
diversos agentes representativos locais e alcançar
a totalidade do território do Distrito Federal.
gestão urbana territorial a partir de uma visão
sociedade foi concebida com o intuito de propiciar a Envolveu a realização de eventos destinados à
multisetorial sobre a organização do território;
mobilização da sociedade para um debate amplo e mobilização da sociedade, tais como reuniões,
democrático em torno das prioridades e das ●a incorporação de práticas e mecanismos audiências, consultas públicas e debates, além de
propostas de desenvolvimento a serem que viabilizem a continuidade da participação da seminários sobre a temática territorial, visando a
contempladas e pactuadas no PDOT, tendo como sociedade durante a implementação da política criar insumos que subsidiassem as propostas do
requisitos fundamentais: urbana; Plano Diretor.
● o envolvimento da sociedade na identificação ● a cooperação e co-responsabilidade entre os A leitura comunitária desenvolveu-se a
de demandas, definição de prioridades e agentes sociais para a efetivação das propostas partir de reuniões locais, audiências regionais e de
construção coletiva de propostas que visam à do plano. audiências públicas, em diferentes níveis de
promoção do desenvolvimento sustentável; aproximação com a comunidade. (Figuras 5 e 6)

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FIGURA 5 E 6 – IMAGENS DAS AUDIÊNCIAS LOCAIS DO PDOT FIGURA 7 – ESTRATÉGIA DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

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delimitadas com base nas semelhanças dos O objetivo central das Audiências
a) Reuniões locais
problemas, proximidade territorial e correlação Regionais foi confirmar e construir as diretrizes
As reuniões locais tiveram por objetivo de dinâmicas urbanas, contemplando o preliminares para a revisão do PDOT, com base
mobilizar a sociedade e recolher contribuições e agrupamento das, à época, 28 Administrações nas propostas e sugestões encaminhadas pelas
leituras das comunidades locais, da maneira mais Regionais que integram todo o território do lideranças locais e pelos moradores das áreas
ampla possível. Nesta etapa, as Administrações Distrito Federal. Na concepção original, foi contempladas, em cada uma das Audiências
Regionais foram responsáveis pela convocação da planejado como um ciclo de 6 eventos. No Regionais.
sociedade, através das associações, entidades e entanto, durante as reuniões locais de
organizações locais representativas dos diferentes operacionalização, as RAs do Lago Norte e QUADRO 1 - UNIDADES DE TRABALHO -
segmentos sociais. As reuniões locais ocorreram Varjão pleitearam a realização de uma Audiência AUDIÊNCIAS REGIONAIS
em dois momentos: Regional própria, independente da Audiência Região
Unidade de trabalho
Administrativa
● Reuniões Locais de Mobilização: visavam
Regional da Área Central Adjacente, que
integrava originalmente as RAs do Lago Sul, Planaltina
fomentar a participação da sociedade no processo Área Norte/ Nordeste Sobradinho
Park Way, Lago Norte e Varjão, criando assim Sobradinho ll
de revisão do PDOT, divulgando os eventos
uma sétima Audiência Regional. Itapoã
programados, esclarecendo o conteúdo e a Área Sudeste Jardim Botânico
abrangência do PDOT e recolhendo informações Paranoá
Durante a semana de realização das São Sebastião
sobre demandas locais. Foram realizadas 64 Audiências Regionais planejadas ocorreram Gama
reuniões, em todas as 29 Regiões Administrativas Núcleo Bandeirante
outras alterações na agenda, com a marcação
Área Sul/Sudoeste Recanto das Emas
e em algumas Subadministrações, conforme de um novo ciclo de Audiências Regionais por Riacho Fundo
Riacho Fundo ll
solicitação das lideranças locais. Participaram reivindicação de grupos sociais representantes Santa Maria
destas reuniões, moradores, associações e das Áreas Oeste, Central e Central Adjacente Águas Claras
Brazlândia
entidades locais, além de representantes de Norte. Foram realizadas ao todo 10 Audiências Ceilândia
Área Oeste Guará
organizações não governamentais e movimentos Regionais em junho de 2005. Samambaia
sociais. SCIA
Os principais insumos da realização Taguatinga
● Reuniões Locais de Operacionalização: tinham das Audiências Regionais foram: Área Central Adjacente Lago Sul
por objetivo agregar as contribuições das Sul Park Way

comunidades ao processo de revisão do PDOT,


● a sistematização dos resultados obtidos nas
reuniões locais realizadas nas etapas anteriores; Candangolândia
cujas propostas foram sistematizadas de acordo Área Central Cruzeiro
e Plano Piloto
com 6 temas. Sudoeste/Octogonal

b) Audiências Regionais
●a consolidação de um diagnóstico síntese,
abordando aspectos ambientais, urbanos e rurais Área Central Adjacente
Norte Lago Norte e Varjão
As Audiências Regionais foram que caracterizam a ocupação territorial do
planejadas para abranger seis unidades territoriais Distrito Federal.

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c) Audiências Públicas Gerais: Regionais. O Título III, que trata do Planejamento inclusão social, equiparação de oportunidades, e o
As Audiências Públicas Gerais do Território, foi o que recebeu o maior número exercício pleno da cidadania.
constituíram momentos de consolidação de todas de propostas, num total de 249. Todas as
TEMA 3: Sistema de planejamento e gestão
as etapas do processo de discussão com a sugestões apresentadas foram analisadas pelos
territorial
sociedade. As Audiências Públicas objetivam a técnicos da SEDUMA.
construção e aprovação das propostas a serem Relacionado com o aprimoramento do Sistema de
4.1 Resultados obtidos do processo
contempladas no Anteprojeto de Lei do PDOT. Planejamento e Gestão Territorial, para que
participativo
constitua um processo contínuo, democrático,
A 1ª Audiência Pública Geral esteve Todas as demandas e propostas participativo e dinâmico de qualificação das
voltada à aprovação dos Objetivos e Diretrizes apresentadas pelas comunidades, sejam elas funções inerentes ao próprio sistema, visando à
Gerais do Plano e a 2ª Audiência Pública Geral foi resultantes das reuniões locais, Audiências ampliação da cidadania e do controle social.
voltada à apresentação do Anteprojeto de Lei. Regionais, Audiências Públicas Gerais ou
TEMA 4: Habitação e regularização
Estiveram presentes à 1ª Audiência apresentadas em forma de documento escrito,
fundiária
Pública, 886 participantes e as principais questões foram recebidas, tabuladas e sistematizadas de
abordadas nas manifestações verbais e escritas acordo com os temas apresentados a seguir. Relacionado com a problemática da habitação e da
foram: transformação de área urbana em área rural regularização fundiária sustentável, de forma a
TEMA 1: Desenvolvimento Econômico e
e vice-versa; regularização fundiária (Sol Nascente, promover a qualidade de vida de toda a população
Social
São Sebastião, Altiplano, Jardim Botânico, dentre e a reconfiguração da paisagem urbana através da
outros condomínios), Plano Diretor Local, e Relacionado com as alternativas de geração de otimização da infra-estrutura existente e
preservação do meio ambiente, foco das maiores emprego e renda através da atração de democratização do acesso à terra urbana e à
polêmicas. atividades econômicas diversificadas e moradia digna.
complementares, compatíveis com as
Na 2ª Audiência Pública, estiveram TEMA 5: Proteção do patrimônio ambiental e
singularidades ambientais, econômicas, sociais e
presentes um total de 1.289 participantes e as cultural
culturais que caracterizam a ocupação do
principais questões abordadas durante a Sessão território, bem como a inserção da população Relacionado com a qualificação do território do
Plenária de Manifestação Pública, referem-se a menos favorecida no mercado de trabalho. Distrito Federal, mediante a proteção e valorização
questionamentos relacionados à classificação das de seu patrimônio urbano e ambiental (cultural e
áreas rurais; à preocupação com a densidade TEMA 2: Mobilidade Urbana e Transportes
natural), visando à mitigação dos processos de
humana versus moradia; áreas e habitações de Relacionado com o problema da circulação da degradação do meio ambiente, decorrentes da
interesse social; área urbana versus área rural; população em todo o território do Distrito Federal poluição, usos incompatíveis e saneamento
regularização ambiental; regularização fundiária; a partir de um sistema de mobilidade que priorize deficiente.
ilegalidade dos condomínios horizontais, dentre os modos de transportes coletivos e a
outras. Como resultado da 2ª audiência, foram incorporação dos preceitos da acessibilidade:
encaminhados 430 formulários com sugestões ao
PDOT, sendo 115 deles via Administrações

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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Territorial (16,3%) e Desenvolvimento Outro ponto a ser destacado é a emergência de
TEMA 6: Uso e ocupação do território -
Sustentável e Geração de Empregos (12,1%). demandas referentes à necessidade de novos
macrozoneamento
canais de comunicação entre os gestores urbanos
Pode-se afirmar que o processo de
Relacionado com a organização e regulamentação e a população como um todo, o que demonstrou a
participação popular na revisão do PDOT traduz,
do uso e da ocupação do território do Distrito importância de um novo desenho para o Sistema
em termos socioespaciais, como que a
Federal, otimizando a infra-estrutura existente, de Planejamento e Gestão Territorial do Distrito
população pensa o território do Distrito Federal,
redistribuindo os benefícios da urbanização e Federal.
ao identificar quais são os seus principais
garantindo espaços para o desenvolvimento
anseios e necessidades. Pôde-se concluir pelo Por fim, a participação popular refletida
sustentável de atividades urbanas e rurais.
caráter das propostas que a principal no processo de revisão do PDOT representa um
Foi registrado um total de 14.878 preocupação da população refere-se à qualidade grande avanço na tentativa de aproximação da
participantes a todos os eventos. A tabela abaixo de vida, seja em termo de condições de moradia gestão territorial e da população possibilitando,
especifica as participações por unidade de trabalho e do acesso a equipamentos urbanos e dessa forma, a construção de um novo paradigma
no caso das reuniões locais e Audiências comunitários, seja em termos de mobilidade de gestão e ordenamento territorial baseado na
Regionais. urbana. maior aderência à cidade real e inclusiva.
Em uma análise das propostas
encaminhadas e apresentadas pela comunidade,
TABELA 1 – TOTAL DE REUNIÕES E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS, SEGUNDO AS UNIDADES DE
observou-se que do total de 5792 propostas feitas
TRABALHO – DISTRITO FEDERAL, 2006
pela população ao longo das reuniões locais e das
Unidade Trabalho Reuniões N° de Participantes
audiências regionais, cerca de 69% delas foram
classificadas como pertinentes aos Planos Central 14 711
Diretores Locais, dado que tratavam-se de Central Adjacente 31 1.458
intervenções mais de caráter local, como é o caso
Norte Nordeste 23 1.401
de destinação de áreas para construção de
Oeste 22 2.750
equipamentos públicos comunitários, mostrando a
urgência com que questões mais próximas se Sudoeste 12 2.619
apresentam a população. Sul Sudoeste 60 3.753
Das propostas mais diretamente afetas 1ª Audiência Pública 1 886
ao PDOT identificou-se que no tema Habitação, 2ª Audiência Pública 1 1.300
Equipamentos Públicos e Infra-Estrutura
3ª Audiência Pública 1 ***
concentram cerca de 41% do total de proposições,
seguidas por propostas referentes à Mobilidade Total 165 14.878
Fonte: Seduh, 2006
Urbana (18,9%), especialmente nas propostas da
Área Oeste, Sistema de Planejamento e Gestão

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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5. ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA propostas sejam capazes de responder às O PDOT/1997, mais do que um plano
TERRITORIAL FACE AO demandas relativas ao desenvolvimento da estritamente físico-territorial, aborda estratégias de
PDOT/1997 cidade. ordenamento territorial e diretrizes setoriais para
transportes, saneamento básico, habitação e
Para a análise dos conflitos do
desenvolvimento econômico, além da proposição
PDOT/1997 com a realidade, foram analisados
A identificação dos principais problemas de ações, programas e projetos prioritários. São
dois grupos temáticos. O primeiro trata os temas
e conflitos detectados no âmbito do monitoramento elementos que, por um lado, visam orientar a
afetos à estrutura administrativa do poder
do PDOT/1997 e de seus rebatimentos na formulação das políticas e projetos setoriais e, por
executivo, que são as estratégias setoriais; as
ocupação do território do Distrito Federal constitui outro, já definem aquelas medidas que são
ações, programas e projetos prioritários; e o
uma etapa relevante para adequar o instrumento – prioritárias no sentido de que as estratégias
processo implantação do Sistema de
Plano Diretor – à realidade atual e às intenções do estabelecidas venham a ser de fato
Planejamento Territorial e Urbano. A
planejamento. implementadas.
implementação destes temas dependeu desde
O Plano Diretor de Ordenamento 1997 da estrutura do governo, e da prevista A articulação das políticas setoriais e
Territorial do Distrito Federal, Lei Complementar n° compatibilização do PDOT com os demais sua compatibilização com o PDOT é função do
17, de 28 de janeiro de 1997, foi concebido como instrumentos de planejamento governamental, planejamento governamental, conforme previsto na
um dos instrumentos das políticas de ordenamento questões que envolvem a capacidade Lei Orgânica, art. 162. No entanto, observou-se
territorial e de desenvolvimento urbano, conforme institucional, a destinação de recursos, a que não tem existido o devido rebatimento das
dispõe a Lei Orgânica do Distrito Federal. O formulação de políticas setoriais compatíveis e, estratégias, diretrizes e programas do PDOT nos
PDOT/1997 abrange objetivos, estratégias e enfim, a própria articulação intragovernamental. demais instrumentos de planejamento, como: o
diretrizes setoriais do ordenamento territorial; o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias
O segundo grupo de temas refere-se
macrozoneamento do território; as ações, e o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social.
ao controle do uso e ocupação do solo, incluindo
programas e projetos prioritários; os instrumentos Há que se considerar que o art. 3º, do PDOT, inclui
o macrozoneamento e os instrumentos de
da política de desenvolvimento urbano; e o Sistema entre estes instrumentos o Zoneamento Ecológico
política de desenvolvimento urbano, elementos
de Planejamento Territorial e Urbano. e Econômico, que sequer foi elaborado até o
que determinam regras a serem cumpridas por
momento, lacuna que persiste a despeito do prazo
Ao longo desses anos de todos, afetando a conduta não apenas do setor
de elaboração fixado na Lei Orgânica do Distrito
implementação, observa-se o distanciamento entre público, mas, também, do particular. As
Federal, em 24 meses após sua promulgação,
o planejamento e a realidade que se instaura, entre desconformidades relativas a este campo de
ocorrida em junho de 1993 (art. 26 do Ato das
os planos e programas e os processos sociais de atuação se estabeleceram pela via da
Disposições Transitórias).
apropriação do espaço. Esta situação é decorrente irregularidade e da informalidade, alterando a
da própria dinâmica da urbanização no Distrito conformação de espaços que foi estabelecida no Por outro lado, grande parte das Ações,
Federal, que exige a constante avaliação e reflexão ordenamento do território com o PDOT/1997. Programas e Projetos Prioritários instituídos pelo
acerca do planejamento, a fim de que suas PDOT, referidos no art. 36 da LC n° 17/97, não
5.1 As proposições do PDOT/1997 para o
foram convenientemente implantados ou não foram
planejamento governamental

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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sequer implementados. Nestas situações, está a atuar junto à coordenação do planejamento do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente -
implantação do Centro Regional; o adensamento governo no sentido de que aquelas ações SEDUMA; como órgão executivo, o Instituto de
da faixa de domínio do metrô; a regularização necessárias à implementação do PDOT sejam Planejamento Territorial e Urbano do Distrito
fundiária nas áreas urbanas; a regularização de incorporadas nas diversas leis orçamentárias. Federal – IPDF, já extinto; como órgãos setoriais
parcelamentos; o monitoramento integrado do Tais dificuldades provêm das atribuições as entidades da Administração do Distrito Federal
território; o reassentamento de agricultores e conferidas à SEDUMA que não alcançam tais que, direta ou indiretamente, estejam associadas
produtores rurais; o gerenciamento integrado de procedimentos. Da mesma forma, constata-se ao ordenamento territorial e urbano e, como órgãos
resíduos sólidos; e o tratamento sistêmico das quase nenhuma relação entre o Plano de locais, as Administrações Regionais.
águas pluviais. Desenvolvimento Econômico e Social, aprovado
A reestruturação administrativa, com a
pela Lei n° 2.390/99 e o PDOT/1997.
Constata-se que as poucas ações extinção do IPDF, reuniu as competências de
efetivadas, de fato, referem-se, em sua maioria, Com relação ao Sistema de órgão central e executivo do SISPLAN em uma
àquelas mais ligadas às atribuições da própria Planejamento Territorial e Urbano do Distrito mesma instituição, a SEDUH, condensando a sua
SEDUMA, sem que tenha havido a correlação, Federal - SISPLAN, que tem previsão na Lei estrutura hierárquica. Contudo, a integração e
pretendida pelo PDOT, com políticas setoriais, nem Orgânica art. 326 com atribuição de promover a articulação entre órgãos setoriais e locais são
a sua articulação com as ações desempenhadas articulação e compatibilização de políticas bastante dificultadas pela complexidade da
pelos demais órgãos setoriais. Dentre as setoriais com vistas ao ordenamento do território, estrutura administrativa do Distrito Federal.
realizações constatadas, grande parte refere-se à planejamento urbano, melhoria da qualidade de
Constata-se com certa freqüência que
elaboração de projetos urbanísticos, em sua vida da população e equilíbrio ecológico do
algumas atribuições não estão claramente
maioria, voltados para a habitação ou para criação Distrito Federal, há a necessidade de adequá-lo
definidas, outras são conferidas extrapolando as
de Áreas de Desenvolvimento Econômico – ADE, e à atual estrutura administrativa do Governo,
competências do órgão e há situações de
à regularização de áreas urbanas de propriedade resultante de sucessivas reestruturações, bem
sobreposição de competências. A Secretaria de
da TERRACAP. como de estabelecer sua conexão com novos
Estado de Planejamento e Gestão, responsável
Conselhos constituídos (CONPRESB, CONHAB,
Entre as principais causas desta pelo planejamento do governo, pela elaboração e
CONAM, entre outros) e atender às exigências
desarticulação entre planejamento e acompanhamento das leis orçamentárias e pelo
quanto ao processo de participação popular,
implementação, destaca-se a não previsão de Plano Plurianual, com atribuição de coordenação e
conforme disposto no Estatuto das Cidades.
recursos orçamentários para a execução dos articulação das políticas setoriais, integra o
programas; a descontinuidade entre governos, O SISPLAN, nos termos do art. 55, do SISPLAN na simples condição de órgão setorial, o
onde a concepção e a vigência do PDOT/97 PDOT, tem como órgão superior o Conselho de que não favorece a compatibilização dos diversos
deram-se em momentos distintos; e a falta do Planejamento Territorial e Urbano - CONPLAN; instrumentos do planejamento governamental.
estabelecimento de prazos e metas para o como órgão central, a instituição diretamente
Por outro lado, a nova subdivisão de
desenvolvimento pleno de uma política. responsável pela política de ordenamento
Regiões Administrativas, passando de 19 para 30
territorial e urbano do Distrito Federal que, na
Observam-se, também, as dificuldades RAs, dificulta sua função como órgãos locais do
atualidade, é a Secretaria de Estado de
da SEDUMA, no ambiente intragovernamental, de SISPLAN. A divisão anterior apresentava

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

19
correspondência direta com a estrutura territorial, diretrizes de manutenção dos espaços rurais se referem a espaços rurais em zona urbana)
de tal forma que cada aglomeração urbana produtivos entremeados às áreas urbanas, fato expõe a contradição na identificação dos espaços
correspondia a uma Região Administrativa. que compromete qualquer ação no sentido da destinados aos usos urbanos e rurais.
Atualmente, a nova divisão promoveu a indução ao desenvolvimento urbano na Zona
Ao inserir áreas rurais em zona urbana,
fragmentação de certas aglomerações em mais de Urbana de Dinamização. (Figura 8)
o PDOT as identifica vocacionadas ao uso urbano,
uma Região Administrativa, apesar da tentativa de
A própria introdução das Áreas no entanto exige a manutenção dos usos rurais,
se manter alguma correspondência com os setores
Especiais de Proteção – porções do território criando o conflito de gestão e favorecendo, em
censitários para manutenção de série histórica de
sobrepostas ao zoneamento – que exigem certa medida, a ocupação irregular. Neste
dados. Além disso, as novas RAs legitimam os
parâmetros e diretrizes relativos ao uso e particular, a situação mais grave é a da Colônia
loteamentos irregulares como potenciais
ocupação do solo diferenciados daqueles das
aglomerações.
zonas onde se inserem e preponderantes a elas
As questões apresentadas indicam a (tais como as Áreas Rurais Remanescentes, que
necessidade de que o PDOT, em sua revisão,
considere a estrutura administrativa existente e
FIGURA 8 – VETOR DE EXPANSÃO URBANA SEGUNDO PDOT/1997 E LIMITAÇÕES À OCUPAÇÃO
proponha um novo desenho para o planejamento
urbano no Distrito Federal e SISPLAN, e torne mais
explícitas as ações e projetos que devem ser
implementados a fim de que os objetivos do Plano
sejam alcançados.

5.2 Conflitos entre o uso e ocupação do solo


atual e o macrozoneamento definido pelo
PDOT/1997

Da análise do macrozoneamento
constante do PDOT/1997, em confronto com as
tendências observadas quanto à organização dos
espaços àquela época, já se observam
contradições intrínsecas à proposta então
apresentada. A exemplo do vetor de expansão
urbana principal, proposto no eixo sul, destinado à
dinamização preferencial, que está fortemente
sujeito a restrições devido à proteção de
mananciais para abastecimento público e às

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

20
Agrícola Vicente Pires, cujas chácaras foram em território, padrão que se impõe principalmente as deseconomias da urbanização.
sua maioria parceladas irregularmente, com uma pela via da irregularidade. Essa tendência de
Outra contradição importante contida no
ocupação atual praticamente irreversível, sujeita a ocupação não foi suficientemente explorada no
macrozoneamento do PDOT/1997 diz respeito à
altos custos de implantação de infra-estrutura, PDOT/1997 e, portanto, não encontra em suas
configuração da Zona Urbana de Uso Controlado,
devido às limitações impostas pela capacidade de proposições o devido tratamento mediante a
que corresponde às áreas urbanas inseridas nas
suporte da Bacia do Paranoá. aplicação de instrumentos adequados. Os custos
Áreas de Proteção Ambiental do São Bartolomeu e
sociais, econômicos e ambientais de tal
Com relação ao eixo de expansão sul, do Descoberto. Em observância aos zoneamentos
urbanização são muitos e se traduzem nas
restando tão poucos espaços que estão de fato ambientais de tais unidades, o PDOT/1997 ignorou
dificuldades para ampliar as infra-estruturas de
disponíveis ao processo de urbanização, verifica-se ocupações urbanas efetivas, como Lucena Roriz e
saneamento ambiental e para prover adequado
que a sua saturação tem se agravado, ao mesmo Incra 8, no interior da APA do Descoberto, e a força
sistema de transporte, elementos que reforçam
tempo em que os eixos de expansão secundários
em direção às cidades de Águas Lindas e Santo FIGURA 9 – NOVO EIXO DE EXPANSÃO URBANA
Antônio do Descoberto, destinados à contenção
preferencial, vêm-se constituindo pela via da
irregularidade, como o Sol Nascente (em local de
alta sensibilidade ambiental) e o Setor Habitacional
Água Quente.

Observa-se, ainda, a expansão


horizontal ao redor das cidades de Planaltina e
Sobradinho, e a consolidação e expansão em um
eixo leste, que se estende ao longo da porção
oeste da APA do São Bartolomeu, incluindo São
Sebastião e os condomínios da região da ESAF.
Ressalta-se que este eixo leste está sujeito às
restrições de saneamento ambiental e a outras
impostas pelo zoneamento ambiental em vigor da
APA do São Bartolomeu, que não permite parte
das ocupações urbanas já implantadas. Daí a
necessidade de revisão do citado zoneamento
ambiental, em função do grau de consolidação da
ocupação existente.

O quadro de expansão da cidade tem-se


configurado de forma fragmentada e dispersa no

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

21
desconformes com a realidade instalada, aliada Assinaladas as contradições do
da dinâmica de expansão e consolidação da
ao fato de que a maior parte do território PDOT/1997, a avaliação do plano considera
atividade urbana por pressão dos loteamentos
encontra-se inserida em alguma categoria de também as ocupações que se contrapõem às
clandestinos e irregulares na APA do São
Unidade de Conservação - UC, acarreta determinações do macrozoneamento e seus
Bartolomeu. Registre-se que, no caso da APA do
dificuldades na elaboração de diretrizes de uso e dispositivos, conforme abaixo descritas.
São Bartolomeu, é um aspecto agravante a
ocupação do solo para diversas áreas que, em
indefinição dos limites precisos da Zona Urbana de Com relação às já mencionadas Áreas
princípio, deveriam estar submetidas às
Uso Controlado. Em relação à essa zona, o de Diretrizes Especiais, em particular, as Áreas
diretrizes referentes a estas UCs.
PDOT/1997 estabelecia, em seu Memorial Especiais de Proteção - Rurais Remanescentes, de
Descritivo dos Perímetros das Zonas e Áreas, o A esse respeito, o Termo de Proteção de Mananciais, com Restrições Físico-
seguinte: Ajustamento de Conduta nº. 002/2007, firmado Ambientais e de Lazer Ecológico – ocorreram
entre o Ministério Público do Distrito Federal e diversas ocupações desconformes com os
“ Os limites desta zona incidentes na
Territórios e o Governo do Distrito Federal para parâmetros e diretrizes estabelecidos no Plano.
Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São
ajustar os procedimentos de regularização dos
Bartolomeu, conforme indicados na planta SICAD Constata-se uma forte tendência de
parcelamentos de solo para fins urbanos
em escala 1:25.000 anexa, serão definidos pela reparcelamento urbano das chácaras inseridas em
implantados de forma irregular no território do
SEMATEC de acordo com os limites das Zonas de Áreas Rurais Remanescentes, sobretudo aquelas
Distrito Federal, em sua cláusula sexta,
Uso Intensivo 1 e 2 - ZUI 1 e ZUI 2 integrantes do em Zona Urbana de Dinamização, situadas
determina:
Rezoneamento da APA do São Bartolomeu, próximas aos núcleos urbanos de Taguatinga,
aprovado pela Lei nº 1.149, de 11/07/96.” "O Distrito Federal, por suas Ceilândia, Samambaia, Guará e Núcleo
Secretarias de Estado, e demais entes públicos Bandeirante. A categoria de Áreas Rurais
Como o rezoneamento da referida APA
aqui representados pelos signatários deste Remanescentes foi estabelecida pelo PDOT/1997
não apresentava memoriais descritivos, e o órgão
termo, no que concerne à ocupação das Áreas visando à preservação dos recursos naturais
responsável pela política ambiental até o presente
de Preservação Ambiental – APA, assumem as existentes ao longo dos córregos situados nas
não os elaborou, a indefinição se perpetuou.
obrigações de fazer consistentes em proceder o zonas urbanas. Nestas áreas eram permitidos os
Em todas estas situações, no entanto, as rezoneamento da APA do São Bartolomeu, de usos compatíveis com a dinâmica rural, visando
ocupações perduram sem o necessário tratamento acordo com as diretrizes de macrozoneamento resguardar o exercício da atividade agropecuária e
urbanístico e ambiental, com imensos prejuízos do Plano Diretor de Ordenamento Territorial – agroindustrial. A gestão destas áreas foi atribuída,
ambientais e ao ordenamento do território. PDOT; elaborar os zoneamentos e planos de inicialmente, à Fundação Zoobotânica do Distrito
manejo das demais APA sob sua administração, Federal (art. 87, do PDOT) e, posteriormente, foi
O rebatimento da questão ambiental no
no prazo de até 02 (dois) anos, a contar da data transferida à extinta Secretaria de Estado de
macrozoneamento do PDOT é um grande desafio a
da publicação da revisão do PDOT, além de Assuntos Fundiários, que pouco realizou. Hoje,
ser enfrentado com objetividade e realismo, uma
respeitar os demais zoneamentos e planos de esta atribuição cabe à Secretaria de Estado de
vez que a demora na elaboração dos Planos de
manejo já existentes.” Agricultura, Pecuária e Abastecimento - SEAPA.
Manejo das Unidades de Conservação e revisão
dos zoneamentos desatualizados e/ou

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

22
Entre as principais causas atribuídas à ocupação de aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão abastecimento de maior porte, como os de
urbana indesejada nestas áreas destacam-se: destas áreas. Verifica-se ainda, a necessidade Corumbá IV e do São Bartolomeu.

● a extinção da Fundação Zoobotânica; de:


Deveriam, ainda, ser previstos, quando

● a falta de parâmetros e diretrizes claras de


● criação de novas áreas, em função de novos pertinente, os mecanismos para recuperação e
pontos de captação que entraram em atividade proteção dos recursos hídricos e ambientais das
ocupação;
desde a aprovação do PDOT/1997; pequenas bacias que não se prestassem mais ao
● a valorização imobiliária face à proximidade de ● adequação de áreas que foram englobadas abastecimento público.
núcleos urbanos consolidados e aos principais
pela criação de unidades de conservação de No entanto, o posicionamento do GT, desde a
corredores de transporte coletivo;
maior restrição; primeira reunião, por consenso, foi o de que a
●a falta de fiscalização eficiente do Poder
● instituição de instrumento legal que
indicação dos mananciais cujas captações
Público. estariam sujeitas a curto e médio prazos a
garanta a inclusão, nesta categoria, de novos
desativação, poderia acelerar processo de
Quanto a esta questão, foi criado no âmbito do pontos de captação que entrem em atividade
degradação ambiental desses mananciais,
processo de revisão do PDOT, o Grupo de posteriormente à aprovação do plano. Entende-
resultando em sua morte prematura.
Trabalho com a finalidade de identificar critérios de se que as Áreas de Proteção de Manancial são
avaliação do uso do solo referente às Áreas Rurais, aquelas destinadas à conservação, recuperação Diante dos argumentos acima expostos, foi
criado pelo Decreto nº 26.877, de 5/6/06, que e manejo das bacias hidrográficas a montante definido, pelos membros do GT que o foco das
contou com a participação dos diversos agentes dos pontos de captação da CAESB, em suas atividades seria a conferência das poligonais
públicos e privados afetos à questão do atividade. de todas as APMs definidas no PDOT, Lei
desenvolvimento rural. O Relatório Final das Complementar nº 17/97, para proceder aos ajustes
Foi instituído, desta forma, por meio de Portaria
atividades do grupo, assinado por todos os seus que se fizessem necessários. Além disso, trataria
Conjunta SEDUMA/CAESB Nº 01, de
integrantes está acostado no Processo nº da questão do estabelecimento de instrumento
01/06/2007, o Grupo de Trabalho com a
260.050.635/06. adequado a proteção de captação proposta no Rio
finalidade de avaliação das poligonais das Áreas
São Bartolomeu.
Outra questão refere-se às Áreas de de Proteção de Mananciais – APM, inseridas no
Proteção de Manancial que, desde a aprovação do território do Distrito Federal. O GT contou com a Nessa perspectiva, o resultado dos trabalhos do
PDOT/1997, vem-se configurando em importante participação de representas da SEDUMA, GT, com a manifestação das intenções do
instrumento na preservação da qualidade dos CAESB e IBRAM. planejamento de saneamento de médio e longo
recursos hídricos destinados à atividade de captar prazo para os pequenos mananciais, foi
O objetivo de tal avaliação estava em
e distribuir água de boa qualidade para o incorporado à revisão do Plano Diretor de
apontar um horizonte para desativação dos
atendimento da população. O avanço do processo Ordenamento Territorial – PDOT. O relatório final
mananciais de pequeno porte sujeitos à
de urbanização por ocupações irregulares, em das atividades do grupo, foi encaminhado, ainda,
comprometimento de suas funções, a partir da
especial o instalado na bacia de captação do por solicitação, ao Ministério Público do Distrito
previsão da entrada em atividade de sistemas de
córrego Cachoeirinha, aponta para a necessidade Federal e Territórios MPDFT.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

23
As áreas com Restrições Físico-
Ambientais criadas pelo PDOT/1997 justificam FIGURA 10 – CONFLITOS COM O MACROZONEAMENTO
cuidados especiais quanto ao seu uso e ocupação
devido às suas características ou proximidade com
Zonas de Conservação Ambiental. Compreendem
as faixas de tamponamento no entorno de
unidades de conservação e as áreas suscetíveis à
erosão nas imediações de zonas urbanas. Nestas
áreas, observa-se a intensificação da ocupação por
invasões de baixa renda, em especial nas bordas
de Ceilândia e no entorno do Parque Nacional. A
regularização e/ou remoção de população destas
áreas, está condicionada muito mais pela rígida
obediência aos critérios estabelecidos na legislação
ambiental, do que pela existência desta categoria
no macrozoneamento do PDOT.

As Áreas de Lazer Ecológico criadas


com o objetivo de comportar atividades de lazer e
educação ambiental, compreendem parques
ecológicos, monumentos naturais e cavernas
consideradas de preservação permanente. As
Áreas de Lazer Ecológico estão sujeitas à
legislação específica. Nestas áreas deveria ser
estimulada a implantação de infra-estrutura
adequada ao acesso e à visitação pública. Com a
criação da Secretaria de Estado de Parques e
Unidades de Conservação – COMPARQUES (já
extinta), algumas dessas ALEs foram absorvidas
com a criação de parques. Cabe ressaltar a
necessidade de publicação, por parte do órgão
responsável pelo gerenciamento das Unidades de
Conservação, dos memoriais descritivos dos
perímetros das unidades criadas. As demais

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

24
situadas em áreas particulares não tem sido objeto O quadro do parcelamento do solo Candangolândia (Lei Complementar n.º 97, de
de ações do Poder Público. urbano no Distrito Federal também é complexo. 08/04/98), Ceilândia (Lei Complementar n.º 314, de
Inexiste até hoje uma Lei Geral que disponha 01/09/2000), Samambaia (Lei Complementar n.º
A concepção da Área de Monitoramento
sobre a matéria. O Distrito Federal conta com 370, de 02/03/2001), Gama (Lei Complementar
Prioritário pelo PDOT/1997 indicada no
uma série de leis esparsas e sobrepostas, muito nº728/06) e Guará (Lei Complementar nº 733/06).
macrozoneamento se mostrou de pouco êxito, não
mais voltadas para problemas específicos, Embora elaborado, o PDL de Planaltina não teve
tendo resultados práticos na contenção da
incapazes de racionalizar e agilizar a aprovação seu processo de aprovação finalizado junto à
ocupação irregular. Novas ocupações irregulares
dos parcelamentos privados, que continuam se Câmara Legislativa.
vêm se intensificando ao longo deste eixo e novos
dando sem controle do Poder Público. A edição
surgiram nas áreas lindeiras aos principais A falta destes PDLs acarretou uma
das Leis Federais nº 9.785/99, que alterou a Lei
corredores de transporte, em continuidade ao grande quantidade de leis pontuais referentes a
nº 6766/79, e nº 10.257/01, introduziram, ainda,
tecido urbano consolidado e ainda em porções aumento de potencial construtivo e alteração de
alterações substanciais neste tema, que
isoladas da área rural. Considera-se, portanto, que uso, só interrompida com a edição da Emenda n.º
necessitam ser acolhidas pela legislação distrital.
as ações de monitoramento não devem estar 40, à LODF. Com a Emenda 43, foi permitido
voltadas prioritariamente para uma região, e sim No caso dos instrumentos jurídicos e novamente o envio de projetos de lei com índices
para a totalidade do território. urbanísticos instituídos pelo PDOT, as Outorgas urbanísticos para área com comprovado interesse
Onerosas do Direito de Construir e de Alteração público, retornando o cenário de fragmentação de
O quadro das ocupações irregulares,
de Uso, bem como, a aplicação dos recursos leis sobre a matéria.
marcado pela presença de loteamentos
com elas auferidos, junto ao Fundo de
clandestinos e irregulares, embora já enfrentado Outro problema tem sido a aplicação
Desenvolvimento Territorial e Urbano do Distrito
quando da elaboração do PDOT/1997, ainda limitada dos recursos decorrentes da arrecadação
Federal - FUNDURB, precisam ser revistos à luz
persiste. destes instrumentos junto ao FUNDURB que,
do que dispõe o Estatuto da Cidade.
atualmente, prevê, apenas, a promoção de
Outro aspecto que merece destaque é o
O PDOT/1997 previu as macrozonas programas habitacionais de baixa renda, o que
aumento de invasões por população de baixa renda
onde estes instrumentos teriam aplicação entra em confronto direto com o previsto no
no território do Distrito Federal. Em 2004, O
prioritária, Zonas Urbanas de Dinamização e de Estatuto da Cidade. Para adequar-se ao art. 31
Sistema de Monitoramento de Invasões de Baixa
Consolidação, e remeteu aos Planos Diretores desta lei, a aplicação dos recursos provenientes
Renda, em fase de implementação por esta
Locais e, na falta destes, à leis específicas o destes instrumentos deve ser ampliada para o
SEDUMA, apontou a existência de 181 invasões.
estabelecimento dos coeficientes de financiamento da execução da política de
Estes números demonstram que aproximadamente
aproveitamento, dos usos a serem permitidos e desenvolvimento urbano de modo geral, incluindo
4,0% da população total do DF reside, atualmente,
das áreas onde incidiriam. outros aspectos, como: a regularização fundiária, a
em invasões.
constituição de reserva fundiária, o ordenamento e
Entretanto, até o presente, apenas
direcionamento da expansão urbana, a
seis PDLs foram elaborados: Sobradinho (Lei
implantação de equipamentos urbanos e
5.3 Avaliação dos instrumentos de política Complementar n.º 56, de 30/12/97), Taguatinga
comunitários, a criação de espaços públicos de
urbana instituídos pelo PDOT/1997 (Lei Complementar n.º 90, de 11/03/98),

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

25
lazer e áreas verdes, a criação de unidades de
conservação ou outras áreas de interesse
ambiental, além da proteção de áreas de interesse
histórico, cultural ou paisagístico.

Aliado a isso, existe enorme dificuldade


na liberação dos recursos do FUNDURB, que,
embora identificados, não possuem conta
específica, sendo recolhidos junto ao Tesouro do
Distrito Federal, o que dificulta o seu desembolso
financeiro.

Há que se estudar, ainda, uma alteração


dos coeficientes de redução estabelecidos pela
legislação que instituiu os citados instrumentos,
que muitas vezes inviabilizam a sua aplicação.
Além disso, faz-se necessário promover uma
estrutura adequada nas Administrações Regionais
que são responsáveis pela cobrança destes
instrumentos.

É importante, assim, que o Plano Diretor


estabeleça não só a estrutura de planejamento e
do processo participativo, como garantia de
controle social, mas ainda, deve estabelecer,
claramente, as instâncias de discussão e decisão,
a sistemática para sua revisão, bem como definir
os casos específicos de interesse público
comprovado e os motivos excepcionais, previstos
no art. 320 da LODF, que permitem alterações na
Lei que o institui antes do prazo de sua revisão.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

26
III - DINÂMICAS TERRITORIAIS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

27
III. DINÂMICAS TERRITORIAIS

1. HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO quatro funções básicas: habitar, trabalhar, recrear e


DO DISTRITO FEDERAL circular.

Embora a idéia original para o território


era de que somente após o Plano Piloto ter
Antes da construção de Brasília
atingido 500 mil habitantes é que ocorreria a
apenas as cidades de Planaltina e Brazlândia,
implantação de cidades-satélites, a dinâmica da
datadas de 1859 e 1933, respectivamente,
realidade social modificou esta concepção inicial,
ocupavam o que viria a ser o território do
antecipando, mesmo antes da inauguração da
quadrilátero do Distrito Federal. À época da
Capital, o surgimento de cidades-satélites para
definição da área do quadrilátero, o Governo
abrigar os operários que trabalhavam nas obras da
Federal iniciou o processo de desapropriação
capital e os moradores das invasões que se
das 92 fazendas que existiam no local,
localizavam nas imediações dos canteiros de
ocupadas, em sua maioria, por posseiros. Partia-
obras.
se da idéia de que o controle das terras por parte
do poder público contornaria muitos dos Em 1958, foi implantada Taguatinga,
problemas enfrentados por outras cidades no com a transferência da Vila Amauri, localizada na
que diz respeito ao acesso à moradia e aos área que seria inundada pelo Lago Paranoá, e
processos de urbanização. Sobradinho, em maio de 1960, construída para
alocar os moradores dos acampamentos das
Brasília foi projetada com base no
empresas empreiteiras do DNOCS e populações
Plano Piloto, formulado por Lúcio Costa, em
residuais da Vila Amauri. Em seguida, foi
1957, dentro da mais pura tradição do
implantada a cidade do Gama, em outubro de
“urbanismo racionalista”. A proposta de Lúcio
1960, para abrigar os moradores dos
Costa enquadrava-se nas recomendações da
acampamentos do Paranoá, Vila Planalto e
Carta de Atenas, incluindo a separação radical
remanescentes da Vila Amauri. Em 1961, é fixada
de usos e a estruturação urbana a partir das

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

28
ocupação do solo: o Decreto 163, de 26.02.1962 No Plano Piloto, a ocupação urbana
a “Cidade Livre” – que servia de apoio à construção
e o Código Sanitário do DF, lei 5.027/66. ocorreu principalmente na Asa Sul do Plano Piloto
de Brasília e deveria desaparecer após sua
e em algumas poucas superquadras na Asa Norte,
inauguração –, surgindo o Núcleo Bandeirante. Em 1966, foi implantado o Guará para
no entorno da Universidade que já funcionava
Planaltina e Brazlândia seguiram com sua estrutura absorver a população oriunda de invasões,
desde 1961. Neste período o Plano Piloto já
original, e permaneceram distanciadas das acampamentos e servidores públicos e, em
contava com infra-estrutura e serviços urbanos na
dinâmicas da Capital Federal. 1970, foi criada a Ceilândia com o objetivo de
área do centro-administrativo da nova capital
abrigar os moradores transferidos das Vilas
Embora o processo de desapropriação
Tenório, Esperança, IAPI, Morro do Querosene e
das terras tenha apresentado dificuldades desde a
outras.
implantação de Brasília, as terras do DF foram
consideradas públicas e seu gerenciamento coube
inicialmente à NOVACAP – Companhia FIGURA 11 – OCUPAÇÃO URBANA EM 1958
Urbanizadora da Nova Capital. Os problemas na
desapropriação decorreram do posicionamento da
Vara da Fazenda Pública, que negou ao Distrito
Federal o direito de desapropriação das terras, pois
considerou que era a União a legítima proprietária
da área.

No Plano Piloto, a distribuição de terras


pela NOVACAP era feita principalmente para
outros organismos públicos do Governo do Distrito
Federal e Governo Federal, IAPs (Institutos de
Aposentadorias), FCP (Fundação da Casa
Popular), Ministérios Militares, Câmara dos
Deputados, Senado Federal, entre outros. A maior
parte destes terrenos era simplesmente doada e
tais organismos, normalmente, realizavam
convênios com outros órgãos para construção de
moradias ou eventualmente contratavam empresas
privadas para a construção.

Entre 1960 e 1970, foram organizadas


as primeiras medidas de ordenamento do uso e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

29
Bacia do Paranoá: seus mananciais e o Lago Assim, as ações neste período foram
A estratégia de monopólio público das
Paranoá propriamente dito, definindo um limite norteadas pelo entendimento de que havia
terras para resolver o problema habitacional
populacional para o território, premissa básica escassez dos recursos hídricos no território de
complementava-se com a intenção de produzir
para a organização, ocupação e uso do solo do modo que era fundamental coibir a formação de
moradias prontas no Plano Piloto para a população
DF. Da mesma forma o Zoneamento Sanitário do novas cidades-satélites na bacia do lago Paranoá –
pobre, em conformidade com os parâmetros
Distrito Federal, de 1975, regulou a ocupação da com exceção do Núcleo Bandeirante que já existia
determinados por Lúcio Costa. Este fato mostrou-
bacia do Lago Paranoá. e do Guará, criado em 1969.
se inviável e a principal oferta habitacional de baixa
renda ocorreu nas cidades-satélites.

Em 1964, o Distrito Federal se


configurava como um território formado por oito FIGURA 12 – OCUPAÇÃO URBANA EM 1964
núcleos urbanos: o Plano Piloto de Brasília, Gama,
Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina,
Paranoá e Jardim, que mais tarde viria a ser
substituído pelo Núcleo Bandeirante.

Entre 1970 e 1985, Brasília foi se


consolidando como capital do país, com a
transferência maciça de órgãos e servidores
públicos do Rio de Janeiro, com uma taxa de
crescimento anual em torno de 8,2%. A estrutura
urbana, por sua vez, continuava a se expandir com
a ocupação de novas áreas como o Lago Sul e o
Lago Norte, mais próximas ao centro e de maior
renda, mas a periferia já representava 78,54% da
população pelo Censo de 1980, quando o Distrito
Federal ultrapassou a casa de 1 milhão de
habitantes.

Com base nesta realidade territorial, foi


elaborado, em 1970, o Planidro - Plano Diretor de
Água, Esgoto e Controle da Poluição – que definiu
o Zoneamento Sanitário para o Distrito Federal e
estabeleceu o primeiro macrozoneamento para o
DF. Sua principal recomendação era a proteção da

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30
Nesse período, é criada a Terracap públicos. Também ocorreram investimentos na
Em 1977, foi elaborado o PEOT – Plano
(1974), empresa pública que passa a ser construção de moradias populares por parte da
Estrutural de Ordenamento Territorial (Decreto
responsável pela comercialização das terras do SHIS (Serviço de Habitações de Interesse Social)
4.049/78), que embora procurasse legitimar as
DF. Nota-se a prioridade dada às construções no do GDF, fornecendo 49.380 residências para
tendências de ocupação do solo, vinculava a
Plano Piloto, com o apoio do BNH, destinada a famílias de baixa renda e 44.112 lotes urbanizados
ocupação futura com as condições de infra-
atender a classe média de servidores na Ceilândia.
estrutura (abastecimento d’água e eliminação de
esgotos) e as possibilidade de oferta de sistema de
transporte de massa. O PEOT reforçou o
crescimento urbano na direção sudoeste, e
manteve as restrições para a ocupação urbana da FIGURA 13– OCUPAÇÃO URBANA EM 1975
bacia do Paranoá, coibindo também a ocupação
nas bacias dos rios São Bartolomeu e Descoberto,
mananciais de abastecimento de água do DF.

Essa política de ordenamento territorial,


baseada na premissa de preservação de recursos
hídricos, legitimou a localização dos demais
núcleos urbanos em um raio mínimo de 15km de
distância do Plano Piloto, instituindo um processo
planejado de segregação socioespacial.

Para a política habitacional, os anos 70


foram aqueles que mais exigiram a atuação do
poder público, que conseguiu atingir cerca de 60%
da demanda resultante do crescimento
demográfico. Verifica-se nos anos 70 extensa
produção de lotes urbanos, entregues pelo governo
local, e de moradias em conjuntos habitacionais,
financiadas pelo Banco Nacional de Habitação
(BNH). A demanda habitacional para todas as
faixas de renda, no período, indicava a
necessidade de construção de 156.726 moradias.
A produção habitacional da época apresentava
enorme diferenciação em termos da qualidade das
residências.

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31
das políticas e descontinuidade dos programas da bacia do Paranoá, criando seis novas áreas
O monopólio da oferta de novos terrenos
do governo. Em 1986, foi elaborado o POUSO habitacionais dentro da Bacia do Paranoá,
urbanos exercido pela TERRACAP, tinha uma
que ratifica o entendimento firmado pelo POT, próximas ao Plano Piloto e ao longo dos principais
vinculação mais direta com a disponibilidade de
que foi aprovado pela Resolução n° 31/86 do eixos de ligação viária do DF. Incorporando as
recursos do SFH (principalmente depois de 1969),
Cauma. Em 1987, contrariando os planos propostas do “Brasília Revisitada”, o POUSO foi
assim como havia o interesse estratégico
anteriores o relatório Brasília Revisitada homologado em 1990 pelo Decreto n° 12.898 de
(sobretudo dos militares) em consolidar a cidade.
(aprovado pelo Decreto Distrital n° 10.829/87), 13.12.1990.
Nesta fase, os preços de terrenos urbanos sofrem
de Lucio Costa, propôs o adensamento
acréscimos significativos, principalmente aqueles
destinados à população pobre. A reduzida oferta de
terrenos no Plano Piloto, devido naturalmente a
maior lucratividade na venda de terrenos para a
FIGURA 14 – OCUPAÇÃO URBANA EM 1986
população de alta e média renda e, também, ao
fato de que o poder público insistia na venda de
casas prontas no contexto do modelo prevalecente
no SFH, influenciaram o aumento de preços. Em
2
1974, o m de um terreno na Ceilândia (área mais
pobre da Capital, na época) tinha preço superior ao
2
m no Lago Norte (bairro de classe média alta).

A partir de 1975, são identificados os


primeiros parcelamentos irregulares. O “Quintas da
Alvorada”, localizado em área onde seria instalado
o futuro Lago do São Bartolomeu, é o primeiro
parcelamento constatado como irregular.

Entre 1985 e 1995, o planejamento do


território foi orientado pelo POT – Plano de
Ordenamento Territorial, aprovado pela Resolução
31/86 do Conselho de Arquitetura, Urbanismo e
Meio Ambiente – Cauma e pelo POUSO – Plano de
Ocupação e Uso do Solo. Este Plano confirma a
área de expansão urbana no eixo sudoeste e
apresenta proposta de estruturação básica de um
Sistema de Planejamento da Ocupação Territorial.
Entretanto, o POT não foi homologado em virtude

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

32
Fora desse eixo foi criada a cidade de populares mediante a entrega de lotes semi-
Nos anos 1980, a política habitacional,
São Sebastião, foi fixada a vila Planalto e urbanizados em novas localidades, surgindo,
anteriormente compartilhada entre o governo
transferida a Vila Paranoá, além de terem então, Santa Maria, Recanto das Emas e São
federal e o GDF, sofreu uma mudança drástica com
ocorrido adensamentos e expansões em todas Sebastião. A política habitacional adotada pelo
a retirada dos investimentos por parte do BNH, que
as cidades-satélites, inclusive naquelas governo local permitiu o atendimento da demanda
viria a ser extinto em 1986. O governo local, então,
localizadas em região de proteção de mananciais de grande parte da população que morava em
teve que assumir a oferta de moradias com
como Sobradinho, Planaltina e Brazlândia. invasões e fundos de lotes e, gerou, por
recursos próprios.
conseqüência, uma remodelação do espaço
No início dos anos 1990, o GDF
Entre 1989 e 1994 foi executado um dos urbano do DF.
continuou ampliando a oferta de moradias
maiores programas de assentamento para a
população de baixa renda já realizados no DF, com
a oferta de aproximadamente 100 mil lotes
urbanizados, promovendo uma mudança FIGURA 15 – OCUPAÇÃO URBANA EM 1991
importante no mercado de terras urbanas. A rigor,
até aquela data (1989), a oferta de lotes urbanos
para as famílias pobres era bastante escassa em
termos anuais, permitindo a formação de uma
demanda reprimida, que já comprava terrenos na
periferia do Distrito Federal, mas que, sobretudo
pagava aluguéis extorsivos em fundos de lotes,
aumentando também o número de moradores em
invasões (favelas).

No final da década de 1980, tem início a


ocupação das manchas definidas pelo PEOT e são
criadas as cidades de Samambaia, Recanto das
Emas, Águas Claras, além de Riacho Fundo e
Santa Maria. Foi também implantado o Setor
Sudoeste e as Quadras Econômicas do Guará,
junto à EPTG, conforme indicação do relatório
Brasília Revisitada. Começou a se configurar uma
conurbação ao longo do eixo formado pelo Plano
Piloto / Guará / Águas Claras / Taguatinga /
Ceilândia.

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33
dos lotes, a possibilidade de construir a Configura-se, então, uma nova periferia,
A política habitacional enfatizou o
residência em um ritmo compatível com os que orientou diretrizes do planejamento territorial
segmento de famílias de classe baixa. Um exemplo
recursos familiares e não com base em dos anos 90.
é o caso de Samambaia cujo projeto apontava para
financiamentos bancários e, finalmente, um valor
um bairro com diferentes classes sociais e ênfase Em 1992, em cumprimento ao que
cultural – a preferência pelo modelo da
na classe média, mas o GDF acabou priorizando a estabelece a Constituição Federal de 1988, foi
residência unifamiliar, com amenidades como
distribuição de lotes para as famílias de baixa formulado o primeiro PDOT – Plano Diretor de
áreas de lazer, privacidade e acesso
renda, que começaram a ser transferidas para a Ordenamento Territorial. O PDOT/1992 reforça o
relativamente fácil ao centro de trabalho, o Plano
localidade a partir de 1985. modelo polinucleado, bem como consolida a
Piloto.
bipolaridade entre Plano Piloto e Taguatinga como
Em relação à classe média, em 1992, os
Entre 1985 e 1995, foram centros complementares. A realidade dos
imóveis mantidos pelo governo federal no Plano
contabilizados 529 parcelamentos irregulares em parcelamentos irregulares foi reconhecida desde o
Piloto foram vendidos aos moradores que fossem
terras públicas griladas ou em terras particulares, PDOT/1992, sob a forma de um anel semi-radial
servidores públicos ou para terceiros. Os imóveis
especialmente na APA do rio São Bartolomeu, envolvendo o Plano Piloto de Brasília, que embora
vendidos abaixo do valor de mercado ofereceram
na direção oposta aos eixos de crescimento não incentivado, passou a configurar importante
grande oportunidade para a classe média, mas não
estabelecidos nos planos de ordenamento do vetor de crescimento em direção ao interior da
contemplou alguns segmentos da população, como
território. A situação fundiária indefinida no DF bacia do São Bartolomeu, vindo a reforçar os
por exemplo, os militares.
estimulou este processo. Quase metade da área elevados custos sociais da organização territorial
Dois novos setores habitacionais do DF (46,7%) continua sendo de propriedade do DF e a degradação ambiental provocada por
começaram a ser implantados, o Sudoeste, na área privada e a delimitação desses imóveis ou as estas ocupações.
central, e Águas Claras, a 22km. Entretanto indenizações não ocorreram integralmente,
Em 1995, os trabalhos relativos à
tratavam-se de moradias a serem adquiridas gerando litígios na justiça até hoje.
revisão do PDOT/1992 foram iniciados, culminando
mediante financiamentos bancários, com altos
Estes parcelamentos, na edição da Lei Complementar n° 17, de 28 de
juros, em situação de alta inflação.
autodenominados “condomínios”, configuraram janeiro de 1997. O PDOT/1997 confirma o eixo
Neste contexto, entra em cena a uma nova forma de organização do espaço sudoeste como ocupação prioritária, reconhece o
iniciativa privada com a oferta de terrenos habitacional, formando pequenos aglomerados vetor nordeste/sudeste a ser monitorado e
destinados principalmente à classe média. Em de moradias individuais devidamente cercados e controlado na área de maior incidência de
1985, os loteamentos irregulares em área urbana e desvinculados do seu entorno imediato. A condomínios; propõe um Centro Regional; introduz
rural eram cerca de 150. Ofertavam um tipo de entrada no mercado destes terrenos teve e a premissa de flexibilização de usos e atividades e
moradia – o lote unifamiliar – não mais oferecido continua tendo papel importante sobre os preços estabelece instrumentos de política urbana como
pela TERRACAP, já que os últimos lotes no Lago dos terrenos, sobretudo daqueles destinados à Outorga de Direito de Construir e a criação do
Sul foram vendidos em 1985. O êxito dos população de alta e média renda. FUNDURB – Fundo de Desenvolvimento Urbano.
loteamentos irregulares com a classe média resulta
de uma série de fatores, entre eles o baixo custo

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34
Desde 1997, observa-se o aumento da
FIGURA 16 – OCUPAÇÃO URBANA EM 1997
ocupação extensiva do solo urbano. Por um lado,
os vazios entre o Plano Piloto e Taguatinga foram
ocupados quase integralmente com o modelo de
residência unifamiliar em áreas com maior ou
menor intensidade de ocupação. A nordeste, na
direção de Sobradinho e Planaltina, o processo de
dispersão da residência se acentua, assim como na
Bacia do São Bartolomeu. Observam-se também
tendências de parcelamentos de baixa densidade,
em um modelo ex-urbano de chácaras de recreio
em diferentes áreas rurais. Tratam-se entretanto de
espaços diferentes dos condomínios da bacia do
São Bartolomeu, em Vicente Pires ou em torno de
Sobradinho e Planaltina.

Principalmente, observa-se o
crescimento populacional e urbano significativo dos
municípios limítrofes do DF, que vem recebendo FIGURA 17 – OCUPAÇÃO URBANA EM 2004
um afluxo populacional emigrado em grande parte
das áreas urbanas do DF. A população destes
municípios trabalha e utiliza os serviços do DF.

Por outro lado, surgiram várias


ocupações ao longo das principais rodovias que
articulam o DF e seu entorno em função dos fluxos
derivados dos deslocamentos casa-trabalho tanto
da população residente nos municípios limítrofes
como da população moradora dos núcleos urbanos
e dos diferentes parcelamentos dispersos no
território.

Nesta realidade que incorpora a visão


das manchas urbanas do DF e seu entorno
imediato configura-se o embrião da realidade
metropolitana de Brasília.

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35
MAPA 1 –EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO URBANA NO DF E ENTORNO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

36
2. ASPECTOS FÍSICO- área do Planalto Central. A paisagem do cerrado sobre a cobertura vegetal, constatou uma perda de
AMBIENTAIS DO TERRITÓRIO é bastante heterogênea, com formações 58% da cobertura vegetal nativa no DF, no período
florestais, savânicas e campestres, que se de 1954 a 2001, conforme dados da Tabela 3. Esta
desenvolvem de acordo com as características perda é mais acentuada nas áreas de cerrado
A localização do sítio para a implantação do solo e a proximidade com corpos d’água. O típico, cuja redução chega a 73%. Especialmente
de Brasília foi antecedida por estudos, análises e cerrado também dispõe de vasta diversidade no caso das matas e cerrado restam apenas
levantamentos físico-ambientais. Subsidiaram a biológica, tanto de flora como de fauna, com fragmentos de vegetação, que estão associados às
definição da localização da nova capital do Brasil e mais de 160 mil espécies, muitas delas áreas legalmente protegidas e àquelas de difícil
do quadrilátero do Distrito Federal, a Missão Cruls endêmicas. acesso.
(1894), a Missão Polli Coelho (1948) e o "Relatório
No Distrito Federal encontra-se ampla Os principais componentes das
técnico sobre a nova capital da república" (1955),
coleção das variações fitofisionômicas da transformações territoriais ocorridas, que
conhecido como "Relatório Belcher".
vegetação do Cerrado, desde áreas com implicaram significativa redução da vegetação
O "Relatório Belcher" depois de analisar predomínio de gramíneas e arbustos pequenos e nativa e conseqüente perda da biodiversidade no
2
uma área de 50 mil km , destacando a esparsos (Campo Cerrado), até matas fechadas Distrito Federal, são o intenso processo de
sensibilidade dos solos à erosão e a capacidade com árvores de grande porte (matas ciliares e de urbanização e o crescimento da ocupação agrícola,
limitada dos recursos hídricos dessa região –, interflúvio). A fauna nesta região é bastante neste particular com a expansão da cultura de soja
realiza estudos pormenorizados de cinco sítios diversificada e abriga várias espécies típicas do e outras de caráter exportador, em toda a região
considerados adequados para receber a nova bioma. Centro-Oeste. No período de 1954 a 2001, as
capital contemplando topografia, drenagem, áreas de ocupação urbana evoluem de 0,02% para
Estudo promovido pela UNESCO
classificação de solos, geologia, microclima, 7,39% do território do Distrito Federal, e as áreas
(2002), para avaliação multitemporal da
hidrografia, abastecimento de água, fornecimento de ocupação agrícola passam de 0,02% para
ocupação do solo no Distrito Federal e seu efeito
de energia, transportes e acidentes naturais para 47,56%, alcançando aproximadamente metade do
fins de recreação. território.

A escolha da área para a localização da TABELA 2 – QUANTIFICAÇÃO MULTITEMPORAL DAS ÁREAS DE COBERTURA VEGETAL E
nova capital recaiu sobre o sítio situado entre o USO DO SOLO NO DISTRITO FEDERAL EM VALORES RELATIVOS
ribeirão Bananal e o córrego Riacho Fundo, sendo Classes Mata Cerrado Campo Reser- Agrícola Urbana Reflores- Solo Total
vatório tamento exposto (%)
então definidos os limites do Distrito Federal com
2 1954 18,82 37,84 43,28 0,02 0,02 0,02 0,00 0,00 100
superfície de cerca de 5,8 mil km . 1964 16,25 34,18 47,35 0,70 0,44 0,80 0,00 0,28 100
O quadrilátero do Distrito Federal está 1973 15,14 30,29 43,79 0,82 6,06 2,10 0,00 1,80 100
1984 12,57 18,11 38,22 0,99 20,80 3,68 3,33 2,31 100
totalmente inserido no domínio do bioma Cerrado, 1994 11,94 17,29 24,90 1,02 36,79 4,84 2,06 1,16 100
comunidade biológica característica de grande 1998 9,94 9,91 22,45 0,92 46,32 6,57 1,59 2,30 100
parte da porção central do país, aproximadamente 2001 9,91 9,91 22,54 0,92 47,56 7,39 1,13 0,74 100
Fonte: UNESCO, 2002
23% do território nacional, abrangendo extensa

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37
MAPA 2 – USO DO SOLO E VEGETAÇÃO DO DF EM 2001

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A vegetação nativa remanescente, 42,36% do DF, apresenta duas subunidades geomorfológicas capital, às margens de um lago construído
em 2001, refere-se em grande parte àquela distintas em virtude da estruturação geológica: a artificialmente. A subunidade do Vale do rio Preto é
inserida em unidades de conservação, constituindo Depressão do Paranoá e o Vale do Rio Preto. A ocupada por tributários da margem direita do curso
fragmentos isolados de difícil conectividade com Depressão do Paranoá constitui uma área superior do rio Preto, afluente do rio Paracatu, da
outras áreas de cerrado, o que compromete o fluxo deprimida com variação topográfica suave acima bacia do rio São Francisco. Esta região caracteriza-
de material genético. (mapa 2) da cota 1.000m, composta por uma estrutura em se por uma topografia plana de declives inferiores a
domo central (forma convexa), que orienta a 8%, recobertos por latossolo e laterita, com
Formado, predominantemente, por áreas
drenagem de padrão anelar, tendo como única encostas suaves de perfil côncavo.
planas e elevadas, o Distrito Federal, com cerca de
saída o vale do rio Paranoá. Pela singularidade
57% do seu território situado acima da cota de
do sítio e condições oferecidas, a bacia do
1.000m, incide sobre estrutura morfológica com
Paranoá foi escolhida para a implantação da
diferentes níveis de superfícies planas, que,
segundo Novaes Pinto (1986), pode ser
compartimentada em três unidades
geomorfológicas específicas descritas a seguir e
FIGURA 18 – UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS DO DF
representadas na Figura 18:

a)Região de Chapadas – Esta unidade é


caracterizada por apresentar topografia plana e
plana-ondulada, acima da cota de 1.000m, e
segmento retilíneo das encostas, ocupando cerca
de 34% da área do Distrito Federal. As chapadas
constituem divisores da drenagem da região,
circundando a bacia do Paranoá e entre as bacias
do rio Preto e São Bartolomeu. Com cobertura de
latossolos e de laterita - solos profundos, bem
drenados, friáveis, intemperizados e onde a
infiltração supera o escoamento superficial das
águas pluviais - a região das chapadas constituem
áreas de recarga de lençol freático e aqüíferos,
exercendo importante papel na alimentação de
mananciais subterrâneos e de nascentes que se
originam em suas encostas.

b)Áreas de Dissecação Intermediária – Ocupando


aproximadamente 31% do território, esta paisagem

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

39
drenado, impróprio à agricultura e altamente fazem parte do sistema hidrológico os lagos
c)Região Dissecada de Vale - Ocupando
susceptível a erosão. Paranoá, Descoberto e Santa Maria, todos
aproximadamente 35% das terras do Distrito
concebidos por represamento, sendo que o
Federal, as unidades desse tipo de paisagem Sete bacias hidrográficas compõem a
primeiro, dentre outras funções, tem o
correspondem às depressões de litologias de estrutura hídrica superficial do Distrito Federal:
aproveitamento hidroelétrico e os demais são
resistências variadas, ocupadas pelas principais Bacia do rio São Bartolomeu; Bacia do lago
utilizados para atender às necessidades de
drenagens da região, das bacias dos rio São Paranoá; Bacia do rio Descoberto; Bacia do rio
abastecimento de água. (figura 19)
Bartolomeu, Maranhão, Descoberto e Alagado. Corumbá; Bacia do rio São Marcos; Bacia do rio
Apresentam relevo muito acidentado, encosta de Preto e Bacia do rio Maranhão. Também
perfil convexo-côncavo e de perfil complexo que
inclui o segmento retilíneo. A rede de drenagem,
que se mostra discreta nos domínios de planos FIGURA 19 – BACIAS HIDROGRÁFICAS
mais elevados, adensa-se significativamente
nestas áreas rebaixadas, onde a dissecação de
rochas menos resistentes permitiu o
desenvolvimento de um modelado marcado pela
presença de grande número de cursos d’água
curtos, muitas vezes temporários, cujo arranjo
inicia-se nos rebordos erosivos das chapadas.

As classes de solos predominantes no


Distrito Federal são os latossolos vermelho-escuro
e vermelho-amarelo e o cambissolo, representando
mais de 85% da área total de seu território. São
solos tipicamente encontrados em regiões onde
existe o predomínio de temperaturas e
precipitações relativamente elevadas. Os latossolos
são solos ácidos, profundos e bem drenados,
pobres em minerais primários e de baixa relação
silte/argila, submetidos a intenso processo de
lixiviação em sua formação. O cambissolo é mais
comum em superfícies topográficas de declive mais
acentuado, onde os processos erosivos são mais
intensos, constituindo em um solo pouco profundo,
de grande incidência de rocha matriz, pouco

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

40
recursos a condição de atributo ambiental como as bacias do rio Preto e do rio São Marcos,
Além dessas peculiaridades do Distrito
estratégico. como pode ser observado na tabela 3. Em geral a
Federal, outras devem ser destacadas por seu
disponibilidade hídrica atende às demandas atuais
reflexo mais imediato na disponibilidade hídrica do A capacidade hídrica do Distrito
e projetadas para 2025.
território, tanto em quantidade como em qualidade Federal e de sua região é, de um modo geral,
dos recursos. As terras elevadas do planalto são suficiente para atender à demanda de água, Quanto à quantidade de recursos
dispersoras de águas, constituindo uma drenagem tanto para abastecimento da população, como hídricos disponíveis, a questão está na sua
basicamente de nascentes, pequenos riachos e para as atividades econômicas e de lazer e distribuição espaço-temporal, devido aos extensos
poucos rios medianos. turismo, segundo dados do Plano de períodos de estiagem e à concentração da
Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos demanda em algumas bacias hidrográficas. No
Por outro lado, as características
do Distrito Federal – PGIRH. No entanto, aspecto qualitativo, o processo de ocupação do
climáticas, com um longo período de estiagem,
ressalta-se, já são enfrentadas situações de solo urbano e rural, tem causado poluição das
afetam a disponibilidade hídrica, concorrendo para
conflitos relativos ao uso múltiplo da água, águas superficiais e subterrâneas pela descarga de
significativa redução de vazão dos rios nos
decorrentes de dificuldades para o atendimento esgotos domésticos e industriais, efluentes de
períodos mais críticos. O clima, segundo a
de demandas em aspectos quantitativos e origem animal, utilização de agrotóxicos e
classificação de Köppen, enquadra-se entre os
qualitativos. lançamentos de drenagem pluvial, comprometendo
tipos “tropical de savana” e “temperado chuvoso de
alguns de seus usos, especialmente para o
inverno seco”. Distingue-se claramente em duas No Distrito Federal, entre as bacias
abastecimento da população e para as atividades
estações: uma chuvosa e quente, que se prolonga hidrográficas que já evidenciam estresse hídrico
de lazer e turismo.
de outubro a abril, e outra, fria e seca, de maio a encontram-se, especialmente, aquelas ocupadas
setembro. Os meses mais chuvosos são novembro, por atividade agrícola com uso intenso de água,
dezembro e janeiro, com precipitação total anual
TABELA 3 - DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA NO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO
média de 1.600mm, sendo que praticamente não
IMEDIATO
chove na estação seca. A temperatura média anual
varia de 18ºC a 20ºC, sendo os meses de setembro Bacia Q regularizada Q 7,10 natural Q 7,10 Disponibili Demanda (m³/s)
Hidrográfica (m³/s) na bacia dos natural da -dade²
e outubro os mais quentes, com temperaturas reservatórios (m³/s)
bacia (m³/s) 2004 2025
variando de 20ºC a 22ºC. Julho é o mês mais frio (m³/s)
com temperaturas médias de 16ºC a 18ºC. São Bartolomeu¹ 10,5 5,07 12,8 18,2 3,56 9,78
Paranoá 10,5 5,07 5,20 10,6 2,09 6,35
A preocupação com a água para Descoberto 7,20 2,43 6,43 11,2 5,21 6,33
abastecimento remonta ao Relatório Belcher e Corumbá - - 4,24 4,24 0,415 2,11
permanece, ainda hoje, de forma bastante enfática. Preto - - 5,61 5,61 3,83 8,18
São Marcos - - 0,228 0,228 0,421 0,897
A capacidade limitada dos recursos hídricos
Maranhão - - 7,69 7,69 0,600 1,06
superficiais e subterrâneos para fins de Total 17,7 7,50 37,0 47,2 14,0 28,4
abastecimento da população, confere a estes ¹ Os valores apresentados para a bacia do rio São Bartolomeu já incluem aqueles referentes à bacia do rio Paranoá;
² A disponibilidade foi calculada considerando-se a vazão Q 7,10, nos casos de regularização substitui-se a vazão Q 7,10 a
montante do reservatório pela vazão regularizada, somada à vazão Q 7,10 da bacia incremental.
Fonte: PGIRH do Distrito Federal-2006

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41
As características de relevo, de solos e
de entalhe dos cursos de água do Distrito Federal FIGURA 20 – SIMULAÇÃO EM 3D DO TERRITÓRIO DO DF
condicionaram, sobremaneira, a dinâmica de uso e
ocupação do solo. A grande disponibilidade de
áreas planas nas chapadas e nas áreas de
dissecação intermediária atraiu, naturalmente, os
assentamentos urbanos e a implantação de
grandes glebas de agricultura irrigada (Figura 20).

Os aspectos físicos e naturais do


território indicam, em maior ou menor medida, os
elementos de fragilidade e sensibilidade dos
espaços diante das intervenções antrópicas. A
identificação destes elementos traz informações
relevantes para a conformação da ocupação do
território, que é responsável por importantes
modificações nos ambientes e no equilíbrio de
sistemas naturais, especialmente considerando
que, em certas situações, estas modificações se
revertem em limitações para a própria ocupação.

A suscetibilidade à erosão é um dos aspectos a ser


observado no uso e ocupação do solo no Distrito
Federal. Cruzando dados de pedologia e de
declividade para identificação das áreas de risco à
erosão, conforme ilustrado no
Mapa 3, verifica-se que as áreas de maior risco
concentram-se nos vales dos rios São Bartolomeu,
Descoberto e Alagado e dos afluentes do rio
Maranhão, correspondentes à unidade
geomorfológica da Região Dissecada de Vales.
Tratam-se de espaços de difícil ocupação tanto
para atividades urbanas como rurais.

Algumas dessas áreas de risco são


cabeceiras de drenagem, onde naturalmente há

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42
MAPA 3 – ÁREAS DE RISCO À EROSÃO

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43
uma dissecação mais intensa do relevo, uma vez No Mapa 5, estão reunidas as as bacias de captação de água para
que o recuo dos rebordos das áreas cismeiras diversas situações de sensibilidade do ambiente abastecimento, e presença de matas e cerrado
planas faz parte da dinâmica natural desta forma observadas no território do Distrito Federal (tais típico), contrapostas à situação da ocupação
de relevo. No entanto, a potencialização das como risco de erosão e de contaminação hídrica, urbana, em 2005.
descargas hídricas superficiais e subsuperficiais
nestas feições, decorrentes da ocupação do solo,
ao mesmo tempo em que reduzem a infiltração,
produzem efeitos de verdadeiras bombas
hidráulicas no desmonte de estruturas de solos e
no arraste destes sedimentos para compartimentos
mais baixos.

Quanto à capacidade de sustentação da


drenagem e das águas subterrâneas, a ocupação Para elaboração do mapa de risco à erosão, foram adotados procedimentos
intensa das chapadas tem representado o aumento semelhantes aos utilizados no PDOT/97, no que se refere às classes utilizadas e ao
de áreas impermeabilizadas, limitando o aporte de cruzamento de temas efetuado:
água para o lençol freático e para aqüíferos mais
profundos, oferecendo riscos de contaminação • f
oram utilizados os mapas temáticos de pedologia (Mapa de reconhecimento dos Solos do
hídrica, particularmente, em áreas não atendidas
Distrito Federal-1978-EMBRAPA- Escala 1:100.000) e de declividades do terreno
por sistemas de coleta e tratamento de esgotos. (CODEPLAN - Escala 1:100.000 – 1989).
Onde já existe ocupação urbana ou ex-urbana, são
necessários cuidados especiais com relação à • n
drenagem e ao esgotamento sanitário, como o mapa de declividades, foram destacados os intervalos mais íngremes - duas classes de
demonstrado nas áreas de risco muito alto à caimento dos terrenos: entre 10% e 20% e acima de 20%.
contaminação apresentadas no Mapa 4. Áreas
• n
como o Lago Oeste ou os parcelamentos
o mapa pedológico, utilizou-se os tipos de solo mais suscetíveis a processos erosivos –
embrionários do Tororó, por exemplo, requerem, na categoria de suscetíveis foram destacados os solos brunizem avermelhados; e na
mais do que outras áreas no território, categoria de muito fortemente suscetíveis a processos erosivos foram destacados os
preocupações com o saneamento ambiental. Além cambissolos e as areias quartzosas.
disso, a baixa densidade de drenagem das
chapadas dificulta o deságüe das estruturas de
macrodrenagem urbana, onerando as obras e
causando erosões nos cursos de água receptores.

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MAPA 4 – RISCOS À CONTAMINAÇÃO HÍDRICA SUPERFICIAL

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MAPA 5 - SÍNTESE DAS PRINCIPAIS VARIÁVEIS QUE COMPÕEM A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL

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46
Da interpretação dos aspectos físicos ambientais, onde a cobertura com vegetação nativa contribui podem compor um sistema, mas que hoje estão
sintetizados no mapa 6, percebe-se a conformação para a manutenção das encostas. Tratam-se de conformados de maneira fragmentada. Em
de dois sistemas ambientais relevantes no contexto ambientes, que pela própria dificuldade de ambiência urbana, estes espaços trazem mais
da estrutura do território no Distrito Federal: exploração por atividades rurais ou urbanas, qualidade de vida para as comunidades vizinhas,
ainda se apresentam bastante conservados. uma vez que podem contribuir para o lazer.
a) Sistema Ambiental Preservado do Cerrado
A conformação desse sistema Os conectores configurados em
Corresponde a espaços naturais com
ambiental, como um conjunto de espaços ambiência rural deveriam ser indicados para
manchas contínuas de cerrado ainda preservado;
naturais pouco antropizados distribuídos pelo conservação e para o desenvolvimento de
esses espaços naturais são representativos do
território como manchas bem definidas, requer a atividades compatíveis com a proteção do meio
bioma, com importantes funções ecológicas
identificação de conectores ecológicos. A ambiente, tais como ecoturismo, agroecologia,
mantidas, especialmente devido à extensão das
conectividade ecológica entre sistemas naturais entre outras.
áreas abrangidas. Os espaços componentes desse
responde à necessidade de manutenção dos
sistema são elementos fundamentais na A visualização desse conjunto de
aspectos funcionais dos ecossistemas, onde a
sustentação ambiental do território, exigindo elementos permite a análise das principais
fragmentação e isolamento destes espaços vêm
manejo compatível para manutenção dessa variáveis que compõem a problemática ambiental
ocorrendo pela expansão das ocupações
condição. do DF a ser considerada na revisão do PDOT,
urbanas e rurais, muitas vezes de forma difusa, e
fornecendo subsídios para a orientação da
A conformação deste sistema guarda pela proliferação de infra-estruturas.
ocupação do território e para medidas especiais de
estreita correlação com as principais Unidades de
O potencial de determinados controle e mitigação de impactos ao meio
Conservação de Proteção Integral instituídas no
elementos, como vales fluviais e fragmentos de ambiente.
Distrito Federal, demonstrando a eficácia deste
vegetação nativa, em conectar espaços naturais,
instrumento na manutenção de grandes extensões
contribuindo para o fluxo biótico e outras funções
de espaços preservados. Compõem ainda este
ecológicas importantes, orienta o
sistema alguns parques e outras categorias de
reconhecimento e a configuração de possíveis
unidades de conservação, que requerem políticas
conectores junto aos sistemas ambientais.
específicas de incentivo a manutenção da
cobertura vegetal. A configuração de conectores aponta
para a necessidade de um tratamento adequado
b) Sistema Ambiental Frágil (ou Sensível)
destes espaços a partir da própria ambiência –
Corresponde às áreas com maior risco a urbana ou rural – em que se encontram.
processos erosivos. Compõem esse sistema áreas
Os conectores em espaços urbanos
contínuas nas bacias dos rios São Bartolomeu,
devem ser compreendidos como um conjunto de
Maranhão e baixo Descoberto (do domínio
espaços lineares – parques, unidades de
geomorfológico da região dissecada de vale),
conservação e outras categorias possíveis – que
caracterizadas pela declividade mais acentuada,

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MAPA 6 – SISTEMAS AMBIENTAIS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

48
2.1 Patrimônio Ambiental do Jardim Botânico de Brasília e do Jardim A APA do Planalto Central, que sobrepõe-se a
Zoológico de Brasília. algumas unidades de conservação previamente
O Distrito Federal tem cerca de 265 mil
constituídas, objetiva proteger as nascentes de
hectares – 93% de todo o seu território – protegidos Em face dessa condição especial de
tributários de três grandes bacias hidrográficas
na forma de diversas categorias de unidades de proteção a que se encontra submetida a maior
brasileiras – Tocantins, Paraná e a do São
conservação. A ampliação do percentual de áreas parte do DF, a gestão territorial assume
Francisco, por meio do controle do uso do solo,
protegidas, que anteriormente era de 45% para a característica peculiar pela forte interface com a
que passa a ser exercido com a tutela do governo
percentagem atual, deve-se à criação, em 2001, gestão ambiental. Assim, há que se interpretar
federal por meio do IBAMA. O plano de manejo da
por meio de Decreto Presidencial, da Área de as diretrizes de ocupação territorial expressas no
APA do Planalto Central está em fase de
Proteção do Planalto Central, cuja delimitação Plano Diretor, em conjunto com as restrições de
elaboração, a cargo do órgão gestor federal, o
compreende terras do Estado de Goiás e do ocupação em função das unidades de
IBAMA.
Distrito Federal. conservação. O quadro se torna mais complexo
pelo fato de que a criação e gestão de unidades No disciplinamento da matéria relativa
As unidades de conservação são
de conservação, ao contrário do que ocorre com às áreas protegidas, de que trata o art. 225 da
concebidas pelo poder público com o desígnio de
os planos diretores urbanos, são de competência Constituição Federal, foi promulgada a Lei Federal
proteger espaços significativos, onde exista alguma
concorrente entre União, Estados e Municípios. 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de
manifestação da biodiversidade e/ou de elementos
Unidades de Conservação – SNUC, estabelecendo
históricos e culturais. Instrumentos legais próprios A criação e implantação de unidades
critérios e normas para a criação, implantação e
especificam o tipo de gestão recomendado para de conservação no Distrito Federal extrapolam,
gestão das unidades de conservação. O SNUC
cada unidade de acordo com suas características. em algumas situações, seu papel como
divide as unidades de conservação em dois
instrumento da política ambiental, uma vez que
A definição de unidades de conservação grupos:
não se justificam pela constatação de atributos
é essencial para o aproveitamento sustentável dos
recursos naturais. As unidades de conservação
ambientais relevantes para sua proteção. Estas • Unidades de Proteção Integral – cujo
unidades se apresentam como instrumentos de objetivo básico é preservar a natureza, sendo
presentes no Distrito Federal, por categoria, são:
contenção da ocupação urbana, com função admitido apenas o uso indireto dos seus recursos
Estações Ecológicas (3); Reservas Ecológicas (4);
mais contundente de disciplinadora do uso do naturais;
Parque Nacional (4),Reservas Biológicas (2);
Floresta Nacional (1); Reservas Particulares do
solo e, portanto de maior interface com a gestão
urbana.
• Unidades de Uso Sustentável – cujo objetivo
Patrimônio Natural (3); Áreas de Proteção básico é compatibilizar a conservação da natureza
Ambiental (6); e Áreas de Relevante Interesse É neste contexto que deve ser com o uso sustentável de parcela dos seus
Ecológico (6). compreendida a criação da APA do Planalto recursos naturais.
Central, em 2001, com área de 504.608
Além dessas unidades de conservação, O grupo das unidades de Proteção
hectares, recobrindo aproximadamente 60% do
o Distrito Federal ainda conta com outras Integral é composto das seguintes categorias:
Distrito Federal, incluindo, ainda, parte dos
categorias de áreas protegidas. Entre elas estão Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque
municípios de Planaltina de Goiás e Padre
os 62 Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo, além Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida
Bernardo, situados ao norte do território distrital.

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49
Silvestre. E o grupo das Unidades de uso Cumpre ao Distrito Federal realizar o Botânico de Brasília e sua Estação Ecológica; além
Sustentável compreende: Área de Proteção enquadramento das suas unidades de de uma Zona Tampão, em torno da Zona Núcleo e
Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, conservação ao que dispõe o SNUC. Nesse uma Zona de Transição, estabelecendo a conexão
Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de sentido, e visando a criação de categorias de entre as áreas da Zona Núcleo.
Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e unidades de abrangência distrital, tais como
Reserva Particular do Patrimônio Natural. Áreas de Proteção de Manancial e Parques
Ecológicos, está em tramitação projeto de lei que 2.2 Patrimônio arqueológico e espeleológico
O SNUC determina que seja definida
cria o Sistema Distrital de Unidades de
zona de amortecimento para todas as unidades de O patrimônio arqueológico constitui
Conservação – SDUC.
conservação, exceto no caso das Áreas de testemunho essencial sobre as atividades humanas
Proteção Ambiental, definida como área de O SNUC recepciona como do passado, compreendendo a porção do
“entorno de uma unidade de conservação, onde as instrumento de gestão a Reserva da Biosfera, patrimônio material que engloba todos os vestígios
atividades humanas estão sujeitas a normas e “modelo, adotado internacionalmente, de gestão da existência humana e todos os lugares onde há
restrições específicas, com o propósito de integrada, participativa e sustentável dos indícios de atividades humanas, estruturas e
minimizar os impactos negativos sobre a unidade”. recursos naturais, com os objetivos básicos de vestígios abandonados, na superfície, no subsolo
Ainda, quando conveniente, devem ser também preservação da diversidade biológica, o ou sob as águas, assim como o material a eles
definidos corredores ecológicos das unidades de desenvolvimento de atividades de pesquisa, o associados.
conservação, que são definidos como “porções de monitoramento ambiental, a educação ambiental,
O Distrito Federal possui atualmente 18
ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando o desenvolvimento sustentável e a melhoria da
sítios arqueológicos catalogados pelo IPHAN que
unidades de conservação, que possibilitam entre qualidade de vida das populações.”
nunca foram escavados, não permitindo, neste
elas o fluxo de genes e o movimento da biota,
A criação da Reserva da Biosfera do momento, confirmações científicas mais precisas,
facilitando a dispersão de espécies e a
Cerrado – Fase 1 foi aprovada pela UNESCO, são eles:
recolonização de áreas degradadas, bem como a
dentro de seu Programa “O Homem e a
manutenção de populações que demandam para
Biosfera”, em 1992. Esta Reserva da Biosfera foi
sua sobrevivência áreas com extensão maior do 1. Sítio arqueológico situado no Parque Nacional
a primeira a incluir áreas urbanas e seu objetivo
que aquela das unidades individuais.” de Brasília;
é conservar a diversidade biológica e promover o
2. Sítio arqueológico Amarelinho situado próximo
Toda unidade de conservação deve desenvolvimento sustentável. A Lei nº 742, de 28
ao ribeirão Ponte Alta na cidade do Gama;
dispor de seu respectivo Plano de Manejo, de julho de 1994, define os limites, as funções e
3. Sítio arqueológico Caboclo situado próximo ao
instrumento de gestão que define diretrizes quanto o sistema de gestão da Reserva da Biosfera do
ribeirão Ponte Alta na cidade do Gama;
ao uso e à ocupação do solo nessas áreas e Cerrado, no Distrito Federal. A Reserva inclui
4. Sítio arqueológico Cantinho situado próximo
respectivas zonas de amortecimento e corredores uma Zona Núcleo composta pelo Parque
ao ribeirão Ponte Alta na cidade do Gama;
ecológicos, dele integrando o zoneamento Nacional de Brasília, Estação Ecológica de
5. Sítio arqueológico Marica situado próximo ao
ambiental. Águas Emendadas, Fazenda Água Limpa da
ribeirão Ponte Alta na cidade do Gama;
UnB, Reserva Ecológica do IBGE e Jardim

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6. Sítio arqueológico Retiro situado próximo ao 18. Sítio arqueológico Recanto situado próximo
ribeirão Ponte Alta na cidade do Gama; ao ribeirão Ponte Alta na cidade do Recanto
7. Sítio arqueológico Zico situado próximo ao das Emas.
ribeirão Ponte Alta na cidade do Gama;
Pela Constituição Federal, os sítios
8. Sítio arqueológico Capoeira situado próximo
arqueológicos e paleontológicos constituem o
ao córrego Capoeira na cidade de Brazlândia;
patrimônio nacional, portanto, a competência
9. Sítio arqueológico Capão da Onça situado
para legislar é da União. A Lei 3.924/1961 dispõe
próximo ao córrego do Capão da Onça, na
sobre os monumentos arqueológicos e pré-
cidade de Brazlândia;
históricos e a Lei 9.605/1998 dispõe sobre as
10. Sítio arqueológico Melchior situado próximo ao
sanções penais e administrativas derivadas de
rio Melchior na cidade de Ceilândia;
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente
11. Sítio arqueológico São Francisco situado
e ao patrimônio arqueológico. Por ser um recurso
próximo ao rio Melchior na cidade de
cultural frágil e não renovável, a política de
Ceilândia.
proteção do patrimônio arqueológico deve ser
12. Sítio arqueológico DF-CA-013, DF-PA-13
sistematicamente integrada às demais políticas
situado próximo ao rio Melchior na cidade de
setoriais – uso e ocupação do solo, cultura, meio
Ceilândia;
ambiente e educação, fato que a revisão do
13. Sítio arqueológico Ipê situado próximo ao
PDOT observa.
córrego do Ipê na cidade do Núcleo
Bandeirante;
14. Sítio arqueológico Mineiro situado próximo ao
córrego do Ipê na cidade do Núcleo
Bandeirante;
15. Sítio arqueológico Taguatinga situado próximo
ao ribeirão Taguatinga na cidade de
Samambaia;
16. Sítio arqueológico DF-CA-012, DF-PA-12
situado próximo ao ribeirão Taguatinga na
cidade de Samambaia;
17. Sítio arqueológico DF-CA-015, DF-PA-15
situado próximo ao ribeirão Taguatinga na
cidade de Samambaia;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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MAPA 7 – AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL

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Legenda Parque Nacional de Brasília


Reserva Ecológica Estação Ecológica de Águas Emendadas
Floresta Nacional
Mapa Ambiental Estação Ecológica do Jardim Botânico
Área de Relevante Interesse Ecológico - ARIE APA do Rio São Bartolomeu 10 0 10 Km
do Distrito Federal Jardim Botânico APA do Rio Descoberto
Área de Proteção de Manancial - APM APA das Bacias do Gama e Cabeça de Veado Escala: 1:400.000
# Parque Ecológico e de Uso Múltiplo APA de Cafuringa
Faixa de Proteção (Resolução do CONAMA) APA do Lago Paranoá

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52
3. DINÂMICA DEMOGRÁFICA próximos anos, ultrapassando Belo Horizonte, para o aumento da população já estabelecida no
Fortaleza e Salvador. Distrito Federal.

Diante de um território com 5.789,16 Pelos dados do Censo Demográfico de


O Distrito Federal atingiu 2.051.146 2
km , a densidade demográfica do Distrito Federal 2000, chegaram ao Distrito Federal 220.781
habitantes no ano 2000, conforme os resultados do 2
passará de 354,31 habitantes/km , no ano 2000, imigrantes desde 1995, provenientes
Censo Demográfico do IBGE. Em comparação com
para 445,79 em 2010. A taxa de urbanização, principalmente de Goiás (15,97%), Minas Gerais
o Censo de 1991, que registrava 1.601.094
por sua vez, era de 95,63% da população do DF. (11,78%), Bahia (11,59%), Maranhão (10,78%),
moradores no DF, houve um acréscimo de 450.052
Piauí (9,73%), São Paulo (5,67%) e Rio de Janeiro
pessoas, representando uma expansão de 28,11%,
(5,64%). Por outro lado, deixaram o DF 188.575
no período e uma taxa de crescimento anual (TCA)
3.1 Migração e Crescimento Vegetativo moradores, que se mudaram para Goiás (55,55%),
de 2,82% (DATASUS). Essa taxa encontra-se
Minas Gerais (8,06%), São Paulo (5,21%), Rio de
acima da média brasileira (1,64%), da Região A explicação para a elevada taxa de
Janeiro (3,94%), Ceará (3,82%), Bahia (3,67%) e
Centro-Oeste e de outras capitais como São Paulo, crescimento do DF pode, apenas em parte, ser
Piauí (3,59%).
Curitiba, Goiânia e de cidades com mesmo porte creditada ao papel da migração, já que esta vem
em população: Belo Horizonte (1,16%), Fortaleza perdendo importância desde a década de 80
(2,17%) e Salvador (1,85%).

Entretanto, as mudanças observadas TABELA 4 - POPULAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL E DO BRASIL DE 1960 A 2020 E TAXA DE
nos fatores demográficos referentes à fecundidade, CRESCIMENTO ANUAL
mortalidade e fluxos migratórios, que geram uma Anos População DF População Brasil TCA DF TCA Brasil
nova dinâmica da população, tendem a arrefecer a 1960 141.742 70.070.457 -- 3,06
taxa de crescimento do DF. Estimativas baseadas
1970 537.492 93.139.037 14,39 2,91
nos dois últimos Censos do IBGE constatam esta
redução. 1980 1.176.908 119.011.052 8,22 2,50

No ano de 2008, a população do DF 1991 1.601.094 146.825.475 2,86 1,94


chegará a 2.483.505 habitantes mediante uma taxa 2000 2.051.146 169.799.170 2,82 1,64
de crescimento anual que declinou para 2,45% 2008 2.483.505 191.869.683 2,45 1,34
desde o Censo 2000. Em 2010, a população
2010 2.580.757 196.834.086 2,34 1,27
prevista para o DF será de 2.580.757 moradores,
acumulando, ao longo da década, uma expansão 2015 2.808.665 208.468.035 1,74 1,08
de 25,82%, cuja taxa média anual de crescimento 2020 3.016.507 219.077.729 1,59 0,95
ficará em torno de 2,34%. Apesar dessa tendência
Fonte: Censos IBGE. DATASUS. Estimativas IBGE Revisão 2004. Projeções SEDUMA 2006.
de queda do crescimento, Brasília irá se tornar,
provavelmente, a 3ª. maior capital do país nos

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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TABELA 5 - POPULAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL POR REGIÃO ADMINISTRATIVA EM 1991 – 2000 – 2008 – 2010 E TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL

População Taxa de Cresc. Anual


Regiões Administrativas 1991 2000 2008 2010
1991/2000 2000/2010
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % (%) (%)
RA I - Brasília 212.650 13,28 198.422 9,67 205.030 8,26 204.835 7,94 -0,77 0,32
RA II - Gama 136.207 8,51 130.580 6,37 147.327 5,93 150.332 5,83 -0,47 1,43
RA III - Taguatinga 228.249 14,26 243.575 11,88 274.221 11,04 278.880 10,81 0,7 1,37
RA IV - Brazlândia 41.119 2,57 52.698 2,57 60.293 2,43 61.549 2,38 2,82 1,58
RA V - Sobradinho 81.521 5,09 128.789 6,28 194.378 7,83 212.045 8,22 5,26 5,16
RA VI - Planaltina 90.185 5,63 147.114 7,17 217.086 8,74 235.561 9,13 5,64 4,86
RA VII - Paranoá 39.066 2,44 54.902 2,68 68.499 2,76 71.440 2,77 3,89 2,69
RA VIII - Núcleo Bandeirante 27.888 1,74 36.472 1,78 45.733 1,84 47.745 1,85 3,06 2,75
RA IX - Ceilândia 364.289 22,75 344.039 16,77 361.601 14,56 363.046 14,07 -0,64 0,54
RA X - Guará 97.374 6,08 115.385 5,63 136.304 5,49 140.143 5,43 1,92 1,98
RA XI - Cruzeiro 51.230 3,2 63.883 3,11 78.531 3,16 81.536 3,16 2,51 2,49
RA XII - Samambaia 127.431 7,96 164.319 8,01 184.910 7,45 188.198 7,29 2,96 1,38
RA XIII - Santa Maria 14.833 0,93 98.679 4,81 117.769 4,74 121.710 4,72 23,68 2,14
RA XIV - São Sebastião 17.399 1,09 64.322 3,14 109.512 4,41 121.956 4,73 15,79 6,66
RA XV - Recanto das Emas 2.239 0,14 93.287 4,55 138.757 5,59 151.112 5,86 51,93 4,98
RA XVI - Lago Sul 27.431 1,71 28.137 1,37 27.990 1,13 27.640 1,07 0,29 -0,18
RA XVII - Riacho Fundo 5.675 0,35 41.404 2,02 62.546 2,52 68.567 2,66 24,97 5,22
RA XVIII - Lago Norte 22.183 1,39 29.505 1,44 34.416 1,39 35.328 1,37 3,25 1,83
RA XIX - Candangolândia 14.125 0,88 15.634 0,76 18.601 0,75 19.133 0,74 1,14 2,06
DF Total 1.601.094 100,00 2.051.146 100,00 2.483.505 100,00 2.580.757 100,00 2,82 2,34
Fonte: Censos IBGE e Projeções SEDUMA.

