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MANUAL DA DISCIPLINA

Eletricidade e Eletrónica

CURSO: Técnico/a de Eletrónica, Automação e Computadores | ANO: 1º

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FICHA TÉCNICA

Objetivos e Condições de Utilização

O/A aluno/a deverá complementar os conhecimentos adquiridos e retidos durante as aulas com
a leitura do presente Manual.

Contém todos os temas abordados durante a disciplina “Técnicas e métodos de medida” do


curso “CEF – Eletricista de instalações”, devendo ser um suporte ao estudo a desenvolver
pelo/a aluno/a, bem como um reforço aos conhecimentos adquiridos durante as aulas.

A leitura do Manual não invalida que o/a aluno/a não aprofunde os seus conhecimentos,
através da consulta da bibliografia recomendada ou de outros que julgue convenientes.

Conteúdos
As grandezas mais importantes do circuito elétrico.
A lei de Ohm.
A lei de Joule.
Os aparelhos e técnicas de medida.
Associação de resistências.
Energia e potência elétrica.
Rendimento
Geradores e recetores.
Lei de Ohm generalizada.
Leis de Kirchoff para análise de circuitos com resistência.
Métodos de simplificação de circuitos.
Divisor de tensão e divisor de corrente.
Teorema de Thevenin e teorema da sobreposição.
O condensador em corrente contínua.
O campo magnético.
Campos magnéticos produzidos pela corrente elétrica.
Forças eletromagnéticas.
Magnetização dos materiais ferrosos.
Circuito magnético.

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Indução eletromagnética.
Associação de bobines.
Energia na bobine.
Corrente alternada sinusoidal
Período, frequência e fase.
Comportamento do condensador e da bobina em corrente alternada.
Lei de Ohm para corrente alternada.
Diagramas vetoriais.
Circuito RLC série e paralelo.
Potência em a.c..
Compensação do fator de potência.
Cálculo do somatório das potências em corrente alternada.
Introdução à corrente alternada trifásica.
Tensões simples e compostas.
Materiais semicondutores.
Condução no silício e germânico.
Semicondutores do tipo P e do tipo N.
Díodos semicondutores.
Junção PN.
Polarização direta e inversa.
Circuito equivalente de um díodo.
Retificação de meia onda e onda completa.
Filtragem.
Dimensionamento de uma fonte de alimentação c.c. com filtragem por condensador.
Circuitos multiplicadores e limitadores de tensão.
Díodos de Zéner.
Díodos para aplicações especiais.
Transístor bipolar:
Constituição e funcionamento.
Funcionamento estático:
Montagens EC, BC, CC;
Análise da montagem EC;
Curvas características;
Zonas de funcionamento;

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Reta de carga.
Funcionamento como comutador e amplificador:
Polarização (Fixa, com resistência de emissor, por divisor de tensão).
Funcionamento dinâmico:
Esquema equivalente para sinais;
Montagens: EC, BC, CC.

Fontes Bibliográficas
Lucínio Preza de Araújo – Sítio de apoio à formação em Eletrotecnia e Eletrónica,
http://www.prof2000.pt/users/lpa, 2016

ÍNDICE
Estrutura atómica da matéria 6
Sentido da corrente elétrica 7
Força eletromotriz 8
Resistividade elétrica 9
Lei de Ohm 10
Circuito elétrico 11
Ligação em série de resistências 13
Ligação em paralelo de resistências 14

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Potência elétrica 15
Efeito de Joule 15
Ligação do amperímetro e do voltímetro 16
Transformações energéticas 17
Proteção das pessoas 18
Corrente alternada 19
Magnetismo 27
Eletromagnetismo 28
Semicondutores 30
Junção PN 35

Estrutura atómica da matéria

A matéria quer se encontre no estado sólido, líquido ou gasoso é constituída por moléculas, as
moléculas por átomos e os átomos por eletrões, protões e neutrões.

