Exame Fisico Completo
Exame Fisico Completo
Exame Fisico Completo
SEMIOLOGIA 2017/2
Morgana Trojahn
EXAME FÍSICO
O Exame físico apresenta como técnicas básicas a inspeção, palpação, percussão e ausculta,
que envolvem os sentidos humanos.
Inspeção: usa o sentido da visão para analisar a superfície corporal e as partes acessíveis das
cavidades, podendo ser panorâmica ou localizada. A luz deve estar boa e instrumentos como
lupas e lanternas podem ser utilizados para melhorar o campo de visão. Alguns aspectos que
podem ser visualizados com a inspeção são: marcha, fáscies, biótipo, pele e mucosas
(palidez, icterícia, cianosa), estado nutricional e de hidratação, nível de Consciência
(atenção, orientação e memória), afetividade, humor e condições emocionais e padrão
respiratório (eupneico ou dispneico).
• Ausculta: consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo que em geral são canalizados
através de um estetoscópio para serem avaliados.
Coma grau III: perda de consciência completa do paciente, que não responde à
nenhuma solicitação externa.
Coma grau IV: grau III com comprometimento dos sinais vitais, como parada
respiratória, sendo mantida a ventilação por respiradores artificiais. Esse caso é
chamado de morte cerebral e o paciente pode doar seus órgãos.
4. Avaliação do estado de hidratação: os parâmetros para analisar esse estado são alterações
bruscas de peso, alterações da pele e mucosas, fontanelas em crianças, alterações oculares e
estado geral do paciente.
5. Altura: a mensuração é comparada com uma tabela que relaciona idade, sexo e altura para
identificar distúrbios de desenvolvimento físico em caso de desproporção. Outras medidas
antropométricas relacionadas com a altura são:
Envergadura: distância entre os extremos membros superiores com abdução de 90°
Distância pubovértice: distância entre a sínfise pubiana e o ponto alto da cabeça
Distância puboplantar: distância entre a sínfise pubiana e a planta dos pés
6. Peso: a mensuração é comparada com a idade e o sexo e também deve ser analisado pela
proporcionalidade. Essa análise é feita pelo IMC (índice de massa corpórea) que calcula o
peso dividido pela altura elevada ao quadrado.
Peso ideal
Peso máximo normal: 5 a 10% acima do ideal
Peso mínimo normal: 5 a 10% abaixo do ideal
8. Variações de peso:
Magreza: redução de 15% dos valores ponderais padronizados que pode ser
constitucional (traço genético) ou patológica (diabetes, desnutrição,
hipertireoidismo e outros)
9. Avaliação do estado de desnutrição: deve ser avaliado por parâmetros como peso,
musculatura, panículo adiposo, desenvolvimento físico, estado geral, pele, pelos e olhos.
Hiponutrição/desnutrição: peso está abaixo dos valores mínimos normais e
panículo adiposo é escasso. A falta de proteínas altera a pele e os pelos e a falta de
vitamina A está relacionada com problemas de visão, como sequidão da conjuntiva
bulbar, fotofobia e perda de reflexo à luz. Existe o 1º (10%), o 2º(25%) e o 3º(40%)
grau de desnutrição.
Deficiência calórico-proteica: pode ser por kwashiorkor (predominantemente
proteica), marasmo (falta proteínas e calorias) ou inespecífica (famintos e
desnutridos).
11. Fácies: conjunto de dados exibidos na face do paciente, resultando traços anatômicos e
expressões fisionômicas. Algumas doenças apresentam traços característicos no rosto,
podendo ser importantes para o diagnóstico. Os principais tipos são:
Fácies normal ou atípica: sem variações que
caracterizem uma patologia
Fácies hipocrática: olhos fundos, parados e
inexpressivos; nariz afilado e com batimentos das asas
nasais; lábios delgados e cianóticos; suor excessivo;
palidez.
Fácies renal: edema ao redor dos olhos; palidez cutânea.
