Lila Rose - Making Changes PDF

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Poison

Disponibilização: Merlin Cat


Tradução: Malva Petúnia
Revisão: Oli Wrach
Leitura Final: Lagertha e Hécate
Calderon
Formatação: Circe Calderon
Seis anos com meu cavaleiro de armadura brilhante.
Quatro anos com meu cavaleiro de armadura amassada.
Dois anos com meu cavaleiro de armadura enferrujada.

É hora de fazer uma mudança. Tempo para me encontrar, mesmo que isso me
assuste.

Eu,

estou deixando meu marido.

Esta é a minha chance de começar de novo, arrancar minha espinha dorsal e


gritar: “encontrei-a.” Pode levar tempo, pode levar novos
amigos, um trabalho e até mesmo um idiota de um chefe
que é irritantemente bonito, mas eu chegarei lá.
Estou decidida a ser quem eu quero ser, e
planejo ter um monte de diversão ao
longo do caminho.
ATENÇÃO

CONTÉM
GARGALHADAS DE
HIENA
Risadas incontroláveis podem surgir
repentinamente. Recomenda-se
não ler em locais públicos.
Para aqueles que duvidam e pensam menos de si mesmos.
Seja forte, e não se esqueça de ouvir o seu coração.
Você é incrível!
Eu espero que você encontre o seu felizes para sempre.
Xx
Lindsey Lawson, obrigada por estar lá desde o início me incentivando ao
longo do caminho.
James Bogers por suas letras. Eu não teria sido capaz de chegar a
qualquer coisa como você fez. As músicas são surpreendentes.
Becky Johnson, obrigada por ser assustadoramente incrível. Você sempre
tem as minhas costas e eu aprecio isso. Eu estaria perdida sem você.
Justine Littleton, obrigada pela sua ajuda!
Wander Aguiar e Andrey Bahia, trabalhar com vocês nesta capa foi uma
delícia.
Enquanto eu estava sentada no restaurante esperando pelo meu marido,
não pude deixar de olhar em volta para os casais comendo juntos e me
perguntar se eles eram realmente felizes. Pela maneira como eles
compartilhavam sorrisos e olhares doces, eles certamente pareciam contentes.
Meus ombros caíram. Eu queria vomitar em cima deles porque estava
ponderando novamente, onde eu tinha errado? Como eu tinha me tornado o
capacho no meu relacionamento?
Eu tinha instantaneamente me apaixonado por Robert
no meu último ano na faculdade. Eu estava na biblioteca
sentada no canto, sozinha numa mesa. Um grupo de idiotas
na minha frente estava me chamando de gorda e feia, entre
outras coisas.
Eu tinha inicialmente ignorado, pensando que eles
estavam apenas tentando parecer legais uns com os outros.
Mas depois de algum tempo, eu tive o suficiente.
Levantando meu olhar, eu olhei para eles e perguntei: —
Você quer chupar meu dedinho do pé?
Fez-se silêncio e em seguida, um zombou e disse: — Por
que diabos iríamos querer?
Dando de ombros, coloquei minha caneta para baixo e
disse: — Bem, apenas pensei que a menos
que vocês queiram chupar uns aos outros,
o que seria do tamanho do meu dedinho
do pé, esta seria a única ação que vocês teriam com o sexo oposto, porque
vocês são nada além de idiotas.
— Você precisa... — O cara não conseguiu terminar porque Robert
apareceu do nada levando um ou dois para baixo. Uma vez que saíram, ele se
sentou comigo e perguntou se eu estava bem. Meu coração derreteu ali
mesmo.
Naquela época, estava acostumada a ser invisível, a menina que usava
óculos de lentes grossas, roupas soltas, sem maquiagem, e eu não me
importava com nada disso. Se as pessoas me chateassem muito, lhes diria para
onde ir.
Seis anos mais tarde, descobri que eu tinha me perdido no meio do
caminho e isso me deixou puta.
Com o tempo, ele me moldou numa mulher diferente. Uma que usava
vestidos com babados estúpidos, como sua avó costumava usar — o que me
fez pensar que ele teria uma queda por geriatria — que para agradá-lo, fez
como lhe disseram — rolei os olhos — e que se achava inútil. Era difícil não
acreditar nessas coisas depois de ouvi-las todos os dias.
Eu era forte o suficiente para mudar?
Para ser quem eu queria ser?
Eu não tinha certeza.
Embora com o passar do tempo, eu estava cada vez mais
perto de me libertar. Ficar em meus próprios pés e
reaprender a apreciar a pessoa que eu costumava ser antes
de Robert.
No entanto, fazer esta mudança, deixá-lo, era
aterrorizante.
Por que razão amar, desejar ou até mesmo gostar são
aspectos tão miseráveis da vida? Pode não ser o caso para a
maioria das pessoas, mas para mim era. Sabia que a minha
vida amorosa daria errado desde o início.
Na minha adolescência tive paixões, mas essas paixões
arrancaram meu coração do meu peito,
cuspiram nele e o atiraram ao chão. Não
que eu me importei. Eles provavelmente
não poderiam lidar com toda a minha
insolência. Embora essas decepções possam ter sido o porquê de me apaixonar
por Robert imediatamente e fazer, de tão bom grado, o que ele aconselhava.
Então, novamente, ele era uma pessoa diferente no começo. Carinhoso e doce,
que me levava a lugares. Vinhos e jantares, só que ele nunca me fez o sessenta
e nove. O que foi uma decepção, pois eu tinha ouvido o quão incrível era.
Pulei quando a cadeira ao meu lado foi puxada. Robert sorriu para mim
antes de se sentar, mas seus olhos estavam duros e cheios de desprezo. —
Randal estará aqui em breve. — Seu novo parceiro de negócios, ou pelo menos
era o que Robert esperava. Meu marido me disse para encontrá-lo no
restaurante para uma reunião no almoço na sexta-feira porque ele queria
mostrar ao Randal que era um homem de família. Aparentemente, isso
significava que ele era um homem que poderia ser confiável com o dinheiro e
um homem para confiar com qualquer assunto jurídico que Randal pudesse
ter. — Pedi para se vestir bem, Makenzie. — Ele olhou para o meu vestido de
verão azul escuro. Eu cortei meu resmungo. Pensei ter me vestido muito bem.
Uma vez que ele mesmo disse que gostava desse. Quando fui comentar, o pau
continuou — Você sabe que as pessoas têm projetado roupas íntimas que
ajudam disfarçar um pouco a gordura? Talvez você devesse investir em
algumas.
Um rubor aqueceu minhas bochechas. Baixei meus olhos para as minhas
mãos no meu colo e apertei meu maxilar. Era algo que eu
parecia estar fazendo muito ultimamente, o que me irritou,
me fez sentir mais fraca quando eu nunca fui. O que eu
preferia fazer era jogar a minha água na cara dele, chutar sua
canela e esfaqueá-lo no olho com o meu garfo, em seguida,
me sentar para vê-lo sangrar, antes de partir do lugar.
Ainda assim, estava grata que eu tinha a minha
imaginação, foi só minha espinha dorsal que eu tinha
perdido.
Como minha mente lhe causou danos, me senti fraca e
fiquei lá sentada e não disse nada. Então, o que eu tinha
engordado um pouco? Será que ele tinha que ser um asno e
apontar isso? E inferno, eu estava feliz com a maneira que eu
parecia.
— Tarde demais para fazer algo
sobre isso agora. Sugue-o1 — ele assobiou e, em seguida, se virou em seu
assento e acrescentou — Randal, é bom ver você.
— Fodido. — Eu congelei. A palavra foi tossida através de uma voz viril
atrás de mim, me assustando. Eu me coçava para virar, para ver de onde e de
quem veio, mas não o fiz, e se Robert tinha ouvido, ele não deu nenhuma
indicação. Em vez disso, ele se virou para me encarar com um sorriso falso e
brilhante no rosto.
— Randal Muller, esta é minha esposa, Makenzie. — Robert fez um gesto
com a mão em minha direção. Olhando para cima, meus olhos pousaram num
deus. Ele era absolutamente deslumbrante. Com sua ampla estrutura, eu
poderia jurar que ele tinha participado de uma equipe de futebol, no passado.
Ele era alto, magro, mas firme. Seus olhos eram leves, como o oceano num dia
claro e calmo. Ele passou a mão pelos cabelos loiros antes de sorrir para mim.
— Prazer em conhecê-la, Makenzie. Robert me disse muitas coisas
maravilhosas sobre você.
Eu aposto que ele disse. Eu estremeci e sabia que ele percebeu, se suas
sobrancelhas levantadas foram alguma indicação. Eu sorri educadamente,
brincando com meu garfo, e disse: — Robert certamente tem um jeito com as
palavras. — Que poderia me cortar até o osso.
A mão de Robert deslizou sobre a mesa e agarrou a
minha. Qualquer um pensaria que era um toque afetuoso.
Não era. Sua mão apertou a minha. Mordi o lábio inferior e
sorri para não me encolher de dor.
Robert não era de machucar uma pessoa. Ele odiava a
dor de fato, e mais tarde ele seria muito carinhoso, dizendo
que era minha culpa e, no final, ele seria tão convincente que,
de alguma forma, eu acreditaria nele. Nenhuma vez ele me
bateu, me atingiu ou me machucou mais que um aperto duro
ou um beliscão.
Em vez disso, ele usava palavras para me derrubar.
Robert riu e disse: — Somente com você, querida.
Voltando o olhar para ele, eu tive a certeza que meus
olhos tinham a adoração quando eu

1 Ele quis dizer para ela chupar o estômago, levantando


os ombros. Fazendo com que parecesse mais magra.
respondi: — Claro, abóbora. — Eu tinha uma tradução para cada apelido
carinhoso que eu usava para Robert. Abóbora era pau.
Assim que Randal se sentou, Robert começou a trabalhar. Pelo menos ele
tentou. Randal pigarreou, pegou o cardápio e sugeriu: — Tenho certeza de
que a Makenzie não quer ouvir tudo sobre o trabalho. Por que não pedimos?
Robert riu. — Claro. — Meu marido virou-se para mim. — Querida, você
quer o seu habitual, uma salada?
Eu puxei as minhas mãos da mesa e apertei com força minhas unhas em
minhas palmas. O que eu realmente queria era um bom, grande e suculento
bife. — Parece ótimo. — Eu sorri, abstendo-me de perfurar a garganta dele.
Parecia que o meu silêncio era mais violento do que o que eu realmente
era.
— Diga-me, Makenzie, você trabalha? — Perguntou Randal.
Sentando-me ereta, respondi: — Não no momento, mas eu gostaria de
voltar para o mercado de trabalho. Eu tenho uma licenciatura em negócios...
Robert riu e passou a mão pelo meu braço. — Querida, não seja boba,
você não precisa trabalhar.
— Oh, eu sei que não preciso, mas...
— Querida, isso é o suficiente. Falaremos sobre isso
mais tarde. Randal não quer ouvir sobre isso.
Ele perguntou, seu burro.
— É claro. — Limpando minha garganta, mudei meu
olhar para Randal e perguntei. — Você gosta de jogar golfe,
Sr. Muller? — Era uma pergunta que Robert tinha dito que
eu poderia fazer. Aderi aos tópicos que Robert era
apaixonado para que ele pudesse falar sobre si mesmo.
Honestamente, ele poderia muito bem ter ficado de
joelhos sob a mesa e dado a Randal um boquete.
— Randal, por favor, e eu gosto realmente. Você?
— Não, eu...
— Makenzie não está realmente em
esportes, — ele se inclinou para Randal —
como se você não pudesse notar. —
Depois de uma risada rápida, ele então
falou sobre golfe. Meu olhar disparou entre os dois homens, fascinada por sua
interação. Robert estava alheio ao desprezo de Randal e de sua expressão
entediada. Meu estômago mergulhou numa excitação nervosa. Não era só eu
que estava pensando que meu marido era um pau.
Robert sempre foi assim, sempre. Sim, um pau, que ignorava aqueles ao
seu redor, muito idiota ao tentar conquistar um cliente. Ele sempre foi Robert
isso, Robert aquilo. Robert, Robert, Robert.
Deus, por que eu não posso me encontrar levantar e sair do restaurante?
Abaixei minha cabeça, já não sentindo a emoção de não ser a única a
reconhecer o que o meu marido realmente era. Meu queixo quase tocou meu
peito enquanto meus olhos olhavam para o meu colo. E mesmo que meu
corpo tenha se acalmado, minha mente continuou, continuou piscando os
comentários já feitos por Robert.
Você é tão patética, Makenzie.
Você é muito gorda.
Eu não consigo respirar quando você está em cima de mim durante o sexo. Você
precisa perder peso.
Você saiu assim? Jesus, espero que ninguém tenha te visto, Makenzie.
Porque você não pode ser mais como a esposa de Danny? Ela é
boa em tudo.
Eu tenho que imaginar outra pessoa enquanto eu estou
fazendo sexo com você. Como você acha que isso me faz sentir?
Você se parece como uma desleixada nos dias de hoje.
Eu vi Heather hoje. Ela é tão inteligente, esteve em sérios
problemas sobre isso, e ela parecia quente.
Não temos nada em comum.
Você não quer fazer sexo comigo. É como se eu vivesse com
uma colega de quarto em vez de uma esposa.
Claro que temos sexo, mas precisamos ser amigos também e
fazer coisas uns com os outros. Só que eram coisas que ele
queria fazer, nunca o que eu queria.
Honestamente, não importa o que eu
fazia, como mudei, nunca seria a que
satisfaria Robert de qualquer forma.
Em seus olhos, eu nunca seria suficientemente boa. Eu era inútil, feia,
gorda, estúpida e indigna.
Deus, eu estava cansada de me sentir assim. Precisava sair antes que suas
palavras infiltrassem em meu sangue, como elas já tinham em minha mente.
Eu sabia que uma vez que pegasse a dica de que havia uma passagem aberta
direto para o meu coração e corpo através do meu sangue, eu sabia que estaria
acabada.
Eu me perderia completamente.
— Makenzie? — A voz irritada de Robert rompeu. — O que você está
fazendo?
Piscando, percebi que estava de pé. Olhei para Randal e, em seguida, para
o garçom. Quando ele chegou?
Eu tive uma epifania, e caramba, ia rolar com ela. Mesmo que meu corpo
se sentisse revoltado enquanto tremia, e minha mente me gritava para voltar a
sentar porque não encontraria ninguém melhor.
Lambendo meus lábios repentinamente secos, eu disse: — Desculpe, mas
eu não estou me sentindo bem.
— Oh — exclamou Robert. Ele estava ao meu lado e
pegou minha mão. Quando puxei livre, ele ergueu as
sobrancelhas questionando. No entanto, ele continuou, —
Querida, por que você não disse nada? Talvez você devesse
ir para casa?
Ao estudá-lo, notei seu maxilar e olhos apertados. Ele
pensou que eu estava sendo uma tola por interromper sua
conversa sobre si mesmo. Um bufo me deixou. Eu cobri
minha boca e nariz com a mão.
Seis anos.
Quatro anos de casamento.
Dois anos um pouco felizes e depois dois anos de
inferno.
Eu tinha sido tão estúpida. Assim,
tão estúpida. Robert tinha odiado o meu
trabalho, meu pai, minha irmã, meus
amigos, e até mesmo o meu carro. Agora eu não tinha nenhum deles. Tola, eu
tinha dado tudo porque um homem bonito que tinha prestado atenção à geek
na faculdade. O arrependimento ameaçou me dominar e me colocar de
joelhos. Me arrependi de tudo o que fiz por ele.
Mas, não mais.
— Sim, acho que você pode estar certo. — Enquanto eu estiver lá, eu faria
a mala e o deixaria, começando do zero. O pensamento realmente trouxe um
sorriso ao meu rosto. Minhas mãos ainda tremiam, mas algo dentro de mim
floresceu. Olhando para Randal ofereci, — Foi um prazer conhecê-lo, Randal.
Desculpe ter que sair. — E não deixe Robert morder demais a sua cabeça.
Randal se levantou da mesa e estendeu a mão. Apertei-a rapidamente. Ele
sorriu. — O prazer foi todo meu. Espero que possamos nos ver outra vez.
— Sim. — Concordei com um pequeno sorriso. Então fiz um som sujo
porque minha mente ainda estava de volta para Robert sugando-o. O pobre
rapaz. Eu queria estender a mão e bater em Randal nas costas, desejando-lhe
sorte. Ainda assim, me abstive e pensei que deveria me dar um tapinha nas
costas, porque eu tendia a fazer e dizer bobagem o tempo todo. Robert odiava
isso. Eu aprendi a aceitar minha singularidade.
A mandíbula de Robert cerrou. — Vejo você em casa, querida.
Não, na verdade você não vai. Eu queria jogar a cabeça
para trás e cacarejar como uma louca. Robert se inclinou,
como se estivesse indo para beijar minha bochecha, até que
ele se afastou e riu. — Melhor não, não posso me dar ao luxo
de ficar doente.
Rapidamente peguei minha bolsa e me desculpei.
Enquanto eu dava os passos para me afastar de Robert,
minhas mãos tremiam ainda mais. Eu ia realmente fazer
isso? Sim, eu precisava. Estava cansada de ser a única errada,
porque, aparentemente, sempre acabava sendo minha culpa
no final.
Assim como minha partida.
Eu sabia que Robert se lançaria na viagem de culpa,
implorando que eu entendesse que o que
tínhamos era perfeito e que não fosse
embora. Ele insistiria que eu só teria que
mudar algumas coisas e tudo seria do
jeito que as coisas eram quando ficamos juntos.
No entanto, as coisas que ele pediria para mudar seriam mais de mim
mesma, e não estava disposta a desistir mais de mim mesma.
A menos que... talvez fosse eu? Tudo na minha cabeça?
Merda. Não, não era.
Balançando a cabeça, saí para uma tarde quente, eu tinha que acreditar
que estava fazendo a escolha certa. Não estava imaginando coisas.
Colocando a alça da minha bolsa sobre meu ombro, eu procurava nela
enquanto o manobrista esperava por meu bilhete.
— Com licença?
Assim que meus dedos pousaram nisso, eu levantei minha cabeça e
segurei-o para o manobrista, só que ele não estava olhando para mim, mas por
cima do meu ombro. Seguindo seu olhar, pulei quando encontrei um lindo
homem de pé ali.
— Desculpe? — Perguntei, olhando à esquerda depois à direita, apenas
para verificar que ele estava, de fato, falando comigo. Eu tinha feito algo no
meu caminho? Apertei a mão livre para me certificar de que eu não estava
segurando alguma coisa, se caso eu tinha roubado um garfo na minha pressa.
Eu não tinha. O bilhete escorregou dos meus dedos. Voltei a
olhar para o manobrista para vê-lo me dar um aceno, e então
ele me deixou sozinha com o estranho.
— Oi — a voz suave disse atrás de mim, e novamente
meu corpo sacudiu quando senti sua mão no meu cotovelo.
Quando me virei, dei um passo para trás para fora de seu
alcance. Suas mãos se aproximaram e um sorriso suave
apareceu nos seus lábios um pouco. — Desculpe, não quis
assustá-la.
Robert não gostava que eu falasse com homens. Olhei
por cima do ombro e depois voltei.
Huh, dane-se Robert, ele não estava aqui.
— Tudo bem. Eu sou, ah, eu sou gay, — ele disse e
observei suas bochechas aquecerem antes
de sua palma bater em sua testa.
Uma risada me escapou de seu
desabafo. Minha palma cobriu minha boca. Eu me encontrei pensando que era
uma pena que o homem diante de mim gostava de pênis.
Ele tirou a mão e sorriu para mim. Deus, ele era alto. Minha cabeça se
aproximava do seu peito. Ele usava um terno de grife e, quando olhei para
baixo, ele tinha em sapatos brilhantes. Eu supus que as maiorias dos homens
homossexuais se vestiam muito bem, ou isso era algo que alguém inventou?
Eu não tinha certeza, mas o homem diante de mim certamente parecia se
orgulhar de sua aparência. Até mesmo seu cabelo castanho escuro estava
gelificado à perfeição.
— Eu fiz alguma coisa? — Perguntei.
— Não. De modo algum. Na verdade, não pude deixar de ouvir...
Meus olhos se arregalaram e interrompi: — Foi você que chamou o meu
marido de fodido?
Suas sobrancelhas se contraíram, a culpa piscou em suas feições, e então
ele passou a mão sobre a parte de trás do seu pescoço. — Ele estava sendo um
fodido no momento. Mas não foi por isso que eu parei você. Ouvi dizer que
você pode estar à procura de trabalho.
Minha cabeça recuou em choque. — E você me seguiu para me oferecer
um emprego? — Adivinhei.
— Bem, sim. De certa forma. Na verdade, é meu irmão
que está à procura de uma assistente.
Me inclinando, sussurrei: — Por que você me
perguntou? — Ele teve pena de mim?
— Na verdade, meu irmão passou por uma série de
assistentes e quando eu ouvi que você tinha um diploma de
negócios, pensei que você poderia ter mais cérebro do que o
resto e acabar durando mais tempo.
Me endireitei e o estudei. Ele parecia dizer a verdade,
sua expressão séria, sua postura ereta. Sem ombros curvados
à vista. Ainda assim, eu não acreditava que ele veio atrás de
mim para me oferecer um trabalho de assistente;
evidentemente, não era muito boa em ler
pessoas.
— Não tenho certeza — disse e dei
um passo para trás quando vi meu
Corvette virando a esquina.
— Espere. Basta pegar o meu cartão. Pense nisso, e se você mudar de
ideia, me ligue. — Ele puxou um cartão do bolso do casaco e o empurrou para
mim.
Olhei do cartão para ele e vice-versa, lentamente estendi a mão e o
peguei, colocando-o na minha bolsa.
— Obrigada. — Dei de ombros, porque talvez lhe agradecer não era a
coisa certa a dizer. — Hum, melhor eu ir.
— Certo. — Ele sorriu. — Você está doente depois de tudo.
Uma risada me escapou. — Sim, eu estou — disse antes de entrar no meu
carro e conduzir para fora, sem outro olhar.... Deus, nem perguntei seu nome.
Balançando a cabeça, coloquei o encontro casual com o belo cara gay fora
da minha mente; eu tinha outros assuntos urgentes para tratar.
O restaurante não estava muito longe de onde morávamos. Tão logo,
estava dirigindo pela longa entrada até a nossa casa de tijolos de dois andares
com quatro quartos. Quando estacionei, não me mexi. Minha barriga agitou.
Talvez eu estivesse pegando alguma doença e o que eu estava prestes a fazer
era realmente um ato de me sentir mal.
Pare com isso, Makenzie.
Era hora de crescer algumas grandes bolas de senhora
que balançassem até meus joelhos.
Agarrando minha bolsa, abri a porta e saí do carro. Meu
coração disparando quanto mais me aproximava da porta da
frente de nossa casa.
Uma casa que vivi com meu marido por quatro anos.
No entanto, me peguei pensando que não havia
realmente nada na casa que eu sentiria falta. Não deveria
estar chorando com o que eu estava prestes a fazer? Eu não
deveria estar devastada com o pensamento do fim do meu
casamento?
Clareza era uma cadela engraçada e
inconstante.
Meu telefone tocou quando entrei em
nosso quarto, meus olhos pousando sobre
a cama. Não havia lembranças boas naquela cama. Apenas palavras ofensivas.
Meus ombros caíram. Peguei meu celular da minha bolsa e olhei para ele.
Um sorriso puxou meus lábios quando vi uma mensagem do meu pai.
Eu deveria ter escutado meu pai desde o início. Ele sempre disse que o
mais importante na vida era ser honesto, e ele foi honesto quando me disse
que Robert era um pau e ele desejava que não me casasse com ele.
Mesmo depois de cortar meu pai e minha irmã de minha vida e me
afastar da casa da minha família, eu ainda recebia um texto mensal do meu
pai.
Era divertido quando chegava esse dia de todos os dias.
Desbloqueei meu telefone, pressionei o messenger para abri-lo. Era
sempre o mesmo: — Que tal agora? Ele perguntava se eu tinha finalmente
vindo aos meus sentidos e deixado o Robert. No passado, eu tinha excluído
por respeito a Robert. Ele era muito tolo para reconhecer que meu pai o
detestava.
Naquele dia, eu o mantive e com uma risada e respondi:— Sim.
Eu guinchei quando meu telefone tocou na minha mão. Papai. Sorrindo,
respondi: — Oi, papai. — Lágrimas de repente encheram meus olhos e meu
lábio inferior tremeu, então eu mordi. Fazia anos desde que
falei com meu pai. Anos. Dor bombardeou os meus sentidos
pela dor que coloquei em todos nós.
— Puddin 2 , diga-me que eu não estou vendo coisas?
Diga-me que não estou conjurando a minha própria
resposta?
Eu bufei e depois solucei de volta. Ele sempre me
chamou de seu Puddin e minha irmã Taylor, que era Lori
para mim, era a sua Jellybean.
Senti falta dele. Eu perdi minha irmã. Antes de Robert,
eles eram meu mundo. Deixei-os ir, os decepcionei.
— Eu... me desculpe — solucei.
— Não. Não se desculpe.
— Eu sinto muito. Deveria ter ouvido

2 Puddin – pudim, em português.


você.
— Será que esse pequeno pau te machucou? — Ele cortou grosseiramente.
— Não, pai. — Eu sorri.
— Assim? Você não respondeu minha pergunta. Eu estou vendo coisas,
Puddin?
— Não. — Eu sorri.
— Jesus Cristo. — Ele suspirou. — Você precisa de ajuda? Eu vou entrar
no carro agora e buscá-la. Jellybean3 gostaria de te ver. Vou até tirá-la da classe
para ir comigo.
Rindo, eu disse: — Não, pai. Realmente, preciso fazer isso sozinha. Mas
logo, eu adoraria ver vocês dois. — Lágrimas brotaram. — Muito em breve.
A voz de meu pai amoleceu. — Nada nos impedirá. Onde você está?
— Em casa. Estou prestes a fazer as malas e ir para um hotel.
— Você tem dinheiro?
Meu lábio inferior tremeu. Depois do que eu o fiz passar, ele ainda estava
disposto a me ajudar. — Sim, por agora... e talvez eu tenha um emprego em
breve.
— Bom. — Eu podia ouvir o sorriso em sua voz. Ele
estava feliz, e eu era finalmente a causa disso. — Meu
Puddin está voltando para seus próprios pés e logo ela estará
me dando o inferno e ganhando nas cartas mais uma vez.
— Pode apostar sua doce bunda nisso. — Eu ri. — Te
amo, papai.
Silêncio na outra extremidade, então minha respiração
ficou presa com suas próximas palavras.
— Sempre te amei, Makenzie. Não importa onde você
esteja, por quanto tempo, com quem você está, você sempre
terá o meu amor. — Sua própria voz estava grossa com
emoção.
Funguei e enxuguei os olhos. — Dê a Lori meu amor.
— Farei e nos veremos em breve.

3 Jellybean – jujuba, em português.


— Sim. Tchau, papai.
— Adeus por agora, mas não para sempre.
Rapidamente, desliguei quando outro soluço rasgou fora de mim. Ele
sempre dizia isso no final de cada telefonema, mesmo quando eu estava
morando em casa e estava saindo da casa.
Eu tinha perdido isso.
Respirando profundamente, fui até o armário e peguei minha mala.
Era hora de começar a minha vida, e aconteça o que acontecer, nunca
mais seria deixada para baixo novamente.
Eu era forte, eu era corajosa e eu estava fazendo a coisa certa.
Andando ao lado da cama no quarto do hotel naquela noite, olhei para o
cartão, que estava na colcha pela milionésima vez. No cartão tinha seu nome e
número, e isso era tudo. Não me deu nenhuma informação sobre o que era o
seu trabalho ou se ele também trabalhava para seu irmão.
Dylan Jackson.
Era um nome legal.
Rosnando em frustração, peguei meu celular pela
milionésima vez e digitei seu número. Eu sabia que tinha
que chamar Dylan antes de ouvir Robert, porque, pelo
menos, poderia dizer a Robert que eu tinha um emprego
alinhado. Eu poderia lhe dizer exatamente qual era a
situação. Mesmo que isso me aterrorizasse.
Eu era uma cagona por sair do jeito que fiz e não o
enfrentar? Sim. Será que me importo? Não, bem, não naquele
momento.
Ter uma oferta de emprego, caindo no meu colo era algo
que eu não podia deixar passar. A menos que o meu chefe
fosse um chefe da máfia, um golpista ou até mesmo um
gigolô, então eu não deixaria a oportunidade do meu
primeiro trabalho em muitos anos passar. Eu tinha alguns
padrões.
Embora talvez pudesse trabalhar
para um gigolô. Eu poderia fingir que
suas escolhas eram para mulheres com necessidades e em sofrimento. Eu sabia
tudo sobre essas. Ele estava fazendo seu dever viril para ajudar aliviar o seu
sofrimento. Ele seria...
— Dylan Jackson.
— Seu irmão é um gigolô? — Eu soltei. Meus olhos se arregalaram
quando minha mão bateu sobre minha boca. Inferno, eu deveria ter limpado
minha mente antes de chamar.
— Desculpe? — Pediu Dylan com humor em sua voz.
— Oh, meu Deus, sinto muito. Sou Makenzie. Você me encontrou hoje no
restaurante e me ofereceu um emprego?
Ele riu. — A oferta ainda está de pé, e você me chamando me diz que
você está interessada. Além disso, não se preocupe, meu irmão não é um
gigolô.
Suspirando, ofereci: — Me desculpe novamente. Seu cartão não dizia
nada, então pensei se você trabalhava para o seu irmão, e então pensei que
tipo de negócio ele tem. Às vezes, minha mente trabalha muito rápido, e deixo
escapar essas pérolas.
Ainda assim, com uma voz que parecia que ele queria rir, ele disse: —
Está tudo bem. Gostaria que eu falasse sobre o trabalho e o
que isso implicaria?
— Sim, por favor.
— Você ira ajudá-lo a manter suas mulheres, as que
trabalham nas ruas, seguras e você também agendará os
compromissos com os seus clientes para elas. Você só tem
que abordar os carros primeiro.
Meu corpo congelou. Dylan tinha que estar brincando
comigo.
Me sentei na cama e disse: — Dylan, acho que vou
desligar agora. Eu não quero arriscar onde um cliente pode
pensar que sou uma prostituta também. — Não encerrei a
chamada, embora. Eu esperei por sua risada, e ela veio alta e
longa.
— Makenzie, acho que gosto de você.
Sorrindo, sabia que eu gostava de
Dylan. — O sentimento pode ser recíproco, se você não mexer mais comigo.
— Eu vou tentar o meu melhor para não o fazer. Realmente, porém, você
estará atendendo suas chamadas, anotando os recados, ajudando a organizar
seus clientes. Não se preocupe, a sua formação em negócio virá a calhar. Além
disso, você terá que limpar sua bunda.
Eu bufei uma risada. — Você é terrível, Dylan Jackson. O que o seu irmão
realmente faz, e você trabalha para ele?
Ele bufou. — Você realmente não sabe quem eu sou?
— Eu deveria?
— Kenzie, eu posso chamá-la assim, sim?
— Sim. — Eu sorri. Meus amigos antigos e irmã sempre me chamaram
assim. Não Robert embora. Ele não gostava de encurtar nomes.
— Ótimo. Agora me diga, você já ouviu falar de D. Jackson?
— Hum — eu disse enquanto pensava. — Não.
— Oh, cara. Eu sou um cantor, querida. Pelo menos costumava ser. Eu
não fiz merda por um tempo agora, porque eu estava cansado de ser o centro
das atenções.
— Sério? — Perguntei.
— Sim. — Ele riu. — Eu não estou brincando com você,
prometo. Começou quando eu tinha dezesseis anos. Meu
irmão me tirou dessa merda quando eu tinha vinte e um e eu
estou fora do jogo há oito anos.
— Uau.
Ele riu. — Sim, uau. Nunca pensei em encontrar uma
mulher que não me conhecesse.
— As mulheres ainda, ah, tentam algo, mesmo você
sendo gay?
— Ah...
— Desculpe, não deveria ter perguntado isso.
— Não, tudo bem. Ninguém
realmente sabe que eu, uh, prefiro
homens. Enfim, voltemos ao seu trabalho.
Meu irmão é produtor musical. Ele é
muito grande. Você ouviu falar de Grayson Jackson?
— Não, eu não ouvi.
— Querida, você tem vivido sob uma rocha? Quantos anos você tem?
Bufando, eu disse: — Eu acho que você poderia dizer isso e eu tenho vinte
e oito.
— Ok. Um ano antes de eu terminar, Grayson se tornou meu produtor.
Ele tinha trinta anos na época. Ele assumiu tudo quando nossos pais
morreram há cinco anos.
— Eu sinto muito.
— Nós não. Eles não eram pessoas muito agradáveis.
— Mais uma vez, eu sinto muito.
Ele riu. — Você é fofa. Suponha que seja melhor lhe dizer o que estará
envolvido no trabalho.
Inclinei-me contra a cabeceira da cama. — Sim, por favor.
— Há uma chance de viver em sua propriedade, porque ele vai mantê-la
tão ocupada em tudo que você mal terá tempo para dormir... Merda, mas você
é casada, e seu marido não parece ser o homem que gostaria que você ficasse
longe por horas a fio.
Eu gostei que Dylan praguejasse. Robert sempre havia
odiado pessoas que amaldiçoavam, mas eu acho que é uma
maneira de se expressar mais. Dylan também parecia uma
pessoa que eu podia confiar. Afinal, ele me contou sua
história.
— Eu deixei o meu marido — sussurrei para o telefone,
apertando-o mais. Parecia estranho dizer isso em voz alta e
para uma pessoa que eu mal conhecia. Arrependimento de
repente me virou o estômago, desejando poder pegar minhas
palavras de volta. Não deveria ter dito nada. Robert sempre
dizia que ninguém deveria saber nossos assuntos pessoais,
que era melhor deixar entre nós dois.
— Você está bem? — Sua voz era
baixa, mostrando preocupação.
— Eu acho que ficarei — disse e
deixei por isso mesmo.
— Eu acho que o nosso encontro hoje foi obra do destino. Eu deveria
oferecer-lhe esse trabalho.
Eu ri. — Eu acho que você está certo. — Só o tempo dirá se a minha vida
melhorou e se eu recuperei a minha insolência de volta.
— Agora, você estará se mudando para a casa do meu irmão?
— O quê? — Eu sussurrei.
— Eu disse que há uma chance de viver lá porque você vai trabalhar
duro. Kenzie, há muito espaço. Haverá momentos em que você
provavelmente nem o verá, mas será melhor para ajudá-lo estando por perto.
Fique com ele por um ano pelo menos, e tenho certeza que ele lhe dará uma
referência estelar quando você seguir em frente.
Morar com outro homem não estava em minhas cartas, mas em seguida,
Dylan disse que havia uma grande quantidade de espaço, então me vi
gostando da ideia. Pelo menos, então eu não teria a trabalheira de encontrar
um lugar e gastar um monte de meu dinheiro no aluguel. Inferno, tudo
parecia perfeito.
— Eu acho que seria bom.
— Grayson pode ser um pouco... frio, mas eu tenho certeza que você vai
ficar bem com ele. Só não o deixe passar por cima de você.
Como você fez com seu marido, eu senti que foi deixado
fora do fim de sua sentença.
— Quando devo começar? Espere, ele não precisa me
entrevistar primeiro?
— Deixe isso para mim, e você pode começar segunda-
feira. Na verdade, eu terei um carro passando por aí para
buscá-la. Onde você mora?
— Eu vou ficar no Hotel Chardour em Prim Street. Mas
eu não preciso de um carro. Eu posso dirigir. Obrigada,
mesmo assim.
— Ok. — Sua voz era suave. — Vejo você às 8h.
— Tão cedo? — Eu gemi.
Dylan riu. — Sim, Grayson adora
começar cedo, mas geralmente você não
precisa começar até às nove. Pensei que
você gostaria de fazer uma impressão em seu primeiro dia.
— Acho que estou com medo de conhecer o seu irmão.
— Não esteja. Bem, não muito.
— Você não está ajudando.
Sua risada era profunda. — Desculpe, eu não posso ajudá-la. Gosto de
conversar com você, Kenzie.
— E eu com você, Dylan. Sinto que vamos ser bons amigos. — A
observação aqueceu meu coração uma vez que tinha sido um longo tempo
desde que eu tive um amigo.
— Hmm, eu também, o que irritará Grayson ainda mais.
— Dylan — eu bati. Parecia que ele gostava de irritar meus nervos
falando sobre seu irmão dessa maneira.
Uma vez que sua risada morreu, ele disse: — Desculpe, é realmente amor
fraternal. Ok, te enviarei um texto com o endereço e a encontrarei lá na frente
na segunda-feira.
— Parece bom. Acho que você trabalha com o seu irmão, se você vai estar
lá? — Perguntei.
— Não. Mas eu não vivo longe de lá, então eu gostaria
de parar e irritá-lo. Nós dois somos teimosos.
— Ótimo, então meu chefe é teimoso também. — Droga,
eu provavelmente não deveria ter dito isso desde que o
irmão de Dylan seria meu chefe. — Desculpe, eu não deveria
dizer esse tipo de coisa. Às vezes, as coisas voam para fora
da minha boca e não consigo pará-las.
— É refrescante. Eu gosto disso, e tenho certeza que
você tem o que é preciso para ficar por lá. Você estará bem
segunda-feira.
Será que ele acha que eu poderia acidentalmente gritar
algo que não devia a seu irmão, que sem dúvida Dylan
receberia um chute dele, ou ele realmente achava que eu
ficaria bem? De qualquer maneira, eu
ainda respondi: — Obrigada, Dylan. Por
isto e tudo.
— Meu prazer — ele respondeu,
antes de terminar a chamada. Eu guardei meu telefone e levantei da cama. Fui
até as janelas da sacada e olhei para fora.
O dia era para ser meu.
Realmente parecia como se um capítulo terrível na minha vida tivesse
terminado e outro emocionante estava prestes a começar.
Um grande sorriso surgiu no meu rosto. Apertei minhas mãos na minha
frente, apenas para jogá-las no ar enquanto soltava um grito de felicidade.
Pulei de um pé para o outro e fiz uma dança boba.
Quando meu coração disparou, eu parei e novamente olhei para o sol
desaparecendo.
De repente, uma carranca substituiu meu sorriso.
A culpa queimou minhas entranhas. Eu estava feliz, mas Robert logo
estaria chegando em casa e encontraria a nota que eu deixei dizendo que não
podia mais fazer isso. Eu precisava encontrar, a pessoa que eu costumava ser
de novo. Ele ficaria magoado, e eu seria a causa de sua dor. Eu deixei uma
carta Querido John4, pelo amor de Deus.
Depois de seis anos, eu estava disposta a desistir de tudo. Eu só esperava
que estivesse fazendo a escolha certa.
Deus, você não pode fazer as coisas mais simples, Makenzie.
Como você chama isso? Eu não posso comê-lo. É cheio de
gordura e você não deve comê-lo também.
Eu gosto de curvas, querida, mas você não acha que as suas
estão ficando um pouco grande demais?
Você parece bonita, mas talvez pudesse colocar um pouco mais
de maquiagem.
Talvez você deva cortar seu cabelo como o de Trish.
Sim. Eu estava fazendo a escolha certa, droga. Porque eu
era inteligente, eu era boa, e eu não era inútil.

4 Querido John é um tipo de carta escrita nos países de língua


inglesa, geralmente feita a um marido ou namorado por
sua esposa ou namorada para informá-lo sobre o fim de
seu relacionamento, pois a autora encontrou um outro
amante. Cartas Querido John muitas vezes são escritas
devido a uma incapacidade ou falta de vontade para
falar com a pessoa cara a cara.
Voltando para a cama, me mudei para a mesa ao lado e dei uma mordida
no bolo de queijo que eu tinha pedido mais cedo e também tomei um gole do
uísque.
Eu era a minha própria mulher novamente, e poderia comer e beber o que
quisesse, sem ninguém questionar. Uma sensação de calma tomou conta de
mim. Eu poderia fazer isto. Eu poderia me encontrar novamente.
Isso foi até meu telefone tocar. Rapidamente o peguei e olhei para o
identificador de chamadas. Robert. De repente, o bolo de queijo e o uísque no
meu estômago pareciam ser a ideia errada.
Não, eu não recuaria.
Eu poderia fazer isso. Eu poderia falar com ele.
Tremendo, respondi: — Olá?
— Eu pensei que você me amava — foram as primeiras palavras de
Robert.
— Eu amava. — Eu acho. Suspirando, balancei a cabeça para a mentira,
porque eu estava preocupada com os seus sentimentos. Eu não amo meu
marido, só me ocorreu alguns dias antes, quando questionei meu amor por ele
e percebi que havia desaparecido.
— Você não pode ver como isso me machuca? Minha
esposa decide que é hora de se encontrar quando eu nunca
pensei que ela tinha se perdido.
— Muitas vezes fui ferida...
— Como? Eu não sou algum bêbado que gasta todo o
seu tempo num bar e, em seguida, chega em casa e bate em
você. Eu te dei tudo, e isso é o que você escolhe fazer.
— Tudo que você vê em mim são coisas ruins, coisas
que você pensa que precisa de conserto. Eu mudei tanto para
você, e isso nunca será o suficiente.
— Por que você não disse nada antes?
Lágrimas brotaram, e deixei escapar um suspiro
frustrado. — Eu tentei.
— Não, você não fez, ou então eu
teria consertado as coisas, e você estaria
em casa agora, onde você pertence. — Ele
parecia irritado, como se tudo fosse um incômodo desnecessário. Doeu, mas
isso também me irritou.
Meus ombros caíram, caí de joelhos no chão e inclinei a parte superior do
corpo sobre a cama. — Eu tentei, Robert. Você não gostava de ouvir — eu lhe
disse.
— Você provavelmente não tentou o suficiente. Você sabe o quão ocupado
estive com o trabalho. Como eu estava estressado, e tudo que eu queria fazer
era vir para casa para comer uma boa refeição saudável e descansar. Mas
quando eu chego em casa, a casa está geralmente uma bagunça, mas eu nunca
disse nada. — Cerrei os dentes juntos. Sempre era o mesmo discurso, mas a
casa, para mim, sempre estava limpa. Deus me livre se tivesse um pouco de
poeira embaixo do estúpido sofá pesado que eu não conseguia pegar. — Então
você cozinhava algo que nós realmente não devíamos comer na maioria das
noites, e ainda assim eu não disse nada. — Eu bufei. O asno sempre dizia
alguma coisa, mesmo que fosse a refeição mais saudável, não era boa o
suficiente. Robert me ignorou e continuou. — Pedi-lhe para me seduzir mais
no quarto e você não ouviu isso também. Você se esquecia de fazer a operação
bancária e de novo, já disse qualquer coisa sobre isso? Não. — Ele suspirou. —
Talvez um tempo seja bom agora. Eu tenho que sair da cidade por duas
semanas de qualquer maneira. Vou colocar algum dinheiro em sua conta para
você permanecer onde você está hospedada, e quando eu
voltar, então falaremos. Em casa, onde você pertence.
Eu nunca consegui responder. Ele terminou a chamada,
que sempre foi o caminho de Robert. Ele queria a última
palavra e gostei da conversa para seguir o seu caminho. Eu
não cheguei a dizer-lhe sobre o trabalho, sobre como eu não
queria seu dinheiro. Eu sabia que ele pediu um tempo longe,
porque ele achava que eu não conseguiria viver sem ele.
Ele estava sendo um bundão. Tinha tentado muitas
vezes falar com ele, para lhe dizer como me sentia. Ele nunca
ouviu, e mesmo se tivesse, ele iria transformá-lo fazendo
tudo minha culpa.
Não dessa vez.
A culpa não desempenharia papel na
minha decisão. Eu estava fazendo a coisa
certa por minha causa. Distraidamente,
limpei as lágrimas que tinham caído, respirei fundo e me levantei do chão.
Nada mudaria se eu voltasse lá. Robert ainda seria o mesmo, e eu ainda
estaria pensando que todos os problemas que tivemos foram minha culpa.
Se eu apenas mudasse.
Se eu tivesse limpado melhor.
Se eu fizesse tudo o que ele queria apenas para fazê-lo feliz, então nós
seríamos felizes.
O casamento não deveria ser assim.
Era uma parceria, duas pessoas que resolviam seus problemas juntos.
Nenhum culpando o outro ou fazendo o outro pensar que ela era a culpada
por tudo o que acontecia de errado.
Quando Robert percebesse que eu estava falando sério sobre o fato de que
eu estava o deixando — não, que eu já o tinha deixado — então seria hora de
puxar os ombros para trás, puxar para cima as calças e jogar minhas bolas de
menina grande sobre o meu ombro e ficar forte. Recuar, já não era uma opção.
Sentada na cama, dei mais algumas mordidas no bolo de queijo, tomei
um grande gole de uísque, e depois corri para um bom banho quente. Com
bolhas e tudo.
Não foi até mais tarde, quando me deitei na cama e
minha mente correu uma milha por minuto, que me deixei
chorar. Me permiti sentir como um fracasso porque não
importa o que eu fiz, não consegui que meu casamento desse
certo. Eu tentei de tudo, mudei quem eu era, mas nada
funcionou.
Seis anos era muito tempo para se afastar.
Ainda assim, era hora de acabar com seis anos de
autodúvidas e de odiar.
Então, mesmo com as lágrimas, a mágoa, eu sabia que
nunca voltaria. Eu não podia. Era hora de encontrar a pessoa
que eu fui, novamente.
Eu estava uma pilha de nervos. Minhas mãos tremiam no volante
enquanto meu estômago dançava o mambo. Eu estava seriamente preocupada
que a dança continuaria na minha bunda. Não só era o meu primeiro emprego
em quatro anos, mas o Sr. Jackson soou como um mau chefe, então eu tinha a
sensação de que havia uma grande chance de que eu estragaria tudo no
primeiro dia e seria demitida. Afinal, eu tinha um talento especial para deixar
escapar as coisas erradas de vez em quando.
Imagino que só o tempo dirá.
No meu primeiro fim de semana livre, passei me
mimando e apreciando o quanto estava muito orgulhosa de
mim mesma. Era um grande passo deixar um casamento,
especialmente um que deixou minhas emoções machucadas
e surradas. Mas valia a pena.
Também tentei ignorar as noites onde passei o tempo
como uma bagunça chorando, bebendo direto da garrafa de
vinho, enquanto comia tudo do menu e assistia comédias
românticas.
Era um novo dia. Um novo começo. E tudo que eu
podia fazer era esperar que ainda tivesse um emprego até o
final do dia. Eu também tinha arrumado minhas malas e saí
do hotel para me mudar para a casa do Sr.
Jackson.
Se Robert soubesse, ele ficaria fora de
si.
— Não importa mais o que Robert pensa, Makenzie. Eu sou minha
própria mulher. Posso fazer o que eu gosto. Posso até perverter um homem
sem me sentir culpada e... por que Deus? Por que você fez aquele belo homem
gay? — Perguntei para o céu enquanto parava em frente dos portões
subterrâneos onde Dylan estava sorrindo enquanto esperava por mim. Ele
usava um terno perfeito no seu físico perfeito com seu perfeito e estiloso
cabelo. Ele empurrou os óculos de sol na cabeça e se aproximou do carro. Uma
vez que ele abriu a porta do passageiro, e entrou ele disse: — Bom dia,
querida. Você está pronta para o seu primeiro dia?
Deus. Ele ainda cheirava como o céu.
— S-sim. Eu acho. Talvez. Posso dizer não e ter você não pensando menos
de mim?
Ele jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada. — Você é muito
bonita. — Ele sorriu para mim. — De qualquer forma, achei que seria melhor
encontrar você aqui porque você não tem um controle remoto para o
estacionamento subterrâneo.
— Então, este edifício é apenas seu negócio, certo?
Dylan balançou a cabeça enquanto pressionava um botão num
dispositivo portátil. Os portões se abriram com um clique. —
Seu negócio está nos níveis inferiores. Seu apartamento está
no nível superior, onde há seis quartos, três de cada lado do
edifício. Três salas de estar, quatro banheiros e uma cozinha
atrás da sala principal. Em seguida, apenas no andar debaixo
do seu apartamento está o ginásio e a piscina. E sob este
estão os quartos de hóspedes, e o restante é tudo de
negócios, negócios, negócios. — Ele apontou com o queixo
para olhar para o prédio. Olhei para fora e depois para cima
e para cima novamente. O lugar era enorme e logo eu
trabalharia e viveria nele.
Tinha que ser um dos mais altos e mais amplos edifícios
que já tinha visto. Para cada lado tinham outros negócios, só
que eles não se comparavam em altura ou
largura.
— Espere — sussurrei, inclinando-me
para olhar para cima mais uma vez. — Eu
tenho que limpar alguma coisa? — Porque, honestamente, se eu fosse algum
tipo de faxineira da casa, daria a ré e sairia de lá. Eu tinha lutado para limpar a
casa minha e de Robert.
Dylan bufou. — Não. Ele tem governantas que fazem isso. Agora, você
vai realmente dirigir?
Mordi o lábio inferior e assenti, então balancei a cabeça. — Não tenho
certeza se eu deveria. O lugar parece muito intimidante.
— Kenzie, eu acredito que você ficará bem aqui e de qualquer maneira,
tenho sua bunda. — Ele jogou a mão para o lugar. — Siga em frente, boa
senhora.
— Você não quer dizer costas? — Perguntei.
— Hã?
— Você terá as minhas costas, não bunda.
Ele riu. — Foi isso que eu quis dizer.
Suspirando, assenti, enfiei meu cabelo preto atrás da minha orelha, e
suavemente aliviei meu pé do freio.
— Por que você está dirigindo como uma vovó? — Perguntou Dylan.
— Estou com medo do lugar se revoltar e descobrir que
sou uma mulher desajeitada, estranha que não pertence aqui
e me expulsar. — Além do fato que o estacionamento
subterrâneo me assustou. Porém, eu não estava deixando
Dylan saber disso. Eu tinha um sentimento de que se
deixasse, ele testaria o quão assustada estava.
— Você é muito engraçada. Apresse-se, eu preciso
dizer... desculpe, eu, ah, disse ao Gray para esperar sua nova
assistente, esta manhã, e do jeito que você está dirigindo não
chegaremos lá até o jantar.
Revirando os olhos, acelerei mais e fui mais rápido para
uma área escura, sombria. Uma luz piscava à minha
esquerda. Eu apertei os meus lábios e os mordi entre os
dentes.
— Então, hum, onde devo
estacionar? — Perguntei. Apenas Dylan
não respondeu. Eu me virei para ele e
gritei quando encontrei seu rosto a poucos centímetros do meu. Ele se voltou
para trás e começou a rir. Sua mão foi até seu estômago enquanto sua risada
continuava.
Batendo no seu braço, rebati — Você não deve assustar uma pessoa que
poderia facilmente ter nos levado a um poste ou algo assim.
— Não pude resistir — ele ofegava. — Oh, Deus. Você acabou de fazer
minha manhã. — Ele apontou sua mão para a direita. — Estacione lá. Você
verá um sinal reservado para Assistente.
Resmungando sob a minha respiração, virei o carro para a direita e para
baixo da linha até que vi uma vaga livre, que na verdade tinha uma placa
escrita: Assistente. Estacionando na vaga, soltei o cinto de segurança e,
lentamente, me virei para Dylan, quando vi que ele estava olhando para cima
e para baixo do meu corpo. — Você acabou de me verificar?
Ele sorriu. — Eu posso ter feito.
— Mas, por quê? — Perguntei, horrorizada. — Você é gay, — apontei.
Ele piscou lentamente. — Certo, ah... Eu estava apenas me certificando de
que você está vestindo a roupa certa para impressionar o meu irmão.
Inclinando a cabeça para o lado, eu não tinha certeza se acreditava nele.
Ainda assim, eu perguntei — Eu estou? — Ele deu de
ombros. — Honestamente, eu não tenho certeza se alguma
coisa vai impressioná-lo.
Cruzando os braços sobre o peito, me inclinei para o
meu lugar e fiz um beicinho. — Se você continuar me
assustando, nem vou sair do carro.
Balançando a cabeça, ele sorriu, então piscou. — Vamos
fazer isso. — Ele saiu do carro e veio ao meu lado, abrindo
minha porta. — Se eu prometer não assustá-la pelo resto do
dia, você vai sair?
Tocando meu queixo com o meu dedo, fingi que pensar
sobre isso. — Talvez.
Ele suspirou, só que ele estava sorrindo quando fez isso.
— Vamos, coisinha bonita. — Ele agarrou
meu braço e puxou. Puxada para fora,
endireitei minha saia lápis e blusa branca
e depois coloquei minha bolsa no meu
ombro. — Vou mandar alguém descer para pegar suas malas — Dylan disse e
pegou minhas chaves e, em seguida, me puxou pela mão para o elevador.
Felizmente, era perto do meu local no estacionamento.
— Mas eu posso precisar de minhas chaves para uma fuga rápida, —
mencionei.
Ele bufou. — Vou arranjar alguém para te devolver quando estiver
pronta.
— Talvez eles não devam pegar minhas malas no caso de eu nem mesmo
durar o dia.
Ele apertou o botão do elevador e se virou para mim. — Chega de
autodúvida. — Ele não entendia como era difícil para eu parar. Eu tinha
estado com um homem há seis anos que me insultava diariamente, o que
causou maior parte da minha autodúvida. — Você ainda estará aqui no final
do dia, e você não terá qualquer porcaria do Grayson. Acho que isso tem sido
um dos maiores problemas que ele tem. Ou suas assistentes querem dormir
com ele, namorá-lo, casar com ele por dinheiro, ou correm gritando quando
ele aplica um pouco de pressão com uma voz alta. — O elevador chegou e
entramos. Nós dois nos viramos para as portas, e Dylan apertou o
quadragésimo andar enquanto eu apertava sua mão com mais força na minha.
Ele limpou a garganta. — Levante-se por si mesma, e ele vai
respeitar isso.
— Você tem certeza?
— Sim. — Ele acenou com a cabeça e depois sorriu. —
Aliás, você pode não querer ir para o estacionamento
subterrâneo sozinha. É assombrado.
— Dylan. — Cortei meu aviso.
— Brincadeira. Última do dia. Honestamente, todo o
edifício é o mais seguro nesta área. É vigiado vinte e quatro
horas por dia, com segurança e câmeras. Nada para se
preocupar lá embaixo.
Respirando profundamente pelo nariz, balancei a cabeça
e, em seguida, destranquei a minha mão trêmula da sua para
limpá-la na minha saia.
— Assustada? — Perguntou Dylan.
— Não. Sim. Bem, mais nervosa, na
verdade. Primeiro emprego num longo tempo, lembre-se.
O elevador parou de repente. Eu olhei para a tela, e ele dizia térreo. As
portas abriram, e atrás delas vi uma mulher linda. Seu longo e liso cabelo loiro
estava sobre um ombro e quase chegava ao quadril. Ela usava um vestido
preto curto que pendia de um ombro e saltos pretos impressionantes.
Assim que seus olhos viram Dylan, ela rolou-os e entrou, nos virando as
costas. Olhei para Dylan olhando para ela de volta lançando punhais. Ele
olhou para mim e balançou a cabeça. O resto da viagem foi silenciosa e
estranha. Não pude deixar de me mexer, enquanto meu estômago rolava e
rolava no interior. Quanto mais perto chegávamos do nosso destino, pior eu
me sentia. Eu trocava de um pé para o outro, apertava as mãos na minha
frente, só para mudar de ideia e movê-las para minhas costas. Ajustei minha
bolsa no meu ombro e dei de ombros algumas vezes. Torcia e me virava, então
mordia meu lábio inferior.
Finalmente chegamos, e assim que as portas se abriram, ouvi Dylan
suspirar de alívio também. Uma vez que a mulher diante de nós saiu, Dylan
pegou meu braço e me levou lentamente atrás dela. Ele se inclinou e sussurrou
— Nunca vi ninguém tão inquieta antes. Tente ficar parada na frente do meu
irmão.
— Eu vou. — Eu assenti. — Então, quem é a mulher
deslumbrante?
Ele zombou. — Uma modelo em ascensão, pelo menos,
tentando ser, e o mais recente sabor do mês para o meu
irmão. — Ele enrugou o nariz nas costas dela. Enquanto ele
me levou para frente, tomei a chance de olhar ao redor da
área que eu estaria trabalhando. O lugar estava lotado com
pessoas em suas mesas ou correndo por aí fazendo o que
tinham que fazer. Fiquei imaginando como os outros
andares eram e por que o Sr. Jackson precisava de um
grande edifício para o seu negócio de produção. Em breve eu
descobriria.
Quando Dylan parou, eu também o fiz porque a sua
mão ainda estava segurando meu braço. Ele olhou para mim.
— Espere aqui por um segundo. Vou
rasgar Gray longe da senhora harpia5.
Quando eu balancei a cabeça, ele caminhou os poucos passos até a porta
fechada do escritório e entrou sem bater, fechando-a atrás dele. Segundos
depois, vozes se elevaram atrás daquela porta, e eu estremeci. De repente, a
porta foi aberta. Eu pulei, e minha mão foi para o meu coração.
Dylan saiu primeiro com uma careta no rosto. Ele veio para o meu lado, e
então olhei de volta para a porta para ver a mulher sair. Ela moveu-se para o
lado com um sorriso em seus lábios vermelhos. Meu corpo acalmou quando a
última pessoa saiu. Meu chefe.
Ele era alto, mais alto que o irmão; ele também era mais amplo. Com seus
grandes ombros quase tinha que virar de lado para passar pela porta. Em
seguida, seu corpo se afunilava para quadris finos. Apenas a partir de uma
primeira vista, eu sabia que ele trabalhava muito. Eu ergui meus olhos, porque
eu não queria que ninguém pensasse que eu o estava verificando, quando eu
não estava, não realmente. Eu tinha que saber o que estava enfrentando e o
homem gigante já me intimidou.
Seu cabelo castanho-escuro, olhos escuros e as maçãs do rosto esculpidas,
completo com uma sombra de cinco horas que combinava com seu olhar
preocupado. Quando vi seu olhar duro e estreitado em mim, endureci, mas
então me encontrei me endireitando, erguendo meu queixo
para fora e para cima.
— Grayson, esta é Makenzie Mayfair. Sua nova
assistente.
— Pelo menos ele escolheu uma feia e gorda, — a harpia
ao lado do Sr. Jackson sussurrou. Claro que foi alto o
suficiente para todos nós ouvirmos.
Meu chefe estreitou seu olhar ainda mais para a sua
mulher, e Dylan tossiu: —Cadela — por atrás de seu punho.

5 Aqui Dylan faz uma referência ao nome da moça que é Harper e ele
a chama de harpia, a ave. Mas pra frente veremos que ele e
Makenzie passartão a chama-la de Harpy, que traduzindo é
harpia, pois ela que dar o bote em seu irmão por causa de
seu dinheiro e poder. As harpias são criaturas da mitologia
grega, frequentemente representadas como aves de
rapina com rosto de mulher e seios. São aves grandes,
ferozes e rápidas em suas investidas, como gavião-real,
gavião-de-penacho.
Ignorando-a, e em vez de lhe dar o dedo como eu queria fazer, estendi
minha mão ao meu chefe e disse: — Prazer em conhecê-lo, Sr. Jackson. Se você
puder me dizer por onde você quer que eu comece, eu vou fazer isso.
Lentamente, ele olhou para baixo para minha mão e depois para cima
novamente. — Atenda ao telefone por agora e anote as mensagens. Eu vou
lidar com você mais tarde. — Sua voz era profunda, áspera, e levaria qualquer
mulher à loucura com a necessidade.
Mas eu estava imune.
Eu era imune à sua aparência, seu rosto e sua atitude. Tudo. Eu tinha uma
coisa a fazer, e esse era o meu trabalho. Ignoraria qualquer outra coisa que
pudesse ocorrer. Dylan estava certo, seu irmão era frio e intimidante, ou eu
tinha sido a única a dizer isso? Eu não sabia. Eu não me importava. O trabalho
ficaria ótimo em meu currículo então eu aguentaria isso por um ano.
Depois que ele falou, ele girou de volta ao redor sem a cortesia de apertar
minha mão e entrou no seu escritório com a harpia, fechando a porta atrás
deles. Girei o meu olhar para Dylan e dei-lhe os olhos arregalados.
Ele sorriu. — Sim, eu meio que esqueci de lhe dizere que encontrei uma
nova assistente e, às vezes, ele pode ser um idiota.
— Dylan — sussurrei asperamente com os dentes cerrados. Seu irmão
certamente foi um burro grosseiro por não apertar a minha
mão. Deus, eu não tinha piolhos nem nada.
Ele coçou o queixo e olhou para longe de mim.
Obviamente, ele estava prestes a contar uma mentira. — Eu
tinha certeza que eu tinha contado a ele. De qualquer forma,
você está aqui agora, e ele não lhe disse para dar o fora.
Então, sente-se naquela mesa e impressione o bastardo.
O olhei por mais alguns momentos e o soquei no braço,
que ele esfregou, e então andei ao redor da mesa para me
sentar.
— Bem, estou indo...
— Não! — Eu gritei e comecei a me levantar. Dylan
estava ao meu lado me levando de volta
para o meu lugar. — Você não vai me
deixar até eu saber o que estou fazendo.
— Grayson irá mostrar-lhe. Por
enquanto, faça o que ele pediu. Tenho certeza que você não pode foder
atendendo o telefone.
— Bem, não.
— Ótimo. Voltarei para almoçar com você. Boa sorte. — Ele beijou minha
bochecha e fugiu para o elevador.
Gemendo, espalmei meu rosto e passei a mão sobre ele. O que diabos eu
estava fazendo? Novamente, por que eu deixei Robert? Por que estava
decidida a começar do zero?
Tudo isso era novo e me assustou.
Eu não sabia se eu poderia fazê-lo. Meu estômago estava uma pilha de
nervos e conhecendo minha sorte, provavelmente soltaria um pum, em
seguida, o chefe assustador sairia, perguntaria o que era aquele cheiro —
porque com a forma como o meu estômago estava correndo seria ruim — e
então eu teria que explicar que tinha um problema com a minha bunda.
Não. Pare com isso, Makenzie.
Eu poderia fazer isto. Eu poderia me acalmar, relaxar e poderia segurar
meus gases, mesmo que eu acabe parecendo uma cara de ameixa seca. Eu não
peidaria em meu primeiro dia.
Oh, Deus. Por que eu estou pensando sobre peidar? Meu
estômago borbulhava. Me inclinando, peguei minha bolsa e
a coloquei sobre a mesa, enquanto eu procurava por algum
antiácido. Olhei ao redor do escritório e percebi que estava
recebendo alguns olhares questionadores. Colocando um
sorriso no meu rosto, ofereci um aceno de cabeça. Alguns
acenaram em retorno, enquanto a maioria revirara os olhos e
voltava para o que estavam fazendo.
Coloquei um antiácido na boca, coloquei a minha bolsa
no chão e, em seguida, me sentei na cadeira antes de rolar
para mais perto da mesa. Tudo estava aparentemente
arrumado. Ainda assim, endireitei algumas coisas e liguei o
computador.
Eu estava começando a sentir um
pouco menos desgastada... até que o
telefone tocou. Meu corpo sacudiu. Me
atrapalhei com o aparelho e, em seguida,
uma vez que eu o coloquei contra o meu ouvido, esqueci completamente o
que deveria dizer. Segurei o telefone com força. Meus olhos se arregalaram, e
eu tinha certeza que ofeguei um par de vezes no telefone. Merda, como a
empresa se chamava?
Eventualmente, eu tentei — Escritório do Sr. Jackson?
— Dê-me, Grayson — exigiu uma voz de homem.
— Posso perguntar quem está ligando?
O homem suspirou. — Eu estou supondo que você é nova, por isso vou
deixá-la passar desta vez. Em seguida, eu não vou. Memorize minha voz,
senhora. Meu nome é Vice.
Outro bundão rude.
— Um momento, por favor. — Oh, merda, como eu transferiria a ligação
para o Sr. Jackson, para avisar que o detestável Vice estava no telefone? O
pânico começou a se formar no meu peito. Eu rapidamente coloquei o
aparelho para baixo e me levantei, dando um par de passos até a porta do meu
chefe e bati.
— Entre — foi latido.
Abri a porta devagar, vi o Sr. Jackson sentado atrás da mesa com Harpy
sentada perto dele em sua mesa. — Ah, um Sr. Vice está ao
telefone.
Seus olhos se estreitaram. — Transfira-o.
— Eu teria feito se eu soubesse qual botão apertar. — Eu
me encolhi quando sua mandíbula se apertou e um tique-
taque começou no lado da testa. Harpy começou a rir. Sr.
Jackson se levantou abruptamente e passou por sua mesa.
Sai do caminho bem na hora que ele passou por mim.
— Venha aqui — ele cortou. Eu rapidamente fiquei ao
seu lado. — Pressione isso para colocar a chamada em
espera. Pressione esse para se conectar ao meu telefone e, em
seguida, pressione novamente para lhes dizer que você está
os transferindo completamente. Então, desligue a porra.
Você entendeu?
Não realmente, mas se ele fosse
embora, tentaria anotá-lo, então me
lembraria.
— Sim. — Eu assenti.
— Certo, faça. — Ele se moveu para trás e ficou lá com os braços cruzados
sobre o peito.
Olhando para o telefone e, em seguida, para ele, então de volta mais uma
vez para o telefone e meu chefe, perguntei — Você não deveria estar em seu
escritório para atender a chamada, então?
Ele olhou, resmungou algo baixinho, girou, e caminhou de volta para seu
escritório. Peguei o telefone e apertei o botão para colocar Vice em espera e,
em seguida, o botão para ligar ao escritório do Sr. Jackson. Eu esperei e, em
seguida — Jackson Media, Departamento de Artes. Aqui é Angelia, como
posso direcionar sua chamada?
— Ah, desculpe, eu apertei o botão errado.
Um riso soou na outra extremidade. — Onde você está, bebê? Eu posso
ajudar.
— Eu deveria me conectar ao telefone do Sr. Jackson. Eu sou sua
assistente, e Vice está esperando na linha por ele.
Ela suspirou. — É melhor não manter esse idiota esperando muito tempo.
Ele pode ser amigo de Jackson, mas ele é uma pessoa
importante. Você vê o segundo botão lá no topo?
— Sim. — Eu peguei uma caneta para anotar.
— Você se conectará ao escritório do Sr. Jackson e
depois pressionará o botão abaixo para voltar ao Vice e, em
seguida, no canto superior esquerdo para conectar a ligação
ao escritório do chefe.
— Obrigada, acho que você acabou de salvar minha
bunda.
Outro tilintar de risada soou. — O prazer é meu. Vejo
você na hora do almoço, bebê — ela disse e depois desligou.
Fiz o que ela pediu e esperei. — Sim? — Foi rosnado ao
telefone.
— Conectando você ao Vice agora.
— Demorou muito tempo. Já falei
com ele, — ele retrucou ao telefone e
depois desligou.
Foi a minha vez de resmungar enquanto colocava o telefone de volta no
gancho.
Paciência. Eu tinha um sentimento que precisaria de um monte para lidar
com o Sr. Jackson. Felizmente, eu sabia como por estar próximo de Robert
durante seis anos.
Deus. Só de pensar o nome de Robert tinha meus ombros caindo. Eu não
conseguia entender onde tinha errado. Como eu tinha empurrado de volta
minha maneira geralmente franca quando ela vinha a ele.
Eu tinha que me encontrar.
Eu tinha que ganhar de volta a minha confiança e aprender a não rolar, e
não ter o meu estômago sendo infligido por uma ferida fatal.
Eu seria quem eu era antes de Robert.
Eu seria.
Depois de uma hora, Harpy saiu do escritório do Sr. Jackson. Ela olhou
para mim com um sorriso no rosto, em seguida, jogou o cabelo sobre o ombro
antes de seguir para o elevador. Quase todas as cabeças viraram para vê-la
passar. Masculinas e femininas. Enquanto ela estava lá, atendi quatro outros
telefonemas e não ferrei nenhum deles. Eu estava orgulhosa de mim mesma.
Eu estava no meio de olhar os arquivos no computador e tentar entender
a essência do que eu estaria lidando quando o Sr. Jackson chamou do meu
lado — Reunião. Agora.
Quase saltei da minha pele. Eu não o tinha ouvido se
aproximar. — Ok, vou deixar as pessoas saberem que você
estará fora do escritório por...? — Eu parei, esperando que
ele me dissesse quanto tempo levaria a reunião.
— Você está vindo para tomar notas.
— Certo. — Balancei a cabeça, pegando o caderno que
encontrei na minha gaveta e uma caneta. Enquanto eu estava
de pé, olhei para o meu chefe para ver seus olhos no meu
caderno. Ele sacudiu a cabeça e começou a andar para a
direita. Segui silenciosamente atrás, perto de correr para
acompanhá-lo. Enquanto caminhávamos, as pessoas
gritavam uma saudação ao chefe, ele ignorou todos eles. Eu
tentei acenar e sorrir para eles para
diminuir o golpe. Então, eles me
ignoraram.
Revirando os olhos, balancei a cabeça e depois bati nas costas de alguém.
Olhando para cima, assisti quando o Sr. Jackson virou a cabeça devagar e
olhou furiosamente para mim antes de abrir a porta e entrar. A grande sala de
reunião tinha uma mesa de conferência, que já estava cheia de pessoas
sentadas à sua volta. Meu chefe mal-humorado sentou-se no final da mesma, e
eu me sentei na cadeira encostada na parede atrás dele.
— William, qual é a atualização da capa da Evelyn?
— Uma prova está quase pronta. Enviarei para você olhar esta tarde.
Chefe acenou com a cabeça e seu olhar duro mudou para a esquerda. Não
que eu pudesse ver seus olhos, mas do jeito que as pessoas estavam tensas,
sabia para onde tinha ido o seu olhar.
— Owen, como a Zoe está lidando com a nova música?
— Ela reclamou no início, mas depois que eu disse que você escolheu a
dedo para ela, ela tem feito muito bem. Na verdade, ela quer apagar algumas
de suas faixas e continuar com músicas como aquelas.
Um aceno de cabeça. — Eu vou ter a minha assistente enviando um e-
mail com algumas para você quando eu voltar.
Eu não tinha certeza do que eu deveria fazer, mas como a reunião
prosseguiu, eu anotei tudo. O único problema que tive foi
quando o Sr. Jackson não chamou algumas pessoas pelos
nomes. Eu não queria parecer uma tola na frente de todos e
perguntar-lhe quem eram. Em vez disso, fui com a minha
própria ideia e esperava que não me mordesse na bunda
mais tarde.
Assim que Angelia, que acenou imediatamente assim
que o Sr. Jackson a chamou, terminou falando sobre alguma
arte de capa para um músico com o nome de James Carter, o
Sr. Jackson se levantou, acenou com a cabeça, e depois saiu
da sala. Pulei, deixei cair minha caneta e caderno e estava
prestes a seguir quando Angelia se aproximou.
— É melhor você voltar para ele, mas bebê, eu quero
saber como vai o seu primeiro dia. Almoço às doze, sim?
Sorrindo, eu disse: — Parece bom.
— Ótimo, cafeteria, segundo andar.
— Vejo você lá — eu disse e, em
seguida, na verdade, corri de volta para a minha mesa. Eu acabara de colocar
o meu caderno para baixo quando ouvi atrás de mim: — Aqui, agora.
Fechei meus olhos por um segundo, eu puxei uma respiração profunda e
calmante, soprei e agarrei minhas notas antes de entrar em seu escritório
gigantesco. A vista era incrível. Eu não tive a chance de apreciá-la, mas a
carranca em seu rosto me disse que queria a informação que eu tinha e depois
me queria fora.
— Ok, — eu comecei e sentei-me na cadeira em frente à sua grande mesa.
Ele estava tentando compensar alguma coisa? Sr. Jackson limpou a garganta.
Oh, merda, será que eu disse em voz alta? Eu esperava que não. Apenas no
caso, me sentei mais reta e falei sobre tudo o que anotei. Bem, tudo, exceto
para aqueles que não tinham nome.
Terminei, olhei para ele e mordi meu lábio inferior. Em seguida, vi
quando sua mão apertava algo sobre a mesa, olhando-a quando ele trocou de
mão para se recostar em sua cadeira, vi que era um gravador de voz.
— Eu tinha certeza que havia mais.
— Oh, eu entendi tudo.
— Então cuspa-o para que possamos comer.
Comer? Ele iria me comer? Oh, Deus, agora eu estava
corando e desejando que Robert tivesse pelo menos me
satisfeito na cama, mas ele não tinha. Claro que tinha sido
culpa minha, mas não teve uma vez que o homem me fez
gozar. Ótimo, agora eu estou pensando em gozar.
Limpando a garganta e tirando minha mente fora da
sarjeta, coloquei meu cabelo atrás da minha orelha e li o resto
das minhas anotações. — O cara calvo com uma monocelha
disse que o chamaria esta tarde, logo que encontrasse o
arquivo que ele enviou para um artista em ascensão. A
mulher com, ah, sua camisa aberta e cabelos pretos curtos,
informou que o contrato de Alexander estaria terminando
em um mês e quer saber se você quer renová-lo. O homem
que tinha uma mancha de café em sua camisa de seda branca
disse que Michael ainda não retornou
para ele sobre o cronograma de quando
Avery terminará o seu álbum. — Lá, eu
tinha feito isso. Lentamente, levantei meu
olhar para o meu chefe. Minha cabeça empurrou para trás quando pensei que
vi um puxão no lábio, mas eles pareciam diminuir em vez disso.
— Antes de ir para o almoço, por que você realmente não pesquisa no
Google esta empresa e aprende sobre quem você está falando. — Ele se
inclinou para frente, os cotovelos sobre a mesa. — Você já ouviu falar da
Jackson Media?
— Bem, não. Ainda assim, sou capaz de fazer o trabalho direito. Posso
estar fora de prática, mas sou uma aprendiz rápida e saberei o nome de todos
antes da próxima reunião. — Orei.
— Você vai retornar todos os e-mails e chamadas com minhas respostas
até o final do dia, Sra. Mayfair, então eu sugiro que você os aprenda
rapidamente.
Saindo do escritório, rapidamente me sentei e comecei a fazer meu dever
de casa.
Eu tinha algum tempo antes de ir almoçar a menos que... eu almoçaria
num horário diferente dos outros? Quem estaria lá para atender ao telefone?
Eu deveria deixar a secretária eletrônica atender as chamadas?
Frustrada por não saber, e me encontrando com apenas uma opção para
obter a resposta, peguei o telefone e pressionei a linha direta para o escritório
do Sr. Jackson.
— Sim? — Sua voz pareceu ecoar. Eu não me incomodei
dizer nada embora, poderia ser apenas um problema com a
minha linha.
— Eu não tenho certeza de quando é meu horário de
almoço, e... — Ele bufou.
— Pensando em almoço já? — Isso era uma indireta
sobre o meu peso? O idiota.
Com os dentes cerrados, eu mordi — Não — respirei e
disse — Angelia tinha dito que ela me encontraria na
cafeteria, e eu não sabia quem estaria aqui para atender ao
telefone ou qual era o protocolo desde que não tive ninguém
para me dizer.
Lá, pegue isso, imbecil bonito.
— Helena da gravação atenderá aos
telefones enquanto você está no almoço, e
da próxima vez Sra. Mayfair, eu não preciso saber de sua informação servil.
Chegue ao ponto desde o início. — Com isso, ele desligou.
Rato bastardo.
Enquanto esfaqueava o botão do meu mouse, começando minha pesquisa
sobre a empresa e de suas pessoas, murmurei para mim mesma: — Claro, Sr.
Jackson. Qualquer coisa que disser, Sr. Jackson. Direto ao ponto, Sr. Jackson.
— Soltei um rosnado frustrado.
— Se você deseja resmungar, Sra. Mayfair, por favor, feche a minha porta
depois de sair.
Meus olhos se arregalaram. Enrijeci, lentamente girei minha cadeira para
seu escritório. Não admira que tinha um eco no telefone. Eu ouvi a voz de
dentro desde que a sua maldita porta estava aberta.
De pé, fui até a porta com as minhas bochechas rubras. Eu agarrei a
maçaneta e fechei a porta. Só que antes que eu a fechasse completamente, o Sr.
Jackson chamou meu nome.
— Sim?
— Se você realmente fizer tudo o que digo, você pode se tornar a
assistente de mais longa duração. — Ele arqueou uma sobrancelha para mim.
Fechei os olhos. Após uma respiração calmante, abri-os
e ofereci: — Desculpe, eu...
Ele me cortou. — Isso é tudo.
Acenando a cabeça, fechei a porta, voltei para o meu
assento, e me deixei cair nele.
Um ano.
Eu só tinha que durar um ano, e se eu consegui aguentar
Robert, certamente poderia fazer isso com o Sr. Jackson
também. Não significava que eu não poderia machucar
Dylan pelas ações de seu irmão. Ele foi, afinal, o que me deu
este emprego em primeiro lugar.

