DISSERTAÇÃO Simone Rodrigues Dos Santos Vilaça
DISSERTAÇÃO Simone Rodrigues Dos Santos Vilaça
DISSERTAÇÃO Simone Rodrigues Dos Santos Vilaça
CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E
TECNOLÓGICA
Recife
2024
SIMONE RODRIGUES DOS SANTOS VILAÇA
Recife
2024
Catalogação na fonte
Bibliotecário Danilo Leão, CRB-4/2213
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Profa. Dra. Cristine Gomes de Gusmão
(Orientadora e Presidente)
Universidade Federal de Pernambuco
_____________________________________________
Prof. Dr. Edson Hely Silva
(Examinador Externo)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
_____________________________________________
Profa. Dra. Patrícia Smith Cavalcante
(Examinadora Interna)
Universidade Federal de Pernambuco
Dedico a Deus, à minha mãe Givaneide Marta Rodrigues de Souza, ao meu pai
Manoel Severino dos Santos, ao meu esposo Deivson da Silva Vilaça e às minhas
filhas Samara Vilaça e Maísa Vilaça.
AGRADECIMENTOS
The exponential growth in the use of digital technologies in people's daily lives is
undeniable. Currently, many activities are performed with a click or a swipe on a mobile
phone screen, especially after the advent of the Covid-19 pandemic, a scenario that
popularized the use of digital services. In this context, the insertion of digital
technologies in the school environment was inevitable; teachers had to reinvent and
adapt their practices to this new reality. Over time, as the disease slowed down,
schools were able to reopen and resume face-to-face teaching. It is in this post-
pandemic scenario that the present research was situated, aiming to investigate how
teacher education can impact the integration of pedagogical practices that contemplate
the use of Digital Technologies (DTs) in teaching in municipal public schools in Recife
and Feira Nova in the post-pandemic context. The aim is to answer the question: how
has the articulation of ongoing teacher education for the integration of pedagogical
practices involving the use of DTs in the teaching and learning process been occurring
in the post-pandemic context in the municipalities of Recife and Feira Nova-PE?
Specifically, we outlined the following objectives: (1) To identify academic studies
addressing teacher training for the use of DTs in the literature; (2) To characterize the
challenges related to the use and access to DTs by teachers in the municipal public
network in Recife and Feira Nova during the post-pandemic context; (3) To describe
teachers' views on the role of the teacher in the digital society, the possibilities of
learning with the use of these new technologies, and the educational strategies for
digital inclusion of teachers and students; and (4) To discuss the impacts of DT use on
pedagogical practices for the quality of basic education, as well as the need for
interventions through educational public policies. Regarding the methodology, we
highlight that it was qualitative research, using data collection instruments such as
online questionnaires, semi-structured interviews, and focus groups with teachers.
Based on the data obtained, we conducted an analytical review to in order to create
reflections inherent to theories and what has been happening in schools regarding
teacher training for the use of DTs in pedagogical practices. Using content analysis
technique, we analyzed all the material systematically. The results showed that there
is ongoing teacher training for the use of DTs, however, it occurs sporadically and in
insufficient quantity. Teachers believe in the importance of these training sessions, but
highlighted that they would be more effective if they integrated theory with practice,
considering the reality of the school context in which the teacher is inserted, with the
available resources for use and in a hands-on perspective. Finally, we noticed a
movement towards the integration of DTs in pedagogical practices, albeit still in its
early stages.
1 INTRODUÇÃO 17
2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O USO DAS
TECNOLOGIAS DIGITAIS: REVISÃO SISTEMÁTICA DE
LITERATURA 21
1 INTRODUÇÃO
casa” para conter o contágio, e foram utilizadas de maneira exponencial durante esse
período, inclusive no âmbito escolar.
Com a suspensão das atividades presenciais, como medida de segurança para
o controle da transmissão da doença, foi adotado o ensino remoto em caráter
emergencial, autorizado pela Portaria nº 343, de 17 de março de 2020, dispondo sobre
a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto houver a
situação de pandemia do novo Coronavírus, a Covid-19 (Brasil, 2020).
As TDs precisaram ser utilizadas pelos professores nessa nova configuração
de sala de aula, incorporadas ao planejamento e às práticas pedagógicas. De forma
abrupta, invadiram todas as etapas do ensino como alternativa para diminuir os danos
provenientes da suspensão das aulas presenciais.
Mudar foi necessário, porém, não foi fácil. Entretanto, a ótica pela qual se
enxergou essa mudança altera completamente a postura frente a mesma. Sendo
observada como uma ruptura ou como uma oportunidade. O contexto educacional
nunca antes vivenciou tão profundamente o uso das TDs quanto nesse momento.
Reconfigurar todo o processo de ensino e aprendizagem para atender à nova
realidade mostrou também de forma evidente a carência na formação dos professores
para incorporarem TDs às práticas pedagógicas.
A pesquisa TIC Educação 2022 ressaltou que 75% dos professores não tinham
curso específico para a inserção das tecnologias às práticas pedagógicas, e que
pouco mais da metade participaram de formações continuadas sobre a temática nos
últimos 12 (doze) meses. Contudo, 61% dos professores entrevistados apoiaram os
alunos quanto ao uso da Internet (CETIC, 2022).