Fácies leonina: pele espessa e com lepromas; ausência de supercílios; lábios grossos;
aparecimento de nódulos nas bochechas. (Cara de leão)
Fácies adenoidiana: nariz pequeno e afilado; boca sempre entreaberta. Acontece na
hipertrofia das adenoides (problemas de respiração)
Fácies parkinsoniana: cabeça para frente; olhar fixo; supercílios elevados.
Fácies basedowiana: exoftalmia (olhos salientes); aspecto de espanto; presença do
bócio. Acontece no hipertireoidismo
Fácies mixedematosa: rosto arredondado; nariz e lábios grossos; pele seca e com
sulcos; desânimo e apatia. Acontece no hipotireoidismo ou mixedema.
Fácies acromegálica: saliência das arcadas supra-orbitárias, proeminência das maçãs
do rosto e aumento da maxilar inferior, nariz, lábios e orelhas, tornando os olhos
relativamente pequenos.
12. Atitude e decúbito preferido no leito: algumas posições são conscientemente procuradas
pelo paciente (voluntárias) e outras independem de sua vontade ou são resultantes de
estímulos cerebrais (involuntárias).
Atitudes voluntárias: ortopnéica (melhorar respiração), genupeitoral (enchimento
do coração em derrames), cócoras (alívio da hipóxia causada em cardiopatias),
atitude parkinsoniana e atitude em decúbito lateral (alívio de dor pleurítica), dorsal
(alívio da dor em inflamações pelvi-peritoniais) e ventral (cólica intestinal).
Atitudes involuntárias: atitude passiva, ortótona (tronco e membros rígidos),
opistótona (contratura lombar – tétano e meningite), emprostótona (concavidade
voltara para diante – tétano, meningite e raiva), pleurostótona (corpo se curva
lateralmente – tétano e meningite), posição em gatilho (hiperextensçao da cabeça e
encurvamento do tronco – irritação meníngea) e torcicolo.
13. Mucosas: as mucosas conjuntivais, labiobucal, lingual e gengival podem ser examinadas por
inspeção para análise de coloração, umidade e presença de lesões.
16. Temperatura corporal: a temperatura corporal é verificada de forma oral, retal, timpânica,
arterial pulmonar, esofácica, nasofaringiana e vesical. As regiões podem apresentar
diferentes temperaturas normais e a mensuração é afetada pela umidade e pela presença
de pelos.
Início:
• Súbito
• Gradual
Intensidade
• Febrícula : até 37,5 °C
• Febre moderada: de 37,5°C até 38,5°C
• Febre alta/elevada: acima de 38,5°C
Duração
• Indeterminada: menos de duas semanas
• Prolongada: mais de duas semanas
Evolução:
• Febre contínua : temperatura alta permanece constante durante o dia (existem pequenas
variações de menos de 1° C por dia). Comum em infecções do trato urinário, pneumonia,
tuberculose e febre tifóide.
• Febre remitente: febre em que a temperatura oscila mais que 1°C por dia. Isso acontece em
endocardite infecciosa.
• Febre irregular/séptica: intercalação entre picos muito altos e baixos de temperatura
• Febre intermitente: febre interrompida por um período de temperatura normal
• Febre recorrente/ondulante: febre vai e volta no organismo em questão de dias ou semanas.
Esse processo é característico de pessoas com problemas no sistema imunológico.
Término
• Crise: desaparece subitamente
• Lise: desaparece gradualmente.
17. Postura ou atitude na posição de pé: A postura do paciente pode ser caracterizada em boa,
sofrível e má postura. Também são analisadas as afecções da coluna que acompanham a
alteração na postura, como cifose, lordose e escoliose.
19. Marcha: analisada no exame neurológico, a marcha é o modo de andar do paciente. Ela
pode apresentar alterações individuais ou patológicas.