Assim que Helena se mostrou, que


era mais uma mulher bonita, carrancuda
— algo que estava vendo um padrão de... peguei minha bolsa, a agradeci e saí
correndo antes que o Sr. Jackson pudesse sair de seu escritório. Enquanto eu
estava no elevador vendo-o subir de andar em andar, meu celular tocou. Eu o
tirei da minha bolsa. O nome de Dylan apareceu na tela.
— Oi, eu estou prestes a saltar do elevador. Você está aqui? — Perguntei.
— Desculpe, querida. Eu não posso fazer isso, mas estarei por aí quando
terminar o trabalho para levá-la para o andar de cima.
— Mas...
— Até lá, então — ele chamou antes de desligar.
Eu estava ansiosa para ver Dylan no almoço, para que eu pudesse dizer
algumas palavras bem escolhidas para ele. Só teria que esperar e conhecer a
minha sorte, ficaria mais irritada quando chegasse a hora de sair.
Alguns olhares e narizes se viraram na minha direção no passeio até o
segundo andar. Embora, não permitiria que chegassem até mim. Já não
importava o que as pessoas pensavam de mim. Eu tinha uma pele grossa,
então quem se importava se eles achavam que eu não combinava com a
empresa. Tinha que aprender a me amar do jeito que eu era. Ou pelo menos
tentar.
Angelia estava esperando do lado de fora das portas
quando abriram. Ela era deslumbrante e também uma das
poucas que tinha curvas como eu. Quando ela me viu, sorriu,
pulou e ligou seu braço no meu. Eu não estava acostumada a
pessoas sendo tão abertamente amigáveis após um pequeno
telefonema. Achei estranho, no entanto, doce, ela estava
disposta a ajudar-me.
— Eu poderia comer um cavalo, eu estou com tanta
fome.
— Ela provavelmente já está — veio atrás de nós.
Eu fiquei tensa. Angelia revirou os olhos para mim,
olhou por cima do seu ombro e sibilou: — Merda, Kim, não
fique com inveja do meu corpo incrível só porque você é
mais fina que um ancinho. Os homens
ficam desapontados quando eles não
conseguem nada para agarrar, você sabe
disso, certo? — Ela então me arrastou em
direção à cafeteria. — Não se preocupe com as cadelas por aqui e deixe-me lhe
dizer — ela levantou a voz — há muitas. Você só precisa lhes dar a merda de
volta.
Meu sorriso era apertado. Eu desejava poder, mas eu estava mordendo a
minha língua por anos. Me tornei uma lutadora em silêncio. Meu cérebro era
bom em contra-atacar, dar respostas engraçadinhas e reprimendas. Pode levar
algum tempo para envolver minha cabeça em torno do fato que não preciso
ficar em silêncio por mais tempo. Eu seria quem fui no passado, e essa pessoa
também colocaria aquela mulher em seu lugar.
O calor tomou conta de mim, e me encontrei sorrindo.
Deixar Robert me levou num novo caminho, mais feliz. Então, mesmo
que a culpa coma meu interior e preocupação toque meu coração por ferir
Robert, eu sabia que estava fazendo a coisa certa para mim.
Nós levamos nossos almoços para uma mesa no canto da cafeteria e nos
sentamos. Mal começamos a comer quando as cadeiras ao nosso redor foram
preenchidas.
— Bebê — Pisquei, percebendo que ela estava se referindo a mim desde
que ela não sabia o meu nome como o telefone mais cedo. — Estes são Abby,
Dara, Ryan, e Hudson. — Angelia gesticulou para as pessoas ao redor da
mesa.
— Prazer em conhecê-la, bebê. — Hudson sorriu
tolamente.
— Makenzie, na verdade. — Eu sorri.
— Eu acho que você é nova. Angelia sempre leva os
novatos sob sua asa. Até que eles se transformem em outros
— disse Dara.
— Outros? — Perguntei.
— Cadelas mal-humoradas.
Uau, e eu pensando que as pessoas superavam o drama
do ensino médio quando se graduavam.
— Não se preocupe. — Abby sorriu para mim. — Não é
tão ruim aqui. Logo você aprende de
quem se afastar. De qualquer forma, eu
trabalho no departamento de artes com
Angelia, assim como Ryan. — Olhei para
Ryan, que engoliu sua comida e me deu uma saudação. — Dara e Hudson
trabalham na área de sons.
— Onde você trabalha? — Perguntou Dara.
— Eu sou assistente do Sr. Jackson.
Ryan sugou de volta um suspiro e começou a tossir em sua comida.
Hudson gemeu e bateu nas costas dele, em seguida, bateu uma nota de
cinquenta na mesa. Dara foi a próxima, em seguida, Abby e depois que Ryan
se acalmou, ele também colocou uma nota de cinquenta sobre a mesa. Vi
Angelia revirar os olhos, pegar o dinheiro, e guardá-lo. Então ela me disse —
Eles gostam de fazer apostas para ver quanto tempo as assistentes do Sr.
Jackson duram. Eu não jogo esse jogo, mas eu mantenho o dinheiro seguro até
a aposta acabar.
— Eu dou uma semana, desculpe, querida — Hudson disse e estremeceu.
— Eu dou duas, — Abby me disse em torno de uma mordida de seu
frango e salada.
— Dois dias para mim. — Ryan sorriu. — Nada contra você, é claro, mas
o Sr. Jackson é um babaca para se trabalhar tão perto.
Dara bufou. Olhei para ela. Ela se recostou e me estudou. — Tenho a
sensação de que ela é diferente. Estou mudando minhas três
semanas para quatro meses. — Eles então, começaram a
gritar e a indicar novas datas. Aparentemente, Dara sempre
venceu, então eles tinham um sentimento que ela ficaria
perto da data que eu sairia ou seria demitida. Encolhi os
ombros para isso. Eu não poderia culpá-los realmente, uma
vez que Dylan me disse que seu irmão tinha passado por
tantas pessoas. Eu só poderia esperar que eu fosse diferente
do resto.
Angelia se inclinou sobre a mesa e perguntou: — Como
foi sua manhã?
Dei de ombros. — Boa, bem, tudo bem. Tenho certeza de
que vai melhorar.
— Se você tiver algum problema com
o computador ou qualquer coisa, basta
ligar para mim.
— Obrigada.
— Você é solteira? — Hudson perguntou de repente.
Minhas bochechas ruborizaram. — S-sim, na verdade, não, ah, é
complicado. — Eu suspirei e percebi todo mundo estava esperando por uma
resposta. — Tudo o que estou disposta a dizer é que deixei meu marido na
sexta-feira.
Hudson assobiou e abriu a boca para perguntar, presumivelmente mais,
mas Angelia bateu-lhe na parte de trás da cabeça. — Sem perguntas. — Ela se
virou para mim e disse: — Apenas colocando isso lá fora, todos os homens
sugam. Se você quiser virar para o outro caminho e começar a olhar para as
mulheres — ela apontou para si mesma — tenho prioridade em sua nova
experiência sexual.
Um flash rápido de mim lambendo um peixe surgiu na minha cabeça. Foi
minha vez de sufocar e tossir na minha comida.
— Hum... Pensarei sobre isso.
Ela jogou a cabeça para trás e riu. — Brincadeira. Não sobre eu ser gay,
mas acho que seríamos melhores como amigas do que amantes.
— Tenho a sensação de que ela sempre será uma amante de pênis, Ang —
Ryan fez um gesto com os ombros e sorriu, dando uma piscadela no meu
caminho. — Eu sou bom para um rebote.
Minha cabeça empurrou para trás. Tinha ficado muito
tempo fora do jogo de namoro? Eu não sabia que era normal
que os homens declarassem suas intenções imediatamente.
— Nem todos os homens são como estes dois — Abby
disse enquanto jogava uma cenoura em Ryan. — Eles são
apenas loucos por sexo.
Dara bufou, depois riu. — Você deveria ter visto a sua
cara embora.
Sorrindo, balancei a cabeça e voltei para a minha
comida. Eu tinha um sentimento que eu gostaria de almoçar
todos os dias com meus novos colegas. Mesmo que tivessem
apostado quando eu sairia.
A tarde procedeu sem nenhum incidente ruim, graças a Deus. Era por
volta das quatro, quando o Sr. Jackson me chamou de volta ao escritório. Ele
me deu suas respostas que eu precisava para responder a todos da reunião da
manhã, e com uma demissão final — Isso é tudo, — me levantei e saí. Eu
estava feliz que tomei meu tempo antes e memorizei todos os que estiveram
na reunião, por isso não foi difícil chamar ou enviar e-mail às pessoas
necessárias. Todos foram breves comigo, mas isso não me incomodou. Eu
sabia que não fedia. Eu até cheirei minhas axilas uma vez.
Então, coloquei suas reações como eles sendo idiotas,
pessoas que eu não tinha tempo para me preocupar. Quando
chegou cinco e meia, eu estava aliviada que sobrevivi ao meu
primeiro dia de trabalho. Assim quando eu estava prestes a
desligar o computador, o meu chefe saiu de seu escritório e
disse rapidamente, — Vejo você amanhã.
Não me incomodei em responder por que ele já estava
em movimento novamente para o elevador. Eu terminei de
desligar o computador, arrumei minha mesa e me inclinei
para pegar minha bolsa, que foi quando eu ouvi: — Irmão,
como foi com sua nova assistente? — Espreitando sobre a
mesa, vi Dylan saindo do elevador e o Sr. Jackson atravessar
as portas para entrar nele. Não ouvi a resposta do meu chefe,
mas Dylan, de repente, jogou a cabeça
para trás e riu. Enquanto as portas do
elevador se fechavam, o rosto carrancudo
do Sr. Jackson se virou para mim, e seus
olhos se estreitaram ainda mais. Me sentei e não conseguir parar meus olhos
de rolarem para ele. Certamente ele estava longe o suficiente que não poderia
ter visto, embora, assim que as portas do elevador estavam quase fechadas,
testemunhei suas sobrancelhas franzirem.
Oh, bem, eu estava fora do horário de trabalho de qualquer maneira,
então ele não podia me demitir apenas por um rolar de olhos, certamente, ele
não deveria em primeiro lugar. Então, novamente, era o Sr. Jackson, e não o
conhecia o suficiente para estar cem por cento certa. Tudo o que eu sabia era
que ele era um homem mal-humorado e bonito.
— Ei, coisinha bonita. — Dylan sorriu enquanto caminhava em minha
direção. Os colegas de trabalho que também estavam se arrumando olharam
de Dylan para mim. Grande, eles pensariam que eu consegui o emprego,
porque eu estava dormindo com o irmão do meu chefe.
Deixe-os fofocarem. Não dava a mínima para o que eles pensavam. Todos
eles pareciam rudes, exceto Angelia e seu grupo.
— Oi. — Sorri, de pé.
— Como foi o primeiro dia? — Ele se inclinou para beijar minha
bochecha. Eu corei. Não era todo dia que eu tinha um homem impressionante
tocando os lábios na minha pele, uma merda ele ser gay.
— Cansativo. Estou quase pronta para dormir.
— Vamos sair daqui, então, vou te mostrar o andar de
cima. — Ele enganchou seu braço no meu e nos moveu em
direção ao elevador. — Grayson disse que você fez bem,
mesmo que algumas coisas foram pouco ortodoxas. Não
consigo acreditar que você descreveu Lexi como uma mulher
com cabelo preto e com os peitos para fora.
Eu arfei. — Eu não disse isso. Eu disse que seu top
estava meio apertado.
Ele bufou. — Mesmo assim, mel.
O elevador não demorou muito para chegar. Quando
entramos, eu disse — Não é a mesma coisa, eu fui mais
agradável sobre isso.
Ele balançou a cabeça, sorrindo,
então, pegou uma chave, e a colocou na
fechadura que eu não tinha notado no
painel. Quando ele se virou, ele pressionou o botão do quadragésimo segundo
andar. Recuando, Dylan se inclinou contra a parede. Ele me olhou e disse: —
Você vai ter uma chave e uma sobressalente para Grayson. É a única maneira
que qualquer um pode chegar aos andares superiores. A menos que alguém
que já esteja no apartamento permita que uma pessoa suba. E se você é o
irmão mais bonito como eu. — Ele piscou, e então perguntou: — Você fez
algum amigo, pelo menos?
Sorrindo, eu lhe disse — Fiz de fato. Angelia do departamento de arte. Ela
também me apresentou a seus amigos. Ang ofereceu que se eu quisesse virar
gay, ela estaria disposta a ser o meu primeiro amor. Porém Ryan disse que eu
era uma mulher de pênis, por isso ele se ofereceu para ser meu rebote.
— Que porra é essa? Quem é esse pau Ryan? Eu vou bater a merda fora
dele.
Rindo, coloquei uma mão no braço de Dylan, e disse: — Relaxe. Abby me
informou que Ryan é assim com todas as mulheres, porque ele é louco por
sexo, como Hudson que perguntou se eu era solteira. Não é como se eu
pegasse algum homem em qualquer oferta.
Houve um ding, e então as portas se abriram. Eu engasguei com o que vi.
Dylan pegou minha mão e me levou do elevador.
O apartamento era impressionante e o maior que eu já
tinha visto. Dylan me colocou ao lado do elevador para que
eu pudesse visualizar o que estava diante de mim, o que
parecia ser uma sala de estar grande. Tudo nele parecia ser
de designer e estava perfeitamente colocado. Eu não tinha
certeza se o lugar já tinha sido usado.
— Esta é a sala de estar formal. Você tem uma para si, e
Grayson tem a sua própria em seus aposentos. Mas esta é
usada principalmente para pequenas recepções que o Gray
faz.
Balançando a cabeça, meus olhos se voltaram para o
local. Ela certamente era grande o suficiente para manter até
mesmo uma grande reunião, com pelo menos cem pessoas
ou mais. A sala era redonda com sofás e
cadeiras sobre o tapete de pelúcia no
centro. No lado de fora da sala, as tábuas
de chão estavam pintadas de escuro. Ao
lado da parede de janelas na parte de trás da sala havia um piano e perto de
cada canto da sala havia duas portas, que eu imaginei levariam aos aposentos
do Sr. Jackson e para os meus. Uma televisão estava sobre uma lareira à
esquerda da sala e à direita havia um bar com outra porta atrás dela.
— Robert e eu temos uma bela casa, mas isso... isso é incrível.
— Você tinha, Kenzie.
Olhando para ele, perguntei: — Desculpe?
— Robert e você tinham uma bela casa. É dele agora, certo?
Corando, eu assenti. — Sim, você está certo.
Dylan colocou um braço em volta dos meus ombros e me puxou para ele.
— Desculpe trazer o idiota para a conversa. Mas... olha, eu estou feliz que você
o deixou naquele dia depois do que eu ouvi. Nenhum homem deve falar com
uma mulher como ele fez. Especialmente sua esposa.
— Eu sei — sussurrei.
— Algo em seus olhos naquele dia me disse que você tinha aguentado
muito. Você deu um salto gigante deixando-o, mas foi o salto certo. Me
certificarei que você veja isso.
— Obrigada, Dylan. I-isso foi difícil.
— Isso é porque você é muito gentil e doce, e sendo
assim, você sempre se preocupará com a sua decisão e como
Robert estará se sentindo. — Ele bateu seu quadril contra o
meu. — Fique mais comigo e vou ensiná-la como ter uma
espinha dorsal.
Meus lábios se inclinaram em cada canto, mas depois de
falar sobre Robert, de repente eu não estava mais
emocionada com o lugar ou com minhas ações.
Arrependimento enrolou dentro de mim. Eu realmente me
senti mal por ter deixado Robert. Talvez eu pudesse ter
mudado mais para ser quem ele queria, mesmo sem amor.
Deus, agora viveria na casa do meu chefe, um homem
que mal conhecia. Era um risco, um risco grande, e isso me
assustou. Dylan estava certo embora. Eu
era muito agradável, doce, e não tinha
uma espinha dorsal, mas na verdade ele
não me conhecia. Bem, não, isso não era
verdade. Eu tinha sido eu mesma em torno dele, apesar de termos falado
apenas por uma pequena quantidade de tempo. Independentemente disso, eu
tinha sido o meu verdadeiro eu, a pessoa que eu era antes de Robert. Minha
mão escorregou para meu peito com a nova realização.
Eu tinha sido eu mesma.
Falando o que vinha na minha mente, sem me preocupar com o que
poderia vir das minhas palavras.
Sem medo se isso poderia me morder na bunda.
Que não era muito certo. Havia sempre o medo presente, mas desde
sexta-feira, me vi fazendo e dizendo o que eu queria.
Com Dylan, eu era eu.
Inclinando-me nele, eu virei a cabeça para trás e sorri. — Obrigada.
— Pelo quê?
Ele não entenderia. Eu balancei a cabeça e disse: — Por tudo. Eu não tinha
um amigo, um amigo de verdade há tanto tempo. Estou feliz que você ouviu
Robert naquele dia e veio atrás de mim. Se você não tivesse... — Dei de
ombros. — Eu acho que eu voltaria a quem e onde eu estava com Robert.
Ele me deu um aperto. — Então, eu fico feliz também.
Uma porta à esquerda se abriu. Eu fiquei tensa quando
vi Harpy sair vestida com um vestido justo, branco, longo e
incrível. Os olhos dela caíram sobre nós e se estreitaram.
Então o Sr. Jackson saiu e... maldito seja ele por ficar tão bom
num smoking.
Seus olhos se arregalaram apenas uma fração quando
nos viu, embora ele colocasse uma mão nas costas de Harpy
e a conduzisse pelo nosso caminho, sua expressão voltou
para sua carranca habitual.
— Dylan, — ele cortou. — Sra. Mayfair. O que vocês
estão fazendo aqui?
Eu girei minha cabeça para encarar Dylan.
— Acalme-se — ele murmurou para
mim. — Gray, você sempre teve seus
assistentes ficando aqui para estarem ao
seu alcance quando chamar.
— Sim, mas eu assumi que a Sra. Mayfair não estaria na situação para
fazer isso. — Nós dois assistimos seus olhos irem para minha mão.
Elevando-os, entendi o seu significado. Eu ainda estava usando meu anel
de casamento.
Calor atingiu minhas bochechas. Olhei dos meus anéis para Dylan, então
Harpy, que se encostou em seu homem parecendo entediada, e depois para o
meu chefe. Sua sobrancelha estava levantada — ele queria uma resposta.
Deus. O que eu vou dizer?
Era bastante simples. Deixei o meu marido, mas não era algo que eu
queria que Harpy ouvisse.
Os olhos do Sr. Jackson se mudaram de mim para o seu irmão, e depois
para o braço de Dylan que ainda estava em volta dos meus ombros. Eu
rapidamente me esquivei dando distância. Então, novamente, eu não deveria
ter feito isso, Dylan era gay... a menos que seu irmão não soubesse.
Não. Eu ficaria no meu chão. Eu precisava. Voltando para o lado de
Dylan, eu levantei meu queixo e disse ao Sr. Jackson: — Eu não estou mais
com meu marido, e posso prometer que esta situação não causará qualquer
dano para você ou sua empresa.
Ele me estudou. Harpy ao seu lado bufou e então
murmurou: — O marido provavelmente se livrou dela.
Levantando minha mão, eu esfreguei debaixo do meu
nariz com o dedo médio. Dylan riu ao meu lado.
Infelizmente, Harpy não viu porque ela estava estudando
suas unhas.
O Sr. Jackson piscou lentamente, algo aconteceu com
seus lábios por um segundo, e então ele direcionou Harpy e
seguiu o caminho. Ele limpou a garganta e disse: — Veja que
não, e Dylan, tenho certeza que você está mais do que
disposto a mostrar à Sra. Mayfair ao redor.
— Já sobre isso, irmão. — Dylan sorriu e nos arrastou
para o lado para que eles pudessem passar para o elevador.
— Vamos, Kenzie. Vou lhe mostrar o seu
quarto, onde toda a magia acontecerá.
— Dylan — Sr. Jackson rosnou.
— Sim? — Dylan virou-nos para
enfrentá-los quando eles entraram no elevador.
— Ligarei para você mais tarde.
Dylan riu. — Certo, oh, irmão. — Com as portas se fechando, Dylan os
cumprimentou e, em seguida, para minha surpresa, deu-lhes o dedo médio.
Harpy olhou furiosa. Os olhos do Sr. Jackson se estreitaram, só vi seu lábio se
contrair e balançar a cabeça.
Uma vez que estávamos sozinhos, eu perguntei, — Será que o seu irmão
sabe que você prefere homens? Ele não parecia muito confortável com você
sozinho aqui comigo.
Dylan riu. — Ah, não, ele não sabe. Eu ainda gosto de lhe dar o inferno.
Eu afastei a confusão sobre porque Dylan não dizer a seu irmão e sorri. —
Eu posso ver isso. Quantos anos você tem mesmo? O dedo médio, realmente?
Dylan sorriu. — Você não pode falar. Eu a vi esfregar o nariz, e eu tenho
certeza que meu irmão fez também. Ainda assim, não posso ajudar minhas
reações. Ele traz para fora a criança em mim. — Ele voltou a tomar a minha
mão. — Vamos lá, vamos começar o tour.

Algum tempo depois que Dylan saiu, eu estava sentada


no meu quarto sobre a cama king-size com um sorriso no
meu rosto. Honestamente, o meu quarto era mais como uma
suíte porque o quarto conectado à sua própria sala de estar,
que era do tamanho de um pequeno estádio. Havia também
um grande closet e uma suíte privada à esquerda da cama.
Eu não podia acreditar o Sr. Jackson tinha seus assistentes
morando no mesmo apartamento que o seu. Então, Dylan já
tinha me avisado que os clientes de Jackson eram exigentes,
e, às vezes, eu seria a única a lidar com o que quisessem a
qualquer hora do dia. Mais tarde, eu faria mais estudos sobre
o negócio. Eu precisava aprender o que pudesse. Eu não
queria parecer como se eu estivesse no
escuro em tudo na indústria da música.
Eu estava achando que tudo era
excitante, tanto assim que, mesmo com o
meu estômago amarrado em nós ao pensar no meu próximo telefonema com
Robert, quando eu teria que lhe contar novamente que acabou, eu sorri.
Deitada na cama, soltei uma risada. Eu tinha um emprego. Eu estava
fazendo o meu próprio dinheiro para fazer o que eu quisesse. Eu tinha um
bom lugar para ficar, mesmo que eu tivesse que aguentar o Sr. Jackson, mas
até agora, senti que valeria a pena.
Foram poucos dias depois que se eu pudesse tomar de volta o
pensamento “valeria a pena”, eu o faria. Eu empurraria esse pensamento no
rabo do Sr. Jackson. Na manhã após meu primeiro dia, fui acordada cedo com
uma batida forte na minha porta. Freneticamente, eu tinha jogado para trás
minhas cobertas e corri para atender. Com a porta aberta, fiquei ali ofegante,
olhando para um irritado Sr. Jackson, cujos olhos tinham acabado de fazer
uma varredura rápida do meu traje de calça e camiseta que dizia “Zumbis
também precisam de amor” com um olhar estreitado. Então
ele latiu: — Cozinha, agora. Temos que rever algumas coisas.
Se vista primeiro — antes de girar e se afastar.
Lentamente, fechei a porta e me virei para a mesa de
cabeceira, onde estava o relógio digital. Cinco horas da
manhã! Dylan acreditava que eu começaria às 9h da manhã,
então defini o meu alarme para sete e meia. Como maldita
ingênua eu tinha sido.
Eu trouxe a discussão sobre as minhas horas com o Sr.
Jackson enquanto eu estava sentada à mesa da cozinha, que
estava do seu lado do apartamento. Ele me disse que minhas
horas eram sempre que ele precisasse de mim e deixei por
isso mesmo. Ainda assim, isso poderia significar qualquer
coisa. Eu poderia estar no chuveiro e ele
precisar de mim, ou no vaso sanitário ou
conseguir um exame de Papanicolao feito,
ou eu poderia até mesmo estar me
masturbando e ele precisar de mim... Deus, eu esperava que não fosse em
nenhum momento como esses.
Acabamos passando por alguns horários de sessão de alguns clientes no
estúdio — eu tive que organizar suas chamadas de cortesia, em seguida, me
certificar que eles apareceriam. Então, enquanto o Sr. Jackson percorria
algumas músicas para alguns clientes, tive a certeza que Bibby Owen — um
artista em ascenção, que eu não conhecia — tinha a sua agenda da turnê suave
e sem problemas. O tempo todo, o Sr. Jackson tinha sido curto e grosso com
suas respostas. Harpy, para meu alívio não tinha se juntado a nós, ou não
tinha ficado na noite anterior ou talvez ela ainda estivesse cansada. Tinha sido
o suficiente ter que lidar com o meu chefe, que era um regular raio de sol. Ter
Harpy desfilando numa lingerie sacana — como eu tinha certeza que era o que
ela usaria — teria me empurrado sobre a borda. Nem mesmo o café poderia
ter me salvado.
No final daquele dia no escritório, eu estava exausta. Sério, meus olhos
sentiam como se estivessem prestes a abandonar minha cabeça, saltarem pelos
meus peitos, e caírem no chão, e inferno, meus pés doíam mais do que os de
uma prostituta trabalhando. Dylan já tinha chamado e tinha me dito que ele
não me veria naquele dia, então fiz o meu caminho até o apartamento por
conta própria, com minha própria chave especial para o elevador. Eu deixei a
sobressalente trancada na gaveta da minha escrivaninha. Eu
teria ficado animada com a chave, mas estando irritada, eu
arrastei meus pés. Quem teria pensado que um dia de treze
horas, metade sentada no computador e a outra metade indo
de andar em andar fazendo as entregas para o Sr. Jackson
teria me feito sentir como se um trem tivesse me atropelado?
Então, novamente, eu não tinha trabalhado um longo dia em
mais de quatro anos.
No entanto, os próximos dois dias foram os mesmos:
acordar com a minha porta sendo esmurrada, trabalhando
sem parar, e aguentando a frieza do Sr. Jackson.
Sexta-feira eu teria dormido até às seis horas, se eu já
não tivesse acordada e pronta sentada na ponta da cama
esperando o Sr. Jackson bater na minha
porta. Eu queria mostrar a ele — quando
abrisse a porta — que eu estava vestida e
pronta para o dia.
Depois que meia hora se passou e ele não tinha aparecido, eu decidi
respirar calmamente e alimentar a besta da minha barriga, uma vez que se
manteve rosnando para mim. Fiz meu caminho do quarto até a cozinha. Eu
sempre me senti desconfortável na cozinha, pois era definida no lado do Sr.
Jackson. Era como se eu estivesse invadindo sua área. Embora ele tivesse me
assegurado, no meu segundo dia, que os armários e geladeira estavam
abastecidos, e eu estava livre para me servir. Eu quase bufei quando ele
explicou que o pagamento por isso e o meu aluguel saíriam do meu salário
semanal, portanto não era exatamente “livre” então. Mas ainda assim, era um
ótimo negócio e a quem eu estava enganando, tão luxuoso que era que eu
lutava para deixar o maldito lugar.
Então, na ponta dos pés fui para a cozinha, suspirei feliz. Não só o chefe
não estava por perto, mas a forma como o sol brilhava pelas janelas do chão ao
teto em frenta à cozinha era maravilhosamente pacífica. Caminhando para a
geladeira, peguei o creme e o iogurte para ir com as bananas frescas que vi na
fruteira no longo balcão atrás de mim. Virando-me, com eles em minhas mãos,
eu gritei alto.
Abalada, deixei os itens no balcão e, em seguida, segurei na borda. —
Você quase me matou de susto. — Eu olhei para o homem que estava perto da
porta à direita da sala.
— Eu pensei que você tinha me ouvido. Então,
novamente, pelo seu cantarolar suponho que não. — Sr.
Jackson levantou uma sobrancelha para mim e caminhou até
a máquina de café.
Eu estava cantarolando?
Eu não tinha percebido.
Corando, encolhi os ombros e perguntei: — Ah, você
quer um pouco de café da manhã?
Ele encheu sua caneca, virou-se e inclinou seu quadril
contra o balcão ao lado da geladeira. Finalmente, ele disse: —
Não.
— Ok, — respondi. Mesmo com o ligeiro incômodo na
minha barriga, peguei uma tigela, o que
me levou um tempo para encontrar, cortei
uma banana e, em seguida, derramei
iogurte sobre ela. O tempo todo o Sr.
Jackson ficou lá assistindo. Não havia nenhuma maneira que eu iria perto da
máquina de café, enquanto ele estivesse na frente dela, então eu coloquei o
creme e o iogurte de volta na geladeira. Pegando minha tigela, eu fui ao redor
da ilha da cozinha e me sentei na cadeira no lado oposto. Peguei um bocado,
mastiguei, engoli e arrisquei um olhar para o meu chefe. Ele permaneceu
encostado ao balcão, só que ele estava olhando para o seu telefone na mão.
Meus ombros caíram em alívio. Por um momento, pensei que ele me
observava o tempo todo. Para evitar o constrangimento na cozinha, seria
melhor trabalhar num horário para ele se alimentar, então eu comeria antes ou
depois dele.
Não seria tão ruim se tivéssemos trabalho espalhado sobre a mesa e
comendo, o que nós tínhamos feito nos primeiros dias, início da manhã, mas
desde que não havia nada além de silêncio entre nós, eu me senti estranha. Eu
estava em sua casa, sua cozinha, comendo comida de sua geladeira, mexendo
nos seus armários. Será que ele não achava estranho também? Ele ainda estava
concentrado em seu telefone, por isso parecia que eu estar lá não o
incomodava, no entanto, eu não tinha muita certeza disso. Era estranho
entender como esse homem parecia ou agia. Mesmo nas primeiras horas, ele
ainda era bonito.
— O quê?
Sua pergunta me fez pular. — Desculpe? — Perguntei.
— Você está olhando para mim como se você tivesse
uma pergunta, por isso pergunte.
Merda. Ele sabia que eu estava olhando para ele. Minhas
bochechas se aqueceram. Olhei para a minha tigela vazia, e
então de volta para cima, seus olhos em mim, esperando...
Uma pergunta. Eu tive que pensar de uma questão. — Ah,
eu só estava pensando, hum, eu quero dizer, isso não é
estranho para você? Ter uma estranha ficando em seu
apartamento, sentada em sua cozinha?
Ele olhou de volta para seu telefone antes de colocá-lo
no bolso de trás. Ele se endireitou. — Não. — Ele andou para
porta que dava para sala de estar formal, onde ficava o
elevador.
— Você não vai escovar os dentes? —
Eu soltei. Meus olhos se arregalaram
quando seu corpo parou de repente, e ele lentamente se virou para mim. Tudo
o que ele tinha a fazer era levantar uma sobrancelha para mim e eu divagava
um pouco mais. — Você acabou de beber o seu café preto. Certamente não
pode ser bom para os dentes ou hálito. Não é sempre bom escová-los antes de
ir para o escritório?
Por que no mundo que eu disse isso?
Se ele não estivesse ali olhando para mim como se eu tivesse louca, eu
teria batido minha cabeça contra o balcão.
Com a minha colher na minha mão, eu acenei no ar e acrescentei: —
Desculpe, não é da minha conta. Continue.
— Não tenho certeza se você deveria estar pensando na minha boca, Sra.
Mayfair.
Tossindo pelo ar preso na minha garganta, eu balancei minha cabeça. —
Não. Então, não é o que você pensa. Eu não vou. Não mais. Os meus lábios
estão selados. Todo seu bem-estar oral... ah, higiene cabe a você.
— Obrigado, Sra. Mayfair. Eu acho que posso lidar com a minha higiene
oral daqui em diante. Eu tenho feito isso desde que eu era um menino.
Um menino? E eu sinceramente acho que meu chefe não deve dizer a palavra
oral em torno de mim nunca mais. Talvez eu precise iniciar uma
petição para tê-la retirada do local de trabalho para sempre.
— Kay 6 — eu chiei. Foi então que vi seus lábios se
contraírem. O homem estava me provocando. Maldito.
— Vejo você no trabalho, Sra. Mayfair — ele disse e se
virou.
— Hum — comecei, e ele olhou por cima do ombro. —
Você poderia, por favor, me chamar de Makenzie ou Kenzie?
Qualquer um é melhor do que Sra. Mayfair.
Ele assentiu, não me passou despercebido quando ele
saiu, que ele não ofereceu o mesmo de si mesmo. Então eu
imaginei que eu estava presa em chamá-lo de Sr. Jackson ou
apenas chefe. Sua intensidade sacudiu meus nervos. Eu
nunca sabia se ele estava de bom humor
ou não. Eu não conseguia lê-lo em tudo.

6 Ela quis dizer: Ok.


No entanto, sua provocação me disse que havia um lado do meu chefe que eu
nunca soube. Assim, mesmo após os dias agitados e trabalhosos, onde ele
estalaria e atuava de forma distante, pensei que havia uma chance que poderia
funcionar trabalhar ao seu lado, independente de sua atitude.
Poderia foi a principal palavra em que me concentrei.
Depois de limpar a louça e escovar os dentes, fiz meu caminho até a minha
mesa. Darby, que trabalhava algumas mesas além, com um dos gerentes de
música do Sr. Jackson, acenou depois que eu sentei e encontrei seus olhos. Ela
também era muito nova e era, de longe, a mais bonita do andar, de modo que
eu a convidei para almoçar comigo e meus novos colegas, que se tornaram
amigos rapidamente, no dia anterior. Todos nos demos bem, o que me ajudou
a passar o longo dia.
Com cada dia que passava, a culpa que eu sentia por deixar Robert estava
diminuindo. Isso foi até que o meu celular tocou naquela manhã e eu olhei
para a tela para ver seu nome aparecer. Meu estômago caiu enquanto meu
coração decolou em vôo de pânico. Com a mão trêmula, silenciei meu telefone
e o coloquei de volta na minha mesa. O trabalho, definitivamente, não era o
lugar para conversar com o meu ex. Eu pensei que teria mais uma semana,
desde que era apenas sexta-feira. Ele deve ter voltado mais cedo.
Durante a manhã, meu telefone tocou pelo menos dez
vezes. Toda vez que senti as vibrações na mesa, pulava, e
meu coração sacudia no meu peito. Meus nervos estavam no
limite, e eu sabia que se não lidasse com a chamada em
breve, acabaria uma bagunça até o final do dia, e que poderia
me levar a cometer erros estúpidos no trabalho. Algo que eu
não podia permitir-me porque eu não queria perder meu
emprego.
— Sra. Mayfair, — disse a voz profunda do Sr. Jackson
atrás de mim, me fazendo pular no meu lugar. Olhei por
cima do meu ombro para ele. À primeira vista do meu rosto,
arqueou uma sobrancelha para o que ele viu. Então seu rosto
ficou em branco. — Eu estou indo para uma reunião de
almoço no segundo andar. Você também pode almoçar
agora. Liguei para Helena.
Estranho como ele poderia chamar
Helena pelo seu nome e, no entanto,
mesmo depois daquela manhã, eu ainda era Sra. Mayfair.
— Obrigada, senhor, — eu murmurei e deslizei meus olhos para o
computador. Senti-o ainda atrás de mim por mais alguns instantes e então ele
saiu. Eu suspirei, meus ombros caíram.
— Kenzie, você vai almoçar? — Darby chamou.
Mordendo meu lábio inferior, eu balancei a cabeça, e então disse: — Na
verdade, primeiro preciso fazer uma ligação. Hum, você pode olhar o telefone
até Helena chegar aqui, e então eu vou encontrá-la lá embaixo?
— Claro que posso. — Ela sorriu.
Acenando a cabeça, levantei e peguei meu telefone. Eu sabia que o único
lugar que eu ficaria em privacidade seria no escritório do Sr. Jackson. Olhando
rapidamente ao redor, entrei sem que ninguém percebesse.
Minhas mãos tremiam, meu coração batia forte e minha barriga afundou.
Ainda assim, antes que meus nervos obtivesse o melhor de mim e eu
fugisse da sala como uma galinha, pressionei o nome de Robert e coloquei o
telefone no meu ouvido. Minha mão tremia tanto que eu tive que usar minha
outra mão para firmar o meu pulso.
Enquanto tocava, fui até a janela e olhei para fora, só que eu não estava
realmente vendo.
— Makenzie, onde diabos você está? — Respondeu
Robert.
— No trabalho, — respondi calmamente. — Na
verdade, eu só tenho um momento. Eu só queria deixar você
saber que eu vou chamá-lo esta noite.
Recebi um silêncio da outra extremidade.
— Robert?
— Você está no trabalho?
— Sim.
— Estive fora por uma semana, e você tem um emprego.
Inferno, você nem sequer chama seu marido para informá-lo.
— Ele suspirou. — Vamos falar sobre isso
quando chegar em casa.
— Eu-eu não voltarei para casa,
Robert. Eu disse isso antes de sair.
— Eu lhe dei tempo, Makenzie. Eu pensei que você teria chegado a seus
sentidos, teria visto o quanto a sua ação e palavras me fizeram mal. Seu
marido. Obviamente você não tem, ou você simplesmente não se importa com
meus sentimentos em tudo.
— Não é nada assim, Robert. Eu me importo com seus sentimentos, e eu
odeio que você seja ferido por minha decisão de sair, isso também me
incomoda...
Ele bufou. — Se assim fosse, você estaria em casa e não em algum
trabalho tolo.
— Eu gosto do meu trabalho, — eu sussurrei.
— Onde você está ficando mesmo? Em algum hotel? Como você está
pagando isso? Com o meu dinheiro? Eu posso facilmente acabar com a sua
conta, para que você volte para casa para cuidar de mim.
Minha cabeça caiu. Eu não era sua enfermeira. Eu não era sua mãe. Ele
não precisa ser cuidado. Casamento era uma parceria, e com Robert, nunca
seria assim.
— Eu só fiquei num hotel no fim de semana. O trabalho que tenho vem
com um lugar para ficar. Você pode cancelar o meu cartão,
Robert. Eu não preciso disso. Eu tenho um emprego, meu
próprio dinheiro agora, e um teto sobre minha cabeça. —
Respirando fundo, eu acrescentei — Eu também estou
pedindo o divórcio. — Apertei meus dentes e esperei sua
resposta.
— Você está pedindo divórcio. Você? Depois de tudo
que eu fiz por você. Todo o apoio que eu te dei. Você está
dormindo com o seu chefe, Makenzie? É assim que você
conseguiu um emprego tão rapidamente e um lugar para
ficar? Você se tornou uma puta para sair do nosso
casamento?
— Não! Eu nunca enganaria...
— Eu acho que foi bom que eu te traí
no último ano. Eu nem tenho certeza do
que eu vi em você em primeiro lugar.
Você estava acima do peso, desajeitada e
estranha, mesmo quando nos conhecemos. Você tinha uma família estranha,
um trabalho que não era bom o suficiente. Eu pensei que eu poderia ajudá-la,
orientá-la a ser uma pessoa melhor. Eu acho que não pude.
Meus ouvidos estavam zumbindo, meus olhos fortemente cerrados e
minha respiração... Eu não conseguia obter ar suficiente. — V-você me traiu
por um ano?
— Bem, eu não estava exatamente obtendo isso em casa, e se eu fizesse,
era terrível.
Sofrimento me cortou. Eu deslizei de um pé para o outro e esfreguei
minha testa com a palma da minha mão. Minha cabeça doía. Meu coração
doía. — Um ano?
— Sim.
Fiquei ereta, limpei as poucas lágrimas perdidas que eu tinha deixado cair
e olhei para fora da janela. — É bom que eu saiba disso agora. — Eu balancei a
cabeça para mim. — A decisão de deixá-lo finalmente fica mais fácil. Só que
não vou mais me sentir mal por...
— Makenzie, — Robert disse baixinho, um tom que ele usava antes de se
tornar doce. Ele viu o erro do seu caminho, mas eu não era mais seu cão de
colo.
— Não, Robert. Obrigada por me dizer. Eu posso ter
excesso de peso, inferno, eu ainda tenho se as coisas que
você disse foram motivo para me trair, mas eu não me
importo. Você pode enfiar suas palavras cruéis de quão
perfeitas todas as outras mulheres são comparadas comigo,
quão estranha eu sou, como estranha a minha família é...
você pode pegar todas as suas palavras e enfiá-las bem na
sua bunda onde eu espero que elas vão apodrecer e
deteriorar. — Eu ri sem humor. — E pensar que eu estava
temendo esta chamada porque eu era estúpida o suficiente
por me sentir mal por deixar você. E pensar que eu estava
preocupada com a sua dor, seus sentimentos. Eu percebo que
sempre foi assim. Você me moldou numa pessoa que
pensava que não poderia viver sem você.
Uma mulher que merecia suportar todas
as palavras duras que você jogava em
mim. Não mais, Robert. Os papéis do
divórcio estarão no correio até o final da próxima semana, seu idiota.
— Makenzie, querida. Realmente, não queria dizer nada do que disse.
Fiquei ferido. Eu nunca...
— Não. Eu não quero ouvi-lo. — Eu balancei minha cabeça. — Você só
acabará torcendo tudo de uma maneira que eu acabe pensando que eu estou
errada. Eu não vou deixar você fazer isso por mais tempo. Estou recuperando
minha vida. Eu voltei para a pessoa que eu era antes de te conhecer, e essa
pessoa diria que você é um cretino egoísta filho da puta, imbecil. Um idiota
pelo que você fez para mim. Adeus, Robert. — Eu desliguei o telefone, rosnei
no fundo da minha garganta, e, em seguida, joguei-o no chão. Meu peito
saltou com cada respiração que eu tomava. Eu coloquei minhas mãos nele, em
seguida, pus as mãos em concha atrás do meu pescoço. — Puta merda, — eu
respirei. — Caramba — eu sussurrei, e, em seguida, uma risadinha escapou-
me. Cobri minha boca com a mão.
Eu estava finalmente ficando louca?
Não, eu não estava. Dizendo essas palavras, finalmente chamando Robert
do que eu queria por tanto tempo foi... refrescante, emocionante, e ainda
estava ferida com medo.
Minhas mãos foram para minhas bochechas aquecidas. — Oh, Deus! — O
que eu fiz? O que aconteceria, se tudo o que eu estava
tentando alcançar falhasse? O que aconteceria se Robert fosse
o único homem que Deus criou para mim, e eu só joguei a
chance de tudo fora?
Rapidamente fui para o meu telefone no canto da sala e
peguei. Não quebrou. Talvez eu devesse chamá-lo de volta?
Desculpar-me pelo que disse?
— Não — veio uma ordem atrás de mim.
Gritando, girei para ver o Sr. Jackson em pé dentro da
sala com a porta fechada atrás dele. Seus olhos estavam mais
escuros do que o normal, a sua rígida postura, com os braços
cruzados sobre o peito.
Meus olhos se arregalaram. Com o telefone na minha
mão, coloquei as duas mãos atrás das
costas e fiquei tensa. Quanto tempo ele
tinha estado na sala? — S-sua reunião de
almoço... Você, ah, você não deveria estar
aqui. — Para ter ouvido nada disso. Freneticamente, eu olhei ao redor da sala,
recusando-me a encontrar o seu olhar duro. — Sinto muito por, hum, estar
aqui. Eu vou, ah, apenas vou almoçar. — Eu fiz o meu caminho em direção à
porta, mas o Sr. Jackson não se afastou.
Suspirando, eu olhei para o chão e perguntei. — Quanto você ouviu? —
Ele não respondeu.
— Estou demitida? — Perguntei. — Quer dizer, eu sei que não deveria
estar em seu escritório sem você aqui, mas ele continuou chamando. Eu
precisava... — Deus, meu lábio inferior tremeu. Não havia uma chance de que
eu choraria na frente do meu chefe, não importa quantas vezes as palavras
odiosas de Robert, de sua trapaça, bombardeavam na minha mente. — Isso
não vai acontecer novamente. — E mesmo que meus olhos estivessem
vidrados de lágrimas, eu olhei para cima com um olhar estreito e encontrei os
olhos do Sr. Jackson.
— Tire o resto do dia de folga — ele ordenou e se afastou da porta.
— Não. — Eu balancei minha cabeça. Se eu fizesse, minha mente iria... eu
ficaria obcecada com a ligação. — Eu gostaria de voltar ao trabalho, por favor.
— Tudo bem. — Ele acenou uma vez. — Envie Helena para pegar algo
para o almoço.
Ele sabia que eu não almoçaria com Angelia e os outros?
— Obrigada — eu sussurrei e fui até a porta. Eu o ouvi
grunhir atrás de mim. Abri a porta e saí para parar na minha
mesa, onde Helena estava sentada. Ela olhou para cima
surpresa ao me ver lá. — Sr. Jackson perguntou se eu
poderia fazer algum trabalho extra. Se você pudesse me
pegar um sanduíche no andar de baixo, eu começarei o que
tenho que fazer.
Ela revirou os olhos. — Se você me disser o que é tão
urgente, eu posso lidar com isso para que você possa...
— Helena — o Sr. Jackson cortou atrás de mim. Olhei lá
para ver que ele tinha uma pasta na mão. Ele deve ter
esquecido algo antes de sua reunião, que foi o que o levou
para seu escritório. — Só Makenzie pode
lidar com isso, então pegue seu almoço e
quando você voltar, vá almoçar.
Meu coração batia rapidamente por um motivo diferente. Ele me chamou
Makenzie. Isso significava que eu poderia chamá-lo de Grayson? Ou querido,
doce-bebê, torta-de-mel? Meus olhos se arregalaram. Por que de repente eu
pensei em chamá-lo de um nome carinhoso? Se eu pudesse me dar um tapa
naquele momento, eu daria Eu só tinha que manter a calma pelo o Sr. Jackson
ser gentil o suficiente para me ajudar.
— Sim, senhor. — Helena ronronou, se levantou e se apertou entre mim e
o Sr. Jackson. Eu rapidamente me sentei, colocando o meu telefone numa
gaveta na mesa.
Antes que eu pudesse agradecer a meu chefe novamente, ele já estava
fora, caminhando em direção ao elevador.
Sr. Jackson era um quebra-cabeça.
Um que eu não tinha certeza se seria capaz de desvendar.
Surpreendentemente, eu estava bem com isso.
Robert não tinha chamado novamente. Eu estava convencida de que ele
faria e fiquei realmente aliviada, mas surpresa com a rapidez com que ele
tinha desistido. Minha mente estava em todo o lugar na última semana,
passando de me felicitar pelo jeito que eu tinha lidado com as coisas, a de ficar
petrificada com medo de que tivesse ferrado tudo. Não foi até o final da
semana que eu percebi que eu não tinha pedido aos meus advogados para
fazer a papelada do divórcio e enviado para o meu ex. Quando segunda-feira
chegou, eu descobri que eu não precisava ir para o meu
advogado, porque a empresa me proporcionava este serviço,
assim que o Sr. Jackson saiu para outra reunião no almoço.
No momento em que Helena chegou para me cobrir na
minha pausa para o almoço, eu tinha toda a papelada
assinada e Bob, advogado principal da empresa, prometeu
que enviaria os papéis.
Sabia que Robert recebeu a papelada, mas ele não ligou.
Foi então que, finalmente, cheguei à conclusão de que ele
não me daria dor de cabeça durante a dissolução do nosso
casamento. Encontrei-me aliviada, Robert não entraria em
contato comigo, e eu também me senti aquecida, pois o Sr.
Jackson tomou para si a incumbência de definir alguma coisa
com os advogados do escritório. Na verdade, eu
honestamente por um segundo poderia
ter beijado o homem. Eu estava temendo
fazer tudo. O Sr. Jackson tornou mais fácil
para mim e eu apreciei.
Depois que meu chefe me encontrou em seu escritório, pensei que as
coisas ficariam estranhas entre nós. Elas não ficaram. Bem, é claro que as
coisas nunca eram normais; nada poderia ser quando se tratava de um homem
como ele. Ainda assim, ele nenhuma vez falou sobre a situação em que ele
pegou, e eu estava grata por isso. O que também ajudou foi o fato de eu tentei
o meu melhor para evitá-lo quando estava no apartamento. Estudei seu
horário em casa — quando ele comeria, trabalharia ou relaxaria, o que não era
frequente — por um tempo, consegui manter-me fora de seu espaço,
principalmente a cozinha quando ele estava lá.
Na maioria das vezes eu tinha o evitado.
Alguns dias ele mudava e vinha sorrateiramente na cozinha enquanto eu
tomava o café da manhã ou jantava, me assustando muito. Juro que ele era
algum tipo de ninja que nunca fazia um som. Cada vez que ele fazia isso, seus
lábios se contraíam quando eu o acusava de seus atos ninja.
Na verdade, eu perguntei a Dylan exatamente isso. Nós nos vimos
algumas vezes para almoçar ou jantar na primeira semana. Ele tinha se
convidado para jantar naquela noite, e essa foi a minha oportunidade perfeita
para investigar a habilidade de ninja de seu irmão.
— Então, seja honesto, seu irmão treinou com um
mestre ninja. Eu não sei, numa “floresta profunda” ou em
algum lugar? Eu reconhecidamente utilizei aspas no ar e
compus o lugar.
Dylan rachou de rir, ele riu tanto que quase engasgou
com um bocado de comida.
Assim que Dylan me garantiu que seu irmão não tinha
tido tal treinamento, o Sr. Jackson entrou na cozinha. Eu não
tinha certeza do porque, mas meu coração pulou uma batida
extra quando o vi. Ou talvez fosse apenas azia?
— Você está aqui novamente — observou seu irmão.
— Não consigo ficar longe desta adorável senhora. —
Dylan sorriu e piscou para mim. Revirei os olhos,
acostumada com seu flerte bobo.
Meu chefe sacudiu a cabeça e pegou
um copo. — Makenzie, eu preciso que
você esteja pronta no início da manhã.
— Ooh, o papai quer que você vá dormir mais cedo, — Dylan provocou.
Ignorei intencionalmente Dylan ou então minha mente fugiria com
pensamentos de chamar o meu chefe de papai enquanto ele me batia... Jesus,
onde minha mente ia com esses cenários?
Limpando a garganta, eu disse: — Não se preocupe, Sr. Jackson. Eu
estarei atenta e cheia de energia pela manhã para a conferência.
— Você ainda está a deixando chamá-lo de Sr. Jackson, irmão? — Dylan
riu. — Kenzie, apenas o chame de Grayson. Ele não vai arrancar sua cabeça
fora.
— Não, está bem. Sr. Jackson é meu chefe e...
— Você mora com ele.
Corei, odiando minha incapacidade de obter o controle do meu embaraço.
— Na verdade, não quero dizer...
— Makenzie — Sr. Jackson me cortou. Eu rapidamente me calei e olhei
para ele. Ele tomou um gole do seu suco de laranja e depois disse: — Me
chame de Grayson.
— Mas...
Ele arqueou uma sobrancelha para mim. Mais uma vez,
meus lábios fecharam-se. Grayson. Corri pela minha mente.
Eu gostei de dizer seu nome. Eu nunca conheci outro
Grayson, e achei que o nome apenas rolou na minha língua,
como se minha língua tivesse uma emoção ao dizer isso.
Dylan olhou de mim para seu irmão e de volta para mim. Ele
fez isso mais algumas vezes.
— Interessante, — ele murmurou. Seu comentário me
intrigou. Minhas sobrancelhas se levantaram imaginando o
que ele quis dizer com isso.
— O quê? —Grayson disse um pouco fora com um
brilho para o seu irmão. Eu queria saber o que era
interessante também.
Dylan sorriu, recostou-se na cadeira e
encolheu os ombros. — Absolutamente
nada.
Era tudo muito estranho e enigmático. Sem dúvida, algum tipo de fala
ninja, mas o momento passou, e em pouco tempo disse boa noite para Dylan e
fui para a cama.
Vi Dylan muito mais na semana seguinte. Quase todos os dias ele ligou, e
três vezes parou no apartamento para jantar comigo. Gostava de sua
companhia, então eu não me importava, mas tinha a sensação de que suas
visitas frequentes eram para irritar Grayson de alguma forma. Porque, eu não
fazia ideia. Seu relacionamento fraterno era estranho, mas se encaixava.
Qualquer um podia ver que eles gostavam um do outro.
No início, eu me senti estranha chamando Grayson pelo seu nome. Eu
realmente me recusei a fazê-lo no local de trabalho. Lá, ele seria sempre o Sr.
Jackson, e quando o via no apartamento o chamava de Grayson. A primeira
vez que fiz, foi quando eu estava saindo do elevador em nosso piso e ele
estava indo para a academia, eu sorri e disse: — Aproveite seu treino,
Grayson. — Eu queria testar seu nome em meus lábios, em vez de na minha
mente, e gostei de como soava em voz alta. Então minha cabeça se inclinou de
lado quando vi um olhar em seus olhos que não entendi. As portas do
elevador se fecharam sem ele dizer nada em troca.
Desligando a memória, abri a porta do armário, para que eu pudesse me
olhar no espelho do chão. Eu estava prestes a sair do meu quarto para
participar de uma reunião de jantar com Grayson. Não
entendi por que eu tinha que estar lá. Suas habituais
reuniões de almoço ou jantar eram realizadas apenas com ele
e seu cliente, e depois ele voltaria com suas notas sobre o que
eu tinha que fazer. Ainda assim, ele tinha pedido minha
presença, então quando descobri que estávamos indo para
um restaurante elegante, me vesti com um vestido verde
escuro de mangas curtas. Rendas cobriam a área do peito,
em seguida mergulhava e parava no cetim verde apenas
acima de meus quadris. Era o meu vestido favorito, o
comprei um mês antes de deixar o meu ex e ainda não tive a
chance de vesti-lo. Meu cabelo preto estava amarrado num
coque bagunçado, mas elegante, alguns cachos pendurados
cercando meu rosto. Minha maquiagem era leve, só porque
eu nunca sabia como usá-la e também
odiava a sensação que deixava na minha
pele.
Deslizando em meus saltos pretos, acenei para mim mesma no espelho e
saí do meu quarto. Puxei meus ombros para trás, sentindo-me confiante e
animada sobre a noite. Assim que me aproximei da sala de estar formal, onde
Grayson disse que me encontraria, ouvi duas vozes. Uma masculina e
profunda, que me disse que meu chefe estava lá, e a outra era feminina e
irritante.
Harpy estava na casa.
Deus, ela iria também?
Nas últimas duas semanas, eu a vi aqui e ali. Às vezes, a encontrava com
Grayson em seu escritório, outras vezes quando estava andando na cozinha e
ela estava saindo do seu lado do apartamento. Que me dizia que ela tinha
estado em seu quarto, com ele... não que eu me importasse. Isso era ridículo.
Eu não faço.
Eu não.
Ela só me deixava louca com seus olhares maliciosos e nariz arrebitado.
Abrindo a porta, entrei e a conversa parou. Olhei de relance para ver os
dois olhando para mim. Grayson estava num terno sob medida, bonito, e
Harpy estava vestindo um longo vestido de cetim vermelho. Pelo menos eu
não estava vestida inadequadamente, mas pelas expressões chocadas em seus
rostos — bem, pelo menos a de Grayson brilhou com choque
por um segundo — eu tinha certeza que tinha algo de errado
com a maneira que eu estava vestida. Tive vontade de
perguntar se eu precisava mudar, se eu parecia bem ou
muito gorda no vestido. Ele parecia um pouco mais apertado
do que o normal. Eu não queria envergonhar meu chefe na
frente de seu cliente. No entanto, eu apertei minha boca
fechada. A velha Makenzie teria perguntado a Robert porque
ela queria agradá-lo. A Makenzie, que estava de volta ao seu
velho e melhor eu, manteve a boca fechada, porque eu não
me importava se eles estavam me julgando por como eu
parecia e continuei caminhando.
— É melhor ir, certo? A reserva foi para as sete? —
Perguntei, me dirigindo para o elevador.
— Sim, — respondeu Grayson.
Eu os senti em minhas costas. Todos
ficamos num silêncio constrangedor, onde
senti a necessidade de me mexer. Em vez disso, segurei minhas mãos
firmemente em torno de minha bolsa.
— Se ela está indo, ela não precisa de algum papel e uma caneta para
tomar notas? — Harpy, eu tinha que parar de chamá-la assim, ou eu estragaria
e diria em voz alta, disse atrás de mim.
Olhando por cima do meu ombro, sorri, acenei minha bolsa no ar e disse:
— Eu tenho isso sob controle. — Como não queria parecer uma tola tomando
notas enquanto todos nós comíamos, eu tinha colocado um gravador na
minha bolsa, que faria todo o trabalho para mim. Eu supus que eu poderia dar
isso a Grayson para que ele pudesse gravar tudo para mim. Então, novamente,
não tinha saído há muito tempo. Eu estava ansiosa por uma boa refeição, uma
taça de champanhe e, também, tentaria desfrutar da companhia.
Se apenas Dylan estivesse indo.
Silêncio. Todo o caminho até o piso principal. Segui Harpy-idiota-Harper
e Grayson para fora através do lobby perguntando porque não estávamos
tomando um dos carros de Grayson quando vi uma limusine estacionada na
frente. Um homem mais velho, com seus sessenta anos, pelo menos, estava na
porta traseira. Ele nos deu um aceno de cabeça e abriu a porta. Ambos, Harper
e Grayson, entraram sem dizer uma palavra.
Parei, sorri para o homem, e disse: — Obrigada.
— O prazer é meu, senhorita.
Entrando, sentei-me de um lado, enquanto Harper e
Grayson sentavam-se um ao lado do outro no banco de trás.
Harper — sim, duas vezes seguidas eu acertei seu nome —
se inclinou para Grayson e sussurrou algo. Ele resmungou.
Pelo menos eu não era a única que ele grunhia.
Em vez de observá-los pelo do canto dos meus olhos, eu
escolhi conhecer a limusine. Eu não tinha estado em uma
desde dia do meu casamento, mesmo assim, era menor do
que a que eu estava. Havia uma estação de bebida em minha
frente, e eu adoraria ter me servido de uma bebida. Eu me
abstive. Se bebesse, nunca saberia o que sairia da minha
boca.
O caminho foi uma tortura. Eu queria
bater minha cabeça contra a janela lateral
com quão quieto e estranho isso era.
Quando chegamos à frente do restaurante, notei que havia uma fila de
espera. Quando o motorista abriu a porta, Grayson saiu primeiro, sua mão
voltou e Harper a pegou com um sorriso presunçoso que enviou ao meu
caminho.
— Vamos — eu a ouvi dizer. Olhei para vê-la puxar Grayson em direção
à porta da frente.
Pelo menos o motorista foi bom o suficiente para me ajudar.
— Obrigada, novamente.
— Tenha um bom jantar. — Ele sorriu.
Revirando os olhos, eu disse: — Vou tentar.
Ele riu.
— Sra. Mayfair — Grayson chamou o meu nome. Meu sobrenome sempre
parecia ser pesado durante o horário de trabalho.
Olhando por cima, ele estava esperando com Harper na entrada.
Aparentemente, estávamos cortando a fila. Algo que Robert teria vendido suas
bolas murchas para ser capaz de fazer. Meu sorriso se iluminou com o
pensamento.
Eu rapidamente corri após o adeus ao motorista e parei
logo atrás deles. Quando entramos, segurei meu suspiro. O
local era bonito. Não tão grande como pensei que seria. O
teto era alto com um enorme lustre no meio. Sob ele havia
uma área circular de cabines, mas apenas cerca de cinco. As
paredes também estavam alinhadas com grandes cabines,
cada uma parecendo ter sua própria parede privada situada
entre elas. Na parede mais distante, em frente à entrada,
havia um bar, apenas à sua frente tinha uma cerca de ferro
alta com uma videira rastejando por toda parte.
Ouvi um suspiro e me virei para ver Grayson olhando
para mim. Seus lábios se apertaram; ele parecia frustrado
comigo.
— Desculpe. — Eu sorri. — Este
lugar parece incrível.
Seus lábios se contraíram, algo que
eu me emocionei de ver. Por quê? Eu não tinha ideia. Ele se virou e, com uma
mão nas costas de Harper, ele a levou para uma cabine à esquerda da sala. Eu
rapidamente os segui.
— Ela tem qualquer classe? — Harper perguntou a Grayson. Felizmente,
ele não respondeu, ou eu simplesmente não ouvi.
Talvez eu não tenha classe para esse lugar. Só, não dei uma merda
voadora 7 . Se ter classe significava que eu agiria como se tivesse um pau
enfiado na minha bunda, como Harper tinha, eu não queria nada a ver com
isso.
Quando nós nos aproximamos do que eu assumi como nossa cabine,
notei que dois homens estavam sentados lá. Um mais velho, cerca de
cinquenta, o outro mais jovem. Os homens ficaram de pé e o homem mais
velho já tinha a mão para Grayson.
Grayson voltou sua atenção para Harper e para mim depois de apertar a
mão do homem. — Esta é Harper e minha assistente, Makenzie. — Nenhuma
explicação de quem Harper era para ele, algo que eu pensei que era estranho,
e baseado na carranca de Harper, ela fez também. — Senhoras, este é Ethan
Tucker e seu tio, seu empresário, Monty.
— É um prazer, — Harper ronronou, indo direto para um beijo na
bochecha.
Olhando para o chão para que ninguém pudesse ver o
meu rolar de olhos, esperei que eles terminassem de
cumprimentá-la e, então, olhei para cima sorrindo, e disse: —
Prazer em conhecê-los. — Em seguida, estendi a mão
primeiro para Monty, que sorriu e respondeu com um —
Como vai, querida?
— Bem, obrigada. — Mudei a minha mão para Ethan.
Ele a pegou lentamente, e então soltei quando ele passou o
polegar por cima da minha mão. Ele quer dar uns amassos
ou algo assim?
Seus olhos perfuraram os meus, seu sorriso mais que
um sorriso sedutor. Deus, o cara poderia ser meu irmão mais
novo; ele parecia ter cerca de vinte anos.

