Projecto Actualizado
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Universida de Púnguè
Tete
2023
1.0. Introdução
A maior parte da população moçambicana é pobre e vive na zona rural, tendo como actividade
básica a agricultura de subsistência ou tradicional, que constitui a base da sua sobrevivência.
Embora a agricultura de subsistência constitua actividade predominante do meio rural, as
florestas, assim como as savanas fornecem, à população rural, variados produtos e matéria-
prima, dos quais, a lenha, o carvão vegetal, materiais de construção, plantas medicinais, entre
outros.
Apesar do papel que as florestas desempenham, nos últimos anos constatou uma redução
significativa destas, devido ao corte selectivo de madeira de valor tradicional para satisfazer as
necessidades básicas das comunidades em energia e materiais de construção e, de valor
comercial para alimentar o mercado nacional e estrangeiro, ambos em franco crescimento,
contudo, em ambos os casos, factores sociais e económicos estão por detrás da mudança da
composição e da cobertura florestal. É de realçar que também as práticas agrícolas impróprias
(agricultura tradicional) praticada pelas comunidades no meio rural agrava essa situação, devidas
as técnicas utilizadas.
Constitui um desafio do país, a percepção das causas e procura de soluções para uma utilização racional
e sustentável dos recursos florestas. É neste contexto que “ Impactos ambientais da exploração
insustentável de recursos florestais, estudo de caso do Posto Administrativo de Ulónguè: 2019 - 2023”
constitui tema da presente pesquisa.
2.2. Problematização
A exploração da flora deve ser feita de uma forma que permite salvaguardar os recursos deste
conjunto de espécies vegetais, visto que, ela faz parte da nossa sobrevivência.
3.1. Hipóteses
A exploração insustentável de recursos florestais pode provocar os seguintes impactos
ambientais:
Hipótese 1: Desflorestamento;
3.2. Objectivos:
Geral
Específicos
4.0. Justificativa
A elaboração deste projecto de pesquisa deve-se ao facto do autor frequentar o Posto
Administrativo de ulónguè, concretamente na Localidade de Naming'ona várias vezes por ser o
local de trabalho.
Ao abservar em 2020, vastas áreas desflorestadas na localidade acima supra citada chamaram-me
atenção e a preocupação tomou conta de mim. A falta da reflexão na exploração de recursos da
flora de uma forma adequada e sustentável poderá trazer consequências graves para o ambiente.
Portanto, espero que este projecto de pesquisa traga soluções para inverter o cenário triste que se
observou.
Floresta é uma comunidade vegetal, caracterizada pela presença de árvores ou outra vegetação
lenhosa, que ocupa uma grande extensão de terra.
Savana é a pradaria tropical, que contem arbustos e árvores dispersas de vários tamanhos.
Localizam-se entre a floresta tropical e o limite de regiões desérticas de clima quente. As árvores
podem surgir concentradas em bosques ou em florestasgaleria ao longo dos rios. Segundo
FERREIRA e NETO (2002, p. 62), a exploração madeireira é o ramo da indústria madeireira
voltado ao processamento da madeira, inclui o plantio ou extracção, o corte, o armazenamento, o
tratamento bioquímico, a modelagem e a finalização.
Mangais ou florestas costeiras são formações florestais que ocorrem nos estuários de rios e
lagos costeiros sujeitos ao regime de marés. Mangais são um tipo florestal, característico da zona
litoral da costa tropical e subtropical e, marcam uma transição entre a plataforma continental e a
marítima.
Recurso florestal é o recurso que se obtém a partir das florestas e que permite satisfazer
algumas necessidades humanas, seja de forma directa ou indirecta. Constituem exemplos de
recursos florestais as árvores e os animais.
As savanas tropicais
Importância económica
A cobertura florestal que cobre o planeta Terra é fortemente cobiçada, em particular nas regiões
tropicais, já que constituem um dos mais preciosos recursos naturais de que o homem dispõe,
sendo numerosas as suas aplicações de natureza económica (ANTUNES, 1999, p. 318).
Importância ambiental
Calcula-se que a floresta mundial tenha vindo a sofrer nos últimos tempos um recuo anual da
ordem dos 30 milhões de hectares (ha). O desflorestamento é alarmante nos países da Ásia,
África e América do Sul. Segundo investigadores de um laboratório europeu, 5,8 milhões de ha
de floresta tropical húmida foram destruídos entre 1990 e 1997 e 2,3 milhões estão deteriorados.
