Cemiterios e Seus Impactos Socioambientais No Bras
Cemiterios e Seus Impactos Socioambientais No Bras
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All content following this page was uploaded by Luís Antônio Coimbra Borges on 09 April 2018.
Resumo: A Vida e morte são processos naturais que fazem parte da própria existência, são fatos
marcantes no dia a dia dos seres vivos em especial dos humanos. Após a morte do corpo ocorre a
decomposição dos tecidos e começa acontecer o processo de putrefação. Isso acontece por ação
de inúmeros micro-organismos e enzimas, resultando na transformação gradual dos tecidos em
gases, líquidos e sais. Os gases majoritários produzidos são H2S4 (acido sulfídrico), CH4 (metano),
NH3 (amônia), CO2 (gás carbônico) e H2O (água). Almeida (2005) afirma que o odor é causado por
alguns destes gases e pela presença de mercaptanas, substância que contem sulfeto de
hidrogênio ligado ao carbono. A decomposição do corpo pode durar alguns meses e até vários
anos, dependendo das condições ambientais, como da temperatura, umidade e do tipo de solo. É
sabido que esses líquidos são potenciais contaminadores do ambiente, provenientes da
decomposição cadavérica, em especial no que diz respeito aos mananciais hídricos que por
ventura estejam próximos destes locais. Dessa forma, os cemitérios geram impactos ambientais,
principalmente no que se refere a alterações químicas, físicas e biológicas, no solo e
principalmente em águas subterrâneas e superficiais. Como consequência disso, a construção de
cemitérios exige maior atenção dos órgãos governamentais nas esferas municipal, estadual e
federal e também de toda sociedade na tentativa de minimizar os problemas ambientais e não
afetar negativamente a qualidade de vida das populações urbanas.
1
Doutoranda em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras – UFLA. Docente no UNIFOR-MG -
E-mail: claudiaogn@gmail.com
2
Mestrando em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras – UFLA. E-mail:
jevcjunior@gmail.com
3
Doutor em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras – UFLA; Docente Adjunto do
Departamento de Ciência Florestal, UFLA. E-mail: luis.borges@dcf.ufla.br
Na Idade Média, os cemitérios ficavam geralmente longe das igrejas, fora dos
muros da cidade: a prática do sepultamento nas igrejas e respectivos adros eram
desconhecidos nos primeiros séculos da era cristã. No final do século XVII a Europa
tomou medidas sanitárias e iniciou os sepultamentos em áreas abertas, nos chamados
campos-santos ou cemitérios secularizados. A mudança afetou principalmente as
pessoas de influência política e religiosa que tentaram preservar a tradição de
sepultamentos no interior das igrejas
Até então, o espaço, a céu aberto, determinado cemitério, era reservado para
os “não católicos” (protestantes, judeus, muçulmanos, escravos e condenados). No
entanto, foi instaurada a lei que obrigava a todos serem sepultados em campos
ensolarados. A grande concentração de corpos nas naves e criptas das igrejas
desencadeou um alto índice de doenças transmitidas através de miasmas cadavéricos.
A urbanização acelerada e o crescimento das cidades também foram fatores
importantes para a criação dos cemitérios coletivos a céu aberto, visto que o crescimento
populacional desenfreado não permitia mais o sepultamento em capelas e igrejas, que já
não comportavam o aumento da demanda. O cemitério é um empreendimento
indispensável a toda sociedade, mas por ser um ambiente de alto risco de poluição e
grande impacto psicológico, sempre foi motivo de preocupação, e até mesmo de
polêmica.
Segundo Migliorini et. al. (2006), alguns impactos ambientais relacionados a
águas subterrâneas podem ser oriundos de cemitérios, considerando que a
decomposição de corpos libera um líquido tóxico chamado necrochorume. Desta forma,
podem representar alto risco de contaminação durante a decomposição dos corpos.
Migliorini et al., (2006) também relatam que a localização dos cemitérios ocorre
preferencialmente em áreas afastadas do centro urbano, porém hoje é possível encontrar
cemitérios totalmente integrados à malha urbana.
Os cemitérios são considerados atividades urbanas potencialmente
contaminantes, pois através do necrochorume transportado pela água das chuvas
infiltradas nas covas ou pelo contato dos corpos com a água subterrânea, podem
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 518, de 25 de março de 2004. Brasília, DF,
2004.
MARTINS, T. M.; PELLIZARI, V. H.; PACHECO, A.; MYAKI, D.; ADAMS, C.; BOSSOLAN,
N. R. S.; MENDES, J. M. B.; HASSUDA, S. (1991). Qualidade bacteriológica de águas
subterrâneas em cemitérios. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.25, p.47-52.
PACHECO A. Cemitério e Meio Ambiente. 2000. Tese de Livre Docência. 120p. São
Paulo: Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo - USP, São Paulo.