7 No original ela diz: I didn’t give a flying fuck, onde ela quis
dizer que foda-se ou que dava uma merda pra tudo isso.
— Assistente do Sr. Jackson, certo?
Corada, concordei e gentilmente puxei minha mão. Ele não a soltou. — S-
sim.
— Bom saber. — Ele piscou. Talvez Ethan tenha bebido alguns tiros antes
de chegarmos.
— Ethe, sente-se e pare de flertar, — exigiu Monty com uma risada. Isso
era flertar? Huh, bem, uau. Finalmente, Ethan soltou minha mão. Ele riu e
voltou para a cabine. Monty continuou, antes que ele deslizasse depois de seu
sobrinho — Desculpe, por isso. Ele não consegue ajudar a si mesmo quando se
trata de lindas mulheres.
Mordi o lábio inferior para impedir a risada que queria escapar. A única
razão pela qual achei engraçado e agradável era a carranca no rosto de
Harper. Ela limpou rapidamente a fisionomia e deslizou no outro lado da
cabine, de modo que ela estava ao lado de Ethan, que por sua vez a ignorou.
Grayson seguiu para sentar ao lado de Harper e isso me deixou com a escolha
de sentar-me ao lado dele ou de Monty. Havia espaço suficiente na cabine de
ambos os lados. Antes que eles notassem que eu estava de pé olhando para
ambos os lados, tentando me decidir como uma tola, e me preocupar em ficar
tão perto de Grayson e ter seu cheiro me afetando, como todas as manhãs
quando ele entrava na cozinha, decidi sentar-me ao lado de
Monty. Ele me deu um sorriso caloroso, que eu devolvi.
Olhei na mesa e soube que não tomara a decisão certa
quando vi Grayson olhando para trás. Eu deveria ter sentado
ao lado dele, pelo menos, então eu não teria que enfrentá-lo
durante toda a reunião. Minhas bochechas se aqueceram e eu
desviei os olhos para a mesa. Seu perfume me deixava
selvagem, mas seus olhos... eles eram uma outra história.
Normalmente, ele não mostrava muita coisa neles; apenas
em certos momentos ele deixaria escorregar e mostrar um
toque de suas emoções. Aqueles tempos eram,
principalmente, quando seu irmão estava por perto, e eu
podia ver o calor que ele mantinha para Dylan neles. Seus
olhos estavam intimidando na maioria das vezes, exceto
nessa ocasião.
— Quem quer uma bebida? —
Perguntou Monty, acenando a um
garçom.
Meus olhos foram para Grayson, para vê-lo recostar-se em seu assento. —
Eu gostaria de saber por que você foi tão inflexível sobre uma reunião comigo
primeiro, Monty.
Monty sorriu. — Vamos, Grayson. Tenho certeza que você pode ter uma
bebida, comer e relaxar antes de entrarmos nos negócios.
Grayson sorriu. — Acho que é melhor termos o negócio fora do caminho
primeiro, antes de relaxar.
Monty inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos na mesa enquanto
estudava Grayson. Harper se aproximou mais de Ethan para sussurrar algo
em seu ouvido. Ele balançou a cabeça e encarou seu tio antes que seus olhos se
movessem para mim, e ele piscou novamente. Um sorriso deslizou em meus
lábios, e balancei a cabeça para ele. Sim, ele estava tomando alguma coisa
antes de chegarmos, eu tinha certeza disso, e eu ignoraria seus olhos claros e
sóbrios.
— Boa noite, meu nome é Marcus, e eu serei seu garçom esta noite. O que
posso trazer para beberem?
Olhando para cima, vi que Marcus olhou primeiro Grayson, Harper,
Ethan, Monty, e depois para mim com um sorriso agradável em seu rosto
jovem.
— Você pode nos dar dez minutos e voltar depois? —
Perguntou Monty.
— Certamente.
Assim que Marcus saiu, Monty disse: — Você viu a
filmagem de Ethan cantando. É claro que você viu o quão
bom ele é e ele já tem uma base de fãs decente.
— Sim?
— Os produtores de música que ele está atualmente não
estão fazendo merda nenhuma por ele. Eles o colocaram em
banho-maria, porque Ethan não quis usar algumas de suas
músicas, e deixe-me lha dizer, as músicas que eles
escolheram teriam transformado a
carreira de Ethan em merda.
— O que faz você pensar que eu não
farei o mesmo?
— Ouvi dizer que você é justo. Você é bom em escolher as músicas certas
para cantores. Eu quero...
— Makenzie. — Harper interrompeu. O olhar que Grayson deu a ela era
mortal, embora ela não tenha visto porque ela estava muito ocupada
zombando de mim. — Por que você não vai até o bar nos buscar algumas
bebidas. — Ela riu. — Tenho certeza que posso lidar com seu trabalho para
você. — Sua mão surgiu e ela balançou os dedos para mim.
Eu mordi de volta o meu desejo de dar um soco nela e bater a sua merda
— eu parecia uma garçonete? — mas não havia uma chance que eu me daria
ao luxo de fazer uma cena. Às vezes, era apenas fácil de engolir as besteiras e
jogar bonito, tanto quanto me doía. Não querendo olhar para Grayson ou para
levar mais tempo longe da conversa de negócios, dei-lhe o gravador que eu já
tinha no meu colo e me levantei. Sorrindo docemente em sua direção,
tentando ser melhor profissional, perguntei: — Volto logo. O que todos
gostariam de beber?
— Basta trazer-nos uma cerveja forte, querida, — disse Monty.
— Champanhe. — Harper sorriu. Virei-me para sair quando Harper
gritou: — Você não teve a ordem de Grayson.
Eu fui para responder, mas Grayson chegou primeiro
com seu tom cortante e áspero. — Ela já sabe o que eu quero.
Podemos voltar à porra do negócio agora?
Chupe esses ovos8, Harpy.
Eu não olhei para trás para ver a expressão de Harper;
só esperava que ela tivesse empalidecido. Grayson detestava
interrupções quando o negócio estava na mesa. Embora
tenha ouvido Monty emitir uma risada.
Não estava certa do que Harper estava jogando ao
ordenar-me para obter bebidas como um assecla abaixo dela.
Não que isso me importasse. A cena que ela fez e a maneira
como Grayson parecia irritado era suficiente para mim.
Andando atrás da divisória de
videiras, eu vi que o bar estava ocupado,
então eu sabia que ficaria longe da mesa

8 Xingamento tipo: chupe meu pau; chupe essa manga.


por um tempo. Eu fiquei de pé até que houve uma brecha no grupo e, em
seguida, me espremi. Os garçons já estavam tomando outras ordens em cada
extremidade do bar.
— Makenzie?
Assustada ao ouvir meu nome, eu virei à esquerda. — Sr. Muller?
Ele sorriu e mudou-se para o meu lado. — Eu pensei que pedi a você para
me chamar de Randal.
Nem em um milhão de anos eu achei que veria Randal Muller
novamente, o homem que estava com Robert no dia eu tive uma epifania e
deixei Robert. Ele parecia bom, muito bom, assim como no dia que eu conheci.
Ele estava vestindo um terno escuro, um sorriso, e, em seguida, seus lábios se
moveram.
— Huh? — Eu perguntei, corada e então disse: — Desculpe, hum,
perdão?
Ele riu. — Eu disse, eu nunca teria pensado em vê-la
aqui esta noite, mas estou feliz que tenho. — Ele
rapidamente olhou ao redor, com suas sobrancelhas
franzidas. — Robert está aqui com você?
Balançando a cabeça, eu lambi meus lábios secos. Seus
olhos foram lá, e novamente minhas bochechas aqueceram.
— Não, eu estou aqui com meu chefe. Quero dizer, ele está
num jantar de negócios, e eu estou aqui para tomar notas.
Ele sorriu. — Você conseguiu um emprego, isso é ótimo.
Onde você está trabalhando?
Assim como eu estava prestes a dizer-lhe, o bartender
chamou, — O que posso pegar pra você?
Olhei por cima do bar e sorri. —
Posso pegar duas cervejas de malte, um
champanhe, qualquer tipo, um uísque,
seco, sem gelo, e uma água mineral, por
favor? — Olhando para Randal, perguntei: — Desculpe, você quer alguma
coisa?
— Não, eu estou bem.
O barman foi buscar as bebidas, e voltei para Randal. — Estou mantendo
você afastado de um encontro?
Ele sorriu, sua mão pegou suavemente meu cotovelo. — Não, eu
realmente tinha uma reunião de negócios. — Ele olhou ao redor rapidamente
e então se aproximou para dizer: — Eu honestamente pensei que Robert não
queria que você conseguisse um emprego.
Mordendo meu lábio inferior, eu olhei para o chão e depois para Randal.
Deixei escapar um suspiro e admiti em seu ouvido: — Ele não queria, mas...
eu o deixei. — Fiquei surpresa com o quão fácil foi contar a Randal, mas eu
tinha certeza que o que ajudou foi o fato dele parecer não ter gostado do meu
ex naquele dia também.
Ele puxou sua cabeça para trás para encontrar meu olhar. — Sério?
—Sim. — Eu assenti.
Ele cantarolou baixinho e depois se inclinou novamente. Apenas nesse
momento, eu endureci. Eu não tinha certeza do porque, mas por alguma razão
eu não o queria muito perto, de repente me sentindo
estranha. Ele disse: — Estou feliz que você fez, Makenzie. Eu
não era um fã da maneira como ele estava falando com você.
Eu não sabia o que dizer, então eu dei de ombros. Meu
coração de repente sentiu como se fosse mergulhar da torre
mais alta.
— Isso será quarenta e cinco e sessenta, — o barman
interrompeu.
Uma vez que os tinha adicionado à guia da mesa, olhei
de volta para Randal, que se deslocou para trás soltando
meu braço, para ver seus olhos esquadrinhando meu corpo
lentamente. Quando ele encontrou meu olhar, ele sorriu.
Não perturbado que tinha sido pego me verificando. Engoli
nervosamente, confusa como o inferno do
porque ele se incomodava em me
verificar.
— Você nunca disse onde você está
trabalhando agora.
— Ela trabalha para mim, — veio uma voz rouca atrás de mim.
Todo o meu corpo ficou tenso. Eu observava os olhos de Randal
mudarem de mim para Grayson, que estava perto, realmente muito perto, atrás
de mim.
Seu braço veio ao meu redor e se estendeu em direção Randal. — Grayson
Jackson, e você é?
Randal pegou a mão de Grayson e sacudiu, em seguida, disse: — Randal
Muller. Eu tive o prazer de conhecer Makenzie há algumas semanas.
Grayson resmungou. —E eu tenho o prazer de tê-la como minha
assistente na Gravadora Jackson.
— Ah, homem de música. Certo. Eu sou um arquiteto.
— Certo.
O que diabos está acontecendo?
Grayson se moveu uma polegada mais perto?
Eu não estava certa, mas o fato do calor do corpo me aquecendo foi uma
boa indicação.
— Kenzie — disse Grayson com voz baixa,
extremamente baixa, bem perto do meu ouvido. Oh, Deus.
Ele encurtou o meu nome. Essa foi a primeira vez que ele
tinha feito isso. — Nós encerramos o negócio. É hora de
pedir comida, para que possamos chegar em casa.
Meus olhos se arregalaram.
Ele apenas insinuou o que eu acho que ele tinha?
— Vocês vivem juntos? — Perguntou Randal. Sua voz,
não mais agradável, se mantendo na borda.
— Nós fazemos — Grayson respondeu.
— Não assim — me apressei e depois ri nervosamente.
— Quero dizer, sim, nós vivemos juntos, mas eu sou sua
assistente. Se ele tem uma necessidade
para mim, eu estou lá, à sua disposição.
— Merda, eu estava piorando as coisas.
Pelo calor em minhas bochechas, eu tinha
certeza de que elas estavam em chamas e tinham cravado a temperatura do
ambiente por pelo menos quinze graus. Grayson resmungou atrás de mim só
que era diferente de seu habitual; ele parecia divertido.
— Tenho certeza. — Randal bufou.
— Espere, não é assim. Ele tinha todos os seus últimos assistentes
permanecendo em seu apartamento. Eu trabalho para ele, mas eu durmo
numa área diferente da dele. Além disso, ele tem uma namorada, Harpy. —
Engasguei. — Quero dizer Harper. O nome dela é Harper e ela é muito bonita.
Ela é uma supermodelo. Toda linda e magra e... nada como eu. — Soltei uma
risada nervosa. — Quero dizer vamos lá, não sou seu tipo e... — Eu preciso me
calar. — Foi bom vê-lo novamente, Randal, mas é melhor eu levar essas
bebidas de volta. — Peguei a bandeja ao meu lado.
— Makenzie, — Randal me chamou, e eu olhei para ele. Ele agora estava
sorrindo. — Aqui. — Observei sua mão colocar um cartão na bandeja. — Se
você quiser tomar um café em algum momento, basta me ligar. — Foi então
que ele se inclinou, ignorando o resmungo do meu chefe trás de mim, e beijou
minha bochecha. Em seguida, ele sussurrou, — Você pode não ser o seu tipo,
mas você é o meu. — Ele recuou, olhou para minha cara chocada, riu e saiu.
Não consegui me mexer. Eu fiquei sinceramente espantada. Randal
Muller tinha dito que eu era o seu tipo.
Ele queria tomar um café. Comigo.
Minhas mãos tremiam, fazendo as bebidas chocalharem.
— Maldição, me deixe levar isso — Grayson cortou, e
pegou a bandeja de mim. Olhei fixamente para ele; ele estava
me estudando. — Você não esperava que ele te convidasse
para sair?
Minha cabeça voltou para trás. —Bem, não.
— Mesmo depois de todo o flerte que ele estava
fazendo?
Inclinando a cabeça para o lado, eu perguntei — Ele
estava? — Eu tinha pensado, mas não tinha certeza.
Sua mandíbula apertou. — Jesus, —
ele mordeu fora com um aceno de cabeça.
— Vamos. — Ele girou nos calcanhares e
voltou para a mesa.
— Finalmente — gritou Harper. Assim que me sentei, ela perguntou: — O
que levou você a demorar tanto? Deus, você não pode sequer fazer uma tarefa
simples e rápida, você levou...
— Desculpe por isso, encontrei um velho amigo. Oh, bem, aqui vem o
garçom, estou pronta para pedir. Alguém mais com fome?
— Claro que estou, querida. Fazer negócios pode deixar alguém com
fome. — Monty sorriu para mim. — Parece que você nos verá ao redor um
pouco. Grayson decidiu dar a Ethan uma chance.
— Oh, isso é ótimo. — Eu sorri.
Ethan piscou. — Eu acho que você estar por perto vai fazer a mudança
para a cidade valer a pena.
O grunhido de Grayson foi alto o suficiente para nós todos ouvirmos. —
Eu duvido que você vá vê-la realmente.
— Vamos ver — Ethan respondeu com um encolher de ombros.
O que estava acontecendo? Ethan e Randal pareciam estar flertando
comigo, pelo menos eu pensei que estavam. Deus, nunca em um milhão de
anos, achei que algo assim aconteceria. Eu não era feia, mas eu tinha peso
extra em comparação com mulheres como Harper, e eu tinha certeza de me
constranger cada vez que eu falava. Ou... — Tenho um sinal
na testa dizendo que eu não fiz sexo em anos, por favor,
flerte comigo? — Não que eu quissesse, a atenção era doce,
algo que eu não tive num longo tempoo. Tanto tempo que eu
não sabia como levar ou agir ou realmente acreditar nisso.
De repente, Monty explodiu numa gargalhada. Ethan
riu e disse: — Não que eu possa ver.
Grayson engasgou com a bebida, o suficiente para jorrar
de sua boca sobre a mesa. Em seguida, ele estava tossindo.
Harper estava apenas olhando para mim.
Minha mão foi sobre a minha boca. Eu virei meus olhos
arregalados para Monty e sussurrei — Eu disse isso em voz
alta?
— Você com certeza fez, querida.
Meu corpo inteiro corou. — Eu sinto
muitíssimo. Eu tinha a certeza que eu
disse isso na minha cabeça. Ainda assim, isso não é jeito de falar na frente de
clientes.
— Eu não me importo, você, tio? — Disse Ethan, sua boca num grande
sorriso.
Monty zombou. — De modo nenhum. Inferno, fez minha noite, eu acho.
Balançando a cabeça, eu mudei meus olhos para a mesa e disse: — Não,
isso não estava certo. Por favor, me perdoem. — Olhei para Monty e Ethan. —
Às vezes, minha boca tem uma mente própria. Eu estou tentando controlá-la.
Meu marido odiava quando isso acontecia. Na verdade, ele...
— Você é casada? — Perguntou Ethan.
— Bem, não, nos separamos algumas semanas atrás...
Ele piscou. — É bom saber.
Deslocando desconfortavelmente no assento, olhei para o restaurante e vi
um garçom. Rapidamente, eu acenei para ele, — Oh, olhe, um garçom. Vamos
pedir. — Então, podemos comer e eu posso ir para casa para morrer de humilhação.
Eu estava com muito medo de olhar para o meu chefe. O que eu tinha dito era
tão inadequado que estava aterrorizada que me custasse meu trabalho.
Então todo o resto do jantar, eu comi, conversei com Monty e Ethan,
enquanto Grayson acrescentava um pouco aqui e ali. Porém,
quando o fez, eu nunca olhei para ele e Harper parecia fazer
beicinho por algum motivo no canto. Queixando-se disso e
daquilo quando o fazia. Sua sopa estava muito fria, seu bife
muito cru, a iluminação era fraca demais.
Graças a Deus por Monty e Ethan. Eles mantiveram a
diversão da noite para mim.
Estávamos todos do lado de fora esperando pelos
nossos carros quando Ethan perguntou: — Makenzie,
gostaria de uma carona para casa?
— Oh, hum, obrigada...
— Não será necessário, ela mora comigo.
Suspirando, eu espalmo minha testa.
Não essa conversa de novo.
Harper riu alto. — Ela pode viver no
mesmo apartamento, mas não exatamente
com você, bobo. — Ela olhou para Ethan e acrescentou: — Eles estão em lados
opostos da casa. — Ela enrolou a mão na dobra do cotovelo de Grayson. —
Grayson sempre gostou de seus ajudantes por perto para que eles possam
lidar com as coisas domésticas.
Ethan bufou. — Claro, doçura. — Olhando para trás para mim, ele
revirou os olhos. Eu sufoquei uma risadinha. — Eu acho que vou vê-la no
trabalho — ele disse e depois se inclinou. Foi quando eu consegui meu
segundo beijo na bochecha naquela noite.
Segurei seu braço, então ele ficou perto e eu sussurrei: — Eu acho você
muito bonito e eu amo que você acha que eu mereço a sua atenção, mas você é
jovem o suficiente para ser meu irmão mais novo.
— Vamos com o meio-irmão, pelo menos. Então, o flerte não será como
tabu. — Ele beijou minha bochecha novamente. — Você merece muita atenção,
Makenzie.
— Ethan — Monty o chamou da sua caminhonete.
Ethan sorriu. — Vejo você em breve. — Ele se virou, apertou a mão de
Grayson, disse alguma coisa e, ignorando completamente Harper, entrou na
caminhonete e eles desapareceram.
Deixe a estranheza começar.
Graças a Deus a nossa limusine era a próxima a avançar.
Grayson tinha a porta aberta antes do motorista sair do
carro. Harper subiu primeiro e depois Grayson virou-se para
mim, com sua sobrancelha levantada.
— Ah, você pode ir em seguida.
— Makenzie — foi tudo que ele disse.
— Não, realmente, você entra.
— Makenzie. — Meu nome saiu num rosnado baixo.
Revirando os olhos, fui até o carro e entrei, movendo-me
para a esquerda para que Grayson pudesse sentar ao lado de
Harper, o que ele fez, uma vez que estava dentro.
Olhando com o canto dos meus
olhos, vi Grayson se inclinar para frente e
pressionar um botão. — Bill, você poderia
nos levar até a rua Rowe, nº 25 primeiro,
por favor?
— Certamente, senhor.
— Mas eu pensei que ficaria no seu lugar esta noite, — Harper gemeu.
— Depois de aparecer sem ser convidada quando você sabia que eu tinha
uma reunião de negócios e, então, a maneira como atuou esta noite, acho que
não.
Oh. Meu. Deus!
A tensão no carro era a mais alta que eu já senti. A necessidade de mudar
de assunto, ou até mesmo fazer alguma coisa me encheu.
— Entãooo, e os Dodgers? Foi um bom jogo nesta temporada. Pelo menos
o tempo foi bom para eles.
Juro que vi os lábios de Grayson se contraírem. Enquanto Harper olhou
para mim e, em seguida, sussurrou: — Apenas, cale a boca.
Mordi meus lábios entre meus dentes e mudei de posição no assento para
frente. Tive sorte que o carro logo parou. A porta se abriu rapidamente, por
isso presumi que Grayson a tinha aberto. Ambos deslizaram para fora. A
porta se fechou, e foi então que ouvi palavras duras sendo ditas perto do
carro. Eles não estavam perto o suficiente para que eu ouvisse o que estava
sendo dito, mas eu olhei a tempo de ver Harper gritar uma
última coisa antes de pisotear para seu prédio.
Rapidamente, voltei a olhar para frente e morri de susto
quando ouvi a porta sendo aberta. Senti Grayson entrar, ouvi
a porta sendo puxada fechada, e então, o carro estava em
movimento novamente.
Ele estava bem?
Eles acabaram bem ali na minha frente?
Ele precisa de consolo?
Por que estava pensando em consolá-lo?
Ele era meu chefe; eu nem deveria pensar em consolá-lo.
Levando-o em meus braços enquanto ele chorava. Enquanto
ele enterrava a cabeça no meu peito e
chorava... Pare.
Eu tinha que pensar em outra coisa.
Cante uma canção de seis centavos, um bolso cheio de centeio. Vinte e quatro
melros9 cozidos numa torta.
— Realmente, por que alguém faria uma canção de ninar sobre pássaros
sendo cozidos numa torta?
— É isso que você estava cantarolando? — Perguntou Grayson, me
tirando do transe.
Gemendo, eu perguntei — Eu disse que em voz alta?
— Sim.
— Desculpe, mas sim, eu estava cantarolando.
—Como é que eu não tinha notado a sua boca desastrada antes?
Voltando no banco para que eu pudesse vê-lo, dei de ombros, minhas
mãos remexendo no meu colo. — Eu acho que nós realmente não estamos
perto um do outro por longos períodos de tempo, e acontece de fazê-lo mais
quando estou nervosa, muito nervosa.
— Por que você estava nervosa no restaurante?
— Ah, Randal e... sim, Randal. — E o fato de sentir o calor do seu corpo
tão perto do meu. Deus, aborte esse pensamento no caso de você deixar
escapar alguma coisa. — E, hum, Ethan.
Ele não disse nada, só me estudou.
— Realmente sinto muito, sobre, hum, antes... Posso
perder meu emprego por isso?
— Não.
Meu corpo relaxou de novo no assento. — Obrigada. —
Eu lambi meus lábios secos, encontrei um pouco de coragem
e perguntei: — Você está bem?
Sua sobrancelha arqueou. — Por que não estaria?
Eu olhei pela janela. — Você sabe, lá atrás com Harper.
— Você quer dizer Harpy. — Ele sorriu.

9 Pássaro dentirrostro (Turdus merula), o


macho tem plumagem negra, bico amarelo e canto
melodioso.
Gemendo, minha mão passou pelo meu rosto. — Você nunca deveria ter
ouvido isso. Além disso, Dylan foi o único que veio com isso.
Eu poderia muito bem jogar seu irmão sob o ônibus.
Grayson realmente bufou. — Isso não me surpreende.
Silêncio.
Nunca fui boa com o silêncio.
— Então, você está?
— Eu estou o quê?
— Ok?
— Você sempre precisa encher o ar com conversa?
Fingi pensar nisso. — Sim. — Eu assenti. Ele grunhiu, e então eu
continuei: — Você nunca respondeu.
Oh, uau, ele revirou os olhos para mim. — Isso é porque eu não quis.
— Bem, você poderia ter dito isso — resmunguei, cruzando os braços
sobre o peito. Ao chão, admiti: — Não tenho certeza de que minha vinda à
reunião de jantar esta noite foi uma coisa boa.
— Como é isso?
— Bem, eu falhei em obter as bebidas num tempo
apropriado. Eu deixei escapar uma coisa muito rude, e
quanto mais eu estiver ao seu redor, mais você poderia
pensar que eu sou um pouco louca para o trabalho.
Olhando para ele, vi que ele estava me observando mais
uma vez. Finalmente, ele disse: — Não deveria ter sido o seu
trabalho obter bebidas. Sim, parece que você deixou escapar
uma questão inapropriada, mas os clientes não pareceram se
importar. Na verdade, eles acharam muito divertido e
apreciaram muito você. Por último, você não é louca, apenas
diferente... de uma maneira boa.
— Bem... tudo bem, então, — eu disse e tentei que meu
coração desacelerasse em meu peito. De repente, senti
vontade de me esfregar contra ele e
ronronar. Cerrei os punhos e cruzei as
pernas para não me mover.
Quando chegamos ao apartamento, saí primeiro e depois agradeci a Bill,
o motorista, com um abraço. Ele riu com bom humor. Eu, então, entrei no
edifício, acenando para Mike, o cara de segurança.
Grayson me encontrou no elevador. Quando abriu e entrei, Grayson
chamou meu nome.
— Sim? — Perguntei, encostada na parede.
Ele inclinou-se ao meu lado e olhou para baixo em minha direção. —Você
disse que... deixa escapar coisas quando está nervosa.
— É isso mesmo. — Eu assenti.
Seus olhos se voltaram para as portas antes de observar: — Você parece
fazê-lo quase toda vez que estou perto por muito tempo.
Eu hesitei. — Ah...
— Eu te deixo nervosa, Makenzie?
Devo mentir?
Ele poderia cheirar uma mentira? Senti-la? Ele parecia muito perspicaz.
— Sim — eu sussurrei.
— Bom.
Por que era bom?
Minha respiração de repente estava errática. Meu corpo
estremeceu quando arrepios dançaram pela minha pele.
Havia vento no elevador?
A noite estava cheia de surpresas. Primeiro Ethan, um
homem mais jovem que parecia tomado comigo por algum
motivo. Em seguida, Randal, os toques, os olhares, e então,
uma vez que ele soube que não estava mais com Robert, ele
deixou suas intenções claras.
Ele pensou que eu era seu tipo.
Talvez eu devesse chamá-lo. Eu não acho que eu me
faria uma idiota em sua frente, como eu fiz com Grayson.
Então de novo...
Olhando através da minha bolsa, eu
amassei meu nariz. Onde estava seu
cartão?
— O que você está procurando? — Grayson perguntou quando as portas
se abriram no nosso piso.
Saindo, eu disse, — O cartão de Randal. — Girando, eu perguntei, —
Você sabe se eu o deixei na bandeja?
— Você não fez.
— Então, eu coloquei na minha bolsa? — Eu não tinha certeza que eu fiz.
— Não.
— Na mesa? — Perguntei.
— Não.
— Eu deixei cair no chão?
— Não.
Rosnando sob a minha respiração, levantei minhas mãos e perguntei: —
Você sabe onde está?
— Sim.
Revirei minhas mãos na minha frente, querendo que ele continuasse.
— Eu joguei no lixo no caminho para saída.
Eu endureci. — Você fez o quê?
Ele sorriu, e eu queria estender a mão e agarrar alguma
coisa, porque seu sorriso fez algo em meu interior. — Boa
noite, Makenzie. — Ele abriu caminho em direção ao seu
lado do apartamento.
— Agora, espere um segundo, chefe. — Quando ele se
virou com um pequeno sorriso em seus lábios, eu perguntei,
— Por que você o jogou fora?
— Eu não o vi apto para um pretendente.
Meus olhos se arregalaram. — Você não... o quê? — Eu
respirei.
Ele suspirou. — Você acabou de sair de um casamento,
Makenzie. Você precisa de tempo. Qualquer homem lhe
daria isso. A menos que ele seja um
maldito idiota como Randal.
Minha boca caiu aberta.
Eu suponho…
Ele tinha um ponto.
Eu precisava de tempo, e Randal, sabendo há quanto tempo eu estava
com Robert, deveria saber disso. Em seguida, novamente, — Ele estava
pedindo apenas para ir a um café.
Ele zombou. — Um café significa um monte de coisas, e da maneira que
ele estava olhando para você, significava que ele queria você em sua cama
logo depois desse café.
Minha cabeça voltou para trás. — Sério? — Mordi o lábio inferior e corei.
— Vá para a cama, Makenzie. Se o cara estiver realmente interessado em
você, por mais do que apenas foder, então ele encontrará outra maneira de
chegar até você.
Balançando a cabeça, eu disse: — Hum. Obrigada, por cuidar de mim. —
Ele grunhiu e seguiu para o seu próprio espaço.
Deus, eu amava fins de semana. Não só eu poderia dormir, mas também
fazia tudo que desejava. Quando eu estava com Robert, fazíamos tudo o que
ele queria. Ele odiava os filmes, então nós nunca fomos, e não gosto de ir
sozinha. Isso me faz sentir como uma perdedora, por algum motivo, então
perdi muitos shows excelentes.
Naquele dia, Dylan estava me levando ao cinema e, em seguida, para um
jantar tardio em algum bar, que aparentemente tinha a melhor comida. Eu
estava ansiosa por isso.
Me alongando, joguei os cobertores e saí da cama. Outra
coisa boa sobre fins de semana era que geralmente tinha a
cozinha para mim. Grayson já estava trabalhando, porque
ele nunca parava, ou fora fazendo o que um bilionário faz no
fim de semana. Felizmente, meu trabalho ainda não chegou
aos fins de semana. Ele me disse que não precisaria de um
assistente no sábado e domingo. No entanto, poderia haver
momentos que poderia ser chamada, mas até agora, eu não
tinha.
Além disso, ele também tinha uma equipe para os fins
de semana. O negócio nunca era fechado, ele tinha muitos
clientes importantes para cuidar.
Vestindo meu robe, fiz o meu
caminho para fora do meu quarto e fui em
busca de um pouco de café e um bagel.
Enquanto eu me servia de uma caneca,
não pude deixar de pensar sobre a noite anterior. O sono tinha sido escasso,
porque eu não podia compreender as ações de Ethan e Randal. Tinha certeza
que havia muitas outras mulheres disputando sua atenção, mas eles pareciam
ter travado seus avanços em mim por alguma razão.
Eu tomei um gole do meu café e coloquei um bagel na torradeira.
Em seguida, havia Grayson. Meu chefe. Que era doce o suficiente para
olhar por mim. Embora eu não tivesse ideia do porque. Honestamente, nunca
pensei que pensaria em Grayson sendo tão doce, mas lá estava eu. Talvez ele
pensasse que eu era muito boa em meu trabalho e um novo relacionamento
poderia causar problemas com o meu trabalho.
Eu não sabia.
No entanto, estava grata por suas ações.
Antes de preparar a máquina de café, peguei meu telefone e apertei o
botão para a música. Assim que uma das minhas canções favoritas surgiu,
“Garota Crush” de Little Big Town, comecei a cantarolar distante.
Rapidamente, as palavras se registraram e pensei em Grayson na minha
cabeça. Era um pensamento perverso. Um pensamento que eu não deveria ter
sobre o homem que assinava o meu cheque.
Ainda assim, eu deixei as palavras da canção saírem dos
meus lábios.
Depois de algum tempo, uma garganta limpou alto atrás
de mim. Um grito construiu do fundo de minha barriga e,
em seguida, entrou em erupção na minha boca. Virei para
ver Grayson em pé do outro lado do balcão da cozinha
olhando para mim com uma sobrancelha levantada.
Aquela maldita sobrancelha dele, eu queria afastar esse
olhar condescendente dele.
E então, ali mesmo, seus lábios se contraíram.
Gritando eu pressionei pausa e apontei para ele,
estalando — Você tem que parar de fazer isso ou um dia, eu
vou fazer xixi em mim mesma ou ter um ataque cardíaco, e
vai ser tudo sua culpa.
— Você tem uma boa voz, e essa é
uma música que eu desejei que eu ou
meus compositores tivessem escrito. —
Eu olhei em toda parte, menos para ele. — Obrigada. É realmente uma boa
música.
— Você já pensou em cantar?
Uma risada me escapou. — Não. Nunca. Meus nervos me comeriam viva.
Eu sou uma cantora de armário e é assim que eu quero que fique.
Ele realmente sorriu, acenou com a cabeça, e disse — É justo. — Quando
seus olhos pousaram em meu peito, olhei para lá e corei. Meu robe tinha
ficado aberto, e eu estava mostrando o inchaço do meu peito. Fechei-o
rapidamente e amarrei-o firmemente em torno de mim, voltando-me para o
balcão para pegar o meu bagel. Mudei o meu caminho, para onde estavam a
manteiga e queijo cremoso.
Limpando a garganta, eu mencionei — Você geralmente não está ao redor
nos fins de semana.
— Eu posso ter tempo de inatividade, Makenzie.
Eu bufei. Levantando o olhar para o dele, revirei os olhos, depois voltei a
colocar a manteiga no meu bagel. — Certamente, tudo bem, Grayson.
— Eu não trabalho o tempo todo — afirmou, sua voz baixando com
aborrecimento. Eu cantarolava baixinho e lutei sorrindo. — Na semana
passada joguei squash.
Através de meus cílios, eu olhei para ele. — E alguém do
escritório foi com você? Você falou de negócios?
— Não importa quem estava lá ou o que falamos.
— Ok, senhor. — Eu ri, então tomei um bocado do meu
café-da-manhã. Durante a mastigação, inclinei a cabeça para
o lado e olhei para ele. Pela primeira vez, ele não estava num
terno, mas numa camiseta e jeans. Como era possível ele
ainda parecer melhor?
— Então, você não vai mesmo ao escritório hoje? —
Perguntei depois de engolir.
Ele me ignorou até depois de dar a volta no balcão e
pegar um café. — Eu não disse exatamente isso.
— Ha! — Gritei. Ele suspirou antes
de tomar um gole de seu café e inclinou
seu quadril contra o balcão ao meu lado.
— Quando foi o último dia de folga para você? — Perguntei. Dei outra
mordida e depois outra, enquanto ele pensava em sua resposta, que me disse
o suficiente; ele não conseguia se lembrar da última vez que ele teve um dia de
folga. — Não se preocupe, seu silêncio é suficiente. — Eu sorri. Ele grunhiu
em resposta. Então eu acrescentei: — Eu não sabia que você usava roupas
casuais nos finais de semana.
Ele encolheu os ombros. — A menos que haja uma reunião, eu faço. —
Nós caímos num silêncio confortável. Terminei meu bagel e café, e Grayson
terminou sua branda bebida. — Diga-me o que uma pessoa normal faria no
fim de semana, então? — perguntou.
Sorrindo, eu disse: — Bem, Dylan e eu vamos ao cinema e, então, vamos
jantar depois. Antes disso, eu pensei em ir à biblioteca. Eu não leio um bom
livro faz algum tempo. Os que eu costumava ler Robert odiava. Pensava que
eram de mau gosto, então parei. — Mordi o lábio inferior.
— Por que uma biblioteca? Por que não uma daquelas coisas de Kindle?
— Eu amo segurar um livro em vez de um dispositivo. Nossas vidas em
breve serão governadas pela tecnologia, se já não estiverem.
— Por que não comprar o livro, então? Eu acho que eu pago o suficiente
para fazê-lo.
— Oh, eu vou. Se eu realmente amar o livro, eu vou
comprá-lo para que eu possa relê-lo.
— Você relê um livro?
— Diabos, sim. — Eu sorri. — Uma história em que sua
mente se perde, onde você sente o que os personagens
sentem, não é suficiente ler apenas uma vez. É algo que você
quer experimentar mais e mais. O amor, a luxúria, a traição,
a perda... tudo. Um bom livro pode obter seu coração
bombeando, sua barriga revirando e seu corpo formigando.
É algo que uma pessoa pode experimentar, não importa
quantas vezes você o lê.
— Você realmente gosta de ler. — Ouvi o humor em sua
voz.
Calor encheu minhas bochechas
enquanto eu caminhava ao redor do
balcão para a pia. Olhei pelo canto do
olho antes de tomar o meu prato de lavá-lo. — Desculpe, às vezes me deixo
levar. A leitura é algo que minha mãe era apaixonada.
— Não se desculpe. Eu nunca conheci ninguém tão tomada com a leitura.
Balançando a cabeça, liguei a torneira, enxaguei meus pratos, em seguida,
coloquei-os na máquina de lavar louça. Eu ainda estava para conhecer os
dundes que limpavam a casa ou faziam as compras de alimentos. Isso
geralmente ocorria quando estávamos no trabalho.
— Você estava perto da sua mãe?
Endireitando-me, voltei e pressionei contra o balcão, encontrando o olhar
de Grayson. — Sim. Ela era incrível. Tipo inteligente, bonita.
— O que aconteceu?
Mudei meus olhos de seu rosto para o chão. — Câncer.
— Porra, câncer é uma merda.
Uma risada trouxe meu olhar para ele. — Sim, ele realmente é. Posso
perguntar... seus pais? — Eu sabia que eles estavam mortos, mas isso era tudo.
— Nunca foram pais. Eles não valem o fôlego até mesmo para falar sobre
eles.
— Eu sinto muito.
— Eu não. Realmente, isso me levou até onde estou hoje.
Eu sorri, provocando. — Um viciado em trabalho.
Ele riu. Eu amei a sua risada. Torceu minha barriga de
maneira agradável. Quando ouvi isso, aproveitei o tempo
para assistir, ouvir e apreciar.
— Algo assim — admitiu. — Que filme você vai ver com
o meu irmão?
— Ele disse que eu poderia escolher e eu ouvi que ele
odeia filmes de terror. — Fiz uma pausa para sorrir. —
Então, nós vamos ver um.
Grayson sorriu. Eu estava tão feliz que ele entrou na
cozinha naquela manhã. Mesmo que ele
me pegou cantando e me assustou. Pelo
menos eu consegui vê-lo sorrir, sorrir
tolamente e até mesmo rir.
Ele não estava tão frio, depois de tudo.
— Você é má.
— Oh, eu sei.
— Vocês dois se aproximaram.
Eu sabia que minha expressão se suavizava porque eu aquecia toda vez
que eu pensava em Dylan. Ele me salvou e se tornou meu melhor amigo. Ele
teria sempre um lugar no meu coração.
— Nós temos. Ele entrou em minha vida justo quando eu precisava dele.
Eu estaria perdida sem ele.
— Estou feliz então que você tenha se encontrado com ele. Mesmo que ele
me irrite tanto.
Joguei minha cabeça para trás e ri. Balançando a cabeça, eu admiti, — Ele
faz isso com todos. Acho que é o charme dele de certa forma.
Grayson bufou. — É melhor eu deixar você se preparar para a biblioteca.
Aproveite o seu dia, Makenzie.
— Você também, Grayson. Não trabalhe muito duro. — Eu pisquei antes
de sair da sala, rindo para mim mesma da piscadela. Era algo que eu nunca
teria pensado em fazer para Grayson, mas estava mais relaxada ao seu redor.
Eu só esperava que ele não achasse que era uma contração
em vez disso.
Foi a conversa mais longa que eu tinha tido com
Grayson, e não tinha nada a ver com negócios. Eu me
encontrei sorrindo e pulando juntamente com uma nova
primavera no meu passo.
Eu não teria uma queda por meu chefe embora.
Nunca.
De jeito nenhum.
Ainda assim, isso não me impediu de pensar, durante
todo o dia, sobre a nossa conversa na cozinha.
Mesmo depois do filme, quando Dylan estava me
amaldiçoando de preto e azul, ameaçando
retorno dez vezes, eu estava sorrindo.
No elevador, após o jantar, Dylan
enrolou o braço em meus ombros e disse: — Eu não posso deixar de sentir a
sua felicidade esta noite. Foi por me torturar ou há outra razão?
Encolhendo os ombros, eu sorri. — Não há razão realmente, embora
torturar você é um divertimento extra.
Ele zombou. — A maneira como você usa suas emoções me assusta.
— Só porque é à sua custa.
— Exatamente. Será que você aproveitou o seu jantar?
— Eu fiz. Quem teria pensado que um bar de motoqueiros serviria o
melhor bife da cidade. — Deitando minha cabeça contra o peito dele, eu disse-
lhe — Você é o melhor amigo gay que alguém poderia pedir.
Ele cantarolou e, em seguida, beijou o topo da minha cabeça.
As portas do elevador se abriram, e meus olhos foram direto para o
homem de pé no bar, servindo-se de uma bebida. Saí do braço de Dylan e
entrei na sala.
Grayson sorriu e, em seguida, perguntou: — Você gostou do filme,
irmão?
Dylan gemeu, dando um passo ao meu lado. — Não. Eu estarei tendo
pesadelos a noite toda. Então, se o telefone tocar no meio da noite, e já que
você é meu grande irmão, você precisa cuidar de mim lendo-
me uma história para dormir.
Grayson riu. — Não vai acontecer. — Os olhos dele
vieram até mim. — Você teve uma boa noite, Makenzie?
Sorrindo, eu assenti. — Eu fiz.
— Você visitou a biblioteca hoje? — Perguntou.
Meu rosto se iluminou. — Sim, e eu tenho mais de um
bilhão de livros.
Ele ergueu o queixo para mim e sorriu. — Estou feliz
que você encontrou algum ao seu gosto. Eu vou para a cama.
Boa noite, Makenzie, Dylan.
— Sim, noite, bro 10 , — respondeu Dylan. Sua voz
parecia tensa, então eu olhei para ele
assim que eu disse meu boa noite para

10 Diminutivo de brother - irmão


Grayson.
Assim que Grayson estava fora da sala, perguntei: — O quê?
Ele estava olhando para mim estranhamente. Ele suspirou, esfregou a
mão sobre o rosto, e disse: — Você gosta do meu irmão.
Minha cabeça empurrou de volta. — O quê? Não! Não, não, nah-uh. —
Eu balancei minha cabeça. — Quero dizer, eu gosto dele como pessoa, mas
isso é tudo.
Dylan cruzou os braços sobre o peito. Sua cabeça foi para trás, olhos para
o teto, onde ele amaldiçoou, — Foda-se. Foda-me. — Ele puxou sua cabeça
para baixo, seus olhos nos meus. — Você gosta dele.
Eu balancei minha cabeça, uma e outra vez.
Dylan deu um passo adiante. Suas mãos pousaram sobre os meus
ombros. — Eu entendo que você faz, mas lembre-se, Grayson não é a pessoa
mais calorosa, e você acabou de sair de um casamento com uma pessoa que
não dava a mínima para você.
Dylan, é claro, sabia tudo que havia para saber sobre Robert, e ele odiava.
Ele me avisou para ficar longe de Robert ou ele lidaria com ele. Dylan também
me disse se alguma vez me pegasse duvidando de mim de qualquer forma, ele
lidaria comigo também.
De que maneira, eu não tinha certeza. Mas seu tom e
expressão me disseram que ele estava falando sério.
Num sussurro, eu disse: — Não é assim. Eu o admiro
como pessoa. Honestamente, Dylan, não há nenhuma
maneira que eu começaria qualquer coisa com alguém. Eu
não estou preparada. Só estou vivendo novamente. Eu quero
me divertir um pouco mais e quando chegar a hora e eu
sentir vontade de namorar — dei de ombros — eu realmente
não sei. Já faz um tempo, e tenho medo de parecer como um
peixe fora d’água, ofegando por ar.
Dylan suspirou de novo, dessa vez mais pesado. — Eu
vou ajudá-la através disso. Para que servem os melhores
amigos?
— Obrigada. Mas não será por muito
tempo ainda.
— Eu espero que não. Eu não estou
pronto para deixá-la ir ainda. Sou egoísta.
— Eu sei. — Eu sorri, batendo-lhe no estômago duro. — Foi por isso que
você rosnou para o motoqueiro esta noite, dizendo — “Minha” como um
homem das cavernas.
— Sim. — Ele sorriu, mas não alcançou seus olhos. — Está certo.
Eu estava fazendo meu caminho para a cozinha para um almoço tardio,
quando meu telefone tocou, era tarde de domingo. Eu sorri para o
identificador de chamadas, minha irmã. Nós tínhamos nos falado
regularmente, e eu apreciei cada chamada que tínhamos. Eu respondi. — Lori,
como você está?
— Bem. Como tem passado? — Sua voz calma veio do outro lado. Minha
irmã sempre foi tranquila, mesmo crescendo ela quase não fazia um som. Ela
era tímida e nervosa e era assim que minha mãe era quando
meu pai a tinha conhecido. Ele mal conseguia dizer uma
palavra para ela, e cada vez que ele falava com ela, as
bochechas da mãe aqueceriam e ela olharia para todos os
lados, menos para ele. Papai me disse que sabia que, à
primeira vista, minha mãe era a única para ele, então ele
esperou o tempo até que a mãe finalmente se acostumou a
ele, e então ele colocou um anel em seu dedo. Eu só podia
esperar que Lori encontrasse alguém especial. Um homem
que estivesse disposto a colocar tempo e esforço e não ficar
frustrado com sua timidez.
— Ótimo. Ontem fui à biblioteca, cinema e jantar num
bar de motoqueiros.
Lori ofegou. — Mesmo?
— Sim. — Eu sorri. — Dylan foi
comigo ao cinema e jantar. — Depois que
comecei a trabalhar na Jackson Media, eu
tinha falado com meu pai e Lori a cada semana. Ela sabia tudo sobre Dylan e
como ele me ajudou a conseguir o emprego e um lugar para viver.
— Estou feliz que ele fez. Como foi o jantar com o seu chefe e clientes? —
Com base nas poucas coisas que eu tinha contado sobre Grayson, ela achou
que ele era assustador. Sim, no começo eu achava também, mas não mais. Ele
era intimidante, podia gritar e rachar sua voz como um chicote duro. No
entanto, ele também era muito mais.
— Eu apenas me envergonhei algumas vezes. Às vezes, eu acho que
preciso de uma focinheira. — Ela riu. Eu falei em voz baixa: — Embora, Lori,
não posso acreditar nisso, mas desde que eu deixei Robert, os homens estão,
Deus, eles realmente se interessam por mim. Nunca pensei... é estranho.
— Que homens? Eu pensei que seu chefe tinha uma namorada.
— Oh, não. Não Sr. Jackson. Mas um cliente seu, que poderia ser meu
irmãozinho, juro que ele tem apenas a sua idade, e então há um arquiteto que
eu conheci uma vez quando estava com Robert. Na verdade, no foi o dia em
que eu deixei Robert.
— O que você vai fazer?
— Nada. Não estou pronta para qualquer coisa. Eu não acho que estarei
por um tempo.
O rosto de Grayson apareceu em minha mente. Eu
rapidamente pensei numa borracha e esfreguei isso.
— Como estão as coisas com você e os caras?
Ela bufou. — Nada de novo. Eu sou uma idiota
desastrada quando alguém tenta falar comigo. Ainda assim,
há um cara na minha classe que eu gostaria de conhecer. Se
minha língua se desgrudasse do céu da minha boca, eu
poderia realmente ter uma conversa normal com ele.
— Tenho certeza que se um cara estiver realmente
interessado, ele fará um esforço e não será perturbado pela
sua timidez.
Ela suspirou. — Eu acho que vou morrer virgem.
Eu ri. — Querida, você ainda é
jovem, linda, doce e inteligente. Você não
é nada como eu era em meus tempos de
faculdade. Simplesmente não... não se
apaixone pelo primeiro que cortejar você. Certifique-se de que ele tem a
aprovação do papai e minha. Eu não quero que você cometa o mesmo erro que
eu fiz.
— Oh, Kenzie.
— Não, eu realmente gostaria de ter ouvido você e papai. Então eu não
teria desperdiçado seis anos com um cara que não se importava comigo.
— Então você não teria um trabalho incrível, e pelo que você disse, uma
almofada doce para ir para casa todas as noites, e você também não teria
conhecido Dylan ou Angelia. Algumas coisas devem acontecer por um
motivo. Talvez, apenas talvez, você estava destinada a perder seis anos com
ele para finalmente se encontrar e, eventualmente, encontrar um homem que
vai ser seu tudo e ele verá o mesmo dentro de você.
— Eu só posso esperar, e eu quero que você tenha o mesmo, Lori.
— Um dia, talvez. — Eu podia ouvir o sorriso em sua voz. — De qualquer
forma, o motivo pelo qual eu liguei foi para avisá-la sobre o pai ter um novo
telefone. Seus textos são piores do que antes.
Rindo, eu disse: — Isso não pode ser verdade.
— Espere, me deixe encaminhar o texto que recebi dele esta tarde.
Silêncio e, em seguida, meu telefone apitou. Afastei-o do
meu ouvido para olhar para o texto.

Jellybean,
Eu preciso de alguns homens. Estou com tesão. Você
pode ir à loja e me pegar alguns homens. Traga para casa
qualquer tipo. Eu não sou engraçado. Só em pensar em
homens me faz babar, estou tão excitado. Obrigado, JB!
Papai.

Explodi em risos, minha mão indo para o meu estômago


enquanto eu relia e ria um pouco mais. Com o meu telefone
junto ao meu ouvido, a primeira coisa que
ouvi foi o pai gritando no fundo.
— O que ela está rindo? Você não fez.
Você mostrou a ela. Como você pôde? Eu
disse a você, Jellybean, você poderia ser a minha favorita se você não
mostrasse a ninguém e a excluísse. — Pai amaldiçoou e depois pegou o
telefone e disse: — Puddin, isso foi o estúpido telefone, porra. Ele mudou
minhas palavras sobre mim e eu não olhei antes de enviar essa merda. Eu
estava pensando em comida.
— Tem certeza que não estava pensando em homens?
— Droga, você é uma merdinha como sua irmã.
Repreendo minha risada, perguntei, — O que deveria dizer?
— Não, reúna-se com o outro diabo que gerei. Eu não estou falando com
nenhuma de vocês.
Ouvi Lori gritar para o pai. Ele resmungou algo em voz baixa, e então ela
voltou ao telefone dizendo — Isso foi divertido. Ele ficou todo vermelho
brilhante. Quando li pela primeira vez, nunca ri tanto e alto na aula antes. Ele
deveria dizer, eu preciso de alguma carne. Eu estou com fome. Você pode ir à
loja e me trazer pouco de carne. Traga para casa qualquer uma. Eu não sou
muito exigente. — Ela riu. — Só de pensar em carne me faz babar, estou
faminto.
— Se o pai não a matasse, a tia Olive teria uma boa risada e, depois daria
ao pai um monte de merda por isso.
— Eu sei. — Ela gargalhou. — Talvez eu possa trazê-la
de volta no Natal. Então, pelo menos, você me manterá a
salvo dele.
Natal. Eu não passava um com eles em um tempo tão
longo. Pensar nisso limpou o sorriso do meu rosto.
Lori, me conhecendo bem, mesmo após o tempo
separado, ordenou: — Não pense sobre isso, Kenzie. Todos
nós sabíamos que você desejava estar conosco. Nós não
temos nada contra você, então você não precisa se chatear.
Nós estamos olhando para o futuro, irmã. Não o passado.
— Para o futuro.
— Sim, e nós vamos ter o melhor tempo juntos.
— Assim que o seu curso for
concluído, você ainda está pensando em
se mudar?
Ela riu. — Bem, eu não mudei minha mente desde a última vez que nos
falamos. Mesmo que o pai não queira me deixar ir, ele ainda entende.
— Eu não posso esperar para conseguirmos um lugar juntas.
— Eu também.
— Filha do diabo, pare de fofocar com sua irmã e venha jantar.
— Nos falamos em breve? — Lori perguntou ao telefone.
— Claro. Te amo.
— Você também. Adeus por agora.
Sorrindo, eu terminei dizendo como o pai: — Mas não para sempre.
Foi ótimo ter minha família de volta, e eu não podia esperar até o nosso
primeiro Natal juntos. Tia Olive, irmã do meu pai, e tio Mason normalmente
vinham da Austrália para visitar. Eles amavam dar um inferno ao pai. Ele
também dava de volta, de modo que o dia era sempre cheio de risos.
Depois de uma refeição rápida, decidi ir verificar a academia e a área da
piscina. Escorregando no meu maiô, coloquei um vestido de verão por cima e
agarrei a minha toalha. Eu esperava ter o local para mim. Eu sabia que um
cliente estava hospedado no andar de hóspedes com sua comitiva, mas eu não
tinha visto quem era, e eu duvidava que estivessem querendo nadar ou
utilizar o ginásio se eles só estivessem na cidade para algum
tempo de inatividade.
As portas do elevador se abriram, e um suspiro deslizou
pelos meus lábios. Era enorme. Uma piscina de tamanho
gigante me cumprimentou e numa área para a esquerda
estava a academia com todas as máquinas conhecidas pela
humanidade, pelo menos eu tinha certeza disso.
Houve um estrondo. Pisei mais adiante. Isso foi quando
vi Grayson.
Querido Deus.
Ele estava no canto mais distante, deitado num banco
levantando pesos.
Ele também estava sem camisa,
nunca o vi assim, e desejei não ter visto
porque nunca soube o quão musculoso
ele era até aquele momento.
Merda, ele também tinha abdominais duros, oito deles.
Por que, oh, por que ele tinha que ser tão bonito?
Até as pernas cobertas de suas calças pareciam fortes.
Eu precisava voltar. Me afastar de lá antes que minha mente me
fornecesse pensamentos que eu não queria, e não poderia ter.
Retrocedendo... Tropecei em nada e pousei na minha bunda. Ao fechar os
olhos, deitei-me no chão com o braço sobre o rosto queimando de vergonha e
orei para que meu chefe não tivesse ouvido meus movimentos graciosos.
— Makenzie?
Não, não, não.
Eu desejava estar no meu quarto longe dele e do seu corpo.
— Você está bem? — Sua voz estava se aproximando.
Talvez eu pudesse fingir ter desmaiado.
Não. Então ele pensaria que eu desmaiei ao vê-lo ou ele chamaria uma
ambulância, e eles descobririam que eu era uma grande mentirosa.
— Estou bem, — gritei de volta. Retirei meu braço e abri meus olhos e
gritei. Grayson estava inclinado sobre mim. — V-você... tem que parar de me
assustar.
Seus lábios se contraíram, um gesto com o qual eu
estava me familiarizando, e se eu pensasse muito sobre isso,
o que é claro que não fiz, sempre me deixava com borboletas
hiperativas no estômago. Sua mão saiu. Sem pensar a peguei
e, em seguida, com um puxão rápido de minha mão e nada
mais — eu estava ao lado dele.
Merda. O suor cobria seu corpo; ele brilhava com isso.
Olhe para longe, Kenzie. Olhe para longe.
Ainda assim, não pude evitar. Era como se meus olhos
estivessem colados em seu peito e seus abdominais.
Robert nunca teve abdominais. Ele nunca foi duro. Ele
nunca parecia tão bom em apenas calças
de treino como Grayson.
Meus olhos se arregalaram. Eu
apenas gemi?
Oh, meu, caralho, Deus.
Virando os olhos para o chão, para a esquerda e depois para a direita,
murmurei com as minhas próximas palavras: — Hum, desculpe por
interromper você. Eu estava, só, pensando em ir nadar. Para me afogar.
Não lamba os lábios.
Mas eles estão secos.
Não. Não lamba. Grayson pode ter uma ideia errada.
Mas eles estão tão secos.
Eu não ligo. Não os lamba.
Jesus. Eu lambi meus lábios e desviei um passo, meu corpo inteiro estava
como se estivesse em chamas.
— Desfrute do seu banho, então, Makenzie. — Sua voz era leve, como se
ele pensasse que eu era engraçada por algum motivo.
Outro passo para trás. — Na verdade, penso, quero dizer, acabei de
comer, então talvez eu devesse nadar mais tarde. — Eu ri com nervosismo e
olhei para ele. Sim, ele tinha um meio sorriso no rosto. Seus olhos estavam
brilhantes, e seu cabelo era uma bagunça quente. Engoli minha risada e sorri.
— Eu não quero me afogar.
— Eu poderia ficar de olho em você, para ter certeza de
que não o faz.
Revirei os olhos para a esquerda e depois para a direita.
Apertei minha cabeça e novamente ri como se fosse
engraçado, quando nada era. — Não, eu vou voltar.
— Makenzie?
— Sim?
— Entre na piscina — ele ordenou com seu tom mais
severo e depois seguiu de volta ao ginásio.
Assim que ele estava mais longe e ainda tinha as costas
para mim, rapidamente tirei meu vestido, coloquei-o e a
toalha num dos assentos junto à piscina e fui para água.
Tudo antes de Grayson voltar a levantar
pesos.
Mordendo o lábio inferior, o observei
por um tempo e então decidi parar de olhar o meu chefe porque era uma má
ideia. Então eu comecei a fazer voltas, fingindo como se eu soubesse nadar
como um profissional. É certo que o meu estilo favorito era nadar como
cachorrinho. Não é o mais gracioso dos movimentos, mas diabos, eu
balançava!
Depois de duas voltas, fiquei sem fôlego então virei de costas e
simplesmente flutuei. Meu cérebro estúpido continuou me mostrando
imagens de Grayson repetidamente. Meu clitóris formigou, e eu seria
condenada ao inferno pela ação inadequada e, em seguida, minha mente pelas
ideias que eu estava tendo sobre o meu chefe, sobre o que seria caminhar até o
banco e escarranchar sua cintura para... não, não podia ir lá.
Ao levantar a cabeça da água, quando pensei que ouvi algo, meus olhos
foram até o elevador para ver Grayson em pé com uma toalha em volta dos
ombros, seu olhar me encontrou. Acenei. Ele não fez nada além de olhar para
mim quando as portas se fecharam sobre ele.
Então, me afundei debaixo da água e gritei.
Como de costume, a segunda-feira foi ocupada com chamadas, reuniões e
e-mails. Grayson também estava de volta ao seu ser mais obscuro. Não que
isso me incomodasse. Na verdade, ajudou a conter minha mente e lembrá-la
de parar de brincar quando se tratava do meu chefe. Então, mesmo quando
Grayson me grunhiu sobre um e-mail, que eu deveria ter enviado antes do
almoço, eu sorri e lhe disse que faria isso de imediato. Eu sabia que o trabalho
o estressava, qualquer um poderia entender quando seu negócio valia bilhões
e seus clientes poderiam ser uns idiotas.
Caso em questão, Zoe Douglas.
Ela caminhou pelo chão com uma careta no seu rosto
lindo e sua roupa de design em seu corpo perfeito.
— Eu quero ver Grayson — ela exigiu.
— Você tem um horário? — Perguntei.
— Não — ela disse com um sorriso de escárnio. — E eu
não preciso de um. Diga-lhe que estou aqui, e ele me deixará
entrar.
— Sinto muito, senhorita Douglas, mas o Sr. Jackson
está em uma chamada muito importante neste momento e
não deve ser perturbado. Você pode esperar na sala de
espera na frente, e eu irei buscá-la quando
ele estiver livre, ou eu posso entrar em
contato com seu gerente.
Ela bateu seu calcanhar no chão. —
Eu preciso de Grayson, e não vou esperar, sua vadia estúpida. Quando eu
venho aqui, exijo ser cuidada, não deixada de lado, como se eu fosse um joão-
ninguém como você.
A porta de Grayson abriu-se. — Zoe. Aqui, agora — foi falado baixo com
um rosnado.
Ela me enviou um olhar como se dissesse — Eu te disse — e deslizou para
o escritório de Grayson. Não olhei, eu não precisava, nem quando eu ouvia
muito bem. Ouvi a porta fechar e depois... gritos de ambos os lados.
Isso me lembrou a discussão que Grayson e Harpy tiveram fora do carro
na noite de sexta-feira. Eu ainda me perguntava qual era o resultado.
Eu não tive que me perguntar por muito tempo, muito para minha
decepção. Uma garganta se esvaziou na minha mesa. Olhei do computador
para ver um sorriso, de forma vingativa, Harper. — Eu quero ver Grayson.
Levantei minhas sobrancelhas. — Tenho certeza de que você pode ouvir
que ele está ocupado agora. — Eu falei, assim que sua voz explodiu atrás da
porta.
— Oh, não me importo de esperar. Além disso, tenho uma surpresa para
você. Encontrei alguém lá embaixo. Ele parecia perdido, então pensei que faria
o que era certo e o traria. — Ela sorriu, enquanto seus olhos brilhavam com
alegria. Então ela se afastou.
Com os olhos arregalados, fiquei em pé rapidamente. —
Robert, — eu respirei.
— Makenzie. — Ele sorriu e era doce seu sorriso.
— O que você está fazendo aqui?
— Eu vim falar com minha esposa.
Olhando para Harper, vi que ela parecia presunçosa
sobre suas descobertas. — Como você me encontrou? —
Perguntei a ele.
— Eu rastreei seu telefone.
Eu precisava de um novo telefone.
— Podemos falar, por favor? Esta
linda mulher ajudou-me a encontrar o seu
andar e agora gostaria de dizer algumas
coisas.
Balançando a cabeça, eu disse: — Não acho que haja nada a dizer.
— Makenzie. Querida, seis anos juntos e você está disposta a jogar tudo
fora?
Eu estava?
Estudando-o, seu terno de carvão, seus cabelos para trás gelificados, sua
voz empertigada e adequada, percebi depois de todas as palavras dolorosas,
suas maneiras de trapaça, que eu estava disposta a jogar tudo fora sem outro
pensamento.
Eu estava feliz.
Finalmente estava feliz com onde eu estava, meu trabalho, meu lugar
para ficar e eu me tornando mais do que eu tinha sido há muito tempo
ajudava.
— Desculpe, Robert, mas você apareceu esperando algo que você não
conseguirá. O que eu disse no telefone pela última vez ainda é o que eu penso.
Você assinou os documentos?
Sua mandíbula apertou. — Uma palavra privada, apenas por um
momento.
— Estou no trabalho. Não posso aceitar...
— Oh, eu posso cobrir a mesa para você enquanto você
fala com seu marido. — Harper sorriu docemente.
Robert olhou para ela e sorriu de novo com um aceno de
cabeça. — Veja, a adorável senhora está disposta a ajudar.
— Meu nome é Harper. — Ela lambeu os lábios para o
meu ex.
Robert estendeu a mão para ela. Ela pegou e eu assisti
com desgosto quando seu polegar esfregou a mão. — Eu sou
Robert Mayfair. É um prazer conhecê-la, Harper.
— O prazer é todo meu, — ela ronronou.
Para acalmar o meu estômago, eu precisava que Robert
entendesse rapidamente que o que ele queria, não
aconteceria e então ele iria embora.
— Robert, por favor, me siga, — eu
disse e caminhei ao redor da escrivaninha
pelo corredor para a sala de descanso
onde o café e lanches eram fornecidos. Virando, inclinei-me contra o balcão e
perguntei: — O que você precisa?
Ele suspirou e depois sorriu. — Querida, eu preciso de você. Sempre foi
você, e me desculpe o que disse foi uma mentira, eu não te traí. Eu nunca faria
isso com você. Preciso que você venha para casa. — Ele riu. — Você não pode
honestamente gostar de trabalhar aqui, como uma assistente. Sim, pode ser
chique, mas não é um trabalho para minha esposa.
Minhas mãos agarraram o balcão de cada lado dos meus quadris. —
Nada mudou desde que falei com você na última vez, Robert. Não vou voltar.
Seus olhos brilharam com aborrecimento. — Você se importa tão pouco
comigo e com o que eu quero?
—Não, é só que finalmente estou me colocando em primeiro lugar, pela
primeira vez.
Ele bufou. — Makenzie, isto não está nos levando a parte alguma. Venha
jantar hoje à noite e podemos conversar um pouco mais.
Balançando a cabeça, levantei os olhos para o chão e voltei para o meu ex.
— Assine os papéis, Robert.
— Não vou assinar, — ele latiu. — Nenhuma esposa minha me deixa.
— Então é uma sorte que ela não é sua esposa, — foi
grunhido atrás de Robert.
Eu soltei um grito, como sempre que Grayson se
aproximava de mim e apenas o vi dentro da sala, apoiando o
ombro da porta, com os braços cruzados sobre o peito.
Robert girou e exigiu: — Quem você acha que é para nos
interromper e dizer algo assim?
— O chefe de Kenzie. — Sua sobrancelha se levantou.
Robert ficou rígido. — Eu acho que é melhor você ficar
fora do nosso negócio. Isso é entre minha esposa e eu.
Grayson parecia entediado. — E eu acho que você
precisa colocar isso na sua cabeça, ela não é mais sua esposa.
— Quem...
Grayson se endireitou e inclinou-se
para Robert. — Eu sou o chefe dela. Eu
sou o único que viu a dor brilhar sobre
seu rosto quando você lhe disse que a traiu. Que lhe disse que ela era estranha
e gorda. Deixe-me adivinhar, você gostava de ir para casa, para uma casa
limpa e quente com uma refeição cozida. Você quer que ela volte para que você
possa ter seu bolo e comê-lo também.
— Você não sabe o que...
— Eu faço. Eu vi seu tipo. Meu pai era um deles. Kenzie trabalha para
mim agora. Se deseja que você assine os papéis, você fará. Se ela deseja nunca
mais te ver e acho que ela faz, você terá que lidar com isso. Faça. Ou eu
mesmo faço. Está claro?
Meu coração batia tão rápido que estava doendo, de uma maneira boa e
selvagem. Assistir a Grayson colocar Robert para baixo, era algo que eu nunca
pensei que fosse me excitar, mas era.
Oh, Deus. Eu estava doente? Excitar-me tanto que meus mamilos ficaram
duros, enquanto minhas calcinhas ficaram úmidas porque meu chefe estava
me defendendo contra o meu ex?
Robert voltou-se para mim. — Makenzie?
— Me desculpe, Robert...
— Não, ela não se arrepende — Grayson cortou.
Escondi meu sorriso com tosse. — Ah, eu gostaria que
você assinasse os documentos e aceitasse que não vou voltar.
Robert franziu o cenho. — Você está cometendo um
grande erro.
Encolhendo meus ombros, respondi. — Veja, eu não
acho que estou.
Grayson se afastou da porta quando Robert saiu sa sala.
— Obrigada, — eu sussurrei.
Meu chefe me olhou, minha respiração pesada, meu
corpo tremendo. Perguntei-me se ele achava que eu estava
assim por medo ou preocupação. Não era. Não que eu lhe
diria a verdade de porque tremia. Porque eu estava ligada
pela primeira vez em anos.
Ele grunhiu, virou-se e saiu da sala.
Então ele latiu alto: — Volte para o
trabalho.
Pouco depois, eu voltei para minha mesa sem encontrar o olhar de
ninguém. Só mantive minha cabeça erguida e deixei a tensão sair de mim
quando não vi Harper ou Zoe à vista. Sentei-me e reli o e-mail com o qual eu
estava trabalhando para enviá-lo para o Vice quando uma mensagem surgiu
na minha tela.
Isso foi inacreditável. A mensagem veio de Darby.
Eu olhei para ela. Ela assentiu com a cabeça, esbugalhou seus olhos para
mim e, em seguida, concentrou-se em seu computador.
Outra mensagem apareceu: Depois que o Sr. Jackson terminou de gritar com
Zoe, ele abriu a porta, olhou para Harper e perguntou onde você estava. Ela disse que
você estava lidando com um assunto pessoal durante o horário comercial. Essa garota é
perversa. Ela quer que você vá embora, mesmo ela não querendo seu trabalho. De
qualquer forma, ele disse algo para Harper, que bufou e depois decolou. Então o Sr.
Jackson foi procurar por você. Aquele era o bastardo do seu ex?
Sim. Respondi de volta.
Eu acho que o Sr. Jackson está feliz com a forma como você faz o seu trabalho para
ficar assim por você. Ele nunca fez isso antes.
Eu suponho.
Eu podia ouvi-la rir. Olhando para lá, eu a vi sorrir e
balançar a cabeça.
Bem, é melhor eu voltar ao trabalho. Mandei um rosto
sorridente. Eu odiava o pensamento das muitas perguntas
que me fariam quando fosse almoçar amanhã com Darby,
que adorava fofocar, espalhar o último drama de escritório.
Então, novamente, eu os deixaria pensar o que eles
quisessem. Não consegui me preocupar com isso. Eu diria o
meu lado, e se eles acreditassem, então eles fizeram. Se eles
pensassem algo mais do jeito de Grayson ser comigo, então
eu os deixaria.
Mesmo que minha barriga agitasse de nervoso.
Eu gostava do meu chefe. Eu gostava do meu trabalho e
de onde eu estava hospedada e nada, ou
ninguém, iria arruiná-lo para mim, agora
que eu estava em meus próprios pés.
O interfone tocou. — Sra. Mayfair,
traga um formulário de contrato para Ethan.
Empurrei minha cadeira para trás, fui ao armário de arquivos e peguei
um formulário. Parei em sua porta e respirei fundo. Corpo, por favor, comporte-
se.
Abrindo a porta, meu olhar pousou em Grayson, que gesticulou para o
arquivo com a mão enquanto seus olhos estavam no computador. Entreguei-
lhe o arquivo e me afastei. — Mais alguma coisa?
— Sim, — ele mordeu friamente. — Na próxima vez, eu preferiria que
você resolvesse seus problemas pessoais em outro lugar. Eu não deveria ter
que interferir.
Foi então que medo encheu meu peito e eu desinchei como uma boneca
inflável.
— Claro, — eu estalei. Deus, eu nem lhe pedi para interferir em primeiro
lugar. Se não fosse por seu último caso, Robert não teria chegado até aqui.
Grayson estava chateado comigo porque ele causara um barulho na frente de
seus outros funcionários. Bem, eu estava chateada que ele estava tirando isso
em mim.
Homens. Todos os mesmos malditos.
— Mais alguma coisa, Sr. Jackson? — Perguntei sem
emoção. Fiquei bem em me desligar.
— Não, isso seria tudo. — Ele nem me olhou.
Bom.
Tudo estava bem e fodendo bonito.
Voltei para a minha mesa, fechando a porta do escritório
um pouco mais abruptamente do que deveria, mas não me
importava. Eu queria que ele soubesse que eu estava com
raiva dele por ser um pau sobre o assunto que ele mesmo se
envolveu.
Ele deveria ter ignorado, me deixado lidar com isso, mas
ele não tinha, e eu não seria culpada por suas ações.
Foda-se, foda-se seu rosto bonito, seu
corpo quente e sua voz profunda.
Eu voltaria a chamá-lo de Sr. Jackson.
Eu voltaria a evitá-lo na cozinha.
Na verdade, eu instalaria um maldito frigo-bar no meu estúpido e lindo
quarto, em seu apartamento feio e maravilhoso.
Foda-se, Sr. Jackson.
— Puddin, Jellybean tirou um tempo extra da faculdade para o longo fim
de semana que vem no próximo mês. Então, uma vez que você está resolvida
com o seu trabalho, e está livre do cabeça de merda, queremos fazer um
passeio para ir vê-la. Passar uma semana talvez.
Sorrindo, me sentei na cama e tossi um pulmão antes de dizer: — Eu
adoraria isso, pai. Vocês podem ficar aqui comigo. Há espaço suficiente.
— Você parece tão doente como um cachorro.
Eu ri. Papai nunca foi conhecido por sua sutileza.
Depois de outra rodada de tosse, eu respondi: — Bem, é uma
sorte que é sexta-feira à noite e posso gastá-la na
recuperação. — De fato, o Sr. Jackson me enviou para o
apartamento cedo porque as pessoas estavam preocupadas
com a gripe que eu tinha.
— Se certifique de descansar, Puddin.
— Eu vou, papai, e eu vou tomar alguns remédios para
a tosse.
Papai assobiou. — Você tem certeza de que é sábio?
Eu ri. — Eu estou no meu quarto sozinha, que é onde eu
vou ficar para o resto da noite. Certamente nada pode dar
errado.
— Hmm, talvez você se tranque para
ter certeza.
Ok, então, toda vez que eu tomava remédio para a tosse, ficava um tanto
louca. Isso me transformava numa Kenzie feliz e bêbada.
No entanto, tinha a noite para mim. Dylan disse que poderia parar com
alguma sopa se ele tivesse tempo, mas eu o avisei para não fazê-lo. Eu não
queria passar a gripe para ninguém.
— Eu vou, pai. Não se preocupe.
— Você se lembra da última vez que você ficou doente?
Suspirando, assenti com a cabeça. Não que papai pudesse ver isso, então
eu respondi: — Sim.
— E onde eu te encontrei? — Sua voz ficou clara com humor.
— Fora, cantando e dançando no meio da rua.
— Isso é certo, e então você pensou que você era invencível e queria parar
qualquer carro que dirigisse pela nossa rua. No dia seguinte, depois que
algumas fotos chegaram ao jornal local, você desejou nunca ter herdado essa
característica de sua mãe.
— Por sorte, não tenho ficado doente há muito tempo. Além disso, acho
que estou no lugar certo para tomar o remédio, já que é altamente protegido.
Tenho certeza de que um dos homens de segurança me pegará se eu tentar
fugir.
— Eu os avisaria, apenas no caso.
— Eu poderia ter me curado disso agora.
— Puddin. — Papai riu. — Descanse um pouco. Tchau
por enquanto, mas não para sempre.
— Tchau, papai.
— Além disso, vou ficar de olho no jornal amanhã. —
Ele riu.
— Papai. — Eu gemi, mas ele já tinha desligado. Eu sorri
quando coloquei meu celular na cama.
Embora me sentisse como uma porcaria, falar com o
meu pai sempre aliviava a minha mente.
Tinha sido um par de semanas
cansativas, que foi o que provavelmente
me deixou abatida e doente. O que não
ajudou foi que Angelia tinha a maldita gripe na semana passada na hora do
almoço. Estava certa que ela espalhou por toda a cafeteria com seus ataques de
tosse. Qual outra razão poderia ser para Grayson me enviar para casa cedo
depois que ele me viu quase colocar um pulmão para fora. Um olhar estranho
apareceu em seu rosto e ele me ordenou ir para o andar de cima.
As coisas entre nós voltaram para a forma como haviam sido quando
comecei. Não havia mais bate-papo na cozinha, olhares persistentes, e sabia
que eu tinha muito a ver com isso. Porque na tarde que ele me irritou, eu saí e
comprei um frigo-bar para o meu quarto. Eu comia meu café da manhã na sala
de estar do meu quarto. Eu cozinhava o jantar assim que terminava o trabalho,
sabendo que ele ainda estaria ocupado. A única vez que o via era no trabalho.
Eu pensei que era o melhor. Eu me confundi com meus sentimentos por
ele, e a conclusão final era que eu não queria que minhas fantasias sujas
arriscassem meu trabalho.
Foi por isso que eu fui on-line e pedi um vibrador roxo de tamanho
monstro. A mercadoria estava configurada para chegar a qualquer dia, e a
empresa prometeu discrição, então eu estava confiante de que imagens de
pênis e grampos de mamilos não decorariam o pacote.
No final da primeira semana, ele me chamou no escritório dele. Eu estava
de pé na frente da escrivaninha e disse: — Sim, Sr. Jackson?
— Posso perguntar por que você não está tomando café
da manhã?
Tensa, eu respondi com honestidade — eu tenho
tomado sim.
— Engraçado, eu não vi você fazer isso. Eu não quero
que você faça algo estúpido, ignorando uma refeição.
Eu apertei meus olhos. — Eu não estou sendo estúpida.
Eu estou comendo na minha sala de estar, eu tenho meu
frigo-bar no meu quarto.
Os olhos dele haviam disparado. — Você tem um frigo-
bar no seu quarto?
— Sim.
— Por quê?
Com as mãos nos meus quadris, eu
estalei: — Porque eu odiaria se surgisse
uma questão pessoal e você precisasse intervir, mesmo que eu nunca lhe pedi
ajuda, e eu fosse tratada como se fosse alguma criança. Eu também não acho
que você gostaria de uma pessoa tão estúpida em sua área.
Ele suspirou, passou a mão pelo rosto e gemeu meu nome, — Kenzie.
— Há algo mais, Sr. Jackson?
Mesquinha, eu sabia que era assim que eu estava agindo, mas não
deixaria outro homem caminhar sobre mim. Ele pode ter se sentido mal por
como ele agiu, então que seja. Somente, que ele nunca se desculpou. O Sr.
Jackson e eu estávamos melhores como empregador e empregado... não
amigos que conversam, que tomam café juntos. Não importa o quanto eu sinta
falta.
Foi mais tarde naquele dia que eu voltei para a minha mesa e ouvi duas
vozes masculinas no escritório do Sr. Jackson gritando um para o outro. Não
consegui distinguir as palavras, mas pareciam duras apenas pelo volume.
Quando Dylan saiu, batendo a porta atrás dele, meus olhos se abriram e
eu sussurrei: — Você está bem? — Eu não pude deixar de pensar que eu tinha
algo a ver com os irmãos discutindo. Afinal, tinha sido apenas alguns dias
antes que eu disse a Dylan o que aconteceu com Robert e, em seguida, com
Grayson.
Ele se inclinou e beijou minha bochecha. — Tudo bem,
querida. Era sobre um desenvolvimento imobiliário. —
Dylan já havia falado comigo sobre fazer seu ato em
conjunto, e ele pensou que comprar, construir e vender terra
era o caminho a percorrer. Imaginei que seu irmão não
estava feliz com isso. Grayson sempre pensou que Dylan
voltaria a cantar. Embora fosse algo que Dylan nunca faria.
Ele havia dito que ele havia festejado o suficiente em seus
anos mais novos e ja tinha acabado aquela fase.
— Não parecia que Grayson estava contente com isso.
Ele sorriu. — Não se preocupe, ele irá ficar. Eu tenho
que ir. Ainda vamos jantar amanhã à noite?
— Definitivamente.
Balançando a cabeça com esses
pensamentos, entrei no banheiro e peguei
a garrafa de remédio contra a tosse do
balcão. Derramando a quantidade certa no copo de medida que vinha com o
remédio, rezei para que eu não ficasse muito louca e engoli.