• Helicópode, ceifante ou hemiplégica: membro inferior é espástico e joelho não funciona
adequadamente, fazendo o paciente formar semicírculos em cada passo. Comum em
pacientes com acidente vascular cerebral.
• Marcha anserina ou de pato: lordose lombar e afastamento das pernas. Comum na gravidez
• Marcha parkinsoniana: marcha enrijecida e passos curtos e rápidos. Comum em portadores
da doença de Parkinson.
• Marcha cerebelar ou do ébrio: pés separados e paciente ziguezagueia como bêbado.
Comum em portadores de lesões do cerebelo.
• Marcha tabética: paciente com olhar fixo no chão e com calcanhares batendo abruptamente
no chão. Comum em pessoas om perda de sensibilidade proprioceptiva (lesão medular).
• Marcha de pequenos passos: passos curtos. Comum em paralisia pseudobulbar
• Marcha vestibular ou em estrela: lateropulsão quando o paciente anda. Comum em
pacientes com lesão vestibular
• Marcha escarvante: paciente toca o chão com a ponta do pé e tropeça e por isso, levanta
acentuadamente o membro inferior, lembrando o ‘’passo de ganso’’. Comum em paralisia
dos movimentos de flexão dorsal do pé.
• Marcha claudicante: paciente manca. Ocorre na insuficiência arterial periférica.
• Marcha em tesoura ou espástica: membros inferiores enrijecidos se cruzam um na frente
do outro, lembrando uma tesoura.
SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são os aspectos analisados pelo examinador que indicam a funcionalidade
básica do organismo.
1. Temperatura corporal: indica equilíbrio entre produção e perda de calor pelo organismo.
2. Pressão arterial: Força exercida pelo sangue contra a parede das artérias, por sua força
elástica, sobre o sangue composta pro pressão sistólica e pressão diastólica. O método
usando o esfigmomanômetro é posicionar o garrote acima da área a ser analisada
(geralmente membro superior – artéria braqual). Então, o manguito é inflado até o
desaparecimento do pulso radial (acrescentar 30 mmHg) e depois aberto para a ausculta. A
pressão arterial ideal é de 12-8 mmHg.
Fases de Korotkoff:
• I. Aparecimento de sons, PA sistólica.
• II. Batimentos com sopros.
• III. Sopro desaparece, batimentos mais audíveis.
• IV. Abafamento dos sons.
• V. Desaparecimento dos sons, PA diastólica.
3. Frequência cardíaca (pulso): A frequência cardíaca indica a quantidade de vezes que o coração
bate por minuto e o seu valor normal, em adultos, varia entre 60 e 100 bpm. Porém, ela variar com a
idade, se a pessoa faz alguma atividade física ou se possui alguma doença cardíaca. Ela pode ser
mensurada com os dedos indicador e médio posicionados em algum pulso (geralmente o radial) e os
batimentos são contados por 1 minuto.
Quanto aos cabelos, é analisado tipo de implantação, distribuição, quantidade coloração, brilho,
espessura e consistência. Nos pelos esses aspectos também são os principais para inspeção.
Destaca-se o hirsutismo (pelos mais longos, duros e espessos em lugares comuns) e hipertricose
(pilosidade excessiva em lugares incomuns). Ainda nos fâneros, são examinadas as unhas quanto ao
ângulo de implantação, formato, espessura, superfície, consistência, brilho e coloração.
As lesões elementares ou eflorescências são modificações no tegumento que podem ter causa
física, química, imunológica, ou animada que são induzidas por mecanismos neoplásicos,
degenerativos, circulatórios e outros. Em 1808, Robert William agrupou essas lesões em oito itens:
pápula, escama, exantema, bolha, pústula, vesícula, tubérculo e mácula. Já Schulmann classificou as
alterações no seguinte sistema:
1. Alterações de cor:
Mancha/mácula: alterações sem relevo ou depressão, se apresentando no mesmo plano da
pele normal.