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54
O saldo migratório, que corresponde à
diferença entre a quantidade de pessoas que se TABELA 6 - POPULAÇÃO E TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL DO ENTORNO DO DF
transferiram para o DF (220.781) e aqueles que
foram para outros estados (188.575), mostra uma População TCA
relação positiva para o DF de 32.206 moradores Municípios do Entorno do DF 2000 /
2000 2007
num período de 5 anos. Por conseguinte, se o DF 2007 (%)
ainda recebe muitos migrantes, também existe forte 1 - Abadiânia (GO) 11.452 12.623 1,42
movimento de partida daqueles que já estavam 2 - Água Fria de Goiás (GO) 4.469 5.008 1,66
fixados na cidade. 105.746 132.203 3,28
3 - Águas Lindas de Goiás (GO)
Nesse fluxo migratório, impressiona o 4 - Alexânia (GO) 20.047 20.539 0,35
acentuado deslocamento de população do Distrito 5 - Cabeceiras (GO) 6.758 6.607 -0,33
Federal em direção a Goiás, especialmente para os 6 - Cidade Ocidental (GO) 40.377 48.670 2,74
municípios do Entorno do DF, cujas taxas de 7 - Cocalzinho de Goiás (GO) 14.626 14.782 0,15
crescimento são mais altas do que as verificadas 8 - Corumbá de Goiás (GO) 9.679 9.188 -0,75
no Distrito Federal, alcançando 5,49% ao ano entre 34.116 36.614 1,03
9 - Cristalina (GO)
1991 e 2000, e decrescendo para 2,42% no 78.651 90.206 2,00
10 - Formosa (GO)
período de 2000 a 2007. No ano de 2007, a
11 - Luziânia (GO) 141.082 196.046 4,87
Contagem de População do IBGE registrou
12 - Mimoso de Goiás (GO) 2.801 2.836 0,18
1.063.182 habitantes no Entorno que, somados ao
13 - Novo Gama (GO) 74.380 82.344 1,48
DF, perfaziam 3.519.085 moradores.
14 - Padre Bernardo (GO) 21.514 25.969 2,76
Para o Distrito Federal, desde meados 21.245 20.465 -0,54
15 - Pirenópolis (GO)
da década de 80, o crescimento vegetativo passou 73.718 76.907 0,61
16 - Planaltina (GO)
a ser mais relevante do que a migração no
17 - Santo Antônio do Descoberto (GO) 51.897 55.621 1,01
aumento populacional. Como o crescimento
18 - Valparaíso de Goiás (GO) 94.856 115.023 2,83
vegetativo se escora em padrões de fecundidade,
19 - Vila Boa (GO) 3.287 4.211 3,65
mortalidade e valores culturais que estão se
20 - Vila Propício (GO) -- 5.044 --
consolidando na sociedade, é possível afirmar que
o Distrito Federal estabilizará gradativamente a sua 21 - Buritis (MG) 20.396 21.462 0,74
população. Em resumo, o crescimento vegetativo é 22 - Cabeceira Grande (MG) -- 6.379 --
responsável por 88,02% da expansão do DF, 23 - Unaí (MG) 70.033 74.435 0,89
enquanto o saldo migratório fica apenas com Entorno Total 901.130 1.063.182 2,42
11,98%, ou seja, uma colaboração 7,34 vezes
Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE.
menor. Contagem da População 2007, IBGE.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

55
3.2 Estrutura Etária e Envelhecimento um processo de envelhecimento da população, para o trabalho etc;

Pelo Censo Demográfico de 2000,


em que o percentual de adultos e idosos
aumenta e gradativamente suplanta a
• em tese, constitui parte da PEA (população
60,7% da população do Distrito Federal tinha economicamente ativa) e/ou potencialmente ativa,
quantidade de crianças, antes em maioria; 4)
menos que 30 anos de idade e este contingente incluindo um segmento que está ingressando no
como há prevalência de jovens na população, o
representava 1.245.054 pessoas. No Brasil, a mercado de trabalho em busca do primeiro
crescimento vegetativo ainda será alto, porque,
proporção desse grupo foi de 57,83%. Em 1991, o emprego;
no caso do DF, ainda que a fecundidade seja
grupo etário entre 0 a 29 anos tinha uma proporção
ainda maior, de 66,11% da população do DF, e a
menor, a proporção de mulheres em idade fértil • representa uma parcela da população que
(entre 15 e 49 anos), aumentou de 58,06% em procura moradia (demanda habitacional) motivada
sua redução em 2000 ocorreu por influência de
1991 para 60,75% em 2000. pela constituição da própria família, independência
uma taxa de fecundidade decrescente no país, isto
desta ou por sua condição de imigrante;
é, as mulheres, ao final de sua idade reprodutiva, Para o planejamento das demandas
estão tendo menos filhos. Essas informações sociais no DF, esse grupo da população de 0 a • a população do sexo masculino, na faixa dos
trazem os seguintes impactos: 1) uma menor taxa 29 anos merece uma atenção especial, uma vez 15 aos 29 anos de idade, configura o segmento
de fecundidade em nível nacional pode retrair os que: social mais atingido pela mortalidade por causas
fluxos migratórios, que deixariam de contar com
uma porção excessiva de pessoas; 2) a taxa de
• inclui a clientela atual e potencial para a
externas (violência por acidentes de trânsito,
homicídios), problema que exige diferentes
educação de nível fundamental, médio e
crescimento do DF tende a diminuir, como já se abordagens por parte do Estado e da sociedade
superior, da pré-escola e creches, além de
verificou anteriormente, quando passou de 2,82% mediante programas de prevenção, controle e
programas especiais voltados para a
ao ano em 2000 para 2,34% em 2010; 3) iniciou-se atendimento nas áreas de segurança pública,
alfabetização de adultos, de formação técnica
educação no trânsito, combate ao uso de drogas e
lazer. Grande parte desse grupo, conforme o
Censo 2000, tinha por naturalidade o Distrito
TABELA 7 - CRESCIMENTO VEGETATIVO E SALDO MIGRATÓRIO DO DISTRITO FEDERAL Federal (46,65% da população total), ou seja,
ENTRE 1995 E 2000 nasceram nos últimos 40 anos, filhos de migrantes
que também vieram jovens para a capital.

Fatores Demográficos 1995 / 2000 A proporção do grupo infanto-juvenil do


Nascimentos 286.818 Distrito Federal está encolhendo ano a ano, como
Mortes - 50.267 se observa nos dados dos Censos do IBGE. Em
Crescimento Vegetativo (1)
236.551 1991, o grupo etário entre 0 e 14 anos
Imigração 220.781 correspondia a 33,88% da população total. Em
Emigração - 188.575 2000, esse grupo declinou para 28,43%, abaixo da
(2) média do Brasil que então permanecia em 29,60%.
Saldo Migratório 32.206
(1) + (2) Nas projeções realizadas pela SEDUMA, constata-
Total 268.757
Fonte: DATASUS e Censo IBGE 2000.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

56
se que o grupo formado pelas crianças mantém
essa tendência de redução, ficando com 27,38% TABELA 8 - GRUPOS ETÁRIOS DA POPULAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
em 2006 e vai para 26,53% no ano de 2010. ENTRE 1991 – 2000 – 2006 – 2010
Ano
As faixas etárias seguintes, compostas Grupo
1991 2000 2006 2010
por adolescentes e jovens com 15 a 24 anos de Etário
Total % Total % Total % Total %
idade, também apresentam uma característica
00-04 174.832 10,92 201.527 9,83 235.578 9,88 236.017 9,15
demográfica semelhante. No Censo de 1991, o
05-09 183.421 11,46 190.877 9,31 215.558 9,04 230.282 8,92
grupo de 15 a 24 anos representava 22,07% e,
10-14 184.199 11,50 190.675 9,30 201.525 8,45 218.450 8,46
excepcionalmente, aumentou para 22,39% em
2000. A ampliação que houve pode ser explicada
15-19 173.738 10,85 225.337 10,99 216.669 9,09 219.381 8,50
pela transferência de um contingente maior de 20-24 179.545 11,21 233.884 11,40 243.930 10,23 245.571 9,52
crianças para esse outro grupo etário ao longo da 25-29 162.734 10,16 202.754 9,88 250.435 10,51 256.874 9,95
década. Mas o grupo juvenil também acompanha o 30-34 129.216 8,07 181.064 8,83 217.853 9,14 244.291 9,47
decrescimento do grupo de crianças com um 35-39 110.199 6,88 157.119 7,66 193.504 8,12 210.170 8,14
percentual de 19,32% em 2006 e 18,02% em 2010. 40-44 87.756 5,48 125.508 6,12 162.002 6,80 185.915 7,20
45-49 64.592 4,03 101.899 4,97 126.309 5,30 151.900 5,89
De modo geral, o grupo de 0 a 24 anos
50-54 51.087 3,19 77.297 3,77 103.870 4,36 116.602 4,52
de idade será subtraído em 11,40% na participação
55-59 35.569 2,22 53.567 2,61 76.783 3,22 93.444 3,62
que tinha na população do DF quando se analisa o
60-64 25.334 1,58 42.112 2,05 51.328 2,15 65.650 2,54
período que vai de 1991 a 2010. As pirâmides
65-69 16.914 1,06 26.979 1,32 36.881 1,55 43.145 1,67
etárias, que ilustram graficamente a condição das
70-74 10.066 0,63 18.710 0,91 22.799 0,96 29.084 1,13
diversas faixas de idade, vão adquirindo uma base
75-79 6.660 0,42 11.115 0,54 13.828 0,58 16.519 0,64
mais curta com o passar dos anos, devido à
80 e + 5.232 0,33 10.722 0,52 14.761 0,62 17.460 0,68
proporção menor ocupada pelo grupo infanto-
Total 1.601.094 100,00 2.051.146 100,00 2.383.614 100,00 2.580.757 100,0
juvenil.
Fonte: Censos IBGE e Projeções SEDUMA.
Entre os adultos com 25 a 39 anos,
plenamente em idade produtiva e em condição de
constituir família, desenvolve-se uma situação
inversa ao do segmento anterior, tornando-se o Para 2010, observa-se que a diminuição desse 1991 e 2010, haverá um incremento de 9,71% em
maior grupo na pirâmide etária. No início da década grupo também começa a acontecer ao obter a sua proporção e surpreende o fato de que a faixa
de 90, esses adultos jovens constituíam 25,12% da proporção de 27,56%, que induz ao crescimento etária de 24 a 39 anos já tenha atingido o seu
população total do DF, expandindo-se ainda mais do próximo grupo etário composto pelos adultos maior percentual em 2006, decaindo, a partir de
no ano 2000 para 26,37% (Censo IBGE) e sendo entre 40 e 64 anos de idade. Para o conjunto do então, por resultado do processo de
27,76% em 2006 pelas projeções da SEDUMA. grupo adulto (de 25 a 64 anos de idade) entre envelhecimento.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

57
Esse processo gera o aumento do média do Brasil, o seu envelhecimento está Por fim, também é verificado o aumento
percentual de adultos, que era de 41,63% da sendo mais rápido. Nas projeções da SEDUMA, gradativo do percentual de idosos (65 anos ou mais
população do DF em 1991, e atingiu 45,89% o grupo adulto chegou a 49,59% em 2006 no de idade) que, em 1991, respondia por 2,43% da
em 2000, enquanto a média nacional ficou em Distrito Federal e corresponderá a 51,34% da população do DF e chegou a 3,29% no Censo
44,47%. Isso significa que, apesar de a população em 2010. 2000, devendo alcançar a proporção de 4,12% em
população do DF ser mais jovem do que a 2010. Assim, o número de idosos no Distrito
Federal quase dobrará em duas décadas. Um
GRÁFICO 1 - DISTRITO FEDERAL - PIRÂMIDES ETÁRIAS – 1991-2010 número maior de pessoas na terceira idade exige
investimentos mais caros em saúde, exercem
impacto nas contas e políticas previdenciárias e na
demanda por opções de lazer e moradia próprias a
esse grupo etário.

O processo de envelhecimento também


se torna patente com a ajuda de outros indicadores
relacionados. No caso, a idade média dos
moradores do DF passou de 24,41 anos em 1991
para 26,64 anos em 2000 e, segundo as projeções
da SEDUMA, chegou a 27,91 anos em 2006 e
deverá atingir 28,82 anos em 2010. Por sua vez, a
esperança de vida ao nascer superou os 67,54
anos em 1991 e se coloca em 69,45 anos para
2003 (DATASUS). A taxa de mortalidade infantil no
DF foi a mais baixa do país, registrando 13,65 por
mil nascidos, em 2002.

Face à dinâmica da população do DF,


interessa conhecer a sua razão de dependência,
entendida como “o peso das crianças e idosos
sobre o segmento populacional que, em princípio,
estaria exercendo alguma atividade produtiva”
(IBGE). Esse indicador permite analisar a
proporção de pessoas que estão, em tese, fora do
mercado de trabalho (grupo etário de 0 a 14 anos e
os idosos com 65 anos ou mais de idade)

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

58
relacionando-a com a população potencialmente 4. ECONOMIA DO DF financiamentos do Sistema Nacional de Habitação
ativa em termos econômicos, que corresponde ao permitiram a criação de empresas construtoras no
grupo etário entre 15 e 64 anos de idade. A razão DF nesse período. Entretanto, com a extinção do
de dependência oferece duas vantagens 4.1 Fases do Desenvolvimento Econômico do BNH em 1986, os investimentos se retraíram,
importantes: 1) demograficamente, avalia o Distrito Federal sendo acompanhados pela redução do número de
processo de envelhecimento ou rejuvenescimento trabalhadores na construção civil.
A economia do Distrito Federal, nestes
da população ao associar as proporções de
seus 48 anos, foi se desenvolvendo conforme o Por outro lado, foi nesta década que a
crianças, adultos e idosos; 2) do ponto de vista
predomínio de certos setores, iniciando com a estrutura econômica do Distrito Federal se definiu
econômico, mostra o custo social maior ou menor
importância adquirida pela construção civil nas pela expansão no setor terciário, atingindo 86,1%
que a população em idade produtiva tem que arcar
duas primeiras décadas da cidade e voltando-se do PIB em 1985. A capital do país passou a atrair
para sustentar as crianças e idosos.
para o setor terciário na medida em que se uma série de empresas que buscavam a
No Distrito Federal, em 1991, para cada consolidava como capital do país. proximidade com a administração federal, de modo
100 pessoas em condição de trabalhar, 57,01 a aproveitar os negócios gerados pelos órgãos
Assim, na década 60, após a
(teoricamente) se colocavam em uma situação de públicos, e dinamizando o comércio local. Já se
inauguração da capital, a construção civil se
dependência. No ano 2000, essa disparidade se revela na década 80 uma característica marcante
mantinha em constante atividade nas áreas
reduziu drasticamente, caindo para 46,45 diante da da indústria e do comércio do DF, que perdura
governamentais e de habitação em Brasília. O
diminuição do número de crianças nascidas. Nas atualmente: a concentração de empresas de
Plano Piloto ainda não constituía o centro
projeções para 2006 e 2010, o indicador se pequeno e médio porte. Este fato dificulta o ganho
econômico do DF, uma vez que o Núcleo
mantém em declínio, passando para 45,10 e 44,19, de escalas de produção e o aumento da
Bandeirante e Taguatinga reuniam mais
respectivamente. O número de idosos se expande, competitividade frente a firmas de grande porte de
estabelecimentos e serviços e havia uma
mas ainda não compensa a proporção perdida outros Estados com maior força econômica.
precária interligação de transportes. Todavia, a
pelas crianças e, no futuro, o grupo da terceira
partir da década 70, o setor público começou a Simultaneamente, a população do DF
idade elevará novamente a razão de dependência.
se firmar com a intensa transferência de órgãos alcançou 1 milhão e 600 mil habitantes no início da
Esses indicadores comprovam a e servidores do Rio de Janeiro, formando um década de 90, em um contexto recessivo e de
tendência do processo de envelhecimento do DF. mercado consumidor na nova capital. Foi combate à inflação por meio de pacotes
O envelhecimento populacional traz, consigo, a somente ao final dessa década, com a instalação econômicos. Diante da pressão por empregos para
necessidade de redirecionar as políticas públicas, definitiva das embaixadas e da maior parte da essa população, o GDF procurou promover a
como mudar os parâmetros de previdência para o administração direta e indireta em Brasília, que o economia local por meio do Programa de
grupo de idosos e dar maior atenção à qualidade setor da construção civil começou a perder Desenvolvimento Industrial do Distrito Federal –
do ensino para as crianças e jovens, dado o perfil participação no Produto Interno Bruto (PIB) do PROIN/DF, lançado em 1988.
das pirâmides etárias em modificação: base de DF.
Na década de 90, o setor terciário
crianças e jovem em estreitamento, predomínio de
Em 1980, o setor da construção civil continuou crescendo e contou principalmente com
adultos e ampliação dos idosos.
representava 12,2% do PIB local e os a participação do setor público, que ultrapassou os

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

59
23,43% do PIB do DF em 1985, atingindo 40,48% Esses três programas, PROIN, 4.2 Produto Interno Bruto do DF
em 1999, embora a crise fiscal e a reforma do PRODECON e PADES, significaram uma
A dinamização da economia local tem se
Estado tenham modificado a administração pública. mudança de agenda para o Governo do Distrito
refletido no aumento da participação do DF no PIB
Por conseguinte, essa atividade se transformou no Federal, que não mais podia contar com a
nacional, que evoluiu positivamente de 1,45% em
principal motor da economia local. dependência exclusiva do setor público para
1985 para 2,7% em 1998, chegando a 2,8% em
gerar emprego e renda a uma população de 2
No entanto, houve significativa queda de 2001 e a 2,43% em 2003. Conforme divulgação do
milhões de moradores, calculada pelo Censo no
outros setores nos anos 90: os serviços de IBGE para o PIB dos Estados e Municípios em
ano 2000. Nesse sentido, o estímulo a outras
intermediação financeira, beneficiados com os 2004, a economia do Distrito Federal ocupava uma
atividades na economia local se tornou uma
longos anos de inflação, que chegaram a ter posição bem situada, conquistando o 3º. lugar
prioridade.
participação de 68,86% no PIB local entre 1989 e entre os maiores PIBs das capitais, ficando atrás
1993, reduziram-se para 28,81% em 1999, depois Mantendo esse objetivo, em 1999 foi apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
da estabilização econômica com o Plano Real. A constituído o Programa de Promoção do Considerando as 27 Unidades da Federação, o DF
construção civil manteve a tendência de Desenvolvimento Econômico Integrado e se classifica na 9ª. colocação ao contribuir com
decréscimo, oscilando com uma participação no Sustentável – PRÓ-DF, que se destinava à 2,5% no PIB nacional, à frente, inclusive, do Estado
PIB do DF entre 2,5% a 4% ao final dessa década. concessão de benefícios por parte do governo de Goiás (2,3%).
A indústria de transformação, por sua vez, não local à iniciativa privada como forma de
Internamente, a composição do PIB do
adquiriu participação econômica significativa, alavancar a economia do Distrito Federal, além
Distrito Federal em 2004 registra uma ampliação
permanecendo com 2,9% no PIB. Por último, o de apoiar as iniciativas de negócios que
do setor terciário para 94,1%, no qual se destaca o
setor agropecuário compunha apenas 0,47% da produzam bens, serviços, empregos e renda e
setor público, que promove uma combinação
economia do DF na década de 1990. elevem a geração de receita tributária para o DF.
bastante peculiar com as outras atividades
Além da proporção excessiva O PRÓ-DF II – Programa de Apoio ao produtivas se comparada com as demais capitais.
conquistada pelo setor de serviços, se comparada Empreendimento Produtivo, implementado em Em Belo Horizonte, por exemplo, o setor público
com outras cidades e Estados brasileiros, os anos 2004 pelo GDF, representou uma continuidade representa 23,04%, enquanto que em Brasília, por
90 também foram marcados pela aquisição de da iniciativa anterior. Ambos os programas ser a capital brasileira, a administração pública
autonomia política pelo Distrito Federal, reforçando buscaram desenvolver ações tendo como alcança 59,3% da economia local.
os programas de desenvolvimento econômico referência as Áreas de Desenvolvimento
O setor industrial de BH fica com
locais. O PROIN foi transformado no Programa de Econômico – ADEs. Tais áreas, localizadas nas
15,14% do PIB da cidade e Brasília soma, no
Desenvolvimento Econômico – PRODECON/DF proximidades das Regiões Administrativas,
máximo, 5,5% (construção civil e indústria de
em 1992. Também foi criado o Programa de visam descentralizar as atividades produtivas e
transformação). Em serviços e comércio, esse
Desenvolvimento Econômico e Social – PADES/DF empregos para além do Plano Piloto de Brasília.
setor tem 34,8% do PIB do DF e, em Curitiba, a
no ano de 1996, ambos apoiando o setor produtivo
participação dessas duas atividades é de 61,8%.
com a oferta de áreas para a instalação de
Desse modo, o Distrito Federal coloca-se como
empresas, incentivos fiscais e financiamentos.
uma localidade especializada em serviços, em que

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

60
o setor público empresta uma estabilidade
econômica que permitiu ao DF obter o 2º. PIB per GRÁFICO 2 – COMPOSIÇÃO DO PIB DO DISTRITO FEDERAL POR ATIVIDADES ECONÔMICAS 2004
capita mais alto do país entre as capitais, perdendo
19,8%
apenas para Vitória-ES. Assim, o Distrito Federal
oferece uma importante fonte de desenvolvimento 15,0% 3,1%
da Região Centro-Oeste. Administração pública
2,4%
Agropecuária
0,4%
Setor financeiro
4.3 Setores Produtivos do Distrito Federal
Comércio e Serviços
O setor primário tem se destacado na
Construção civil
economia do Distrito Federal, embora possua uma
contribuição diminuta no PIB local (0,4% em 2004). Indústria
Na pecuária, houve uma melhoria de qualidade no
rebanho bovino, que foi seguido pelo incremento da 59,3%
oferta de carne e leite, dobrando praticamente a
produção desde a década de 90. O rebanho suíno produtiva de plantas e flores ornamentais Nesse setor produtivo, 88,49% das
teve um resultado ainda maior que o bovino na também encontra condições favoráveis para empresas têm de 1 a 20 empregados; 8,49% de 21
venda de carne. A avicultura, contando com despontar na economia local, uma vez que o DF a 100; 2,24% empregam de 101 a 500 funcionários
modernos abatedouros e granjas, conseguiu não é o terceiro maior consumidor desses produtos e somente 0,79% contam com mais de 500
só suprir o mercado do DF como também gerou no país, onde o clima e o predomínio de casas e trabalhadores. Com essas características, as
excedentes que são exportados para outros áreas verdes são atraentes para o setor (FIBRA, indústrias do Distrito Federal enquadram-se como
Estados e para o exterior. 2006). pequenas e médias empresas, o que afeta a
Na agricultura, possuindo 66% de sua capacidade local em competir com grandes firmas
As atividades do setor secundário no
área rural com potencial cultivável, a lavoura de de outros Estados. Alguns ramos industriais têm
DF têm oscilado em torno de 8% do PIB local,
soja foi a que mais cresceu em extensão, de tal boas condições de se expandir no Distrito Federal
sendo que a indústria de transformação e a
modo que reduziu e ocupou a produção de arroz, caso recebam prioridade e incentivos, gerando
construção civil possuem participação
feijão e milho até que perdessem expressão mais empregos e agregando valor aos seus
equilibrada nessa proporção. Entre os
econômica. Entre as hortaliças, as culturas mais produtos. É o caso das cadeias produtivas de
estabelecimentos, existe a presença do ramo da
importantes são as de tomate, batata e cenoura, tecnologia da informação e comunicação, das
construção; produtos alimentícios; de editoração
abrindo a oportunidade para um novo nicho no empresas de movelaria, de confecções e da
e gráficas; de bebidas; de metalurgia e
mercado que vem se expandindo nos últimos anos construção civil (FIBRA, 2006).
máquinas; de minerais não metálicos e de
no DF: a agricultura orgânica (sem a utilização de madeira e mobiliário. No setor terciário, que abarca o
fertilizantes e defensivos químicos). A cadeia comércio e os serviços, esta é a principal atividade

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

61
econômica do Distrito Federal, com 94,1% de ocupadas somaram 1.021.500 trabalhadores sexos, pois há mais mulheres sem ocupação
participação no PIB em 2004. A administração (81,97%), e as desempregadas perfaziam (57,37%) do que homens (43,52%). Também há
pública – federal e distrital, representa 59,3% de 224.700 (18,03%). uma proporção menor de chefes de família
toda a economia do DF. O setor privado – sistema desempregados (20,25%) do que para os demais
Segundo a PED-DF, o desemprego
bancário, hotelaria, concessionárias de veículos, membros que contribuem para o orçamento
aberto (pessoas que nos últimos 30 dias
lojas, universidades etc, ficam com 34,8% dos doméstico (79,75%). A falta de trabalho afeta
procuravam trabalho) atingia 10,38% da PEA
serviços e comércio. O turismo tem ampliado sua principalmente os jovens entre 18 e 24 anos de
(129.400 pessoas); o desemprego oculto por
atividade no DF a partir de eventos de negócios e idade, que constituem 38,76% (87.100 em números
trabalho precário (pessoas com atividade
da visitação aos espaços públicos, monumentos e absolutos) dos desempregados, apesar de os
irregular e que continuaram a busca por trabalho
instituições instaladas na capital do país com sua adultos de 25 a 39 anos ainda serem bastante
nos últimos 12 meses) correspondia a 4,41%
arquitetura modernista. afetados com 34,49%. Entre as faixas etárias de 10
(55.000 pessoas); e o desemprego por desalento
a 17 anos de idade e de 40 anos e mais, o
Fora da área central, se desenvolve o (pessoas sem trabalho, que deixaram de
desemprego era de 12,55% e 14,20%,
comércio varejista, principalmente em Taguatinga, procurar uma ocupação por encontrarem
respectivamente, sendo amortecido pela menor
mas a economia informal exerce grande influência dificuldades no mercado, mas que tentaram
inserção do primeiro grupo no mercado de trabalho
sobre esse ramo. Em localidades com menor conseguir uma atividade nos últimos 12 meses)
ou pelo maior conhecimento desse mercado no
renda, como Samambaia e Brazlândia, de 60% a representava 3,23% (40.300 pessoas).
segundo.
70% dos estabelecimentos não são licenciados.
Entre os ocupados, conforme o
Existe um processo de transferência de atividades Quanto aos setores de atividades
gênero, ainda existe um predomínio de homens
como clínicas, consultorias e outras para o Lago econômicas, os serviços reuniam 580.000
no mercado de trabalho, formando um conjunto
Sul e Taguatinga, em busca de aluguéis ou empregados em 2006, ou 56,78% do mercado de
de 52,26%, enquanto as mulheres ficam com
espaços mais compatíveis com os interesses das trabalho do Distrito Federal; em segundo lugar
47,74%, embora estas venham aumentando a
empresas. Os serviços ao agronegócio na Região encontra-se o ramo da administração pública
sua proporção desde a realização da primeira
Centro-Oeste, por sua vez, demonstram (federal e distrital) com 196.100 postos (19,20%) e
PED em 1992.
preferência de se instalarem em Goiânia, tanto pelo o comércio com 150.600 trabalhadores (14,74%).
preço dos imóveis quanto por questões fiscais. Os chefes de família representam O comércio varejista é o principal ramo em número
46% dos trabalhadores e os demais membros de estabelecimentos no DF com 38% do total e é o
54%. Nas faixas etárias, a maioria dos ocupados terceiro na oferta de empregos com 10,23%, atrás
4.4 Mercado de Trabalho encontra-se no grupo de 25 a 39 anos de idade apenas do setor público (47,97%) e da prestação
(42,98%), seguido pelos de 40 e mais anos de serviços de alojamento e alimentação (11,2%)
A População Economicamente Ativa
(36,02%). Os jovens de 18 a 24 anos são (SEDUH, 2004). Isto significa que o setor terciário
(PEA) do Distrito Federal, segundo a PED-DF,
19,04% do mercado de trabalho e o grupo de 10 compreende 90,72% dos empregos do DF.
realizada em julho de 2006, é de 1.246.200,
a 17 anos preenche 1,97% dos ocupados. Por
representando 52,28% do total de habitantes. As A indústria de transformação (gráficas,
outro lado, em relação aos 224.700
pessoas que no momento da pesquisa estavam móveis, bebidas, metalurgia) emprega 41.700
desempregados, ocorre uma inversão entre os

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62
trabalhadores e a construção civil emprega 41.200 Candangolândia e Riacho Fundo, atinge 17%. As também tinham uma proporção acentuada de
funcionários, sendo que o setor secundário totaliza oportunidades de trabalho estão concentradas 33,42% (75.100).
8,12% dos empregos. Por último, 11.900 na área central do DF, e as maiores taxas de
Cerca de metade dos chefes de
trabalhadores estão distribuídos entre o setor desemprego encontram-se na periferia e nas
domicílios do Distrito Federal (50,06%) tinham
agropecuário e os organismos internacionais como demais localidades de menor renda no DF, em
rendimentos mensais de até 5 salários mínimos, de
embaixadas, que foram agrupados na PED-DF, que pode chegar a 21,1% em Brazlândia,
acordo com o Censo 2000 do IBGE. Essa marca é
representando somente 1,16% dos empregos. Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião,
melhor que a média nacional, que exibe o quadro
Santa Maria e Recanto das Emas.
Do total de ocupados, a PED-DF faz a ostensivo das desigualdades sociais do país com
seguinte estimativa: os assalariados do setor 68,32% dos chefes de domicílio recebendo até 5
privado somam 445.100 trabalhadores (43,57%), salários.
4.5 Educação e Renda
sendo 80,36% deles trabalhadores formais, com
A distribuição da renda pelas RAs revela
carteira assinada, e 19,64% (87.400) informais. Os O Distrito Federal se destaca por
as desigualdades socioespaciais pelo modo como
empregados domésticos formam uma parte possuir um nível de escolaridade maior do que a
determinados grupos da população foram
também significativa do mercado de trabalho com média brasileira como mostra os dados do IBGE.
segregados na estrutura urbana. Assim, algumas
102.300 trabalhadores (10,01%), acompanhados No Censo de 1991, 43,7% da população
localidades tendem a possuir certa homogeneidade
pelos autônomos (15,54%) e outros economicamente ativa contava com o ensino
quanto à renda de seus habitantes. Nas RAs do
(empregadores, funcionários de consulados etc) médio ou curso superior completo; em 2000,
Lago Sul (87,6% do total de domicílios), Brasília
com 7,25% (PED-DF, julho 2006). esse número havia aumentado para 56%. Ao
(72,2%), Lago Norte (65%) e Cruzeiro (65%)
mesmo tempo, a quantidade de empregos
Uma situação notável da economia do predominam os chefes de domicílio com
exigindo essa formação também cresceu de
DF refere-se à prevalência dos estabelecimentos, rendimento acima de 10 salários mínimos. Nas
38,9% para 47,2%. Outros 44% não tinham o
atividades e empregos no Plano Piloto. Segundo a Regiões Administrativas mais distantes do centro
ensino fundamental completo (437.407 pessoas).
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do da cidade, 50% dos domicílios são chefiados por
Ministério do Trabalho para 2005, a RA Brasília Pelas informações da PED-DF, pessoas que vivem com rendimento de até 3
acumula 39,7% dos estabelecimentos do DF, 19,24% (196.500) dos ocupados têm curso salários mínimos, como é o caso do Paranoá
acompanhado por 16,69% em Taguatinga e superior e o desemprego atinge a apenas 5,79% (61,2% dos domicílios), do Recanto das Emas
10,46% do Guará. Em termos de empregos, (13.000) dos profissionais com essa (57,8%), de Samambaia (56,4%), de Brazlândia
67,81% se localizam em Brasília, 10,87% no Guará escolaridade. Os trabalhadores analfabetos e (54,4%), de São Sebastião (54%) e de Santa Maria
e 6,76% em Taguatinga, onde o comércio varejista com ensino fundamental incompleto ou completo (53,2%).
se destaca e existe elevado grau de informalidade. foram estimados em 349.800 (34,24% dos
ocupados). Entretanto, com 331.800 (32,48%)
Na área central (Brasília, Lago Sul e
ocupados com ensino médio completo, o maior
Lago Norte) a taxa de desemprego corresponde a
grupo de escolaridade no DF, os desempregados
9,6% e, na área do Gama, Taguatinga, Sobradinho,
Planaltina, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro,

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63
4.6 As Áreas de Desenvolvimento Econômico ADEs, conforme se observa na Figura 21. FIGURA 21 – PÓLO DE MODAS DO GUARÁ
Entretanto, muitos dos empresários optaram por
As Áreas de Desenvolvimento
morar no próprio imóvel destinado à atividade
Econômico – ADEs estão associadas aos
econômica – por não conseguirem arcar com um
programas PRO-DF I e II. Os principais incentivos
imóvel residencial e outro comercial – ou pelas
destes programas eram baseados em benefícios
condições de segurança e infra-estrutura – com
fiscais, tributários, econômicos, tarifários,
a finalidade de resguardar e proteger os seus
creditícios (capital de giro e financiamento para
investimentos. Ainda, os proprietários utilizam o
implantação de projetos), além do provimento de
edifício para locação de unidades imobiliárias,
infra-estrutura e capacitação profissional.
como apartamentos ou hotéis (Figura 22).
No entanto, alguns fatores
demonstraram a fragilidade desses programas,
revelando a precariedade da implantação das
ADEs, especialmente no processo de venda dos
Fonte: SEDUMA.
lotes pelos contemplados do programa no
momento em que obtiveram a escritura e o
cancelamento dos contratos por não cumprimento FIGURA 22 – SETOR DE OFICINAS NORTE
das metas do PRO-DF. No que se refere à
distribuição dos lotes, poucas empresas se
instalaram no período obrigatório estabelecido em
contrato.

Outros empreendimentos paralisaram as


atividades em menos de um ano após sua
instalação, contribuindo para o cenário de risco e
incertezas sobre as ADEs. Outro fator
preponderante para este fato foi a não implantação
da infra-estrutura urbana (iluminação pública,
pavimentação, calçadas, saneamento) nos terrenos
das ADEs, o que trouxe transtornos em termos de
acesso e restrições quanto ao uso. Fonte: SEDUMA.

Observa-se ainda que não é permitido


integrar o uso residencial ao uso comercial e de
serviços (uso misto) em uma mesma edificação nas

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64
5. ESTRUTURA URBANA cidades, assim como o nível de otimização de O padrão mais intensivo de ocupação
infra-estrutura. Estruturas mais compactas tendem do solo urbano, com os lotes de menor dimensão
a gerar maiores concentrações de pessoas, fator e com maior potencial construtivo (lotes entre
A estrutura urbana do DF pode ser fundamental na viabilidade de um sistema de 125m2 e 250m2), permite que nesta região se
descrita por dois elementos: o padrão de transporte coletivo eficiente. concentre uma população três vezes maior do que
distribuição da população nas áreas urbanas e o a da área central de Brasília, em uma mancha
A área central do DF, que compreende
padrão de deslocamentos cotidianos da urbana de dimensões equivalentes.
o Plano Piloto, o Cruzeiro, o Sudoeste-Octogonal
população.
e a Candangolândia, abarcava, em 1991, 17,36% Planaltina é a quarta RA em número de
O padrão de distribuição da população da população do DF, mas, em 2006, a sua moradores no DF. Junto com Brazlândia,
explicita a morfologia das localidades, no que se participação se reduziu a 12,48%. Sobradinho e Sobradinho II abarca 18,27% da
refere à intensidade da ocupação do solo urbano população do DF. Já a região sul-sudoeste
A área adjacente a Brasília, em um raio
(segundo modelos mais ou menos compactos) e à concentra 16,13% da população, o equivalente a
de até 10 km do centro político-administrativo,
tipologia das edificações da área (casas isoladas, 124.933 habitantes.
portanto, mais próxima do principal centro de
casas geminadas, habitações coletivas, grandes
emprego, serviços e equipamentos, possui a A comparação do padrão de
equipamentos, grandes superfícies comerciais,
menor proporção de moradores do DF (2,58%) distribuição da população nas regiões
entre outros).
como resultado da ocupação extensiva do solo mencionadas explicita que a tipologia de habitação
O padrão de deslocamentos evidencia a urbano. As localidades do Lago Sul, Lago Norte, coletiva não necessariamente reflete maior
localização do trabalho e da moradia no território, Park Way caracterizam-se pela predominância de intensidade de utilização do solo urbano.
as principais infra-estruturas de conexão e as lotes com dimensão superior a 800m2.
No Plano Piloto, onde predomina a
distâncias percorridas diariamente pela população.
Também adjacentes à área central, as habitação coletiva, as grandes áreas destinadas a
localidades de Candangolândia, Núcleo espaços livres e ao sistema viário não definem,
Bandeirante, Guará e Riacho Fundo, entretanto, a ocupação do solo segundo um
5.1 Padrão de distribuição da população
comparativamente às anteriores, apresentam um modelo compacto.
A visão do território do Distrito Federal padrão mais intensivo de uso do solo.
Modelos tendendo à compacidade da
destaca o padrão extensivo de ocupação do solo
De forma oposta, Ceilândia e malha urbana estão mais presentes em
urbano. Embora as densidades líquidas sejam
Taguatinga são as cidades que possuem mais localidades com residências unifamiliares ou
altas em certas localidades do DF, inclusive no
habitantes no DF. Juntamente com Samambaia e edifícios de menor altura em lotes de menor
Plano Piloto, quando computados os espaços
Águas Claras configuram a região com maior dimensão como Taguatinga, Ceilândia, Recanto
livres e sistema viário, as densidades brutas do DF
número de moradores, congregando 36,66% da das Emas, Paranoá, São Sebastião, Planaltina e
atingem valores baixos. Isto decorre da forma
população do DF, em 2006, que já chegou a Sobradinho. (vide Mapa 8)
como os elementos edificados se distribuem no
representar 44,97%, em 1991.
espaço urbano e da quantidade de espaços livres,
que determinam o grau de compacidade das

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65
MAPA 8 - TAMANHO DOS LOTES NO DF

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66
Os parcelamentos irregulares no Jardim Botânico, urbanos que fragmentam a área urbana desta 5.2 Padrão de deslocamentos da população
em Vicente Pires e Arniqueira, em Sobradinho e localidade. Por outro lado, cabe ressaltar o grande
Esse modelo de ocupação territorial,
entorno de Planaltina reforçam o padrão de número de áreas institucionais de grandes
disperso e de baixa densidade, orienta o padrão
ocupação horizontal do solo urbano, embora dimensões localizadas próximas à área central
de deslocamentos.
sejam observados casos que seguem modelos que configuram outra importante reserva de terras.
mais compactos e intensivos enquanto outros são (vide Figura 23)
mais dispersos e extensivos, à maior dimensão
dos lotes. Esta variedade relaciona-se em grande
medida à renda da clientela a que se destinam tais
áreas residenciais. FIGURA 23 - OBSTÁCULOS FÍSICOS

Se nas cidades tradicionais, altas


densidades costumam ser observadas próximas
ao principal centro de emprego e serviços,
otimizando a utilização de terras de grande valor e
grande acessibilidade, no caso do DF, o perfil da
distribuição espacial da população contraria o
padrão clássico da maioria das cidades. Tal
realidade se expressa no Gradiente de Densidade
de População – GDP igual a 0,12%, encontrado
para o ano 2000. Isto significa dizer que a variação
percentual da densidade pela distância em relação
ao centro é negativa, indicando densidades mais
altas na periferia do que no centro.

Outro aspecto da estrutura urbana


refere-se à presença de obstáculos físicos que
impedem a articulação urbana, como infra-
estrutura de saneamento e de transporte (redes
adutoras, linhas de transmissão, a ferrovia, o
metrô, entre outros). Samambaia é o caso
exemplar de ruptura do tecido urbano exercida
pelas redes de energia elétrica que impossibilitam
a utilização de grande reserva de terras, além de
estabelecer importantes distâncias e vazios

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

67
Observa-se, assim, que o padrão de
A Região Brasília concentra quase
distribuição da população nas áreas urbanas e o
metade dos locais de trabalho tanto principal como
padrão de deslocamentos cotidianos da população
secundário (44,80% e 47,42% respectivamente),
determinam, como característica do Distrito
sendo que na área central, onde estão localizados
Federal, o alto consumo de terras urbanas.
os Ministérios, Câmara Federal, Senado Federal e
outros Órgãos Federais estão alocados cerca de
50.000 postos de trabalho.

Os municípios limítrofes ao DF como


FIGURA 24 – MOBILIDADE DIÁRIA
Planaltina de Goiás, Águas Lindas, Santo Antônio
do Descoberto, Valparaíso, Novo Gama, Cidade
Ocidental e Padre Bernardo apresentam elevada
dependência da rede de serviços e empregos
ofertados pelo DF. Estima-se que mais de 30% da
população ocupada do entorno trabalha em
Brasília. Essa realidade gera uma demanda
significativa por deslocamentos diários.

A estrutura monocêntrica do DF implica


grandes distâncias da moradia com relação ao
local de trabalho. Bertaud (2001) estabeleceu um
índice de medição desta relação,
independentemente da área e da densidade da
cidade, permitindo que Brasília fosse comparada
com outras 15 cidades. O DF e seus municípios
limítrofes (isto é a área metropolitana de Brasília)
foi a que alcançou piores resultados,
demonstrando que grandes distâncias devem ser
percorridas diariamente pela população,
aumentando o custo operacional da cidade,
crescendo o uso de energia para o transporte e
aumentando o percentual da renda e do tempo
livres da população alocados nos deslocamentos.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

68
5.3 A urbanização pós 97 descentralização da população em direção ao Domiciliar de Transporte, CODEPLAN, 2000). Na
entorno do Distrito Federal, em busca de terras área que compreende Taguatinga, Sobradinho,
Após 1997, algumas tendências no
mais baratas e com titularidade, desprovidas, Guará, Núcleo Bandeirante e Candangolândia,
padrão de urbanização do Distrito Federal tornam-
porém, de infra-estrutura. O crescimento do constata-se relativo equilíbrio em suas trocas
se mais consistentes. Por um lado, o processo de
entorno suplanta, em intensidade, o crescimento migratórias. Em contrapartida, a região que
dispersão da residência, iniciado em meados dos
das áreas centrais. O crescimento do entorno, em abrange Gama, Brazlândia, Planaltina, Ceilândia,
anos 1980 e intensificado nos anos 1990,
apenas 6 anos, 2000-2006, obteve uma expansão Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto
consolida-se, configurando o principal desafio da
de 28,90%. das Emas e Riacho Fundo I e II, apresentou troca
revisão do PDOT.
líquida de 36.880 pessoas.
Finalmente, observa-se o progressivo
O panorama da dispersão, motivado
abandono da área central do DF, como resultado Assim, a consolidação destas
principalmente pelo aumento do número de
da mobilidade interna da população, isto é, da urbanizações residenciais dispersas e o
“condomínios” foi considerado pelo PDOT de
mudança de residência dos indivíduos/famílias no crescimento urbano das cidades limítrofes ao DF
1997, que buscou traçar diretrizes de
interior da cidade, fato que se contrapõe com a propiciou que o DF e entorno se configurassem
recentralização (mediante o aproveitamento das
grande pressão sobre a área tombada, em termos como cidade difusa (INDOVINA, 1990), um espaço
áreas urbanas existentes e procurando controlar o
de tráfego e serviços, como resultado da de dinâmicas territoriais onde se observam novos
crescimento extensivo). A dispersão no Distrito
concentração de empregos na região do Plano elementos não considerados até 1997. A cidade
Federal produz impactos negativos sobre o
Piloto. difusa privilegia lógicas de fluxo, no lugar da
território, como o aumento das distâncias a serem
tradicional importância das relações de
percorridas no território, o incremento do A área central, compreendendo Brasília,
proximidade entre os espaços. Com isso, nesta
transporte privado e o colapso das infra-estruturas Cruzeiro, Sudoeste, Lago Norte e Lago Sul,
Área Metropolitana em formação não se percebem
viárias existentes, provocando a necessidade destaca-se como a que mais expulsa população,
perímetros urbanos claros, mas uma mancha de
contínua e crescente de ampliação da rede viária. apresentando uma troca liquida negativa de
urbanização contínua, com maior ou menor
A característica da dispersão, por oposição à aproximadamente -41.226 pessoas (Pesquisa
intensidade de uso.
concentração, inviabiliza, na maioria das vezes, a
implantação de sistemas de transporte coletivo,
assim como requer um custo mais alto na
implantação de infra-estruturas de saneamento, TABELA 9 - IMIGRANTES, EMIGRANTES E TROCAS LÍQUIDAS DO MOVIMENTO INTRA-URBA NO
- DISTRITO FEDERAL – 1996/2000
coleta de resíduos e oferta de serviços públicos.
Unidades Territoriais Imigrantes Emigrantes Trocas Líquida
Além disso, ressalta-se que o crescimento urbano
disperso promove o rápido esgotamento das áreas Área Central 21.279 62.505 -41.226
adequadas à ocupação urbana e pressiona áreas Área Adjacente 56.115 51.769 4.346
de maior fragilidade ambiental.
Área Periférica 74.320 37.440 36.880
O crescimento urbano nos municípios Fonte: Codeplan – Pesquisa Origem-Destino Domiciliar - 2000

limítrofes do DF consolida a tendência de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

69
Para ordenar a leitura dos processos de exemplos o Projeto Becos QNO É o caso dos Setores Grande Colorado,
urbanização identificados a partir de 1997, foram 1,3,4,5,6,7,9,11,13,15 ou o Centro Urbano Boa Vista, Região dos Lagos, São Bartolomeu,
estabelecidas as seguintes categorias por: (a) Samambaia. Jardim Botânico, Nacional, Orixá e Tororó.
consolidação, (b) adensamento, (c) expansão, por
c) Expansão e) Polarização
(d) dispersão ou (e) polarização. (Mapa 9)
A criação de novas áreas urbanas Trata-se de um processo de
a) Consolidação
contíguas aos núcleos urbanos configura um urbanização derivado do cenário de dispersão
Constitui o processo de ocupação de processo de expansão, em que se prolongam as territorial. A intensa mobilidade nos deslocamentos
espaços urbanos com destinação prévia, em geral, infra-estruturas existentes, aumentando o casa-trabalho torna o sistema rodoviário um
cumprindo os projetos urbanísticos registrados em perímetro urbano. Trata-se de um crescimento nas elemento de grande visibilidade e extremamente
cartório. Se for considerado que foram criados bordas da cidade. acessível para certas atividades, como os centros
novos núcleos urbanos no DF até a década de 90, comerciais. Por outro lado, a dispersão da
Observa-se a presença desse processo
é natural que muitas áreas, nos últimos 15 anos, residência gera um novo mercado de consumo
de urbanização em casos como o Setor de
ainda continuem em fase de consolidação. que tem de se deslocar até o núcleo urbano mais
Oficinas – Brazlândia, a Expansão Setor M Norte,
próximo para comprar bens cotidianos. Neste
Desde 1997 foram consolidadas as ou o Setor de Oficinas do Lago Norte.
contexto, novas atividades comerciais passam a
áreas do Setor de Administração Federal Sul –
Grande parte da expansão urbana associar-se àquelas típicas das estradas, como
SAFS, no Plano Piloto e as quadras SQSW 300,
observada remete à criação de novas áreas postos de abastecimento de combustíveis, criando
SQSW 305, CLSW 300A, CLSW 300B do Setor
residenciais, como o Riacho Fundo II, a QE 42/44 grandes centros comerciais ao longo das
Sudoeste, além de diferentes áreas de Águas
do SRIA II, a Área de Expansão Guará II ou o principais vias de acesso ou na confluência de
Claras.
Setor Habitacional Boa Vista. urbanizações dispersas.
b) Adensamento
d) Dispersão Além disso, áreas produtivas, sedes
O reaproveitamento dos espaços empresariais, campi universitários acabaram
O parcelamento de glebas rurais, de
degradados e obsoletos, de modo a otimizar o uso buscando terrenos de grandes dimensões e menor
propriedade pública ou privada, relativamente
das infra-estruturas existentes, gerando maiores valor em pontos estratégicos do território onde
desconectadas dos núcleos urbanos consolidados,
densidades, caracteriza o adensamento. Nesta podem se beneficiar da ampla acessibilidade
em unidades de menor dimensão, caracteriza o
forma de crescimento não há alteração do garantida pela rede rodoviária em permanente
crescimento por dispersão. Materializada nos
perímetro urbano. ampliação.
denominados “condomínios”, a dispersão
O adensamento ocorreu principalmente representa a principal forma de crescimento da
em Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas e mancha urbana do Distrito Federal nos últimos 10
Santa Maria, coincidindo com as diretrizes do anos.
PDOT/1997 que estimulava a indução da
ocupação das áreas ociosas. Constituem

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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MAPA 9 - CRESCIMENTO URBANO DO DF - 1997-2003

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

71
Percebe-se que no DF as polaridades emergentes • Ao longo da EPNB: nesta via de conexão próprio dos assentamentos tradicionais do Centro-
tendem a se localizar: com Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Oeste brasileiro, dos séculos XVIII e XIX.

• ao longo da via EPIA: além de conectar o


Samambaia, Recanto, observam-se áreas
produtivas que se estabelecem em sua
quadrante norte e o quadrante sul, a EPIA é
extensão, como a ADE Placa das Mercedes, o Testemunhos da construção de Brasília –
também o principal ponto de confluência das
Setor Bernardo Sayão e a ADE de Águas Edifícios e acampamentos pioneiros
demais vias de conexão com o quadrante
Claras.
sudoeste (EPCL, EPTG e EPNB). As principais Implantados como apoio à construção
polaridades estão concentradas nos trechos de Brasília, transformaram-se em realidades
mais próximos à EPCL, EPGU e EPNB. sociais que influenciaram na conformação da
5.4 Patrimônio Ambiental Urbano
Observam-se, também, polaridades ocupação do território, sendo que suas edificações
relacionadas com a dispersão da residência, no As dinâmicas da urbanização nestes em madeira apresentam elementos característicos
entroncamento do Balão do Colorado, próximo últimos anos não impediram a manutenção de da arquitetura moderna.
ao Taquari e nas proximidades com os diferentes elementos que compõem o patrimônio
A Vila Planalto é o único destes
condomínios de Sobradinho (Colorado e Boa cultural do Distrito Federal. As pressões sobre o
acampamentos que conserva remanescentes de
Vista). Constituem exemplos o conjunto de conjunto urbano tombado, a degradação do
edificações representativas, bem como grande
centros comerciais próximos ao Parkshopping e patrimônio vernáculo e dos testemunhos da
parte do seu traçado urbano original. Considerada
Carrefour Sul – Freepark, CTIS, Casapark; a história da construção de Brasília são, contudo,
um dos principais testemunhos da época da
Feira dos Importados, o Makro e a CEASA. problemas a serem enfrentados para garantir a
construção de Brasília, foi tombada pelo Governo
• ao longo da EPTG: de acordo com a
preservação destes espaços.
do Distrito Federal pelo Decreto nº 11079, de
Pesquisa Domiciliar de Transporte 21.04.88.
(CODEPLAN, 2000), o ponto de confluência
Patrimônio vernáculo urbano A Candangolândia reúne poucas
entre a EPIA e a EPTG registra-se o maior
edificações remanescentes do primeiro
volume de veículos. Esta via estabelece a As áreas antigas dos assentamentos
acampamento da NOVACAP, um conjunto de
conexão com Águas Claras, Taguatinga e urbanos preexistentes à construção de Brasília –
residências características da fase pioneira e a
Ceilândia, e, em sua extensão manifesta-se a Planaltina e Brazlândia – compõem o patrimônio
Igreja São José Operário.
dispersão da residência na área de Vicente vernáculo urbano.
Pires, Colônia Agrícola Samambaia e A Vila Metropolitana tem preservadas,
Em Brazlândia, a maioria das
Arniqueira. Como conseqüência observa-se ao do acampamento original, a sua praça central
edificações representativas desapareceu, ao
longo da EPTG o surgimento de atividades de onde se localizam as edificações da escola,
contrário de Planaltina, cujo Setor Tradicional
suporte a estas áreas residenciais, como um tombada como patrimônio histórico pelo Governo
ainda reúne significativo acervo cultural, com
agrupamento comercial em torno da do Distrito Federal, e a Igreja Nossa Senhora
arquitetura característica do vernáculo goiano.
churrascaria Buffalo Bio, com faculdades e um Aparecida, a primeira em madeira de Brasília.
Contudo, os centros de ambas as cidades ainda
pólo verde, um novo supermercado e bares. guardam características do parcelamento urbano

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

72
O conjunto do Hospital Juscelino exigiu a adoção de novos instrumentos jurídicos do Brasil. Alguns desses problemas, como o preço
Kubitschek de Oliveira, que sediou o primeiro que definissem as diretrizes gerais de preservação da moradia, a distância dos locais de residência
hospital da cidade, foi tombado pelo Governo do da cidade. O Decreto nº 10829, de 14.10.87, do em relação às áreas que concentram atividades
Distrito Federal, quando foi realizado o processo Governo do Distrito Federal e, posteriormente, o de trabalho, educação e lazer ou a condição
de restauração de suas edificações. Localizado tombamento federal, regulamentado através da inadequada dos domicílios, por falta de cômodos e
próximo ao Núcleo Bandeirante abriga o Museu Portaria nº 314, de 08.10.92, respaldaram o uso de material construtivo precário, são tão ou
Vivo da Memória Candanga. compromisso internacional assumido pelo governo mais intensos do que em outras partes do país.
brasileiro.
A Vila Paranoá foi removida para um Para o período de 2000 a 2010, a
local próximo ao acampamento original. A área do A legislação vigente reporta-se aos política habitacional se desenvolve a partir das
antigo acampamento foi transformada em Parque conceitos básicos contidos no Relatório do Plano seguintes perspectivas:
Vivencial. A última edificação remanescente foi a Piloto de Lúcio Costa e no documento Brasília
1) demograficamente, observa-se um declínio da
Igreja São Geraldo, tombada como patrimônio Revisitada, também de autoria do urbanista. O
taxa de crescimento (TCA), que se encontra em
histórico pelo Governo do Distrito Federal, que caráter diferenciador de que se reveste o
2,57%, em 2006, e deve passar para 2,34%, em
recentemente desabou por falta de conservação. tombamento de Brasília é a preservação das
2010, mais apoiada no crescimento vegetativo e
quatro escalas estruturadoras da concepção
no envelhecimento da população do DF do que na
urbanística da cidade: monumental, residencial,
migração. Apesar disso, projeções feitas pela
Conjunto urbanístico e paisagístico do Plano gregária e bucólica. No entanto, esta legislação
Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio
Piloto de Brasília apresenta aspectos problemáticos, pois submete
Ambiente (SEDUMA) indicam que o Distrito
aos mesmos critérios de preservação uma área de
Os preceitos do movimento 2 Federal ainda terá um acréscimo de mais 529.611
aproximadamente 112,25 km , composta por
moderno da arquitetura estão materializados moradores nessa década;
setores e núcleos urbanos extremamente
no conjunto urbano do Plano Piloto,
diferenciados (Reis, Barroso, Ribeiro, 1995). Na 2) até 2010 são necessárias 187.185 moradias
consolidado como um dos mais importantes
área tombada estão mantidas as normas de para suprir a provável demanda por imóvel das
acervos da arquitetura e do urbanismo do
ocupação vigentes na data do tombamento e, famílias do DF, de acordo com as estimativas do
século XX.
ainda, são consideradas non aedificandi todas as trabalho Estudo da Demanda Habitacional no
A primeira medida tomada para sua áreas livres públicas não parceladas. Distrito Federal (SEDUH, 2005);
preservação foi a Lei nº 3751, de 13.04.60, que
3) na configuração espacial do DF, bastante
dispunha da organização administrativa da nova
6. HABITAÇÃO modificada pelas ações públicas e privadas,
capital e estabelecia no seu artigo 38 que qualquer
formais ou informais, referentes à habitação,
alteração no conjunto urbano de Brasília deveria
encetou-se um progressivo alastramento da
ser submetida ao Congresso Nacional.
Os problemas da habitação no Distrito mancha urbana, acentuando-se a dualidade
O reconhecimento pela UNESCO, com Federal não diferem substancialmente daqueles centro-periferia;
a sua inscrição na Lista do Patrimônio Mundial, encontrados em outras cidades grandes e médias

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

73
4) a área central do DF praticamente esgotou a percentual reduzido em comparação com outras expectativas dos consumidores quanto ao
sua capacidade de assimilar novos moradores, capitais. aumento de preços; 11) o preço do solo; 12) o
restando apenas um novo setor a ser ocupado, o valor do aluguel e 13) programas públicos
A questão habitacional seria mais
Noroeste. Nas áreas mais próximas ao centro e governamentais.
abrangente, porque envolve a produção e o
até na periferia, coloca-se a exigência da política
consumo de moradias no contexto do mercado Diante da impossibilidade de juntar
habitacional de preencher os vazios urbanos e
imobiliário, das variadas necessidades todos esses fatores que influenciam a demanda
aumentar a densidade de população, uma vez que
habitacionais de todos os grupos de família e habitacional, o EDH-DF implementa uma
o DF apresenta muitas limitações ambientais e a
renda e da importância que a indústria da generalização ao defender que o estoque de
estabilização demográfica ainda demorará duas
construção civil adquire para a economia do moradias existente coincide com a demanda
décadas para ser atingida;
Distrito Federal. habitacional, ainda que seja atendida
5) a temática ecológica tornou-se mais aguda, pois precariamente. Isso se justifica pelo pressuposto
A demanda habitacional pode ser
43% do território do DF possui restrições à assumido no estudo de que todas as famílias e
aumentada ou reduzida conforme vários fatores:
ocupação urbana, devido ao grande número de indivíduos são obrigados a morar em algum lugar
1) o preço da habitação; 2) o preço dos bens
Unidades de Conservação; para que possam satisfazer suas necessidades de
substitutos; 3) a renda dos compradores; 4) as
proteção, relacionamento, alimentação, descanso
6) com 533.578 habitantes vivendo em características das habitações; 5) a preferência
etc.
parcelamentos urbanos informais, em 2006, ou dos compradores; 6) o crescimento populacional
seja, 22,39% da população do DF, a urgência da perfil demográfico; 7) facilidades de acesso ao Assim, pelo método adotado, é possível
regularização fundiária para a política habitacional crédito; 8) os juros dos financiamentos; 9) o preço prever qual será, no futuro, a quantidade de
coloca-se pela premência em solucionar dos bens relacionados à habitação; 10) domicílios que irá comportar o acréscimo de
problemas ambientais e normativos que tendem a
se agravar.
TABELA 10 – DEMANDA HABITACIONAL RESULTANTE DA EXPANSÃO DEMOGRÁFICA NO
6.1 Demanda Habitacional 2005-2010
DISTRITO FEDERAL PARA O PERÍODO 1960/1970 – 1970/1980 – 1980/1991 – 1991/2000 –
Em termos conceituais e 2000/2010
metodológicos, o Estudo da Demanda Período Acréscimo de População Demanda por Habitações
Habitacional no Distrito Federal (EDH-DF) define 1960 / 1970 397.328 92.187
que a demanda habitacional representa a 1970 / 1980 639.443 156.726
disposição ou capacidade de diferentes grupos na 1980 / 1991 424.159 112.509
sociedade de adquirir um imóvel, mencionando 1991 / 2000 442.075 130.022
que os problemas habitacionais não podem ser 2000 / 2010 529.611 187.185
percebidos somente pela existência de favelas e Fonte: Macro Análise do Setor Informal da Habitação (Brandão, 2003).
invasões que, no DF, correspondem a um Estudo da Demanda Habitacional (SEDUH, 2005). Estimativas IBGE 2005.

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74
famílias. Isto é exemplificado no EDH-DF da demanda de todos os grupos e estratos sociais, o governo e; 2) a demanda habitacional não-
seguinte maneira: 1) realiza-se uma projeção da EDH-DF oferece também a vantagem de poder subsidiável, cujas famílias teriam que procurar, no
população por Regiões Administrativas do DF, por dividir a demanda habitacional de duas formas: 1) mercado, os seus interesses.
sexo e grupos etários, com base nos Censos de a demanda habitacional subsidiável para as
Agrupados, os grupos entre 5 e 20
1991 e 2000; 2) é encontrado o número de famílias com renda de até 3 salários-mínimos, que
salários-mínimos são os maiores demandantes por
famílias para o período de 2005 e 2010; 3) a partir precisam contar com programas habitacionais do
imóvel, representando 40,19% das necessidades
desse número provável, descobre-se o estoque de
domicílios, composto por todos os tipos de
habitação (domicílios improvisados, permanentes
próprios, alugados, apartamentos, de famílias TABELA 11 - PROJEÇÃO DO ESTOQUE DE DOMICÍLIOS E DEMANDA HABITACIONAL PARA
conviventes etc.). O DISTRITO FEDERAL – 2005 / 2010
Demanda Demanda Demanda
No EDH-DF, os resultados obtidos para Estoque de (a) (b) (c) Habitacional Habitacional Habitacional
2000 2005 2010
o estoque de domicílios contabilizarão 737.600 Domicílios 2000/2005
(b) - (a)
2005/2010
(c) - (b)
2000/2010
(c) - (a)
residências para o DF, em 2010, um aumento de Domicílios
547.464 637.267 733.627 89.803 96.360 186.163
34% se comparado ao estoque existente em 2000 Permanentes
(550.414). Domicílios
2.950 3.452 3.974 502 522 1.024
Improvisados
A demanda habitacional, por sua vez, Total
Domicílios 550.414 640.718 737.600 90.304 96.882 187.186
corresponde à diferença do estoque de habitações DF
entre os períodos de tempo. Devem ter sido Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE.
Projeções 2005/2010 - Estudo da Demanda Habitacional no Distrito Federal, SEDUH (2005).
acrescentadas 90.304 moradias, de 2000 a 2005, Obs: domicílios permanentes respondem pelos imóveis construídos exclusivamente para servir de moradia e domicílios
improvisados, em que a habitação se encontra em uma unidade não-residencial (loja, fábrica, terreno invadido) sem
para atender ao crescimento populacional dependências próprias à moradia e, geralmente, representadas por barracos, prédios em construção, abrigos sob viadutos.
estimado para esse período. Entre 2005 e 2010,
com base nas projeções populacionais efetuadas,
96.882 domicílios deverão ser acrescidos. Desse
modo, a demanda habitacional representa a TABELA 12 - PROJEÇÃO DO ESTOQUE DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES
quantidade a mais de domicílios que existirá em SEGUNDO O TIPO DE IMÓVEL PARA O DISTRITO FEDERAL - 2005 / 2010
relação ao ano 2000, abarcando tanto as moradias Tipo de Domicílio
2000 2005 2010
novas que precisam ser construídas pelo mercado Permanente
imobiliário, quanto as que reclamam por reforma. Casas 406.102 472.711 544.189
Apartamentos 115.973 135.017 155.433
Em outra etapa, os domicílios são
Cômodos 25.388 29.538 34.004
desagregados por faixas de renda e por RAs,
revelando quais grupos sociais e localidades Total Domicílios DF 547.464 637.267 733.627
Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE.
demandam moradia. Ao contemplar o fluxo de Projeções 2005/2010 - Estudo da Demanda Habitacional no Distrito Federal, SEDUH (2005).

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75
de moradias, em 2005, e 37,60%, em 2010. A ressaltada nos grupos anteriores, também se para 2005 para o DF e RAs (Tabela 14) e a
classe alta, com mais de 20 salários-mínimos, fica conserva entre as primeiras RAs desse segmento quantidade de domicílios para 2010 (Tabela 16),
com 21,94% da demanda, em 2005, e 20,53%, em de renda com 13,28%, do DF. Das cinco principais sendo sintetizados na Tabela 17, isto é: Tabela 16
2010. De maneira geral, ao longo desse período RAs no grupo de mais de 20 SM, encontram-se - (menos) Tabela 15 = Tabela 17 (demanda
que vai de 2000 a 2010, o grupo com renda de até ainda Taguatinga, Guará e Brasília. habitacional).
3 salários é, isoladamente, o grupo que mais
Em uma avaliação do conjunto das
demanda por moradia no DF (27,68%), seguido
RAs, Sobradinho tem a maior demanda
pela faixa de 5 a 10 salários-mínimos (21,62%) e
habitacional do DF (13,94%), seguida por
pela classe alta com mais de 20 salários-mínimos
Planaltina (12,36%), Recanto das Emas (9,85%),
de renda (21,21%).
São Sebastião (8,91%) e Taguatinga (7,82%).
A análise da demanda habitacional, por Esses percentuais foram calculados a partir da
Regiões Administrativas, destaca que Planaltina, diferença entre o total de domicílios projetados
Sobradinho, Recanto das Emas e São Sebastião
são as localidades com maior premência por
novas moradias para o período entre 2005 e 2010.

No grupo com até 3 salários-mínimos,


essas quatro RAs acumulam 66,45% da demanda
do Distrito Federal. TABELA 13 - PROJEÇÃO DO ESTOQUE DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES
SEGUNDO A CONDIÇÃO DE OCUPAÇÃO PARA O DISTRITO FEDERAL - 2005 / 2010
Nos grupos seguintes, de 3 a 5 salários-
mínimos e de 5 a 10 salários-mínimos, essas Condição de Ocupação dos
2000 2005 2010
Domicílios Permanentes
quatro RAs mantêm os maiores percentuais,
sendo de 55,65% e 45,27%, respectivamente. Próprio Pago 269.973 314.269 361.789
Somente nas faixas de renda mais altas é que Próprio Pagando 60.909 70.925 81.650
aparecem outras RAs nas primeiras posições. No Alugado 125.549 146.149 168.248
grupo de 10 a 20 salários-mínimos, Sobradinho e Cedido Empregador 23.551 27.382 31.522
Planaltina ainda permanecem entre as cinco Cedido 54.228 63.094 72.634
localidades com maior demanda, mas também se Outra Condição 13.250 15.447 17.783
incluem Taguatinga, Cruzeiro e Guará. Total Domicílios DF 547.464 637.267 733.627
Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE.
No grupo de renda mais alta, com mais Projeções 2005/2010 - Estudo da Demanda Habitacional no Distrito Federal,
de 20 salários mínimos, o Cruzeiro é a RA que SEDUH (2005).

mais exige habitações para esse segmento,


ficando com 14,49%. Sobradinho, que foi

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76
TABELA 14 - DEMANDA HABITACIONAL POR GRUPOS DE RENDA NO DISTRITO FEDERAL - 2005 / 2010

Domicílios Permanentes e Improvisados por Ano


Demanda Demanda
Grupos de Renda Domiciliar por Demanda Habitacional 2000 /
Habitacional 2000 / Habitacional 2005 /
Salário Mínimo 2000 2005 2010 2010
2005 2010
Abs. % Abs. % Abs. %
Até 3 SM 145.860 171.713 197.677 25.853 28,63 25.964 26,8 51.817 27,68
De 3 a 5 SM 81.957 96.521 111.115 14.564 16,13 14.594 15,06 29.158 15,58
De 5 a 10 SM 113.881 134.084 154.359 20.203 22,37 20.275 20,93 40.478 21,62
De 10 a 20 SM 90.763 106.852 123.009 16.089 17,82 16.157 16,68 32.246 17,23
Mais de 20 SM 111.734 131.548 151.440 19.814 21,94 19.892 20,53 39.706 21,21
Total DF 550.414 640.718 737.600 90.304 100,00 96.882 100,00 187.186 100,00
Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE.
Projeções 2005/2010 - Estudo da Demanda Habitacional no Distrito Federal, SEDUH (2005).

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77
TABELA 15 - DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES E IMPROVISADOS POR CLASSES DE RENDA NAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS E DF - 2005

Domicílios por Classes de Renda Domiciliar (Salários Mínimos)


Região Administrativa
10 a 20 Mais de
até 3 SM % 3 a 5 SM % 5 a 10 SM % % % TOTAL %
SM 20 SM

RA I - Brasília 3.420 1,99 2.441 2,53 7.073 5,28 14.161 13,25 43.324 32,93 70.419 10,99

RA II - Gama 9.974 5,81 6.077 6,30 9.153 6,83 7.422 6,95 3.885 2,95 36.511 5,70

RA III - Taguatinga 12.232 7,12 9.217 9,55 17.501 13,05 19.190 17,96 18.649 14,18 76.790 11,98

RA IV - Brazlândia 6.359 3,70 2.688 2,78 2.580 1,92 1.506 1,41 731 0,56 13.864 2,16

RA V - Sobradinho 10.849 6,32 5.931 6,14 8.572 6,39 8.375 7,84 8.197 6,23 41.924 6,54

RA VI - Planaltina 18.141 10,56 7.491 7,76 8.160 6,09 3.894 3,64 1.729 1,31 39.416 6,15

RA VII - Paranoá 11.247 6,55 4.754 4,93 3.994 2,98 1.739 1,63 985 0,75 22.718 3,55

RA VIII - Núcleo Bandeirante 2.307 1,34 1.502 1,56 2.853 2,13 3.160 2,96 4.878 3,71 14.701 2,29

RA IX - Ceilândia 29.960 17,45 19.880 20,60 27.811 20,74 14.382 13,46 4.139 3,15 96.171 15,01

RA X - Guará 5.601 3,26 2.939 3,04 6.409 4,78 9.714 9,09 11.975 9,10 36.638 5,72

RA XI - Cruzeiro 907 0,53 858 0,89 3.567 2,66 8.267 7,74 17.407 13,23 31.006 4,84

RA XII - Samambaia 18.459 10,75 10.753 11,14 11.311 8,44 4.722 4,42 1.362 1,04 46.607 7,27

RA XIII - Santa Maria 10.782 6,28 6.082 6,30 6.402 4,77 2.744 2,57 1.003 0,76 27.013 4,22

RA XIV - São Sebastião 7.979 4,65 4.040 4,19 4.525 3,37 1.494 1,40 1.758 1,34 19.796 3,09

RA XV - Recanto das Emas 15.315 8,92 6.979 7,23 6.312 4,71 1.679 1,57 392 0,30 30.677 4,79

RA XVI - Lago Sul 301 0,18 122 0,13 362 0,27 704 0,66 7.315 5,56 8.804 1,37

RA XVII - Riacho Fundo 4.481 2,61 2.602 2,70 3.855 2,88 2.112 1,98 1.174 0,89 14.224 2,22

RA XVIII - Lago Norte 1.578 0,92 500 0,52 623 0,46 540 0,51 5.794 4,40 9.035 1,41

RA XIX - Candangolândia 901 0,52 600 0,62 1.314 0,98 1.026 0,96 432 0,33 4.273 0,67

Distrito Federal 171.713 100,00 96.521 100,00 134.084 100,00 106.852 100,00 131.548 100,00 640.718 100,00
Fonte: Projeções 2005/2010 - Estudo da Demanda Habitacional no Distrito Federal, SEDUH (2005).

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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TABELA 16 - DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES E IMPROVISADOS POR CLASSES DE RENDA NAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS E DF - 2010

Domicílios por Classes de Renda Domiciliar (Salários Mínimos)


Região Administrativa
10 a 20 Mais de
até 3 SM % 3 a 5 SM % 5 a 10 SM % % % TOTAL %
SM 20 SM

RA I - Brasília 3.544 1,79 2.529 2,28 7.328 4,75 14.672 11,93 44.888 29,64 72.961 9,89

RA II - Gama 10.976 5,55 6.687 6,02 10.072 6,53 8.167 6,64 4.275 2,82 40.176 5,45

RA III - Taguatinga 13.439 6,80 10.126 9,11 19.229 12,46 21.085 17,14 20.491 13,53 84.370 11,44

RA IV - Brazlândia 7.082 3,58 2.994 2,69 2.873 1,86 1.677 1,36 815 0,54 15.440 2,09

RA V - Sobradinho 14.345 7,26 7.843 7,06 11.335 7,34 11.073 9,00 10.839 7,16 55.434 7,52

RA VI - Planaltina 23.655 11,97 9.768 8,79 10.640 6,89 5.077 4,13 2.255 1,49 51.394 6,97

RA VII - Paranoá 13.142 6,65 5.555 5,00 4.667 3,02 2.032 1,65 1.151 0,76 26.546 3,60

RA VIII - Núcleo Bandeirante 2.704 1,37 1.761 1,58 3.343 2,17 3.704 3,01 5.717 3,78 17.229 2,34

RA IX - Ceilândia 31.486 15,93 20.892 18,80 29.227 18,93 15.115 12,29 4.349 2,87 101.068 13,70

RA X - Guará 6.366 3,22 3.340 3,01 7.284 4,72 11.040 8,97 13.610 8,99 41.640 5,65

RA XI - Cruzeiro 1.058 0,54 1.000 0,90 4.158 2,69 9.636 7,83 20.289 13,40 36.140 4,90

RA XII - Samambaia 20.278 10,26 11.812 10,63 12.426 8,05 5.187 4,22 1.497 0,99 51.200 6,94

RA XIII - Santa Maria 12.651 6,40 7.136 6,42 7.512 4,87 3.220 2,62 1.177 0,78 31.696 4,30

RA XIV - São Sebastião 11.458 5,80 5.802 5,22 6.497 4,21 2.145 1,74 2.525 1,67 28.427 3,85

RA XV - Recanto das Emas 20.079 10,16 9.150 8,23 8.276 5,36 2.201 1,79 514 0,34 40.220 5,45

RA XVI - Lago Sul 306 0,15 124 0,11 368 0,24 717 0,58 7.450 4,92 8.966 1,22

RA XVII - Riacho Fundo 5.943 3,01 3.450 3,10 5.113 3,31 2.801 2,28 1.557 1,03 18.865 2,56

RA XVIII - Lago Norte 1.791 0,91 568 0,51 707 0,46 613 0,50 6.576 4,34 10.255 1,39

RA XIX - Candangolândia 1.027 0,52 684 0,62 1.497 0,97 1.169 0,95 492 0,32 4.869 0,66

Distrito Federal 197.677 100,00 111.115 100,00 154.359 100,00 123.009 100,00 151.440 100,00 737.600 100,00
Fonte: Projeções 2005/2010 - Estudo da Demanda Habitacional no Distrito Federal, SEDUH (2005).

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

79
TABELA 17 - DEMANDA HABITACIONAL DOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES E IMPROVISADOS POR CLASSES DE RENDA
DOMICILIAR NAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS E DISTRITO FEDERAL - 2010

Demanda Habitacional por Classes de Renda Domiciliar (Salários Mínimos)


Região Administrativa
5 a 10 10 a 20 Mais de
até 3 SM % 3 a 5 SM % % % % TOTAL %
SM SM 20 SM

RA I - Brasília 124 0,48 88 0,60 255 1,26 511 3,16 1.564 7,86 2.542 2,62

RA II - Gama 1.002 3,86 610 4,18 919 4,53 745 4,61 390 1,96 3.665 3,78

RA III - Taguatinga 1.207 4,65 909 6,23 1.728 8,52 1.895 11,73 1.842 9,26 7.580 7,82

RA IV - Brazlândia 723 2,78 306 2,10 293 1,45 171 1,06 84 0,42 1.576 1,63

RA V - Sobradinho 3.496 13,46 1.912 13,10 2.763 13,63 2.698 16,70 2.642 13,28 13.510 13,94

RA VI - Planaltina 5.514 21,24 2.277 15,60 2.480 12,23 1.183 7,32 526 2,64 11.978 12,36

RA VII - Paranoá 1.895 7,30 801 5,49 673 3,32 293 1,81 166 0,83 3.828 3,95

RA VIII - Núcleo Bandeirante 397 1,53 259 1,77 490 2,42 544 3,37 839 4,22 2.528 2,61

RA IX - Ceilândia 1.526 5,88 1.012 6,93 1.416 6,98 733 4,54 210 1,06 4.897 5,05

RA X - Guará 765 2,95 401 2,75 875 4,32 1.326 8,21 1.635 8,22 5.002 5,16

RA XI - Cruzeiro 151 0,58 142 0,97 591 2,91 1.369 8,47 2.882 14,49 5.134 5,30

RA XII - Samambaia 1.819 7,01 1.059 7,26 1.115 5,50 465 2,88 135 0,68 4.593 4,74

RA XIII - Santa Maria 1.869 7,20 1.054 7,22 1.110 5,47 476 2,95 174 0,87 4.683 4,83

RA XIV - São Sebastião 3.479 13,40 1.762 12,07 1.972 9,73 651 4,03 767 3,86 8.631 8,91

RA XV - Recanto das Emas 4.764 18,35 2.171 14,88 1.964 9,69 522 3,23 122 0,61 9.543 9,85

RA XVI - Lago Sul 5 0,02 2 0,01 6 0,03 13 0,08 135 0,68 162 0,17

RA XVII - Riacho Fundo 1.462 5,63 848 5,81 1.258 6,20 689 4,26 383 1,93 4.641 4,79

RA XVIII - Lago Norte 213 0,82 68 0,47 84 0,41 73 0,45 782 3,93 1.220 1,26

RA XIX - Candangolândia 126 0,49 84 0,58 183 0,90 143 0,89 60 0,30 596 0,62

Distrito Federal 25.964 100,00 14.594 100,00 20.275 100,00 16.157 100,00 19.892 100,00 96.882 100,00
Fonte: Projeções 2005/2010 - Estudo da Demanda Habitacional no Distrito Federal, SEDUH (2005).

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

80
Essas projeções de população, associadas ao seguintes: 1) custo (aluguel) da habitação em qualidade das habitações do Distrito Federal,
surgimento de novos domicílios, partem da relação à renda familiar; 2) acessibilidade física à indicando a importância de programas específicos
premissa de que estratos sociais que mantém habitação; 3) acessibilidade em termos de custo e de reforma das moradias.
afinidades de renda, educação e faixa etária tempo de deslocamento aos locais de trabalho e
Quanto à infra-estrutura urbana
buscam se agrupar em determinadas áreas da espera por transporte; 4) segurança quanto à
disponibilizada pelo GDF, por meio do Censo 2000
cidade. As famílias demandantes, provavelmente, estabilidade da habitação; 5) condições de
do IBGE, verifica-se que dos 547.656 domicílios
procurarão imóveis em sua própria vizinhança ou conforto no interior da habitação; 6) dimensão e
particulares permanentes do Distrito Federal,
em áreas que guardem similitudes com seu status qualidade dos espaços em relação às
485.652 (88,68%) são servidos pela rede geral de
social. Nesse movimento de expansão, um bairro necessidades da família e 7) abastecimento de
abastecimento de água e 86,54% possuíam
ou RA com determinadas características água e esgotamento sanitário.
canalização em pelo menos um cômodo. Com
socioeconômicas pode transferir sua população
Para que o EDH-DF pudesse avaliar as esses indicadores, o Distrito Federal se coloca à
excedente para novos setores na cidade ou até
necessidades habitacionais, foram feitas projeções frente dos percentuais do Brasil, onde o acesso à
alastrar-se por áreas já ocupadas por populações
para 2005 e 2010 baseadas em duas pesquisas, a rede de abastecimento era de 77,82% e os
com um perfil diverso. Contudo, como as
PISEF (Perfil Socioeconômico das Famílias do domicílios com água canalizada chegavam a
projeções foram feitas para as dezenove RAs
Distrito Federal), feita pela CODEPLAN em 1997, 72,92%. Todavia, em comparação com as capitais
existentes até o Censo 2000, fica difícil separar
e na POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) brasileiras, o DF ocupou a 16ª posição em
algumas variáveis de ocupação do espaço que
do IBGE, realizada em 2002/2003. O EDH-DF cobertura da rede de água, cuja média foi de
seriam mais evidentes diante das novas 10 RAs.
constatou que, em 2005, 7,85% dos domicílios 93,09% entre as 27 cidades-sede de governos
tinham paredes de madeira ou taipa; 71,93% estaduais. Entre os domicílios com canalização
possuíam cobertura por telha de amianto e em interna, o DF também permaneceu abaixo da
6.2 Condição dos Domicílios e Infra-estrutura
47,07% das moradias não existia forro. Conforme média das capitais, ficando com 89,78%.
Urbana
o caso, essas deficiências trazem problemas de
Entre os demais domicílios, 38.424 (7%
Além da demanda habitacional, outro aquecimento e resfriamento do ambiente
do total de domicílios particulares permanentes do
conceito importante do EDH-DF é o de doméstico para seus moradores. Quanto ao
DF) são abastecidos por poço ou nascente na
necessidades habitacionais, entendido como a número de quartos, 2,6% dos domicílios não
propriedade e, destes, 83% contam com água
condição material a ser resolvida urgentemente tinham esse cômodo e 23,53% tinham apenas um
canalizada em pelo menos um cômodo. Outras
para melhorar a moradia. As necessidades quarto. A área da moradia era de, no máximo,
formas de abastecimento de água são utilizadas
habitacionais possuem uma natureza processual, 40m2, em 22,18% dos domicílios, em 2005, e
por 4,3% dos domicílios restantes (23.580) e
isto é, não se esgotam. Uma vez satisfeita alguma 6,38% não tinham banheiro; acarretando
49,1% destes dispõem da água com canalização
inadequação imediata do domicílio, outros problemas de conforto e higiene. Os gastos com
interna na moradia. Uma proporção de 2,6%
problemas se apresentam. Todavia, essas aluguel, taxas e serviços da moradia consumiam
(14.358) dos domicílios particulares permanentes
inadequações não implicam na construção de 46% da renda das famílias que ganhavam até 3
do DF não possui água canalizada no terreno ou
novas moradias, mas sua reparação. Entre as salários-mínimos. Estas várias inadequações, que
na habitação. Em um estudo mais recente,
necessidades habitacionais encontram-se as podem ser cumulativas, revelam um aspecto da

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

81
promovido pela Secretaria de Planejamento do
GDF em 2004, a Pesquisa Distrital por Amostra de TABELA 18 – COBERTURA DA REDE DE ÁGUA, REDE DE ESGOTO E COLETA DE LIXO NOS
DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES DAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS E DISTRITO
Domicílios (PDAD) mostrou que o percentual de FEDERAL – 2000
moradias com acesso à rede pública de água
havia aumentado para 93,7%. Domicílios Rede de Rede de Coleta de
permanentes água esgoto Lixo
Regiões Administrativas
O esgotamento sanitário, no DF, tende
a acompanhar a infra-estrutura da rede de água, Abs. % % %
mas se mantém em proporção um pouco menor. RA I - Brasília 62.611 99,52 98,50 99,70
83,48% dos domicílios permanentes são servidos
RA II - Gama 34.492 94,64 91,77 95,54
por rede pública, segundo o Censo 2000. Diante
das outras capitais brasileiras, o Distrito Federal RA III - Taguatinga 67.027 88,84 86,59 97,89
alcançou o 4º. Lugar. Na ausência de rede RA IV - Brazlândia 13.470 63,09 56,33 85,68
coletora, 6,25% das moradias possuem a fossa
RA V - Sobradinho 33.631 73,63 53,56 95,05
séptica. 9,45% dos domicílios possuem fossas
RA VI - Planaltina 37.753 56,42 49,50 91,01
rudimentares, trazendo problemas ambientais e de
saúde para as vizinhanças onde estão instaladas. RA VII - Paranoá 14.018 81,29 78,77 85,78

RA VIII - Núcleo Bandeirante 10.013 90,73 64,05 96,46


Em outro indicador, também de
saneamento, 96,14% das residências são RA IX - Ceilândia 90.259 96,61 95,83 97,59
beneficiadas pela coleta de lixo, com 90,53% com RA X - Guará 31.557 86,87 86,42 88,66
lixo recolhido diretamente dos domicílios e 5,61%
RA XI - Cruzeiro 20.284 99,93 99,83 99,99
com coleta por caçambas. Além da coleta, outras
RA XII – Samambaia 41.294 98,25 97,53 98,94
maneiras de destinar o lixo, como a queima e o
abandono em terreno baldio, eram praticados por RA XIII - Santa Maria 23.474 96,09 94,74 97,98
3,86% ou 21.137 domicílios do Distrito Federal, no RA XIV - São Sebastião 16.429 72,40 65,09 94,82
ano 2000. Infelizmente, esses dados já se RA XV - Recanto das Emas 23.165 86,51 79,94 97,90
mostram defasados, pois os investimentos para
RA XVI - Lago Sul 6.778 96,34 43,01 99,69
ampliar o esgotamento sanitário e o serviço de
limpeza urbana foram continuados no DF desde a RA XVII - Riacho Fundo 10.536 93,06 90,19 96,92
realização do Censo do IBGE em 2000, como RA XVIII - Lago Norte 6.929 87,05 31,01 95,92
aponta a PDAD de 2004, em que a rede pública RA XIX - Candangolândia 3.936 96,54 95,40 99,39
de esgoto aumentou sua proporção para 87,2% e
Total DF 547.656 88,68 83,48 96,14
a coleta de lixo para 98,1%.
Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

82
Entre as 19 Regiões Administrativas do municípios mais próximos ao DF, que reúnem uma
Distrito Federal, não podendo contar com as dez população de 440.974 moradores, a rede de
novas RAs criadas a partir de 2003, nota-se certa esgoto tinha uma proporção menor que 0,6% em
regularidade nas condições de infra-estrutura. Oito Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto e
RAs estão acima da média do DF na cobertura por Planaltina de Goiás. No Novo Gama e em
abastecimento de água, rede de esgoto e coleta Valparaíso, a rede de esgoto atingia 16,49% e
de lixo, seis estão abaixo do padrão e cinco 18,07%, respectivamente; e na Cidade Ocidental,
decaem em um ou outro serviço. Nos três 50,40%. Em Águas Lindas, município que mais
indicadores, o Cruzeiro e o Plano Piloto, na área cresce no Entorno, a rede de água estava
central, ocupam as melhores posições, assim disponível a 1,85% dos domicílios.
como Samambaia, Ceilândia e Santa Maria, que
também apresentam bons percentuais.
Taguatinga, Candangolândia e Riacho Fundo
preenchem o restante do primeiro grupo melhor
posicionado em infra-estrutura pública. No grupo
de RAs com indicadores inferiores à média, estão
três Regiões Administrativas que possuem a maior
concentração de parcelamentos irregulares no DF:
Sobradinho, Planaltina e São Sebastião.
Planaltina, no caso, tem a menor cobertura por
rede de água (56,42%) e a terceira menor em rede
de esgoto (49,50%). Fazem parte do grupo, ainda,
Paranoá, Brazlândia e Lago Norte. No quesito
esgotamento sanitário, o Lago Norte e o Lago Sul,
que são RAs com população de renda elevada,
tiveram os piores resultados, sendo as localidades
onde as fossas sépticas têm destaque no DF.

Em contraste com o Distrito Federal,


nos 23 municípios de Goiás e Minas Gerais que
compõem o Entorno do DF, verifica-se um quadro
de grave precariedade na infra-estrutura. A
cobertura da rede de água chegava a 54,59% dos
domicílios, de acordo com o Censo 2000, e
somente 11,11% possuíam rede de esgoto. Nos

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

83
7. MEIO RURAL
TABELA 19 – COBERTURA DA REDE DE ÁGUA, REDE DE ESGOTO E COLETA DE LIXO NOS
DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES NOS MUNICÍPIOS DO ENTORNO DO DISTRITO
FEDERAL EM 2000
7.1 A multifuncionalidade do espaço rural
Domicílios Rede de Rede de Lixo
permanentes água esgoto coletado O meio rural deixou de ser o local de
Municípios do Entorno do DF atividades exclusivamente rurais e vem dando
2000
espaço, também, para ocupações não-agrícolas,
Abs. % % %
tais como áreas de lazer, áreas dedicadas ao
Buritis 5.078 72,04 4,96 67,64
ecoturismo e ao turismo rural, agroindústrias
Unaí 18.519 79,29 55,76 76,11
surgidas com a verticalização da produção, áreas
Abadiânia 3.214 60,24 0,31 58,40
de moradia para trabalhadores destas
Água Fria de Goiás 1.144 46,85 0,35 41,00
agroindústrias, atividades ligadas à proteção
Águas Lindas de Goiás 26.388 1,85 0,06 32,78
ambiental, entre outras.
Alexânia 5.505 64,38 0,42 73,84
Cabeceiras 1.805 69,92 0,06 53,35 Além disso, a diversificação das
Cidade Ocidental 10.301 81,92 50,40 80,90 atividades agropecuárias intensivas, que hoje
Cocalzinho de Goiás 3.803 46,23 0,32 52,67 incorporam olericultura de alta tecnologia,
Corumbá de Goiás 2.582 47,83 4,53 43,69 floricultura, fruticultura de mesa, piscicultura,
Cristalina 8.749 69,69 2,95 68,72 criação de pequenos animais (rã, escargot, aves
Formosa 19.783 77,41 0,45 81,25 exóticas) alteram a dinâmica do meio rural.
Luziânia 35.832 38,98 3,80 71,30 Segundo Balsadi (2001), há nove tipos
Mimoso de Goiás 752 39,76 0,00 34,84 de dinâmicas acontecendo no meio rural,
Novo Gama 18.620 68,14 16,49 84,09 mutuamente influentes:
Padre Bernardo 5.681 54,76 0,18 49,94
Pirenópolis 5.789 63,76 4,20 57,92 ●a dinâmica que engloba as atividades
Planaltina de Goiás 18.219 73,65 0,58 72,36 econômicas diretamente ligadas à agricultura,
Santo Antônio do Descoberto 12.995 63,59 0,27 53,22 fornecendo bens e serviços que são insumos da
produção (transporte e comércio de insumos,
Valparaíso de Goiás 24.551 42,96 18,07 92,77
máquinas e equipamentos, fornecimento de
Vila Boa 785 85,99 0,13 67,01
crédito, prestação de serviços de engenheiros e
Total Entorno 230.095 54,59 11,11 68,74
Fonte: Censo Demográfico 2000, IBGE. veterinários etc.) e, também, processando,
DATASUS, 2006. comercializando e transportando os produtos
Loteamentos Irregulares
agropecuários, o que representa os

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

84
encadeamentos a montante e a jusante dos • a demanda da população urbana de alta dedicadas à terapia ocupacional, à pesquisa, à
complexos produtivos; renda por áreas de lazer e/ou segunda educação ou a atividades beneficentes que

• a dinâmica que engloba as ocupações


residência; utilizem elementos oriundos do espaço rural ou

geradas pelo consumo da população rural, • as “novas atividades agropecuárias”, cuja


da natureza;

incluindo tanto os bens e serviços de consumo organização da produção e, principalmente, o • Áreas que integrem ou que contenham
da população rural; seu circuito de realização estão assentados em como parte da propriedade unidades de

• a dinâmica vinculada à mão-de-obra


nichos de mercado urbanos. conservação aprovadas pelo órgão gestor
ambiental das seguintes categorias: reserva
excedente da agricultura, a qual busca emprego No Distrito Federal a EMATER
particular do patrimônio natural, reserva
não-agropecuário nas próprias zonas rurais, ou reconhece oito formas de ocupação do espaço
extrativista, monumento natural, reserva de
nas cidades, sem abandonar a unidade familiar; rural que reúnem características rurais:
desenvolvimento sustentável, refúgio de vida
• a dinâmica relacionada à demanda por • Áreas de moradia e/ou lazer; silvestre, áreas de preservação permanente e
bens e serviços não vinculados diretamente à
produção agropecuária, como artesanato, lazer,
• Áreas com atividades de subsistência, com
reservas legais.
exploração agropecuária, agroflorestal ou Em razão destas considerações, nas
turismo rural, os quais podem ser desenvolvidos
agrosilvopastoril que supra pelo menos 50% das quais se constata a complexidade dos fatores que
(ou produzidos) no próprio meio rural, apesar de
necessidades nutricionais das famílias e que influenciam a estrutura da ocupação rural, é
serem consumidos majoritariamente por
tenha característica de produção de economia necessário que as políticas públicas para a área,
residentes nos centros urbanos;
familiar; assumam um enfoque integrador das atividades
• a dinâmica ligada à expansão dos serviços
• Áreas de produção com explorações
agrícolas e não-agrícolas, ao mesmo tempo em
públicos para as áreas rurais (educação, saúde, que utilizem diferentes instrumentos de política
agropecuária, agroflorestal ou agrosilvopastoril
seguridade, administrativo etc.); social e econômica para promover um modelo de
para consumo ou comercialização, produção de
• a demanda por terras para uso não-agrícola artesanato ou insumos agropecuários utilizando
desenvolvimento rural que permita aos seus
habitantes melhorarem suas condições de
por parte das (agro)industrias e empresas matéria-prima da propriedade;
trabalho, renda e qualidade de vida.
prestadores de serviços, que buscam o meio
rural como alternativa de locação para fugir das
• Áreas de agroindústria, contendo
estabelecimento específico que processe
externalidades negativas dos centros urbanos;
produtos agropecuários conforme a legislação 7.2 Caracterização física do espaço rural do DF
• a demanda da população de baixa renda sanitária ou contendo unidade de
De acordo com Peluso e Cândido
por terrenos para autoconstrução de suas processamento artesanal de produtos de origem
(2001), as atividades agropecuárias do DF são
moradias em áreas rurais situadas nas animal ou vegetal;
exercidas por 4,4% da população total. As áreas
proximidades das cidades e que possuem infra-
estrutura mínima de transportes e de serviços
• Áreas de prestação de serviços, que de maior produção agropecuária comercial estão
utilizem elementos oriundos do espaço rural ou concentradas, principalmente, nas bacias do rio
públicos (água e energia elétrica);
da natureza ou que abriguem entidades

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

85
Preto, do alto São Bartolomeu e do alto com pequenas áreas de cultivo de hortaliças e
Descoberto. frutas, mescladas com a ocupação por chácaras
de recreio.
No território do DF, diferentes estratos
de paisagem e solo oferecem diferentes condições FIGURA 25 – MULCHING
para as atividades rurais.

