Aprofundamento Os Anjos Na Vida Da Igreja 1702564872 2
Aprofundamento Os Anjos Na Vida Da Igreja 1702564872 2
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A existência dos anjos é uma verdade de fé confirmada por vários Concilios, pela Sagrada
Escritura e pela Tradição da Igreja, que os apresenta nos escritos dos Santos Padres e dos
Santos doutores da Igreja.
O primeiro Concílio Ecumênico, que confirmou a existência dos seres espirituais, foi o de
Nicéia, em 325. Essa verdade foi reafirmada no Concílio de Constantinopla I, em 381. E
também o foi pelo Concílio regional de Toledo, em 400, na Espanha.
A existência dos Anjos foi reafirmada, no II Concílio de Lião, sob o pontificado de Gregório
X, em 1274, nos seguintes termos: “Cremos em um Deus Onipotente (…), criador de todas as
criaturas, de quem, em quem e por quem existem todas as coisas no céu e na terra, visíveis,
corporais e espirituais” (D.S., 461).
São Paulo ensinava em sua primeira Carta aos fiéis de Colossos: “Nele foram criadas todas as
coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e invisíveis, Tronos, Dominações (ou
Soberanias), Principados, Postestades (ou Autoridades): tudo foi criado por Ele e para Ele”.
(Cl 1, 16)
“Se alguém negar que existe um só Deus verdadeiro criador das coisas visíveis e invisíveis,
seja anátema” (D.S. 1801). “Se alguém disser que as coisas finitas, quer sejam corpóreas, quer
espirituais são emanações da substância divina (…) seja anátema” ( Contra o Panteísmo, Cânon
4).
Na Encíclica “Summi Pontificatus”, de 20 de outubro de 1939, Pio XII lamenta que “alguns
ainda perguntem se os Anjos são seres pessoais e se a matéria difere essencialmente do espírito”
(D.S. 2318).
“A Igreja sempre acreditou estarem mais unidos conosco em Cristo, venerou-os juntamente
com a Bem-aventurada Virgem Maria e os Santos Anjos com especial afeto (…)” (LG,50). No
capítulo VIII sobre “A Bem-aventurada Virgem Maria no Mistério da Igreja” lê-se: “Maria foi
exaltada pela graça de Deus acima de todos os Anjos e todos os homens, logo abaixo de seu
Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus” (LG, 66).
“Todos os fiéis cristãos supliquem insistentemente à Mãe de Deus e Mãe dos homens, para que
Ela, que com suas preces assistiu às primícias da Igreja, também agora exaltada no céu sobre
todos os Anjos e bem-aventurados (…)” (LG,69).
As referências aos Anjos são feitas considerando-os como seres reais e não como símbolos ou
abstrações.
No Credo do Povo de Deus, do Papa Paulo VI, de 30 de junho de 1968, o Santo Padre afirma:
“Cremos em um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, Criador das coisas visíveis, como este
mundo, onde se desenrola a nossa vida passageira; Criador dos seres invisíveis como os puros
espíritos, que também são denominados Anjos, e Criador em cada homem, da alma espiritual
e imortal”.
O Catecismo da Igreja afirma sem hesitação a existência dos Anjos: “A existência dos seres
espirituais, não-corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de Anjos, é uma
verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito disso é tão claro quanto à unanimidade da
Tradição” (§ 328).
Diante de certa tendência de negar que os Anjos sejam seres pessoais, mas apenas “instintos”
ou “forças neutras”, como se fossem apenas uma tendência para o bem ou para o mal, o Papa
Pio XII na sua Encíclica “Humani Generis” (1959), reafirmou que eles são “criaturas pessoais”,
dotadas de inteligência sagaz e vontade livre (DS 3891 [2317]).
São Gregório Magno dizia que cada página da Revelação escrita atesta a existência dos Anjos.
A presença e a ação dos Anjos bons e maus estão a tal ponto inseridas na história da salvação,
tanto na Sagrada Escritura como na Tradição da Igreja, que não podemos negar a sua existência
e ação, sem destruir a Revelação de Deus.