No mundo tropical, a pressão sobre as florestas é mais acentuada apesar do desflorestamento ter
iniciado a apenas 30 anos, mas já conseguiu reduzir de forma drástica as áreas intactas de
floresta. A desflorestação nos trópicos é especialmente grave porque as florestas tropicais não se
regeneram facilmente e porque são uma fonte extremamente rica de biodiversidade. A floresta
densa equatorial ocupa uma área de cerca de 9,3 milhões de km2, e tem sido a mais sacrificada,
com especial incidência na América Latina, na África Ocidental, Sul e Sudeste da Ásia.
O Brasil é o país onde se encontra o maior território ocupado por florestas tropicais e é
simultaneamente o lugar onde a desflorestação causa mais danos. Até aos anos 70, considerava-
se que o desflorestamento de Amazonas era um problema menor, com um impacto local
limitado, no entanto, a situação mudou radicalmente. O desflorestamento não se limita aos países
em vias de desenvolvimento. Grande parte da Europa tem praticado o reflorestamento. A título
de exemplo, tem-se a França, em que havia 7 milhões de há. de floresta no séc. XVII, enquanto
na actualidade tem aproximadamente 14 milhões de hectares.Noutras zonas do mundo, a floresta
tem vindo, igualmente, a ganhar algum terreno, como por exemplo em Marrocos, no Chile, no
Uruguai e na África do Sul. Todavia, este esforço de reflorestamento ainda continua
insignificante quando comparamos com a destruição.
Actividade agro-pecuária
Os incêndios
A mortalidade da maioria das árvores se deve principalmente a fogo e secas. A influência destes
factores, varia de uma espécie para outra. (Ribeiro et. al., 2002, p. 43). Quer os incêndios
acidentais ou originados criminosamente são responsáveis pela devastação de milhões de
hectares de florestas. Flagelos de todos os verões, os incêndios florestais têm sido implacáveis
em muitas regiões do mundo, nomeadamente nos países mediterrâneos. Portugal não tem
escapado a este flagelo: só entre 1980 e 1995 as chamas devoraram mais de um milhão de
hectares da cobertura de florestas e de mato.
O sobre pastoreio
O desflorestamento faz com que um solo fértil seja destruído, que mais facilmente ocorra erosão
do solo, aridez, inundações e consequente perda da vida selvagem.
Quando a vegetação desaparece, os solos desnudados ficam expostos a uma intensa erosão
hídrica e eólica. Com efeito, com a destruição da cobertura florestal, reduz-se drasticamente a
retenção e a absorção da água das chuvas pelos solos, facilitando assim a recorrência, muitas
vezes tumultuosa, que não só arrasta a terra com os sais minerais e substâncias orgânicas
indispensáveis ao desenvolvimento das plantas, como pode escavar ravinas. Nas regiões de clima
quente e seco, em muitas áreas da zona tropical, os solos desnudados ficam expostos à forte
insolação, podendo então originar-se uma carapaça dura e avermelhada, completamente pobre.
Com efeito, no caso dos incêndios, merece ainda o realce da destruição dos microrganismos
decompositores e mineralizadores, devido às altas temperaturas que o fogo provoca, o que
acentua consideravelmente o empobrecimento dos solos e a hidrofobicidade, o que faz com que
os solos tornam-se repelentes a água, o que aumenta o risco de erosão.
Alterações climáticas
Quando o solo está desprotegido, devido a destruição da sua cobertura florestal, a água das
chuvas perde-se rapidamente por escoamento superficial, o que dificulta a sua infiltração.
Entendida como processo de degradação dos ecossistemas, com extremo e redução dos recursos
hídricos subterrâneos.
A desertificação
Outro aspecto a destacar tem a ver com o uso de recursos florestais na construção de habitação
tradicional, principalmente no meio rural, facto que que aumenta com o crescimento
populacional, principalmente no meio rural, onde os matérias de construção convencional são
bastantes caros quando comparados com os provenientes das florestas ou savanas.
O facto de a maior parte da população do país viver no limiar da pobreza, não ter acesso à
tecnologia apropriada para a prática da agricultura, a agricultura itinerante é uma prática
generalidade no país e constitui uma das causas que concorrem para o desflorestamento, devido
as técnicas de preparação do campo como as queimadas, devastação e degradação das florestas
no país.
As comunidades usam o fogo para preparação dos campos agrícolas e algumas pessoas
acreditam que contribui para a fertilização do solo.
6.0. Metodologia
Tipo de pesquisa
As pesquisas científicas são classificadas de acordo com três critérios a destacar: quanto à
abordagem, quanto aos objectivos e quanto aos procedimentos técnicos. Quanto à abordagem, as
pesquisas classificam-se em qualitativas e quantitativas. A pesquisa enquadra-se na qualitativa.