Na bacia do rio São Bartolomeu, a área


de planalto do Taquara/Pipiripau oferece
excelentes condições para a produtividade rural,
como conseqüência dos solos profundos, com boa
capacidade de infiltração, pouca declividade,
condições físicas e químicas próprias para a
agricultura e pecuária. Dados tais aspectos,
observa-se na área a presença de agricultura
empresarial intensiva, que potencializa ao máximo
a utilização do solo. Esta área caracteriza-se como
a que mais emprega, na produção de hortaliças, a
tecnologia da plasticultura, tanto o cultivo
protegido (estufas) como a cobertura do solo com FIGURA 26 – CULTIVO PROTEGIDO
filme plástico (mulching).

A região da Taquara/Pipiripau, maior


produtora de pimentão de alta tecnologia do país,
se caracteriza ainda pela produção de flores. A
área se distingue, ainda, pelo emprego maciço de
tecnologias de irrigação que visam reduzir o
consumo de água, garantindo assim a
preservação dos recursos hídricos da região.

Na área do baixo São Bartolomeu, mais


acidentada, observa-se pouca atividade comercial
agrícola. Merece registro, no entanto, o fato de
que esta bacia acomoda vários viveiros de
produção de frangos de corte. Caracterizam,
ainda, a região atividades rurais de subsistência,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

86
A bacia do Rio Preto apresenta características 7.3 Estrutura do parcelamento rural uma pequena área do Combinado ou do Núcleo,
semelhantes às do alto São Bartolomeu, organizada como agrovila.
Originalmente, o parcelamento rural do
favoráveis à agricultura e pecuária intensivas.
DF foi estruturado com base no conceito de Tais propriedades foram ocupadas por
Como principais cultivos da região destacam-se os
colônias agrícolas e núcleos rurais abrangendo a produtores rurais, a partir de 1957, por meio de
grãos, frutas, hortaliças e tubérculos. É bastante
maior parte das propriedades. As colônias contratos de arrendamento por 15 anos
utilizado nesta bacia o sistema de irrigação por
agrícolas foram concebidas como agrupamentos renováveis por mais 15 anos. A partir de 1998,
pivô central.
de propriedades de pequena dimensão, em geral passaram a contratos de concessão de uso por 50
Na bacia do rio Maranhão, como de 2ha, localizadas próximas a cursos d’água e anos renováveis por mais 50 anos, o que significa
conseqüência do relevo acidentado, o meio rural destinadas à produção de hortaliças. Já os praticamente a detenção da propriedade da gleba
caracteriza-se principalmente pela moradia e núcleos rurais estavam destinados à pecuária ou por várias gerações. Tais contratos são passíveis
atividades de subsistência. A área do Lago Oeste, cultivo de grãos e por isso abarcavam de ser transferidos aos herdeiros.
apesar das condições favoráveis à agricultura, propriedades de maior dimensão, variando de 2ha
A partir de 1988, com a atuação da
passou a caracterizar-se nos últimos anos como a 400ha, localizadas em áreas distantes dos
Câmara Legislativa do Distrito Federal e com o
área de chácaras de recreio. núcleos urbanos. Em decorrência desta distância
surgimento dos “condomínios”, levando à
de áreas urbanas, o núcleo rural possuía uma
Na bacia do rio Descoberto, a área do dispersão da residência pelo território, a estrutura
agrovila, isto é, um núcleo de povoamento urbano-
PICAG (Projeto Integrado de Colonização original do parcelamento rural foi alterada.
rural, como definido pela legislação, que deveria
Alexandre Gusmão) apresenta grande
abrigar serviços, prestar assistência e apoio aos Como resultado, criaram-se núcleos
produtividade, principalmente com o cultivo de
produtores rurais daquela região. O núcleo rural rurais em áreas urbanas, como no caso da
hortaliças. A área do Rodeador produz
também poderia contar com um CAAR – Centro encosta do Setor Habitacional Taquari, ou em
principalmente soja e hortaliças, embora em
Administrativo de Apoio Rural, com serviços situações inadequadas à produção agropecuária.
quantidades muito inferiores às produzidas na
semelhantes ao da agrovila, mas em menor Constituíram-se núcleos rurais com propriedades
bacia do rio Preto. Além disso, em outras áreas,
dimensão. Entretanto, tais unidades não foram com dimensão inferior ao módulo rural mínimo
cultiva-se cenoura e beterraba com sistemas de
implantadas. (2ha) ou em áreas ocupadas irregularmente, sem
irrigação por aspersão. A produção de morango é
contratos de concessão ou arrendamento,
bastante intensa e conhecida devido à divulgação Pontualmente, a estrutura do
conferindo aparente legalidade a situações ilegais
na mídia, que culmina com a Festa do Morango. parcelamento rural contou com outras três
e irregulares. Entre 1993 e 1999 a Câmara
Este cultivo, assim como o plantio de alface utiliza categorias: os Combinados Agrourbanos (CAUBs I
Legislativa emitiu leis que criaram
o mulching sem cultivo protegido. e II), o Núcleo Hortícola Suburbano Vargem Bonita
aproximadamente 60 áreas, teoricamente, de
e o Programa de Assentamento Dirigido - PAD/DF.
A produção rural do Distrito Federal categoria rural.
Tanto nos CAUBs, como na Vargem Bonita as
está distribuída em glebas que seguem modelo de
glebas rurais foram destinadas exclusivamente à Por outro lado, com a expansão da
parcelamento rural cuja origem remonta à
produção rural. A moradia dos produtores ocupava mancha urbana, muitos núcleos rurais tornaram-se
construção de Brasília.
próximos de áreas urbanas e muitas colônias

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

87
agrícolas foram praticamente envolvidas por rural ou urbana destas áreas de modo a corrigir ou
FIGURA 27 – CONDOMÍNIO NA COLÔNIA
espaços urbanos. A pressão urbana sobre estas reafirmar sua categoria para o macrozoneamento, AGRÍCOLA ÁGUAS CLARAS
áreas foi, assim, inevitável. no processo de revisão do PDOT.

Este panorama do meio rural a partir do


final da década de 80 gerou numerosas situações
b) Critérios estabelecidos pela Equipe
conflituosas em termos fundiários e de gestão,
Executiva da revisão do PDOT para
decorrentes principalmente da ambigüidade que
tratamento das Áreas Rurais
as áreas rurais assumiram: um estado híbrido
Remanescentes.
entre o espaço rural e espaço urbano.
• As ARRs que mantiveram as características
originais de uso e ocupação do solo deixam de
7.4 Áreas Rurais Remanescentes ser áreas rurais sobrepostas às Zonas Urbanas
estabelecidas pelo PDOT/97 e passam a integrar a Zona Rural.
FIGURA 28 – COLÔNIA AGRÍCOLA
• As ARRs que perderam as BERNARDO SAYÃO
características originais de uso e ocupação
a) Antecedentes
do solo passam a integrar a Zona Urbana.
No PDOT/1997 foram estabelecidas
No segundo critério se enquadraram
algumas categorias de Áreas Especiais de
especificamente as ARRs situadas na grande
Proteção. Uma destas categorias, denominada
conurbação que se formou no DF entre o Plano
como Áreas Rurais Remanescentes - ARR visava
Piloto e Taguatinga e em ocupações irregulares,
garantir a permanência de atividades agropastoris
como por exemplo, nas encostas do Setor
ao longo dos córregos cujos leitos permeiam
Habitacional Taquari, instituídas como Núcleos
Zonas Urbanas.
Rurais em 1998, um ano após a edição do
Ao longo dos nove anos, decorridos PDOT/97.
entre a criação das ARR e os dias atuais, algumas FIGURA 29 – PARCELAMENTOS NA
A urbanização nas áreas rurais
delas não respeitaram o objetivo inicial. Assim, foi COLÔNIA AGRÍCOLA ARNIQUEIRA
remanescentes, entretanto, manifestou-se de
acontecendo, principalmente, o fracionamento
forma diferenciada. Nas colônias agrícolas Águas
irregular de chácaras em lotes habitacionais
Claras, Arniqueira, Bernardo Sayão, IAPI,
individuais ou na forma de condomínios. Em casos
Samambaia, Vereda da Cruz, Vereda Grande e
mais graves as chácaras foram ocupadas com
Vicente Pires, a gleba rural transformou-se em um
habitações coletivas. Diante desta situação de
condomínio, mantendo íntegro seu perímetro
reparcelamento das ARRs foi instituído um Grupo
original, apesar da subdivisão interna. A estrutura
de trabalho com o objetivo de verificar a situação

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

88
do parcelamento rural destas colônias agrícolas e
FIGURA 32 – ÁREA RURAL REMANESCENTE MONJOLO
o arruamento rural ainda são perceptíveis, embora
a ocupação tenha passado por um processo
intenso de densificação.

Diferentemente, nos núcleos rurais do


Lago Norte, as glebas rurais foram subdividas em
lotes unifamiliares modificando o parcelamento. As
ocupações típicas das Áreas Rurais
Remanescentes das encostas do Setor
Habitacional Taquari são caracterizadas por

FIGURA 30 - ÁREA RURAL


REMANESCENTE VEREDAS

FIGURA 33 – ÁREA RURAL REMANESCENTE GOVERNADOR

FIGURA 31 - ARR URUBU / OLHOS


D’ÁGUA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

89
FIGURA 34 – ÁREAS RURAIS CONFORME CARTOGRAMAS FZDF grandes lotes ocupados principalmente por
residências unifamiliares e em alguns casos por
duas ou mais residências, provavelmente
pertencentes a membros de uma mesma família.

Outras antigas áreas rurais


remanescentes em Zona Urbana mantiveram-se
com sua característica rural.

FIGURA 35 - ÁREAS RURAIS


REMANESCENTES ALAGADOS E
CRISPIM

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

90
QUADRO 2 - RESULTADO DA AVALIAÇÃO DAS ÁREAS RURAIS REMANESCENTES
Nome POOT 97 Proposta na revisão 2006 Uso predominante na área Área (ha)
Águas Claras ZUD ZUC² Chácaras transformadas em condomínios 209,4
Alagado ZUD ZRUC Mantém as características rurais 249,2
Arniqueira ZUD ZUEQ ZUC² Chácaras transformadas em condomínios 1.118,8
Bernardo Sayão ZUD ZUC² Chácaras transformadas em condomínios 43,5
Cabeceira do Valo ZUD ZRUC Mantém as características rurais 94,1
Cana do Reino ZUD ZRUC Mantém as características rurais 111,7
Cedro * ZUC¹ ZUUC² I Lotes entremeados com os conjuntos do Park Way -
Chácaras da Candangolândia * ZUC¹ ZUCT As chácaras estão dentro do Jardim Zoológico -
Chácaras da Vila São José ZUD ZUEQ Chácaras transformadas em condomínios 137,9
Chácaras do Trecho 3 do SMPW * ZUC¹ ZUUC² I Lotes entremeados com os conjuntos do Park Way -
Crispim ZUD ZRUC Mantém as características rurais 131,4
Governador ZUD ZRUC Mantém as características rurais 23,8
IAPI ZUD ZUC² Chácaras transformadas em condomínios 66,5
Jerivá A ZUUC¹ ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares 242,9
Jerivá B ZUUC¹ ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares 83,1
Mato Seco * ZUC¹ ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares -
Monjolo ZUD ZRUC Mantém as características rurais 1.452,0
Núcleo Bandeirante ZUD ZRUC Mantém as características rurais 37,8
Palha ZUUC ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares 70,3
Ponte Alta Norte ZUD ZRUC Mantém as características rurais 417,9
Ribeirão do Gama * ZUC¹ ZUUC² I Lotes entremeados com os conjuntos do Park Way -
Samambaia ZUD ZUEQ Chácaras transformadas em condomínios 231,4
Santa Maria ZUD ZRUC Mantém as características rurais 909,9
Taguatinga ZUD¹ ZRUC Mantém as características rurais 2.360,2
Tamanduá A / Taquari / Capoeira do Bálsamo ZUUC¹ ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares 405,1
Tamanduá B ZUUC¹ ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares 78,3
Torto ** ZUC¹ ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares -
Urubu / Olhos d’Água ZUUC¹ ZUUC² I Lotes residenciais unifamiliares 517,4
Vargem da Benção ZUD ZRUC Mantém as características rurais 1.084,6
Vereda da Cruz ZUD ZUEQ ZUC² Chácaras transformadas em condomínios 245,8
Vereda Grande ZUD ZUEQ ZUC² Chácaras transformadas em condomínios 257,9
Veredas ZUD ZRUC Mantém as características rurais 128,5
Vicente Pires ZUD ZUEQ ZRUC Chácaras transformadas em condomínios 1.831,3
* Criadas por emenda parlamentar, sem poligonal definida.
** Poligonal “autorizada” por Resolução da SeAF

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

91
7.5. Aspectos socioeconômicos

O censo demográfico do IBGE, TABELA 20 - POPULAÇÃO E ÁREA RURAL ESTIMADA, POR REGIÕES ADMINISTRATIVAS
realizado no ano 2000, identificou 22.938 DISTRITO FEDERAL – 2000
domicílios particulares permanentes na zona rural Área (Km2) População
do Distrito Federal, totalizando 87.647 moradores. Região Administrativa
Total Rural Total Rural
Nas Regiões Administrativas de Sobradinho, São Brasília (RA-I) 472,12 445,81 198.422 -
Sebastião, Planaltina, Ceilândia e Brazlândia Gama (RAII) 276,34 260,97 130.580 7.836
encontram-se o maior número de residências Taguatinga (RAIII) 121,55 91,37 243.575 160
rurais particulares. A tabela 20 mostra a área e a Brazlândia (RAIV) 474,83 469,59 52.698 12.149
população na zona rural por Região Sobradinho (RAV) 572,59 560,27 128.789 15.509
Administrativa. Planaltina (RAVI) 1.534,69 1.523,37 147.114 12.451
Segundo levantamento da Empresa de Paranoá (RAVII) 853,33 850,49 54.902 8.568
Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Núcleo Bandeirante (RAVIII) 80,43 78,73 36.472 -
Federal – EMATER-DF, realizado no ano de 2003, Ceilândia (RAIX) 230,33 201,23 344.039 12.465
existem 13.282 produtores rurais no Distrito Guará (RAX) 45,46 35,23 115.385 -
Federal, sendo que 5.397 são agricultores Cruzeiro (RAXI) 8,9 - 63.883 -
Samambaia (RAXII) 105,7 71,01 164.319 1.783
familiares e o restante é patronal, sendo esta
Santa Maria (RA XIII) 215,86 208,58 98.679 1.615
parcela responsável por maior porção da produção
São Sebastião (RAXIV) 383,71 379,15 64.322 13.635
agrícola. Através do aprimoramento das técnicas
Recanto das Emas (RAXV) 101,22 92,42 93.287 3.476
agrícolas e os incentivos governamentais a
Lago Sul (RAXVI) 183,39 155,19 28.137 -
produção vem crescendo, contudo, a participação
Riacho Fundo (RAXVII) 56,02 53,85 41.404 -
deste setor ainda é pouco significativa,
Lago Norte (RAXVIII) 66,08 51,31 29.505 -
representando apenas 1% no total do PIB.
Candangolândia (RAXIX) 6,61 5,34 15.634 -
7.6 Patrimônio rural Distrito Federal 5.789,16 5.533,91 2.051.146 89.647
Fonte: Anuário Estatístico do Distrito Federal – 2003
Testemunho da linguagem arquitetônica
NOTA - Incluem-se na Área Rural, os Parques Nacionais, Reservas Florestais, Áreas de Proteção Ambiental etc.
e dos métodos construtivos do vernáculo do (1) Cálculo efetuado pela Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central, tomando como referência os memoriais descritivos
dos limites das Regiões Administrativas, lançadas sobre a base cartográfica 1:10.000. A área total do Distrito Federal, divulgada pela
Centro-Oeste, o patrimônio rural representa papel Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, é de 5.822,1 Km2. (2) Cálculo efetuado a partir dos polígonos dos
importante na constituição da memória do Distrito setores censitários do IBGE (censo de 1991), classificados como urbanos ou de características urbanas. Os polígonos dos setores
censitários foram referenciados à base cartográfica do Distrito Federal escala 1:10.000.
Federal.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

92
As sedes das fazendas Curralinho I e
Jacaré, em Brazlândia; Guariroba, na Ceilândia;
Gama e Ponte Alta, no Gama; Acalanto,
Guimarães, Monjolo, Bela Vista e Capitão dos
Porcos, em Planaltina; Sobradinho e Meigi, em
Sobradinho; e Jardim, no Paranoá, constituem o
patrimônio vernáculo rural do Distrito Federal,
parte significativa na memória da inauguração da
capital.

As granjas modelos são testemunhos


do programa de abastecimento hortifrutigranjeiro
elaborado no período de implantação de Brasília.
As granjas do Torto, Ipê, Riacho Fundo, das
Oliveiras, Águas Claras e Tamanduá possuíam
localização estratégica e, na hierarquia desse
programa, seriam centros de pesquisa e produção,
responsáveis por intermediar os produtores rurais
e os pontos de venda, espalhados por todo o
Distrito Federal – como atestavam os antigos
supermercados e mercadinhos populares da SAB.

Atualmente, embora somente a Granja


do Torto continue funcionando como centro de
pesquisa e exposição pecuária, as sedes das
granjas, mesmo desviadas dessa função, estão
bem conservadas e possuem grande valor
arquitetônico e artístico.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

93
8. MOBILIDADE E TRANSPORTE Embora os vultosos investimentos 8.1 Mobilidade
para a construção do Metrô/DF, tal modo está
Os deslocamentos da população dos
restrito a transportar passageiros do chamado
núcleos urbanos do DF, segundo a Pesquisa
De acordo com a Pesquisa Domiciliar de Eixo Oeste (Samambaia, Ceilândia, Taguatinga,
Domiciliar de Transporte (CODEPLAN, 2000)
Transporte (Codeplan, 2000), entre os anos de Águas Claras, Guará I e II), o que representa
tinham como principais características:
1990 e 2000 houve forte crescimento no índice de somente 3,7% dos passageiros do sistema de
motorização individual da população (de 13,28 para transporte público coletivo. Além disso, o metrô • a ocorrência de 2,8 milhões de viagens
20,53 automóveis/utilitários por 100 habitantes) que opera hoje com apenas 12 estações das 28 diárias, sendo 72% realizadas por modos
gerou uma elevação de 117,36% nas viagens previstas. motorizados;
diárias por esse modo.
• o índice de mobilidade pessoal ou o índice
Em contrapartida, observou-se queda do de deslocamentos (isto é, o resultado da divisão
uso do transporte coletivo (de 7,4% e 16,2% para do número total de viagens realizadas em uma
os modos ônibus e transporte de vizinhança
respectivamente), embora a oferta desses veículos
circulando no sistema viário tenha continuado a GRÁFICO 3 – PERCENTUAL DE VIAGENS POR MODO DE TRANSPORTE SEGUNDO A
mesma e, em alguns casos, até aumentado. CLASSE DE RENDA DOS USUÁRIOS - DISTRITO FEDERAL – 2000
Verificou-se também crescimento nos
deslocamentos não motorizados (a pé – 28% – e
bicicleta).
100,00 Ônibus

C la ss e d e R e n d a
% d e V ia g en s d a
Essa nova realidade trouxe uma
80,00
sobrecarga para o sistema viário e para os espaços
Auto/Utilitário e
públicos destinados a estacionamento, uma vez 60,00 Táxi
que estes não haviam sido previstos para uma
40,00 Lotação
demanda desse porte. Seguindo tal tendência,
tornou-se crítica a demanda por espaços para o 20,00
trânsito de pedestres e ciclistas no interior das A Pé
0,00
Regiões Administrativas e nos movimentos de
0 ---I 1 ---I 2 ---I 3 ---I 4 ---I 6 ---I 9 ---I 12 ---I 20 ---I >30
circulação entre elas. 1 SM 2 SM 3 SM 4 SM 6 SM 9 SM 12 SM 20 SM 30 SM SM
Acrescente-se a isto o aumento de
Classe de Renda Domiciliar (SM)
174,30% no montante de viagens diárias dos
Fonte: Pesquisa de Origem e Destino da Codeplan/GDF – 2000
municípios limítrofes para o DF, e uma explosão de
214,65% no volume de veículos que cruzam
diariamente as fronteiras do DF.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

94
se cruzam informações de renda e índice de viagens externas-internas provinham das
região pela população de determinada região)
deslocamentos motorizados e não motorizados. localidades situadas ao longo da rodovia BR-
de 1,41 viagens por dia por habitante, sendo
040/050 (Cidade Ocidental, Cidade Osfaya, Jardim
1,02 viagens por dia por habitante, quando Os índices de deslocamento estão
Céu Azul, Jardim Ingá, Lago Azul, Luziânia, Parque
excluídos os deslocamentos a pé; fortemente associados às rendas: as baixas
Estrela Dalva, Parque Marajó, Pedregal, Novo
• os motivos de viagem nos deslocamentos
rendas tendem a restringir os deslocamentos
motorizados, e, em casos extremos, substituí-los
Gama, Valparaíso I e Valparaíso II); 19,77% de
motorizados são de 53% para trabalho, 26% para Águas Lindas; 8,84% de Planaltina de Goiás e os
pelos deslocamentos “a pé”. Como exemplos
estudo, 10% para negócios, 4% para compras e restantes 13,74% das demais localidades.
destes condicionantes, o gráfico 3 mostra que as
7% por outros motivos;
dez localidades que apresentam índices de
• a repartição das viagens motorizadas mobilidade motorizada de seus habitantes
8.2 Sistema Viário, Trânsito e Transporte
compreende 51% por automóvel, 43% por menores que a unidade – menos de uma
Coletivo
ônibus, 4% por lotação e 2% por outros modos; viagem/dia por pessoa – são as mesmas que
• a repartição modal dos deslocamentos
detêm entre 15,50% a 33,00% dos seus
domicílios com renda média mensal
O Sistema Viário do Distrito Federal é
formado pelo sistema viário urbano e pelo sistema
motorizados abrange 60% por ônibus, 37% por
compreendida entre 1 e 2 SM. rodoviário, abrangendo a malha federal e a distrital.
automóveis e 3% por lotações;

• a distribuição das viagens pelas regiões


Outro fator determinante para
definição do perfil dos deslocamentos e da
Configuram o sistema viário urbano as
vias funcionalmente classificadas como (1) vias de
administrativas destina-se em 49% a Brasília,
mobilidade das pessoas é a faixa etária dos trânsito rápido, (2) principais ou arteriais, (3)
18% ao Gama, 7% a Taguatinga e 26% a outras
usuários. Os dados da Pesquisa Domiciliar de secundárias ou coletoras, (4) locais, (5)especiais
regiões.
Transporte (CODEPLAN, 2000) mostram que os ou marginais, que estruturam o espaço e as
Ainda com base na Pesquisa Domiciliar usuários com até 14 anos deslocavam-se funções urbanas.
de Transporte (CODEPLAN, 2000), a população predominantemente a pé.
O sistema rodoviário é constituído por:
urbana do DF realizava cerca de 2,8 milhões de
Quando se considera o grau de (1) rodovias federais, que conectam o DF com os
viagens/dia, tendo como principais localidades de
instrução, a Pesquisa Domiciliar constatou que o estados de Goiás e Minas Gerais; (2) rodovias
origem Brasília, com 26,58%, seguida por
transporte coletivo e os deslocamentos “a pé”, distritais que, classificadas como Estradas Parque,
Taguatinga, com 13,98% e Ceilândia, com 12,86%.
por sua vez, eram os modos preferencialmente promovem as ligações entre os núcleos urbanos,
As viagens internas às Regiões Administrativas
usados pelas pessoas que compunham o estruturando a região; e (3) rodovias vicinais, que
representavam percentual bastante significativo
contingente de menor instrução. ligam as áreas rurais.
das viagens (54,48% do total de viagens/dia).
Sobre a pressão das cidades do A avaliação do desempenho do sistema
Essas informações definem as
entorno no Sistema Viário do Distrito Federal, os viário nos últimos anos, aponta para os seguintes
características principais da mobilidade das
resultados da pesquisa de Origem e Destino, de problemas:
pessoas no Distrito Federal, especialmente quando
2000, evidenciaram que cerca de 58% das

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

95
• ausência de vias com prioridade de • o alto custo do transporte coletivo, com Entre as vias que compõem a Rede
circulação para o transporte público coletivo; conseqüência do baixo índice de renovação de Viária Estrutural, cinco eixos estruturantes (Central,

• falta de continuidade no traçado das vias;


passageiros durante as viagens e das baixas
densidades no DF;
Oeste, Norte, Leste e Sudoeste) dão suporte viário
a uma Rede Estrutural de Transporte Coletivo
• dificuldade para manobra de veículos
• a inexistência de medidas que privilegiem
(tabela 21). A Rede Estrutural de Transporte
pesados em retornos; Coletivo do Distrito Federal deve atender a
o transporte coletivo, obrigando os veículos de
• insuficiência de largura em interseções, transporte rodoviário a competirem com os
demandas elevadas ao longo dos seus eixos,
organizar a demanda e oferta de transporte e
viadutos, obras de arte e em pontos de parada; automóveis e caminhões circulantes;
integrar as cidades do Distrito Federal, por meio de
• travessia de pedestres em vias expressas • a inadequação da rede de transporte do sub-sistema estrutural de alta e média capacidade
com elevado risco de acidente fatal; e DF aos desejos de deslocamento da e mediante tratamento que priorize o transporte
• ausência de passeios para a circulação de
população; coletivo sobre o individual motorizado.
pedestre ao longo das vias, inclusive nas de • a incompatibilidade entre a rede de
maior fluxo. transporte do entorno do DF e a rede do DF;

Entre os principais problemas • a baixa qualidade do mobiliário urbano –


encontrados no trânsito do DF destacam-se: abrigos, sinalização de paradas de ônibus – e
• o aumento significativo da frota de veículos
dos terminais de passageiros.
do DF e entorno do seu território;

• o comprometimento da capacidade do 8.3 Rede Viária Estrutural e Rede Estrutural


sistema viário devido à elevação do volume de de Transporte Coletivo
tráfego;
A revisão do PDOT/1997 identifica
• o surgimento de pólos geradores de tráfego entre vias existentes que interligam os núcleos
adjacentes às vias; urbanos das Regiões Administrativas do Distrito

• o descompasso entre a ampliação das áreas


Federal e que permitem os deslocamentos para
as demais regiões do país uma Rede Viária
urbanas e da infra-estrutura urbana;
Estrutural. Esta rede, composta de um conjunto
• e elevado índice de acidentes de trânsito de vias de trânsito rápido e de vias arteriais,
com atropelamentos. deve ser organizada de modo a criar mobilidade
Quanto aos principais problemas do e fluidez, organizar os fluxos metropolitanos do
transporte coletivo, a serem considerados na Distrito Federal e seu entorno e desafogar o
revisão do PDOT/97, destacam-se: sistema viário urbano do Plano Piloto.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

96
TABELA 21 – REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE COLETIVO DO DISTRITO FEDERAL
Classificação Via
Eixo Rodoviário
Metrô (Águas Claras sentido Samambaia)
Metrô (Centro sentido Taguatinga)
Primária Via entre Setor Policial Sul e Setor Hospitalar Sul, ligando o Eixo Rodoviário W até a Octogonal
Estrada Parque Ceilândia EPCL
Estrada Parque Taguatinga EPTG
Estrada Parque Indústria e Abastecimento EPIA sentido BR 040 e BR 060
Estrada Parque Indústria e Abastecimento EPIA sentido BR 010, BR 020, BR 030
W3 Norte
W3 Sul
L2 Norte
L2 Sul
Estrada Parque Núcleo Bandeirante EPNB
Via Principal do Setor “M” Norte
Eixo Monumental
Secundária
Via de ligação L4 Sul a DF 001/ Ponte JK
Estrada Parque Núcleo Bandeirante EPNB
DF 463 (Via de Ligação São Sebastião)
Pistão Norte
Pistão Sul
BR 251/DF 001 trecho entre Samambaia e BR 040/060
DF 065
Via de ligação Samambaia- Taguatinga e seu prolongamento pela via LJ1 (Setor “L” Norte)
Secundária/Terciária Estrada Parque Dom Bosco EPDB
Estrada Parque Paranoá EPPR
L4 Norte
L4 Sul
Estrada Parque Vicente Pires EPVP
Av. N3 (Ceilândia)
Terciária Via entre o Setor de Administração Municipal, Setor de Garagens Oficiais, Setor de Recreação Pública Norte e Setor Militar Urbano
Avenida Principal do Recanto das Emas sentido Via N3 (Ceilândia), via Samambaia
Av. Comercial Norte e Sul (Taguatinga)
Setor de Indústrias Gráficas
Av. Hélio Prates (Taguatinga)
DF 015 trecho de ligação Paranoá e EPPR DF 005
Via de ligação do CA Lago Norte à DF 007 (trecho entre a Ponte do Bragueto e o Balão do Torto)

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97
9. SANEAMENTO AMBIENTAL FIGURA 36 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA CAESB

O saneamento ambiental compreende


os serviços, o sistema e a infra-estrutura
relacionada com o abastecimento de água, com o
esgotamento sanitário, com a drenagem urbana e
com a gestão dos resíduos sólidos. As condições
do saneamento ambiental repercutem diretamente
nos custos da urbanização e, especialmente, na
qualidade de vida da população, constituindo
importante elemento na formulação de políticas de
desenvolvimento urbano e territorial.

No Distrito Federal, os principais órgãos


responsáveis pelo controle e manutenção das
atividades ligadas ao saneamento são a ADASA,
CAESB, NOVACAP e SEDUMA. O planejamento
da área de saneamento conta com o Plano Diretor
de Água e Esgotos do DF (2000), já elaborado, e o
Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos
Hídricos, em fase de conclusão.
BRASÍLIA SUSTENTÁVEL SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Relatório de Avaliação Ambiental DE ÁGUA PELA CAESB
Fonte: CAESB, 2003.

9.1 Abastecimento de água

O DF apresenta elevados níveis de


Descoberto (maior manancial utilizado para o
atendimento, com abastecimento de água Destaca-se que a diferença entre a
abastecimento do DF, correspondendo a 96% da
atendendo a cerca de 98% da população total do vazão de produção e a disponibilidade hídrica
produção do sistema Descoberto) e por outros 7
DF (SIÁGUA, 2004), totalizando uma vazão de representa uma ociosidade do sistema, situação
(sete) mananciais - Catetinho, Crispim, Alagado,
produção de 6.149 l/s tendo uma disponibilidade positiva para o abastecimento de água.
Olhos D’Água, Pedras e Ponte de Terra 2 e 3.
hídrica de 9.310 l/s. O sistema de água é O Sistema Descoberto abastece Devido às grandes pressões oriundas das
constituído por 05 (cinco) sistemas produtores: atualmente cerca de 65% da população urbana atividades agrícolas e da expansão urbana nos
Descoberto, Santa Maria/Torto, São Sebastião, do Distrito Federal em áreas regularizadas, e é municípios goianos limítrofes ao DF tem sido
Brazlândia e Sobradinho/Planaltina. (figura 36) composto pelas captações em barragem do rio

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

98
verificada a redução da qualidade das águas do conflito no uso de suas águas em função do uso sido operada de forma bastante satisfatória, mas
reservatório do Descoberto. para irrigação de áreas rurais localizadas à com eventuais interrupções no processo, devido à
montante. Nesse sentido, há necessidade de queda de qualidade da água bruta durante os
O sistema Santa Maria/Torto é o
estudos que definam um reforço de produção períodos chuvosos.
segundo em porte do DF, sendo responsável pelo
para o Pipiripau durante os períodos em que este
abastecimento de aproximadamente 21% da O Sistema de Abastecimento de São
manancial não possa suprir, com 400 l/s, as
população urbana em áreas regularizadas (2001). Sebastião foi concebido, em primeira fase, com
demandas que dele dependam.
Faz parte deste sistema o ribeirão Santa Maria, base na utilização de captação de águas
localizado na bacia hidrográfica do lago Paranoá O Sistema Brazlândia compreende subterrâneas, devido à ocorrência de condições
nos limites do Parque Nacional de Brasília. Suas dois sistemas independentes de abastecimento, geológicas locais específicas o que possibilitou a
águas têm apresentado qualidade satisfatória, um sistema de captações superficiais e um instalação de poços tubulares profundos com
excetuando-se a presença eventual de algas. sistema de poços profundos que abastece o vazões bem maiores que as de outras regiões do
Núcleo Habitacional INCRA 8. Esses dois Distrito Federal. Esse sistema de poços representa
O ribeirão Santa Maria possui barragem
sistemas abastecem cerca de 3% da população aproximadamente 2% da vazão total produzida no
de acumulação e o Torto, de elevação de nível.
atendida do Distrito Federal, representando ano e abastece cerca de 4% da população
Esse sistema utiliza outros 3 (três) pequenos
aproximadamente 2% do volume total de água atendida do Distrito Federal. O sistema é
mananciais, responsáveis por um reforço na vazão
tratada produzida em 2004. O Subsistema de constituído de 20 poços profundos, sendo que 18
produzida, sendo eles o Taquari, o Cachoeirinha e
águas superficiais, que se destina ao estão em operação, distribuídos ao longo da
o córrego Cabeça de Veado. Embora a distribuição
abastecimento exclusivo de Brazlândia, é cidade.
de água do sistema seja regular, ressalva-se os
formado pelas captações Barrocão (Descoberto
problemas apresentados pela rede de alimentação O aproveitamento dos recursos hídricos
Montante) e Capão da Onça, cujas vazões são
do Lago Sul, no que se refere à ocorrência de subterrâneos no Distrito Federal apresentou um
encaminhadas diretamente à ETA Brazlândia. A
incrustações e à setorização deficiente. grande incremento na década de 90. Os principais
qualidade das águas “in natura” dos mananciais
fatores responsáveis por este quadro foram o
O terceiro sistema produtor é o desse Sistema tem variado de “boa” a “muito
modelo de ocupação urbana na forma de
Sobradinho/Planaltina que abastece atualmente boa”, segundo o IQA (índice de qualidade da
condomínios, com a dispersão da residência pelo
cerca de 15% da população atendida do Distrito água) médio levantado pelo Laboratório de
território; o aumento de preços da água distribuída
Federal, representando aproximadamente 7% do Qualidade de Água da CAESB, com quedas de
pela concessionária de serviço de abastecimento; o
total da água de abastecimento produzida. Situa-se qualidade ocorrendo nos mananciais de
grande aumento do número de postos de
em uma região com pouca disponibilidade hídrica superfície, geralmente nos períodos chuvosos,
combustíveis ao longo da rede rodoviária; e o
de captação superficial (captação direta de principalmente no Barrocão; quando isto ocorre,
desenvolvimento da agropecuária local.
córregos) e em franca expansão populacional, há a interrupção da captação.
principalmente devido ao aumento acentuado de Visando o atendimento de áreas
A ocupação da bacia é a responsável
condomínios habitacionais com características urbanas descontínuas, fora do alcance da infra-
pela queda de qualidade da água bruta. A ETA
urbanas. A captação do Pipiripau, na região de estrutura de abastecimento implantada e com
Brazlândia (com tratamento convencional) tem
Planaltina, é feita a fio d’água. Constata-se o poucas opções para a viabilização de pequenas

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

99
captações, a CAESB se utiliza de águas específica de Brazlândia, onde o sistema já está sistema, planejado para atender a curto prazo ao
subterrâneas através de poços tubulares passando do seu limite de atendimento. sistema de abastecimento da região norte/leste
profundos. Em 2003, esta concessionária já do DF, envolvendo as cidades de São Sebastião,
O Plano Diretor de Água e Esgotos do
operava um total de 49 poços em área urbana, Sobradinho e Planaltina, bem como loteamentos
Distrito Federal (PLD-2000) estabelece novas
representando 5% da capacidade total do seu existentes na área, onde atualmente se
diretrizes para o serviço de abastecimento de
sistema produtor, para atendimento do INCRA 8 e apresenta o cenário mais crítico em termos de
água. Com horizonte de projeto até o ano de
de condomínios situados ao longo da Chapada de oferta de água no DF. Este sistema, que inclui a
2030, o PLD estuda e hierarquiza diversas
Brasília, região da Escola Fazendária, imediações implantação de nova ETA, será responsável por
alternativas para a ampliação do abastecimento
de Sobradinho, Planaltina e São Sebastião. 36,6% da demanda adicional prevista no DF.
de água do Distrito Federal. Dentre estas
Por outro lado vem-se intensificando a alternativas a solução recomendada pelo PLD- • Reforço da Disponibilidade de Água Bruta
utilização de água subterrânea para abastecimento 2000 contempla, fundamentalmente, os no Sistema Descoberto a partir de nova captação
por parte de consumidores com dificuldades de seguintes componentes principais: no rio do Sal, com capacidade de 1.129 l/s:
acesso à rede ou aqueles à procura de uma fonte
alternativa de água com custos mais baixos do que
• Implantação de Novo Sistema de
consiste em uma captação e recalque para
transposição de bacia, destinada a reforçar a
Produção de Água Tratada a partir de
aqueles cobrados pelo serviço de água distribuída disponibilidade hídrica do sistema do
captação no futuro Lago da UHE Corumbá IV-
pela CAESB. Neste grupo enquadram-se parte dos Descoberto, utilizando a capacidade ociosa, hoje
Braço Areias, com capacidade de 3.107 l/s:
condomínios e parcelamentos irregulares, escolas existente em suas instalações de transporte e
trata-se da maior captação prevista no Plano,
particulares, unidades habitacionais dos setores de tratamento. Esta nova captação atenderá a
para atender cerca de 37,1% da demanda
mansões, hotéis, motéis e os clubes esportivos e 13,5% da demanda adicional prevista, suprindo,
adicional. A captação no lago da UHE
de lazer. principalmente, o atual sistema integrado rio
Corumbá IV foi planejada no braço do rio
Descoberto e, reforçando o atendimento de toda
O sistema de abastecimento implantado Areias, devido à boa condição desta bacia de
região central do DF.
no DF está próximo de seu limite de total de drenagem, com pouca atividade humana e
atendimento, de um limite de conforto operacional elevada qualidade natural das águas deste rio. • Reforço da Disponibilidade de Água Bruta
em termos globais. Se, por um lado, o Sistema rio O sistema a ser implantado a partir da no Sistema Santa Maria/Torto a partir de nova
Descoberto, em 2000, podia suprir as deficiências captação no braço Areias, incluindo nova ETA, captação no rio da Palma, com capacidade de
dos demais sistemas/subsistemas, a ele irá reforçar principalmente o atual sistema 1.063 l/s: trata-se de nova captação no rio da
interligados ou não (e que não são auto- integrado de abastecimento Santa Maria Palma, com recalque para transposição de bacia,
suficientes), ainda com uma sobra de produção Torto/Descoberto, possibilitando o atendimento destinada a reforçar a disponibilidade hídrica do
(aproximadamente 1,1 m³/s), por outro lado, há os de toda região central do DF. sistema integrado Santa Maria / Torto, em suas
aspectos negativos do déficit em Sobradinho e,
sazonalmente, em Planaltina, este último causado
• Implantação de Novo Sistema de
instalações de transporte e tratamento. Este
sistema, que inclui a implantação de uma nova
Produção de Água Tratada a partir de
pela incapacidade de produção plena de água ETA, suprirá cerca de 12,7% da demanda
captação no rio São Bartolomeu, com
bruta no Pipiripau, bem como da situação adicional prevista, no sistema integrado existente
capacidade de 3.060 l/s: trata-se de novo

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

100
e incluindo o atendimento de toda região central Uma série de ações no sistema de químicos ao sistema convencional de lodos
do DF. coleta e tratamento de esgoto vêm sendo ativados, a estação encontra dificuldades em

• Ampliações dos Sistemas de Distribuição de


promovidas visando a ampliação dos índices de
coleta e depuração dos esgotos. Destacam-se:
manter um efluente final em condições de
lançamento no corpo receptor.
Água Potável, incluindo Adutoras de Água
(1) a expansão do programa condominial de
tratada, Elevatórias de Água Tratada e A construção das alternativas no PLD-
esgotos; (2) a expansão e melhoria das estações
Reservatórios: estas ampliações incluem as 2000 para o sistema de esgotamento sanitário
de tratamento de esgotos; (3) implantação de
interligações dos novos sistemas de produção de partiu da seleção das soluções mais vantajosas do
sistemas de telemetria; (4) manutenções
água tratada e reforços dos sistemas existentes. ponto de vista técnico e econômico, tanto para
preventivas e; (5) fomento do plano de gestão do
sistemas isolados, quanto para sistemas
É importante destacar que com o início lago Paranoá. No período de 1998 a 2002, as
integrados, em que uma estação de tratamento
de operação previsto do Sistema Corumbá IV ligações ativas de esgotos no Distrito Federal
atende a diversas bacias. Os estudos técnico-
(parcial) e Bananal em 2011, a disponibilidade elevaram-se em aproximadamente 21,5%,
econômicos levaram em conta os custos de
hídrica de todo o sistema de abastecimento partindo de 259.129 ligações, em 1998, para
implantação e de operação, incluindo, neste
passará a ser de 11.910 l/s, possibilitando o 314.797, em 2002.
contexto, custos de sistemas de bombeamento de
suporte de atendimento adicional ao já hoje
Em 1991, a CAESB estudou esgotos, com ou sem transposição de bacias, bem
previsto de mais de 750.000 habitantes, ou seja, o
alternativas apropriadas e não convencionais de como estações de tratamento com eficiência de
sistema terá suporte de atendimento para mais de
atendimento por esgotamento sanitário e adotou nível secundário ou terciário. Foi também avaliada
3 milhões de habitantes.
o Sistema Condominial de Esgotos, a viabilidade ambiental das alternativas apontadas,
principalmente devido à redução de custos e sua a partir de simulações relativas à capacidade
eficiência de funcionamento. A partir dessa assimilativa dos corpos receptores.
9.2 Esgotamento sanitário
época, esse modelo de esgotamento também foi
Com base nos estudos de alternativas
Os sistemas de esgotamento sanitário escolhido para atender a todas as áreas do
do PLD-2000 foram estabelecidas as diretrizes
do Distrito Federal, implantados e operados pela Distrito Federal, independente da categoria de
básicas para o sistema de esgotamento sanitário e
CAESB, atendem atualmente, com coleta de renda dos habitantes.
foi definida a solução recomendada, nos seguintes
esgotos, a aproximadamente 93% da população
Segundo levantamento apontado no termos:
total, sendo que 100% do volume de esgotos
coletado recebem depuração em 18 (dezoito)
Plano Diretor de Água e Esgotos do Distrito
Federal (PLD-2000), de um modo geral, as
• Os sistemas de coleta/tratamento de
Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) esgotos existentes deverão, em grande maioria,
vazões de projeto das ETEs implantadas no DF
(CAESB-2006). absorver o crescimento populacional em
são superiores às vazões atuais. No entanto,
expansões das unidades de transporte e
É possível visualizar as principais ocorrem alguns parâmetros não condizentes com
tratamento já implantadas.
estações de tratamento bem como as áreas o previsto em projeto. Por exemplo, na ETE
urbanas atendidas, por bacia hidrográfica, na Sobradinho, mesmo com alguns arranjos • Para a região da bacia do lago Paranoá, as
tabela 22. operacionais como a adição de produtos limitações no aporte de nutrientes do lago

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

101
(especialmente no braço do Riacho Fundo) e implantação da ETE Melchior, já concluída,
levaram à necessidade de configurar a são previstas três novas unidades de
9.3 Sistema de drenagem urbana
exportação de esgotos como principal solução de tratamento de médio porte, denominadas ETE
esgotamento para os novos sistemas coletores a Sobradinho (Nova), ETE Taboca e ETE No Distrito Federal, o órgão responsável
serem implantados na região do Vicente Pires e Tororó. São previstas, ainda, outras duas pela implantação do sistema de drenagem urbana
Águas Claras, e Taquari. pequenas unidades de tratamento, destinadas é a NOVACAP. As áreas urbanas regulares do

• Além de ampliações das estações existentes


ao atendimento de áreas restritas. Distrito Federal possuem sistemas de drenagem
tradicionais.

O modelo de ocupação urbana adotado


TABELA 22 - ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS NO DF
na década de 90, com altas taxas de
BACIA impermeabilização (em alguns casos superior a
EQUIPAMENTO ÁREAS ATENDIDAS
HIDROGRÁFICA
90%), implica vazões elevadas no sistema de
Bacia do Lago ETE Brasília – Sul Asa Sul, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro (incluindo
Paranoá Octogonal e Sudoeste), Candangolândia, Lago Sul e drenagem pluvial, gerando uma alteração
parte (Quadra QN1) do Riacho Fundo; significativa do regime hídrico das drenagens. Além
ETE Brasília – Asa Norte, Lago Norte e Vila Varjão disso, os sistemas implantados não têm tido
Norte
sucesso em minimizar adequadamente os
ETE Torto Vila Weslian Roriz (Torto),
ETE Riacho Fundo Riacho Fundo I impactos ambientais negativos, provenientes dos
Bacia do rio São ETE Sobradinho Sobradinho lançamentos dos emissários pluviais nos cursos
Bartolomeu ETE Planaltina Planaltina d’água. Como vem sendo constatado em quase
ETE Vale do Vale do Amanhecer todas drenagens circundadas por áreas urbanas no
Amanhecer
DF, a falta de obras de sistematização e
ETE Paranoá Paranoá
ETE São Sebastião São Sebastião amortecimento de cheias implica em lançamentos
Bacia do rio Ponte ETE Gama Gama de descargas com alta velocidade, energia,
Alta e rio Alagado ETE Recanto das Recanto das Emas e o Riacho Fundo II gerando erosão de base, destruição de matas de
Emas galeria e assoreamento de corpos hídricos.
ETE Alagado Santa Maria
ETE Santa Maria Santa Maria A NOVACAP implementou, juntamente
ETE Vila Vila Aeronáutica no Gama com o BID (Banco Interamericano de
Aeronáutica
Desenvolvimento) um programa (início de 2001)
Bacia do Maranhão ETE Fercal Parte da Fercal
Bacia do rio ETE Melchior Samambaia, Taguatinga e Ceilândia para atendimento das áreas urbanas regulares
Descoberto ETE Samambaia Samambaia ainda não atendidas por drenagem, que contempla,
Bacia do rio Verde - ETE Brazlândia Brazlândia entre outras ações, a implantação dos referidos
Goiás sistemas nos núcleos urbanos de São Sebastião,
Santa Maria, Samambaia, Recanto das Emas e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

102
Riacho Fundo II. Este programa, já em fase final, • Unidade Central de Coleta Seletiva sanitário com área de 83,7 hectares, na margem
completou cerca de 83 % das instalações de redes (UCCS) – situada na Asa Sul e criada em 1996 norte da rodovia DF-180, em Samambaia, próximo
pluviais para estas localidades. atende à Asa Sul e à Asa Norte. Foi construída à Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do
para receber resíduos “secos” da coleta Melchior. Assim que o aterro passar a funcionar, o
seletiva e para que nela se fizesse a triagem Lixão da Estrutural será desativado. Uma das
9.4 Gestão dos resíduos sólidos dos materiais recicláveis. A UCCS recebe principais diferenças entre os dois depósitos é que
atualmente lixo comum, em função da no novo aterro o lixo vai ser compactado (para
O Serviço de Limpeza Urbana do Distrito
desativação dos serviços de coleta seletiva; reduzir volume) e coberto com terra diariamente.
Federal - SLU, gestor dos resíduos no DF
apresenta como dados uma cobertura de 100% do • Usina de Incineração de Lixo Especial Buscando melhorar o gerenciamento do
território, dado comparável ao divulgado pelo IBGE (UILE) – situada na Ceilândia, opera desde lixo na cidade, está em elaboração o Plano Diretor
(2000), que é de 96,1%. No DF, o lixo coletado é 1986, junto à UCTL, possuindo capacidade de Resíduos Sólidos do Distrito Federal. Uma das
transportado diretamente para o destino final nominal para incinerar 30 t/dia. principais resoluções do Plano é criar novas áreas
(aterramento) ou para tratamento (incineração, para depositar o lixo que não puder ser reciclado e
O lixo doméstico e comercial recebido
triagem e compostagem). O tratamento de parte do indicar estratégias e ações que permitam uma
nas usinas (UTL, UCTL, UDBraz) passa
lixo coletado é realizado por 5 usinas, a seguir gestão socioeconômica compartilhada dos
inicialmente por uma etapa de separação de
descritas: resíduos, visando à inclusão social dos catadores
recicláveis. Em seguida, o lixo orgânico é
• Usina da Asa Sul (UTL) – situada próxima enviado para a seção de compostagem onde é
de lixo e à preservação ambiental.
ao Lago Paranoá, utiliza tecnologia produzido o composto orgânico. Na UILE os A definição de áreas para implantação
dinamarquesa. Opera desde 1963, possui “lixos especiais” do DF são incinerados. A de unidades de transbordo, unidades de tratamento
capacidade nominal de tratar 250 t/dia de capacidade nominal de processamento das 5 e destinação final de lixo, com distância apropriada
resíduos. Atende à Asa Sul, ao Lago Sul, à Asa usinas atinge cerca de 1.000 t/dia. O que não é das áreas urbanas, é uma necessidade.
Norte e ao Lago Norte; processado e já passou pelo processo de
• Usina Central de Tratamento de Lixo (UCTL)
triagem é levado ao Aterro do Jóquei Clube, uma
área de 196 hectares que está em operação há
– situada na Ceilândia utiliza tecnologia francesa.
mais de 30 anos e recebe cerca de 2.800 t/dia de
Opera desde 1987, possui capacidade nominal
lixo.
de tratar 600 t/dia de resíduos. Atende às áreas
de Ceilândia, Taguatinga e Samambaia; A maior parte do lixo coletado no DF
• Usina de Compostagem e Reciclagem de
tem como destino final o aterro do Jóquei Clube,
mais conhecido como “Lixão da Estrutural”, que
Brazlândia (UDBraz) – situada em Brazlândia.
se encontra com sua capacidade praticamente
Opera desde 1991, possui capacidade nominal
esgotada. Alguns estudos sobre a desativação e
de 20 t/dia. Atende à Brazlândia;
a remediação do Aterro do Jóquei Clube já foram
realizados. A proposta é instalar um aterro

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

103
10. ASPECTOS DA 2.383.614 habitantes para o ano de 2006 retrato atualizado desses empreendimentos,
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA (SEDUH-SUPAR, 2006). permitindo a visualização da população a ser
atendida, de seu perfil socioeconômico, do número
Embora o PDOT/97 tenha
de parcelamentos implantados, entre outras
reconhecido parte dos parcelamentos informais,
Muitos problemas de ordenamento informações.
a realidade atual indica a necessidade de ajuste
territorial hoje enfrentados no Distrito Federal
no zoneamento urbano e ambiental e de Com objetivo de extinguir os processos
vinculam-se diretamente às questões fundiárias,
estabelecimento de diretrizes e normas para a de regularização de forma individual, os
sobretudo em função da não conclusão dos
aprovação e regularização desses parcelamentos informais foram agrupados por
processos de desapropriação das terras, da
parcelamentos. “Bairros” ou Setores Habitacionais. Tais Setores
precariedade de seus títulos de domínio e da
foram instituídos inicialmente por leis distritais.
imprecisão na demarcação das terras públicas e O diagnóstico dos parcelamentos
Posteriormente, a idéia de agrupamento por
particulares. informais trouxe à revisão do PDOT/1997 o

A indefinição da titularidade da
propriedade da terra, a carência de moradia, o
monopólio do Estado no parcelamento e na
comercialização das terras, a falta de uma política
• A Lei nº 1.823 /98 criou o Setor Habitacional Boa Vista, o Setor Habitacional Dom Bosco, o Setor
Habitacional Taquari, o Setor Habitacional São Bartolomeu e o Setor Habitacional Jardim Botânico.
de financiamento para a habitação, sobretudo para
classe média, e a especulação imobiliária, entre • A Lei nº 218 / 99 criou o Setor Habitacional Fercal, o Setor Habitacional Setor de Mansões, o Setor
outros fatores, provocaram no Distrito Federal o Habitacional Contagem, o Setor Habitacional Grande Colorado, o Setor Habitacional Região dos Lagos, o
surgimento de numerosos parcelamentos ilegais do Setor Habitacional Alto da Boa Vista, o Setor Habitacional Nova Colina.
solo, em áreas públicas e privadas.
• A Lei nº 330 / 00 criou o Setor Habitacional Parque Sol Nascente.
Como resultado desse processo, o
Distrito Federal, de acordo com o último
• A Lei nº 367 / 01 criou o Setor Habitacional Mestre D´Armas.

levantamento realizado em 2006 pela Secretaria • A Lei nº 401 / 01 criou o Setor Habitacional Nacional e Crixá.
Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação–
SEDUH, abriga 347 parcelamentos informais, dos
• A Lei nº 409 / 01 criou o Setor Habitacional Arapoanga.

quais 317 são parcelamentos urbanos informais • A Lei nº 457 / 02 criou o Setor Habitacional Tororó.
que se encontram implantados (SEDUH-SUPAR,
• A Lei nº 467 / 02 criou o Setor Habitacional Vicente Pires.
2006).
• A Lei nº 511 / 02 criou o Setor Habitacional Arniqueira.
A população residente nos
parcelamentos urbanos informais implantados • A Lei nº 527 / 02 criou o Setor Habitacional Água Quente.
corresponde a 533.578 habitantes, ou seja, 22% da • Decreto nº 24.531 / 04 criou o Setor Habitacional Mangueiral.
população do Distrito Federal, estimada em

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

104
setores foi adotada pelo Governo, buscando • terras particulares registradas no Cartório de A situação dos parcelamentos com
parâmetros para o agrupamento tais como sua Registro de Imóveis do Distrito Federal; características urbanas no Distrito Federal está
localização nas mesmas sub-bacias hidrográficas.
A idéia de setores permite o estudo dos
• terras públicas e particulares em regime de
cadastrada em um banco de dados com
informações das Secretarias do Governo e Órgãos
propriedade comum, adquiridas pela TERRACAP
parcelamentos em conjunto e o estabelecimento de Setoriais, elaborado pela Subsecretaria de Análises
– Companhia Imobiliária de Brasília – por
um tratamento global no que se refere à de Parcelamentos Urbanos – SUPAR/SEDUH, em
desapropriação ou compra e venda, ainda não
implantação de equipamentos comunitários, junho de 2006.
submetidas ao competente processo legal ou
sistema viário e áreas de uso comum, entre outras
amigável de divisão; Foram cadastrados 513 parcelamentos
questões deficitárias.

Em 1994, a Lei nº 694 de 08.04.1994


• terras cujos proprietários são
formais e informais, implantados e não
implantados. Os parcelamentos urbanos informais
desconhecidos, designadas como terras em
relacionou 52 loteamentos para serem correspondem a um total de 347. Desses, 317
exame pela TERRACAP (SOUTO MAIOR,
regularizados, indicando todo o procedimento a ser parcelamentos informais estão implantados, ou
2006).
atendido; porém, somente em 13.01.1998, através seja, apresentam sistema viário aberto e divisão de
da Lei nº 1.823, foram aprovadas as primeiras Do ponto de vista da legislação, a lotes, podendo estar com ou sem construções ou
áreas de estudo destinadas à implantação de regularização de parcelamentos envolve diversos infra-estrutura.
setores habitacionais: Setor Habitacional Boa Vista, aspectos jurídicos ligados à Constituição
Os parcelamentos urbanos informais
Setor Habitacional Dom Bosco, Setor Habitacional Federal, à legislação editada pela União e pelo
implantados encontram-se distribuídos por
Jardim Botânico, Setor Habitacional São Distrito Federal. Na base desse regramento legal
diferentes Regiões Administrativas, especialmente
Bartolomeu, Setor Habitacional Taquari e Setor estão o direito de propriedade assegurado pela
na RA V – Sobradinho (116), na RA VI – Planaltina
Habitacional Vicente Pires. Constituição (art. 5º, inciso XXII), bem como a
(64) e na RA XIV – São Sebastião (37).
exigência de que a propriedade cumpra sua
Até o ano de 2006, foram criados por Lei
função social, desde que atenda às exigências A maior parte da população residente
Distrital 20 setores e alguns se encontram em
fundamentais de ordenação da cidade expressas nos parcelamentos urbanos informais implantados
processo de regularização.
no plano diretor (art. 5º, XXIII e art. 182, § 2º, da concentra-se na Região Administrativa de
A situação fundiária no Distrito Federal Constituição). Sobradinho – RA V (138.624 hab.), na Região
compreende terras de naturezas jurídicas diversas, Administrativa de Planaltina – RA VI (107.290 hab.)
Assim a regularização está
a saber: e na Região Administrativa de Taguatinga (91.253
condicionada aos aspectos fundiários,
• terras devolutas, de domínio público, que não urbanísticos e ambientais.
hab.).

se acham no domínio particular por qualquer título Quanto à situação fundiária dos
legítimo, e não foram objeto de ação parcelamentos urbanos informais implantados, 88
discriminatória; 10.1 Diagnóstico Preliminar dos encontram-se em terras desapropriadas e 189 em

• terras públicas, agregadas ao patrimônio


Parcelamentos Urbanos Informais no
Distrito Federal
terras particulares. Os demais 40 parcelamentos
estão em terras desapropriadas em comum, isto é,
público por desapropriação ou doação;
áreas em que o poder público desapropriou

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

105
determinado percentual da gleba, sem, entretanto,
definir claramente os limites da propriedade pública
ou privada.

GRÁFICO 4 – REGIÕES ADMINISTRATIVAS COM MAIOR NÚMERO DE GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS
PARCELAMENTOS URBANOS INFORMAIS IMPLANTADOS PARCELAMENTOS URBANOS INFORMAIS IMPLANTADOS – POR
REGIÃO ADMINISTRATIVA

20%

37%

12%

4%
3% 4% 4%

RA V - Sobradinho RA VI - Planaltina RA XIV - São Sebastião


RA XIII - Santa Maria RA VII - Paranoá RA II - Gama
RA IX - Ceilândia

GRÁFICO 5 – SITUAÇÃO DOS PARCELAMENTOS URBANOS INFORMAIS


IMPLANTADOS QUANTO À SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

59%

13%

28%

Parcelamentos em Terras Desapropriadas


Parcelamentos em Terras Não Desapropriadas (ou de particulares)
Parcelamentos em Terras Em Comum

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

106
Da população dos parcelamentos urbanos
GRÁFICO 7 – SITUAÇÃO DOS GRÁFICO 8 – SITUAÇÃO DOS
informais implantados, 280.870 habitantes residem PARCELAMENTOS URBANOS INFORMAIS PARCELAMENTOS URBANOS INFORMAIS
em terras desapropriadas, 156.845 em terras não IMPLANTADOS – POR FAIXA DE RENDA IMPLANTADOS – DE ACORDO COM
desapropriadas e 95.863 em terras em comum. PDOT/97

No que se refere à faixa de renda dos


parcelamentos implantados, constata-se que 191
parcelamentos são de baixa renda, 119 60%
parcelamentos são de média renda e 7 63%

parcelamentos são de alta renda.


38%
Da população residente nos
parcelamentos urbanos informais implantados, 2% 37%
Parcelamentos de Baixa Renda
369.692 habitantes são de baixa renda, 158.484 Parcelamentos de Média Renda
Parcelamentos situados em Zonas Urbanas, de acordo com o PDOT/97
habitantes são de média renda e 5.402 habitantes Parcelamentos de Alta Renda
Parcelamentos situados em Zonas Rurais, de acordo com o PDOT/97
são de alta renda.

Dos 191 parcelamentos de baixa renda,


106 situam-se em terras de particulares, não
desapropriadas. A maioria dos parcelamentos de
média renda (83 parcelamentos) também se
encontra situada em terras não-desapropriadas.
Apenas os 6 parcelamentos de alta renda estão
localizados em terras desapropriadas.
Dos 317 parcelamentos informais com características urbanas implantados:
Com relação às Zonas Urbanas e Rurais
definidas pelo PDOT/97, os parcelamentos urbanos
• 34% estão ocupados por população de baixa renda e situam-se em terras não
desapropriadas;
informais encontram-se em sua maioria em Zonas
Urbanas, totalizando um número de 200 • 26% estão ocupados por população de média renda e situam-se em terras não
parcelamentos. Os 117 parcelamentos restantes desapropriadas;
encontram-se em Zonas Rurais.
• 17% estão ocupados por população de baixa renda e situam-se em terras desapropriadas;
O diagnóstico preliminar
parcelamentos urbanos informais no Distrito
dos
• 10% estão ocupados por população de baixa renda e situam-se em terras em comum.

Federal (SUPAR/SEDUH, 2006) concluiu que o


agrupamento dos parcelamentos informais é uma
estratégia eficaz possibilitando a visão sistêmica do

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

107
conjunto dos problemas urbanísticos, ambientais e como acontece em alguns parcelamentos
de infra-estrutura urbana da problemática da situados em Planaltina, tais como a Vila Nossa
regularização fundiária. Senhora de Fátima, Expansão do Setor
Residencial Oeste, Vila Vicentina entre outros.
Fora os 20 setores criados por Lei
Distrital até o ano de 2006, 115 parcelamentos
encontram-se situados fora das poligonais dos
GRÁFICO 10 – DISTRIBUIÇÃO DA
Setores Habitacionais, o que requer sua GRÁFICO 9 – SETORES HABITACIONAIS
COM MAIOR CONCENTRAÇÃO DE POPULAÇÃO RESIDENTE NOS
setorização para fins de regularização. PARCELAMENTOS URBANOS INFORMAIS
PARCELAMENTOS URBANOS INFORMAIS
IMPLANTADOS IMPLANTADOS – POR SETORES
Constatou-se que 186.144 residentes
HABITACIONAIS
nos parcelamentos urbanos informais encontram-
se fora dos Setores Habitacionais existentes. Os
Setores Região dos Lagos, em Sobradinho (67.418
hab), o Setor Habitacional Vicente Pires, em
Taguatinga (5.978 hab.), e o Setor Habitacional
Arapoanga, em Planaltina, correspondem aos
setores mais populosos.

10.2 Assentamentos em processo de


regularização fundiária

Desde a aprovação do PDOT/1997,


alguns assentamentos realizados pelo Governo do
Distrito Federal encontram-se em processo de
regularização por questões de delimitação e de
desapropriação das glebas, como as cidades de
São Sebastião e parte de Santa Maria.

Outros, como parte do Setor


Habitacional Riacho Fundo II, estão em processo
de regularização e de acordo com a União, que é
proprietária da terra.

Alguns aguardam Estudo de Impacto


Ambiental e aprovação do Plano Diretor Local

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

108
11. METROPOLIZAÇÃO DE Valparaíso, Planaltina de Goiás, Santo Antônio serviços essenciais oferecidos por Brasília, pelo
BRASÍLIA do Descoberto. aumento de 174,30% (passaram de 56.650 para
152.649 viagens de pessoas/dia) do montante de
Na conformação da estrutura espacial
viagens diárias do Entorno para o DF, registrado
da região metropolitana de Brasília observa-se a
A relação de Brasília com seu entorno entre 1990 e 2000.
formação de um continuum urbano no quadrante
mais imediato estrutura-se a partir de processo
sudoeste, onde se configuram duas conurbações Outro dado relevante é que quase a
crescente de metropolização, definido pela
nos eixos que ligam as diferentes localidades do metade (41,1%) do volume total diário de tráfego
formação de um aglomerado urbano que reúne
Distrito Federal e estas com os municípios localiza-se nas BRs 040/050 que ligam o DF à
diversos municípios ligados funcionalmente a um
limítrofes: a primeira no eixo oeste, entre Plano Luziânia e dá acesso para as localidades de
centro polarizador responsável por gerar relações
Piloto / Ceilândia / Samambaia, e a segunda no Valparaíso, Cidade Ocidental e Novo Gama, sendo
de dependência econômica, social e espacial.
eixo sul, entre Santa Maria e Valparaíso / Novo o trabalho o principal motivo de viagem.
Os elementos que concorrem para a Gama / Cidade Ocidental. O eixo oeste
O processo de metropolização em
identificação de Brasília como metrópole nacional apresenta tendência de expansão tanto em
Brasília, como nas demais metrópoles nacionais, é
são o alto grau de urbanização, uma economia direção a Águas Lindas, pela BR-060 – EPCL,
marcado por profundas desigualdades econômicas
urbana diversificada e complexa, o elevado peso como em direção a Santo Antônio do
e sociais entre a Área Central, polarizadora, e os
do setor terciário, o caráter de centro decisório e de Descoberto, pela BR-070 - EPNB, enquanto o
demais núcleos urbanos do Distrito Federal e
relações internacionais, e sua centralidade em Plano Piloto tende a estabelecer certa
municípios limítrofes. Visando melhor articulação
relação aos municípios sob sua área de influência continuidade com Sobradinho pela DF-003, em
com os municípios limítrofes para o enfrentamento
(IPEA/ IBGE /Unicamp, 2001). função dos condomínios implantados neste eixo.
de problemas afetos às suas relações foi criada a
O processo de metropolização em A função polarizadora de Brasília é Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito
Brasília decorre da estruturação de um forte núcleo reforçada por possuir a maior parte dos postos Federal e Entorno – RIDE, pela Lei Complementar
polarizador, por acolher as atividades centrais dos de trabalho e por dispor de melhor infra-estrutura n° 94, de 19 de fevereiro de 1998 e regulamentada
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário Federal, urbana, além de abrigar os serviços mais pelo Decreto n° 2.710, de 04 de agosto de 1999,
além de organismos internacionais. As principais especializados. Tais atrativos conduzem a altos alterado pelo Decreto n° 3.445, de 4 de maio de
atividades concentram-se no território urbanizado, índices de mobilidade pendular, ou seja, altos 2000.
sustentadas por eixos e pólos de atividade índices de deslocamento diário da população de
No entanto, o enfoque e abrangência da
concentrados principalmente no Plano Piloto, que municípios limítrofes – entre o local de residência
RIDE dizem respeito mais diretamente às relações
constitui o locus por excelência das atividades de e o local de trabalho ou de estudo, ou em busca
de Brasília, como centro econômico de uma ampla
Brasília como metrópole nacional. Por outro lado, de serviços de saúde, lazer, consumo e
região, do que como centro metropolitano.
Brasília estende suas relações de características negócios.
metropolitanas, principalmente, para sete No que diz respeito à metropolização, os
Dados da Pesquisa Domiciliar de
municípios limítrofes ao Distrito Federal: Águas principais problemas a serem enfrentados são a
Transporte (CODEPLAN, 2002) confirmaram a
Lindas, Formosa, Cidade Ocidental, Novo Gama, distribuição desigual da renda, da infra-estrutura de
elevada dependência das populações do Entorno
com as oportunidades de trabalho, negócios e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

109
saneamento, dos equipamentos urbanos e do território do DF e mais 6 subáreas de cidades do território do Distrito Federal e municípios limítrofes
trabalho e o déficit habitacional. entorno. Esta divisão do território permitiu a ao DF.
previsão acurada das tendências e dinâmicas
que estas áreas enfrentarão nos próximos anos,
12. CENÁRIOS TERRITORIAIS
em comparação com as unidades geralmente 12.1 Cenário Demográfico Tendencial para
PARA O DISTRITO FEDERAL trabalhadas, como as Regiões Administrativas, 2006 e 2010
2006-2010 E 2020-2030 – PDOT que muitas vezes agregam setores bastante
Estimam-se, para o Distrito Federal,
heterogêneos.
taxas de crescimento de 2,0% a.a. para o período
Os planos diretores supõem Para a seleção das subáreas, de 2006/2010, o que resulta em uma população
determinados cenários referentes às diversas procurou-se selecionar os limites ocupados total de 2,383 milhões, em 2006 e de 2,580
possibilidades de ocupação territorial. As propostas principalmente por moradias com os respectivos milhões, em 2010.
apresentadas, tanto no PEOT - Plano Estrutural de polígonos definidos a partir dos setores
Já para o conjunto dos municípios do
Ocupação Territorial do DF, como no mais recente censitários do Censo do ano 2000. Além disto,
Entorno imediato – Planaltina de Goiás, Águas
PDOT/97, são, em tese, resultado da escolha de procurou-se reunir, em uma mesma subárea,
Lindas de Goiás, Santo Antônio do Descoberto,
determinado cenário de ocupação territorial. regiões que tivessem alguma homogeneidade,
Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Novo
similitude de renda e que pudessem ser
Nessa direção, examina-se a tendência Gama –, as taxas deverão ser de 3,7% a.a., entre
caracterizadas, de modo geral, como localidades
da ocupação do Distrito Federal, como parte do 2006 e 2010. Essas taxas representam um total
urbanas com certa identidade geográfica.
processo histórico do território do DF, remarcando- populacional de 595,6 mil habitantes, em 2006 e de
se as variáveis que permaneceram durante este Vale salientar, também, que, neste 687,9 mil habitantes, em 2010.
período, assim como novas variáveis, que vem trabalho, a base territorial e o estabelecimento de
regendo a estrutura urbana. O trabalho “Cenários um conjunto de subáreas comuns foram
Territoriais e Demográficos para o Distrito Federal e orientadas pelos corredores de transportes. Grandes áreas e subáreas
Entorno imediato”, que serviu de referência para o Como no Distrito Federal existem 6 corredores No cenário tendencial, estima-se que
Programa de Transportes Urbanos do Distrito principais, trabalhou-se, então, com seus entre 2006 e 2010 a distribuição espacial da
Federal, elaborou cenário de crescimento urbano respectivos conjuntos de subáreas, denominados população não sofrerá grandes alterações. Como
para o DF para 2006, 2010, 2020 e 2030. Área Central, Área Leste, Área Oeste, Área se observa no gráfico 11, aproximadamente 40%
Norte, Área Sudoeste e Área Sul. da população residirá na região Oeste, 18% na
Deste trabalho é extraído o Cenário
Tendencial do DF, isto é, a prospecção da São apresentados, a seguir, região Sul, 14% na região Norte, 12% na região
ocupação do território caso não sejam adotadas comentários sobre os cenários demográficos Central, 10% na região Sudoeste e
medidas de controle ou intervenções diferentes das tendenciais para 2006-2010 e para 2020-2030, aproximadamente 6% na região Leste.
ações atuais. no que se refere ao crescimento populacional da Na área central, as subáreas que
região como um todo e, em seguida, como se apresentam ganho populacional nos períodos
Para construir o Cenário Tendencial, o
processa a dinâmica populacional futura das 2004-2006 e devem aumentar a população entre
trabalho em questão selecionou 56 subáreas no
grandes áreas e suas subáreas que compõem o

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

110
2006-2010 são: 1) Asa Norte, Sudoeste/Octogonal, Planaltina e Sobradinho II ainda apresentam crescimento. O Gama como a subárea mais
Cruzeiro, SAAN/SOF Norte e Lago Norte devido às potencial elevado de crescimento vegetativo, consolidada e com estrutura populacional mais
novas edificações e pela ocupação de caráter visto que suas estruturas populacionais são envelhecida, deverá apresentar menor ritmo de
residencial de áreas comerciais; e 2) Setor jovens. Sobradinho, com estrutura mais crescimento. Santa Maria, Novo Gama, Valparaíso
Habitacional Dom Bosco, no Lago Sul, pela envelhecida, deverá crescer mais lentamente. de Goiás e Cidade Ocidental apresentam ainda
ocupação desse novo bairro. A ocupação da potencial elevado de crescimento vegetativo, dada
Na área Sul, as subáreas também
subárea Noroeste a partir de 2006 trará um as estruturas etárias ainda jovens.
apresentam desaceleração no seu ritmo de
crescimento populacional substancial para a região.
No entanto, de maneira geral, esta região
apresentará menor ritmo de crescimento
demográfico, graças à estrutura da população que GRÁFICO 11 – DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR GRANDES ÁREAS SEGUNDO O CENÁRIO
reside atualmente nessa região, uma população TENDENCIAL
envelhecida, cujo potencial de crescimento
vegetativo é reduzido. 1400000

TENDENCIAL
Na área Oeste, a mais populosa das 2004
regiões, o ritmo de crescimento tenderá a ser 1200000
determinado pelo crescimento vegetativo das 2006
subáreas Ceilândia, Taguatinga e Samambaia que
deverão crescer mais lentamente. A ocupação das 1000000 2010
subáreas Águas Claras, Arniqueiras, Vicente Pires

Número de habitantes
e Park Way I, e a compactação e adensamento das
subáreas Guará I e II, explicam seus elevados 800000
ritmos de crescimento. A Vila Estrutural já muito
densa, não deverá crescer em ritmo muito elevado,
mas como a população é muito jovem, seu 600000

potencial de crescimento vegetativo é ainda


elevado, o que justifica uma taxa em torno de 2,5%
ao ano. 400000

Na área Norte, a segunda mais populosa


das regiões, o ritmo de crescimento também 200000
tenderá a ser desacelerado. Não é prevista a
criação de novos núcleos habitacionais, mas
apenas o adensamento daqueles já existentes. 0
Subáreas como Mestre d’Armas, Arapoanga, Central Leste Norte Oeste Sudoeste Sul

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

111
Destacam-se as ocupações do Park para 2020 e 2030 é explicada, principalmente, nascimentos futuros. Ainda que a mortalidade
Way II e a instalação do Catetinho. pelas componentes fecundidade e mortalidade. tenha uma redução, com a queda da mortalidade
Utilizando-se a metodologia de componentes por infantil e o aumento da expectativa de vida da
Na área Leste, é previsto baixo ritmo de
corte, foram realizadas projeções demográficas população idosa (hipótese considerada na projeção
crescimento para áreas mais densamente
para o Distrito Federal e municípios do Entorno do Distrito Federal), o incremento populacional
ocupadas, como o Paranoá e Varjão. As demais
para os anos de 2020 e 2030, a partir dos devido ao crescimento vegetativo deverá diminuir.
deverão crescer a ritmos inferiores aos observados
resultados do Censo de 2000. De acordo com as Tais tendências explicam a redução dos ritmos de
anteriormente. Como nova ocupação destaca-se a
tendências recentemente observadas nas crescimento da população do Distrito Federal e do
área do Mangueiral, que deverá ser incorporada à
estatísticas vitais do Ministério da Saúde, a Entorno Imediato para 2020 e 2030, (ver Tabela
subárea de Condomínios Jardim Botânico.
fecundidade no Distrito Federal e nos municípios 23).
Acontecerá também a ocupação da subárea do
do Entorno, assim como no restante do país,
Taquari. Assim, essa área deverá apresentar ritmos Com relação à migração, no cenário
está em queda. Essa queda, mais forte no
de crescimento ainda elevados. tendencial foi considerada uma diminuição do saldo
Distrito Federal do que nos municípios do
migratório para o Distrito Federal e para os
Finalmente, a área Sudoeste tende a Entorno, deverá ser mantida e terá como
municípios limítrofes do DF, com redução da
apresentar elevado ritmo de crescimento conseqüência a diminuição do número de
imigração. No entanto, o saldo será ainda positivo
populacional. Esse crescimento será fundamentado
pelas subáreas Recanto das Emas e Santo Antônio
do Descoberto que têm potencial elevado de
crescimento vegetativo com populações ainda
muito jovens. A subárea Água Quente, ainda rural, TABELA 23 - POPULAÇÃO E TAXAS MÉDIAS DE CRESCIMENTO ANUAL PARA O
mas já em processo de transformação em área CENÁRIO TENDENCIAL - DISTRITO FEDERAL E ENTORNO IMEDIATO. 2000-2030
urbana, também deverá apresentar elevadas taxas Tendencial
de crescimento. As taxas de crescimento elevadas População Taxa de crescimento
também são explicadas pela ocupação da subárea Ano
DF Entorno Total DF Entorno Total
Riacho Fundo II (terceira etapa) e pela
compactação de Riacho Fundo I. Já as subáreas 2000 2.051.146 440.974 2.492.120 - - -
consolidadas, como Núcleo Bandeirante e 2004 2.283.154 562.154 2.845.308 2,72% 6,26% 3,37%
Candangolândia, crescerão em ritmos mais lentos.
2006 2.383.624 613.530 2.997.154 2,18% 4,47% 2,63%
2010 2.580.676 703.426 3.284.102 2,01% 3,48% 2,31%
12.2 Cenário Demográfico Tendencial para 2020 2.957.904 920.429 3.878.333 1,37% 2,73% 1,68%
2020 e 2030
2030 3.250.854 1.082.768 4.333.622 0,95% 1,64% 1,12%
Acompanhando o cenário tendencial
para 2006 e 2010, a dinâmica demográfica do
Distrito Federal e dos municípios limítrofes do DF

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

112
(maior número de imigrantes que de emigrantes).
No Distrito Federal, o volume maior do saldo GRÁFICO 12 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR GRANDES ÁREAS SEGUNDO O CENÁRIO
migratório será de mulheres em idade adulta TENDENCIAL - DISTRITO FEDERAL E ENTORNO IMEDIATO. 2030.
jovem. Já no caso dos municípios limítrofes do DF,
a imigração será maior que no Distrito Federal,
Base - 2004 Tendencial - 2030 Central
composta, principalmente, por famílias no início de Central
12% 10%
Sul
seu ciclo familiar (maior volume de adultos jovens 18%
Sul
18%
Leste
de ambos os sexos e crianças). A grosso modo, Leste
9%
7%
ainda que menor que no passado remoto e recente,
a migração ainda deverá ter importância no Sudoeste
10% Sudoeste
crescimento demográfico do Distrito Federal e dos Norte 11% Norte
14%
municípios limítrofes do DF nos próximos 25 anos. 15%

No cenário tendencial é estimado que, entre 2020 e


2030, a migração responderá por cerca de 20% do
crescimento populacional do Distrito Federal e dos
Oeste
municípios do Entorno Imediato. 39% Oeste
37%

Grandes áreas e subáreas

Em 2020 e 2030, a distribuição espacial TABELA 24 - ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO SEGUNDO CENÁRIO TENDENCIAL E
da população será ainda semelhante aos anos EXPLORATÓRIO. DISTRITO FEDERAL E ENTORNO IMEDIATO. 2000-2030
anteriores e sofrerá pequenas alterações, segundo
o cenário tendencial. Como se observa no gráfico Tendencial
12, apesar da redução na sua participação, ainda 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030
deverá ser a área Oeste (corredor que compreende
DISTRITO FEDERAL 19% 22% 28% 35% 46% 61% 79%
Guará, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia,
Brazlândia e Águas Lindas de Goiás, entre outras Entorno Imediato 10% 13% 17% 23% 30% 39% 55%
localidades) que concentrará a maior proporção de Cidade Ocidental 12% 15% 21% 32% 44% 58% 80%
população entre as demais regiões, com 37%, em Novo Gama 10% 13% 18% 25% 32% 43% 61%
2030. A área Sul (Gama, Santa Maria, Novo Gama, Planaltina 11% 13% 17% 23% 28% 36% 49%
Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, entre
Santo Antônio do Descoberto 12% 15% 19% 25% 30% 38% 52%
outras localidades) deverá continuar em segundo
lugar, concentrando cerca de 18% da população, Valparaíso de Goiás 11% 14% 20% 28% 38% 51% 73%
em 2030. Em terceiro lugar, vem a área Norte Águas Lindas de Goiás 7% 9% 13% 17% 22% 30% 44%
(Sobradinho, Planaltina e Planaltina de Goiás) com

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

113
aproximadamente 15% da população, em 2030. A
GRÁFICO 13 - PIRÂMIDE ETÁRIA PARA O GRÁFICO 14 - PIRÂMIDE ETÁRIA PARA O
área Central deverá diminuir a sua participação de DF - CENÁRIO DE 2000 ENTORNO IMEDIATO DO DF- CENÁRIO DE
12% para 10% da população, enquanto a área 2000
Sudoeste (Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo,
80 +
Recanto das Emas, Santo Antônio do Descoberto) 75 a 79
80 +
70 a 74 75 a 79
e a área Leste (Paranoá, Itapuã, São Sebastião) 65 a 69 70 a 74
HOMEM MULHER 65 a 69
deverão aumentar sua participação de 10% para 60 a 64
60 a 64
HOMEM MULHER
55 a 59
55 a 59
11% e de 7% para 9%, respectivamente. 50 a 54
45 a 49 50 a 54
40 a 44 45 a 49
35 a 39 40 a 44
30 a 34 35 a 39
Quanto à estrutura etária, observa-se 25 a 29 30 a 34
20 a 24 25 a 29
que o índice de envelhecimento (número de idosos 15 a 19 20 a 24
10 a 14 15 a 19
– 60 anos ou mais – em cada 100 jovens – menos 5a 9 10 a 14
0a4 5a 9
de 15 anos) deverá aumentar enormemente. No 0a4
Distrito Federal, o índice passará de 19 idosos para
cada 100 jovens, em 2000, para 79 em cada 100, GRÁFICO 15 - PIRÂMIDE ETÁRIA PARA O GRÁFICO 16 - PIRÂMIDE ETÁRIA PARA O
em 2030. Para municípios limítrofes do DF esse DF - CENÁRIO TENDENCIAL PARA 2030 ENTORNO IMEDIATO DO DF- CENÁRIO
índice será, em 2030, menor que no Distrito TENDENCIAL PARA 2030
Federal, mas permanecerá bastante elevado
quando comparado com os valores de 2000 (Ver
80 +
tabela 24). Esses diferentes ritmos de 75 a 79 HOMEM MULHER
80 +
75 a 79 HOMEM
70 a 74 70 a 74 MULHER
envelhecimento populacional devem-se às 65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
diferentes estruturas etárias no início do período. 55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
Em municípios como Águas Lindas de Goiás, 45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
Santo Antônio do Descoberto e Planaltina, as 35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
estruturas jovens, em 2000, explicam os menores 25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
valores para o índice de envelhecimento, em 2030. 15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
Vale ressaltar que a migração ainda contribui para 5a 9 5a 9
0a4 0a4
uma pequena desaceleração do processo de
envelhecimento, considerando que o maior
Central e dos núcleos secundários, como que a população encontra-se em processo de
contingente de migrantes é jovem.
Taguatinga, Sobradinho, Gama, Guará I e II, envelhecimento ou já é envelhecida (Gráficos 13 a
Dentro do Distrito Federal, as subáreas terão uma estrutura mais envelhecida que 16).
também terão ritmos diferentes de envelhecimento, outras, que estarão iniciando o processo de
Assim, o Cenário Tendencial demonstra
sendo que as subáreas mais consolidadas e já em envelhecimento. Já no caso do Lago Sul, Lago
que, caso não forem estabelecidas novas
processo de envelhecimento, como as da área Norte e Asa Sul e Asa Norte, os dados indicam

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

114
diretrizes, a ocupação do território tenderá a seguir públicos ou privados, de utilidade pública, dos equipamentos assume vital importância. O alto
o modelo de áreas urbanas de baixa densidade destinados à prestação de serviços necessários custo das viagens, os longos tempos de
residencial bruta, mantendo extensões de vazios ao funcionamento da cidade, implantados deslocamento e a insegurança do trajeto limitam a
urbanos entre o Plano Piloto e demais localidades, mediante autorização do poder público, sejam perspectiva de emprego da população, além da
com aumento da periferização para áreas externas em espaço público e/ou privados. A NBR 9284 possibilidade de lazer e estudo, enfim, o usufruto
ao Distrito Federal. define para os equipamentos urbanos as da cidade.
seguintes categorias: i) circulação e transporte;
Em vista dessa realidade tão comum às
ii) cultura e religião; iii) esporte e lazer; iv) infra-
13. EQUIPAMENTOS REGIONAIS metrópoles, o PDOT buscou mitigar este processo
estrutura; v) segurança pública e proteção; vi)
entendendo a necessidade de sinergizar, no âmbito
abastecimento; vii) administração pública; viii)
de suas competências, as políticas setoriais quanto
assistência social; ix) educação; e x) saúde.
Em planejamento urbano o termo à implantação dos Equipamentos Regionais.
equipamentos está relacionado ao uso do solo para O conceito adotado neste plano de
Nesse sentido, conforme detalhamento
fins coletivos ou institucionais, podendo ser Equipamentos Regionais aproxima-se ao
que se segue, é realizado diagnóstico quantitativo
públicos ou privados. A implantação de definido na norma técnica, sem, contudo, ser tão
de cada setor, adotando-se como relevante apenas
equipamentos urbanos e comunitários está abrangente. Adotam-se como áreas temáticas de
os equipamentos de maior porte, aqui
diretamente associada ao desenvolvimento social e tratamento a Educação, Segurança, Saúde,
denominados de Regionais, cuja influência incida
reflete a qualidade de vida da cidade e da Abastecimento, Cultura, Esporte e Lazer. A
sobre uma maior área no território do Distrito
população nela residente. delimitação desses equipamentos regionais
Federal. Nas demais seções, uma análise da
subsidiam as políticas para os setores sociais do
Os Equipamentos Regionais são de distribuição espacial dos equipamentos regionais
Distrito Federal, no pleno desenvolvimento das
grande importância na estruturação da cidade, na por agrupamento de Regiões Administrativas é
funções sociais da cidade, garantindo o bem-
medida que são nesses edifícios que muitas das feita, na medida que essa será a nova unidade
estar de seus habitantes.
atividades humanas são exercidas. A Lei Federal política de planejamento e de elaboração dos
No. 6.766, de 1979, que trata de parcelamentos Para assegurar o atendimento dos planos de desenvolvimento local e da lei de uso e
urbanos, classifica equipamentos como Urbanos e serviços à população, em especial à de baixa- ocupação do solo.
Comunitários. Assim, os equipamentos urbanos renda, o Plano Diretor reconhece como premissa
Para fins da análise da distribuição
são os equipamentos públicos de abastecimento de para a implantação dos equipamentos regionais
espacial dos equipamentos regionais foram
água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas o critério de localização. Essa deverá ocorrer
definidos os seguintes Grupos de Regiões
de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado, preferencialmente nas áreas próximas aos
Administrativas, conforme suas características
conforme texto da lei. Já os equipamentos terminais de transporte público coletivo, de modo
físicas, econômicas e sociais:
comunitários, são aqueles em que são realizadas a não estratificar e segregar sócioespacialmente
as atividades de educação, cultura, lazer e a população. Cenário posto, a exclusão espacial Grupo 01: Plano Piloto, Cruzeiro, Candangolândia,
Sudoeste/ Octogonal. (300.094 hab.).
similares, de caráter público. se configura, negando o direito à cidadania num
Grupo 02: Lago Sul, Lago Norte, Park Way e
ciclo vicioso de carências de difícil ruptura, onde Varjão (81.309 hab.).
Complementarmente, a NBR 9284,
o papel do transporte público e a espacialidade
define como equipamento urbano todos os bens

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

115
Grupo 03: Núcleo Bandeirante, Guará, Riacho Essa estrutura de análise será
FundoI, SCIA, SIA e (201.926 hab.). IDE = (QEQUIP / POPGRUPO) x e
empregada para os temas tratados nesta seção,
Grupo 04: Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e onde: IDE – Indicador de Densidade de
Águas Claras (931.400 hab.). observando ainda a espacialização dos
Equipamentos.
equipamentos no território. Contudo, nos cálculos
Grupo 05: Brazlândia, Sobradinho, Sobradinho II e QEUIP – Quantidade de Equipamentos por tema e
Planaltina (453.409 hab.). UPT desenvolvidos para a demanda por equipamentos
Grupo 06: Paranoá, São Sebastião, Jardim não foi computada uma população flutuante
POPGRUPO – Quantidade de habitantes por grupo
Botânico e Itapoã (170.586 hab.). de RA’s advinda das demais regiões administrativas e dos
Grupo 07: Gama, Santa Maria, Recanto das Emas e – Constante numérica igual à 10.000 municípios limítrofes ao Distrito que utilizam tais
e Riacho Fundo II (411.506 hab.). equipamentos, muito em função da concentração
Este indicador permite uma análise dos postos de trabalho do território ocorrer na
Os dados de população se referem a
comparativa entre os Grupos de Regiões Região Central.
uma projeção da SEDUMA para 2007, contando
Administrativas de modo mais coerente, pois
com apenas 19 Regiões Administrativas. Para Uma representação deste fato se dá
incorpora o critério populacional à análise. Uma
calcular a população das novas RAs, foi utilizada a quanto a análise da Pesquisa Domiciliar de
constante é utilizada para tornar os valores
Pesquisa Distrital de Amostra de Domicílios – Transporte - 2000 (CODEPLAN), que aponta um
obtidos pela divisão entre a quantidade de
PDAD/2004, em seguida, se fez a subtração na RA volume de viagens diárias na ordem de 1.126.788,
equipamentos temáticos e a população total de
de origem. Desta forma, se obteve um valor que se realizavam para o Plano Piloto, advindas
cada Grupo mais próximos de uma escala
aproximado da população por grupo de RAs. das demais regiões administrativas e do Entorno.
numérica de fácil percepção. Vale ressaltar que
Com base na lista atualizada dos quanto maior o valor do indicador, menor é a Esta realidade traz à luz os conceitos de
equipamentos urbanos do Sistema Territorial e necessidade do Grupo de Regiões população utilizadora e oferta metropolitana, tão
Urbano do Distrito Federal – SITURB, tem-se um Administrativas de determinado equipamento importantes quando se trata do desenvolvimento
diagnóstico prévio, tanto espacial quanto quando comparado com as demais. econômico e social, em especial quando se
quantitativo, da distribuição dos equipamentos no avaliam dotações de certos equipamentos e
Um exemplo da diferença entre as
espaço urbano. Vale destacar, contudo, que essa serviços, como hospitais ou universidades, que,
duas abordagens de análise apresenta-se pela
forma de análise não considera fatores claramente, servem a uma população muito
interpretação dos Gráficos 16. Para o tema
preponderantes para a definição da necessidade superior àquela que reside na cidade
Cultura, Esporte e Lazer para os Grupos A, B, C
desses elementos, tais como população, extensão
e D (fictícios) em termos relativos (percentuais) Assim, adotaremos como premissa para
territorial, dentre outros.
há uma concentração maior dos equipamentos a distribuição espacial dos equipamentos regionais
Portanto, adotar-se-á como unidade de nos Grupos A e C. No entanto, a partir da análise e comunitários o atendimento às demandas
referência para análise um Indicador de Densidade do IDE, infere-se que a população do Grupo B, é oriundas dos Grupos de Regiões Administrativas
de Equipamentos - IDE, o qual utiliza-se como mais bem servida que as regiões do Grupo D onde estes serão implantados e/ou ampliados
parâmetro de referência a população e a que, em termos relativos, possui uma quantidade visando o atendimento integral as necessidades da
quantidade de equipamentos dessas regiões, maior de equipamentos. população.
sendo obtido pela seguinte fórmula:

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

116
erradicação do analfabetismo e de elevação da
GRÁFICO 17 – COMPARAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE EQUIPAMENTOS REGIONAIS E IDE
qualidade da educação, para todos.

