Elementos de Máquina 2 - Correntes e Correias

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Elementos de Máquinas 2

Prof. Jorge Neto


Jorgesouzanetto@gmail.com
Programação da Disciplina

 12 datas até o final do primeiro semestre.


 Tópicos:
 Mancais de Rolamento
 Parafusos e rebites
 Transmissões por correias e polias
 Freios e Embreagens
 Engrenagens de dentes retos
 Engrenagens helicoidais, Engrenagens Cônicas, Parafuso e coroa sem fim
 Molas de compressão, Molas de Extensão, Molas de torção e Molas Belleville
 Soldagem
Transmissões por correias e polias

INTRODUÇÃO:
As correias, juntamente com as polias são um dos meios mais antigos de transmissão de movimento. É
um elemento flexível, normalmente utilizado para transmissão de potência entre dois eixos.
Transmissões por correias e correntes

A maneira de transmissão de potência se dá por meio do atrito que pode ser simples, quando existe
somente uma polia motora e uma polia movida ou múltipla , quando existem polias intermediárias com
diâmetros diferentes (escalonada).

A transmissão pode ser afetada por alguns fatores, dentre os principais a falta de atrito, pois quando
em serviço, a correia pode deslizar e portanto não transmitir integralmente a potência.
Transmissões por correias e correntes

Aplicação:
CARACTERÍSTICAS:
Podem transmitir grande quantidade de energia.

• Uma das formas mais utilizadas em sistemas de transmissão de potencia.


• Possuem custos relativamente baixos.
• Tendem a proteger a unidade motora.
• Possuem rendimento entre 0,96 a 0,98, pois podem apresentar escorregamentos.
• Potência elevada (2000 CV) e rotações médias e altas até 18.000 rpm, com relação de transmissão de até 1:6*;

Vantagens:

• Flexíveis e elásticas: adequadas para grandes distâncias entre centros dos eixos (paralelos ou reversos), com menor
custo de montagem e manutenção;
• Melhor posicionamento entre os elementos motrizes e as máquinas;
• Simplificação do projeto e menor custo (instalação e manutenção);
• Absorção de carga de impacto;
• Amortecimento e isolamento de vibrações. (Transmissão mais silenciosa e vida útil do equipamento).
Desvantagens (Niemann, vol. III) :
• Capacidade de transmissão de potência limitada pelo m e pela pressão de contato entre a correia e a polia (exceto
correias sincronizadoras);
• Grandes dimensões;
• Escorregamento de a 1 a 2% (melhorada com aplicação correta de pré-tensão, para correias com seção plana e
redonda) e efeitos do creep;

Tipos de Correias

De entre os diversos tipos de correias, as mais comuns são as planas, as trapezoidais (ou em “V”) e as dentadas (ou
síncronas). Existem ainda as correias redondas. As figuras 1 a 4 ilustram estes tipos de correias para transmissão de
movimento. As correias trapezoidais são, sem dúvida, as mais frequentes .
As correias são utilizadas para transmitir potência entre veios paralelos e, embora não tão frequente, podem também
ser usadas para casos de veios não complanares, situados a grandes distâncias.
Evolução das Correias:

No início da era industrial, as correias planas eram extensivamente usadas. Podemos verificar este fato observando
em fotografias de antigas linhas de produção, nas quais um único eixo transmitia movimentos, via correias planas,
para vários dispositivos ao longo da linha. O material dessas primeiras correias era quase sempre o couro.
Por volta da década de 1930, as correias em V e trapezoidais passaram a substituir as planas na maioria dos
acionamentos. A vantagem básica consite no efeito de que a cunha da correia na polia multiplica o coeficiente de
atrito pelo inverso do seno do ângulo de inclinação da face lateral. O resultado é um significativo ganho de
capacidade, proporcionando conjuntos mais compactos, com menor nível de ruído se comparado com as correias
planas .
Entretanto, as correias em V e trapezoidais não têm só vantagens. Há também, em relação às planas, alguns aspectos
negativos que, evidentemente, não chegam a comprometer o uso na maioria dos casos.
Algumas desvantagens:

