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Neuropediatria E Terapia Ocupacional: Um Relato de Experiência em Programa de Estimulação Precoce

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NEUROPEDIATRIA E TERAPIA OCUPACIONAL:


UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM PROGRAMA
DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE

Lucieny Almohalha
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Gabrielle Carvalho Candido


Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Isabella Duarte
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

'10.37885/230412771
RESUMO

O desenvolvimento infantil segue princípios universais e uma sequência neuromaturacio-


nal, entretanto condições crônicas ou deficiências podem acarretar períodos variantes para
as aquisições neuro-sensório-motoras, percepto-cognitivas e socioemocionais que podem
variar ainda conforme intercorrências médicas e contextuais. O objetivo deste manuscrito
é relatar as experiências assistenciais em programa extensionista dos cuidados precoces
oferecidos pelo terapeuta ocupacional, analisar o perfil de crianças atendidas no programa
e descrever os aspectos das avaliações e intervenções realizadas. Os atendimentos foram
realizados duas vezes por semana por discentes extensionistas com duração de 30 minutos
em ambulatório de pediatria de uma universidade federal da região do Triângulo Mineiro.
Foram assistidas 32 crianças com idades de 2 meses a 9 anos com diagnósticos de paralisia
cerebral, síndrome de Down, autismo e outros relacionados a atrasos globais do desenvolvi-
mento. Cabe discutir que avaliar e acompanhar o desenvolvimento infantil se faz necessário
para crianças com atrasos no desenvolvimento, pois elas apresentam dificuldades para
atingir os principais marcos evolutivos considerados normais para a idade. Crianças que
recebem estimulação precoce nos primeiros meses de vida tendem a apresentar ganhos
no desenvolvimento global em consequência das intervenções realizadas. Foi possível, via
ações assistenciais extensionistas, identificar atrasos no desenvolvimento, realizar ações
de prevenção de desabilidades, reabilitação de funções e consequentemente melhorar os
resultados desenvolvimentais de crianças atendidas. Os discentes foram instigados, durante
todo o processo assistencial, a utilizar do raciocínio clínico embasados em pressupostos da
prática centrada na família e no cliente, na prática baseada em evidência e nas diretrizes
sobre saúde pública do Sistema Único de Saúde, pautando, assim, suas práticas na inte-
gralidade dos cuidados.

Palavras-chave: Crianças de Risco, Bebê, Terapia Ocupacional, Estimulação Precoce,


