Trab Proc Básicos

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CAMPUS TAQUARA R9

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ROBERTA RIGUETTI BOTTINO

RESENHA CRÍTICA

RIO DE JANEIRO

2022
A análise de Carlos Alberto Ávila Araújo sobre a ciência como formas de
conhecimento tem como fundamento de teórico os estudos de Descartes, Bacon e
Galileu (pensadores que iniciam sua base teórica).
Sua análise inicia explicando que o conhecer é uma atividade humana que
passa pelo processo de apreensão, interpretação e capacidade de compreensão;
explica também que o processo de conhecer acontece através de um sujeito e de um
objeto e que à medida que o sujeito se debruça sobre o objeto cria-se uma
representação do conhecido, onde não é mais o objeto, mas a construção do sujeito.
Segundo França (1994:140) os principais elementos do processo de conhecer
são: o sujeito que conhece, o movimento do sujeito em direção ao objeto e os
instrumentos utilizados. O processo de conhecimento se dá no cruzamento de duas
dinâmicas opostas, abertura para o mundo e o enquadramento do mundo, e a partir
daí é que se pode ser diferenciado as diferentes formas de conhecimento.

A primeira forma de conhecimento é o "senso comum". Trata-se de uma


forma de conhecimento adquirido no cotidiano, conhecimento que se dá a partir de
experiências.

Uma outra forma de conhecimento destacada por diversos autores é o


pensamento religioso, que inclusive acompanha a humanidade desde os seus
primórdios.

Uma outra forma de conhecimento levantada por alguns autores (França,


1994: 141; Santaella, 2001: 103) é a experiência artística. Diferentemente do senso
comum e do conhecimento religioso, a arte consiste numa forma de conhecimento
subjetiva e não objetiva, isto é, não se propõe a ser "a verdade", não propõe
explicações universais e generalizáveis. Antes, é a forma de conhecimento mais
ciente de que constrói representações da realidade, afirmações inexatas,
propositalmente imprecisas e indiretas.

Outros autores costumam destacar ainda uma outra forma de conhecimento,


que é o conhecimento filosófico. Lakatos e Marconi o apresentam como um dos
quatro tipos de conhecimento, caracterizado por ser valorativo, racional, sistemático,
não verificável, infalível e exato.

Alguns autores ainda identificam, como uma outra forma de conhecimento


distinta das demais, a ideologia. É o caso de Demo (1985: 31), que distingue a
ideologia como forma de conhecimento composta de enunciados que justificam
relações de poder. Essa é uma concepção de ideologia oriunda do pensamento
marxista, que define a ideologia como "a transposição involuntária para o plano das
idéias de relações sociais muito determinadas" (Chauí, 1981a: 10).

A construção da ciência na era moderna

Torna-se mais fácil compreender a ciência após a delimitação das outras


formas de conhecimento. Afinal, o conhecimento científico nasce da proposta de um
conhecimento diferente dos demais, porque busca compensar as limitações do
conhecimento religioso, artístico e do senso comum.

De acordo com outro autor, "a ciência tem as suas origens nas
necessidades de conhecer e compreender (ou explicar), isto é, nas necessidades
cognitivas" (Maslow, 1979: 206). De um conhecimento difuso, espalhado,
assistemático e desorganizado, passa-se a um trabalho de arranjo segundo certas
relações, de disposição metódica. Esse processo é fundamental para a composição
de campos específicos do conhecimento.

A fundamentação da ciência

Ao apontar o surgimento do método científico no século XV, Gressler não


descarta que, desde a idade antiga, já houvesse habilidades e preocupações com
uma linguagem técnica e uma argumentação lógica fundamentada na razão - como
bem demonstra, por exemplo, a geometria desenvolvida pelos gregos.

A fundamentação do projeto de construção do conhecimento científico se


deu então a partir do trabalho destes três pensadores. Descartes (1596-1650), em
obras como "O discurso do método" e "Meditações", propôs como ponto de partida
de todo conhecimento a busca da verdade primeira que não pudesse ser posta em
dúvida. Por isso, converte a dúvida em método: "Se duvido, penso; se penso, existo"
(Cogito, ergo sum). Com isso, Descartes promove um "questionamento radical do
princípio de autoridade como forma de conhecimento", pois sua atitude coloca em
suspenso as verdades adquiridas por via da tradição e da revelação, isto é, do
senso comum e da religião (Quintaneiro et al., 1996: 09). Ao mesmo tempo, o
pensador francês promove a razão, informada pelas regras do método, à condição
de guia supremo do processo de conhecer.

A ciência na pós-modernidade

No século XX a ciência vai ser questionada em vários de seus princípios e suas


propostas. De acordo com Santos (1996), o "paradigma dominante", que é o modelo
de ciência surgido no século XVI, caracterizado pela luta apaixonada contra todas as
formas de dogmatismo e autoridade, pela busca de leis e da objetividade e pelo uso
da matemática como instrumento privilegiado de análise (apenas o que é
quantificável é cientificamente relevante) passa a sofrer um processo de perda de
confiança. Para o autor, isso acontece a partir de dois tipos de condições.

O primeiro tipo são as condições teóricas, isto é, descobertas científicas que


colocam em evidências limitações do modelo tradicional. Entre essas descobertas o
autor destaca as contribuições de Einstein, Heisenberg e Bohr, Gödel, Prigogine e
outros que derrubam, entre outros pilares do "paradigma dominante", o mito da
objetividade, da possibilidade de se estudar um objeto sem perturbá-lo, e a idéia de
tempo e espaço absolutos.

O segundo tipo são as condições sociais. Diversas experiências do século


XX, como as duas grandes guerras, as experiências totalitárias, os desastres
ecológicos, a submissão da ciência aos interesses militares e econômicos, levaram
a uma perda do interesse no conhecimento científico tal como vinha sendo
produzido.

Estudos sobre a ciência e o fazer científico

A realização de estudos sobre a produção de conhecimento científico e a


necessidade de avaliação do trabalho dos pesquisadores, dos produtos e dos
processos de divulgação científica foi um fator condicionante, ao longo do século
XX, da evolução de toda uma área do conhecimento. Essa área não se desenvolveu
de maneira uniforme, mas, antes, consistiu na realização de diferentes pesquisas
com várias naturezas, métodos e filiações teóricas. Nela se encontram tradições tão
diversas como a história da ciência, a sociologia da ciência, a teoria do
conhecimento e as preocupações epistemológicas e filosóficas dentro de cada área
específica, entre outras.

Você também pode gostar