Os protões e os neutrões
encontram-se no núcleo
dos átomos.
Os eletrões têm carga
elétrica negativa e giram
em órbitas eletrónicas à
volta do núcleo dos
átomos.

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Órbita electrónica
Electrão livre
Os eletrões das últimas órbitas eletrónicas que conseguem sair ficam livres e designam-se por
eletrões livres.

Intensidade da corrente elétrica

A intensidade da corrente elétrica (I) é o movimento orientado desses eletrões livres ao longo
dos condutores elétricos.

Eletrões livres
Condutor elétrico

Os condutores elétricos (cobre, prata, alumínio) têm muitos eletrões livres por isso são
usados para conduzir a corrente elétrica.
Os isoladores elétricos (plástico, borracha, baquelite) não têm eletrões livres por isso não
conduzem a corrente elétrica.

Grandeza eléctrica Unidade Aparelho de medida


Intensidade da corrente elétrica (I) Ampére (A) Amperímetro
Sentido da corrente elétrica

O sentido convencional da corrente elétrica é do potencial positivo (+) para o potencial


negativo (-) do gerador.

O sentido real da corrente elétrica é do potencial negativo (-) para o potencial positivo (+) do
gerador.

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_
+
Tensão ou diferença de potencial (d.d.p.)

Para que haja um movimento orientado dos eletrões livres é necessário aplicar ao condutor
elétrico uma tensão (U) através da utilização de um gerador elétrico (pilha, bateria, dínamo ou
alternador).
Na figura vemos o gerador (bateria) que é responsável por criar uma tensão (U) ou diferença
de potencial que vai ser responsável pelo movimento orientado dos eletrões livres que se
encontram nos condutores elétricos e que ao passarem no filamento da lâmpada (recetor) vão
provocar a emissão de luz.

7/36
Grandeza eléctrica Unidade Aparelho de medida
Tensão ou diferença de potencial (U) Volt (V) Voltímetro

Força eletromotriz – f.e.m.

Um gerador é um dispositivo ou aparelho


que mantém constante a d.d.p. aos seus
terminais. Quando se liga o terminal
positivo ao negativo através de um
recetor vai haver movimento de cargas
elétricas, corrente elétrica. O gerador vai
manter a diferença de potencial para que
continue a haver corrente. O que faz com
que a o gerador mantenha a d.d.p.,
repondo as cargas internamente do polo positivo para o negativo é a sua força eletromotriz,
que se exprime em volts.

Resistência elétrica

A resistência elétrica (R) consiste na dificuldade que os materiais apresentam à passagem da


corrente elétrica.

Os materiais condutores (cobre, prata, alumínio) têm muitos eletrões livres por isso são usados
para conduzir a corrente elétrica, já que apresentam uma resistência praticamente nula (R ≈ 0).

Os materiais isoladores (plástico, borracha, baquelite) não têm eletrões livres por isso não
conduzem a corrente elétrica oferecendo uma grande resistência à sua passagem (R ≈ ∞).

Grandeza eléctrica Unidade Aparelho de medida


Resistência eléctrica (R) Ohm () Ohmímetro

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Resistividade elétrica

A resistência elétrica (R) de um condutor aumenta com o seu


comprimento (l) e diminui se a sua secção (S) aumentar.
Considerando o comprimento do condutor expresso em metros (m) e a
secção do condutor em milímetros quadrados (mm2), a resistência é
expressa em ohm (Ω).
Na expressão aparece um coeficiente de proporcionalidade (ρ) denominado de resistividade
elétrica que é uma medida da oposição de um dado material à passagem da corrente elétrica.
Quanto mais baixa for a resistividade mais facilmente o material permite a passagem da
corrente elétrica.

Múltiplos e Submúltiplos

Sucede por vezes, que a unidade adotada é muito maior ou muito menor do que a grandeza a
medir. Assim, teremos de usar submúltiplos ou múltiplos dessa unidade.
O quadro seguinte indica as designações de alguns dos prefixos mais usados.