Ação Extensionista.
INTRODUÇÃO

Os estágios do desenvolvimento acontecem seguindo uma sequência neuroevoluti-


va com algumas possíveis variáveis a depender do estímulo contextual no qual a criança
está inserida. Estudos relacionados ao desenvolvimento infantil típico propiciam um co-
nhecimento sobre os marcos críticos fundamentais relacionados com os domínios físico,
cognitivo, emocional e social que regem o funcionamento do ser humano assim como as
atividades e ocupações pertinentes a cada faixa etária (PARHAM & FAZIO, 2008; PFEIFER
& SANT’ANNA, 2020).
Conhecer o desenvolvimento infantil fornecerá ao profissional uma base teórica para
realizar avaliações tanto do que é esperado para a criança típica quanto para aquela que
está alçando os marcos fora dos padrões esperados (OLIVEIRA, et al., 2019). Com isso, o
profissional terá embasamento para determinar o plano de tratamento individualizado com as
intervenções específicas para aquelas crianças em diferentes situações de risco para atraso
no desenvolvimento e deficiências. É importante e necessário utilizar do raciocínio clínico
para identificar, nomear e comparar os marcos críticos e fundamentais do desenvolvimento
global das crianças para que se possa, assim, identificar àquelas que se encontram em risco
de atrasos, e finalmente desenvolver ações de promoção do desenvolvimento, prevenção
de incapacidades e reabilitação (AOTA, 2020).
O recém-nascido pré-termo (RNPT) é considerado mais vulnerável biologicamente que
um bebê nascido de termo, decorrente de sua imaturidade orgânica e neurológica que gera
a necessária demanda de cuidados especiais de manutenção de vida. Isso, muitas vezes,
traz exigências hospitalares extensas e de suportes especiais de assistência como serviços
de unidade de terapia intensiva e semi-intensiva assim como vigilância em programas de
follow-up. Esse prematuro apresenta clinicamente características que refletem sua fragilidade
ao nascimento e em suas primeiras semanas de vida, sendo considerados mais vulneráveis
neurofisiologicamente (BRASIL, 2011). A atividade espontânea e o tônus desses bebês pre-
maturos geralmente estão reduzidos e as extremidades não se mantêm na posição fletida
típica dos recém-nascidos de termo, isso porque as respostas motoras e coordenação ainda
não estão desenvolvidas e exigem amparo externo (FONSECA; SCOCHI, 2014).
Esses bebês prematuros recebem classificações em termos do tempo de prematuri-
dade e do peso ao nascimento. Com relação ao tempo de prematuridade, bebês nascidos
antes da 37 semana de gestação, ainda são classificados como a) Extremamente pré-termo:
nascimento anterior a 28 semanas; b) Muito pré-termo: nascimento entre 28 e 31 semanas
e 6/7 dias; c) Moderadamente pré-termo: 32 e 33 semanas 6/7 dias; e d) Pré-termo tardio:
34 e 36 semanas e 6/7 dias. Seguem também uma classificação em decorrência do peso
ao nascer, a saber: peso extremamente baixo ao nascer (PEBN) referente àquelas nascidas

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com peso inferior a 1.000 gramas; peso muito baixo ao nascer (PMBN) entre 1.000 e 1.499
gramas; peso baixo ao nascer (PBN) entre 1.500 e 2.500 gramas (SBP, 2019). Logo, bebês
prematuros são classificados tanto em relação à idade gestacional quanto ao peso.
Diferentes fatores influenciam a ocorrência da prematuridade, tais como genéticos,
sociodemográficos (MARTIN, 2017), ambientais (HUANG et al., 2018) e principalmente
aqueles relacionados à gestação (ABDEL RAZEQ; KHADER; BATIEHA, 2017).
Baseado no estudo de Oliveira e colaboradores (2019) é possível compreender, a partir
de seus estudos epidemiológicos, a existência de alguns fatores responsáveis por causar o
nascimento de crianças pré-termo. A maioria desses fatores são ligados a questões mater-
nas como, baixo nível de escolaridade, idade, estatura, morbidade, peso, história pregressa
dos cuidados pré-natais, tipo de parto, raça/etnia, hábitos alimentares, ingestão de bebidas
alcoólicas durante a gestação, além de evidências sobre contexto socioeconômico precário
(HOWSON, KINNEY, LAW, 2012). Mais recentemente, a ansiedade passou a ser conside-
rada como um possível fator determinante para o parto pré-termo e de crianças com baixo
peso ao nascer.
A prematuridade pode vir associada a complicações que geram condições crônicas de
saúde como quadros de paralisia cerebral, hidrocefalia, convulsões, deficiência visual, sur-
dez, déficit intelectual e alterações cognitivas, doenças cardíacas e metabólicas e afecções
do sistema respiratório. Ademais, o crescimento dos prematuros pode ficar comprometido
em diferentes graus e assim comprometer as habilidades motoras devido a imaturidade dos
órgãos de nascidos pré-termo (NUNES, GOMES, RODRIGUES, MASCARENHAS, 2016).
Além disso, a prematuridade também se torna um fator de risco para a área sensorial, pois
ela causa alterações no desenvolvimento do processamento sensorial, uma vez que esta
complicação também pode ser desenvolvida devido a imaturidade da estrutura neuroló-
gica em conjunto com as experiências sensoriais agressivas presentes nas unidades de
terapia intensiva neonatal (UTIN), entretanto, é possível que também exista nos demais
setores pediátricos das instituições de internação (EELES et al., 2013; RAHKONEN et al,
2013; WICKREMASINGHE et al., 2013; HOWSON, KINNEY, LAWN, 2012, EICHMANNA,
EMOND, LIMA, 2106).
Avaliar e acompanhar o desenvolvimento infantil se faz necessário em várias faixas
etárias e em especial para algumas populações específicas, como crianças com deficiências
e/ou crianças nascidas prematuramente, com baixo peso ao nascimento, desnutrição, com
síndromes ou patologias adquiridas pós nascimento, e ainda àquelas com risco ambiental
e privação de vida social ou familiar. As crianças consideradas com atrasos no desenvol-
vimento são aquelas que apresentam dificuldades para atingir os principais marcos típicos