Diferentes estratégias foram utilizadas nos municípios para que a continuação
do ensino fosse possível. A Prefeitura do Recife implantou o programa EducaRecife,
que previa a formação de professores para o trabalho aliado às tecnologias,
equipamentos e Internet gratuita (Folha PE, 2021). No município de Feira Nova,
Agreste pernambucano, foi implantado o Núcleo de Tecnologias e Inovações e
Educacionais (NTIE), numa ótica de inovações e mudanças, onde os professores
tiveram o processo de formações continuadas para o uso das TDs (Feira Nova
Notícias, 2021).
Com a diminuição dos casos de transmissão da doença devido a imunização
da população, foi possível pensar em estratégias para a volta segura às aulas de
maneira presencial, seguindo os protocolos de segurança. A Rede Municipal de
19
subsequentemente. A análise dos dados obtidos foi realizada de acordo com a Análise
de Conteúdo e suas etapas proposta por Bardin (2016).
Para fundamentar teoricamente a pesquisa, realizamos interlocuções com as
ideias de Kenski (2019), Cardoso, Mendes e Fofonca, (2021), Mesquita (2021),
Scherer e Brito (2020), Moran (2007), Tardif (2008), Imbernón (2006), dentre outros.
Na busca por uma compreensão em profundidade da temática abordada na
pesquisa, esta foi disposta em 7 (sete) seções. A primeira sendo esta introdução, na
segunda seção sendo apresentada a Revisão Sistemática de Literatura (RSL),
realizada em cinco plataformas, observando as recomendações PRISMA, com todas
as etapas e critérios de inclusão e exclusão descritos detalhadamente na mesma.
A terceira seção apresentando um apanhado histórico sobre a entrada das
tecnologias na escola, trazendo os conceitos de TDs e, ainda, as Tecnologias Digitais
nos documentos oficiais na Educação Básica. Na quarta seção, a abordagem foi
direcionada à formação e práticas pedagógicas dos/as professores/as para o uso das
TDs, além dos programas implantados nas redes municipais para atender essas
demandas formativas.
A quinta seção apresentou o percurso metodológico para a realização da
pesquisa, o detalhamento da metodologia, a natureza, o tipo de pesquisa, os critérios
de escolha dos voluntários e os instrumentos de coleta. A sexta seção tratou dos
procedimentos de análise dos dados coletados, as etapas dessa análise e o perfil dos
participantes voluntários na pesquisa.
Para finalizar, na sétima seção foram apresentados os dados da pesquisa, as
categorizações, as discussões e inferências. Por último, as considerações finais, as
referências e os anexos.
21
1
Liberati et al. (2009) apresenta as especificações da recomendação Prisma 2009. Em nosso estudo
utilizamos a Recomendação Prisma atualizada de 2020, sintetizada em três etapas.
23
dados, utilizamos dois programas para esse fim: o Zotero para as bases Periódicos
CAPES e SciElo e o Excel para as bases BDTD, Attena e Em Teia. No quadro 3, a
seguir, apresentamos os resultados desse processo e os estudos para a etapa de
leitura dos títulos.
Formação continuada de
professores com metodologias
ativas e tecnologias digitais: em
2022 Tese BDTD
busca de práticas pedagógicas
inovadoras durante e pós-
pandemia
A ressignificação das práticas
pedagógicas em tempos de
pandemia: um olhar sobre as
estratégias de ensino 2022 Artigo Em Teia
desenvolvidas pelos
professores na rede municipal
Inserção das de Moreno-PE
TDs às Os significados das inovações
práticas tecnológicas na organização do
pedagógicas trabalho pedagógico do ensino 2021 Tese Attena
médio na rede estadual de
educação de Pernambuco
O uso das tecnologias como
instrumento de ensino e
2022 Dissert. Attena
aprendizagem nas ciências
ambientais
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
estrutura física nas escolas, o acesso à Internet de qualidade, foram fatores que
praticamente inviabilizam todo o processo (Machado, 2022).
A pesquisa de Silva (2022), uma Tese de Doutorado intitulada “Formação
continuada de professores com metodologias ativas e tecnologias digitais: em busca
de práticas pedagógicas inovadoras durante e pós-pandemia”, também envolta no
cenário pandêmico, mas numa perspectiva de futura superação desse contexto. Com
o objetivo de refletir sobre possibilidades de a formação continuada de professores
em metodologias ativas com tecnologias digitais de informação e comunicação
(TDICs) contribuindo para práticas pedagógicas inovadoras durante e pós-pandemia.
Como metodologia, utilizou uma abordagem qualitativa e a pesquisa-formação,
discutindo um curso de extensão para atender as necessidades formativas dos
professores na Educação Básica na rede pública municipal de Poços de Caldas, em
Minas Gerais.
Na perspectiva de a formação inicial dos professores não conseguir resolver as
demandas do cotidiano escolar, há na pesquisa grande ênfase sobre a importância
da formação continuada para fortalecimento dos conhecimentos e a experiência dos
docentes. “A formação continuada é apontada como uma das possibilidades de
superar as fragilidades da formação inicial e de ajudar o professor a pensar e agir
diante das demandas de sua prática pedagógica” (Silva, 2022, p. 15).
Como metodologia da pesquisa, foram destinadas aos docentes 30 vagas para
um curso de 60 horas de forma remota, com a realização de atividades assíncronas.