Prefixo Símbolo Factor de multiplicação

quilo K 1 000 = 103


mega M 1 000 000 = 106
Múltiplos
giga G 1 000 000 000 = 109
tera T 1 000 000 000 000 = 1012
mili m 0,001 = 10-3
micro µ 0,000 001 = 10-6
Submúltiplos
nano n 0,000 000 001 = 10-9
pico p 0,000 000 000 001 = 10-12

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Lei de Ohm

Quando aos terminais de um circuito de resistência R [Ω] é aplicada uma diferença de potencial
U [V], produz-se nele uma corrente de intensidade I [A], cujo valor obedece à expressão:

Aplicação da lei de Ohm

Circuito elétrico

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Qualquer circuito elétrico é constituído por gerador, recetor, condutores elétricos e
geralmente por um aparelho de comando.

Geradores de corrente contínua:


Pilha, bateria de acumuladores ou dínamo. Receptor

Gerador de corrente alternada:


Alternador.

Recetores:
Lâmpada, campainha, motor, eletrodomésticos.

Condutores
Aparelho
Aparelhos de comando:
Interruptor, botão de pressão. de
comando
Condutores elétricos:
Condutor de cobre com um isolamento exterior
de plástico.

Simbologia
Gerado
r
Um circuito elétrico é representado por um
esquema elétrico através de símbolos
.

Pilha + _ Campainha

Bateria de + _ Motor
acumuladores M

Dínamo G Interruptor
_

Alternador G Botão de
~ pressão
Lâmpada Condutor

Circuito elétrico aberto e fechado

O circuito elétrico está aberto


porque o interruptor não permite a
passagem da corrente elétrica logo a
lâmpada estará apagada.
+ _
11/36
O circuito elétrico está fechado
porque o interruptor permite a
passagem da corrente elétrica logo a
lâmpada estará acesa.
+ _

Efeitos da corrente elétrica

A corrente elétrica quando percorre um circuito elétrico pode produzir os seguintes efeitos:
Efeito calorífico, efeito luminoso, efeito magnético, efeito mecânico, efeito químico.

Ligação em série de resistências

As resistências são ligadas umas a seguir às outras.

12/36
RT = R1 + R2 + R3

Síntese das características da associação série

a) A intensidade I é a mesma em todas as resistências


b) A tensão total aplicada é igual à soma das tensões parciais nas diferentes resistências UT =
U1 + U2 + U3 +...Un
c) A resistência total equivalente é igual à soma das resistências parciais RT = R1+ R2 + R3+…
Rn

Recetores ligados em série

3 Volt 3 Volt 3 Volt

Os recetores são ligados uns a seguir


aos outros.

+ _

9 Volt

Inconvenientes da ligação em série de recetores:

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- Se um dos recetores avariar (por exemplo uma lâmpada fundir) a corrente elétrica já não
passa para os outros recetores ou seja, o circuito fica interrompido para os restantes recetores.
- A tensão aplicada pelo gerador ao circuito divide-se pelo número de recetores.

Ligação em paralelo de resistências

As resistências estão ligadas em paralelo ou em derivação, quando as extremidades das


resistências estão ligadas entre si.

Síntese das características da associação em paralelo


a) A tensão é a mesma em todas as resistências.
b) A Intensidade total (IT) é igual à soma das intensidades parciais nas diferentes resistências
IT = I1 + I2 + I3 +.....In
c) A resistência total equivalente é igual à soma dos inversos das resistências parciais
d) A resistência total equivalente é sempre menor que a menor das resistências parciais.

Recetores ligados em paralelo


9 Volt

9 Volt Nó ou derivação

9 Volt Os recetores são ligados uns


aos terminais dos outros.

9 Volt
_
+

Vantagens da ligação em paralelo dos recetores:


- Se um dos recetores avariar (por exemplo uma das lâmpadas fundir) os outros continuam a
funcionar porque a corrente continua a poder passar por eles.
- A tensão aplicada pelo gerador ao circuito é a tensão que fica aplicada em cada recetor
independentemente do seu número.

