Manual
Manual
Manual
Eletricidade e Eletrónica
1/36
FICHA TÉCNICA
O/A aluno/a deverá complementar os conhecimentos adquiridos e retidos durante as aulas com
a leitura do presente Manual.
A leitura do Manual não invalida que o/a aluno/a não aprofunde os seus conhecimentos,
através da consulta da bibliografia recomendada ou de outros que julgue convenientes.
Conteúdos
As grandezas mais importantes do circuito elétrico.
A lei de Ohm.
A lei de Joule.
Os aparelhos e técnicas de medida.
Associação de resistências.
Energia e potência elétrica.
Rendimento
Geradores e recetores.
Lei de Ohm generalizada.
Leis de Kirchoff para análise de circuitos com resistência.
Métodos de simplificação de circuitos.
Divisor de tensão e divisor de corrente.
Teorema de Thevenin e teorema da sobreposição.
O condensador em corrente contínua.
O campo magnético.
Campos magnéticos produzidos pela corrente elétrica.
Forças eletromagnéticas.
Magnetização dos materiais ferrosos.
Circuito magnético.
2/36
Indução eletromagnética.
Associação de bobines.
Energia na bobine.
Corrente alternada sinusoidal
Período, frequência e fase.
Comportamento do condensador e da bobina em corrente alternada.
Lei de Ohm para corrente alternada.
Diagramas vetoriais.
Circuito RLC série e paralelo.
Potência em a.c..
Compensação do fator de potência.
Cálculo do somatório das potências em corrente alternada.
Introdução à corrente alternada trifásica.
Tensões simples e compostas.
Materiais semicondutores.
Condução no silício e germânico.
Semicondutores do tipo P e do tipo N.
Díodos semicondutores.
Junção PN.
Polarização direta e inversa.
Circuito equivalente de um díodo.
Retificação de meia onda e onda completa.
Filtragem.
Dimensionamento de uma fonte de alimentação c.c. com filtragem por condensador.
Circuitos multiplicadores e limitadores de tensão.
Díodos de Zéner.
Díodos para aplicações especiais.
Transístor bipolar:
Constituição e funcionamento.
Funcionamento estático:
Montagens EC, BC, CC;
Análise da montagem EC;
Curvas características;
Zonas de funcionamento;
3/36
Reta de carga.
Funcionamento como comutador e amplificador:
Polarização (Fixa, com resistência de emissor, por divisor de tensão).
Funcionamento dinâmico:
Esquema equivalente para sinais;
Montagens: EC, BC, CC.
Fontes Bibliográficas
Lucínio Preza de Araújo – Sítio de apoio à formação em Eletrotecnia e Eletrónica,
http://www.prof2000.pt/users/lpa, 2016
ÍNDICE
Estrutura atómica da matéria 6
Sentido da corrente elétrica 7
Força eletromotriz 8
Resistividade elétrica 9
Lei de Ohm 10
Circuito elétrico 11
Ligação em série de resistências 13
Ligação em paralelo de resistências 14
4/36
Potência elétrica 15
Efeito de Joule 15
Ligação do amperímetro e do voltímetro 16
Transformações energéticas 17
Proteção das pessoas 18
Corrente alternada 19
Magnetismo 27
Eletromagnetismo 28
Semicondutores 30
Junção PN 35
A matéria quer se encontre no estado sólido, líquido ou gasoso é constituída por moléculas, as
moléculas por átomos e os átomos por eletrões, protões e neutrões.
Os protões e os neutrões
encontram-se no núcleo
dos átomos.
Os eletrões têm carga
elétrica negativa e giram
em órbitas eletrónicas à
volta do núcleo dos
átomos.
5/36
Órbita electrónica
Electrão livre
Os eletrões das últimas órbitas eletrónicas que conseguem sair ficam livres e designam-se por
eletrões livres.
A intensidade da corrente elétrica (I) é o movimento orientado desses eletrões livres ao longo
dos condutores elétricos.
Eletrões livres
Condutor elétrico
Os condutores elétricos (cobre, prata, alumínio) têm muitos eletrões livres por isso são
usados para conduzir a corrente elétrica.
Os isoladores elétricos (plástico, borracha, baquelite) não têm eletrões livres por isso não
conduzem a corrente elétrica.
O sentido real da corrente elétrica é do potencial negativo (-) para o potencial positivo (+) do
gerador.
6/36
_
+
Tensão ou diferença de potencial (d.d.p.)