O fato de muitas vezes eles [Anjos] terem sido apresentados de maneira fantasiosa ou infantil,
não nos autoriza a negar a sua existência. Por serem seres espirituais, os Anjos bons e maus
não podem ter a sua existência provada experimental e racionalmente. No entanto, a Revelação
atesta a sua realidade, pois são mencionados mais de 300 vezes na Bíblia. Portanto, não há
como negar a existência deles, sem contradizer o claro ensinamento da Igreja.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “Ainda aqui na terra, a vida cristã participa
na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus” (§ 336).
Mas quem são os anjos? A palavra anjo do latim angelus quer dizer mensageiro. Os anjos
são servidores e mensageiros de Deus, como diz o salmista: “poderosos executores da sua
[Deus] palavra, obedientes ao som da sua palavra” (Salmo 103,20).
Jesus disse que os anjos dos pequeninos contemplam “constantemente a face de meu Pai que
está nos céus” (Mateus 18,10) Os anjos são criaturas puramente espirituais, dotadas de
inteligência e de vontade; são criaturas pessoais e imortais. “Eles jamais poderão morrer,
porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitados” (Lucas 20,36).
Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho o fulgor da sua glória
(Dn 10, 9-12) (CIC 330).
Os anjos na Bíblia
A Igreja conhece o nome de três Arcanjos, e a Liturgia celebra no dia 29 de setembro a festa
deles: São Miguel, São Gabriel e São Rafael, e lembra ao mesmo tempo todos os coros
angélicos.
No Apocalipse, São Miguel e seus anjos são mostrados como defensores do povo de Deus.
“Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e
seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram” (Apocalipse 12, 7).
Os anjos estão presentes na história da humanidade desde a criação do mundo (cf. Jó
38,7). São eles que fecham o paraíso terrestre (Gn 3, 24); protegem Lot (Gen 19); salvam Agar
e seu filho (Gen 21,17). Seguram a mão de Abraão para não imolar Isaac (Gen 22,11); a Lei é
comunicada a Moisés e ao povo por ministério deles (At 7,53). São eles que conduzem o povo
de Deus (Ex 23, 20-23). Eles anunciam nascimentos célebres (Jz 13); indicam vocações
importantes (Jz 6, 11-24; Is 6,6). São eles que assistem aos profetas (1 Rs 19,5). Foi um anjo
que anunciou a Gedeão que devia salvar o seu povo; e um anjo anunciou o nascimento de
Sansão (Jz 13). O anjo Gabriel instruiu a Daniel (8,16), ainda que nesse trecho bíblico não seja
chamado de anjo, mas “o homem Gabriel” (9,21). Este mesmo espírito celestial anunciou o
nascimento de São João Batista e a encarnação de Jesus. Assim como anunciaram a mensagem
aos pastores (Lc 2,9), e a missão mais gloriosa de todas: a de fortalecer o Rei dos Anjos em sua
Agonia no Horto das Oliveiras (cf. Lucas 22, 43).
Nos Evangelhos, eles também são citados diversas vezes, como na infância de Jesus, nas
tentações do deserto, na consolação do Getsêmani. Também são testemunhas da Ressurreição
do Senhor, assistem a Igreja que nasce e os Apóstolos. Enfim, eles prepararão o Juízo Final e
separarão os bons dos maus.
Toda a vida de Jesus foi cercada da adoração e do serviço dos anjos. Desde a Encarnação
até a Ascensão do Senhor, eles O acompanharam. A Sagrada Escritura diz que quando Deus
“introduziu o Primogênito no mundo, proclama: “Adorem-no todos os Anjos de Deus”
(Hebreus 1, 6). Alguns teólogos acham que isso motivou a queda dos anjos maus, por não
aceitarem adorar a Deus Encarnado na forma humana.
“Na minha visão ouvi também ao redor do trono, dos animais e dos anciãos, a voz de muitos
anjos, e número de miríades de miríades e de milhares de milhares bradando em alta voz:
‘Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a
honra e o louvor’” (Apocalipse 5, 11).
Essas passagens e muitas outras semelhantes (cf. Gen, 16, 6-32; Os, 12, 4; 1Re 19, 5; At 12, 7;
Sl 33, 8), são reforçadas com as palavras do Senhor: “Guardai de menosprezar a um desses
pequeninos, porque lhes digo que seus anjos, no céu, vêem continuamente o rosto de meu Pai
que está nos céus” (Mateus 18,10).