Entretanto, apesar das 30 vagas terem sido preenchidas, apenas cinco concluíram o
curso. Os desistentes justificaram a sobrecarga de trabalho e o choque de horário
(Silva, 2022).
A autora enfatizou à importância das possibilidades de formação para o uso
das TDs na Educação e atestou que justamente a falta de atenção a essa temática
acarretou em grandes problemas no período da pandemia com os recursos digitais,
mesmo estes sendo basicamente os únicos meios possíveis para continuidade às
aulas quando tudo parou (Silva, 2022). A autora ainda fez apontamentos sobre
problemas de estrutura na escola, o acesso aos recursos e artefatos digitais. Por fim,
concluiu afirmando que viabilizar condições de acesso às TDs é investir numa
educação democratizando os conhecimentos.
33
continuada específicas no cerne das TDs para que atendam às reais necessidades
do trabalho pedagógico
Na categoria Inserção das TDs às práticas pedagógicas, as pesquisas
indicaram que muitas vezes a ideia de inovação é entendida de maneira equivocada,
simplesmente pelos vieses políticos e econômicos, sendo assim, há uma fuga do real
objetivo do seu uso e da viabilização do trabalho pedagógico. Ainda nesta categoria,
os resultados das pesquisas apontaram para uma boa aceitação dos professores na
utilização das TDs na prática, demonstrando abertura às novas experiências
pedagógicas como possibilidade de ampliar os repertórios metodológicos, de maneira
lúdica, atrativa e mais próxima da realidade dos estudantes.
Além disso, destacamos que os estudos das duas categorias apontaram para
as dificuldades de inserção das tecnologias nas escolas, desde a falta de estrutura
física, equipamentos, Internet de qualidade, escassez de formação continuada sobre
a temática até a sobrecarga de demandas da atividade docente.
Os estudos listados nesta seção foram tomados também como referência para
embasamento das discussões posteriores nesta dissertação, inclusive na análise dos
dados coletados. A próxima seção, portanto, abordou o contexto histórico das
tecnologias na escola, a inserção das TDs na Educação, bem como as normatizações
e legislações regulamentando o uso no âmbito escolar.
38
3 TECNOLOGIAS NA ESCOLA
Para Moran (2007, p. 9), “nossa vida interligará cada vez mais as situações
reais e as digitais, os serviços físicos e os conectados, o contato físico e o virtual, a
aprendizagem presencial e a virtual”. Corroborando com essa afirmativa, numa
perspectiva mais atual, Machado et al. (2021, p. 10) afirmaram:
A atividade humana, nos dias de hoje, não pode ser descrita, muito menos
analisada, sem considerar o elemento da tecnologia como parte essencial
das relações, de modo que, em alguns momentos, o ser humano torna-se
refém dos artefatos tecnológicos, cuja utilização é componente fundamental
na atualidade.
Nessa nova geração de crianças e jovens há uma intensa busca apenas por
conhecimentos que lhes sejam interessantes, são inquietos e autodidatas. Os jovens
nesse contexto digital, muitas vezes, preferem aprender entre si, organizados em
grupos, principalmente no ambiente virtual, estabelecendo relações com pessoas de
diferentes lugares do mundo e, em alguns casos, usando o anonimato para lançar
curiosidades na rede (Kenski, 2019). As TDs, portanto, são um terreno fértil para a
44
curiosidade desse público, mas é preciso estabelecer limites e regras, visto que o uso
exacerbado sem direcionamento pode gerar problemas no âmbito individual e coletivo.
A escola é um dos canais de educação que pode ter efetiva participação na
orientação desses jovens para o bom uso das TDs, tanto no ambiente escolar, quanto
no âmbito do convívio social. Para isso, há também uma necessidade que se
estabeleçam legislações, normativas e regras. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), no artigo
primeiro, tratou da abrangência do processo educativo nas mais diversas esferas da
sociedade. Entretanto, preconizando que a educação escolar ocorre essencialmente
nas escolas, e esta deve estar vinculada ao mercado de trabalho e às práticas sociais.
(Brasil, 1996).
O artigo supracitado da LDB não trata diretamente das TDs. Contudo, nas
entrelinhas, é possível perceber a necessidade da sua inserção no contexto escolar,
numa perspectiva da formação do/a cidadão/ã para o mercado de trabalho e a vida
em sociedade, que é, portanto, a finalidade da educação básica. Logo, diante do
cenário atual, o conhecimento sobre as TDs é algo imperativo para essa nova
configuração social.
No que diz respeito à Educação Básica especificamente, a seção III do ensino
fundamental, a LDB no Artigo 32 faz uma referência direta sobre a utilização da
tecnologia no contexto escolar como um dos objetivos para a formação básica do
cidadão: “a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade” (Brasil,
1996, n. p.).
A educação é um instrumento social e nesta perspectiva de atender as
demandas sociais e profissionais, as tentativas de inserção da TDs na educação
brasileira não são algo recente, visto que desde a década de 1970 houve o início do
movimento de informática nas escolas, se intensificando nas décadas de 80 e 90.
As demandas dessa inserção estavam inicialmente vinculadas apenas às
questões relacionadas à qualificação de mão de obra para o mercado de trabalho. As
possibilidades de aprendizagens com o uso da TDs eram relegadas à segundo plano
(Santos, 2020). Sobre o período de informatização das escolas, Moraes (1997, p. 1)
relatou: “buscava-se construir uma base que garantisse uma real capacitação nacional
nas atividades de informática, em benefício do desenvolvimento social, político,
tecnológico e econômico da sociedade brasileira.”