Manchas pigmentares: melanina e outras substâncias em desordem no organismo podem
provocar alterações na coloração da pele.
Mancha hipocrômica: diminuição da cor da pele pela redução das quantidades de
melanina.
Mancha acrômica: a ausência de melanina provoca a perda completa da cor da pele em
determinada região, criando um contraste com o tom natural. Típica nos casos de
vitiligo.
Mancha hipercrômica: excesso de melanina provoca tons mais escuros que o tom
natural da pele. Presente no melasma.
Pigmentos endógenos: substâncias produzidas pelo organismo alteram a coloração da
pele, como acontece com o excesso de bilirrubina (distúrbios de sua metabolização
causam aspecto amarelado)
Pigmentos exógenos: substâncias como o caroteno (coloração alaranjada), clofazimina
(coloração cinza) e tinta de tatuagens alteram a cor da pele.
Leucodermia: manchas brancas pela diminuição ou ausência da melanina.
4. Coleções líquidas: eflorescências que apresentam conteúdo líquido, podendo ele ser seroso,
sangue ou pus.
Vesícula: elemento circunscrito de pequenas dimensões, com conteúdo seroso citrino,
causando elevação da pele. Pode ser formada por espongiose (edema intercelular na
camada de Malpighi - eczemas) ou por balonização (degeneração intracelular malpighiana –
viroses) . O conteúdo é claro e pode ser tornar turvo (pus) ou rubro (sangue).
Bolha/flictena: elemento líquido seroso de dimensões bem maiores que a vesícula, com
saliência em abóboda.
Pústula: elemento de conteúdo purulento com dimensões variáveis. Podem ser foliculares
(foliculite) ou interfoliculares (impetigo). Comum em acne.
Abscesso: acúmulo de pus em tecidos. São sintomas associados: rubor, calor, edema e dor
local.
Hematoma: acúmulo de sangue em um tecido com tamanhos variados. É diferente da
equimose por haver alteração de espessura.
5. Alterações de espessura
Queratose/ceratose: espessamento superficial da pele pelo aumento da camada córnea,
dando aspecto áspero e amarelado ou esbranquiçada. Comum em cotovelo, joelho, região
palmar e plantar.
Liquenificação: espessamento da pele com acentuação de sulcos e da coloração pelo
aumento da camada córnea e camada malpiguiana. Aspecto quadriculado. Trauma repetido
pela coceira
Edema: espessamento das camadas da hipoderme até a derme pelo extravasamento de
plasma. Coloração rósea. Depressível.
Esclerose: alteração na espessura pelo aumento da consistência da pele, tornando-se
lardácea ou coriácea (‘’endurecimento da pele’’ – aspecto de couro de sapato). Acontece
pela fibrose do colágeno.
Infiltração: espessamento e aumento da consistência da pele decorrentes do aumento de
número de células (origem tumoral ou inflamatórias) . Comum da hanseníase
Atrofia: redução da espessura da pele pela queda da quantidade ou do volume de seus
constituintes. Pele fina.
EXAME DA CABEÇA
Exame físico
1. Inspeção geral: simetria, fácies, mímica, presença de lesões ou cicatrizes, pele e pelos.
2. Palpação: analisar implantação e distribuição do couro cabeludo, abaulamentos, pontos
dolorosos ou deformidades no crânio e ossos da face.
3. Exames neurológicos dos pares cranianos
4. Palpação de linfonodos: occipitais, auriculares posteriores, auriculares anteriores, tonsilares
(amigdalianos), submandibulares, submentonianos, cervicais anteriores, cervicais
posteriores, cervicais profundos (inclinar cabeça do paciente e ‘’empurrar’’ o
esternocleidomastoideo) e supraclaviculares. Essa palpação permite a junção entre os
exames físicos de cabeça e pescoço.