14/36
Por estes motivos é que todos os recetores das nossas casas estão ligados em paralelo.

Potência elétrica

A potência elétrica de um equipamento pode ser calculada através da tensão aplicada e da


corrente consumida.

A energia elétrica (W) consumida por um equipamento é definida como sendo o produto da
potência elétrica pelo tempo.

A unidade de potência elétrica (P) é o watt (W), do tempo (t) é a hora (h) logo, a unidade de
energia elétrica é o Watt-hora (Wh)

Efeito de Joule

Já foi referido que um dos efeitos da corrente elétrica é o efeito calorífico, ou seja, esta provoca
o aquecimento de todos os condutores e aparelhos que percorre. Este efeito toma o nome de
Efeito de Joule.

A energia elétrica transformada em energia calorífica no circuito elétrico de um recetor é


diretamente proporcional à resistência deste, ao quadrado da intensidade da corrente que o
percorre e ao tempo de passagem desta.

A corrente é expressa em amperes (A), a resistência em ohm (Ω), o tempo em segundos (s) e
o calor é expresso em joules (J).

Ligação do amperímetro e voltímetro

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O Amperímetro é ligado em série no circuito

+ A _

+ _

O Voltímetro é ligado em paralelo ou em derivação aos terminais do recetor ou do gerador

+ V _

+ _

Multímetro

O multímetro é um aparelho de medida que permite medir a


Intensidade da corrente elétrica, a Tensão ou diferença de
potencial, a Resistência elétrica, verificar a continuidade
elétrica, etc.

Transformações energéticas

Dínamo – Transforma energia mecânica em energia elétrica

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η = Pu : Pa

η – rendimento
Pu – Potência útil
(Potência elétrica)
Pa – Potência absorvida
(Potência mecânica)

Motor – Transforma energia elétrica em energia mecânica

η = Pu : Pa

η – rendimento
Pu – Potência útil (Potência
mecânica)
Pa – Potência absorvida
(Potência elétrica)

Proteção das pessoas

Em caso de eletrocussão é importante seguir alguns passos para garantir os primeiros


socorros:

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- Antes de avançar para a vítima deve
desligar o disjuntor do circuito (ou o
interruptor geral do quadro) que provocou o
choque elétrico.
- Se não for possível, deve afastar a vítima
dos condutores, garantindo primeiro o seu
isolamento (colocar-se sobre uma base
isolada – madeira, tapete borracha, etc.) ou
utilizar equipamentos isolantes para afastar
os condutores.
- Se for necessário, aplicar os primeiros
socorros à vítima (reanimação
cardiorrespiratório) e chamar urgentemente o
112.
- Arejar bem o local, desapertar roupa e
sapatos.
- Manter a vítima numa posição que
mantenha a desobstrução das vias
respiratórias.

Sensores e transdutores

Transdutor

Dispositivo que converte uma forma de energia noutra.


É o caso das células fotovoltaicas que convertem
diretamente luz em energia elétrica.

Sensor

Dispositivo que converte uma forma de energia numa variação de uma


grandeza elétrica qualquer, como corrente ou resistência.
Esse é o caso das LDR em que o valor da sua resistência varia com a
luz que incide nela.

CORRENTE ALTERNADA
As figuras seguintes comparam as correntes DC e AC. Pelos gráficos torna-se óbvio que a
corrente DC permanece com um valor constante ao longo do tempo. Pelo contrário, a corrente
AC não permanece com um valor constante, é variável. A corrente alternada é diferente, uma
vez que primeiro circula numa direção, depois inverte o sentido e circula na outra direção.

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Onda sinusoidal

Caraterísticas da onda alternada sinusoidal

Período (T) É o tempo gasto para efetuar um


ciclo (duas alternâncias seguidas). Representa-
se por T e expressa-se em segundos (s).
Alternância
positiva
Frequência (f) É o número de ciclos efetuados
Alternância num segundo. Representa-se por f e a sua
negativa
unidade é o hertz (Hz).