Para SEVERINO (1999, p. 94) “pesquisa qualitativa permite mergulhar na complexidade dos
acontecimentos reais e indaga não apenas o evidente, mas também as contradições, os conflitos e
as resistências a partir da interpretação dos dados no contexto da sua produção”.
Métodos
Para LIBÂNEO (1994, p. 150), Os métodos são caminhos usados para atingir um determinado
objectivo.Para esta pesquisa, serão usados dois grandes grupos de métodos, que são: métodos de
abordagem e de procedimento.
Métodos de abordagem
Segundo MARCONI e LAKATOS (2003, p. 221), este método se caracteriza por uma
abordagem mais ampla, em nível de abstracção mais elevado, de fenómeno da natureza e da
sociedade. Portanto, este método engloba o indutivo, o dedutivo, o hipotético dedutivo e
dialéctico. Assim, para a pesquisa, será usado o método indutivo.
Detalhando ainda sobre este assunto, ibdem (2003, p. 106) afirmam que: “pelo uso deste método,
a aproximação dos fenómenos caminha geralmente para planos cada vez mais abrangentes, indo
das constatações mais particulares às leis e teorias”. Assim sendo, o estudo será feito por um
grupo de pessoas que constituem amostra, e, com base nelas, as suas conclusões seram
generalizadas.
Métodos de procedimento
Segundo GIL (2002, p. 46), “Significa caminho para algo, uma acção encaminhada a um fim, um
meio para conseguir um objectivo determinado, o valor do método sempre estará condicionado à
meta a que nos propomos”.Os métodos de procedimento são etapas mais concretas da
investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenómenos, e
menos abstractos.
Universo e amostra
Universo ou população é o conjunto de seres que apresentam pelo menos uma característica
comum (MARCONI e LAKATOS, 1999, p. 43). Neste contexto o universo desta pesquisa será a
população residente no posto administrativo de Ulónguè, localidade de Naming'ona, Distrito de
Angónia.
Observação
“A observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir obter informações. Este, para
além de consistir em ver e ouvir examina factos que se desejam estudar”
MARCONI e LAKATOS (1999, p. 90). É, portanto, uma percepção atenta, racional, planificada
e sistemática dos fenómenos relacionados com objectivos de investigação das suas condições
naturais, habituais, sem os provocar, para oferecer uma explicação científica da natureza deles.
Segundo GIL (1995, p. 105), “Esta apresenta como principal vantagem, em relação às outras
técnicas, porque os factos são percebidos directamente, sem qualquer intermediação”. Desse
modo, a subjectividade, que permeia todo processo de investigação social, tende a reduzir a
observação pode ser directa ou indirecta.
Entrevista
De acordo com GIL (1994, p. 114), “A Entrevista é uma outra técnica de colecta de dados,
através do diálogo face à face”.A necessidade de utilização da entrevista na pesquisa deve-se a
uma série de vantagens, entre as quais se destacam: possibilita a obtenção de dados referentes
aos mais diversos aspectos da vida social; é uma técnica muito eficiente para obtenção de dados
profundos do comportamento dos homens; os dados obtidos são susceptíveis à classificação e à
quantificação e não é necessário que a pessoa entrevistada saiba ler e escrever.
7.0. Cronograma
Nº Act. M A M J J A S O N
previstas
01 1ª Fase: X X X
Concepção
do projecto
e Colecção
02 2ª Fase: X X
Preliminar
do projecto
03 Elaboração X X X
do trabalho
04 Entrega do X
trabalho
final
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Económica. 8ªed, São Paulo, 1997
GARRIDO, Dulce e COSTA, Rui. Dicionário Breve de Geografia. 1ª ed, Lisboa, Editorial
Presença, 1996.
GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4ª ed., São Paulo, Editora Atlas,
1994.
Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 3ª ed., São Paulo, Editora Atlas, 1995.
IVALA, Adelino Zacarias, HDEZ, Jorge Martinó e LUÍS, Albertino. Orientações para
Elaboração de Projectos e Monografias Científicas. 1ª ed., Nampula, Universidade Pedagógica,
2007.
RIBEIRO, Natasha et. al. Manual de Silvicultura Tropical. Maputo, UEM, 2002
SANTOS, Filipe Duarte. Alterações Globais – Os desafios e os riscos presentes e futuros. 1ª ed.
Lisboa, 2012.
SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia de Investigação. 3ª ed. São Paulo, Atlas Editora, 1999.