Correias trapezoidais são quase sempre fornecidas em comprimentos padronizados. O material das correias planas
pode ser fornecido em rolos e elas podem ser fabricadas no local em qualquer comprimento. Alinhamento das polias
é mais crítico no caso de correias trapezoidais. Entre outros.
Constituição das Correias
As primeiras correias planas industriais eram constituídas quase exclusivamente em couro (couro-tanino e couro-
cromo). Atualmente, as correias planas podem ser reforçadas interiormente com materiais sintéticos (e.g. nylon) e
com superfícies de elevada aderência (superfície em borracha rígida).
As correias trapezoidais são constituídas por uma alma em borracha flexível com boa aderência e resistência ao
desgaste. No interior estas correias podem incluir algodão, fibras sintéticas e cabos de aço.
As correias dentadas incluem um núcleo metálico no interior (armação) constituído por cabos de aço. O revestimento
é feito por vulonlan, superploliamida ou neoprene.

O tipo de correia a usar depende de vários fatores, tais como a necessidade de manter a relação de transmissão
rigorosamente constante. Com correias dentadas conseguem-se relações de transmissão constantes, ao passo que com
correias planas e trapezoidais a relação de transmissão pode não ser mantida rigorosamente constante, devido ao
escorregamento.
Montagem de Correias
Os sistemas de transmissão por correias podem ser abertos ou cruzados, tal como se ilustra na figura
abaixo .
Correias planas
É o tipo de correia mais simples, e com menor custo.
Indicações:
- velocidades de operação elevada, com baixa transmissão de torque.
- Em serviço, não há transmissão integral da potência (escorregamento);
- Velocidades médias: 4000 ft/min (20,3 m/s)
- Velocidades muito baixas: deve-se aumentar a largura da correia (prejudicao alinhamento entre eixos e polias (eleva
o envelope de trabalho, dimensionamento do eixo e capacidade de carga do mancal).
- Velocidade muito altas: forças dinâmicas (“chicoteamento”) reduz a estabilidade da transmissão e a vida útil da
correia.

Aplicações: transportadoras têxteis, máquinas de fabricação de papéis,


transporte e processamento de materiais, indústria alimentícia.
DIN 111 – a superfície da polia pode ser plana ou abaulada.

• Plana – melhor conservação da correia;


• Abaulada – melhor guia das correias.
• Faixa de potência – 0,5 a 300 CV

* Velocidades da correia acima de 25 m/s deve-se balancear o sistema;

Correias planas podem ser utilizadas em árvores paralelas ou reversas. Já a correia em v somente em
árvores paralelas.
Correias em “V” e Poli-V
Similares às correias planas, com coeficiente de atrito aumentado devido à ação da cunha nas nervuras (cordonéis
girem no diâmetro externo da polia). Ângulo da correia = 36° (padrão).
• Praticamente não há deslizamento (cordonéis laterais estão sujeitos às maiores tensões, pela variação da
tensão);
• Menor distância entre centros;
• Pressão nos flancos triplicada (efeito de cunha), em relação à correia plana;
• Menor carga sobre os mancais;
• Polias com canais múltiplos: 1,2, 3, 4, 5, 6, 8 e 10 (Ideal 5 correias).

Correias em “V” tem seções padronizadas e as potências estão tabeladas em função destas seções, do tipo de
serviço, velocidade e diâmetro da polia.

Aplicações: compressores, peneiras e separadores, transportadores, bombas e veículos automotivos


(alternadores).
Transmissões por correias e correntes

A designação e perfil geralmente são feitas por letras que representa o formato (Letras de A até E) e por um número
que é o perímetro médio da correia em polegadas. De acordo com cada fabricante!
Correias dentadas

• Eficiência de 97 a 99%;
• Mais leve (¯ força centrífuga) e melhor resistência ao cisalhamento;
• Dimensionamento similar ao de correias em “V”;
• Perfis parabólicos*, em casos especiais (similar a engrenagens helicoidais).