Assim, o PDEDF é o documento


Quantidade Relativa de Equipamentos Regionais (%)
norteador das diretrizes e ações da educação
consubstanciadas no PDOT, observando para
100,00%
tanto a articulação com o conjunto de políticas
80,00%
60,00%
setoriais do governo. Suas diretrizes buscam
40,00% sobretudo o estabelecimento de uma educação de
20,00% qualidade para todos focada na elevação global da
0,00% escolarização, na melhoria qualitativa do ensino, na
UP - I UP - II UP - III UP - IV democratização da gestão escolar e na redução
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D
Bem tombado Centro Cultural Esporte/Lazer Museu das desigualdades sociais. A partir destes
condicionantes, a Secretaria de Estado de
Educação aponta o problema da dispersão da
residência no território como principal dificuldade
Indicador de Densidade de Equipam entos Regionais
para atingir sua política setorial, uma vez que tal
10,00
forma de ocupação urbana implica em uma maior
8,00
6,00 demanda por estabelecimentos de ensino. A
4,00 localização destes estabelecimentos é definida, no
2,00 âmbito da Secretaria, com base na relação entre as
0,00
faixas etárias dos alunos e o raio de abrangência
UP - I UP - II UP - III UP - IV
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D
definido pela legislação
Bem tombado Centro Cultural Esporte/Lazer Museu
Como síntese do diagnóstico do setor
educacional, de acordo com o Censo Escolar de
Sua política de ação para os próximos 2005 para o Distrito Federal, observa-se a
dez anos estrutura-se nas premissas e existência de 612 escolas públicas, que se
13.1 Educação compromissos estabelecidos no Plano Decenal distribuem em 14 Diretorias Regionais de Ensino,
de Educação do Distrito Federal (PDEDF: 2004- que cobrem todo o território. Desse número, 605
2013), elaborado em conformidade com o Plano oferecem as etapas da Educação Básica e as
A Secretaria de Estado de Educação, Nacional de Educação, fixado pela Lei nº modalidades Educação Especial e Educação de
órgão da administração direta, é a instituição 10.172/2001, e que estabelece os parâmetros Jovens e Adultos. Do total das instituições
responsável pelo gerenciamento do Sistema de para o Poder Público cumprir com a escolares, 114 possuem biblioteca (18,8%) e 356
Ensino do Distrito Federal. responsabilidade constitucional de possuem apenas sala de leitura (58,8%).
universalização da Educação Básica, de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

117
A estrutura na rede de ensino no Distrito • a educação é um dos setores que mais viários nas horas de pico, além da concorrência de
Federal se apresenta de acordo com a seguinte desloca a população em busca de um serviço de espaço com o pedestre.
divisão: melhor qualidade, o que reforça no DF, o grande
Analisando as tabelas 25 e o Gráfico 17
• Educação Infantil.
fluxo de veículos para a área central do Plano
Piloto;
quanto à distribuição dos estabelecimentos de

• Ensino Fundamental
Outro aspecto a ser considerado com
ensino no território do Distrito Federal, observa-se
a distorção entre a oferta de equipamentos e a
• Ensino Médio relação aos estabelecimentos de ensino é a população utilizadora, à exemplo da análise dos
• Educação Profissional
extensa oferta e sua diversificação no que se estratos do tema educação:

• Educação Especial
refere aos cursinhos preparatórios para
vestibular e concursos públicos. Com a
• Cursinhos: conforme observa-se na Tabela
25, há uma maior concentração destes
• Educação de Jovens e Adultos contração do mercado de trabalho, o Distrito
equipamentos na região central do Distrito Federal
Federal tem exercido uma forte atração às
• Educação Superior demais unidades da federação pela oferta de
(Grupo 01) e na área que compreende Taguatinga,
Ceilândia, Samambaia e Águas Claras (Grupo 04),
• Assistência ao Educando postos no setor público.
equivalentes à 50% e 35,71% do total desses
• Valorização do Profissional da Educação O desdobramento dessa equipamentos, respectivamente. Quanto ao valor
especificidade é a exigência cada vez maior por do IDE indicado no Gráfico 17, a relação segue a
No conjunto dos equipamentos titulação de nível superior, o que vem gerando lógica quantitativa, não havendo alterações do
educacionais eleitos para o estudo de revisão do uma oferta desordenada, espacialmente e comportamento do estrato para o território.
PDOT, são componentes os que se caracterizam quantitativamente, no número de faculdades. E Ressalta-se ainda que a concentração destes
por uma abrangência regional e/ou pelo nível de mais uma vez vê-se a predominância de sua equipamentos relaciona-se com a concentração de
concentração em que estão implantados ou ainda, instalação no Plano Piloto. Os estratos Cursinhos emprego e renda, além da interdependência com
pela ordem de fluxo de usuários que atendem. São e Faculdades e Universidades estão outros fatores, tais como concentração de
eles: as escolas particulares, de nível fundamental concentrados em sua maior parte na Região população e perfil etário.
e/ou médio, os cursinhos, as faculdades e
universidades.
Central, com a representação
aproximadamente 50% e 52% do total do Distrito
de
• Faculdade/Universidade: a Tabela 25
apresenta valores relativos da concentração
Observa-se o seguinte problema na Federal, respectivamente, conforme apresentado
destes equipamentos no território. Da sua
distribuição espacial de tais equipamentos: na tabela 25.
análise, observa-se que o comportamento da sua
• alto nível de concentração dos equipamentos Outros aspectos da realidade desta distribuição não difere bastante do item anterior –
no Plano Piloto; área central é o nível de concentração dessas cursinhos. A maior densidade destes na região
faculdades em áreas anteriormente destinadas a central (Grupo 01 - 52,11%), seguidas da região
• os grandes trajetos realizados, implicando em
outros tipos de unidades de ensino, gerando próxima de Taguatinga (Grupo 04) e do Guará
maior tempo e custo das viagens;
grande volume de tráfego e reduzidas áreas para (Grupo 03), 21,13% e 8,45% respectivamente. A
estacionamento, o que implica em conflitos região do Lago Sul , Lago Norte e Park Way
possui apenas 7,04% das faculdades e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

118
universidades do Distrito Federal, contudo,
quando se analisa o IDE (Gráfico 18), inserindo TABELA 25 – PERCENTUAL DE EQUIPAMENTOS DE EDUCAÇÃO POR GRUPO DE REGIÕES ADMINISTRATIVAS

o critério populacional, se verifica a pequena


densidade deste estrato na área dos Lagos e
Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
Park Way (Grupo 02). Este grupo é formado por
Regiões Administrativas que se caracterizam Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab):
Classificação
300.094 81.309 201.926 931.400 453.409 170.586 411.506
como bairros predominantemente residenciais,
% % % % % % %
envoltórios à região central e que exercem,
portanto, uma grande pressão sobre os
Cursinho 50,00 0,00 7,14 35,71 7,14 0,00 0,00
equipamentos das RA`s que compõe o Grupo 01. Faculdade/Universidade 52,11 7,04 8,45 21,13 4,23 0,00 7,04
Destaca-se ainda que a região de São Sebastião Ensino Particular 37,31 8,96 10,45 28,36 7,46 0,00 7,46
e Paranoá (Grupo 06), não possui qualquer Ensino Pública 21,33 2,67 8,00 32,00 20,00 4,00 12,00
estabelecimento de nível superior para uma Fonte: Seduma, 2007

população de aproximadamente 170.000


habitantes.
GRÁFICO 18 – INDICADOR DE DENSIDADES DE EQUIIPAMENTOS DE EDUCAÇÃO
Instituição de Ensino Particular: nesse estrato,
configura-se a tendência observada nos demais
itens, com a concentração da região central das 14,00000000

instituições de ensino particular (37,31%). Em 12,00000000

seguida, a região de Taguatinga (21,13%), do 10,00000000

Guará (8,45%) e dos Lagos (7,04%) do total para o 8,00000000

Distrito Federal, conforme Tabela 25. As possíveis 6,00000000

razões desta concentração estão 4,00000000

2,00000000
relacionadas a diversos fatores, tais
0,00000000
como a concentração de renda e o Grupo
Grupo01
01 Grupo
Grupo02
02 Grupo
Grupo03
03 Grupo
Grupo04
04 Grupo
Grupo05
05 Grupo
Grupo 06
06 Grupo
Grupo0707
descontentamento com o ensino público. Faculdade/Universidade Instituição de Ensino Particular Instituição de Ensino Pública Cursinho

Instituição de Ensino Público: a distribuição Fonte: Seduma, 2007


desse equipamento segue as diretrizes indicadas
Águas Claras (Grupo 04) possuem 32% dos aproximadamente a ordem de grandeza de suas
pela Secretaria de Estado de Educação,
estabelecimentos do Distrito Federal (Figura populações. Apesar do atendimento em termos
conforme citado neste documento. Dessa forma,
37). Com valores próximos entre sí, destacam- relativos estar de acordo com o disposto nas
há uma inversão da lógica de concentração dos
se a Região Central (Grupo 01 -21,33%) e a diretrizes da Secretaria de Educação, como
equipamentos no território. A região de
área de Brazlândia, Sobradinho e Planaltina resultado da análise do Indicador de Densidades
Taguatinga, composta também pela regiões
(Grupo 05 - 20,00%), o que reflete de Equipamentos, se observa a necessidade de
administrativas de Ceilândia, Samambaia e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

119
implantação de novos equipamentos nas
FIGURA 37 – EQUIPAMENTOS DE EDUCAÇÃO
localidades com baixo valor de IDE de forma a
equilibrar a distribuição no território.

Fonte: SITURB 2005

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

120
13.2 Segurança do solo (vertical ou horizontal), incidência RA XI – Cruzeiro: A PMDF já possui os terrenos
criminal, eixo principal de dinamização, necessários;
conhecimento acerca da criação de novos
RA XIX – Candangolândia: 01 terreno para
Os serviços prestados pelos órgãos de adensamentos populacionais, população
CPMInd;
Segurança Pública e Defesa Social do Distrito estimada, dentre outros.
Federal tem apresentado um crescente aumento da RA XXII – Sudoeste-Octogonal: A PMDF já possui
demanda no território. os terrenos necessários;
Os Batalhões de Polícia Militar – BPM
Os equipamentos policiais e de defesa por abranger uma área maior de cobertura, Do Grupo 02: Lago Sul, Lago Norte, Park Way e
social foram estudados em função de sua demanda necessitam de espaço físico de igual grandeza, Varjão (81.309 hab.).
e de sua articulação direta com a população. no qual serão instaladas as suas edificações,
RA XVI – Lago Sul: A PMDF já possui os terrenos
Foram elencadas as Delegacias de Policia Civil e tendo como área mínima de 12.000 m² para seu
necessários;
as unidades da Polícia Militar e do Corpo de funcionamento.
Bombeiros existentes no Distrito Federal. RA XVIII – Lago Norte: 01 terreno para CPMInd;
As Companhias de Policia Militar
As delegacias, por meio dos seus Independentes – CPMInd, para ser efetiva no RA XXIV – Park Way: 01 terreno para CPMInd
serviços de atendimento à população local, têm a seu local de cobertura, necessita de uma área (entre o aeroporto e Vargem Bonita);
necessidade de se localizar próximas aos principais mínima de 8.000 m² para sua instalação e
RA XXIII – Varjão: 01 terreno para CPMInd;
núcleos urbanos e de forma equânime. Segundo a funcionamento. Observados os índices criminais
Secretaria De Estado de Segurança Pública e da SSPDS/DF e seus desdobramentos torna-se Do Grupo 03: Núcleo Bandeirante, Guará, Riacho
Defesa Social do DF (SSPDS) são seguidos os necessária uma Unidade Policial Militar – UPM Fundo I, SCIA, SIA (201.926 hab.).
seguintes parâmetros: por Região Administrativa, observando-se para
RA VIII – Núcleo Bandeirante: Regularização do
tanto a densidade demográfica na seguinte
terreno ocupado pela CPMInd;
proporção – 01 UPM para cada 50 mil
• Polícia Civil do DF – PCDF – pelo menos habitantes, no caso das Companhias de Polícia RA X – Guará: A PMDF já possui os terrenos
uma Delegacia de Polícia por Região Militar Independentes. Dessa forma, poderá necessários;
Administrativa, observando-se para tanto a haver em uma mesma Região Administrativa RA XVII – Riacho Fundo I: A PMDF já possui os
densidade demográfica na seguinte proporção – mais de uma Unidade Policial Militar de porte terrenos necessários;
01 DP para cada 75 mil habitantes. Dessa forma, igual ou diferente, nas seguintes localidades:
poderá haver em uma mesma Região RA XXV – SCIA: 01 terreno para CPMInd (entre a
Do Grupo 01: Plano Piloto, Cruzeiro, Cidade Estrutural e a Cidade do Automóvel);
Administrativa mais de uma Delegacia Policial.
Candangolândia, Sudoeste / Octogonal. (300.094
hab.). RA XXIX – SIA: 01 terreno para CPMInd;

• Polícia Militar do DF – PMDF – deve ser RA I – Brasília: 01 terreno para CPMInd e 02 Do Grupo 04: Taguatinga, Ceilândia, Samambaia,
observado os critérios: localização e tipo da terrenos para BPM; e Águas Claras (931.400 hab.).
sede; densidade demográfica, tipo de ocupação

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

121
RA III – Taguatinga: 01 terreno para BPM RA XXVIII – Itapoã: 01 terreno para CPMInd; Sobradinho: um terreno nas proximidades da
(Taguatinga Sul), 02 terrenos para CPMInd (QNL e Quadra 09; RA VI – Planaltina: dois terrenos, um
Do Grupo 07: Gama, Santa Maria, Recanto das
M-Norte) na área central do Setor Arapoanga e outro na área
Emas e Riacho Fundo II (411.506 hab.).
central do Vale do Amanhecer; RA VII – Paranoá:
RA IX – Ceilândia: 01 terreno para BPM (Ceilândia
RA II – Gama: A PMDF já possui os terrenos um terreno na extremidade sul da cidade; RA VIII –
Norte/P Norte) e 01 terreno para CPMInd (QNO,
necessários; Núcleo Bandeirante: a cidade já é adequadamente
QNQ e QNR);
atendida; RA IX – Ceilândia: três terrenos, sendo
RA XIII – Santa Maria: A PMDF já possui os
RA XII – Samambaia: 01 terreno para CPMInd um na extremidade da expansão do Setor O; um
terrenos necessários;
(próximo ao terminal rodoviário – QR/QR 629); no Setor P Norte e um na Guariroba; RA X –
RA XV – Recanto das Emas: 01 terreno para Guará: a cidade já é adequadamente atendida; RA
RA XX – Águas Claras: A PMDF já possui os
BPM; XI – Cruzeiro: a cidade já é adequadamente
terrenos necessários;
RA XXI – Riacho Fundo II: 01 terreno para atendida; RA XII – Samambaia: um terreno
Do Grupo 05: Brazlândia, Sobradinho II, localizado na área sudoeste da cidade; RA XIII –
CPMInd;
Sobradinho e Planaltina (453.409 hab.). Santa Maria: dois terrenos, um na área central e
Quando da regularização, 01 terreno outro na extremidade próxima ao Novo Gama; RA
RA IV – Brazlândia: A PMDF já possui os terrenos
para CPMInd na Colônia Agrícola Vicente Pires, XIV – São Sebastião: dois terrenos, um na
necessários;
01 terreno para CPMInd na Colônia Agrícola extremidade sudeste e um na extremidade
RA V – Sobradinho: A PMDF já possui os terrenos Arniqueira. noroeste; RA XV – Recanto das Emas: um terreno
necessários; na extremidade sudoeste; RA XVI – Lago Sul: a
Os Batalhões do Corpo de Bombeiro
RA XXVI – Sobradinho II: 02 terrenos para CPMInd têm caráter mais estratégico por oferecer a cidade já é adequadamente atendida; RA XVII –
(Sob. II e Setor de Mansões e outro no Grande melhor cobertura das suas respectivas áreas de Riacho Fundo: a cidade já é adequadamente
Colorado). abrangência. Segundo informações colhidas na atendida; RA XVIII – Lago Norte: um terreno na
SSPDS, nas Regiões Administrativas, que área central localizado no canteiro existente entre
RA VI – Planaltina: 01 terreno para CPMInd as vias de acesso às quadras e, RA XIX –
atualmente possuem unidades de bombeiros já
(próximo ao Vale do Amanhecer ou Arapoanga). Candangolândia: a cidade já é adequadamente
edificadas, existe a necessidade de que sejam
Do Grupo 06: Paranoá, São Sebastião, Jardim disponibilizados terrenos de 1.000 m nas
2 atendida.
Botânico e Itapoã (170.586 hab.). seguintes localidades: RA I – Brasília: dois Nas regiões administrativas recém
terrenos, um na porção mediana da Asa Sul e criadas existe a necessidade imediata de
RA VII – Paranoá: A PMDF já possui os terrenos
outro em localização correspondente na Asa implantação de unidades de bombeiros de 1.000
necessários;
Norte; RA II – Gama: o CBMDF já possui os 2
m da seguinte forma: RA XX – Águas Claras: o
RA XIV – São Sebastião: A PMDF já possui os terrenos necessários; RA III – Taguatinga: dois CBMDF já possui os terrenos necessários; RA XXI
terrenos necessários; terrenos, um na porção mediana do Pistão Norte – Riacho Fundo II: um terreno na área central da
RA XXVII – Jardim Botânico: 01 terreno para e outro no centro das Quadras QNL; RA IV – cidade; RA XXII – Sudoeste-Octogonal: um terreno
CPMInd; Brazlândia: um terreno na extremidade norte da próximo à Quadra 101; RA XXIII – Varjão: um
cidade na porção oposta à rodovia; RA V –

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

122
terreno na área central da cidade; RA XIV – Park comparativamente, as mais bem servidas
Way: dois terrenos, sendo um junto à porção (28,57%).
central da DF 079 e outro junto à DF 003; RA XV –
SCIA: um terreno na área central da cidade
● CMBDF – têm sua distribuição no território
inversamente proporcional `as delegacias, tendo
(Cidade do Automóvel); RA XVI – Sobradinho II:
maior concentração de seus equipamentos na
dois terrenos, sendo um na área central e um na
região central (Grupo 01) . As regiões de
porção central dos Condomínios do Grande
Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Águas
Colorado; RA XVII – Jardim Botânico: um terreno
Claras (Grupo 04) mal servidas quando
na área central; RA XVIII – Itapoã: um terreno na
observada sua população.
área central; RA XXIX – SIA: a cidade já é
adequadamente atendida.

TABELA 26 – PERCENTUAL DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA POR GRUPO DE REGIÕES ADMINISTRATIVAS


Dentro da atual política de integração
dos organismos que compõem o Sistema de
Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
Segurança Pública e, para otimização dos
Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab):
equipam Classificação 300.094 81.309 201.926 931.400 453.409 170.586 411.506
entos, sugere-se um complexo destinado % % % % % % %
a PMDF, PCDF e CBMDF, o que representará uma Delegacia 20,00 5,71 11,43 28,57 14,29 5,71 14,29
redução da área necessária para comportar as CMBD 40,00 8,57 14,29 11,43 8,57 5,71 11,43
Fonte: Seduma, 2007
instalações.

Em levantamento feito pela Secretaria


de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente foi
estabelecida a comparação entre o quantitativo dos GRÁFICO 19 – INDICADOR DE DENSIDADES DE EQUIIPAMENTOS DE SEGURANÇA
equipamentos de segurança existentes e a
população dos grupos de regiões administrativas 5,00000000
4,50000000
do DF (Tabela 26), que verificou as seguintes
4,00000000
situações: 3,50000000

● Delegacias – apresentam sua distribuição


3,00000000
2,50000000
diretamente proporcional ao contingente 2,00000000
1,50000000
populacional de sua região, ou seja, as regiões de 1,00000000
maior densidade populacional como Taguatinga, 0,50000000
0,00000000
Ceilândia, Samambaia e Águas Claras são, Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
Delegacia CMBDF

Fonte: Seduma, 2007

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

123
FIGURA 38 – EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA E SAÚDE 13.3 Saúde

A rede de serviços saúde abordada no


PDOT incluiu os setores público e privado
identificando os principais serviços do setor de
saúde responsáveis pelos atendimentos no Distrito
Federal. Foram avaliados os seus respectivos
raios de abrangência assim como seus prováveis
usuários.

A forma como a população do Distrito


Federal utiliza os serviços de saúde está
intrinsecamente ligada ao seu perfil
socioeconômico. O setor de saúde privada absorve
praticamente toda a população de alta e média
renda, que normalmente está vinculada a planos
de saúde ou associações similares.

O restante da população, está vinculado


aos serviços disponibilizados pela saúde pública.
A rede pública de saúde do Distrito Federal é
geralmente disponibilizada em uma lógica
hierárquica que mede o grau de complexidade do
atendimento, onde o usuário é encaminhado
primeiramente a postos de saúde, depois a centros
de saúde e só depois, aos hospitais regionais.
Estes últimos, devido a sua maior infra-estrutura,
acabam sendo mais procurados do que os centros
e postos. Cabe ressaltar que a maioria dos
atendimentos são feitos junto ao serviço de
emergência dos hospitais regionais.

Entre os hospitais regionais verificou-se


também que um motivador do aumento das
demandas encontradas deve-se ao fato de que
nem sempre ela está associada a população local,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

124
mas, sim, à população originária do entorno do • Público – é a categoria mais bem Apesar da distribuição destes equipamentos,
Distrito Federal. distribuída no território, quando comparada as verifica-se o baixo percentual encontrado,
demais citadas . Toda as regiões do DF principalmente, nas regiões dos Grupos 03, 06 e
Cabe ressaltar que além dos Hospitais
possuem serviço público de saúde, exceto as 07.
Regionais, o Distrito Federal conta com outros tipos
regiões dos Lagos Sul e Norte, Varjão e Park
de hospitais de atendimento público, tais como os
Way.
hospitais militares, o hospital universitário e
algumas unidades de atendimento especializado.
TABELA 27 – PERCENTUAL DE EQUIPAMENTOS DE SAÚDE POR GRUPO DE REGIÕES ADMINISTRATIVAS
Os equipamentos de saúde analisados
no PDOT foram elencados nas seguintes
categorias: Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07

• Federal – estão todos concentrados no Classificação


Pop (hab):
300.094
Pop (hab):
81.309
Pop (hab):
201.926
Pop (hab):
931.400
Pop (hab):
453.409
Pop (hab):
170.586
Pop (hab):
411.506
Plano Piloto (100%). O Hospital de Base é a % % % % % % %
principal referência desta categoria. Federal 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Normalmente os hospitais federais do DF Militar 75,00 25,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
absorvem, além das demandas locais, grande Particular 36,36 9,09 4,55 45,45 0,00 0,00 4,55
contingente oriundo do entorno e até mesmo de Publico 37,50 0,00 6,25 25,00 18,75 6,25 6,25
outros Estados. Isto contribui para o aumento da Fonte: Seduma, 2007

dependência do Plano Piloto, por parte das


outras regiões do DF, no atendimento de GRÁFICO 20 – INDICADOR DE DENSIDADES DE EQUIIPAMENTOS DE SAÚDE
serviços de saúde pública.

• Militar – assim como os hospitais federais, 3,50000000


têm sua localização totalmente voltada para as 3,00000000
áreas centrais do DF ( Plano Piloto e Lagos). 2,50000000

• Particular – esta categoria de serviços de 2,00000000

saúde, como toda empresa da iniciativa privada, 1,50000000

é orientada em função da concentração de 1,00000000

renda, se localizando em regiões com este perfil 0,50000000

e que tenham carência por esse tipo de serviço. 0,00000000


Grupo
Grupo 0101 Grupo
Grupo 0202 Grupo03
Grupo 03 Grupo
Grupo 04 04 Grupo
Grupo 05 05 Grupo
Grupo 06 06 Grupo
Grupo 07 07
Verifica-se a partir daí sua concentração na
região de Taguatinga e Ceilândia (Grupo 04) e Federal Militar Particular Publico
do Plano Piloto (Grupo 01). Fonte: Seduma, 2007

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

125
13.4 Abastecimento • Shopping Center – esta categoria de regiões próximas a Taguatinga, Ceilândia e
equipamento apresenta maior concentração Samambaia (Grupo 04). As regiões próximas ao
nas proximidades do Plano Piloto. Nota-se, no Gama e São Sebastião estão completamente
Neste Plano Diretor foram definidos entanto, que em algumas regiões de menor desprovidas desta categoria.
como equipamentos de abastecimento todos os densidade, com a do Grupo 03, os shoppings Segundo levantamentos realizados é
Hipermercados , Feiras Permanentes e Shopping chegam a atingir expressivo percentual. possível verificar a quase total concentração
destes equipamentos em apenas 3 dos 7 Grupos
Centers localizados no Distrito Federal. A seleção
foi feita tendo como parâmetro o raio de
• Feira – as feiras permanentes de Regiões Administrativas do DF (Grupo 01,
Grupo 03 e Grupo 04), ao passo que nas demais
apresentam baixo IDE em relação as demais
abrangência e o potencial de pólo gerador de regiões é praticamente nula a existência de tais
categorias de equipamentos de equipamentos.
tráfego que esses equipamentos apresentam.
abastecimento. Têm sua maior densidade nas
Apesar de suas diferenças conceituais,
TABELA 28 – PERCENTUAL DE EQUIPAMENTOS DE ABASTECIMENTO POR GRUPO DE REGIÕES
estes equipamentos tendem a buscar os mesmos
ADMINISTRATIVAS
critérios quanto à escolha da sua localização, ou
seja, próximos às áreas de concentração urbana e
junto às principais avenidas comerciais, chegando, Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
às vezes, a se fixarem vizinhos uns dos outros ou Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab):
Classificação 300.094 81.309 201.926 931.400 453.409 170.586 411.506
até mesmo associados entre si, como atividades de
% % % % % % %
um mesmo empreendimento. Esta tendência tem
Hipermercado 13,33 20,00 26,67 26,67 13,33 0,00 0,00
gerado a concentração exagerada em alguns
Shopping Center. 47,37 5,26 21,05 15,79 5,26 0,00 5,26
trechos e o esvaziamento em outros.
Feira 28,57 0,00 28,57 42,86 0,00 0,00 0,00
Os equipamentos de abastecimento Fonte: Seduma, 2007
analisados no PDOT foram elencados nas
seguintes categorias:
GRÁFICO 21 – INDICADOR DE DENSIDADES DE EQUIIPAMENTOS DE ABASTECIMENTO
• Hipermercado – apresenta-se com
maiores concentrações nas regiões de 3,50000000
Taguatinga (Grupos 04) e Guará (Grupo 03). As 3,00000000
área dos Lagos Sul e Norte (Grupo 02) são bem 2,50000000
atendidas por esses equipamentos (20%), em 2,00000000
termos de densidade populacional. A região 1,50000000
central (Grupo 01) embora bem atendida por 1,00000000
supermercados de escala local, apresenta baixo 0,50000000

percentual deste estrato devido a utilização dos 0,00000000


Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
hipermercados de escala regional situados nas Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
RA`s do SIA e SCIA, integrantes do Grupo 03. Hipermercado.shp Shopping center. Feira

Fonte: Seduma, 2007

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

126
13.5 Cultura, Esporte e Lazer
FIGURA 39 – EQUIPAMENTOS DE ABASTECIMENTO, CULTURA ESPORTE E LAZER

As atividades de cultura, esporte e lazer


foram analisadas conjuntamente neste documento
levando-se em conta as similaridades dos
equipamentos que ofertam tais atividades.
Atualmente, no Distrito Federal constata-se que a
maior parte dos grandes eventos são realizados no
Plano Piloto, sendo responsável por quase 70%
dos equipamentos existentes. Essa concentração
engloba principalmente os Museus, Centros
Culturais, Estádios e Ginásios de Esportes. As
demais regiões administrativas oscilam em termos
absolutos e relativos.

Esta polarização deve-se, por um lado,


ao aspecto histórico: as regiões mais bem servidas
foram as primeiras implantadas no Distrito Federal.
Por outro lado, está o perfil socioeconômico das
regiões mais recentes ou com menor poder
econômico, onde não são priorizadas,
principalmente as atividades culturais.

No que se refere ao levantamento dos


equipamentos existentes nas Regiões
Administrativas do DF, foram escolhidas as
Fonte: SITURB 2005 seguintes categorias:

• Bem Tombado – refere-se a todos edifícios


e monumentos tombados no Distrito Federal.
Aproximadamente 47% destes equipamentos
estão concentrados no Plano Piloto e o restante
distribuídos em outras 7 Regiões Administrativas.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

127
Centro Cultural – estão em sua maioria TABELA 29 – PERCENTUAL DE EQUIPAMENTOS DE CULTURA, ESPORTE E LAZER POR GRUPO
concentrados na região central do DF (84,85%). DE REGIÕES ADMINISTRATIVAS
São em grande parte fruto da iniciativa pública
federal e têm sua localização vinculada à
instituição criadora. Em contrapartida, a partir da Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
análise do gráfico 22, tem-se um baixo valor do Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab): Pop (hab):
IDE, que reflete um atendimento não satisfatório 300.094 81.309 201.926 931.400 453.409 170.586 411.506
desses equipamentos na região de Taguatinga, Classificação % % % % % % %
Ceilândia, Samambaia e Águas Claras (Grupo
04), tendo em vista o seu contingente Bem tombado 47,62 14,29 9,52 4,76 19,05 4,76 0,00
populacional (931.400 habitantes). Um exemplo Centro Cultural 84,85 0,00 3,03 9,09 0,00 0,00 3,03
dessa disparidade é observado quando Esporte/Lazer 40,63 3,13 18,75 18,75 9,38 3,13 6,25
comparados esses valores com o IDE do Grupo Museu 74,19 6,45 6,45 6,45 6,45 0,00 0,00
Fonte: Seduma, 2007
de RA`s onde se encontra o Guará (Grupo 03 -
201.926 habitantes).

• Centro de Esporte e lazer – excetuando-se


os parques, este segmento de atividades é o
GRÁFICO 22 – DENTIFICADOR DE DENSIDADES DE EQUIPAMENTOS DE CULTURA, ESPORTE E
menos ofertado dentro da análise feita, mesmo LAZER
na área central do DF (40,63%), ao passo em
que constitui o mais assimilado e demandado por
10,00
todas regiões indistintamente.
9,00

• Museu – apresenta-se em condição


8,00
7,00
semelhante aos Centros Culturais (74,19% na 6,00
5,00
região do Plano Piloto), embora tenha maior 4,00
presença nas demais regiões. 3,00
2,00
1,00
0,00
Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 Grupo 07
Bem tombado Centro Cultural Esporte/Lazer Museu

Fonte: Seduma, 2007

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

128
IV – PROPOSTAS DO PDOT

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

129
IV – PROPOSTAS PARA A REVISÃO DO PDOT
1. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO dentro de um mesmo processo social de 001, BR-020 como os principais eixos de
construção do espaço. deslocamento) e reafirmando o adensamento do
vetor sudoeste, seguindo a tradição do
A proposta de organização do
A concepção da proposta de planejamento no DF;
território, nesse sentido, baseia-se em lógicas de
organização do território parte da leitura do
processo de urbanização do Distrito Federal nos
organização espacial e funcional que buscam a ● indiquem novas áreas urbanas em continuidade
integração do território em dois níveis: no nível com a mancha urbana existente ou ao longo do
últimos 40 anos, configurado na centralidade do
metropolitano e no nível do Distrito Federal. sistema viário estruturador, buscando atender à
Plano Piloto, no conjunto de cidades-satélites e na
demanda habitacional no horizonte de vigência do
força de crescimento do vetor sudoeste do Distrito No nível metropolitano, propõe-se a
Plano, e devendo incidir sobre áreas com menores
Federal, somados às tendências dos últimos 15 integração dos municípios limítrofes do entorno
restrições ambientais.
anos, relacionadas com a dispersão da residência com os núcleos urbanos do Distrito Federal e
no território e com o crescimento urbano dos com a área central. A integração nesta escala Já do ponto de vista do funcionamento
municípios limítrofes do DF. será promovida por meio de instrumentos de do território – refletido no movimento de bens,
gestão urbana, materializados em mecanismos pessoas, informação, recursos, níveis de serviços e
Os impactos de tal crescimento
de gestão compartilhada e no estabelecimento comunicação – identificam-se, hoje, dois níveis de
extensivo no meio ambiente e na qualidade de vida
de consórcios intermunicipais. redes funcionais:
da população ficam expostos nas dificuldades para
viabilizar soluções de transporte coletivo eficientes No nível do Distrito Federal, a a) A rede urbana principal que se estrutura pelas
e no padrão antieconômico de urbanização, onde integração almejada depende de ações que: dinâmicas urbanas entre o conjunto de núcleos
extensões de infra-estrutura são subutilizadas
como conseqüência das baixas densidades.
• promovam maior compacidade às áreas
urbanos do DF e cidades do entorno, com o
Plano Piloto de Brasília.
urbanizadas do território, incidindo na redução do
A organização do território proposta pelo padrão de dispersão urbana e aproveitando o b) A rede urbana secundária configurada pelas
PDOT, visando à consecução dos objetivos do potencial dos núcleos urbanos existentes, dinâmicas urbanas entre a conurbação de
Plano, parte das tendências e vocações otimizando as infra-estruturas e liberando áreas Taguatinga, Ceilândia e Samambaia e as
observadas e das restrições e capacidade de que podem ser destinadas à preservação demais cidades do Distrito Federal e entorno.
suporte do território, e organiza diretrizes para os ambiental ou ao meio rural;
O PDOT propõe a estruturação de novas
vetores de crescimento, para as formas de
ocupação do solo, para a intensificação do uso de
• estruturem a urbanização ao longo dos centralidades que estabeleça uma rede urbana
principais corredores de transporte, viabilizando terciária, capaz de romper a lógica de
infra-estruturas e para a implantação de novas vias
soluções de transporte coletivo mais eficientes deslocamentos direcionados exclusivamente ao
de conexão e de áreas e atividades estratégicas de
(otimizando a rede existente e permitindo a Plano Piloto.
grande envergadura. Apresenta abordagem
melhoria dos padrões de atendimento em áreas
integrada do espaço, que garante unidade na A criação de novas centralidades é
com baixo índice de passageiros, reconhecendo
percepção do urbano e do rural, compreendidos proposta em locais com grande concentração
a importância da EPTG, EPCL, EPNB, EPIA, DF-
populacional e ao longo dos eixos metropolitanos,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

130
buscando promover a integração do meio urbano e sistematizando e uniformizando critérios estruturação viária, a regularização fundiária, a
rural, e do entorno com o DF, atraindo para a ocupação do solo no DF; oferta de áreas habitacionais, a implantação de
investimentos para diferentes porções do território, pólos multifuncionais e a integração ambiental do
3. pela regionalização do território em
fora do Plano Piloto. território.
Unidades de Planejamento Territorial,
As dinâmicas territoriais são enfrentadas evitando a fragmentação do planejamento Finalmente, a terceira dimensão –
no Plano por meio de um conjunto de mecanismos com base em divisões meramente gestão do território – permite operacionalizar as
que se reportam às três dimensões do processo administrativas; e propostas de planejamento e as estratégias de
urbano: intervenção, definindo o alcance e o ritmo de
4. pela organização do território em
• o planejamento do território; macrozonas urbana, rural e de proteção
transformação do território, estabelecendo os
convênios intersetoriais necessários para executar
• o projeto do espaço urbano, mediante
integral, com seu respectivo detalhamento
em zonas, introduzindo macro definições
estas ações e permitindo a captação de recursos
estratégias de intervenção no território; e necessários a sua viabilização. Está representada
sobre o uso e a ocupação do solo.
• a gestão do território.
O projeto do espaço urbano, mediante
por um conjunto de instrumentos administrativos,
jurídicos e tributários, absorvendo os novos
No planejamento do território, são estratégias de intervenção no território, é instrumentos propostos pelo Estatuto da Cidade e
definidas as relações entre espaços urbanos, rurais estruturado a partir de um conjunto de ações que reforçando aqueles já utilizados no Distrito Federal.
e naturais, indicando as áreas de crescimento atuam sobre uma escala intermediária, que
A coordenação das três dimensões –
urbano, as áreas a serem preservadas e as conjuga a intervenção sobre espaços livres
planejamento, intervenções sobre o território e
situações de ocupação urbana e rural a serem urbanos, mas, também, sobre os edifícios,
gestão – apóiam-se no Sistema de Planejamento,
mantidas, de acordo com um conjunto de buscando criar efeitos que transcendam a área
que articula o diálogo social, a coordenação
tendências e vocações observadas, constituindo de intervenção. Estão ligadas aos projetos
administrativa e técnica dos diferentes sujeitos do
instrumentos basicamente normativos. As estratégicos para o território, relacionados às
processo urbano.
propostas do PDOT para o planejamento estão zonas de atividade logística, à conexão de áreas
representadas: urbanas a partir do transporte coletivo ou do Assim, a proposta de organização do
sistema viário, à revitalização urbana, à criação território do PDOT procura refletir a dinâmica
1. por diretrizes setoriais que integram as
de novas áreas habitacionais, à configuração de urbana e os aspectos da realidade social,
políticas públicas e definem critérios para a
um sistema de espaços livres de abrangência econômica e espacial que não pode ser ignorada e
organização do território;
territorial, entre outros aspectos. Neste sentido, precisa de respostas capazes de exercer influência
2. pela reorganização dos parâmetros de refletem a dimensão executiva do processo de positiva no futuro do Distrito Federal.
ocupação do solo urbano com base no urbanização liderada pelo Poder Público com a
conceito de coeficientes de aproveitamento, parceria da iniciativa privada, convergindo para
introduzido pelo Estatuto da Cidade, cinco focos de atuação: a dinamização de áreas
urbanas, a revitalização de conjuntos urbanos, a

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

131
MAPA 10 - MODELO TERRITORIAL

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

132
2. PLANEJAMENTO DO • Equipamentos Comunitários;
Estabelece como diretriz a necessidade de
avaliação das interferências nas áreas de
TERRITÓRIO
• Regularização Fundiária; vizinhança a bens protegidos, de revitalização de
áreas degradadas e de potencialização das áreas
a) Patrimônio Cultural
2.1 - Diretrizes Setoriais de interesse, com projetos turísticos, de lazer e de
O Plano Diretor traça como diretrizes cultura. A proteção e a recuperação do patrimônio
As dinâmicas do território envolvem
a necessidade de identificar, registrar e preservar cultural dependem, finalmente, da instituição de
temas que são tratados por diferentes setores do
os bens de natureza material e imaterial, instrumentos econômicos e incentivos fiscais. Para
Governo do Distrito Federal. Há questões não
portadores de referência à identidade, à ação e à tanto, o Plano Diretor propõe, como parte das
afetas diretamente à Secretaria de Estado
memória dos diferentes grupos da sociedade. diretrizes, a criação do Fundo de Promoção do
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente que
Além disso, indica a importância de unificar Patrimônio Cultural do Distrito Federal, que
contribuem de forma significativa para a estrutura
acervos e de estimular a participação da possibilitará a captação e o investimento de
do território e para o funcionamento da complexa
comunidade na preservação do patrimônio, a recursos.
realidade do Distrito Federal. Para estas questões,
partir de programas de educação patrimonial.
o Plano Diretor de Ordenamento Territorial indica
diretrizes pactuadas com diferentes segmentos do
Governo e da sociedade. O Plano Diretor aporta FIGURA 40 - CATEDRAL DE BRASÍLIA
linhas gerais de ação setorial, com a perspectiva de
que planos, projetos e programas futuros guardem
coerência com tais diretrizes, contribuindo com a
implementação do Plano Diretor.

São tratados os seguintes temas que


influenciam as dinâmicas territoriais:

• Patrimônio Cultural;

• Meio Ambiente;

• Sistema Viário, Mobilidade e Transporte;

• Saneamento Ambiental e Energia;

• Desenvolvimento Econômico;

• Desenvolvimento rural;

• Urbanização e Uso do Solo;

• Habitação;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

133
b) Meio Ambiente
• promover a gestão integrada do conjunto de Finalmente, tem-se como diretriz o estímulo a
unidades de conservação. ações setoriais para a instituição de instrumentos
Para o meio ambiente, entendido em seu econômicos e de incentivos fiscais para a proteção
Para os recursos hídricos, compreendidos pelas
sentido amplo, isto é, abrangendo tanto o ambiente do patrimônio ambiental do Distrito Federal.
águas superficiais e subterrâneas, são diretrizes:
natural como o antropizado, o Plano Diretor indica
como diretriz a promoção do uso racional dos • respeitar a capacidade de suporte dos
recursos naturais, preservando o bioma cerrado, corpos hídricos, mediante monitoramento da
protegendo mananciais, bordas de chapadas, qualidade e quantidade da água de mananciais
encostas, fundos de vale e outras áreas de superficiais e subterrâneos; e
fragilidade ambiental.
• controlar a impermeabilização do solo, de
O PDOT articula-se com a Política modo a manter a capacidade de infiltração e de
Nacional de Recursos hídricos e com o Plano de recarga dos aqüíferos.
Gerenciamento Integrado de Recursos hídricos do
DF por meio de diretrizes específicas para os
FIGURA 41 - BARRAGEM DO RIO DESCOBERTO
recursos hídricos.

Além disso, expressa como diretrizes a


necessidade de elaboração do diagnóstico e
zoneamento ambiental do território, de demarcação
de reservas legais, e de adoção de medidas de
educação e de controle ambiental. Finalmente,
propõe como diretrizes coibir a poluição e
degradação ambiental no território, recuperar áreas
degradadas, recompor a vegetação em áreas de
preservação permanente, e interligar a vegetação
natural para favorecer a constituição de corredores
ecológicos.

Em termos específicos, são diretrizes


para as Unidades de Conservação:

• executar planos de manejo, definir zonas de


amortecimento e, quando conveniente, corredores
ecológicos;

• estruturar os Parques Ecológicos e Parques de


Uso Múltiplo; e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

134
c) Sistema Viário, Mobilidade e Transporte FIGURA 42 - VIADUTO DA RODOFERROVIARIA
O PDOT traz diretrizes referentes à
política de mobilidade e transporte do Distrito
Federal, abrangendo o sistema viário e a
circulação, bem como o sistema de transporte
público coletivo. Tem-se como principal diretriz a
universalização da mobilidade e acessibilidade,
priorizando o sistema de transporte público coletivo
em detrimento do transporte individual; além disso,
estabelece como diretriz a necessidade de
intervenções viárias e de investimentos em
transporte público coletivo.

São diretrizes fundamentais para o


sistema viário e circulação:

• realizar melhorias urbanísticas; e FIGURA 43 - LINHA DO METRO EM ÁGUAS CLARAS


• otimizar e aumentar a segurança e o tráfego
no sistema viário principal, base da conexão do
território, e nas vias utilizadas pelo sistema de
transporte coletivo principal.

Para o transporte público coletivo,


propõe-se como diretriz essencial:

• compatibilizar a operação do transporte público


coletivo no Distrito Federal e nos municípios
limítrofes, mediante mecanismos de gestão
compartilhada e consórcios;

• constituir parcerias público-privadas para


viabilizar investimentos em infra-estrutura; e

• promover as bases para o desenvolvimento do


sistema multimodal integrado de transporte coletivo
urbano.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

135
Propõe-se, no Plano Diretor, a expansão De forma geral, as diretrizes propostas • promover o uso racional da água; e
do traçado da rede de transporte coletivo para a
região sul, leste e norte do Distrito Federal.
buscam assegurar à população do Distrito
Federal a oferta de serviços com qualidade que
• proteger e recuperar as bacias hidrográficas
dos mananciais já utilizados no abastecimento e
atendam às necessidades básicas e à demanda
O PDOT define o Plano Diretor de dos novos mananciais que sejam definidos, para
crescente, considerando a eficiência, a
Transporte Urbano do Distrito Federal como garantir o abastecimento, em médio e longo
salubridade ambiental e a sustentabilidade
instrumento de planejamento que consolida as prazos.
ambiental. Para tanto, o Plano Diretor propõe a
diretrizes para o transporte e a mobilidade no
elaboração de três planos setoriais: o Plano Para o esgotamento sanitário a principal
Distrito Federal além de representar um dos
Diretor de Água e Esgotos; o Plano Diretor de diretriz trata de priorizar os investimentos nas áreas
instrumentos para o planejamento, controle, gestão
Drenagem Urbana e o Plano Diretor de Resíduos desprovidas de redes e em obras de ampliação
e promoção do desenvolvimento territorial e
Sólidos. sistemas de coleta, transporte, tratamento e
urbano. Apresenta-se o conteúdo mínimo do Plano,
disposição final de esgotos sanitários e industriais.
a ser aprovado por lei ordinária em prazo máximo Para o abastecimento de água são
de dois anos após a aprovação do PDOT. diretrizes fundamentais: O manejo dos resíduos sólidos deve

FIGURA 44 - ETE NORTE


d) Saneamento Ambiental e Energia

O PDOT introduz, na legislação do DF, o


conceito de saneamento ambiental, consoante com
a Agenda 21. Entende-se por saneamento
ambiental o conjunto de ações que compreende o
abastecimento de água; a coleta, o tratamento e a
disposição dos esgotos e dos resíduos sólidos e
gasosos, e os demais serviços de limpeza urbana;
o manejo das águas pluviais urbanas; e o controle
de vetores de doenças, de esgotamento sanitário,
de drenagem pluvial e para os resíduos sólidos.

O Capítulo IV dedica-se a elencar as


diretrizes voltadas à garantia de níveis crescentes
de salubridade ambiental, mediante a promoção de
programas e ações voltadas ao provimento
universal e equânime dos serviços públicos
essenciais. O Plano Diretor também apresenta
diretrizes para o fornecimento de energia elétrica e
gás natural.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

136
ocorrer de forma sanitária e ambientalmente Nesse contexto, são propostas diretrizes:
adequada, mediante, principalmente, as seguintes
diretrizes:
diretrizes para as áreas econômicas (ADE), os
pólos de desenvolvimento econômico e outras
• promover a diversificação de atividades
econômicas;
• estimular o reuso e a reciclagem de resíduos e
áreas instituídas por programas governamentais
de desenvolvimento, voltadas a: • revitalizar e renovar as áreas em processo de
a coleta seletiva;

• • implantar centros de negócios e pólos de


degradação; e
recuperar
contaminadas; e
as áreas degradadas ou
atividades econômicas que fortaleçam a posição • fortalecer os subcentros locais.
do Distrito Federal no cenário econômico
• estabelecer programas de educação regional e nacional, mediante articulação entre
Além disso, em função do seu nível de
consolidação, constitui diretriz fundamental
ambiental. agentes públicos e privados, sobretudo em áreas
implementar ações de melhoria na infra-estrutura
de relação estratégica com os municípios
Para o manejo das águas pluviais urbana, nos espaços públicos, nas edificações, e
limítrofes do DF; e
urbanas, indicam-se como diretrizes fundamentais: capacitar mão-de-obra, mediante incentivos

• incentivar o aproveitamento das águas


• apoiar a inovação tecnológica, as práticas econômicos.
solidárias e associativas e a agricultura urbana.
pluviais; e Finalmente, flexibiliza-se o uso nas

• garantir o equilíbrio entre absorção, retenção e


Para as áreas já instituídas – os pólos
econômicos embrionários ou consolidados – são
áreas econômicas, permitindo o uso misto como
forma de consolidação das áreas e de
escoamento destas águas.

Para o fornecimento de energia elétrica


e gás natural têm-se como diretrizes principais: FIGURA 45 – ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

• desenvolver tecnologias eficientes;

• implantar serviços de distribuição de gás


natural para o desenvolvimento industrial; e

• promover o uso de fontes alternativas de


energia renováveis e pouco poluentes.

e) Desenvolvimento Econômico

O PDOT propõe a descentralização das


atividades econômicas no Distrito Federal, criando
áreas onde serão geradas novas oportunidades de
emprego e renda para a população do DF e do
entorno.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

137
aproveitamento da infraestrutura instalada e de No capítulo referente ao
h) Habitação
melhoria da relação entre oferta de emprego e Desenvolvimento Rural, consta como diretriz a
moradia. elaboração do plano de desenvolvimento rural no O Plano apresenta como diretrizes para
prazo de dois anos, a partir da aprovação do a habitação a necessidade de orientar as ações
PDOT. dos diversos atores, de modo a facilitar o acesso à
f) Desenvolvimento Rural moradia e melhorar as condições da habitação.
Finalmente, busca-se estimular a
Para tanto, aponta como diretrizes:
As diretrizes estabelecidas para o manutenção de enclaves rurais em meio a áreas
desenvolvimento rural visam, primordialmente, ao urbanizadas, a partir de contratos especiais de • compatibilizar a demanda por faixas de renda
reconhecimento da multifuncionalidade dos concessão de uso e benefícios tributários, com os projetos urbanísticos e habitacionais;
espaços rurais, à promoção da qualidade de vida
da população do campo, à atuação integrada dos
conforme definido nas disposições finais na Lei
do PDOT.
• garantir a provisão habitacional,
preferencialmente, em áreas urbanas já
produtores, da iniciativa privada e dos órgãos do
consolidadas ou em consolidação;
governo e à sustentabilidade das atividades rurais.

São diretrizes fundamentais:


FIGURA 46 - NÚCLEO RURAL TAQUARA/PIPIRIPAU
• promover as ações de educação, pesquisa e
capacitação para melhoria tecnológica das
atividades rurais;

• estimular a agroindústria, o turismo rural e o


agronegócio;

• melhorar os canais de comercialização da


produção;

• direcionar investimentos para a pequena


propriedade familiar; e

• executar política de regularização de terras


públicas rurais do Distrito Federal.

O PDOT define um conjunto de


atividades que estimulam o desenvolvimento rural,
considerando as fragilidades e limitações físico-
ambientais das áreas rurais, em função das bacias
hidrográficas em que estão inseridas.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

138
• evitar, ao máximo, o reassentamento de
i) Equipamentos Comunitários
• estimular a utilização das edificações, quando
população em áreas distantes ou diferentes das ociosas, incluídos seus estacionamentos, com
ocupadas irregularmente; As diretrizes para equipamentos eventos e atividades provisórias.

• estimular a participação da iniciativa privada na


comunitários abarcam estabelecimentos, tanto
públicos, como privados, nos quais são
Na implantação de novos equipamentos
produção de moradias para todas as faixas de comunitários, estabelecem-se como diretrizes:
prestados os serviços de educação, saúde,
renda;
segurança, assistência social, trabalho, cultura, • garantir a acessibilidade viária e de transporte
• favorecer as parcerias com associações e esporte, lazer, administração e afins. público coletivo ao equipamento;
cooperativas de baixa renda; e
Para os equipamentos já instalados, o • buscar localizações nas proximidades de vias
• promover a articulação da política habitacional Plano indica como diretrizes: capazes de suportar o fluxo de veículos derivado
com as demais políticas setoriais.
• promover a revitalização ou a recuperação
de suas atividades;

O PDOT define a necessidade de dos equipamentos degradados; e • prover as proximidades dos equipamentos de
elaboração do Plano de Desenvolvimento áreas de estacionamentos; e
Habitacional do Distrito Federal, com o objetivo de
orientar a implantação de programas e projetos FIGURA 47 - GINASIO NILSON NELSON
habitacionais.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

139
• promover a distribuição dos equipamentos Brasília estende suas relações de características
públicos comunitários de forma equilibrada no metropolitanas, principalmente, para sete
território, de acordo com as necessidades de cada municípios limítrofes ao Distrito Federal: Águas
localidade, atendendo prioritariamente a áreas com Lindas, Formosa, Cidade Ocidental, Novo Gama,
urbanização precária. Valparaíso, Planaltina de Goiás, Santo Antônio
do Descoberto.
Em ambos casos devem ser fomentadas
as parcerias público-privadas para implantação, O PDOT aponta o consórcio público
recuperação, revitalização, otimização, como instrumento através do qual será possível
manutenção e gestão dos equipamentos o desenvolvimento de planos, programas e
comunitários. projetos conjuntos, firmados entre o Governo do
Distrito Federal e as prefeituras. Os consórcios
Com o objetivo de precisar os critérios
atuarão na prestação de serviços, compra de
para a implantação de equipamentos públicos
bens, produtos e equipamentos, instalação de
comunitários, indica-se como diretriz a elaboração
infra-estrutura e serviços para promover o
de Norma Técnica, por equipe multisetorial, que
saneamento ambiental para os municípios
estabeleça parâmetros de localização e
consorciados, agilizando o funcionamento das
dimensionamento de acordo com as
parcerias entre as cidades.
especificidades das políticas setoriais dos órgãos
do GDF.

j) Integração com os municípios do entorno

Foi considerado que a relação de


Brasília com seu entorno mais imediato estrutura-
se a partir de processo crescente de
metropolização, definido pela formação de um
aglomerado urbano que reúne diversos municípios
ligados funcionalmente a um centro polarizador.

O trabalho “Cenários Territoriais e


Demográficos para o Distrito Federal e Entorno
Imediato”, que serviu de referência na revisão do
Plano Diretor de Ordenamento Territorial, elaborou
cenários de crescimento urbano do DF e entorno
para 2006, 2010, 2020 e 2030, e considera que

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

140
2.2 - Parâmetros para a Ocupação do Solo
• Densidade demográfica; Para os novos parcelamentos, ficam

Urbano • coeficientes de aproveitamento máximo e


definidos os seguintes parâmetros:

As diretrizes estabelecidas para


básicos como elementos de definição do • densidades demográficas em diferentes áreas
potencial construtivo dos lotes; urbanas definidas no Mapa 5 do Anexo III;
Urbanização e Uso do Solo buscam direcionar o
crescimento e ocupação do território em áreas com • percentual mínimo de equipamentos • limites máximos a serem atingidos pelo
infra-estrutura instalada, favorecendo a urbanos e comunitários e espaços livres de uso coeficiente de aproveitamento máximo nas
implantação do transporte coletivo e ajustando a público para novos parcelamentos diferentes zonas da macrozona urbana, que devem
legislação urbanística à cidade real.
• área mínima dos lotes.
servir como
parcelamentos;
referência para os novos

As diretrizes indicadas buscam atingir os


objetivos do Plano Diretor por meio:
Para os núcleos urbanos consolidados,
o Anexo V apresenta os coeficientes de
• percentual de 15% da área da gleba para

• da flexibilização de usos e a intensificação do aproveitamento básico e máximo de diferentes


equipamentos urbanos e comunitários e espaços
livres de uso público;
aproveitamento do solo; áreas urbanas.

• da adoção de novas formas de urbanização e Quanto ao uso, o PDOT remete a


• área mínima de lote igual a 125 m2;

de tipologias arquitetônicas adequadas à estrutura definição à Lei de Uso e Ocupação do solo, que • usos permitidos para novos parcelamentos:
da sociedade contemporânea; constitui instrumento complementar ao PDOT na residencial, comercial de bens e prestação de

• da redução da carência de infra-estrutura


definição de políticas de ordenamento territorial e
de expansão e desenvolvimento urbanos,
serviços, institucional ou comunitário e industrial,
sujeitos às restrições do licenciamento ambiental.
urbana, de serviços sociais e de moradia, por meio
conforme definido pela Emenda 49 à Lei
de investimentos; Além das definições retromencionadas,
Orgânica.
• da modernização da gestão urbana, com
Até a edição da LUOS, entretanto,
o PDOT indica que os demais índices urbanísticos
serão definidos no âmbito do projeto urbanístico.
mecanismos de consórcios e de gestão
seguem vigentes para os núcleos urbanos
compartilhada com os estados e os municípios Introduz-se, também, o conceito de
consolidados os parâmetros complementares
limítrofes do Distrito Federal. condomínio urbanístico, com base na legislação
tais como taxa de ocupação, alturas,
vigente, buscando regulamentar um tipo de
A reorganização dos parâmetros de uso afastamentos, número de pavimentos constantes
incorporação imobiliária cada vez mais presente no
e ocupação do solo absorveu os requisitos do das Normas de Gabarito e, no caso de áreas
mercado.
Estatuto da Cidade, da Lei 6766/79 (lei de onde tenham sido elaborados Planos Diretores
parcelamento do solo) e vários princípios contidos Locais, as categorias de usos, cones de
no Projeto de Lei 3057/00 (nova lei de afastamento, alturas e demais parâmetros de
parcelamento do solo). uso definidos nessa legislação.
Definem-se como parâmetros básicos de
uso e ocupação do solo:

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

140
a) Definição dos coeficientes de aproveitamento de construção ou coeficiente de aproveitamento localidades, onde este agrupamento foi feito por
máximo e básico dos lotes, definidos nas normas vigentes, setores urbanos dada a especificidade dos usos e
passaram a ser denominados coeficiente de morfologia, como no caso das Regiões
Tradicionalmente no Distrito Federal, a
aproveitamento básico, e o novo potencial Administrativas do SIA, Lago Sul, Lago Norte e
ocupação do solo urbano foi definida de forma
construtivo estabelecido pelo PDL foi Gama.
segmentada, conforme cada área era projetada,
denominado coeficiente de aproveitamento.
com base em um arcabouço legal fragmentado,
formado por: A subjetividade do planejamento lote a Como método de sistematização, tomou-se
lote conduziu à busca de alternativas, no âmbito por base as situações já tratadas nos Planos
a) Código de Edificações de Brasília (RA-I) Decreto Diretores Locais.
da revisão do PDOT, que agrupassem e 1. Inicialmente, foi realizada a comparação
n.º 596, de 08/03/1967;
sistematizassem os coeficientes de entre o potencial construtivo dos lotes
b) Código de Edificações de Brasília, Decreto n.º aproveitamento máximo e básico em unidades antes e depois dos PDLs para identificar
13.059, de 08/03/1991; urbanas de maior dimensão, com base nos os critérios para a indicação de
potencial construtivo adicional.
conceitos do Estatuto da Cidade. Este esforço de 2. Este material foi comparado com a
c) Código de Edificações de Brasília, Decreto n.º
sistematização e simplificação normativa foi hierarquização viária proposta nos PDLs
19.915, de 17/12/1998;
aplicado para as diferentes áreas urbanas do DF, para verificar a correlação entre
d) Normas de Edificação, Uso e Gabarito – NGB; acessibilidade, adensamento e custo da
com ou sem aumento do potencial construtivo.
infra-estrutura e valorização imobiliária.
e) Plantas Registradas – PR; Adotou-se como método de 3. Os valores indicados pelos PDLs foram
georreferenciados e com a utilização de
f) Plantas de Gabarito; sistematização a leitura das áreas urbanas pela
software de Sistema de Informações
hierarquia viária e pelos espaços urbanos Geográficas (SIG), foram tratados
g) Gabaritos – GB; significativos. Parte-se da premissa de que uma estatisticamente e interpretados de
cidade é formada por um tecido urbano de fundo, forma agrupada por espaços urbanos.
h) Plantas de Urbanismo – URB;
com relativa homogeneidade, em geral
i) Memoriais Descritivos – MDE; associado ao uso residencial ou misto, do qual Assim, foram definidos para todas as
j) Normas constantes dos Planos Diretores Locais. emergem espaços excepcionais onde se áreas urbanas do Distrito Federal, exceto para as
observam diferentes parâmetros construtivos: as Regiões Administrativas do Plano Piloto - RA I,
Embora os Planos Diretores Locais
vias de atividades e as vias principais, os centros Cruzeiro – RA XI e Sudoeste/Octogonal – RA XXII,
tenham buscado criar critérios mais homogêneos
e subcentros urbanos, as praças e as áreas de integrantes do conjunto urbano tombado,
para a ocupação do solo urbano, até o presente, os
produção, além de espaços circunvizinhos aos coeficientes de aproveitamento básico e máximo,
parâmetros de ocupação do solo urbano são
principais corredores de transporte coletivo. variável por núcleo urbano em função da
definidos lote a lote pela taxa de construção ou
Tal sistematização permitiu que os capacidade de suporte do meio ambiente e das
coeficiente de aproveitamento. Mesmo nos Planos
valores para os coeficientes de aproveitamento infra-estruturas de cada local. A RA XIX –
Diretores Locais (PDLs) elaborados depois do
básico e máximo fossem definidos com base na Candangolândia, embora inclusa na poligonal de
Estatuto da Cidade este método foi seguido,
identidade de espaços urbanos (e não lote a tombamento, mas tendo PDL aprovado (LC n.º 97
apenas com a alteração de nomenclatura. A taxa
lote). Excetuam-se desta regra algumas de 8 de abril de 1998), teve o mesmo tratamento

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

141
das demais áreas urbanas do DF. Para as áreas
Com a sistematização proposta, os
definidas como passíveis de regularização, também
novos potenciais construtivos, expressos através
foram definidos coeficientes de aproveitamento
do coeficiente de aproveitamento máximo e
básico e máximo.
básico, foram agrupados em um número menor
Para definição do coeficiente de de classes do que o definido na norma
aproveitamento máximo – Cmax – correspondente anteriormente vigente (vide Mapa 13).
ao limite máximo edificável dos lotes ou projeções,
foram avaliadas as áreas passíveis de sofrer
aumento de potencial construtivo para fins de
uniformização. Nestes casos de uniformização dos
espaços urbanos, aumentou-se até o limite de 0,5 o No caso das áreas institucionais e
valor do coeficiente de aproveitamento máximo, o das áreas residenciais, promoveu-se
que não representa alteração significativa na aumento do potencial construtivo para fins
tipologia arquitetônica. de maior uniformização do conjunto, sem
acarretar significativa valorização imobiliária
O método para determinação do
ou aumento de custo da infra-estrutura. Para
coeficiente de aproveitamento básico seguiu a
estes casos, os coeficientes de
premissa do Guia para a Implementação do
aproveitamento básico e máximo são
Estatuto da Cidade, p. 69, que recomenda sua
idênticos.
delimitação de forma a “acomodar a maior parte
das edificações daquele núcleo urbano”.

Para tanto, foram elaboradas estatísticas


sobre o potencial construtivo de maior ocorrência
em cada núcleo urbano, definidos pelas normas
vigentes, buscando-se determinar o valor básico
daquela localidade, para ser adotado como o
coeficiente de aproveitamento básico. Tais
estatísticas consideraram as diferentes situações
encontradas no DF, como esquematizado no
gráfico 23.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

142
Gráfico 23 - Relação entre o potencial
GRÁFICO 23 – RELAÇÃO ENTRE O POTENCIAL CONSTRUTIVO DEFINIDO PELAS NORMAS construtivo definido pelas normas vigentes para
VIGENTES E OS NOVOS PARÂMETROS ADOTADOS cada lote e o valor de maior ocorrência da
localidade, a ser adotado como coeficiente de
aproveitamento básico (situações prejudicadas e
favorecidas pela nova regra).

Na situação ilustrativa do gráfico, (T)


expressa o acréscimo de potencial construtivo
Coef. de Aproveitamento Máx. Coef. PDL
cedido pelo PDL, em relação ao indicado na NGB
Coef. de Aproveitamento Básico ou norma anteriormente vigente e (pós T) a
diferença entre os coeficientes básico e máximo
C B1 C B2 C B3 definidos pela nova regra.
# # # # #
0
C NGB C PDL Do gráfico, depreende-se que não foram
definidos coeficientes de aproveitamento máximos
menores que os valores anteriormente indicados
pelo PDL ou pela norma vigente, o que significa
Caso 1 : Caso 2 : Caso 3 : dizer que com a nova regra não houve perda de
C B1 C B2 C B3 potencial construtivo em qualquer situação.
C BAS < C NGB < C PDL = C MÁX C NGB < C BAS < C PDL = C MÁX C NGB < C PDL < C BAS < C MÁX
Apenas em alguns casos, em função do
Ex : C BAS = 1.5 Ex : C NGB = 0.5 Ex : C NGB = 0.5
valor definido para o coeficiente de aproveitamento
C NGB = 2 C BAS = 1.5 C PDL = 1 básico e sua diferença em relação ao máximo,
C PDL = C MÁX = 3 C PDL = C MÁX = 2 C BAS = 1.5 poderá incidir maior ônus, no caso de cobrança de
C MÁX = 3 outorga onerosa, que o previsto pelo PDL (caso 1 e
T= 1 T = 1.5 T = 0.5 caso 3). De acordo com as estatísticas realizadas,
estas ocorrências são bastante reduzidas (ver
Mapa 12), estando a grande maioria dos lotes
situados no caso 2.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

143
MAPA 11 – ÁREAS PREJUDICADAS E BENEFICIADAS PELA MUDANÇA DE PARÂMETROS PARA CÁLCULO DA OUTORGA ONEROSA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

144
MAPA 12 - COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO – COMPARATIVO NGB, PDL E PDOT 2006

Coef ic ientes de Ap ro veita mento ( NG B ): Coef ic ientes de Ap roveita mento


( P ropos ta - P D O T 2006 ) :
0.05 1.7
0.25 1.7 5
0.0 5
0.5 1.8
0.6 1.8 6
1.4
0.65 1.8 9 2.0
0.7 1.9 2.1
0.8 1.9 2 3.0
1 2 4.0
1.15 2.1 5.0
1.2 2.4
1.27 2.5
1.3 2.9 Hier ar qu ia V iária :
1.4 3
1.5 4 A tiv id a de s
1.6
C irc ulaç ão

S ec u n dária

C oef ic ientes d e A proveitame nto ( P D L ):

0.05
0.25
0.6
0.8
1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.8
2
2.1
3
4 C o e fic ie n te s d e A p ro v e ita m e n to
5

C om parativo N G B , P D L , P D O T 2006 ( H iera rq uia V iária )

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

145
Desta uniformização resultou uma legenda A densidade é um parâmetro que e a perspectiva de expansão demográfica,
mais simplificada e, conseqüentemente, uma leitura norteia os futuros parcelamentos públicos e estabelecida a partir de estudo apoiado no trabalho
mais clara dos espaços da cidade, propiciando, do privados, as ações de intervenção sobre os Cenários Territoriais e Demográficos para o Distrito
ponto de vista do proprietário de imóveis, maior espaços consolidados e os procedimentos de Federal e seu Entorno. Esse trabalho fornece,
equidade de critérios para a construção e, do ponto regularização de assentamentos informais. Além entre outras informações, as projeções
de vista da Administração Pública, maior facilidade disso, constitui-se como referência para demográficas do cenário tendencial para o ano de
na gestão urbana. detalhamento do uso e ocupação da malha 2010.
urbana no âmbito da Lei de Uso e Ocupação do
Com o objetivo de minimizar os conflitos Para fins prospectivos, sobre a base
Solo e da Lei de Parcelamento do Solo.
com a forma atual de cálculo, os índices definida anteriormente, foram sobrepostas as
denominados “coeficiente de aproveitamento” ou A densidade demográfica definida estratégias de ordenamento do território,
“taxa máxima de construção” fixados pela neste Plano é calculada dividindo-se a população particularmente a da de regularização e da oferta
legislação urbanística do Distrito Federal serão total residente ou estimada em uma determinada de áreas habitacionais, além do reconhecimento da
considerados válidos pelo período de dois anos localidade pela sua área territorial total. Assim, a Rede Estrutural de Transporte Coletivo.
contados da entrada em vigor do PDOT/2009 e densidade demográfica, como critério de
As áreas de oferta habitacionais e de
corresponderão ao coeficiente de aproveitamento ocupação, é definida por polígonos que
regularização, conforme definidas nos itens 3.4 e
básico a ser aplicado no imóvel, desde que o subdividem as zonas urbanas.
3.5, do Capítulo IV deste documento técnico,
pedido de aprovação do projeto de construção seja
A partir da ocupação do território e da possuem densidades demográficas específicas,
protocolado neste período.
análise das intenções deste plano foram que foram incorporadas ao território, conforme
Ao final do prazo de dois anos, os novos estabelecidos as seguintes faixas de densidade Figura 48. Assim, para efeito de desenvolvimento
coeficientes de aproveitamento máximo e básico demográfica: dos projetos e de monitoramento da ocupação,
entrarão em vigor.
• densidade demográfica muito baixa: até 15
têm-se um parâmetro base de ocupação urbana.

2.3 - Densidades Demográficas habitantes por hectare; Ainda, os principais eixos da Rede

• baixa densidade demográfica: de 15 a 50


Estrutural de Transporte Coletivo foram
identificados a partir de suas funções de transporte
O Plano Diretor reflete as diferentes habitantes por hectare;
de grandes volumes de passageiros e de
intensidades de ocupação do solo urbano, tendo
em vista a capacidade de suporte do território,
• média densidade demográfica: de 50 a 150 articulação entre espaços urbanos consolidados ou
habitantes por hectare; em processo, que justificam um adensamento
observado o meio físico e a infra-estrutura instalada
e proposta, bem como a morfologia das áreas • alta densidade demográfica: acima de 150
populacional do espaço lindeiro.
consolidadas e o modelo de ocupação do território habitantes por hectare. Destacam-se como prioritários o
desejado a médio e longo prazo. Nesse sentido, adensamento demográfico dos seguintes
O critério adotado para a definição
foram definidas as diferentes densidades elementos do território que incorporam a lógica
dessas densidades toma como referência os
demográficas para o espaço urbano. acima:
limites urbanos definidos neste Plano Diretor.
Foram observadas a atual ocupação do território

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

146
• Estrada Parque Taguatinga – EPTG: no trecho
FIGURA 48 – DENSIDADES DEMOGRÁFICAS NO TERRITÓTIO.
entre Taguatinga e SAI;

• DF 001: no trecho entre o Riacho Fundo e


Samambaia;

• Estrada Parque Indústria e Abastecimento –


EPIA: no trecho entre o SIA e o SAAS;

• Interbairros: no trecho entre Taguatinga e


Águas Claras;

• BR 040: no trecho próximo ao Setor Meirelles;

• Ao longo do eixo do Metrô: nos trechos em


Ceilândia e Samambaia.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

147
Para a definição das Unidades de configuram importantes elementos visuais e de
2.4 - Unidades de Planejamento Territorial
Planejamento, foram adotados os seguintes articulação da paisagem da área tombada,
A divisão do DF em regiões parâmetros: constituindo o envoltório do Plano Piloto.
administrativas apresentava, inicialmente, certa
correspondência com a estrutura urbana e com a
• a poligonal da área tombada do Conjunto Já a Unidade de Planejamento Territorial
Urbanístico de Brasília; Adjacente 2, abrange as demais regiões
geografia do território, de tal forma que a cada
núcleo urbano correspondia uma região • os limites das Regiões Administrativas;
administrativas circunvizinhas ao Plano Piloto e
integrantes da bacia do lago Paranoá, abrangendo
administrativa – RA. Este tipo de divisão
administrativa foi instituída em 1964, pela Lei n.º
• os principais corredores de transporte do o SIA – RA XXVIII, SCIA – RA XXIV, Núcleo
Distrito Federal; Bandeirante – RA VIII, Riacho Fundo – RA XVII e
4.545, com o objetivo de estabelecer uma gestão
mais próxima à população e descentralizar os • a morfologia urbana;
Guará – RA X.

serviços urbanos. Neste mesmo ano foram criadas


• as afinidades econômicas; e
A Unidade de Planejamento Territorial
8 RAs, às quais, em 1989, se somaram mais 4, Norte envolve as Regiões Administrativas de
passando a 12. Nos anos 1990, as regiões • as bacias hidrográficas. Brazlândia – RA IV, Sobradinho – RA V,
administrativas chegaram ao número de 19. Hoje Configuram-se, assim, sete Unidades Sobradinho II – RAXXVI e Planaltina RA VI.
somam 29, sendo que apenas 19 delas têm seus de Planejamento Territorial estabelecidas e A Unidade de Planejamento Territorial
limites estabelecidos. Motivações políticas e denominadas de: Central; Central-Adjacente 1; Oeste envolve o conjunto de regiões
administrativas levaram ao incremento do número Central-Adjacente 2: Oeste; Norte; Sul e Leste. administrativas situadas ao longo da área mais
de RAs. Além disto, em alguns casos, tal ampliação
A Unidade de Planejamento Territorial populosa do território: Taguatinga – RA III,
foi motivada por diferenças sociais, econômicas e
Central, coincide com os limites da Área de Ceilândia – RA IX, Samambaia – RA XII, Águas
pelo contraste de uso no interior de uma mesma
Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, Claras – RA XX.
RA. Entretanto, a criação de novas Administrações
e Sub-Administrações Regionais gerou maior abrangendo as Regiões Administrativas do Plano De outra parte, a Unidade de
fragmentação do planejamento e gestão urbanas, Piloto – RA I, Cruzeiro – RA XI, Candangolândia Planejamento Territorial Sul envolve as RAs
além de ocasionar um processo de segregação – RA XIX e Sudoeste/Octogonal – RA XXII. situadas ao longo de outro importante vetor de
socioeconômica de certas comunidades. As Unidades de Planejamento crescimento: Recanto das Emas – RA XV, Gama –
Territorial Adjacente 1 e 2, correspondem às RA II, Santa Maria – RA XIII e Riacho Fundo II –
Diante dessas circunstâncias, é proposta
regiões administrativas localizadas no entorno RA XXI.
pelo PDOT/2009 a regionalização do território do
DF, pela agregação de regiões administrativas que imediato da Área Tombada e cujas gestões Por fim, a Unidade de Planejamento
guardem similaridades e algum grau de interferem diretamente nesta. Territorial Leste articula regiões administrativas que
dependência de infra-estrutura viária e de Integram a Unidade de Planejamento sofrem pressão para o parcelamento irregular do
equipamentos e serviços urbanos, em Unidades de Territorial Adjacente 1 as regiões administrativas solo, englobando: Paranoá – RA VII, São
Planejamento Territorial. Tal regionalização do Lago Sul – RA XVI, Lago Norte – RAXVIII, Sebastião – RA XIV , Jardim Botânico – RA XXVII
propicia a integração e o desenvolvimento regional, Park Way – RA XIV e Varjão - RA XXII, que e Itapuã – XXVIII.
principal função do planejamento.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

148
MAPA 13 - UNIDADES DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

149
2.5 Macrozoneamento e Zoneamento
b) Cultural – relativa aos valores materiais e • pelo interesse coletivo (isto é, por aspectos
imateriais da sociedade, que constituem que beneficiam o coletivo em detrimento do
O macrozoneamento do território referências no território, e à legislação de individual);
consiste em um dos elementos normativos do
Plano Diretor. Traduz-se na conformação de
preservação do patrimônio cultural.
• pela observância à legislação e aos
c) Social – referente à distribuição da zoneamentos ambientais em vigor, sem contudo
diversas parcelas de território destinadas
população no território, ao maior ou ao deixar de destacar a necessidade de revisão
funcionalmente e racionalmente a determinadas
menor acesso a serviços, infra-estrutura e desses últimos, em função do seu relativo grau de
ocupações. É o zoneamento que expressa a
equipamentos, ao acesso à educação e desconexão com a realidade instalada, em
qualificação do solo e a imposição dos usos lícitos,
saúde, e demais indicadores de processos particular no caso das unidades de conservação de
gerando não apenas direitos, mas também
de segregação espacial. uso sustentável.
obrigações. Sua formulação compatibiliza as
intenções do planejamento urbano e territorial com d) Econômica – relativa à distribuição da renda Ressalta-se, assim, a vocação das
a realidade socioespacial encontrada. e do trabalho no território, às características macrozonas e zonas como a definição da
dos setores produtivos e ao perfil da mão de ambiência do território. Isso não significa, porém,
O macrozoneamento foi definido em dois
obra. que usos diferentes aos definidos não possam
níveis de detalhamento: o primeiro que descreve o
ocorrer nessas porções do território. Espaços com
uso principal do solo, a macrozona; e o segundo e) Espacial – referente à ocupação e uso do
características rurais podem remanescer na
que consiste no detalhamento de cada macrozona, solo atual e às tendências de ocupação.
macrozona urbana, assim como parcelamentos
a zona. O primeiro nível de detalhamento identifica
Na interseção destes elementos ficam com características urbanas podem surgir
os espaços por sua vocação: ambiental, rural e
evidentes pontos de conflito, justamente onde a pontualmente no meio rural. Entretanto, a
urbana; e o segundo evidencia a qualificação desta
realidade da ocupação contrasta com a ambiência onde estes enclaves rurais ou urbanos
vocação, estabelecendo as áreas mais restritivas e
capacidade de suporte do território ou com o estão fixados define-se pela forma de ocupação
aquelas com melhores possibilidades para
marco legal. Nestes casos, que serão detalhados predominante, que pode ser atual ou de previsão
dinamização ou de uso futuro.
na descrição das zonas, as decisões sobre sua futura. Para tais casos excepcionais, o PDOT prevê
Os desenhos das macrozonas e de suas destinação como rural, urbana ou ambiental são dispositivos específicos para seu tratamento: os
respectivas zonas resultam da interseção de orientadas de forma geral pelos princípios parcelamentos urbanos desconformes, a previsão
diferentes dimensões que se superpõem: defendidos pelo PDOT, e em especial pelos de contratos específicos que garantem a
seguintes quesitos: manutenção de imóveis rurais em áreas urbanas,
a) Ecológica e ambiental – referente aos
aspectos do meio físico com suas • pela posição da comunidade evidenciada no
as áreas de interesse ambiental e as áreas de
proteção de mananciais.
potencialidades e fragilidades, que constituem processo participativo;
o suporte do território, bem como aos aspectos
referentes à legislação de proteção do meio
• pela irreversibilidade da situação;
Predomina na configuração
macrozonas e de suas zonas o valor positivo
das

ambiente. atribuído à continuidade dos espaços. Em termos


urbanos, a continuidade é um valor positivo por

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

150
permitir a implantação de infra-estrutura e de A Macrozona Urbana corresponde a 18,62% da o Plano Piloto de Brasília, a Vila Planalto, o
sistemas de transporte a menores custos, por área total do território do Distrito Federal e Cruzeiro, o Setor Octogonal, o Setor Sudoeste e a
permitir a ocupação racional do solo e por encontra-se subdividida nas seguintes zonas: Candangolândia, acrescida do Lago Paranoá.
possibilitar a articulação e integração urbanas
a) Zona Urbana do Conjunto Tombado Considerando o especial interesse
ausentes nos espaços fragmentados ou dispersos.
histórico, cultural, urbanístico, paisagístico e
Em termos ambientais, continuidade significa a A Zona Urbana do Conjunto Tombado
ambiental dessa área urbana central de Brasília, a
integridade de ecossistemas representativos da corresponde à poligonal da área tombada em
ocupação desta zona deve respeitar as restrições
fauna e flora do bioma Cerrado, preservados em âmbito federal e na esfera distrital. Compreende
áreas extensas e contínuas. No meio rural, a
continuidade dos espaços é a garantia da
permanência da atividade produtiva, uma vez que FIGURA 49 – ZONA URBANA DO CONJUNTO TOMBADO
os custos de manutenção do uso agrosilvopastoril,
em meio a áreas urbanas, de forma fragmentada,
tornam-se bastante elevados, e acabam por ceder
a pressões para a ocupação urbana.

Nessa perspectiva, foram definidas a


Macrozona Urbana, a Macrozona Rural e a
Macrozona de Proteção Integral.

2.5.1 Macrozona Urbana

Na Macrozona Urbana identificam-se os


espaços destinados às atividades de finalidade
urbana, predominantemente dos setores
secundário e terciário. São espaços servidos de
infra-estrutura e cujo contexto socioeconômico e
sua ambiência evidenciam tanto uso, como
vocação urbanos.

No entanto, não se exclui a presença, ou


mesmo a permanência, de atividades do setor
primário, que correspondem a áreas que mantêm
conexão com a dinâmica rural mesmo que
inseridas no contexto urbano presente ou futuro.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

151
estabelecidas para preservação do Conjunto para a preservação das quatro escalas Sul, a Agrovila de Vargem Bonita, as Quadras 06 a
Urbanístico Tombado como Patrimônio Nacional e estruturadoras da concepção urbanística da 29 do Setor de Mansões Park Way, o Setor
reconhecido pela UNESCO como Patrimônio cidade - monumental, residencial, gregária e Habitacional Taquari, o setor de Mansões Dom
Cultural da Humanidade. bucólica -, e da ambiência da cidade. Nesse Bosco e o núcleo urbano do Paranoá.
sentido, busca-se a compatibilização dos
Por tratar-se do centro político, Está inserida na bacia do Lago Paranoá
interesses públicos de proteção do patrimônio
econômico, social e cultural do Distrito Federal e e configura um sistema ambiental-paisagístico
cultural e de desenvolvimento urbano.
centro político nacional, esta zona urbana composto por unidades de conservação e por
centraliza as atividades administrativas, grande A fim de promover as condições espaços livres públicos e privados, que envolvem o
parte das atividades de prestação de serviços e os básicas para a conservação e desenvolvimento conjunto urbano tombado. A zona alcança grandes
equipamentos de alcance regional. Está, assim, do Conjunto Urbanístico Tombado, o PDOT extensões de linha de cumeada, que constituem as
sujeita à demanda intensa por novos espaços para estabelece como a necessidade de elaboração principais visuais do Plano Piloto, compondo o
o desenvolvimento de atividades e por infra- do Plano do Conjunto Urbanístico Tombado de envoltório da paisagem do Conjunto Urbano
estrutura urbana, especialmente de transporte. Brasília, como o instrumento de gestão da área. Tombado, garantindo sua ambiência e
compreensão.
O conjunto tombado, apesar de já As diretrizes para a Zona Urbana do
consolidado com a implantação quase total dos Conjunto Tombado incluem, ainda, a Do ponto de vista ambiental, é uma zona
elementos estruturais de sua morfologia urbana, consolidação da vocação de cultura, lazer e sensível especialmente no que tange os recursos
ainda apresenta áreas não ocupadas, setores a turismo do Lago Paranoá, mediante a criação e hídricos. Sendo bem drenada por pequenos
serem implantados e núcleos urbanos com promoção de espaços adequados para o córregos que desembocam no Lago Paranoá, sua
problemas a serem equacionados. A ocupação e cumprimento de suas funções, reconhecendo ocupação tem reflexo direto no Lago: tanto na
uso do solo devem orientar-se por valores culturais este elemento no contexto da preservação do qualidade de suas águas, como na manutenção de
e ambientais, pelo planejamento prévio da infra- bem tombado. seu espelho. Os atributos naturais desta Zona
estrutura de saneamento ambiental, com vistas à motivaram a constituição de unidades de
A manutenção dos valores culturais
estruturação e otimização da ocupação, e conservação, algumas inclusive sobrepostas: Área
relativos ao conjunto urbanístico de Brasília
considerando a capacidade de suporte da bacia do de Relevante Interesse Ecológico do Riacho
passa também por medidas e proposições que
Lago Paranoá e a legislação de preservação do Fundo; Área de Proteção Ambiental do Planalto
extrapolam esta zona e que estão voltadas para
patrimônio cultural e ambiental. Central; Área de Proteção Ambiental do Paranoá,
uma melhor distribuição de atividades e serviços
onde se localizam as Áreas de Relevante Interesse
Além do instituto específico do no território, com o fortalecimento de novas
Ecológico do Paranoá, Dom Bosco, do Bosque e
tombamento e dos demais institutos centralidades, que podem contribuir para a
do Torto; e Área de Proteção Ambiental do Gama e
correlacionados ao uso e à ocupação do solo diminuição da pressão sobre a área central.
Cabeça-de-Veado, onde se localizam as Áreas de
previstos para dar execução à política urbana, o
b) Zona Urbana de Uso Controlado I Relevante Interesse Ecológico do Cerradão e da
PDOT, na definição de uma zona específica que
Zona de Vida Silvestre da APA.
abrange toda a poligonal submetida ao A Zona Urbana de Uso Controlado I é
tombamento, busca reforçar os preceitos legais constituída pelo Lago Norte, o Varjão, o Lago

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

152
A conformação desta zona se justifica, propriedades, no entanto, mantêm suas de preservação permanente, bem como de
especialmente, pela presença desses elementos características rurais, e poderão ver garantida remanescentes do cerrado, a exemplo de extensa
que compõem as dimensões cultural e ambiental sua condição com a celebração de contrato área da Aeronáutica. Esta área limítrofe à Estação
do território, as quais devem orientar a ocupação e específico com a Secretaria de Estado de Ecológica do Jardim Botânico pode passar a ser
o uso do solo, de acordo com as condições Agricultura, Pecuária e Abastecimento. considerada como Macrozona de Proteção Integral,
próprias da capacidade de suporte e com a mediante a constituição de uma unidade de
A manutenção da qualidade ambiental
legislação de preservação do patrimônio cultural e conservação pelos órgãos competentes.
da região e do lago exige a proteção das áreas
ambiental, tais como zoneamento, planos de
manejo das unidades de conservação e o instituto
do tombamento. FIGURA 50 – ZONA URBANA DE USO CONTROLADO I
O quadro atual de ocupação na Zona
Urbana de Uso Controlado I denota o uso
predominante habitacional com baixa densidade,
que favorece a manutenção de áreas verdes. Há,
no entanto, alguns enclaves de maior densidade,
como a Vila Varjão, o Paranoá e a Agrovila da
Vargem Bonita. O perfil socioeconômico da
população se distingue da seguinte forma: nas
áreas menos densas a população é de média-alta e
alta renda; e nas áreas de maior densidade a
população é de média para baixa renda.

Nesta zona, a ocupação urbana não está


plenamente consolidada. Ainda existem áreas em
processo de ocupação: o projeto de expansão do
Paranoá – em licenciamento; o Setor Taquari –
área indicada para urbanização no documento
Brasília Revisitada, do Arquiteto Lúcio Costa; e a
implantação de condomínios nos lotes do Park Way
e Dom Bosco.

No Lago Norte, nas áreas situadas ao


longo de córregos, caracterizadas no PDOT/1997
como Rural Remanescente, verifica-se tendência
ao parcelamento irregular do solo. Algumas

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

153
Incluem-se nessa zona as áreas áreas onde a ocupação urbana não é permitida
Diante desse contexto, são diretrizes
urbanas inseridas nas APAs do Descoberto, do pelos respectivos zoneamentos ambientais. Nesta
específicas para a Zona Urbana de Uso Controlado
São Bartolomeu, do Cafuringa e do Planalto situação estão o Condomínio Privê Lucena Roriz e
I manter o uso habitacional de baixa densidade;
Central, além da ARIE JK, cujo uso do solo e a Vila São José na APA do Descoberto, além de
proteger os atributos naturais; implementar
desenvolvimento de atividades é disciplinado inúmeros condomínios em São Sebastião, nas
medidas de controle ambiental para proteção das
também pelos respectivos zoneamentos proximidades do Paranoá e no entorno de
unidades de conservação; promover a valorização
ambientais legalmente instituídos. A necessidade Planaltina, localizados na APA do São Bartolomeu.
dos atributos urbanísticos e paisagísticos da zona;
de estabelecer condições para o planejamento e
e respeitar a capacidade de suporte do lago Para tais casos, a delimitação da zona
gestão do território, competência do PDOT, exige
Paranoá, exigindo o planejamento prévio da infra- considerou a situação de fato – a cidade real – e a
a convergência entre o zoneamento urbanístico
estrutura de saneamento ambiental. condição de irreversibilidade dos parcelamentos, o
do Plano Diretor e os zoneamentos ambientais,
que possibilita a configuração de espaços
c) Zona Urbana de Uso Controlado II particularmente, nos casos das APAs dos rios
contínuos, conectados com a malha urbana
Descoberto e São Bartolomeu. Esta aproximação
A Zona Urbana de Uso Controlado II é existente, em vez de peças urbanas fragmentadas
significa, reconhecer as dinâmicas urbanas,
constituída pelo núcleo urbano de Brazlândia, pelo e autônomas. A legalização dos parcelamentos
populacionais e ambientais lá estabelecidas, na
Condomínio Privê Lucena Roriz, por parte do situados no interior da zona deve cumprir todas as
definição de parâmetros de uso e ocupação do
núcleo urbano de Ceilândia, pelo núcleo urbano de exigências da legislação em vigor, o que pode
solo adequados ao meio ambiente destas
São Sebastião, por parte do núcleo urbano de implicar inclusive a desconstituição de alguns deles
unidades de conservação, e ao uso de
Planaltina, pela Fercal, pelas áreas urbanas por motivos ambientais. Sob o ponto de vista do
tecnologias adequadas ou adaptadas visando
situadas no entorno do Parque Nacional de planejamento e da gestão territorial, a qualificação
sua conservação e a adoção de medidas que
Brasília, pelo entorno da Reserva Biológica da da área como urbana permitirá o controle mais
revertam ou minimizem danos ambientais já
Contagem (região do Colorado), por trecho situado efetivo do seu uso e ocupação.
instalados. Por outro lado, as áreas destinadas
ao longo da DF-001 que contorna a Reserva
ao uso urbano não são, necessariamente, As demais áreas como, a Área de
Ecológica do IBGE e Estação Ecológica da UnB,
ocupadas na medida em que forem observadas Relevante Interesse Ecológico – ARIE JK; o
pelos assentamentos informais situados na Área de
as restrições físicas e ambientais que incidem entorno imediato de unidades de conservação de
Proteção Ambiental da Bacia do Rio São
sobre elas. Neste sentido, embora o PDOT tenha proteção integral – Parque Nacional de Brasília,
Bartolomeu e pela Área de Relevante Interesse
constituído manchas urbanas contínuas para Reserva Biológica da Contagem (região do
Ecológico JK, e pelas demais áreas urbanas do
esta zona, algumas áreas incluídas não serão Colorado) –; e o trecho situado ao longo da DF-
interior de Áreas de Proteção de Manancial.
passíveis de ocupação. 001, que contorna a Reserva Ecológica do IBGE e
Essa zona reúne áreas de significativa Estação Ecológica da UnB foram incluídas nessa
Particularmente nas APAs do
sensibilidade ambiental, que exigem ocupação e zona para valorização de seus atributos
Descoberto e do São Bartolomeu, unidades de
uso urbano disciplinado no sentido de proteger os ambientais. Os parâmetros de ocupação destas
conservação de uso sustentável, evidenciam-se
atributos naturais, especialmente os solos e os áreas devem ser compatíveis com a manutenção
conflitos de ocupação decorrentes da presença
recursos hídricos, superficiais e subterrâneos. da integridade ecológica dos seus ecossistemas.
de assentamentos informais, implantados em

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

154
A região da Fercal, apesar de apenas dos recursos hídricos. Tal objetivo se traduz em das unidades de proteção integral; regularizar os
em parte estar inserida na APA do Cafuringa, cujo diretrizes específicas de planejamento territorial, assentamentos informais com recuperação de
zoneamento ambiental prevê sua ocupação, foi tais como: reforçar o uso habitacional de baixa e danos ambientais causados pelo processo de
totalmente incluída na zona dados os impactos da média densidades populacional; proteger os urbanização; e planejar a infra-estrutura de
atividade industrial desenvolvida em sua área. atributos naturais; estabelecer medidas de saneamento ambiental previamente à ocupação
controle ambiental para proteção das unidades urbana, respeitando a capacidade de suporte dos
As áreas urbanas inseridas em Áreas de
de conservação, e, especialmente, do entorno corpos hídricos receptores dos efluentes.
Proteção de Manancial – APMs – também foram
incluídas nesta zona, a fim de ressaltar sua
condição especial quanto ao uso e ocupação, FIGURA 51 - ZONA DE USO CONTROLADO II
tendo em vista a proteção dos recursos hídricos
destinados ao abastecimentos público. No entanto,
as diretrizes para estas áreas são aquelas
específicas definidas para as APMs.

As densidades de ocupação da zona


variam de alta densidade, em enclaves como o
núcleo urbano de São Sebastião, Itapuã,
condomínios de Planaltina, Fercal, Vila Estrutural,
Condomínio Privê Lucena Roriz e Vila São José,
cujo perfil socioeconômico da população é de baixa
renda; a média e baixa densidade nas demais
áreas e condomínios da APA de São Bartolomeu,
com perfil socioeconômico da população de média
a alta renda.

O uso predominante em toda a zona é o


habitacional, destacando-se, no entanto, áreas
destinadas a atividades econômicas, como o
Parque Capital Digital, Parque Ferroviário, o SOF
Norte e as indústrias da região da Fercal.

A Zona Urbana de Uso Controlado II, no


ordenamento territorial, visa compatibilizar o uso
urbano com a conservação dos recursos naturais,
promover a recuperação ambiental e a proteção

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

155
Estão situadas nesta zona as subcentralidades da
Além disso, para controle de doenças de Nesta Zona se deseja fomentar o
região de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, do
veiculação por fatores ambientais, que conforme desenvolvimento urbano com a melhoria da infra-
SIA , do Gama e de Sobradinho, onde se deseja o
levantamentos da Diretoria de Vigilância Ambiental estrutura e dos equipamentos públicos
desenvolvimento das potencialidades locais,
em Saúde acerca da hantavirose e leishmaniose no existentes, além de seu aproveitamento para a
incrementando a dinâmica interna e melhorando
Distrito Federal, mostram alta incidência de casos localização de pólos e eixos de dinamização, a
sua acessibilidade e interação com as localidades
na bacia do rio São Bartolomeu, especialmente na exemplo das áreas lindeiras ao metrô, na
vizinhas.
região de São Sebastião e de Planaltina, devem Ceilândia, ao longo do Pistão Sul, em
ser estabelecidas medidas de controle e de Taguatinga, e da via EPIA.
promoção da salubridade ambiental.

d) Zona Urbana Consolidada FIGURA 52 - ZONA URBANA CONSOLIDADA

A Zona Urbana Consolidada


compreende os núcleos urbanos implantados ou
em processo de implantação, servidos de infra-
estrutura urbana e equipamentos comunitários,
com média e baixa densidade populacional, e
alguns enclaves de alta densidade, cuja ocupação
urbana deve ser consolidada.