‘’Linfonodos móveis, indolores, elásticos com temperatura de pele normal, superfície lisa e
bordas regulares’’
EXAME DA TIREOIDE
Exame físico:
Exame físico
‘’ Sobrancelhas simétricas e com presença adequada de pelos, cílios com implantação normal, olhos
simétricos, pregas do epicanto normais, conjuntiva hidratada e corada e pupilas isocóricas e
centrais’’.
3. Reflexo pupilar: com uma iluminação uniforme, faz-se incidir um feixe luminoso sobre um
olho para observar o movimento da pupila (reflexo fotomotor direto). Vedando a visão entre
eles (colocar a mão no nariz do paciente), pode ser analisado o reflexo fotomotor indireto
/consensual pela incidência de luz em um olho e observação do movimento no outro.
‘’Reflexo pupilar direto e consensual normais e reação a aproximação de objetos normal’’
4. Exame de campimetria (campo visual): estudo da visão central e periférica. O médico pede
que o paciente olhe fixamente em seus olhos e responda aos movimentos (mexendo ou
parado) das mãos do médico, que deve fazer o teste com ambos os olhos e com um olho de
cada vez.
‘’Campos visuais preservados’’
5. Movimentação ocular: pedir para o paciente acompanhar a ponta do dedo só com os olhos
(pescoço fixo) e fazer a bandeira inglesa ou um H e a convergência (aproximar dedo à ponta
do nariz do paciente)
‘’Movimentos extraoculares normais’’
Otalgia
Otorreia: saída de líquidos do ouvido
Otorragia
Prurido
Distúrbios da audição (disacusias): pouca perda (hipoacusia), muita perda (surdez) ou perda
total (anacusia)
Zumbidos
Vertigem
Otite interna
Otite externa: confirmada com o sinal de Tragus (dor na manipulação)
4. Teste de Weber: vibrar o diapasão e posicioná-lo no vértice do crânio para identificar uma
surdez unilateral pela lateralização do som. Pergunta-se ao paciente se ele escuta o som
igualmente nos dois ouvidos. Se weber for positivo, a surdez perceptiva vai aumentar o som
da vibração do lado saudável e a surdez condutiva vai aumentar do lado comprometido.
‘’Weber negativo’’ (escuta igual dos dois lados)
Dor
Espirro
Epistaxe: sangramento nasal
Rinorreia: corrimento nasal
Alterações de olfato: diminuição (hiposmia), perda total (anosmia), aumento (hiperosmia),
sensação de cheiros ruins (cacosmia) e interpretação errada de cheiros (parosmia)
Obstrução nasal
Ronco
Dispneia
Alterações na fonação
Exame físico
Exame físico
1. Inspeção:
Lábios: simetria, coloração, erupções, deformidades e movimento (n. VII)
Gengivas: sangramentos, gengivite e tumefações
Dentes: cáries, falhas e conservação
Língua: formato, cor, tamanho, papilas, lesões, freio e movimento (n. XII)
Palatos duro e mole: formato, lesões, erupções e movimento (n. IX – AAA)
Úvula: formato e movimento (AAAA)
Assoalho bucal
Amigdalas: tamanho, coloração e secreções
Dor
Tosse
Expectoração
Hemoptise: eliminação de sangue pela
boca através da glote
Vômica: eliminação de pus e outros
líquidos pela boca através da glote
Sibilância: chiado ou chieira
predominante na fase expiratória
causada pela redução do calibre da
árvore brônquica
Rouquidão/disfonia: alteração na
dinâmica das cordas vocais
Cornagem: dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias respiratórias superiores,
se manifestando com ruídos e tiragem
Dispneia: dificuldade para respirar causada por fatores atmosféricos, obstrutivos,
parenquimatosos, toracopulmonares, diafragmáticos, pleurais, cardíacos e teciduais
Eupneia: respiração normal. Frequência respiratória entre 16 a 20 rpm
Platipnéia: dispneia na posição ortostática. Pericardite
Ortopnéia: dispneia na posição deitado. Congetão pulmonar, IC esquerda
Trepopnéia: dispneia em decúbito lateral. Derrame pleural
Dispnéia paroxística noturna: sensação de falta de ar que interrompe o sono
Exame físico
Tiragem: depressão dos espaços intercostais durante a inspiração que pode ser unilateral
(oclusão de brônquio) ou bilateral (oclusão acima da bifurcação traqueal)
Sinal de Lemos-Torres: abaulamentos dos últimos espaços intercostais na expiração. Comum
em pequenos derrames pleurais
Sinal de Ramond: contração da musculatura paravertebral torácica. Indica
comprometimento pleural
Respiração de Cheyne-Stokes: fase de apneia segida de incursões inspiratórias cada vez mais
profundas até atingir um máximo para descer até uma pausa. Comum em insuficiência
cardíaca, hipertensão intracraniana, traumatismos e acidentes vasculares cerebrais.