45
2
Mais informações disponível em: http://portal.mec.gov.br/publicacoes-para-
professores?id=15944:programas-do-mec-voltados-a. Acesso em: 19 mai. 2023.
53
3
Programas do MEC voltados à formação de professores. Mais informações em:
http://portal.mec.gov.br/publicacoes-para-professores?id=15944:programas-do-mec-voltados-a.
Acesso em: 19 mai. 2023.
4
Programa de Inovação Educação Conectada. Mais informações em:
http://educacaoconectada.mec.gov.br/o-programa/sobre. Acesso em: 20 mai. 2023.
54
5
O EDUCOM foi o primeiro projeto no cenário da educação brasileira desenvolvido pelo MEC em
parceria com cinco universidades: UFMG, UFRJ, UFPE, UFRGS e Unicamp.
56
Sendo evidente que ao longo dos anos a Prefeitura do Recife obteve um sólido
crescimento de investimentos públicos no âmbito tecnológico educacional, resultando
também na consolidação das políticas de ensino, inclusive aquelas abarcando a
formação docente para o uso das TDs. As ações mais recentes versaram, nesse
sentido, sobre um robusto investimento no programa de ensino híbrido EducaRecife,
prevendo a formação de professores para o trabalho aliado às tecnologias,
equipamentos e Internet gratuita (Folha PE, 2021). O programa foi criado no período
do enfrentamento à pandemia para a continuidade das aulas na rede municipal de
ensino e perdurou no contexto pós-pandemia.6
As ações para o uso das TDs no contexto escolar da cidade de Feira Nova,
município que fica localizado no início do Agreste pernambucano, alcançaram maior
6
Usaremos o termo pós-pandemia para designar o momento subsequente ao relaxamento das medidas
sanitárias restritivas e o retorno às atividades presenciais, com a volta gradativa à “normalidade”.
57
7
Do original: “Se trata, pues, de territorios muy cambiantes y complejos en los que los impactos de los
grandes procesos en curso están siendo especialmente profundos y significativos” (Barroso; García,
2009, p. 24).
59
5 OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
8
Índice calculando o número de habitantes por quilômetro quadrado.
62
além disso, figura entre as 20 primeiras do Brasil, e estes resultados estão fortemente
vinculados aos setores de serviços e ainda às atividades relacionadas ao setor público
também incrementando de maneiras expressiva o PIB da cidade (IBGE, 2022b). E de
acordo com o último Censo brasileiro9, a área territorial do Recife era de 218,843km²,
ocupada por uma população de 1.488.920 habitantes, com densidade demográfica de
6.803,60 habitante por quilometro quadrado. A figura abaixo mostra a localização do
município do Recife no estado de Pernambuco (IBGE, 2022b).
9
O Censo é uma pesquisa realizada a cada 10 anos pelo IBGE, e a última ocorreu em 2022.
10
Dados de 2010.
11
Dados de 2010.
12
Dados de 2010.
63
pessoais não foram identificados, visto que a pesquisa esteve em consonância com a
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
5.5.3 O questionário
Esta etapa durou cerca de 1 (um) mês e contou com a participação voluntária
de 18 docentes lecionando do 4° ao 9° ano no Ensino Fundamental. As entrevistas
ocorreram de forma presencial em quatro escolas, sendo uma em Feira nova e as
outras três escolas no Recife. Com a aplicação desse instrumento, objetivou-se
coletar informações mais diretas, possibilitando análises, reflexões, a riqueza dos
relatos, a singularidade, captar as opiniões dos professores sobre o tema abordado e
obter informações coerentes e necessárias ao estudo.
O roteiro de entrevista semiestruturada era composto por 12 perguntas
abordando temas relacionados à formação continuada, ao uso das TDs nas práticas
pedagógicas, aos artefatos digitais disponíveis na escola para o uso em sala de aula,
além do perfil dos/as profissionais em relação à busca de conhecimentos sobre a
temática, bem como as possibilidade e dificuldades de inserir as tecnologias digitais
nesse novo contexto pós-pandêmico.
68
22%
78%
Ensino Fundamental
anos finais
30%
Ensino Fundamental
anos iniciais
70%
No quadro 11, a seguir, temos alguns dados relevantes sobre o perfil dos
participantes nas etapas de entrevistas e no grupo focal analisadas.
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
15
O ATLAS.ti é um software muito utilizado para análise de dados qualitativos e pode ser instalado em
computadores pessoais.
80
CADERNOS DE ATIVIDADES
48,70%
DISPONIBILIZADOS PELA REDE DE ENSINO
ZOOM 20,40%
YOUTUBE 73,50%
WHATSAPP 92,90%
Diante dos dados, observamos que o recurso mais utilizado pelos professores,
com mais de 90% de incidência nas respostas, foi o aplicativo de mensagens
instantâneas WhatsApp. Isso ocorreu, possivelmente, porque o aplicativo é
popularmente utilizado no celular, e segundo dados recentes do IBGE, 96,3% das
residências brasileiras têm pelo menos um celular, sendo o instrumento mais utilizado
para o acesso à Internet em casa (IBGE, 2024).