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relacionados aos domínios neuro-sensório-motor, cognitivo, emocional ou social, da comu-
nicação e das habilidades de adaptação (TEIXEIRA, 2002; BRASIL, 2011).
Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil, a estimulação precoce (EP) é
um conjunto de processos preventivos e/ou terapêuticos para assegurar à criança um melhor
intercâmbio com o meio em que vive durante a primeira infância. A estimulação é o que toda
criança recém-nascida precisa para conseguir desenvolver suas habilidades e capacidades,
todavia, a intervenção precoce consiste em uma forma de prevenção de agravos durante
os primeiros meses e anos de vida em crianças que já possuem alteração em seu desen-
volvimento, uma vez que realizada de forma preventiva, pode evitar déficits psicomotores e
promover a integração afetiva entre o bebe e sua família:

A estimulação precoce é o planejamento de técnicas psicomotoras específi-


cas a cada faixa etária, através do ensinamento de estímulos sensoriais que
condicionam a criança a apresentar uma interação maior com o seu meio,
obedecendo à sua constituição com liberdade de expressão para todas as suas
percepções. Essas atividades são consolidadas com a execução de atividades
de integração sensorial que são incorporadas em programas sensório motores
(SOUZA; CAMPOS; JÚNIOR, 2013, p. 524).

Segundo Silveira (2012), a estimulação/intervenção precoce é utilizada para crianças


como incentivo ao seu desenvolvimento global para que possam obter ganhos físico, inte-
lectual, emocional e social.
Considerando os grandes avanços tecnológicos e cuidados mais humanizados, con-
sequentemente haverá maior sobrevida dos recém-nascidos pré-termo (RNPT) e de recém-
-nascidos de muito baixo peso (RNMBP). No entanto, é evidente uma maior preocupação
em torno da sua qualidade de vida a longo prazo, assim como de como é o desenvolvimento
sensorial, motor, percepto cognitivo e psicossocial, uma vez que bebês nascidos com estas
condições se tornam mais propícios a desenvolverem morbidades crônicas ou não, em de-
corrência da sua idade cronológica gestacional (SANTOS et al., 2018). Portanto, programas
de vigilância do desenvolvimento infantil devem ocorrer para que as práticas assistenciais
centradas no cliente e família, sejam oferecidas o mais precocemente possível (SILVEIRA,
2012; BRASIL, 2011).
Diante disso, este relato de experiência teve como objetivo descrever as experiências
assistenciais em programa extensionista dos cuidados oferecidos pelo terapeuta ocupacio-
nal em neuropediatria, analisar o perfil de crianças atendidas no programa de vigilância e
de estimulação precoce e descrever os aspectos das avaliações e intervenções realizadas.