Integram esta zona as seguintes


localidades: Sobradinho, Planaltina, Santa Maria
(incluindo o Pólo JK), Gama, Recanto das Emas,
Riacho Fundo I e II, Guará, SIA, SCIA, Núcleo
Bandeirante, Taguatinga, Águas Claras, Ceilândia
e Samambaia.

Esta zona engloba localidades


integrantes da Zona Urbana de Dinamização e
Zona Urbana de Consolidação do PDOT/1997, das
quais foram destacadas apenas aquelas que não
apresentam sobreposição com áreas definidas
como de Proteção de Manancial e de Interesse
Ambiental.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

156
Enquadram-se nesta situação o entorno de Rurais Remanescentes. Tais áreas têm
Nas áreas inseridas na bacia do Lago
Sobradinho; as bordas de Ceilândia; o Setor reconhecida a sua destinação urbana e a
Paranoá deve-se realizar o planejamento prévio da
Habitacional Água Quente e as Colônias conseqüente necessidade de qualificação de seus
infra-estrutura de saneamento básico, para o
Agrícolas Vicente Pires, Arniqueira, Vereda espaços para cumprimento das funções sociais da
adensamento ou ocupação, tendo em vista o
Grande, Vereda da Cruz e Águas Claras, cidade e da propriedade urbana.
respeito à capacidade de suporte desta bacia.
consideradas pelo PDOT/1997 como Áreas
Nas localidades de Sobradinho e
Planaltina, em função de suas limitações quanto ao
abastecimento de água e esgotamento sanitário,
FIGURA 53 - ZONA URBANA DE EXPANSÃO E QUALIFICAÇÃO
devem ser observadas as soluções a serem
adotadas pela Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito Federal – CAESB, tais como
as soluções de esgotamento sanitário adotadas
para a região, a futura utilização de Corumbá IV
como manancial para abastecimento público e a
efetivação da captação a fio d´água no rio São
Bartolomeu, em substituição aos antigos
barramentos propostos.

e) Zona Urbana de Qualificação e Expansão

A Zona Urbana de Qualificação e


Expansão é constituída pelas regiões das Colônias
Agrícolas Vicente Pires, Arniqueira, Vereda
Grande, Vereda da Cruz e Águas Claras; pelo
entorno de Sobradinho; pelas bordas de Ceilândia;
pelo Setor Habitacional Água Quente; por áreas ao
longo da DF-280 (trecho entre Samambaia e Água
Quente), da DF-001(trecho entre Recanto das
Emas e Santa Maria), da BR-040 (trecho próximo à
Santa Maria) e da DF-140.

Esta zona reúne algumas áreas


destinadas no PDOT/1997 para o uso rural, que
sofreram processo de ocupação urbana mediante a
implantação de assentamentos informais.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

157
política urbana adequados para qualificar e f) Zona de Contenção Urbana
Agregam-se, também, à Zona Urbana de
disciplinar a ocupação, e promover a
Qualificação e Expansão espaços destinados à A Zona de Contenção Urbana é
regularização fundiária; reverter danos
urbanização futura. São áreas vocacionadas para composta por áreas situadas nos limites entre as
ambientais e recuperar áreas degradadas;
ocupação urbana por possuírem relação direta com macrozonas urbana e rural, sujeitas à pressão
respeitar a capacidade de suporte dos corpos
núcleos já implantados ou por estarem situadas ao urbana. As ações e diretrizes definidas para ela
hídricos receptores dos efluentes, planejar a
longo de corredores de transporte ou de eixos buscam estabelecer um gradiente decrescente
infra-estrutura de saneamento ambiental.
conexão entre núcleos urbanos. Atendem a estes para a ocupação urbana, criando uma zona de
requisitos as áreas ao longo da DF-280, DF-001,
BR-040, DF-290 e DF-140 e a área próxima ao
FIGURA 54 - ZONA DE CONTENÇÃO URBANA
núcleo urbano do Gama. A característica mais
representativa destas áreas consiste na sua
qualidade de espaço de estruturação e articulação
do tecido urbano, especialmente com os núcleos
urbanos existentes. A identificação destas áreas
antecipa a tendência de ocupação, evitando
situações de ilegalidade ou irregularidade, e otimiza
a infra-estrutura de transporte implantada.

O perfil da população e da densidade de


ocupação da zona é bastante diversificado e
guarda estreita relação: em Vicente Pires,
observam-se densidades populacionais médias e
um perfil socioeconômico de média renda; nas
bordas de Ceilândia, onde a densidade de
ocupação é maior, o perfil socioeconômico da
população é de baixa renda. Nas demais
localidades o padrão se repete.

A Zona Urbana de Qualificação e


Expansão objetiva o adequado aproveitamento do
solo com vocação urbana. As diretrizes específicas
de planejamento territorial para esta zona se
traduzem em: estruturar e articular o tecido urbano
de forma a integrar e conectar as localidades
existentes; reforçar a aplicação de instrumentos de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

158
Ceilândia constitui, pelas características rural. Foco de interesse para o parcelamento
amortecimento entre o uso urbano mais
geológicas do terreno, uma área de risco, com urbano futuro – quando não de áreas irregulares já
intenso e a zona rural. Terá, também, importante
ocupação irregular, predominantemente de baixa implantadas –, este gradiente se estabelecerá
papel na contenção da ocupação urbana de áreas
renda, com uso do solo mais intenso, sendo como transição entre as zonas urbana e rural.
ambientalmente sensíveis. O principal objetivo
caracterizada, parte dela, como Área de
desta zona é, então, conter a pressão excessiva do
Regularização de Interesse Social. É, assim, O Setor Habitacional Estrada do Sol,
adensamento urbano sobre a zona rural e áreas
desejável a definição de uma barreira à constituído por quatro áreas de regularização
ambientalmente protegidas, assegurando a
expansão urbana – a qual já vem ocorrendo em específica, terá parte dele nesta zona com a
preservação e manutenção de suas características
direção às áreas rurais –, formada por uma finalidade de proteger a região de vales que dele
naturais. Para atingir este propósito, nesta zona,
ocupação de menor densidade, conforme fazem parte.
serão aplicados parâmetros urbanísticos mais
parâmetros definidos, que possibilite a
restritivos a fim de disciplinar a ocupação daquelas
distribuição mais racional das habitações no
de glebas rurais já reparceladas, em desacordo
espaço urbano em formação.
com a legislação vigente, e propiciar a ocupação
racional do solo e, conseqüentemente, deter o
avanço urbano desordenado sobre as áreas rurais. Na região situada em volta do córrego
Ponte de Terra observa-se que a urbanização
ocorrida no interior da APM, esta, em parte
Integram a Zona de Contenção Urbana
instituída como área de regularização, tem se
parte da borda da Ceilândia, incluindo parte do
expandido para fora dela, por meio do
Setor de Regularização Sol Nascente; a região do
fracionamento de glebas rurais em áreas
córrego Ponte de Terra, próximo ao núcleo urbano
inferiores a dois hectares, pressionado ainda
do Gama, em volta da Área de Proteção de
mais o manancial utilizado para abastecimento
Manancial Ponte de Terra; uma faixa de terra
público de água. Para deter o adensamento que
situada nas proximidades da DF-140, entre a Zona
se vislumbra naquela região é necessário
Urbana de Expansão e Qualificação e a Zona Rural
estabelecer um tamponamento por meio de
de Uso Controlado; e parte do Setor Habitacional
parâmetros de ocupação mais restritivos e
Estrada do Sol. Ressalta-se que esta Zona
menos danosos ao meio ambiente.
incorpora áreas públicas e privadas, o que torna
ainda mais complexo o processo de contenção da
ocupação. A inclusão da faixa de terra próxima à
DF-140, na Região Administrativa de São
Sebastião, por sua vez, tem por finalidade
Apesar do objetivo comum, as áreas que
determinar um limite menos denso e
integram a Zona de Contenção Urbana apresentam
estabelecendo uma gradação quanto à
diferentes características. A região das bordas da
intensidade do uso do solo urbano em relação ao

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

159
Rio São Marcos. São terras planas que Nesta zona a atividade rural está consolidada,
2.5.2 Macrozona Rural
favorecem a larga produção de grãos com dispondo de uma matriz produtiva que responde à
A Macrozona Rural, reconhecida sua utilização de mecanização e de irrigação. A competitividade do agronegócio, com
multifuncionalidade, refere-se aos espaços produtividade na região insere o Distrito Federal especialização de produto, adoção de tecnologias
destinados às atividades de finalidade rural, no contexto do agronegócio da Região Centro- de ponta e produção em larga escala. Integrando a
predominantemente do setor primário. O Oeste. dinâmica desses espaços rurais estão associadas
desenvolvimento das atividades rurais com a outras atividades não-agrícolas de suporte,
verticalização e a diversificação da produção, a
integração com o turismo, a presença de FIGURA 55 - ZONA RURAL DE USO DIVERSIFICADO
agroindústrias, o uso de novas tecnologias e de
tecnologias alternativas, agregam à dinâmica rural
atividades próprias dos setores secundário e
terciário.

O macrozoneamento, aparado por tais


constatações, orienta suas diretrizes para a
diversificação e pluralidade da ocupação do solo
rural, tanto dos sistemas de produção, quanto das
atividades rurais não-agrícolas. A recuperação e
consolidação da capacidade produtiva dos espaços
rurais são essenciais a sua manutenção e
previnem a ocupação irregular do solo e o
parcelamento de glebas rurais com finalidade
urbana.

A Macrozona Rural corresponde a


70,34% da área total do DF. Tendo como critério os
diferentes agro-ecossistemas, constituídos
basicamente pelas bacias hidrográficas, esta
macrozona foi subdividida nas seguintes zonas:

a) Zona Rural de Uso Diversificado

A Zona Rural de Uso Diversificado é


constituída pelas áreas rurais inseridas em sua
maior parte na bacia do Rio Preto, e na bacia do

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

160
Paranoá. Foram reunidos agro-ecossistemas As diferentes áreas rurais que compõem esta zona
incluindo em alguns casos pequenos
distintos, relacionados a unidades territoriais que têm em comum a necessidade de maior controle
núcleos reconhecidos como agrovilas, a exemplo
correspondem às citadas bacias hidrográficas, do uso e ocupação do solo, devido às restrições
dos núcleos São José, Jardim, Carirú, Capão Seco
onde ocorrem declividades acentuadas, bordas decorrentes de sua sensibilidade ambiental e da
e Lamarão.
de chapada, solos rasos, presença de necessidade de proteção dos mananciais
A conformação desta zona segue as mananciais destinados ao abastecimento destinados ao abastecimento de água da
rodovias construídas nas proximidades do divisor público, e outras situações de fragilidade população.
das bacias dos rios Preto e São Marcos com a ambiental.
bacia do rio São Bartolomeu - DF-130, DF-250, DF-
110. Tal delimitação estabelece limites de fácil FIGURA 56 - ZONA RURAL DE USO CONTROLADO
assimilação que correspondem, quase na
totalidade, às duas bacias mencionadas.

A Zona Rural de Uso Diversificado


objetiva reforçar a vocação rural da região,
incentivando usos intensivos e a verticalização da
produção. Para que tal objetivo seja alcançado,
dentro de parâmetros que observem a manutenção
da qualidade ambiental dos agro-ecossistemas,
foram estabelecidas as seguintes diretrizes
específicas de planejamento territorial: consolidar o
uso rural produtivo por meio da diversificação de
sistemas de produção, que inclui agroindústrias e
turismo rural; respeitar a capacidade de suporte
dos corpos hídricos na captação e no lançamento
de efluentes; adotar medidas de controle ambiental,
de conservação de solo e de estradas; e estimular
a adoção de novas tecnologias de irrigação em
substituição ao uso de pivôs centrais.

b) Zona Rural de Uso Controlado

A Zona Rural de Uso Controlado é


constituída pelas áreas rurais inseridas nas bacias
do rio São Bartolomeu, rio Maranhão, rio
Descoberto, rios Alagado e Santa Maria e lago

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

161
Maranhão e parte da Chapada da Contagem Para a Zona Rural de Uso Controlado I,
A atividade rural desta zona envolve
na bacia do lago Paranoá; tendo em vista a forte pressão para ocupação
desde culturas e criação de subsistência, até
urbana ao longo da chapada, devem ser adotadas
atividades de pesquisa avançada e o turismo rural. c) Zona Rural de Uso Controlado III –
medidas de monitoramento e controle do uso e
No entanto, a consolidação do uso rural produtivo compreende predominantemente a bacia do
ocupação do solo, a fim de coibir o parcelamento
deve considerar os aspectos da sustentabilidade alto rio Descoberto;
irregular de glebas rurais para fins urbanos.
ambiental, para assegurar a manutenção da
d) Zona Rural de Uso Controlado IV –
diversidade dos agro-ecossistemas, com Na Zona Rural de Uso Controlado II,
compreende predominantemente as bacias
valorização de atividades agro-ecológicas, onde as características geomorfológicas
do baixo rio Descoberto e dos rios Alagado e
orgânicas e agroflorestais. contribuem para a formação de locais de grande
Santa Maria; e
beleza cênica, com atributos naturais de forte
A ausência de atividades rurais
e) Zona Rural de Uso Controlado V – potencial para atividades de lazer, esportes de
produtivas em propriedades que não reúnem as
compreende predominantemente a bacia do aventura e ecoturismo, devem ser incentivados
condições necessárias para sua inserção no
lago Paranoá. empreendimentos de lazer ecológico.
mercado (dificuldade de acesso à água, solos
inadequados, dimensão incompatível, dificuldade Com essas delimitações por bacias A Zona Rural de Uso Controlado III
de acesso à tecnologia apropriada, etc.), e mesmo hidrográficas, as diretrizes de planejamento corresponde à bacia a montante do lago do
a proximidade com núcleos urbanos e maior territorial podem alcançar as especificidades dos Descoberto, manancial responsável por cerca de
acessibilidade ao sistema de transporte, tornam agro-ecossitemas, tendo como ponto de partida 60% do abastecimento de água no Distrito Federal.
alguns destes espaços rurais mais susceptíveis às o objetivo comum de compatibilizar o uso e O PDOT/2009 traduz esta condição especial nas
pressões para a ocupação urbana, muitas vezes ocupação do território com a conservação dos diretrizes para a Zona, que incluem restrições ao
promovida de forma irregular. recursos naturais, a recuperação ambiental, a uso e à ocupação compatíveis com a manutenção
proteção dos recursos hídricos e a valorização da qualidade e quantidade das águas destinadas
Na delimitação da Zona Rural de Uso
dos atributos naturais. ao abastecimento público.
Controlado foram identificadas as principais bacias
hidrográficas, distinguindo, entre elas, as que As diretrizes que se aplicam a toda a Na Zona Rural de Uso Controlado IV,
apresentam características físicas e produtivas zona indistintamente incluem a recuperação da que compreende bordas de chapada e encostas,
próprias ou comuns entre si, a serem observadas capacidade produtiva, com incentivo às áreas de declividade mais acentuada e solos rasos,
no planejamento territorial, na forma que se segue: atividades agro-ecológicas, de agricultura a consolidação das atividades rurais e o controle
orgânica, agroflorestais e de turismo rural; a de processos erosivos, mediante a proteção das
a) Zona Rural de Uso Controlado I –
revitalização das dinâmicas locais de produção e bordas de chapada e encostas com florestamento
compreende predominantemente à bacia do rio
cultura popular, o controle ambiental e o respeito e recomposição da vegetação nativa, devem ser
São Bartolomeu;
ao zoneamento e/ou planos de manejo das incentivados.
b) Zona Rural de Uso Controlado II – unidades de conservação.
Os fragmentos de espaços rurais na
compreende predominantemente a bacia do rio
bacia do lago Paranoá, identificados como Zona

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

162
Rural de Uso Controlado V, são valorizados pelo FIGURA 57 - MACROZONA DE PROTEÇÃO INTEGRAL
papel que desempenham na manutenção das
condições ecológicas da bacia, sendo neles
incentivadas a preservação e a conservação das
áreas remanescentes de vegetação nativa.

2.5.3 Macrozona de Proteção Integral

A Macrozona de Proteção Integral


compreende os grandes espaços legalmente
protegidos do Distrito Federal, destinados à
preservação da natureza, onde é admitido, apenas,
uso indireto dos recursos naturais. Nela é
incorporado o conceito de proteção integral
introduzido pela Lei Federal 9.985/2000, que
instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC, onde a Unidade de
Conservação de Proteção Integral constitui um
grupo composto das seguintes categorias: Estação
Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional,
Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre.

Assim, nessa macrozona, os espaços


que a integram têm sua finalidade ambiental
definida por lei específica, não sendo neles
permitidas atividades de cunho urbano ou rural, à
exceção daquelas já previstas na norma, como
pesquisa e educação ambiental.

Na perspectiva de reconhecimento da
vocação e da ambiência dos diferentes espaços,
foram incluídas na Macrozona de Proteção Integral
- que perfaz cerca de 11,04% do território do DF -,
todas as unidades de conservação no Distrito
Federal que se enquadram no grupo de proteção
integral definido pelo SNUC (Mapa Ambiental do

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

163
corredores ecológicos. Para o caso dos controlado, seja urbana ou rural, conforme a
Distrito Federal – ano 2006, SEMARH),
corredores ecológicos, já encontram-se destinação do solo.
quais sejam:
indicadas as áreas mais prováveis de sua
a) Áreas de Proteção de Mananciais
a) Parque Nacional de Brasília; localização, como o vale do rio São Bartolomeu,
o lago Paranoá e as bacias do Alto Descoberto e As Áreas de Proteção de Mananciais –
b) Estação Ecológica de Águas Emendadas;
do rio Maranhão. APMs –, categoria introduzida pelo PDOT/1997,
c) Estação Ecológica do Jardim Botânico; objetivam a conservação dos recursos naturais, a
recuperação ambiental e a promoção do uso
d) Reserva Ecológica do IBGE;
2.5.4 Áreas de Diretrizes Especiais sustentável em áreas de mananciais destinados ao
e) Reserva Ecológica do Guará; abastecimento público, assim como o manejo das
As Áreas de Diretrizes Especiais
f) Reserva Ecológica do Gama; bacias hidrográficas a montante dos pontos de
foram concebidas como polígonos sobrepostos a
captação de água da CAESB. Correspondem, em
g) Reserva Ecológica do Lago Paranoá; outras macrozonas do Plano Diretor, que
geral, a pequenas bacias de drenagem, onde o
destacam áreas que necessitam de tratamento
h) Estação Ecológica da Universidade de desenvolvimento de atividades tem impacto direto
diferenciado, como algumas unidades de
Brasília - Áreas de Relevante Interesse e imediato na qualidade e disponibilidade da água
conservação não contempladas na Macrozona
Ecológico de Capetinga e Taquara; no ponto de captação. Esta condição exige
de Proteção Integral e áreas de drenagem de
diretrizes de planejamento bastante restritivas, que
i) Reserva Biológica do Descoberto; pequenas captações destinadas ao
evitem a intensificação do uso e da ocupação do
abastecimento público. Tais áreas foram
j) Reserva Biológica de Contagem. solo, seja urbano ou seja rural.
identificadas como Áreas de Interesse Ambiental
As unidades de conservação que e Áreas de Proteção de Manancial, Em sua delimitação, as APMs incluem a
compõem a Macrozona de Proteção Integral não respectivamente. bacia de drenagem a montante do ponto de
dispõem de plano de manejo nem, portanto, dos captação. No entanto, nos casos em que a bacia
A utilização desta categoria de
correspondentes levantamentos e estudos técnicos de drenagem coincide, em parte, com alguma
zoneamento – Área de Diretriz Especial,
que permitam delimitar as respectivas zonas de Macrozona de Proteção Integral, a delimitação da
introduzida pelo PDOT/1997 – evidencia a
amortecimento e indicar, com propriedade, APM fica restrita àquelas áreas fora dos limites de
natureza destes espaços, que exigem diretrizes
corredores ecológicos a serem instituídos. A tal macrozona. Este critério justifica-se pois as
específicas de uso e ocupação do solo
ausência destes instrumentos e de suas diretrizes da Macrozona de Proteção Integral são
destinadas a promover sua adequação, por meio
informações não permite que a proposta de mais restritivos do que os da APM.
de uma disciplina especial, às finalidades urbana
zoneamento aponte, em suas diretrizes de ou rural. No zoneamento do PDOT/1997, muitas
ocupação, parâmetros mais contundentes de APM’s estão sobrepostas a zonas urbanas, o que
proteção destes espaços. No entanto, procura-se Com o objetivo de reforçar o caráter
tornou explícito o conflito de uso e ocupação do
suprir tal dificuldade estabelecendo como diretriz a excepcional dessa categoria, as áreas nela
solo nestas áreas. Visando dirimir os conflitos e
elaboração dos planos de manejo e a definição das inseridas passam a integrar, no zoneamento
tornar mais claras as intenções do planejamento
respectivas zonas de amortecimento e de proposto, as denominadas zonas de uso

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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para com as APMs, no PDOT/2009, a delimitação proteção para a faixa mínima em torno do lago, a • Captações do Cabeça-de-Veado e do Ribeirão
da zona urbana nas bacias de contribuição de APM delimitada nesta localização perdeu sua do Gama: em duas áreas da bacia de drenagem da
mananciais restringiu-se às áreas onde tal uso está função estratégica, uma vez que a unidade de captação do Cabeça-de-Veado, uma localizada ao
efetivamente consolidado ou onde há parcelamento conservação é mais restritiva à ocupação do que longo da DF-001, nos limites da Estação Ecológica
registrado em cartório. Desta forma, muitas das a categoria APM; esta unidade de conservação do Jardim Botânico e outra no interior da área de
APM’s que eram urbanas, segundo o PDOT/97, foi incorporada no PDOT/2009 à Macrozona de vegetação do Jardim Botânico de Brasília, e em
retomam sua destinação rural, e as que Proteção Integral e a APM foi desconstituída. estreita faixa limítrofe à bacia do ribeirão do Gama
permanecem como urbanas enquadram-se nos
parâmetros definidos para a Zona Urbana de Uso
• Captações do Contagem e Paranoazinho:
foram acrescentadas poligonais de APMs.

como no caso anterior, com a criação da Com estes ajustes ficam incorporadas
Controlado II.
Reserva Biológica da Contagem, abrangendo todas as áreas que fazem parte de seus regimes
No PDOT/1997 estão mapeadas 24 quase integralmente as poligonais das bacias de de disciplina.
Áreas de Proteção de Mananciais, número que foi drenagem das captações de Contagem e
No caso das futuras barragens do rio
ampliado no PDOT/2009 para 25, além de terem Paranoazinho, conseqüentemente incluída na
São Bartolomeu, as poligonais delimitadas no
sido procedidas adequações necessárias: Macrozona de Proteção Integral. De forma que
plano correspondem àquelas definidas como
• introduzidas duas novas captações – Engenho
foi mantida como APM apenas a área relativa à
DF-001, integrante das bacias de drenagem das
perímetros das áreas de proteção dos reservatórios
das Lages e Cabeça-de-Veado; no Decreto Federal n°13.869, de 31 de março de
captações e não pertencente à mencionada
• ampliadas duas captações, adequando-as às REBIO.
1992. A opção por manter a referência aos dois
reservatórios, apesar de não haver definição
respectivas bacias de drenagem – do ribeirão do
Gama e do Pipiripau;
• Captação do Pipiripau: no PDOT/97, a APM quanto à forma de captação tanto no Plano Diretor
corresponde apenas a uma pequena área em de Água e Esgotos da CAESB quanto no PGIRH,
• e, alteradas ou extintas as poligonais de três torno da futura barragem, uma vez que por se deve à condição estratégica do rio São
captações – do Lago Descoberto, Contagem e ocasião da sua aprovação, a captação estava Bartolomeu como manancial de abastecimento
Paranoazinho – por terem sido incorporadas à em processo de implantação; hoje, a captação futuro para o Distrito Federal.
Macrozona de Proteção Integral. encontra-se em atividade e sua bacia de
São diretrizes específicas de
drenagem, apesar de extensa, foi incluída na
As situações que implicaram planejamento territorial para estas áreas: a
proposta de zoneamento do plano.
modificação, acréscimo ou extinção de poligonais manutenção, a recuperação e a ampliação de
de APM na proposta de zoneamento do • Captação do Engenho das Lages: a áreas com vegetação preferencialmente nativa; a
PDOT/2009, podem ser assim detalhadas: implantação de nova captação no córrego proibição do parcelamento do solo urbano e rural,
• Faixa de 125m em torno do lago do
Engenho das Lages, para atender à demanda da exceto para fins de regularização ou para
comunidade instalada às margens da BR-060, parcelamentos já registrados; a proibição do
Descoberto: com a criação da Reserva Biológica do
motivou a delimitação e a decorrente adensamento de áreas urbanas já existentes e do
Descoberto correspondendo à faixa de 125m em
incorporação desta nova APM na proposta de lançamento de drenagem a montante do ponto de
torno do lago do Descoberto, visava a maior
zoneamento do Plano. captação de água; a proibição da instalação de

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indústrias poluentes e outras atividades de forte conservação e manejo de espécies da fauna e
impacto nos corpos hídricos; a adoção de flora, bem como de visitação e de educação
tecnologias de controle ambiental para
conservação de solo e para construção e
manutenção de estradas; a proibição de exploração FIGURA 58 – ÁREAS DE DIRETRIZES ESPECIAIS
de minerais; e a exigência de implantação de obras
de saneamento ambiental com vistas a mitigar
impactos causados pelo processo de urbanização.

b) Áreas de Interesse Ambiental

As Áreas de Interesse Ambiental


englobam importantes unidades de conservação do
grupo de uso sustentável, sujeitas a regimes
especiais de administração. Delas fazem parte
Áreas de Relevante Interesse Ecológico e Floresta
Nacional, Reservas Particulares do Patrimônio
Natural, além do Jardim Botânico de Brasília e do
Jardim Zoológico de Brasília, dada a relevância
destes espaços no contexto das políticas de
pesquisa, educação ambiental, proteção e manejo
da fauna e flora nativa e exótica.

As Áreas de Interesse Ambiental


objetivam a proteção dessas unidades de
conservação, estabelecendo parâmetros mais
restritivos para sua utilização, seguindo os usos
urbano ou rural, estabelecidos no
macrozoneamento. As diretrizes específicas de
planejamento territorial para estas áreas ressaltam
o respeito à legislação específica aplicada à
unidade de conservação, especialmente quanto ao
correspondente plano de manejo e zoneamento
ambiental; proteção de remanescentes de
vegetação nativa; recuperação de áreas
degradadas; e garantia às atividades de pesquisa,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

166
ambiental, próprias aos equipamentos públicos do - Reserva Particular do Patrimônio Natural do
Jardim Botânico de Brasília e Jardim Zoológico de Córrego de Aurora;
Brasília.
- Reserva Particular do Patrimônio Natural do
As Áreas de Interesse Ambiental Sonhém;
compreendem as unidades de conservação e
- Reserva Particular do Patrimônio Natural do
equipamentos públicos citadas a seguir, cuja
Chakra Grissu;
delimitação corresponde, conforme a respectiva
legislação, às suas poligonais (Mapa Ambiental do - Reserva Particular do Patrimônio Natural de
Distrito Federal – ano 2006, SEMARH): Maria Velha;

- Área de Relevante Interesse Ecológico da - Jardim Botânico de Brasília;


Granja do Ipê;
- Jardim Zoológico de Brasília.
- Área de Relevante Interesse Ecológico JK;

- Área de Relevante Interesse Ecológico do


Bosque;

- Área de Relevante Interesse do Cerradão;

- Área de Relevante Interesse do Riacho Fundo;

- Área de Relevante Interesse do Paranoá Sul;

- Área de Relevante Interesse Ecológico do


Torto;

- Área de Relevante Interesse Ecológico Dom


Bosco;

- Área de Relevante Interesse Ecológico Mata


Grande;

- Área de Relevante Interesse Ecológico da


Zona de Vida Silvestre da APA do Gama e
Cabeça-de-Veado;

- Florestas Nacionais;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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MAPA 14 - ZONEAMENTO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

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de promoção do desenvolvimento urbano tornou- Visando à superação das questões
2.6 A legislação complementar ao PDOT: a Lei
se mais complexo com a criação de novas apontadas e no sentido de que a política de
de Uso e Ocupação do Solo e os Planos de
Regiões Administrativas, que, em 2009, já desenvolvimento urbano do Distrito Federal ordene
Ação Local
contabilizam trinta RAs. A exigência de que o o pleno desenvolvimento das funções sociais da
O Estatuto da Cidade, Lei Federal nº PDL fosse específico para cada região cidade, garantindo o bem-estar de seus habitantes,
10.257, de 10 de julho de 2001, ao regulamentar os administrativa era, certamente, condição difícil de foi proposto, pela Emenda à Lei Orgânica
artigos 182 e 183 da Constituição Federal, ser alcançada. nº49/2007, novo modelo de planejamento territorial
estabeleceu uma nova ordem jurídica para e urbano.
Além disso, o planejamento territorial
execução da política urbana, que deve ser atendida
e urbano observa as dinâmicas da aglomeração A Emenda n° 49/2007 à Lei Orgânica
por estados e municípios, em especial quanto ao
de forma sistêmica, o que requer unidades de estabeleceu, como preconiza o Estatuto da Cidade,
conteúdo mínimo do Plano Diretor.
estudo mais abrangentes do que a “região um plano diretor unificado para o território do DF –
As novas determinações do Estatuto da administrativa”, em sua concepção atual. o Plano Diretor de Ordenamento Territorial – e um
Cidade não estavam refletidas no conteúdo da Lei conjunto de instrumentos complementares, como a
A inadequação dos parâmetros de uso
Orgânica do Distrito Federal, de 8 de junho de Lei de Uso e Ocupação do Solo – LUOS, o Plano
e ocupação do solo, na grande maioria das
1993, que estabelecia dois instrumentos básicos de Preservação do Conjunto Urbanístico de
localidades urbanas do Distrito Federal, à
das políticas de ordenamento territorial e Brasília, a Lei de Parcelamento do Solo, os Planos
realidade dos núcleos ubanos, gera
desenvolvimento urbano: o Plano Diretor de de Desenvolvimento Local, o Código de
anacronismos e disfunções no processo de
Ordenamento Territorial – PDOT, para todo o Edificações, o Código de Posturas, além de outros
gestão do território, que necessitam ser
território, e os Planos Diretores Locais – PDLs, a instrumentos previstos no Plano Diretor, compondo
superados o mais rápido possível, sob pena de
serem elaborados para as áreas urbanas e de um sistema legislativo de desenvolvimento urbano
que os seus efeitos para a cidade tornem-se
expansão urbana. e territorial.
cada vez mais profundos e irreversíveis.
O Estatuto da Cidade define a Cabe ressaltar que os novos
Outro fato a ser considerado diz
abrangência dos planos diretores estendida a todo instrumentos adotados por intermédio da Lei de
respeito aos conteúdos do PDOT e dos antigos
o território, incluindo áreas urbanas e rurais. Neste Uso e Ocupação do Solo e do Plano de
PDLs. Muitos dos PDLs aprovados nos últimos
particular, da forma como estavam propostos na Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília
anos já lidam com novas dinâmicas do uso e
Lei Orgânica, os Planos Diretores Locais não abrangem parte significativa do conteúdo normativo
ocupação do solo, inexistentes no período de
atendiam plenamente às exigências da norma, uma anteriormente tratado no âmbito dos Planos
elaboração do PDOT/97. A defasagem temporal
vez que estão restritos somente às áreas urbanas. Diretores Locais. O Plano de Preservação do
entre a aprovação do PDOT e a edição dos
Conjunto Urbanístico de Brasília definirá os
Além disso, até a aprovação do PDOT, PDLs impedia que tais instrumentos estivessem
parâmetros urbanísticos para a área tombada,
apenas sete localidades urbanas dispõem de seu adequados à realidade dos núcleos urbanos.
enquanto a Lei de Uso e Ocupação do Solo
Plano Diretor Local devidamente aprovado. O Assim, geravam-se conflitos e sobreposições de
sistematizará os parâmetros para o controle do uso
desafio de dotar todos os núcleos urbanos do diretrizes de planejamento, que atuavam como
e ocupação do solo para as demais localidades do
Distrito Federal deste instrumento de regulação e complicadores na gestão do território.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

169
Distrito Federal, inclusive os índices urbanísticos Dessa forma, todo o conteúdo dos
não indicados no Plano Diretor de Ordenamento antigos Planos Diretores Locais será absorvido
Territorial. pelo novo Sistema Legislativo de
Desenvolvimento Urbano e Territorial – SIDUT,
Atualmente, a legislação de uso e
que consistirá no conjunto de normas
ocupação do solo para o Distrito Federal encontra-
urbanísticas concatenadas, obedecendo a
se organizada praticamente lote a lote,
critérios técnicos, decorrentes de estudos
compreendendo um vasto e fragmentado
ambientais e urbanísticos, não podendo, pois,
arcabouço legal, sendo parte regulada pelas
serem consideradas de forma isolada e
Normas de Edificação, Uso e Gabarito – NGB,
autônoma.
pelas Plantas Registradas – PR; pelas Plantas de
Gabarito; pelos Gabaritos – GB; pelas Plantas de Busca-se assim, maior efetividade no
Urbanismo – URB; Memoriais Descritivos – MDE e planejamento e gestão urbana e territorial do
pelas Planilhas de Urbanismo – PURs. Esta Distrito Federal, bem como maior harmonização
fragmentação gera ambigüidades e favorece o dos instrumentos de gestão, numa visão
aparecimento de desconformidades. Portanto, a conjunta necessária para o alcance dos objetivos
definição de uma única Lei de Uso e Ocupação do da política urbana.
Solo definirá parâmetros urbanísticos mais
uniformizados respeitando-se as características
comuns dos diferentes núcleos urbanos, mediante
estudos a serem realizados.

As intervenções sobre o espaço urbano,


antes tratadas no âmbito dos Planos Diretores
Locais, integrarão os Planos de Desenvolvimento
Local, instrumentos de planejamento estruturados
com o objetivo de priorizar temas, ações e
alocação de recursos e levando em consideração
as estratégias e áreas de intervenção
estabelecidas no referido Plano Diretor. Os Planos
de Desenvolvimento Local serão desenvolvidos
para permitir a definição e planificação de obras
públicas, resultando em estratégias de ação,
diretrizes e projetos.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

170
formais ou informais, com interesse de mercado, lotes e edificações serão valorizados e poderá
3. ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO SOBRE O
e onde existe a previsão de recursos ocorrer, por parte do mercado, interesse na
TERRITÓRIO
governamentais para intervenção. Estão renovação das edificações. Como reflexo, novas
localizadas em espaços próximos aos fluxos funções poderão somar-se às existentes, como por
metropolitanos, isto é, em áreas com grande exemplo, um novo Campus Universitário ou um
As estratégias de intervenção indicam
acessibilidade para os municípios limítrofes do grande equipamento cultural ou mesmo grandes
um conjunto de ações que orientam projetos e
DF. Foram definidas como locais que devem empreendimentos comerciais. O aumento do
investimentos futuros em áreas estratégicas do
receber intervenções de grande porte e gerar potencial construtivo já previsto no Plano Diretor
território definidas com base nos potenciais e nas
impactos de abrangência regional. As áreas de Local de Ceilândia não foi aproveitado até o
carências do Distrito Federal. As estratégias
dinamização constituem, assim, espaços de momento. A consolidação desta proposta deve ser
deverão ser implementadas mediante projetos
oportunidade a novos investimentos, tanto do incentivada. As novas oportunidades imobiliárias
governamentais e privados, recursos nacionais e
setor imobiliário, como da indústria, ciência e desta área devem-se refletir na forma de melhorias
internacionais e mediante o uso de novos
tecnologia e especialmente do comércio. para o espaço livre público, benefício que poderá,
instrumentos urbanísticos.
assim, ser usufruído amplamente pela comunidade.
As áreas de dinamização estruturam-
se com base no conceito de eixos e pólos. Os
3.1 Estratégia de dinamização de áreas urbanas pólos constituem áreas de intervenção Eixo Ceilândia
concebidas como um aglomerado de atividades
Está voltada à configuração de novas
centralidades que promovam o desenvolvimento com grande potencial de atração de dinâmicas • ÁREAS COMPREENDIDAS:
Setor de Industrias de Ceilândia, Setor
urbano, econômico e social e induzam o regionais, muitos dos quais conectados,
de Materiais de Construção, ADE do
crescimento local e regional. Busca distribuir e principalmente, a infra-estruturas viárias. Os Descoberto e Eixo do metrô.
incentivar a instalação de atividades de grande eixos abrangem áreas de intervenção situadas
envergadura de maneira mais equilibrada pelo ao longo dos grandes corredores de circulação
da produção e dos fluxos, eventualmente ligando
• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
território do Distrito Federal, colaborando para - Articulação com o entorno;
descentralizar a oferta de empregos e para reduzir pólos existentes e, alguns, perpassando - Geração de postos de trabalho.
a convergência de fluxos para o Plano Piloto. diferentes regiões administrativas.

Em lugar de um grande número de Eixo Ceilândia • DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO


- Objetivo: Requalificar os espaços
ações de impacto local, busca-se na estratégia de A expansão da linha do Metrô até a urbanos, introduzir atividades
dinamização escolher localizações estratégicas Ceilândia cria um leque de oportunidades para diversificadas, renovar áreas obsoletas
para o território, promovendo intervenções em e degradadas.
esta cidade, especialmente para o - Usos: multifuncionais, com ênfase na
menor número e de maior impacto – são as Áreas desenvolvimento de atividades de serviços. O habitação e serviços.
de Dinamização. metrô representa aumento da acessibilidade e da - Atividades âncora: pólo de educação.
As Áreas de Dinamização são espaços centralidade de áreas em um raio de até 600m
onde existem embriões de centros de atividades, de suas estações. Como conseqüência, usos,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

171
renovação de algumas edificações e usos,
O Eixo Ceilândia abarca trechos com
permitindo-se a aplicação de instrumentos como Eixo Taguatinga
diferentes características, indicando a necessidade
a outorga onerosa do direito de construir e de
de intervenções urbanas diferenciadas em cada
alteração de uso, de forma a recuperar capital • ÁREAS COMPREENDIDAS:
sub-área de projeto. Via de Ligação Taguatinga-Ceilândia,
para investimentos que melhorem a qualidade da
Pistão Norte e Sul de Taguatinga
a) As áreas dos Setores de Indústrias de Ceilândia paisagem e dos espaços urbanos. Por outro
e de Materiais de Construção, e ADE de
Ceilândia podem ser descritas como recintos
lado, busca-se a consolidação do Pistão Norte
como uma centralidade, a partir da implantação
• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
- Articulação da região sudoeste
industriais, com edificações de diferentes de pólos culturais e de lazer. Assim, ficaria - Geração de postos de trabalho
portes, predominantemente áreas com materializada a função desta área como 2º
ocupação horizontal. Centro Regional, na confluência das cidades de
Ceilândia e Samambaia com Taguatinga.
• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO
b) Ao longo do eixo do metrô, as vias N1 e N2 são - Objetivo: estruturar atividades que
passíveis de sofrer verticalização e consolidem a função da área como 2º
A condição do Pistão (via EPCT)
Centro Regional.
adensamento. Apresentam edificações de como importante corredor de transporte deve - Usos: comércio, educação e serviços.
pequeno porte em continuidade, configurando orientar as intervenções, no sentido de melhorar - Atividade âncora: centro administrativo,
fachadas urbanas bem definidas. o desenho viário. As fachadas das edificações ao centros comerciais, pólo de diversões,
Universidades.
longo da via também devem ser objeto de
Eixo Taguatinga
intervenção, buscando-se melhor qualidade da exclusivamente de passagem para Taguatinga
A centralidade regional de Taguatinga paisagem urbana. No trecho norte, devem ser Norte.
está estruturada: (1) em sua função de espaço de implantados os projetos de pólos de lazer
distribuição dos fluxos vindos de oeste do território Eixo EPIA
previstos no Plano Diretor Local de Taguatinga
em direção ao Plano Piloto, (2) na força da linha do desde 1998, de forma a dinamizar as atividades Com a metropolização de Brasília, a via
metrô somada (3) à presença de importantes nesta área. EPIA assumiu numerosas funções na dinâmica
corredores de transporte coletivo na área (a via de territorial e metropolitana que a distanciaram de
O entendimento do Pistão como uma
ligação Taguatinga-Ceilândia e o Pistão). Esta sua concepção original como Estrada Parque, isto
via urbana implica oferecer melhores
centralidade não se reflete, entretanto, na é, da imagem bucólica da rodovia emoldurada por
articulações com os tecidos urbanos do entorno,
valorização do espaço urbano. Tanto as áreas vegetação exuberante.
evitando que esta área se caracterize como um
lindeiras ao Pistão, como a via de ligação
espaço segmentado por uma rodovia. A Via EPIA representa o principal
Taguatinga-Ceilândia, configuram-se apenas como
Especialmente na parte sul, onde a vila Areal e elemento de enlace e distribuição dos fluxos vindos
áreas de passagem. Por um lado, a dinamização
os parcelamentos nas Colônias Agrícolas da EPCL, EPTG, EPNB, EPGU e DF-003 e dos
desta área deve estimular intervenções
circundam o Pistão, é necessária a separação municípios limítrofes do DF em direção à área
urbanísticas, especialmente em um raio de 600m
dos fluxos estritamente locais, daqueles Central do Plano Piloto. Também constitui a
do metrô e das vias que a estruturam. Nestas áreas
principal rodovia que permite a circulação norte-sul
deverá ser incentivado o adensamento e a

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

172
dos veículos de passagem pelo DF. Os função da EPIA como importante elemento de a) nos trechos eminentemente rodoviários, a
deslocamentos casa-trabalho decorrentes da articulação territorial. questão principal é o tratamento das margens,
concentração do emprego no Plano Piloto e canteiros centrais e laterais e da qualidade da via,
O projeto urbano da EPIA deve
dispersão da residência no território induziram ao como no trecho balão do Colorado e do Parque
considerar as diferenças da paisagem, as
aparecimento de numerosos empreendimentos Nacional, tendo como parâmetro paisagístico o
características dos espaços lindeiros à rodovia e
comerciais de grande porte ao longo da EPIA que conceito de “Estrada-Parque”;
as necessidades funcionais e de fluxo viário em
se beneficiam da ampla visibilidade e
diferentes trechos:
acessibilidade desta via. Estes elementos, comuns
também a diferentes áreas metropolitanas do FIGURA 59 - EIXO EPIA - VISTA DA ÁREA DO SIA
cenário nacional e internacional, geram um fluxo
local e transversal à estrada, configurando um novo
nível de relações que se superpõe à função de via
de passagem e à função de via de distribuição de
fluxos. Algumas alternativas de deslocamento do
fluxo rodoviário foram especuladas no desenho de
um Anel Rodoviário para o DF. Entretanto,
questões ambientais e o aumento no trajeto para
os fluxos de passagem dificultam a implementação
desta intervenção. Neste sentido, a EPIA tende a
continuar a desempenhar seu papel atual.

Além disso, a EPIA constitui o limite


oeste do conjunto urbano tombado de Brasília e faz
fronteira com o Parque Nacional de Brasília. Como
área limítrofe, apresenta grande importância na
manutenção das características destes espaços.

A proposta de intervenção para a EPIA


deverá mediar a função rodoviária com sua
crescente função urbana e metropolitana,
buscando intervenções que valorizem a paisagem
rodoviária e contribuam como elemento envoltório
de áreas de interesse ambiental e cultural,
estabelecendo condições para a consolidação da

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

173
FIGURA 60 - EIXO EPIA- VISTA DA ÁREA DO SOF/N
Eixo EPIA

• ÁREAS COMPREENDIDAS:
EPIA, SOF/N, SOF/S, SAS, SO, SCEES,
SGCV, SIA (Área Especial para serviços
públicos), Área da Rodoferroviária, Pátio
Ferroviário.

• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
- Alta acessibilidade regional (principal
elemento de articulação Norte-Sul e
distribuição dos fluxos da região
oeste);
- Alternativa ao anel rodoviário.

• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO
- Objetivo: Requalificar os espaços
urbanos, introduzir atividades
diversificadas, revitalizar ou renovar
edificações degradadas.
- Usos: centros comerciais e de
distribuição, habitação, comércio e
serviços de apoio.
- Atividades âncora: comércio, serviços.

b) nas áreas com atividades de grande porte d) nos setores industriais e de oficinas, a principal
distribuídas de forma esparsa, as principais intervenção é contornar os conflitos viários, questão é melhorar a qualidade das edificações e
intervenções devem incidir sobre a qualidade das possibilitando tanto os fluxos rodoviários como a do espaço livre, como o SIA e o SOF/N;
amplas áreas de estacionamentos visíveis da via, função de acesso às atividades lindeiras à via e
e) nas áreas para futuros empreendimentos
como as áreas próximas à atual Rodoferroviária; setores adjacentes, além dos fluxos transversais
residenciais ou institucionais, como a área do Pátio
entre tais setores; neste caso são referências
c) nas áreas com concentração de atividades Ferroviário, devem ser promovidas intervenções de
projetos de soterramento ou recobrimento de
comerciais de grande porte seqüenciais, como a grande qualidade urbanística, condizentes com os
rodovias, que criam um nível para o trânsito
área circundante à Estação do Metrô, a principal aspectos de centralidade da área.
rodoviário e outro mais local;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

174
Pólo JK b) para áreas urbanas com ocupação lindeira à Pólo Capital Digital
rodovia – BR-050 – onde se observam
O Pólo JK compreende a área em torno A função de Brasília como capital federal
edificações de pequeno porte, são referências
de Santa Maria, ao longo da DF-050, que funciona oferece oportunidades ao fomento de atividades
intervenções voltadas a melhor qualificação da
como importante eixo de deslocamento entre os ligadas à tecnologia da informação e comunicação,
paisagem, mediante intervenções nas
municípios limítrofes do entorno e a área central de dada a alta qualificação da mão-de-obra e a
construções e no espaço público.
Brasília. Para o Gama, desloca-se a população do disponibilidade de infra-estrutura, além da
entorno em busca de equipamentos e serviços. centralidade de Brasília em termos político-
Com a previsão de implantação do Setor Meireles Pólo JK administrativos. Brasília já é hoje sede de 5 das 10
próximo a Santa Maria, área residencial de alta
• ÁREAS COMPREENDIDAS:
maiores empresas do ramo tecnológico, e espera
densidade, surgirá nova demanda por comércio e Pólo JK, ADE Santa Maria, BR-040 atrair mais de duas mil empresas com este novo
serviços nas áreas próximas ao Pólo JK. Soma-se (entre o futuro setor Meirelles e o Pólo pólo. O desenvolvimento e o aprimoramento das
à centralidade desta área a importância do Porto JK). tecnologias de telecomunicações e processamento
Seco, que gera por volta de 10.000 empregos. de informações trouxeram a possibilidade de que
Seguindo a tendência internacional, empresas de • IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA: empresas de alta qualificação, ainda que operando
- Articulação com o entorno;
pequeno e médio portes tendem a se agrupar em - Influência na base econômica do DF, em diferentes localidades, mantenham sedes no
pólos, para potencializar o mercado e os lucros. A mediante de criação de pólo de Distrito Federal, graças à possibilidade de
concentração dos negócios agrega valor ao serviços no eixo sul. transmissão remota de dados.
produto regional e expande as oportunidades de • DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO A principal característica dos parques
exportação, quando se estruturam associações ou - Objetivo: Estimular o tecnológicos ou científicos é a produção de
consórcios empresariais. Esta estratégia de desenvolvimento econômico da
região. conhecimento para empresas a partir de vínculos
agrupamento, presente na concepção do Pólo JK,
- Usos: centros comerciais e de com universidades ou instituições de pesquisa. Em
deverá ser complementada com melhorias no distribuição, centro de apoio alguns casos será a empresa o principal gestor e
espaço urbano, com a melhor articulação urbana rodoviário, habitação, comércio e em outros será a instituição de pesquisa. Isto indica
deste pólo com as áreas residenciais circundantes serviços de apoio.
- Atividades âncora: plataforma que o projeto urbano pode seguir referências de
e com a implantação de atividades comerciais, de
logística. campi universitários, mesclando às áreas de
serviços e equipamentos comunitários que
estacionamentos e edificações amplas áreas
atendam à população residente da área.
verdes. Os exemplos dos parques científicos no
O projeto urbano para o Pólo JK, como contexto internacional demonstram grande
espaço que comporta funções urbanas de menor preocupação com o projeto urbano (localização,
porte, deve seguir as seguintes orientações: qualidade arquitetônica e urbanística) como fator
de atração para os investimentos, visando ao
a) para os recintos com grandes superfícies
desenvolvimento regional.
edificadas, são referências projetos internacionais
de parques de negócios (Business Parks);

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FIGURA 61 - PÓLO JK
Pólo Capital Digital

• ÁREAS COMPREENDIDAS:
Parque Capital Digital

• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
- Potencial centralidade regional;

- Influência na base econômica do DF.

• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO
- Objetivo: constituir novo pólo de ciência
e tecnologia.
- Usos: sedes empresariais, instituições
de pesquisa, comércio de apoio.
- Atividades âncora: pólo de informática.

Assim, é feita a opção pela implantação do Polo de


Agronegócios em localização periférica ao núcleo
urbano de Planaltina, no espaço de transição entre
o meio urbano e o meio rural.

O projeto do Pólo de Agronegócios


divide-se em dois trechos: Trecho Mestre D’armas
e Trecho Arapoanga. O primeiro localiza-se no
Pólo de Agronegócios entroncamento entre as rodovias BR 020 e DF 230,
de criação de um pólo com impacto regional, que e o segundo localiza-se no entroncamento entre as
Planaltina funciona como centro de rodovias DF 030 e DF 345, a oeste do Setor
ofereça insumos ao produtor rural. A comunidade
serviços, comércio e equipamentos comunitários Habicional Arapoanga.
rural vem realizando demandas por um pólo
para as áreas rurais produtivas da bacias dos rios
desta natureza, próximo à área urbana. Se O Trecho Mestre D’armas destina-se às
Preto, São Bartolomeu e Maranhão. O
instalada no meio rural, tal área poderia atividades de revenda e distribuição de máquinas
reforço deste subcentro regional orienta a proposta
comprometer a ambiência rural, dado seu poder de pequeno e grande portes e equipamentos
de atração de outras atividades urbanas. destinados à agricultura; assim como áreas de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

176
venda de sementes, adubos e insumos para o FIGURA 62 - PÓLO CAPITAL DIGITAL
produtor rural.

O Trecho Arapoanga destina-se à áreas


de depósito e amazenagem, o que implica a
construção de grandes hangares, viveiros, estufas
e/ou edificações que façam referência a estes
usos. Possuirá amplas áreas verdes que
caracterizem a área como um parque de negócios
rurais, mas também um espaço que possa ser
usufruído pela comunidade do Distrito Federal.
Este trecho comportará ainda um centro de
desenvolvimento de tecnologias agropecuárias.

Pólo de Agronegócios

• ÁREAS COMPREENDIDAS:
Cidade das Máquinas e Implementos
Agrícolas

• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
- Articulação da região nordeste;
- Geração de postos de trabalho;
- Influência na base econômica do DF.

• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO
- Objetivo: estimular o desenvolvimento
econômico da região com serviços de
apoio ao produtor rural e promover
desenvolvimento de tecnologia para as
atividades rurais e agroindústria.
- Usos: centro de apoio ao produtor rural;
comércio e serviços; centro de
produção tecnológica.
- Atividade âncora: Pólo varejista
(maquinário e implementos agrícolas)

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

177
de ocupação urbana de cada trecho, em Águas Claras de alta densidade
Eixo Interbairros
implementando as seguintes ações: com ampliação da quantidade de
A construção da via Interbairros ligará as edificações de uso misto;
a) Trecho Samambaia - Taguatinga:
áreas de Samambaia, Taguatinga, Águas Claras,
- articulação com a ocupação urbana
Park Way, Guará I e II, Setor de Indústria e - configura-se como de via de
na região, complementando a infra-
Abastecimento Sul –SIA, Setor de Áreas Isoladas trânsito local, respeitando as
estrutura existente;
Sul - SAIS e Setor Policial – SPO ao Plano Piloto. A características morfólogicas das
via surge como alternativa de articulação destas áreas por onde cruza, - rever ocupação irregular às suas
centralidades com o Plano Piloto, reduzindo o qualificando o espaço urbano margens, prevendo, inclusive,
tempo de deslocamento e melhorando o fluxo de lindeiro e integrando projetos retiradas em trechos de interesse do
veículos na Estrada Parque Taguatinga – EPTG e existentes com áreas projeto.
Estrada Parque Núcleo Bandeirante - EPNB, além urbanísticamente consolidadas
d) Trecho Park Way:
de permitir a integração entre espaços urbanos
b) Trecho Taguatinga:
segregados, ora pela linha de alta tensão de - estruturar a relação entre a
Furnas e CEB, ora pela via do metrô de Brasília. - promover o adensamento de uso paisagem urbana de baixa
misto com o correto tratamento da densidade com as características da
Na definição do desenho urbano da via,
interseção com a Estrada Parque via urbana Interbairros.
deve-se prevê-la com canteiro central, além de
do Contorno – EPCT.
faixas exclusivas ou preferenciais para transporte - qualificar a via e suas margens
coletivo, que atenderá a demanda interna e - Promover a adequação da via seguindo os principios e
integrará, prioritariamente, as localidades na sua com a a nova estação de condicionantes de projeto..
área de abrangência. Além destas características, integração de transporte público
e) Trecho Guará I e II:
deverá ser prevista ciclovias ao longo de toda a via prevista junto à estação
interbairros, além de tratamento diferenciado para Taguatinga Sul. - Integrar espacialmente o Guará I e
os predestes, de forma a melhor conciliar os fluxos Guará II, ampliando as condições
c) Trecho Águas Claras- Arniqueiras:
peatonais entre as localidades. de acessibilidade de pedestres e
- a construção da via demanda por ciclistas;
A configuração do eixo Interbairros como
obras de infra-estrutura, dentre
via urbana consolida-se mediante a intensificação - criar nova alternativa de saída para
elas o aterro da linha de Furnas e
da ocupação do espaço lindeiro com a implantação o fluxo de veículos, ampliando a
CEB, de forma a promover o
de atividades comerciais, de serviços e habitação. acessibilidade com o Plano Piloto e
incentivo às empresas para a
Este adensamento às margens da via, numa faixa reduzindo o fluxo de veículos na
exploração de atividades de
de aproximadamente 300 metros a partir do seu EPTG e EPGU
comércio e serviços;
eixo, deve considerar as diferentes características - promover o adensamento por meio
- manter a tipologia edilícia
da criação do Centro Metropolitano
equivalente à ocupação existente

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

178
do Guará, reduzindo e dependência
FIGURA 63 – VIA INTERBAIRROS
do Plano Piloto e ampliando a oferta
de empregos;

f) Trecho SAIS e EPIA:

- promover a interseção entre a


Interbairros e a EPIA de modo a
minimizar conflitos viários;

- criar áreas para implantação de


usos diversos, tais como comércio e
indústria, e se possível para
residencias, na região próxima ao
Parque do Guará.

g) Trecho Setor Policial: Fonte: Google Earth 2006

- rever usos lindeiros à via com a


implantação de pólos comerciais e Eixo Interbairros
de serviços;
• ÁREAS COMPREENDIDAS:
- analisar alternativa de traçado para
Taguatinga, Águas Claras, Parkway,
ligação direta com a EPGU, na Guará I e II, SIA, SAIS e SPO
região próxima ao Zoológico de
Brasília;
• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
- Articulação entre as centralidades e
- prever integração da via com a Plano Piloto;
Estação Asa Sul, promovendo uma - Influência na base econômica do DF,
articulação sustentável com o mediante implantação de pólos de
serviços no espaço lindeiro
Parque das Aves, no final da Asa
Sul.
• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO
- Objetivo: criar alternativa de
acessibilidade da região Oeste com o
Plano Piloto.
Usos: centros empresariais, atividades
de comércio de bens e serviços
associados à habitação.
Atividade âncora: comércio e serviços.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

179
MAPA 15 - ESTRATÉGIA DE DINAMIZAÇÃO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

180
3.2 Estratégia de revitalização de conjuntos
constituem um projeto de futuro para espaços • realizar melhorias no mobiliário urbano e
representativos do passado do DF. pavimentação;
urbanos

Destaca o valor simbólico de espaços


• implementar projeto de sinalização urbana;

significativos para a história do Distrito Federal que Setores Centrais de Brasília • revisar as áreas de estacionamento em
estejam passando por um processo progressivo e superfície e no subsolo;
Os Setores Centrais configuram o
crescente de degradação. A revitalização lida com
a necessidade de fixar alguns elementos para a
espaço destinado à materialização da escala • revitalizar ou renovar as edificações
gregária, idealizada no Plano Urbanístico de degradadas;
preservação das características urbanas, porém
Lúcio Costa para Brasília. Entretanto, os Setores
aponta para a necessidade de transformar e atribuir
Centrais em muito se distanciam da imagem
novos valores aos espaços objeto de intervenção.
preconizada por Lúcio Costa, que os comparava Setores Centrais de Brasília
A revitalização atua sobre a dimensão física do
a áreas como o Times Square, em Nova Iorque,
espaço assim como sobre os valores imateriais.
ou o Picadilly Circus em Londres. A degradação • ÁREAS COMPREENDIDAS:
Para isso, é necessário trabalhar os conjuntos
crescente do espaço livre público, a não Setor Comercial Sul e Norte, Setor
urbanos por estratos: do suporte, seja o sistema
consolidação do projeto urbanístico de alguns Bancário Sul e Norte, Setor de
viário ou o espaço livre, partindo para a edificação, Autarquias Sul e Norte, Setor Hoteleiro
setores e a saturação de veículos e áreas de
passando pelos usos e pelas referências à Sul e Norte, Setor de Diversões Sul e
estacionamento indicam a tendência de declínio Norte, Setor de Rádio e Televisão Sul e
memória e história de suas comunidades. Os
da área central de Brasília. O abandono de áreas Norte.
espaços públicos desempenham importante papel
na revitalização. Sua revalorização contribui para a
centrais em centros urbanos e a tentativa das
autoridades públicas em resgatar a dinâmica
• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
articulação e estruturação do conjunto urbano. A - Centralidade regional.
destes espaços foi recorrente na prática
revisão dos usos potencializa a utilização dos
urbanística dos últimos 30 anos. Algumas - Alta concentração de postos de
espaços em diferentes períodos do dia e da
iniciativas tiveram grande êxito dando foco na trabalho do DF.
semana. A revitalização passa também pela
reabilitação dos edifícios, tanto os de interesse
intervenção sobre o espaço livre público. A • DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO:
revitalização dos Setores Centrais deve
histórico e artístico como aqueles sem interesse - Objetivo: Requalificar os espaços
privilegiar este tipo de abordagem. A
arquitetônico específico, mas que fazem parte do urbanos; diversificar usos visando evitar
transferência de algumas atividades para o esvaziamento fora dos horários de
conjunto urbano objeto da intervenção. Embora não
descongestionar a área central deve conjugar-se trabalho; revitalizar ou renovar
singulares, estes edifícios contribuem para a edificações degradadas; proporcionar
com a absorção de funções, especialmente de
integridade e regularidade do espaço urbano, espaços de convívio e tratar os espaços
caráter cultural, que sejam capazes de revitalizar
mediante respeito aos alinhamentos de fachada, de conflito.
estes espaços urbanos, mediante a construção
alturas regulares e tipologias semelhantes. Assim, - Usos: multifuncionais.
de novas dinâmicas.
intervenções decorrentes desta estratégia
- Atividade âncora: prestação de
O projeto urbano deverá: serviços.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

181
Via W3
FIGURA 64 – SETORES CENTRAIS
Configurada, no Plano Urbanístico de
Lúcio Costa, como rua de acesso aos armazéns de
abastecimento do Plano Piloto, a via W3
representava a linha divisória entre a área
residencial e as áreas destinadas às atividades
agrícolas originalmente previstas, como hortas e
pomares. Entretanto, antes mesmo da inauguração
de Brasília, uma das faixas laterais à W3 Sul
recebeu habitações individuais geminadas
(Quadras 700) destinadas aos funcionários
públicos transferidos do Rio de Janeiro. A outra
faixa da via recebeu grande parte dos
estabelecimentos comerciais anteriormente
instalados na Cidade Livre, atual Núcleo
Bandeirante.

A partir da década de 1970, com a


consolidação dos comércios locais das
superquadras, o surgimento de centros comerciais
e a dinamização da zona central, começa o
declínio das áreas comerciais da via W3. Tal
decadência terminou por desvalorizar os imóveis
comerciais e residenciais, acompanhada da
degradação dos espaços públicos que ora se
pretende revitalizar.

O projeto urbano deverá contemplar


• estruturar sistema de espaços livres próprios • reestruturar a circulação viária; ações de curto e médio prazos, conforme indicadas
ao estar e à convivência;
• promover a continuidade dos espaços de abaixo.
• articular as áreas edificadas; pedestres, com as adaptações necessárias à a) Ações de curto prazo:
• rever a ocupação dos lotes vazios;
acessibilidade nos diversos setores.
• implantação de praças na W3 Sul e Norte;
• finalizar a ocupação dos Setores de Autarquia • implantação de bolsões de estacionamento;
Norte e Bancário Norte;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

182
FIGURA 65 – VIA W3 NORTE FIGURA 66 – VIA W3 SUL

• urbanização de espaços públicos intersticiais • conceder incentivos tributários para • promover estudos relativos à revisão de
às quadras. implantação de atividades de lazer e cultura, atividades e tipologia das residências das Quadras
bem como para a renovação dos edifícios; 700 voltadas para a via W3.
b) Ações de médio prazo:

• intervenções viárias e sinalização de tráfego;


• promover concursos públicos específicos
para projetos do sistema de circulação
• implantação do sistema de transporte público viária/pedestre e urbanização dos espaços
integrado; públicos;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

183
Setor de Indústrias Gráficas ● coibir a subutilização dos lotes com áreas de
estacionamento;
Via W3 Com exceção do lote da Imprensa Nacional,
instalado no mesmo local desde os anos 1960, o ● qualificar as fachadas do setor na direção da
• ÁREAS COMPREENDIDAS:
Setor de Indústrias Gráficas- SIG foi implantado
nos anos 1970, em área periférica ao Plano
EIG e do Parque da Cidade;
Via W3 norte e sul, SEPN, SCLRN, Piloto. Com a consolidação do Setor Sudoeste, e
com o crescimento do aglomerado urbano de
● estabelecer relações paisagísticas com o
SCRN, SCRS, SHCS EQS 500, Parque da Cidade, com o Setor Sudoeste.
SHIGS Quadras 703 a 707. Brasília, esta área inicialmente periférica
converteu-se em um espaço altamente central e
valorizado. Esta mudança de status urbano
• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
conduziu a grandes alterações do perfil inicial do
setor: de uma área industrial, dedicada ao campo
- Principal corredor de transporte e de editorial, a um espaço, também, de localização
circulação do Plano Piloto; de sedes empresariais relacionadas à tecnologia Setor de Indústrias Gráficas
e telecomunicações.
- Alta concentração de postos de
trabalho.
● ÁREA COMPREENDIDA:
Observa-se o fechamento de antigas gráficas e Setor de Indústrias Gráficas
editoras, cujos terrenos encontram-se
abandonados ou anunciados para aluguel. Lotes ● IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO: vazios são utilizados como áreas de
- Centralidade regional.
estacionamento de duas instituições de ensino.
- Objetivo: Qualificar os espaços Em contraste a tal fenômeno, emergem novas - Alta concentração de postos de
públicos e as edificações por meio de atividades relacionadas com o setor de trabalho do DF.
parcerias público-privadas e da telecomunicações. Especialmente os menores
adoção de incentivos fiscais e quarteirões mantiveram a característica inicial do ● DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO:
tributários; estimular a introdução de setor e abrigam várias pequenas editoras e
atividades diversificadas de cultura e gráficas. Entretanto, tais atividades ocupam - Objetivo: rever as normas de uso e
lazer; implementar, a curto e médio principalmente o térreo dos edifícios e os ocupação do solo; diversificar usos;
prazos, propostas de integração de andares superiores são utilizados como coibir a subutilização dos lotes;
várias modalidades de circulação de habitação. proporcionar espaços de convívio;
veículos e pedestres. requalificar as fachadas urbanas; integrar
A proposta de revitalização da área prevê: o setor ao Parque da Cidade e ao Setor
- Usos: comércio, serviços e atividades Sudoeste.
institucionais.
- Usos: multifuncionais.
- Atividade âncora: serviços. ● rever as normas de uso e ocupação do solo;
● repropor o sistema viário, incorporando
ciclovias e percursos de pedestres;

● revitalizar ou renovar as edificações


degradadas;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

184
Setor de Garagens Oficiais – SGO e o Setor de ● integrar a área ao futuro Setor Noroeste, ao resultante do reconhecimento do direito de fixação
Administração Municipal – SAM
Centro Administrativo, ao Autódromo e ao de seus moradores e da sua importância como
O Setor de Garagens Oficiais – SGO e o Setor de Setor de Recreação Pública Norte – SRPN. testemunho histórico da construção da cidade, e
Administração Municipal – SAM inserem-se, ainda pela sua característica “peculiar no contexto do
hoje, em um contexto relativamente periférico, por patrimônio do Distrito Federal”, com a presença de
estar circundado por grandes vazios que o
Setor de garagens Oficiais – SGO “princípios da arquitetura moderna miscigenados à
separam do Setor Militar Urbano e da Asa Norte.
Entretanto, a perspectiva de implantação do Setor Setor de Administração Municipal - SAM estruturação socioespacial tradicional” (Decreto
Noroeste tende a gerar um fenômeno bastante
parecido ao ocorrido com o Setor de Indústrias
● ÁREA COMPREENDIDA: nº11.079, de 21 abril de 1988).

Gráficas. SGO e SAM Entre os princípios considerados como

No SGO, os lotes encontram-se subaproveitados


● IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA: fundamentais para garantir essa estrutura e as
características de inserção na escala bucólica,
como áreas de manutenção e abastecimento de - Centralidade regional.
combustíveis de órgãos do poder judiciário destacam-se : (I) mimetização da vila na paisagem;
(tribunais). Nos pequenos quarteirões com uso ● DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO: (II) cobertura de cerrado nativo da sua área de
misto, observa-se que o nível térreo oferece - Objetivo: rever as normas de uso e entorno; (III) traçado urbano original, caracterizado
comércio automotivo e de produtos inflamáveis, ocupação do solo; adequação do por quarteirões, ruas, largos e praças; (IV) seus
além de bares e restaurantes, e os andares sistema viário e integração dos setores
superiores aparentam funcionar como residência pontos de encontro e as relações de vizinhança
ao futuro Setor Noroeste, Autódromo e
dos comerciantes. próprias de cada um dos acampamentos da Vila;
SRPN; dinamização do centro
administrativo com fomento à novas (V) linguagem arquitetônica peculiar; (VI) espaços
No Setor de Administração Municipal – SAM, a via atividades. de valor simbólico e referencial para a população e
que dá acesso ao autódromo converteu-se em
importante ligação do Centro Administrativo do - Usos: multifuncionais. a história do conjunto; (VII) estrutura urbana
GDF com a área residencial da Asa Norte. Sua original e (VIII) perímetro e respectiva área de
paisagem, entretanto, segue marcada por grandes tutela, que limitam sua expansão.
espaços vazios, com os fundos de lotes (CAESB e
Corpo de Bombeiros). O atual processo de descaracterização
Vila Planalto de aspectos morfológicos exige ações do poder
A proposta de revitalização da área prevê:
público que devem ser iniciadas com a
A Vila Planalto, localizada a sudeste
● rever as normas de uso e ocupação do solo; da Praça dos Três Poderes e inserida na escala
recuperação e devolução dos espaços simbólicos

● repropor o sistema viário; bucólica do Plano Piloto de Brasília, foi formada


da Vila. Tais espaços constituem espaços e
edificações que foram definidos em conjunto com a
por áreas remanescentes de diferentes
● repropor a utilização dos lote da Estaçãode
acampamentos de companhias de engenharia
população, legitimados pela legislação e
tratamento de água da CAESB como parque classificados como “de preservação rigorosa onde
que participaram da construção de Brasília.
urbano, em lugar de obstáculo urbano; só cabem intervenções de caráter de restauração
Esses acampamentos deveriam ser
ou resgate das características originais” (MDE
desconstituídos logo após a inauguração da
90/90).
cidade. O tombamento da Vila, em 1988, foi

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

185
Vila Planalto

O projeto urbano deverá contemplar: implantando um sistema de áreas de interesse • ÁREAS COMPREENDIDAS :
cultural e de lazer; Poligonal de tombamento e de tutela nos
1. requalificação das edificações e dos espaços termos do Decreto n° 11.079, de 21 de
de preservação rigorosa (onde só cabem 4. promoção de atividades identificadas como abril de 1988, , que dispõe sobre o
intervenções de restauração ou resgates): de vocação da população, que possam ser tombamento da Vila Planalto.

• Conjunto Fazendinha da Pacheco Fernandes –


atrativas e motoras da revitalização da Vila,

casas n° 01, 02, 03, 04 e 05;


associada à recuperação urbana;
• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
• Escola Classe n° 1 do Planalto;
5. instituição de Programa de Educação
Patrimonial a ser conduzido junto à
- Testemunho histórico da época de
construção de Brasília.
• Igreja Nossa Senhora do Rosário; Associação de Moradores.
• Campo do DFL – Clube de Unidade de
• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO:
Vizinhança;
- Objetivo: Resgatar as características
• Campo da Rabelo – Praça; essenciais que conferem caráter peculiar
• Alojamento dos Operários/Engenheiros
e único à Vila Planalto, prevalecendo sua
escala bucólica, com a identificação e
Solteiros da Rabelo. promoção das vocações e da
atratividade da área.
2. recuperação da característica de mimetização
- Usos: multifuncionais, com ênfase na
da Vila na paisagem:
habitação.
• resgate da Área de Tutela com a retirada das
invasões;

• plantio de árvores para a consolidação de um


cinturão verde em torno da Vila que inclua a Área
de Tutela;

• incremento da arborização pública e dos


quintais.

3. urbanização/paisagismo:

• requalificação do arruamento e dos largos;

• tratamento paisagístico criando percursos, com


passeios e ciclovias, que interliguem o cinturão
verde com os largos e as áreas de preservação,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

186
sociais do DF. Intervenções no Eixo Histórico de
FIGURA 67 - VISTA DA VILA PLANALTO - IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POMPÉIA
Planaltina procuram resgatar parte desta herança
cultural, desconhecida inclusive para moradores de
outras áreas de Planaltina.

Eixo Histórico de Planaltina

• ÁREAS COMPREENDIDAS:
Área no Setor Tradicional de Planaltina,
compreendendo o espaço urbano e as
edificações adjacentes à Praça São
Sebastião de Mestre D'Armas, a Praça
Coronel Salviano Monteiro Guimarães e
a Praça Antônio Marcigaglia, passando
pela Avenida Goiás até a Avenida
Independência.

• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:
- Único conjunto urbano preexistente à
construção de Brasília preservado no
Distrito Federal.

• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO:
- Objetivo: Requalificar o espaço livre
preexistentes, historicamente estigmatizados público, promover a conservação,
Eixo Histórico de Planaltina
como exemplos do interior atrasado e decadente restauro e reforma de edificações
do Brasil, quando comparado ao esplendor das históricas.
cidades coloniais mineiras. Os vestígios do - Usos: multifuncionais.
O Setor Tradicional de Planaltina
passado colonial presentes em Planaltina - Atividade âncora: residência.
constitui um dos últimos espaços preexistentes à
representam, porém, elementos importantes da
construção de Brasília. O discurso
história da construção de Brasília, além de
desenvolvimentista associado à construção de
elementos de identidade para diferentes grupos
Brasília ignorou a presença dos assentamentos

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

187
São necessárias intervenções urbanas relativas:
FIGURA 68 – VISTA DE PARTE DAS EDIFICAÇÕES DO EIXO HISTÓRICO NA PRAÇA SALVIANO
• à implantação de mobiliário urbano e MONTEIRO
equipamentos de lazer e recreação;

• ao estímulo, nas edificações ao longo do Eixo


Histórico, ao uso comercial atraentes ao lazer e
turismo, tais como: bares, restaurantes, pousadas,
docerias, galerias de arte, lojas de artesanato e
demais atividades complementares;

• à recuperação e à revitalização das


edificações ao longo do Eixo Histórico de forma a
reconstituir o conjunto arquitetônico histórico nesse
trecho;

• à pavimentação diferenciada das vias e das


calçadas do Eixo Histórico;

• à instalação de nova iluminação pública em


todo o perímetro do Eixo Histórico.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

188
Complexo de Lazer de Brazlândia
FIGURA 69 – LAGO VEREDINHAS
(Parque Veredinhas , Balneário e Orla do Lago
Veredinhas)

Brazlândia é, no Distrito Federal, a cidade


mais distante de Brasília, a 59 quilômetros do
Plano Piloto. É também a que mais se diferencia
do dia-a-dia da Capital Federal. Com um ritmo de
vida interiorana e economia baseada na produção
agrícola, tendo história bem mais antiga do que a
maioria das outras regiões administrativas do DF.
Com quase sessenta mil moradores, pode ser
descrita como uma ilha de paz, história e muita
tradição.
Hoje, Brazlândia é marcada por
ambientes bucólicos, cachoeiras e bate-papo à
beira do Lago Veredinha. Tem também grande
potencial turístico, sendo muito procurado por suas
festas agrícolas, como a do Morango ou a do Leite,
e religiosas, caso da Festa do Divino ou o Encontro
da Mãe com o Filho.
O Complexo de Lazer de Brazlândia é
composto pela Orla do Lago Veredinhas, Balneário
e Parque Veredinhas

LAGO VEREDINHA

Lago Veredinha é um dos locais mais


belos da paisagem de Brazlândia. Localiza-se na
parte central da cidade , entre o Setor Tradicional e
o Setor Norte e atrai visitantes de todo o DF e do
Entorno. O famoso “Bar do Neguinho”, localizado
na margem esquerda do Espelho D’água, com
excelente vista do lago e da cidade, oferece boa reencontrar amigos e consolidar novas PARQUE VEREDINHA
bebida e comida típica de Goiás. amizades, além de praticar esportes radicais
Antigamente, na Rua do Lago, na margem (skate, patins, jetski, canoagem, etc). O Parque Veredinha , criado pelo decreto
esquerda do Espelho D’água, em pleno centro da Também na Rua do Lago, no prédio do lei de 1992, situa-se no centro da cidade de
cidade , quiosques formavam o “point” mais Museu Artístico e Histórico, estão instalados os Brazlândia , entre o Setor Norte e o Bairro Veredas,
badalado da região oferecendo bebidas e pratos Artesãos Associados de brazlândia que e nele estão localizadas nascentes do córrego
rápidos . Moradores da cidade e de outras fundaram a ARTEBRAZ e, ali montaram a Veredinha, tributário do Lago Descoberto. Apesar
localidades – Taguatinga, Ceilândia e Águas Lindas exposição de parte da produção artesanal em de sua importância estratégica para a preservação
de Goiás – ali se concentravam para ouvir música, peças de madeira, tecidos e outros materiais. dos mananciais e seu valor cultural e turístico para

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

189
a comunidade local , o Parque encontra-se
degradado . • Elaborar projeto urbanístico e paisagístico
constante integração entre a cidade e seu
lago.
As nascentes encontram-se assoreadas para a orla do lago; - deverá ser equipada com mobiliário urbano e
devido ao processo de desmatamento e erosão e
do planejamento inadequado para o escoamento
• Elaborar projeto de desenvolvimento
será iluminada para permitir um uso diurno e
noturno.
turístico.
das águas pluviais. Como indicador da fragilidade - Empreendimentos implantados em parceria
desse ecossistema, podemos apontar a diminuição com a iniciativa privada.
1. O projeto urbanístico deverá:
de buritis no parque – o que aponta para a
diminuição da quantidade de água infiltrada no - ampliar as opções de lazer, possibilitando o 2. O projeto de desenvolvimento turístico deverá:
solo. Ainda podemos detectar a invasão de acesso da população ao parque e ao lago,
espécies exóticas – em particular as braquiárias e a interligando todos os espaços e garantindo o uso – promover a integração de entidades públicas e
fauna local em risco devido à caça predatória e dinâmico e contínuo, além do cuidado ambiental; privadas, com vistas ao desenvolvimento integrado
captura de animais silvestres, especialmente as - viabilizar alternativas que permitam consolidar e sustentável do turismo local;
aves. Brazlândia como pólo turístico.
Em 2006, a Comparques, hoje pertencente – articular a promoção e a divulgação turística da
- Promover a implantação de uma grande
a Subsecretaria de Meio Ambiente, encomendou Região Administrativa de Brazlândia, em conjunto
alameda junto a orla do lago, visando a
um plano de manejo deste parque a uma firma com as demais Regiões Administrativas do Distrito
circulação e permanência do pedestre, que junto
especializada da iniciativa privada. Federal, em âmbito local e nacional;
com a ciclovia configure a continuidade espacial
da orla do lago, além da preponderância de um – proceder e estimular estudos sobre aspectos
espaço na escala do pedestre. ligados ao desenvolvimento turístico de interesse
BALNEÁRIO VEREDINHA local, ligado à educação ambiental;
OBJETIVO: Maximizar o potencial turístico,
O Balneário é constituído de áreas de econômico e cultural por meio do incentivo a – encaminhar sugestões para melhoria do
lazer e práticas esportivas, de salão comunitário instalações de empresas e serviços nos âmbitos desempenho do turismo local ao Conselho de
para encontros culturais e de lazer, e da piscina de turísticos e culturais, criando uma área de lazer Desenvolvimento do Turismo do Distrito Federal –
água natural. para a população local e para os turistas. CONDETUR/DF e à Secretaria de Estado de
Até cerca de oito anos atrás existia uma Turismo do Distrito Federal – SETUR/DF;
bela piscina no Balneário. Atualmente, é o mato DIRETRIZES: – intervir, quando necessário, para captação de
que ocupa o local. Quando chove, a água enche o - O projeto será concebido como um centro investimentos que visem ao melhor desempenho
tanque, que transborda e alaga todo a área. Além de lazer, constituído de atividades náuticas, da atividade desportiva, cultural, artística e turística
disso, a água proveniente do córrego Veredinha é de cultura e comércio que se desenvolvam local;
completamente inadequada ao uso por se ao longo da orla.
encontrar poluída. - A Orla será um centro de atração popular – contribuir para a formação e capacitação dos
onde acontecerão manifestações de caráter profissionais que atuam no setor turístico e de
O plano de revitalização da área deverá contemplar cultural, artístico e desportivo, feiras e educação ambiental, visando à qualidade e
as seguintes ações: outras atividades de lazer. produtividade;
- O pólo turístico e cultural, oferecerá aos – desenvolver ações de conscientização turística e
• Implantar o plano de manejo do parque seus habitantes novas e variadas
alternativas de lazer, permitindo um uso
ambiental;
Veredinha, com a participação da comunidade;
mais intenso e adequado das áreas que se – contribuir com subsídios para elaboração de
• Elaborar projeto de drenagem pluvial localizam na orla, ou que dela estão planos, programas e projetos, com propósitos de
compatível com o plano de manejo; próximas, criando assim uma efetiva e desenvolvimento das atividades artísticas,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

190
desportivas e turísticas, assim como apoiar e
acompanhar suas implementações;
Eixo de lazer de Brazlândia
– assegurar o efetivo envolvimento e
participação dos segmentos afins e beneficiários
• ÁREAS COMPREENDIDAS: das atividades artísticas, desportivas e turísticas
desenvolvidas na Região Administrativa.
- Parque Veredinhas, Balneário, Orla do
Lago Veredinhas e o Espelho d’água,
Museu Artístico e Histórico de
Brazlândia e áreas de lazer.

• IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA:

- Preservação ambiental , favorecimento


à manutenção do modo de vida e
atividades culturais típicas da região
- Geração de empregos

• DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO:

-Objetivos: Requalificar os espaços


urbanos, proporcionar espaços de
convívio, promover a recuperação
ambiental do Lago Veredinhas e do
Parque Veredinhas, promover as
atividades artesanais e culturais típicas
da região, promover o turismo ecológico
sustentável, promover a educação
ambiental.

-Usos:Cultura e lazer

-Atividade âncora: Prestação de serviços

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

191
MAPA 16 – ESTRATÉGIA DE REVITALIZAÇÃO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

192
Atividades e intervenções viárias. O conceito de A ação desta estratégia no que se refere
3.3 Estratégia de Estruturação Viária
Anel de Atividade permeia a noção de que o a intervenções viárias no território possui duas
A estratégia de Estruturação Viária tem sistema viário não deve apenas ser compreedido características básicas: atua na melhoria das vias
como objetivo principal promover tanto a como uma passagem, devendo sua área lindeira existentes e na implantação de novas vias. Em
articulação entre núcleos urbanos como a ser explorada em razão da diversidade de usos e ambos os casos, o objetivo pode ser o de qualificar
articulação das áreas residenciais dispersas com da densidade habitacional, seja ela existente ou o espaço em áreas de reconhecida deficiência
os núcleos urbanos próximos. potencial. Essa maior utilização do espaço gera quanto à continuidade do traçado, como no caso
diversas externalidades positivas ao ambiente do Vicente Pires, ou criar alternativa para o fluxo de
Essa estratégia reconhece a
urbano, viabilizando o transporte público coletivo veículos em uma dada região.
multiplicidade de funções que as vias que
e, em muitos casos, o aproveitamento da infra-
compõem a rede viária estrutural e a rede estrutural Assim, a estruturação viária e áreas
estrutura urbana instalada. Ainda, ele atua
de transporte coletivo desempenham nos seguintes lindeiras às rodovias requer uma série de ações
integrando localidades antes desconexas,
aspectos: que permitam a conciliação das diferentes funções,
ampliando as condições de acessibilidade e
• como eixos de integração da mancha urbana mobilidade das áreas em questão.
tais como revisões no desenho viário; execução de
novos trechos viários; realização de melhorias
difusa, derivada dos parcelamentos
residenciais dispersos pelo território;

• como eixos de atração de novas polaridades FIGURA 70 – ANEL DE ATIVIDADES DE CEILÂNDIA-TAGUATINGA-SAMAMBAIA


territoriais, que selecionam tais eixos para sua
localização devido à ampla acessibilidade e
visibilidade;

• como principais corredores de transporte


coletivo, com a necessidade de garantir a
segurança dos pedestres que habitam e
utilizam os serviços às margens das vias e que
estabelecem um fluxo transversal;

• como vias utilizadas por ciclistas para


circulação diária do que deriva a necessidade
de garantir sua segurança;

• seu papel na geração de alternativas modais


progressivas que possam atender ao fluxo
crescente.

Assim, como elementos fundamentais


desta estratégia, está a criação de Anéis de Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

193
sobre vias existentes; modificações na hierarquia A melhor estruturação da via de previstas não somente passagens de pedestres
viária; ações de articulação entre as áreas urbanas ligação entre Samambaia e Recanto das Emas, como também de veículos que cruzem a EPCT
em ambos os lados da via e otimização da já utilizada informalmente pelo transporte permitindo a utilização de ambas marginais pelos
ocupação do espaço urbano lindeiro. alternativo, cria a possibilidade de dar moradores das duas áreas.
continuidade ao Anel de Atividades entre
O anel será constituído pela DF-460,
Ceilândia-Taguatinga e Samambaia, através do
DF-001, Av. Recanto das Emas e via de ligação a
I - Anel de Atividades de Ceilândia-Taguatinga- Recanto das Emas, favorecendo a dinâmica
ser criada.
Samambaia urbana desta localidade. No trecho da Estrada
Parque Contorno - EPCT, pese à característica
rodoviária desta via, a criação de marginais com
O Anel de Atividades deve ser uso misto em sua extensão constitui estratégia
estruturado pela ligação viária entre os centros favorecedora da integração urbana. Devem ser
urbanos de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia,
mediante a alteração do uso nas áreas lindeiras FIGURA 71 – ANEL DE ATIVIDADES SAMAMBAIA – RECANTO DAS EMAS – RIACHO FUNDO
aos eixos viários de modo a favorecer a
consolidação da centralidade destas áreas e
viabilizar soluções de transporte coletivo mais
eficientes. A reestruturação do anel de atividades
deverá contemplar intervenção viária – delimitando
faixa ou via exclusiva para transporte coletivo – e
intervenção paisagística, com previsão de alocação
de mobiliário urbano, travessias de pedestres
seguras e outros elementos que proporcionem
segurança dos pedestres.

II - Anel de Atividades Samambaia-Recanto das


Emas-Riacho Fundo II

A proximidade entre a área urbana de


Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
sugere a possibilidade de articulação das três
localidades a partir de elementos de continuidade
do tecido urbano.
Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

194
comerciais e de serviços da área urbana de equipamentos urbanos, amplia a oferta de serviços
Dentre as ações de estruturação viária
Sobradinho e pelas áreas de comércio e integra a estrutura urbana de Sobradinho com os
destacam-se:
desenvolvidas ao longo da DF-003/BR 010/020. condomínios hoje completamente desarticulada
• a implantação de atividades sustentáveis Entretanto, ainda se requer a diversificação de entre suas várias áreas esparsas. Tal
quando da interseção das vias com as ARIES atividades de modo a atender a população com fragmentação do espaço urbano influencia a
e Fundos de Vale, tais como parques de uso potencial de consumo elevado. localização e agrupamento de comércios ao longo
múltiplo com áreas de recreação, lazer e da rodovia e distantes dos locais de moradia.
A consolidação deste anel,
educação ambiental, além de criação de
especialmente com a ocupação das áreas A integração pretendida com este anel
trilhas;
adjacentes às vias com comércios e de atividades também se consolidará por meio da
• estímulo ao uso intensivo do metrô a partir da
ampliação das condições da mobilidade (rede
FIGURA 72 – ANEL DE ATIVIDADES SOBRADINHO
de ciclovias) e integração com o Projeto
Brasília Integrada (sistema de transporte
complementar com integração tarifária);

• implantação de áreas industriais e de comércio


e serviços, integradas a áreas habitacionais,
ampliando as oportunidades de emprego;

• implantação de um sistema / rede de passeios


e ciclovias, interligando as RA´s;

• implantação de equipamentos urbanos de


abrangência regional à margem das vias
integrantes, reduzindo a dependência ao Plano
Piloto.

III – Anel de Atividades Sobradinho I,


Sobradinho II e Grande Colorado

Os parcelamentos residenciais surgidos


nos últimos 15 anos no quadrante norte/nordeste
do Distrito Federal, em especial na Região
Administrativa de Sobradinho geraram grande
demanda por comércio e serviços. Esta demanda é
atendida, de forma ainda precária, pelas áreas
Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

195
ampliação das condições de mobilidade derivada
FIGURA 73 – ANEL DE ATIVIDADES GAMA - SANTA MARIA
da implantação de uma rede de ciclovias e
passeios públicos. Finalmente, o anel de atividades
requer a melhoria das condições de infra-estrutura
viária na DF-150 com a implantação de sinalização
horizontal e vertical, drenagem, canteiro central
arborizado, entre outros aspectos.

IV - Anel de Atividades Gama – Santa Maria

A proximidade entre as Regiões


Administrativas do Gama e de Santa Maria remete
à importância de sua articulação e ampliação das
oportunidades para os municípios limítrofes com o
DF.

A estruturação viária deve qualificar as


vias de atividades internas do Gama e Santa Maria
com melhoria da infra-estrutura urbana, passeios,
arborização e implantação de um sistema de
passeios e ciclovias interligando as RAs. Esta
integração, portanto, consolida-se com a
implantação de atividades sustentáveis, como, por
exemplo, valorização dos fundos de vale com
parques, áreas de recreação, lazer e educação
ambiental.
Fonte: Google Earth 2006
Este anel de atividades deve, também,
contemplar a ampliação da oferta de serviços e
V - Anel de Atividades Jardim Botânico O Anel de Atividades surge da
complementar a infra-estrutura da ADE Santa
necessidade da integração dos condomínios,
Maria com a implantação de equipamentos urbanos É formado pela via de acesso aos
condomínios do Jardim Botânico, a via sem principalmente os da região do Vale do São
de abrangência regional às margens das DF, tais
pavimentação do núcleo rural Itaipu, a DF 463 Bartolomeu à cidade de São Sebastião, em função
como Universidades, Hospitais e Terminais
(São Sebastião) e a marginal da DF 001 (Pólo dos equipamentos e serviços já existentes na
Rodoviários além de qualificar os trechos viários
Verde). cidade. A pavimentação do trecho do núcleo rural
das DF integrantes do anel como Estrada Parque.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

196
Itaipu é necessária para a efetivação do referido FIGURA 74 – ANEL DE ATIVIDADES JARDIM BOTÂNICO
anel.

A criação de nova alternativa de saída


da região dos condomínios a partir da DF-463
reduzirá a utilização da via interna, que em função
das características de traçado e de capacidade,
não permite um maior fluxo de veículos.

Dentre as ações a serem adotadas


destacam-se a implantação de um sistema / rede
de passeios e ciclovias, interligando a região dos
condomínios a São Sebastião e à DF 001 (Pólo
Verde), além da implantação de equipamentos
urbanos prioritariamente às margens das vias
integrantes dessa estratégia (inclusive de áreas de
regularização).

Também, a implantação de serviços


locais e de lazer ao longo da via de acesso aos
condomínios deslocaria a utilização comercial e de
serviços da DF-001, uma vez que se reduz a Fonte: Google Earth 2006
quantidade de deslocamentos da população
residente mais ao fundo do vale. desenvolvimento de atividades comerciais e de com demanda crescente por atividades e serviços,
prestação de serviços. Esta estratégia reforça a além de gerar um fluxo intenso de saída para as
área de dinamização Pólo Cidade Agroindustrial, Estradas Parque Ceilândia-EPCL e Taguatinga-
VI – DF-230 na medida em que cria condições atrativas para EPTG. A estruturação desta nova área urbana do
o fluxo nesta direção. Além disso, são Distrito Federal depende da organização de
A DF-230 configura uma importante
necessárias ações específicas sobre o desenho hierarquia viária, já que o sistema viário segue, em
alternativa viária ao tráfego pesado dirigido à
viário e pavimentação da rodovia. grande medida, a estrutura viária rural e o processo
Planaltina e à área rural da Bacia do Rio Preto,
informal de ocupação urbana. Desta necessidade,
contribuindo para a preservação da BR-040 no VII - Vias internas às Colônias Agrícolas
surge a idéia de definir duas vias de hierarquia
trecho fronteiriço à Estação Ecológica de Águas Arniqueira, Vereda Grande, Vereda da
superior que cortem as antigas colônias agrícolas e
Emendadas. Por outro lado, a presença de Cruz e Vicente Pires e na Estrada Parque
façam sua interligação com os núcleos urbanos
inúmeros parcelamentos residenciais que serão Vicente Pires
próximos e com as principais rodovias.
regularizados sugere a otimização do espaço
O reparcelamento das Colônias
urbano adjacente à DF por meio do
Agrícolas configurou uma nova área residencial

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

197
A primeira destas vias passará a
constituir eixo de ligação norte-sul entre a Estrada FIGURA 75 – DF-230
Parque Ceilândia - EPCL e Estrada Parque Núcleo
Bandeirante – EPNB. Estrutura-se no
prolongamento da EPVP (DF-079) em direção à
EPCL, por meio da mudança do desenho viário de
via interna a Vicente Pires. O redesenho viário
deve prever a inclusão de novas atividades
adjacentes à via, concebendo-a como uma via
urbana, e não exclusivamente de passagem. Novos
lotes criados ao longo deste eixo podem ser
ocupados por atividades localizadas de forma
imprópria ao longo da EPTG.

A segunda via estabelece a articulação


das Colônias Agrícolas Samambaia e Vicente Pires
com o Pistão Norte e a EPCL. Deverá ser
Fonte: Google Earth 2006
desenhada como o prolongamento da Avenida
Hélio Prates importante eixo de circulação entre
Taguatinga e Ceilândia, tanto em termos de FIGURA 76 - NOVAS VIAS EM VICENTE PIRES
desenho viário quanto dos usos e edificações
lindeiras. Este eixo servirá como importante via de
escoamento dos fluxos vindos da ADE Estrutural,
no âmbito de Vicente Pires.

VIII – Via Interbairros

A implantação da via Interbairros deverá


melhorar o escoamento do fluxo do Guará. Como
via urbana, a instalação da via deverá ser
acompanhada de melhor articulação com a malha
urbana local do Guará I, Guará II, SIA e SOF,
mediante a instalação de atividades de comércio,
prestação de serviços, lazer e cultura. Nas demais
áreas, configura-se como via de tráfego rápido cujo Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

198
impacto deverá ser minimizado com seu desenho
FIGURA 77 – VIA INTERBAIRROS
em trincheira.