Durante a entrevista, a professora D11 relatou:
81
Essa situação, quanto ao uso do aparelho celular, também foi elevada durante
as discussões no grupo focal. A professora E6, ao falar da inclusão digital das
crianças, defendeu também a inclusão digital da família e relatando a seguinte
situação que vivenciou: “a gente viu que na pandemia, às vezes na família só tinha
um celular pra três filhos, aconteceu lá na escola da mãe dizer: ‘hoje na escola quem
vai participar é o aluno, meu filho do terceiro ano, porque eu só tenho um celular’” (E6,
2023, n. p.).
Na pesquisa de Nascimento (2022) sobre a ressignificação das práticas
pedagógicas pelos/as professores/as em tempos de pandemia no município de
Moreno-PE, a autora também identificou que o celular foi muito utilizado durante esse
período para a realização das atividades.
O celular foi um grande aliado para a elaboração das aulas por parte dos
professores e para acessarem as aulas por parte dos alunos. Entretanto, atualmente,
ocorrem debates acerca da proibição do uso desse aparelho no âmbito escolar, com
a alegação que afeta a atenção dos estudantes. O relatório de monitoramento global
da educação divulgado pela Unesco apontou que 25% dos países têm leis proibindo
o celular no âmbito escolar (Ribeiro, 2023). A proibição pode ser um caminho
controverso, uma vez que durante o período pandêmico o aparelho foi
expressivamente útil. Se bem direcionado o uso, como observaram alguns
professores participantes desta pesquisa, pode auxiliar positivamente no processo de
ensino e aprendizagem dos/as estudantes.
16
Todos os registros de entrevistas no formato de citações diretas longas, curtas ou registradas em
quadros foram mantidas tal como fornecidas no momento de coleta, como forma de manter e respeitar
a integridade do relato de todos/as participantes na pesquisa. Portanto, não se emprega termos como
(sic) ou aspas constantes para identificar expressões da oralidade, assim como se manteve interjeições
e vícios de linguagem.
82
Essa questão da desigualdade de acesso à Internet foi vista por Kenski (2013)
como um grande problema dificultando o desenvolvimento da população brasileira
para fluência digital e dividindo o país em dois segmentos: os incluídos digitalmente e
aqueles que não são.
Na tentativa de minimizar os danos à aprendizagem dos estudantes que não
tinham acesso aos aparelhos digitais e/ou à Internet, os municípios sugeriram a
produção de material impresso pelos professores ou enviavam esses materiais
prontos a escola para que as famílias fossem buscar. Por esse motivo, esses materiais
apareceram nos resultados da pesquisa. Entretanto, na entrevista, a professora D17
afirmou: “Então, além do WhatsApp, tinha que vir a cada quinze dias na escola, deixar
o bloquinho de atividades xerocadas pra na outra quinzena vir pegar, mas mesmo
assim ainda tinha família que não vinha, nem o bloquinho de atividade vinha pegar”
(D17, 2023, n. p.).
Sendo visualizado nas entrelinhas dos relatos apresentados e dados
analisados, houve um forte esforço para a manutenção das atividades pedagógicas
nesse período. Entretanto, a pandemia não foi o único problema enfrentado, a mesma
desnudou problemas sociais que afeta a Educação ao longo da História.
pandemia. Mas, antes, foi necessário verificar a percepção dos professores sobre a
inserção das TDs na Educação, de acordo com as respostas do questionário. Por se
tratar de uma pergunta aberta, selecionamos algumas respostas representando
melhor a visão geral dos/as docentes.
A tecnologia ela é importante, ela torna mais perto, mais lúdico e ao mesmo
tempo mais real as coisas, né? A gente está falando de alguma situação de
geografia, de algum continente. Então lá você consegue mostrar pra criança,
pro aluno essa questão mais próxima. Eles podem visualizar e não apenas
imaginar pelo que você está falando. O Google Maps é uma coisa bem
interessante que eles gostam bastante de observar e ajuda muito (D12, 2023,
n. p.).
Por fim, para ampliar a compreensão sobre o ponto de vista dos professores a
respeito da inserção das TDs no âmbito escolar, principalmente nesse período pós-
pandêmico, perguntamos no questionário qual seria o nível de concordância deles
como a afirmação que as TDs podem influenciar positivamente a aprendizagem
dos/as estudantes. Como resultado, 60,2% dos/as docentes afirmaram concordar
totalmente, 35,4% concordaram com a afirmação e apenas 4,4% disseram que nem
concordavam e nem discordavam. Contudo, nenhum/nenhuma professor/a discordou
ou discordou totalmente da afirmação. Esses resultados são conferidos no gráfico 9,
a seguir.
87
Concordo ; 35,40%
Concordo
totalmente; 60,20%
Nunca; 1,80%
Raramente;
Sempre; 15,90% 13,30%
Nunca
Raramente
Frequentemente
Sempre
Frequentemente;
69%
15,90%
29,20%
Não
Sim
Talvez
54,90%
Acho que a pandemia foi o grande divisor de águas. [...] Ah, o celular era só
o celular, ele era usado pra aquilo e a gente não pensava que poderia ser
usado como uma ferramenta pra aprimorar nosso ambiente educacional, já
que era algo tecnológico, estava ali com o nosso aluno e durante a pandemia,
por causa da dificuldade que a gente enfrentou foi necessário a gente
readaptar esse ambiente de sala de aula pra o mundo virtual (D7, 2023, n.
p.).