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DETALHAMENTO DA EXPERIÊNCIA

Os atendimentos realizados foram vinculados a ações extensionistas do Projeto de


Estimulação Precoce em Terapia Ocupacional (PEP-TO), de fluxo anual, registrado na Pró-
Reitoria de Extensão Universitária da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, e aprovado
sob protocolo número: 1342/2019, em vigência contínua. As ações foram realizadas duas
vezes por semana por estagiários do curso de terapia ocupacional da referida universidade
em ambulatório de pediatria. Os atendimentos individualizados tinham duração de 30 minu-
tos. A estatística geral do número de atendimentos realizados se dá a cada 6 meses, onde é
contabilizado o número de crianças que passaram por anamnese e triagem, por atendimentos
e todos os registros de evolução do tratamento. São utilizados, no processo da estimulação
precoce, atividades com fins de promoção, prevenção e reabilitação das habilidades físicas,
cognitivas, sensoriais, emocionais e sociais das crianças assistidas.
Via projeto extensionista, foi realizada uma análise documental que gerou este relato
de experiência de caráter descritivo-exploratório retrospectivo. A análise documental ocorreu
nos meses de junho e julho de 2022. Foram incluídos dados de crianças vinculadas ao PEP-
TO, que tinham variados diagnósticos como alterações globais do neurodesenvolvimento,
como: paralisia cerebral (PC), síndrome de Down (SD), transtorno do espectro autista (TEA),
atrasos devido a prematuridade, lesões adquiridas, entre outras. As informações foram
analisadas quanto aos dados familiares, variáveis clínicas, triagens iniciais e dados das
evoluções registradas.
Todos os familiares assistidos no PEP-TO concordaram com a apresentação dos qua-
dros clínicos e condições de sua criança para fins acadêmicos e científicos, com ressalvas da
garantia de seu anonimato. Todos os nomes foram mantidos sob sigilo e para categorização
utilizou-se de códigos alfanuméricos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra deste estudo foi composta por 32 cuidadores de 11 crianças do sexo feminino
e 21 do masculino. Os resultados são considerados com base nas reavaliações estruturadas
e não-estruturadas feitas com as crianças e também com seus pais/cuidadores através de
expectativas particulares traçadas pelos mesmos. O perfil das crianças atendidas corres-
ponde a indivíduos de 0 a 9 anos, com diagnósticos distintos variando desde de paralisia
cerebral (PC), síndrome de Down, Transtorno do Espectro Autista (TEA), até crianças que
apresentam alterações globais do neurodesenvolvimento, e que no entanto, ainda não re-
ceberam nenhum diagnóstico.

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De acordo com Teixeira (2003) e Brasil (2011), avaliar e acompanhar o desenvolvimento
infantil se faz necessário para crianças com atrasos no desenvolvimento pois apresentam
dificuldades para atingir os principais marcos evolutivos normais. A fundamentação teórica
apresentada no projeto de extensão estava norteada através de um referencial acerca da
saúde da criança e do desenvolvimento infantil visando a importância da estimulação precoce
e do processo do brincar para auxiliar esse desenvolvimento, atrelada a prática da terapia
ocupacional, que visa também a participação dos familiares nesse contexto.
Essas crianças apresentaram ganhos no desenvolvimento global, em especial na área
motora consequentes das intervenções. Segundo Paula et al., (2019) o ensino, a pesqui-
sa e a extensão, são importantes na formação do tripé na vida acadêmica onde o ensino
transcende da teoria de dentro da universidade e caminha para a prática na comunidade,
garantindo benefícios a ambos, e tornando o discente mais humanos e corresponsáveis
com a comunidade.
Os dados coletados e os resultados advindos do projeto e da assistência foram orga-
nizados em 4 tabelas que apresentam respectivamente: características sociodemográficas
dos cuidadores, características clínicas das crianças, avaliação inicial do desenvolvimento
motor, e avaliação inicial do desenvolvimento cognitivo e de linguagem.
É possível observar que as mães foram quem mais responderam ao questionário,
correspondendo a 97% do total de participantes. Suas idades variaram entre 20 e 50 anos
com 4 mães em faixa etária superior a 41 anos. Verifica-se também que 21 famílias eram
compostas por mais de 4 indivíduos residindo no mesmo domicílio. A tabela 1 apresenta os
dados sociodemográficos dos participantes.

Tabela 1. Características sociodemográficas dos cuidadores (n=32).