Relação entre a Frequência e o Período

A energia elétrica em Portugal é gerada nos alternadores com uma frequência de 50 Hz.
Significa que o Período T que corresponde a esta frequência é:

Amplitude

É o valor instantâneo máximo atingido pela grandeza


(IMÁX.).
Há amplitudes positivas e negativas.

Ao valor medido entre os valores máximos positivo e


negativo, chama-se valor pico a pico.
IPP = 2 x IMÁX.

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Valor eficaz

É o valor de corrente contínua que no tempo T, produz por


efeito de joule numa resistência a mesma quantidade de
calor que a corrente alternada.

O valor eficaz é uma característica de CA muito utilizada.


Os aparelhos de medida, amperímetros e voltímetros
indicam – nos em CA, valores eficazes.
Alguns aparelhos de medida têm, nas suas escalas, as
iniciais de R.M.S do inglês (root mean square), para
indicar valores eficazes.

Desfasamentos

Nos circuitos podemos ter simultaneamente várias correntes e várias tensões. Os recetores
fazem com que as grandeza fiquem “desfasadas”.

Como I2 aparece primeiro diz-se que está em avanço em relação a I1.

Grandezas em fase
O ângulo de desfasamento é nulo φ = 0°.
As duas grandezas têm ao mesmo tempo valores máximos e zeros.

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Grandezas em quadratura
O ângulo de desfasamento é de φ = 90°. Quando uma grandeza atinge o valor máximo a outra
anula-se. Neste caso a tensão U está em avanço relativamente a I.

Grandezas em oposição
O ângulo de desfasamento é de φ = 180°.

Análise de circuitos em C.A.

O funcionamento e a análise dos circuitos alimentados por corrente alternada depende do tipo
de recetores que constituem o circuito: resistências, bobinas e condensadores.
De facto , quando a uma bobina ou um condensador é aplicada uma tensão alternada , o
circuito comporta-se de forma diferente se aos mesmos componentes fosse aplicada tensão
contínua. Porquê ?
 Em corrente contínua, a única oposição à circulação de corrente é a resistência óhmica
R dos recetores, verificando-se a Lei de Ohm U = R x I.
 Em corrente alternada CA a oposição nos circuitos chama-se Impedância Z, que é o
resultado da soma de duas parcelas de oposições: A resistência R + Reactância X.
 A reactância X é uma oposição que só aparece em CA. Nas bobinas chama-se
reactância indutiva XL e nos condensadores, reactância capacitiva XC.

21/36
Os circuitos a estudar em CA:

 Circuitos puramente resistivos


Circuitos só constituídos por resistências.
 Circuitos puramente indutivos
Constituídos por bobinas em que a sua resistência óhmica é muito baixa, R ≈ 0
 Circuitos puramente capacitivos
Circuitos com condensadores. Os condensadores têm um valor de R ≈ 0
 Circuitos indutivos RL
Circuitos constituídos por bobinas ou por bobinas e resistências.
 Circuitos capacitivos RC
Circuitos constituídos por condensadores ou por condensadores e resistências.
 Circuitos RLC
Circuitos constituídos por condensadores, bobinas e resistências.

Circuito puramente resistivo

Este circuito formado só com resistência óhmica R, temos Z = R.


A lei de ohm para este circuito: U = R x I
Ao aplicarmos uma tensão alternada U a uma resistência R,
verifica-se que à medida que a tensão aumenta a corrente I
também o fará. E se a tensão mudar de polaridade, a corrente
muda de sentido.
A corrente I segue as evoluções da tensão aplicada U. As curvas
representativas da tensão U e a corrente I estão em fase, isto é,
os seus valores máximos e os zeros ocorrem no mesmo instante.