Respiração de Biot: fase de apnéia seguida de movimentos inspiratórios e expiratóros
anárquicos. As causas são as mesmas que a respiração de Cheyne-Stokes
Respiração de Kussmaul: inspirações ruidosas, apneia em inspiração, expirações ruidosas e
apneia em expiração. Causada pela acidose metabólica diabética
Respiração suspirosa: movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de
expiração breve e rápida ou inspirações/’’suspiros’’ em meio ao movimento respiratório
normal. Relacionado com tensão emocional e ansiedade.
5. Ausculta: o examinador deve pedir que o paciente respire fundo com a boca entreaberta
cada vez que mudar o estetoscópio de lugar. A ausculta começa na região posterior,
passando para a lateral e depois face anterior e é feita de maneira simétrica, comparando
os dois hemitórax.
Posterior: ausculta de murmúrios vesiculares na periferia dos pulmões, contando
6 pontos posteriores e 4 pontos axilares. Também é feita a ausculta da voz falada
(ausculta vocal) no ápice, centro e base do pulmão e na região axilar enquanto o
paciente fala o nome da mãe ou outra informação que o examinador não saiba. A
pectoriloquia fônica é quando o examinador identifica o som, a pectoriloquia
afônica é quando esse som é identificado no cochicho e broncofonia é a
identificação parcial do som.
Pleurite: inflamação dos folhetos pleurais causados por tuberculose, viroses, neoplasias,
pneumonia e outros que pode ser aguda (atrito pleural) ou crônica (murmúrios
vesiculares diminuídos). Ambas as formas apresentam submacicez, expansibilidade
diminuída e frêmito toracovocal diminuído.
EXAME CARDIOVASCULAR
Dor
Palpitações: percepções incômoda dos batimentos cardíacos
Dispneia
Tosse e expectoração
Sibilância, chieira ou chiado
Hemoptise
Síncope e lipotimia (desmaio)
Alterações de sono
Cianose
Edema
Astenia
Exame físico
2. Palpação:
Ictus cordis: palpação para identificar seu tamanho (em polpas digitais). Feita com
manobra facilitadora em decúbito lateral esquerdo com braço esquerdo atrás da
cabeça (manobra de Pachon)
Bulhas
Frêmito cardiovascular: verificar localização, intensidade e situação no ciclo
cardíaco
Pulsações carotídeas
Pulsação na fúrcula
Pulso: calcular frequência cardíaca
Ordenha jugular: verificação do pulso venoso feita na veia jugular interna (ângulo
reto com o átrio direito) ou pela veia jugular externa (fácil acesso). O paciente
deve estar deitado em decúbito dorsal, com a cabeceira da cama elevada à 45
graus. Faz-se uma compressão da veia com os dois dedos indicadores, retirando o
sangue daquela área do vaso. O dedo ‘’de baixo’’ é solto para analisar se existe
retorno de sangue venoso para a cabeça (indicando obstruções ou deficiências
valvares e insuficiência cardíaca). Faz-se novamente a ordenha e o dedo ‘’de
cima’’ é retirado para conferir que o sangue continua no fluxo correto.