Variáveis Contagem (%)


Respondente
Mãe 31 96,88
Outros 1 3,13
Idade(mãe/cuidador)
20 a 30 anos 8 25
31 a 40 anos 9 28,12
41 a 50 anos 4 12,5
Não consta 11 34,38
Ocupação
Empregada 11 34,37
Desempregada/Do Lar 12 37,50
N° de pessoas que residem na mesma casa
2 1 3,13
3 7 21,88
≥4 21 65,61
Não consta 3 9,38
N° de Gestações

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Variáveis Contagem (%)
0 (adoção) 1 3,13
1 5 15,63
2a5 23 71,86
Não consta 3 9,38
Intercorrência na Gestação da Criança do Projeto
Sim 20 62,5
Não 12 37,5
Legenda: % - frequência relativa em porcentagem.
Fonte: Dados da pesquisa (2022).

A tabela 2 mostra resultados sobre os diagnósticos das crianças e verifica-se que elas
tiveram: transtornos do espectro autista (TEA), prematuridade, síndrome de Down (SD) e
paralisia cerebral (PC). Além disso, foi agrupado na categoria “outros diagnósticos” variadas
condições clínicas que constavam com apenas uma criança diagnosticada.
As crianças atendidas no projeto tinham de 2 meses a 9 anos de idade. O diag-
nóstico de TEA e Prematuridade correspondeu ao maior número de participantes dentre
as condições assistidas. Crianças do sexo masculino foram predominantes em ambas as
condições. No TEA os meninos corresponderam a 87,5%. Este resultado confirma o que
está descrito no DSM-V (2014), o qual especifica que o diagnóstico é quatro vezes mais
frequentemente no sexo masculino do que no feminino (APA, 2014).
No último estudo realizado nos Estados Unidos pelo Centro de Controle de Prevenção
e Doença (CDC) com crianças de 8 anos, obtiveram em seus resultados que a prevalência
de TEA no sexo masculino continua superior que a do sexo feminino, sendo 3,8 do sexo
masculino para cada 1 feminino (MAENNER et al., 2023).
Segundo estudos de Binha, Maciel e Bezerra (2018) há um predomínio maior de diag-
nóstico de PC em crianças do sexo masculino, o que também foi evidenciado nas crianças
assistidas pelo PEP-TO. Além disso, outros estudos demonstraram que a prematuridade é
um fator de risco associado ao diagnóstico de paralisia cerebral, chamando atenção para as
últimas década que evidencia um aumento importante na taxa de sobrevivência de prema-
turos extremos e o atraso no desenvolvimento destes bebês, associados às comorbidades,
como a PC, sendo índices de aproximadamente 50% entre a prematuridade extrema e esse
diagnóstico (JAHAN; GERZSON; ALMEIDA, 2021).
Na tabela 2, observa-se que a prematuridade também estava evidenciada como
maior prevalência no sexo masculino. Nesse sentido, os dois dados relacionados a pre-
valência e ao sexo, apresentam as condições como comorbidades relacionadas (BINHA;
MACIEL;BEZERRA, 2018; HIRVONEN et al., 2014). Menos da metade das crianças pre-
sentes neste estudo (31,25%) apresentaram mais de um diagnóstico associado, sendo 2 do
sexo feminino e 8 do sexo masculino. Com relação à idade gestacional, 9,37% das crianças
nasceram pós-termo, 40,63% nasceram prematuras extremas ou prematuras e 50% delas
nasceram de termo. A partir desses dados, temos que as crianças que nasceram no tempo

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esperado, ou seja, a partir da 37ª semana de gestação, também chegaram até o serviço,
e isto se dá pelo fato dos distintos diagnósticos, os quais apresentam atraso no desenvol-
vimento e não necessariamente possuem correlação com a prematuridade, no entanto,
carecem de uma intervenção precoce visando a prevenção de agravos relacionados aos
seus diagnósticos.

Tabela 2. Características gerais e clínicas das crianças segundo dados de registros (n=32).