— Kenzie, mantenha suas roupas — Dylan implorou por... eu não tinha


ideia de quantas vezes.
— Meu corpo está doendo. Odeio estar doente, Dylan. Mas eu te amo.
Você sabe disso? Você é meu melhor amigo em todo o mundo. — Peguei-o na
cama e abracei-o com força.
— Diga-me novamente o que você tomou? — Ele riu debaixo de mim.
— Apenas um remédio para a tosse. — Sentando de repente, engasguei.
— Meu Deus. Funcionou. Eu não estou mais tossindo.
— Você acabou de ter um ataque há cinco minutos, querida, — disse
Dylan, sentado ao meu lado na beira da cama.
Me virando para ele, puxei as sobrancelhas para cima e perguntei: — Eu
fiz? — Eu não conseguia me lembrar. Tudo o que sabia era que eu me sentia
maravilhosa. Exceto que eu estava tão quente.
A mão de Dylan veio sobre a minha. — Mantenha o seu
top, — ele quase grunhiu.
— Mas eu estou quente.
— Lembre-me de nunca aparecer quando estiver alta.
— Eu não estou alta. Eu estou fantástica — eu aplaudi,
então gemi quando as mãos de Dylan esfregaram meus
ombros. — Isso é tão bom, — eu disse-lhe.
— Jesus, — ele murmurou e parou.
— Não! — Eu chorei. — Mais, por favor. Agradável,
com um pênis no topo. — Eu me inclinei para rir. Então
parei. — Pênis. Pê-nis. Galo. Pau. Espetinho de carne.
— Kenzie. O que diabos você está
fazendo?
— Sentada no chão entre suas pernas
para que você possa me massagear.
— E toda a conversa sobre o pênis?
Bufando, expliquei: — Acabei de encontrar a palavra engraçada vindo da
minha boca. Como vagina, boceta, bichano, clitóris... Oh, sim, aí mesmo.
As mãos de Dylan se amassaram nos meus ombros, e me sentia incrível.
— Kenzie — gritou Dylan. — Pare de tentar tirar suas roupas, droga.
— Apenas meu top, por favor.
— Não.
— Dylan, — choraminguei, e rapidamente me inclinei para frente,
puxando o top do meu corpo, depois tirando meu sutiã.
— Foda-me. Você disse o top e eu não queria isso. Agora você tirou o seu
sutiã fora.
Peguei o sutiã, enrolei no meu dedo e o joguei do outro lado da sala com
um "Woo-hoo". Sentando de volta, eu disse: — Aí, agora continue, escravo. —
Olhando para ele, notei que ele não estava olhando para baixo, mas suas mãos
ainda estavam nos meus ombros e começaram massagear. — O corpo de uma
mulher te ofende?
— Não.
— Os peitos são realmente como bolas, apenas maiores e
menos peludas. Como você não pode gostar deles, mesmo
que não goste de mulheres? — Peguei meu peito e apertei. —
Eu acho que eu poderia acariciar partes de outra mulher.
Bem, talvez apenas seus peitos.
— Por amor de Deus, pare de falar.
Suspirando, assenti com a cabeça. — Tudo bem, mas só
se você continuar.
— Tudo bem. — Ele estava com de dentes cerrados, ou
pelo menos parecia ser assim.
Comecei a cantarolar a música para o "Milkshake" de
Kelis até as mãos de Dylan se moverem para baixo nas
minhas costas, arrancando um gemido de
mim. — Dylan, isso parece ma-ra-vi-lho-
so.
Foi então que a porta do meu quarto estourou aberta, batendo na parede
atrás dela. Eu gritei, saltei do chão com as mãos indo para o meu coração para
tentar pará-lo.
— Que caralho está acontecendo? — Grayson grunhiu. Olhei fascinada
enquanto seus olhos passavam pela cama, para a cama, para o irmão, para
mim, de volta ao irmão onde eles escureceram, e depois para mim, mais uma
vez, onde eles se abriram.
— Feche a maldita porta — gritou Dylan. Ele se levantou da cama e
correu para a porta, fechando-a rapidamente. — Ao contrário, ela escapará,
idiota.
— Diga-me por que eu não deveria te matar? — Grayson exigiu a Dylan e
depois o empurrou. — Oh, yay. Grayson está aqui — eu gritei, minhas mãos
indo no ar para agitá-las.
— Ela está bêbada?
— Maldito remédio para tosse. — Dylan suspirou. — Kenzie. Gire o
inferno e vire para a parede.
Parei de dançar e coloquei minhas mãos nos meus quadris. Estreitando os
olhos, perguntei: — Por quê? Só porque você é gay e meus peitos...
— Você disse a ela que você era gay? — Gritou tão alto
que tive que cobrir meus ouvidos.
Dylan pisou para mim, pegando meu top no caminho,
que ele enfiou na minha cabeça, puxando meus braços para
dentro dos buracos. — Eu tinha que fazer alguma coisa. Ela
estava nervosa comigo de outro modo. Eu entrei em pânico.
As mulheres se sentem confortáveis em torno de homens
gays.
— Dylan e Grayson são irmãos. Irmãos quentes, um gay
e outro não. Um meu chefe e um não, — eu cantei,
balançando a minha própria batida.
— Maldito inferno, — ouvi Grayson resmungar. — Não
é de admirar que ela não esteja no jantar...
— Há uma festa? — Eu chorei. —
Yay!
— Merda — disse Dylan. Ele tentou
agarrar-me, mas fiz um giro magnífico e
passei por ele. — Pegue-a — berrou Dylan.
Eu joguei minha cabeça para trás e ri. Eu estava entusiasmada por me
juntar a uma festa. Só então, algo firme e sólido veio em volta da minha
cintura, e fui puxada de volta para uma parede resistente. Olhando para trás
de mim, vi que meu muro, na verdade, era meu chefe.
— Ei, Grayson. O que você esta fazendo aqui?
Seus lábios se contraíram.
Sorrindo, eu disse: — Eu gosto quando seus lábios fazem isso. É fofo.
Sua sobrancelha se levantou. — Fofo?
— E eu gosto quando faz isso. Levantar uma sobrancelha como se você
fosse o He-Man, todo forte e poderoso. — Lentamente, entrei em seus braços.
— Espere um minuto, seu idiota. Estou irritada com você, você grande
mandão... chefe. — Eu olhei para ele.
Seus lábios contraíram novamente.
Apontei meu dedo para eles. — Não faça isso quando estou com raiva. —
Eu pisquei. — Agora, por que eu estava irritada?
— Não tenho certeza.
— Não. — Eu balancei minha cabeça. — Você lembra
porque agora me lembro. Não fique tão zangado se eu te
envergonhar.
Ele bufou. — Eu prometo que não vou mais.
Sorrindo, eu disse: — Tudo bem. Agora eu vou abraçá-
lo. — Eu coloquei meus braços ao redor de sua cintura e o
abracei fortemente.
— Ela está fofa deste jeito, hein? — Eu ouvi Dylan dizer
de algum lugar atrás de mim.
— Eu acho melhor se eu sair — disse Grayson
suavemente, e então senti as mãos na minha cintura. Ele
tentou me empurrar de volta, só que ele era tão quente e
duro e incrível, então não estava tendo nada disso. Em vez
disso, eu pulei, fazendo-o tropeçar, mas
ele me pegou com as mãos na minha
bunda enquanto eu envolvi meus braços
ao redor de seu pescoço e minhas pernas
em volta de sua cintura.
— Por amor da porra, Dylan, me ajude — Grayson latiu.
— Eu sou um macaco — eu gritei e depois ri, aconchegando meu rosto no
pescoço dele.
Dylan riu. — Nenhuma maldita chance. Eu a ocupei por uma hora antes
de você aparecer, e agora ela é toda olhos sonhadores para você.
— Você tirou seu top — gritou Grayson.
— Ela tirou isso. E de qualquer forma, não vi muito. Além disso, ela
apenas ficou feliz por me ver quando eu apareci. Ela não gritou com alegria
para mim como fez por você. Além disso, já estou atrasado para um encontro.
— Dylan, eu juro pelo poderoso Cristo se você sair deste quarto... Pare,
você não pode...
— Eu posso e eu vou.
— Eu tenho uma festa para participar.
Debruçando, chorei: — Festa? Sim, vamos balançar e rolar. — Eu pulei da
minha árvore e corri para a porta, só que minha mão ficou enganchada em
alguma coisa. Virando, vi Grayson segurando-a.
— Não, Kenzie. Nada está acontecendo fora dessa porta.
Dylan!
— Divirta-se. Não se preocupe, deixarei as pessoas
saberem que você está indisposto.
A porta se fechou com um estrondo, e então eu pensei
ter ouvido Dylan rir lá fora.
Olhando para Grayson, perguntei — Então, não há
nenhuma festa?
— Não. Nenhuma festa.
— Hmm, — eu murmurei. Grayson aproximou-se e
perguntei: — Então, o que vamos fazer? Você parece vestido,
todo elegante e bonito? São as mesmas coisas?
Ele suspirou, passou a mão que
estava livre, não segurando a minha,
sobre o rosto. — Você vai se matar pela
manhã.
— Por quê?
Ele bufou. — Não se preocupe.
— Você tem certeza de que não há festa para a qual podemos ir?
— Sim.
— Então... você quer me fazer uma massagem como Dylan estava
fazendo?
— Cristo... não.
— Oops, desculpe. Esqueci que você está com Harpy. Não é que haja algo
de errado com uma massagem. Quero dizer, você estaria apenas tocando
meus ombros. Nenhum dano pode vir disso, ou você acha que ela não vai
gostar?
Ele riu. — Ela odiaria.
— Maldita. — Pensei um pouco mais. — Quer dançar? Ir para uma rave?
Esqui aquático? Oh, eu sei, vamos ao ginásio.
— Kenzie?
— Sim, Grayson?
— Estou cansado.
— Ah, não. Isso não é bom. Posso trazer algo de volta
enquanto eu vou ao supermercado.
Grayson puxou minha mão e me levou para a cama. —
O que você está indo fazer lá? — Ele perguntou.
— Um red bull, não, chocolate. Não, preservativos. Ou
alguma cera. Preciso de cera, primeiro.
— Suas pernas já estão depiladas.
Rolando os olhos, eu ri e quando Grayson me empurrou
de volta, então eu estava sentada ao lado da cama, eu disse-
lhe: — Não para as pernas, eu preciso disso para minha...
— Quieta, Kenzie — Grayson rosnou na garganta.
— Ok, — eu sussurrei e depois o vi caminhar ao redor
da cama. Ele tirou o casaco e a gravata e
desabotoou os dois primeiros botões de
sua camisa antes de se deslizar na cama.
— Venha deitar, apenas por um momento — ele ordenou com o braço
erguido na cama.
Eu torci, pulei e deitei ao lado dele com a cabeça no peito. Seu braço
enrolou meus ombros.
Bocejando, admiti — acho que estou com sono.
— Estou contente.
— Noite, Grayson.
— Boa noite, Kenzie.
Meus olhos se abriram em pânico. De onde vinha o pânico, não tinha
ideia. Inspirei profundamente e tentei acalmar meu coração batendo rápido.
Puxando minhas mãos para cima do cobertor, colocando-as no meu peito.
Meus olhos se arregalaram.
— Oh, merda — eu respirei.
Havia apenas um problema em tomar medicamentos contra a tosse, e isso
era o dia seguinte... eu me lembrava de tudo.
Fechei meus olhos enquanto a noite voltava para minha
mente. Todo o meu corpo corou com o pensamento de...
caramba, meu chefe viu meus peitos! Eu o escalei como um
poste. Eu o abraçei, eu...
Meus olhos se expandiram. — Eu vou matá-lo, — gritei
e rapidamente saí da cama.
Indo para o meu guarda-roupa, procurei a roupa certa
para assassinato.
Dylan Jackson se machucaria feio.
Ele não era gay.
Ele mentiu para mim.
Ele... fiz uma pausa e voltei para a
porta do meu armário. Espreitando o
canto, vi minha cama vazia. Grayson
tinha dormido comigo na noite anterior,
mas ele não estava mais lá. Graças a Deus.
Oh, meu chefe me abraçou porque tentei fugir algumas vezes querendo
nadar. Eventualmente, adormeci com Grayson ao meu lado.
Mortificação queimava minhas bochechas.
Eu tive que deixar meu plano de assassinato para outro dia porque não
havia nenhum jeito que eu deixaria este quarto, não queria encontrar com
Grayson.
Ele viu meus seios, pelo amor de Deus.
Eu queria me enrolar numa bola e morrer de constrangimento.
Poderia uma pessoa morrer de vergonha?
Havia uma chance alta de poder se eu visse Grayson naquele dia.
Deixando meu armário, passei na minha bolsa e peguei meu celular.
Mandei um texto rápido para Dylan: Você morrerá uma morte bem dolorida,
e eu sorrirei em alegria enquanto o torturarei lentamente.
Sua resposta foi instantânea: Bom dia, luz do sol. :) Teve uma boa noite?
Cerrando meus dentes juntos, segurei meu celular e disparei: Morte.
Morte certeira, seu pequeno merda mentiroso.
Dylan: Eu posso ver que você não está de bom humor.
Lembre-se que te amo.
Eu: Você mentiu para mim, você é um saco de porcaria.
Dylan: Tudo por seu próprio bem. Se não fosse, não
seríamos BFF agora, não é?
Eu: Não é o mesmo quando meu BFFF NÃO é GAY e
viu meus seios.
Dylan: Bom conjunto que eles são. Por que existe um F
extra no BFF?
Eu: Melhor fodido amigo para sempre11.
Dylan: Agora, agora, luz do sol.
Eu: Você me deixou com seu irmão, que é MEU
CHEFE, e ele viu meus seios. Eu disse
coisas para ele, o chamei de bonito, o

11 BFFF - Best fucking friend forever


escalei, o abracei... VOCÊ NÃO DEVERIA TER PERMITIDO E ME
SALVADO.
Dylan: Tinha um encontro quente. Eu não podia ficar. Embora eu tenho
certeza de que Gray não se importou em cuidar de você.
Eu resmunguei: Ok, certo. De qualquer forma, para diminuir a sua dor e
para ficar de bem comigo, você deve me trazer comida. PORQUE NÃO
ESTOU DEIXANDO MEU QUARTO.
Dylan: Não há necessidade de gritar, luz do sol. Mas não posso fazê-lo
hoje, desculpe. :)
Eu: Dylan, (com uma voz chorosa) eu preciso de comida. Eu deveria
fazer compras de comida porque quase não tenho nada no meu quarto.
Bonito, por favor, ajude sua suposta BFF a sair?
Dylan: Te Amo, raio de sol, mas tens de puxar as calças sexy e continuar.
Estou ocupado (piscadela, piscadela).
Eu: Tudo bem. Vou enviar um aviso aos jornais para que as pessoas
saibam onde participarem do seu funeral.
Dylan: Impressionante, você é a melhor. Tenha um ótimo dia. x
Eu: Você suga. x
Dylan: Não, eu lambo. :P
Lançando meu telefone na cama, soltei um grunhido
frustrado, assim como meu estômago se queixava de quão
vazio estava. Pelo menos, havia uma coisa boa. Eu estava
melhor do que no dia anterior. Meu nariz ainda estava um
pouco abafado e minha cabeça um pouco cheia, mas não
estava tossindo.
Eu precisava de um banho, e então eu precisava chamar
o serviço secreto para ver se eles poderiam me tirar do
apartamento sem ser detectada.
Meus movimentos eram lentos. Afinal, eu não tinha
pressa de sair do quarto, mesmo que meu estômago estivesse
gritando uma tempestade para eu alimentá-lo.
Depois de tomar banho, vesti um
jeans e um suéter macio de lã. Fiquei de
pé na porta com minha bolsa no meu
ombro e segurando o punho. Mesmo com a fome comendo nas minhas
entranhas, ainda mergulhei numa mistura de nervos.
Isso é estúpido. Ele nem estará lá. Basta abrir a porta e correr para o elevador.
Suspirando, abri a porta e caminhei rapidamente para a porta ao lado que
ligava à sala principal onde era minha rota de fuga.
Não pense. Apenas corra, eu ordenei a mim mesma. Então eu abri essa porta
para encontrar a sala ainda escura. Ninguém abriu as cortinas, o que eu estava
agradecida. Então eu fiz uma corrida louca para o elevador. Quando cheguei
lá, apertei o botão uma e outra vez.
— Venha, vamos, — implorei à estúpida máquina lenta.
— Makenzie.
— Eeep, — eu gritei e girei, recostando-me contra as portas do elevador
quando eu procurei na sala pelo homem por trás dessa voz. — G-Grayson?
As persianas de repente se abriram, e eu o vi imediatamente, perto do
piano. Seu rosto era passivo, aborrecido até. — Indo para algum lugar?
— Hum, ah, hmm, talvez. Sim. Não, acho que vou voltar para o quarto. —
Eu esfreguei minha testa. — Seios, você os viu — Argh, — eu gritei mais uma
vez quando as portas do elevador se abriram e eu caí para trás, pousando na
minha bunda. Fiquei rapidamente de pé, pressionei o piso
térreo e depois pressionei para fechar as porta. — Sim, quero
dizer, comida, eu sou, ah, eu preciso de comida. — As portas
começaram a fechar. Estúpida eu e minha boca estúpida
gritamos: — Desculpe a noite passada, escalando você,
tocando você, e você, vendo o que você viu.
Assim que as portas se fecharam, eu tinha certeza de ter
visto Grayson sorrir e seus olhos claros estavam humorados.
Ele sorriu.
Um grande também.
Os olhos dele dançaram bem diante de mim.
Então, novamente, talvez eu tivesse imaginado isso.
Balançando a cabeça, recostei contra
a parede e suspirei. Minhas mãos
tremiam. Esse homem tinha uma coisa em
me assustar, e um dia, eu daria o troco.
Isso se eu voltasse para o apartamento.
Talvez eu pudesse entrar no circo. Ler a sorte.
Então, novamente, nunca fui boa em inventar as coisas e, sabendo da
minha sorte, as pessoas viriam atrás de mim com suas forcas quando o que
lhes dissesse não se tornasse realidade.
Deixando meu carro, decidi caminhar pelos poucos quarteirões para uma
padaria que Dylan tinha me mostrado há algum tempo. Eles tinham o melhor
café e muffins. Era exatamente o que eu precisava para acalmar meus nervos.
Entrando, sorri para Delia, a filha do dono, que estava perto da minha
idade. — O habitual? — Ela perguntou. Assenti e fui me sentar no assento da
janela.
Tirando o meu telefone, vi que tinha um texto do meu pai: Você não
estava nas notícias. Eu acho que foi tudo bem?
Balançando a cabeça, fiquei rindo com o quanto ele estava errado.
Definitivamente, não foi tudo bem. Ainda assim, respondi: Só se você chamar
de me fazer de tola na frente do meu chefe, que teve que me impedir de sair
do quarto, certo... claro.
Papai: Merda!
Eu: Sim.
Papai: Ele te fritou? Eu posso chamá-lo, explicar
algumas coisas.
Eu tinha certeza de que ele quis dizer demitida, em vez
de frita. Pelo menos eu esperava que fosse isso: Não, ainda
não e, por favor, não o chame.
Pai: Me chame se precisar de mim. Eu ainda posso
chutar a bunda, mesmo que eu seja laranja.
Outro texto que soou imediatamente do papai. Velho,
não fugindo de laranja. Telefone novo cozido.
Então outro.
Pai: Jesus. Estúpido, não cozido.
Eu: LOL. Eu sei, pai :) Obrigada!
Papai: Falando sobre chutar
traseiros, tem alguma ameixa seca na
porta para a Jellybean. Tenho que ir.
E um último texto dizendo: Merda. Eu quis dizer punk não ameixa seca.
Rindo, coloco meu telefone no balcão. Pobre Lori. Eu esperava que ele
não a constrangesse demais. A emoção mergulhou dentro de mim. Eu estava
ansiosa pela semana com minha família. Eu tinha decidido fazer um milhão de
coisas com eles, mas, acima de tudo, levá-los a um jogo dos Dodgers. Papai era
um grande fã.
— Aqui está, Kenzie. — Delia colocou meu café e muffin na mesa.
— Você pode ter acabado de salvar minha vida, — eu disse-lhe.
— Noite difícil?
— Dificílima.
— Sim, você não parece muito bem.
— Estava com gripe. Pelo menos, a tosse a cada dez segundos parou.
— Eu vou pegar um pacote de brinde para você.
Eu gemi. — Você quer se casar comigo?
Ela riu e acariciou meu ombro. — Desculpe, querida, mas estou
prometida a outra pessoa. — Ela olhou através do caminho e gritou: — Outra
proposta de casamento, Wesley.
A cabeça do noivo girou no caminho. — Makenzie,
como você pode tentar tirar minha mulher de mim?
Eu sorri. — Ela me prometeu brindes cozidos.
Ele suspirou. — Mulher, você não pode tê-la, mas se
você me quiser... — Ele piscou.
Rindo, balancei a cabeça. — Desculpe, Wesley, mas
continuarei tentando por Delia.
Ele resmungou. — Todo homem, mulher e cachorro
fazem.
— Ele está brincando. — Delia sorriu e revirou os olhos.
Ela beijou minha bochecha e voltou ao trabalho.
Ela pode dizer que ele brincou, mas
ele falou a verdade. Delia era linda. Quase
todos os dias, alguém a pedia. No
entanto, ela me disse que seu coração
pertencia ao homem que cozinhava guloseimas na parte de trás do café. Ela
me contou que assim que seu pai o contratou, ela estava perdida, e foi o
mesmo para ele. Era doce. Era o que eu teria gostado com Robert ou mesmo
com o próximo homem da minha vida.
A ideia de meu vibrador animal roxo teve seus méritos. Fiquei feliz por
ter comprado.
Por um lado, não falava, ou grunhia, e não suava uma poça sobre mim.
Não que o suor não fosse quente, era, apenas não quando eu quase poderia
nadar no suor de um homem. Isso era uma desilusão.
O vibrador também me daria prazer cada vez que eu quisesse. Não se
importaria com isso. Eu teria o controle e obteria o que eu desejava no final.
Oh, Deus, estou sentanda na padaria tomando café, comendo um muffin e
pensando no meu amigo púrpura que logo será entregue?
Limpando minha mente de dispositivos sexuais, terminei meu café da
manhã, peguei meu pacote de guloseimas e voltei para o apartamento. O
medo nadou sobre mim, fazendo com que meu corpo tremesse enquanto eu
subia no elevador. Eu rezei que ele não estivesse lá.
Inferno, se eu não parecesse uma tola na frente de Steve, o homem de
plantão observando as câmeras, eu teria me ajoelhado e rezado mais.
Tudo o que eu queria era deixar as guloseimas e sair
novamente para fazer compras de comida. Então, pelo
menos uma vez que comprasse a comida que eu iria para o
quarto, eu não teria que sair de lá. Eu poderia mesmo pegar
alguns DVDs para assistir no dia seguinte, já que seria
domingo, outro dia livre do inferno. Eu pestanejei, me
sentindo pálida.
O que eu faria na segunda-feira?
Eu teria que me sentar fora de seu escritório e sabendo,
sabendo que meu chefe me segurou, tinha visto meus peitos e
que eu tinha acariciado ele. Não de forma inadequada, mas
ainda assim, eu tive minhas mãos nele.
Se ao menos eu tivesse conseguido
sentir — não, não vá lá, Kenzie. Jesus.
As portas se abriram e eu congelei.
Em pé do outro lado estavam
Grayson e a maldita Harpy.
Eu rapidamente olhei para todos os lados, menos para eles. — Olá, hum,
deixando alguns bolos e depois indo às compras. Tenham um bom dia. —
Estou falando alto? — Sim, divirtam-se. Bom dia para dar um passeio. O ar
fresco está incrível para a pele. — Não fale sobre a pele. Ele viu muita da minha
pele ontem à noite. — Não na pele. — Eu ri com nervosismo. — Eu quiz dizer
olhos! — Bradei enquanto caminhava pela sala de estar. — O ar fresco é bom
para os olhos, faz com que eles tomem água e tirem todas as coisas sujas deles.
— Oh. Meu. Deus. O que diabos eu estou falando? — De qualquer forma, estejam
bem... — Cale-se, cale-se. Preciso sair, fugir. Seu namorado, meu chefe viu meus
peitos. Abortar, abortar. Larguei minha mochila no balcão e voltei. Com um
rápido movimento dos meus olhos, vi que Grayson e Harpy ainda estavam de
pé ao lado do elevador, de frente para o meu caminho. Eles provavelmente
estavam se perguntando se eu estava alta. — Então, eu vou deixar isso lá e
sair, deixar vocês dois para isso. — Para isso? Como se eu pensasse que iriam
fazer sexo. Oh, Deus, eles iam? Meu estômago rolou. Voltando ao elevador,
agradeci aos céus as portas ainda estavam abertas e entrei. Virando, acenei. —
Vejo você, ah, mais tarde, jacaré. Não, espere, provavelmente não vou ver você
mais tarde. Quero dizer, eu poderia estar fora o dia e a noite. De qualquer
jeito... — Deixei de brincar quando meu pulso foi agarrado, e fui puxada para
fora do elevador, percebendo que Harpy foi forçada a entrar.
— Eu vou resolver tudo mais tarde, — disse Grayson,
sombrio. — Por enquanto, tenho que falar com a Sra.
Mayfair.
— É ela? — Harpy falou quando as portas começaram a
fechar.
— É o que ela? — Eu quase gritei. — Eu não fiz nada, —
chorei. — Eu sou inocente, eu digo a você. Inocente, — gritei
quando as portas se fecharam até o final.
— Me lembre para nunca me associar com você no
poker. — Grayson suspirou, passando uma mão pelos
cabelos dele.
— Eu simplesmente não sabia o que ela queria dizer.
Você sabe? — Eu encolhi os ombros. —
Esse comentário foi como um quebra-
cabeça que eu preciso descobrir. O que
isso poderia significar? — Eu joguei minhas mãos no ar.
— Makenzie.
— Talvez eu devesse ir falar com ela? Não, provavelmente não seja uma
boa ideia. Eu nunca sei o que vai sair da minha boca.
— Makenzie.
— De qualquer maneira, eu preciso fazer compras de comida e pegar um
pouco, um... — Eu parei para pressionar o botão do elevador repetidamente.
— Remédio para tosse?
Eu raspei uma risada. — Não. De jeito nenhum. Eu quis dizer outra coisa
que ajudará meu nariz entupido. Lembre-se, estou doente. Eu não estou
realmente com isso, e você nunca sabe o que vou dizer ou fazer.
Percebi que Grayson se aproximava. Ainda assim, não havia nenhuma
maneira de eu olhar para ele. Eu já consegui evitar qualquer discussão. Eu não
correria o risco de conhecer seu olhar e... Eu não sabia o que aconteceria, mas
ainda assim, eu não estava arriscando nada.
— Você está nervosa? — A voz de Grayson era baixa e segurava outra
coisa que eu não entendia.
Fiquei mais perto do meu caminho para escapar e apertei o botão mais
uma vez. — Não, — eu rangi e continuei pressionando o
botão uma e outra vez.
— Como você está se sentindo?
Acenando, eu disse: — Bem. Ótima. Ocupada.
Eu mordi meu lábio inferior quando o ouvi rir, tentando
e falhando em ignorar que o riso dele me fez estremecer.
— Kenzie, — ele disse baixo.
— Hmm?
— Eu sinto muito pelo jeito que falei com você...
— Não! Está tudo perdoado, tudo bem, nada para se
desculpar por... bem, exceto, desculpe-me por...
— Deixe-me ver se eu posso entender
isso. Escalando-me. Abraçando-me.
Dizendo certas coisas para mim?
— Uh-huh.
— Olhe para mim — ele ordenou bruscamente. Minha cabeça se levantou.
Ele estudou minha cara ardente antes de dizer: — Você não poderia ter feito
nada, você estava sob a influência de — ele sorriu — remédio para tosse. Não
há nada para pedir desculpas.
— Então, eu ainda tenho meu emprego?
Ele gemeu. — Por que você acha que eu vou dispensar você sempre que
algo acontecer?
Encolhi os ombros e murmurei: — Eu não sei. — Finalmente, minha rota
de fuga chegou, suas portas se abrindo. Entrei rapidamente. Voltando a olhar
para trás, vi Grayson me observando com um sorriso no rosto.
— Um, obrigada, por, ah, ter me aguentado na noite passada. — Eu sorri.
À medida que as portas começaram a fechar, peguei o elevar do queixo
logo antes das portas fecharem o caminho.
— OhmeuDeus, — eu disse sem fôlego.
O que acabou de acontecer? O que Harpy quis dizer? Por que Grayson
tinha que ser tão bom comigo em sua exigente e atraente forma?
Ele se desculpou.
Santa merda, isso significava que eu deveria perdoá-lo,
o que também significava que eu não devia realmente me
esquivar dele no apartamento a partir de agora.
Bem, talvez eu fique muito ocupada para voltar para
casa.
Talvez eu possa assumir um hobby de alimentação de
patos.
Passou mais de uma semana antes que todas as doenças deixaram o
prédio, graças a Deus. Não havia chance de tomar outra dose de remédio para
tosse. Nunca mais. Mesmo que minha vida dependesse disso, preferiria
balançar e gemer na esquina com febre em vez de escalar homens quentes de
maneira inadequada. Dylan acabou ficando doente, então eu ainda não tinha
colocado minhas mãos ao redor do seu pescoço. Mas não o impediu de me
irritar, me implorando para ir à sua casa e cuidar dele. Sendo a boa pessoa que
eu era, acabei deixando alguma sopa, com uma ameaça que
eu o veria quando ele estivesse bem o suficiente para a
violência.
Ele sabia que eu estava blefando. Não havia chance de
danificar um cabelo na cabeça dele. Ele me ajudou a tomar
esse passo importante para me encontrar novamente. Além
disso, mesmo que ele não fosse gay, ele ainda era meu amigo
mais próximo.
Grayson, é claro, não ficou doente. Aparentemente, ele
era imune a tudo e a qualquer coisa.
Esse primeiro domingo depois do meu incidente de
escalada de macacos, passei no meu quarto descansando e
assistindo DVDs. Principalmente porque eu não queria tirar
algum tempo de folga. Quando chegou a
segunda-feira tudo aconteceu sem
incidentes, a tensão se afastou dos meus
ombros. Eu estava grata porque Grayson
estava sendo um homem decente e não trazendo a noite de sexta-feira para
mim. Isso significou que o resto da semana passou sem problemas.
— Sra. Mayfair, eu preciso das provas para a capa de Ethan, — veio sua
voz pelo interfone.
Ouvindo as portas do elevador abrirem, olhei para ver Angelia sorrindo.
Ela meneou um arquivo na sua frente. Ao pressionar o botão no escritório do
meu chefe, eu disse — Elas estão apenas chegando. Vou levá-las.
Partindo do meu assento. Saudei Ang. — Oi.
— Ei, querida. Desculpe o atraso. Me deixe saber se ele quer que eu mude
algo.
Me inclinando, eu sussurrei: — Não deveria ser o gerente de Ethan
levando tudo isso a bordo?
— Grayson é seu gerente. Até que Ethan possa provar a si mesmo, ele
ficará com Grayson. Embora eu não pense que haverá qualquer problema com
Ethan. No outro dia, o vi gravar e deixe-me lhe dizer, a voz desse homem é tão
suave quanto a manteiga. Se eu não fosse gay, eu mesmo o espalharia pelo
meu...
— Sra. Mayfair — foi gritado pela porta do escritório.
Ang levantou as sobrancelhas. — Sim, sairei do seu
caminho.
— Obrigada. Vejo você no almoço, — falei e entrei no
escritório de Grayson. Meus pensamentos estavam em Ethan
e em Grayson. Grayson cuidava de todos os novos clientes
que começavam ou apenas aqueles que contataram Grayson
diretamente, aqueles que pediram uma mudança? Talvez
Grayson tenha que pagar os antigos produtores de Ethan
para trazê-lo para ao nosso lado. Poderia explicar porque
Grayson pessoalmente tomaria conta do Ethan. Não que
Grayson não supervisionasse a maioria dos clientes; ele tinha
a última palavra na maioria das coisas, afinal. No entanto,
todos os outros clientes tinham gerentes da empresa de
Grayson para si próprios.
Depois de colocar o arquivo na mesa,
fiquei congelada porque em cima da sua
mesa havia uma caixa aberta onde estava
meu vibrador roxo.
Meus amplos olhos se dirigiram para os divertidos de Grayson.
— Eu acho que foi entregue incorretamente, porque eu certamente não o
pedi.
Não.
Foda, não.
O preenchimento automático sacaneou comigo?
— Um... — Eu ri com nervosismo. — Eu-ah, eu... — Eu lambi meus lábios
secos e ri novamente. — Eu pedi como uma piada para Dylan.
— Realmente? — Sua testa arqueou.
Eu acenei com a cabeça e continuei a acenar enquanto pegava a caixa, me
virei e voltei para a porta.
— Sra. Mayfair, — chiou Grayson.
Girando de volta, eu girei, — Sim?
— Sente-se e me diga o que você pensa desta música de Ethan, por favor.
É chamada de "Luz do dia".
Meus ombros relaxaram. Fiquei emocionada e orgulhosa de que ele
quisesse minha opinião sobre algo tão importante mesmo
depois de algo tão embaraçoso. Assim que eu estava sentada
em sua frente, com a minha caixa no meu colo, ele
pressionou algo no telefone e a voz de Ethan tocou pelos
alto-falantes. O único instrumento que o acompanhava era
um violão.

Eu acredito que você cria seu destino,


Em algum momento escolheu um caminho;
É um de solidão,
Ou um destino preconcebido?

O que é normal para o homem comum,


Não me interessou;
Uma parte de mim desejava,
O presente que você me deu.

Com você eu sou a luz do dia:


O sol é a sua alma;
Eu não tenho quaisquer noites solitárias,
Quando penso em ti.
Com você eu quero ficar para sempre, juntos como um;
Se o tempo pudesse ficar quieto,
A luz na minha noite.

A vida que tive,


Parecia tão difícil,
Mas agora sei com certeza,
Você é a recompensa.

Não demorou pra perceber,


Eu me senti vivo;
Meu coração começou a bater alto,
Com você ao meu lado.

Com você eu sou a luz do dia:


O sol é a sua alma;
Eu não tenho quaisquer noites solitárias,
Quando penso em ti.
Com você eu quero ficar para sempre, juntos como um;
Se o tempo pudesse ficar quieto.
A luz na minha noite.
Quando foi desligado, levantei minha cabeça e sorri. — É linda.
Ele estudou meu rosto. — É uma das músicas originais de Ethan. Seus
antigos produtores não o deixaram colocar no álbum.
— A sério? Bem, isso é ridículo. As mulheres ficarão loucas por isso, e da
maneira como Ethan cantou... Uau. Você está permitindo que ele a adicione?
— Seu talento em sua idade é raro. — Ele assentiu, mais para si mesmo
do que para mim, enquanto olhava seu computador. — As músicas que ele
apresentou estarão em seu álbum.
Em pé, apertei a caixa atrás das costas, esperando que ele tivesse
esquecido e disse antes de partir: — Se elas são como a que você acabou de
compartilhar comigo, Ethan vai balançar o mundo.
Eu recuei em direção à porta e girei no último segundo, meus olhos foram
para minha mesa e então eles se levantaram, apenas para se ampliarem.
— Kenzie — chamou Grayson.
— Makenzie. — Randal sorriu da frente da minha mesa.
Ouvi uma cadeira sendo empurrada para trás, atrás de mim e mais
barulho. Eu precisava que Randal saísse do escritório antes de me aterrar em
mais problemas por trazer "assuntos pessoais" para o local de trabalho.
Me apressando fora da sala, coloquei a caixa na gaveta
inferior e fiquei atrás da minha mesa, minhas bochechas se
aquecendo por esconder um vibrador no trabalho e, do jeito
que Randal passou os olhos por mim. — Hum, oi, o que você
está fazendo aqui? — Perguntei num sussurro.
— Eu não ouvi falar de você, então arrisquei a fazer-me
um tolo para te convidar para almoçar. — Ele sorriu, e então
seus olhos se moveram atrás de mim.
Eu engoli.
— Um, — comecei, meu corpo se afastando do calor que
senti às minhas costas. — Eu não almoço por mais meia hora.
— Tenho certeza de que não vai se importar de que
Makenzie saia um pouco mais cedo. —
Randal sorriu para o homem de pé nas
minhas costas.
— Não. Está bem, — Grayson falou
com os dentes cerrados. Eu não entendi porque ele parecia irritado... bem,
além do fato de eu ter um almoço adiantado, mas pelo menos Randal estava
mostrando interesse e querendo passar algum tempo comigo, não apenas
querendo me foder, como Grayson tinha colocado.
— Maravilhoso, — disse Randal, seus olhos se movendo para mim. —
Makenzie, você gostaria de pegar sua bolsa?
— Ah, com certeza. — Eu assenti, inclinando-me para a gaveta inferior.
Só não percebi que Grayson estava tão perto de mim. Quando eu me abaixei,
meu fundo escovou sua virilha. Com meu rosto queimando, me levantei
rápido e me desloquei para o lado, colocando minha bolsa no meu ombro. Eu
andei em volta da minha mesa e, sem olhar para Grayson, falei: — Eu voltarei
em uma hora. Se você precisar de algo, basta mandar um texto ou me ligar. —
Claro que ele não respondeu. Então, uma vez que eu estava ao lado de Randal,
ele ergueu o braço para mim. Peguei, e nós abrimos o caminho para o
elevador.

— Posso lhe perguntar algo pessoal? — Perguntou Randal. Ele me levou


para um restaurante na rua onde eu trabalhava. No caminho,
e durante os primeiros vinte minutos, falamos sobre coisas
que gostamos e que não gostamos. O que era seu negócio, e
se eu gostava de fazer o que estava fazendo, o que eu faço.
Sua empresa era legal e nova. Seus olhos persistentes eram
doces, e seus toques quentes no meu braço ou nas costas
estavam bem. Só, não me achei desmaiando sobre eles.
Depois de um gole em minha coca, assenti e disse: —
Claro.
Ele sorriu, deslocou-se em seu assento para que seus
cotovelos descansassem sobre a mesa, o queixo nas mãos
enquanto ele olhava para mim. — Há algo acontecendo entre
você e seu chefe?
O riso explodiu de mim. — Não. —
Eu balancei minha cabeça e mordi meu
lábio inferior. Estava quente lá? Levantei
o cabelo do pescoço para tomar ar.
— E você está corando?
— Está quente. Talvez eu esteja passando pela mudança de vida. — Eu
me retorci no meu assento.
— Eu acho que você é um pouco jovem para isso. — Randal riu. — Você
gosta dele?
— Pfft, não.
— Hmm. — Ele se recostou e sorriu.
— Hmm? O que significa hmm?
Randal encolheu os ombros. — Nada.
Meu telefone tocou no meu colo. Eu mantive isso fora no caso de eu ser
chamada de volta ao trabalho. Enquanto a atenção de Randal voltou para sua
comida, eu chequei.
Grayson: Ele mencionou sua casa?
Minha mão apertou meu celular. Meus olhos ainda estavam no primeiro
texto que eu já recebi de Grayson. A maneira como meu coração reagiu era
como se eu tivesse recebido minha primeira nota de amor na escola primária.
Eu respondi rapidamente. Não, por quê?
Grayson: Ele vai. O que significa que ele quer você lá.
Em sua cama.
Eu: Não seja bobo.
Grayson: Nunca sou.
Randal limpou a garganta. Olhei para cima e ele disse:
— Eu não vivo longe daqui. Você deve vir por algum tempo
e ver a vista. Eu tenho janelas do chão ao teto.
— Um, talvez. — Eu sorri e então comecei a suar,
enquanto comi mais risoto de abóbora. Oh, Deus, Grayson
era psíquico? Ele tinha uma câmera no restaurante?
Grayson estava certo? Randal quer fazer sexo comigo?
Como eu me sentia sobre isso?
Honestamente, não tinha certeza de como
eu me sentia, exceto que meu estômago se
agitou desagradavelmente e meu lábio
superior estava molhado com mais transpiração.
Por que o pensamento de sexo com Randal me fez querer correr?
Era culpa de Grayson. Randal provavelmente só estava tentando ser legal,
me convidando para sua casa para realmente olhar a vista, e lá eu pensando
que ele queria sexo.
O sexo com Randal seria tão ruim? Ele era bonito, inteligente, legal, e
fazia muito tempo que eu consegui um pouco.
Meu telefone zumbiu, me fazendo saltar.
— Você está bem?
— Sim, não, desculpe, é minha irmã. — Eu acenei o telefone no ar. — Ela
está tendo problemas de meninas. — Isso poderia significar qualquer coisa,
então eu disse maliciosamente, — problemas com o tampão. — Eu pestanejei.
Não querendo que ele pensasse que minha irmã era novata, porque
aparentemente importava na minha mente, eu acrescentei: — Não que ela
tenha deixado seu... Quero dizer, ah, seu nariz estava sangrando, e sua amiga
disse para por um — por causa desse filme, ela achou que era uma boa ideia...
— Makenzie. — Randal sorriu.
— Sim?
— Você precisa chamá-la?
Em pé, assenti com a cabeça. — Eu realmente deveria, só
demoraria alguns momentos. — Eu sorri e então abri meu
caminho em direção aos banheiros. Olhando para o meu
telefone, vi outro texto de Grayson: Vá para o banheiro.
Por que ele estava me dizendo para ir ao banheiro? Isso
era estranho. Quando andei pelo corredor para o banheiro
das senhoras, meu pulso foi agarrado num aperto firme e fui
girada, minhas costas batendo na parede. Se debruçando
sobre mim estava meu chefe.
— O que você está fazendo aqui? — Eu estalei.
— Você precisa voltar para o trabalho, — ele resmungou
na minha cara.
— O quê? Por quê? E por que você
veio aqui para me dizer?
Ele se endireitou. — Apenas volte ao
trabalho. Diga-lhe que você foi chamada de volta.
— Não. — Eu cruzei meus braços sobre meu peito.
As narinas de Grayson alargaram. — Makenzie, como seu chefe, estou lhe
dizendo para voltar ao trabalho.
— Existe algum motivo para isso?
— Sim, — ele rosnou. — Esse cara lá fora é um idiota. Você poderia fazer
melhor.
Estreitando os olhos, projetei meu queixo para fora e para cima e
perguntei: — E você acha que tem o direito de me dizer quem eu posso e não
posso namorar? Inferno, namoro... —Olhei em volta. Peguei o garçom pelo
braço e puxei-o para perto. — Ele, se eu quiser.
— Eu estou preparado para isso.
Olhando para o meu novo amigo, vi que ele tinha cerca de dezoito anos.
Eu rapidamente o deixei ir e disse: — Obrigada, mas não percebi que você era
tão jovem e eu estava tentando fazer uma questão.
— Se você mudar de ideia, venha me ver novamente aqui.
— Ela não vai, — Grayson latiu baixo. O garoto parecia desconfortável.
— Eu vou se eu quiser, — fiquei perto do rosto de
Grayson e depois voltei para o pobre garçom. — Mas, eu não
vou, obrigada de novo. — O garçom piscou, saiu do caminho
de Grayson e voltou para o que ele estava fazendo antes de
pegá-lo.
— Grayson? — Uma voz feminina suave chamou. Nós
dois olhamos para a entrada do corredor para ver uma
mulher deslumbrante em seus vinte e poucos anos.
Eu bufei, balancei minha cabeça e depois resmunguei
novamente. Olhando para Grayson, perguntei: — Harpy
sabe que você está fora com outra mulher?
— Ela não tem que saber uma vez que nos separamos.
Acenei as mãos na minha frente. — Whoa, e aqui você
está indo para uma versão mais nova
dela. — Bati minha mão na minha boca.
— Não é da minha conta. Sua vida
pessoal é sua. E assim é a minha.
— Makenzie...
— Eu vou voltar ao trabalho depois que eu deixar Randal saber que eu
aprecio sua oferta para ver a vista da sua casa, mas eu percebo que não estou
pronta para namorar. É muito complicado.
Seus olhos se estreitaram. — Eu disse que ele mencionaria seu lugar.
— Você fez. — Eu assenti. — Eu espero que sua nova amiga esteja no
apartamento vendo sua vista? — Eu engasguei. Eu não conseguia manter
minha boca fechada e meus pensamentos por dentro.
Eu não deveria me importar com o que ele faz.
Eu não deveria me importar em tudo.
Por que eu estava me importando?
Deus.
Eu estava.
Eu tinha que admitir isso para mim.
Eu tinha uma grande paixão pelo meu chefe.
Corando, olhei para o chão: — Desculpe. Coloque o que eu disse na cesta
de 'Não é minha conta', e eu vou continuar.
Ele me deixou também, porque ele estava ocupado num
encontro. Por que ele escolheu aquele lugar?
Ele sabia que eu estaria lá?
Voltando a Randal, de repente me senti culpada por
almoçar com ele em primeiro lugar. Peguei minha mochila e
disse: — Desculpe, Randal, mas tenho que voltar para o
trabalho. — Peguei algum dinheiro e tentei entregar-lhe.
Ele balançou a cabeça e ficou de pé, que foi quando
percebi que já havia dinheiro na mesa. — Meu prazer.
Vamos, eu te levo. — Ele pegou meu cotovelo e me levou
para a porta. Não olhei para trás nem procurei por Grayson.
A última coisa que eu queria ver era uma mulher de olhos
azuis que babava nele.
Em pé na frente, Randal virou-se
para mim e disse: — Obrigado por se
juntar a mim. Gostaria de tomar uma
bebida uma noite. Como um amigo.
Inclinei a cabeça para o lado, confusa. — Amigos?
— Sim. — Ele sorriu. — Eu vi Grayson chegar. Eu não tenho certeza do
que estava fazendo com aquela mulher, mas se os olhares que ele enviou no
meu caminho fossem venenosos, eu estaria morto até agora.
Eu balancei minha cabeça. — Mas ele e eu não estamos... ele está num
encontro, e ele é meu chefe.
Ele encolheu os ombros e piscou. —Veremos. Bebida então uma noite?
Sorrindo, eu disse: — Eu gostaria disso.
Ele se inclinou e beijou minha bochecha. Quando ele começou a puxar
para trás, eu notei que seus olhos ganharam um brilho perverso e,
rapidamente, ele tocou seus lábios nos meus. — Apenas para deixar a bola
rolando.
Eu joguei minha cabeça para trás e ri. — Você é louco.
— Diga-me isso em alguns meses.
— Com alegria — eu disse e joguei-o divertidamente.
— Nos falamos em breve, Makenzie.
Assentindo com a cabeça, eu o vi girar e ir embora. Suas
palavras me fizeram rir de novo. Não havia chance de
acontecer nada entre Grayson e eu. Eu tinha que aceitar e
seguir em frente. Minha vida estava finalmente em minhas
mãos. Eu não me permitiria voltar para o inacessível.
A vida deveria ser apreciada. Amada. E eu faria.
Tinha passado um pouco mais de um mês e eu estava sentada na minha
mesa no escritório quando ouvi as portas do elevador se abrirem. Olhei para
cima e sorri. Em pé, eu bati e acenei como uma mulher selvagem. Então, para
superar tudo, eu pulei para cima e para baixo. Eu corri para eles assim que
Lori me viu. Ela levantou as mãos e acenou, então puxou o braço do pai e
apontou para mim. Eu já estava perto quando eu assisti meu pai olhar meu
caminho e vi a névoa dos olhos, o que, naturalmente, me causou lágrimas.
— Puddin, — ele murmurou, logo antes de eu jogar
meus braços em volta dele. Ele me abraçou e sussurrou com
uma voz cheia de emoções: — Muito tempo. Merda, menina.
Merda.
— Desculpe, sinto muito, papai.
Ele me soltou, me empurrou de volta e me deu um olhar
severo. — Não se arrependa. Você vive, você aprende, e você
encontra o que é bom, o que é ruim e o que fica. Sua família
sempre permanecerá, não importa o quê.
Acenando com ele, ouvi um suspiro ao nosso lado.
Enfrentando minha irmã, chorei, — Lori. — Envolvi-a em
meus braços quando ela enrolou os dela em minha cintura e
enterrou o rosto no meu pescoço. — Eu sei que eu disse isso
um milhão de vezes por telefone, mas
senti sua falta como louca.
Ela riu e, em sua voz calma, ela disse:
— Você também prometeu que nenhum homem viria entre nós novamente.
Retrocedendo, joguei um braço ao redor de seus ombros, então meu outro
passou pela cintura de papai, e eu os encaminhei em direção à minha mesa. Eu
disse: — E vou manter essa promessa para o resto da minha vida.
— Bem, garota, você precisará, “porque nunca mais nós vamos deixar”.
— Papai sorriu para mim.
— E eu nunca quero ficar longe de nenhum de vocês, de novo. — Eu
parei na minha mesa e alcancei minha bolsa. — Aqui está o cartão-chave
sobressalente. Vão até o último andar e à direita é o meu lado do apartamento.
Vocês podem escolher qualquer quarto, exceto o primeiro à esquerda porque é
o meu.
— Lugar de fantasia, Puddin.
Acenando com a cabeça, eu disse: — Tive a sorte de encontrar o trabalho
com um arranjo de vida.
— E tudo foi devido ao meu rosto bonito — disse Dylan quando saiu do
escritório de Grayson e colocou o braço em volta dos meus ombros.
Os olhos de papai se estreitaram e Lori corou.
— Papai, Lori, este é Dylan Jackson. Meu amigo.
— Amigo? Não com benefícios? — Perguntou papai,
cruzando os braços sobre o peito.
— Papai! — Eu exclamei.
Dylan riu. — Não, Sr. Papai. Apenas amigos.
Papai grunhiu: — Bom. Ela acabou de sair de um
casamento fodido.
— Papai. — Eu gemi, palpitando minha testa. — Dylan,
este é meu pai, Trent High, e minha irmã, Taylor High.
— Irmã? Há outra de você. Você nunca me disse,
querida. Você estava escondendo-a de mim? — Ele estendeu
a mão para Lori. Relutantemente, ela tomou. Ele levou a mão
à boca e beijou-a. — É um prazer conhecê-la, cara donzela.
Eu acotovelei Dylan nas costelas e
pedi — Mãos fora.
— Mas...
— Inferno não, rapaz, — disse papai com uma voz severa, arrastando Lori
para o lado dele, então Dylan teve que soltar a mão.
Uma garganta clareou atrás de mim. Eu me endureci quando sua voz
rabugenta disse: — Sra. Mayfair, você está fazendo uma festa na sua mesa?
Olhando para ele, vi Grayson logo à sua porta. O mês passado tinha
sido... como sempre deveria ter sido: um relacionamento estrito entre
empregado e empregador, e se eu tivesse que admitir isso, ajudou a acalmar
minha paixão para um calor suave que corria através de mim. O que também
ajudou foi que Grayson desapareceu durante duas semanas logo após o
incidente do restaurante e só se comunicou comigo por e-mail.
Tinha sido bom para mim. Ele provavelmente estava ocupado com a
mulher com quem estava no restaurante, provavelmente levando-a para um
destino exótico.
Não que eu me importasse.
Eu não fiz.
No entanto, senti falta dele. Perdi a contração dos seus lábios, sua
sobrancelha condescendente elevada e a expressão sempre aborrecida e
irritada.
Não. Pare, não senti sua falta.
— Não, Sr. Jackson. Pai, Taylor, esse é o meu chefe, o Sr.
Grayson Jackson. Sr. Jackson, este é meu pai, Trent e minha
irmã, Taylor. Eu mencionei num e-mail que eles estariam
vindo para ficar comigo.
— Bem, droga, esse é o seu chefe. Você é enorme,
maldição. — Papai se dirigiu para Grayson, ergueu os olhos
e estendeu a mão para apertar sua mão. — Bom encontrar
você, filho. Obrigado por assumir a minha filha, e desculpe
se ela causou muitos problemas quando ela tomou remédio
contra tosse. Porque a última vez que levou isso em casa, tive
que...
— Papai! O Sr. Jackson não quer ouvir isso.
O pai revirou os olhos. — De
qualquer forma, estarei cozinhando esta
noite. Disse a Puddin que era o mínimo
que poderia fazer enquanto estou aqui.
Você quer ficar para o jantar?
Grayson sorriu. — Obrigado pela oferta, mas vou sair a maior parte da
noite.
— Muito ruim.
— Estou livre — Dylan colocou.
Papai olhou por cima do ombro. — Você não.
Dylan revirou os olhos e, quando papai se virou para falar novamente
com Grayson, Dylan piscou e se aproximou de Lori. Eu dei-lhe um olhar sujo,
o que ele ignorou completamente, enquanto tentava conversar com minha
irmã. Só que ela não encontrou seu olhar. Em vez disso, suas bochechas
ficaram vermelhas, e suas respostas eram tremores ou acenos com a cabeça.
Em geral, Lori era tímida.
No entanto, com um cara bonito como Dylan, ela seria uma bagunça.
— Bem, vamos deixar você voltar ao trabalho. Grayson, filho, se você
tiver chance de sair do trabalho cedo, você vem jantar, sim?
— Eu irei, o agradeço.
Papai bateu em Grayson nas costas, e deu um olhar mordaz para Dylan
quando ele puxou Lori mais uma vez. Eu recebi um rápido
adeus de ambos antes de irem para o elevador.
— Vocês são duas — comentou Dylan. — Desculpe,
querida, mas estou totalmente tomado por sua irmã.
— Ela tem vinte e um, Dylan, e é a pessoa mais tímida
que conheço. Exceto comigo.
— Eu sei. — Ele suspirou.
Alcançando o topo, bati na parte de trás de sua cabeça
para chamar sua atenção. Quando ele olhou para mim, eu
disse: — Você mexe com ela, e eu vou te rejeitar como meu
amigo. Eu também colocarei pimenta picante poderosa em
todas suas cuecas, e isso será só o começo.
— Eu prometo tratá-la com o máximo cuidado que eu já
dei a alguém. Estarei no meu melhor
comportamento, e eu juro a você, se ela
não quiser nada comigo, eu vou recuar.
Mas, Kenzie, não posso não tentar... Ela é
deslumbrante, doce e tímida. Todo o seu ser canta para mim.
Eu gemi. — Você apenas a conheceu.
Ele sorriu. — Foi dito que uma pessoa pode se apaixonar à primeira vista.
— Ele se inclinou e beijou minha bochecha. — Eu tenho uma reunião sobre
uma propriedade. Mas não tenha medo, minha querida, vou jogar lento e
seguro. — Ele girou e caminhou até o elevador.
Com um suspiro, voltei para a minha mesa e sentei-me.
— Sua família…
Olhando por cima do meu ombro para Grayson, eu estreitei meus olhos e
avisei: — Escolha suas palavras cuidadosamente, Sr. Jackson.
Sua expressão estava de volta ao aborrecido. — Eu diria que são
diferentes, mas de uma maneira boa.
Sorridente, voltei a encarar o computador e disse: — Sim, eles são.