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Circuito puramente indutivo
Neste circuito, considera-se que a resistência óhmica da bobina
é zero.
A única oposição à passagem da corrente alternada é efetuada
pela Reactância Indutiva (XL).
Reactância indutiva (XL)
Exprime-se pela expressão matemática: XL= 2π f L
XL - reactância indutiva em ohms (Ω)
f – frequência da tensão alternada em hertz ( Hz)
L – Coeficiente de autoindução da bobina em Henry (H) – Este
valor é indicado pelo fabricante.

Num circuito indutivo puro, a corrente está em atraso de 90° relativamente à tensão aplicada.

Circuito puramente capacitivo

A resistência óhmica R do condensado considera-se igual a zero.


A única oposição à passagem da corrente alternada é efetuada pela reactância capacitiva.

A reactância capacitiva (Xc) exprime-se pela expressão matemática:

XC - reactância capacitiva em ohms (Ω)


f – frequência da tensão alternada em hertz (Hz)
C – Capacidade do condensador em Farads (F)

Num circuito capacitivo puro, a corrente está em avanço de 90° relativamente à tensão
aplicada.

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Introdução aos sistemas trifásicos

Até aqui estudamos circuitos em corrente alternada monofásica (1 Fase + Neutro), utilizada na
maioria dos recetores tipo doméstico. Por motivos económicos na indústria, são usados com
bastante frequência, recetores trifásicos (3 Fases + Neutro).

Nas centrais elétricas existem alternadores trifásicos, isto é alternadores que produzem
simultaneamente três tensões alternadas monofásicas e desfasadas entre si no tempo de 1/3
do período (120º).

Tensões simples e compostas

Num sistema trifásico temos dois níveis de tensões:


As tensões simples (Us=230 Volt) entre qualquer Fase e o Neutro e tensões compostas entre
fases (Uc=400 Volt).

Uc =Us x √3

24/36
Carga trifásica

A representação de uma carga trifásica corresponde à associação de três impedâncias (Z)


ligadas em estrela ou em triângulo.
L1
L2
L3
N

Z1
Z1
Z3
Z3 Z2
Z2

Relação da Tensão na fase (VF) com a tensão na linha (VL) e da corrente na fase (IF), com
a corrente na linha (IL)

L1 L1
L2 L2

L3 L3

As tensões entre as duas fases não As tensões de linha e de fase estão


correspondem às tensões de fase: UL = distribuídas simetricamente: UL = UF
1,73 UF As correntes de linha são superiores às
As correntes de linha correspondem às correntes de fase numa dada relação: IL = 1,73
correntes de fase: IL = IF IF

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Num recetor trifásico ligado em estrela a corrente no neutro será nula se as cargas Z1, Z2 e Z3
forem iguais.

Magnetismo

Polos Zona neutra

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Eletromagnetismo

S N
Bobina com núcleo
de ferro

+ _

S N

27/36

+ _
N S

_ +

S N S N

+ _ + _

28/36
Semicondutores

Estrutura cristalina dos semicondutores

Quando os átomos se unem para formarem as moléculas de uma substância, a distribuição e


disposição desses átomos pode ser ordenada e organizada e designa-se por estrutura
cristalina.
O Germânio e o Silício possuem uma estrutura cristalina cúbica como é mostrado na seguinte
figura.

Átomo de silício

Ligação covalente

Nessa estrutura cristalina, cada átomo (representado


por Si) une-se a outros quatro átomos vizinhos, por
meio de ligações covalentes, e cada um dos quatro
eletrões de valência de um átomo é compartilhado
com um eletrão do átomo vizinho, de modo que dois
átomos adjacentes compartilham os dois eletrões.

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Estrutura cristalina dos semicondutores

Na prática, a estrutura cristalina


ilustrada na figura só é
conseguida quando o cristal de
silício é submetido à temperatura
de zero graus absolutos (ou -
273ºC). Nessa temperatura, todas
as ligações covalentes estão
completas os átomos têm oito
eletrões de valência o que faz
com que o átomo tenha
estabilidade química e molecular,
logo não há eletrões livres e,
consequentemente o material
comporta-se como um isolante.