Aplicações: veículos (eixo virabrequim com o eixo de comando de válvula), transportadoras, bombas
de poço de petróleo, máquinas de impressão, moinhos, trocadores de calor.
Correias dentadas (Timing belt)

Uma correia sincrinizadora é fabricada de um tecido emborrachado revestido de tecido de náilon, que possui
fios de aço internamente para a aguentar a carga de tração. Ela possui, dentes que se encaixam em ranhuras
cortadas na periferia das polias. Uma correia sincronizadora não se alonga apreciavelmente nem desliza e,
consequentemente, transmite potência a uma razão de velocidade angular constante.
Velocidade de transmissão sem deslizamento (razão constante de rotação);
• Não necessita de tensionamento inicial (Mínima pré-carga, somente para impedir o salto do dente, em
momentos de início e parada);
• Altos torques e potências, com velocidades lineares de até 81 m/s (293 km/h);
• Custo mais elevado
• Flutuações dinâmicas devido ao engrenamento.
DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO

Padronização
As correias industriais trapezoidais são fabricadas basicamente com dois conjuntos de perfis: o perfil Hi-
Power (A, B, C, D e E) e o perfil PW (3V, 5V e 8 V). Alguns fabricantes de correias oferecem softwares
próprios e gráficos onde o processo de seleção fica bastante simples e rápido.
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
DIMENSIONAMENTO DAS TRANSMISSÕES:
Dados necessários:
• Tipo de acionamento,
• Potencia de acionamento (motor)
• Rotação (motor)
• Tipo de equipamento acionado
• Rotação do equipamento acionado
• Distancia entre centros
• Regime de operação
Transmissões por correias e correntes
Análise Geométrica
Nomenclatura Básica

A figura abaixo diz respeito ao tipo mais importante de geometria de uma transmissão por correias, ou
seja, uma correia aberta. As transmissões cruzadas, sendo menos frequentes, são apenas utilizadas com
correias planas e têm como objetivo inverter o sentido de rotação entre os veios motor e movido.
De seguida apresenta-se a nomenclatura relativa à correia aberta representada na figura 8:

d – Diâmetro da polia motora [mm]


D – Diâmetro da polia movida [mm]
n – Velocidade angular da polia motora [rpm]
N – Velocidade angular da polia movida [rpm]
q1 – Ângulo de contacto na polia motora [rad]
q2 – Ângulo de contacto na polia movida [rad]
v – Velocidade linear da correia [m/s]
C – Distância entre eixos [mm]
b – Ângulo entre os ramos da correia e a linha de eixos [rad]
C=Distância entre centros (m ou mm)
Comprimentos padrões:
Para determinar o comprimento das correias (L) é necessário conhecer previamente a distância entre os
centros (C). Caso esta seja desconhecida a seguinte relação pode ser utilizada:
Transmissões por correias e correntes
Equação de deslizamento
A tração inicial ou estática é mantida: ajustes periódicos na correia: Movendo-se as polias para um
afastamento maior ou por processo automático de tensionamento.

Grandezas envolvidas:
Considerando um elemento infinitesimal dL=dq e as hipóteses:
✓ A polia atuará sobre este segmento com uma força normal dN.
✓ Com o escorregamento iminente, a força de atrito será dFm, atuando em um sentido oposto àquele
de tração;
✓ Aumentado gradualmente a força (P), em torno da polia passando de F2 para F1, a força sobre a
extremidade do lado tenso será P + DP.
Equação de deslizamento estático

Para velocidades lineares mais elevadas, acelerações centrípetas da massa da correia em torno da polia, geram uma
tração na correia induzida pela força centrífuga (inércia), que deve ser incluída no DCL, do segmento de correia,
para derivar a equação de deslizamento. Assim:
Parâmetros para dimensionamento de correias
Transmissões por correias e correntes
TENSÃO NAS CORREIAS
A tensão nas correias deve ser ajustada de acordo com o manual da máquina ou do fabricante das
correias. Na falta destes usa-se o processo que indica a deflexão (Df) da correia de acordo com a força
aplicada (F), tipo de correia, distância entre centros (C).
Correias Planas
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Exercício 1
Transmissões por correias e correntes
Dimensionamento de correias em “V”
Potência transmissível
Transmissões por correias e correntes
Estimativa da vida da correia (ciclos)
Tensões atuantes na correia
Equações que definem as tensões médias e alternadas do cordonel lateral baseadas nas equações de
equilíbrio:
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Transmissões por correias e correntes
Exemplo de cálculo de correias em “V” (Catálogo Goodyear)
• Dimensionar uma transmissão por correias “V” considerando as seguintes informações:
✓ Acionador: Motor elétrico de 30 HP, rotação de 1170 rpm.
✓ Acionado: rotação de operação: 280 rpm.
✓Regime de trabalho: Contínuo
✓Distância entre centros (a): mínima de 914 mm e máxima 1270
mm
Transmissões por correias e correntes

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