Para que haja um movimento orientado dos eletrões livres é necessário aplicar ao condutor
elétrico uma tensão (U) através da utilização de um gerador elétrico (pilha, bateria, dínamo ou
alternador).
Na figura vemos o gerador (bateria) que é responsável por criar uma tensão (U) ou diferença
de potencial que vai ser responsável pelo movimento orientado dos eletrões livres que se
encontram nos condutores elétricos e que ao passarem no filamento da lâmpada (recetor) vão
provocar a emissão de luz.
7/36
Grandeza eléctrica Unidade Aparelho de medida
Tensão ou diferença de potencial (U) Volt (V) Voltímetro
Resistência elétrica
Os materiais condutores (cobre, prata, alumínio) têm muitos eletrões livres por isso são usados
para conduzir a corrente elétrica, já que apresentam uma resistência praticamente nula (R ≈ 0).
Os materiais isoladores (plástico, borracha, baquelite) não têm eletrões livres por isso não
conduzem a corrente elétrica oferecendo uma grande resistência à sua passagem (R ≈ ∞).
8/36
Resistividade elétrica
Múltiplos e Submúltiplos
Sucede por vezes, que a unidade adotada é muito maior ou muito menor do que a grandeza a
medir. Assim, teremos de usar submúltiplos ou múltiplos dessa unidade.
O quadro seguinte indica as designações de alguns dos prefixos mais usados.
9/36
Lei de Ohm
Quando aos terminais de um circuito de resistência R [Ω] é aplicada uma diferença de potencial
U [V], produz-se nele uma corrente de intensidade I [A], cujo valor obedece à expressão:
Circuito elétrico
10/36
Qualquer circuito elétrico é constituído por gerador, recetor, condutores elétricos e
geralmente por um aparelho de comando.
Recetores:
Lâmpada, campainha, motor, eletrodomésticos.
Condutores
Aparelho
Aparelhos de comando:
Interruptor, botão de pressão. de
comando
Condutores elétricos:
Condutor de cobre com um isolamento exterior
de plástico.
Simbologia
Gerado
r
Um circuito elétrico é representado por um
esquema elétrico através de símbolos
.
Pilha + _ Campainha
Bateria de + _ Motor
acumuladores M
Dínamo G Interruptor
_
Alternador G Botão de
~ pressão
Lâmpada Condutor
A corrente elétrica quando percorre um circuito elétrico pode produzir os seguintes efeitos:
Efeito calorífico, efeito luminoso, efeito magnético, efeito mecânico, efeito químico.
12/36
RT = R1 + R2 + R3
+ _
9 Volt
13/36
- Se um dos recetores avariar (por exemplo uma lâmpada fundir) a corrente elétrica já não
passa para os outros recetores ou seja, o circuito fica interrompido para os restantes recetores.
- A tensão aplicada pelo gerador ao circuito divide-se pelo número de recetores.
9 Volt Nó ou derivação
9 Volt
_
+
14/36
Por estes motivos é que todos os recetores das nossas casas estão ligados em paralelo.
Potência elétrica
A energia elétrica (W) consumida por um equipamento é definida como sendo o produto da
potência elétrica pelo tempo.
A unidade de potência elétrica (P) é o watt (W), do tempo (t) é a hora (h) logo, a unidade de
energia elétrica é o Watt-hora (Wh)
Efeito de Joule
Já foi referido que um dos efeitos da corrente elétrica é o efeito calorífico, ou seja, esta provoca
o aquecimento de todos os condutores e aparelhos que percorre. Este efeito toma o nome de
Efeito de Joule.
A corrente é expressa em amperes (A), a resistência em ohm (Ω), o tempo em segundos (s) e
o calor é expresso em joules (J).
15/36
O Amperímetro é ligado em série no circuito
+ A _
+ _
+ V _
+ _
Multímetro
Transformações energéticas
16/36
η = Pu : Pa
η – rendimento
Pu – Potência útil
(Potência elétrica)
Pa – Potência absorvida
(Potência mecânica)
η = Pu : Pa
η – rendimento
Pu – Potência útil (Potência
mecânica)
Pa – Potência absorvida
(Potência elétrica)
17/36
- Antes de avançar para a vítima deve
desligar o disjuntor do circuito (ou o
interruptor geral do quadro) que provocou o
choque elétrico.
- Se não for possível, deve afastar a vítima
dos condutores, garantindo primeiro o seu
isolamento (colocar-se sobre uma base
isolada – madeira, tapete borracha, etc.) ou
utilizar equipamentos isolantes para afastar
os condutores.