Semicondutor intrínseco

Um semicondutor
intrínseco é um
semicondutor no estado
puro. À temperatura de
zero graus absolutos (-
273ºC) comporta-se
como um isolante, mas à
temperatura ambiente
(20ºC) já se torna um
condutor porque o calor
fornece a energia térmica
necessária para que
alguns dos eletrões de
valência deixem a ligação

30/36
covalente (deixando no seu lugar uma lacuna) passando a existir alguns eletrões livres no
semicondutor.

Semicondutor extrínseco

Há diversas formas de se provocar o aparecimento de pares eletrão-lacuna livres no interior


de um cristal semicondutor. Um deles é através da energia térmica (ou calor). Outra maneira,
consiste em fazer com que um feixe de luz incida sobre o material semicondutor.
Na prática, contudo, necessitamos de um cristal semicondutor em que o número de eletrões
livres seja bem superior ao número de lacunas, ou de um cristal onde o número de lacunas
seja bem superior ao número de eletrões livres. Isto é conseguido tomando-se um cristal
semicondutor puro (intrínseco) e adicionando-se a ele (dopagem), por meio de técnicas
especiais, uma determinada quantidade de outros tipos de átomos, aos quais chamamos de
impurezas.
Quando são adicionadas impurezas a um semicondutor puro (intrínseco) este passa a
denominar-se por semicondutor extrínseco.

Processo de dopagem

Quando são adicionadas impurezas a um semicondutor puro (intrínseco),


este passa a ser um semicondutor extrínseco.
As impurezas usadas na dopagem de um semicondutor intrínseco podem
ser de dois tipos: impurezas ou átomos dadores e impurezas ou átomos
aceitadores.
Átomos dadores têm cinco eletrões de valência (são pentavalentes):
Arsénio (AS), Fósforo (P) ou Antimónio (Sb).

Átomos aceitadores têm três electrões de valência (são trivalentes): Índio


(In), Gálio (Ga), Boro (B) ou Alumínio (Al).

Semicondutor do tipo N

A introdução de átomos
pentavalentes (como o Arsénio)
Eletrão livre num semicondutor puro (intrínseco)
do Arsénio
faz com que apareçam eletrões
livres no seu interior. Como esses
átomos fornecem (doam) eletrões
ao cristal semicondutor eles
recebem o nome de impurezas
dadoras ou átomos dadores. Todo o
cristal de Silício ou Germânio,
dopado com impurezas dadoras é
designado por semicondutor do tipo
N (N de negativo, referindo-se à
carga do eletrão).

31/36
Semicondutor do tipo P

A introdução de átomos
trivalentes (como o Índio)
num semicondutor puro
(intrínseco) faz com que
apareçam lacunas livres no
seu interior. Como esses
átomos recebem (ou
aceitam) eletrões eles são
denominados impurezas
aceitadoras ou átomos
aceitadores. Todo o cristal
puro de Silício ou Germânio,
dopado com impurezas
aceitadoras é designado por
semicondutor do tipo P (P
de positivo, referindo-se à
falta da carga negativa do
eletrão).

Portadores maioritários e minoritários

Num semicondutor extrínseco do tipo N os eletrões estão em maioria designando-se por


portadores maioritários da corrente elétrica. As lacunas (que são a ausência de um eletrão), por
sua vez, estão em minoria e designam-se por portadores minoritários da corrente elétrica.

Num semicondutor extrínseco do tipo P as lacunas estão em maioria designando-se por


portadores maioritários da corrente elétrica. Os eletrões, por sua vez, estão em minoria e
designam-se por portadores minoritários da corrente elétrica.

Movimento dos eletrões e das lacunas nos semicondutores do tipo N

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Num cristal semicondutor tipo N o fluxo de eletrões será muito mais intenso (sete larga) que o
fluxo de lacunas (sete estreita) porque o número de eletrões livres (portadores maioritários) é
muito maior que o número de lacunas (portadores minoritários).