Mas o que ainda estar muito presente é: De que forma eu vou utilizar essa
tecnologia na minha metodologia de ensino e na minha sala de aula? De que
forma eu vou conseguir trazer essa tecnologia pra ensinar, então essa
transposição entre o uso de um conceito e a utilização é mal divulgada, muito
mal preparada, inclusive na formação de professores (E2, 2023, n. p.).
Plataforma digital com mais de 30 mil livros para o estímulo à leitura vinculada às ferramentas
17
Ainda para tentar entender todo esse movimento de inserção das TDs nas
práticas pedagógicas dos professores, perguntamos no questionário o nível de
concordância dos docentes a respeito da intensificação do uso das TDs no novo
contexto pós-pandêmico. Nessa perspectiva, 27,4% afirmaram que concordavam
totalmente, 52,2% concordaram que os uso das TDs nas aulas se intensificaram, 15%
nem concordaram e nem discordaram da afirmação e apenas 5,3% dos
professores/as discordaram. A alternativa discordo totalmente não foi pontuada.
Esses resultados foram analisados no gráfico 12.
Nem concordo
nem discordo; Concordo
15% totalmente; 27,40%
Concordo ; 52,20%
7.1.2.1 As dificuldades para a inserção das TDs nas práticas pedagógicas dos/as
professores/as
As respostas foram bem variadas, mas quatro aparecem com maior frequência:
Internet, formação, tempo e ainda professores/as relatando não ter dificuldade alguma
para utilização das TDs. Para visualizamos melhor, os resultados estão apresentados
no gráfico 13, a seguir. Sendo importante destacar que essa era uma pergunta aberta
e professores respondentes apresentaram vários elementos em numa única resposta,
os dados abaixo referem-se apenas às respostas das dificuldades que apareceram
em maior frequência.
Nenhuma dificuldade 10
Tempo 12
Formação 18
Internet 42
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Diante desses resultados, foi possível inferir que as dificuldades com a Internet
ainda é o fator mais evidente, pois aparece em 42 respostas, com queixas sobre a
qualidade, a oscilação e até mesmo a falta dela. Na entrevista, os relatos das
professoras D5, D12, D16 e D18 possibilitam entender melhor a dinâmica desse
processo.
A Internet. É o que nós temos. É o que mais pesa. Porque aí tem dia que
você prepara uma aula, que você liga a TV e Internet, eles estão lá com
material, com o Chromebook, com você tá ali na TV, aí nem funciona lá, nem
cá. Ou então funciona lá e não funciona cá. E às vezes eles ligam ali, aquele
ali não carregou, é aquele outro ali tá com problema, com defeito. Então
esbarra justamente na questão da Internet. Entende? (D5, 2023, n. p.).
“E assim, tem a Internet que até pouco tempo era uma Internet muito boa, de
uns dias pra cá ela vem oscilando bastante, mas a gente acredita que seja alguma
coisa, que foi mexida” (D12, 2023, n. p.).
97
“Então, não adianta você ter tecnologia e ela estar desligada. Não adianta você
ter a tecnologia e não ter uma Internet, não adianta você ter a tecnologia e a rede
elétrica não suportar a utilização da tecnologia” (D18, 2023, n. p.).
O problema com a Internet na escola não é uma realidade apenas da
atualidade, aparece em relatos de diversas pesquisas acadêmicas em diversas
épocas versando sobre a temática, como no caso das pesquisas de Moraes (2021),
Santos (2020), Nascimento (2022), Melo (2015), Brasiliano (2013), entre outras. É
complicado pensar no uso das TDs nas aulas sem pensar em uma Internet de
qualidade, visto que o bom uso da primeira está condicionado a qualidade da segunda.
Há muito tempo essa premissa era evidenciada por Sancho e Hernández (2006, p.17):
Quadro 17 – Dificuldades com relação ao tempo para planejar e para aprender mais
Participante Resposta
“A dificuldade não é a palavra, eu acho que é mais tempo,
porque pra gente poder organizar esse tipo de material a
D7
gente precisa preparar ele previamente e às vezes acho que
não tem tempo pra isso”
“Eu também tive a oportunidade de na pandemia participar
de vários cursos on-line. A gente infelizmente trabalha os
três horários e não tem tempo. Mas na pandemia eu
consegui pegar tantos aplicativos. Aprender jogos, aprender
a fazer tanta coisa que eu não imaginava e eu acho que se
E5 a gente tivesse mais tempo pra esse estudo também, né?
Que esse estudo chegue junto com a tecnologia, com o
material. [...] É uma correria de um lugar pro outro. O que é
uma pena, mas que a gente continue avançando porque o
nosso estudante precisa disso, a nossa sociedade, precisa
disso”
“A dificuldade maior das professoras é mesmo a questão de
tempo, né? Mesmo com algumas dificuldades de Internet
ainda, que existe em algumas escolas, inclusive tem escola
que nem tem Internet ainda. [...] Mas, as professoras
também não têm tempo. Chega muita demanda, e aí ela
E8
tem que dar conta da aula, de tudo, de diário, de prova
externa, de prova interna, de tudo, e aí quando ela pensa
em buscar, o Chromebook pra dar uma aula diferente,
montar tudo, ligar, ela sozinha, parece que ela não se vê
preparada para aquilo ali”
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
Não era aquela coisa muito bem feita, porque a gente não tinha esse aparato
todo, e eu não dominava também. Mas assim, eu me virava muito com vídeos,
com os livros, com exercício que a gente trazia, deixava na escola, o pai
pegava. [...] Tentei muitas vezes por aquela aula que a gente chamava todo
mundo pra tá conectado naquela hora, [falando dos encontros síncronos pelo
101
Google Meet] mas também tinha muita dificuldade com a questão dos
meninos e pouca adesão (D11, 2023, n. p.).