Depois de terminar o trabalho para o dia, fui para o andar de cima e


entrei no apartamento que tinha um cheiro incrível.
Ninguém cozinhou para mim em tanto tempo que o cheiro
sozinho aqueceu meu coração e trouxe lágrimas aos meus
olhos. Encontrei papai e Lori na cozinha, pai no fogão e Lori
sentada na mesa da cozinha estudando.
— Ei, Puddin, o jantar está quase pronto.
— Ótimo. Cheira maravilhoso, pai. — Eu sorri. — Eu
vou mudar minha roupa.
— Vou arrumar meus livros e colocá-los no meu quarto,
— disse Lori. Esperei por ela antes de sair e caminhamos
juntas para o meu lado do apartamento.
— O que você acha do lugar?
Seus olhos se iluminaram. — É
incrível. Tem certeza de que deseja sair
quando eu terminar a escola?
Eu colidi meu ombro no dela. —
Claro. — Eu clareei a garganta. — O que você achou de Dylan?
Ela corou. — Ele parece legal.
— Ele é. Ele pode ser irritante às vezes, mas ele me ajudou muito.
— Lembro-me de você me contar.
— Ele parecia tomado por você.
Ela zombou. — Eu duvido disso. Nenhum homem tão bonito como ele
poderia ter olhado. — Sua declaração machucou meu coração porque minha
irmã não tinha confiança, da mesma forma que eu não tinha com Robert e não
gostava de ver isso. Eu só podia esperar que com o tempo ela acabe
encontrando dentro de si mesma, com a ajuda de outros se necessário.
— Você acha que ele é bonito? — Eu gracejei.
Ela sorriu. — Cale-se. Não há mulher nesta terra que não o faria. De
qualquer forma, você muda sua roupa e vou guardar isso.
Sair da minha roupa de trabalho sempre foi um prazer. Era como tirar um
sutiã e deixar as garotas se soltarem. Eu vestia calça e um suéter. Quando abri
minha porta, encontrei Lori ali de pé.
— Posso te perguntar algo? — Lori disse quando começamos a ir para a
cozinha.
— Claro.
— Seu chefe, ele a trata bem? Ele parece... um pouco
brusco com as pessoas. Deus, Kenzie, ele parecia tão
assustador.
Rindo, eu assenti. — Eu sei o que você quer dizer. Ele
tem uma mordida, mas ele está bem comigo. — Quando ele
não está me confundindo.
— Ele realmente tem uma nova namorada?
— O que você quer dizer? Eu lhe disse que sim, aquela
mulher do restaurante.
Ela encolheu os ombros. — Ele realmente confirmou que
ela era sua namorada? — Eu pensei sobre isso por um
momento. — Bem, não. Por que
pergunta?
— Eu vi a maneira como ele estava
olhando para você — ela disse enquanto abria a porta da cozinha.
Olhando para o chão, perguntei: — O que quer dizer... — eu fui cortada
quando eu bati em suas costas.
Levantando meu olhar, eles pousaram na mesa da cozinha onde encontrei
papai, Grayson e Dylan.
— Não fiquem paradas olhando. Coloquem suas bundas na mesa.
Grayson trouxe para casa um intruso para o jantar — falou papai.
— Eu tenho certeza que você quis dizer irmão, Sr. High. — Dylan sorriu.
— Não. — Papai balançou a cabeça. Grayson riu e Dylan franziu a testa,
até que ele olhou para o nosso caminho e seus olhos pousaram em Lori. Então
ele sorriu enquanto papai gemeu. — Meninas, movam-se, estou morrendo de
fome.
A confusão inundou minha mente. Grayson não tinha um encontro para o
jantar? O que ele estava fazendo ali? Por que ele queria jantar com a gente?
Empurrando Lori para frente, eu disse: — Você está sempre com fome,
papai. Por sorte, estamos tendo carne ou eu quis dizer...
— Nem mais uma palavra, garota — papai estalou com um olhar no meu
caminho.
Lori encontrou meu olhar, e nós duas rimos.
Papai voltou-se para Grayson e disse: — Nunca tenha
meninas, filho. Elas não são mais que problemas.
— Não tenho certeza se eu tenho uma palavra no final,
Senhor...
— Nada disso, você me chama de Trent.
Grayson assentiu com a cabeça enquanto Dylan dizia: —
Vai fazer, Trent.
— Não você. — O pai balançou a mão em direção a
Dylan, que estava sentado ao lado de Grayson. Papai sentou
no final da mesa, então peguei o assento ao lado dele, o que
não deveria ter feito porque era o oposto de Grayson. Isso
deixou Lori sentado em frente a Dylan.
— Tenho a sensação de que você não
gosta de mim, Sr. High.
O pai revirou os olhos. — O que eu não gosto são de mentirosos. Ouvi
que você disse à minha filha que era gay, mas depois ela descobriu que você
não era.
Dylan suspirou. — Isso foi apenas uma coisa ruim. Tenho certeza de que
você também ouviu muitas coisas boas sobre mim. — Papai grunhiu. —
Kenzie, você não contou ao seu pai o quanto eu ajudei você?
— Eu fiz. — Olhei para o pai para ver que ele estava olhando para Lori
com olhos estreitados. Relanceei para ver se seus olhos estavam em Dylan. Era
óbvio que a agressão de papai se devia pela preocupação com a sua mais
jovem ficando apaixonada por um ex-músico e jogador. Realmente foi sua
própria culpa pesquisá-lo e a Grayson depois que eu lhes disse onde eu
trabalhava e sobre Dylan ser meu amigo. — Não se preocupe. Ele acabará
sendo caloroso com você, eventualmente.
— Talvez devêssemos comer? — Sugeriu Grayson.
Endireitando, eu gritei — Boa ideia. — Então eu comecei a preparar a
caçarola que o pai tinha feito. Pelo canto do meu olho, vi a mão de papai se
apertar em torno de seu garfo. Olhei para Lori para vê-la sorrindo
timidamente para Dylan, que piscou.
— Papai — eu gritei. Seus olhos vieram até mim.
— Por que você está gritando?
Além do fato de seus pensamentos estarem em
apunhalar Dylan nos olhos, dei de ombros e disse: — Hum,
eu não sei. Talvez a minha audição esteja com problema. De
qualquer forma, você pode pegar os pães no balcão para
mim?
Ele resmungou algo em voz baixa, mas se levantou de
qualquer maneira. Deslizei no meu assento e chutei meu pé
para Dylan.
Grayson amaldiçoou de repente. Ele olhou para mim. —
Você apenas me chutou?
Merda! — Ah, isso era para Dylan.
— Por que você quer me chutar? —
Perguntou Dylan.
— Basta ou o pai vai acabar te
matando — falei rispidamente.
Ele me deu olhos inocentes, então sorriu e assentiu. — Está bem, está
bem. Eu me comportarei. Não posso deixar de encarar sua irmã. Ela é linda.
Grayson bateu seu irmão na parte de trás da cabeça.
Sorrindo, sentei-me no meu assento e disse: — Obrigada.
Grayson assentiu, seus lábios se contorcendo. Por que de repente eu
estava pensando em lamber seus lábios? Pensando bem eu ouvi dizer que se
uma pessoa lambe alguma coisa, é sua.
— Sobre o que você todos estão sussurrando? Pensei que você estava
ficando surda? — Perguntou papai quando ele bateu a cesta de pãezinhos na
mesa e olhou para mim.
Agitando minha mão no ar, eu disse-lhe — Isso vem e vai.
Papai resmungou. — Você nunca foi boa em mentir. — Todos começamos
a servir nossas próprias refeições.
— Então, Sr. High, conte-nos algumas coisas embaraçosas sobre Kenzie —
pediu Dylan.
— Não! — Eu gritei.
O papel que o pai tinha em sua mão saiu voando sobre a
mesa. — Jesus fodido Cristo, Puddin. Pelo amor de Deus,
veja os seus ouvidos.
Inclinando a cabeça, eu disse — Eu vou, e papai, eu não
acho que você deveria praguejar tanto em torno de meu
chefe.
Papai olhou para Grayson. — Você se importa com
palavrões?
— Nem um pouco — disse meu chefe antes de dar uma
mordida em seu pão.
Dylan bufou. — O vocabulário de Grayson consiste
principalmente em palavrões.
— Veja, está bem, Makenzie. — Ele olhou para os
homens. — Vocês dois têm meninas?
— Eu sou solteiro. — Dylan sorriu,
então seus olhos se contraíram. Eu
poderia dizer que ele estava morrendo de vontade de olhar para Lori para ver
sua reação, mas ele não olhou. Inferno, eu estava orgulhosa dele.
— Desejaria que você tivesse — papai murmurou. — E você, filho? —
Perguntou papai a Grayson.
Uma explosão de risada nervosa saiu de mim. Eu acenei as mãos e disse:
— Tenho certeza de que o Sr. Jackson preferiria não falar sobre sua vida
particular. Vamos comer em vez disso. Desfrutemos de nossa refeição em
silêncio.
— Está bem, Makenzie — disse Grayson. Ele olhou para o pai e
acrescentou — Não, eu não tenho uma mulher. Você faz uma boa caçarola,
Trent.
— Obrigado, eu...
— O que você quer dizer que você não tem uma mulher? — Cala a boca,
cala-te. Todos os olhos viraram para mim. Papai parecia pensativo enquanto
Dylan sorria, se sentou para trás em sua cadeira e cruzou os braços. Ele estava
esperando um show ou algo assim? Ele não conseguiria um. E Lori olhou...
feliz. Por que ela estava feliz?
Os olhos de Grayson vieram até mim. Eles mantinham humor e outra
coisa. — Exatamente o que eu disse.
Eu encolhi os ombros, rindo e disse, antes de encher
minha boca, — Nada do meu negócio de qualquer maneira.
Mesmo que eu a tenha visto.
Maldição.
— Quando você viu a dita mulher que eu deveria estar
namorando?
Balançando a cabeça, eu disse: — Em lugar algum, como
eu disse, nenhum dos meus negócios. — Olhando para
baixo, eu peguei outro bocado e levantei-o para a minha
boca, mas então estupidamente disse — No restaurante,
então eu acho que você foi com ela.
Feche essa boca, sua idiota e essa parte estúpida do corpo. Eu
empurrei minha comida e comecei a
mastigar. Eu zumbi na parte de trás da
minha garganta e acenei com a cabeça
para o pai, então lhe dei o polegar. —
Bom, — eu murmurei.
— Deus, sua irmã me faz rir. — Dylan riu. Olhei para ele.
— Você quer dizer no dia em que esteve num encontro com o idiota do
Randal e você me viu com Miriam?
— Quem é o idiota do Randal? — Perguntou papai.
— Makenzie? — Grayson cortou. Huh, e lá eu pensei como costumava ser
apenas meu sobrenome sendo cortado.
Ignorando Grayson, eu disse: — Ninguém, pai.
— Eu acho que preciso saber sobre esse idiota Randal. — Papai olhou.
— Makenzie — Grayson rosnou meu nome.
— Não há nada para saber. Somos amigos, isso é tudo — disse ao meu
pai.
Grayson bufou. — Amigos que se beijam.
— Oooh, isso está ficando bom — comentou Dylan.
O punho de papai desceu sobre a mesa. — Quem, caralho, é o idiota do
Randal?
— Papai — advertiu Lori. — Acalme-se. Kenzie tem idade suficiente para
fazer o que ela gosta.
Meus olhos cruzaram para Grayson e diminuíram. —
Foi um beijo rápido e amigável de adeus. Ele estava
brincando.
Grayson se inclinou para frente com seu olhar
penetrante. — Ele gostaria de brincar bem com você.
— Papai — eu ouvi Lori encaixar. Obviamente, ele
estava prestes a inserir seus dois centavos, porque Lori
acrescentou: — Mantenha-se fora disso.
— O que isso deve significar? — Perguntei. — Ele não é
assim. Bem, talvez ele pudesse ter sido se eu não lhe dissesse
que não estava preparada para qualquer coisa.
— Gray... — Dylan tentou.
Grayson bufou novamente. — Você
lhe disse isso antes ou depois que ele a
beijou?
— Oh, meu Deus. Isso não importa...
— O que significa antes, e ainda assim ele ainda estava tentando enfiar a
língua na sua garganta — Grayson latiu.
— Ele não estava, você... você seu estúpido — eu gritei.
— Agora, Puddin, você deve se lembrar que ele é seu chefe.
— Eu acho — Lori começou em voz alta. Olhamos todos para ela. — Nós
conseguimos sair do caminho. Sr. Jackson, você estava dizendo que Miriam
não é sua namorada?
— Não — disse Grayson através de dentes cerrados. Ele respirou
profundamente e recostou-se na cadeira. — Ela é a filha de um amigo que
queria me contar sobre uma festa surpresa para o pai.
A mulher deslumbrante não era sua nova namorada.
O que eu faço com essa informação?
Armazene-a longe na minha mente, porque realmente, não era da minha
conta.
De repente me senti estranha. Por que estávamos brigando em primeiro
lugar? Deus, e na frente do meu pai e minha irmã.
— Bem, agora que tudo está esclareciso. Vamos terminar
o jantar, — sugeriu Dylan.
Começamos a comer novamente, então, o pai disse: — O
que eu quero saber é quem é o idiota do Randal?
Ninguém respondeu, e eventualmente todos nós
voltamos para pequenas conversas. Mesmo Lori adicionou
seus dois centavos de vez em quando. Fiquei surpresa de
que ela relaxou tão rapidamente em torno de Grayson e
Dylan. Então, novamente, alguém deveria depois de sua
irmã fazer papel de tola mais uma vez.
Pelo menos eu não era a única que tinha tido uma
reação exageradamente louca.
Grayson teve a certeza de ter falado
sobre Randal, e eu só estava me
defendendo. Por que ele se importava
tanto com aquele homem?
Será que eu alguma vez entenderia o Sr. Jackson?
O papai amou o jogo dos Dodgers. Os ingressos que Grayson nos obteve
foram incríveis, e uma vez que o pai soube que meu chefe foi aquele que
conseguiu os ingressos, ele sorriu e disse: — Ele é um cara legal. — Então,
depois de uma mordida em seu cachorro quente, ele se virou para mim e
perguntou — Qualquer coisa que eu deveria saber sobre você e ele?
Lori, do outro lado do pai, começou a rir. — Certamente pareceu algo na
noite passada.
— O que vocês estão falando? — Eu perguntei, dando
um gole na minha enorme coca-cola.
— O jeito que eu vi. Todos os gritos, a merda de trás e
para frente entre vocês dois... preliminares — anunciou o
pai.
Minha coca-cola parou na minha garganta. Eu
engasguei e depois passei o próximo minuto tentando
respirar novamente. Finalmente, balancei a cabeça para o
meu pai e minha irmã. — Primeiro. Papai, nunca diga
preliminares na minha frente novamente.
— Ou na minha. — Lori assentiu. — Ainda assim, ele
tem um ponto.
— Obrigado. — Papai sorriu. — E eu
sei tudo sobre preliminares. Como você
acha que você duas...
— Papai! — Ambas choramos. Ele
riu.
— Segundo, — eu comecei e olhei para eles. — Vocês dois perderam a
cabeça.
— Kenzie, você está cega se...
Papai colocou a mão no braço de Lori e balançou a cabeça para ela. —
Deixe-a estar no seu mundo de negação. Ela tem muito a aprender depois de
viver no mundo de panaca com esse ex dela por um tempo.
Lori cacarejou.
Eu bufei, sentei-me e perguntei: — Papai, quantos anos você tem?
— Velho o suficiente para saber quando vejo um homem claramente
apaixonado pela minha garota, mas ela está cega para isso.
Eu suspirei. Com os olhos arregalados, olhei para o meu pai e perguntei
— Você quer dizer Grayson?
— Eu certamente não quero dizer Dylan. — Ele olhou para Lori e
acrescentou: — Vamos falar sobre ele mais tarde.
— Ele é meu chefe. Ele gosta de seguir a vida das pessoas. Eu tinha o
suficiente com Robert. Eu estou...
— Puddin. — Papai suspirou. — Seu chefe não é nada
como o cara de pau. Apenas deixe as coisas continuarem
correndo do jeito que estão e um dia você estará jogando
pelo mesmo caminho que Grayson está.
Lançando as mãos no ar, eu gritei: — O que isso
significa mesmo?
Ele acariciou meu ombro. — Não se preocupe, você
entenderá um dia. — O celular do papai tocou
interrompendo a confusão que me rodeava. Ele puxou-o do
bolso e respondeu: — Fale. — Pausando para ouvir quem
estava na outra extremidade, que falou por um tempo, ele
então disse: — Certo. Bom jogo, filho. — Então ele desligou,
colocou seu telefone no bolso e voltou a assistir o jogo.
— Ah, quem era esse? — Perguntei.
— Nada.
Olhei para Lori, que me devolveu o
olhar. — Eu não perguntei sobre o que era.
Perguntei quem era.
— Certo. — Papai aplaudiu. — Eu preciso agitar a cobra. — Lori e eu
gememos. — Estarei de volta num instante. — Ele parou e subiu as escadas.
— Isso foi estranho — comentou Lori.
Atendendo seu olhar, eu assenti. — Concordo. A única pessoa que
conheço dele chamando de filho é... — Meus olhos se arregalaram. — Por que
Grayson chamaria nosso pai?
Ela sorriu. — Eu não sei, mas estou ansiosa para descobrir.
Eu não estava.
Eu sabia que papai e Lori achavam que Grayson tinha uma coisa por
mim, e eu por ele — tudo bem, então eu tinha sentimentos por ele quando ele
não era um idiota — mas Grayson tinha por mim? Isso era louco. Se eles
dessem uma olhada na Harpy, o tipo de mulher que Grayson gostava, eles
voltariam a rir. Então, eles me diriam como loucos eles foram por sequer
pensar isso em primeiro lugar.
Encontrei minha barriga torcendo com nervos. Por que Grayson chamaria
meu pai?
— Pare de se preocupar. Tenho certeza de que está tudo bem, — disse
Lori, aproximando-se para pegar minha mão na dela. —
Vamos tirar isso de papai quando ele voltar.
Eu me animei com uma sugestão. — Ou podemos
mencionar deixar a tia Olive ver um certo texto.
Nós rimos juntas. — Melhor ainda.
— Essa risada soa meio malvada. O que vocês duas
fizeram? — Perguntou papai quando ele se sentou de volta
entre nós.
— Sem fila no banheiro? — Perguntei.
— Não. — Ele balançou a cabeça.
— Então, quem ligou antes?
Ele ficou de pé e gritou: — Sim, bom golpe. Corra
garoto, corra.
— Papai — eu gritei.
— Eu estou assistindo o jogo,
Puddin.
— Se você não se sentar e me responder agora, envio esse texto para a tia
Olive.
Sua cabeça mergulhou para frente, seu queixo quase tocou seu peito. —
Foda. — Ele se sentou. — Eu lhe disse que não era certo. Eu lhe disse que
vocês duas eram mestres em me deixar fora de mim. Nunca pude fazer uma
festa surpresa para qualquer uma de vocês. Era só olharem para mim e vocês
duas sabiam que eu estava escondendo alguma coisa!
— A quem você disse isso e quando?
— Quando fui ao banheiro.
— Você tirou seu telefone no banheiro.
— O quê? Não, isso foi antes de eu fazer xixi.
— Quem, papai? — Lori exigiu.
— Grayson.
— Ha! Nós sabíamos disso — gritei.
— Então, por que diabos vocês duas me dão merda?
Lori encolheu os ombros. — Queríamos que você confirmasse.
— Você poderia levar a sua família para fora daqui? Isso
é uma distração. — Um homem de meia-idade falou atrás de
nós. Quando nos viramos lentamente, o homem voltou atrás
após a expressão que viu nos nossos rostos e disse: — Não se
preocupem, manda bala.
— Maldita certeza que vamos — papai resmungou.
— Você vai nos contar o que Grayson disse? —
Perguntei.
— Ele quer que você trabalhe esta noite.
Meus olhos se estreitaram. — E ele ligou para te dizer...
por quê?
— Seu celular deve estar morto.
Tirando-o da minha bolsa, pressionei.
Imediatamente, ele acendeu. —Não. Tente
novamente.
— Ele queria falar sobre uma coisa de homem.
— Com você? — Lori questionou.
— Sim. Eu sou um maldito homem.
Suspirando, esfreguei minhas têmporas. — Em cinco segundos, você me
diz a verdade, ou estarei postando seu texto para Lori no Facebook.
— Você pequena... Tudo bem — ele grunhiu. — Ele levará você a uma
premiação de música esta noite. Queria ter certeza que você estará em casa a
tempo de se preparar.
Meus olhos se dirigiram para minha irmã. Os delas estavam amplos com
surpresa. Meu corpo se acalmou, apenas para tremer de nervoso.
— Eu não posso. Eu não vou. Eu farei uma tola de mim e ele. Por que ele
quer me levar? Sou apenas sua assistente. Tenho certeza que ele poderia
encontrar outra pessoa. — Eu sentei no banco, apenas para me deslocar para o
lado, e então eu me movi para frente novamente. — Isso é... loucura. Ele não
vê o que poderia acontecer? As pessoas vão tirar... Oh, meu Deus, as pessoas
tiram fotos nesse tipo de coisa. Eu não quero minha foto tirada. — Fiquei de
pé, então sentei novamente. — Eu tenho que chamá-lo. — Peguei meu celular
em minha bolsa. — Ele tem que encontrar outra pessoa. — Eu parei e olhei
para Lori e papai. —Talvez ele não conseguisse encontrar outra pessoa, e é por
isso que ele me pediu, e então, se eu não for, eu estaria o
deixando na mão. — Eu mordi meu lábio inferior, olhei para
minhas mãos enroladas em meu celular e suspirei. Eu então
acrescentei: — Mas eu não posso ir. Vou dizer ou fazer algo
que nos envergonhará. — Olhando para minha família
novamente, eu disse: — Vocês sabem o que eu faço quando
estou nervosa e Grayson me deixa nervosa o tempo todo.
Papai grunhiu. — Bom.
— Bom? Como isso pode ser bom? Quando estou
nervosa, meu cérebro não funciona corretamente, e explico
tudo o que está em minha mente sem o meu conhecimento.
— Me sentei de novo no banco e cruzei meus braços sobre
meu peito. — Eu não vou. — Eu empurrei meu celular para
o papai. — Aqui, você o chama e lhe diz
que fui abduzida. Não, que eu fugi para
longe.
O pai revirou os olhos para mim. —
Makenzie, não. Não o chamarei. É por isso que eu não deveria dizer nada. Ele
sabia que você ficaria louca.
— Ele sabia?
— Merda, sim.
— Tudo bem. — Eu assenti. — Então, se ele sabe, ele vai entender porque
não posso conseguir. — Inclinando-me sobre o pai, eu dei o telefone para Lori.
— Você o chama e lhe diz que estou doente.
— De jeito nenhum, Kenzie.
— Mas deveríamos ter uma noite de cinema. Uma noite de cinema em
família. Eu não estou me afastando disso. Eu estava ansiosa por isso. Nós
íamos torturar papai com uma maratona de Bridget Jones.
— Como o inferno, eu me sentaria através desses filmes. Não importa
agora, você está ocupada. Então Lori e eu encontraremos outra coisa para
assistir.
Balançando a cabeça, caí de volta no assento e disse: — Não vou, e isso
está decidido.
Eu assisti papai e Lori compartilharem um olhar, com um sorriso jogando
nos lábios.
— Sério, não vou, — eu estalei.

— Vá e prepare-se, Makenzie — ordenou Grayson de


onde ele estava sentado na sala de estar formal. Ele derrubou
seu escocês de volta e apenas olhou para mim. Acabamos de
voltar do jogo dos Dodgers — onde o pai quase teve que me
arrastar para o apartamento — e saímos do elevador para
encontrar Grayson esperando por nós.
Cobrindo minha boca, eu tossi e depois disse com uma
voz grosseira: — Eu não posso ir a lugar nenhum. Eu estou
doente.
Ele levantou sua sobrancelha para
mim. Maldita seja essa sobrancelha.
Eu me endireitei e olhei. — Eu não vou. Vou fazer ou dizer algo para
envergonhar a nós dois.
Ele continuou olhando, sem dizer nada.
Papai e Lori estavam em silêncio ao meu lado, tomando tudo isso. Minhas
mãos foram para meus quadris. — Grayson, você esteve perto de mim o
suficiente para saber que algo vai dar errado.
Ele levantou-se. Seus olhos ainda em mim.
Apertei os dentes, balancei a cabeça e depois disse: — Você vai se
arrepender. Tenho certeza de que você pode encontrar facilmente outra
mulher para ir com você. Você não é tão difícil que você deveria ter sua
assistente atendendo a isso. Inferno, eu poderia sair na rua e perguntar à
próxima mulher caminhando. Ou eu poderia ligar para Helena. Ela ficaria
feliz em ir com você.
Ele deu um passo mais perto e levantou a sobrancelha novamente.
— Maldição, Grayson. — Bati meu pé. Ele colocou a bebida na pequena
mesa ao seu lado, endireitou-se e cruzou os braços sobre o peito. Estreitando
meus olhos ainda mais, rosnei na parte de trás da garganta e depois gritei: —
Tudo bem. Mas não diga que não avisei você.
Quando eu saí, ouvi o pai assobiar e dizer: — Bem
merda, eu fui seu pai por vinte e oito anos e nunca consegui
que ela cedesse assim. — Ele pareceu ridiculamente
impressionado. — E, merda, tudo sem dizer uma única
palavra.
Girando, apontei um dedo para o pai. — Eu não vou
ceder. — Então meu dedo foi para Grayson. — Esteja
avisado, estou lutando por dentro, e ficarei irritada o tempo
todo que eu estiver lá.
— Ajudaria saber que sua irmã também estará
acompanhando você?
— O quê? — Lori ofegou.
— Agora, hei, eu nunca concordei com isso — disse
papai.
Grayson não desviou o olhar de mim.
Sorri e assenti com a cabeça. — Sim, na
verdade, ajuda. Vamos, Lori. Vamos nos
trocar. — Eu voltei para minha irmã em estado de coma, peguei sua mão na
minha e arrastei-a da sala.
Ainda assim, não perdi o pai perguntando: — Quem vai ser o encontro de
Lori?
— Dylan.
Os olhos em pânico de Lori encontraram os meus. Apertei sua mão e
sussurrei: — Você vai ficar bem.
— Agora não posso ter...
— Eu asseguro-lhe, Trent, vou ter certeza de que Dylan esteja em seu
melhor comportamento.
Papai resmungou algo antes de cuspir — Tudo bem.
Peguei Lori no meu quarto. Parecia que queria vomitar. — Eu-eu não
acho que isso é sábio — ela gaguejou. — Por que Grayson faria isso com seu
irmão? Não sou uma boa companhia.
Ela caiu na minha cama, enquanto entrei no meu armário. — Você foi
ótima na noite passada.
— Eu acho que ver você brigando com Grayson me ajudou a relaxar.
Afastando minha cabeça pela porta, sorri e disse: —
Bem, eu vou lutar com ele novamente.
Ela riu. — Você faria por mim, não é?
— Claro.
— Mas eu não vou fazer você fazer isso. Seja você
mesma, mas não escolha uma briga apenas para me ajudar.
Divirta-se. Afinal, você estará no braço de um homem bonito
esta noite.
— Eu vou, se você fizer o mesmo.
Ela revirou os olhos. — Vou tentar, mas se você me vir
lutando, venha em meu socorro.
— Prometo. Embora eu pense honestamente que Dylan
poderia falar o suficiente para os dois, e
ele não se importaria. — Tirando alguns
vestidos dos ganchos, voltei para o quarto
e os coloquei na cama. — Na verdade,
mesmo se você não falasse uma palavra, tenho certeza de que Dylan ainda
gostaria de ter você ao seu lado.
Ela bufou. — Então ele deve ser louco.
Rolando os olhos, eu disse-lhe: — Você simplesmente não vê o que todos
os outros fazem. Você é uma jovem linda, e os homens lutarão por uma chance
de sua atenção e companhia.
Ela olhou para mim com cético. — Você está bêbada?
Eu bati no braço dela. — Pare com isso.
— Como nós nos metemos nessa bagunça? — Ela deitou-se na cama com
um suspiro.
— Culpe meu chefe. Tudo o que ele tem a fazer é olhar, levantar a
sobrancelha, cruzar os braços, e estou disposta a fazer o que ele quiser.
Ela riu. — Eu vou mencionar que você estaria disposta a fazer qualquer
coisa.
— Pfft. Ok, estou disposta a aceitar coisas loucas como participar de uma
noite de premiação musical. — Minha barriga vibrou.
Lori sentou-se rapidamente. Sua voz mostrou medo quando ela
sussurrou: — Kenzie, vamos a uma cerimônia de premiação de música.
Engolindo, assenti. — Eu sei.
Ela levantou-se. — Oh, Deus. É melhor eu me preparar.
Estou tão feliz que trouxe meu vestido de dama de honra
que usei no casamento da tia Olive. Como devo fazer o meu
cabelo?
— De qualquer jeito, — eu disse, porque eu
honestamente não podia ajudá-la quando eu estava tentando
não entrar em pânico por meus próprios cabelos. Pelo menos
eu sabia que encontraria um vestido bom o bastante porque
Robert gostava de me vestir no topo de algumas funções.
— Tudo bem. — Ela assentiu. — Tudo bem, — ela disse
novamente no caminho para a porta. Ela voltou e admitiu: —
Esta é a saída da minha zona de conforto.
Sorrindo, assenti e concordei, —
Minha também. Pelo menos eu tenho que
fazer isso com você.
Ela sorriu. — Para isso são as irmãs.
— Exatamente. Passamos por noites tortuosas juntas. Agora vá buscar
suas roupas e volte aqui para se preparar comigo.
— Volto em breve.
Assim que a porta se fechou, levantei minha mão na parte de trás do meu
pescoço. Merda, eu estava suando já. Certo, não esquecer de colocar na minha
bolsa, batom, toalhinhas umedecidas, desodorante, perfume e uma arma.
Para me disparar quando a noite for para a casa da merda.
— Eu te disse — chorei para Grayson, que se sentou ao meu lado na
limusine no caminho de volta para o apartamento. Olhando para Lori, que
estava ao lado de um Dylan sorridente nos bancos laterais, perguntei: — Não
disse a ele? Eu sabia. Eu fiz. Eu sabia de alguma forma que eu faria alguma
coisa.
— Não foi tão ruim — Lori comentou calmamente e depois estremeceu.
Seu gemido disse tudo.
Zombando, caí de volta no assento e no meu humor
azedo.
— Eu pensei que foi incrível. Você se levantou como
uma ninja habilidosa. Nunca vi você se mover tão rápido. —
Dylan riu.
— Eu vou cortar você todo se você mencioná-lo
novamente, — avisei.
— Vamos, Kenzie, relaxe. Provavelmente nem vai
aparecer na TV.
Inclinando-me para frente, coloquei os meus cotovelos
nos meus joelhos, enterrei minha cabeça em minhas mãos e
gemi. Eu sabia que isso apareceria na TV. Eu sabia que toda
a América me veria fazer-me de boba. Eu
não podia encarar ninguém.
— Ninguém vai vê-lo além das
pessoas que estavam lá esta noite, e
mesmo que as pessoas o façam, você não deveria deixar que isso a preocupe,
— disse a voz profunda e sóbria de Grayson ao meu lado.
Virando a cabeça, perguntei: — Como você pode ter tanta certeza? E
como você está tão calmo?
Ignorando minha primeira pergunta, que me disse que não tinha certeza
de que as pessoas não a veriam, ele afirmou: — Não tenho nada para resolver.
Nada para resolver.
Bem, na verdade.
Se eu não tivesse me feito uma idiota, então eu sabia que eu teria
trabalhado sobre o que aconteceu antes do meu deslize.

Três horas antes

Assim que a limusine parou no tapete vermelho, meu corpo começou a


tremer. — Nós temos que sair aqui? Na frente de todos? — Perguntei, minha
voz numa oitava mais alta.
Os lábios de Grayson se contraíram. — Sim.
Dylan acariciou minhas costas. — Não se preocupe, nós
cuidaremos de você.
— Por que você está fazendo isso comigo? — Eu chorei
quando a porta de repente se abriu. Flashes das câmeras
começaram a estalar nos nossos rostos, e nem sequer saímos
do veículo.
— Ei, — Dylan começou. — Você se lembra daquela vez
que você me levou para um filme assustador quando soube
que os odiava?
Lentamente, virei a cabeça para ver o brilho perverso em
seus olhos. — Sim, — eu assinalei.
Seu sorriso era grande. — Retorno é
uma cadela. Grayson foi gentil o
suficiente para ajudar seu irmão por uma
vez.
Quando Grayson começou a sair, eu o soquei nas costas. Ouvi seu
grunhido, e então era muito tarde para afastar tudo. Dylan sabia que toda essa
cena me assustaria, o asno. A mão de Grayson entrou. Peguei, apertei e depois
ele me ajudou a sair do carro.
Assim que eu estava ao seu lado, ele ficou perto, enquanto esperávamos
que Dylan e Lori saíssem e sussurrou no meu ouvido: — Você me soca de
novo, haverá consequências.
Sorrindo, eu disse no canto da minha boca: — Oh, acho que não, chefe.
Isso foi um retorno por ajudar Dylan a me torturar.
Ele enrolou minha mão no seu braço e começou a descer o tapete
vermelho. As pessoas chamavam seu nome e do Dylan, que estava atrás de
nós com Lori, minha pobre irmã. Ela ficaria fora de si com tudo.
Ambos os homens ignoraram todas as chamadas para entrevistas ou
perguntas. Eles se dirigiram para a entrada. Quando completamos, girei e
parei e minhas sobrancelhas se abaixaram. Lori estava rindo de algo que
Dylan tinha sussurrado em seu ouvido. Ela viu meu olhar e se aproximou.
— Isso não é incrível? Eu vi Pink, Keith Urban e John Legend. Ninguém
vai acreditar que eu estive aqui.
— Eles vão se eles assistirem na TV. — Dylan sorriu
para ela.
— Eu queria ter pensado em gravar.
— O que você fez com minha irmã? — Perguntei no
rosto de Dylan.
Lori agarrou minha mão. — Pare com isso. Ele não fez
nada. Estou apenas me divertindo. Nunca pensei que veria
alguém como Beyoncé, Taylor Swift e... Oh, uau, Adele.
Senti o calor de Grayson antes dele sussurrar no meu
ouvido: — Você sabe mesmo de quem ela está falando?
Olhando para ele, sorri. — Não.
Ele jogou a cabeça para trás e riu. Eu
girei completamente o caminho para que
eu pudesse assistir, ele parecia incrível.
Seus cabelos escuros estavam arrumados
e estilosos em seu rosto. Não importava que ele tivesse barba por fazer porque
ele estava abalando. Seu smoking estava bem ajustado em seu grande corpo.
— Bem, foda-me — eu ouvi Dylan dizer atrás de mim. Olhei por cima do
meu ombro para vê-lo assistindo seu irmão.
Depois que o riso de Grayson diminuiu, ele disse: — Devemos encontrar
nossos assentos?
— Parece um plano. — Eu assenti. Meu corpo sacudiu quando senti sua
mão quente na parte inferior das minhas costas. Olhei enquanto ele olhava
para baixo. Seus olhos eram leves e seus lábios se contraíram. Maldita seja,
esse leve contração nos lábios. Ele estava se divertindo, e só por isso, fiquei
feliz por estar lá para vê-lo.
Foi então que resolvi. Relaxando, eu me inclinei em seu toque.
Encontramos nossos assentos, que eram na quarta fileira em frente ao palco.
Grayson estava no fim. Sentei-me ao lado dele, depois Lori e Dylan. O que
também foi ótimo ver Lori relaxando também. Ela estava aconchegada perto
de Dylan enquanto conversavam sobre seu passado musical. Suas bochechas
estavam vermelhas, mas estava fazendo perguntas e parecia entusiasmada ao
descobrir tudo o que podia.
A cerimônia começou e as pessoas se acalmaram. Foram prêmios para
tudo e músicos que tocaram, eu gostei muito. Alguns, eu
gostei tanto que eu estaria indo para o Google quando
chegasse em casa para comprar seu trabalho.
Grayson se inclinava de vez em quando para me
informar quais eram seus clientes e cada vez me sentava
mais próximo prestando mais atenção. Se alguém me
perguntasse, eu teria que dizer que os clientes de Grayson
eram melhores do que o resto.
Inclinando meu queixo, eu sussurrei: — Nós recebemos
lanches como nos filmes? — Inferno, eu estava começando a
ficar com fome e mais cedo eu não podia comer porque
estava tão nervosa com todo o evento.
Grayson começou a tremer ao meu lado. Eu me afastei e
sorri quando percebi que ele estava rindo.
Depois que ele se acalmou, ele balançou a
cabeça e disse: — Infelizmente, não.
Eu franzi a testa, apenas para sorrir
para ele. Então voltei a assistir o palco. Ainda assim, eu podia sentir um calor
no meu rosto e me perguntei se Grayson estava me observando e não o que
estava acontecendo na nossa frente. Então eu pensei que poderia ter algo no
meu rosto, então eu passei minha mão.
Grayson riu.
Movendo-me para ele, perguntei: — O quê? Eu tenho algo no meu rosto?
Ele olhou para mim. Seus olhos pareciam tocar cada centímetro do meu
rosto quando eles vagaram. Minha respiração apanhou e, em seguida, pegou
um ritmo acelerado. Meu peito levantou-se e caiu rapidamente quando
percebi os olhos de Grayson com calor, e então ele lambeu os lábios. Meu
clitóris pulsou e realmente não acho que ficar excitada numa cerimônia de
premiação fosse uma ótima ideia.
Finalmente, seus olhos encontraram os meus e ele baixou: — Não, está
perfeito.
O que é que foi isso?
Eu mordi meu lábio inferior. Ele observou e então encontrou meu olhar.
Algo estava acontecendo.
Algo, que aqueceu meu corpo, eriçou meus mamilos e apertou a parte
inferior do meu estômago.
— Ei — chamou Dylan, quebrando nossa conexão.
A menos que não fosse uma conexão e eu sonhei tudo.
Então, novamente, a maneira como Grayson olhou ao
meu redor para o irmão era muito hostil.
— Sua categoria está próxima — disse Dylan, ignorando
completamente o olhar de Grayson.
— Categoria? — Perguntei. — Você está concorrendo a
um prêmio? — Eu sussurrei sibilando. — Por que você não
me disse?
Ele encolheu os ombros. — Não é nada.
Minha atenção foi puxada para o palco quando o cantor
disse: — E o vencedor do produtor do ano
é... Grayson Jackson.
As palmas começaram. As pessoas ao
nosso redor começaram a felicitar Grayson. Ele se virou para mim. Minha
mão passou pela minha boca. Por trás disso, eu murmurei: — Você ganhou.
— Desculpe? — Ele perguntou, sorrindo.
Ele começou a ficar de pé. Até que eu agarrei a frente de sua jaqueta em
meus punhos e chorei: — Você ganhou. Oh, meu Deus. — Então, eu o beijei.
Beijei Grayson logo na frente de milhões. Quando ele terminou de pé, eu
estava com ele, e quando seus braços envolveram minha cintura me deixando
escorrer contra ele, gemi.
Ele se afastou de repente, olhou para mim e baixou — Porra.
Porra?
O que porra significava?
— Gray, traga sua bunda ao palco.
Ele assentiu, apenas seus olhos nunca deixaram meu rosto, e então ele se foi.
Como alguém que controlava meu corpo, sentei-me. Estava certa de que o
choque começaria a entrar.
A mão de Lori caiu na minha. Eu pulei e olhei para ela.
Houve palmas, ouvi a voz de Grayson no fundo, mas meus ouvidos
estavam zumbindo enquanto meu coração palpitava mais
forte do que antes.
— Kenzie? Kenzie, você está bem? — Lori perguntou.
Eu acenei e então balancei minha cabeça.
Eu beijei o meu chefe.
Beijei-o.
Meus lábios foram fechados contra os dele.
Oh, merda. Eu coloquei minha língua em sua boca.
— Eu tenho que ir, — eu sussurrei.
As pessoas estavam rindo de alguma coisa, eu não sabia
o que.
— O quê? — Lori perguntou.
— Eu tenho que ir. — Em seguida, eu
estava de pé, saindo para o corredor.
Então eu estava caindo, meus joelhos
ainda fracos do beijo. Pelo menos foi o que eu pensei que fosse. Aterrissei no
chão duramente, apenas a mortificação não parou por aí. Havia uma
inclinação na sala, e fui para baixo em direção ao palco, de tal maneira que
meu corpo começou a rolar, assim que caí no chão.

— Você teve sorte de que não se machucou demais, — Lori ofereceu


enquanto caminhávamos na frente do apartamento. Isso era verdade. Eu sabia
que acordaria com alguns pontos doloridos, mas, além disso, e um vestido
rasgado, eu estava bem.
— Exceto que machuquei meu ego e de Grayson, — eu murmurei, mais
para mim do que qualquer um.
— Você não machucou o meu, — disse Grayson. Ele teve que sair da
cerimônia cedo por minha causa. Eu o beijei, então caí e rolei pelo corredor.
Como ele poderia dizer que seu ego ainda estava intacto? Eu pensei que ele
estava apenas tentando ser legal.
Quando o motorista abriu a porta, acariciei sua perna tentando me fazer
sentir melhor. Então eu percebi que não deveria tocá-lo. Eu
rapidamente puxei minha mão para trás e saí do carro. Eu já
estava a meio caminho da porta quando Lori chamou meu
nome.
Virando, pude ver o rubor cobrindo suas bochechas
antes de dizer: — Eu vou falar com Dylan por alguns
instantes. Eu estarei de volta em breve.
Eu dei um olhar de advertência a Dylan. Ele me saudou
e sorriu. Suspirando, eu disse: — Vou tentar manter o papai
no andar de cima, mas duvido que por muito tempo.
Ela assentiu. Eu segui adiante para o elevador com a
cabeça baixa e meus pensamentos sobre o rosto de todos,
enquanto eu caminhava com minhas pernas trêmulas depois
da minha queda. Alguns riram; a maioria
perguntou se eu estava bem. Eu me
desculpei e rapidamente corri para longe
do meu desastre. Deus, eu esperava que
Grayson tivesse razão, e ninguém tenha visto na TV. No entanto, era
duvidoso. Depois de pesquisar no Google no carro, eu descobri que foi
televisionado ao vivo.
— Eu vou ter que caminhar pela cidade com uma bolsa sobre minha
cabeça.
— Não foi tão ruim, — disse Grayson, fazendo-me saltar. Não tinha
percebido que ele me seguiu até o elevador.
— Não foi tão ruim? — Quase gritei. — Eu-eu, ah, você sabe, beijei meu
chefe para que todos vissem e, de alguma forma, minha língua tinha uma
ideia própria e acabou em sua boca, então eu caí no meu rosto e rolei, rolei,
Grayson, pelo corredor na frente de milhões. — Meus olhos se arregalaram.
Minha mão passou por minha boca enquanto eu ofegava. — E o trabalho?
Oh... — Eu me inclinei na cintura, respirando fundo. — Eles vão pensar...
pensar... Não, eles... verão que eu te maltratei como uma leoa faminta. — Eu
afundei no chão do elevador. — Apenas deixe-me aqui para morrer. Não
posso encarar ninguém.
Grayson suspirou. — Levante-se, Makenzie, e não se preocupe com o que
as pessoas vão pensar.
Balançando a cabeça de volta para a parede, eu olhei para ele. — Como
você pode dizer isso quando ficou embaraçado ao me
defender de Robert na frente de todos no trabalho?
Ele revirou os olhos endurecidos. — Então, eu era um
pau. Eu não dou uma foda com o que qualquer um vai dizer
ou pensar.
O que ele achou?
Eu queria saber, mas não havia maneira no inferno que
eu fosse perguntar.
As portas se abriram e eu vi meu pai imediatamente. Ele
ficou no bar tomando uma bebida. — Puddin, você não
jantou esta noite? Porque parecia que estava pronta para
devorar seu chefe lá?
Gemendo, fechei os olhos e enterrei
minha cabeça em minhas mãos.
— Você está bem depois da queda?
Eu soltei um gemido e chorei — Veja.
Todos viram isso.
O calor bateu no meu lado. Afastei meu rosto das minhas mãos para ver
Grayson agachar-se ao meu lado. — E daí? Nenhum deles importa. Algo mais
acontecerá, e então eles se concentrarão nisso. Além disso, vou matar qualquer
um que diga merda.
Eu assenti.
— Vamos, Puddin, erga a cabeça e fodam-se todos eles.
Ambos estavam certos. Eu sabia que estavam. Se Grayson não se
importava, então eu não deveria, certo?
— Eu acho que vou me afundar na minha pena pela noite pelo menos, —
eu disse.
Os lábios de Grayson se contraíram, e de alguma forma, apesar do meu
constrangimento, minha boceta ainda tomou conhecimento. Quando ele ficou
de pé, ele estendeu uma mão para mim. Peguei e me levantei. Então nós dois
saímos do elevador.
— Trent, — começou Grayson. — Lori ainda está no térreo com meu irmão.
— A porra? — papai gritou. — Saia do meu caminho. Mesmo que ele seja
seu irmão, eu vou levá-lo para baixo.
Papai entrou no elevador e apertou o botão para fechar as
portas. Eu girei para Grayson e ri. — Isso foi malvado de você.
— Deixe que seja seu retorno por esta noite.
— Obrigada. Isso foi doce. — Fui para o meu lado do
apartamento, e Grayson dirigiu-se para o dele. — E desculpe
novamente por, você sabe, infundir minha boca na sua. Eu
estava realmente feliz por você e você ganhou. Nunca falei
parabéns. Bem, boa noite. — Eu ri com nervosismo.
— Makenzie, — ele chamou.
Virando, eu disse: — Sim?
— Você definitivamente não precisa se arrepender desse
beijo. — Ele piscou. Meu chefe piscou para mim e saiu pela
porta.
Oh. Meu. Deus.
No dia seguinte, Lori e eu estávamos no meu quarto falando sobre a noite
anterior. Bem, Lori estava falando, tentando manter minha mente fora das
coisas. Eu tinha verificado os jornais e as notícias. O meu acidente apareceu
em todos os lugares. Fui apelidada de garota que entrou em colapso depois de
beijar Grayson Jackson, bilionário produtor de música. Naquela manhã, meu
telefone não parou de tocar. Todos os amigos do meu almoço queriam saber o
que estava acontecendo entre Grayson e eu. Ignorando suas chamadas, enviei
um texto para todos, afirmando que foi um ato para a
câmera — é claro que tudo foi encenado. Eu não tinha
certeza se eles acreditavam em mim ou não, mas eu
continuei dizendo que não podia falar sobre isso e estava
passando tempo com minha família enquanto eles estavam
na cidade.
Como meu pai e Grayson disseram, eles poderiam
acreditar no que quisessem. Eu entraria no escritório,
segunda-feira, com minha cabeça erguida e rezando para
não vomitar com meus nervos.
— Tudo o que estávamos fazendo era falar e então papai
teve que descer e me envergonhar. — Lori suspirou.
Sorrindo tristemente, eu disse: — Não se preocupe com
isso. Eu conversei com o pai mais cedo e
disse-lhe para recuar. Para que ele se
sentisse orgulhoso, você está saindo da
sua concha em torno de um cara, em
primeiro lugar. Eu acho que ele só precisa ver que Dylan realmente gosta de
você.
Ela mordeu o lábio inferior e olhou-me através de seus cílios. — Você
acha que ele faz?
— Dylan? — Eu perguntei, e ela assentiu. — Eu realmente penso assim,
docinho.
— Ele é tão bom, doce e bonito.
— Eu posso ver alguns desmaios acontecendo — brinquei.
— Sim, mas não tenho certeza de como isso poderia funcionar comigo
voltando para casa para terminar a faculdade. Há muitas mulheres que
matariam por seu tempo.
— Tanto quanto eu posso ver, ele só tem olhos para você.
Ela encolheu os ombros. — Tudo o que posso fazer é ver como isso
acontece. Agora, e você e Grayson?
Eu ri. — Não. Nada ali.
Sua cabeça inclinada para um lado e ela ergueu as sobrancelhas para
mim. — Esse beijo na noite passada não foi nada.
Gemendo, eu caí de volta na cama. — Não posso
acreditar que eu o ataquei assim.
— Ele não parecia se importar. Afinal, ele foi o único
que a arrastou para continuar.
— Lori, — comecei, enquanto me sentava de volta. —
Acabei de sair de um casamento. Não estou procurando por
nada.
— Não significa que você não pode se divertir. Além
disso, quando foi a última vez que você e Robert... você
sabe?
— Cerca de oito meses, antes de deixá-lo.
— Realmente?
Eu assenti. — Ele não estava
interessado. E, honestamente, tampouco
eu.
— E me diga, quando foi a última vez
que ele mostrou algum amor por você? Quando ele a levou para sair sem que
um cliente estivesse presente? Comprou-lhe flores, ou qualquer tipo de
presente?
Mordendo o lábio inferior, pensei nisso. — Pelo menos nove meses ou
mais.
Ela pegou minha mão na dela. — Honestamente, acho que seu casamento
terminou há muito tempo. Está certa em seguir em frente se você quiser.
Ninguém pensará mal de você por isso.
Balançando a cabeça, eu disse-lhe: — Ainda não quero seguir em frente.
Lori revirou os olhos. — De irmã para a irmã. Você tem sentimentos por
Grayson?
Deixando cair os olhos, pensei nisso. Eu tinha uma paixão. Eu
simplesmente não tinha certeza se o desejo que sentia por ele era mais do que
uma fantasia. Ele era o homem mais bonito que eu já conheci. Sua altura, sua
voz, corpo... tudo sobre ele apelava para mim. Mas, então, discutimos. Ele era
teimoso, cabeça-dura e um workaholic12.
No entanto... o admirava por chegar lá onde ele estava, e eu conhecia sua
teimosia e isso o ajudava a alcançar seus objetivos.
Ele também era doce e atencioso, às vezes.
Ele enviava meus nervos, meu corpo e meu coração
num colapso toda vez que estava por perto e, pela minha
vida, não conseguia tirar o beijo da minha cabeça. O jeito que
ele me arrastou para cima, do jeito que suas mãos se
espalharam por meus quadris e me abraçaram fortemente.
Conhecendo o olhar da minha irmã, assenti com a
cabeça. — Tenho certeza de que sim, quando ele não está
sendo um bastardo mandão.
— Então, veja apenas como vão as coisas. Seja corajosa e
não deixe ninguém chegar até você quando se tratar do que
aconteceu na noite passada. Tudo o que importa é que você
esteja feliz.
— O que acontece se ele também
tiver sentimentos por mim e tentarmos

12 Pessoa viciada em trabalho, que trabalha demais.


um relacionamento para depois terminar? Eu perderia meu emprego, meu
amigo, desde que Dylan é seu irmão e eu o perderia.
Deus, eu soava como uma adolescente assustada e chorona.
— Você sabe algo que alguém me ensinou? — Perguntou ela.
— O quê?
Ela sorriu. — A vida é tudo sobre o acaso. As pessoas precisam levá-la. Às
vezes, funciona e, às vezes, não. São com as incertezas que não vale a pena se
preocupar. Porque mesmo quando as chances que você toma não
funcionarem, você aprende com elas. Você mesmo se torna uma pessoa
melhor com elas.
— Quem te ensinou isso?
— Você.
Rindo, perguntei: — Como?
— Você tomou uma chance com Robert. Você não teve medo de dar uma
boa tentativa nisso. Embora Robert tenha sido uma chance que não tenha
funcionado, você aprendeu com isso e você se tornou uma pessoa melhor.
Você é ainda mais forte depois disso. Diga-me, você argumentava de volta
com Robert, como você faz com Grayson?
Eu balancei minha cabeça. Não havia nenhuma maneira
que eu fizesse. Eu era tudo sobre conceder quando alguma
coisa vinha do meu ex. Com Grayson, eu sentia... Lori estava
certa, sentia-me mais forte comigo mesma para compartilhar
meu pedaço de mente e danem-se as consequências.
— Como você se tornou mais inteligente do que eu?
— Ela puxou a mim — disse papai, entrando no quarto.
— Agora, do que estamos falando?
— Homens.
Ele parou e suas mãos foram para seus quadris. — Eu
preciso matar alguém?
Nós duas rimos. — Não hoje, pai.
— Bom, — ele resmungou. —
Grayson estava me mostrando o piso da
academia. Obtenham seus maiôs. Nós
iremos para lá.
— Não posso — eu disse. — Eu recebi uma visita da tia Flow 13 esta
manhã. — Lori escondeu seu riso atrás de sua mão.
Então, é claro, minha sorte ainda estava no buraco, porque Grayson
apareceu atrás do meu pai enquanto ele falava: — Você não tem uma porra de
tia Flow. Do que você está falando?
Os olhos de Grayson se arregalaram. Ele então girou de volta e saiu. —
Papai, — gritei, balançando a cabeça para ele. — Eu estava falando sobre o
meu período.
Papai empalideceu e então foi a vez dele mudar de volta e sair pela porta.
O que acontecia com os homens e períodos? Pelo menos eles não tinham que
passar por isso. Eles só tinham que aguentar as nossas oscilações de humor,
mas empurrava uma barra de chocolate pela minha garganta e voltava a ser
feliz.
— Filho — ouvimos o chamado de papai. — Precisamos chegar às lojas
rapidamente. Comprar a maldita loja de chocolate. É a única coisa que acalma
a besta selvagem.
— Papai! — Eu gritei. — Cala a boca.
— Veja o que eu quero dizer. Vamos.
Lori olhou para mim, nós duas abaixamos nossos olhos
uma para a outra e então explodimos num riso.
Não foi até mais tarde, quando Grayson e papai
voltaram de onde quer que tinham ido, que papai apareceu
na minha porta. Lori e eu estávamos assistindo a um filme.
Ele jogou uma caixa de Baby Ruths14 na cama e afastou-se da
sala. — Isso deve mantê-la satisfeita por um tempo. Há mais
na cozinha. Estou saindo com Grayson.
— Onde vocês estão indo? — Perguntei.
— Para uma bebida, — ele gritou de fora da porta e
depois desapareceu.

13 Fluxo, ela se refere ao seu período menstrual.

14
Eu resmunguei. — Confie em Grayson para realmente tirar um tempo
para gastar com o nosso pai. Deus sabe o que o pai está lhe dizendo.
— Eu acho que Grayson sabe agora que você pode ser um pouco
desequilibrada, às vezes.
O medicamento contra tosse.
Falando o que vinha na minha mente quando deveria ter ficado na minha
cabeça, em primeiro lugar.
O beijando.
— Sim, suponho que você está certa.
— Papai colocará medo nele para sempre quando você tiver seu período
embora. — Lori riu.
— Se eu conseguir chocolate com isso, não me importo, — eu disse,
pegando a caixa.
— Lembra-se da primeira vez que você teve seu período e como o pai
reagiu?
Rindo, eu assenti. — Sim. Ele acabou de chegar em casa do trabalho e
mamãe disse que sua primogênita estava crescendo. Estava deitada na sala de
estar no sofá. Ele entrou e perguntou se eu estava bem. Deus, não posso
acreditar que eu gritei para ele e disse: “Estou sangrando
pela minha vagina, pai. Como você acha que eu estou?”
Lori recuou rindo, segurando seu estômago. — Eu
nunca soube que papai poderia correr tão rápido.
Acenando, acrescentei: — Então ele saiu e jogou os
punhos no ar, gritando: “Você não poderia ter me dado um
garoto?”
— Eu não acho que ele teria de outra maneira. Ele nos
ama.
— Ele faz, e mesmo que ele seja muito supereprotetor,
nós o amamos de volta. — Depois de falar um pouco e
gemer em torno de meu Baby Ruth, perguntei: — Você acha
que ele está feliz em casa?
— Você está preocupada quando eu
também o deixar?
— Sim.
— Eu acho que ele ama seu trabalho de cozinhar, mas não tenho certeza
de quanto ele vai adorar depois que eu não estiver lá. Nós fazemos muita
coisa juntos. Ele não é apenas meu pai, mas um amigo, você sabe?
— Talvez possamos convencê-lo a mudar? Poderíamos ficar todos juntos
numa casa.
Lori esfregou o nariz. — Eu-eu não posso viver com ele para sempre, —
disse ela em voz baixa, sem dúvida, a culpa a comendo.
— Isso é verdade. Como você levaria os caras em casa, caso contrário? —
Pisquei o olho. Ela corou. — Nós pensaremos em algo antes do tempo chegar.
Eu adoraria ter o pai perto, mas eu concordo que ele morando conosco
poderia ser um problema a longo prazo. — Eu segurei sua mão, passei-lhe um
chocolate com a mão livre e disse: — Nós vamos descobrir.
Ela sorriu e assentiu. — Nós vamos.
Na terça-feira após o meu desatre na TV e o longo final de semana, as
coisas não estavam boas. Alguns colegas de trabalho riram comigo, outros
ignoraram tudo, e depois houve os sussurros de outros que me acusaram de
dormir com o chefe para conseguir meu emprego e roubar seu dinheiro. O que
era ridículo. Além disso, foi Dylan quem me colocou no emprego em primeiro
lugar, e eles não podiam ver que era um beijo de parabéns que nunca mais
aconteceria?
No final da semana, as pessoas já não falavam disso.
Pelo menos, se o fizeram, não era nada sobre o que ouvi. Eu
acho que o que ajudou foi como Grayson continuou com o
seu costumeiro trato comigo. Ele até gritou comigo algumas
vezes na frente das pessoas. O que ajudou muito e trouxe um
sorriso para o meu rosto. Apenas, da próxima vez que eu me
certifique de sorrir depois de Grayson sair, porque ele pegou,
fazendo com que sua mandíbula se apertasse, suas narinas
inflarem e os olhos se estreitarem. Então ele voltou para seu
escritório, batendo a porta atrás dele. Em primeiro lugar,
pensei que ele poderia ter ignorado meu pequeno erro de
enviar e-mail à pessoa errada na empresa. Então, novamente,
quando as pessoas testemunharam sua explosão, isso ajudou
meu caso, fazendo com que eles percebessem que nada
acontecia entre Grayson e eu. Então, no
final, eu estava agradecida pelo seu
temperamento.
Para confirmar que as pessoas estavam deixando cair o assunto, sexta-
feira no almoço, eu estava sentada com as pessoas habituais quando Darby
disse: — A conversa sobre você e Grayson morreu. O que ajudou foi quando
você tropeçou em seus próprios dois pés no outro dia. Agora eles pensam que
você acidentalmente caiu em seus lábios e depois rolou pelo corredor.
Mais cedo, enquanto eu caminhava para a cafeteria, eu também ouvira
um sussurro de Kim: — Não há como um homem como Grayson gostar de
algo assim.
Uma amiga dela respondeu: — O pobre rapaz provavelmente foi para
casa para lavá-la.
Kim riu. — Eu sei que eu gostaria de ajudá-lo a lavá-la. Não seria a
primeira vez também.
Que diabos? Grayson esteve com Kim? Onde estava um saco de vômito
quando eu precisava? Ele a amordaçou para calar a boca enquanto eles...?
Balançando a cabeça, joguei os pensamentos indesejados da minha cabeça e
olhei fixamente por cima do meu ombro antes de sair.
Ryan resmungou, trazendo-me de volta dos meus pensamentos, e então
ele disse: — Idiotas. Eu acho que eles não viram o jeito que o chefe se agarrava
à nossa Kenzie aqui. Como se ela fosse seu ar e ele precisasse de seu oxigênio
para viver.
Todos os olhos, incluindo os meus, amplos, se voltaram
para ele.
— O quê? — Ele perguntou em torno de seu bocado.
— Não houve agarre acontecendo. Foi um toque
excitado e feliz com os lábios e isso foi tudo.
Ryan e Hudson compartilharam um olhar.
Apontando meu dedo para eles, eu respondi: — O quê?
O que foi esse olhar?
Ryan encolheu os ombros. Hudson balançou a cabeça.
— Querida — começou Angelia. Olhei para ela. — Os
cabeças de carne, como nós, ainda pensam que algo
acontecerá com vocês dois.
— Eu e quem? — Perguntei
maliciosamente.
Angelia revirou os olhos. — Grayson.
Eu bufei e depois ri. — Vocês são todos loucos, como minha família.
Ryan arqueou as sobrancelhas. — Então, seu pai e sua irmã acham que
você e Grayson se entenderão? — Meu pai e Lori vieram almoçar um par de
vezes durante a semana, então eles conseguiram conhecer todos.
Esfregando minha testa, dei de ombros e disse-lhes: — Eu acho que sim.
— Nova aposta, — Hudson chamou e todos rapidamente jogaram
dinheiro na mesa colocando uma data em que Grayson e eu acordaríamos e
nos reuniríamos.
Eles não sabiam o que eu sabia.
Na verdade, eles deveriam. Grayson tinha um tipo, e eu certamente não
era.

Acabamos de entrar no restaurante quando eu congelei. Anteriormente,


papai, Lori e eu estávamos no nosso caminho para o nosso último jantar juntos
antes de irem embora no dia seguinte, quando Dylan e
Grayson nos apanharam, na garagem subterrânea, indo para
meu carro. Assim que papai viu Grayson, ele pediu que meu
chefe viesse junto. Dylan, que já estava a caminho para ver
Lori, acompanhou. Fiquei surpresa quando Grayson
concordou também e levou seu carro com seu irmão nele.
Então, quando apareceu no restaurante e entramos, meu
coração pulou na minha garganta e meus ouvidos
começaram a zumbir com os nervos quando vi Harper
sentada no bar com alguns amigos.
Harper.
Ex de Grayson.
Ela viu o show do prêmio?
Ela me viu beijá-lo?
Deus, eu me senti como uma puta de
repente.
Girando, e desde que fui a primeira a atravessar a porta, joguei as mãos e
disse com franqueza: — Este lugar está cheio. Talvez devêssemos ir para outro
lugar.
De preferência no inferno, que era onde eu tinha certeza de que Harper
estaria querendo que eu fosse.
— Puddin, que diabos você está falando? O lugar tem montes de mesas
em volta. Ele tentou empurrar para frente, mas eu empurrei para trás.
— Talvez eles estejam vazios porque a comida aqui não é boa? Você
pensou nisso? Você não quer um envenenamento alimentar quando você
dirigir de volta amanhã. — Você cagar nas suas calças.
Merda. Acabei de dizer cagar em voz alta.
Eu estremeci. Dylan riu e eu vi os lábios de Grayson se contraírem, e
então ele olhou por cima do meu ombro.
— Não! — Eu chorei e forcei-me entre papai e Lori, então empurrei Dylan
de um lado para agarrar as bochechas de Grayson em minhas mãos, forçando
o rosto para baixo, então seus olhos se encontraram com os meus. — Eu acho
que vi algo indo para o seu olho. — Levantei uma mão e passei o dedo sob o
olho direito. — Aqui, era apenas um cílio. Agora, vamos sair daqui. —
Forçadamente, eu o virei e empurrei suas costas para que ele caminhasse.
Somente que ele não se moveu. Nem mesmo uma polegada.
Sob as minhas mãos nas costas, senti-o suspirar.
Ele a tinha visto.
Meus ombros caíram quando eu coloquei meus braços
de volta aos meus lados. Grayson virou-se. — Não sei
porque você está nos escondendo de Harper.
Meus olhos se abalaram. — Ah, no caso dela ter visto o
show dos prêmios. — Sua testa arqueou.
— Oh, hum. — Eu ri com nervosismo. De repente, ficou
quente? — Quando, você sabe, eu o felicitei. Ela pode
pensar... que você terminou com ela. — Eu ri novamente. —
Por mim. — Revirei os olhos. — Ridículo eu sei. Mas eu não
quero causar uma cena.
— Então, talvez seja melhor, ela não
caminhar até nós como ela está agora? —
Ele questionou.
— Você acha? — Eu estalei, meus olhos se estreitando sobre ele. Seus
lábios se contraíram quando eu murmurei comigo mesmo: — Eu teria nos
afastado daqui, mas não.
— Grayson, — Harper chamou num tom suave. Então eu me virei e seu
sorriso transformou-se numa carranca.
— Vamos pegar uma mesa — sugeriu Dylan.
Grayson assentiu. — Eu estarei lá em breve.
Meu olhar voltou-se para ele. Ele ficaria e conversaria com ela. O
conhecimento não me sentou bem, mas recusei-me a analisá-lo.
Harper chegou ao nosso lado. Ela ficou na ponta dos pés para beijar
Grayson na bochecha. Ignorando-me completamente, ela sorriu para ele. — É
maravilhoso ver você. Nunca consegui lhe agradecer adequadamente pelo
trabalho de modelagem.
Trabalho de modelagem?
Grayson conseguiu um para ela?
— Não há necessidade de me agradecer. — Grayson sorriu firmemente.
— Kenzie, você vem? — Lori perguntou.
Harper mudou-se para olhar com um brilho para mim.
— Você se divertiu no show dos prêmios na outra noite?
Por algum motivo, tive um desejo de gritar: — Eu não
fiz isso. — E eu estava prestes a abrir minha boca quando
uma mão a cobriu.
Olhando para cima, vi que Grayson estava bem ao meu
lado. Ele provavelmente sabia que estava prestes a descartar
algo que seria inadequado. — Makenzie, vá sentar-se — ele
ordenou. Eu apertei meus olhos para ele quando ele tirou a
mão e gentilmente me levou para os braços de Dylan.
Eu tive que morder o interior da minha bochecha para
não dizer qualquer coisa a Harper enquanto caminhávamos.
Seu sorriso era presunçoso e eu queria
derrubá-lo do rosto.
— Vamos, querida, retire as garras e
sente-se. — Dylan gesticulou para o
assento ao lado de Lori.
Assim que me sentei, pegou o outro no outro lado da minha irmã.
— Dylan, não tenho garras para retrair. Está bem. Estou bem. Harpy não
chega a mim. — Eu bufei, movendo meus olhos para Grayson e Harper
enquanto ela jogava a cabeça para trás e ria. Apertei minha mandíbula e
depois murmurei: — Ela não é nada especial, apenas uma modelo, que parece
muito bem em sua arte de modelar. E aquele cabelo, todo brilhante, brilhante e
longo. Quero dizer, ele terminou com ela... Eu acho, ou ela terminou com ele?
— Eu ri com nervosismo. Puxando a gola da minha camisa longe do meu
pescoço, fiquei quente novamente. — Talvez ele sinta falta dela se ela
terminou com ele? Ele parece feliz em vê-la. — Eu caí no meu assento e peguei
um garfo, torcendo-o na minha mão. — Não que eu me importe. Eu não. Ele é
meu chefe. Ele pode fazer o que quiser.
— Puddin, coloque o garfo antes de jogá-lo.
Piscando, olhei para o meu pai, que estava sentado do outro lado da
mesa. Então eu olhei para o garfo e descobri que estava esfaqueando na mesa.
Corando, puxei-o com um forte suspiro.
Sentando-me mais reta, sorri. — Tudo bom. Não vou matar ninguém
hoje.
A menos que eu ouça Harpy rir mais uma vez.
— Então, essa é a ex? — Lori perguntou.
— Sim, — respondeu Dylan. — Uma vagabunda
cavando ouro.
— Ela parece um pedaço de aipo, — ofereceu papai.
Lori e eu rimos.
— Ela apenas o beijou — Lori sussurrou.
— Puddin, deixe a faca — advertiu o pai.
— Foi apenas um selinho — disse Dylan rapidamente.
— Como eu tenho certeza de que você e o idiota do Randal
fizeram.
Zombando, balancei a cabeça, abaixei
a faca e enxuguei a testa. — Eu não sei
porque você está fazendo um comentário.
Não é como se eu me importasse. —
Todos os olhos se voltaram para mim. — Eu não. — Droga, eles e suas
sobrancelhas levantadas. — Vejamos o menu. Estou morrendo de fome.
— Ela está abraçando ele — disse Lori.
Eu praguejei sob minha respiração.
— Jellybean, não posso pagar para sua irmã sair da prisão. Melhor não
dizer a ela o que está acontecendo.
— Droga — eu acertei, pegando a faca novamente e acenando para as
pessoas na mesa. — Este é o nosso último jantar juntos. Vamos aproveitá-lo.
Todos olhem para o seu maldito menu.
A mesa ficou em silêncio. Coloquei a faca e peguei o menu, meus
movimentos eram bruscos. Estúpida Harpy. Estúpido Grayson. Estúpido
maldito beijo. Não só o que ela colocou sobre ele, mas o que eu dei.
Fora do meu alcance. Ele sempre foi.
Meu peito doeu sobre o fato de me fazer de tola, não só de beijá-lo em
primeiro lugar, mas também de deixar minha família e Dylan saberem da
minha paixão.
Respirando fundo, tive que acalmar meu coração pisado. Eu precisava
acalmar meu estômago retorcido e esperar que Grayson tivesse seguro. Não
havia como saber se uma faca ou garfo acabaria em seu olho
até o final do jantar.
Meu corpo sacudiu quando a cadeira ao lado do meu
pai foi puxada. — Me desculpem por isso.
A mesa ficou em silêncio. Pelo amor de Deus, alguém fale.
— Ela estava apenas me contando sobre o trabalho que
eu consegui.
Ninguém disse nada, nossas cabeças enterradas em
nossos menus.
Rolando os olhos, imaginei que era comigo, então eu
murmurei, — Uh-huh. — E passei os olhos ao redor do
menu, sem realmente lê-lo.
— Ela acabou de voltar ontem.
— Hmm, — eu murmurei.
— Eu não podia exatamente me
afastar dela.
— Uh-huh.
Alguém mais fale já antes que eu esfaqueie uma parte dele?
— Seria grosseiro ter a ignorado.
Foi quando eu ri. Eu joguei minha cabeça para trás e ri alto e longo,
minha mão indo sobre minha barriga. Sequei meus olhos quando minha
risada diminuiu. — Oh, isso foi precioso. Você é grosseiro. — Eu apertei meus
olhos para ele. — É como o seu segundo nome.
— Chefe — o pai tossiu na mão dele.
Apertando minha mandíbula, peguei o menu novamente.
Ele era meu chefe, e eu não tinha o direito de estar irritada... como se eu
estivesse ciumenta.
Eu não sou ciumenta.
Eu não sou.
Porra. Eu sou.
Harpy era do tipo dele, e eu não era.
— Makenzie...
— Vamos pedir — eu praticamente gritei. Olhando ao
redor, acenei para uma garçonete. — Oi, eu gostaria do bife e
das batatas fritas.
— Ok. Você gostaria de uma bebida? — Perguntou ela.
— Sim. Gostaria... hum, faça qualquer coquetel, e eu vou
beber. — Entreguei-lhe o menu e virei para Lori. — Você vai
tomar uma bebida comigo?
— Jesus — murmurou o pai.
— Eu adoraria. — Lori sorriu. — Faça dois coquetéis e
terei o risoto de cogumelo.
Os homens pediram depois de nós. Eu virei para Lori e
comecei uma conversa sobre seus exames chegando. Ela
respondeu, apenas de vez em quando
seus olhos iriam para Grayson oposto a
mim. Ela sabia que estava desviando a
situação não falando com ele ou olhando
para ele.
Em outras palavras, ela sabia que eu estava sendo infantil.
Eu tinha que superar minha paixão. Eu tinha que encontrar alguém que
pudesse me ajudar a superá-lo.

Três horas depois

— Não, não, eu realmente vou fazer isso, — eu gritei embriagada.