Eletrões Eletrões

A lacuna comporta-se como se fosse uma partícula semelhante ao eletrão, porém com carga
elétrica positiva. Isto significa que, quando o semicondutor é submetido a uma diferença de
potencial, a lacuna pode mover-se do mesmo modo que o eletrão, mas em sentido contrário,
uma vez que possui carga elétrica contrária. Enquanto os eletrões livres se deslocam em
direção ao polo positivo do gerador, as lacunas deslocam-se em direção ao polo negativo.

Movimento dos eletrões e das lacunas nos semicondutores do tipo P

Num cristal semicondutor tipo P o fluxo de lacunas será muito mais intenso (sete larga) que o
fluxo de eletrões (sete estreita) porque o número de lacunas livres (portadores maioritários) é
muito maior que o número de eletrões livres (portadores minoritários).

Eletrões Eletrões

A lacuna comporta-se como se fosse uma partícula semelhante ao eletrão, porém com carga
elétrica positiva. Isto significa que, quando o semicondutor é submetido a uma diferença de
potencial, a lacuna pode mover-se do mesmo modo que o eletrão, mas em sentido contrário,
uma vez que possui carga elétrica contrária. Enquanto os eletrões livres se deslocam em
direção ao polo positivo do gerador, as lacunas deslocam-se em direção ao polo negativo.

Junção PN

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A junção PN diretamente
polarizada conduz, a
acorrente elétrica passa e a
lâmpada acende.

A junção PN inversamente
polarizada não conduz, a
acorrente elétrica não
passa e a lâmpada não
acende.

A junção de um material semicondutor do tipo P (com excesso de lacunas) com um material


semicondutor do tipo N (com excesso de eletrões livres) origina uma junção PN. Na zona da
junção, os eletrões livres do semicondutor N recombinam-se com as lacunas do semicondutor
P formando uma zona sem portadores de carga elétrica que se designa por zona neutra ou
zona de depleção.

Eletrões livres Lacunas


Zona neutra ou
zona de depleção

Junção PN diretamente e inversamente polarizada

A junção PN está diretamente polarizada quando o potencial negativo da alimentação está


ligado ao semicondutor N e o potencial positivo da alimentação está ligado ao semicondutor P.

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Quando diretamente polarizada a
junção PN conduz
A junção PN está inversamente polarizada quando o potencial negativo da alimentação está
ligado ao semicondutor P e o potencial positivo da alimentação está ligado ao semicondutor N.

Quando inversamente polarizada a


junção PN não conduz.

Princípio de funcionamento
Quando polarizada diretamente a junção PN conduz porque na junção PN a zona neutra ou
zona de depleção (zona sem portadores de carga elétrica) estreita a resistência elétrica diminui
e a corrente elétrica passa.

Eletrões livres Lacunas

Zona neutra ou
zona de
depleção
estreita

Quando polarizado inversamente a junção PN não conduz porque na junção PN a zona


neutra ou zona de depleção (zona sem portadores de carga elétrica) alarga a resistência
elétrica aumenta significativamente e a corrente elétrica não passa.

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Eletrões livres Lacunas

Zona neutra ou zona


de depleção alarga

Queda de tensão

Quando a junção PN está polarizada diretamente a corrente elétrica ao passar pela zona
neutra ou zona de depleção, que apresenta uma certa resistência, origina uma queda de
tensão (U = R x I).

Nas junções PN de silício essa queda de tensão pode variar entre 0,6Volt e 1Volt.

Nas junções PN de germânio essa queda de tensão pode variar entre 0,2Volt e 0,4Volt.

Fontes Bibliográficas de textos e imagens

Lucínio Preza de Araújo – Sítio de apoio à formação em Eletrotecnia e Eletrónica,


http://www.prof2000.pt/users/lpa, 2016

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