18
TDICs -Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
19
Evento já supracitado neste trabalho e novamente detalhado aqui.
102
20
Mais informações em: http://eferpaulofreire.recife.pe.gov.br/?page_id=20. Acesso em: 20 jan. 2024.
21
Mais informações em: https://educ.rec.br/educarecife/. Acesso em: 20 jan. 2024.
103
de tecnologia e cidadania, que faz parte dessa política de ensino, […] então
acredito que tem contribuído (E6, 2023, n. p.).
Em Feira Nova, com base no NTIE, foi criado o CIT, tendo a Educação como
eixo direcionador, todavia, trabalhando também numa pespectiva multidisciplinar,
pensando a cidade como um todo, mas também nas especificidades. Nessa proposta
com diversas ações reverberando na inclusão digital, inclusive a formação dos
professores no municipio (CIT, 2023).
Diante dos dados apresentados, percebemos então, que nas políticas públicas
dos munícipios ocorreram iniciativas de formações continuadas de professores para
o uso das TDs. E que foram fomentadas principalmente no período pandêmico, numa
perspectiva de instigar a busca e produção de conhecimentos por parte dos docentes.
22
Mais informações disponíveis em: https://educ.rec.br/unirec/course/index.php?categoryid=59.
Acesso em: 20 jan. 2024.
23
Mais informações disponíveis em: http://www.recife.pe.gov.br/educacao/utec.php. Acesso em: 20
jan. 2024.
104
No grupo focal, o professor E2, que além de lecionar, fez parte do CIT e trabalhou
diretamente com as formações de professores em Feira Nova, diante da vivência
experienciada afirmou:
Não existe uma periodicidade certa não. Isso é de tempos em tempos. Não
tem aquela coisa específica. Agora há uns dois meses atrás que houve uma
de Competências Digitais. Foram dois meses seguidos. Mas agora esse mês
107
já não foi mais. O mês de setembro e até dezembro já não vai ter mais. São
outros temas. Então só foram dois meses no caso (D12, 2023, n. p.).
Estou mudando e eu percebo que eu preciso mudar mais ainda, buscar mais,
aperfeiçoar mais e é nesse quesito que a gente precisa de ajuda, eu preciso
muito desse suporte próximo, bem próximo mesmo, sabe? Ter aquela
capacitação ali, deveria ter alguém ali, olha, vamos fazer assim, mas
principalmente no ambiente do trabalho, porque vai contar com o que você
tem, porque muitas vezes você está num ambiente de formação que você
está com a Internet boa, que você está com aquilo ali tudo funcionando, que
tudo está ligado na mesma hora, mas ligue no ambiente, deu um ‘tilt’24 aqui,
mas a gente tem esse outro recurso aqui, essa coisa assim no ambiente
próximo a você, entendeu? (D2, 2023, n. p.).
24
Expressão utilizada pela professora para dizer que “deu problema”.
108
vezes a gente discute muito a questão teórica, mas a questão prática, que é
necessária principalmente no uso das tecnologias, falta. Então acho que seria
mais viável, nesse sentido oferecer assim mais formações voltadas a outras
tecnologias educacionais, mas também trazendo esse viés mais prático (D6,
2023, n. p.).
Como eu falei anteriormente, eu acho que a formação ela tem que sair mais
da teoria, ela tem que se voltar mais para a prática. Inclusive eu acho que as
formações deveriam ser realizadas de acordo com a escola, diretamente na
escola, porque cada escola tem uma realidade (D18, 2023, n. p.).
entender que a mudança nas práticas pedagógicas perpassa também pela mudança
de postura docente, e que o modo de ensinar do professor provoca impactos na
Educação e na sociedade como um todo.
110
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
sua maneira e de acordo com suas demandas, visando o uso das TDs nas práticas
pedagógicas. Verificamos, entretanto, que essas formações específicas ocorreram
numa periodicidade irregular e insuficiente para atender às demandas da utilização
pedagógica das TDs, principalmente neste contexto pós-pandêmico, já que a
quantidade de formações dessa natureza aconteceu em maior número apenas no
período da pandemia.
Diante dos resultados já evidenciados, conseguimos responder à questão
norteadora da presente pesquisa que versou sobre como tem ocorrido a articulação
da formação continuada docente para a inserção de práticas pedagógicas
contemplando o uso das TDs no processo de ensino e aprendizagem diante do
contexto pós-pandemia nos municípios de Recife e Feira Nova- PE.
Finalizando, para a inserção das TDs às práticas pedagógicas dos professores
é necessário que os docentes se apropriarem de conhecimentos, contudo, as TDs no
contexto educacional brasileiro já figuram há quase quatro décadas, e foi necessária
uma pandemia para despertar o processo de formação e o efetivo uso nas práticas
pedagógicas.