- Se for necessário, aplicar os primeiros
socorros à vítima (reanimação
cardiorrespiratório) e chamar urgentemente o
112.
- Arejar bem o local, desapertar roupa e
sapatos.
- Manter a vítima numa posição que
mantenha a desobstrução das vias
respiratórias.
Sensores e transdutores
Transdutor
Sensor
CORRENTE ALTERNADA
As figuras seguintes comparam as correntes DC e AC. Pelos gráficos torna-se óbvio que a
corrente DC permanece com um valor constante ao longo do tempo. Pelo contrário, a corrente
AC não permanece com um valor constante, é variável. A corrente alternada é diferente, uma
vez que primeiro circula numa direção, depois inverte o sentido e circula na outra direção.
18/36
Onda sinusoidal
A energia elétrica em Portugal é gerada nos alternadores com uma frequência de 50 Hz.
Significa que o Período T que corresponde a esta frequência é:
Amplitude
19/36
Valor eficaz
Desfasamentos
Nos circuitos podemos ter simultaneamente várias correntes e várias tensões. Os recetores
fazem com que as grandeza fiquem “desfasadas”.
Grandezas em fase
O ângulo de desfasamento é nulo φ = 0°.
As duas grandezas têm ao mesmo tempo valores máximos e zeros.
20/36
Grandezas em quadratura
O ângulo de desfasamento é de φ = 90°. Quando uma grandeza atinge o valor máximo a outra
anula-se. Neste caso a tensão U está em avanço relativamente a I.
Grandezas em oposição
O ângulo de desfasamento é de φ = 180°.
O funcionamento e a análise dos circuitos alimentados por corrente alternada depende do tipo
de recetores que constituem o circuito: resistências, bobinas e condensadores.
De facto , quando a uma bobina ou um condensador é aplicada uma tensão alternada , o
circuito comporta-se de forma diferente se aos mesmos componentes fosse aplicada tensão
contínua. Porquê ?
Em corrente contínua, a única oposição à circulação de corrente é a resistência óhmica
R dos recetores, verificando-se a Lei de Ohm U = R x I.
Em corrente alternada CA a oposição nos circuitos chama-se Impedância Z, que é o
resultado da soma de duas parcelas de oposições: A resistência R + Reactância X.
A reactância X é uma oposição que só aparece em CA. Nas bobinas chama-se
reactância indutiva XL e nos condensadores, reactância capacitiva XC.
21/36
Os circuitos a estudar em CA:
22/36
Circuito puramente indutivo
Neste circuito, considera-se que a resistência óhmica da bobina
é zero.
A única oposição à passagem da corrente alternada é efetuada
pela Reactância Indutiva (XL).
Reactância indutiva (XL)
Exprime-se pela expressão matemática: XL= 2π f L
XL - reactância indutiva em ohms (Ω)
f – frequência da tensão alternada em hertz ( Hz)
L – Coeficiente de autoindução da bobina em Henry (H) – Este
valor é indicado pelo fabricante.
Num circuito indutivo puro, a corrente está em atraso de 90° relativamente à tensão aplicada.
Num circuito capacitivo puro, a corrente está em avanço de 90° relativamente à tensão
aplicada.
23/36
Introdução aos sistemas trifásicos
Até aqui estudamos circuitos em corrente alternada monofásica (1 Fase + Neutro), utilizada na
maioria dos recetores tipo doméstico. Por motivos económicos na indústria, são usados com
bastante frequência, recetores trifásicos (3 Fases + Neutro).
Nas centrais elétricas existem alternadores trifásicos, isto é alternadores que produzem
simultaneamente três tensões alternadas monofásicas e desfasadas entre si no tempo de 1/3
do período (120º).
Uc =Us x √3
24/36
Carga trifásica
Z1
Z1
Z3
Z3 Z2
Z2
Relação da Tensão na fase (VF) com a tensão na linha (VL) e da corrente na fase (IF), com
a corrente na linha (IL)
L1 L1
L2 L2
L3 L3
25/36
Num recetor trifásico ligado em estrela a corrente no neutro será nula se as cargas Z1, Z2 e Z3
forem iguais.