Variáveis Contagem (%)


Distribuições dos principais diagnósticos, sexo e idade
Sexo
Masculino 21 65,63
Feminino 11 34,38
Idade Atual
0 a 11 meses 7 21,89
1 ano 3 9,38
2 anos 4 12,50
3 anos 2 6,25
4 anos 7 21,88
5 anos 3 9,38
6 anos 3 9,38
8 anos 2 6,25
9 anos 1 3,13
TEA
Feminino 1 12,5
Masculino 7 87,5
PREMATURIDADE
Feminino 1 12,5
Masculino 7 87,5
Paralisia Cerebral
Feminino 1 25
Masculino 3 75
Síndrome de Down
Feminino 2 100
Masculino 0 00,00
Outros Diagnósticos
Feminino 4 40
Masculino 6 60
Crianças com mais de um Diagnóstico
Feminino 2 20
Masculino 8 80
Idade Gestacional (semanas)
Prematuridade Extrema 4 12,5
Prematuridade 9 28,13
Termo 16 50
Pós -Termo 3 9,37
Legenda: % - frequência relativa em porcentagem; SD =Síndrome de Down; TEA = Transtorno do Espectro Autista; PC
= Paralisia Cerebral; IG = idade gestacional.
Fonte: Dados da pesquisa (2022).

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Os dados das tabelas 3 e 4 foram coletados a partir de observações clínicas realizadas
pelos discentes extensionistas vinculados ao PEP-TO nos dois primeiros atendimentos que
eram destinados a realização da anamnese e avaliações do desenvolvimento da criança.
A tabela 3 traz informações sobre a aquisição ou não aquisição dos principais marcos
motores relacionados com o controle cervical e de tronco, o rolar e engatinhar, e o andar
com e sem apoio.
No desenvolvimento motor, o item mais respondido com “não adquirido”, foi o andar
com ou sem apoio, o que é um marco motor muito importante e pré requisito para ganhos em
outras áreas do desenvolvimento como habilidades de coordenação, habilidades manuais
e manipulativas e destreza visuoespacial. Além de equilíbrio e noção temporo-espacial.
Segundo Fernandes (2008),

O movimento então, ao mesmo tempo em que é um fator de libertação para a


criança, é um fator de formação motora e cognitiva, porque é a forma onde en-
contra artifícios lúdicos para se desenvolver de maneira saudável trabalhando
os aspectos psicomotores, cognitivos e socioafetivos (FERNANDES, 2008).

Com relação às aquisições motoras, pelos dados da tabela 3, verifica-se que mais da
metade das crianças que estiveram em estimulação já tinham adquirido o controle de cabeça
(68,75%), o controle de tronco (62,5%), o rolar (71,88%), e o engatinhar (59,38%). O marco
motor andar sem apoio ainda era necessário para 3 (9,38%) e metade das crianças já con-
seguiam deambular sem apoio. Isso mostra que não houve um atraso referente aos marcos
motores e que aquelas crianças com atraso o tinham em decorrência de condições neuro-
motoras que comprometem esse domínio do desenvolvimento como por exemplo paralisia
cerebral. Ou ainda em decorrência de não estar na idade correta para a aquisição da referida
habilidade, a saber a amostra contava com 7 crianças com idade de 0 a 11 meses. Em tal
idade não se espera que crianças andem sem apoio. Segundo Sangalo e colaboradores,
2022, é importante que se faça o acompanhamento do desenvolvimento motor de prematuros
durante pelo menos o primeiro ano de vida, em especial, aqueles nascidos com menos de
2500g e fazer a vigilância do seu crescimento nesse período, Isso ocorreu com as crianças
inseridas no programa de estimulação precoce sendo relatado.

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Tabela 3. Avaliação inicial do desenvolvimento motor (n=32).

Variáveis Contagem (%)


Controle de cabeça
Sim 22 68,75
Não 7 21,88
Não consta 3 9,38
Controle de Tronco
Sim 20 62,50
Não 9 28,13
Não consta 3 9,38
Rola
Sim 23 71,88
Não 7 21,88
Não consta 2 6,25
Engatinhar
Sim 19 59,38
Não 11 34,38
Não consta 2 6,25
Andar com apoio
Sim 3 9,38
Não 27 84,38
Não consta 2 6,25
Andar sem apoio
Sim 15 46,88
Não 15 46,88
Não consta 2 6,25
Legenda: % - frequência relativa em porcentagem.
Fonte: Dados da pesquisa (2022).