IX - Via de acesso aos condomínios residenciais


do Grande Colorado

A ocupação urbana irregular em


condomínios na região do Grande Colorado, na
Região Administrativa de Sobradinho, gerou a
ocupação lindeira da via de acesso aos
parcelamentos com atividades de apoio à vida
urbana, tais como mercados, academias,
restaurantes, dentre outras. A única via de acesso
aos condomínios residenciais do Grande Colorado
gera um fluxo intenso de veículos e pedestres,
além de uma demanda extensa de serviços. Fonte: Google Earth 2006
A estruturação viária deve partir de uma
melhoria das condições de infraestrutura (canteiros, FIGURA 78 – GRANDE COLORADO
sinalização, drenagem etc.) além da necessidade
de implantação de sistema de passeios e ciclovias,
integradas ao Anel de Atividades de Sobradinho I,
Sobradinho II e Grande Colorado.

O Plano de Ocupação do Setor Grande


Colorado, refletido nos parâmetros de ocupação do
solo constantes dos Anexos coeficientes de
aproveitamento básico e máximo e parâmetros
urbanísticos das Áreas de Regularização
normatizam a ocupação do espaço lindeiro à via.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

199
índices e parâmetros urbanísticos comuns, os promoção do ordenamento territorial e o processo
3.4 Estratégia de Regularização Fundiária
quais facilitam a regularização fundiária e a de regularização.
A estratégia de regularização fundiária adoção de regras para endereçamento. Para
Os Setores Habitacionais de
cria condições necessárias para a solução do correta delimitação dessas poligonais, foram
Regularização possuem diretrizes mais
problema de numerosas áreas informalmente observadas as seguintes condicionantes:
abrangentes, comuns às Áreas de Regularização e
ocupadas no Distrito Federal, onde reside um quarto
da população, predominantemente de baixa renda.
• os limites das Regiões Administrativas; aos demais espaços neles contidos, incluindo

O principal objetivo desta estratégia é implementar • os limites físicos existentes;


parâmetros urbanísticos, de estruturação viária e
de endereçamento. Ressalta-se que para os casos
as ações de regularização fundiária, de modo a
garantir o direito à moradia, ao pleno
• a separação viária ou rodoviária existente; em que não foi possível o agrupamento em Setores

desenvolvimento das funções sociais da propriedade • as poligonais de Setores Habitacionais


Habitacionais, os parâmetros urbanísticos são
estabelecidos para a respectiva Área de
urbana e ao direito ao meio ambiente criados por Lei;
Regularização.
ecologicamente equilibrado.
• os limites espaciais das ocupações
São considerados como parâmetros
As ações previstas nesta estratégia consolidadas;
urbanísticos básicos para as Áreas de
permitem um tratamento integrado tendo como
• os limites das Áreas de Proteção Regularização: (i) as dimensões mínimas e
referência três categorias : Áreas de Regularização,
Ambiental; e máximas dos lotes; (ii) o percentual mínimo de área
Setores Habitacionais de Regularização e
Parcelamentos Urbanos Isolados. • a necessidade de absorver áreas pública; (iii) densidade habitacional bruta; e (iv)
intersticiais ou adjacentes desocupadas. coeficientes de aproveitamento dos lotes. Para
As Áreas de Regularização correspondem definição desses parâmetros foram consideradas
a unidades territoriais que reúnem assentamentos Destaca-se que as áreas intersticiais as seguintes referências:
ou adjacentes incluídas nas poligonais
informais a partir de critérios como proximidade,
faixa de renda dos moradores e similaridade das destinam-se à implantação de áreas livres • os estudos urbanísticos e de impacto
públicas e equipamentos públicos urbanos e ambiental existentes;
características urbanas e ambientais. Com base no
critério renda, as Áreas de Regularização são comunitários. Além disso, destinam-se à • os parâmetros estabelecidos nos Planos
classificadas em: (i) Áreas de Regularização de urbanização futura, com ênfase ao Diretores Locais aprovados por Lei;
reassentamento de população removida de
Interesse Social, voltadas à regularização de
assentamentos de baixa renda; e (ii) Áreas de áreas de risco, de áreas com restrições
• as densidades calculadas para os
assentamentos informais consolidados;
Regularização de Interesse Específico, voltadas à ambientais ou de áreas desconstituídas para
regularização de assentamentos de média e alta adequações necessárias ao projeto urbanístico. • os projetos urbanísticos em processo de
renda. análise e aprovação;
Parte das Áreas de Regularização
As Áreas de Regularização possibilitam a foram agregadas em Setores Habitacionais de • as Normas de Uso e Gabarito existentes
articulação dos diversos parcelamentos abrangidos Regularização com o objetivo de auxiliar a aplicadas às áreas de entorno (no caso daqueles
pelas suas poligonais. Para elas são definidos próximos à cidade de São Sebastião – NGB 35/99);

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

200
• o Levantamento Cadastral da Secretaria de urbanísticos para estes parcelamentos serão Identificaram-se algumas áreas de
Estado da Fazenda para cobrança de IPTU – definidos em lei específica após a realização de regularização que não se encontram inseridas em
Imposto Predial e Territorial Urbano; estudos urbanísticos necessários e da setores habitacionais. Isso devido à localização e,

• o Levantamento constante do Diagnóstico


demarcação urbanística, que consiste em
procedimento pelo qual o Poder Público
principalmente, pela necessidade de se conter a
expansão desta ocupação em áreas onde seria
Preliminar dos Parcelamentos Urbanos Informais no
demarca a gleba definindo seus limites, área , dispendiosa a implantação de infra-estrutura
Distrito Federal – 2006.
localização e confrontações. urbana.
As dimensões mínimas e máximas para
Como parte da estratégia de Foram elaborados Planos de Ocupação
os lotes residenciais buscam atender ao que dispõe
regularização, foram elaborados estudos de uso para 29 Setores Habitacionais de Regularização,
a Lei nº 9.785/2001, sendo estabelecidas a partir do
e ocupação do solo – Planos de Ocupação que 13 Áreas de Regularização de Interesse Social e 6
Levantamento Cadastral da Secretaria da Fazenda
funcionarão, inicialmente, como plano Áreas de Regularização de Interesse Específico.
para cobrança de IPTU e do Diagnóstico Preliminar
urbanístico de organização e estruturação do
dos Parcelamentos Urbanos Informais no Distrito Os Parcelamentos Urbanos Isolados –
território, e posteriormente, com o seu
Federal (2006). Ainda, quanto à definição do PUI são aqueles com características urbanas
detalhamento, irão subsidiar a elaboração do
Percentual Mínimo de Área Pública, foram utilizados implantados originalmente em Zona Rural que se
projeto urbanístico.
como parâmetros: (i) o tamanho da gleba a ser encontram deslocados dos núcleos urbanos.
regularizada; (ii) os dados técnicos da SEDUMA Os Planos de Ocupação apresentam
Para início do processo de regularização
quanto à quantidade e área mínima dos uma proposta de hierarquização viária que
dos Parcelamentos Urbanos Isolados – PUI definir-
equipamentos públicos comunitários; e (iii) a abrangerão somente as áreas de regularização,
se-á a poligonal do parcelamento por meio da
população prevista para estas áreas. mas também as áreas para parcelamento futuro
demarcação urbanística que não poderá ser
dentro dos setores.
Para definição dos Equipamentos expandida.
Públicos Comunitários e Urbanos - EPC, deverão Na elaboração dos Planos de
ser consultadas as concessionárias de serviços Ocupação para os Setores Habitacionais de
públicos e Secretarias de Governo afetas à temática, Regularização e para as Áreas de
para verificar a demanda a ser atendida quando da Regularização localizados fora de Setor foram
elaboração do projeto urbanístico de cada Área de considerados os condicionantes ambientais e
Regularização. urbanísticos, o sistema viário existente e as
áreas ocupadas de fato. Foram estabelecidos
Os assentamentos informais com
coeficientes de aproveitamento , bem como o
características urbanas implantados originalmente
zoneamento por usos : residencial, comercial,
em zona rural, passam a integrar, na Estratégia de
institucional, lazer e uso misto além das áreas
Regularização Fundiária, Zona de Urbanização
verdes previstas por Lei. Em alguns Setores os
Específica, sendo identificados como Parcelamentos
parâmetros urbanísticos obedecem à legislação
Urbanos Desconformes. Os usos e parâmetros
vigente.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

201
MAPA 17 – PARCELAMENTOS URBANOS ISOLADOS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

202
RA Plano Piloto QUADRO 03 - RA Plano Piloto - SETOR HABITACIONAL TORTO

Área de População População Lotes
lotes Área Situação fundiária
01 - Setor Habitacional do Torto Regularização atual prevista ocupados
Área Desapropriada
ARINE I (Mini- 21,48 Terracap / Área
A área proposta para o Setor Habitacional 139 240 240 139
Granjas,Técnicos) ha Desapropriada em
do Torto está localizada na Região Administrativa do Comum
Plano Piloto RA-I e seu acesso dá-se pela DF-003, Área Desapropriada
próximo ao balão do Torto. Sua poligonal limita-se a ARINE II (Vila Terracap
3,58 ha - - -
norte e a oeste com a poligonal do Parque Nacional Operários) /Fazenda Brejo ou
Torto
de Brasília, a leste com o Ribeirão do Torto e a sul ARINE III (Rua dos
com a DF-003. 09 6,37 ha 30 30 09
Eucaliptos)
O Setor Habitacional do Torto abrange, 19,88
ARIS ( Wesley Roriz 800 -
ha
além da área do Parque de Exposições da Granja )
do Torto e da residência oficial do Presidente da Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

República, ocupações residenciais com


Os estudos de revisão do Trata-se de uma área bastante sensível
características urbanas bastante distintas entre si.
PDOT/1997 propõe a criação de uma Área de do ponto de vista ambiental. Vizinha ao Parque
Dentre estas, podemos citar:
Regularização de Interesse Social – ARIS para Nacional e próxima ao Lago Paranoá. Sua
- “Vila Operária” e “Vila dos Técnicos”, ocupações a ocupação destas Áreas de Regularização de ocupação e regularização devem ser
mais antigas que têm sua origem no Interesse Específico – ARINE. necessariamente condicionadas às restrições
assentamento dos funcionários da Granja do fornecidas por estudo ambiental realizado para a
A área de estudo para regularização
Torto; área.
encontra-se nos limites da fazenda Brejo ou
- “Vila Weslyan Roriz”, núcleo urbano Torto, desapropriada pela TERRACAP. A área de regularização está inserida na
consolidado proximo à entrada do Parque de APA Planalto Central, cujo órgão licenciador é o
As Áreas de Regularização
Exposições; IBAMA.
abrangem todas as ocupações consolidadas
- “Rua dos Eucaliptos”, 9 (nove) lotes com características urbanas existentes na área Proposta
residenciais edificados próximos ao acesso à de estudo. Desta forma, para a efetiva
Tendo em vista que o tipo de uso
Residência Oficial. regularização, será. necessária a reavaliação
preponderante da área em questão é o Residencial
dos parâmetros de ocupação em Área Especial
- Parcelamento “Mini-granjas do Torto”, objeto do Unifamiliar, organizaram-se os usos
de Proteção
processo de regularização n° 030.004.959/95, complementares necessários ao bem estar daquela
localizado aos fundos do Parque de Exposições comunidade. A proposta considerou o grau de
próximo ao limite do Parque Nacional.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

203
consolidação das ocupações e a infra-estrutura
implantada.

Estrutura-se a partir de uma via principal


de circulação que em conjunto com a DF-003 - via
arterial que acessa a poligonal - apresenta infra-
estrutura necessária ao tráfego geral e ao transporte
coletivo realizado no Setor. Esta via, além de fazer a
integração entre as diversas ocupações, contorna o
parcelamento “Weslian Roriz”, principal
adensamento urbano da área, que conta ainda com
uma via de atividades onde e concentram os lotes
destinados à atividade comercial. As vias
secundárias que promovem o acesso às vias locais
dos demais parcelamentos completam a estrutura
viária proposta.

É possível que o acentuado grau de


consolidação da ocupação impeça o total
atendimento às normas de sistema viário.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

204
FIGURA 79 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO NO PLANO PILOTO

RA Gama
02 - Setor Habitacional Ponte de Terra

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

205
RA Gama setor. A densidade bruta estipulada para o setor O sistema viário proposto considerou as
é de 30 hab/ha. vias existentes, definidas com base nas ocupações
urbanas, propondo-se, a partir das mesmas, um
02 - Setor Habitacional Ponte de Terra sistema hierarquizado de vias.
E-1. Área de Regularização de Interesse
O acesso ao parcelamento dar-se por
Específico ARINE Mansões Paraíso
O Setor Habitacional Ponte de Terra, meio da via arterial que parte da DF-480, concilia o
localizado na RA II – Gama, possui uma área de potencial de Avenida de Circulação e de
702,23 ha (setecentos e dois hectares e vinte e três Atividades. Ao longo desta via são previstas
A Área de Regularização de
ares). atividades de uso misto, assim definidas de forma a
Interesse Específico Mansões Paraíso localiza-
atender à população local.
Dentro do setor está inserida a Área de se na Região Administrativa do Gama, RA- II,
Regularização de Interesse Específico - ARINE às margens da DF- 480. Apresenta uma área Os vazios residuais existentes nos
Ponte de Terra, com uma área de 700,35 ha total de 686,00 ha. assentamentos informais da ARINE destinam-se à
(setecentos e trinta e cinco ares), que inclui os implantação de espaços livres públicos,
Nesta área de regularização
parcelamentos Residencial das Palmeiras, Projeto equipamentos públicos comunitários,
encontra-se o parcelamento Mansões Paraíso,
Agronasa, Residencial Ponte Alta de Cima, equipamentos urbanos e à futura ocupação.
que possui população atual de 417 habitantes.
Loteamento Ponte Alta de Cima e Park do Gama.
A população prevista para esta ARINE é
Atualmente essa ARINE conta com uma população O parcelamento encontra-se em
de 1.444 habitantes.
de 4004 habitantes. parte em terras desapropriadas em comum e
em parte em terras desapropriadas. O sistema viário proposto se articula à
Quanto à situação fundiária, o setor
rodovia federal – BR-251, às distritais – DF- 480 e
encontra-se implantado parte em áreas O parcelamento está inserido na
DF-475 e à vicinal VC - 341.
desapropriadas e parte em terras desapropriadas Área de Proteção do Planalto Central, cujo
em comum, e está inserido na Área de Proteção do Licenciamento Ambiental é de responsabilidade A faixa de domínio da BR-251 é de 130
Planalto Central criada mediante Decreto Federal de do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - metros simétrica em relação ao eixo do canteiro
10 de janeiro de 2002, com objetivo de regular o uso IBAMA. central. Às margens desta rodovia federal, serão
dos recursos hídricos e parcelamento do solo, permitidas atividades comerciais de grande e
Proposta
garantindo o uso racional dos recursos naturais e médio porte e uso misto.
protegendo o patrimônio ambiental e cultural da O percentual de área destinada aos
Ao longo das rodovias foram propostas
região. equipamentos comunitários, urbanos e áreas
vias marginais, que dão acesso às vias internas do
verdes livres deve perfazer, no mínimo, 15% da
Proposta setor. Estas foram classificadas em Vias Arteriais,
área do setor.
que se subdividem em Avenidas de Circulação /
O percentual de área destinada aos
A densidade bruta estipulada para a Trânsito Rápido e em Avenidas de Atividades ou
equipamentos comunitários, urbanos e áreas verdes
ARINE é de 150 hab/ha.
livres deve perfazer, no mínimo, 15% da área do

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

206
Especiais, Vias secundárias ou coletoras e Vias
locais.
QUADRO 04 - RA GAMA - SETOR HABITACIONAL PONTE DE TERRA
As vias arteriais conciliam a fluidez do
Área de Nº População População Lotes
tráfego, o transporte coletivo, a acessibilidade às Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
atividades lindeiras e às vias secundárias. Ao longo
Área Desapropriada
destas vias serão permitidos os usos comercial de
ARINE Ponte de Terracap
pequeno porte e o uso misto, a fim de atender, 1.606 686 ha 4.004 5.770 1.086
Terra Área Desapropriada
primordialmente, a população residente do setor. em Comum
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
As vias secundárias ou coletoras são de
abrangência intermediária, destinadas a coletar e
distribuir o trânsito entre as vias arteriais e as locais. QUADRO 05 - RA GAMA - FORA DE SETOR HABITACIONAL

As vias locais são de abrangência Área de Nº População População Lotes


Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
limitada, destinadas ao acesso aos logradouros
públicos de caráter local e às unidades residenciais. Desapropriada
Ao longo dessas vias o uso é predominantemente ARINE Mansões 20.90 Terracap
385 417 1.443 111
habitacional unifamiliar. Rancho Paraíso ha Desapropriada em
comum
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

207
FIGURA 80 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO NO GAMA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

208
RA Taguatinga iluminação pública e pavimentação asfáltica em X. Já a ARIS Vila São José abrange a Colônia
alguns trechos. Encontram-se em fase de Agrícola Vila São José.
implantação os projetos para abastecimento de
Uma parte da área do Setor Vicente
03 - Setor Habitacional Vicente Pires água e rede de esgoto.
Pires encontra-se em terras desapropriadas pela
O plano de ocupação deste Setor TERRACAP e outra, em terras desapropriadas pela
considera parte das informações reunidas no União.
O Setor Habitacional Vicente Pires –
Estudo Urbanístico da Expansão Urbana de
SHVP, com área de 2.747 ha, foi proposto a partir O Setor está inserido na Área de
Águas Claras, concluído pela TOPOCART em
da poligonal das Colônias Agrícolas, atualmente Proteção APA do Planalto Central e, neste caso, o
2002.
ocupadas com fins urbanos, e da poligonal orgão licenciador é o IBAMA. A área possui um
estabelecida para o parque urbano TaguaPark. O Para fins de regularização, a área do elevado grau de sensibilidade devido as suas
Setor apresenta uma parte inserida na Região Setor que se encontra ocupada foi subdividida características físicas e ambientais em Área de
Administrativa de Taguatinga – RA III e outra parte em duas Áreas de Regularização de Interesse Proteção Permanente - APP, tais como: área de
inserida na Região Administrativa do Guará – RA X. Específico – ARINEs e uma Área de nascentes, marginais de cursos d’água, áreas de
Seus limites são estabelecidos pelas vias Estrada Regularização de Interesse Social – ARIS. A veredas, declividades superiores a 30 %, entre
Parque Taguatinga – EPTG, EPCT (Pistão Sul), DF- ARINE Vicente Pires I encontra-se na RA III e outros aspectos.
095 (Estrutural) e DF-087. A região, bastante abrange os parcelamentos Colônia Agrícola
Encontra-se em fase de aprovação o
sensível do ponto de vista ambiental, é cortada Samambaia e parte da Colônia Agrícola Vicente
respectivo Estudo de Impacto Ambiental que, a
pelos córregos Samambaia e Vicente Pires. Pires. O restante da Colônia Agrícola Vicente
partir de uma análise aprofundada, fornecerá
Pires pertence à ARINE Vicente Pires II, na RA
A área de estudo para o Setor, definida
pela Lei n° 1.823/98 e alterada pela Lei
QUADRO 06 - RA TAGUATINGA - SETOR HABITACIONAL VICENTE PIRES
Complementar n.º 467/02, é constituída por parcelas
rurais reparceladas irregularmente para uso urbano Área de Nº
Área
População População Lotes
Situação fundiária
e remanescentes de glebas rurais, sendo que Regularização lotes atual prevista ocupados
Área Desapropriada
destas, poucas ainda permanecem como uso
125.94 pela União
produtivo rural. A ocupação existente hoje na área ARIS Vicente Pires 1.159 3.501 4.361 921
ha Área Desapropriada
apresenta características de média renda e Terracap
configura uma população aproximada de 52.000 Área Desapropriada
ARINE Vicente 1.823. pela União
habitantes podendo chegar a uma população de 3.326 11.110 13.042 3.025
Pires I 08 Área Desapropriada
132.360 habitantes, considerando a densidade Terracap
populacional prevista para o Setor.
ARINE Vicente Área Desapropriada
10.775 176.17 34.031 46.641 8.667
Em relação à infra-estrutura urbana, o Pires II Terracap
Setor é atendido por rede de energia elétrica, Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

209
urbana. Os limites do Setor são definidos à – ARINE Arniqueira que abrange os seguintes
parâmetros para uso e ocupação da
oeste pela Estrada Parque EPCT - Pistão Sul, parcelamentos: Colônia Agrícola Arniqueira,
região.
à leste pela Estrada Parque Vicente Pires - Colônia Agrícola Vereda da Cruz e Colônia
Proposta EPVC, ao sul pela Estrada Parque Núcleo Agrícola Vereda Grande.
Bandeirante - EPNB e ao norte pelo Bairro de
Considerou-se as restrições e A área proposta para o Setor encontra-
Águas Claras. O Setor é cortado pelos córregos
condicionantes identificados pelo Estudo Urbanístico se em terras desapropriadas pela TERRACAP.
Vereda da Cruz, Arniqueira e Vereda Grande.
e pelo Estudo de Impacto Ambiental em elaboração.
Trata-se de uma área de frágil equilíbrio
Propõe-se que 10% da área total do parcelamento
ecológico localizada dentro da APA do Planalto
seja destinada à área pública e determina-se O Setor, criado pela Lei
Central que tem como orgão licenciador o Instituto
densidade bruta para o Setor Habitacional Vicente Complementar n.º 511/02, é constituído por
Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA.
Pires de 50 hab/ha. glebas rurais reparceladas irregularmente para
uso urbano e remanescentes de glebas rurais. A área possui um elevado grau de
Na organização viária local,
A ocupação atual nesta área apresenta sensibilidade devido às suas características físicas
consideraram-se as possibilidades de ligação viária
características de média renda e possui uma e ambientais em Área de Proteção Permanente –
entre os córregos, com a menor alteração dos lotes
população atual de 37.000 habitantes podendo APP, tais como: área de nascentes, marginais de
já constituídos.
chegar a uma população de 53.000 habitantes cursos d’água, áreas de vereda, declividades
A proposta é organizada a partir de um ao considerar a densidade populacional bruta superiores a 30%, entre outros aspectos.
sistema de vias principais que estrutura os eixos de prevista para o Setor.
Encontra-se em análise o termo de
transporte coletivo local e articula os eixos norte-sul
O Setor encontra-se parcialmente referência que fornecerá subsídios para a
e leste-oeste. Estas vias concentram a maior parte
pavimentado e é atendido por rede de energia elaboração do respectivo Estudo de Impacto
da atividade comercial existente e alguns dos
elétrica e iluminação pública. Ambiental.
equipamentos propostos, desempenham o papel de
vias principais de atividades. Transversais a elas, Para fins de regularização, a área do
encontram-se as vias secundárias que distribuem o Setor que se encontra ocupada é definida como
tráfego para as áreas residenciais. Área de Regularização de Interesse Específico

04 - Setor Habitacional Arniqueira QUADRO 07 - RA TAGUATINGA - SETOR HABITACIONAL ARNIQUEIRA

Área de Nº População População Lotes


Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
O Setor Habitacional Arniqueira – SHAR,
1.105, Área Desapropriada
com área de 1.060 ha, localiza-se na Região ARINE Arniqueira 5.489 14.281 20.043 3.893
80ha Terracap
Administrativa de Taguatinga – RA III, em área que Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
se apresenta como vetor natural de expansão

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

210
de baixa e média renda e possui atualmente
Proposta licenciador é o Instituto Brasileiro de Meio
uma população aproximada de 5.400 (cinco mil
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
Na elaboração do plano de ocupação e quatrocentos) mil habitantes.
IBAMA. As chácaras 27,28 e 29 localizam-se
deste Setor foram consideradas partes das
Em relação à infra-estrutura urbana, dentro da poligonal da ARIE Parque JK.
informações reunidas no Estudo Urbanístico da
o Setor é atendido apenas por rede de energia Proposta
Expansão Urbana de Águas Claras, concluído pela
elétrica e iluminação pública clandestinas. A Ao considerar as restrições e
TOPOCART em 2002. Ao considerar as restrições e
pavimentação asfáltica ocorre nos trechos das condicionantes identificados, este Estudo
condicionantes identificados por tal estudo, propõe-
chácaras 25 e 26. propõe que 10% da área total do
se que 10% da área total do parcelamento seja
destinada à área pública e determina a densidade Para fins de regularização, a área do parcelamento seja destinado à Área Pública e
bruta para o Setor Habitacional Arniqueira de 50 Setor foi dividida em duas Áreas de determina a densidade bruta para o Setor
hab/ha. Regularização: uma de Interesse Específico – Habitacional Primavera de 50 hab/ha.
ARINE Primavera que abrange as chácaras 25 A organização viária local considerou a
e 26 e outra de Interesse Social – ARIS possibilidade de ligação viária entre o núcleo
05 -Setor Habitacional Primavera
Primavera que abrange as chácaras 27, 28 e urbano de Taguatinga e de Samambaia e que
29. permitisse o mínimo de alteração dos lotes já
O Setor Habitacional Primavera localiza-
O Setor Habitacional Primavera constituídos.
se na Região Administrativa de Taguatinga – RA - III
com área de 100,50 ha (cem hectares e cinqüenta encontra-se em terras desapropriadas pela A proposta foi organizada a partir de um
centiares). A área é vizinha ao Setor de Mansões de TERRACAP.
sistema de vias principais, sendo uma a Avenida
Taguatinga. A área onde se situam as chácaras Primavera e a outra a via que contorna o Setor de
25 e 26 encontra-se dentro da Área de Proteção Mansões.
O Setor foi proposto a partir da ocupação
existente nas Chácaras nº 25 a 29 do Núcleo Rural Ambiental - APA do Planalto Central com
de Taguatinga, atualmente parceladas com fins diretrizes específicas, e neste caso, o orgão
urbanos. A área possui como limites: ao sul o Setor
de Mansões de Taguatinga e a oeste o limite da RA
QUADRO 08 - RA TAGUATINGA- SETOR HABITACIONAL PRIMAVERA
de Taguatinga e da RA de Samambaia. A região é
bastante sensível do ponto de vista ambiental, pois Área de Nº População População Lotes
está próxima ao córrego Taguatinga e à Área de Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
Relevante Interesse Ecológico – ARIE Parque JK.
57,57 Área Desapropriada
ARIS Primavera 1.000 3.600 3.600 500
A área de estudo para o Setor ha Terracap
Habitacional Primavera é constituído por parcelas Área Desapropriada
ARINE Primavera 500 43 ha 5.031 7.953 1.296
rurais reparceladas irregularmente para uso urbano. Terracap
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
A ocupação existente hoje apresenta características

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

211
Estas vias interligam a cidade de
FIGURA 81 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM TAGUATINGA
Taguatinga ao Setor de Mansões de Taguatinga e
ao núcleo urbano de Samambaia, estruturam o eixo
de transporte coletivo local e articulam os eixos
norte-sul e leste-oeste do sistema viário local. Estas
vias concentram a maior parte da atividade
comercial existente e desempenham o papel de vias
principais de atividades.

Perpendicularmente à Avenida Primavera,


encontram-se as vias locais que distribuem o
tráfego para as residências. Perpendicularmente a
via que contorna o Setor de Mansões encontram-se
as vias secundárias, as quais dão acesso também
às vias locais.

A fim de conter o avanço da ocupação


urbana em direção a ARIE Parque JK, está sendo
proposta uma via de circulação contornado o Setor
ao norte.

Nota-se que, em parte da área, a


implantação da estrutura viária não atenderá às
diretrizes da norma de sistema viário, em virtude do
acentuado grau de consolidação da ocupação.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

212
objetivo de proteger a quantidade e qualidade As vias coletoras possuem caixa de via
RA Brazlândia
dos recursos hídricos locais. com 7 metros de largura e visam atender a
demanda global de circulação urbana com a função
A área tem boa acessibilidade,
de distribuir ou coletar o tráfego de veículos,
S-1. Área de Regularização de Interesse Social – garantida por uma rodovia (DF-180) e uma via
interligando as vias arteriais com as locais.
ARIS Expansão da Vila São José arterial – Av. Central da Vila São José. Propõe-
se a criação de acesso à área da expansão, As vias locais possuem caixa de via com
A Expansão da Vila São José localiza-se
adjacente à área do DER, ligando o 7 metros de largura e tem por finalidade atender
na Região Administrativa de Brazlândia – RA IV, ao
parcelamento à DF -180. principalmente a demanda de acesso de bens e
norte do núcleo urbano da cidade. É delimitada ao
pessoas entre as vias coletoras e as edificações,
Norte pelo DER, à oeste pela DF 180 e ao sul pela O sistema arterial proposto para a
em especial as ligações mais diretas e necessárias
Vila São José. Possui uma área de expansão fará a integração dos vários setores e
entre as habitações e as demais atividades.
aproximadamente 120 ha (cento e vinte hectares). bairros, através de um anel viário.
A área está consolidada com ocupações As vias arteriais possuem caixa de
urbanas e é considerada como Área de via com 20 metros de largura e tem como
Regularização de Interesse Social – ARIS finalidade atender a demanda de mobilidade,
Expansão da Vila São José por possuir uma principalmente nas horas de pico, com a função
população estimada de 11.000 (onze mil habitantes) de escoar grandes fluxos de bens e pessoas.
de baixa renda. Servirá de articulação com o sistema viário
superior (rodovia) e a cidade como um todo,
A Expansão da Vila São José situa-se em
além de distribuir o transporte coletivo em toda
terras desapropriadas em comum.
Brazlândia. São dotadas de ponto de ônibus,
O parcelamento está inserido na Área de distribuídos eqüidistantes, de forma a atender
Proteção do Descoberto e está parcialmente todo o parcelamento.
inserido na APM de Brazlândia.

Proposta QUADRO 09 - RA BRAZLÂNDIA – FORA DE SETOR HABITACIONAL

A densidade demográfica estipulada para Nº População População Lotes


o setor é de 100 hab/ha (cem habitantes por Área de Área Situação fundiária
lotes atual prevista ocupados
Regularização
hectare). O sistema viário foi concebido e
dimensionado de forma a atender aos vários usos, 170,11 Área Desapropriada
ARIS Expansão 3.039 9.750 11.880 2.493
ha em Comum
além de promover maior segurança e fluidez no Vila São José
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006 )
tráfego de veículos, segurança aos moradores,
reduzir os custos de manutenção e reparo nas vias e
diminuir a área de pavimento impermeável com o

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

213
FIGURA 82 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM BRAZLÂNDIA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

214
RA Sobradinho ARINE Jardins, que abrange o parcelamento Proposta
Mansões Entrelagos I, II, III e IV, e Área de
Propõe-se que 10% da área total do
06 - Setor Habitacional Indaiá Regularização de Interesse Social – ARIS
parcelamento seja destinada à área pública e
Jardins que abrange os parcelamentos Del
determina-se a densidade bruta para o Setor de
Lago I, Del Lago II, Fazendinha, Itapuã II,
150 hab/ha. Estão previstos para o setor os usos
O Setor Habitacional Jardins – SHJ Mandala, Residencial Novo Horizonte, Rural
residencial unifamiliar, comercial, misto,
localiza-se na Região Administrativa de Sobradinho Residencial Itapuã e Sol e Lua.
institucional e áreas verdes.
– RA - V com área de 1.065,265 ha. Limita-se ao sul
A área do Setor abrange terras não
pela DF-250 e a oeste com a DF-001. A definição do uso do solo considerou o
desapropriadas referente ao parcelamento
sistema viário existente e o proposto, os usos
O Setor, criado a partir do Mansões Entrelagos I, II, III e IV e terras
implantados na área ocupada (uso residencial
desmembramento do Setor Habitacional Região dos desapropriadas em comum que se refere aos
unifamiliar, comercial e misto) e os espaços vazios
Lagos, insere-se na Zona Urbana de Sobradinho e é demais parcelamentos. O Setor localiza-se na
para equipamentos comunitários e urbanos. As
compreendido pela Subzona Habitacional 7 – SZH- Área de Proteção Ambiental – APA do São
áreas de uso institucional são destinadas a abrigar
7, conforme Plano Diretor Local – PDL de Bartolomeu.
os equipamentos comunitários e os urbanos e
Sobradinho. A ocupação existente hoje é
Parte do setor está localizada dentro foram distribuídas em diferentes pontos do Setor.
caracterizada como de renda média no
de Área de Proteção de Manancial – APM do
parcelamento denominado Mansões Entrelagos I, II,
Cachoeirinha, destinada a conservação,
III e IV e de renda baixa nos parcelamentos que
recuperação e manejo das bacias hidrográficas.
compõem o “Grande Itapuã”.
Sua regularização e futura ocupação deve
Possui atualmente uma população estar condicionada aos estudos ambientais a
aproximada de 55.858 habitantes, podendo chegar a serem realizados para a área.
uma população de 159.790 habitantes,
considerando a densidade bruta prevista para o QUADRO 10 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL INDAIÁ
Setor.
Área de Nº População População Lotes
O Setor é atendido por rede de energia Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
elétrica, iluminação pública e pavimentação asfáltica
394,70
em alguns trechos. O sistema de abastecimento de ARINE Indaiá 2.250 4.488 8.550 1.181 Área Particular
ha
água é feito por poço artesiano e o esgotamento Área Desapropriada
sanitário por fossa séptica. União, Área
Desapropriada
ARIS Indaiá 10.533 370 ha 35.676 40.013 9.484
Para fins de regularização, a área do Terracap e
Setor que se encontra ocupada é definida como Desapropriada em
Comum
Área de Regularização de Interesse Específico – Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

215
07 - Setor Habitacional Região dos Lagos parcelamento Residencial RK. Os demais A definição do uso do solo considerouo
parcelamentos que integram o Setor, Engisa e sistema viário existente e o proposto, os usos
O Setor Habitacional Região dos Lagos –
Privê Residencial Ever Green, estão implantados na área ocupada (uso residencial
SHRL localiza-se na Região Administrativa de
desocupados. unifamiliar e uso misto) e os espaços ainda
Sobradinho – RA - V com área de 983,292 ha.
disponíveis para equipamentos comunitários e
Limita-se ao norte com o Setor Habitacional Boa A área do Setor abrange terras
urbanos. As áreas de uso institucional são
Vista, ao sul com o Setor Habitacional Jardins, à desapropriadas e não desapropriadas.
destinadas a abrigar os equipamentos comunitários
oeste com a DF-001 e à leste com a Zona Rural de
O Setor localiza-se na Área de e urbanos e foram distribuídas em diferentes
Sobradinho.
Proteção Ambiental – APA do São Bartolomeu. pontos do Setor.
O Setor, denominado e definido pela Lei Sua regularização e futura ocupação deve estar
Complementar n.º 218/99, insere-se na Zona condicionada às restrições de uso fornecidas
Urbana de Sobradinho e é compreendido pela pelos estudos ambientais a serem realizados
Subzona Habitacional 7 - SZH7, conforme Plano para a área.
Diretor Local – PDL de Sobradinho. A ocupação
Proposta
existente hoje é caracterizada como de renda média
e possui atualmente uma população aproximada de O plano de ocupação propõe que
5.031 habitantes, podendo chegar a uma população 15% da área total do parcelamento seja
de 29.500 habitantes, considerando a densidade destinada à área pública e determina a
populacional prevista para o Setor. densidade bruta para o Setor de 30 hab/ha.
Estão previstos os usos residencial unifamiliar,
O Setor é atendido por rede de energia
comercial, misto, institucional. Áreas verdes são
elétrica, iluminação pública e pavimentação asfáltica
previstas, assim como a recuperação e
em alguns trechos. O sistema de abastecimento de
preservação de áreas de preservação
água é feito por poço artesiano e o esgotamento
permanente.
sanitário por fossa séptica.

O Setor é atendido por rede de energia


elétrica, iluminação pública e pavimentação asfáltica
QUADRO 11 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL REGIÃO DOS LAGOS
em alguns trechos. O sistema de abastecimento de
água é feito por poço artesiano e o esgotamento Área de Nº População População Lotes
Regularização Área Situação fundiária
sanitário por fossa séptica. lotes atual prevista ocupados

Para fins de regularização, a área do 140,43 Área Desapropriada


ARINE Região 2073 5.031 7.953 1.296
Setor que se encontra ocupada é definida como ha Terracap
dos Lagos
Área de Regularização de Interesse Específico – Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006 )

ARINE Região dos Lagos, que abrange o

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

216
08 - Setor Habitacional Boa Vista reunidas no Estudo Urbanístico para o Setor, Proposta
elaborado pela ENGEVIX em 2000.
O Setor Habitacional Boa Vista – SHBV, Para elaboração do Plano de Ocupação
com área de 596,051 ha, localiza-se na Região Para fins de regularização, a área do tomou-se em conta a poligonal de estudo
Administrativa de Sobradinho – RA V, na Setor é definida como Área de Regularização estabelecido no Termo de Referência para
confluência das rodovias DF-150, DF-440, DF-425 e de Interesse Específico – ARINE Boa Vista I, II, licenciamento ambiental da área da Fazenda
BR-020, que atravessa longitudinalmente o Setor. O III e IV que abrangem os parcelamentos: Paranoazinho junto ao Instituto Brasileiro de Meio
Setor é cortado na porção norte pelo Córrego Associação dos Moradores Café Planalto, Ambiente - IBAMA, que abrange tanto o Setor
Paranoazinho e na porção sul pelo Córrego Capão Bianca, Granjas Sofia, Império dos Nobres, Habitacional Boa Vista como os Setores do
Grande. Mansões Petrópolis, Morada dos Nobres, entorno: Contagem, Mansões Sobradinho e
Parque Colorado, Parque das Araras, Prive Grande Colorado.
O Setor, denominado e definido pela Lei
Alphaville, Recanto Real, Residencial 2001,
Complementar n.º 218/99, é compreendido pelas Ao considerar as restrições e
Residencial Vitória e Vivendas Serranas.
Subzonas Habitacionais 6A e 7 – SZH-6A e SZH-7, condicionantes identificados pelo Estudo
pela Subzona Especial de Conservação 2 – SZEC-2 A área deste Setor encontra-se em Urbanístico da ENGEVIX-2000, este plano de
e pela Subzona Industrial 3 – SZI-3 conforme Plano terras desapropriadas pela Terracap, sendo a ocupação propõe que 15% da área total do
Diretor Local – PDL de Sobradinho aprovado pela maior parte em terras não desapropriadas, parcelamento seja destinada à equipamentos
LC n.º 56/97. Há uma pequena parte em zona rural. pertencentes ao espólio de José Cândido de comunitários, equipamentos urbanos e espaços
Souza Dias. Localiza-se, em parte, nos limites livres de uso público. Determina a densidade bruta
A ocupação existente hoje na área
da APA do Planalto Central onde o órgão para o Setor de 50 hab/ha. Estão previstos para o
proposta para o Setor pode ser caracterizada
licenciador é o IBAMA, e em parte na APA da setor os usos residencial unifamiliar, residencial
prioritariamente como de renda média. Em relação à
Bacia do Rio São Bartolomeu, onde o órgão coletivo, comercial, misto, industrial, áreas verdes ,
infra-estrutura urbana, o Setor é atendido por rede
licenciador é a Subsecretaria de Meio Ambiente bem como a recuperação e preservação de áreas
de energia elétrica, iluminação pública e
da SEDUMA. de preservação permanente.
pavimentação asfáltica em alguns trechos. O
sistema de abastecimento de água é feito mediante A área ainda possui um certo grau de A definição do uso do solo considerou o
poço artesiano e o esgotamento sanitário por fossa sensibilidade ambiental devido às condições de sistema viário existente e o proposto, os usos
séptica. declividade e por estar em limites de borda de implantados na área ocupada (uso residencial
chapada, em área de preservação de cursos unifamiliar e uso misto) e os espaços vazios para
Existe aproximadamente no local uma
d’água e de afloramento rochosos. Sua equipamentos comunitários e urbanos.
população de 5.820 habitantes. Ao considerar a
regularização e futura ocupação deve estar
densidade bruta prevista para o Setor poderá chegar A proposta é organizada a partir de um
necessariamente condicionada às restrições de
a uma população de 29.800 habitantes. sistema de vias existentes que estruturam os eixos
uso fornecidas pelos estudos ambientais a
de circulação local.
Na elaboração do plano de ocupação serem realizados para a área.
deste Setor considerou-se parte das informações

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

217
ocupação, com proposta de sistema viário,
QUADRO 11A - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL BOA VISTA zoneamento e equipamentos comunitários.
Área de Nº População População Lotes Para fins de regularização, a área do
Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
Setor que se encontra ocupada é definida como
Área Desapropriada
ARINE Boa Vista I 1.386 139 ha 3.870 6.031 800 Terracap e Área Área de Regularização de Interesse Específico –
Particular ARINE Grande Colorado.
9,58 Área Desapropriada
ARINE Boa Vista II 100 300 380 79 O Setor é formado em parte por terras
ha Terracap
35,78 desapropriadas pela União, em parte por terras não
ARINE Boa Vista III 357 1.174 1.356 309 Área Particular
ha desapropriadas pertencentes ao espólio de José
21,91
ARINE Boa Vista IV 180 505 684 133 Área Particular Cândido de Souza Dias e em parte por terras
ha
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 200 desapropriadas pertencentes à Companhia
Imobiliária de Brasília – TERRACAP (área
09 - Setor Habitacional Grande Colorado desocupada localizada entre o córrego
Paranoazinho e a BR-020).
O Setor Habitacional Grande Colorado – parcelamentos urbanos irregulares: Colorado
SHGC localiza-se na Região Administrativa de Ville, Jardim Europa, Jardim Europa II, O Setor localiza-se nos limites da APA
Sobradinho – RA - V com área de 498,804 ha. Mansões, Colorado, Rural Vivendas Colorado II, do Planalto Central onde o órgão licenciador é o
Limita-se ao norte e à oeste com a Reserva Solar de Athenas, Vivendas Bela Vista, IBAMA.
Biológica da Contagem, ao sul com a BR-020 e a Vivendas Colorado, Vivendas Friburgo I, II e III, A área ainda possui um certo grau de
leste com a DF-150. O setor é cortado pelo Córrego Vivendas Lago Azul. sensibilidade ambiental devido às condições de
Paranoazinho. declividade e por estar em limites de borda de
Todos os parcelamentos inseridos
O Setor, denominado e definido pela Lei nesta área encontram-se consolidados e chapada, em área de preservação de cursos
Complementar n.º 218/99, é compreendido pela dispõem dos serviços de energia elétrica, d’água e de afloramento rochosos. Sua
Subzona Especial de Conservação 1 - SZEC-1 iluminação pública, pavimentação asfáltica, regularização e futura ocupação deve estar
conforme PDL de Sobradinho aprovado pela LC n.º meio-fio e calçada. O sistema de abastecimento necessariamente condicionada às restrições de
56/97 e possui duas áreas distintas. de água é feito por poço profundo em todos os uso fornecidas pelos estudos ambientais a serem
parcelamentos do Setor. A CAESB assumiu o realizados para a área.
A primeira está totalmente parcelada, com
controle do fornecimento de água apenas em Proposta
71% de seus lotes ocupados por uma população de
três parcelamentos. Não há rede de esgoto
10.780 habitantes, caracterizada como de renda Foi elaborado Plano de Ocupação para
sanitário no Setor, sendo este depositado em
média. Poderá chegar à uma população de 24.940 a poligonal de estudo constante do Termo de
fossas sépticas individuais.
habitantes, se considerarmos a densidade bruta Referência para licenciamento ambiental da área
prevista para o Setor. Esta área é composta pelos A segunda área não está parcelada, da Fazenda Paranoazinho junto ao Instituto
mas está sendo abrangida pelo plano de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

218
Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA, que abrange Para fins de regularização, a área Campestre, Vivendas da Serra e Vivendas Paraíso.
tanto o Setor Habitacional Grande Colorado como os
Setores do entorno: Contagem, Mansões
ocupada do Setor foi dividida em duas áreas
distintas:
• Área de Regularização de Interesse
Específico-ARINE Contagem II, que abrange os
Sobradinho e Boa Vista.
• Área de Regularização de Interesse parcelamentos: Alvorecer dos Pássaros,
O estudo propõe que 15% da área total Específico-ARINE Contagem I, que abrange os Contagem, Recanto do Mené e Rio Negro.
do parcelamento seja destinada à área pública e parcelamentos:
determina a densidade bruta para o Setor de 50
hab/ha. Estão previstos os seguintes usos:
QUADRO 12 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL GRANDE COLORADO
residencial unifamiliar, residencial coletivo,
comercial, misto, Institucional. Áreas verdes são Área de Nº População População
Área Situação fundiária
previstas, bem como a recuperação e preservação Regularização lotes Atual Prevista
de áreas de preservação permanente.

10 - Setor Habitacional Contagem Área Desapropriada


ARINE Grande 356,20 e Área
2.996 10.781 12.550 2.500
O Setor Habitacional Contagem – SHC Colorado ha Desapropriada pela
localiza-se na Região Administrativa de Sobradinho União
– RA - V com área de 490,744 ha. Limita-se ao norte
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
pela DF-420, a oeste pela DF-150 e ao sul pelo
Setor Habitacional Boa Vista. O Setor é cortado por Boa Sorte, Caravelo, Chácara Beija-Flor,
cursos d’água que deságuam no córrego Existe ainda o parcelamento, de
Fraternidade, Jardim América, Jardim Ipanema,
Paranoazinho. propriedade da IRFASA S/A Construções Indústria
Morada Imperial, Novo Horizonte, Recanto dos
e Comércio, que se encontra desocupado, mas foi
O Setor, definido e denominado pela Lei Nobres, Residencial Bem Estar, Residencial
que incluído neste plano de ocupação.
Complementar n.º 218/99, é compreendido pelas Halley, Residencial Jardim Vitória, Residencial
Subzonas Habitacionais 5 e 6B – SZH-5 e SZH-6B, Mansões Sobradinho II, Residencial Mansões Com exceção deste parcelamento, todos
pela Subzona Rural 1 – SZR-1 e pela Subzona Sobradinho III, Residencial Marina, Residencial os demais encontram-se consolidados e são
Especial de Conservação 3 – SZEC-3, conforme Meus Sonhos, Residencial Morada, Residencial atendidos por infra-estrutura de energia elétrica,
Plano Diretor Local – PDL de Sobradinho aprovado Planalto, Residencial Sobradinho, Residencial iluminação pública e pavimentação asfáltica. O
pela LC n.º 56/97. Possui atualmente uma Sol Nascente, Residencial Versalhes, sistema de abastecimento de água é feito por poço
população estimada de 11.074 habitantes, Residencial Vila Verde, Residencial Villa Rica, artesiano e o esgotamento sanitário por fossa
caracterizada como de média renda em sua maioria, Rural Residencial Petrópolis, Rural Residencial séptica.
e que pode chegar a uma população de 34.350 Vivendas Alvorada, Serra Dourada – Etapa I,
A área do Setor encontra-se em terras
habitantes, considerando a densidade bruta prevista Serra Dourada – Etapa II, Vila Centro Sul, Vila
não desapropriadas, sendo parte pertencente ao
para o Setor. Rosada, Vivendas Alvorada, Vivendas
Espólio José Cândido de Souza.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

219
O Setor localiza-se na Área de Proteção A via principal de circulação e de 11 - Setor Habitacional Mansões Sobradinho
Ambiental – APA do Planalto Central cujo órgão trânsito rápido, contorna toda a parte ocupada
O Setor Habitacional Mansões
licenciador é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente do Setor. Esta via é proposta como forma de
Sobradinho – SHMS localiza-se na Região
e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. permitir a distribuição do tráfego no setor.
Administrativa de Sobradinho _ RA V com área de
Foram propostas também avenidas de
A área possui um certo grau de 400,490 ha. Limita-se ao norte e a oeste com a
circulação dentro do Setor Habitacional fazendo
sensibilidade ambiental devido às áreas de Reserva Biológica da Contagem, e com a DF-150.
a ligação das vias de trânsito rápido com as
preservação dos cursos d’água. Sua regularização e O setor é cortado pelo córrego Paranoazinho.
avenidas de atividades.
ocupação deve estar necessariamente condicionada
O Setor, denominado e definido pela Lei
às restrições de uso fornecidas pelos estudos
As vias coletoras estão Complementar nº 218/99, é compreendido pela
ambientais a serem realizados para a área.
disponibilizadas em várias partes do setor, Subzona Habitacional 4 – SZH-4 conforme PDL de
Proposta fazendo ligação ainda com áreas que dispõem Sobradinho aprovado pela LC nº. 56/97. O Setor
de equipamentos de educação, saúde, Habitacional Mansões Sobradinho possui uma
Propõe-se que 15% da área total do
segurança e lazer. Também recebem e população atual de 15.227 habitantes,
parcelamento seja destinado à área pública e
distribuem o tráfego das vias locais que dão caracterizada como de renda baixa em sua
determina-se a densidade bruta para o Setor de 70
acesso às residências. maioria, podendo chegar a uma população de
hab/ha. Estão previstos para o setor os usos
32.040 habitantes considerando a densidade
residencial unifamiliar, residencial coletivo,
populacional bruta prevista para o Setor.
comercial, misto, industrial, institucional. Áreas
verdes são previstas, assim como a recuperação e
preservação de áreas de preservação permanente.

A organização de uso do solo no Setor


QUADRO 13 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL CONTAGEM
elaborada considerou o sistema viário existente e o
proposto, os usos implantados na área ocupada Área de

População População Lotes
(uso residencial unifamiliar e uso misto) e os lotes Área Situação fundiária
Regularização atual prevista ocupados
espaços vazios para equipamentos comunitários e
urbanos. ARINE Contagem I 2.738 234 ha 8.726 10.544 2.250 Área Particular

A proposta é organizada a partir de um ARINE Contagem II 287 23 ha 855 927 258 Área Particular
sistema de vias existentes que estruturam os eixos Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

de circulação local. As vias DF-150 e DF-420 foram


consideradas avenidas de atividades pois é onde
está concentrado o fluxo de comércio.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

220
Esta área é composta por dezenove O Setor é formado por dezesseis Proposta
parcelamentos, sendo que para fins de parcelamentos em terras não desapropriadas e
Foi elaborado Plano de Ocupação para
regularização foram divididos em três áreas três em terras desapropriadas em comum,
a poligonal de estudo do Termo de Referência para
distintas, sendo elas: sendo estes: Vale da Lua, Vila Rabelo I e II e
licenciamento ambiental da área da Fazenda
• Área de Regularização de Interesse Específico
Mansões
Sobradinho.
Sobradinho ou Mini-Chácaras
Paranoazinho junto ao instituto Brasileiro de Meio
– ARINE Mansões Sobradinho composto por: Ambiente - IBAMA, que abrange tanto o Setor
Chácara Catavento, Comercial e Residencial Setor A área localiza-se nos limites da APA Habitacional Mansões Sobradinho, como os
de Mansões Sobradinho Qd 51 A, Fibral, Mansões do Planalto Central onde o órgão licenciador é o Setores do entorno: Contagem, Grande Colorado e
Liberais II, Mansões Sobradinho ou Mini Chácaras IBAMA. Boa Vista.
Sobradinho, Serra Azul, Setor de Mansões
A área ainda possui um certo grau de Estudo propõe que 10% da área total do
Sobradinho QMS 44, Sobradinho Novo ou Setor de
sensibilidade ambiental devido às condições de parcelamento seja destinado à área pública e
Mansões e Vale Verde.
declividade e por estar em limites de borda de determina a densidade bruta para o Setor de 80
• Área de Regularização de Interesse Social – chapada, em área de preservação de cursos hab/ha. Estão previstos os seguintes usos:
ARIS Mansões Sobradinho I, composta por: d’água e de afloramento rochosos. Sua residencial unifamiliar, residencial coletivo,
Chácara Bela Vista, Quadra 45 A, Setor de Mansões regularização deve estar necessariamente comercial, misto, Institucional. São previstas áreas
Sobradinho – Setor Pinheiros, QMS 60 B, Vale da condicionada às restrições de uso fornecidas verdes, assim como a recuperação e preservação
Lua, Rural Vale das Sucupiras, Vale das Acácias, pelos estudos ambientais a serem realizados de áreas de preservação permanente.
Vale do Sol e Vila Rabelo I e II. para a área.

• Área de Regularização de Interesse Social –


ARIS Mansões Sobradinho II, composta por: Centro QUADRO 14 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL MANSÕES SOBRADINHO
Comercial e Residencial Setor de Mansões
Área de Nº População População Lotes
Sobradinho e Mansões Sobradinho ou Mirante da Regularização lotes
Área
atual prevista ocupados
Situação fundiária
Serra.
Área
Todos os parcelamentos encontram-se ARINE Mansões 249,23 Desapropriada
3.024 11.332 13.488 2.660
consolidados e dispõem dos serviços de energia Sobradinho ha Terracap e Área
Particular
elétrica, iluminação pública, pavimentação asfáltica,
meio-fio e calçada. O sistema de abastecimento de Área
Desapropriada,
água é feito por poço profundo em todos os ARIS Mansões 118,07
1.587 4.735 6.181 1.247 Área Desapropriada
parcelamentos do setor. Não há rede de esgoto Sobradinho I ha
em Comum e Área
sanitário no setor, sendo este depositado em fossas Particular
sépticas individuais.
12 - Setor Habitacional Fercal
ARIS Mansões 33,35
333 1.101 1.265 290 Área Particular
Sobradinho II ha

Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

221
12 - Setor Habitacional Fercal fossas sépticas individuais, nem rede de
declividade, por estar em limites de
drenagem pluvial. O transporte coletivo
O Setor Habitacional Fercal – SHF borda de chapada, em área de preservação de
atende precariamente a comunidade, pois
localiza-se na Região Administrativa de Sobradinho cursos d’água e de afloramento rochosos. Sua
existe apenas uma linha ligando a
– RA - V com área de 802,276 ha. Limita-se com a regularização, portanto, deve estar
Comunidade Bananal até Sobradinho II.
DF-205 e DF-150. O setor é cortado pelo Córrego do necessariamente condicionada às restrições de
Engenho Velho. O Setor é formado por uso fornecidas pelos estudos ambientais a serem
parcelamentos em terras de particular realizados para a área.
O Setor, denominado e definido pela Lei
desapropriada pela Terracap e desapropriada
Complementar n.º 218/99, é compreendido pela Proposta
em comum. A área localiza-se nos limites da
Subzona Habitacional 9 – SZH-9 conforme PDL de
APA do Planalto Central onde o órgão Propõe-se que 15% da área total do
Sobradinho aprovado pela LC n.º 56/97. O Setor
licenciador é o Instituto Brasileiro de Meio parcelamento seja destinada à área pública e
Habitacional Fercal possui uma população atual de
Ambiente - IBAMA, salientamos que parte do determina-se a densidade bruta para o Setor de 20
7.311 habitantes, caracterizada como de renda
Setor a oeste da DF-150 encontra-se na Área hab/ha. Estão previstos os seguintes usos:
baixa, podendo chegar a uma população de 16.045
de Proteção Ambiental – APA de Cafuringa, residencial unifamiliar, residencial coletivo,
habitantes, considerando a densidade populacional
criada pelo Decreto n.º 11.123, de 10 de junho comercial, misto, institucional. São previstas áreas
prevista para o Setor. Esta área é composta por
de 1988, alterado pelo Decreto n.º 11.251, de verdes, assim como a recuperação e preservação
cinco parcelamentos que para fins de regularização
13 de setembro de 1988, sobrepondo-se a APA de áreas de preservação permanente.
foram divididos em áreas distintas, sendo elas:
do Planalto Central,
• Área de Regularização de Interesse Social –
A área ainda possui um certo grau de
O acesso principal ao Setor se dá pela
DF-150 e DF-205. A via DF-150 foi caracterizada
ARIS Fercal I, composta por: Comunidade Alto Bela
sensibilidade ambiental devido às condições de como avenida de circulação e via de trânsito
Vista, Comunidade Bananal, Comunidade Fercal
rápido.
Leste ou Fercal Leste e Rural Engenho Velho.

• Área de Regularização de Interesse Social – QUADRO 15 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL FERCAL


ARIS Fercal II, composta por: Rua do Mato.
Área de Nº População População Lotes
• Área de Regularização de Interesse Social – Regularização lotes
Área
atual prevista ocupados
Situação fundiária

ARIS Fercal III, composta por: Fecal Oeste. Área Desapropriada


Terracap,
A maior parte dos parcelamentos 197,46
ARIS Fercal I 1.945 7.311 7.391 1.924 Desapropriada em
ha
encontra-se consolidada e dispõe dos serviços Comum e Área
de energia elétrica e iluminação pública. O Particular
28,29
sistema de abastecimento de água é feito por ARIS Fercal II 135
ha
515 515 135 Área Particular
poço profundo. Não há rede de esgoto 16,10
ARIS Fercal III 130 494 494 130 Área Particular
sanitário no setor, sendo este depositado em ha
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH 2006 )

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

222
Para fins de regularização, a área do O acesso existente ao Setor ocorre pela
A proposta conta com uma via de
Setor que se encontra ocupada é definida como BR-020. A proposta de plano de ocupação é
atividades, marginal à DF-150, que suporta o
Área de Regularização de Interesse Específico organizada a partir de uma via principal de
comércio local. A Avenida Engenho Velho,
– ARINE Alto da Boa Vista. circulação que contorna toda poligonal de estudo e
caracterizada como via de circulação, serve tanto
estrutura o eixo de transporte para o Setor. Esta via
para o transporte coletivo como para o A área de estudo encontra-se em
faz a transição da via de acesso, BR-020, e as vias
desafogamento das vias locais. As vias locais estão terras não desapropriadas do imóvel Fazenda
secundárias que distribuem o tráfego para as áreas
disponibilizadas em várias partes do setor, fazendo Sarandy e localiza-se nos limites da APA do
residenciais.
ligação ainda com áreas que dispõem de Planalto Central, tendo o Instituto Brasileiro de
equipamentos de educação, saúde, segurança e Meio Ambiente - IBAMA como órgão O programa de necessidades deste
lazer. licenciador. estudo considerou a densidade populacional, os
espaços disponíveis na estrutura existente, a
13 - Setor Habitacional Alto da Boa Vista Em virtude da proximidade com
compatibilização do sistema viário com a demanda,
áreas de afloramento rochosos e de
O Setor Habitacional Alto da Boa Vista – o porte do equipamento a ser proposto e a
preservação de mananciais, a regularização
SHABV localiza-se na Região Administrativa de existência ou não das atividades na área.
deste Setor deve estar necessariamente
Sobradinho – RA - V com área de 248.423 ha.
condicionada às restrições fornecidas pelos
Limita-se ao sul pela BR-020, ao norte e a leste
estudos ambientais realizados para a área.
pelas Áreas de Proteção de Manancial – APM
Mestre D’Armas e Corguinho. Proposta

O Setor definido pela Lei Complementar Consideraram-se as restrições e


n.º 218/99, insere-se na Zona Rural de Sobradinho e condicionantes identificados pelo Estudo
abrange um único parcelamento de média renda que Urbanístico e pelo Estudo de Impacto
apresenta atualmente uma população aproximada Ambiental. Propõe-se que 15% da área total do
de 150 habitantes podendo chegar a uma população parcelamento seja destinada à área pública.
prevista de 12.420 habitantes, conforme a Determina-se a densidade bruta para o Setor de
densidade bruta prevista para o setor. 50 hab/ha.

Em relação à infra-estrutura urbana,


alguns trechos são atendidos por rede de energia QUADRO 16 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL ALTO DA BOA VISTA
elétrica, iluminação pública e pavimentação
asfáltica. Encontram-se em fase de elaboração os Área de Nº População População Lotes
Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
projetos de abastecimento de água e rede de esgoto
para o Setor. ARINE Alto da Boa 250,45
1.495 95 5.681 25 Área Particular
Vista ha
14 - Setor Habitacional Nova Colina
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

223
O Setor Habitacional Nova Colina – A área do Setor abrange terras Sua regularização deve estar
SHNC localiza-se na Região Administrativa de desapropriadas pela União e terras condicionada às restrições de uso fornecidas pelos
Sobradinho – RA - V com área de 270,018 ha, limita- desapropriadas em comum. estudos ambientais a serem realizados para a
se ao norte pela BR-020 e a oeste com a DF-440. área.
O Setor localiza-se na Área de
O Setor, denominado e definido pela Lei Proteção Ambiental – APA do São Bartolomeu, Proposta
Complementar n.º 218/99, insere-se na Zona Rural a qual foi rezoneada através da Lei n.º
O plano de ocupação propõe que 15%
de Sobradinho e tem uma pequena parte ao norte 1.149/1996. Segundo o rezoneamento, o SHNC
da área total do parcelamento seja destinada à
compreendida pela Subzona Industrial 1A – SZI-1 está dentro da Zona de Uso Agropecuário 2
área pública e determina a densidade bruta para o
conforme PDL aprovado pela LC n.º 56/97. A onde se permitem os usos de conservação,
Setor de 70 hab/ha. Estão previstos para o Setor
ocupação existente hoje é caracterizada como de conservação de pastagem nativa, silvicultura,
os usos residencial unifamiliar, residencial coletivo,
renda média, e possui atualmente uma população agropecuária extensiva, empreendimentos
comercial, misto, industrial, institucional e áreas
aproximada de 7.910 habitantes. Ao considerar a comerciais, institucionais, de prestação de
verdes e de preservação permanente.
densidade populacional prevista, poderá chegar a serviços, extrativismo mineral e rural.
uma população de 18.900 habitantes.

Em relação à infra-estrutura urbana, o QUADRO 17 - RA SOBRADINHO - SETOR HABITACIONAL NOVA COLINA


Setor é atendido por rede de energia elétrica, Área de Nº População População Lotes
iluminação pública e pavimentação asfáltica em Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
alguns trechos. O sistema de abastecimento de Desapropriada em
água é feito por poço artesiano e o esgotamento ARINE Nova Colina 127,30 Comum
1.885 6.787 7.512 1.694
sanitário por fossa séptica. I ha Desapropriada pela
União
Para fins de regularização, a área do ARINE Nova Colina 77,80 Área Desapropriada
Setor que se encontra ocupada é definida como 465 1.123 1.773 294
II ha pela União
Área de Regularização de Interesse Específico – Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006 )
ARINE Nova Colina I e ARINE Nova Colina II, que
abrangem os parcelamentos Asa Branca ou Porto
Real, Bela Vista Serrana, Campo Verde ou Dignéia
II, Colina Nova Dignéia ou Dignéia I, Dignéia III,
Lara, Morada Colonial, Nova Colina I, Nova Colina II,
Novo Setor de Mansões Sobradinho, Petrópolis,
Recanto da Serra, Solar dos Nogueiras e Uberaba.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

224
S-2. Área de Regularização de Interesse Social – Proposta
S-3. Área de Regularização de Interesse Social
ARIS Queima Lençol
– ARIS Buritis
O estudo propõe que 15% da área
A Área de Regularização de Interesse
total seja destinada à Área Pública e determina Em relação à infra-estrutura urbana, a
Social – ARIS Queima Lençol localiza-se na Região
a densidade bruta para o Setor de 20 hab/ha. área é atendida A Área de Regularização de
Administrativa de Sobradinho – RA - V com área de
Estão previstos os seguintes usos: residencial Interesse Social – ARIS Buritis localiza-se na
42,64 (quarenta e dois hectares e sessenta e quatro
unifamiliar, comercial, misto, institucional, e Região Administrativa de Sobradinho RA – V, com
centiares). Encontra-se às margens da DF-150, em
áreas verdes e de preservação permanente. área de 24,53 hectares. Possui como limites: ao
frente à fábrica de cimento CIPLAN.
norte e a oeste o Parque Ecológico e
A ARIS é compreendida pela Subzona O acesso principal a ARIS se dá Vivencial Canela de Ema, ao sul o Núcleo Rural
Habitacional 9 – SZH-9 conforme PDL de pela DF-150. Esta via foi caracterizada como Sobradinho II e a leste Sobradinho II.
Sobradinho aprovado pela LC n.º 56/97. Possui uma avenida de circulação e via de trânsito rápido.
A ARIS foi proposta a partir da ocupação
população atual de 920 (novecentos e vinte)
de uma chácara do Núcleo Rural Sobradinho II
habitantes, caracterizada como de renda baixa. A proposta conta ainda com uma
conhecida como Chácara Buritis.
via secundária que suporta o comércio local,
A ocupação encontra-se consolidada e
o transporte coletivo e dá acesso às vias A ARIS é compreendida parte pela
dispõe dos serviços de energia elétrica e iluminação
locais. Essas vias fazem a ligação com Subzona Habitacional 3 – SZH-3, destinada
pública. O sistema de abastecimento de água é feito
áreas que dispõem de equipamentos de predominantemente ao uso residencial unifamiliar,
por poço profundo. Não há rede de esgoto sanitário,
educação, saúde, segurança e lazer. A via e parte pela Subzona Especial de Conservação 3 –
sendo este depositado em fossas sépticas
secundária e a via de acesso principal são SZEC-3, constituída pelo Parque Ecológico e
individuais, nem rede de drenagem pluvial.
caracterizadas como de uso misto. Vivencial Canela de Ema, conforme Plano Diretor
A ARIS Queima Lençol situa-se parte em
terras não desapropriadas da Fazenda Sobradinho e
QUADRO 18 - RA SOBRADINHO – FORA DE SETOR HABITACIONAL
parte em terras desapropriadas pela TERRACAP.

A área localiza-se nos limites da APA do Área de Nº População População Lotes


Área Situação fundiária
Planalto Central onde o órgão licenciador é o Regularização lotes atual prevista ocupados
IBAMA. A área ainda possui um certo grau de Área Desapropriada
ARIS Queima
sensibilidade ambiental devido às condições de 243 43 920 920 243 Terracap e Área
Lençol
Particular
declividade e por estar em limites de borda de
chapada, área de preservação de cursos d’água e Área Desapropriada
ARIS Buritis 394 23 1.474 1.497 388
Terracap
afloramento rochosos. Sua ocupação e/ou
regularização deve estar necessariamente Área Desapropriada
ARIS DNOCS 573 13 1.920 1.920 573
condicionada às restrições de uso fornecidas pelos em Comum
estudos ambientais a serem realizados para a área. Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

225
Sobradinho II, classificadas como vias locais, Plano Diretor Local – PDL de Sobradinho,
Local – PDL de Sobradinho,
que dão acesso às residências. As vias que dão aprovado pela LC n.º 56/97.
aprovado pela LC n.º 56/97. A área de estudo para
acesso aos lotes de uso misto foram
ARIS Buritis abrange a ocupação existente hoje e
classificadas como vias de atividades. A via de A área de estudo para ARIS DNOCS
área para remoção de lotes que irão interferir com
trânsito rápido, que configura um anel viário, abrange a ocupação existente com cerca de 2.000
os projetos de urbanismo e de infra-estrutura. A
permite o acesso aos lotes destinados aos habitantes de renda baixa.
população apresenta características de baixa renda
equipamentos públicos. A outra via de trânsito
e possui atualmente uma população aproximada de
rápido proposta fará a ligação de Sobradinho II Em relação à infra-estrutura urbana, a
1.500 (hum mil e quinhentos) habitantes podendo
com a DF-150. Neste Plano foram previstos os área é atendida por rede de energia elétrica,
chegar a uma população prevista de 2.175
usos: residencial unifamiliar, misto e iluminação pública e sistema de abastecimento de
habitantes.
institucional ou coletivo. água.

Em relação à infra-estrutura urbana, o Este Estudo propõe a criação de 02 A Área de Regularização de Interesse
Setor é atendido por rede de energia elétrica, (dois) lotes para implantação de equipamentos Social Buritis encontra-se em terras
iluminação pública e sistema de abastecimento de comunitários, sendo eles: Centro de Saúde e desapropriadas em comum da Fazenda Larga dos
água. O esgoto é feito por fossa séptica não Centro de Ensino. Olhos D’Água.
havendo rede de drenagem pluvial e pavimentação
asfáltica. S-4. Área de Regularização de Interesse A área onde se encontra o parcelamento
Social – ARIS Dnocs está dentro da Área de Proteção Ambiental - APA
A Área de Regularização de Interesse
A Área de Regularização de do Rio São Bartolomeu, e neste caso, o órgão
Social Buritis encontra-se em terras desapropriadas
Interesse Social – ARIS DNOCS localiza-se na licenciador é o Instituto Brasília Ambiental - IBRAM.
pela TERRACAP da Fazenda Sobradinho e abrange
Região Administrativa de Sobradinho RA – V, Sua ocupação e/ou regularização deve
toda a ocupação consolidada com características
com área de 13,91 hectares. Possui como estar necessariamente condicionada às restrições
urbanas.
limites: ao norte a BR-020, a oeste e a leste de uso fornecidas pelos estudos ambientais a
Proposta Subzona Industrial de Sobradinho onde se serem realizados para a área.
Na elaboração do Plano de Ocupação localiza a Área de Desenvolvimento Econômico
– ADE de Sobradinho e ao sul a Zona Rural de Proposta
considerou-se as restrições e condicionantes
identificados. Propõe-se que 15% da área total do Sobradinho II. A proposta de uso e ocupação do solo
parcelamento seja destinado à Área Pública e A ARIS é compreendida pela prevê que 8,80% da área total do parcelamento
determina a densidade bruta para a Área de Subzona Habitacional 8 – SZH-8, destinada seja destinado aos espaços livres de uso público e
Regularização de Interesse Social Buritis de 90 predominantemente ao uso residencial 19,49% à área verde e determina a densidade
hab/ha. unifamiliar, permitido o uso institucional ou bruta para a Área de Regularização de Interesse
comunitário em lotes específicos, conforme Social – ARIS DNOCS de 140 hab/ha. O uso
A proposta é organizada a partir da
continuação do traçado das vias da AR 06 e 08 de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

226
configura-se com lotes residenciais, institucionais,
FIGURA 83 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM SOBRADINHO
comerciais e mistos.

A proposta é organizada a partir do


traçado das vias já existentes, classificadas como
vias locais e secundárias ou coletoras. As vias
secundárias darão acesso aos equipamentos
públicos, praça, posto de saúde e lotes de uso
misto.

Este Plano de Uso e Ocupação prevê a


implantação de uma Escola de Ensino Fundamental
e um Posto de Saúde

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

227
RA Planaltina Nova Esperança, Vila Nova Esperança Ch.33. A A área de estudo para regularização
ARIS II abrange os seguintes parcelamentos: encontra-se em terras particulares, à exceção do
Cachoeira, Nosso Lar, Residencial Samauma e parcelamento Nova Planaltina, que está inserido
15 - Setor Habitacional Mestre D’Armas Rural Mestre D’Armas e a ARIS III abrange os parte em terras particulares, e parte em terras
seguintes parcelamentos : Nova Petrópolis e incorporadas ao patrimônio da Companhia
O Setor Habitacional Mestre D’Armas
DVO. O parcelamento “Rancho Biriba” Imobiliária de Brasília - TERRACAP.
localiza-se na Região Administrativa de Planaltina
encontra-se no Setor porém fora da ARIS. Fora
RA-VI, próximo a DF-128 e a BR-020. Seu limite é A maior parte da área de estudo está
o Residencila Sarandy que é caracterizado
definido pelos Córregos Ribeirão Mestre D’Armas, inserida na APA da Bacia do Rio São Bartolomeu,
como média renda, todos os demais
Corguinho e pela Estação Ecológica de Águas criada pelo Decreto Federal n.º 88.940/1983 e
parcelamentos deste Setor são de baixa renda.
Emendadas. rezoneada em função das ocupações irregulares
Excluindo o Residencial Sarandy, existentes, pela lei n.º 1.149/1996. A partir de 10 de
O plano de ocupação deste Setor parte
caracterizado como média renda, todos os janeiro de 2002, parte da poligonal passou a
do Estudo Urbanístico da área urbana e das
parcelamentos deste Setor são de baixa renda. integrar a APA do Planalto Central. Desta forma o
ocupações irregulares na área rural da Região
licenciamento do Setor passou a ser de
Administrativa de Planaltina R.A-VI, realizado pela Atualmente são cerca de 27.049
responsabilidade do Instituto Brasileiro de Meio
TOPOCART em 2005/2006. habitantes. O Setor é atendido por rede de
Ambiente - IBAMA. Nenhum parcelamento do Setor
energia elétrica, rede de água e é parcialmente
A partir dele, foram criadas três Áreas de Habitacional Mestre D’Armas apresenta
atendido por rede de esgoto e pavimentação
Regularização de Interesse Social – ARIS com área licenciamento ambiental.
asfáltica.
total de 722,325 ( setecentos e vinte e dois hectares
e trezentos e vinte e cinco centiares). Considerou-se
o grau de consolidação das ocupações e a QUADRO 19 - RA PLANALTINA - SETOR HABITACIONAL MESTRE D´ARMAS
disponibilidade de área tanto para locação de
Área de Nº População População Lotes
equipamentos, quanto para transferência das Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
ocupações que devem ser remanejadas.
Área Desapropriada
ARIS Mestre
A ARIS I abrange os seguintes 7.478 601 ha 25.347 29.958 6.292 Terracap e Área
D´Armas I
parcelamentos: COOHAPLAN – Itiquira, Estância Particular
Mestre D'Armas I, II, III, IV e V, Estância Planaltina, ARIS Mestre 56,80 Área Desapropriada
381 904 1.479 233
D´Armas II ha e Área Particular
Expansão da Vila Nova Esperança, Mestre D’Armas
Área Desapropriada
VI, Módulos Rurais Mestre D’Armas, Nova
União, Área
Esperança, Park Mônaco, Residencial Nova ARIS Mestre Desapropriada
448 64,26 410 1.740 105
Planaltina, Residencial Sarandy, Rural Mestre D´Armas III Terracap e
D’Armas (Recanto do Sossego), Setor de Mansões Desapropriada em
Comum
Itiquira, Setor de Mansões Mestre D’Armas I, Vila Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

228
Proposta Amanhecer I, III, S/N, V, Portal V, Projeto Sete, Nenhum parcelamento do Setor Habitacional
Quintas do Amanhecer III, Recanto Feliz, Arapoanga possui licenciamento ambiental.
A partir do levantamento realizado pela
Reparc. Mestre D’Armas Ch.16, Residencial
Secretaria de Fazenda do Distrito Federal em agosto
São Francisco, Residencial Prado, Residencial
de 2006 e do estudo realizado pela TOPOCART,
Sandray, Residencial Veneza I, II, San Proposta
propõe-se que 10% da área total do parcelamento
Sebastian, Setor Residencial Nova Esperança,
seja destinada à área pública e define-se a A partir do levantamento realizado pela
Vila Feliz. A ARIS II abrange o parcelamento
densidade bruta do Setor Habitacional Mestre Secretaria de Fazenda do Distrito Federal em
Residencial Marisol.
D’Armas equivalente a 50 hab/ha. agosto de 2006 e do estudo realizado pela
A área de estudo para regularização TOPOCART, propõe-se que 10% da área total do
encontra-se em terras não desapropriadas e parcelamento seja destinado à área pública.
16 - Setor Habitacional Arapoanga está inserida na APA da Bacia do Rio São Define-se a densidade bruta do Setor Habitacional
Bartolomeu, criada pelo Decreto Federal n.º Arapoanga equivalente a 75 hab/ha.
O Setor Habitacional Arapoanga localiza-
88.940/1983 e rezoneada em função das
se na Região Administrativa de Planaltina RA-VI,
ocupações irregulares existentes, pela lei n.º
próximo à DF-130 e à BR-230. Os limites da
1.149/1996.
poligonal do Setor são definidos pelos Córregos
Ribeirão Mestre D’Armas e Córrego do Atoleiro.
QUADRO 20 - RA PLANALTINA - SETOR HABITACIONAL ARAPOANGA
O plano de ocupação deste Setor parte
das informações reunidas em Estudo Urbanístico da Área de Nº População População Lotes
área urbana da Região Administrativa de Planaltina Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
– RA-VI, realizado pela TOPOCART em 2005/2006.
ARIS Arapoanga I 7.417 462 ha 28.312 53.039 5.961 Área Particular
A partir dele, e considerando que todos os 10,607
ARIS Arapoanga II 186 256 722 66 Área Particular
parcelamentos do Setor Habitacional Arapoanga são ha
de baixa renda, foram definidas duas Áreas de Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Regularização de Interesse Social – ARIS, onde foi


considerado o grau de consolidação das ocupações
e a disponibilidade de área tanto para locação de
equipamentos, quanto para transferência das
ocupações que devem ser remanejadas. A ARIS I
abrange os seguintes parcelamentos: Bairro Nossa
Senhora de Fátima, COOHAPLAN – Vila Dimas,
Eldorado, Esperança, Flamboyant, Mansões
Arapoanga, Mestre D’Armas Etapa III, Portal do

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

229
17 - Setor Habitacional Aprodarmas Proposta 18 - Setor Habitacional Vale do Amanhecer

A área proposta para o Setor Habitacional A partir do levantamento realizado O Setor Habitacional Vale do
Aprodarmas está localizada na Região pela Secretaria de Fazenda do Distrito Federal Amanhecer localiza-se na Região Administrativa de
Administrativa de Planaltina RA-VI, ao longo da DF- em agosto de 2006 e do estudo realizado pela Planaltina RA-VI, próxima à DF-130. O limite de
130. A poligonal do Setor limita-se ao norte com a TOPOCART, propõe-se que 10% da área total sua poligonal é definido pelos Córregos Ribeirão
DF-230 e ao sul com o Ribeirão Pipiripau. do parcelamento seja destinada à área pública Mestre D’Armas, Pipiripau e Córrego Quinze.
e define-se a densidade bruta para o Setor
O plano de ocupação deste Setor parte O plano de ocupação deste Setor parte
Habitacional Aprodarmas equivalente a 75
das informações reunidas no Estudo Urbanístico da das informações reunidas em Estudo Urbanístico
hab/ha. Os usos previstos neste plano são:
área urbana da Região Administrativa de Planaltina - da área urbana da Região Administrativa de
residencial unifamiliar, coletivo, misto,
RA-VI, realizado pela TOPOCART em 2005/2006. Planaltina – RA-VI, realizado pela TOPOCART em
comercial, residencial multifamiliar. Também é
2005/2006.
A partir dele, foram criadas três Áreas de destinada área para parque no Setor.
Regularização de Interesse Social – ARIS,
considerando o grau de consolidação das
ocupações e a disponibilização de área tanto para
locação de equipamentos, quanto para transferência QUADRO 21 - RA PLANALTINA - SETOR HABITACIONAL APRODARMAS
das ocupações que devem ser remanejadas.
Área de Nº População População Lotes
Área Situação fundiária
A ARIS I abrange o parcelamento Morada Regularização lotes atual prevista ocupados
Nobre, a ARIS II os parcelamentos Quintas do 9,94
ARIS Aprodarmas I 109 252 423 65 Área Particular
Amanhecer II e Vale do Sol , e finalmente, a ARIS III ha
44,99
que corresponde ao parcelamento Mansões do ARIS Aprodarmas II 471 1.587 1.847 404 Área Particular
ha
Amanhecer. A ocupação existente hoje em todo o 33,79
ARIS Aprodarmas III 111 322 431 83 Área Particular
Setor é caracterizada como de baixa renda. ha
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
A área de estudo para regularização
encontra-se em terras não desapropriadas e está
inserida na APA da Bacia do Rio São Bartolomeu,
criada pelo Decreto Federal n.º 88.940/1983 e QUADRO 22 - RA PLANALTINA - SETOR HABITACIONAL VALE DO AMANHECER
rezoneada em função das ocupações irregulares
Área de Nº População População Lotes
existentes, pela lei n.º 1.149/1996. O órgão Regularização lotes
Área
atual prevista ocupados
Situação fundiária
licenciador desta APA é a Subsecretaria de Meio
153,35 Área Desapropriada
Ambiente-SEDUMA. Nenhum parcelamento do ARIS Vale do 2.910 10.809 11.364 2.767
ha Terracap
Setor Habitacional Aprodarmas apresenta Amanhecer
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
licenciamento ambiental.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

230
A partir deste material, e ao considerar FIGURA 84 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM PLANALTINA
que todos os parcelamentos deste Setor são de
baixa renda, foi criada uma Área de Regularização
de Interesse Social – ARIS. Para isto, observou-se o
grau de consolidação das ocupações e a
disponibilidade de área tanto para locação de
equipamentos, quanto para transferência das
ocupações que devem ser remanejadas. A ARIS
abrange os seguintes parcelamentos: Loteamento
Pacheco e Vale do Amanhecer.

A área de estudo para regularização


encontra-se parte em terras particulares e
desapropriadas e está inserida na APA da Bacia do
Rio São Bartolomeu, criada pelo Decreto Federal n.º
88.940/1983 e rezoneada em função das ocupações
irregulares existentes, pela lei n.º 1.149/1996.
Nenhum parcelamento do Setor Habitacional Vale
do Amanhecer apresenta licenciamento ambiental.

Proposta

A partir do levantamento realizado pela


Secretaria de Fazenda do Distrito Federal em agosto
de 2006 e do estudo realizado pela TOPOCART,
propõe-se que 10% da área total do parcelamento
seja destinado à área pública. Define-se a
densidade bruta do Setor Habitacional Vale do
Amanhecer equivalente a 200 hab/ha.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

231
áreas do setor as áreas de equipamentos de Uso Intensivo 1 e 2 – ZUI 1 e 2, parte em Zona
RA Paranoá
públicos, áreas verdes e espaços livres de uso de Uso Agropecuário 1 – ZUA 1 e parte em Zona
público. de Uso Restrito – ZUR.
19 - Setor Habitacional Altiplano Leste Para o setor é estimada uma Proposta
população atual de 791 (setecentos e noventa e
O Setor Habitacional Altiplano Leste – A partir dos estudos realizados
um) habitantes distribuídos nos parcelamentos
SHAL está localizado entre a Região Administrativa para o Setor Altiplano Leste e informações
informais do setor. As características da
do Paranoá (RA-VII) e a Região Administrativa do recolhidas sobre as ocupações irregulares propõe-
população residente são renda média e alta
Lago Sul (RA XVI), logo ao norte do Setor se uma densidade máxima de 50 hab/ha e uma
com lotes de área média de 900 m2
Habitacional São Bartolomeu – SHSB. Está população prevista é de 5.880 (cinco mil oitocentos
compreendido entre a margem leste da rodovia DF- As áreas de regularização e oitenta) habitantes.
001 e a calha norte do Ribeirão Taboca. Possui área encontram-se em terras desapropriadas em
total de 196,79 ha (cento e noventa e seis hectares comum do Imóvel Taboquinha. Foram criados dois subsistemas viários:
e setenta e nove ares).
A poligonal do SHAL encontra-se - Sistema Viário Principal (Rodovias
O Setor Habitacional Altiplano Leste foi totalmente inserida na Área de Proteção Distritais e suas vias Marginais);
criado de forma a agrupar as ocupações urbanas Ambiental – APA da Bacia do Rio São
existentes na área com processo de regularização e Bartolomeu, criada pelo Decreto nº 88.940/83. - Sistema Viário Secundário (Vias
contemplando áreas livres que permitam o Segundo seu rezoneamento, definido pela Lei coletoras e vias locais).
atendimento das áreas verdes, equipamentos nº 1.149/96, o setor localiza-se parte em Zona
públicos e espaços livres para sua regularização.

O estudo de uso e ocupação consiste na


QUADRO 23 - RA PARANOÁ - SETOR HABITACIONAL ALTIPLANO LESTE
síntese dos parâmetros e diretrizes para a
regularização das ocupações e indicativos para o Área de Nº População População Lotes
Área Situação fundiária
desenvolvimento e integração das áreas a malha Regularização lotes atual prevista ocupados
urbana próxima. ARINE Altiplano 61,11 Área Desapropriada
444 735 1.745 187
Leste I ha em Comum
A partir deste setor foram criadas duas
ARINE Altiplano 4,78 Área Desapropriada
Áreas de Regularização de Interesse Específico – 389 56 1.556 14
Leste II ha em Comum
ARINE Altiplano Leste I, a qual abrange o Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
parcelamentos informal existente, Prive Morada Sul
– Etapa A e B e a ARINE Altiplano Leste II
correspondendo ao parcelamento Mansões Lago Sul
II. As ARINE´s propostas se restringem ao máximo
ás ocupações existentes deixando para as demais

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

232
No primeiro, a rodovia DF-001, que já se GET/PI, criado em 1995 pelo GDF, desde então parcelamentos são agrupados nas ARINES – Área
encontra implantada, deverá ser duplicada e a área é objeto de estudos urbanísticos e de Regularização de Interesse Específico.
continuará funcionando como principal via de acesso ambientais contratados pela Companhia
A maior parte da área constituem-se
ao setor. Embora o volume do tráfego não seja Imobiliária de Brasília – TERRACAP.
de terras desapropriadas de domínio público.
ainda elevado nesta rodovia, o projeto previu a
Este Estudo de Uso e Ocupação Sendo a área de regularização localizadas em
implantação de uma via marginal na área
consiste na síntese dos estudos e projetos terras não desapropriadas e em terras
urbanizada do Setor, tendo em vista a importância
elaborados para o setor incluído neste as desapropriadas em comum do Imóvel
da DF-001 no contexto viário do Distrito Federal,
ocupações informais consolidadas junto a área Taboquinha.
como anel viário do sistema.
do setor original.
A poligonal do SHSB encontra-se
Foram propostos também vias
A partir deste setor foi criada uma totalmente inserida na Área de Proteção Ambiental –
secundárias para distribuição do tráfego no interior
Área de Regularização de Interesse Específico APA da Bacia do Rio São Bartolomeu, criada pelo
do setor.
– ARINE São Bartolomeu I, a qual abrange os Decreto nº 88.940/83. Segundo seu rezoneamento,
20 - Setor Habitacional São Bartolomeu três parcelamentos informais existentes, sejam definido pela Lei nº 1.149/96, o setor localiza-se
eles Ville de Montagne, Quintas Alvorada I, II e parte em Zona de Uso Intensivo 1 e 2 – ZUI 1 e 2,
O Setor Habitacional São Bartolomeu –
III e Mansões Itaipu. A ARINE proposta se parte em Zona de Uso Agropecuário 1 – ZUA 1 e
SHSB está localizado na divisa da Região
restringe ao máximo a ocupação existente parte em Zona de Uso Restrito – ZUR.
Administrativa do Paranoá – RA VII com a Região
deixando para a área objeto do projeto da
Administrativa de São Sebastião - RA XIV, logo Proposta
TERRACAP as áreas de equipamentos
acima do Setor Habitacional Jardim Botânico –
públicos, áreas verdes e espaços livres de uso A partir dos estudos realizados para
SHJB. Está compreendido entre a margem leste da
público do setor. o Setor São Bartolomeu e informações recolhidas
rodovia DF-001, a calha norte do Ribeirão Taboca, o
sobre as ocupações irregulares propõem-se uma
limite oeste da Zona de Uso Agrícola I da APA da Para o setor é estimada uma
densidade máxima de 50 hab/ha e uma população
bacia do Rio São Bartolomeu e a margem sul da população atual de 6.039 (seis mil e trinta e
prevista é de 35.350 (trinta e cinco mil trezentos e
estrada vicinal no divisor de águas com o rio nove) habitantes distribuídos nos
cinqüenta) habitantes.
Paranoá. parcelamentos informais do setor. As
características da população residente são
Possui área total de 693,946 ha Foram criados dois subsistemas viários:
renda média e alta com lotes de área média de
(seicentos e noventa e três hectares e novecentos e
500m2 - Sistema Viário Principal (Rodovias
quarenta e seis centiares).
Distritais e suas vias Marginais);
O setor possui dois parcelamentos
O Setor Habitacional São Bartolomeu foi
em processo de aprovação, não ocupados e - Sistema Viário Secundário (Vias
criado, entre outros setores, pela Lei nº 1.823, de 13
áreas de regularização ocupadas por coletoras e vias locais).
de janeiro de 1998, após o levantamento de áreas
parcelamentos de renda média, segundo o
ocupadas informalmente e passíveis de No primeiro, a rodovia DF-001, que já se
Censo Demográfico do IBGE/2000. Tais
regularização, pelo Grupo Executivo de Trabalho – encontra implantada, deverá ser duplicada e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

233
continuará funcionando como principal via de acesso em área rural que prevê o uso agropecuário. A Proposta
ao setor. Embora o volume do tráfico não seja ainda poligonal da ARINE La Font encontra-se
A densidade prevista é de 50 hab/ha e o
elevado nesta rodovia, o projeto previu a totalmente inserida Área de Proteção Ambiental
número total de habitantes pode chegar a 1.698
implantação de uma via marginal na área APA da Bacia do Rio São Bartolomeu, criada
habitantes.
urbanizada do Setor, tendo em vista a importância pelo Decreto nº 88940/83. Segundo seu
da DF-001 no contexto viário do Distrito Federal, rezoneamento, definido pela Lei nº 1149/96, o
como anel viário do sistema. setor possui uma pequena parte inserida em
Zona de Uso Intensivo I – ZUI I, onde se
Além disso, foi proposta a criação
permite o uso para fins urbanos; e uma grande
de duas vias arteriais, uma central e uma no limite
parte em Zona de Uso Especial – ZUE 1, que
norte do parcelamento.
corresponde às poligonais de proteções
hídricas das captações de água sob a
supervisão da Companhia de Águas e Esgotos
E-2. Área de Regularização de Interesse Social
de Brasília – CAESB, onde não é permitido o
ARINE La Font
uso para fins urbanos.
A Área de Regularização de Interesse
Específico-ARINE La Font localiza-se na DF 250,
Km 04, à margem direita, na Região Administrativa
QUADRO 24 - RA PARANOÁ - SETOR HABITACIONAL SÂO BARTOLOMEU
do Paranoá – RA VII.

A área destinada ao parcelamento Área de Nº População População Lotes


Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
abrange 60,1636 ha, dois quais apenas 9 ha podem
ser regularizados, devido a restrições ambientais. O Área Particular/
ARINE São 246,92
1.350 3.930 6.201 968 Área Desapropriada
parcelamento é destinado à população de classe Bartolomeu ha
Terracap
média e possui atualmente população estimada de Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
393 habitantes.

Conforme parecer da Companhia


QUADRO 25 - RA PARANOÁ - FORA DE SETOR HABITACIONAL – ARINE LA FONT
Imobiliária de Brasília - TERRACAP, o parcelamento
localiza-se no imóvel Sobradinho dos Melos, Área de Nº População População Lotes
Área Situação fundiária
desmembrado do Município de Planaltina – GO e Regularização lotes atual prevista ocupados
incorporado ao território do DF, em terras não
51,96
desapropriadas. ARINE La Font 432 393 1.698 100 Área Particular
ha
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
Está localizado parte em área urbana
que prevê o uso predominantemente habitacional, e

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

234
FIGURA 85 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM PARANOÁ

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

235
desapropriadas pela TERRACAP da Fazenda
RA Núcleo Bandeirante densidade bruta para a Área de Regularização de
Gama. Em 1961, foi registrada no Cartório do 1º
Interesse Social Vila Cauhy de 60 hab/ha.
Ofício de Registro de Imóveis do Distrito
Federal a planta SAI-PR-92/1, na qual é criado A proposta é organizada tendo em vista
S-5. Área de Regularização de Interesse Social
o lote do Clube de Regatas Guará. o traçado das vias existentes. Os acessos
ARIS Vila Cauhy
principais se dão pelas vias classificadas como vias
A área da Vila Cauhy tem como de atividades, que estruturam o eixo dos lotes de
A Área de Regularização de Interesse órgão licenciador o Instituto Brasília Ambiental - uso misto (comércio e residência). As vias
Social – ARIS Vila Cauhy localiza-se na Região IBRAM. Entretanto, o IBAMA deverá ser coletoras ou secundárias propostas dão acesso às
Administrativa do Núcleo Bandeirante – RA VIII com consultado uma vez que a área é abrangida residências, assim como as vias locais. Neste
área de 26,10 hectares. Possui como limites: ao pela Resolução Conama 13. Plano foram previstos os usos: residencial
norte e a oeste o córrego Riacho Fundo e a leste a unifamiliar, misto e institucional ou coletivo.
A área possui um certo grau de
Estrada Parque Indústria e Abastecimento – EPIA
sensibilidade ambiental devido sua proximidade Com base na população existente de
(DF-003).
com o Córrego Riacho Fundo. 1.550 (hum mil quinhentos e cinqüenta) habitantes
A ARIS foi proposta a partir da ocupação foram definidos e quantificados os equipamentos
Sua ocupação e/ou regularização
existente no lote destinado ao Clube de Regatas públicos comunitários, em concordância com a
deve estar necessariamente condicionada às
Guará. Norma Técnica nº 3. Os equipamentos previstos
restrições de uso fornecidas pelos estudos
A área de estudo para ARIS Vila Cauhy para segurança, cultura, educação, lazer e saúde
ambientais a serem realizados para a área.
abrange a ocupação existente hoje e área para devem ser implantados ou adequados.
Proposta
remoção de lotes que irão interferir com os projetos
Foram consideradas as restrições e
de urbanismo e de infra-estrutura. A população
condicionantes identificados. Este sstudo
apresenta características de baixa renda e possui
propõe que 15% da área total do parcelamento
atualmente uma população aproximada de 1.550
seja destinado à Área Pública e determina a
(hum mil quinhentos e cinqüênta) habitantes.