Estávamos sentados na cozinha, conversando e simplesmente nos divertindo.
Eu tentei levá-los à minha sala de estar, no caso de Grayson chegar em casa,
mas papai achou mais seguro estar na cozinha. Só tinha derramado algumas
bebidas no passado. De repente, levantei-me do meu assento, apenas para
estar de pé sobre ele e depois para mesa com a minha bebida na minha mão.
— Eu declaro que todos os homens são idiotas. — Minha irmã bateu e
aplaudiu. — Os homens não são bons para nada. Os homens podem beijar
meu traseiro redondo porque estou me tornando gay.
— Isso significa que eu não vou ter meus netos — eu
ouvi o pai gritar de onde ele estava.
— Eu vou obtê-los para você, pai. O sequestro está fora,
então minha namorada e eu iremos utilizar inseminação
artificial, a partir deste dia, os homens já não fazem isso por
mim.
Depois do jantar, Grayson disse que tinha que estar em
algum lugar e desapareceu, levando Dylan com ele. Quando
Dylan disse que nos alcançaria mais tarde no apartamento,
Grayson não disse nada. Ele provavelmente estava indo para
ver outra mulher, ou ele planejava apanhar Harpy, que tinha
deixado o restaurante uma hora antes de nós com um sorriso
e uma piscadela para Grayson. Não que eu estivesse
olhando.
— Nós precisamos de camisetas
feitas dizendo Homens sugam. Não seria
legal? — Eu perguntei a Lori.
— Totalmente. — Lori sorriu e tomou outro gole de seu coquetel. Ela
estava bebendo mais do que teria porque estava chateada com o fato de que
Dylan não conseguiu voltar. Algo aconteceu com um negócio dele, e ele teve
que resolver isso antes que a merda atingisse o ventilador.
Foi o que ele disse. Ele também prometeu à minha irmã que a veria cedo
para dizer adeus. Lori admitiu que não queria despedir-se. Ela queria
envolver Dylan e levá-lo para casa com ela, que foi quando papai tinha
deixado a sala para nos deixar beber.
— Filho, eu não entraria lá.
Eu balancei minha cabeça. Olhando para Lori, perguntei: — Papai disse
alguma coisa.
— Não, — ela respondeu com um feliz sorriso bêbado, provavelmente
muito parecido com o meu.
— Certo, onde eu estava?
— Os homens não fazem isso por você. Você está se tornando gay. — Ela
riu.
— Ok. — Eu acenei com a cabeça e joguei minha mão no ar, derrubando
minha bebida ao redor, e gritei: — Os homens sugam.
— K-Kenzie.
— Isso mesmo, irmã. Os homens sugam, e eu vou ter
neto do pai de inseminação artificial. — Eu olhei para ela. Ela
parecia pálida. — Ei, hei, hei. — Fiquei de joelhos na mesa.
— Você está bem? Você não precisa se tornar gay comigo.
Você me deixa saber se algum cara foder com você, você diz
que sua grande irmã vai bater na sua bunda. — Eu estendi a
mão e acariciei sua cabeça. — Ok? — Eu perguntei.
— Vejo que você está tendo uma boa noite, Makenzie.
Minha mão congelou na cabeça de Lori. Inclinei-me e
sussurrei: — Meu chefe está de pé atrás de mim, não é? Ouvi
sua voz, certo?
Ela assentiu.
Fechei meus olhos, suspirei alto antes
de me sentar nos joelhos e olhar pelo meu
ombro. — Boa noite, Sr. Jackson. — Eu passei meus olhos pelo seu corpo.
Maldito seja por ter boa aparência. Como eu deveria superar minha paixão
quando ele parecia tão delicioso?
— Eu nunca teria pensado em voltar para casa para encontrar minha
assistente de pé na mesa da sala de jantar — ele comentou, apoiando-se no
batente da porta, apenas para endireitar e entrar quando papai voltou para a
cozinha atrás dele.
— Senhoras, acho que é hora de dormir. Lori, nós temos um grande dia
amanhã, e eu não estou parando a cada meia hora para você vomitar.
Eu pisquei lentamente. A cama parecia maravilhosa. Pelo menos lá,
minha boca não abriria onde eu diria coisas estúpidas que deveriam ficar na
minha cabeça. Abaixei-me da mesa e endireitei-me. — Estou zangada contigo.
— O que eu fiz? — Perguntou papai.
— Você não. Ele. — Apontei para Grayson, e andei bem na frente dele.
— Puddin, eu não falaria mais — sugeriu papai.
Os lábios de Grayson se contraíram antes de dizer: — Está bem, Trent.
Não importa o que ela diga, ela não perderá seu emprego.
Bem, isso foi legal.
— Isso é legal, — arquejei, acariciando seu peito. —
Veja, você pode ser doce. — Eu sorri e depois apertei meus
olhos. — Mas ainda estou zangada.
Ele suspirou, mas fez isso com um sorriso nos lábios.
Lábios que eu tinha beijado.
Lábios que senti que estavam se aproximando.
Agitando a cabeça, fiquei em pé e murmurei: — Eu acho
que devo ir para a cama. — Quer se juntar a mim? Estava na
ponta da minha língua. Eu mordi meu lábio inferior e gemi
quando vi Grayson olhando meus lábios.
Girando, fui até Lori e a abracei fortemente. — Eu te
amo loucamente, Lori, Tori, Pori.
— Eu amo você mais. — Ela fungou
no meu ombro.
Com as mãos em seus ombros, a
empurrei para trás e chorei: — Eu não posso esperar para você se mudar para
cá. Então poderemos obter um lugar juntas. — Inclinando-me, eu murmurei-
gritei: — Você trabalha em papai para também se mudar, mas não morando
conosco. Queremos levar os caras para casa e tudo.
Houve um engasgo atrás de nós.
Beijando sua bochecha, eu disse: — Durma bem, minha beleza.
Em seguida, mudei para papai e abracei-o com tanta força. — Papai, pai,
pai. Eu senti tanto a sua falta. — Me afastando acrescentei: — Mas não mais.
Estarei chamando o tempo todo no Skype e outra merda, como todo o tempo e
você será como, 'Eu gostaria que Kenzie ficasse bem e parasse de ligar'. Então
você só precisará se mudar para cá, e eu poderei visitar em vez de ligar, então
pelo menos você não vai ouvir trim, trim, trim a cada hora.
Papai riu. — Vou pensar sobre isso.
Apontei para seu rosto e avisei: — Você faz isso ou trim, trim, trim todos
os segundos.
— Vejo você de manhã, Puddin.
Sorrindo, assenti. — Você irá. Mas ficarei triste ao ver vocês dois irem.
— Nós ficaremos tristes de sair.
— Agora eu sinto vontade de chorar, — eu sussurrei.
— Makenzie — Grayson cortou. Saltando, olhei para ele.
— Vá para a cama.
Cumprimentando-o, eu disse: — Sim, senhor. — No
meu fôlego, eu acrescentei: — Sr. Mandão.
Pelo menos eu não senti vontade de chorar, então fui
dormir uma bêbada feliz. Despertar tinha sido outra história
completamente. Depois de lágrimas de adeus, papai e Lori
saíram.
Dylan colocou o braço em volta dos meus ombros e
disse: — Estou triste, querida.
Eu podia ver isso. O jeito que ele estava tão atento a
Lori, levando até o segundo final, e agora
ele parecia que sua luz tinha sido
apagada. Ele não estava sorrindo. Seus
olhos não brilhavam, e ele suspirou com
tristeza.
Batendo em seu estômago, eu disse: — Ela estará de volta em breve.
— Não é cedo o suficiente — ele resmungou.
Durante o mês seguinte, muito mudou, e não estava falando sobre o
trabalho.
Grayson mudou.
Eram apenas pequenas coisas, mas ainda assim eu podia vê-las.
Na verdade, eu podia senti-las.
Por algum motivo, ele parecia mais feliz, e sempre que eu estava perto
dele, ele estenderia a mão para me tocar de alguma maneira.
Uma mão na parte de trás ou no braço. Um dedo passando
aqui ou ali. Cada vez, meu corpo acendia fogo, e cada vez eu
ficava confusa com isso.
Ele na verdade não poderia gostar de mim, certo?
Talvez ele fosse assim se tivesse uma irmã ou alguma
coisa.
Embora outro pensamento tinha me ocorrido. Nas
semanas depois de minha família ter saído, ele viu o quão
triste eu me tornei, por isso poderia ser sua maneira de
demonstrar que ele se importava, para mostrar seu apoio.
O que quer que isso fosse, estava me deixando louca e
impossibilitava superar minha paixão. Ele estaria em todos
os lugares que eu estava no prédio
quando eu não estava trabalhando. Se eu
fosse nadar, ele aparecia. Se eu estivesse
na cozinha, ele entraria com um sorriso
no rosto.
Pior de tudo, apenas no dia anterior, ele entrou na cozinha quando eu
estava tomando café da manhã e me informou que ele estava tendo seu lado
do apartamento renovado. Meu corpo enrijeceu com uma colher a meio
caminho para minha boca.
— Perdão? — Eu perguntei.
— Amanhã, estarei me movendo para um dos quartos do seu lado
enquanto eles refazem o meu lado.
— Mas... você tem um piso inteiro de convidados que você poderia ficar.
Sua testa arqueou enquanto tomava um gole de seu café. — Você me
expulsaria do meu próprio apartamento em vez de compartilhar seu lado?
Eu empalideci. Seria grosseiro se eu dissesse que sim? Apenas o
pensamento de tê-lo perto do meu quarto enviou minhas emoções selvagens.
— Hum, não?
Ele riu antes de sair do aposento.
Tudo o que eu tinha que fazer era esperar que eu não fizesse algum
sonambulismo pela primeira vez na minha vida diretamente no seu quarto e
subisse na cama com ele. Então, novamente, talvez ter ele no quarto ao lado
seja uma boa ideia. Ele poderia roncar. Odeio ronco. Eu tinha
um sono leve, e o mínimo som me acordava. Ele também
poderia ter terrores noturnos e me assustar. Então eu me
mudaria para o piso do convidado... depois que o
confortasse, é claro.
Balançando a cabeça, agitei a sopa de abóbora no fogão.
Eu optei pela música naquela noite porque era o tempo de
retorno. Assim que o ouvisse chegar, o que eu sabia que ele
faria, porque ele estava chegando ao apartamento mais cedo
para jantar comigo, eu iria me esconder e pular em cima
dele, para assustá-lo. Eu queria filmá-lo, seu grito feminino,
mas eu pensei que simplesmente saber que eu finalmente
conseguiria um deles seria suficiente.
— Oi, querida. O que tem para o
jantar?
Saltando, gritei e me virei com a mão
no peito. — Dylan, você, merda. Você me
assustou. Espere, você não pode estar aqui. Você viu seu irmão no caminho?
Ele estará chegando em breve?
— Por quê? Você está planejando ter um jantar romântico com ele?
Eu resmunguei, então ri e corei. — Não. Não seja estúpido.
Ele revirou os olhos. — Então, por que não posso jantar aqui?
— Eu estava planejando o retorno.
— Você vai envenená-lo?
— O quê? — Eu exclamei. — Não, por que eu faria isso?
Ele encolheu os ombros, caminhou até o meu lado e tirou a colher de
madeira da minha mão. — Essa foi a única coisa que surgiu na minha cabeça.
— Ele tomou uma amostra da sopa e gemeu. — Você não está se livrando de
mim agora. O que mais estamos tendo com isto?
Suspirando, eu disse: — Cordeiro assado.
— Sim, querida. Agora estamos falando. — Ele se inclinou no balcão e
continuou mexendo a sopa para mim. — Então, de que retorno você estava
falando?
— Assustando-o. Todos os dias, sem dúvida, eu pulo fora da minha pele
quando ele se esgueira para mim. Eu ia fazer isso com ele, e
então, se ele ficasse com raiva, eu mostraria o que tem para o
jantar.
— Oh, eu vou ficar por isso. — Seu sorriso era um
pouco perverso.
— Bom, você pode jogar de vigia então. Aproxime-se da
porta e, quando o ouvir, me fale para eu me esconder ao lado
da porta. Uma vez que ele entre, eu vou pular.
— Maldade pura. É bom ver que você está trabalhando
no meu irmão em vez de me fazer assistir a um filme
assustador — ele disse enquanto caminhava até a porta e
abriu uma fenda.
— Foi uma vez. Um filme, Dylan, e você ainda não
superou isso?
— Não.
— Você já falou com Lori
ultimamente? — Eu perguntei, olhando por cima do meu ombro para ver o
sorriso dele. Abaixei o fogo e o encarei.
— Eu tenho. Estou pensando em tomar algum tempo para ir vê-la.
Ele realmente estava apaixonado pela minha irmã. Era maravilhoso ver e
ouvir. Especialmente quando tudo o que se ouvia de Lori era Dylan, isso e
aquilo.
— Ela adoraria vê-lo, e papai adoraria castrá-lo.
Ele riu. — Eu posso lidar com seu pai.
— Uh-huh, claro.
Dylan abriu a boca para dizer algo quando de repente olhou para a porta.
— Ele está vindo, — ele sussurrou, seus olhos iluminados com humor e
outra coisa que eu não conseguia identificar.
Ainda assim, seja lá o que for, coloquei-o no fundo da minha mente e
rapidamente corri para a porta. Fiquei ao lado dela, e Dylan se aproximou
mais perto da mesa da cozinha.
Quando Grayson se aproximou da sala, pensei que o ouvi falar, mas
depois ficou em silêncio. Meu coração correu no meu peito. Eu deslizei de um
pé para outro enquanto uma emoção percorreu meu corpo. Eu estava
atordoada com a adrenalina, e eu quase ri disso.
Finalmente o retorno.
A porta se abriu. Seu rosto foi afastado. Ainda assim,
pulei e gritei.
Ele gritou e encarou-me, ainda gritando.
Foi quando percebi que não era Grayson.
Oh, merda, oh, merda.
O homem apertou o peito e tropeçou em volta. Grayson,
que estava atrás do homem, o pegou e o ajudou a deitar no
chão.
— Meu Deus. Meu Deus. Eu sinto muito. Então,
desculpe. — Eu me ajoelhei no chão ao
lado dele enquanto Grayson se deslocava
para o outro lado, também de joelhos. Eu
disse ao estranho: — Eu pensei que você
era Grayson. Ele sempre me assusta e eu queria devolvê-lo.
O homem respirou fundo, aterrorizando-me quando ele agarrou
novamente no peito dele. Ele teria um ataque cardíaco? Meu estômago caiu,
minhas mãos tremendo de medo.
A risada de Dylan registrou.
Girando minha cabeça na direção dele na entrada, eu gritei: — Agora não
é a hora de rir, Dylan. — Encontrando os olhos de Grayson, ordenei gritando:
— Grayson, faça alguma coisa. Ele tem um coração ruim? — Eu me aproximei
do homem e implorei: — Por favor, esteja bem. Você precisa de algo? Tenho
certeza de que Grayson tem algo para ajudar. Pílulas de coração, Advil,
Viagra? Alguma coisa? Qualquer coisa? Por favor, esteja bem.
— Por que, diabos, você pensaria que eu tenho comprimidos de Viagra e
para coração? — Grayson rosnou do outro lado. — Eu não preciso de nenhum
desses.
— Grayson, não rosne para mim. Ele está morrendo, e é tudo culpa
minha. — Meu lábio inferior tremeu.
Grayson zombou. — Você pode parar de atuar agora, Vice.
O homem no chão rapidamente cessou de debater-se e sorriu para mim.
Meus olhos se expandiram. Minha boca caiu. — O-o que
é isso?
— Oh, inferno, acho que vou me mijar. — Dylan
agarrou seu estômago e correu da sala.
Eu me sentei de joelhos e estreitei meus olhos para os
dois homens restantes. — O que é isso?
Grayson ficou de pé. Sua mão foi para o Vice e puxou-o
para ficar ao lado dele. Lentamente, cheguei aos meus pés.
Minhas mãos foram para a minha cintura, e eu me inclinei
sibilando, — O que é isso?
Endireitando-me, bufei e entrei na cozinha indo para o
fogão. — Homens estúpidos e seus jogos estúpidos.
— E você não estava prestes a jogar
um jogo comigo? — Grayson questionou,
chegando ao meu lado. Ele se debruçou
no balcão e ergueu sua estúpida e sexy
sobrancelha para mim.
— Claro que estava. Você obtém satisfação assustando-me. Eu pensei que
era tempo de fazer com você também. — Eu me mudei para o lado do fogão e
inclinei minha bunda contra o balcão. — Como vocês dois souberam?
— O que eu quero saber é por que você pensou que eu teria Viagra no
meu banheiro? Além disso, por que diabos você sugeriria isso a alguém que
poderia estar tendo um ataque cardíaco?
O calor atingiu minhas bochechas. — Eu estava apenas jogando a ideia lá
fora. Isso não ajuda a corrida do coração dos homens enquanto eles... Quero
dizer, homens podem passar a noite toda com a coisa. Eu pensei que poderia
ajudar a bombear...
— Makenzie. — Grayson balançou a cabeça. — Eu não tenho nenhum, e
eu ainda posso ir a noite toda.
— Eep, — eu chiei como um maldito rato. Minha barriga vibrou
alegremente. Embora essa fosse uma informação que eu não precisava saber,
pois só alimentava minha paixão muito mais.
Os lábios de Grayson se contraíram. Ele olhou para o Vice, então eu olhei
para lá também. — Vice Salvatore, associado de negócios e velho amigo,
gostaria que você conhecesse minha assistente, Makenzie Mayfair.
O Vice me enviou uma elevada de queixo enquanto
estava sentado à mesa. Ele também sorriu e depois disse: —
É bom finalmente conhecer a mulher por trás da voz.
— Ah, você também, embora poderia ter sido em
melhores circunstâncias. Como vocês dois descobriram?
Grayson ergueu uma sobrancelha e o sorriso do Vice
aumentou.
— Dylan, — eu mordi com os dentes cerrados.
— Você chamou? — Dylan sorriu quando ele voltou
para a cozinha.
— Você. — Eu apontei. Ele congelou. — Você disse a
eles? Como? Você estava na cozinha o tempo todo.
Ele piscou. — Querida, não fique
louca demais. Mas nós, irmãos, temos que
ficar juntos, e sou um engenheiro de
mensagens de texto sem que ninguém veja.
— Ele nunca o salvou do filme de terror — ressaltei.
— Verdade. Mas eu sempre gosto da sua reação. Ninguém sabe o que
sairá da sua boca. Isso sempre me faz rir. Viagra. Brilhante.
— Certo — eu disse, acenando com minha cabeça. — Tudo bem, tudo
bem. — Eu acenei novamente e voltei para o fogão. — Quem gostaria de uma
sopa?
— Agora, Kenzie. Seja o que for que você tenha desenhado na sua doce
cabecinha nem pense nisso.
Olhando por cima do meu ombro, eu perguntei: — Isto é quando eu
deveria estar cacarejando como uma mulher louca com um plano para
assustá-lo?
— Não, não, não é. Já estou com medo do olhar em seus olhos. Docinho,
vamos agora. Você não quer prejudicar seu futuro cunhado. — Ele estava se
referindo a Lori, certo, não eu e Grayson? Ele veio ao meu lado e jogou o braço
em volta dos meus ombros. — Kenzie, você é minha BFF, querida.
— Aw. — Eu acariciei sua mão e tirei a panela do fogão, virei-a e
coloquei-a sobre o protetor no balcão da ilha perto das tigelas. Dylan se
mudou comigo, depois atrás de mim, para que ele pudesse
envolver os dois braços ao redor do meu peito.
Seu nariz acariciou meu pescoço. — Você quer
incomodar sua irmã prejudicando seu homem?
— Pfft, por favor. Lori estará do meu lado uma vez que
eu lhe disser o que você fez.
— Dylan — Grayson cortou.
Nós dois olhamos para cima. Seus olhos eram difíceis.
Minha testa mergulhou em confusão, mas então fui distraída
por Dylan afastando-me para pegar algumas colheres.
— De qualquer forma — ele começou, — o jantar cheira
incrível.
Foi após o jantar e as conversas
comerciais, recebi grandes elogios pela
sopa e pelo assado. Dylan então
rapidamente saiu dizendo que precisava
fazer algumas ligações, sem dúvida para minha irmã.
Grayson levantou-se alguns minutos depois que seu irmão saiu para me
pegar um copo de vinho e uma Fat Tire15 para ele e Vice.
— Querida, Grayson nunca te contou sobre o tempo que ele passou nu no
pátio da faculdade?
Meus olhos se arregalaram e as risadas derramaram-se de mim. — O quê?
Não. Isso eu tenho que ouvir.
— Vice — advertiu Grayson. Suas bochechas estavam coradas?
Graças a Deus, Vice ignorou o seu amigo e me contou como Grayson
costumava jogar futebol e, como tradição, os novatos ficavam trancados fora
do vestiário nus.
Grayson gemeu e afundou na cadeira. — Makenzie, não escute nada que
ele diz.
Sorridente, concluí rindo. — Desculpe, chefe. Mas acho que teremos Vice
durante o jantar com mais frequência. O que mais o jovem Grayson fez?
Vice me contou mais algumas histórias, o que me fez rir em voz alta.
Grayson parecia gostar de ter um problema. Ele mesmo participou de uma
manifestação contra testes em animais, o que eu achava que era doce. Até que
descobri que ele só fez isso para conseguir a garota que ele
estava cobiçando. Só no final, ele foi num encontro com ela e
voltou para seu dormitório pálido. Ela era uma mulher
"natural", que não gostava de se depilar. Grayson disse a
Vice que jurou que ela era parte Yeti16.
Depois de algum tempo, Vice se inclinou para frente, os
cotovelos na mesa. Ele piscou e disse: — Eu vou ter que
salvar algumas histórias para a próxima vez. Apenas para ter
certeza de ser convidado de volta.
— Você não vai, — Grayson vociferou. Ele ficou calado

15 Tipo de cerveja belga artesanal.

16 Yeti ou Abominável Homem das Neves é o


nome dado a uma criatura que supostamente vive na
região dos Himalaias. Desde 1961, o governo
do Nepal declarou oficialmente que o Yeti existe.
ao longo dos contos de seus dias de faculdade. Fiquei surpresa que ele não
entrou para parar Vice, mas seu pequeno sorriso me disse que ele estava se
divertindo ouvindo sobre os velhos tempos.
— Você irá. Ignore-o.
Grayson revirou os olhos e sorriu. Depois de um gole da sua segunda
cerveja, ele disse: — Eu acho que vou ter que chamar seu pai para mais
histórias sobre você quando você era mais jovem.
Repreendendo, eu disse-lhe: — Eu era um anjo comparada a você.
— Não é o que eu ouvi quando você toma remédio contra tosse. — Vice
riu conforme eu arfei, depois engasguei com meu gole de vinho.
Espalmando meu peito, eu olhei para Grayson. — Você disse a ele?
— Não são todos os dias que minha assistente se acende e sobe em mim.
Meu corpo inteiro corou. Gemendo, escondi meu rosto atrás das minhas
mãos. — Eu não posso acreditar que você disse isso.
Ambos riram.
Para mudar o assunto, eu disse a única coisa que tinha estado na minha
mente. Só que provalvemente isso deveria ter ficado na minha cabeça.
Removendo minhas mãos, eu disse: — Vice, você foi muito... abrupto ao
telefone nas primeiras vezes. Eu poderia até dizer que você
era um asno, mas pessoalmente, você parece um cara legal.
— Eu cobri minha boca com minha mão enquanto os dois
homens me encaravam. Então, Vice jogou a cabeça para trás
e rugiu com gargalhadas.
Calmo, ele acariciou Grayson no ombro e disse: —
Agora vejo o que você quer dizer. Nenhum filtro sobre ela. É
refrescante.
Grayson disse que eu era refrescante?
Isso foi doce, de certa forma.
— Querida, Grayson e eu somos tão parecidos. Se
estamos tendo um tempo estressante no trabalho, nós...
— Tornam-se asnos, — ofereci com
um sorriso.
Ele riu e assentiu. — Sim. O que você
precisa aprender é não levar nossa merda
e devolvê-la se estivermos errados.
Grayson bufou. — Acredite, ela está chegando lá. Ela me ignora, se
encaixa ou revira os olhos.
— O que tenho certeza que o deixa louco. — Vice sorriu.
Grayson olhou para mim, sorrindo. Ele olhou de volta para o Vice e disse:
— Isso acontece.
— Merda, Gray. — Vice riu, balançando a cabeça.
Merda?
O que significa merda?
— Eu estou na sala. — Eu falei.
Eles voltaram a rir.
Bufando, sentei-me em minha cadeira e tomei outro gole de vinho.
Felizmente, eles criaram outro assunto, só que estavam de volta ao trabalho, o
que me aborrecia, principalmente porque estava cansada.
De pé, eu disse: — Eu vou para a cama. Vice, foi um prazer ter sua
companhia. Estou ansiosa pela próxima vez para ouvir mais histórias de
Grayson. — Meu chefe bufou.
— Querida, foi uma refeição e uma companhia incríveis.
Melhor noite de um tempo. Voltarei em breve.
— É bom ouvir isso, e talvez quando você ligar em
seguida, você se lembrará de não morder minha cabeça.
Ele riu novamente. — Vou tentar.
Sorrindo, assenti. — Obrigada e boa noite.
— Noite, querida.
Mudei meus olhos para o outro homem. — Boa noite,
Grayson.
Ele me deu um piscar de olhos, seus olhos quentes,
embora isso pudesse ser da cerveja. — Boa noite, Makenzie.
Não foi até mais tarde quando eu estava deitava na
cama que lembrei que Grayson estava a
poucos metros de distância dormindo...
nu, talvez.
Consegui dormir depois desse pensamento?
Não.
Coloquei a mão na parte de trás do meu pescoço e verifiquei as datas de
turnê para James Carter mais uma vez. Ainda eram as mesmas. Por mais que o
gerente de James tenha trabalhado, os locais os tinham ferrado. Fiquei
surpresa que Micha, o gerente de James, ainda não tinha visto. Ou pelo menos
seu assistente. Grayson ficaria chateado.
Em pé, caminhei até a porta e bati. Passaram-se algumas semanas desde a
noite em que conheci Vice e, pelo menos, eu sabia que as coisas entre Grayson
e eu estavam no palco onde eu sabia que ele não ficaria
irritado e gritaria comigo pelo estrago. Eram as outras
pessoas que precisavam temer por suas vidas.
— Sim? — Ele chamou. Abri a porta para encontrá-lo
onde ele sempre estava, sentado atrás de sua mesa.
— Temos um problema.
Ele respirou profundamente e recostou-se no assento.
Fiz meu caminho em volta de sua mesa e coloquei a
papelada na sua frente.
— Os locais para os concertos de James não combinam
com os que Micha nos enviou. Se mantivermos este aqui e
aquele lá, então eles coincidirão um com o outro... — Eu
parei quando Grayson levantou-se, uma mão foi para a mesa
e a outra descansou contra a parte inferior
das minhas costas. Não só isso, mas seu
lado estava contra o meu. Sentindo-o, seu
calor, dificultou me concentrar.
— Por que Micha ou seu assistente não encontraram isso? — Ele
perguntou.
Lambendo meus lábios de repente secos, eu disse num tom ofegante
enquanto seus dedos cavavam na minha carne, — Eu-eu não sei.
Ele virou sua cabeça para a minha. — Ligue para Micha, avise-o e diga-
lhe que uma vez que ele resolva o problema, eu quero falar com ele.
— Tudo bem — sussurrei.
Se eu simplesmente empurrasse um pouco, nossos lábios se encontrariam.
Tudo dentro de mim me encaminhou para frente.
Pelo menos uma pequena parte minha ainda estava sã e sabia que beijar-
lhe seria uma má ideia.
Limpando minha garganta, me endireitei e recuei, levando os papéis
comigo. Agarrando-os ao meu peito, eu disse-lhe: — Vou chamá-lo agora.
— Obrigado, Kenzie, por encontrar isso.
Engolindo, eu sorri. — É parte do meu trabalho.
— Como é isso?
— Ajudo a tornar sua vida mais fácil, e então você não
terá que matar nenhum empregado.
Ele riu. Ele estava fazendo isso com mais frequência e
adorei ouvir isso. Na verdade, eu gostava tanto que minha
barriga agitou. Andei para a porta quando ele chamou meu
nome.
— Sim? — Perguntei.
— Você faz.
Inclinando a cabeça para o lado, perguntei: — Eu faço, o
quê?
— Facilita minha vida.
Enrijecendo, mordi meu lábio inferior. Ele estava
realmente dificultando não correr de volta
e pular nele como uma árvore de novo.
— Hum, obrigada?
Ele sorriu quando minhas bochechas ficaram aquecidas. — Você pode
fazer outra coisa para mim?
— Claro.
— Verifique tudo para o jantar esta noite. O serviço de bufê e os garçons.
Em seguida, verifique novamente a programação de gravação de Coco. Fiquei
preocupado que isso cruzou com a de Ethan quando reservei.
Acenando com a cabeça, fiz continência. Ele revirou os olhos. Então eu
disse: — Estou nisso, chefe.
Saindo do escritório, fechei a porta e me virei, encontrando Bob, o
advogado do escritório, de pé na minha mesa.
— Bob. — Eu sorri. — Como posso ajudá-lo?
— Na verdade, sou eu que posso ajudá-la. Ele finalmente os assinou.
Meus pés pararam. — Ele fez? — Eu inspirei.
Bob sorriu e sacudiu a pasta que ele tinha na mão. — Ele fez.
Robert havia assinado os papéis do divórcio.
Estava livre.
Solteira e pronta para socializar.
Ainda assim, o único homem com quem queria me
misturar era meu chefe. Ele era o único que provocava o
batimento do meu coração, que fazia a minha pele formigar,
meu corpo tremer. Era seu sorriso, o sorriso malicioso, a
contração muscular dos seus lábios, e mesmo quando sua
sobrancelha se arqueava. Adorava seu riso, seus olhos, sua
mandíbula, mãos, pés quando os vi nus no apartamento. Eu
amei…
Oh, merda.
Eu amava meu chefe.
— Sra. Mayfair. Você está bem?
Eu sabia que meu rosto estava drenado de cor, mas
também senti uma súbita onda de calor
por toda parte.
Acenando, tropecei na minha mesa e
rapidamente me sentei. Minhas pernas
ficaram fracas.
— Você tem certeza? — Bob perguntou novamente.
Inspirando, assenti e depois sorri para ele. Não era sua culpa, eu só
percebi que eu estava apaixonada por um homem que não era meu. Que era
meu chefe... meu empregador.
Oh, Deus, eu perderia meu emprego.
Se Grayson descobrisse, eu poderia perder tudo.
Esfreguei meu peito. Então eu percebi que ainda segurava os papéis
contra eles e eles começavam a enrugar. Os abaixei e ofereci a Bob um sorriso
tremendo. — Desculpe, estou bem. Foi apenas um choque, mas um bom. —
Eu ri com nervosismo. — Sim, já não sou casada. — Bombeei o ar acima de
mim com os meus punhos.
Bob me deu um olhar estranho, como se ele pensasse que estava louca.
Ele não sabia que era exatamente como eu estava.
— Obrigada por trazê-los para mim, Bob. Eu realmente aprecio isso.
— Sim claro. Não há problema. — Ele colocou a pasta na mesa e recuou.
Ele logo ficou fora da minha vista uma vez que ele se virou e fez uma corrida
louca para o elevador.
Eu estava divorciada.
E eu estava apaixonada pelo meu chefe.
Fantástico na primeira parte.
Santo inferno no segundo.
Ainda assim, não tive tempo para celebrar meu divórcio
ou me preocupar com meu amor. Eu tinha trabalho para
fazer. Grayson teria um pequeno jantar formal para Ethan
em nosso apartamento. Eu tinha que me certificar de que
tudo estaria perfeito para isso. Na verdade, eu estava ansiosa
para ver Ethan, e eu esperava que Monty estivesse lá
também. Já fazia muito tempo que eu os tinha visto, e eu
tinha certeza de que eles ajudariam a manter minha mente
ocupada.
Não havia chance de escorregar e
proferir minha devoção a Grayson... de
jeito nenhum no inferno.
Eu esperava.

Poucas horas depois, eu estava na sala de estar formal vestida com um


vestido elegante e me misturando com os ricos e famosos... ou então eu tinha
ouvido. Na verdade, eu não tinha a menor ideia quem era a maioria deles.
Então, pelo canto dos meus olhos, vi Ethan, que estava vestindo um terno,
com a gravata desfeita e pendurada ao redor do pescoço. Eu rapidamente fiz o
meu caminho em sua direção. Ele estava no meio de uma conversa quando ele
me viu e parou de falar para sorrir amplamente. Ele se desculpou e ficou ao
meu lado em segundos.
— Kenzie, é tão bom vê-la aqui esta noite entre essas pessoas abafadas —
ele disse com calor em sua voz enquanto me abraçava.
Puxando para trás, eu ri e disse-lhe — Essas pessoas abafadas são quem
ajudarão a promovê-lo.
— Oh, eu sei disso. Não significa que eu tenha que gostar deles.
Ligando meu braço ao dele, perguntei — Como tudo tem acontecido? Eu
pensei que eu te veria muito mais.
Ele inclinou a cabeça para baixo para me olhar. — Você
está falando sério?
Minha cabeça voltou para trás. — O que você quer
dizer, estou falando sério?
Ele jogou a cabeça para trás e riu, o que fez com que
muitas pessoas se virassem e olhassem.
— Ethan — eu estalei, apenas com um sorriso rebocado
no meu rosto.
— Querida — Ethan começou, balançando a cabeça
enquanto tinha um sorriso nos lábios. — Venha pegar um
drinque. Eu vou te contar uma pequena história. Isso é, se o
grande lobo mau não a encontrar ao meu
lado e arrastá-la para longe.
Franzindo as sobrancelhas, eu disse
enquanto andávamos para o bar: — Você não faz nenhum sentido.
— Eu sei. — Ele sorriu e depois se virou para o garçom para nos pedir um
uísque e coca-cola. — Você bebe uísque, certo?
— Sim. Mas apenas um. Quero ter certeza de que tudo corra bem durante
a noite. —Peguei a bebida que ele me entregou e depois olhei para ver se eu
podia detectar Grayson. Quando não fiz, olhei de volta para Ethan, que se
inclinou contra o bar e falei: — Ouvi dizer que você estará cantando esta noite.
Ele grunhiu. — De fato, uma dupla. Evelyn deve chegar em breve.
Grayson nos apresentou desde que ela é experiente e também uma cantora
country.
— Eu detecto um pouco de admiração em sua voz? — Eu sorri.
Ethan bufou em seu copo, tomou um gole e depois disse: — Essa mulher
me deixa louco.
— Não fazem todas as melhores mulheres?
Rindo, ele assentiu com a cabeça. — Eu suponho que você está certa.
— Eu não posso esperar para ouvi-lo...
Mãos pousaram na minha cintura, e então eu ouvi, — Querida, —
sussurrado no meu ouvido.
Sorrindo, virei e puxei Monty para um abraço. — É
ótimo te ver, Monty.
— Você também, querida, você também. — Ele sorriu e
se moveu para ficar ao meu lado, inclinando-se, ele
acrescentou: — Me pegue uma bebida, Ethan. Preciso ficar
bêbado para aguentar essas merdas estúpidas toda noite.
— Monty, — eu repreendi com um tapa no braço e
rapidamente olhei ao redor. Graças a Deus, ninguém estava
perto de nós. — Você não pode dizer coisas assim.
Ele encolheu os ombros e tomou um grande gole. Ele
enxugou os lábios com o dorso da mão. — Eu sempre serei
eu mesmo, disse o mesmo para Ethan. Não deixe que nada
disso suba para sua cabeça. Eles são tudo
sobre dinheiro. Nós não somos. —
Levantei minhas sobrancelhas. Ele riu. —
Sinceramente, querida. Estou aqui para
apoiar meu sobrinho. Ethan está aqui para viver o sonho dele. Sempre gostou
de cantar, sempre teve uma voz para isso. Agora, tudo o que temos a fazer
para o seu sonho se tornar realidade é aturar pessoas que gostam disso.
Entretanto, nós não somos bobos, Kenzie. Sabemos quando manter a boca
fechada. Nós também sabemos quando uma pessoa está sendo ela mesma e
não compartilhará nenhuma merda que driblarmos. Gosto de você.
— Claro que não.
Ele riu novamente com o meu olhar chocado. — Você é uma boa mulher,
Makenzie Mayfair. Ficaria feliz se você e Ethan se juntassem. Você o teria
mantido na linha. Muito ruim, seu chefe ter visto isso de outra forma.
— Eu estava prestes a contar sobre isso, tio.
Monty inclinou-se para o bar, bem como seu sobrinho, do meu outro lado
e disse: — Isso será bom.
Sorrindo, Ethan virou os olhos para mim. — A razão pela qual você não
nos viu por aí é porque Grayson se assegurou disso.
Minha cabeça voltou para trás. — O quê? — Eu inspirei.
— Querida, Grayson sabia que eu não estava brincando com você. Se
você me desse uma chance, eu pegaria você em segundos.
Meu coração bateu erraticamente atrás das minhas
costelas. Levantei uma mão no meu pescoço. — O quê? — Eu
murmurei.
Ethan riu. Ele olhou para seu tio e eu segui seu olhar
para ver Monty rir. — Ela é fofa sendo toda sem noção —
Ethan disse a seu tio. Monty assentiu. — Kenzie. Grayson
não me queria perto você, porque ele quer você para si
mesmo.
Meu corpo ficou rígido. Minha mão no meu pescoço
ficou mais apertada. Não, ele entendeu tudo errado.
Grayson não podia me querer.
— Respire, mulher — Monty ordenou com uma risada.
Eu inalei de volta uma quantidade
enorme ar e tossi. Então ri e dei um tapa
no braço de Ethan. — Você é brincalhão.
Ele pegou minha mão na dele. —
Kenzie, eu não estou brincando. Grayson veio até mim e me avisou sobre
você. Disse sobre como você acabou de sair de um casamento e não estava
preparada para nada.
— Bem, está certo. Mas isso não significa que ele esteja confessando sua
necessidade por mim dessa maneira.
Ethan e Monty olharam um para o outro e então começaram a rir. Ethan
finalmente disse: — Qualquer um com olhos pode ver que Grayson Jackson
quer você para ele.
Havia algo errado com meu coração.
Estava batendo muito rápido.
Minhas pernas também não estavam bem.
— Eu... ah, não. Eu... ele e eu, e eu... você não pode estar certo.
Ele não podia estar.
Eu não era seu tipo.
Harper era.
Eu não.
Ethan acariciou minha mão. — Você verá um dia.
Eu zombei, depois bufei e finalmente ri nervosa.
O que Ethan estava fazendo comigo? Ele não sabia que
ele tinha alimentado meus sentimentos por Grayson ao me
dar falsas esperanças de que meu chefe realmente gostava de
mim também? — Você está louco — eu lhe disse. Não podia
pensar nisso. Não agora, nem mesmo no próximo dia ou um
milhão de anos a partir daí.
— Makenzie, — foi dito baixo e logo atrás de mim.
Primeiro, pulei, peguei meu grito com a mão na minha
boca, e depois girei rapidamente, soltando a mão de Ethan
para enfrentar meu chefe.
Grayson Jackson.
Que aparentemente tinha uma queda
por mim.
Eu ri atrás da minha mão. Ele não. Ele
não faria. Ele estava são, eu não estava. Ele
era severo, eu não era.
Minha risada morreu quando vi seu corpo tenso, seus olhos severos e sua
mandíbula apertada.
Mesmo que ele estivesse irritado, ele ainda enviava calafrios ao meu
estômago.
— Nós temos um problema — ele cortou.
— O quê? Onde? O serviço de bufê? A lista de convidados? Alguém não
apareceu? Nós ficamos sem álcool? Precisa que eu corra para a loja?
Ele balançou a cabeça e olhou atrás da minha cabeça para Ethan. Seus
olhos se estreitaram ainda mais. Oh, Merda. Ele teria ouvido o fantástico conto
de Ethan de que Grayson me quer? — Evelyn não poderá vir esta noite.
— O que aconteceu? — Ethan perguntou, seu tom mostrava o que parecia
ser preocupação genuína.
— Ela está com a garganta inflamada. Eu disse-lhe para ficar e melhorar.
Ela precisará estar bem para a gravação final da música na próxima semana.
— O que vamos fazer hoje à noite? — Perguntou Monty.
— Makenzie terá que cantar sua parte.
— O quê? — Eu gritei, antes de ofegar e deslizar de
lado, então a grande forma de Grayson me bloqueou de
qualquer olhar indiscreto. — Está maluco? Você está
completamente fora de sua mente. — Eu estendi a mão para
sentir sua testa. — Você não está quente. Você tomou algum
remédio contra a tosse? — As mãos dele vieram e agarraram
meus pulsos, abaixando-os para o seu lado.
Ele me puxou mais perto, seu rosto de repente no meu.
— Você consegue fazer isso. Você tem uma voz bonita, e se
você não fizer isso, então a festa foi toda por nada.
— Besteira, — eu disse, não me importando que era meu
chefe. — Ethan pode cantar uma de suas canções de sua
autoria. É para isso que eles estão aqui de qualquer maneira.
Ele vai derreter o gelo de todas as mulheres da sala, e os
homens reconhecerão o talento quando o
virem. Então, eles terão cifrões em seus
olhos.
— Eu os trouxe aqui para vender a dupla, Kenzie. Eles querem ouvir isso.
Ethan também estará fazendo uma por conta própria.
Minha mão livre foi para o meu peito rapidamente subindo e caindo. —
Você está me matando — eu lhe disse. — Meus nervos vão tirar o melhor de
mim. Eu vou ferrar tudo e fazer Ethan parecer um tolo. Maldito seja, Grayson.
Veja o que aconteceu na noite de premiação.
Seus lábios se contraíram. Por que diabos eles estavam se contraindo
quando eu estava morrendo lentamente de um ataque de pânico?
— Nada tão ruim aconteceu naquela noite, e eu sei que nada acontecerá
esta noite. Pense no negócio. Ajude-me, Kenzie. Por favor.
Ele disse por favor.
Por favor, naquela voz profunda e sexy dele, foi o que me conquistou.
— Tudo bem. — Eu assenti. Ouvi Ethan e Monty rindo atrás de mim.
Ignorando-os, eu disse: — Mas é melhor fazê-lo agora ou vou correr gritando
ou chorando.
— Eu vou configurá-lo. Ethan tocará o piano. Você ficará ao lado dele, e
eu me certificarei de que a letra esteja bem na sua frente, — disse ele e depois
desapareceu.
— Querida, — Ethan começou. O braço dele enrolou nos
meus ombros. — Se você ficar com medo, apenas olhe para
mim e para ninguém mais. — Ele beijou o lado da minha
cabeça e nos direcionou ao piano. — Obrigado por fazer isso
por mim e por Evelyn.
— Sim — eu murmurei. Eu não podia dizer mais, meu
corpo e minha mente estavam no modo louco. Eu queria
correr e me esconder. Eu queria cair no chão e gritar. Embora
eu não pudesse fazer nada disso porque faria Grayson
parecer um idiota, e esse era seu negócio, seu sustento, e não
havia nenhuma maneira de prejudicá-lo... pelo menos eu
tentaria não o fazer.
A voz de Grayson tocou num microfone em algum
lugar. Eu não sabia onde porque eu não
estava olhando para cima. Eu tinha meus
olhos colados em Ethan, que me colocou
ao lado do piano, e então eu o assisti
tomar seu lugar. Passei o olhar pela partitura e tentei impedir que meu corpo
tremesse quando Grayson anunciou: — Infelizmente, devido à doença, Evelyn
não conseguirá se apresentar esta noite. No entanto, você ainda será capaz de
ouvir a música que Ethan canta com a colaboração dela, chamada 'Making
Changes'. Por esta noite, minha assistente, Makenzie Mayfair, estará se
apresentando no lugar da Evelyn. Então, Ethan estará cantando sua primeira
música do álbum, e tenho certeza de que você saberá, assim como eu já fiz,
que superará os gráficos assim quando for lançado.
As pessoas bateram palmas. Então senti seus olhos se moverem para
Ethan e para mim. Merda, merda, merda. Eu realmente faria isso. Grayson me
devia um grande momento.
— Pronta? — Ethan perguntou. Eu pulei, mas sorri rapidamente para ele.
Uma vez que eu assenti, seus dedos voaram sobre o piano e, enquanto cantava
as primeiras palavras, deslizei meu olhar para as partituras. Quando comecei
a cantar, a tensão me deixou.
A voz de Ethan era suave e sedosa com seu sotaque.

Por que eu amava odiar,


Desejando ao meu redor algum mau destino?
Não foi possível travar uma pausa,
Pensar que todo o mundo era tão falso.

As mesmas coisas todos os dias,


Sozinho na cama, eu deitei;
Alguém tem que ceder,
Eu só quero começar a viver.

Estou fazendo mudanças,


Então podemos viver;
Estou fazendo mudanças,
É tempo de perdoar;
Agora que abrimos nossos olhos,
Há muito mais para ver.

Com um grande gole de ar, abri minha boca e comecei:

Minha história apenas começou;


Até agora, não há muito a ser dito,
Eu quero viver meus sonhos,
Mas nada foi exatamente o que parecia.

As mesmas coisas todos os dias,


Sozinha na cama, eu deitei,
Alguém tem que ceder,
Eu só quero começar a viver.

Estou fazendo mudanças,


Então podemos viver;
Estou fazendo mudanças,
É tempo de perdoar;
Agora que abrimos nossos olhos,
Há muito mais para ver.

Então, juntos, cantamos enquanto nos olhamos sorrindo.

Vamos escrever nossas próprias histórias,


Vamos cantar músicas, juntos, você e eu,
Mudando o nosso destino,
Nossas vidas se entrelaçaram, por toda a
eternidade.
É sempre um novo dia,
Juntos na cama, nos deitamos;
Temos muito a dar,
Agora sabemos, como viver.

Estou fazendo mudanças,


Então podemos viver;
Estou fazendo mudanças,
É tempo de perdoar;
Agora que abrimos nossos olhos,
Há muito mais para ver.

Eu fiz isso e realmente gostei. Não falei as palavras. Eu não me fiz uma
tola ou a empresa. Ethan se levantou e me abraçou, me agradecendo mais uma
vez antes de fugir rapidamente, então ele começou sua outra música, só que
agora na guitarra.
Fui em direção a Monty no bar. Ele estava ao lado de Grayson. Ambos
sorriam para mim.
Parando na frente deles, olhei para Grayson e disse: —
Você me deve.
Ele sorriu. — Eu sei.
— Bom. — Eu bufei.
A última pessoa entrou no elevador enquanto Grayson estava lá fora,
dizendo boa noite. Comecei a recolher as poucas taças dispersas que a
empresa de limpeza havia deixado depois de enviá-los para casa. Eu
recolheria e chamaria a empresa para coletar o que restava na parte da manhã.
— Deixe-os — exigiu Grayson. Ele parecia tão cansado quanto eu me
sentia. Lentamente, eu me virei para vê-lo caminhar em minha direção. Claro
que não me movi um centímetro para que eu pudesse desfrutar da cena do
meu chefe ainda em seu terno escuro, com a gravata
afrouxada, vindo com a sua forma grande e gloriosa no meu
caminho.
Então me lembrei do que Ethan havia dito.
Meu corpo ficou rígido.
Mordi o lábio inferior e desejei que fosse verdade.
Houve um gemido, e acho que veio de mim quando
Grayson deu seu último passo, parando logo na minha
frente. Eu inclinei minha cabeça para trás para ver seus
lábios se contraírem.
— Você está além de cansada — ele comentou.
— Não, eu estou bem.
— Vamos ter uma bebida para
celebrar o quão bem a noite foi e depois
iremos para a cama. — Ele pegou o copo
que ainda segurava na mão e colocou-o
de volta na mesa ao meu lado. Meus olhos se moveram para ele.
— Eu ia limpá-los — eu disse para o copo. Minha mão foi capturada e em
seguida fui puxada para a cozinha.
— Vou ter alguém para fazer isso amanhã — ele disse por cima do ombro.
Quando ele me deixou no balcão da cozinha, subi no banco e o vi caminhar até
a geladeira onde mantinha o meu vinho favorito. Ele tirou a garrafa e me
derramou uma taça, enquanto ele pegava uma cerveja. Grayson voltou ao
balcão e sentou-se ao meu lado em outro banquinho, embora eu
compartilharia o meu se ele tivesse perguntado.
Pare.
Pegando o copo que ele colocou na minha frente, tomei um grande gole e
bebi com um suspiro no final.
— Então foi uma boa noite? — Perguntei. Grayson passou o resto da noite
se misturando e falando, enquanto eu ficava perto de Monty e depois de
Ethan. Só de vez em quando achava a força para me aventurar entre os ricos e
famosos para sorrir, acenar e conversar com aqueles que se aproximavam de
mim. Eles queriam me contar o trabalho maravilhoso que eu tinha feito
cantando com Ethan. Eles também mencionaram que estava desperdiçando
meu tempo sendo a assistente de Grayson. Eu os tranquilizei, eu não estava.
Seria melhor se eu ficasse fora de foco. O que não consegui
quando eles me reconheceram como a mulher na noite da
premiação provocando meu chefe e caindo em meus
próprios pés. Não que eles tivessem colocado dessa forma.
No final, eles me davam um olhar compreensivo e saíam.
— Foi. Principalmente todos estão a bordo para
promover Ethan, que era o que esperávamos.
— Essa é uma ótima notícia. — Eu sorri.
— É. — Ele sorriu e depois tomou um gole de sua
cerveja. É claro que meus olhos se concentraram em seu
pescoço, os músculos trabalhando enquanto a cerveja
deslizava por sua garganta. O gole, gole e o gole em
movimento entraram no tempo com minha ação zing, zing,
zing, enquanto meu clitóris pulsava.
Eu precisava sair dessa sala.
— Você é bom no que faz — anunciei
em vez de fugir.
Ele sorriu, colocando a cerveja no balcão. — Mesmo que eu possa fazer
meus funcionários chorarem?
Engolindo, eu sorri e disse — Bem, você poderia ser um pouco mais
gentil. Mas você consegue o quer no final.
Seus olhos correram sobre meu rosto. Ele assentiu. — Eu consigo o que eu
quero.
Meus olhos queimavam enquanto minha barriga formigava.
O que isso significava?
Do jeito que ele disse, como ele olhou diretamente nos meus olhos...
Ethan estava certo?
Grayson sentia algo por mim?
Eu honestamente nunca teria pensado que seus sentimentos poderiam
ultrapassar algo além de um pensamento de estrangular-me às vezes. Mas
talvez eu estivesse errada.
O que fez com que meu corpo ficasse tenso.
Era pior se eu soubesse que um cara gostava de mim. Eu estava uma
bagunça quando Robert fez suas intenções claras.
Deus. Eu realmente precisava sair da sala.
— Cama — gritei. — Talvez devêssemos ir para a cama.
— Fiquei de pé e minhas palavras atravessaram minha
cabeça. Parei e olhei para Grayson. Sua sobrancelha estúpida
e sexy levantou-se. — Sozinha — gritei. Então, ri
nervosamente. — Claro que eu quis dizer sozinha. Não que
minha mente fosse lá. Não foi. Quero dizer, você é meu chefe
e eu sou eu... mas, ah, você sabe... Eu, hum, eu acho que sei
tudo sobre você.
Por que diabos eu disse isso?
Eu estava tentando lhe dar luz verde para dizer que nos
conhecíamos, então seria bom dormirmos juntos?
— Você sabe? — Ele perguntou.
— Sim?
Ele sorriu. — Você não parece ter
tanta certeza.
— Hum. — Eu mordi meu lábio inferior e pensei sobre isso. — Eu faço. —
Eu acenei com a cabeça, meu olhar encontrando o dele. Eu sabia tudo sobre
ele. Sua bebida favorita, comida, passatempo. Do jeito que ele tomava seu café,
da maneira que gostava de comer seu macarrão, que era girar no garfo em vez
de escavar. Eu sabia o que ele usava. Eu sabia quando ele estava com raiva,
irritado, divertido. Sua rotina de treino. Quando ficava frustrado, passava
uma mão pelos cabelos ou na parte de trás do pescoço.
— E eu, você, Kenzie.
— Desculpe? — Perguntei. Esqueci o que estava falando. Eu estava
perdida em meus pensamentos sobre o homem que eu amava.
Jesus, eu fui lá novamente.
Amo. Ele.
Minhas bochechas se aqueceram. Eu sabia que ele viu isso quando sua
testa arqueou questionando.
— Ah, o que você disse?
Antes que ele respondesse, ele tomou outro gole de sua cerveja, enquanto
seus olhos ficavam em mim. O tipo de intensidade me fez suar. Mudei de um
pé para o outro enquanto esperava sua resposta.
Ele sorriu e depois colocou a garrafa no balcão.
Finalmente, ele disse: — Eu também conheço você.
— Você faz? — Eu respirei.
— Você gosta do seu café com leite e açúcar enquanto
come seu bagel matinal com queijo cremoso. Você gosta de
nadar e ler, e você ama sua família apaixonadamente. Você
faria qualquer coisa por eles e não deixará mais nada entre
vocês de novo. Você é boa no que faz. Você é forte quando
precisa ser. Você é uma boa amiga. Você é engraçada, quente
e doce. Você pensa menos de si mesma do que o que as
outras pessoas pensam de você. — Ele ficou de pé e meu
pulso pulou. — Às vezes, você não tem um filtro do cérebro
para a boca, o que você acha que é
terrível, mas a maioria das pessoas acha
isso encantador. — Ele deu um passo em
minha direção. Não me mexi. Não pude.
Eu estava congelada por suas palavras. — Você também fica nervosa, muito,
— ele acrescentou enquanto estava bem diante de mim. Sua voz baixou
quando ele disse: — especialmente ao meu redor, quando estamos sozinhos.
— Seus olhos se moveram por cima do meu rosto. — Respire, Kenzie — ele
ordenou com um sorriso. Peguei uma golfada de ar, só que eu não soltei
porque suas mãos em concha levaram meu rosto. Ele se inclinou e tocou
suavemente seus lábios nos meus. Contra eles, ele disse: — O que eu gosto
muito. — Eu senti o sorriso dele. Ele tocou seus lábios nos meus mais uma vez
antes de se afastar e me dizer: — Eu acho que é hora de dormir — Meus olhos
se arregalaram. Ele riu. — Deus, mulher. Você me deixa louco, mas estou
tentando ser o bom cara aqui. Então, será em camas separadas.
Salto, salto, salto.
Meu coração estava tentando saltar do meu corpo. Ele queria Grayson.
Ele queria enrolar seu coração e se tornar um.
Com outro beijo gentil, onde, se eu ainda não estivesse congelada, eu teria
o escalado e o puxado para um golpe de língua, ele puxou para trás, afastou-
se, sorriu e depois saiu da sala. Com um, — Desligue a luz depois de terminar,
— ele se foi.
Eu lutei comigo mesmo para gritar, — Volte e seja o cara mau. Seja o
homem mau, ruim comigo porque de repente eu me sinto
como uma mulher muito impertinente.
No entanto, não fiz. Eu ainda estava congelada quando
ele saiu. De repente respirei e quase caí no chão.
Recobrando-me, segurei o balcão. Não havia chance de eu
poder dormir. Com as pernas trêmulas, peguei meu copo de
vinho, andei até a porta que levava ao meu lado, e desliguei
todas as luzes ao longo do caminho antes de entrar no meu
lado. Só não fui ao meu quarto. Em vez disso, entrei na
minha sala de estar e sentei no sofá observando o fogo ainda
queimando na lareira.
Ele me beijou.
Meu chefe me beijou sem que eu obrigasse um beijo
nele.
Ele fez isso por sua própria vontade.
Um sorriso curvou meus lábios.
Ethan estava certo. Grayson gosta de
mim.
Fechando meus olhos, coloquei minha cabeça para trás e joguei com a
lembrança do olhar aquecido em seus olhos, do jeito que ele se aproximou e
apertou minhas bochechas logo antes que seus lábios pressionassem os meus.
Meus mamilos endureceram, meu clitóris pulsou.
Por que ele estava tentando ser um bom cara? Por que ele se afastou? Eu
teria sido muito fácil. Ele poderia ter feito qualquer coisa comigo, e eu teria
permitido, gostado, na verdade. Pelo menos eu esperava ter gostado.
Quando seus sentimentos por mim mudaram?
Puxando a cabeça para cima, tomei um gole do meu vinho enquanto um
pensamento indesejável bombardeava minha mente. Grayson só queria um
passeio de uma noite comigo? Eu era uma coceira para arranhar? Se deitar
rapidamente com a assistente antes de se livrar dela?
Minha cabeça se deslocou... eu ouvi um barulho?
Lá, novamente, algo estava vindo do outro lado da parede da sala de
estar.
Onde era o quarto de Grayson.
O que ele estava fazendo?
Silêncio, coloquei meu copo na mesa ao lado do sofá e
me levantei. Eu estava no modo furtivo enquanto eu me
arrastava para a parede ao lado da lareira.
Inclinando minha orelha contra a parede, eu me esforcei
para ouvir algo, qualquer coisa.
Talvez ele fosse um roncador.
Isso foi um gemido?
Puxando meus lábios entre meus dentes, parei de
respirar para ouvir mais. Eu jurei que eu tinha ouvido um
gemido.
Merda sagrada. Fiquei de pé e respirei; meus olhos
cresceram. Grayson estava se masturbando a poucos metros
de distância?
Ele estava acariciando seu pau com a
mão?
Minha boceta apertou com o pensamento.
Eu girei, querendo ouvir mais. Eu queria ouvir tudo. Procurei na sala e
depois corri para o banheiro. Peguei o pequeno copo em que estava a escova
de dentes e a derrubei. Eu corri de volta para a sala de estar e coloquei sobre a
parede. Lembrei-me de ver em algum lugar que se você colocasse um copo
contra a parede e depois colocasse sua orelha contra ele, você poderia ouvir
mais.
Então eu tentei, e eu tinha certeza de que ouvi outro gemido e então... foi
meu nome que caiu de seus lábios quando ele empurrou o seu pau?
Endireitando-me, meu pulso acelerou. Cobri minha boca para esconder
minha risada excitada.
Só que quando coloquei o copo contra a parede novamente, ele
escorregou dos meus dedos. Eu tentei pegar, mas foi inútil, e ele caiu no chão,
esmagando-se no piso perto do fogo.
— Merda, — eu sussurrei, colocando minhas mãos nos meus quadris e
olhando para o copo. Lá se foi a minha chance de espionar. A menos que eu
pudesse fazê-lo sem o copo. Assim que eu estava prestes a colocar minha
orelha contra a parede, a porta da sala de estar abriu-se e, nela, estava
Grayson, o peito tremendo.
Ele também estava usando apenas boxer preta.
— O que aconteceu? — Ele perguntou.
Eu esperava que ele não esperasse uma resposta porque
eu era incapaz de responder enquanto ele estava parado em
nada além de boxer. Então, claro, eu vi o esboço de seu pênis
duro.
Huh, não desceu depois de ter um susto do vidro quebrando.
Ele deve estar realmente ligado. — Makenzie?
Espere. Eu estreitei meu olhar aguçado em seu pênis.
Estava crescendo? Parecia estar, sua boxer estava torcendo.
— Mulher, — ele gemeu.
Estava crescendo. De jeito nenhum. Esse homem era
enorme. Minhas paredes apertaram no
pensamento de seu pau visitar meu
centro.
Sua boxer agora estava com uma barraca, a fenda na boxer se ampliando
e meu novo amigo estava apenas fazendo um sinal para dizer oi.
— Você apenas acenou para o meu pau? — Grayson perguntou, sua voz
se iluminou com humor.
Olhei minha mão para vê-la suspensa no ar, como se eu estivesse
acenando. Eu rapidamente coloquei-a para baixo.
— Bem, hum. — Eu lambi meus lábios repentinamente secos e depois
gesticulei com a mão na região do boxer. — Ele está saindo para dizer oi.
Grayson olhou para baixo e depois para mim. Eu engoli. Seus olhos
estavam quentes e encapuzados. — Ele não pode realmente se ajudar quando
você o olhava o tempo todo.
— Eu não estava, — eu menti.
Ele ergueu a sobrancelha e inclinou-se contra o batente da porta,
cruzando os braços, como se seu pau não estivesse aceso tentando sair de sua
boxer para me ver... pelo menos, eu esperava que fosse.
— Diga-me uma coisa, Kenzie.
— Hmm?
— Mulher, olhos aqui em cima — ele ordenou com uma risada por trás
disso. Eu encontrei seu olhar, e ele prosseguiu: — O que você
estava fazendo com um copo vazio na parede?
Eu revirei meus olhos em minha cabeça, olhando para
todos os lados, menos para ele enquanto eu pensava na
melhor mentira. Só não consegui chegar com uma, então eu
fiz uma pergunta em vez disso. — Como você sabe que o
copo estava vazio?
— Não há nada derramado no chão.
— Oh. — Eu acenei, olhando para o chão.
— Makenzie, você estava me ouvindo no quarto ao
lado?
Eu me endureci. — Não. — Eu ri, só que era mais como
se eu estivesse sufocando.
— Você estava.
Zombando, cruzei meus braços sobre
meu peito e olhei para ele. Ele tinha um sorriso presunçoso em seus lábios
gostosos. Idiota.
— Seja o que for, — eu estalei.
— Você gostou de me ouvir?
— O quê? — Eu respirei.
Endireitando-se da porta, deu um passo na sala. — Você gostou de me
ouvir, Kenzie?
— Eu-hum, eu quero dizer... — O que eu deveria dizer? Eu queria dizer
sim porque eu gostei de ouvi-lo e pensar que ele se tocava. No entanto, ele me
pegaria numa mentira quando eu dissesse que não estava ouvindo.
— Makenzie? — Ele rosnou meu nome baixo nesta garganta.
— Sim — eu sussurrei.
— Foda-se — ele mordeu e caminhou em minha direção enquanto falava.
— Isso está acontecendo, Kenzie. Não aguento mais. Você já superou o idiota
do seu marido? Quer isto? Eu?
Quando ele parou exatamente na minha frente, eu o olhei através de
olhos marejados e disse: — Sim.
— Por que você está chorando?
Meu coração correu; era tempo de confissão. Eu balancei
a cabeça e sorri. — Eu o superei desde o primeiro dia que eu
o vi, e eu quis você por um tempo agora.
— Foda — ele cortou. — Maldito inferno — ele
acrescentou logo antes de curvar a mão no meu cabelo, me
puxando contra ele e batendo seus lábios nos meus. Eu gemi
contra ele quando sua outra mão enrolou na minha cintura, e
seus dentes morderam o meu lábio inferior. Eu engasguei e
sua língua entrou na minha boca para brincar com a minha.
Meu estômago era uma confusão de... tudo: nervos, calor,
luxúria, desejo. Minhas mãos tremiam quando eu as alcancei
nos seus ombros. Fiquei na ponta dos pés para aprofundar o
beijo, tirando um gemido de Grayson.
— Você está cavando em mim —
murmurei contra seus lábios. Ele puxou
para trás o suficiente para arquear a sua
sobrancelha me questionando. Seu pênis estava cavando no meu estômago.
Eu segurei seu comprimento e apertei. Grayson apertou o queixo. — Ele
estava cavando no meu estômago — eu lhe disse. Ele grunhiu. — Talvez, se eu
acariciar um pouco, ele desça?
Ele bufou. — Você está louca se você acha que isso o ajudará a descer. —
Eu continuava correndo meu punho para cima e para baixo em seu
comprimento. Grayson jogou a cabeça para trás e amaldiçoou. — Se você
continuar fazendo isso, não vou durar.
Eu fiz uma pausa na minha ação. — Nós não podemos ter isso. — Eu
sorri.
Seus olhos se encontraram com os meus. Sua mão do meu cabelo deslizou
para minha bochecha. — Você é fantástica, Makenzie.
Meu coração saltou uma batida. — Obrigada.
— Você é minha — ele exigiu.
Movendo as duas mãos na cintura, perguntei: — E quanto ao trabalho?
— Foda-se o trabalho. Foda-se o que os outros pensam.
Bem, ok, então.
Eu ri. — Então, isso não é uma coisa de uma noite?
Seus olhos alargaram, junto com suas narinas enquanto
respirava profundamente através delas. — Cristo, não. Não
me importo o quão lento você quer levar. Eu não me importo
com quem sabe sobre isso, mas mulher, você me deixa
fodidamente louco. Suas pequenas risadas nervosas, quando
você se mexe, sorri, tem um olhar malicioso em seus olhos.
Inferno, mesmo quando rola os olhos para mim. Isso está
acontecendo, Kenzie. Estamos acontecendo.
Assentindo, eu disse: — Eu gostaria de ter o direito de
me abster de concordar até eu saber o quão bom você é na
cama. — Nunca fui tão ousada. Era um novo lado do meu eu
antigo, e eu estava gostando.
Ele riu alto. Depois que ele se
estabilizou, ele beijou meu nariz e disse —
Bem, é melhor eu fazer o meu melhor
então.
Juntando meus lábios, suspirei e assenti com a cabeça. — É melhor.
Ele pegou meu queixo entre o dedo e o polegar e então inclinou meu
queixo, depois ele olhou nos meus olhos. — Somente você, — ele começou. —
Somente você pode me fazer rir, mesmo quando estou completmente fodido.
Somente você que pode revirar os olhos quando estou gritando no seu rosto, e
me fazer achar fofinho em vez de despedir você, e é só você quem vai receber
tudo de mim. Nós fomos feitos para isso, para que nos tornemos um nós.
Ninguém e nada impedirá que isso aconteça. — Minhas mãos se moveram
para os seus lados quando suas palavras entraram em mim. As lágrimas
encheram meus olhos. Ele sorriu. — E é só você quem tem sido sem noção
sobre meus sentimentos por você por tanto tempo.
— Ei — eu gritei sorrindo.
— Agora me diga algo, você está tomando a pílula?
Meu intestino inferior apertou. Meu clitóris pulsou.
— Sim — sussurrei.
— Bom — ele rosnou baixo antes de morder meu lábio inferior. — Estou
limpo e eu ouvi você dizendo à sua irmã quando ela perguntou se você tinha
sido testada, então eu sei que você está.
— Grayson — eu estalei.
— O que me deixou tão malditamente duro naquele dia.
Foi por isso que tentei fazer você ir nadar com sua família.
Eu queria ver você de novo no seu doce e torturante maiô.
— Oh, meu Deus. — Eu ri. — E só em pensar que eu
nem tinha meu período naquele dia. Eu estava mexendo com
o meu pai.
Ele gemeu e, em seguida, suas mãos estavam na minha
bunda puxando-me para perto dele. — Mulher, você é
perigosa às vezes.
— Somente para aqueles que me importam.
— Por que não para mim, então? — Ele perguntou.
— Quem disse que eu me importo
com você? — Eu gracejei.
— Você fez nem tem muito tempo.
— Está certo. Eu tenho uma memória
ruim, tão ruim, que eu esqueci porque não estamos na cama com você dentro
de mim.
— Merda, — ele sibilou, girou e pegou minha mão na dele, me
conduzindo para o meu quarto.
Oh, merda, oh, merda, oh, merda. Nós realmente vamos fazer isso. Eu estava
prestes a fazer sexo com Grayson Jackson. Eu me senti tonta como uma
colegial com seu primeiro namorado. Eu queria chamar minha irmã e rir no
telefone por ter sexo com Grayson.
Perguntava-me se ele esperaria enquanto eu fizesse isso?
Ele me colocou ao lado da minha cama e deu uma volta às minhas costas.
Depois de girar meu cabelo em torno de seu punho, ele puxou minha cabeça
para trás e depois para o lado. Ele se inclinou por trás e
beijou meu pescoço.
E todos os pensamentos de chamar minha irmã fugiram
da minha mente.
A outra mão pressionada nas minhas costas, no zíper do
meu vestido. Lentamente, ele deslizou o zíper para baixo.
Meu vestido se afrouxou em torno de mim, e seus lábios e
língua prestaram uma atenção especial ao outro lado do meu
pescoço. Eu estava ofegante, eu sabia que estava. Mas ele
estava me deixando louca com seus movimentos lentos e
sensuais.
Seu punho soltou meus cabelos, e eu repousei minha
cabeça contra seu ombro quando senti que ele passou sua
mão pela minha frente, no meu estômago.
Ele apertou a palma da mão contra ele,
depois passou a mão sobre ele e subiu tão
devagar, parando logo abaixo do meu peito. Eu gemi.
— Você quer minha mão em seu peito? — Sua voz era mais profunda do
que o habitual. Quando eu não respondi, ele empurrou sua dureza nas minhas
costas e grunhiu — Me responda.
— Sim.
Eu zumbi quando colocou sua mão em concha finalmente em mim. Ele
correu a mão em torno, aplicando pressão aqui e ali. Então seus dedos
comprimiram meu mamilo.
— Você gosta disso?
— S-sim.
— Foda, Kenzie. Seus seios são fodidamente bonitos. — Ele mordeu meu
pescoço. — Eu quero vê-los.
Uma sensação nervosa me fez endurecer quando suas mãos pousaram
nos meus ombros, e lentamente abaixou o vestido. Instintivamente, quando o
vestido se juntou ao redor dos meus pés, coloquei um braço sobre meus seios,
ainda escondidos atrás do meu sutiã, e então meu outro braço passou por meu
estômago.
— Não — ele ordenou. O queixo no meu ombro, ele deslizou as mãos nos
meus braços e segurou meus pulsos, puxando-os para os
meus lados. — Nunca se envergonhe em torno de mim. Você
me faz duro como pedra. — Como para provar seu ponto,
ele novamente empurrou seu comprimento em minhas
costas. — Tudo sobre você me faz querer você. Mas,
especialmente, seu maldito corpo deslumbrante.
Eu tremi, não só por causa de suas palavras, mas por
sua respiração no meu pescoço. Meu peito subia e caía
rapidamente. Suas mãos deslizaram pelos meus braços e
depois nas minhas costas para desenganchar meu sutiã. Ele o
puxou para fora do meu corpo e o jogou para o lado. Com o
queixo no meu ombro novamente, ele praguejou, e deslizou
as mãos nos meus seios, agarrando-os. — Fodidamente
lindo.
Minha barriga mergulhou e girou
enquanto Grayson massageava meus
seios sensíveis. O ar parecia grosso no
quarto, ou eu não estava recebendo oxigênio suficiente em meu corpo. Meu ex
nunca me fez sentir tão desejada. Minha calcinha estava encharcada e quase
não fizemos nada.
Se Grayson continuasse com sua sedução, eu seria uma bagunça no chão
em breve.
Meus dentes cravaram no meu lábio inferior quando ele beliscou meus
mamilos. Ainda assim, gemi. Seus lábios tocaram meu pescoço e ombro
repetidamente. Então ele mordiscou cada ponto também.
— Eu juro, Grayson, se você não parar, eu vou gozar logo.
Suas mãos e boca pararam, e senti seu sorriso contra meu ombro. Ele
ergueu a cabeça e sussurrou num grunhido na minha orelha, — Ainda não,
você não irá. Eu quero provar seu primeiro gozo.
Meus olhos se arregalaram. Ele não quis dizer... ele não podia dizer o que
eu pensei que ele quis dizer, ele poderia?
— Vire-se — ele ordenou depois de tirar as mãos e a boca de mim. De
repente, fiquei fria. Eu queria o seu calor de volta, mas eu não tinha certeza se
eu poderia passar com o que ele estava querendo.
O calor correu pelo meu pescoço e acendeu minhas bochechas em
chamas. — Hum...
— Kenzie — Grayson cortou.
Lentamente, eu me virei, meus braços chegando para
cobrir meu peito. Quando ele me viu escondendo, ele olhou
fixamente.
— Espere — comecei. — Hum, precisamos ter uma
conversa séria, e não me sinto bem, com meus seios
balançando no ar.
Ele deu uma risada. — Uma conversa séria? Agora?
— Sim. — Eu assenti.
Ele cruzou os braços sobre o seu delicioso peito e subiu
sua sobrancelha para mim.
— Ok, eu não sei como dizer isso,
mas... não gosto desse tipo de coisa.
Sua cabeça empurrou para trás. —
Que tipo de coisa?
— Você, um, querendo visitar minha floresta.
— Sua floresta?
— Sim. — Eu acenei com a cabeça em direção à minha parte de menina.
— Você sabe.
Seus lábios se contraíram. — Posso perguntar por quê?
Deixando um suspiro passar pelo meu nariz, eu disse-lhe: — Porque esse
tipo de coisa não faz nada por mim.
Suas sobrancelhas subiram. — Desculpe?
— Eu não gosto de, você sabe. — Levantando uma mão, eu espalhei dois
dedos e coloquei minha língua entre eles. Quando ele apenas olhou e
finalmente piscou lentamente, suspirei. — Eu sou defeituosa nessa área. Não
faz nada por mim. Não vou, ah, ao clímax.
Seus ombros voltaram, e um sorriso presunçoso apareceu em seus lábios
logo antes dele dizer: — É óbvio que o idiota não sabia o que estava fazendo
com você. Ao contrário de mim, Kenzie, eu sei exatamente o que fazer.
Olhando para os lados, perguntei: — Você tem certeza de que é tão bom?
O que acontece quando nada acontecer?
Ele fechou a lacuna entre nós e me trouxe firmemente
contra ele. Primeiro ele beijou minha testa e riu, então ele
beijou minha bochecha. — Isso vai acontecer porque eu sei
que posso fazer isso bom para você. — Sua mão enfiou no
meu cabelo, puxando minha cabeça para trás. — Você confia
em mim?
— Sim.
Ele piscou, sorrindo. — Bom — ele murmurou logo
antes que seus lábios levassem os meus no que eu só poderia
chamar de beijo possessivo.
Eu estava perdida.
Assim que ele comandou meu corpo, mesmo que só
seus lábios me tocassem, não, possuíssem
os meus, eu estava perdida. Nenhum
pensamento tocou minha mente. Tudo o
que eu podia fazer era sentir, e o que eu
sentia era mais do que tinha sentido antes.
O leve deslize de seus dedos sobre meu corpo enquanto sua boca tocava a
minha levava meus sentidos à loucura. Eu gemi nos seus lábios e fui
recompensada com um sorriso de volta. Ele gostava que estivesse tirando uma
reação de mim.
— Mais? — Ele perguntou contra meu pescoço.
— Uh-huh — era tudo o que eu conseguia responder. Seus lábios se
abriram no meu peito, enquanto suas mãos deslizavam de minhas costas para
meus lados e desceram até o topo da minha calcinha.
Talvez tenha sido porque, enquanto ele lambia, sugava e mordia cada
seio e prestava especial atenção aos meus mamilos, não percebi que de alguma
forma perdi a minha calcinha. Não era verdade, eu sabia onde elas estavam —
reunidas aos meus pés.
O frescor do quarto me fez tremer enquanto as mãos ásperas deslizavam
suavemente e ao redor das minhas coxas me faziam estremecer.
Com as palmas das mãos nas suas costas, eu flexionava meus dedos
contra ele. Ele olhou para cima e com tudo que ele viu, talvez o fato que eu
estava preocupada que falharia nessa área, ele ordenou: — Deite na cama,
Kenzie.
Ele estava tomando controle. Então, novamente, ele
tinha o controle desde o início.
Sentando na cama, me arrastei até o meio. Os olhos de
Grayson seguiram cada movimento. Eles estavam baixos e
aquecidos. Ele puxou o lábio inferior entre os dentes. Nunca
vi um homem fazer isso antes, mas era a coisa mais sexy que
já havia testemunhado. Além do peito, bunda, pernas... eu
tinha que encarar isso; eu estava perdida pelo homem de pé
ao lado da cama olhando para mim como se quisesse me
devorar.
— Você parece fodidamente incrível deitada diante de
mim.
O calor encheu minhas bochechas e
eu sorri timidamente para ele.
— Relaxe — ele exigiu.
Rolando os olhos, olhei para ele, eu
disse: — Você não pode exigir que eu relaxe.
Ele sorriu. — Então eu vou fazer você relaxar. — Sem pressa, ele se
inclinou e segurou um tornozelo em cada mão. Ele forçou minhas pernas a se
afastarem — embora tenham cumprido a tarefa com prazer — seus olhos
observaram seu trabalho e, gradualmente, ele os arrastou das minhas pernas
para o meu centro. Depois que seu olhar de fome me verificou, seus joelhos
surgiram na cama e depois seus dedos tocaram minha pele sensível, viajando
até suas mãos apertarem minha cintura antes dele se sentar de volta em suas
coxas. Me estiquei, e sua mandíbula se apertou. Grayson estendeu a mão e
meu corpo se contraiu quando senti seus dedos brincando com os meus lábios
inferiores.
— Tão molhada — o homem presunçoso comentou. Ele se inclinou sobre
mim, sua mão livre descansando ao lado da minha cabeça. Meus lábios se
abriram num suspiro quando ele inseriu um dedo dentro de mim. — Foda-se,
tão doce, tão malditamente sexy. — Ele puxou o dedo livre e logo o empurrou
de volta. — Nunca tive uma chance.
Abri meus olhos, que não tinha percebido que eu tinha fechado, e olhei
para ele.
— Nunca tive chance contra você quebrando minhas paredes. Você está
exatamente onde deveria estar.
Espalhando mais minhas pernas, eu acenei com a cabeça
e disse-lhe: — E-então você está. — Seu dedo entrava e saía
de mim o tempo todo, minha barriga enrijecendo naquela
maneira latejante antes de... — Eu vou... — Ele parou. — Ei,
— eu gritei.
Ele riu e me beijou. A raiva que eu senti por ter sido
privada do orgasmo me deixou. A boca de Grayson Jackson
era uma maravilha. Seus lábios se arrastaram até meu
pescoço depois para meu ombro, onde ele mordeu. Ele se
inclinou sobre mim novamente e disse: — Você não vai
gozar a menos que seja na minha boca ou no meu pau.
Fiquei boquiaberta com ele, mas ele fechou minha boca
com um beijo, e então perdi seus lábios
enquanto ele se movia pela cama, seus
braços passando por minha bunda,
erguendo minha área inferior até o rosto.
Um rubor atingiu minhas bochechas e meu pescoço. Eu estava completamente
à mostra para ele. Eu quis que meu embaraço desaparecesse e me focasse, em
vez disso, em Grayson. Ele não parecia perturbado. Na verdade, quando olhei
para baixo do meu corpo para ele, ele parecia satisfeito. Então ele beijou meu
monte, mordeu minha coxa e soprou minha entrada logo antes de lamber de
cima para baixo.
Agarrando os lençóis, coloquei minha cabeça de volta na cama e
engasguei com um forte suspiro.
Talvez porque meu ex tivesse feito parecer uma tarefa difícil ou talvez
fosse porque ele não gostava de fazê-lo, mas nunca na minha vida com ele
experimentei as mais ínfimas emoções. Nada comparado com a sensação de
Grayson estava me fazendo, um homem lindo que me lambeu, me sugou e
beijou, tomando seu tempo com tudo.
Me abaixei na boca de Grayson e ele cantarolava contra mim, arrancando
um gemido de mim.
— Grayson — eu respirei. Ele pegou o ritmo. Fiquei perto e surpresa ao
me encontrar a ponto de gozar.
Quando ele girou a língua sobre meu clitóris, pressionando-o mais e
inserindo dois dedos dentro de mim, que se curvavam no lugar certo, eu gritei
seu nome repetidamente enquanto minhas paredes se
fechavam em torno de seus dedos.
Ele beijou o seu caminho para cima do meu corpo e,
finalmente, meus lábios. Eu não me importava que ele
estivesse me comendo. Eu estava num estado feliz e
relaxado. De fato, quando ele voltou a olhar para mim, sorri
e disse: — Sua boca é o Santo Graal.
Grayson piscou. Ele então jogou a cabeça para trás e riu.
Fiquei onde estava e gostei do show. Seus olhos eram mais
quentes durante alguns dias e mais ainda quando sorria ou
ria.
Balançando a cabeça, sua risada morreu e ele me disse
— Você é louca, mas de uma maneira boa.
Ao me aproximar, corri a mão em sua
bochecha, sorrindo. Meu coração estava
derretendo porque nunca esperava ter
Grayson na minha cama. Vê-lo se
inclinando sobre mim, fazendo coisas perversas para mim, e de repente, tudo
se sentia demais, mas também de uma boa maneira.
— Kenzie, você está bem?
Encontrando seus olhos, eu sorri. — Estou bem. Bom, não, grande, na
verdade. Eu estou somente... felizmente nervosa, ainda animada por ter você
aqui. No meu quarto e na minha cama. Nunca pensei que isso fosse acontecer,
mas aqui está você.
Ele assentiu. — Aqui estou. Onde eu queria estar desde o dia em que
entrou no escritório.
Bufando, revirei os olhos e disse: — Sim, certo.
— É verdade. Você estava nervosa, agitada, mas tudo o que você fez, tudo
o que você disse, eu me encontrei encantado por tudo. — Ele piscou. — O que
também ajudou foram aqueles malditos saltos altos que você usava, do jeito
que você tinha o cabelo e a roupa que escondiam o que eu queria passar
minhas mãos embaixo.
Meus olhos estavam grandes a partir de sua confissão. — Mesmo com...
você sabe... Harper estava lá naquele dia.
— Sim, e nós estávamos discutindo por meses antes disso e depois que
você chegou. Assim que você apareceu, eu queria que ela
fosse embora. Talvez eu tenha agido como um idiota em sua
direção, mas foi porque eu queria muito você, a partir de um
olhar para você.
— Você agiu como um pau — eu joguei lá fora.
— Eu fiz, e me arrependo. Sou possessivo. Eu gosto que
o que é meu seja apenas meu. Eu sei que o trabalho me
estressa, mas não consigo me ver fazendo nada mais porque
eu gosto do desafio. Você é a única mulher que ficou ao meu
lado por todos os gritos e exigências. Você rola seus olhos, e
se eu estiver errado, você me deixa saber, eu aprecio e
respeito isto.
— Então, eu posso manter meu emprego depois disso?
Suas sobrancelhas se ergueram. —
Depois disto. Você diz como se isso fosse
apenas uma maldita noite. Como eu disse,
não é, Makenzie. Vamos descobrir como
será no local de trabalho. Mas aqui em cima ou em qualquer outro lugar,
menos o escritório, você é minha.
Sorrindo, confessei: — Eu gosto do som disso.
— Bom. E posso prometer-lhe que nunca vou querer que você mude de
maneira alguma.
Lágrimas borraram minha visão. — Agradeceria isso. — Balançando
minha cabeça, acrescentei: — Mas parece que saímos da pista. — Deslizando
minha mão para baixo da sua cintura, agarrei seu pênis a meio mastro em sua
boxer. Sua mandíbula apertou, seus olhos ficaram preguiçosos, e então ele me
beijou. Rapidamente, ele se endureceu na minha mão. Ainda assim, queria
tocá-lo sem nada entre nós. Eu me afastei o suficiente para alcançá-lo e
empurrá-lo para a cama para ficar deitado. Eu me ajoelhei, pisquei o olho e
disse: — Agora é minha vez.
Pegando-me, ele apertou sua mão no meu cabelo e me levou para outro
beijo antes de afrouxar seu aperto para fechá-la em minha bochecha. — Fique
à vontade. — Ele sorriu.
— Oh, eu vou. — Eu ri. Eu tinha a rédea livre sobre seu corpo, e eu
aproveitaria cada centímetro.
Toquei meus lábios no pescoço e, em seguida, levantei o lóbulo de sua
orelha entre meus dentes. Ele amaldiçoou. Eu chupei e
soprei contra isso.
— Kenzie — ele resmungou.
Sorrindo, deslizei minha língua pelo pescoço dele e
depois em torno de seu mamilo esquerdo. Ele ficou tenso. Eu
trabalhei minha boca para baixo, beliscando enquanto eu
descia, e finalmente, eu alcancei o topo de sua boxer onde
lambi de um quadril para o outro. Ele amaldiçoou
novamente. Mudando, segurei o tecido e o deslizei
lentamente. Grayson ergueu o traseiro sexy da cama para
ajudar. Assim que estava livre, eu me inclinei sobre as coxas
e olhei para baixo.
Meus olhos se arregalaram, meus lábios se separaram.
Eu olhei para ele e perguntei — Você é
parente de um dinossauro? Porque você é
enorme.
Ele resmungou, depois riu. — Baby, eu sou todo homem.
Inclinando a cabeça, engoli-me. — Um deus feito pelo homem. — Ele
sorriu e encolheu os ombros. Balançando a cabeça um pouco, eu admiti — Eu
sinto que preciso acariciá-lo e simplesmente apreciar sua grandeza.
Ele revirou os olhos, os lábios se contorcendo. — Tenho certeza de que ele
gostaria de ser acariciado, desde que haja um final feliz quando você terminar.
— Oh, haverá.
Mergulhando meu corpo para baixo, beijei seu estômago, que tremia
debaixo dos meus lábios e senti Grayson sugando uma respiração profunda.
Eu beijei meu caminho para baixo e mais baixo até que eu estava no nível dos
olhos com seu pau maciço e seus cabelos púbicos bem cortados. Lá eu o
expirei. Não importa onde em seu corpo, ele sempre cheirava incrível. Ele
estremeceu quando toquei minha língua na base de seu pau. Então ele gemeu
quando eu passei a língua até a ponta, dando voltas ao redor da cabeça.
Senti-o se mover e olhei para vê-lo em seus cotovelos para que ele
pudesse assistir tudo o que estava fazendo. Piscando, encorajada pela sua
reação, peguei a ponta de seu pênis na minha boca e abaixei minha boca
lentamente, girando minha língua enquanto eu descia.
— Foda — ele mordeu. Seus olhos mais aquecidos e encapuzados do que
nunca vi. — Mais rápido — ele exigiu. Só que ele não estava
no comando no momento. Eu sorri ao redor de seu pênis. Ele
olhou furiosamente enquanto eu gradualmente retirava
minha boca e língua até a ponta e voltava de novo com
calma.
— Kenzie — ele cortou. Aumentando a velocidade,
peguei suas bolas e as balancei suavemente na minha mão.
Ele jogou a cabeça para trás e amaldiçoou para o teto. Eu
zumbi em torno da base de seu pênis e assisti suas mãos
apertarem os lençóis. Então ele alcançou uma mão e agarrou
meu cabelo. Eu estava esperando que ele baixasse minha
cabeça, mas ele nunca fez. Em vez disso, ele afrouxou o
aperto e deslizou a mão dele para apoiar na minha bochecha
enquanto ele me observava trabalhar seu
pênis na minha boca. Grayson sibilou
uma respiração quando ele também
enfiou um dedo na minha boca. Deixei
seu pau cair em seu estômago e suguei seu dedo como faria em outro lugar.
— Foda-se isso — ele disse com um resmungo em sua voz. Em seguida,
ele me agarrou e puxou sobre ele, então eu me inclinei sobre sua cintura. —
Preciso de sua boceta, Kenzie. Você vai me dar?
Eu suspirei, suas palavras enviando um tremor para o meu centro. —
Sim, — eu sussurrei.
De joelhos, eu me inclinei e agarrei-o na minha mão, guiando-o até minha
entrada. Ele era tão longo e grosso, estava preocupada que ele não se
encaixasse, mas quando eu me afundei lentamente sobre ele, eu sabia que
estava molhada o suficiente para que não doesse. Me senti esticada, mas era
bom. Eu afundei todo o caminho e gemi.
— Foda-se feita para mim — ele cortou com os dentes cerrados.
— Você se sente tão bem dentro de mim. — Eu suspirei enquanto
levantava e afundava de novo. Suas mãos apertaram minha cintura, e eu olhei
para baixo, seus olhos já estavam no meu rosto. Nós sorrimos, pouco antes
dele assumir o controle mais uma vez. Ele me segurou, então eu estava de
joelhos e ele empurrou para cima e para baixo em mim. Eu joguei minha
cabeça para trás, meus lábios se separaram e minha respiração estava
desigual.
Era o paraíso.
Outro clímax estava já construindo.
— Merda, caralho — ele amaldiçoou. Sua mão deslizou
para o lado do meu pescoço, forçando minha parte superior
do corpo para baixo, então nossas bocas se encontraram num
beijo urgente. Movi meus quadris para baixo sobre ele,
puxando um grunhido dele, que caiu na minha boca. Não
consegui recuperar o fôlego, mas não me importava. Apertei
seu rosto e o beijei mais fundo. Meu coração batia
freneticamente atrás do meu peito, e senti as suas batidas tão
fortes quanto as minhas.
Era mais do que eu poderia ter imaginado com Grayson
Jackson.
Minhas paredes tremiam e
comprimiam ao redor dele. Gritando,
joguei minha cabeça para trás. Fechei os
olhos com força enquanto cavalgava meu orgasmo. Ele continuou gozando e
se intensificando quando ele inchou dentro de mim. Minha barriga mergulhou
novamente quando eu o ouvi praguejar e depois — Caralho, sim. Sim, estou
gozando.
Com um impulso final em mim, ele permaneceu dentro. Minhas mãos em
seus ombros, abri meus olhos e olhei para o homem que tinha roubado meu
coração.
— Posso trancá-lo e mantê-lo como meu escravo sexual agora? — Meus
olhos se arregalaram, as palavras tinham simplesmente escapado.
Seu sorriso preguiçoso e presunçoso destacou-se em seu rosto, logo antes
de me agarrar firmemente contra ele e rir no meu pescoço.
Despertei antes do meu alarme, me estiquei. Meu corpo estava dolorido
em todos os lugares certos, e eu sorri quando a noite anterior voltou à minha
mente. Senti calor no estômago. Puxei o cobertor para ver o braço de Grayson
pendurado na minha cintura. Deslizando a cabeça para o lado, encontrei a
cabeça de Grayson perto da minha, e ele ainda estava profundamente
adormecido.
Apenas para ter certeza de que ele era real e não era uma invenção da
minha imaginação, estendi a mão e cutuquei o seu nariz.
Seus olhos se abriram, seus lábios já se contraindo quando
perguntou: — Você apenas me cutucou?
— Eu com certeza fiz. — Eu sorri e então rapidamente
cobri minha boca com o cobertor. Eu não estava pronta para
matá-lo com meu hálito matinal.
— Posso perguntar por quê?
— Apenas para me certificar que não te imaginei, —
murmurei atrás do cobertor.
— Não tenho certeza de que sua imaginação pode ser
tão boa com o que fizemos na noite passada na cama, no
chuveiro e no sofá da sala de estar.
— Ah, ela pode e foram várias vezes.
Ele riu. — Você terá que me dizer o
que e onde você imaginou isso para que
se torne realidade. Agora, posso
perguntar por que você está escondendo sua doce boca de mim?
— Hálito matinal. Mortal.
— Baby. — Ele sorriu. — Eu também tenho isso, e eu não me importo
porque quando eu quero sua boca, eu quero isso, e nada vai entrar no meu
caminho. — Ele agarrou o cobertor, o puxou do meu aperto e depois plantou a
boca sobre a minha. Quando ele passou a língua sobre a costura dos meus
lábios, eu estava perdida, então eu o abocanhei ansiosamente. Ele puxou para
trás. — Não, você está certa. Isso é mortal.
Bufando, golpeei seu braço. — Você...
Ele riu. — Baby — ele murmurou contra a minha têmpora, — estou
mexendo com você.
— Sim, bem... — Eu não tinha nada a dizer realmente, porque me achava
gostando muito desse lado provocador de Grayson. — É melhor nos preparar
para o trabalho.
— Depois de um banho.
— Claro. — Eu assenti.
Ele mordeu meu pescoço e disse: — Juntos.
Meu clitóris pulsou enquanto meu corpo se aqueceu. — Tudo bem, — eu
respirei.
— Então, eu quero você usando os saltos vermelhos
hoje, Kenzie. Você vai fazer isso pelo seu homem?
Oh, meu Deus. Eu morri. Morta. Ou pelo menos
derretida.
Ele era meu homem.
Grayson Jackson era meu.
Ele havia dito isso, e não havia retorno.
Lágrimas ameaçaram, eu pisquei rapidamente e sorri
para o meu homem. — Desde que você pediu tão
gentilmente, suponho que eu poderia fazer isso.
— Bom. — Ele grunhiu e me beijou
de novo, só que foi gentil, terno. — E
como você está fazendo isso por mim,
acho que vou fazer você gozar na minha
boca no chuveiro.
Outra vibração da barriga.
— Hum, promete?
Ele riu, sacudiu os lençóis e me puxou da cama. Então ele cumpriu a sua
promessa. Nós dois fomos trabalhar com sorrisos nos nossos rostos.