Na tabela 4 constam dados referentes às aquisições cognitivas e de linguagem. Nesse


quesito foi verificado um atraso e um comprometimento da linguagem. Mais da metade das
crianças (53,13%) não apresentavam o que se esperava em termos de evolução da lingua-
gem. Acredita-se que o déficit de linguagem é decorrente dos diagnósticos dessas crianças.
Por exemplo, no transtorno do espectro autista os déficits na comunicação/linguagem são
considerados um requisito para tal condição é uma característica da sua tríade diagnós-
tica (APA, 2014).
Existem estudos que relacionam a prematuridade com maior comprometimento da
cognição e linguagem em crianças nascidas prematuramente, uma vez que estão mais
propensos a exibir atrasos nas referidas áreas. Viana, Andrade e Lopes (2014) investiga-
ram a relação entre desenvolvimento cognitivo e de linguagem em prematuros de 24 a 42
meses de idade cronológica e verificaram uma correlação da idade do desenvolvimento de
linguagem expressiva com as habilidades de linguagem receptiva e cognitiva, e constaram
que houve tendência à significância estatística em todas as habilidades cognitivas (GREENE
et al, 2013; VIANA; ANDRADE; LOPES, 2014). Esse dado foi corroborado com as crianças

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que frequentavam o projeto de estimulação precoce estudado, pois verificou-se o asseme-
lhamento de características. Tais déficits encontrados nas habilidades cognitivas e de lin-
guagem em prematuros ressaltam a necessidade de avaliações criteriosas e padronizadas,
com propósito de detecção precoce dos comprometimentos e para fins de intervenção e
redução de danos ao desenvolvimento e à inclusão.
Outra condição de saúde que afeta a cognição e linguagem é a Síndrome de Down
(SD), com isso é verificado a presença de deficiência intelectual, baixo funcionamento per-
cepto-cognitivo e déficits no comportamento adaptativo (RIHTMAN et al., 2010). No estudo
de Mecca e colaboradores (2015), foram analisadas as habilidades cognitivas de 30 crian-
ças com SD e seus pares de desenvolvimento típico com idades de 3 e 8 anos. Os autores
verificaram que houve diferença estatisticamente significante, onde o grupo com SD obteve
desempenho significativamente inferior à média do grupo controle, o que significou atraso
cognitivo, corroborando assim com os dados da literatura e com os resultados obtidos pelas
crianças que frequentavam o projeto de estimulação precoce.
Quadros de paralisia cerebral (PC) são comumente verificados em programas de es-
timulação precoce, uma vez que o comprometimento motor é evidente desde os primeiros
meses de vida, quando a criança apresenta dificuldade na aquisição dos marcos motores
iniciais como o controle de cabeça. No entanto, nem sempre os aspectos cognitivos são
tão evidentes precocemente para tais crianças, uma vez que muitas podem não ter déficits
cognitivos evidentes. Assim é importante esclarecer que nem sempre há correlação dire-
ta entre o repertório neuromotor e o repertório cognitivo. Os distúrbios cognitivos podem
estar evidenciados quando a criança tem dificuldade em interpretar as informações como
consequência de distúrbios primários, atribuídos à própria paralisia cerebral ou a distúrbios
secundários, como por exemplo quadros de epilepsia (ROSENBAUM et al., 2007). Além de
dificuldades motoras que geram dificuldades na fluência verbal, comunicação não verbal,
da exploração do ambiente e assim impactam e trazem consequência de limitações de
atividades e portanto restringem o aprendizado e o desenvolvimento de novas vivências
sensório-perceptuais e cognitivas (BRASIL, 2014).
Entre 35% e 53% das crianças com paralisia cerebral apresentam problemas de funções
executivas, em especial na capacidade de manter a atenção (PIRILA et al., 2011; STRAUB;
OBRZUT, 2009) e portanto quando se deparam com situações fora da rotina, as quais fre-
quentemente exigem novas estratégias de resolução de problemas (SHALLICE, 2002) terão
problemas para tomada de decisões. Os marcos cognitivos foram verificados nas crianças
assistidas pelo projeto e déficits de cognição e linguagem estavam presentes pois marcos
não haviam sido atingidos para a maioria das crianças no quesito referido.