Diante dos dados, esse processo se configurou ainda muito inicial, mesmo no
contexto atual, depois do uso exaustivo durante a pandemia. É evidente que a escola
ainda é muito conservadora e não consegue acompanhar de perto essas
transformações experienciadas pelo uso das TDs do lado externo dos seus muros,
entretanto, há fortes indícios para a mudança, mudança de postura dos professores,
alunos e gestores públicos, na direção de uma educação mais conectada com a
realidade social. Tudo isso é um processo, que levará mais algum tempo e nesse
sentido, o querer fazer é decisivo.
Ao longo desta pesquisa, foram suscitadas questões como as políticas de
formação continuada para o uso das TDs neste novo contexto pós-pandêmico; os
processos de autoformação dos professores para o uso da TDs após o período da
pandemia; as possibilidades do uso pedagógico das TDs nessa nova configuração.
Tais questões sugerimos para estudos futuros.
Finalmente, esperamos que os achados desta pesquisa possa contribuir para
alargar os debates sobre a inserção das TDs nas práticas pedagógicas, a fim de
favorecer os processos de ensino e aprendizagem e de formação continuada
específica.
113
REFERÊNCIAS
BÍBLIA. Bíblia Sagrada [Josué 1:9] 3. ed. Rio de Janeiro: Editora NVI, 2023.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível
em: http:
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_sit
e.pdf. Acesso em: 24 mai. 2023.
CETIC. TIC Educação - 2022 [Escolas]. Portal CETIC [online], 2022. Disponível em:
https://cetic.br/pt/pesquisa/educacao/indicadores/. Acesso em: 20 jan. 2024.
CIEB. Centro de Inovação para a Educação Brasileira. CIEB notas técnicas #8:
competências de professores e multiplicadores para o uso de TICs na
educação. 2019. Disponível em: http://cieb.net.br/wp-
content/uploads/2019/02/CIEB_NotaTecnica8_FEV 2019.pdf>. Acesso em: 19 jan.
2024
CIEB. Centro de Inovação para a Educação Brasileira. Guia EDUTEC. Portal CIEB
[online], 2024. Disponível em: https://guiaedutec.com.br/educador. Acesso em: 19
jan. 2024.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2022.
MARTINES, R. S. et al. O uso das TICs como recurso pedagógico em sala de aula.
CIET:EnPED, São Carlos, 2018. In: Anais do [...], São Carlos, 2018.
RIBEIRO, R. 25% dos países têm leis que proíbem uso de celular nas escolas.
Repórter Rádio Nacional - Brasília [online], 2023. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/educacao/audio/2023-07/25-
dos-paises-tem-leis-que-proibem-uso-de-celular-nas-
escolas#:~:text=Os%20dados%20s%C3%A3o%20do%20%E2%80%9CRelat%C3%
B3rio,de%20redes%20sociais%20nas%20escolas. Acesso em: 20 jan. 2024.
Dados do entrevistado
Formação_______________________________________________________
Etapa de ensino ___________________________
1. Como acontecem as formações continuadas dentro da rede municipal que você
leciona?
2. Você acha que é importante que haja formações continuadas sobre o uso das
tecnologias digitais em sala de aula? Por quê?
3. A oferta de formações continuadas para o uso das tecnologias digitais acontece com
que periodicidade? Você acha suficiente?
4. Além da formação continuada, que outros meios você utiliza para buscar
informações e conhecimentos para o uso de recursos digitais nos processos de
ensino e aprendizagem?
5. Na sua opinião, o formato das formações continuadas oferecidas pela rede supre as
demandas para a inserção das TDs na prática pedagógica? Como seria o formato
de formação ideal para esse novo contexto?
6. Durante a pandemia, como você organizou o seu trabalho pedagógico? Quais foram
os recursos que você utilizou?
7. Depois de ter experienciado o uso das tecnologias digitais em sua prática docente
durante o período de pandemia, você acredita que elas podem auxiliar no processo
de ensino e aprendizagem no contexto atual?
8. Que artefatos digitais estão disponíveis no seu ambiente de trabalho para o uso em
sala de aula na atualidade?
9. Você acredita que o uso das tecnologias digitais nas aulas pode tornar o processo
de ensino e aprendizagem mais atrativo para os estudantes?
10. Você tem dificuldades para direcionar atividades utilizando recursos digitais? Se sim,
qual(is) é(são) a(s) sua(s) dificuldade(s)?
11. Diante do contexto atual, você sente a necessidade de modificar e/ou adequar a sua
prática pedagógica em decorrência da inserção das novas tecnologias à sua rotina
de trabalho?
12. Que tipo de professor você é?
129
• Aquele que vai em busca de novidades ligadas às TDs para trazer a sala de aula,
APPs, sites, programas, que aprende mexendo por conta própria.
• Aquele que tem mais dificuldades com o manuseio das TDs, e dessa maneira
apresenta certa resistência no uso das novas tecnologias.
130
ANEXO B – FORMULÁRIO
131
132
133
134
135
136
• Reflexão inicial
https://www.youtube.com/watch?v=xLRt0mvvpBk
CONCEITUANDO
movimento, essa relação entre TDs e a educação nesse novo contexto pós-
pandêmico?