No começo, não tinha certeza de como agir em torno de Grayson no


trabalho. Nosso beijo final aconteceu no andar de cima no apartamento antes
que Grayson fosse antes de mim, já que ele só tomava café no café-da-manhã.
Me certifiquei de pegar algumas frutas para colocar na mesa dele mais tarde,
caso ele tivesse fome. Meu coração batia como um canário nervoso voando de
um gato no caminho até o chão, e eu meio que desejava ter dito que estava
doente. O único problema com isso era que Grayson definitivamente sabia que
eu não estava doente. À medida que as portas do elevador se abriram, olhei
para o chão e rapidamente me dirigi para minha mesa. Era como se eu me
sentisse culpada, como se eu tivesse mergulhado no jarro de
cookies muitas vezes, e todos pudessem dizer que fui eu.
Alguns colegas de trabalho gritaram, acenei minha
saudação, mas, além disso, eu continuei. Coloquei minha
bolsa debaixo da mesa e sentei na minha cadeira. Liguei o
computador, bati meus dedos na mesa de trabalho e esperei
que ele carregasse.
A porta atrás de mim abriu, e mordi minha língua para
tentar abster-me de dizer qualquer coisa suspeita ou
estúpida.
— Makenzie, temos uma reunião na sala de reuniões.
— Sim, senhor. Quero dizer, Sr. Jackson. — Fiquei de pé,
pegando meu caderno e caneta, um rubor enchendo minhas
bochechas e pescoço.
— Sr. Jackson — chamou Lexi,
aparecendo do nada.
— Nada — gritei.
Ela me olhou como se eu tivesse enlouquecido, o que eu meio que tinha.
Especialmente se minha frequência cardíaca não abrandasse, e se eu não
parasse de clicar na caneta fedorenta, ela estava olhando. Coloquei meus
braços para trás e ri nervosamente. Não havia nenhuma maneira de olhar para
Grayson. Provavelmente desfaleceria como uma namorada apaixonada.
Afinal, eu sabia como ele parecia nu.
Deus. Grayson nu.
— Hmm — eu zumbi e sorri para mim mesma.
Grayson limpou a garganta. Rapidamente, olhei com os olhos
arregalados. — Por que não vamos para a sala de reuniões, — ele sugeriu, seus
lábios sexy e muito beijáveis se contorcendo. Tinha que me controlar. Grayson
novamente limpou a garganta. — Makenzie, depois de você. E Lexi, você pode
falar pelo caminho.
— Certo. — Eu assenti. — Sim, boa ideia. — Eu sorri. Seus olhos
brilharam de humor quando ele jogou o braço e gesticulou para que eu
caminhasse.
— Desculpe — ofereci a Lexi e depois falei. — Tive uma noite difícil,
quase não dormi.
Ouvi Grayson sufocar uma respiração. Ele tossiu e disse:
— Então, Lexi, o que posso fazer por você?
Apertei o maxilar com força, então não gritei nada e
continuei caminhando enquanto falavam sobre o próximo
projeto. Na verdade, no início tudo o que ouvi foi
choramingar, lamentar, lamentar e depois um pouco de blá,
blá, blá. Sua voz era irritante, e eu me encolhia cada vez que
crescia uma oitava.
— Eu lidarei com isso Lexi. Você deveria ter vindo até a
mim sobre Michael mais cedo, antes de chegar a isso.
Oh, vamos lá. Eu golpeei minha coxa para parar-me de
gemer de frustração. Michael era um de seus clientes, e todos
sabiam que ela tinha uma coisa por ele. Só
que ele não estava interessado, e ela
estava chateada com isso. Eu não
conseguia ver Michael saindo todas as
noites e não ouvindo suas instruções, causando problemas com seu novo
álbum.
Era algo que eu mencionaria para Grayson. Eu não queria que ele
parecesse um idiota se ele fosse a Michael para reclamar.
Assim que chegamos à sala de reuniões, Lexi rapidamente desapareceu.
Grayson sentou-se na frente, e eu estava sentada logo atrás dele. A reunião
não demorou, o que eu estava agradecida porque tinha certeza de que as
pessoas estavam olhando para Grayson e depois para mim com muito
cuidado. O que fez minha mente conjurar que todos eles sabiam que eu tinha
dormido com o chefe.
Grayson colocou minha calcinha em seu bolso superior de sua jaqueta em
vez de um lenço? Então lembrei que ele nunca usava nada em seu bolso
superior.
Grayson olhou ou agiu de maneira diferente depois de uma noite nos
meus lençóis? Quando ele criticou William sobre uma certa capa que deveria
estar pronta no final do dia, eu pensei nisso.
Quando a reunião foi encerrada, eu fiz o meu caminho para sair da sala e
rapidamente voltei para a minha mesa, evitando Angelia no caso dela poder
querer retirar algo de mim.
Eu já estava sentada na minha mesa quando Grayson
caminhou. — Uma palavra, Makenzie.
— Sim — eu gritei.
Em pé, eu o segui até o escritório dele. — Feche a porta
— ele ordenou. Eu fiz e me virei para encontrá-lo bem na
minha frente. — Você usou os saltos. — Sua mão enrolou no
meu pescoço e ele me aproximou.
— Eu fiz, — eu sussurrei.
— Foi tudo o que eu pude olhar quando você andou na
minha frente. Espero que você tenha ouvido o que Lexi
estava dizendo, porque certamente não fiz.
Engolindo, eu sorri. — Eu ouvi alguma coisa.
— Bom. — Ele sorriu para mim antes
de se inclinar lentamente e me beijar sem
sentido. Contra meus lábios, ele disse: —
Você realmente precisa parar de agir e
parecer tão culpada. — Ele tocou meus lábios brevemente com os dele antes
de puxar para trás. — Ninguém sabe, por agora, enquanto gostarmos de nos
esgueirar. Quando o fizerem, você não se importará.
Suspirando, eu disse — Você não pode simplesmente me pedir para não
me importar.
Ele deu de ombros e disse com um sorriso: — Eu faço. Embora eu tenha
certeza de que eles vão descobrir isso em breve, do jeito que você não pode
encontrar meus olhos ou por causa dos seus rubores.
Gemendo, bati minha cabeça contra o seu peito e senti seu riso antes de
ouvir sua risada. — Eu realmente sou péssima em atuação.
— Eu nunca teria adivinhado — ele falou.
Olhando para cima, eu lhe disse — Vou tentar. Eu gosto de só nós
sabermos por enquanto. Então, eu gostaria de continuar assim por algum
tempo.
— Eu também.
— Ok. — Ficando na ponta dos meus pés, eu o beijei rapidamente e
depois pisei de volta. — Eu tenho que enviar um e-mail para Kevin antes das
onze, mas eu também queria informá-lo... hum...
— Apenas me diga, Kenzie. Você pode me dizer
qualquer coisa.
Acenando com a cabeça, sorri e contei o que ouvi sobre
Lexi dos outros.
Ele grunhiu. — Eu imaginei algo como isso. Vou falar
com Michael.
— Ótimo. — Eu estava quase a caminho da porta
quando ela de repente se abriu, fazendo-me saltar de volta.
Dylan entrou, fechando a porta atrás dele.
— Ei, vocês dois. Eu estava na área quando... — Ele
parou e olhou para o irmão então para mim, para Grayson e
depois para mim. — O que está acontecendo? — Seus olhos
se estreitaram.
O que ele quis dizer?
— O quê? — Eu bufei e ouvi Grayson
suspirar atrás de mim. Enquanto minhas
bochechas queimavam, eu continuei: — Nada, nada. O que você quer dizer
com “o que está acontecendo?” — Estamos falando de negócios, é tudo...
— Makenzie — chamou Grayson. Olhei por cima do meu ombro para ver
que ele estava se divertido, sem dúvida comigo. Ele balançou sua cabeça.
— Finalmente — gritou Dylan.
Voltei meu olhar para Dylan para encontrá-lo sorrindo como um idiota.
— Finalmente, o quê? Não há nenhum finalmente, sobre qualquer coisa.
Dylan revirou os olhos e olhou para o irmão. — Ela é de verdade? — Ele
pulou no meu caminho.
Mudei para que eu pudesse ver os dois homens.
Suspirando, Grayson assentiu, seus lábios se contraíram. — Infelizmente,
sim.
Dylan riu. — Irmão, certifique-se de que ela nunca seja sua parceira nas
cartas.
— O quê? Estou bem. Tudo está bem — chorei, jogando meus braços no
ar.
Grayson se levantou e deu a volta na mesa. Ele agarrou meu braço e me
puxou para perto.
— Grayson, — eu guinchei.
— Ele sabe. — Ele sorriu, logo antes de me beijar.
Dylan bateu palmas, pulei, e então Grayson trouxe
minhas costas para a sua frente, curvando seus braços ao
redor do meu peito. Dylan assobiou. — É bom demais de se
ver, mas mantenha todo o PDA 17 para o quarto. — Seus
olhos se arregalaram. — Alguém mais sabe?
— Não, — respondeu Grayson. — E nós preferimos
manter assim por algum tempo.
— Sim, é claro. — Ele assentiu, no entanto, havia um
brilho em seus olhos que eu não confiava.
— Dylan — avisei.
— Não, meus lábios estão fechados.

17 PDA - Public Displays of Affection – Demonstração


Pública de Afeto/Exibição Pública de Afeição.
De qualquer forma, é melhor eu ir. Isto — ele acenou com as mãos para nós —
é ótimo de ver. Já era tempo de meu irmão tirar a cabeça de sua bunda. — Ele
se aproximou e beijou minha bochecha, estendeu a mão para Grayson e eles
balançaram. Retrocedendo, ele assentiu com a cabeça. — É bom ver. — Então
ele estava fora da porta antes que qualquer um de nós pudesse dizer qualquer
coisa.
— O que ele veio fazer aqui, em primeiro lugar? — Eu perguntei mais
para mim mesma.
— Com Dylan você nunca sabe, — Grayson respondeu e beijou meu
pescoço.
— A porta está aberta — eu sussurrei e escorreguei de seu aperto. — Eu
realmente tenho que mandar esse e-mail. Hum, eu vou te ver quando vir. —
Eu me virei para sorrir e assistir a bunda gostosa de Grayson enquanto ele
caminhava de volta à mesa.
— Se você continuar me olhando assim, Kenzie, você pode fechar a porta
enquanto eu a pego sobre minha mesa.
Meu corpo estremeceu com o pensamento.
Grayson riu, ele sabia que eu estava pensando sobre isso. — E-mail,
agora.
— Sim, senhor. — Eu pisquei um olho e fechei sua
porta.
O meu telefone começou a tocar na minha bolsa,
enquanto eu me sentei. Eu puxei-o e vi o nome de Lori na
tela.
Colocando-o no meu ouvido, eu disse: — Eu não posso
falar muito. Estou no trabalho. O que há de novo?
— Dylan acabou de ligar. — Eu podia ouvir o sorriso em
sua voz.
— Não, — eu sussurrei com dureza.
— Sim. — Ela riu. — Então você e Grayson. Conte-me
tudo, quando aconteceu, como aconteceu e foi bom?
— Eu vou matar esse homem.
— Quem, Grayson ou Dylan?
— Dylan.
— Não seja muito difícil com ele. — Ela riu.
— Nós pedimos que ele não dissesse nada.
— Mas somos familia. É claro que é nosso direito saber quando vocês
finalmente descobriram seus sentimentos um pelo outro.
— Mas ainda...
— Não há nada demais sobre isso. Estamos felizes por vocês dois.
Podemos ver o quão feliz ele te faz e como você o faz também.
— O que exatamente você quer dizer por nós?
Por favor, não me diga que o pai sabe. Por favor.
— Bem... quero dizer, hum, eu e Dylan e...
A porta do escritório atrás de mim abriu abruptamente. Eu dei um salto e
me balancei em torno do meu assento para encontrar Grayson de pé ali com
seu celular na orelha e... ele estava corando.
— Certo, sim. Claro. Ok. — Ele estendeu o telefone para mim. — Seu pai
quer falar com você.
— Não. — Eu respirei.
— Sim. E me lembre esta tarde de matar meu irmão.
Eu resmunguei. —Às duas horas está bem?
— Parece bom.
Quando peguei seu telefone, Grayson rapidamente
desapareceu em seu escritório. Primeiro, eu disse em meu
próprio celular: — Lori, eu vou te ligar de volta esta noite.
Papai telefonou para Grayson e ele está esperando para falar
comigo.
Lori ofegou. — Ele não fez.
Suspirando, assenti e disse: — Ele realmente fez.
— Falaremos em breve, — ela respondeu e desligou.
Respirei fundo para me preparar
para o que o pai estava prestes a dizer.
— Papai, por que, oh, por que você
ligaria a Grayson? — Eu sussurrei, e
rapidamente olhei em volta para me certificar de que ninguém estava a perto
para ouvir. Que não havia.
— Sua linha estava ocupada. Achei que você estava com ele. Então tentei
o dele.
— Dylan lhe disse?
— Não, ouvi Lori conversando com o babaca dela.
— Posso perguntar o que você disse ao meu chefe?
Ele riu. — Ei agora, ele não é apenas o seu chefe por mais tempo, certo?
Não entendi errado, certo? Vocês são um casal?
— Eu realmente não posso falar. Estou no trabalho.
— Sim ou não, Puddin. É só isso que você precisa responder. Na verdade,
você não. Grayson praticamente o confirmou. Eu lhe disse que estava pronto
para quando ele pedisse minha permissão para sua mão em casamento.
Eu suspirei. — Você não fez?
— Eu com a maldita certeza fiz. Ele disse que viria até mim quando
chegasse esse momento. Significa que ele pensa que você é para ficar, mesmo
que esteja um pouco louca ao redor dele.
— Eu não sou louca.
— Puddin. — Ele riu. — Não importa. Vocês combinam
um com o outro. As melhores novidades que já ouvi desde
que descobri que eles entregavam mantimentos em vez de
me dirigir à estúpida loja e encontrar com pessoas que
conheço e responder perguntas estúpidas que não tenho
tempo para responder.
— Então, você tem certeza sobre Grayson?
— Desde à primeira vista do grande cara. Ele não
conseguiu manter seus olhos fora de você. Sabia o que
aconteceria. Vocês dois simplesmente demoraram muito. Eu
preciso de netos antes de cair morto.
— Papai. Estamos...
— Sim, sim. Eu sei. Grayson disse
que vocês dois estão apenas começando.
Ele não quer mais nenhuma pressão sobre
você para assustá-la.
Oh, uau. Ele disse isso?
Eu resmunguei. Não havia chance dele me assustar. Se alguma coisa,
pensei que seria eu quem o assustaria.
— Papai, eu tenho que voltar ao trabalho.
— Certo. Deixarei fazê-lo, só queria lhe dizer que estou feliz por vocês
dois. Realmente feliz, Puddin.
— Obrigada.
— Tchau por enquanto, mas não para sempre, — ele falou antes que a
linha terminasse.
Minha família era louca, mas não a teria de outra maneira.
Entreguei rapidamente o celular de Grayson com um beijo de desculpas
rápido, que ele me disse para não me preocupar com isso, e então voltei ao
trabalho.
Pelas próximas semanas, Grayson e eu nos instalamos no relacionamento.
Quando trabalhamos, logo percebi que eu era a única que poderia deixar
transparecer estar namorando o chefe com minhas ações. Então acalmei meu
coração e fiz o que fazia antes de dormir com o chefe. Até agora, ninguém nos
olhava com olhos curiosos. Ninguém tinha mencionado nada para mim, e até
mesmo tudo tinha caído sobre a noite do prêmio. Havia muitas outras coisas
acontecendo para falar no trabalho. Como o fato de Grayson ter demitido Lexi.
Não só tinha estado mentindo sobre Michael, mas quando
Grayson falou com ele, descobriu que Lexi havia sabotado
muitas coisas para segurar Michael.
Então também havia o fato de Angelia estar namorando
Darby do meu andar. É claro que nós lhes demos um monte
de chateação, mas todos nós estávamos felizes porque elas
pareciam estar totalmente ocupadas uma com a outra. Eu
perguntei a Darby um dia quando pegamos o elevador
juntas como aconteceu. Aparentemente, uma noite elas se
viram, e as coisas esquentaram a partir daí.
Olhei para a porta de Grayson pela milionésima vez. Ele
estava lá, e eu tinha um desejo de ser muito impertinente. Eu
simplesmente não tinha certeza de como ele reagiria, mas
havia uma maneira de descobrir. Eu
estive... excitada toda a manhã desde que
eu tive um sonho sexual e acordei
sozinha. Grayson e eu compartilhamos
minha cama todas as noites desde a primeira noite, e aguardava o fim do dia
todos os dias. Jantamos juntos, conversamos, assistimos filmes e nos curtimos.
No entanto, aquela manhã acordei com uma nota dizendo que ele
esqueceu de mencionar que estava se encontrando com Vice. Geralmente nós
tomávamos banho juntos todas as manhãs. Eu nunca pensei que gostaria
muito de sexo, mas eu faço, e não conseguia o suficiente dele.
Você pode fazer isso, Kenzie. Basta entrar e seduzir o seu homem. É simples
assim. Olhei para a sua agenda de visitas e soube que não tinha ninguém
vindo por um tempo. Então, novamente, ele pode estar muito ocupado
retornando chamadas ou e-mails.
Ele poderia dizer não.
E se ele fizesse? Talvez ficasse envergonhada por algum tempo, mas eu
superaria isso.
— Certo, — murmurei para mim mesma. Minhas mãos foram para a
mesa, e eu me levantei.
Dirigindo-me à porta, bati.
— Entre, — ele falou.
Abrindo a porta, Grayson sorriu para mim. Entrei rapidamente e voltei a
fechar a porta. Grayson ia falar, mas eu levantei minha mão e
disse: — Você sabe, eu tenho um desejo de chupar seu pa...
— Vice, — Grayson gritou.
Meus olhos se arregalaram.
— Olá, querida. — A voz de Vice com humor veio do
alto-falante do telefone em cima da mesa de Grayson. — E
obrigado pela oferta, mas acho que Grayson realmente me
mataria.
— Sapateiro18, — gritei. — Eu ia dizer sapateiro.
O riso de Vice veio alto e longo. Grayson riu com ele e
balançou a cabeça com um sorriso nos lábios.
Gemendo, eu me encostei contra a porta fechada. — Eu
acho, ah, eu preciso... Sim, eu ouvi o

Pau – cocky; sapateiro - cobbler. Daí a referência do termo, as duas começam com co. Achei
18

melhor deixar a tradução literal.


telefone tocar.
— Vice, ligarei para você mais tarde.
Ele bufou. — Claro, seu bastardo sortudo. Desfrute do seu sapateiro,
Makenzie.
Grayson alcançou e apertou um botão.
Olhando para o chão, eu disse: — Eu nunca mais vou poder encará-lo
novamente.
Grayson zombou, ficou de pé, e então veio em minha direção. — Você vai
ficar bem. Não tenho certeza de que vou, embora. Agora ele estará pensando
em você... chupando um sapateiro. — Ele riu novamente.
Voltando a cabeça contra a porta, gemi com minha tolice. — Eu deveria
ter certeza de que você não estava ocupado.
— Provavelmente — ele admitiu parando na minha frente. — No entanto,
o que está feito, está feito e o que eu realmente quero saber é se você quis dizer
o que você disse?
Eu encontrei seus olhos e sorri, ignorando meu rubor. — O quê? Chupar
seu sapateiro?
— Sim. — Seus olhos baixaram em meus lábios, e eu assenti.
— Certo. Vamos então. — Ele me afastou da porta e a
abriu.
Eu chamei, — Espere. Onde estamos indo?
— Almoço.
— Você quer que eu te chupe no almoço?
Seus olhos se arregalaram antes de rir. — Não, embora
eu esteja tão duro pra caralho. Mas eu estou levando você
para almoçar, porque se eu não fizer isso, eu vou levantar
sua saia e te curvar sobre minha mesa em segundos.
— O problema nisso é? — Perguntei.
— Jesus. Eu não sei. Não consigo pensar direito agora.
Uma batida soou na porta. —
Grayson, Makenzie estão aí? Estou aqui
para substitui-la para o almoço.
Grayson suspirou. — Está certo. Eu
liguei para Helena antes que eu estivesse falando com o Vice, para vir e
assumir o seu almoço porque eu estava planejando levá-la para almoçar fora.
Eu sorri, meu corpo se aquecendo com a sua consideração. Então,
provocativamente, eu sussurrei: — Então, o sexo está fora de questão agora?
— Mulher — ele gemeu baixo antes de abrir a porta e me fez um gesto
para seguir. Por cima do ombro, enquanto pegava minha bolsa, Grayson disse:
— Sra. Mayfair e eu iremos por mais de uma hora para um almoço de
negócios, Helena. Qualquer problema, telefone para um de nós. — Ele
caminhou até o elevador. Eu disse um agradecimento rápido a Helena e
acelerei meu ritmo para pegá-lo.
Grayson acabou pressionando o botão e passando o cartão para subir
para nossos apartamentos. Ele disse que tinha que pegar algo antes de
sairmos. Assim que estávamos no nosso andar, ele pegou minha mão,
beijando a parte de trás antes de nos levar para a cozinha. Quando entrei,
fiquei congelada.
Na mesa já havia velas acesas, toalhas, dois pratos e talheres.
— Eu tive um amigo subindo e arrumando para nós.
As lágrimas brotaram. Ninguém jamais tinha feito algo tão romântico
para mim. Nunca.
Com um salto, eu estava nos braços de Grayson o
beijando. Ele gemeu contra minha boca e sentou minha
bunda no balcão da cozinha atrás dele.
Se encaixando entre as minhas pernas, ele sorriu e
perguntou: — Eu acho que você gostou da minha ideia?
— Muito assim. — Eu belisquei seu pescoço. — Foi este
o amigo que você estava ao telefone?
— Esse pode ser o único. Ele trouxe comida para
viagem. Está na geladeira. No entanto, gostaria de voltar ao
que você queria no meu escritório.
Sorrindo, eu perguntei: — E o que foi isso?
Ele sorriu. — Chupar meu sapateiro.
— Com prazer, eu irei chupar
qualquer coisa sua a qualquer momento.
Seus olhos brilhavam. — Eu vou ter
que me lembrar disso e testá-la.
— Posso prometer-lhe que não vou retirar o que disse.
Sua sobrancelha se contraiu, seus olhos brilhando no desafio. — Vamos
ver. Mas, por enquanto, eu gostaria de fazer um pouco de sucção antes de
fodê-la com tanta força que você terá problemas para voltar ao trabalho.
— Eu vou ter que deixar meu chefe saber.
Suas mãos subiram por baixo da minha saia. Levantei meus quadris
enquanto ele pegava minha calcinha e a puxava para baixo e para fora. — Ele
é muito implacável. Ele vai querer saber exatamente porque você não está
voltando para trabalhar. — Suas mãos deslizaram de volta sob minha saia. No
entanto, apenas uma estava entre minhas pernas, a outra estava no meu
quadril. Eu ofeguei quando um dedo testou a forma como eu estava molhada.
Ele sorriu. — Na verdade, seu chefe pode acabar te punindo.
Arfante, assenti com a cabeça. — Eu-eu acho que tudo bem.
— Espalhe suas pernas, Kenzie. Coloque os pés sobre as cadeiras e
entregue-se a mim.
Eu fiz como me disse, e ainda assim, Grayson não abrandou, me
acariciou, para cima e para baixo, depois girando ao redor do meu clitóris.
Inclinando-se, levantou o olhar para o meu e disse: —
Este é o melhor almoço que já tive.
Eu joguei minha cabeça para trás e gemi quando ele
sugou meu clitóris em sua boca e enrolou sua língua sobre
ele antes de dois dedos me penetrarem. Dentro e fora, eles
iam mais rápido e mais rápido.
— Grayson — eu respirei.
Sua mão desapareceu do meu quadril. Ouvi sua fivela
do cinto e depois o barulho de sua calça batendo no chão.
Em seguida, ele estava acima e sobre mim, a ponta de seu
pênis na minha entrada em vez de seu dedo e ele empurrou
em mim todo o caminho. Eu gritei enquanto jurava. Ele
puxou para trás e empurrou todo o caminho de novo,
repetidamente.
— Merda, porra. Você se sente tão
bem — ele murmurou no meu pescoço.
Uma brisa bateu no meu peito, meu sutiã
foi forçado para baixo, e sua boca estava no meu seio, seus dentes afundando
no meu mamilo.
— Sim — gritei. Ele puxou seu pau mais rapidamente para mim. Agarrei
sua cabeça, e ele lambeu meu outro mamilo exposto.
— Jesus — ele amaldiçoou. Eu suspirei quando ele puxou todo para fora.
Ele segurou minha boceta, deslizou um dedo e o deixou lá. Através de olhos
encapuzados, vi os seus aquecidos. — Não consigo tirar o suficiente dessa
boceta. Minha. Toda minha, porra.
Eu assenti. — Toda sua.
— Cristo. — Ele se endireitou, tirou os ombros da jaqueta, depois a
camisa e chutou o restante de sua calça e boxer. — Fique nua, — ele ordenou,
estendendo uma mão para mim. Peguei e pulei do balcão. Em pé, saí da
minha saia e blusa. Desabotoando meu sutiã, joguei no balcão e fiquei nua
diante dele. Corri meu olhar sobre seu corpo e lambi meus lábios.
Perfeição.
Todo ele era.
Ele segurou seu pau e bombeou em sua mão uma vez, duas vezes,
enquanto olhava para mim.
Um pequeno sorriso tocava nos lábios.
Minha boceta já latejava do jeito que ele me fodeu antes.
Eu estava encharcada e queria mais. Eu precisava dele
dentro de mim.
Quando o telefone tocou, olhei para o balcão para vê-lo
lá. Sentida, eu disse: — É melhor você atender isso. Pode ser
importante. — Eu sugeri para ele.
Bufando, ele disse: — Não há como no inferno...
— Pode ser Helena com algo importante acontecendo.
— Foda. — Ele rangeu os dentes, tirou o telefone da
minha mão e colocou-o em sua orelha. — O quê? — Ele
grunhiu.
Eu podia ouvir uma voz feminina do
outro lado, que soava como Helena.
Avançando, eu beijei seu peito
enquanto ele resmungava com o que
estava dizendo. Eu não percebi o que era porque eu me levantei diante dele e
coloquei a ponta de seu pau nos meus lábios. Olhando para cima, vi os olhos
de Grayson em mim, sua sobrancelha arqueada e ele continuou falando,
apenas vacilando suas palavras quando eu o chupava em minha boca.
Deslizei tudo de novo e esperei para ver se ele queria que eu parasse
enquanto ele se concentrava na ligação. Aparentemente, algo deu errado com
o álbum de Ethan. Além disso, eu não sabia mais nada porque senti sua mão
apertar meus cabelos e ele me observou quando forçou minha boca de volta à
sua ereção.
— Sim. Pergunte a Carlson onde está o arquivo.
Quando acertei o ritmo, seu aperto em meus cabelos se afrouxaram.
Ainda assim, ele nunca deixou ir.
— Hmm — ele disse no telefone. Sua mandíbula apertada. — Tudo bem
— ele grunhiu. Sua cabeça caiu para trás, seus olhos no teto. — Eu voltarei
quando puder. — Ele recuou, seu pau saindo da minha boca. — Isso foi
malvado. — Ele sorriu para mim.
— Mas, você gostou?
— Inferno, sim. — Ele caminhou até a mesa e puxou uma cadeira
enquanto eu me levantei. Fiquei surpresa quando ele se sentou nisso. Ele
torceu o dedo para mim, enquanto ele pressionava algo em
seu telefone. — Eu tenho que fazer outra ligação, mas eu
quero que você me monte enquanto eu faço isso.
Meus olhos se arregalaram. — Você está falando sério?
— Sim. Venha aqui, Kenzie. Agora. — Ele colocou o
telefone em sua orelha e falou com alguém com o nome de
Nick. Não sabia quem era e não me importava. Excitação
explodiu em mim e minha barriga vibrou com isso, minha
pele explodindo em arrepios.
O que estávamos fazendo era errado, mas emocionante.
Minha boceta apertou, meu clitóris pulsou e meus
mamilos endureceram ainda mais. Com o meu peito subindo
e caindo rapidamente, Grayson pegou
tudo e sorriu enquanto eu caminhava
lentamente para ele. Ele continuou
falando, mas meus ouvidos estavam
zumbindo da adrenalina, então eu não ouvi o que estava falando.
Me movendo entre as suas pernas, fui mais para a frente quando a mão
livre de Grayson veio agarrar minha cintura. Alcançando entre nós, segurei o
pau de Grayson e o alinhei com a minha entrada. Lentamente, abaixei. Ele me
encheu e me esticou como sempre. Mordi o lábio inferior para parar meu
gemido. Com os meus pés firmemente no chão, eu empurrei e voltei. Uma e
outra vez eu me balancei sobre Grayson.
Suas respostas eram curtas, sua voz dura e seus olhos preguiçosos
enquanto ele olhava os nossos corpos, entrando em mim novamente e
novamente.
De repente, ele soltou meu quadril. Foi com sorte que eu segurava seus
ombros, ou teria caído. Eu engasguei quando ele apertou um dedo contra meu
clitóris.
— Sim, faça isso. Eu tenho que ir, — ele falou, desligou o telefone e o
jogou na mesa. — Maldito inferno. Estou tão perto — ele gemeu, me trazendo
contra ele e apertando os dentes no meu pescoço.
— Grayson — eu sussurrei, descansando minha testa no ombro dele.
— Sim, foda-me, baby. Foda-me.
— Deus, sim, — chorei. Minhas paredes tremiam,
apertando-se ao redor dele. Suas mãos indo para minha
bunda, ele então levantou-se comigo, ainda dentro de mim e
eu ainda estava gozando. Então, ele me fodeu.
Assim como eu o fodi com força.
Com as mãos na minha bunda, ele me puxou para trás e
empurrou-me para baixo em seu pau.
— Foda, merda — ele gritou, inchando dentro de mim
enquanto explodiu. Mais duas vezes ele empurrou em mim
antes que parasse, nossas respirações se misturaram
enquanto sua testa tocava a minha.
Deixei minhas pernas instáveis caírem no chão. Ele saiu
de mim, fazendo com que ambos treméssemos. Então ele
agarrou minha perna e puxou-a,
colocando meu pé na cadeira, sua mão se
moveu entre minhas pernas, seu dedo
dentro de mim. Eu estava encharcada
com os nossos gozos.
— Perfeito. Fodidamente perfeito.
Meu peito doía com uma sobrecarga de emoções para o homem à minha
frente. A intensidade de seus olhos fez com que meu coração batesse muito
mais.
Ainda assim, as palavras não foram compartilhadas entre nós. Nós dois
sentimos isso, eu podia ver isso escrito por todo ele, e eu tinha certeza de que
ele podia ver em mim também.
Logo, o amor que eu tinha por ele sairia de mim. O que estava me
segurando, eu não tinha certeza.
Talvez, eu pensei, fosse muito cedo.
Não importava. Nós o vimos, o sentimos, e gostaríamos de tudo isso até o
dia em que as palavras finalmente seriam faladas entre nós.
É natural em cada relacionamento que as pessoas discutam. Grayson e eu
esperávamos que isso acontecesse, e quando elas vieram, elas foram grandes.
Mesmo que fosse só sobre pequenas coisas. O que faz um relacionamento é se
você é capaz de resolver um conflito e fico feliz em dizer Grayson e eu
podíamos.
Era fim de semana, um mês depois que nos juntamos e estávamos na
minha sala assistindo TV. Na verdade, eu estava assistindo um filme,
enquanto Grayson estava passando por uma papelada.
De repente, a porta se abriu e Dylan apareceu. O olhar
assustado em seus olhos nos fez ficar de pé.
— Vocês não respondem a um maldito telefone? — Ele
gritou.
— O que há de errado? — Perguntou Grayson.
— Nossos celulares estão em outra sala, — expliquei,
apesar de ter a preocupação correndo por mim. — Nós não
ouvimos o telefone de casa.
Balançando a cabeça, ele andou para o meu quarto. —
Pegue uma mala. Lori esteve num acidente.
Meu corpo se retesou. Minha respiração ficou presa em
minha garganta e meu coração parou.
Ouvi os irmãos gritando, mas soou à
distância. Eu pisquei intensamente
quando o rosto de Grayson apareceu na
minha frente.
— Kenzie, baby, você está bem.
Lori... — Meu lábio inferior tremeu.
— Ela ficará bem — Grayson me tranquilizou, apesar de não saber com
certeza. Ele me puxou para um abraço apertado, então me levou para a porta.
— Você a leva para o carro, e eu vou pegar algumas coisas.
— Vamos querida — disse Dylan ao meu lado, seu braço pendendo sobre
os meus ombros. Num instante, ele me levou ao elevador, me pegou, e nós
estávamos no caminho para a garagem.
Fungando, estabilizei meu coração e abaixei minhas mãos trêmulas
debaixo dos braços. Eu não podia quebrar, não até ter respostas. — Como? —
Eu sussurrei.
— Um carro bateu no dela. Eu não consegui tirar muitas informações do
seu pai. Tudo o que sei é que ela está em cirurgia. — Ele suspirou, seu braço
me apertando seu redor. — Ela é uma lutadora. Ela ficará bem. E-ela tem que
estar bem. — Sua voz quebrou no final.
Foi então que eu soube que Dylan estava sentindo a mesma devastação
que eu estava.
Ele amava minha irmã.
Inclinando-me nele, eu disse: — Ela estará. Papai
provavelmente está gritando pelos corredores do hospital lhe
dizendo para melhorar.
Ele riu. — Verdade.
Dylan e eu esperamos no carro de Grayson. Não
demorou muito para ele aparecer. Quando ele chegou, jogou
a bolsa no porta-malas e subiu no banco do motorista. Ele
pegou minha mão e depois olhou para o irmão, então eu
olhei também. Dylan estava mordendo seu dedo, no fundo
do carro, e saltando a perna para cima e para baixo.
— Vamos ver sua irmã. — Grayson tentou um sorriso,
mas não era seu normal. Foi doce ele tentar por mim.
Acenando, me inclinei e lhe dei um
rápido beijo. Ele ligou o carro e começou a
dirigir. A viagem de duas horas foi
tranquila, mas fiquei feliz por não estar fazendo isso sozinha.
Grayson e Dylan eram parte da minha família. Eles significavam mais
para mim do que o meu marido já fez. Especialmente o homem ao meu lado,
que continuava a olhar preocupado para o meu lado. Após a quinquagésima
vez, coloquei minha mão na sua coxa e lhe disse: — Estou bem. Até que eu
saiba tudo, ficarei bem.
Ele assentiu e colocou a mão sobre a minha, levando-as para beijar meu
pulso. — Você é forte, baby.
Eu meio que ri. — Apenas espere, você precisará me pegar mais tarde
quando eu quebrar.
— Sempre.
Olhando para trás de mim, fui dar um sorriso a Dylan, mas ele estava
ocupado em seu próprio mundo fazendo algo em seu telefone. Eu não tinha
certeza se ele mesmo nos ouvira falar.
Olhando para Grayson, vi que seus olhos também estavam em seu irmão
pelo espelho retrovisor. As sobrancelhas de Grayson apertaram-se,
preocupação gravada em seu rosto por seu irmão.
Inferno, todos nós estávamos preocupados um com o outro, mas
principalmente com Lori e meu pai. Se alguma coisa
acontesse, eu não tinha certeza de como ficaria o pai.
Não, não poderia pensar assim.
Algum tempo depois, finalmente chegamos ao hospital
local. Grayson estacionou numa zona de carga. Eu estava
prestes a dizer algo quando ele balançou a cabeça. — Eles
podem rebocá-lo, me darem uma multa, eu não ligo. Eu vou
entrar com você.
Saímos do carro e entramos pelas portas rapidamente.
Eu vi meu pai andando pelo recinto e chamei seu nome.
Quando ele se virou, seu rosto se desintegrou, seus braços se
levantaram e eu os encontrei.
— Como ela está? Onde ela está? O que está
acontecendo?
Ele respirou profundamente e
estremeceu e puxou para trás. Dylan e
Grayson estavam ao nosso lado. — Ela
está fora da cirurgia, teve uma hemorragia interna. Eles a estão levando para a
recuperação. Eles acham que ela ficará bem.
Minha mão foi ao meu peito e eu caí com alívio. Grayson fechou seu
braço na minha cintura.
A cabeça de Dylan voltou. — Obrigado, porra. — Ele se esticou e se
afastou, murmurando e praguejando. Ele continuou esfregando sua nuca
enquanto caminhava.
Elevando minha cabeça para Grayson, eu disse: — Vá até ele.
Suas sobrancelhas mergulharam. — Você tem certeza?
— Sim. — Eu assenti.
Ele me beijou e depois caminhou até o irmão. Eles trocaram palavras, e
em seguida Grayson agarrou Dylan e o abraçou.
Voltando a papai, perguntei: — Como você está?
Ele balançou a cabeça, as lágrimas se juntaram novamente. — Nunca
pensei ter esse medo novamente, o mesmo da noite em que perdi sua mãe. Até
agora. — Ele apertou o maxilar. Balançando a cabeça, seus olhos foram ao
chão, mas não perdi as lágrimas que caíram.
— Papai, — solucei, o abraçando pela cintura. Ele ficou tenso. Suas mãos
abrindo e fechando em seus lados.
— Me assustou, Puddin. — Ver meu pai desabar não
estava me ajudando a manter o controle de minhas emoções.
Eu bati na minha bochecha enquanto papai tremia sob sua
respiração. — Quando o hospital ligou, eu me perdi, Kenzie.
Eu não sei como consegui chegar aqui, mas eu me encontrei
de pé aqui gritando para alguém ouvir. Eu queria vê-la com
meus próprios olhos. Minha Jellybean. — Ele fez um barulho
na parte de trás da sua garganta. Minhas lágrimas corriam
livremente; não havia como conseguir detê-las.
— Sr. High. — Nós dois olhamos para ver uma
enfermeira se aproximando. — Você pode ver sua filha
agora. — Grayson e Dylan apareceram atrás de nós. A
enfermeira os pegou e acrescentou: —
Apenas dois por vez, por favor.
Eu sorri e assenti. — Papai, você e
Dylan entram.
— Mas...
— Não, você e Dylan. Eu irei depois com Grayson.
Ele olhou para Dylan e depois assentiu. Eles caminharam juntos em
silêncio. As mãos de Grayson seguraram meus ombros, e assim que
atravessaram as portas, virei-me nos braços de Grayson, enterrei minha cabeça
em seu peito e desatei a chorar. Seus braços me apertaram. Ele nada disse, mas
deixou-me chorar.
Eventualmente, me acalmei o suficiente para formar uma frase. — Ela vai
ficar bem, — eu disse. — Ver o papai assim... não consegui me segurar por
mais tempo.
— Você não deveria se segurar.
— Eu senti que eu precisava, por causa do papai. — Limpando minha
garganta, eu acrescentei: — Obrigada por estar aqui.
— Eu não estaria em outro lugar, Kenzie.
— Eu aprecio isso. — Eu assenti.
— Por que você não está me olhando? — Ele murmurou contra minha
têmpora.
— Eu estou toda bagunçada e melecada com o choro.
Eu gostei de poder sentir seu riso, assim como ouvi-lo.
— Vi você em remédio para tosse. Nada mais poderia me
incomodar.
Levantando a cabeça, eu ri. — Verdade.
— Ah, não, baby. Esconda sua cabeça, você está
horrível.
Eu arfei, meus olhos aumentando. Ele riu e depois me
pegou pelas bochechas e me beijou. — Estou brincando.
Minha resposta foi um soco no estômago. Então me
abracei a ele, só que eu fiz isso sorrindo.
Pouco ele sabia que eu seria uma
bagunça novamente quando entrei no
quarto de Lori. Eu também sei que ele
provavelmente nunca testemunhou duas
mulheres chorando juntas. Se ele pudesse aguentar isso, então ele seria um
protetor.
Mais tarde, depois que voltamos para o carro, descobri que Grayson
Jackson era um homem que nada realmente o perturbava quando isso
acontecia comigo.
Eu não tinha certeza de quanto mais amor eu poderia ter para ele, mas
parecia ter crescido nessa noite.

Ficamos na cidade por alguns dias. Foi sorte que papai tinha dois quartos
extras porque Grayson e eu ficamos em um e Dylan ficou em outro. Lori
também estava em casa. Ela tinha uma perna quebrada, costelas rachadas e
mais algumas batidas e cortes. Além disso, ela faria uma recuperação
completa. Grayson tinha chamado alguém no trabalho para que eles
soubessem que ele e sua assistente foram chamados para um trabalho fora da
cidade. Ele se recusou a sair do meu lado, e eu estava agradecida por isso.
Grayson Jackson significava tudo para mim.
Eu estava na sala com Lori jogando cartas e falando, que
foi depois que eu chutei Dylan para ajudar Grayson e o pai a
cozinhar o churrasco.
— Ele quer que eu volte com todos vocês.
Olhando das minhas cartas para a minha irmã,
perguntei com um sussurro chocado: — O quê?
Ela assentiu. — Ele me disse antes de você entrar.
— Disse-lhe? — Eu sorri.
Ela riu. — Sim.
— O que você disse?
— Que eu tinha que pensar sobre as coisas.
— Ele se importa muito com você.
Ele estava uma bagunça quando veio nos
buscar. Ele sempre é tão despreocupado e
divertido, mas naquela noite ele não
estava. Ele parecia perdido.
Ela corou. — Foi difícil estar separado dele, mas também foi bom. Nós
temos que conhecer um ao outro.
— Ele me provou, pelo menos, que quer cuidar de você. Ele não olhou
para outra mulher desde que olhou para você. — Eu sorri. — Eu perguntei
enquanto estava disposta a cortar suas bolas.
— É assustador.
— Por quê?
— Ele é... Dylan Jackson.
Dei de ombros. — Então? Os velhos tempos passaram.
— Eu sei. — Ela assentiu. — Mas o que acontece se as coisas mudarem
entre nós?
Suspirando, eu disse: — Se você está preocupada com o fato dele mudar
você, assumindo o controle como Robert fez por mim, então não. Ele não faria
isso, como eu sei que Grayson não fará comigo. Você me ensinou isso. — Eu
dei um tapinha no seu joelho.
Vozes lá fora cresciam mais alto. Nossos olhos se arregalaram, e então
ouvimos a porta traseira abrir e passos pesados vindo em direção ao nosso
caminho.
Papai entrou primeiro, seu rosto espumando com raiva.
Então Dylan, que parecia tão irritado, e finalmente Grayson,
que estava... sorrindo.
Papai parou no final do sofá com Dylan ao seu lado, os
braços cruzados sobre o peito. Papai então disse: — Puddin,
você ouviu essa besteira? Este babaca quer levar Jellybean de
volta com ele.
— Ah...
— Ela está voltando comigo, Sr. High.
— Besteira — papai rugiu, bem no rosto de Dylan.
Dylan estufou o peito e gritou de volta: — Eu não terei a
mulher que eu quero passar o resto da
minha vida longe de mim por um dia
mais. Deus sabe o que pode acontecer, e o
que aconteceu há dois dias prova isso. Ela
voltará. Nós a faremos matricular-se na faculdade local, mesmo que eu pague
por isso. — Ele jogou os braços para fora. — Inferno, você pode se mudar
também se for isso o que te preocupa. Você pode ficar no andar de convidado
no prédio de Grayson. — Eu esperava que ele tivesse falado antes com o seu
irmão. Peguei o rolar dos olhos de Grayson, o que me disse que Dylan não
tinha. Embora Grayson não parecesse muito irritado por isso. — Merda, até a
minha mulher pode ficar lá até que ela mova o inferno para morar comigo
quando você se acostumar com a ideia de eu namorar sua filha.
A sala ficou em silêncio.
Olhei para Lori para ver seus olhos nadando com lágrimas, mas o rubor
também me disse que Dylan acabara de ganhar seu coração. Ele apenas
ganhou o meu também. Ele a amava. Ele praticamente disse ao nosso pai que
ele era dela, e se papai fosse tolo o suficiente para ficar no meio deles, então eu
teria umas palavras com ele mesmo.
— Ok, então — disse papai.
A cabeça de Dylan voltou-se pela sua mudança repentina.
— Bem, bom. — Dylan assentiu. — E até que vocês dois se mudem, eu
vou ficar aqui.
— No quarto extra. — Papai olhou.
— Tudo bem. — Dylan empurrou seu queixo para cima.
— E o trabalho? — Lhe perguntei.
— Eu resolvi tudo para ter algum tempo de folga — ele
disse, mas essa resposta não foi para mim. Seus olhos
pousaram na minha irmã, e eles ficaram lá. Fiquei de pé,
andei ao seu redor e agarrei o braço do meu pai, puxando-o
para fora da sala de estar, com Grayson seguindo.
— Como o jantar está indo? — Perguntei na cozinha.
Ele bufou. — Tá tudo bem. — Ele olhou para Grayson.
— Seu irmão é uma dor na minha bunda, mas acho que ele
será bom para ela.
Grayson assentiu. — Ele será.
— Ainda assim, ele não está pagando
por seu diploma. Estou fazendo essa
merda, e se ele quiser lutar contra isso, eu
vou levá-lo.
— Se conseguir Lori lá, eu não acho que ele vai lutar contra você — disse
Grayson.
— Droga, — murmurou papai antes de sair pelos fundos novamente.
Comecei a rir quando mãos vieram pela minha cintura. Virando, envolvi meus
braços no pescoço de Grayson e encontrei seu olhar.
Sorrindo, perguntei: — Você está bem com tudo isso?
— Se conseguir que Dylan pare de falar sobre isso, então sim. Se isso o faz
feliz, sim, duplo.
— Isso significa que meu pai estará por perto.
Ele se encolheu, então piscou. — Ele não é ruim se ele gosta da pessoa.
— Verdade. Embora eu penso que no fundo, ele gosta de Dylan. Ele
simplesmente ama lhe dar merda. Além disso, Lori é a mais nova. Ele não está
feliz com ela crescendo.
— Ele estará melhor quando ele tiver netos.
Tensa, eu pisquei lentamente. — Eu acho. — Grayson mencionando
crianças fez algo engraçado para minha barriga. Especialmente quando eu me
imaginei grande com seu bebê dentro de mim. Fazer o bebê também seria
divertido. De fato, meu clitóris pulsou. Fazia um tempo que
Grayson e eu estivemos um com o outro, porque seria
estranho se fizéssemos algo na minha casa de infância com
meu pai no corredor. Grayson concordou com um
estremecimento.
Seus lábios se contraíram como se ele soubesse onde
meus pensamentos tinham ido. — Você está pronta para
voltar, baby?
— Estou mais do que pronta — eu sussurrei contra seus
lábios. Nós estaríamos saindo no dia seguinte para voltar ao
trabalho antes que as coisas corressem, e, como eu sabia que
Lori teria dois homens apaixonados em casa para cuidar
dela, eu estava pronta para chegar em casa.
— Vocês vão parar de chupar a cara
um do outro e vir aqui para me ajudar, —
chamou o pai da porta.
Grayson e eu nos separamos e olhamos um para o outro, e então nós
começamos a rir.
Nós estávamos em casa há uma semana e, felizmente, as coisas voltaram
ao normal depois de um grande susto. Eu estava me vestindo no meu quarto
enquanto Grayson se trocava no dele, bem, seu quarto que ainda estava do
meu lado do apartamento.
— Nós vamos ter que mudar as coisas — veio a voz de Grayson da soleira
da porta. Eu estava calçando meus sapatos quando o ouvi. Depois de saltar
rapidamente da minha pele, fiquei de pé e olhei por cima do meu ombro.
— O que você quer dizer?
Ele veio até mim. Suas mãos pousaram na minha
cintura, onde ele me puxou, então nossos corpos se
estremeceram. — Eu gosto de assistir você.
Minha cabeça levantou, meus olhos se alargaram. — Ok.
— Ao ter minhas coisas em outro quarto, sinto a falta de
ver você se vestir, observando você colocar esses sapatos
sexy-como-foda. Uma vez que o meu lado está pronto, você
pode se mudar para o meu quarto comigo, ou vou mudar
minhas coisas para cá.
— Como em... viver juntos.
Ele bufou. — Já estamos.
Isso era verdade. Concordei com ele e
sorri.
— Você não tem nenhuma queixa
sobre isso?
Mordendo o lábio inferior, pensei nisso, e na verdade, não encontrei nada
para impedi-lo de se mover. Como dissemos, já estávamos dormindo na
mesma cama todas as noites. Acordamos juntos, comemos juntos e passamos a
maior quantidade de tempo possível um com o outro.
— Não — afirmei.
Estava certa de que Grayson sentia a mesma coisa que eu. Não apenas nos
amamos, mas depois do medo de perder Lori, não queria perder nada.
Grayson era o que eu queria para o meu futuro. O tempo era precioso e
arriscar-se por coisas tolas não estava nas cartas.
— Bom. — Ele grunhiu logo antes de me beijar. Sua testa então tocou a
minha, e eu vi o sorriso dele, antes dele dizer: — Eu também gostaria de
declarar que os fins de semana deveriam ser gastos com você nua.
Eu joguei minha cabeça para trás e ri. Seus lábios tocaram meu pescoço
enquanto ele ria contra ele.
— Vamos, chefe. Podemos conversar sobre isso no jantar. Você me
prometeu uma refeição e chegaremos atrasados para a nossa reserva.
Ele revirou os olhos com um sorriso e depois pegou minha mão, levando-
me para fora do apartamento.

Havia apenas um problema em namorar Grayson


Jackson, e era que ele tinha muita atenção das mulheres. Na
verdade, mesmo alguns homens o verificavam. Eu não era
geralmente um tipo ciumenta. Compreendia porque eles
faziam isso. Meu homem era quente. Mas eu não pude
deixar de sentir, às vezes, como se eu quisesse pegar
algumas mulheres e arrancar seus olhos. Especialmente
depois que elas olhavam para mim andando de mãos dadas
com ele com expressões sarcásticas, os lábios superiores
altos, as sobrancelhas para baixo. Eu sabia
o que elas estavam pensando. O que um
homem como ele fazia com uma mulher
como eu? O velho eu, aquele que esteve
com Robert, ficaria envergonhada por Grayson. Eu teria duvidado da minha
aparência e me perguntaria se eu era boa o suficiente para o homem de pé ao
meu lado. A mulher que eu era antes de Robert, era a mesma pessoa andando
de mãos dadas com Grayson, e acabei ignorando-as e afastando da mente se
estivessem me julgando. Eu não me importava. Não, isso não estava certo. Na
realidade estava sendo julgada e era uma merda. Doía, ainda que eu
realmente desejasse que não doesse. Mas Grayson sempre me deixa saber o
quanto eu sou importante para ele... Então, sua confiança em mim, ajudou
minha própria confiança.
Havia também o fato de Grayson pensar que eu sou uma merda quente.
Isso ajudou imensamente.
Então, mesmo que a garçonete, que nos conduziu à nossa mesa, tenha
checado Grayson, ignorei e apertei a mão dele, sorri para ele quando ele olhou
para trás. Oficialmente, este era nosso primeiro encontro para jantar. Já saímos
pra almoçar antes, fomos ao zoológico, ao cinema e ao teatro. Mas nunca nos
vestimos para jantar apenas nós dois.
Quando ele sugeriu isso naquela manhã no chuveiro, eu realmente corei e
timidamente lhe disse o quanto eu adoraria.
Grayson puxou minha cadeira e eu rapidamente me sentei e ele caminhou
ao outro lado para sua cadeira. Estávamos do lado oposto no
restaurante francês, a iluminação baixa, romântica e a música
suave de violino tocando ao fundo era doce. Meu estômago
enrolou com os nervos e excitação ao mesmo tempo. Eu
gostava de sair com Grayson. Adorava e ficava orgulhosa
por estar ao seu lado.
Fizemos os nossos pedidos de bebidas, e a garçonete
escorregou para preenchê-los. Peguei o menu e abri.
— Meus pais nunca estiveram perto enquanto Dylan e
eu crescíamos — disse Grayson de repente. Coloquei meu
menu de volta na mesa e olhei para ele. Ele sorriu com
tristeza. — Nós tínhamos uma babá. Ela era o que nossa mãe
deveria ter sido. Quente, doce, amorosa. À medida que
crescíamos, pensávamos que todas as mães eram como a
nossa. Até ficarmos nas casas de amigos e
percebermos que não eram. Tantas vezes
fiquei com ciúmes de meus amigos
porque eles tinham uma mãe divertida e nós não. Ainda assim, — ele riu, —
sabíamos que, no final, estávamos melhores sem a atenção dela. Ela era toda
sobre si mesma, muito parecida com nosso pai. Eles se odiavam, mas ainda
ficavam juntos, ambos com outros parceiros ao lado. Nunca fomos espancados
ou nada assim. Nós éramos invisíveis para eles, a não ser por uma função ou
outra. — Ele suspirou. — O que eu estou tentando dizer é que eu nunca quero
esse tipo de relacionamento com meus filhos e esposa. Estarei por perto. Vou
mostrar a todos os nossos filhos o quanto eles significam para mim e me
certificarei que eles podem vir a mim por qualquer coisa a qualquer momento.
Todas.
Nossas.
Crianças.
Ele havia dito isso, e só de ouvir parou o meu coração, minha respiração e
meu corpo por quase um segundo.
Estendendo a minha mão, apertei a dele e disse: — Você nunca será como
eles. Posso ver a preocupação em seus olhos, você é caloroso, doce e tão
amoroso como sua babá o ensinou a ser.
— Doce? — Ele arqueou uma sobrancelha para mim.
Rindo, eu assenti. — Sim. Quando você está com certas
pessoas.
— Certas pessoas pelas quais eu me importo.
Meu corpo estava tenso com uma antecipação nervosa.
Ele riu, puxou minha mão para cima e beijou a parte de
trás dela. Então ele colocou nossas mãos de volta na mesa. —
Mais tarde, quando estivermos sozinhos em nosso quarto,
vou adorar seu corpo enquanto eu estiver dentro de você, —
minha boceta espasmou, meus mamilos se endureceram e
achei difícil respirar pensando em Grayson deslizando
dentro de mim — Eu vou mostrar-lhe o quanto eu me
importo com você.
Corando, abaixei os olhos, lambi meus lábios secos e
gaguejei: — I-isso, hum, soa, ah, c-como
um bom tempo.
Ele jogou a cabeça para trás e riu.
Balançando a cabeça, ele sorriu para mim.
— Você sempre me surpreende. Faz-me rir de repente, sorrir e me dá vontade
de querer fodê-la sempre que você faz algo bonito e engraçado. O que é todo
dia.
Sorrindo, eu disse-lhe com uma mão no ar: — Eu acho que sou uma
mulher sortuda.
— Você é, mas sou um maldito homem de sorte por você ter entrado na
minha empresa querendo um emprego. Nunca conheci uma mulher como
você, Makenzie Mayfair. Ninguém nunca discutiu comigo sobre pagar por
qualquer coisa, mas você faz.
Engolindo, eu disse — Não gosto de depender de ninguém. Eu ganho
dinheiro... o que pode vir de você, mas acho que faço um bom trabalho para
ganhar esse dinheiro. — Ele assentiu. — Então, é claro, vou querer pagar por
coisas quando saímos. Se alguma coisa aprendi com o Robert... — Grayson
deu uma olhada. Eu sorri para ele — foi que estar com alguém é uma parceria.
Ninguém deve ser mais do que o outro. Embora você faça meus olhos rolarem
na parte de trás da minha cabeça quando você faz essa coisa com sua boca...
— Bebidas — anunciou a garçonete.
Tirando minha mão da dele, cobri meu rosto com as duas mãos e gemi.
Grayson novamente jogou a cabeça para trás e rugiu com seu riso. Quando
olhei para cima, vi que a garçonete estava corada tanto
quanto eu. Ela rapidamente colocou as bebidas e murmurou:
— Volto em breve para o seu pedido.
Não podia culpá-la por fugir. — Eu aposto que ela
deseja que ela estivesse no meu lugar agora. — Ele bufou.
— Não haveria nenhuma chance disso. Ela vê o terno
caro, o...
— Corpo quente — acrescentei rapidamente.
Ele sorriu e balançou a cabeça. — Ela vê o dinheiro. O
que você nunca fez. Você me viu.
— Eu fiz. — Eu assenti. — Além do corpo quente.
Ele zumbiu. — Eu vou ter que me certificar de manter
meu treino.
— Não. Tenho o sentimento que não
importa como você parece, eu ainda...
adoraria você. Embora trabalhar juntos
possa ser divertido. Eu vi uma máquina no chão da academia que eu gostaria
de experimentar. Você poderia estar deitado enquanto eu monto você e...
— Prontos para encomendar? — A garçonete quase gritou.
Gemendo, coloquei minha mão no rosto e disse-lhe: — Eu não estou
tendo nenhuma sorte ao seu redor.
Pelo menos Grayson achou engraçado.
Depois de uma verificação rápida do menu, eu escolhi. — Eu vou ter o
frango cordon bleu, por favor.
— E você, senhor? — Perguntou, passando os olhos por Grayson.
Só que ele estava olhando para mim e sorrindo presunçosamente, por
algum motivo. — Eu acho que vou ter algo rápido para comer para que
possamos ir para casa e trabalharmos juntos. — Eu engasguei com meu gole
de vinho. — Então eu vou ter o salmão, obrigado.
Nós entregamos nossos menus, e ela rapidamente se afastou. — Eu acho
que preciso começar a manter minha boca fechada em público.
— Nunca — afirmou Grayson. — É encantador, assim como você é, e
nunca gostaria que você esconda quem você é, não importa com quem
estivermos.
Deslizei os olhos rapidamente para baixo, para a mesa,
enquanto eles tremiam de lágrimas. Esse homem. Meu
homem. As coisas que ele dizia, não apenas nessa noite, mas
todos os dias, me acertavam no coração com uma marreta.
De uma maneira boa, quente e distorcida.
Por algum motivo, olhei para a porta, que foi quando a
vi.
Harper.
Meus olhos se arregalaram e eu engasguei. Se Harper
nos visse, ela logo tiraria conclusões. Não importava se elas
fossem as corretas. Eu nem pensei como parecíamos quando
entramos de mãos dadas, mas naquele momento eu não
estava pronta para que as pessoas soubessem, e não sabia se
Grayson queria que o nosso
relacionamento estivesse aberto ao
público, como as pessoas no escritório.
Tenho certeza de que Harper diria
alguma coisa.
— O quê? — Exigiu Grayson.
Eu não consegui responder quando estava deslizando da minha cadeira
para desaparecer debaixo da mesa.
— Kenzie, — Grayson baixou. — O que diabos você está fazendo?
— Shhh, se ela nos vir assim, ela saberá. Se ela me vir, ela verá em meus
olhos o que você significa pra mim, e então ela vai contar a todos.
Agachada sob a mesa, vi Grayson ajustar-se em seu assento para olhar ao
redor. Eu soube quando a viu porque ele zombou.
— Baby, — Grayson começou num tom suave, — volte aqui. Eu não dou
uma foda para quem nos vê e quando. Ela pode contar para os malditos
jornais, e eu não daria uma merda.
— Senhor, — uma nova voz disse ao lado da mesa. — Este lugar não é
esse tipo de estabelecimento.
— Do que você está falando? — Grayson exigiu, seu tom áspero, irritado.
— Sua amiga sob a mesa. Eu preferiria que você continuasse em outro
lugar, — ele atirou num tom insípido.
— Eu não estou fazendo o que você acha que estamos
fazendo, — falei por baixo da mesa.
— Bem, talvez você deva se levantar então.
Resmungando para mim mesma, eu mergulhei
novamente sob a toalha de mesa para ficar ao lado da mesa.
Enquanto o garçom olhava para mim, apertei meu olhar
para trás e ajustei meu vestido.
— Makenzie?
Meu corpo ficou rígido.
Não poderia ser.
Quais eram as chances?
Lentamente, virei e encontrei meu ex lá parado. Harper
e Robert conspiraram juntos para termos
nossos dois ex nessa noite?
— Robert, o que você está fazendo
aqui? — Eu notei pelo canto dos meus olhos o garçom dar um passo atrás e
desaparecer. Ele deve ter superado seu pequeno mal-entendido e nos deixou
para o nosso novo visitante. Realmente, eu teria tomado uma repreensão e a
chance de ser expulsa a ver e falar com Robert.
Ele sorriu. — Jantando, é claro. Você parece maravilhosa, — ele
comentou, avançando quando sua mão chegou ao meu cotovelo. Ouvi uma
cadeira arrastar no chão. Então, enquanto ele se debruçava para beijar minha
bochecha e eu ficava parada em choque, ouvi uma garganta clarear bem ao
nosso lado.
Robert recuou um passo antes que seus lábios tocassem a minha
bochecha, pelo que eu estava agradecida.
Já sentia vontade de lavar meu cotovelo com água sanitária.
— Oh, você é o chefe, certo?
— Sim. — Grayson zombou. — Grayson Jackson.
— Certo. Robert Mayfair. A última vez que te vi, você estava tentando
atrapalhar meu negócio e da minha esposa.
— Ex-esposa — eu cortei rapidamente desde que o maxilar de Grayson se
apertou e suas narinas se alargaram tão amplamente que eu estava
preocupada que ele explodiria num ataque de fúria. Então eu
acrescentei: — Você assinou os papéis, Robert. Você não
pode mais me chamar sua esposa.
— É claro. — Robert sorriu.
— Grayson, — foi chamado logo atrás dele. Todos nos
voltamos para olhar Harper ali parada. — Que prazer ver
você. — Então seus olhos pousaram em mim. — Reunião de
negócios é?
— Não — Grayson mordeu. Ele estendeu a mão
cegamente, enquanto seus olhos estavam em Harper e uma
vez que ele agarrou meu braço, ele me puxou para ele.
Assim que eu estava ao seu lado, ele soltou meu pulso e
colocou seu braço na minha cintura.
Timidamente, coloquei meu braço em
volta da sua cintura também, que fui
recompensada com Grayson olhando para
mim e sorrindo.
Sua expressão se endureceu quando ele olhou de volta para Robert e
depois para Harper. Robert zombou. — Então você dormiu com o chefe para
obter o...
Grayson ficou tenso. — Você diz uma palavra mais sobre ela, e eu vou
acabar com você. — Ele olhou para Harper. — Você está falando sério? Saindo
com ele?
Meus olhos se arregalaram.
Robert e Harper?
Ela se aproximou do meu ex e enrolou suas mãos ao redor do braço dele,
sorrindo.
Levantei a mão para apertar meus lábios juntos. Uma risadinha queria
explodir. No entanto, era como se não quisesse ser silenciado, então eu bufei,
depois tossi, e comecei a rir atrás da minha mão.
Robert e Harper.
Deus, eu não poderia ter escolhido melhor para os dois.
Seu sorriso vacilou quando ela olhou para mim. Ela achou que eu ficaria
com ciúmes? Seu olho se contraiu conforme eu continuava rindo enquanto
Grayson sorria para mim.
Colocando minha mão no meu peito, eu soprei a
respiração. — Whoa, desculpe. Eu não consegui parar.
— Qual é o problema com você? — Perguntou Robert.
— Este não é o lugar para agir assim.
Certamente, recebi muitos olhares por rir em voz alta.
Mas eu não me importei, e eu não me importava com Robert,
já que ele não tinha mais nada para fazer com minha vida.
— Engraçado, foi o que o garçom disse quando ele me
pegou dando a Grayson um boquete debaixo da mesa.
Os olhos de Robert se arregalaram enquanto os de
Harper estreitaram, e senti Grayson rir ao meu lado.
— Bem, eu nunca...
— De qualquer forma — interrompi.
— Nós dois esperamos que vocês tenham
uma noite maravilhosa.
Grayson bufou e acrescentou: — Nós não fazemos.
Eu bati seu estômago. — Nós fazemos porque estamos felizes e teremos
uma noite maravilhosa assim que sairmos deste lugar. — Pegando no casaco
de Grayson, olhei nos seus olhos e sugeri: — Vamos sair e pegar comida para
viagem. Nós podemos levá-la para casa e comer enquanto estamos nus. — Eu
estava encorajada, orgulhosa de minha coragem e ousadia cintilando para
vida no meu estômago.
Seu sorriso era lento, mas grande e perverso. — Parece perfeito.
Voltando as costas para eles, peguei minha bolsa assim que a garçonete
chegou à mesa com nossos pratos.
— Desculpe. — Eu sorri. — Mas estamos saindo. — Alcancei minha bolsa
para pegar minha carteira, mas o braço de Grayson veio em volta da minha
cintura com sua outra mão colocando o dinheiro na mesa.
— Eu estava prestes a pagar — gemi, irritada.
— Eu sei, — ele murmurou contra meu pescoço, então me beijou lá. — No
entanto, você estava levando muito tempo para encontrá-lo no seu poço sem
fudo de bolsa. Eu gostaria de apressar as coisas para passar a noite nu com
você.
Rolando os olhos, sorri e mexi para bicar seus lábios. —
Eu vou te perdoar então por chamar minha bolsa de poço
sem fundo e por pagar, mas da próxima vez é a minha vez.
Ele bufou. — Vamos lutar sobre isso, então.
— Combinado.
Grayson então pegou minha mão e nós saímos do
restaurante, deixando nossos ex chocados em pé onde
estavam, com nossa cabeças erguidas e nunca mais olhando
para o passado. As pessoas neles não valiam a pena. Nada
eram, exceto o homem que estava ao meu lado e minha
família louca.