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No estudo realizado por Mei et al. (2020) com amostra 84 crianças com diagnóstico de
paralisia cerebral, com idades compreendidas de e 4 anos e 11 meses a 6 anos e 6 meses,
foi indicado que 82% das crianças apresentaram uma produção da fala atrasada ou com
alterações (MEI et al., 2020). Neste estudo não foi identificado uma relação direta entre o
atraso da fala com a cognição das crianças que tinham o diagnóstico de PC.

Tabela 4. Avaliação inicial do Desenvolvimento Cognitivo e Linguagem (n=32).

Variáveis Contagem (%)


Percebe sons do ambiente
Sim 27 84,38
Não 1 3,13
Não consta 4 12,50
Responde se chamado pelo nome
Sim 22 68,75
Não 6 18,75
Não consta 4 12,50
Segue o objeto com olhar
Sim 26 81,25
Não 1 3,13
Não consta 5 15,63
Verbaliza
Sim 11 34,38
Não 17 53,13
Não consta 4 12,50
Verbaliza o que quer
Sim 10 31,25
Não 18 56,25
Não consta 4 12,50
Fórmula Frases
Sim 10 31,25
Não 18 56,25
Não consta 4 12,50
Nomeia Pessoas
Sim 10 31,25
Não 18 56,25
Não consta 4 12,50
Nomeia Objetos
Sim 11 34,38
Não 17 53,13
Não consta 4 12,50
Utiliza Gestos
Sim 18 56,25
Não 10 31,25
Não consta 4 12,50
Legenda: % - frequência relativa em porcentagem.
Fonte: Dados da Pesquisa (2022).

Cabe ressaltar, que o atraso na linguagem também interfere em várias áreas do desen-
volvimento e das competências ocupações da criança. No entanto, esse relato de experiência
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não investigou necessariamente esse impacto uma vez que não foi realizada, até o momento,
nenhuma correlação dessas variáveis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estimulação precoce se apresentou como uma importante ferramenta utilizada pelos


profissionais de saúde durante os primeiros anos de vida das crianças nascidas prematu-
ramente ou que possuem algum tipo de atraso ou déficit do desenvolvimento, uma vez que
esta prática ocorre de maneira precoce, voltada às necessidades individuais de cada bebê
com plano terapêutico individualizado, em busca da evolução de seu desenvolvimento.
Consequentemente, este processo também irá favorecer a interação entre mãe e bebê, pois
os pais/cuidadores são incluídos como fundamentais na intervenção. Foi possível identificar
atrasos no desenvolvimento, especialmente no que se refere a área percepto-cognitiva e de
linguagem/comunicação, realizar ações de prevenção de desabilidades, intervenções em
vários domínios do desenvolvimento e consequentemente melhorar os resultados desen-
volvimentais de crianças atendidas. Assim como abordagens centradas nas necessidades
da família,uma vez que forma dados constantes orientações aos cuidadores.
Os discentes extensionistas foram instigados durante todo o projeto a utilizar do racio-
cínio clínico e do brincar no processo de avaliação e intervenção, sempre embasadas em
pressupostos referendados no modelo da prática centrada na família e no cliente, na prática
baseada em evidência e nas diretrizes sobre saúde pública do Sistema Único de Saúde,
pautando suas práticas na integralidade aos cuidados. Pretendeu-se, como esse projeto,
prevenir futuras desabilidades adaptativas no desenvolvimento infantil.

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