3. Ausculta
Carótidas: pedir para o paciente prender
a respiração e auscultar com a
campânula
Pulsação na fúrcula: pedir para o
paciente prender a respiração
Pulsos periféricos: pulsação radial,
braquial, femoral, poplítea, tibial
posterior ou pediosa.
‘’ Pulsos palpáveis, simétricos, com ritmo
regular e ondas normais.’’
Focos de ausculta:
Foco aórtico: 2º espaço intercostal direito na região justaesternal
Foco pulmonar: 2º espaço intercostal esquerdo na região justaesternal.
Melhor área para percepção de desdobramentos fisiológicos e patológicos
Foco aórtico acessório: 3º espaço intercostal esquerdo região justaesternal
Foco tricúspide: base do apêndice xifoide, lado esquerdo. Pode ser
auscultado com campânula e com diafragma.
Foco mitral: entre 4º e 5º espaço intercostal esquerdo, corresponde ao ictus
cordis. Melhor área para percepção de alteração das bulhas, estalidos e
sopros. É auscultado com o diafragma em decúbito dorsal em 30° e com a
campânula em decúbito lateral e sentado.
Bulhas cardíacas:
B1 (TUM): fechamento das valvas mitral (antes) e tricúspide (depois).
Coincide com o foco mitral/ictus cordis.
B2 (TÁ): fechamentos das valvas aórtica (antes) e pulmonar (depois).
B3 (TU): vibrações produzidas pela corrente sanguínea que penetra a
cavidade durante o enchimento ventricular rápido.
B4: fim da diástole.
EXAME DO ABDOMEN
Exame físico
‘’Abdome normal, com distribuição adequada de pelos para sexo e idade, sem
abaulamentos, sem alterações de pele ou cicatrizes. Cicatriz umbilical protusa. Ausência de
circulação colateral. Movimentos peristálticos não visíveis e pulsações não visíveis.
Respiração abdominal. Auência de sinal de Cullen e de Grey Turner.’’
4. Palpação superficial: palpar as nove regiões para identificar tônus muscular, sensibilidade,
presença de pontos dolorosos, tumorações e massas palpáveis. Também podem ser
detectadas diástases (afastamento de músculos) ou hérnias.
‘’Abdome sem pontos dolorosos. Sem massas palpáveis. Sem diástase ou hérnias.’’
5. Palpação profunda: com as duas mãos (uma em cima da outra) palpar as nove regiões
abdominais procurando os mesmos itens da palpação superficial e tentando identificar a
posição e limites de órgãos. Caso o paciente tenha referido alguma dor antes do exame, o
médico deve palpar todas as regiões e deixar a dolorosa por último para não interferir na
percepção e sensibilidade do paciente. É possível palpar ceco (linha entre a cicatriz
umbilical e a espinha ilíaca anterssuperior), colo transverso e colo sigmoide (quadrante
inferior esquerdo).
6. Exames específicos:
Irritação peritoneal
1. Sinal de Blumberg: descompressão súbita da parede abdominal causa dor no
paciente. Se acontece no ponto de McBurney, é indicativo de apendicite.
2. Sinal de Rovsing: compressão ascendente do colo descendente, criando uma
pressão retrógrada no quadrante inferior direito. Se causar dor, é indicativo
de apendicite
3. Manobra do obturador: flexão da perna direita e rotação interna da coxa. Se
o paciente relatar dor, é indicativo de apendicite.
4. Manobra do psoas: paciente em decúbito lateral esquerdo. O examinador
realiza uma extensão da perna esquerda. Se o paciente relatar dor, é
indicativo de apendicite. Essa manobra apresenta inúmeras variações.
Diástese dos retos: com o paciente em decúbido dorsal, o médico eleva a cabeça
com força. Distensão dos músculos é visível com esse movimento.