Fiel à sua palavra, Grayson e eu


pegamos alguns hambúrgueres e levamos
para casa, logo estávamos no quarto.
— Lentamente — ele ordenou num grunhido atrás de mim. Olhando por
cima do meu ombro, eu sorri e acalmei minha ação ao puxar minha calcinha.
Ele já tinha arrancado meu vestido e sutiã de mim enquanto caminhávamos
para o quarto aos beijos. — Foda, sim, — ele mordeu.
Quando me debruçei, puxando a minha calcinha, parei quando senti as
mãos deslizarem na minha bunda.
— Amo sua bunda. Cristo, amo seu corpo. Não consigo ter o suficiente de
você. — Ele deu um tapinha leve em minha bunda antes de falar, — Levante-
se. Deixe seus saltos.
Meu clitóris pulsou, meu corpo tremeu enquanto me levantava. Ele se
aproximou por atrás de mim, suas mãos alcançando meus seios. Apenas uma
ficou lá. Ele massageava suavemente enquanto a outra mão subia do meu
peito para cercar meu pescoço. Sua mão apertou apenas um pouco, e eu
respirei forte e rápido, enquanto a umidade se agrupava lá embaixo. Ele
esfregou sua dureza contra minha bunda.
— Eu queria fazer amor com você, mas tudo o que eu conseguirei é foder
você. — Seu aperto em torno do meu pescoço afrouxou. Com os dedos no meu
queixo, ele inclinou minha cabeça para cima e de lado para que ele pudesse
ver meus olhos. — Você quer ser fodida, baby?
— Sim, — gemi.
Deus, sim. Jogue o amor lento pela janela e foda-me com força.
— Vire-se e deite-se na beira da cama. — Suas mãos
caíram de meu corpo. Minha respiração estava difícil de ser
encontrada quando me virei para encontrá-lo se
desnudando. Peguei seu sorriso enquanto meus olhos
corriam sobre ele pela terceira vez. Depois de tirar a camisa,
Grayson se inclinou para me beijar.
Eu envolvi meus braços ao redor de seu pescoço para
levar ainda mais o beijo, mas Grayson puxou para trás e
balançou a cabeça. — Deite-se na cama, Kenzie.
Lambendo meus lábios, assenti e
deitei, então minha bunda apenas tocou a
borda e minhas pernas ficaram
penduradas, os pés ainda plantados no
chão.
Grayson saiu de suas calças, meias e boxer. Ele deu um passo à frente, sua
mão pousando nos meus joelhos. Eu tremia de excitação e desejo enquanto ele
deslizava seus dedos pelas minhas pernas, no meu estômago até meus seios.
Ele veio à frente, suas pernas seguindo para cada lado das minhas, para que
ele pudesse se deitar e reivindicar minha boca enquanto suas mãos tocavam
meus mamilos, puxando, torcendo e apertando exatamente como eu gostava.
Seu pau se projetou para fora, me cutucando. Eu alcancei e o agarrei.
Imediatamente, ele abaixou os quadris e chiou com seus dentes cerrados nos
meus lábios.
Eu só consegui colocar minha mão deslizando para cima e para baixo seu
comprimento algumas vezes antes dele quebrar o beijo e recuar.
— Preciso estar dentro de você. — Seus olhos estavam baixos e nublados
pela luxúria. Apertando sua mandíbula, suas narinas se alargaram. A luxúria
primordial montou meu homem com força. Ele me queria. Adorava que ele
me desejasse, que eu pudesse deixá-lo louco, como ele me faz.
Quando seus joelhos tocaram os meus, ele sorriu para mim antes de
deslizar um joelho entre minhas pernas. Abri-as de bom grado. Ele tocou meu
monte, colocando um dedo na entrada do meu centro. — Quero comer você,
mas a necessidade de foder você supera isso. — Eu assenti,
as palavras me escapando. Seu dedo entrou em mim, eu
ofeguei, arqueando minhas costas da cama. Senti seu toque,
a mão movendo-se, correndo pelo estômago e no peito de
novo e de novo. Abrindo meus olhos, capturei os dele. Ele
disse: — Quando eu gozar, estarei fazendo isso aqui — meu
peito — E aqui, — meu estômago. — Estou marcando esse
corpo como meu.
Oh, Deus.
Essa foi a coisa mais quente que eu já ouvi.
Quando acenei com a cabeça, ele sorriu. Seu dedo saiu
de mim. Sua mão deixou meu estômago, e ele me agarrou
sob meus joelhos, levantando minhas pernas para o alto e
largamente. Suas mãos se moveram para
meus tornozelos enquanto ele avançava e
se alinhava comigo.
Grayson virou a cabeça e beijou meu
tornozelo. — Fodidamente amo seus sapatos.
Não pude deixar de rir; porém rapidamente parei quando ele deslizou
seu pau todo o caminho com um impulso suave, fazendo-nos gemer.
Sua mão se apertou em torno de meus tornozelos quando ele puxou todo
o caminho de volta e empurrou para dentro lentamente. Eu ofeguei quando
minhas paredes começaram a tremer.
— Estou perto — lhe disse.
— Ainda não, — ele cortou, saindo mais rápido e voltando.
— Grayson — eu respirei.
— Não — ele ordenou.
Meu estômago apertou, a sensação começou a correr para minha boceta.
— Deus, sim — chorei quando Grayson fodeu-me mais duro e mais
rápido. Olhando para ele, vi seu olhar fixo mergulhar. Ele estava observando-
se entrar e sair de mim, uma e outra vez.
— Grayson, — falei. Seus olhos se encontraram com os meus.
— Fodidamente linda e minha.
— Sim. — Eu assenti.
— Cristo. Goze para mim, baby.
— Sim, — gritei, minhas paredes se apertaram ao seu
redor. Ele deixou cair minhas pernas para se inclinar sobre
mim, ainda me bombeando, rápido e maravilhoso. — Deus,
sim. — Eu gemi, alcançando seu pescoço. — Te amo, — eu
chorei, ainda estava gozando por ele.
Ele grunhiu e depois gemeu. — Te amo, baby.
Fodidamente, te amo.
— Sim. — Eu sorri.
— Merda, foda, vou gozar, — ele puxou, bombeou seu
pau e eu olhei para baixo entre nós para ver sua carga
disparar sobre meu estômago e peito.
Assim que parou, ele mergulhou dois
dedos em mim uma vez, seus dedos
deslizando para fora e para cima, tocando
meu estômago e percorrendo nossa
essência. Seus olhos quentes e calorosos encontraram os meus. — Isto somos
nós, — ele disse baixo, quase um rosnado.
— Isto é.
— Significa para mim.
— E você para mim.
— Foda sim.
Ele mergulhou e tocou meus lábios nos seus. Contra eles, ele disse: — E
eu quis dizer o que eu disse, Makenzie. Te amo.
Enrolando meus braços ao redor de seu pescoço, puxei-o para perto, seu
corpo alinhado com o meu. — Bom, porque eu quis dizer isso também, — eu
disse e o beijei mais uma vez. Quando ele se afastou, nossas respirações
pesadas se misturavam uma com a outra, e eu acrescentei: — Posso tirar meus
sapatos agora?
Eu sabia que conseguiria uma reação, e era uma coisa que eu amava
muitíssimo. Grayson jogou a cabeça para trás e riu.
Ele esfregou o nariz contra meu pescoço e minha bochecha. — Somente
você, — ele sussurrou.
Eu sabia o que ele queria dizer. Só eu podia fazê-lo rir num momento
assim e fiquei feliz por isso.
Ser eu, meu velho eu era incrível.
Lori e papai finalmente se mudaram há uma semana, dois meses depois
do acidente. Ela estava completamente curada e começando em sua nova
faculdade na semana seguinte. Grayson sugeriu que eles poderiam ficar no
andar de convidados. Perguntei por que quando tínhamos muito espaço com
a gente. Ele sorriu e me disse: — Baby, eu gosto do fato de podermos andar
nus ou de termos um ao outro como desejarmos em qualquer quarto que
quisermos. — O que nós fazíamos. Bem, quase todos os quartos. Nós ainda
não batizamos o antigo quarto de Grayson agora que as
reformas foram feitas. Ainda parecia semelhante ao meu
lado, mas sua sala de estar tinha sido estendida. Então, havia
apenas dois quartos do seu lado. Na verdade, não conseguia
continuar chamando seu lado. Especialmente quando ele me
avisou para não chamar assim novamente quando todo o
andar era nosso espaço comum.
Dylan visitava Lori quase todos os dias. Ela me contou
sobre o quanto ele tinha tomado conta dela e ajudado o pai a
arrumar tudo. Ele organizou a mudança, sua faculdade e até
mesmo um trabalho para papai no centro de
correspondência na empresa de Grayson. Até o pai tinha se
acalmado com ele e só o chamava de idiota algumas vezes.
Foi apenas no dia anterior, que Lori e
eu fomos para um mimo para nos depilar
e fazermos nossos cabelos e unhas. Talvez
eu tenha gritado no salão, mas nos
divertimos no final. Foi quando retornamos que ela me confiou sobre o quanto
ela estava preocupada quando ela e Dylan se mudariam para a próxima fase
em seu relacionamento. Ele tinha sido muito paciente com ela, no entanto ele
não sabia quanta experiência Lori tinha. O que era muito menos do que eu. Na
verdade, não tinha nenhuma.
Eu disse-lhe que poderia ser assustador, porque a primeira vez sempre
era, mas para ter certeza de que fosse algo que ela realmente queria. Eu não
queria que ela se precipitasse porque Dylan estava implorando por isso. Ela
disse que não era. Se alguma coisa, ele queria que ela esperasse, mas ela queria
mudar as coisas. Enquanto ela esfregava as mãos pelas coxas no carro, ela
disse: — Ele me deixa tão excitada com apenas um beijo. Eu quero mais.
— Eu posso entender isso. — Eu sorri minha resposta. — Mas se Dylan
fizer qualquer coisa para te chatear, você precisa me ligar imediatamente, e eu
o matarei.
— Eu ficarei em sua casa esta noite.
Eu agarrei o volante firmemente em minhas mãos. Afinal, ela era minha
irmãzinha. — Você tem certeza?
Ela corou. — Sim. Já faz dois meses, e ele provou seu caráter para mim
em tudo o que ele fez. Eu sei que se fizermos alguma coisa esta noite,
significaria mais para nós dois do que qualquer coisa que ele
teve no passado.
— Você está certa. Ele tem sido maravilhoso com você, e
eu sei que ele continuará sendo o mesmo homem que ele
provou ser. Ainda assim, vou ter minha arma pronta no
caso. — Ela riu. — Agora, o que papai disse sobre isso?
Ela suspirou. — Você quer dizer depois que ele gritou e
discursou por mais de uma hora? Ele me disse que eu era
uma adulta, e que eu poderia fazer o que eu queria. Então ele
me jogou um pacote de preservativos e saiu do quarto
resmungando em voz baixa.
O riso explodiu de mim. — Estou surpresa que ele não
se queixou de como você o estava deixando velho e como ele
não foi feito para merda como esta. —
Mesmo que ele já começasse a ficar velho.
— Oh, ele fez, mas foi antes.
— Não se preocupe. Tenho certeza que, uma vez que você e Dylan se
acertem, Dylan vai pedir que você se mude com ele. Ele já está ao redor o
tempo todo.
Ela riu. — É verdade, mas não estarei pronta para isso por um longo
tempo. Eu só tenho algumas mudas de roupa em seu lugar. O que, aliás, é
impressionante. Você viu isso?
— Na verdade, não, eu não vi.
Ela bufou. — Eu suponho que você tenha estado ocupada com um certo
chefe seu. — Ela então sorriu para mim. Eu retornei antes de voltar meus
olhos para a estrada. — Estou tão feliz por você, Kenzie. Eu não vi você tão
feliz assim há muito tempo.
Acenando com a cabeça, eu disse: — Podemos ter dias em que queremos
matar um ao outro, mas os bons dias superam. Eu sei o quanto tenho sorte de
ter encontrado Grayson.
— Sim, e ele também. Ele está totalmente caído por você.
— Como seu irmão por minha irmã. — Nós rimos. — Nós nunca teríamos
planejado isso, mesmo que tentássemos. Agarrando dois irmãos incríveis.
— Eu sei. Mas estou feliz por isso.
Alcançando sua mão, eu dei um aperto. — Eu também
estou.
Pensando no que conversamos no carro, peguei meu
celular para verificar as mensagens. Lori não ligou, e tudo o
que eu podia fazer era esperar que Dylan cuidasse dela.
Balançando a cabeça, voltei a escrever meu e-mail, então
Grayson me chamou para o escritório dele. Levantando-me,
abri a porta. Ele olhou para cima do computador e
perguntou: — Baby, você pode me pegar um café?
— Claro, você já teve alguma coisa para comer? — Ele
sorriu, os olhos se aquecendo.
— Ainda não.
— Eu guardei algumas barras de
cereal no armário, e tenho certeza de que
eu vi alguns bolinhos lá, que Darby assou
e trouxe. Também vou pegar para você.
— Obrigado. — Ele piscou.
Fechei a porta, atravessei o corredor até a sala de descanso. Depois de
fazer o seu café preto repugnante, agarrei um prato para o bolinho de
chocolate, já que eu sabia que ele tinha um dente doce e adorava chocolate.
Também coloquei duas barras de cereal no prato.
Voltando para minha mesa com os olhos fixos no café para ter certeza de
não derramar isso, ouvi meu nome ser chamado. Olhando para cima, parei.
Randal estava em minha mesa.
Olhei hesitante para o escritório de Grayson; sua porta ainda estava
fechada.
— Oi, Randal. O que você está fazendo aqui? — Eu sorri. Ele ainda era
um amigo depois de tudo, mesmo que soubesse que Grayson não gostava
dele.
— Eu apareci para ver...
— Puddin, — papai chamou enquanto caminhava até minha mesa. —
Você ouviu algo de Jellybean?
— Não, pai. Ainda não.
Ele parou e olhou para Randal. — Quem é você?
— Randal Muller. — Ele estendeu a mão para papai.
Papai olhou sua mão, seus olhos se estreitaram e cruzou
os braços sobre o peito.
Não, pai. Por favor, não diga uma palavra.
— Idiota Randal.
— Papai! — Eu chorei. — Desculpe, Randal, acho que
ele não teve sua medicação.
Papai zombou. Ignorando-me, perguntou a Randal: —
Grayson sabe que você está aqui?
— Eu não sabia, — veio de nosso lado. Saltando, virei a
cabeça para ver Grayson na soleira de sua porta.
Rindo nervosamente, expliquei: —
Randal apenas apareceu para dizer oi.
— Sério? — Sua testa se enrugou.
Assentindo, coloquei o café e o
lanche na minha mesa e passei por Randal e papai para chegar ao lado de
Grayson.
Estava tranquilo demais no andar?
Estava. Olhei para ver as pessoas em todos os lugares olhando para nosso
lado.
— Eu estava prestes a deixar Randal saber que estava ocupada e que o
veria outra hora, mas então o pai chegou.
Ele olhou para mim. — Você vai?
Eu mordi meu lábio inferior e sussurrei: — Eu vou o quê?
— Vai vê-lo outra hora?
Rindo nervosamente novamente, eu disse — Bem, não da maneira que
você pensa, mas como amigos, sim.
— Posso ver que vim na hora errada — disse Randal.
— Talvez não precise aparecer — papai murmurou, ainda alto o
suficiente para todos ouvirem. Os lábios de Grayson se contraíram.
— Não — Grayson começou, olhando Randal. — Está bem. Venha
quando quiser.
A cabeça de Randal voltou-se para trás. — Ah, obrigado,
eu acho. Makenzie, sempre é um prazer em vê-la. — Ele
sorriu. Eu assenti. — Grayson e...
— O pai de Makenzie, Trent.
— Certo. Prazer em conhecê-lo.
— É isso? É mesmo? — Perguntou papai.
Fechei meus olhos, deixei cair minha cabeça e a sacudi.
Randal riu e começou a sair. — Eu te vejo outra hora,
Makenzie.
— Na verdade — Grayson começou. Olhando para
cima, vi seu aperto na mandíbula, suas narinas queimando, e
ele descruzou seus braços, dando um passo à frente. —
Esqueci de avisar-lhe uma coisa.
Randal virou-se para nós. — O que é
isso?
No entanto, Grayson não respondeu.
Ele não disse uma palavra.
Em vez disso, ele olhou para mim, sorriu e, em seguida, estava contra sua
frente, sua boca descendendo e seus lábios tocaram os meus. Mas não acabou
aí. Sua língua cutucou para dizer oi, e eu respondi com minha própria dando
boas-vindas. O que fiz quando Grayson me beijou. Perdendo o conhecimento
de onde estava, levantei minhas mãos e as enrolei em seu pescoço, enquanto a
mão de Grayson na minha cintura se apertava.
A risada de papai me trouxe de volta e eu quebrei o beijo. Minhas
bochechas já estavam ardendo com calor quando eu olhei para o meu homem
e depois me virei lentamente para encontrar tantos olhos mais em nós.
Grayson também mudou, então sua frente estava nas minhas costas. Suas
mãos pousaram nos meus ombros, e eu só sabia que ele estava sorrindo sobre
minha cabeça para Randal.
— Bom jogo e bem a tempo. — Randal sorriu.
Grayson endureceu.
Randal riu e revirou os olhos. — Esta foi uma visita honesta a uma amiga.
Na verdade, queria almoçar com ela para que soubesse que conheci alguém.
As palavras de Randal não afundaram porque meu
coração estava batendo o tempo todo. Palavras logo se
espalhariam. Angelia, Darby, o inferno com quem eu
almoçava gostariam de saber porque não tinha dito nada. Eu
sabia que tinha muitas explicações a dar. Seria até eles
ouvirem meu raciocínio sobre porque não queríamos que
alguém soubesse.
— Espere — eu disse. — Você conheceu alguém? Isso é
ótimo, Randal. Espero conhecê-la um dia. — Eu dei uma
cotovelada em Grayson nas costelas e disse: — Veja, você
não precisava mijar em mim na frente de todos porque
Randal passou aqui.
Grayson bufou. — Verdade. Ainda assim, gostei de
fazê-lo, e era hora de todos saberem o que
está acontecendo entre nós. Além disso,
você não acha que percebo os homens por
aí olhando para você. Estava me deixando
louco. Agora eles sabem que vou matá-los se eles continuarem.
Balançando a cabeça, eu lhe disse — Não seja ridículo. Ninguém estava
me observando como você pensa.
Grayson olhou para o pai e depois Randal. Todos começaram a rir.
— O quê?
— Puddin, minhas meninas são estonteantes. Os homens as notam, e você
sempre foi cega para isso.
— Pai, você não sabe o que você está...
— Makenzie, é verdade. Os homens tomam nota quando você entra numa
sala. Que era por isso que Robert era um idiota quando ele estava com você —
acrescentou Randal.
— De qualquer forma, essa conversa estranha pode ser salva para outro
dia, digo nunca. — Ignorando todas as conversas murmuradas ao nosso redor,
levantei e peguei a mão de Grayson no meu ombro, puxando-a enquanto eu
pisava ao seu lado. — Randal, você terá que vir jantar uma noite e trazer sua
namorada.
— Eu adoraria, agora que eu sei que Grayson não vai me matar. — Ele
avançou, beijou minha bochecha e recuou, sorrindo. — Eu te ligo.
— Isso seria bom.
Enquanto ele se afastava, Grayson me sussurrou no meu
ouvido: — Estou surpreso que você não esteja
enlouquecendo agora que todos sabem.
Repreendendo, eu lhedisse — Oh, eu estou, só que por
dentro. — O que era verdade.
— Falando em matar alguém, seu irmão está na lista —
disse papai.
Suspirando, olhei para ele. — Papai, você realmente tem
que deixar Lori viver sua vida. Ela tem vinte e um anos, não
dezesseis.
Ele apertou seu queixo. — Eu sei.
Sorrindo, coloquei minha mão em
seu braço e disse: — Eu sei que você sabe
e sei que é difícil para você fazer isso, mas
ela não é estúpida, e nem Dylan. Eles
cuidam um do outro completamente. Agora vá para casa ou, melhor ainda, dê
uma volta e quando Lori voltar, deixe-a e a Dylan. Eles estão felizes. Estou
feliz e quero que você seja feliz. Você sabe que a empregada de Grayson é...
— Não vá até lá — ele cortou.
— Você não é muito velho para...
— Makenzie, nem mais uma palavra — advertiu.
— Ela é muito bonita. — Não que eu realmente soubesse, porque isso era
como um Papai Noel para uma criança.
— É isso aí. Não estou falando com você sobre esse tipo de merda. Eu
estou fora daqui.
— Agora você sabe como Lori se sente — falei às suas costas quando ele
saiu.
— Você é boa. — Grayson riu no meu pescoço. — Eu tenho que voltar ao
trabalho. Obrigado pelo lanche e café.
Girando, puxei seu lado. — Você não está me deixando aqui com todos
falando e olhando.
Ele beijou meu nariz. — Eu vou porque sei que você pode lidar com isso.
— Eu posso? Você provavelmente me encontrará mais
tarde no banheiro das mulheres porque eu tranquei-me de
todas as perguntas.
Ele revirou os olhos. — Ninguém irá questioná-la,
exceto talvez as pessoas com quem você almoça.
— Como você sabe?
— Eles não vão querer entrar no meu lado ruim.
Sorrindo ironicamente, eu disse: — Isso é verdade.

Grayson estava certo. Ninguém ousou me questionar


sobre a nossa sessão de amasso. No
entanto, quando cheguei à mesa para o
almoço, fui bombardeada com perguntas.
Ainda assim, as perguntas eram diferentes do que eu esperava.
— Sabíamos que isso aconteceria, mas quando exatamente isso
aconteceu? — Perguntou Angelia.
— Como você sabia? — Perguntei.
Hudson bufou. — O homem não é estúpido. Ele viu sua presa, e ele
queria você presa o mais rápido possível. Mas quando finalmente aconteceu?
— Foi o beijo na premiação? — Perguntou Dara.
— Não. — Eu balancei minha cabeça. — Ainda assim, o que fez você
pensar que algo aconteceria?
Darby inclinou-se para Angelia e riu. — Ele tem ciúmes dos seus...
pretendentes desde o início, e até mesmo do seu ex.
Minhas sobrancelhas se ergueram. — O quê?
Todos se olharam. — Você realmente não viu isso? — Perguntou Ryan. —
Ele está obcecado por você desde o início. Merda, ele mesmo desceu ao meu
andar um dia e, da sua maneira sutil descobriu se eu estava namorando e
mencionou que você acabara de romper com seu marido. Era a maneira dele
de dizer para me afastar ou ele me mataria. No começo, não pensei que fosse
para que ele pudesse mantê-la para si mesmo.
— Não até que eu o ouvi falar com Ethan e lhe dar uma
palestra semelhante, — acrescentou Abby.
— Eu... quero dizer, eu sei que ele, hum, cuida de mim,
mas não desde o início.
Mais uma vez, todos se olharam. — Talvez porque ela
era nova, ela não viu a mudança nele? — Sugeriu Angelia.
Eles assentiram. — É verdade, — disse Dara.
— O que você quer dizer com a mudança? — Eu ri. —
Ele ainda está pronto para matar alguém que o incomoda.
Eles riram.
— Isso é verdade, mas ele é menos intenso e atualmente
sorri, — explicou Abby.
— E ele diz oi às pessoas que dizem
algo a ele primeiro.
Minha cabeça voltou para trás. — Ele
faz? — Eu não tinha notado. Embora quando estava em torno de Grayson, eu
tendia a me distrair um pouco com ele.
— Querida — começou Angelia, — você tem sido a melhor coisa desde a
rosquinha de Nutella. É outra razão pela qual as pessoas não se importarão
com você e Grayson porque você domesticou a besta. Ele está feliz, e isso
mostra muito por aqui.
— Agora, quando tudo começou? — Hudson perguntou.
Com uma luz, o coração quente e um sorriso, eu disse-lhes como tudo
começou. Sua aceitação e compreensão me agradaram e mesmo eles gostaram
da ideia Grayson e eu, porque ele estava mais tolerável no trabalho, eu gostei
de saber que Grayson e eu não precisávamos nos esconder mais. Assim que
lhes disse quando Grayson e eu começamos a namorar, Dara se animou.
Parece que Dara ainda era a campeã quando se tratava de apostas. Ela deu o
palpite mais perto de quando Grayson e eu começamos a namorar. A primeira
aposta, que era quando eu seria demitida, foi cancelada desde que eu ainda
estava na minha posição de assistente.
Meu telefone começou a tocar. Eu rapidamente puxei-o da bolsa e vi o
nome de Lori na tela.
— Seu homem? — Ryan sorriu.
Sorrindo, eu disse: — Não, minha irmã. Eu tenho que
atender isso. Volto logo. — Levantei da mesa e apertei
aceitar a chamada enquanto eu caminhava. — Lori?
— Oi, — ela cumprimentou, e eu relaxei, meus ombros
mergulharam para frente quando eu ouvi seu tom alegre. Foi
então que ela me contou como foi sua noite, e eu escutei tudo
com um sorriso no meu rosto e lágrimas nos meus olhos.
Lori, minha irmãzinha, estava crescendo. Perdi muito
quando eu estava com Robert e sempre me arrependeria
disso. No entanto, fiquei feliz em encontrar minha espinha
dorsal e fazer uma mudança para estar com minha família
mais uma vez. Eu também estava extasiada. Eu estava lá
para ela agora para compartilhar seus novos momentos,
assustadores, mas maravilhosos, com ela.
Eu também devia a Dylan uma
grande caixa de chocolates por fazer
minha irmã vertiginosamente feliz.
Oito meses depois

Olhando para a minha mão novamente, sorri, mas meu corpo também
estremeceu de nervosa. Eu tirei da sacola plástica o bastão de xixi que usei há
um mês, o que confirmou que eu estava grávida e estava com um mês.
Eu ainda não tinha dito a Grayson porque... bem, eu
estava com medo. Eu sabia que ele queria filhos. Eu
simplesmente não tinha certeza se ele gostaria deles tão cedo,
então pensei que esperaria até que tivesse passado a parte
preocupante da gravidez. Graças a Deus, não tive enjôos
matinais nem nada, então ele não começou a questionar, e
houve uma semana onde ele teve que voar para fora da
cidade para lidar com um cliente quando eu fingi ter meu
período.
Meus ombros caíram. Eu me sentia terrível por não ter
falado com ele. Mas eu não queria dar esperanças no caso de
algo acontecer.
Na verdade, eu tinha sido uma cagona mantendo isso
dele.
Especialmente porque não fazia tanto
tempo que, quando conversamos sobre
crianças, ele me perguntou o quanto eu
queria. Eu disse que dependia da quantidade de dor que eu passaria. Ele riu e
sorriu para mim. Havia certo brilho em seus olhos que quase me fez contar
minha novidade. No entanto, não fiz. Ele estava ocupado com o trabalho, e eu
não queria estressá-lo até que estivesse tudo certo.
Pelo menos ele estaria lá para os compromissos importantes. Eu tinha
certeza de que ainda estava em estado de choque porque estávamos bem
juntos. Só houve uma vez que eu fiquei doente e tive que tomar remédio pra
tosse novamente. No começo, eu me recusei, mesmo depois de um difícil
ataque de tosse. Papai, Dylan e Grayson tiveram que me segurar para me dar
o remédio, e depois, Dylan e papai rapidamente desapareceram deixando
Grayson para lidar comigo sozinho.
O que foi bom no final. Sob a influência do medicamento contra a tosse,
passamos a noite na cama. Eu mesmo consegui convencer Grayson para que
ficássemos na piscina no piso da academia. Ele quase me afogou uma vez que
o limpador de piscina entrou, e Grayson, enquanto eu lhe dava um boquete
com ele sentado no lado da piscina, empurrou minha cabeça debaixo da água
e chutou o limpador para fora.
Isso não me incomodou no momento. Eu reapareci, tossi a água e voltei a
trabalhar enquanto Grayson jogava a cabeça para trás e ria.
Foi na manhã seguinte, eu tinha esquecido de tomar a
pílula.
Um erro e aconteceu.
Ainda assim, apenas o pensamento de um mini-Grayson
crescendo na minha barriga colocou um sorriso no meu rosto
e calor no meu coração.
Era hora de dizer ao pai que em breve ele seria... bem,
um pai.
A porta do meu quarto abriu-se. Agarrei o bastão de xixi
na minha mão, escondendo-o enquanto Dylan e Lori
entravam.
— Há uma coisa chamada bater, — eu disse com um
rolar de olhos para efeito adicional.
Claro, eles ignoraram. Minha irmã e
Dylan estavam inseparáveis desde que
Lori se mudou. Sério, não poderia ter
escolhido alguém mais perfeito para ela. Dylan sempre estava lá para ajudá-la
a estudar, cozinhar ou ajudá-la a relaxar. Ele até a levava para a faculdade e
trazia de volta ao nosso prédio de apartamentos sempre que ele tinha chance.
A menos que ela ficasse em sua casa. Ele também a pegava na faculdade para
o almoço, quando estava entre as aulas. Embora eu pense que em certo
sentido, ele era como seu irmão e foi mijar em seu território. Não que Lori se
importasse.
— Eu apenas pedi a Lori que se mudasse, e ela aceitou.
Pulei, gritei e fiquei parada, ainda com o bastão em minha mão, para
abraçá-los. A notícia não era uma surpresa. Dylan estava insinuando isso por
algum tempo, e Lori confidenciou-me que queria.
— Isso é uma ótima notícia, — eu disse.
— Então, — Lori começou, — vamos sair para jantar para comemorar.
Vamos lá. — Ela pegou minha mão livre e me arrastou para a porta.
— Espere. Normalmente, eu adoraria, mas Grayson e eu temos coisas
para fazer esta noite.
— Não mais. Grayson disse que ele nos encontraria lá assim que
terminasse de verificar as coisas de Ethan para o seu concerto amanhã, —
explicou Lori. A inquietude virou meu estômago.
Ethan se transformou numa estrela do dia para a noite.
Seu primeiro lançamento foi para o topo das paradas. Ele
então voltou a atingir os gráficos, quando a música que ele
fez com Evelyn foi apresentada ao vivo. Desde então, ele
teve muitas outras músicas. Eu estava feliz demais por ele. A
melhor parte disso era que ele ainda era quem ele tinha sido
antes que tivesse disparado para a fama. Na verdade, ele se
estabeleceu com Evelyn fora do país. Nós recebíamos os
dois, e Monty, para jantar muitas vezes. Como fizemos com
Randal e sua namorada, Monica.
— Mas... — eu comecei.
— Nenhum “mas” sobre isso. Você tem que celebrar
conosco. Viveremos em pecado como você e meu irmão, —
disse Dylan com uma risada atrás de mim
quando paramos no elevador.
— Como papai aceitou? — Perguntei.
Dylan bufou. — Ele me ama, então ele está feliz por nós.
Lori riu e se mudou para o lado de Dylan para envolver as mãos em seu
braço, inclinando-se para ele. — Ele ficará bem, eventualmente.
Papai finalmente estava aceitando Dylan. Eu sabia que um movimento
como este tornaria as coisas um pouco mais difíceis embora. Pelo menos
Grayson e eu nos divertiríamos com tudo que papai obrigaria Dylan. No
entanto, não demoraria muito para aceitar a situação. No fundo, ele adorava
Dylan, como ele tinha provado a si mesmo em relação a Lori a tratando como
o anjo que ela era.
As portas do elevador se abriram, e nós entramos. Minha mão ainda
estava apertando o teste de gravidez.
— Espere, — chorei quando as portas começaram a fechar. — Eu preciso
da minha bolsa. — Pelo menos, eu poderia colocar a maldita coisa dentro. Eu
fui pressionar o botão de abrir, até que Dylan agarrou meu pulso.
— Você não vai precisar dela. Por nossa conta e estamos dirigindo de
qualquer jeito. — Droga.
Suspirando, recostei na parede com as mãos atrás das costas. Meus
pensamentos foram para Grayson. Eu estava excitada como sempre para vê-lo,
mas de alguma forma, em algum lugar teria que esconder o que estava na
minha mão. Eu não queria que ele visse enquanto Dylan e
Lori estavam por perto. Quando ele descobrisse, deveria ser
apenas nós dois.
— Você não está, — Dylan disse, seu tom baixo e
irritado.
Piscando, eu perguntei: — Não está, o quê?
Ele revirou os olhos. — Ela acha que estará pagando
metade quando ela se mudar.
— Hmm, — eu murmurei.
— O que isso significa isso? — Ele estreitou os olhos
para mim.
Eu expliquei: — Grayson e eu tivemos a mesma
discussão meses atrás. Eu disse-lhe que se
ele não me deixasse pagar a minha parte,
desde que eu estava trabalhando, ele não
entraria no quarto.
Os olhos de Dylan se arregalaram. Ele olhou para Lori, — Não faça...
— Isso parece um ótimo plano, irmã. — Lori sorriu. Dylan gemeu.
— Kenzie, sua merdinha.
Sorrindo, empurrei seu ombro com o meu. — Para o que servem os BFFs?
No entanto... — comecei e olhei para minha irmã, — não estou na faculdade
trabalhando pelo meu diploma.
Foi a vez de Lori me encarar.
— Ha! — Dylan explodiu. — Veja, então eu vou pagar até você conseguir
um emprego na enfermagem.
Lori resmungou um: — Nós veremos.
No entanto, era verdade. Grayson e eu tivemos um argumento
semelhante. Eu também mencionei sobre conseguir um trabalho diferente. Sua
resposta foi um “não” grosseiro. Eu discuti meu argumento, que nós
poderíamos estar nos vendo demais.
Sua sobrancelha levantou e ele declarou: — Se você tentar encontrar outro
emprego, eu vou buscá-la e arrastá-la de volta. — Ele me levou em seus
braços. — Você facilita meu dia. Se eu não tivesse você comigo, eu seria um
tirano com quem trabalho. Você quer que as pessoas peçam
demissão? — Ele estava jogando sujo. Eu sabia e assim ele o
fazia, pelo sorriso presunçoso que tinha em seu rosto bonito.
Rolando os olhos, eu respondi: — Tudo bem. Mas eu
juro que, se você não me deixar pagar metade das contas,
você não vai ficar com meu espólio por muito tempo. — Ele
grunhiu na parte de trás da garganta e me chamou de má,
mas eu gostei de ter ganhado algo por uma vez.
Dylan e Lori conversaram durante a viagem ao
restaurante. Embora eu tivesse acabado de comer, eu poderia
ter algo pequeno. Fiquei feliz por eles. Eles queriam
comemorar. Eu compartilharia o momento com eles e então
eu levaria Grayson para casa e lhe diria que ele seria um pai.
Eu coloquei minha mão na minha
barriga e olhei para baixo. Fiquei
imaginando como todos agiriam uma vez
que descobrissem. Eu sabia que papai
ficaria feliz. No último mês, ele estava falando sobre o quão bom seria ter um
neto engatinhando. Lori e Dylan ficariam tão felizes. Eu sabia que eles seriam
uma tia e um tio maravilhosos. Mesmo Vice seria um excelente tio. Na
verdade, não consegui encontrar alguém que fosse contra minha gravidez.
Todo mundo no trabalho estava acostumado com o fato de eu estar com o
chefe. Eles achavam divertido quando eu discutia com ele, não me
importando com o que ele dizia porque sabia que ele nunca me demitiria.
Grayson e eu estávamos no estágio celestial do nosso relacionamento,
com halos e tudo, então, por que eu ainda estava nervosa em dizer-lhe?
Eu não tinha certeza.
Pelo menos até o final da noite, isso acabaria, e eu finalmente poderia
relaxar. Se houvesse uma pequena chance, dele não querer o bebê...
Suspirando, eu ri de mim mesma. Eu estava sendo estúpida, pensando
demais. Grayson quereria o nosso bebê.
O carro parou e eu olhei para nos ver estacionados em frente ao
restaurante, onde tudo começou.
Onde eu finalmente decidi largar Robert e conheci Dylan.
— O que estamos fazendo aqui? — Perguntei.
Dylan olhou para Lori e depois voltou para mim. —
Espero que não se importe, mas adoramos o bife daqui.
— Oh, — foi tudo o que obtive. O manobrista abriu a
porta e eu saí.
— Obrigada. — Eu sorri. O jovem corou.
Lori ligou o braço dela ao meu — pelo menos era o meu
braço livre do bastão de xixi — enquanto esperávamos por
Dylan. — Você está quieta esta noite, — ela comentou.
— Desculpa. Eu realmente estou feliz por vocês dois. Eu
só tenho algo em minha mente.
— Você quer falar sobre isso?
— Amanhã. Vamos aproveitar o seu jantar de
celebração, e logo estaremos
comemorando sua graduação. Como você
acha que está indo?
— Bem. Pelo menos os professores
me falam isso.
Eu bati meu quadril com o seu. — Você sabe que estou orgulhosa de você.
Sorrindo, ela assentiu. — Eu sei, mas agradeço que você me fale.
— Prontas para comer? — Perguntou Dylan, vindo ao nosso lado.
— Sim, — Lori respondeu.
— É claro. — Eu assenti.
Dylan deu um passo à frente quando caminhamos em direção à porta e
abriu-a para nós. Estava muito ocupada pensando quando Grayson chegaria
para olhar ao redor e levar as coisas. Tinha sido tão difícil no último mês
manter minha boca fechada. Eu rezei para poder durar mais algumas horas,
mesmo com o bastão queimando na minha mão. Talvez eu devesse
simplesmente jogar fora.
No entanto, logo rejeitei esse pensamento porque era sentimental. Foi o
primeiro bastão que eu fiz xixi dos outros vinte que eu testei. Ele significava
mais para mim do que os outros. Eu o colocaria no livro de bebê para mostrar
ao meu filho quando ele fosse mais velho.
Um movimento rápido ao meu lado apanhou meus olhos. Olhando lá, eu
vi meu pai. Sorrindo, eu o cumprimentei, — Papai, você está aqui para
comemorar também. Isso é legal da sua parte.
Ele olhou para Lori, Dylan e então ao redor. — Claro, —
ele murmurou e esfregou sua nuca.
Estreitando meus olhos, eu o estudei. Ele parecia
vermelho; ele não encontrou o meu olhar. Meu pai estava me
escondendo alguma coisa.
Colocando minhas mãos nos meus quadris, inclinei-me
e perguntei: — O que você fez?
— Trent, que tal pegarmos uma bebida? — Dylan
ofereceu.
— Sim. — Papai riu. — Parece uma ótima ideia.
Lori deixou cair os braços quando eu peguei o pulso de
papai. — Papai, se você fez algo para
mexer com a noite deles...
Ele riu novamente.
Oh, Deus.
O que ele fez?
Olhei ao redor da sala para ver se eu conseguiria encontrar o que papai
tinha feito.
— Puddin... — papai começou, — parece que você precisa de uma bebida.
— Ele puxou o braço livre e depois segurou minha mão.
Foi quando comecei a notar as pessoas sentadas ao redor das mesas. —
Oh, Ethan e Evelyn estão aqui. Eu me pergunto o que eles estão fazendo aqui.
Espere, estão também aqui Randal, Monica e... — Virando-me, olhei para
todos que eu conhecia. — Por que Dara, Ryan, Hudson... Inferno, por que
todos estão aqui? Papai, você os preparou para brincar com Dylan e Lori na
noite especial deles?
Ele suspirou. Sua mão bateu em sua testa enquanto ele balançou a cabeça
para trás e murmurou: — Você tem o cérebro de sua mãe.
Minha cabeça voltou para trás. O que ele quis dizer? Faltava alguma
coisa?
— Kenzie, — chamou Grayson.
Um sorriso já estava em meus lábios quando eu me virei para encontrar
Grayson de pé atrás de mim. Apenas vacilei e minhas
sobrancelhas se ergueram quando o vi mergulhar num
joelho.
Eu apenas suspirei e meu coração disparou quando ele
perguntou: — Mãos, por favor. — Ele suspendeu a sua e
aguardou a minha.
O único problema era que eu tinha um bastão de xixi
para me livrar. Achatei o teste contra a perna, ele escorregou
e o ouvi bater no chão. Grayson também fez, mas uma vez
que tomei as mãos, ele olhou para mim sorrindo.
— Pode ter sido presunçoso de minha parte, mas
convidei a todos aqui esta noite. — Inclinei a cabeça para o
lado. Ele riu.
Espere um segundo.
Ele estava de joelhos.
Na minha frente.
Jesus. Eu era tão lenta para compreender.
Isso significava... poderia ser possível que ele realmente quisesse se
amarrar a mim para sempre?
Legalmente? Ele estava louco?
Quero dizer, eu sabia que seríamos amarrados quando o bebê nascesse,
mas ele tinha a escolha se eu teria seu sobrenome ou não.
Sacudindo meus pensamentos da minha mente, ofereci-lhe um sorriso
trêmulo.
— Este é o lugar onde tudo começou. Onde você fez sua primeira
mudança de vida. O que você não sabia no momento era que você não estava
apenas fazendo mudanças em sua vida, mas na minha também. Aqui você
deixou seu ex idiota — a gente riu — aqui conheceu meu irmão idiota — mais
gargalhadas enquanto Dylan revirava os olhos, eu tinha lágrimas nos meus —
e foi aqui que você começou sua vida novamente. No dia em que você entrou
na minha vida, você tirou meu fôlego. Desde aquele dia você me ensinou
muitas coisas, mas, acima de tudo, que o amor era real. Eu amo você mais do
que qualquer coisa, então era apenas uma questão de tempo até eu ter certeza
de que você seria minha de todas as maneiras. Makenzie Mayfair, você me
dará a honra de se tornar minha esposa?
— Sim, — gritei quase que instantaneamente, o que
provocou outra risada. — Sim, — eu sussurrei enquanto as
lágrimas corriam pelo meu rosto. — Sim. — Eu assenti.
À medida que as pessoas bateram palmas e
comemoraram, olhei para Grayson para ver que seu sorriso
era brilhante. Seus olhos brilhavam com ternura enquanto
tirava um anel do bolso e deslizava-o no meu dedo. Num
segundo rápido, ele estava de pé e me levou em seus braços.
Sua boca desceu sobre a minha e me reivindicou. Ele me
levantou e me balançou. Eu puxei para trás, envolvi meus
braços ao redor de seu pescoço e ri.
Encontrando seu olhar, ele disse: — Obrigado.
Perplexa, eu disse: — Eu que deveria agradecer você por
me levar e me manter.
Ele sorriu e balançou a cabeça. —
Não, obrigado por me tirar do meu
buraco e me mostrar que há mais na vida do que trabalho. Amo você, baby.
— Querido, você me faz...
— O que é isso? — Eu ouvi Dylan perguntar, e eu congelei.
— O quê? — Grayson perguntou, me plantando nos meus pés.
Lentamente, eu me virei para ver Dylan apanhar um item do chão e
segurá-lo.
Não, não, não.
— Dylan, — chorei e fui arrebatar isso de sua mão, mas ele recuou e
segurou meu teste no alto.
— Isso parece... — Ele enrijeceu e olhou para mim. — É seu?
— O que é isso? — Perguntou Grayson.
— Eu ia te contar esta noite.
— O que você tem aí? — Perguntou papai a Dylan.
— Oh, meu Deus. — Lori ofegou, sua mão cobrindo a boca.
— Espere, — Dylan começou e depois ficou um pouco verde no rosto. —
Você fez xixi nisso? — Ele jogou-o para mim. Só não consegui pegar isso. A
mão de Grayson saiu e o agarrou. Ele o virou, e eu assisti enquanto seu corpo
inteiro ficava tenso.
Ele ergueu os olhos largos do bastão para encontrar os
meus. — É... o que... isso significa?
Mordendo o lábio inferior, assenti.
— É seu? — Perguntou ele.
Assenti novamente e, em seguida, me aproximei dele
para sussurrar: — Eu ia te contar esta noite.
— Quanto tempo?
Eu suspirei, então ri de nervosismo. — Eu passei o
tempo assustador. Dois meses agora.
As pessoas começaram a sussurrar ao nosso redor. Papai
questionou, — O que está acontecendo?
— Por que você esperou?
Engolindo, eu disse: — Eu
honestamente não sei. Só soube há um
mês. Eu acho que queria esperar caso algo acontecesse, não queria correr risco
de te dar esperanças.
— Você está grávida. — Ele piscou lentamente.
— Sim.
— Com um bebê.
Sorrindo, eu disse: — Bem, espero que sim.
— A noite do remédio pra tosse?
— Sim.
Ele segurou minha bochecha com a mão livre. — Nunca esconda nada de
mim novamente, por favor. Por tudo isso, o mau, o assustador e o bom, eu
quero estar lá pra você.
Meu lábio inferior tremeu. Eu acenei e chorei: — Eu nunca mais vou
manter nada de você novamente. Eu prometo.
— Eu sei que você não vai, ou eu vou estapear a sua bunda.
— Bem, agora você está apenas pedindo que eu minta. — Eu sorri.
Grayson riu. Ele colocou a prova no bolso e colocou as mãos nos meus
quadris. Sua testa mergulhou para tocar a minha. — Agora a noite ficou ainda
melhor.
— É mesmo? Não estraguei isso?
— Você nunca poderia. — Ele me beijou levemente,
então olhou para cima e para trás. Sorrindo, ele gritou: —
Nós teremos um bebê.
— Santa porra, sim! — Gritou papai.
Sete meses mais tarde

Estou na cama com minhas pernas abertas e alguém entre elas. Só que
não era Grayson, e eu não estava me sentindo muito feliz com o que aquela
pessoa estava fazendo.
— Você pode se apressar? — Eu perguntei ao médico, que não era nossa
médica habitual. Ela estava aparentemente ocupada em férias. Então, nós só
conseguimos um médico do sexo masculino, que era o único
livre quando nós caminhamos — na verdade, Grayson
caminhou, enquanto eu andava como uma pata — para o
hospital.
— Desculpe. — Ele sorriu conforme ficou de pé e tirou
as luvas. Grayson grunhiu e olhou para o médico quando ele
veio para me ajudar a sentar na cama. — Você está apenas
com quatro centímetros de dilatação e sua bolsa ainda não
estourou. Você ainda tem algum tempo para esperar.
Meus olhos se arregalaram. Eu engoli e disse: — Mas, já
está tão doloroso.
Ele riu e eu queria chutá-lo. — Posso oferecer-lhe uma
anestesia peridural. Embora seus registros mostrem que você
quer um nascimento livre de drogas, —
ele comentou, olhando para o meu
gráfico.
— Não, obrigada. Nada. — Eu
balancei minha cabeça. Só pensei em mudar minha escolha quando outra
contração me atingiu. Segurei o braço de Grayson e respirei enquanto ele
esfregava minhas costas.
— Você está indo bem, — sussurrou Grayson no meu ouvido.
Lentamente, virei a cabeça e olhei para ele com um brilho. — Foi o seu
esperma que me levou a essa bagunça. Você deveria estar passando pela dor,
não eu.
Ele sorriu para mim. — Eu queria poder estar, baby.
Eu realmente não podia me queixar, ele tinha sido incrível desde que eu
acordei no meio da noite em agonia. Ele estava calmo e sereno, me vestiu e se
preparou para a curta viagem de carro ao hospital. No entanto, ele não
conseguiu esconder o medo e a preocupação em seus olhos de mim. Ver isto lá
ajudou meus nervos um pouco.
Tínhamos decidido nos casar depois de termos o bebê, nós dois querendo
que nossa criança seja parte do dia especial. Nunca pensei em ver Grayson tão
apaixonado, mas ele estava comigo. Ele estava lá para cada compromisso, me
dando banhos, massageando meus pés, até mesmo cozinhando.
Grayson Jackson seria um pai incrível.
— Eu preciso me levantar.
Grayson colocou uma mão em minhas costas e segurou
minha mão com a outra.
Gentilmente, ele me tirou da cama e eu fiquei ao seu
lado.
As portas do quarto se abriram e entraram Lori, Dylan e
papai.
O médico disse: — Vocês não podem estar aqui.
— Você não pode me dizer para deixar minha filha
quando...
Gemi. Outra contração me atingiu e então senti o calor
entre minhas pernas. Olhei para baixo para ver a água
batendo no chão e correndo pelas minhas
pernas.
— Eu estarei na sala de espera —
disse meu pai pálido num guincho.
Eu também vi Dylan ficar branco, então falou. — Eu vou fazer-lhe
companhia. — Ambos desapareceram rapidamente.
Lori riu, balançando a cabeça para eles e depois se aproximou do meu
outro lado. — Como vai você?
— Pode ser melhor não perguntar se você quer ter filhos, — ofereceu
Grayson.
Eu resmunguei. — Na verdade, ele está certo.
— Vocês dois sabem que eu vou ser uma enfermeira. Eu conheço dor e
muito sobre isso
— Isto... — Eu ofeguei quando outra contração começou. — …é diferente.
Por que as mulheres de bom grado passam por isso? Era o inferno na
terra.
Respirando pelo nariz, eu disse: — É melhor amar essa criança, Grayson,
porque é a única que você está recebendo.
— Já te falei ultimamente quanto eu te amo?
— Corte a merda19 — eu vociferei, apesar de olhar nos seus olhos e sorrir.
Ele riu.
— Vamos deixar a nossa senhora nua.
— Foda-se, — Grayson mordeu.
Peguei rapidamente a mão de Grayson no caso dele
pensar em matar o médico, balancei a cabeça e disse: — Eu
ficarei na minha camisola.
Grayson resmungou alguns palavrões sob sua
respiração. Ele não queria que nosso médico fosse tão jovem.
Grayson me sussurrou antes que ele estava preocupado com
o jovem que não saberia o que estava fazendo. No entanto,
todos os outros médicos estavam entregando outros bebês,
então ficamos presos com ele.
Eu não tinha certeza se Grayson estava irritado porque o
rapaz conseguiu ver minha vagina ou porque estava

19 Uma maneira válida de dizer a alguém para ficar quieto.


Uma frase que você pode usar quando estiver
completamente cansada e quer que alguém pare de
falar. Funciona melhor do que "Cale a boca".
preocupado que eu cairia pelo médico e de algum jeito eu fugiria com ele. O
que era ridículo, pois nenhum homem poderia se comparar com o que eu
tinha ao meu lado.
Outra contração e todas as palavras reconfortantes da minha irmã e do
meu noivo me deixavam mais louca. Se eu tivesse força, eu teria atingido os
dois.
Ok, uma agonia tão inacreditável, e eu estava numa situação ruim que
parecia me transformar numa cadela raivosa.
Ainda assim, ninguém poderia me culpar, certo? Meu interior estava me
preparando para dar à luz a uma melancia, e eu tinha que esvaziá-la pelo meu
pequeno buraco.
Sinto muito, vagina, por favor, me perdoe, e quando chegar a hora, eu terei
Grayson preparando você.
— Baby, por que você está batendo na sua boceta? — Grayson perguntou.
— Eu estou me desculpando, Grayson. Alguém tem que fazer.
Ignorei o riso de Grayson enquanto Lori limpava a garganta. — Eu tenho
que dizer, este é um quarto legal, — Lori disse, tentando tirar minha mente
das coisas. Ela saiu do meu lado para olhar a vista da janela.
— Você é uma mulher sortuda por ter um marido como
o seu, Sra. Mayfair, — o médico comentou enquanto ele se
ocupava com tudo o que ele tinha que fazer.
Olhando para o meu futuro marido enquanto eu
colocava as mãos na cama e me inclinava sobre ele,
perguntei: — O que você fez?
Ele encolheu os ombros. — Eu queria que você ficasse
confortável.
— O que você fez? — Eu gritei.
Ele suspirou e chamou o médico. Só que o nosso médico
era o Sr. Happy e apenas sorriu de volta.
— Eu arrumei uma massagista para ajudá-la a relaxar.
— Grayson — gritei. — Relaxar? Não
conseguiria relaxar nem se estivesse em
muita maconha agora mesmo.
Ele se aproximou, seus lábios na
minha orelha, e sua mão nas minhas costas voltando a circular. — Você
merece o melhor quando está entregando uma criança tão preciosa para o
mundo.
Eu funguei, meus hormônios conseguiram o melhor de mim. — Se eu não
estivesse com tanta dor, eu foderia você por isso.
— La-la-la, — minha irmã cantou do outro lado da sala, enquanto o
médico ria.
Houve uma batida na porta. O médico se aproximou para atender. Assim
que ele abriu, se afastou para o lado, e outro homem, este com uns vinte anos,
entrou.
— Foda, não, — Gryson latiu. — Você, fora, eu ainda pagarei, mas não há
nenhuma maneira que você esteja tocando minha mulher. Você deveria ser
uma garota.
Comecei a rir quando o homem explicou: — Missy entrou num acidente
enquanto tentava realizar um kama sut...
— Fora, — gritou Grayson.
O homem rapidamente retrocedeu e saiu. Lori e eu compartilhamos um
olhar, enquanto o médico realmente riu, recebendo um brilho do meu homem
ciumento.
Outra onda de dor me atingiu, e apertei o firmemente o
lençol na cama de casal e gemi.
— Isto... não... é... divertido. — Eu olhei para a cama.
— Você está ótima — o médico ofereceu. Tanto Grayson
quanto eu olhamos para ele. Ele fez um movimento de zipar
contra seus lábios.
— Você tem certeza de que ela não está mais dilatada?
— Lori perguntou enquanto examinava meu gráfico.
— Eu tinha acabado de checar antes de você chegar
aqui. Apenas quatro centímetros. Por que não vemos se você
pode tirar uma soneca antes que a verdadeira diversão
comece? — Ele sugeriu.
Eu zombava. — Por que não
empurro um... — Grayson cobriu minha
boca.
— Dê-nos um maldito minuto sozinhos — exigiu Grayson. O médico deu-
lhe um olhar compreensivo. Nossos tons não o incomodaram. Então,
novamente, provavelmente acontecia o tempo todo. Parece que as mulheres
ficam loucas durante o negócio do nascimento.
— Vou pegar um café.
Eu esperava que ele queimasse sua língua.
Assim que ele estava fora da porta, perguntei: — É errado, eu estar
visualizando cortar a sua garganta agora?
Grayson estremeceu. Lori riu e balançou a cabeça.
— Eu fiz algum tempo na unidade de parto para o meu diploma e
algumas das histórias que as enfermeiras me disseram... digamos que nunca
tiveram tantas ameaças de morte antes.
— Eu não gosto disso, você está calma — afirmei, olhando para ela.
— O que você gostaria que eu fizesse?
— Eu não sei — gritei através de outra contração.
— Elas estão mais próximas — disse Grayson. — Isso não significa que o
bebê virá em breve?
— Poderia...
— Poderia? — Eu chorei. — Poderia? Eu quero este fora
e agora! — Meu lábio inferior tremeu. Não tinha certeza de
ter sido talhada para isso. — Eu acho que você tem um
modelo ruim em mim, querido. Eu não sou boa com nada
disso.
— Baby, você é perfeita. Nós passaremos por isso. Eu
prometo. — Seu tom era gentil, mas manteve uma vantagem
para ele. Eu estava o assustando, mas não pude evitar
porque a dor me assustava.
— Eu-eu sinto que preciso pressionar — disse-lhes.
— Onde diabos está esse médico? — Grayson cortou.
Lori correu da sala. Eu podia ouvi-la gritar, e a porta foi
aberta novamente.
Lori voltou com o médico atrás dela.
— Tudo bem, está acontecendo mais
rápido do que eu pensava. Normalmente, o primeiro é sempre mais longo.
Não é de admirar que você tenha tanta dor.
Fodido, médico jovem, filho da puta, que provavelmente ainda tinha
sonhos molhados. — Onde está o médico de verdade? Não precisamos de um
médico adulto para fazer o parto?
— Ah, não, estou totalmente qualificado.
— Quantos fodidos médicos vocês têm? Não deveria haver um bilhão? Se
queremos um médico adulto, recebemos um maldito médico mais velho, —
gritou Grayson.
— Querido — eu falei, ofegante — cale-se sobre os médicos. Estou prestes
a espremer nossa criança.
— Merda, porra, desculpe. Desculpe, amor.
— Sra. Mayfair. Você precisa se deitar?
Balançando a cabeça, eu disse: — Não, eu não acho que posso.
— Você... — Ele cortou quando eu gritei.
— Posso empurrar? Eu preciso empurrar?
— Sim, se você sentir isso, você pode empurrar quando quiser. Isso
significa que você está pronta, mas...
O médico se moveu atrás de mim enquanto eu
descansava minha metade superior na cama, e eu senti
minha camisola sendo levantada sobre minha bunda. — Eu
acho que você está pronta para se deitar.
— Eu não quero. — Eu balancei minha cabeça. Meu
corpo não estava pronto para se mover, significava gastar
mais energia, que não tinha, em fazer algo que eu não senti
que tinha que fazer. — Eu não estou me movendo...
— O procedimento...
Percebi Grayson ao meu lado. — Se ela não quer se
mover, ela não tem que fazer.
O médico murmurou algo em sua respiração, mas ele
não disse mais nada e eu agradeci. Lori
veio para cama na minha frente. Ela tinha
um pano úmido e enxugou minha testa.
Mais dor e um desejo de empurrar,
respirei fundo e empurrei com tudo o que tinha.
— Bom, baby. Você consegue fazer isso.
— Basta descansar entre as contrações o máximo que puder, — exortou o
médico.
— Estou tão orgulhosa de você, — murmurou Lori. — Olhe para nós.
Dois irmãos quentes. Eu me mudei com o meu, você está noiva e com um
bebê. Quem teria pensado o quão feliz os dois homens Jackson poderiam nos
fazer?
Soltei uma risada e assenti. — Oh, Deus, — eu chorei e abaixei
novamente, arrastando meus pés mais largos. O médico estava de joelhos
atrás de mim, e tudo o que eu podia fazer era esperar que com todo o
empurrão eu não cagasse em sua cabeça.
Respirando, arrumei o rosto e puxei a dor. — Sim, baby — disse Grayson,
sua mão ainda estava esfregando minhas costas.
— Grayson, querido. Coloque suas bolas na minha mão.
— Kenzie. — Grayson riu.
— Não. Coloque essas beldades na minha mão para que eu possa
espremer a foda delas! — Eu gritei.
— Eu vejo a cabeça, empurre, — disse o médico atrás de
mim.
Outra respiração, outra onda de dor, e outro empurrão
para tirar nosso bebê.
— Mais um, — o médico chamou.
— Vamos, baby, você pode fazer isso. — Grayson beijou
meu pescoço.
— Eu fodidamente posso.
Eu cavei minha testa na cama, apertei os lençóis com
força enquanto Lori e Grayson gritavam seus incentivos.
Todo o tempo, eu queria lançar suas palavras para baixo de
suas gargantas. Ainda assim, abaixei e empurrei.
Uma súbita sensação de perda me
varreu quando meu bebê saiu da prisão e
chorou para o mundo. Virando minha
cabeça, eu ofeguei.
— Merda. Merda, foda-me, merda. Makenzie, baby, você fez um trabalho
incrível. — Eu pisquei para ele e sorri. Meu homem tinha lágrimas nos olhos.
Ele beijou minha bochecha, meu ombro e costas.
— É um menino, — o médico falou. — Papai, venha e corte o cordão.
Grayson desapareceu. Senti-me puxar, mas não estava incomodando
nada além do grito de nosso menino. Isso significava que ele estava fora. Ele
estava seguro, e ele era nosso para apreciar.
— Oh, meu Deus. — Lori fungou quando ela deitou sua cabeça ao lado da
minha na cama, seus olhos nos meus cansados. — Você fez isso.
— Eu fiz.
Ela ofegou. — Eu tenho que dizer a Dylan e a papai. — Ela se levantou e
correu para fora do quarto.
Depois que eu tinha entregado a repugnante, mas necessária placenta,
Grayson me ajudou a ficar de pé e me guiou para a cama, onde eu deitei e
segurei o nosso pacote de alegria, Noah Jackson.
Inclinando minha cabeça para baixo, cheirei o nosso filho e suspirei,
lágrimas arrancando de meus olhos. Nós fizemos Noah juntos.
Olhando para Grayson, que já estava sorrindo para nós,
eu disse: — Nós o fizemos.
— Nós fizemos. — Grayson sentou na beira da cama.
Inclinando-se, ele primeiro beijou meus lábios e depois
beijou a testa de Noah. — Nunca fui mais feliz, exceto pelo
dia em que você entrou na minha vida. Obrigado. — Ele me
beijou de novo.
— Obrigada por me assumir e minha bunda louca.
Ele riu. — Ninguém poderia se comparar com você. Te
amo, baby.
— Te amo, Grayson Jackson.
As portas se abriram e Lori entrou, mas faltava Dylan e
papai. Ela sorriu enquanto caminhava em
nossa direção. Ela parou ao meu lado,
olhando para Noah. — Ele é perfeito.
— Ele é, assim como sua mãe, —
disse Grayson.
— Onde estão o pai e Dylan? — Perguntei, entregando Noah a seu pai.
Primeiro, Grayson pareceu inseguro. Eu o tranqüilizei com uma mão nas
costas. Ele relaxou e sorriu para o nosso filho.
Lori riu e tirou seu celular. Ela pressionou alguns botões e nos mostrou
uma foto.
Dylan e o pai estavam profundamente adormecidos enrolados um com o
outro.
Grayson e eu rimos. — Você tem que mostrar-lhes quando eu estiver por
perto.
— Oh, eu vou. Entregue agora o meu sobrinho. — Lori tirou Noah de
Grayson e murmurou algumas palavras para ele enquanto caminhava até a
janela.
Os dedos de Grayson tocaram meu queixo. Ele levantou minha cabeça,
nossos olhos se encontraram.
— Nós nos casaremos assim que ele puder caminhar pelo corredor à sua
frente.
Eu assenti, novamente tremendo. — Isso é, se eu não te engravidar
novamente.
As lágrimas secaram e olhei para ele.
— Muito cedo? — Ele riu.
— Sim. Muito cedo.

Dois anos depois

Grayson conseguiu o que queria. Noah não caminhou


exatamente pelo corredor à minha frente. Em vez disso,
correu diretamente para os braços de seu
pai. Eu sorri para Grayson do lado do
meu pai, que estava chorando. Grayson
piscou, e seus olhos então derivaram para
meu estômago. Ele, de fato, me engravidou e, claro, estava presunçosamente
orgulhoso disso. Só não havia nenhuma maneira de eu estar parindo livre de
drogas... pelo menos eu esperava.
Seis meses depois do lindo dia do nosso casamento, Mikala Jackson veio
ao mundo livre de drogas.
Por tudo isso, uma coisa estava clara. Eu arrisquei tanto para mudar
minha vida. E não tinha um dia que eu não era grata por ter sido corajosa o
suficiente para que isso acontecesse.
Porque quando esses riscos funcionaram, inferno, eram algo além de
especial.

FIM
E aí PoisonCats, quem achou o Merlin intruso
no livro de hoje?
Como de costume, a primeira pessoa que
comentar no post de lancamento desse livro lá
no Poison, indicando o número da página do
Merlin intruso e respondendo corretamente a
pergunta abaixo, ganha nosso proximo
lançamento antecipado!!!
Nao esqueçam também de marcar
o Merlin Cat no comentário, para
validar a resposta! Boa sorte!

QUAIS OS NOMES DOS FILHOS


DE MACKENZIE E GRAYSON?

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