Magnetismo
26/36
Eletromagnetismo
S N
Bobina com núcleo
de ferro
+ _
S N
27/36
+ _
N S
_ +
S N S N
+ _ + _
28/36
Semicondutores
Átomo de silício
Ligação covalente
29/36
Estrutura cristalina dos semicondutores
Semicondutor intrínseco
Um semicondutor
intrínseco é um
semicondutor no estado
puro. À temperatura de
zero graus absolutos (-
273ºC) comporta-se
como um isolante, mas à
temperatura ambiente
(20ºC) já se torna um
condutor porque o calor
fornece a energia térmica
necessária para que
alguns dos eletrões de
valência deixem a ligação
30/36
covalente (deixando no seu lugar uma lacuna) passando a existir alguns eletrões livres no
semicondutor.
Semicondutor extrínseco
Processo de dopagem
Semicondutor do tipo N
A introdução de átomos
pentavalentes (como o Arsénio)
Eletrão livre num semicondutor puro (intrínseco)
do Arsénio
faz com que apareçam eletrões
livres no seu interior. Como esses
átomos fornecem (doam) eletrões
ao cristal semicondutor eles
recebem o nome de impurezas
dadoras ou átomos dadores. Todo o
cristal de Silício ou Germânio,
dopado com impurezas dadoras é
designado por semicondutor do tipo
N (N de negativo, referindo-se à
carga do eletrão).
31/36
Semicondutor do tipo P
A introdução de átomos
trivalentes (como o Índio)
num semicondutor puro
(intrínseco) faz com que
apareçam lacunas livres no
seu interior. Como esses
átomos recebem (ou
aceitam) eletrões eles são
denominados impurezas
aceitadoras ou átomos
aceitadores. Todo o cristal
puro de Silício ou Germânio,
dopado com impurezas
aceitadoras é designado por
semicondutor do tipo P (P
de positivo, referindo-se à
falta da carga negativa do
eletrão).
32/36
Num cristal semicondutor tipo N o fluxo de eletrões será muito mais intenso (sete larga) que o
fluxo de lacunas (sete estreita) porque o número de eletrões livres (portadores maioritários) é
muito maior que o número de lacunas (portadores minoritários).
Eletrões Eletrões
A lacuna comporta-se como se fosse uma partícula semelhante ao eletrão, porém com carga
elétrica positiva. Isto significa que, quando o semicondutor é submetido a uma diferença de
potencial, a lacuna pode mover-se do mesmo modo que o eletrão, mas em sentido contrário,
uma vez que possui carga elétrica contrária. Enquanto os eletrões livres se deslocam em
direção ao polo positivo do gerador, as lacunas deslocam-se em direção ao polo negativo.
Num cristal semicondutor tipo P o fluxo de lacunas será muito mais intenso (sete larga) que o
fluxo de eletrões (sete estreita) porque o número de lacunas livres (portadores maioritários) é
muito maior que o número de eletrões livres (portadores minoritários).
Eletrões Eletrões
A lacuna comporta-se como se fosse uma partícula semelhante ao eletrão, porém com carga
elétrica positiva. Isto significa que, quando o semicondutor é submetido a uma diferença de
potencial, a lacuna pode mover-se do mesmo modo que o eletrão, mas em sentido contrário,
uma vez que possui carga elétrica contrária. Enquanto os eletrões livres se deslocam em
direção ao polo positivo do gerador, as lacunas deslocam-se em direção ao polo negativo.
Junção PN
33/36
A junção PN diretamente
polarizada conduz, a
acorrente elétrica passa e a
lâmpada acende.
A junção PN inversamente
polarizada não conduz, a
acorrente elétrica não
passa e a lâmpada não
acende.
34/36
Quando diretamente polarizada a
junção PN conduz
A junção PN está inversamente polarizada quando o potencial negativo da alimentação está
ligado ao semicondutor P e o potencial positivo da alimentação está ligado ao semicondutor N.
Princípio de funcionamento
Quando polarizada diretamente a junção PN conduz porque na junção PN a zona neutra ou
zona de depleção (zona sem portadores de carga elétrica) estreita a resistência elétrica diminui
e a corrente elétrica passa.
Zona neutra ou
zona de
depleção
estreita
35/36
Eletrões livres Lacunas
Queda de tensão
Quando a junção PN está polarizada diretamente a corrente elétrica ao passar pela zona
neutra ou zona de depleção, que apresenta uma certa resistência, origina uma queda de
tensão (U = R x I).
Nas junções PN de silício essa queda de tensão pode variar entre 0,6Volt e 1Volt.
Nas junções PN de germânio essa queda de tensão pode variar entre 0,2Volt e 0,4Volt.
36/36