Espaço de Traube: espaço delimitado pelo diafragma, borda costal esquerda, lobo
esquerdo do fígado e linha axilar anterior. Em geral, essa região apresenta som timpânico
Ponto cístico: rebordo costal direito e borda externa do músculo reto-abdominal.
Ponto de McBurney/apendicular: é feita uma linha imaginária entre o umbigo e a
espinha ilíaca direita. Em 2/3 dessa linha, está localizado o ponto de McBurney, que
representa a localização do apêndice.
EXAME NEUROLÓGICO
Durante a própria anamnese, o início do exame neurológico pode ser feito. Ele começa pela
análise do estado mental do paciente, observando seu nível de consciência orientação, memória
imediata, atenção, cálculo, evocação e linguagem.
Exame físico
1. Olhos: acuidade visual (II), reflexo pupilar (II), campimetria (II), fundoscopia (II) e
bandeira inglesa (III, IV e VI)
2. Nariz: vedar o paciente e pedir para ele identificar cheiros (uma narina de cada vez).
Comumente se usa canela e café. (I)
3. Mandíbula: pedir para o paciente ‘’morder forte’’ e palpar masseter e temporal (V)
4. Face: testar sensibilidade em pontos simétricos do rosto (V) e pedir que o paciente faça
movimentos da mímica (VII)
5. Boca: pedir para o paciente colocar a língua para fora e em cada lado da bochecha (XII),
colocar um palito na parte posterior da língua e analisar o reflexo do vômito (X) e pedir
para o paciente dizer ‘’Ah’’ e analisar o movimento da úvula e elevação do palato mole
(IX).
6. Ouvidos: realizar os testes de Rinne e Weber (VIII)
7. Ombros: pedir para o paciente levantar os ombros e virar o rosto para os dois lados
contra uma força resistente criada pelo examinador. (XI)
3. Análise do sistema sensitivo: nossa sensibilidade está dividida em cinco tipos: dolorosa,
térmica, tátil, vibratória e cinético-postural.
5. Análise da marcha: feita em conjunto com os testes de equilíbrio, pede-se que o paciente
caminhe pelo consultório para identificar alguma marcha característica ou problema de
equilíbrio.
Marcha Tandem: solicitar que o paciente caminhe em linha reta com um pé na
frente do outro, encostando hálux e calcanhar.
Marcha na ponta dos pés: solicitar que o paciente caminhe em linha reta na ponta
dos pés.
Quanto aos exames neurológicos além dos pares cranianos, destacam-se os termos:
Paresia: perda parcial de motricidade
Plegia: perda total de motricidade
Monoplegia: perda dos movimentos de um membro
Paraplegia: perda dos movimentos dos membros inferiores
Diplegia: perda dos movimentos dos membros superiores ou face
Hemiplegia: perda dos movimentos de um lado do corpo
Tetraplegia: perda dos movimentos dos membros superiores e inferiores
Hipotonia: consistência diminuída das massas musculares/tônus. Ocorre em lesões do
cerebelo, coréia, encefalopatia e mongolismo
Hipertonia: consistência aumentada das massas musculares/tônus. Pode ser piramidal
(espasticidade) ou extra-piramidal (rigidez)
Dismetria: dificuldade de coordenação quanto aos movimentos ponto-a-ponto
Ataxia: falha na coordenação
Arreflexia: ausência de reflexos profundos. Ocorre em miopatia e poliomielite
Hiporreflexia: diminuição dos reflexos profundos. Ocorre em miopatia e poliomielite
Hiperreflexia: aumento dos reflexos profundos. Ocorre em AVC, tumores e traumas na via
piramidal
Barognesia: capacidade de diferenciar dois pontos (tocar no corpo do paciente com dois
pinos ou compasso)
Grafestesia: capacidade de identificar desenhos e números escritos sobre a pele com os
olhos fechados
Estereognosia: capacidade de identificar e diferenciar objetos de olhos fechados pela sua
textura, forma, tamanho e nome.