Em relação à infra-estrutura urbana, a


área é atendida por rede de energia elétrica,
iluminação pública e sistema de abastecimento de QUADRO 26 - RA NÚCLEO BANDERANTE- FORA DE SETOR HABITACIONAL
água. O esgoto é feito por fossa séptica não
Área de Nº População População Lotes
havendo rede de drenagem pluvial e pavimentação Regularização lotes
Área
atual prevista ocupados
Situação fundiária
asfáltica.
26,10 Área Desapropriada
ARIS Vila Cauhy 432 1.550 1.550 432
ha Terracap
A Área de Regularização de Interesse
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
Social Vila Cauhy encontra-se em terras que foram

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

236
FIGURA 86 - ÁREA DE REGULARIZAÇÃO EM NÚCLEO BANDEIRANTE

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

237
RA Ceilândia identificação de limites dos parcelamentos realizados para a região estimam a população em
existentes, mas possui no endereçamento torno de 30.000 habitantes com uma densidade
utilizado pelos moradores a subdivisão em bruta de 25 hab/ha, mas com densidades líquidas
21 - Setor Habitacional Sol Nascente inúmeros “condomínios”, ora correspondentes à nas faixas mais ocupadas em torno de 100 a 150
antiga parcela rural, ora sem esta hab/ha.
correspondência.
Ao considerar as restrições ambientais
A área proposta para o Setor Habitacional
A área de estudo para regularização da área, este plano de ocupação não incentiva a
Sol Nascente localiza-se dentro dos limites da
do Parque Sol Nascente está inserida em terras expansão populacional e limita a população do
Região Administrativa de Ceilândia RA-IX, acima
localizadas no imóvel Guariroba, desmembrado setor aos mesmos parâmetros atuais, mediante a
dos Córregos Melchior e Guariroba, abaixo do Setor
do município de Luziânia – GO e incorporada ocupação dos vazios urbanos existentes para a
“P” norte e ainda entre os setores “P” sul e QNP e
ao território do Distrito Federal. Parte da área estruturação do setor com equipamentos públicos e
QNE de Ceilândia. O setor é cortado ao norte pela
encontra-se em terras desapropriadas, e outra comunitários necessários, para conservação e
estrada vicinal VC-311 e próximo da BR-020.
em terras desapropriadas em comum, sendo a expansão dos espaços livres públicos, e para áreas
A ocupação existente na área proposta maior parte da região objeto de parcelamento destinadas a abrigar a população que venha a ser
para o setor pode ser caracterizada prioritariamente rural com concessão de uso para as atividades removida das áreas de risco e proteção.
como de baixa renda com atendimento precário dos afins.
Tendo em vista que o tipo de uso
serviços de saneamento e infra-estrutura básica. A
A área localiza-se dentro da APA do preponderante do Setor é o residencial unifamiliar,
área é constituída por glebas rurais reparceladas
Planalto Central onde o órgão licenciador é o procurou-se definir os usos complementares
irregularmente para uso urbano e remanescentes de
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA. necessários ao bem estar daquela comunidade. A
glebas rurais, sendo estas, na grande maioria, ou
Trata-se de uma área bastante delicada do organização geral da proposta acompanha o
são usadas como sítios urbanos ou encontram-se
ponto de vista ambiental e sua regularização parcelamento original das chácaras, a
sem qualquer uso. Poucas mantêm-se ainda com
deve estar necessariamente condicionada às consolidação das ocupações e a remoção das
uso produtivo rural.
restrições constantes dos estudos ambientais Áreas de Preservação Permanentes que permeiam
O Setor pode ser caracterizado como de realizados para a área. Atualmente encontra-se toda a poligonal de estudo.
grande sensibilidade ambiental devido às condições em licitação o Termo de Referência para estudo
O uso residencial unifamiliar é
de topografia, em grande parte de sua extensão, ambiental, elaborado por uma comissão criada
constituído por lotes mínimos de 8mx16m
bastante acidentada, com solos susceptíveis à com a participação de vários órgãos do
(128,00m²) e por lotes do tipo chácara urbana com
erosão e ao afloramento de água, e aos recursos Governo.
1.000m² a 5.000m². Ao longo das vias principais e
hidrográficos abundantes de nascentes e cursos
Proposta coletoras estão previstos lotes de uso misto de
d’água.
128m². A fim de preservar as áreas de nascentes e
O plano de ocupação para o Setor foi
A ocupação da região é tratada de forma encostas, os lotes maiores foram mantidos
desenvolvido a partir da ocupação já
geral como Sol Nascente, pelas características próximos às Áreas de Preservação Permanentes,
consolidada. Os dados dos levantamentos
comuns de toda a área e pelas dificuldades de configurando um cinturão para fins rurais e de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

238
recreio que funciona como faixa de transição entre a manejo determinou três situações na ARIE A ARIS abrange um único parcelamento
expansão urbana e a zona rural. Além disso, nas Parque JK: a primeira seria a gleba a ser considerado de baixa renda. A poligonal definida
cabeceiras dos córregos próximo à Feira do excluída da ARIE; a segunda, a gleba a ser para a ARIS disponibiliza área para expansão
Produtor de Ceilândia, é proposta a remoção das incorporada como compensação ambiental e a urbana e para a transferência da população que
ocupações existentes para a criação de um Parque terceira correspondendo à invasão que deve ser atualmente ocupa áreas de risco ou de
Ecológico com um programa específico de educação desconstituída por ocupar área de frágil preservação ambiental. A população futura poderá
ambiental. Nesta mesma área, o EPIA já previa um equilíbrio ambiental. Diante disso, a área de chegar a um total de 12.000 habitantes. Pode-se
Parque Urbano devido à presença do solo regularização passou a abranger a gleba observar, por meio de fotos aéreas, que o
hidromórfico associado ao terreno de murundus. ocupada e excluída da ARIE Parque JK. Trata- parcelamento encontra-se parcialmente implantado
se inclusive de uma medida que busca conter com muitos lotes vazios e uma grande variação de
Como alternativa para conter a ocupação
os danos ambientais e os riscos sociais tamanho entre eles.
desordenada em direção à borda da Chapada, o
decorrentes do crescimento da ocupação.
plano de ocupação prevê, além de chácaras, lotes
maiores e de menor densidade para uso institucional
no limite oeste da poligonal. Propõe-se a
implantação de Campus Avançado de Pesquisa ou
QUADRO 27 - RA CEILÂNDIA - SETOR HABITACIONAL SOL NASCENTE
Escolas de Ensino Superior focalizadas na atividade
rural, valorizando e reforçando a necessidade de Área de Nº População População Lotes
Área Situação fundiária
uso sustentável da área. Regularização lotes atual prevista ocupados
Área Desapropriada
Terracap e Área
ARIS Sol Nascente 9.762 756 ha 67.000 75.000 6.151
S-6. Área de Regularização de Interesse Social Desapropriada em
Comum
ARIS Pôr do Sol Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

O parcelamento Pôr do Sol está


localizado na Região Administrativa de Ceilândia
RA-IX, com acesso principal pela Estrada Parque QUADRO 28 - RA CEILÂNDIA - FORA DE SETOR HABITACIONAL
Taguatinga – Estrada Parque Taguatinga - EPTG,
Área de Nº População População Lotes
junto ao Setor “P” Sul. Regularização lotes
Área
atual prevista ocupados
Situação fundiária

A poligonal para a Área de Regularização 96,72 Área Desapropriada


ARIS Pôr do Sol 3.158 7.100 9.800 3.158
de Interesse Social – ARIS Pôr do Sol foi definida ha Terracap
levando em consideração o grau de consolidação da ARIS Privê Área Desapropriada
ocupação e as diretrizes apresentadas pelo Plano 1.240 56 ha 4.754 4.868 1.210
Ceilândia Terracap
de Manejo realizado para a Área de Relevante Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
Interesse Ecológico – ARIE Parque JK. O plano de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

239
A área de estudo para regularização do suas ruas asfaltadas, rede de energia elétrica,
parcelamento Pôr do Sol está inserida em terras iluminação pública e canalização de águas
desapropriadas pela Companhia Imobiliária de pluviais. Também já possui alguns
Brasília - TERRACAP. equipamentos públicos e comunitários, como
por exemplo, um posto de saúde, um posto
A área localiza-se dentro da Área de
policial e uma Escola de Ensino Fundamental.
Proteção Ambiental - APA do Planalto Central onde
o órgão licenciador é o Instituto Brasileiro de Meio A Área de Regularização de
Ambiente - IBAMA. Trata-se de uma área bastante Interesse Solcial- ARIS Privê Lucena Roriz está
delicada do ponto de vista ambiental e sua inserida em terras localizadas no imóvel
regularização e futura ocupação devem estar Guariroba desmembrado do município de
necessariamente condicionadas às restrições de Luziânia – GO e incorporado ao território do
uso, fornecidas lpelos estudos ambientais. O Distrito Federal. A área encontra-se em terras
parcelamento Pôr do Sol não apresenta desapropriadas, transferidas pela Companhia
licenciamento ambiental Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP à União Federal por intermédio do
atual Instituto Nacional de Colonização e
S-7. Área de Regularização de Interesse Social Reforma Agrária - INCRA para o Programa de
ARIS Privê Ceilândia Colonização Alexandre Gusmão – PICAG.

A área localiza-se dentro da Área de


Proteção Ambiental APA do Rio Descoberto
A Área de Regularização de Interesse
onde o órgão licenciador é a Subsecretaria de
Social Privê Ceilândia está localizada na Região
Meio Ambiente- SEDUMA. O parcelamento não
Administrativa de Ceilândia RA-IX, com acesso pela
apresenta licenciamento ambiental.
rodovia BR-070, próxima ao Setor “O”. A área
corresponde à gleba 3/367 do Projeto Integrado de Proposta
Colonização Alexandre Gusmão – PICAG.
A partir das informações
Trata-se de uma Área de Regularização apresentadas no levantamento realizado pela
de Interesse Social – ARIS que abrange um único Secretaria de Fazenda do Distrito Federal em
parcelamento considerado de baixa renda. Estima- agosto de 2006, propõe-se que 15% da área
se uma população futura de 4.868 habitantes, total do parcelamento seja destinada à área
conforme dados fornecidos pela Secretaria de pública e define-se densidade bruta de 100
Fazenda do Distrito Federal. O parcelamento está hab/ha.
completamente implantado com a maior parte de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

240
FIGURA 87 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM CEILÂNDIA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

241
RA Guará livres deve perfazer, no mínimo, 15% da área Transportes Rodoviários de cargas e de
do setor. A densidade demográfica estipulada Inflamáveis, ao sul; o Setor Complementar de
para o setor é de 50 hab/ha. Indústria e Abastecimento (SCIA), a leste; o Parque
22 - Setor Habitacional Bernardo Sayão Nacional de Brasília, ao norte; e o Córrego
O sistema viário proposto considerou
Cabeceira do Valo, a oeste. Contíguo à vila,
as vias existentes, definidas com base nas
acompanhando o traçado de parte da EPCL,
ocupações urbanas, propondo a partir das
O Setor Habitacional Bernardo Sayão – encontra-se instalado o poliduto da Petrobrás. O
mesmas um sistema hierarquizado de vias.
SHBS localiza-se na Região Administrativa do principal acesso à Vila é feito através da EPCL.
Guará – RA X e ocupa uma área de 294,476 ha. As vias arteriais, que correspondem Possui uma área de 525.885 há (quinhentos e vinte
Limita-se ao norte com Guará II; a leste com a DF – às Avenidas de Circulação / Trânsito Rápido e e cinco mil hectares e oitocentos e oitenta e cinco
003 (EPIA); a oeste com a com a DF – 085; e ao sul às Avenidas de Atividades ou Especiais, centiares).
com o Córrego Vicente Pires. conciliam a fluidez do tráfego, o transporte
A área está consolidada com ocupações
coletivo e a acessibilidade às atividades
A área do setor que está consolidado com urbanas e é considerada como Área de
lindeiras e às vias secundárias. Ao longo destas
ocupações urbanas é considerado como Área de Regularização de Interesse Social – ARIS Vila
vias serão permitidos os usos comercial de
Regularização de Interesse Específico – ARINE Estrutural, por possuir uma população de baixa
pequeno porte e o uso misto, a fim de atender a
Bernardo Sayão, uma vez que sua população é de renda estimada em 29.853 (vinte e nove mil
população residente do setor.
renda média, segundo censo demográfico do oitocentos e cinqüenta e três) moradores.
IBGE/2000. O setor possui atualmente uma Os vazios urbanos existentes no
Atualmente possui sistema de
população estimada de 3.819 habitantes, setor destinam-se à implantação de áreas
abastecimento de água atendendo 100% da
distribuídos em três parcelamentos: Colônia Agrícola verdes públicas, equipamentos públicos
população e a coleta de esgoto é feita pelo sistema
Águas Claras,Colônia Agrícola Bernardo Sayão e comunitários, equipamentos urbanos, bem
individual sem tratamento.
IAPI. Quanto à situação fundiária, a área onde o como à expansão urbana e criação de áreas
Setor está implantado localiza-se totalmente em comerciais. Segundo a Terracap, a Vila Estrutural
terras desapropriadas, de propriedade da localiza-se no imóvel denominado Bananal,
Companhia Imobiliária de Brasília – TERRACAP. desmembrado do município de Planaltina – GO, e
S-8. Área de Regularização de Interesse incorporado ao território do Distrito Federal, em
A maior parte do setor localiza-se na Área
Social ARIS Estrutural terras desapropriadas.
de Proteção Ambiental – APA do Planalto Central,
criada pelo Decreto Federal, de 10 de janeiro de A Vila Estrutural situa-se a cerca de 7 A área encontra-se inserida na APA do
2002. Quanto à hidrografia, o setor é cortado pelo km do Plano Piloto de Brasília na região Planalto Central, criada em decreto de 10 de
Córrego Vicente Pires, que serve de limite ao sul. administrativa do Setor Complementar de janeiro de 2002, passando o licenciamento
Indústria e Abastecimento – SCIA – RA XXV. ambiental, que antes era de responsabilidade da
Proposta
Tem como limites a EPCL (Estrada Parque Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos -
O percentual de área destinada aos Ceilândia ou Estrutural) e os Setores de
equipamentos comunitários, urbanos e áreas verdes

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

242
SEMARH para o Instituto Brasileiro do Meio limitado a uma caixa de via de 7 m de largura De acordo com a necessidade de
Ambiente – IBAMA total, sendo constituída por calçadas de 1 m de atendimento das demandas sociais e de serviços
leito viário de 5m. urbanos da população da Vila Estrutural, foram
Proposta
definidas áreas para equipamentos públicos (EPC
Na base da proposta está a rodovia
A densidade demográfica estipulada para e EPU), cuja localização se encontra distribuída na
de ligação DF – 095(EPCL), que permite a
o setor é de 160 hab/ha (cento e sessenta Vila.
ligação da Vila Estrutural ao Plano Piloto.
habitantes por hectare).
As vias arteriais possuem como
A organização do sistema viário buscou
características básicas alta fluidez de tráfego e
estruturar de forma clara e hierarquizada o sistema
fácil acessibilidade.Mantém suas características
de circulação já implantado, possibilitando maior
de dimensionamento atuais, devendo ser
fluidez ao tráfego de transporte coletivo e de
realizados ajustes necessários às interseções
veículos de maior porte nos eixos de maior
com as vias coletoras internas.
penetração do assentamento. Da mesma forma, a
hierarquização dos eixos estruturadores da Vila As vias coletoras visam atender à
Estrutural garante uma fácil leitura da organização demanda global de circulação urbana, com a
interna dos espaços, facilitando a locomoção e função de distribuir ou coletar o tráfego de
circulação de veículos e pedestres na área. veículos, interligando a via arterial com as
locais.
Tendo por base a ocupação atual da Vila
Estrutural o critério que norteou a definição da
estrutura do sistema viário e dos conjuntos por ele QUADRO 29 - RA GUARÁ - SETOR HABITACIONAL BERNARDO SAYÃO
definido foi o alinhamento das divisas frontais dos
Área de Nº População População Lotes
lotes existentes, levando – se em conta, quando Regularização lotes
Área
atual prevista ocupados
Situação fundiária
possível, as edificações e o arruamento já
constituído. Da mesma forma, as divisas de fundo ARINE Bernardo Área Desapropriada
1.487 294 ha 3.819 5.755 993
Sayão TERRACAP
foram também alinhadas, considerando-se, como
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
referência, uma linha gerada pelas cercas existentes
ou uma linha que não determinasse a necessidade
de relocação. QUADRO 30 - RA GUARÁ- ÁREA DE REGULARIZAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ESTRUTURAL
Devido aos critérios estabelecidos e à
Área de Nº População População Lotes
diretriz de reduzir ao máximo a necessidade de Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
relocações, o desenho geral da Vila Estrutural se
525,88 Área Desapropriada
adequou à situação existente, sendo que grande ARIS Estrutural 6.082 25.000 25.000 6.082
ha TERRACAP
parte do sistema viário, principalmente o local, ficou Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

243
FIGURA 88 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO NO GUARÁ

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

244
RA Recanto das Emas e Samambaia A população, de renda baixa Proposta
segundo censo demográfico do IBGE/200,
A densidade bruta estipulada para o
atualmente é de 4576 habitantes distribuídos
setor é de 100 hab/ha. Os vazios residuais
23 - Setor Habitacional Água Quente nos nove parcelamentos acima discriminados.
existentes nos assentamentos informais destinam-
O Setor Habitacional Água Quente – No Setor Água Quente, os se à implantação de espaços livres públicos,
SHAQ localiza-se em parte na Região Administrativa parcelamentos localizados na Região equipamentos públicos comunitários,
do Recanto das Emas – RA – XII e em parte na Administrativa do Recanto das Emas ( equipamentos urbanos, bem como à expansão
Região Administrativa de Samambaia – RA – XV. Residencial Dom Francisco, Residencial São urbana e criação de áreas comerciais.
Limita-se ao norte e à leste com o Córrego Francisco, Residencial Dom Pedro, Residencial
O sistema viário proposto considerou as
Samambaia, e à oeste com a cidade de Santo Galiléia e Residencial Buritis) estão em terras
vias existentes, definidas com base nas ocupações
Antônio do Descoberto, pertencente ao Estado de desapropriadas em comum e os localizados na
urbanas, propondo a partir das mesmas um
Goiás. Apresenta uma área de 578,874 ha. Região Administrativa de Samambaia
sistema de vias hierarquizado. A principal via do
(Residencial Guarapari, Nova Betânia I e II e
A aprovação da área de estudo para a setor é a Rodovia DF-280, que faz ligação com as
Residencial Salomão Elias) estão em terras
criação do Setor foi definida pela Lei Complementar cidades de Samambaia e Recanto das Emas, ao
desapropriadas em comum.
n.º 527, de 08 de janeiro de 2002. De acordo com leste, e com a cidade de Santo Antônio do
esta Lei, a área definida localizada na Região O setor localiza-se na Área de Descoberto – GO, a oeste.
Administrativa de Samambaia, passa a pertencer, Proteção Ambiental – APA do Planalto Central,
Partindo da Rodovia DF-280 foram
para efeitos legais, à Região Administrativa do cujo órgão licenciador é o IBAMA. A porção sul
instituídas vias arteriais que fazem a estruturação
Recanto das Emas. do setor apresenta uma topografia mais
do setor e o acesso às áreas parceladas. Existe
acentuada, enquanto em outras partes a
Dentro do setor, foi definida a Área de ainda a Rodovia DF-190 que liga o setor à Região
declividade é mais suave. Quanto à hidrografia,
Regularização de Interesse Social – ARIS Água Administrativa do Gama – RA II.
o setor é cortado pelo Córrego Samambaia.
Quente, com uma área de 208,307 ha.Os
parcelamentos que estão inseridos nesta ARIS são:
Residencial Dom Francisco, Residencial São
QUADRO 31 - RA SAMAMBAIA / RECANTO DAS EMAS - SETOR HABITACIONAL ÁGUA QUENTE
Francisco, Residencial Dom Pedro, Residencial
Guarapari, Residencial Galiléia, Nova Betânia I e II, Área de Nº População População Lotes
Área Situação fundiária
Residencial Salomão Elias e Residencial Buritis. Regularização lotes atual prevista ocupados

A área do setor que está consolidada com Área Desapropriada


ARIS Água Quente 2.122 208 ha 5.517 8.545 1.371
em Comum
ocupações urbanas é atendida por infra-estrutura de
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006 )
energia elétrica, iluminação pública e pavimentação
asfáltica.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

245
Ao longo da Rodovia DF-280 foram de 7,50 ha (sete hectares e cinquenta A Área de Regularização de Interesse
propostas vias marginais, que dão acesso às vias centiares). Está localizada nos fundos da Social Vida Nova encontra-se em terras
internas do setor, que foram classificadas em vias Quadra 603 de Samambaia. desapropriadas pela TERRACAP.
arteriais, secundárias ou coletoras, e locais.
A ARIS foi proposta a partir da A Área abrange toda a ocupação
Às margens da DF – 280 são previstas ocupação com fins urbanos da chácara 39 do consolidada com características urbanas existente
atividades comerciais de grande e médio porte e Núcleo Rural de Taguatinga, hoje denominado na área de estudo. Desta forma, para sua efetiva
industriais, desde que atendidas as exigências Condomínio Vida Nova. Trata-se de 5 (cinco) regularização urbanística, é necessária a
ambientais, para o licenciametno das mesmas. ruas paralelas, independentes, traçadas em aprovação da revisão do PDOT e dos parâmetros
continuidade às ruas da Quadra 603. A região é urbanísticos para as ocupações em ARRs.
As vias arteriais, que correspondem às
bastante sensível do ponto de vista ambiental,
Avenidas de Circulação / Trânsito Rápido e às A área onde se encontra o parcelamento
pois está próxima ao Ribeirão Taguatinga e à
Avenidas de Atividades ou Especiais conciliam a está dentro da Área de Proteção Ambiental - APA
Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE
fluidez do tráfego, o transporte coletivo e a do Planalto Central com diretrizes específicas para
Parque JK.
acessibilidade às atividades lindeiras e às vias ARRs e neste caso, o orgão licenciador é o IBAMA.
secundárias. Ao longo destas vias arteriais serão A área de estudo para ARIS Vida A ARIS localiza-se, ainda, dentro da poligonal da
permitos os usos comercial de pequeno porte e o Nova abrange uma ocupação consolidada, a ARIE Parque JK.
uso misto, a fim de atender a população residente qual apresenta características de baixa renda e
do setor. possui atualmente uma população aproximada
de 1.000 (hum mil) habitantes.
As vias secundárias ou coletoras são de
abrangência intermediária, destinadas a coletar e
Em relação à infra-estrutura urbana,
distribuir o trânsito entre as vias arteriais e as locais.
a área é atendida por rede de energia elétrica,
As vias locais são de abrangência iluminação pública, rede de água e telefonia. A
limitada, destinadas ao acesso aos logradouros pavimentação das vias é feita com bloquetes.
públicos de caráter local e às unidades residenciais.
O uso predominante a ser implantado nessas vias é
habitacional unifamiliar . QUADRO 32 - RA SAMAMBAIA / RECANTO DAS EMAS – FORA DE SETOR HABITACIONAL

Área de Nº População População Lotes


Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
S-9. Área de Regularização de Interesse Social
ARIS Vida Nova 7,49 Área Desapropriada
ARIS Vida Nova 260 1.000 1.000 260
ha TERRACAP
A Área de Regularização de Interesse Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006 )
Social – ARIS Vida Nova localiza-se na Região
Administrativa de Samambaia – RA - XII com área

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

246
Proposta
Considerando as restrições e
condicionantes identificados, este Estudo propõe
que 15% da área total do parcelamento seja
destinado à Área Pública e determina a densidade
bruta para a Área de Regularização de Interesse
Específico Vida Nova de 135 hab/ha.

A área é formada por cinco ruas, cada


uma com portões e portarias independentes, não
havendo, portanto ligação entre elas.

A proposta é organizada a partir de um


sistema de vias coletoras e locais, não permitindo os
portões e portarias existentes, a fim de integrar a
ocupação à malha urbana de Samambaia.

A fim de conter o avanço da ocupação


urbana em direção a ARIE Parque JK, está sendo
proposta uma via coletora contornando a área ao
norte.

Nota-se que em parte da área, a


implantação da estrutura viária não atenderá às
diretrizes da norma de sistema viário, em virtude do
acentuado grau de consolidação da ocupação.

O programa de necessidades deste


estudo considerou que a área não comporta
equipamentos comunitários, por se tratar de uma
comunidade pequena que deverá usufruir os
equipamentos públicos da cidade de Samambaia.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

247
FIGURA 89 -ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM SAMAMBAIA/RECANTO DAS EMAS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

248
RA Santa Maria Proposta 25 - Setor Habitacional Tororó

O percentual de área destinada aos Setor Habitacional Tororó – SHTO está


equipamentos comunitários, urbanos e áreas localizado na Região Administrativa de Santa Maria
24 - Setor Habitacional Ribeirão
verdes livres deve perfazer, no mínimo, 15% da – RA XIII. Situa-se ao longo da DF-140, limitando-
área do setor. A densidade bruta estipulada se à leste e ao sul com o Córrego Pau de Caixeta,
para o setor é de 100 hab/ha. ao norte com a DF-001, e à oeste com a DF-140.
O Setor Habitacional Ribeirão – SHR
Possui uma área de aproximadamente 1.278,662
localiza-se na Região Administrativa de Santa Maria
ha.
– RA XIII, próximo a cidade de Santa Maria. O setor
apresenta uma área total de 227,695 ha. A área é
hoje ocupada por um único parcelamento
denominado Condomínio Porto Rico, e abrange uma
QUADRO 33 - RA SANTA MARIA - SETOR HABITACIONAL RIBEIRÃO
área de 79,72 ha.
Área de Nº População População Lotes
A área do Setor que corresponde a Regularização lotes
Área
atual prevista ocupados
Situação fundiária
ocupações urbanas é considerada como Área de
Regularização de Interesse Social – ARIS Porto 72,72
ARIS Ribeirão 1.255 2.628 2.657 625 Área Particular
ha
Rico, onde encontra-se o condomínio Porto Rico,
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
com uma população atual de 2628 habitantes.
Segundo censo demográfico - IBGE/2000, a
população é de baixa renda.
QUADRO 34 - RA SANTA MARIA - SETOR HABITACIONAL TORORÓ
Toda a área do Setor Habitacional
Ribeirão situa-se em terras não desapropriadas, Área de Nº
Área
Populaç População Lotes
Situação fundiária
conforme parecer da Companhia Imobiliária de Regularização lotes ão atual prevista ocupados
Brasília - TERRACAP. ARINE Tororó I 350 53 ha 55 1.568 13 Área Particular
O setor localiza-se na Área de Proteção ARINE Tororó II 69 13 ha 51 291 12 Área Particular
Ambiental – APA do Planalto Central. A porção sul
ARINE Tororó III 483 67 ha 716 1.990 170 Área Particular
do setor apresenta uma topografia mais acentuada,
enquanto nas demais áreas a declividade é mais ARINE Tororó IV 86 10 ha 89 363 21 Área Particular
suave. Quanto à hidrografia, o setor é cortado pelo ARINE Tororó V 221 50 ha 72 931 17 Área Particular
Córrego Samambaia.
ARINE Tororó VI 200 23 ha 89 570 39 Área Particular
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

249
A aprovação da área de estudo para a Dentro do SHTo, existe ainda um as vias de acesso já implantadas e a área de
criação do Setor foi definida pela Lei Complementar parcelamento, que já encontra-se registrado, o influência para fins de transporte coletivo.
Nº 457, de 08 de janeiro 2002. Dentro do setor, as Chapéu de Pedra.
áreas consolidadas com ocupações urbanas foram S-10. Área de Regularização de Interesse Social
Toda a área do Setor Habitacional
consideradas como Área de Regularização de – ARIS Céu Azul
Tororó situa-se em terras não desapropriadas,
Interesse Especifico – ARINE Tororó, uma vez que a
na Fazenda Santa Bárbara e está inserido na
população é de renda média alta, segundo censo A Área de Regularização de Interesse
Área de Proteção do Planalto Central, criada
demográfico do IBGE/2000. Foram divididas em seis Social – ARIS Céu Azul localiza-se na Região
por meio do Decreto Federal de 10 de janeiro
áreas denominadas: Administrativa de Santa Maria – RA XIII com área
de 2002.
• ARINE Tororo I, com os parcelamentos San
Segundo o Relatório e o Estudo de
de 59,86 hectares. Possui como limites: ao norte a
Francisco II e San Francisco III; DF-290, ao sul o limite do DF com Goiás e a leste a
Impacto Ambiental realizado para o setor, o BR-040.
• ARINE Tororo II, com o parcelamento Mansões índice de declividade onde se localiza a maioria
Rurais Lago Sul; dos parcelamentos encontra-se com índice A área de estudo para ARIS Céu Azul
abrange o parcelamento denominado Residencial
• ARINE Tororo III, com os parcelamentos
médio de decllividade de 2%, próprio para fins
urbanos, excetuando-se as áreas situadas na Santa Maria. A população apresenta características
Mansões Flamboyant, Ecológico Parque do Mirante,
parte sul do SHTO, próximas às margens do de baixa renda e possui atualmente uma população
Residencial Querência e Santa Bárbara;
córrego Pau Caxeta, que também não aproximada de 2.885 (Dois mil oitocentos e oitenta
• ARINE Tororo IV, com o parcelamento Estância apresentam índices de declividade superior a e cinco) habitantes.
Del Rey; 10%. Em relação à infra-estrutura urbana, a
• ARINE Tororo V, com os parcelamentos Jardim Proposta área é atendida por rede de energia elétrica,
Atlântico Sul e Chácara San Francisco; iluminação pública, sistema de abastecimento de
A densidade bruta estipulada para o
• e ARINE Tororó VI, com os parcelamentos setor é de 50 hab/ha, porém a população
água e pavimentação asfáltica. O esgoto é feito por
fossa séptica não havendo rede de drenagem
Quintas do Trevo e Privê Lago Sul. máxima que foi estabelecida pela LC Nº pluvial.
457/2002 para o setor não deve ultrapassar
Além das áreas de regularização, existem
40.000 habitantes. A Área de Regularização de Interesse
os parcelamentos não implantados, mas que já
Social Céu Azul encontra-se parte em terras
estão com processo de aprovação encaminhado Visando minimizar os custos sociais desapropriadas da Fazenda Saia Velha e parte em
junto a SEDUMA: Construções ACNT, Santa e financeiros com desapropriações e terras não desapropriadas.
Felicidade, Residencial Asas Douradas, Residencial indenizações, o critério básico adotado,
Atenas, Residencial Canaã, Residencial Vale das sempre que possível, foi o de se respeitar os Com relação ao Plano Diretor de
Palmeiras, Villagio Futuro, Ecovila Arca de Gaia, limites das propriedades e as estradas vicinais Ordenamento Territorial do Distrito Federal –
Quintas das Flores, Quintas da Boa Vista, Mirante existentes. Sendo assim, a definição dos PDOT/97, a ARIS encontra-se em Zona Urbana de
das Estrelas e Residencial Vila Rio. principais eixos viários foi feita considerando Dinamização que compreende a área já urbanizada

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

250
e aquela que será urbanizada como expansão
FIGURA 90 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM SANTA MARIA
urbana prioritária.

A ARIS tem como órgão licenciador o


Instituto Brasília Ambiental - IBRAM. Entretanto, o
IBAMA deverá ser consultado uma vez que a área é
abrangida pela Resolução Conama 13.

Sua ocupação e/ou regularização deve


estar necessariamente condicionada às restrições
de uso fornecidas pelos estudos ambientais a serem
realizados para a área.
Proposta
Considerando as restrições e
condicionantes identificados, este Estudo propõe
que 15% da área total do parcelamento seja
destinado à Área Pública e determina a densidade
bruta para a Área de Regularização de Interesse
Social Céu Azul de 50 hab/ha.

A proposta é organizada tendo em vista o


traçado das vias existentes. Os acessos principais
se dão pela DF-290. A partir dessa são propostas
vias coletoras ou secundárias, que dão acesso às
vias locais. A via de atividades proposta estrutura o
eixo dos lotes de uso misto (comércio e residência).
Neste Plano foram previstos os usos: residencial
unifamiliar e misto.
QUADRO 35 - RA SANTA MARIA – FORA DE SETOR HABITACIONAL

Área de Nº População População Lotes


Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
Área Não
59,86 Desapropriada
ARIS Céu Azul 500 2.105 2.105 500
ha Desaproopriada
TERRACAP
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006 )

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

251
RA São Sebastião em ARINE – Área de Regularização de A poligonal do setor encontra-se
Interesse Específico. totalmente inserida na Área de Proteção Ambiental
– APA da Bacia do Rio São Bartolomeu, criada
O Setor Habitacional Jardim Botânico
26 - Setor Habitacional Jardim Botânico pelo Decreto nº 88.940/83. Segundo seu
possui 9 parcelamentos em terras
rezoneamento, definido pela Lei nº 1.149/96, o
A área do Setor Habitacional Jardim desapropriadas (condomínios Estância Jardim
setor localiza-se parte em Zona de Uso Intensivo 1
Botânico - SHJB encontra-se delimitada por duas Botânico, Mansões Califórnia, Portal do Lago
– ZUI 1 e ZUE - 2, parte em Zona de Uso
grandes vias, a DF-001, a qual faz divisa entre a RA Sul, San Diego, Jardim Botânico I e VI, Mirante
Agropecuário 1 - ZUA 1 e ZUA - 2 e parte em Zona
XIV e a Região Administrativa do Lago Sul e a DF- das Paineiras, Parque Jardim das Paineiras e
de Uso Restrito – ZUR.
135, a qual faz ligação entre aquela rodovia e a Solar de Brasília), 1 em terras desapropriadas
cidade de São Sebastião. Encontra-se próximo à em comum (Jardim Botânico V) e 16
Escola Superior de Administração Fazendária – parcelamentos em terras não desapropriadas.
ESAF, bem como às Áreas de Relevante Interesse
Ecológico – ARIE do Cerradão, do Jardim Botânico
e a Reserva Biológica do Instituto Brasileiro de QUADRO 36 - RA SÃO SEBASTIÃO - SETOR HABITACIONAL JARDIM BOTÂNICO
Geografia e Estatística – IBGE. Possui uma área Área de População População Lotes
total de 966,389 ha. Nº lotes Área Situação fundiária
Regularização atual prevista ocupados
O setor apresenta características de uso
predominantemente residencial para classe média e ARINE Jardim Área Desapropriada
4.133 537 ha 10.055 15.295 2.740
Botânico e Área Particular
foi aprovado, juntamente com outros, pela Lei nº
1.823, de 13 de janeiro de 1998. Todos os Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
parcelamentos informais ocupados no setor
apresentam processos de regularização junto ao
QUADRO 37 - RA SÃO SEBASTIÃO - SETOR HABITACIONAL ESTRADA DO SOL
Governo do Distrito Federal, com exceção do
parcelamento denominado ”Residencial Jardins do Área de População População Lotes
Lago”, que já se encontra registrado em Cartório. Nº lotes Área Situação fundiária
Regularização atual prevista ocupados
Dos parcelamentos não ocupados, apenas o ARINE Estrada do
3.547 511 ha 2.458 13.302 655 Área Particular
“Jardins do Lago Quadra 01” apresenta processo de Sol I
regularização. O restante possui processos de ARINE Estrada do
207 79 ha 353 776 94 Área Particular
aprovação. Sol II
ARINE Estrada do
1.008 147 ha 755 3.961 192 Área Particular
A área que configura o setor possui Sol III
atualmente uma população estimada de 11.025 ARIS Estrada do
970 252 ha 905 2.921 192 Área Particular
Sol
habitantes distribuídos em 26 parcelamentos, todos Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

252
Com base no Estudo de Impacto Paineiras”, “Jardim das Paineiras”, “Jardim Habitacional Jardim Botânico - SHJB,
Ambiental e em seu respectivo Relatório de Impacto Botânico VI”, parte do “Estância Jardim configurando-se como uma expansão daquele
Ambiental – EIA/RIMA, elaborados para subsidiar o Botânico” e a parte desapropriada do “Jardim setor. Apresenta diversos parcelamentos
licenciamento ambiental do setor, o Instituto de Botânico V”. irregulares implantados ao longo da Estrada do
Ecologia e Meio Ambiente do Distrito Federal –
IEMA/DF emitiu, em outubro de 2006, a LI 88/06
• Etapa 3 - Engloba a área desocupada ao
Sol, sendo quase todos acessados por esta via.
Engloba ainda o parcelamento denominado “Solar
sul do setor, situada em terras desapropriadas
para o Setor Habitacional Jardim Botânico, da Serra I, II e III”, o qual, embora situe-se na
pela Companhia Imobiliária de Brasília -
abrangendo apenas a etapa 1. Região Administrativa do Paranoá – RA VII, está
TERRACAP, objeto do plano de parcelamento
localizado na fronteira entre as duas regiões
Proposta desenvolvido por essa companhia e
administrativas, junto aos outros parcelamentos
consubstanciado no Projeto Urbanístico – URB
O número total de habitantes pode chegar aqui contemplados.
106/98 e no Memorial Descritivo – MDE 106/98.
a 48.320 habitantes para atingir uma densidade de
50 hab/ha. Propõe-se o aumento da poligonal do • Etapa 4 - Engloba a área à época
A área total do setor é de 1.570,928 ha
(um mil quinhentos e setenta hectares e
Setor, para inclusão do parcelamento “Quinta das desocupada, atualmente ocupada e denomi-
novecentos e vinte e oito centiares), sendo que
Colinas”. Não foi proposto o aumento da poligonal nada “Solar de Brasília”, em terras desapropria-
devido à declividade acentuada e restrições
para englobar todo o parcelamento “Vila da Mata” das pela TERRACAP.
ambientais, apenas parte, deste total e passível de
em razão de a área não abrangida pelo setor não
estar ocupada e estar inserida em Zona de Uso
• Etapa 5 - Engloba a área não ocupação.
desapropriada do setor, abrangendo, à época
Restrito – ZUR pelo rezoneamento da APA.
da revisão do estudo, os parcelamentos “Village O setor possui dois parcelamentos em
O setor foi dividido em 05 (cinco) etapas Alvorada I”, “Village Alvorada II”, “Lago Sul”, processo de aprovação, não ocupados, e várias
de regularização e implantação, sendo estas: “Ecológico Village III”, “Quintas do Sol” e a parte chácaras ainda com características rurais, porém,

• Etapa 1 - Situada totalmente em terras


não desapropriada do “Jardim Botânico V”.
Além desses, abrange ainda o parcelamento
passíveis de ocupação urbana, tanto pelo
zoneamento do PDOT/97 quanto pela proximidade
desapropriadas pela Companhia Imobiliária de
“Bela Vista”, com parte em terras não com ocupações urbanas consolidadas. Possui
Brasília – TERRACAP, apresenta plano de
desapropriadas e parte em terras com situação ainda dois trechos de regularização com
parcelamento desenvolvido por esta companhia,
fundiária então não definida. Para esta etapa, ocupações consolidadas, distintos entre si por nível
consubstanciado no Projeto Urbanístico - URB
deverá ser desenvolvido plano de parcelamento econômico e social. Segundo Censo Demográfico
024/98 e no Memorial Descritivo – MDE 024/98.
pelos ocupantes da área, atendendo ao do IBGE/2000, a ocupação existente hoje é
Abrange os parcelamentos “San Diego”, “Portal do
disposto no licenciamento ambiental. caracterizada como de renda média nos
Lago Sul”, “Mansões Califórnia” e parte do “Estância
parcelamentos que compreendem a Área de
Jardim Botânico”. 27 - Setor Habitacional Estrada do Sol
Regularização de Interesse Específico – ARINE e
• Etapa 2 - Também situada em terras O Setor Habitacional Estrada do Sol de renda baixa nos parcelamentos que
desapropriadas pela TERRACAP, abrange a área – SHES localiza-se na Região Administrativa de compreendem a Área de Regularização de
ocupada pelos parcelamentos “Mirante das São Sebastião – RA - XIV, lindeiro ao Setor Interesse Social – ARIS. Sendo assim, o setor fica

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

253
dividido em três ARINES, uma ARIS e Áreas de Segundo seu rezoneamento, definido pela Lei A Estrada do Sol, como via principal do
Aprovação. nº 1149/96, o setor localiza-se parte em Zona setor, além de se configurar como eixo de ligação

• ARINE ESTRADA DO SOL I, corresponde aos


de Uso Intensivo I – ZUI I e parte em Zona de
Uso Agropecuário I – ZUA I. Trata-se de uma
com os condomínios localizados no novo setor
proposto – Setor Habitacional Estrada do Sol,
parcelamentos abaixo e possui área de 510,769 ha,
região de terreno extremamente acidentado, o deverá ter um tratamento diferenciado, por meio da
que abarca os seguintes parcelamentos: Verde;
que configura todas as ocupações com baixa previsão de áreas que viabilizem sua duplicação,
Morada de Deus; Ouro Vermelho I e II; Belvedere
densidade, devido às dificuldades de ocupação uma vez que deverá conciliar a fluidez do tráfego, o
Green.
de áreas com alta declividade, assim como transporte coletivo e a acessibilidade às atividades
• ARINE ESTRADA DO SOL II, corresponde aos daquelas próximas a córregos, nascentes e lindeiras e às vias secundárias. Ao longo desta via
parcelamentos abaixo e possui área de 78,994 ha, grotas, entre outros. serão permitidos os usos comercial de pequeno
que abarca os seguintes parcelamentos: Quintas porte e misto, a fim de atender a população
Proposta
Interlagos; Mansões Serrana; São Mateus. residente no setor.
• ARINE ESTRADA DO SOL III, corresponde aos
Para atingir a densidade prevista de
25 hab/ha, o número total de habitantes do
E-3. Área de Regularização de Interesse
parcelamentos abaixo e possui área de 146,799 ha, Específico ARINE Mônaco
Setor pode chegar a 39.850 (trinta e nove mil
que abarca o parcelamento Solar da Serra.
oitocentos e cinqüenta) habitantes. Os vazios A Área de Regularização de Interesse
• ARIS ESTRADA DO SOL, corresponde aos residuais existentes nos assentamentos Específico Mônaco localiza-se às margens da DF-
parcelamentos abaixo e possui área de 252,400 ha, informais destinam-se à implantação de áreas 140, na Região Administrativa de São Sebastião –
que abarca os seguintes parcelamentos: Jardim da verdes públicas, equipamentos públicos RA XIV.
Serra; Quintas Itaipú; Condomínio Itaipú; Chácaras comunitários, equipamentos urbanos e a novos
A poligonal que abrange o
Itaipú; Quintas dos Ipês; Mansões Braúna; Vila parcelamentos.
parcelamento apresenta divergências quanto à sua
Vitória; Vivendas Del Rey.
O sistema viário proposto considera área. A referente à matrícula nº 31.847, somada a
• Áreas de aprovação a serem parceladas, que as vias já existentes. A avenida Estrada do Sol, outras matriculas apresentadas pela interessada,
correspondem aos parcelamentos: Parque dos que dá acesso aos parcelamentos, será a via totaliza 44,8625 ha, enquanto a referente ao
Pinheiros; Sunshine; Áreas desocupadas. arterial principal do sistema, sendo proposta projeto urbanístico apresentado totaliza 65,2090
sua duplicação. E a via local que liga a Estrada ha.
Segundo o mapa fundiário cedido pela
do Sol à Cidade de São Sebastião também terá
Companhia Imobiliária de Brasília - TERRACAP, a A conclusão do projeto, assim como as
função de via principal. As vias coletoras
área onde o setor está implantado localiza-se em etapas a ele subseqüentes, depende da definição
absorvem o fluxo das vias locais distribuindo-o
terras não desapropriadas, desmembradas da correta desta poligonal.
até os equipamentos comunitários e até as vias
Fazenda Taboquinha.
principais. As vias locais completam o fluxo das O parcelamento é destinado à
A
poligonal do SHES encontra-se vias coletoras ou arteriais aos lotes comerciais população de classe média e possui atualmente
totalmente inserida APA da Bacia do Rio São e residenciais. população estimada de 938 habitantes.
Bartolomeu, criada pelo Decreto nº 88940/83.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

254
Conforme parecer da Companhia centiares) ha. A área está próxima à DF-463 e após o atendimento da legislação ambiental e a
Imobiliária de Brasília - TERRACAP, o condomínio ao Córrego do Açude. publicação da poligonal dos seus limites no Diário
localiza-se no imóvel Santa Bárbara, desmembrado Oficial do Distrito Federal.
A ARIS Morro da Cruz encontra-se
do Município de Luziânia – GO e incorporado ao
consolidada e possui uma população atual de Parágrafo Único: Ficam excluídos do
território do Distrito Federal, em terras não
1.280 (hum mil duzentos e oitenta) habitantes, que trata o caput os parcelamentos do solo que se
desapropriadas.
caracterizada como de renda baixa. Esta área é situam nas Zonas de Proteção dos Reservatórios –
A poligonal do loteamento está inserida composta por dois parcelamentos: Residencial ZPR, nas Zonas de Uso Restrito – ZUR e nas
dentro da Área de Proteção Ambiental APA do Vitória e Morro da Cruz Zonas de Vida Silvestre – ZVS. “
Planalto Central, cujo Licenciamento Ambiental é de
A ARIS localiza-se em terras A ARIS não apresenta condições
responsabilidade do Instituto Brasileiro de Meio
desapropriadas pela Companhia Imobiliária – favoráveis a adensamento superior à sua ocupação
Ambiente - IBAMA.
TERRACAP e encontra-se inserida em área atual.
Proposta rural dentro da Área de Proteção Ambiental –
Assim, propõe-se que 10% da área total
APA do São Bartolomeu.
O plano de ocupação foi baseado nos do parcelamento seja destinada à área pública e
dados existentes nos processos referentes ao Segundo o rezoneamento desta determina-se densidade bruta de 90 hab/ha. Estão
parcelamento cuja análise urbanística ainda não foi APA, a ARIS Morro da Cruz encontra-se previstos os seguintes usos: residencial unifamiliar,
concluída, o que pode resultar em modificações totalmente inserida em Zona de Uso Agrope- misto, institucional e áreas verdes e de
futuras. cuário 2 – ZUA 2. No entanto, é contemplada preservação permanente.
pelo Art. 5º da lei de rezoneamento, o qual
A densidade prevista é de 50 hab/ha e o O acesso mais próximo à ARIS Morro da
determina:
número total de habitantes pode chegar a 2063 Cruz se dá pela DF–463, acessada pela DF – 001.
habitantes. “Art. 5° Os Parcelamentos do solo A estruturação viária facilita a interligação ao
com finalidade urbana, em tramitação na data sistema viário da cidade de São Sebastião.
O sistema viário, por se tratar de um
de publicação desta Lei, constituirão Zona de
parcelamento, é composto apenas por vias coletoras
Uso Intensivo – ZUI,
e vias locais.

S-11. rea de Regularização de Interesse Social – QUADRO 38 - RA SÃO SEBASTIÃO - FORA DO SETOR HABITACIONAL – ARE MÔNACO/ ARIS
ARIS MORRO DA CRUZ MORRO DA CRUZ

A Área de Regularização de Interesse Área de Nº


Área
População População Lotes
Situação fundiária
Social – ARIS Morro da Cruz localiza-se na Região Regularização lotes atual prevista ocupados
Administrativa de São Sebastião – RA XIV, próxima ARINE Mônaco 550 68ha 938 2.063 250 Área Particular
à Cidade de São Sebastião, com área de 18,489
ARIS Morro da Cruz 463 18 ha 1.772 1.772 463 Área Desapropriada
(dezoito hectares e quatrocentos e oitenta e nove
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

255
FIGURA 91 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO EM SÃO SEBASTIÃO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

256
RA Lago Sul Nesta área existem ainda os Esta última encontra-se “sub judice”, com ações de
parcelamentos Mini Chácaras Lago Sul; divisão demarcatória em tramitação. As terras em
Pousada Andorinhas e Residencial Belo comum extrapolam os limites definidos para o setor
28 - Setor Habitacional Dom Bosco Horizonte, não implantados e não ocupados habitacional e perfazem um total de 527 ha. Deste
para os quais o projeto do setor não leva em quinhão, a Companhia Imobiliária de Brasília -
O Setor Habitacional Dom Bosco – SHDB
consideração. TERRACAP é proprietária de 348 ha, isto é 66%.
localiza-se na Região Administrativa do Lago Sul -
RA XVI, ao final das quadras residenciais urbanas Em dezembro de 2000, foi aprovada A porção do setor situada abaixo da DF-
do Lago Sul, caracterizando-se como uma a Lei Complementar nº 341, a qual estabeleceu 025, na margem do Lago Paranoá, encontra-se
continuidade do endereçamento deste. Parte do índices de uso e ocupação do solo para fins de inserida na Área de Proteção Ambiental – APA do
SHDB situa-se à margem do Lago Paranoá, abaixo aprovação dos parcelamentos “Condomínio Lago Paranoá, criada pelo Decreto nº 12.055/89.
da DF-025 e a outra parte está situada entre a DF Villages Alvorada”, “Condomínio do Lago Sul”, Segundo o decreto, a APA fica dividida em Zona de
025 e o limite do Lago Sul com a Região “Condomínio Pousada das Andorinhas” e Vida Silvestre e em Zona Tampão. A outra porção
Administrativa de São Sebastião. “Condomínio Mini-Chácaras Lago Sul” , do setor localiza-se na APA da Bacia do Rio São
julgados inconstitucional. Bartolomeu, criada pelo Decreto nº 88.940/83.
A área destinada ao setor abrange
Segundo seu rezoneamento, definido pela Lei nº
aproximadamente 464,475 ha. A parte do Setor O setor possui uma área com terras
1.149/96, o setor localiza-se parte em Zona de Uso
cortada pela DF-025, no sentido sudoeste/nordeste, desapropriadas, nos imóveis Paranoá e
Intensivo 1 – ZUI 1 e parte em Zona de Uso restrito
corresponde aos parcelamentos já implantados Rasgado (que abrange o parcelamento
– ZUR.
“Villages Alvorada” e “Condomínio do Lago Sul”, “Villages Alvorada” e parte do “Residencial Belo
além do Parque “Ecológico Dom Bosco”, criado pela Horizonte”) e outra, no mesmo imóvel, com Em 20 de abril de 1998, o Instituto de
Lei Complementar nº 219/99, alterada pela Lei nº terras em comum (engloba o parcelamento Ecologia e Meio Ambiente do Distrito Federal –
263/99, onde estão instalados, em grandes lotes, o “Condomínio do Lago Sul”, parte do IEMA/DF emitiu a Licença Prévia – LP nº 581,
Mosteiro de São Bento de Olinda, o Seminário “Residencial Belo Horizonte”, o “Mini Chácaras relativa ao Estudo Preliminar para implantação do
Redemptoris Mater, o Conventos das Irmãs do Lago Sul” e o “Pousada das Andorinhas”). Setor Habitacional Dom Bosco.
Carmelitas e o Instituto Israel Pinheiro.

O projeto para o SHDB encontra-se em


QUADRO 39 - RA LAGO SUL - SETOR HABITACIONAL DOM BOSCO
desenvolvimento pelo TERRACAP e leva em
consideração as ocupações existentes. Área de Nº População População Lotes
Área Situação fundiária
O Setor Habitacional Dom Bosco abrigará Regularização lotes atual prevista ocupados
uma população de classe de renda média,
ARINE Dom Bosco I 422 57 ha 1.628 1.710 402 Área Desapropriada
possuindo uma população estimada de 2058
ARINE Dom Bosco Área Desapropriada
habitantes. 118 14 ha 430 478 106
II em Comum
Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
Proposta

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

257
O Setor Habitacional Dom Bosco abrigará
uma população de classe de renda média, estimada FIGURA 92 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO NO LAGO SUL
em 11.612 habitantes, distribuídos em 1531
unidades habitacionais, lotes de uso residencial e
misto, atendidos por 10 lotes de uso coletivo
(equipamentos urbanos). Para o setor, foi estimada
uma densidade bruta de 25 hab/ha.

A proposta para o setor define ainda sete


quadras residenciais, quais sejam: QL 30, QI 30, QI
31, QL 32 (correspondente ao “Villages Alvorada”),
QI 33, QL 34 e QI 35 (engloba o “Condomínio do
Lago Sul”). Todas as quadras destinam-se à
habitação unifamiliar e constituem áreas de baixa
densidade de uso do solo.

O projeto de parcelamento urbano para o


setor encontra-se em fase final de elaboração por
parte da Companhia Imobiliária de Brasília -
TERRACAP.

A intervenção urbana proposta para o


setor se estrutura na malha viária criada a partir da
DF 001 – EPCT, da DF-025 – EPDB e da via de
acesso à Ermida Dom Bosco. O sistema viário tem
como eixo estruturador a EPDB, que divide o setor
em duas porções. Deste eixo partem quatro vias de
penetração (duas em cada área), interligadas a dois
anéis viários coletores que são os responsáveis pela
distribuição do tráfego a todas as áreas do setor,
bem como pela circulação do transporte coletivo,
constituindo ainda, barreira à ocupação de áreas de
preservação. A malha viária é hierarquizada em vias
arteriais, coletoras e locais, delimitando os espaços
das quadras residenciais

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

258
setor e a densidade bruta estipulada para o Com base na população prevista de
RA Riacho Fundo
mesmo é de 50 hab/ha. 2902 habitantes, foram definidos e quantificados os
equipamentos públicos comunitários.
O sistema viário proposto considerou
E-4. Área de Regularização de Interesse as vias existentes, definidas com base nas S-12. Área de Regularização de Interesse Social
Específico ARINE Colônia Agrícola Sucupira ocupações urbanas, propondo-se, a partir das ARIS- CAUB I
mesmas, um sistema hierarquizado de vias.
Atualmente, não existe nenhum setor
A Área de Regularização de Interesse
habitacional constituído na Região Administrativa do As vias arteriais, que correspondem
Social – ARIS CAUB I localiza-se na Região
Riacho Fundo – RA XVII, estando a Colônia Agrícola às Avenidas de Circulação/Trânsito Rápido e às
Administrativa do Riacho Fundo – RA – XVII, com
Sucupira localizada na porção norte desta RA, Avenidas de Atividades ou Especiais, conciliam
área de 18 (dezoito) hectares. Está localizada na
próxima ao trecho urbano da cidade do Riacho a fluidez do tráfego, o transporte coletivo, a
DF 001 e na BR 251.
Fundo I. Formada por 48 chácaras, a Colônia acessibilidade às atividades lindeiras e às vias
Agrícola possuía originalmente características de secundárias. Ao longo destas vias serão A ARIS foi proposta a partir da
ocupação rural. Com o reparcelamento de algumas permitidos os usos comercial de pequeno porte ocupação do parcelamento denominado CAUB I,
destas chácaras, a área adquiriu características de e o uso misto, a fim de atender a população que se trata de um conglomerado urbano próximo
ocupação urbana, perfazendo um total de 112,317 residente do setor. a cidade de Riacho Fundo.
ha.
Os vazios residuais existentes nos A área é instituída pela Lei nº 1.480, de
Atualmente os lotes na Colônia Agrícola assentamentos informais da ARINE destinam- 17 de Junho de 1997, que dispõe sobre a
Sucupiura encontram-se implantados e ocupados se à implantação de espaços livres públicos, instituição da Colônia Agrícola do Catetinho em
por 2433 habitantes predominantemente de baixa equipamentos públicos comunitários, áreas dos Combinados Agrourbanos de BrasíliaI, I
renda. equipamentos urbanos e à futura ocupação. e II - CAUB I e II.

As terras nas quais a Colônia Agrícola


Sucupira está instalada são desapropriadas pela
Companhia Imobiliária de Brasília - TERRACAP e QUADRO 40 - RA RIACHO FUNDO - FORA DE SETOR HABITACIONAL
pela União.
Área de Nº População População Lotes
A Colônia Agrícola Sucupira está inserida Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
na Área de Proteção Ambiental – APA do Planalto
Área Desapropriada
Central. ARINE Sucupira 742 112 ha 2.433 2.902 622
pela Terracap
Desapropriada
Proposta ARIS CAUB 113 18 ha 442 442 113
Terracap
O percentual de área destinada aos Desapropriada
ARINE CAUB II 78 12 ha 342 460 58
Terracap
equipamentos comunitários, urbanos e áreas verdes Fonte: Subsecretaria de Análise de Parcelamentos Urbanos – SEDUH, 2006
livres deve perfazer, no mínimo, 15% da área do

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

259
A área de estudo para ARIS CAUB I vias também classificadas como vias de Em relação à infra-estrutura urbana, a
abrange uma ocupação existente hoje o qual atividades. Neste canteiro central já existem área é atendida por rede de energia elétrica,
apresenta características de baixa renda e possui uma Escola Pública de Ensino Fundamental e iluminação pública, pavimentação asfáltica e
atualmente uma população aproximada de 380 uma Igreja. sistema de abastecimento de água.
(trezentos e oitenta) habitantes.
A proposta é organizada a partir das A Área de Regularização de Interesse
Em relação à infra-estrutura urbana, a
vias principais já existentes circundantes ao Social CAUB II encontra-se em terras desapro-
área é atendida por rede de energia elétrica,
canteiro, as quais contemplam as áreas para priadas pela TERRACAP, da antiga Fazenda
iluminação pública, pavimentação asfáltica e sistema
equipamentos públicos e comunitários. Gama.
de abastecimento de água.

A Área de Regularização de Interesse A área onde se encontra o parcelamento


Social CAUB I encontra-se em terras desapro- S-13. Área de Regularização de Interesse está dentro da Área de Proteção Ambiental - APA
priadas pela TERRACAP, Fazenda Gama. Social - CAUB II do Planalto Central, e neste caso, o órgão
licenciador é o IBAMA.
A área onde se encontra o parcelamento
A Área de Regularização de Proposta
está dentro da Área de Proteção Ambiental - APA do
Interesse Social – ARIS CAUB II localiza-se na
Planalto Central, e neste caso, o orgão licenciador é Considerando as restrições e
Região Administrativa do Riacho Fundo – RA –
o IBAMA. condicionantes identificados, este Estudo propõe
XVII, próxima a DF 001, com área de 13 (treze)
que 15% da área total do parcelamento seja
Proposta hectares.
destinado à Área Pública e determina a densidade
Considerando as restrições e A ARIS foi proposta a partir da bruta para a Área de Regularização de Interesse
condicionantes identificados, este Estudo propõe ocupação da área urbana do Combinado Social CAUB II de 46 hab/ha.
que 15% da área total do parcelamento seja Agrourbano de Brasília II - CAUB II, próximo à
A proposta é organizada a partir das vias
destinado à Área Pública e determina a densidade cidade de Riacho Fundo.
principais já existentes, circundantes ao canteiro
bruta para a Área de Regularização de Interesse central, as quais contemplam as áreas para
A área é instituída pela Lei nº
Específico CAUB I de 22 hab/ha. equipamentos públicos e comunitários.
1.480, de 17 de Junho de 1997, que dispõe
O acesso principal se dá por uma via que sobre a instituição da Colônia Agrícola do
O acesso principal se dá por uma via
liga o CAUB I a DF-001. Esta via é classificada Catetinho em áreas dos Combinados
que liga o CAUB II a DF-001. Esta via é
como via coletora. Foram propostas outras vias Agrourbanos de Brasília I e II – CAUB I e II.
classificada como via coletora. Foram propostas
coletoras que garantem os acessos a ARIS. A área de estudo para ARIS CAUB II abrange
outras vias coletoras que garantem os acessos a
uma ocupação existente hoje, a qual apresenta
ARIS.
A área é formada por duas ruas características de baixa renda e possui
circundantes a um canteiro central, classificadas atualmente uma população aproximada de 600 A área é formada por duas ruas
como vias de atividades. Este canteiro, destinado a (seiscentos) habitantes. circundantes a um canteiro central, classificadas
equipamentos públicos e sociais, e cortado por duas

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

260
como vias de atividades. Este canteiro, destinado a
equipamentos públicos e sociais, e cortado por duas FIGURA 93 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO NO RIACHO FUNDO
vias também classificadas como vias de atividades.
Neste canteiro central já existem uma Escola
Pública de Ensino Fundamental e duas Igrejas.

Este Estudo não proporá equipamentos


comunitários, pois como dito anteriormente a área já
dispõe de uma Escola Pública de Ensino
Fundamental. A ARIS não comporta outros
equipamentos comunitários, devido a sua população
ser de aproximadamente 600 habitantes. A
população utilizará os equipamentos existentes na
cidade de Riacho Fundo.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

261
Este estudo propõe a criação das necessariamente condicionada às restrições
RA Lago Norte
Áreas de Regularização de Interesse Específico fornecidas pelos estudos ambientais.
- ARINES Jerivá I, II e III que correspondem às
ocupações existentes nas ARRs e em seu Proposta
29 - Setor Habitacional Taquari
entorno.
O Setor Habitacional Taquari compreende O plano urbanístico de uso e ocupação
a área de estudo criada pela Lei Complementar n° O setor proposto possui uma área de para a poligonal de estudo foi organizado a partir
1.823/98, na Região Administrativa do Lago Norte - 4167,83 (quatro mil cento e sessenta e sete da estrutura implantada no parcelamento até esta
RA XVIII, compreendida entre a margem leste da hectares e oitenta e três centiares) sendo as data. A ARINE Jerivá I, II e III é atendida por rede
rodovia DF 003, a margem sul da rodovia DF 001 e área de regularização propostas com área de de água, de energia elétrica e iluminação pública,
a Estrada Parque Paranoá Norte – EPPR / NORTE, 956,89 (novecentos e cinqüenta e seis hectares mas ainda não possui vias pavimentadas e, tão
sendo este estudo de uso e ocupação abrangente e oitenta e nove centiares) e possui uma pouco, canalização de águas pluviais.
para as Áreas Rurais Remanescentes ARRs e população estimada de 5.596 habitantes.
ocupações irregulares localizadas na área de estudo Tendo em vista que o tipo de uso
do Setor Habitacional Taquari. A área de estudo está inserida em preponderante da área em questão é o Residencial
terras localizadas no imóvel “Brejo ou Torto” e Unifamiliar, este estudo procurou organizar os usos
A área é caracterizada por dois tipos de complementares necessários ao bem estar daquela
no imóvel “Retiro ou Barra”, ambos
ocupação distintos. O primeiro corresponde às comunidade. A proposta considera o grau de
desmembrados do município de Planaltina –
ocupações provenientes do reparcelamento de consolidação das ocupações e a infra-estrutura
GO e incorporados ao território do Distrito
algumas unidades rurais em unidades urbanas e implantada.
Federal. Parte da área encontra-se em terras
sítios para recreio, enquanto o segundo são as
desapropriadas pela Companhia Imobiliária de Os lotes destinados a Uso
ocupações que mantiveram suas características
Brasília TERRACAP e parte em terras Residencial Unifamiliar variam de 500m² a 2.500m²
rurais e alguma produção agrícola. Dentro da
desapropriadas em comum. e ocorre junto às vias de circulação e vias locais. O
poligonal de estudo existem 4 córregos que são
contribuintes diretos do Lago Paranoá: “Córrego Coeficiente de aproveitamento para este uso é de
A área de regularização encontra-se 0,8 vezes a área do lote para lotes inferiores a
olhos d’água”, “Córrego Jerivá”, “Córrego Taquari” e
na Bacia do Lago Paranoá, dentro da Área de 800m² e de 0,5 para os demais. Define-se como
“Córrego Capoeira do Bálsamo”.
Proteção Ambiental APA do Planalto Central. O Uso Residencial também, os lotes maiores ou
órgão responsável pelo licenciamento ambiental iguais a 2.500m² e para estes, o coeficiente de
A área delimitada encontra-se
nesta área é o Instituto Brasileiro do Meio aproveitamento proposto é 0,3. Os Usos Misto e
parcialmente ocupada por lotes que variam de
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Comercial são permitidos ao longo da via principal
800m² a 2000m² e chácaras com até 5 hectares. A
- IBAMA. Em virtude da acentuada declividade de atividades e junto à eles algumas áreas foram
população predominante é caracterizada por média
em parte da região e da existência de diversos destinadas ao Uso Institucional. O coeficiente de
renda e renda média alta.
cursos d’água, a ocupação desta área deve ser aproveitamento básico permitido é 1 e o máximo 2

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

262
nos lotes de Uso Comercial. Para Uso Institucional • Erradicar as ocupações existentes em ocupação de todos os lotes vagos, a população
este coeficiente é 1. Áreas de Preservação Permanente. alcançaria 2.149 habitantes.

A área de regularização Privê Lago


A faixa de acesso ao parcelamento - E-5. Área de Regularização de Interesse
Norte está inserida em terras localizadas no imóvel
entre a EPPR e a via principal de circulação, e as Específico ARINE Privê Lago Norte
“Brejo ou Torto”, desmembrado do município de
áreas de preservação permanente, ao longo dos
A Área de Regularização de Planaltina – GO e incorporadas ao patrimônio da
córregos Jerivá e Urubu e próxima ao Lago
Interesse Específico Privê Lago Norte localiza- Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil
Paranoá, são destinadas a Parque. Esta área deve
se na Região Administrativa do Lago Norte RA- - NOVACAP. Parte da poligonal encontra-se em
ser monitorada a fim de se evitar sua ocupação.
XVIII, e abrange os parcelamentos Prolago e o terras desapropriadas e outra, em comum.
Privê Lago Norte I. Possui como acesso a
O Estudo Urbanístico Preliminar buscou A área de regularização está inserida na bacia do
Estrada Parque Paranoá Norte – EPPR /
invariavelmente o aproveitamento da infra-estrutura Lago Paranoá, dentro da APA do Planalto Central.
NORTE, estando situada entre o Setor de
existente no local. A malha viária, ainda que não Trata-se de uma área de frágil equilíbrio ecológico -
Mansões do Lago Norte e o Ribeirão do Torto,
pavimentada, e a disposição da rede elétrica foram próxima a unidades de conservação, como por
às margens do Lago Paranoá. A ARINE Privê
determinantes do desenho urbano. exemplo o Parque Nacional e a Área de Proteção
Lago Norte possui uma área de 114,667 ( cento
Permamente – APP do Lago Paranoá. A ocupação
e quatorze hectares e seiscentos e sessenta e
A proposta foi estruturada a partir de uma e regularização desta área deve estar
sete centiares).
via principal de circulação que contorna a poligonal necessariamente condicionada às restrições
de estudo e apresenta infra-estrutura necessária ao A área é caracterizada por duas fornecidas pelos estudos ambientais a serem
tráfego geral do parcelamento e do transporte ocupações distintas, uma proveniente do realizados.
coletivo. No interior da poligonal, outras duas vias reparcelamento de algumas unidades rurais do
principais e paralelas, que se conectam através de Núcleo Rural do Torto em unidades urbanas e Proposta
uma via de circulação interna, completam a estrutura sítios urbanos denominada “Prolago –
O plano urbanístico de uso e ocupação
viária proposta. Elas desempenham o papel de ocupações diversas Privê Lago Norte I” e outra,
para a poligonal de estudo foi organizado a partir
Avenida Principal de Atividades e concentram os fruto do parcelamento irregular do solo urbano,
da estrutura implantada no parcelamento até esta
lotes destinados à atividade comercial. As vias locais denominada “Condomínio Privê Lago Norte I”, o
data. A ARINE Privê Lago Norte é atendida por
predominam no restante do parcelamento. qual encontra-se implantado e parcialmente
rede de água, de energia elétrica e iluminação
ocupado. Ambas são ocupadas por população
Como propostas preponderantes foram pública, mas ainda não possui vias pavimentadas
de renda média e média alta em lotes de 800m²
apontados os seguintes: e, drenagem pluvial e esgotamento sanitário.
a 2000m² e chácaras com até 5 hectares.
• Adequação do tamanho de caixa das vias Tendo em vista que o tipo de uso
O levantamento realizado pela
conforme a hierarquia viária proposta. preponderante da área em questão é o residencial
Secretaria de Fazenda do Distrito Federal, em
unifamiliar, procurou-se organizar os usos
• Reavaliação dos sistemas de infra-estrutura agosto de 2006, constatou que existem no local
complementares necessários ao bem estar daquela
urbana para atendimento à nova demanda. aproximadamente 414 moradores e, com a

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

263
comunidade. A proposta considera o grau de implantados e ocupados, com alguns lotes
Imobiliária de Brasília - TERRACAP e
consolidação das ocupações e a infra-estrutura remanescentes vagos. A população prevista
está inserida na Área de Proteção Ambiental - APA
implantada. para esta área será de 539 habitantes,
da Bacia do Lago Paranoá.
conforme dados estabelecidos pela Secretaria
Os lotes destinados a uso residencial
de Fazenda do Distrito Federal. Em razão de sua proximidade com o
Unifamiliar variam de 500m² a 2.500m² e ocorre
Lago Paranoá, sua ocupação deve ser pautada na
mjunto às vias de circulação e vias locais. A tipologia preponderante são
sensibilidade ambiental e deve-se condicionar à
edificações residenciais habitadas por
Definem-se como uso residencial capacidade de saneamento da área.
população de renda média e alta em lotes que
também, os lotes maiores ou iguais a 2.500m². Os
variam entre 1.000m² a 2.000m² e chácaras Proposta
usos misto e comercial são permitidos ao longo da
entre 5.000m² a 10.000m². A ocupação surgiu a
via principal de atividades e junto à eles algumas O plano de ocupação para a poligonal
partir da ocupação irregular de terra pública e o
áreas foram destinadas ao Uso Institucional. A faixa da ARINE foi organizado a partir da infra-estrutura
reparcelamento urbano de chácaras urbanas,
de acesso ao parcelamento - entre a Estrada Parque implantada no parcelamento até esta data. O
que inicialmente seguiu os moldes do Setor de
Paranoá Norte - EPPR e a via principal de levantamento realizado pela Secretaria de Fazenda
Mansões do Lago Norte, e posteriormente
circulação, e as áreas de preservação permanente, do Distrito Federal, em agosto de 2006, constatou
foram subdivididas em lotes menores.
ao longo dos Córregos Jerivá e Urubu e próxima ao que existem no local aproximadamente 452
Lago Paranoá, são destinadas a Parque. Esta área O parcelamento está completamente moradores e a densidade habitacional é de 25
deve ser monitorada a fim de se evitar sua implantado e é atendido por rede de água, hab/ha.
ocupação. energia elétrica e iluminação pública, além de
Tendo em vista que o tipo de uso
apresentar vias pavimentadas e canalização de
E-6. Área de Regularização de Interesse preponderante da área em questão é o residencial
águas pluviais.
Específico ARINE Porto Seguro unifamiliar, procurou-se organizar os usos
A Área de Regularização de complementares necessários ao bem estar daquela
A Área de Regularização de Interesse
Interesse Específico Porto Seguro encontra-se comunidade. A proposta considera o grau de
Específico Porto Seguro localiza-se na Região
em terras desapropriadas pela Companhia consolidação das ocupações e a infra-estrutura
Administrativa do Lago Norte RA-XVIII, com acesso
implantada.
feito pela Estrada Parque Paranoá Norte –
EPPR/NORTE. A área está situada entre as últimas
QUADRO 41 - RA LAGO NORTE - FORA DE SETOR HABITACIONAL
quadras do Setor de Mansões Lago Norte, Lago
Paranoá e a Região Administrativa do Paranoá RA- Área de Nº População População Lotes
VII. Área Situação fundiária
Regularização lotes atual prevista ocupados
A Área de Regularização Porto Seguro é Área Desapropriada
constituída pelas ocupações denominadas ARINE Privê Lago Terracap e
519 109 ha 414 2.169 99
Norte Desapropriada em
“Condomínio Porto Seguro e Chácaras Oásis”.
Comum
Tratam-se de parcelamentos irregulares, totalmente
ARINE Porto Seguro 129 42 442 539 115 Área Desapropriada

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

264
O Uso Residencial Unifamiliar é
constituído por lotes que variam de 500m² a 2.500m²
e ocorre junto às vias de circulação e vias locais. O
Coeficiente de aproveitamento para o uso
residencial é de 0,8 para lotes inferiores com área
inferior a 800m² e de 0,5 para os demais. Define-se
como Uso Residencial também, os lotes maiores ou
iguais a 2.500m² e para estes, o coeficiente de
aproveitamento proposto é 0,3. Próximo às vias
principais de circulação e vias secundárias, algumas
áreas foram destinadas ao Uso Institucional e Uso
Comercial. O coeficiente de aproveitamento básico
permitido é 1 e o máximo 2 nos lotes de Uso
Comercial. Para os lotes de Uso Institucional este
coeficiente de aproveitamento é 1.

A faixa de acesso ao parcelamento, entre


a EPPR e o início da ocupação, é destinada à
Parque e deverá ser monitorada a fim de evitar sua
ocupação.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

265
FIGURA 94 - ÁREAS DE REGULARIZAÇÃO NO LAGO NORTE

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

266
MAPA 18 - ESTRATÉGIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

267
3.5 Estratégia de oferta de Áreas Habitacionais
O PDOT localiza novas áreas A partir de 2011, segundo dados de
A demanda habitacional no horizonte de
habitacionais prioritárias em coerência com a 2008 da CAESB, o acréscimo de população
vigência do Plano foi estimada com base na
disponibilidade hídrica. A maior parte das novas passível de ser absorvida com a entrada em
perspectiva de aumento populacional de cerca de
áreas habitacionais propostas no PDOT será funcionamento de novos sistemas (vide tabela
550 mil pessoas até 2020, considerando,
abastecida pelo Sistema Descoberto, auxiliado abaixo) é de 758.979 habitantes.
principalmente os novos nascimentos e, apenas de
pelo Sistema Corumbá IV, que entrará em
forma reduzida, fluxos migratórios. Assim, considerando que o aumento
funcionamento a partir de 2011.
estimado da população com as novas áreas
Para atender a tal demanda o Plano
De imediato, o Sistema Descoberto habitacionais previstas no PDOT é de 539.000
prevê, além de áreas prioritárias para atender à
poderá abastecer os seguintes projetos em vias habitantes, e a população passível de ser
demanda mais imediata, uma reserva de terras
de implementação: ADE Oeste, em Samambaia, absorvida é de 758.979 habitantes, existe ainda um
passíveis de urbanização que poderão atender a
a Etapa 4 e 1000 lotes da Etapa 3 do Riacho estoque para o atendimento futuro de 246.862
esta demanda futura.
Fundo II e a QE48/58, no Guará. Os demais habitantes.
Na oferta de novas áreas habitacionais é projetos ainda requerem um período de estudos
priorizada a ocupação dos vazios intra-urbanos ou e de licenciamentos ambientais que convergirão
a ocupação de áreas próximas aos núcleos com a entrada em funcionamento de Corumbá
urbanos consolidados, onde haja oferta de IV.
serviços, comércios e equipamentos comunitários.
Criam-se, assim, dois tipos de intervenção: novas FIGURA 95 – DISPONIBILIDADE HÍDRICA, VAZÃO CAPTADA E POPULAÇÃO PASSÍVEL DE
áreas habitacionais e áreas a serem adensadas SER ABSORVIDA POR SISTEMA A PARTIR DE 2011
com projetos habitacionais.

As áreas com potencial para


urbanização futura foram selecionadas com base
em diagnóstico acurado, considerando a legislação
ambiental, articulação com áreas consolidadas, a
proximidade com os principais corredores de
transporte coletivo e a tendência de urbanização.
As áreas a serem adensadas foram destacadas
entre aquelas cuja indicação de adensamento já
constava nos atuais Planos Diretores Locais das
Regiões Administrativas e que ainda não haviam
sido ocupadas.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

268
Dados da CAESB de 2008 informam, solo, em curto prazo, efetivamente, a tendência área do Setor compreende 268 ha. O projeto
também, que o sistema Sobradinho/Planaltina tem de ocupação radica na região do Tororó. urbanístico propõe a divisão da área em 11 glebas
disponibilidade para atendimento de novos projetos que deverão ser licitadas separadamente pela
Buscando reduzir a segregação
habitacionais constantes na proposta de revisão do TERRACAP. Não serão criados lotes, cabendo ao
socioespacial crescente no Distrito Federal, as
plano. E o sistema Torto-Santa Maria será auxiliado empreendedor a implantação da infra-estrutura
novas áreas habitacionais deverão buscar a
por nova captação no Bananal para abastecer, por básica (sistema viário, redes de serviços públicos,
mescla de tipologias residenciais, com ênfase na
exemplo, o Setor Noroeste. etc) e a elaboração do projeto executivo de
habitação coletiva e na oferta de unidades
urbanismo e sua implantação. Nestas glebas
Além disso, o PDOT prioriza para o imobiliárias voltadas a diferentes faixas de renda.
deverão ser implantadas 16 quadras residenciais
adensamento as áreas com infra-estrutura
compostas por edificações de habitação coletiva.
instalada, optando por formas de ocupação mais
Está prevista uma população total de 40.000
compacta, que comprovadamente apresentam um 3.5.1 Novas Áreas Habitacionais
habitantes.
menor consumo de água e menor geração de
esgotos (segundo dados do SIAGUA de 2007, em
• Expansão do Guará – QEs 38, 44, 48, 50,
54, 56 e 58
Taguatinga, observa-se o consumo de 195 litros de
água ao dia por habitante, enquanto no Lago Sul, o As QEs 38, 44, 48, 50, 54, 56 e 58,
consumo é de 550 litros de água ao dia por localizadas na Zona Urbana Consolidada na
habitante). Região Administrativa do Guará – RA X,
destinam-se a oferecer novas áreas para
O uso e a ocupação do solo das áreas
habitação social, visando a atender a grupos
habitacionais prioritárias para a implantação deve-
organizados em cooperativas e cadastrados no
se pautar na integração com áreas consolidadas.
Programa Habitacional do DF para média e baixa
Isso significa articular a nova área com o entorno
renda. O projeto abarca uma área de 96,17
imediato, seja núcleo urbano consolidado ou em
hectares em terras desapropriadas, onde estão
consolidação, incrementando a dinâmica social
propostas habitações coletivas e unifamiliares,
existente.
além de áreas de uso misto em ocupação de
Algumas áreas integrantes da Zona de média densidade. Estima-se uma população total
Expansão e Qualificação Urbana, entretanto, de 9.500 habitantes.
demonstram que sua ocupação se fará de maneira
bastante lenta, transcendendo inclusive o escopo
• Setor Habitacional Jóquei Clube

temporal do PDOT, não se justificando, portanto, Situado na Zona Urbana de Expansão e


sua inclusão como área objeto da estratégia de Qualificação, o Setor Habitacional Jóquei Clube
oferta de áreas habitacionais. É o caso, por foi desenhado para atender à demanda
exemplo, da Mancha Sul, onde apesar da grande crescente de habitação para as classes média e
quantidade de demandas para parcelamento do alta e suprir de serviços os bairros lindeiros. A

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

269
FIGURA 95 – SETOR JÓQUEI CLUBE uso misto. O novo bairro deverá abrigar uma
população de aproximadamente 7 mil habitantes.

• Etapa 3 do Riacho Fundo II – QS 1 a QS 10,


12, 14, 16, 18, 20, 22, 23, 25, 27, 29, 31

A Área da Etapa 3 do Riacho Fundo II


abrange 134,45 ha parceláveis, situados em terras
desapropriadas na Zona Urbana de Expansão e
Qualificação. Este novo parcelamento tem objetivo
de ampliar a disponibilidade de terras destinadas à
produção habitacional, compatibilizando os projetos
de transportes com o uso e ocupação do solo,
mediante preservação do meio ambiente.
Propõem-se para a área diferentes tipologias e
usos, como residências unifamiliares, habitação
coletiva, usos comerciais e industriais.

• Setor Meireles

O Setor Meireles está localizado na Região


Administrativa de Santa Maria - RA XIII,
abrangendo 196 ha entre as rodovias BR-040 e
DF-290, dentro da Zona Urbana de Expansão e
Qualificação. Considerando que na região de
Fonte: Google Earth 2006
influência imediata do Setor estão concentrados
19,79% da população da RIDE, observa-se

• Setor Habitacional Dom Bosco


de comércio e serviços na região. Cerca de
135ha da gleba são destinados ao Parque
considerável potencial para a implantação de usos
habitacionais coletivo e unifamiliar ambos voltados
O Setor Habitacional Dom Bosco, Ecológico Dom Bosco e a usos institucionais. Os para a população de baixa e média renda. O
localizado na Região Administrativa do Lago Sul – demais 334ha destinam-se ao uso habitacional projeto para a área mescla diferentes tipologias
RA XVI, compreende uma gleba de 469ha e integra unifamiliar, ao uso misto, a equipamentos residenciais. O sistema de esgotamento da região
a Zona Urbana de Uso Controlado I. Regularizando públicos comunitários e aos espaços livres de será atendido pelas Estações de Tratamento de
loteamentos ilegais e incorporando-os ao novo uso público, incluído um Parque de Uso Múltiplo. Esgoto de Santa Maria e Alagado.
setor habitacional, será ampliada a oferta de lotes Ao todo são 1.375 lotes unifamiliares com áreas
unifamiliares, de equipamentos públicos e variando entre 500m2 e 1.800m2 e 27 lotes de

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

270
FIGURA 96 - ETAPA 3 DO RIACHO FUNDO II lotes é destinado a um Parque Urbano, protegendo
a nascente do Córrego Monjolo. É prevista uma
população de 5.678 habitantes.

• Setor Habitacional ADE Oeste em


Samambaia

Está localizado na Região Administrativa


de Samambaia – RA XII, na margem direita da DF
180, ao norte das Quadras 629, 631 e 633. Apenas
15 por cento do loteamento é destinado à
promoção de habitação, sendo o restante
destinado a atividades econômicas. A área total do
setor é de 60 hectares, parte em terras
desapropriadas e parte de particulares. Parte da
área destina-se ao atendimento de população de
baixa renda estimada em 8.930 habitantes, através
da criação de 2.195 lotes.

• Setor Crixá

A área do Setor Crixá está situada em


terras desapropriadas na Região Administrativa de
São Sebastião - RA XIV e está inserida na APA do
São Bartolomeu. A área destina-se prioritariamente
para o assentamento de moradores de São
Sebastião que se enquadrem nos critérios dos
programas habitacionais de baixa renda e que hoje
pagam aluguel. Além disso, poderá ser destinada a
• Quadras 900 do Recanto das Emas projeto da área propõe habitações do tipo participantes do programa habitacional SERVIR do
unifamiliar, além de lotes comerciais de bens e GDF, voltado à servidores da polícia civil e do
Localiza-se na Região Administrativa do
serviços. São destinados para apoio e corpo de bombeiros. O Setor Crixá deverá abarcar
Recanto das Emas – RA XV, em Zona Urbana de
dinamização econômica do bairro 1.416 lotes de diferentes tipologias (tanto unifamiliares como
Expansão e Qualificação, totalizando 58,77
uso misto, 10 lotes para comércios e serviços, multifamiliares), além de áreas de uso misto.
hectares de propriedade da TERRACAP. O
áreas para equipamentos públicos urbanos e
comunitários e áreas livres, sendo que um dos

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

271
como estimativa populacional 6.266 habitantes. O
FIGURA 97 - SETOR CRIXÁ parcelamento da área privilegia a residência
unifamiliar.

• Setor Habitacional Taquari – etapa 3

Localizado em terras desapropriadas


pela TERRACAP, na Região Administrativa do
Lago Norte – RA XVIII, a área totaliza 208,45
hectares. Os 389 lotes projetados visam atender à
população de média renda, tendo como estimativa
populacional 1.200 habitantes. O parcelamento da
área inclui residência unifamiliar e habitação
coletiva.

• Bairro Indaiá

O Bairro Indaiá localiza-se na Zona


Urbana de Uso Controlado II na Região
Administrativa do Itapoã – RA XXVIII. Parte da área
encontra-se em terras desapropriadas e parte em
terras desapropriadas em comum. A região possui
características ambientais e topográficas favoráveis
à urbanização, porém não possui projeto específico
para o bairro proposto. Destina-se a oferecer nova
área para habitação social. Abrange uma área de
270 hectares onde estima-se a criação de
aproximadamente 5.000 lotes.

• Setor Habitacional Mangueiral

• Setor Habitacional Taquari – etapa 2


Localizado na Região Administrativa de
São Sebastião – RA XIV, o Setor Habitacional
Totaliza uma área de 159,7 hectares e
Localizado em terras desapropriadas Mangueiral totaliza uma área desapropriada de
atenderá uma população estimada de 6.678
pela TERRACAP, na Região Administrativa do aproximadamente 200,11ha. Para atender à
habitantes. A área também está atendida pela
Lago Norte – RA XVIII, a área totaliza 261,52 demanda habitacional, é proposta a criação de
Estação de Tratamento de Esgoto São Sebastião.
hectares. Os 1.543 lotes projetados visam lotes unifamiliares e habitações coletivas –
atender à população de média renda, tendo

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

272
FIGURA 98 – ÁREA DO BAIRRO INDAIÁ
projeções e sobrados em condomínios urbanísticos
e edilícios, onde se prevê um total de 27.000
habitantes.

• Expansão do Setor Habitacional Mangueiral

A Expansão do Setor Habitacional


Mangueiral está localizada em terras
desapropriadas da Terracap, na Região
Administrativa de São Sebastião – RA XIV,
adjacente ao Setor Habitacional Mangueiral e
totaliza uma área de aproximadamente 190 ha. A
escolha da área para a implantação do futuro setor
justifica-se em função da ausência de restrições
ambientais e das características topográficas da
região. Não existe ainda projeto urbanístico para o
parcelamento sendo portanto, indispensável um
estudo aprofundado da viabilidade, usos e
Fonte: Google Earth 2006
tamanhos dos lotes. A expansão será destinada ao
atendimento da população de baixa renda e
estima-se a criação de um número aproximado de FIGURA 99 – ÁREA DESTINADA À EXPANSÃO DO SETOR HABITACIONAL MANGUEIRAL
1.800 lotes e 4.500 unidades imobiliárias.

Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

273
● Setor Habitacional Vargem da Benção
FIGURA 100 – SETOR HABITACIONAL VARGEM DA BENÇÃO
O Setor Habitacional Vargem da
Benção se localiza na região administrativa do
Recanto das Emas – RA XV, em terras
desapropriadas pela Terracap (Fazenda
Tamanduá), próximo ao Córrego Vargem da
Benção. Sua área é de aproximadamente 267 ha.
Prevê-se uma densidade de 250 hab/ha, tendo-se
como estimativa populacional 66.750 habitantes. O
Setor contará com aproximadamente 17.750
unidades habitacionais voltados para rendas
variadas.

● Setor Habitacional TASA


O Setor Habitacional TASA se localiza
na região administrativa do Guará – RA X, em área
desapropriada pela TERRACAP, na Fazenda
Bananal/ Largo do Bananal. Próximo ao Setor
habitacional da QE48/58, possui área de Fonte: Google Earth 2006
aproximadamente 34 hectares. A densidade FIGURA 101 – SETOR HABITACIONAL TASA
populacional será de 280 hab/ha, e estima-se que a
população será de 9.250 habitantes. O Setor
habitacional será voltado para renda média/ alta.

Fonte: Google Earth 2006


Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

274
de comércio local e equipamentos comunitários.
FIGURA 102 - SETOR HABITACIONAL MANGUEIRAL
Estima-se uma população de 40.000 habitantes
para a área, organizada em superquadras de 250
m x 250 m, com 11 projeções cada uma,
totalizando 7.920 unidades domiciliares. A área
deverá atender principalmente à classe média. A
densidade prevista é de aproximadamente 300
hab/ha por superquadra e a densidade bruta para o
setor será de cerca de 75,80 hab/ha.

• Áreas Livres nas Extremidades e entre os


Conjuntos das Quadras QNJ e QNL de
Taguatinga

Na extremidade dos conjuntos das


Quadras QNJ e QNL existem áreas vazias com
dimensão correspondente a um lote. Estes vazios
urbanos sem destinação e sem domínios claros
acabaram-se tornando depósitos de lixo e entulho,
enquanto outros foram invadidos. Outros, porém,
são tratados e mantidos pela comunidade de
vizinhos. Portanto, com base no Plano Diretor
Local de Taguatinga, de 1997, é proposto que
alguns destes vazios sejam mantidos como áreas
públicas, enquanto outros poderão ser parcelados
criando novos lotes. Assim, será a comunidade que
decidirá sobre o tipo de utilização a ser adotada
para estas áreas, o que sugere a elaboração de
projetos urbanísticos diferenciados para cada
das quais 525ha contemplam a área residencial. quadra.
3.5.2 Áreas a serem adensadas com Projetos
O Setor Noroeste foi previsto por Lúcio Costa no
Habitacionais
documento “Brasília revisitada” como uma
• Laterais da Avenida MN3, em Ceilândia
• Setor Noroeste proposta de adensamento do Plano Piloto, Ao longo da Avenida MN3 existem
conjuntamente com o Setor Sudoeste. Propõe-se grandes áreas sem destinação específica, usadas
Área de Expansão do Setor Noroeste na
um total de 20 superquadras residenciais, além irregularmente como depósitos de materiais de
Região Administrativa do P. Piloto abrange 825ha,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

275
FIGURA 103 - SETOR NOROESTE terras desapropriadas, com 266 unidades
imobiliárias destinadas à habitação unifamiliar, que
deverá abrigar 1.032 habitantes.

• Expansão do Setor Residencial Oeste –


Quadras I, J, K, em Planaltina

Localizada na Região Administrativa de


Planaltina - RA VI, as Quadras I, J, K
compreendem a expansão do Setor Residencial
Oeste, situado na Zona Urbana Consolidada.
Abrange uma área de 23,26ha, em terras
desapropriadas, e destina-se a servidores civis e
militares do Distrito Federal. O projeto da área
propõe um parcelamento com 756 lotes
unifamiliares, com população estimada de 2.933
habitantes, e 3 lotes para habitação coletiva, com
potencial de até 814 habitantes, totalizando 3.747
habitantes.

• Projeto Urbanístico Especial das Quadras


QD 100 (QR 103 a 115 e 121 a 127), em
Samambaia

Localizado na Região Administrativa de

construção ou como campos de futebol • Setor Residencial Leste – Quadras 21A e


Samambaia– RA XII, em Zona Urbana
Consolidada, a implantação deste parcelamento
improvisados pela população. É proposto o 22A, em Planaltina
visa atender à população de baixa renda. Abrange
parcelamento destas áreas, gerando lotes para
Localizado na Região Administrativa uma área de 11,31ha, sendo estimada uma
habitação, comércio e serviços. Uma vez que
de Planaltina – RA VI, o Setor Residencial Leste, população de 2.900 habitantes e 731 lotes.
Ceilândia dispõe de poucas áreas para expansão,
nenhuma das quais voltadas para o uso
formado pelas Quadras 10 e 20 (Buritis II),
Quadras 11 a 17 (Buritis III), Quadras 18 e 19 e
• Subcentro Leste em Samambaia –
habitacional, e considerando que a infra-estrutura Complexo de Furnas
Quadras 21 a 26 (Buritis IV), foi elaborado com o
instalada está subutilizada, o parcelamento destes
objetivo de conter a ocupação irregular de vazios Localizado na Região Administrativa de
vazios urbanos representa uma oportunidade de
urbanos, protegendo o Parque Ribeirinho. A área Samambaia, em uma área de 118 ha, abrigará
oferta habitacional.
do Setor abrange um total de 11,64 hectares em 39.871 habitantes, em 228 lotes. Essa área é

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

276
composta por dois trechos: Complexo Boca da
FIGURA 104 - SUBCENTRO LESTE EM SAMAMBAIA – COMPLEXO DE FURNAS E PROJETO
Mata – Trecho 1 e Complexo de Furnas – Trecho 2. URBANÍSTICO ESPECIAL DAS QUADRAS QR 103 A 115 E 121 A 127
No Trecho 1, os lotes terão menor restrição, sendo
classificados como L2, conforme o Plano Diretor
Local de Samambaia, enquanto no Trecho 2, será
vedado o uso residencial. É prevista a criação de
um terminal de integração intermodal na Estação
n.º 31 do metrô localizada na região, o que
possibilitará um incremento na dinâmica econômica
e territorial da área. Ressalta-se que o projeto
desta área deverá refletir sua função de
centralidade local.

• Subcentro Oeste em Samambaia

O Subcentro Oeste está situado nas


Quadras 117 e 119 da Região Administrativa de
Samambaia e tem como principal objetivo o
desenvolvimento da centralidade local. Os lotes do
projeto deverão ser de média e menor restrição,
incluindo habitação e outros usos. Deverá ser
criado um terminal de integração intermodal na lotes residenciais unifamiliares e mistos. Deverá 14.000m2 e 25.000m2, dispostos na porção central
Estação 35 do metrô, possibilitando a melhoria das abrigar cerca de 6.185 habitantes. da gleba, ao longo da futura via Interbairros, onde
condições de mobilidade da população e do
potencial econômico da área.
• Área Adjacente ao Bairro Águas Claras
também são previstos lotes para comércio e
serviços de pequeno porte e para equipamentos
• Etapa 2 do Riacho Fundo II – Quadras 1, 2,
Está localizada em terras da
TERRACAP na Região Administrativa de Águas
públicos comunitários. Nas extremidades da gleba
foram criados lotes para a instalação de
3, 4, 5 e 6
Claras – RA XX. A área perfaz 75 hectares, para empreendimentos de grande porte, tais como
A Área da Etapa 2 do Riacho Fundo II atendimento de população de média renda, hipermercado e/ou centro comercial e de lazer.
abrange 63 ha em terras desapropriadas, já
incorporadas ao patrimônio da TERRACAP, na
estimada em 16.500 habitantes.
• ADE Estrutural
O projeto prevê a criação de 10 lotes
Zona Urbana Consolidada. O projeto urbano define A ADE Estrutural conta com uma
para o uso habitacional coletivo, com áreas entre
uma ocupação em alta densidade, criando situação fundiária complexa. Nesta ADE propõe-se
a implantação de área habitacional, com densidade
aproximada de 50 hab/ha, destinada ao

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

277
reassentamento das famílias de Vicente Pires, hoje • Bairro Nacional espaços localizados em sua maioria nos limites
situadas em áreas de preservação permanente externos das quadras, predominantemente nos
Localizado na Região Administrativa
(APP) ou em espaços onde serão necessárias setores Leste e Oeste e também ao longo das
de São Sebastião - RA XIV, entre a Avenida dos
obras viárias e de infra-estrutura. principais vias de circulação. A maioria deles são
Eucaliptos e o Córrego Mato Grande, próximo ao
• Expansão do Paranoá Setor Habitacional Jardim Botânico.
áreas remanescentes de parcelamento e perfazem
uma área total de aproximadamente 57,7 hectares.
Projetada desde 1994, a área não foi O Estudo Urbanístico Preliminar para O objetivo da ocupação desses vazios urbanos é
implantada por aguardar o Plano de Manejo da o Bairro Nacional, foi organizado a partir de uma aproveitar a infra-estrutura já existente para
APA do Paranoá. Neste período surgiu a invasão pequena área com Uso Residencial Unifamiliar adensar a ocupação habitacional da cidade.
do Itapuã. Para evitar o surgimento de novas (onde serão transferidos os lotes da Q.12 do
invasões na área, propõe-se a implantação da Morro Azul) e a maior parte com lotes destinados
Expansão do Paranoá, cujo projeto sugere os a atividades agro-industriais. A densidade
moldes da cidade vizinha, mesclando residências populacional indicada no EIA/RIMA de São
unifamiliares e edificações de até 3 pavimentos. O Sebastião, é de 50 hab./ha.
projeto urbanístico deve atender as preocupações
quanto a drenagem da área pois os problemas de
• Adensamento da Área Urbana de
Sobradinho
adensamento da bacia do Paranoá referem-se ao
processo de eutrofização do lago. Localizada na Região Administrativa

• Etapa 4 - Riacho Fundo


de Sobradinho - RA V, dentro da Zona Urbana
Consolidada. São lotes vazios de propriedade da
Estabelecido a partir do convênio entre Terracap espalhados aleatoriamente dentro da
GDF e União, a área atenderá ao assentamento de área acima mencionada. As utilizações e
aproximadamente 4000 famílias integrantes de gabaritos propostos são diversos,
Cooperativas Habitacionais. Perimetral à área compreendendo usos residenciais (coletivos ou
consolidada do Riacho Fundo II, o projeto unifamiliares) e usos mistos. Esta área de
urbanístico da área deve atentar as importantes adensamento foi proposta para evitar vazios
questões relacionadas à drenagem urbana. urbanos, que resultam em subutilização dos

• Etapa 3 - Setor Jardim Botânico


lotes, criando, por conseguinte,
aproveitamento da infra-estrutura existente.
maior

A área inserida na APA do São


Bartolomeu deverá respeitar as fragilidades
• Adensamento da Área Urbana do Gama

ambientais da região, seguindo um modelo de Localizada na Região Administrativa


baixas densidades e evitando a conformação de do Gama - RA II, dentro da Zona Urbana
condomínios fechados. Consolidada. Os vazios urbanos do Gama são

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

278
QUADRO 42 - PARÂMETROS PARA ÁREAS HABITACIONAIS – Novas Áreas Habitacionais Prioritárias

Novas Áreas Habitacionais Prioritárias RA Área (ha) Pop. Est. (hab) Faixa de Renda

Expansão do Guará – QEs 38, 44, 48, 50, 54, 56 e 58 Guará 96,17 9.500 Baixa e Média
Etapa 3 do Riacho Fundo II – QS 1 a QS 10, 12, 14, Riacho Fundo 134,45 40.000 Baixa
16, 18, 20, 22, 23, 25, 27, 29, 31
Setor Meireles - área do GDF Santa Maria 196,33 68.000 Baixa e Média
Setor Nacional São Sebastião 145,74 1.813 Baixa
Setor Crixá São Sebastião 159,70 6.678 Baixa
Setor Habitacional Mangueiral São Sebastião 200,11 27.000 Média
Expansão do Setor Habitacional Mangueiral São Sebastião 190,00 26.000 Baixa e Média
Quadras 900 do Recanto das Emas Recanto das Emas 58,77 5.678 Baixa
Setor Habitacional ADE Oeste Samambaia 59,99 8.930 Baixa
Setor Habitacional Taquari etapa 2 Lago Norte 261,52 6.266 Média
Setor Habitacional Taquari etapa 3 Lago Norte 208,45 1.200 Média
Bairro Jardins Itapoã 270,00 40120 Baixa
Setor Habitacional Dom Bosco Lago Sul 334,00 7.000 Média e Alta
Setor Habitacional Jóquei Clube SCIA 268,60 40.000 Média e Alta
Setor Habitacional Vargem da Benção Recanto das Emas 267,00 20.000 Variada
Setor Habitacional TASA Guará 34,00 10.533 Variada
População Total Novas Áreas 318.718

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

279
QUADRO 43 - PARÂMETROS PARA ÁREAS HABITACIONAIS – Áreas a serem Adensadas

Áreas a serem Adensadas RA Área (ha) Pop. Est. (hab) Faixa de Renda

Setor Residencial Leste – Quadras 21A e 22A Planaltina 11,64 1.032 Baixa
Expansão do Setor Residencial Oeste – Quadras I, J, Planaltina 23,26 3.747 Baixa
K
Etapa 2 do Riacho Fundo II – Quadras 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Riacho Fundo 63,39 6.185 Baixa
Setor Noroeste Brasília 525,00 40.000 Média e Alta
Projeto Urbanístico Especial das Quadras QR 103 a Samambaia 11,31 5470 Baixa
115 e 121 a 127
Áreas Livres nas Extremidades e entre os Conjuntos Taguatinga 10,357143 1.450 Média
das Quadras QNJ e QNL de Taguatinga
Laterais da Avenida MN3 em Ceilândia Ceilândia 31,79 8.828 Média
Subcentro Leste em Samambaia Samambaia 118,35 38.871 Baixa
Subcentro Oeste em Samambaia Samambaia 24,40 12.200 Baixa
Área Adjacente ao Bairro Águas Claras Águas Claras 75,00 16.500 Média
Expansão do Paranoá Paranoá 150,00 14.746 Baixa e Média
Adensamento de Sobradinho Sobradinho 2,40 1.000 Média
Adensamento do Gama Gama 2,00 1.000 Média
Etapa 4 – Riacho Fundo Riacho Fundo 129,00 24.350 Média
População Total Adensada 175.379

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

280
MAPA 19 – ESTRATÉGIA DE OFERTA DE ÁREAS HABITACIONAIS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

281
manutenção de funções ecológicas. Estudos O conector ambiental é um conceito que
3.6 Estratégia de Integração Ambiental do
comprovam que há sempre uma maior está sendo introduzido no plano com a finalidade
Território
sobrevivência de espécies, menor perda biótica de resgatar a vocação socioambiental de certos
A estratégia de integração ambiental do tanto no número de espécies quanto na espaços de ligação entre ecossistemas. A sua
território introduz no plano o conceito de conexão quantidade de indivíduos, naquelas áreas delimitação parte, de maneira bastante
de ecossistemas, que corresponde à ligação entre preservadas de ecossistemas que estão simplificada, de informações do diagnóstico físico-
sistemas naturais preservados ou pouco conectadas, mesmo que de forma tênue ambiental, que identificou sistemas ambientais, e
antropizados. (QUAMMEN,1997). A distinção entre corredores da própria configuração do território. Os estudos
e conectores está na abordagem do tema, em mais aprofundados sobre os ecossistemas estão
A conexão ecológica responde à
termos de abrangência e exigências para sua indicados como uma das ações necessárias a
necessidade de manutenção dos aspectos
configuração. implementação da estratégia, e que, certamente,
funcionais dos ecossistemas, de estabelecimento
viriam demonstrar como estas áreas poderiam ser
de fluxo biótico e gênico e de outros aspectos de O corredor ecológico tem sua
incluídas, ou não, na estratégia mais ampla dos
qualidade ambiental. definição estabelecida no SNUC (Lei Federal nº
corredores ecológicos.
9.985/2000, art 2º, inciso XIX) como “porções de
A fragmentação e o isolamento de
ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando A estratégia de integração ambiental do
sistemas naturais vêm ocorrendo pela expansão
unidades de conservação, que possibilitam entre território propõe tratamento integrado e articulado
das ocupações urbanas e rurais, muitas vezes de
elas o fluxo de genes e o movimento da biota, aos espaços vocacionados para a função sócio-
forma difusa, e pela expansão do sistema viário. O
facilitando a dispersão de espécies e a ambiental de conexão de ecossistemas,
plano enfrenta o problema com a identificação
recolonização de áreas degradadas, bem como a contribuindo, desta forma para a manutenção da
daqueles espaços que estão vocacionados para a
manutenção de populações que demandam, qualidade de vida urbana e rural.
conexão ecológica e com a definição de uma
para sua sobrevivência, áreas com extensão
estratégia específica que estabelece diretrizes Os conectores ambientais identificados
maior do que aquela das unidades individuais”. O
capazes de orientar políticas e ações para sua no plano correspondem a porções do território
referido diploma legal vincula os procedimentos
proteção, recuperação e uso adequado. dispostas linearmente que mantém ambientes
relacionadas a delimitação e implementação dos
preservados, tais como fragmentos de vegetação
Para uma melhor compreensão dos corredores ecológicos ao plano de manejo das
nativa, ou estrutura física e ambiental própria, tal
conectores ambientais, faz-se necessário unidades de conservação (art. 27). De forma que
como vales fluviais, que por estes aspectos
estabelecer um paralelo com a estratégia de para a delimitação de corredores ecológicos
possibilitam a conexão funcional entre
conservação ambiental de corredores ecológicos, pressupõe-se a realização de estudos de
ecossistemas.
também incluída na concepção da estratégia de representabilidade dos ecossistemas e para
integração ambiental do território. estabelecimento de prioridades de conservação, Ao longo de um conector ambiental
cuja realização pode ser vinculada ao encontram-se áreas institucionais (Embrapa,
Os dois conceitos se pautam na
Zoneamento Ecológico Econômico do DF. Aeronáutica, etc.), parques, unidades de
concepção de ligação entre espaços naturais que
conservação, Áreas de Preservação Permanente e
permita a dispersão de fauna e flora, e a
espaços de destinação urbana e rural. A

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

282
configuração de um conector exige a adoção de finalidade de proteção e manutenção destes oferecem em termos da função socioambiental de
procedimentos de gestão integrada e articulada espaços ; conexão de ecossistemas.
deste mosaico de espaços, bem como realização
de intervenções que tornem evidente a função
• incentivo ao desenvolvimento de Na perspectiva acima apontada, foram
atividades compatíveis com a proteção do indicados os seguintes conectores ambientais:
socioambiental para qual estes espaços estão
vocacionados, tais como a institucionalização de
meio ambiente, tais como ecoturismo,
agroecologia, entre outras;
• Embrapa – segue da área da Embrapa
outras áreas legalmente protegidas e a implantação localizada entre as localidades urbanas de
de parques lineares urbanos. • realização de pesquisas e estudos Sobradinho e Planaltina, ao longo do curso do
acerca da biota local e fluxo gênico, que a córrego Atoleiro até sua junção ao rio São
Na presente estratégia estão definidas
configuração de conexão entre Bartolomeu;
ações de:

• integração e articulação da gestão das


ecossistemas propicia.
• Torto – ao longo do curso do ribeirão do
Torna-se importante considerar a Torto e sua foz no Lago Paranoá;
unidades de conservação e demais áreas
protegidas;
ambiência – urbana ou rural – em que se
encontram os diversos conectores ambientais,
• Bananal – ao longo do curso do córrego
• criação de parques lineares com a no sentido de valorizá-los e qualificá-los também
Bananal e sua foz no Lago Pananoá;

finalidade de interligar unidades e áreas em relação ao seu entorno, e favorecer as • Paranoá –ao longo do curso do rio
protegidas, já constituídas, e estabelecer medidas necessárias de proteção, manutenção e Paranoá, sendo incorporado o Lago Paranoá;
espaços contínuos, que reforcem a vocação de recuperação. Em ambiência urbana, estes
• São Bartolomeu – segue da Estação
conexão; espaços trazem maior qualidade de vida para as
Ecológica de Águas Emendadas, pela bacia do
• recuperação e manutenção das Áreas de
comunidades vizinhas, uma vez que podem
contribuir para o lazer. Já em ambiência rural,
Pipiripau e ao longo do curso do Rio São
Preservação Permanente ao longo dos cursos Bartolomeu;
reforça-se sua destinação para a conservação e
d’água compreendidos em conectores
localizados em ambiência rural ou urbana;
para o desenvolvimento de atividades • Taguatinga/Ipê – segue da ARIE JK a
compatíveis com a proteção do meio ambiente, ARIE do Ipê;
• demarcação das reservas legais de tais como ecoturismo, agroecologia, entre outras. • Reserva do Guará/Riacho Fundo – segue
propriedades rurais em áreas que
A indicação de conectores no PDOT da Reserva do Guará, ao longo dos cursos dos
estabeleçam, sempre que possível, espaços
não pretende esgotar todas as possibilidades de córregos do Guará e Riacho Fundo até a sua
contínuos e compatíveis com a função de
conexão entre ecossistemas no território do foz no Lago Paranoá;
conexão entre ecossistemas;

• articulação com as instituições federais


Distrito Federal. Foram estabelecidas as • Ribeirão do Gama - ao longo do curso do
conexões mais evidentes e com maior Ribeirão do Gama e sua foz no Lago Paranoá
responsáveis por áreas vocacionadas para a possibilidade de gestão integrada. Privilegia-se,
função de conexão entre ecossistemas, com a de fato, a potencialidade que os espaços • Jardim Botânico/São Sebastião – segue
da Estação Ecológica do Jardim Botânico e ao

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

283
longo do curso do ribeirão Santo Antônio da
Papuda até sua foz no rio São Bartolomeu;

• Alagado – segue da Estação Ecológica da


UnB e ao longo do curso do ribeirão Alagado;

• Saia Velha - segue da Estação Ecológica


da UnB e ao longo do curso do ribeirão Saia
Velha.

A estratégia indica, ainda, algumas


áreas para intervenção específica, que podem, a
partir da realização de estudos ambientais e da
articulação com instituições da esfera federal, ser
objeto de projetos que institucionalizem o
tratamento a ser conferido a cada um destes
espaços.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

284
MAPA 20 - ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO AMBIENTAL DO TERRITÓRIO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

285
dos motivos que pode explicar esta dependência como forma de incentivar a formação de parcerias
3.7 Estratégia de implantação de Pólos
está no fato de que a maioria destes núcleos entre os setores público e privado para
Multifuncionais
urbanos foi implantada fora dos eixos do financiamento, gestão e implantação de
transporte coletivo. Em muitos casos, à medida equipamentos urbanos nas áreas indicadas.
A criação de Pólos Multifuncionais que muitos desses enclaves se movem à procura
A seleção de áreas para as intervenções
constitui uma tentativa de ofertar atividades de terras baratas, eles ironicamente contribuem
destes pólos foi feita em função do potencial de
comerciais de bens e serviços, de lazer, cultura e para a erradicação da idéia de cidade e de
crescimento demonstrado nas localidades. As
habitação ligados à rede estrutural de transporte centro. Com isso, promovem um padrão de
seguintes diretrizes serviram como norteadoras no
coletivo. Esta oferta de diferentes subcentralidades sociabilidade anti-urbano e segregador,
processo de escolha:
em torno dos terminais de integração da rede de intensificando o consumo de recursos naturais
transporte público coletivo permite reduzir os em volume sem precedentes. • disponibilidade de espaços livres junto aos
deslocamentos da população para as áreas terminais existentes e ainda a serem
Diferentemente das Edge Cities, a
centrais consolidadas e saturadas do território do implantados;
identificação de subcentralidades no território do
Distrito Federal.
Distrito Federal vincula-se à rede estrutural do • localização em regiões com comprovada
Ao longo da história do Planejamento transporte coletivo e não se contrapõe à criação demanda por transporte público com
Urbano, são vários os exemplos de criação de de eixos de adensamento linear presentes nas destinação às áreas centrais do DF;
novas centralidades ou fortalecimento de áreas
periféricas, vinculadas às redes de transporte
estratégias de dinamização do Plano Diretor de
• potencial regional de mercado para a
Ordenamento Territorial – PDOT/2009. Ao definir
instalação de atividades comerciais, de
coletivo, na segunda metade do Séc. XIX e centros de serviços e atividades com sua
serviços, de lazer, cultura e esporte;
primeira metade do Séc. XX com as estações da respectiva zona de influência, a partir de uma
rede ferroviária e nos últimos 25 anos com as distância concêntrica às estações e terminais de • potencial de atração de novos usuários em
estações de metrô e as estações intermodais. As transporte público, o PDOT /2007 propõe o função da demanda regional por equipamentos
English New Towns da primeira geração ou as fortalecimento de algumas localidades do Distrito urbanos;
áreas de nova centralidade de Barcelona são Federal de maneira a conferir-lhes maior • carências locais de comércio e serviços;
exemplos deste tipo de estratégia. Em autonomia social e econômica.
contraposição, cabe ressaltar outros fenômenos • auto-sustentação econômica;
A otimização do uso dos Terminais de
mais recentes de urbanização ocorridos
Transporte com a associação de outros • potencial na geração de postos de trabalho
principalmente em áreas periféricas aos grandes
equipamentos enfatiza seu papel de núcleo para a população do entorno.
centros urbanos norte-americanos que têm se
polarizador de novas centralidades. Assim, a Foram estabelecidos 7 Pólos Multifuncionais
caracterizado pelo nome de Edge Cities. Todavia, a
conciliação entre equipamentos públicos e no Distrito Federal implantados nas seguintes
observação do desenvolvimento destes núcleos
privados, assim como o uso misto (habitação/ áreas:
urbanos tem mostrado que a autonomia pretendida
comércio) dos mesmos se torna necessária
para os mesmos está longe de ser alcançada. Um

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

286
PM 1 – Pólo Multifuncional Catetinho • equipamentos da administração pública;
A região escolhida para criação deste Pólo • comércio de bens e serviços associados à
encontra se na intersecção da via Estrada Parque habitação coletiva.
do Entorno (EPCT) com a via Estrada Parque do
Ipê (EPIP), entre o Recanto das Emas e o Gama.
FIGURA 105 – PÓLO MULTIFUNCIONAL CATETINHO
A criação deste Pólo objetiva disponibilizar
para a região um incremento da oferta de serviços
com a possibilidade de gerar um maior
adensamento das áreas vizinhas ao pólo.

Vale destacar que o potencial


adensamento da área em que se insere o pólo
necessita de um prévio planejamento da estrutura
urbana no local. Nas proximidades do pólo serão
implantados o Setor Habitacional Catetinho (40mil
habitantes) e a expansão do Riacho Fundo (45mil
habitantes) , conforme indicado na estratégia de
oferta de áreas habitacionais. Um outro ponto de
destaque que auxiliou na definição dessa área
como prioritária de atendimento ao pólo é o
tratamento como Área de Regularização da região
do Ponte de Terra.

Este acréscimo populacional demandará


equipamentos e serviços, que deverão ser
atendidos pelo pólo de forma a não reproduzir a
lógica de ocupação dispersa do espaço urbano e o
seu recorrente acréscimo de tempo de
deslocamento e total dependência do transporte
individual.

Dessa forma, dentre os serviços Fonte: Google Earth 2006


sugeridos para a região destacam-se:

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

287
PM 2 – Pólo Multifuncional Taguatinga equipamentos de saúde, abastecimento, cultura, Entre os equipamentos e serviços a serem
esporte e lazer junto ao terminal de integração, priorizados são sugeridos:
Este pólo está situado no encontro de
por serem estes os principais motivadores dos
três importantes rodovias do Distrito Federal, a BR- • posto e centro de saúde;
deslocamentos recorrentes na região.
070, que faz a ligação com os municípios do
• shopping, feira, hipermercado ou equipamento
entorno do DF, a EPCL – Estrada Parque Ceilândia
com função de abastecimento, cultura e lazer;
que articula as cidades de Ceilândia e Taguatinga
com o Plano Piloto, e a EPCT – Estrada Parque • comércio de bens e serviços associados à
Contorno que articula Taguatinga Norte e Sul, além habitação coletiva.
de servir como linha que delimita o espaço entre
Taguatinga e Vicente Pires. Seu objetivo é FIGURA 106 – PÓLO MULTIFUNCIONAL TAGUATINGA
fomentar uma nova centralidade aproveitando o
potencial urbano nesta região, favorecido pelo
aspecto locacional e de acessibilidade proveniente
da integração viária e dos projetos de transporte
coletivo, além dos diversos projetos urbanos que
estão sendo realizados para a área, tais como a
Área de Desenvolvimento Econômico Estrutural e o
Taguaparque.

Dentre as áreas de abrangências estão


as cidades de Taguatinga e Ceilândia, além de
parte da Estrutural e a Área de Regularização de
Vicente Pires. Ampliando a abrangência do
empreendimento a cidade de Brazlândia e o fluxo
de transporte coletivo proveniente do entorno serão
beneficiados, na medida em que possibilitará a
redução da necessidade de deslocamento dessa
população para a área central do Distrito Federal.

Para as atividades a serem


desenvolvidas neste pólo foi dada maior ênfase em Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

288
• shopping, feira, hipermercado ou
PM 3 – Pólo Multifuncional Grande equipamento com função de abastecimento,
Colorado cultura e lazer;

O Pólo Multifuncional Grande Colorado • comércio de bens e serviços associados à


será implantado ao longo da rodovia BR-020, habitação coletiva.
próximo ao ponto de convergência de vários
núcleos urbanos entre o Plano Piloto
, FIGURA 107 – PÓLO MULTIFUNCIONAL GRANDE COLORADO
em sua maioria, é de classe média, moradora de
condomínios residenciais. Apresenta, por isso,
grande índice de deslocamento para os centros
mais próximos (Plano Piloto e Sobradinho) com
veículos particulares.

Os principais motivadores desse


deslocamento na região são as buscas por serviços
especializados, equipamentos de abastecimento e
atividades de cultura e lazer, somado ao fato da
maioria da população local ser composta por
funcionários públicos e profissionais liberais que
tem suas atividades localizadas no Plano
Piloto.(segundo dados ...)

O Pólo Multifuncional Grande Colorado


poderá oferecer uma alternativa mais atraente para
a busca de serviços e equipamentos tendo em vista
a existência do terminal de integração para a
população que trabalha no Plano Piloto.

Entre os equipamentos e serviços a ser


priorizados são sugeridos:

• centro empresarial; Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

289
PM 4 – Pólo Multifuncional Metropolitana FIGURA 108 – PÓLO MULTIFUNCIONAL METROPOLITANA
O Pólo Multifuncional Metropolitana
estabelece papel estratégico em decorrência de
sua localização, como elemento articulador da rede
estrutural de transporte coletivo. A região onde ele
será implantado é lindeira ao corredor de transporte
de onde vem grande parte da população
proveniente da região sul do Distrito Federal , que
também se utiliza os serviços ofertados no Plano
Piloto diariamente.

Além disso, o pólo tem o caráter local de


atender à demanda por serviços essenciais de
consumo próximos ao Park Way, região de uso
residencial de média e alta renda. Dentro deste
mesmo aspecto verifica-se também a necessidade
de oferecer a esta população a possibilidade de
fixar suas atividades próximo de suas residências
com a oferta de postos de trabalho por meio de
centros comerciais e empresarias compatíveis com
os interesses da população do Park Way.

Entre os equipamentos e serviços a


serem priorizados são sugeridos:

• centro empresarial;
Fonte: Google Earth 2006
• shopping, feira, hipermercado ou equipamento
com função de abastecimento, cultura e lazer;

• comércio de bens e serviços associados a


habitação coletiva.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

290
PM 5 – Pólo Multifuncional Planaltina
FIGURA 109 – PÓLO MULTIFUNCIONAL PLANALTINA
Este Pólo será implantado no perímetro
da BR-020, na intersecção com a Avenida
Contorno Estância, via de acesso à grande parte
dos condomínios residenciais de Planaltina. Seu
objetivo principal é reduzir a necessidade de
deslocamento da sua população urbana para as
áreas centrais do Distrito Federal.

A área escolhida, vizinha ao Condomínio


Estância Mestre D’armas V, está inserida no
principal vetor de crescimento de Planaltina. Por
ser uma região carente de todo e qualquer tipo de
serviço, apresenta grande potencial na formação
de uma nova centralidade para a região.

Esta nova centralidade deverá ser obtida


mediante a implantação de equipamentos de
pequeno porte nas áreas de saúde, abastecimento,
cultura, esporte e lazer.

Outra característica pertinente a este


pólo é a possibilidade de articulação entre as zonas
urbana e rural do entorno de Planaltina.

Entre os equipamentos e serviços a


serem priorizados são sugeridos: Fonte: Google Earth 2006
• equipamentos da administração pública;

• posto ou centro de saúde;

• shopping, feira, hipermercado ou equipamento


com função de abastecimento, cultura e lazer;

• comércio de bens e serviços associados a


habitação coletiva.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

291
PM 6 – Pólo Multifuncional Samambaia FIGURA 110 – PÓLO MULTIFUNCIONAL SAMAMBAIA

Localizado junto ao último terminal do


metrô de Samambaia, este pólo visa agregar à
região administrativa um caráter de centro urbano,
capaz de atender às demandas das cidades
vizinhas de menor porte.

A região escolhida possui na sua


vizinhança equipamentos de grande porte como a
Feira livre, o fórum, o estádio de futebol, o ginásio
de esportes e o quartel da policia militar e o futuro
Hospital Regional da cidade, que consolidam,
assim, o seu papel de centro urbano. No entanto,
faltam elementos que articulem e reforcem a
acessibilidade entre eles.

Para que isto aconteça, os


equipamentos e serviços ofertados no Pólo
Multifuncional de Samambaia deverão ofertar
atividades de uso constante que o consolidem
como centro urbano e aumentem a articulação com
os equipamentos já implantados.
Fonte: Google Earth 2006
Entre os equipamentos e serviços a
serem priorizados são sugeridos:

• equipamentos da administração pública;

• centro empresarial;

• shopping ou equipamento com função de


abastecimento, cultura e lazer;

• comércio de bens e serviços associados à


habitação coletiva.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

292
PM 7 – Pólo Multifuncional São Sebastião trabalho, como forma de atender a diferentes
necessidades encontradas.
Situado no encontro da rodovia DF-001 • centro empresarial;
Entre os equipamentos e serviços a
com a via de acesso à cidade de São Sebastião, o • shopping ou equipamento com função de
Pólo Multifuncional de São Sebastião está serem priorizados são sugeridos:
abastecimento, cultura e lazer;
vinculado ao vetor de crescimento estabelecido • centro de formação profissional ;
• comércio de bens e serviços associados à
pelos condomínios residenciais encontrados nessa
região e, principalmente, à população de São • centro de educação complementar; habitação coletiva.
Sebastião e entorno. • posto ou centro de saúde;
Este novo centro deverá atender à
FIGURA 111 – PÓLO MULTIFUNCIONAL SÃO SEBASTIÃO
demanda de regiões de perfis econômicos bastante
distintos. De um lado, a região de São Sebastião,
com uma população, em sua grande maioria, de
baixa renda, carente de quase todos os tipos de
serviços e totalmente dependente do sistema de
transporte coletivo.

De outro lado, os condomínios do Setor


Habitacional Jardim Botânico, composto de uma
população de alta e média renda, carente de
serviços de abastecimento, cultura e lazer, e sem
grande necessidade de transporte coletivo.

Vale ressaltar as futuras áreas que serão


implantadas na vizinhança do pólo, como a 3ª
etapa do Setor Habitacional Jardim Botânico e o
Setor Mangueiral com população de projeto
estimada em 27 mil habitantes, também com perfil
econômico médio.

Essa diferença de necessidades


estabelece para o pólo o desenvolvimento de
atividades que propiciem, ao mesmo tempo, a
oferta de serviços e a criação de postos de

Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

293
• serviço de Hospedagem.
PM 8 – Pólo Multifuncional Sul

Este pólo será implantado nas


FIGURA 112 – PÓLO MULTIFUNCIONAL SUL
proximidades do Pólo JK, situado na Região
Administrativa de Santa Maria, às margens da BR-
040, no qual a maioria das empresas estão
voltadas para atividades industriais e de logística.

A localização do pólo tem o objetivo de


suprir na região a demanda por equipamentos e
serviços próximos ao Pólo JK e , também, reduzir a
necessidade de deslocamento da população
vizinha, de Valparaizo, Novo Gama e Cidade
Ocidental para as áreas centrais do Distrito
Federal.

A sua proximidade com o Polo JK lhe


confere, também, a característica de centro de
apoio e suporte, abrigando equipamentos e
serviços de às empresas já instaladas.

Entre os equipamentos e serviços a


serem priorizados são sugeridos:

• serviços de administração pública;

• centro empresarial;

• centros de formação profissional ;

• centro de educação complementar;

• posto ou centro de saúde;

• comercio de bens e serviços associados à


habitação coletiva e Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

294
PM 9 – Pólo Multifuncional do Torto
FIGURA 113 – PÓLO MULTIFUNCIONAL DO TORTO
Situado no encontro da via EPIA
(Estrada Parque de Indústria e Abastecimento) com
a via EPTT (Estrada Parque do Torto), este Pólo
possui seus limites próximos aos diversos setores
próximos ao final da Asa Norte. Incluem entre eles
o Setor de Oficinas Norte, o Setor Terminal Norte, o
Setor Habitacional Noroeste, o Parque Ecológico
Burle Marx, o futuro Polo Capital Digital e a própria
Via W3 Norte.

Com características semelhantes ao


Pólo Multifuncional Sul, o Pólo Multifuncional do
Torto tem como principal objetivo a oferta de
serviços de apoio e suporte ao futuro Pólo Capital
Digital, em função da sua proximidade com o
mesmo.

Entre os equipamentos e serviços a


serem priorizados são sugeridos:

• centro empresarial;

• centros de formação profissional ;

• comércio de bens e serviços associados a


habitação coletiva.

• serviço de hospedagem. Fonte: Google Earth 2006

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

295
MAPA 21 – Estratégia de Implantação de Pólos Multifuncionais

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

296
4. GESTÃO DO TERRITÓRIO Onerosa da Alteração de Uso, Consórcio A adoção de certos instrumentos
Imobiliário. capacita o poder público a interferir no processo de
regularização das áreas, buscando alternativas,
3. Instrumentos destinados à otimização das
Os instrumentos de gestão urbana principalmente, aos problemas de titularidade e
áreas ainda disponíveis na Zona Urbana do
atendem à necessidade de adaptação do escopo renda.
Conjunto Tombado e na Zona Urbana
do planejamento a novos paradigmas, em que se
Consolidada: Parcelamento, Edificação ou A Concessão de Uso Especial para Fins
considera a cidade como o resultado da produção
Utilização Compulsórios, IPTU Progressivo de Moradia, a Concessão de Direito Real de Uso
de múltiplos agentes que devem ter sua ação
no Tempo e a Desapropriação com viabilizam a permanência, em terras públicas, da
coordenada, mediante ajustes e adequações na
pagamento de títulos; Direito de Superfície, população implicada na regularização fundiária. Já
legislação que acompanhem a dinâmica de
Direito de Preempção. o Usucapião Urbano Individual ou Coletivo viabiliza
produção da cidade (Rolnik, 2000).
a permanência de pessoas que habitam áreas
4. Instrumentos destinados à operacionalização
Os instrumentos de gestão urbana privadas.
de intervenções urbanas, propostas nas
constituem a interface do planejamento com as
estratégias de Revitalização: Transferência A Concessão de Uso Especial para Fins
dinâmicas socioeconômicas, mediando os
do Direito de Construir. de Moradia (individual ou coletivo), para as terras
interesses de mercado e da coletividade. O PDOT
públicas, e o Usucapião Urbano individual ou
adota uma lista de instrumentos jurídicos, 5. Instrumentos destinados à operacionalização
coletivo, para as terras privadas, estão voltadas à
tributários e financeiros que estão previstos na da estratégia de oferta de áreas
regularização fundiária da moradia de populações
Constituição Federal e no Estatuto da Cidade. habitacionais: Urbanizador social. 2
de baixa renda, em áreas menores que 250m
Os instrumentos fundamentais à gestão 6. Instrumentos destinados à integração com os habitadas há, no mínimo, cinco anos ininterruptos.
urbana são detalhados pelo PDOT de modo a municípios limítrofes do DF: Consórcio
Já a Concessão de Direito Real de Uso
viabilizar sua aplicação de forma eficaz. Estes Público.
cede a posse, mas não a propriedade, de áreas
instrumentos estão vinculados a objetivos e
4.1. Instrumentos destinados à públicas para fins de urbanização, industrialização,
estratégias concretas do PDOT:
operacionalização da estratégia de edificação, cultivo de terra ou outra utilização de
1. Instrumentos destinados à operacionalização regularização fundiária interesse social, podendo ser onerosa ou gratuita
da estratégia de regularização fundiária: dependendo do interesse público,
A existência de uma política urbana
Concessão de Uso Especial para Fins de independentemente da renda dos interessados.
desvinculada da política habitacional, associada
Moradia, Usucapião Urbano individual ou
à complexa situação fundiária apresentada, 4.2. Instrumentos destinados à
coletivo e Concessão de Direito Real de Uso.
gerou um quadro de ocupação irregular com fins operacionalização de intervenções urbanas
2. Instrumentos destinados à operacionalização especulativos (por meio da grilagem e ocupação propostas nas estratégias de Dinamização e
de intervenções urbanas, propostas nas clandestina), em áreas privadas, em áreas Estruturação Viária
estratégias de Dinamização e Estruturação públicas do Governo do Distrito Federal e da
A necessidade de captar recursos
Viária: Operação Urbana Consorciada, Outorga União, muitas das quais situadas em Áreas de
privados que viabilizem financeiramente
Onerosa do Direito de Construir, Outorga Preservação Ambiental - APA´s.
intervenções urbanas é o fundamento destes

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

297
instrumentos. O principal, a Operação Urbana 4.3. Instrumentos destinados à otimização propriedade do terreno não seja necessariamente
Consorciada, é um instrumento que prevê a das áreas disponíveis na Zona Urbana do desta mesma pessoa. Isso permite ao morador e
implementação de um conjunto de intervenções e Conjunto Tombado e na Zona Urbana ao poder público usufruir do solo, subsolo ou
medidas coordenadas pelo poder público, mediante Consolidada espaço aéreo de uma área sem transferência da
parcerias público-privadas com proprietários, propriedade do terreno. Este instrumento aumenta
Tanto na Zona Urbana do Conjunto
moradores, usuários e investidores privados para a capacidade do Poder Público de interferir nos
Tombado, quanto na Zona Urbana Consolidada,
execução de um projeto. Seu objetivo é alcançar mercados imobiliários.
é necessário um melhor aproveitamento das
transformações urbanísticas estruturais em
áreas com urbanização e ocupação Na Zona Urbana Consolidada, a
determinada área, além de melhorias sociais e a
consolidadas, mediante ocupação de terrenos otimização das áreas com urbanização e ocupação
valorização ambiental, com apoio dos recursos dos
vazios ou subutilizados. consolidadas pode-se materializar no aumento do
beneficiados. Opera pelo manejo e transação dos
potencial construtivo de certas áreas. Nestes
direitos de uso e construção do solo. A Operação O Parcelamento, Edificação ou
casos, serão necessários muitas vezes
Urbana Consorciada utiliza outros instrumentos Utilização Compulsórios, o IPTU Progressivo no
investimentos públicos para que as infra-estruturas
para sua viabilização, como a Outorga Onerosa do Tempo e a Desapropriação com pagamento de
se adeqüem às novas demandas. A Outorga
Direito de Construir. títulos são instrumentos voltados à indução da
Onerosa do Direito de Construir concede o
ocupação urbana em áreas já dotadas de infra-
Caso as Áreas de Dinamização incidirem aumento de potencial construtivo em troca do
estrutura e equipamentos. Especialmente em
sobre áreas carentes de infra-estrutura e serviços pagamento de contrapartida, pecuniária ou em
áreas centrais, onde alguns imóveis são
urbanos, cujos proprietários não têm condições de forma de benfeitorias, como forma de compensar
mantidos vazios, estes instrumentos pressionam
arcar com o custo de tais melhorias, o Poder os investimentos em infra-estrutura para atender a
os empreendedores a dispor no mercado suas
Público poderá utilizar o Consórcio Imobiliário para este aumento de potencial construtivo.
propriedades. Como conseqüência, não são
viabilizar estas infra-estruturas. No Consórcio
todos os imóveis que estarão sujeitos à Por outro lado, a otimização das áreas
Imobiliário, o proprietário transfere ao Poder
aplicação destes instrumentos, mas com urbanização e ocupação consolidadas pode
Público seu imóvel que será objeto de obras e, em
principalmente aqueles que supõem a redução ser promovida mediante alteração dos usos,
troca, recebe unidades imobiliárias.
da oferta de áreas do mercado, implicando a buscando-se atividades mais atrativas às
Se as intervenções urbanas requerem a necessidade de expansão do perímetro urbano dinâmicas urbanas. A valorização de imóveis
implantação de equipamentos públicos e para abrigar as demandas de urbanização ou particulares derivada da alteração de uso deverá
comunitários, áreas de lazer, dentre outros, mas nos casos em que é notório o processo de ser recuperada por meio da Outorga Onerosa da
não houver disponibilidade de terrenos, o Direito de especulação imobiliária. Alteração de Uso.
Preempção garante ao Poder Público a prioridade
O Direito de Superfície é o 4.4. Instrumentos destinados à
na aquisição de terrenos que forem negociados no
instrumento que têm como função separar a operacionalização de intervenções urbanas
mercado.
propriedade do terreno do direito de edificação, propostas nas estratégias de Revitalização
de tal forma que a propriedade do que for
Restrições legais ou obras públicas
construído em um terreno seja da pessoa que
voltadas à revitalização podem implicar prejuízos
detém o direito de superfície embora a

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

298
para proprietários de imóveis. Este grupo de O Urbanizador social é o serviços públicos de interesse comum. Assim, a Lei
instrumentos tem a finalidade de compensar os empreendedor interessado em realizar dos Consórcios Públicos institui um arcabouço
prejudicados neste processo. parcelamentos ou edificações destinadas à legal e institucional para a concretização do
habitação de interesse social, voltada para a federalismo cooperativo no país.
A Transferência do Direito de Construir
população com renda compreendida entre 2,5 e
tem como função compensar o proprietário de Para se ter uma idéia do atual estágio de
5 salários mínimos. Este empreendedor poderá
imóvel por uma limitação ao uso do potencial implementação dos consórcios públicos no Brasil,
doar ou disponibilizar imóveis abaixo do preço de
construtivo em função, por exemplo, de interesse segundo dados da pesquisa Perfil dos Municípios
mercado em troca de contrapartidas, tais como
cultural, ambiental ou para regularização fundiária. Brasileiros – MUNIC (IBGE, 2004), 1.969 (35%)
adoção de parâmetros diferenciados da
O potencial construtivo do imóvel não utilizado municípios apresentaram consórcio intermunicipal
urbanização, financiamento público dos estudos
pode ser negociado pelo proprietário com o na área de saúde, 611 (11,1%) para tratamento ou
ambientais ou de obras de infra-estrutura e
Governo do Distrito Federal para imóveis em outras disposição final de lixo e 254 (4,6%) nas áreas de
financiamentos a juros baixos através da Caixa
áreas, especialmente, para aquelas no perímetro abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Econômica Federal e do Sistema de
de uma Operação Urbana Consorciada, ou com o No universo de mais de 5.500 municípios, apenas
Financiamento Habitacional.
mercado, transformando este potencial construtivo 84 (1,5%) municípios apresentaram consórcio
em moeda - Certificados de Potencial Adicional de 4.6. Instrumentos destinados à integração intermunicipal na área de habitação.
Construção - CEPAC. Os CEPAC poderão ser com os municípios limítrofes do DF
Como se constata, a ampla maioria dos
alienados em leilão ou empregados diretamente no
O fortalecimento do papel consórcios concentra-se na área ambiental e de
pagamento das obras e serviços necessários à
metropolitano de Brasília constitui ação saúde. Como exemplo da aplicação da figura dos
própria operação, podendo também ser ofertados
estratégica para a consolidação do Distrito consórcios intermunicipais, pode-se citar a questão
como garantia para obtenção de financiamentos
Federal como centralidade regional do centro- do manejo dos resíduos sólidos nos municípios do
para implementação da operação. O Poder Público
oeste brasileiro. A prática de cooperação entorno do lago de Furnas, que atualmente envolve
indica quem pode doar e quem pode receber
intergovernamental é o mecanismo a ser 45 municípios e 1.621.407 habitantes. Uma das
potencial construtivo.
utilizado para promover um pacto capaz de principais ações realizadas pelo consórcio foi a
4.5. Instrumentos destinados à enfrentar as desigualdades sociais e regionais elaboração de planos gestores de resíduos sólidos
operacionalização da estratégia de oferta de existentes no interior de uma área metropolitana. a partir de um plano sub-regional de ação.
áreas habitacionais Estabelece maior articulação intergovernamental
Outro exemplo é a utilização dos
para a gestão compartilhada de
Considerando que a Estratégia de Oferta consórcios públicos para o desenvolvimento local.
responsabilidades públicas, fortalecendo a
de Áreas Habitacionais enfatiza a habitação Na região do rio Paraguai, em Mato Grosso, cerca
relação entre os governos do Distrito Federal e
coletiva e a oferta de unidades imobiliárias voltadas de 9 municípios lindeiros ao rio estabeleceram
dos demais municípios goianos.
a diferentes faixas de renda, é necessária a ação consórcio público para a gestão ambiental e
de empresários interessados em investir na A Lei de Consórcios Públicos (Lei econômica como medida de incentivo à cadeia de
habitação social, especialmente para viabilizar a Federal n° 11.107), sancionada em abril de 2005, produção e de beneficiamento do abacaxi. Para
construção de edifícios. norteia a associação de Municípios, Estados, isto, adotaram um sistema de cooperação mútua
Distrito Federal e União para a gestão dos entre produtores e municípios, de forma a

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

299
minimizar os custos de transporte e de 2. Ratificação, por meio de lei complementar, realização de suas atribuições e pode viabilizar a
beneficiamento da produção com a utilização de das intenções e conteúdo presentes no consolidação do processo de descentralização de
equipamentos comprados, de forma conjunta, pelas Protocolo; atribuições, garantindo dessa forma uma prestação
prefeituras locais. de serviços públicos de qualidade para o conjunto
3. Formulação e aprovação de Estatuto;
da população residente no Distrito Federal e
O consórcio público permite:
4. Eleição do corpo administrativo e deliberativo, municípios de sua área metropolitana. Além disso,
• o estabelecimento de convênios, contratos e geralmente formado por presidente, a criação de novos arranjos institucionais de
acordos de qualquer natureza; secretário executivo, coordenador financeiro articulação entre os entes federados poderá
• o recebimento de auxílios, contribuições e
e conselhos. pavimentar a construção de um novo projeto
regional de desenvolvimento, que possibilite uma
subvenções sociais ou econômicas de outras O consórcio público poderá contribuir
inserção soberana do país no quadro do processo
entidades e de órgãos do governo; para a promoção do desenvolvimento regional e
de globalização econômica e que se consolida no
• os processos de desapropriações, nos termos
para a construção de um sistema urbano mais
coerente e eficiente de prestação de serviços
cenário internacional.
do contrato constitutivo;
públicos. Nesse sentido, é igualmente importante
• a instituição de servidões, nos termos da que o Governo do Distrito Federal exerça sua
declaração de utilidade, de necessidade pública ou atribuição de coordenação da gestão no âmbito
de interesse social, por parte do poder público; sub-regional, de forma a consolidar as instâncias
• a realização de compras por meio de licitação
de cooperação horizontal entre municípios e
atuar na condição de intermediário que possa
conjunta;
coordenar o processo de regionalização de
• a criação de agência reguladora e escolas de políticas públicas e apoiar técnica e
governo regionais; financeiramente municípios limítrofes mais
• o compartilhamento de equipamentos e de pobres.
pessoal técnico; e O Consórcio público no Distrito
• a construção e o gerenciamento de unidades Federal poderá contribuir para a resolução dos
de saúde consorciais, dentre outros. problemas de transportes coletivos públicos do
Distrito Federal e região do Entorno. Segundo a
Geralmente, a organização dos Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste,
consórcios segue as seguintes etapas: do Ministério da Integração Nacional, encontra-
1. Formulação com os entes interessados de um se em estudo proposta de consórcio público para
Protocolo de Intenções, cujo conteúdo mínimo gerenciar o transporte coletivo no entorno do DF.
deve conter o que consta na Lei de Consórcios Por fim, pode-se afirmar que a gestão
Públicos; compartilhada de responsabilidades públicas
fortalece as três esferas de governo na

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

300
QUADRO 44 – INSTRUMENTOS JURÍDICOS, TRIBUTÁRIOS E FINANCEIROS.

Instrumentos Jurídicos, Tributários e Área de Aplicação Condições Instituição Legal


Financeiros
Parcelamento, Edificação ou Utilização Na Zona Urbana do Conjunto Tombado; nas Vias O imóvel deve ser enquadrado nos Lei Específica fixa condições e prazos da obrigação
Compulsórios (Arts. 145 a 147 e Art. 136, XVII Principais, nas Vias de Atividades, nos Centros e critérios de não edificação, subutilização de parcelar, edificar ou utilizar.
do PDOT) Subcentros da Zona Urbana Consolidada. Os e não utilização constantes nos §§ 2º, 3º
PDLs detalharão a localização dos lotes, e 4º do Art. 146 do PDOT, e estar
projeções e glebas objeto do instrumento. localizado em área passível de aplicação.

Imposto Predial e Territorial Urbano Na Zona Urbana do Conjunto Tombado; nas Vias Descumprimento das condições e prazos A mesma Lei Específica do Parcelamento,
Progressivo no Tempo (Art. 148 do PDOT) Principais, nas Vias de Atividades, nos Centros e de parcelamento, edificação ou utilização Edificação ou Utilização Compulsórios estabelece a
Subcentros da Zona Urbana Consolidada. Os compulsórios constantes da notificação. gradação anual das alíquotas progressivas e a
PDLs detalharão a localização dos lotes, aplicação do instituto.
projeções e glebas objeto do instrumento.
Desapropriação em Títulos da Dívida Pública Na Zona Urbana do Conjunto Tombado; nas Vias Poderá ocorrer a desapropriação após A mesma Lei Específica do Parcelamento,
(Art. 149 do PDOT) Principais, nas Vias de Atividades, nos Centros e cinco anos de cobrança do IPTU Edificação ou Utilização Compulsórios estabelece
Subcentros da Zona Urbana Consolidada. Os Progressivo no Tempo caso o proprietário as condições de desapropriação; os títulos da
PDLs detalharão a localização dos lotes, não tenha cumprido a obrigação de dívida pública terão prévia aprovação do Senado
projeções e glebas objeto do instrumento. parcelamento, edificação e utilização Federal.
compulsórios; ou o Poder Público
mantém a cobrança da alíquota máxima
até o cumprimento da obrigação.
Direito de Superfície (Arts. 150; 151; 84, VI e Não há necessidade de delimitação, porém nas Promover a viabilidade da implementação Lei Específica para cada caso autoriza o Distrito
81, III do PDOT) áreas de regularização de interesse social e de diretrizes constantes no PDOT. Federal a adquirir ou conceder, de forma onerosa;
específico foi determinada sua aplicação sua concessão ou extinção dar-se-á mediante
prioritária, entre outros instrumentos. escritura pública e será averbada no cartório de
registro de imóveis.
Direito de Preempção (Arts. 152 a 156 e 84, IV Imóvel urbano situado na Zona Urbana do O imóvel deverá ser utilizado para os fins Lei Específica fixa o prazo de vigência, estabelece
do PDOT) Conjunto Tombado; nas Vias Principais, nas Vias previstos nos Arts. 26 do Estatuto da normas sobre os procedimentos da notificação, as
de Atividades, nos Centros e Subcentros da Zona Cidade e 152 do PDOT. condições de pagamento, de publicação, os órgãos
Urbana Consolidada e prioritariamente nas Áreas responsáveis e outras medidas necessárias para
de Regularização de Interesse Específico. Os dar execução do instituto, inclusive possibilidade de
PDLs detalham a delimitação das áreas de desistência do Poder Público.
incidência do instrumento e a finalidade a que se
destina cada uma.

Outorga Onerosa do Direito de Construir (Arts. Núcleos Urbanos do Guará, Taguatinga, O beneficiário deverá prestar Lei Específica estabelece as normas e
157 a 163, 247, 256 e 84, IV do PDOT) Ceilândia, Samambaia, Gama, Sobradinho e contrapartida, de acordo com o disposto procedimentos gerais, determinando: a fórmula de
Planaltina inscritos na Zona Urbana Consolidada, no Art. 159 PDOT e com a Lei Específica. cálculo para a cobrança do valor de contrapartida, o
Áreas de Dinamização, Operações Urbanas e coeficiente de ajuste a ser inserido na forma de
Áreas de Regularização de Interesse Específico. cálculo da contrapartida, os casos passíveis de
Os PDLs detalharão o perímetro das áreas de isenção do pagamento da outorga e o tipo de
aplicação da ODIR. contrapartida do beneficiário que melhor satisfaça o
interesse público.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

301
CONTINUAÇÃO DO QUADRO 44– INSTRUMENTOS JURÍDICOS, TRIBUTÁRIOS E FINANCEIROS.

Outorga Onerosa de Alteração de Uso (Arts. 157 Os PDLs estabelecerão os perímetros das áreas O beneficiário deverá prestar contrapartida, de Lei Específica estabelece as normas e
a 161, 164 a 167 e 247 do PDOT) de aplicação nos casos de incidência na Zona acordo com o disposto no Art. 159 PDOT e com a procedimentos gerais, determinando: a
Urbana do Conjunto Tombado, Zona Urbana Lei Específica fórmula de cálculo para a cobrança do valor
Consolidada e Zona de Uso Controlado I e II. Lei de contrapartida, o coeficiente de ajuste a
Específica estabelecerá os perímetros das áreas ser inserido na forma de cálculo da
de aplicação, nos casos das Áreas de contrapartida, os casos passíveis de
Dinamização e áreas objeto de operações isenção do pagamento da outorga e o tipo
urbanas consorciadas, podendo ser aplicada em de contrapartida do beneficiário que melhor
Áreas de Regularização de Interesse Específico. satisfaça o interesse público.
Transferência do Direito de Construir (Arts. 168 a Para efeito de redução do potencial construtivo: Somente será realizada, mediante prévia Lei Específica define os procedimentos
170 do PDOT) na Zona Urbana do Conjunto Tombado, na Zona autorização da SEDUH, quando o imóvel, necessários à aplicação, Lei Autorizativa
Urbana Consolidada, na Zona Urbana de Uso submetido à limitação do uso do coeficiente de para a transferência e alienação do direito
Controlado II, nas Áreas de Regularização e nas aproveitamento, estiver enquadrado nas de construir.
áreas objeto de operações urbanas situações previstas no Art. 168 do PDOT.
consorciadas. Para efeito de recebimento do
potencial construtivo: na Zona Urbana
Consolidada, na Zona Urbana de Expansão e
Qualificação, nas Áreas de Dinamização, nas
áreas objeto de Operações Urbanas
Consorciadas e nas Áreas de Regularização de
Interesse Específico. Sendo os perímetros
estabelecidos nos PDLs. Lei Específica
estabelecerá os perímetros de aplicação nos
casos de Áreas de Dinamização e das áreas
objeto de Operações Urbanas Consorciadas.
Consórcio Imobiliário (Art. 171 do PDOT) Os mesmos do Parcelamento, Edificação e O proprietário deverá transferir seu imóvel para o Concessão ou outra forma de contratação.
Utilização Compulsórios e nos imóveis Distrito Federal
necessários nas intervenções urbanísticas

Operações Urbanas Consorciadas (Arts. 172 a Lei Específica delimitará cada área, sendo Deverão atender os objetivos estabelecidos no Lei Específica criará cada Operação Urbana
177 do PDOT) prioritárias para aplicação as Áreas de Art. 173 do PDOT, podendo a SEDUH propor Consorciada e conterá o seu Plano, cujo
Dinamização e de Otimização, dentre outras a novas áreas mediante anuência do CPDU. conteúdo mínimo deve atender ao disposto
serem indicadas no âmbito do Plano do Conjunto nos art. 33 do Estatuto da Cidade e Art. 175
Urbanístico Tombado de Brasília e dos Planos de PDOT, além de delimitar o perímetro de
Desenvolvimento Local. Os PDLs poderão indicar cada Operação.
novas áreas para aplicação.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

302
CONTINUAÇÃO DO QUADRO 44– INSTRUMENTOS JURÍDICOS, TRIBUTÁRIOS E FINANCEIROS.

Concessão de Uso Especial para fins de moradia Não há necessidade de delimitação, porém nas Possuir como sua área urbana pública de até Via administrativa ou por sentença
(Arts. 178 a 183 do PDOT) áreas de regularização de interesse social foi 250,00 m², pelo prazo ininterrupto de cinco anos judicial.
determinada sua aplicação prioritária. até 30/06/01, sem oposição, utilizando-a como
sua moradia ou de sua família, desde que não
seja proprietário ou concessionário de outro
imóvel urbano ou rural. Para aplicação coletiva, a
área deve ser maior que 250 m² e a população
deve ser de baixa renda (renda familiar de até 5
salários mínimos).
Concessão de Direito Real de Uso (Art. 184 do Não há necessidade de delimitação, porém nas É aplicada em terrenos públicos ou particulares, Contratos para cada área, mediante
PDOT) áreas de regularização de interesse social e para fins de urbanização, industrialização, licitação, observados os casos previstos
específico foi determinada sua aplicação edificação, cultivo de terra ou outra utilização de na lei.
prioritária. interesse social.

Usucapião Especial de imóvel urbano e rural (Art. Não há necessidade de delimitação, porém nas Possuir como sua área urbana particular de até Sentença Judicial conferindo título de
185 a 187 do PDOT) áreas de regularização de interesse social foi 250,00 m², por cinco anos, ininterruptamente e domínio.
determinada sua aplicação prioritária. sem oposição, utilizando-a como sua moradia ou
de sua família, desde que não seja proprietário
ou concessionário de outro imóvel urbano ou
rural. Para aplicação coletiva, a área deve ser
maior que 250 m² e a população deve ser de
baixa renda, ou seja, renda familiar de 5 salários
mínimos.
Urbanizador Social (Art. 188 a 193 do PDOT) Haverá indicação da SEDUH. Será admitido: na produção e implantação de Lei Específica para regulamentação
parcelamento do solo ou edificação a atender dispondo sobre o Termo de Compromisso
para demanda habitacional, na regularização das e as responsabilidades para a realização
Áreas de Regularização de Interesse Social e no da parceria
parcelamento de áreas destinadas à Área de
Especial de Interesse Social.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

303
5. SISTEMA DE PLANEJAMENTO executivo, setoriais e locais. A partir desse Em linhas gerais, o SISPLAN incorporou
escopo, a Lei Complementar n° 17, de 28 de o então atuante Conselho de Arquitetura,
janeiro de 1997, que institui o Plano Diretor de Urbanismo e Meio Ambiente - CAUMA, como seu
O Sistema de Planejamento Territorial e Ordenamento Territorial do DF, definiu o seu órgão principal, transformando-o no atual
Urbano do Distrito Federal – SISPLAN foi avaliado funcionamento tendo como órgão superior o CONPLAN.
como um tema específico no âmbito do processo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano –
A estrutura de articulação institucional
de revisão do Plano Diretor de Ordenamento CONPLAN; como órgão central, a Secretaria de
contida no SISPLAN promove o processo de
Territorial do Distrito Federal, por constituir tanto Obras e Serviços Públicos; como órgão
descentralização do planejamento urbano, na
um mecanismo de planejamento, como de gestão executivo, o Instituto de Planejamento Territorial
medida em que se encontra na sua base os órgãos
urbana. e Urbano do Distrito Federal – IPDF; como
setoriais e as Administrações Regionais.
órgãos setoriais, os órgãos e entidades do Poder
O Sistema de Planejamento Territorial e
Executivo associados direta ou indiretamente ao Para subsidiar o funcionamento do
Urbano do Distrito Federal foi originalmente
ordenamento e territorial e urbano; e como SISPLAN, foi concebido o Sistema de Informações
instituído pela Lei n.º 353, de 18 de novembro de
órgãos locais, as Administrações Regionais. Territoriais e Urbanas do Distrito Federal - SITURB
1992, que aprovou o antigo Plano Diretor de
responsável por coletar, organizar, produzir e
Ordenamento Territorial do Distrito Federal, e A instituição do CONPLAN como
disseminar as informações sobre o território e sua
posteriormente incorporado à Lei Orgânica do órgão superior do SISPLAN, reforça a tradição
população. O SITURB, previsto na Lei Orgânica e
Distrito Federal (art. 326), com a finalidade de de adotar órgãos colegiados para deliberar sobre
regulamentado na Lei Complementar nº 17/97, tem
promoção do desenvolvimento territorial. Consiste as questões relativas ao planejamento da cidade
como objetivo dotar a administração pública do
na estrutura gerencial e decisória das ações de iniciada em meados da década de sessenta com
Distrito Federal e os cidadãos de um sistema de
planejamento e monitoramento da política de a criação, pela Lei n.º 4.545, de 10 de dezembro
informações confiável e preciso, com dados
desenvolvimento urbano e ordenamento territorial. de 1964, do Conselho de Arquitetura e
relativos à realidade física e social, nos aspectos
Urbanismo – CAU. Tal Conselho, vinculado à
Entre as atribuições do SISPLAN está a que dão suporte à gestão do território e dos
Secretaria de Viação e Obras – SVO, tinha como
de constituir instância de articulação entre os espaços urbanos.
principal atribuição orientar o planejamento
diversos níveis de governo e a sociedade, com
urbanístico e arquitetônico da cidade. Neste período, à Companhia do
relação às políticas territoriais, configurando
Desenvolvimento do Planalto Central –
suporte e forma de integração entre os Posteriormente, a Lei n.º 7.456, de 01
CODEPLAN foi atribuída a competência para atuar
participantes no processo de planejamento e de abril de 1986, altera a denominação do CAU
como órgão central do Sistema, tendo como
produção da cidade. Compete, ainda, ao sistema a para Conselho de Arquitetura, Urbanismo e Meio
setoriais as entidades integrantes da administração
elaboração, acompanhamento permanente e Ambiente do Distrito Federal – CAUMA, órgão
do Governo do Distrito Federal e outras, públicas
fiscalização da execução dos instrumentos de colegiado de intensa atuação no campo
ou privadas, destinadas a produzir informações de
planejamento urbano e territorial, entre eles o Plano urbanístico e ambiental. Entretanto, tanto o CAU,
interesse do ordenamento territorial e urbano. O
Diretor de Ordenamento Territorial. quanto o CAUMA tinham uma composição muito
SITURB incorporou como referência obrigatória a
mais voltada para a esfera governamental, não
A estrutura do SISPLAN, prevista na Lei base do Sistema Cartográfico do Distrito Federal –
sendo representativa da comunidade.
Orgânica, contém órgão superior, central, SICAD, estabelecido pelo Decreto nº 4008, de 26

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

304
de dezembro de 1977, instituindo, assim, uma base preservação do Conjunto Urbanístico do Plano Federal – CONPLAN, percebe-se, além da
geográfica única para todo o Distrito Federal. Piloto de Brasília, que era atribuída ao inadequação entre sua composição e a atual
Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico estrutura administrativa do GDF, o
A efetiva implantação do SISPLAN vem
do Distrito Federal–DEPHA, passaram à enfraquecimento na sua atuação a partir da criação
enfrentando, ao longo de quase 15 anos de sua
SEDUH. Da mesma forma, foram repassadas à do Conselho de Preservação de Brasília -
criação, inúmeras dificuldades de
Secretaria as atribuições relativas ao CONPRESB, que foi concebido
operacionalização. Parte delas decorre da
parcelamento do solo e à política de independentemente do SISPLAN, para tratar das
complexidade da estrutura administrativa e
regularização fundiária, antes de competência da questões relativas à área objeto de tombamento e
institucional do Governo, que passou neste período
Secretaria de Assuntos Fundiários – SEAF. apresenta sobreposição de competência.
por pelo menos três grandes reformas
administrativas, em movimentos de expansão e Com a última reforma administrativa Com relação às competências do
contração do número de unidades orgânicas. Por implementada pelo atual governo, a Secretaria CONPLAN, estabelecidas no art. 57 do PDOT/97,
outro lado, o aumento das Administrações de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio as maiores dificuldades estiveram na falta de
Regionais, de 19 para 29, criou outro ambiente de Ambiente – SEDUMA reuniu as atribuições acompanhamento da aplicação dos recursos
divisão territorial, marcado pelo forte referentes à SEDUH, a exceção daquelas destinados ao desenvolvimento territorial e urbano.
fracionamento. relativas à operacionalização do SITURB e O seu funcionamento, também, não contou com a
realização de estudos demográficos que implementação das Câmaras Técnicas, idealizadas
Na prática, deixou de existir a hierarquia
retornaram para a CODEPLAN, e incorporou para fornecer o apoio técnico multidisciplinar
prevista pelo sistema para a gestão territorial,
também as atribuições das extintas Secretarias necessário ao desempenho das suas atribuições.
composta de órgãos central, executivo, locais e
de Parques e Unidades de Conservação e de
setoriais. Com a extinção do Instituto de Por outro lado, os Conselhos Locais de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Este fato
Planejamento Territorial e Urbano do DF-IPDF, a Planejamento, criados para auxiliar as
abre a possibilidade de que seja realizada uma
então Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Administrações Regionais, órgãos locais do
melhor gestão do território, uma vez que as
Habitação–SEDUH passou a ser, ao mesmo SISPLAN, não estão devidamente implantados.
questões ambientais e as de política urbana
tempo, o órgão central, coordenador e o órgão Como conseqüência, o SISPLAN viu
podem ser melhor articuladas sob uma mesma
executivo do SISPLAN. Além disso, acumulou o comprometidos o seu ingrediente fundamental, a
coordenação institucional.
papel de órgão central do SITURB, antes atribuído participação da sociedade, e a descentralização
à CODEPLAN. Entretanto, encontra-se ainda em pretendida.
discussão a incorporação das atribuições de
Aliado a isso, a então SEDUH teve suas Somam-se, as questões apresentadas, a
planejamento urbano e territorial, hoje a
atribuições largamente ampliadas passando a ser proliferação de Regiões Administrativas,
Subsecretaria de Planejamento Urbano da
responsável também pela manutenção da base envolvendo áreas sem autonomia urbana, e que
SEDUMA, à estrutura da CODEPLAN,
cartográfica do Distrito Federal e pela elaboração funcionam como bairros de outras RAs já
implicando nova transformação no sistema de
de estudos demográficos antes realizados pela consolidadas. Esta nova situação institucional e
planejamento do DF.
CODEPLAN. Também, a promoção da Política territorial dificulta a tarefa tanto de elaboração de
Habitacional, antes atribuição do Instituto de Quanto ao órgão superior, o Conselho um número crescente de Planos Diretores Locais,
Desenvolvimento da Habitação – IDHAB, e a de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito como também a sua articulação com o PDOT,

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

305
dado o aumento e a grande fragmentação de • articular o processo de planejamento do DF • garantir recursos necessários à atualização
instrumentos. com o dos municípios limítrofes; periódica da base cartográfica;

Do ponto de vista legal, devem também • estabelecer mecanismos de • estabelecer mecanismos de atualização dos
ser consideradas as novas disposições do Estatuto compatibilização e articulação entre as políticas Sistemas de Informação; e
da Cidade que reforça a inserção da participação setoriais que tenham reflexo no território;
• promover o fortalecimento do SITURB no
da sociedade como elemento necessário à gestão
da cidade.
• articular as políticas de desenvolvimento âmbito intragovernamental.
urbano e de destinação orçamentária para
d. Quanto às Administrações Regionais:
Diante do quadro exposto, na revisão do garantir a eficácia na sua implementação; e
Plano Diretor de Ordenamento Territorial, consta
• estabelecer mecanismos que garantam a
• criar Núcleos de Ordenamento Territorial na
proposta de reestruturação do SISPLAN estrutura administrativa das Ras; e
compatibilidade entre as leis orçamentárias e as
adequando-o a realidade que se apresenta e
ações/programas e projetos prioritários do • estabelecer Gerências de Preservação nas
criando as condições para a sua efetiva
PDOT. Administrações Regionais componentes do
implementação. A proposta desenvolvida visa o
Conjunto Urbano Tombado (Brasília, Cruzeiro,
seu aprimoramento e o reforço do papel de
Sudoeste/Octogonal, Candangolândia).
articulação e veículo de participação da sociedade.
b. Quanto aos Conselhos de Planejamento:

• rever as atribuições existentes nos


A nova estrutura proposta, conforme
A restruturação do SISPLAN busca: Conselhos relacionados ao ordenamento
Figura 114, estabelece como:
territorial, em especial o CONPRESB, o
CONHAB e o CONPLAN; • órgão superior - Conselho de Planejamento
a. Quanto ao funcionamento geral do sistema:
• implementar Câmaras Técnicas de forma a
Territorial e urbano do Distrito Federal - CONPLAN;

• proceder à adequação do SISPLAN à atual subsidiar o funcionamento do CONPLAN; • órgão central - Secretaria de Estado de
estrutura administrativa do GDF;
• implementar os Conselhos Locais de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente –

• garantir a participação da sociedade em todas Planejamento - CLPs em todas as Regiões


SEDUMA;

as instâncias de planejamento; Administrativas do DF; • órgão executivo - Secretaria de Estado de

• estabelecer instâncias intermediárias de • agrupar os Conselhos Locais de


Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente –
SEDUMA, que exercerá esta função por intermédio
planejamento que permitam estruturar e articular as Planejamento por Unidades de Planejamento,
da sua Subsecretaria de Planejamento - SUPLAN;
diversas Regiões Administrativas existentes; frente ao crescimento do número de RAs; e

• adotar as Unidades de Planejamento Territorial • incluir uma instância de acompanhamento e


• órgãos setoriais - demais órgãos do GDF
associados ao ordenamento territorial e urbano;
como unidades de referência para o planejamento avaliação dos Planos Setoriais.
territorial, compatibilizando-as com os demais
c. Quanto ao SITURB:
instrumentos de planejamento setorial;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

306
• órgãos auxiliares - Conselhos das Unidades de transporte, regularização fundiária e uso do solo, Conselhos das Unidades de Planejamento - CUP,
Planejamento e Conselhos Locais de entre outras necessárias ao seu melhor permitindo a articulação das Regiões
Planejamento-CLPs; desempenho e funcionamento. Com isso, Administrativas que se inserem em cada uma

• órgãos locais – Administrações Regionais.


aproxima-se o órgão superior ao conceito
aportado pelo Estatuto da Cidade.
delas, representando uma instância de participação
intermediária entre escala local – representada nos
Conselhos Locais de Planejamento – e a escala
Em decorrência da adoção do
superior – do Conselho de Planejamento Territorial
Outra questão importante, que merece
destaque na proposta de revisão do PDOT, é a que FIGURA 114 – ORGANOGRAMA DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO
busca garantir a participação dos conselhos e
comitês ambientais, nos diferentes níveis do
SISPLAN, embora a gestão ambiental e a
participação direta dos segmentos da sociedade
vinculados às questões de natureza ambiental no
DF se façam com mais propriedade junto ao
Conselho de Meio Ambiente – CONAM, que possui
atribuições específicas respeitando às exigências
da legislação ambiental federal, com respaldo na
Lei Orgânica do Distrito Federal (Art. 27) e mesmo
status que o CONPLAN.

Na reestruturação proposta foram


mantidas as denominações do Conselho de
Planejamento Territorial e Urbano – CONPLAN e
dos Conselhos Locais de Planejamento Territorial e
Urbano – CLP, reforçando as referências já
construídas em torno destes conselhos.

Buscou-se fortalecer o órgão superior,


unificando-as atribuições do antigo CONPLAN com
os demais conselhos que dividiam e
compartilhavam suas atribuições, em especial o
CONPRESB, e ainda dotá-lo de Câmaras Técnicas conceito de Unidade de Planejamento Territorial, e Urbano - CONPLAN.
para as áreas temáticas de preservação, habitação, foram estabelecidos órgãos colegiados – os

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

307
V – PROCESSO DE APROVAÇÃO NA CÂMARA LEGISLATIVA
DO DISTRITO FEDERAL

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico


308
V. PROCESSO DE APROVAÇÃO NA CÂMARA LEGISLATIVA
DO DISTRITO FEDERAL

sendo 1 (uma) geral, 7 (sete) por Unidades de


Lei Complementar 803, de 25 de abril de 2009.
Planejamento e 2 (duas) específicas para a área
1. Tramitação do PLC 46/2007 na CLDF ambiental e rural e outra para a RA do Paranoá
Em 20 de novembro de 2007, foi Posteriormente, foi apresentado, no
enviado à Câmara Legislativa do Distrito Federal âmbito das Comissões de Assuntos Fundiários, de
- CLDF, a Mensagem n.º 305/2007 – GAG, que Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência,
encaminhou o Projeto de Lei Complementar da Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo e
revisão do PDOT, para apreciação, recebendo Constituição e Justiça, um Substitutivo ao PLC
naquela Casa Legislativa a denominação PLC nº nº46/2007, resultante desse processo participativo,
46/2007. que foi submetido ao Plenário da CLDF para
votação, no dia 11/12/2009
Tendo em vista manifestação do
MPDFT sobre a ampla divulgação do conteúdo No processo de votação do Projeto de
do PLC 46/2007, acordou-se entre CLDF, Lei Complementar, foram apresentadas 305
SEDUMA e MPDFT, a realização de nove (trezentas e cinco) emendas e subemendas à
audiências públicas, presididas pela Câmara proposição, sendo: 153 acatadas.
Legislativa, submetendo o conteúdo do
A redação final da Lei Complementar,
documento de revisão do PDOT ao
elaborada pela Comissão de Constituição e Justiça
conhecimento popular, permitindo o debate
da CLDF, incorporou ao texto e anexos as
sobre as alterações feitas pelo Executivo após 3ª
proposições aprovadas e ainda submeteu ao
Audiência Pública, como o conceito de Zona de
plenário 03(três) emendas de redação final, que
Contenção em Substituição a Área de
após sua aprovação foram também incorporadas.
Monitoramento Prioritário do PDOT/97
O texto aprovado retornou ao Executivo
Esse acordo permitiu a realização de
que vetou 58 (cinqüenta e oito) dispositivos -
11 Audiências Públicas no primeiro semestre de
sancionando-se a Lei Complementar nº. 803 em 25
2008, duas a mais que as inicialmente previstas,
de abril de 2009.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico


309
Colônia Agrícola Vicente Pires, situada a
sudeste da DF – 085;
2. Alterações ocorridas durante a tramitação 2.2. Macrozoneamento
na CLDF
2.2.1. Zonas
● Alteração dos limites da Zona de Contenção
Urbana (exclusão) e da Zona Urbana de
Com a finalidade de atualização deste
Documento Técnico apresentamos a seguir as
● Alteração dos limites da Zona de Contenção Expansão e Qualificação (ampliação), na
Urbana (redução) e da Zona Urbana de região do Setor Habitacional Sol Nascente;
modificações efetuadas no PLC 46/2007, advindas
Expansão e Qualificação (ampliação), na
do processo de aprovação pelo Legislativo e dos
região situada a leste da DF-140;
● Alteração dos limites da Zona Urbana
vetos do Executivo, que resultaram na Lei Consolidada (ampliação), na região situada a
Complementar nº. 803/2009. ● Alteração dos limites da Zona Urbana de oeste do Pólo JK;
Uso Controlado (ampliação), do entorno de
Planaltina, na sua porção sul, nas
● Inclusão, como Zona de Contenção Urbana,
da região situada na Bacia Hidrográfica do Rio
2.1 Unidades de Planejamento Territorial proximidades da APM São Bartolomeu;
São Bartolomeu, a oeste das APM do São
Os limites das Unidades de Planejamento ● Alteração dos limites da Zona Urbana de Bartolomeu, excluindo parte da região
Territorial foram alterados na fase de apresentação Uso Controlado I (ampliação), ao sul da denominada Altiplano Leste, que permanece
do Substitutivo ao PLC 46/2007, na CLDF. A APM Taquari; como Zona Urbana de Uso Controlado.
Região Administrativa de Águas Claras – RA XX
passou a integrar a Unidade de Planejamento
● Alteração dos limites da Zona Urbana de ● Alteração dos limites da Zona Urbana de Uso
Expansão e Qualificação (ampliação), a Controlado II (ampliação) na região do Riacho
Territorial Central Adjacente II, e a Região
leste e a oeste da cidade de Santa Maria; Fundo e do Núcleo Bandeirante;
Administrativa de Brazlândia – RA IV passou a
integrar a Unidade de Planejamento Territorial ● Alteração dos limites da Zona Urbana de
Oeste. Expansão e Qualificação (ampliação), na
2.2.2. Áreas de Proteção de Manancial
região do Setor Habitacional Arniqueira;
Além disso, os limites da Unidade de
Planejamento Territorial Leste foi alterados em ● Alteração dos limites da Zona Urbana de
● Alteração dos limites da APM Ribeirão do
Gama (redução);
função de uma mudança no limite da Região Expansão e Qualificação (ampliação), na
Administrativa do Itapoã – RA XXVIII. região da antiga Área Rural Remanescente ● Alteração dos limites da APM Currais
Veredas, em Samambaia; (redução).
Vale ressaltar que o projeto de lei referente às
poligonais de Regiões Administrativas encontra-se ● Alteração dos limites da Zona Urbana de
em tramitação. O PDOT não estabelece os Expansão e Qualificação (ampliação), ao
2.3. Estratégias de Ordenamento Territorial
memoriais descritivos das poligonais de Regiões longo da BR-070, próximo as Quadras QNR,
Administrativas, mas a vinculação de cada RA com em Ceilândia;
uma determinada Unidade de Planejamento
Territorial.
● Alteração dos limites da Zona Urbana 2.3.1 Estratégia de Regularização Fundiária
Consolidada (ampliação), na região da

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

310
O Setor Habitacional Indaiá proposto no PLC ● A29 – Área do DER, incluída por emenda; Passaram a integrar esta Estratégia as
46/2007 teve sua nomenclatura modificada para
● A30 – Expansão da ARIS Buritis, incluída
seguintes áreas:
Setor Habitacional Itapoã.
por emenda; ● R7- Complexo de Lazer de Brazlândia, que
O Setor Habitacional Arniqueira proposto no
PLC nº46/2007 teve sua poligonal modificada para
● A31 – Quadras 9,11,13 e 15 do Riacho
compreende o Parque Veredinhas, Balneário,
Orla do Lago Veredinhas e o Espelho d’água,
Fundo I, incluída por emenda.
a poligonal definida pela Lei Complementar nº Museu Artístico e Histórico de Brazlândia e
511de 08 de janeiro de 2002. áreas de lazer.

As densidades demográficas dos seguintes ● R8- Setor Central do Gama.


Setores foram modificadas:
2.3.3. Estratégia de Dinamização de Áreas
● Setores Habitacionais Vicente Pires, Região urbanas
2.3.5. Estratégia de Integração Ambiental
dos Lagos e Boa Vista, de densidade baixa
Passaram a integrar esta Estratégia as
para alta; Passaram a integrar esta Estratégia os
seguintes áreas:
seguintes conectores:
● Setor Habitacional Sol Nascente, de densidade
● Área Especial B, do Setor de Indústria e
média (na ZUEQ) e muito baixa (na ZCU), para
Abastecimento – atual sede da Novacap
● XII - Ribeirão Santana / Tororó – segue pelo
densidade média, já que a ZCU foi excluída curso do Ribeirão Santana, dentro dos limites
deste Setor; ● Área de Parcelamento Futuro – ARPA, do Distrito Federal;
localizada na parcela definida ao norte pelo
● Setor Habitacional Estrada do Sol, de
Lote 6580 do SMAS, Trecho 1, atual
● XIII - Ribeirão Cachoeirinha / Nova Betânia –
densidade média (na ZUUC II) e muito baixa segue pelo curso do Ribeirão Cachoeirinha até
ParkShopping, a leste pela Via EPIA, ao sul
(na ZCU), para densidade média. sua foz no Rio São Bartolomeu;
pela Via EPGU e a oeste pela via de acesso
Foi incluída, ainda, nesta estratégia, por ao ParkShopping. ● XIV - Ribeirão Sobradinho / Córrego
emenda, a Área de regularização de Interesse
Social – ARIS QNP 22 e 24 da Ceilândia.
● lote caracterizado na matrícula 10.484 do
Paranoazinho – segue pelo curso do Córrego
Paranoazinho e do Ribeirão Sobradinho, até
Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis,
sua foz no Rio São Bartolomeu.
localizado no SAI/Norte junto à EPIA

2.3.2. Estratégia de Oferta de Áreas ● Área Especial 3 do Setor L Norte de


Habitacionais Taguatinga 2.4. Anexo VI – Parâmetros Urbanísticos das
Áreas de Regularização
Passaram a integrar esta Estratégia as
seguintes áreas: O anexo VI, integrante do PLC 46/2007,
2.3.4. Estratégia de Revitalização de Espaços
apresentava para as áreas de regularização os
● A28 – Catetinho, incluída no Substitutivo da Urbanos
coeficientes de aproveitamento segundo a
CLDF com densidade média e coeficiente de
hierarquia viária, nos moldes do anexo V.
aproveitamento Máximo igual a 4.0;

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

311
Apresentava, ainda, um zoneamento de usos, que Muitas destas emendas, reunidas nas advindas do poder público, como mediador do
definia as áreas destinadas aos seguintes usos: disposições finais da Lei Complementar (art. 290 processo de elaboração do plano, e das
Residencial unifamiliar, coletivo, misto, comercial e a 295 e 306 a 317) na redação final da Câmara contribuições da sociedade.
áreas verdes e parques. legislativa, contrariavam a premissa do Plano
Diretor que remete à Lei de Uso e Ocupação do
Na versão aprovada os coeficientes de
Solo a sistematização de categorias de uso.
aproveitamento ficam vinculados aos usos que
serão estabelecidos nos procedimentos de Os casos que remetiam a definições
regularização. inexistentes nos conceitos aportados pelo PDOT
foram vetados. Em outros casos, a proposta dos
coeficientes de aproveitamento, não seguia as
2.5. Anexo VII - Contrato Específico para diretrizes e a sistemática proposta pelo PDOT,
Atividade Rural em Área Urbana tendo sido vetadas. Também ocorreram
propostas de criação de lotes e de alteração de
Foram incluídas, por emenda, no Mapa 7 –
dimensão de lotes de aplicação impraticável,
Áreas onde as glebas com características rurais
motivando o veto do Governador. Algumas
podem ser objeto de contrato específico, as
propostas por não haver objeção do poder
seguintes:
público, foram mantidas na lei sancionadas.
● 23 – Setor de Transportes e Cargas;
Alguns dos vetos propostos pelo Governador
● 24 – Bananal; foram derrubados pela Câmara Legislativa.
● 25 – Capoeira do Bálsamo;

● 26 – Horta Comunitária de Planaltina. 4. Considerações finais

O processo de construção democrática do


3. Parâmetros de uso e ocupação do solo para Plano Diretor, como preconiza o Estatuto da
lotes específicos Cidade, inclui a participação do legislativo,
cabendo, portanto, aos representantes leitos pela
Diversas emendas foram apresentadas para sociedade (parlamentares) a avaliação e
lotes específicos alterando parâmetros tais como aprovação do documento. O substitutivo e as
coeficientes de aproveitamento máximo e básico e emendas realizadas pelos parlamentares
introduzindo definições de uso baseadas em refletem lutas dos diferentes segmentos da
nomenclaturas utilizadas nos Planos Diretores sociedade, pelo atendimento de seus interesses,
Locais. muitas vezes antagônicos. O Plano Diretor é,
portanto, o resultado de propostas técnicas

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

312
MAPA 22 – UNIDADES DE PLANEJAMENTO DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

313
MAPA 23 – ZONEAMENTO DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

314
MAPA 24 – ESTRATÉGIA DE DINAMIZAÇÃO DE ESPAÇOS URBANOS DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

315
MAPA 25 – ESTRATÉGIA DE OFERTA DE ÁREAS HABITACIONAIS DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

316
MAPA 26 – ESTRATÉGIA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

317
MAPA 27 – ESTRATÉGIA DE REVITALIZAÇÃO DE CONJUNTOS URBANOS LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

318
MAPA28 – ESTRATÉGIA DE ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA E IMPLANTAÇÃO DE PÓLOS MULTIFUNCIONAIS DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

319
MAPA 29 – ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO AMBIENTAL DO TERRITÓRIO DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

320
MAPA 30 – ÁREAS ONDE AS GLEBAS COM CARACTERÍSTICAS RURAIS PODEM SER OBEJTO DE CONTRATO ESPECÍFICO DA LC 803/2009

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

321
VI – SANÇÃO DA LEI COM VETOS DO EXECUTIVO E APRECIAÇÃO PELA
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL - CLDF.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

322
VI – SANÇÃO DA LEI COM VETOS DO EXECUTIVO E APRECIAÇÃO PELA
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL - CLDF.
1. Apreciação da CLDF aos vetos do TABELA 30 - VETOS APOSTOS À LC Nº 803/2009
Executivo Mantidos Rejeitados
Art. 13, ll Art. 53, V
O texto aprovado na Câmara Art. 38, IV Art. 74, §1°, XIV
Art. 40, §6° Art. 75, VI
Legislativa do Distrito Federal - CLDF retornou Art. 42, §3° Art. 81,§2°
ao Executivo que vetou 58 (cinqüenta e oito) Art. 43, lll Art. 109, §3°
Art. 49, X Art. 113, §3°
dispositivos - sancionando-se a Lei Art. 56, §1° Art. 135, XXXIII
Complementar nº. 803 em 25 de abril de 2009. Art. 56, §2° Art. 135, XXXIV
Art. 74, §2° Art. 135, XXXV
Submetidos à apreciação da CLDF, Art. 84, §3° Art. 135, XXXVI
Art. 119, VI Art. 135, XXXVII
foram mantidos 37 vetos e rejeitados 21,
Art. 120 Art. 250, § único
conforme tabela nº 30. Art. 121 Art. 259, §5°
Art. 133 Art. 284
Desse processo resultaram os mapas Art. 148, III, x Art. 285
e tabelas finais que compõem os anexos da Lei Art. 148, §5° Art. 286
Art. 219, V Art. 292
Complementar. Art. 219, XIII Art. 301
Art. 280, III Art. 307
Art. 290 Art. 310
Art. 291 Art. 327
Art. 293
Art. 294
Art. 295
Art. 298
Art. 300
Art. 303
Art. 306
Art. 308
Art. 309
Art. 311
Art. 312
Art. 314
Art. 315, § único
Art. 316
Art. 318
Art. 319

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

323
MAPA 31 - MACROZONEAMENTO DO DISTRITO FEDERAL

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

324
MAPA 32 - ZONEAMENTO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

325
MAPA 33 – DETALHAMENTO DA ZONA RURAL DE USO CONTROLADO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

326
MAPA 34 – UNIDADES DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

327
MAPA 35 – ESTRATÉGIAS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E DE OFERTA DE ÁREAS HABITACIONAIS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

328
MAPA 36 – ESTRATÉGIA DE ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA, DE IMPLANTAÇÃO DE PÓLOS MULTIFUNCIONAIS, DE DINAMIZAÇÃO DE ESPAÇOS URBANOS
E DE REVITALIZAÇÃO DE CONJUNTOS URBANOS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

329
MAPA 37 – ESTRATÉGIA DE CONFIGURAÇÃO DE CONECTORES AMBIENTAIS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

330
MAPA 38 – DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

331
MAPA 39 – ÁREAS ECONÔMICAS

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

332
-
MAPA 40 – ÁREAS ONDE AS GLEBAS COM CARACTERÍSTICAS RURAIS PODEM SER OBJETO DE CONTRATO ESPECÍFICO

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

333
VII - NOVOS RUMOS DA POLÍTICA URBANA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

334
VII– NOVOS RUMOS DA POLÍTICA URBANA

VII - NOVOS RUMOS DA POLÍTICA URBANA


Por outro lado, alterações na estrutura
Quanto aos princípios e objetivos do administrativa do Governo do Distrito Federal
Plano, o novo PDOT não muda o foco da política obrigam a revisão do Sistema de Planejamento
urbana. Entretanto, com relação ao proposto no PDOT/97.
planejamento, projeto e gestão do território, a
Finalmente, existem inúmeras questões
avaliação do PDOT/97 evidenciou a necessidade
ainda pendentes que interferem na eficiência do
de adequação de diferentes questões frente ao
PDOT/97 e certamente interferirão neste PDOT. É
rumo que a urbanização no DF tomou nos
o caso dos zoneamentos ambientais que, mesmo
últimos 11anos.
em 1997, desconsideraram a realidade da
Por um lado, encontra-se o confronto ocupação de fato nas APAs do São Bartolomeu e
entre os vetores de crescimento propostos no do Descoberto.
PDOT/97, confirmando o eixo oeste/sudoeste, e
Destes aspectos emergem as principais
a efetiva urbanização na direção dos municípios
alterações na política urbana do DF.
limítrofes e no quadrante leste do DF. Tais
vetores de urbanização geram desconformidades a. Novas diretrizes do macrozoneamento
com o planejado no PDOT/97, especialmente no
São traçadas novas diretrizes,
que se refere ao macrozoneamento.
categorias e limites para o macrozoneamento e
Além disso, a dinâmica metropolitana zoneamento do DF, como conseqüência de uma
consolidada nestes 11 anos demonstra a série de fatores, especialmente, a contradição de
necessidade de redirecionar projetos e ações. É que o vetor de expansão urbana principal do
o caso de propostas emblemáticas do PDOT/97, PDOT/1997, proposto no eixo sul, está fortemente
como o Centro Regional, que acabou por tomar sujeito a restrições devido à proteção de
diferente configuração ao longo dos anos, já que mananciais para abastecimento público e às
houve uma deslocamento das atividades diretrizes de manutenção dos espaços rurais
propostas. produtivos entremeados às áreas urbanas. A

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

335
saturação destes espaços tem se agravado, ao localização ao longo de importantes corredores A área destinada ao Centro Regional,
mesmo tempo em que os eixos de expansão de transporte coletivo, sofreram forte pressão por definida de forma apenas indicativa pelo PDOT/97
secundários em direção às cidades de Águas urbanização, enquanto outras mantiveram e detalhada pelos Planos Diretores Locais de
Lindas e Santo Antônio do Descoberto, destinados essencialmente a sua vocação rural. Taguatinga e de Ceilândia não se consolidou neste
à contenção preferencial, têm se evidenciado. O período. Entretanto, as atividades de caráter
Posteriormente à aprovação do
surgimento de um novo eixo de menor magnitude, regional pretendidas para esta área consolidaram-
PDOT/97 foram ainda incluídas nesta categoria,
não apontado em 97, ao longo da DF 140, também se ao longo do Pistão Sul de Taguatinga, da EPIA,
por iniciativa do Legislativo, diversas áreas com
tem se intensificado. da EPNB e da EPTG. Por outro lado, o PDOT/97
características de ocupação urbana de baixa
propunha Áreas de Desenvolvimento Econômico
Observa-se ainda, a expansão horizontal densidade. Embora o PDOT/97 assegure a
como pólos locais de desenvolvimento dispersos
ao redor das cidades de Planaltina, Sobradinho, prevalência das diretrizes da área especial de
pelo território. A proposta do novo PDOT é
São Sebastião e dos condomínios da região da proteção sobre a zona na qual se insere, a
selecionar áreas estratégicas com importância e
ESAF, sujeitos às restrições de saneamento ambigüidade desses critérios vem trazendo ao
porte regional que configurem novas centralidades
ambiental e outras impostas pelo zoneamento, em longo do tempo, prejuízos ao processo de
no território. O Centro Regional do PDOT/97
vigor, da APA do São Bartolomeu. Este último, planejamento territorial
mantém-se configurado como uma destas
ainda sem horizonte definido para revisão,
O novo PDOT propõe que os espaços centralidades – o Pólo Taguatinga da Estratégia de
confronta-se com a ocupação de fato na área.
tenham sua destinação definida com clareza, em Dinamização – mas divide com as demais áreas de
Este quadro é acrescido da necessidade função de sua ambiência, sem prejuízo do dinamização sua função como uma centralidade
de regularização de assentamentos informais, com exercício da atividade rural em meio urbano. metropolitana. Opta-se, também, por estimular um
alto grau de irreversibilidade, a exemplo do Vicente Desta forma, a categoria de Rural número reduzido de áreas que possam alavancar
Pires, sujeito a altos custos de implantação de Remanescente foi extinta e todas as áreas de regiões, em lugar da visão difusa das ADEs.
infra-estrutura, devido às limitações impostas pela fato vocacionadas ao exercício de atividade rural
d. Bases legais para a Regularização Fundiária
capacidade de suporte da Bacia do Paranoá. e que se mantiveram desta forma desde 1997,
retornam a categoria de zona rural. Enquadram- A não revisão dos zoneamentos
Para ajustar o planejamento à realidade
se neste critério as Áreas Rurais Remanescentes ambientais mantém no limbo legal muitas áreas
foi proposto o macrozoneamento do PDOT/2009.
do Alagado, Cabeceira do Valo, Cana do Reino, urbanizadas. Verificou-se, nestes 11 anos, que ao
b. A extinção das Áreas Rurais Remanescentes Crispim, Governador, Monjolo, Núcleo não serem consideradas urbanas, tais áreas não
Bandeirante, Ponte Alta Norte, Santa Maria, puderam ser objeto de melhorias na infra-estrutura
Criadas com a finalidade de abrigar usos
Taguatinga, Vargem da Benção e Veredas, que mitigassem problemas ambientais. A
compatíveis tanto com a dinâmica rural quanto
perfazendo um total de aproximadamente 7.000 inexistência de tributação pela ocupação urbana,
urbana, visando à preservação dos cursos d’água e
ha, que deixam de ser zona urbana. até 2005, favoreceu o aumento destas ocupações
das áreas verdes remanescentes, estas áreas
ilegais. Nesse sentido, este PDOT propõe ações
sofreram processos de uso e ocupação bastante c. Da idéia de centro regional à proposta de
que facilitam o processo de regularização fundiária
diferenciados de acordo com características novas centralidades
de forma a que tais assentamentos informais
peculiares de cada área. Algumas, devido a sua

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336
possam constituir parte da cidade legal, com seus A revisão na concepção do SISPLAN
direitos, mas também com seus deveres. promoveu sua adequação com relação à atual
estrutura administrativa do Governo do Distrito
e. Regionalização do território para aplicação
Federal.
dos instrumentos de planejamento e gestão
A nova estrutura de órgãos colegiados
Os instrumentos de planejamento como
é constituída por: Conselho de Planejamento
os Planos Diretores Locais no âmbito do PDOT/97
Territorial e Urbano do DF (CONPLAN), os
deveriam ser tratados por Região Administrativa. O
Conselhos das Unidades de Planejamento
novo PDOT regionaliza o território do Distrito
Territorial (CUP) e os Conselhos Locais de
Federal, agregando Regiões Administrativas que
Planejamento Territorial e Urbano (CLP)
guardem similaridades e algum grau de
dependência de infra-estrutura viária, Os Conselhos das Unidades de
equipamentos e serviços, em Unidades de Planejamento Territorial deverão agrupar a
Planejamento Territorial. Tais unidades servirão representação dos Conselhos Locais de
como base para a elaboração dos agora Planejamento - CLPs (que compreendem
denominados Planos de Desenvolvimento Locais – representantes da sociedade das diferentes
PDLs, mas também para a elaboração de outros Regiões Administrativas). Seguindo a mesma
planos setoriais, na medida em que estabelecem lógica, representantes de cada CUP deverão
uma unidade territorial para diferentes temas e integrar o CONPLAN.
evita as ambigüidades de responsabilidades
A nova estrutura prevê uma
administrativas.
participação mais ativa da população, levantando
Para o processo de regularização demandas da comunidade local, que chegarão
fundiária, adota-se como unidade de planejamento ao CONPLAN, dando maior legitimidade e
e gestão as Áreas de Regularização que, de certa transparência ao Sistema de Planejamento do
forma, também constituem uma regionalização do Distrito Federal. Com isso espera-se um
território. Tais áreas subordinam-se às Unidades de incremento na instalação de CLPs, hoje em
Planejamento. Sua função é evitar que o processo número muito reduzido.
de regularização ocorra de forma fragmentada caso
fosse tratado por parcelamentos, o que impediria
também certas exigências quanto à destinação de
equipamentos públicos.

f. Nova estrutura do SISPLAN

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

337
VIII - BIBLIOGRAFIA

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - Documento Técnico

338
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