A Bíblia não só apresenta os anjos como nossos guardiões, mas também como nossos
intercessores. O anjo Rafael diz: “Ofereci orações ao Senhor por ti” (Tobias 12, 12). “A
fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos diante de Deus.”
(Apocalipse 8,4).
Hierarquia dos anjos
Rafael é um dos sete arcanjos que fazem parte do círculo mais próximo do Senhor, um de
seus mensageiros. Foi o único, segundo as Escrituras, que assumiu a forma humana e viveu
entre os seres humanos durante alguns meses.
Segundo o Antigo Testamento, no livro de Tobit, foi o arcanjo que acompanhou o jovem
filho deste, como guia conhecedor da região, na longa e perigosa viagem que fez à Média,
no Egito. Ele protegeu Tobias durante esse período e inspirou-o a casar-se com Sara, sua
parenta, a qual curou de uma obsessão, além da cegueira de seu pai, Tobit. Depois disso,
apresentou-se:
[...] chamou-os à parte e disse-lhes: "Bendizei a Deus e proclamai entre todos os viventes os
bens que ele vos concedeu [...] Eu sou Rafael, um dos sete anjos que estão sempre presentes e
tem acesso junto à glória do Senhor [...]" Pai e filho, cheios de espanto caíram com a face em
terra, com grande temor. Mas ele lhes disse: "Não tenhais medo [...] Se estive convosco, não
foi por pura benevolência minha para convosco, mas por vontade de Deus [...] E agora, bendizei
ao Senhor sobre a terra e daí graças a Deus. Vou voltar para aquele que me enviou. Ponde por
escrito tudo quanto vos aconteceu [...]" (Tb 5-12).
Seu nome significa “Emissário do Senhor” ou “Deus é meu protetor” ou ainda “Homem de
Deus”. O Antigo Testamento já retrata sua presença trazendo boas novas da parte do
Altíssimo, explicando a Daniel a visão que este profeta teve (cf. Dn 8, 16ss); depois, o destino
favorável ao povo de Israel quando este estava no exílio (cf. Dn 9, 21ss).
No Novo Testamento, é Gabriel quem anuncia ao sacerdote Zacarias que Isabel, sua
mulher, daria-lhe um filho profeta: João Batista (cf. Lc 1, 13ss). Coube ainda ao Arcanjo
Gabriel proclamar a maior notícia de todos os tempos para nós, seres humanos, a encarnação e
o nascimento do Filho de Deus em nosso meio (cf. Lc 1, 26ss), para nos salvar.
Gabriel, conhecedor dos mais profundos mistérios de Deus, foi quem anunciou a Maria
que ela era cheia de graça e a escolhida para ser a Mãe do Salvador. Pelas palavras do
Arcanjo, Nossa Mãe e Senhora foi entendendo a ação do Espírito Santo nela e, assim, foi se
preparando para sua missão. Também foi graças à saudação angélica que temos hoje uma das
orações mais difundidas e queridas do catolicismo, a Ave-Maria: “Alegra-te, cheia de graça!
O Senhor está contigo” (Lc 1,28).
O próprio anjo diz sobre si mesmo: “Eu sou Gabriel, e estou sempre na presença de Deus. Eu
fui enviado para falar contigo e anunciar-te esta boa nova” (Lc 1,19).
Por sua alta posição no céu e seus extraordinários merecimentos que tem em relação ao
Salvador, à Santa Igreja e a todos nós, São Gabriel é credor da nossa veneração e gratidão.
Por três modos nos é dado cumprir este nosso dever junto ao grande arcanjo.
Primeiro: dando graças a Deus por ter designado este seu mensageiro e o ter adornado
de tantos dons e com tanta magnificência. Como todos os santos anjos, São Gabriel nos
honra, nos ama, e está sempre pronto para nos beneficiar, visto que o próprio Deus tanto nos
tem honrado e amado. “Os Anjos”, diz São Paulo, “são enviados para exercer o seu ministério
ajudando-nos a ter parte com eles na herança da salvação”. (Hb. 1, 14).
Segundo: imitar, na medida do possível, o seu exemplo. Foi ele o primeiro a pronunciar e
fazer conhecer o doce nome de Jesus. Grande e inestimáveis coisas disse ele de Cristo Nosso
Senhor. Felizes de nós se, querendo imitar o seu exemplo e ter parte na sua glória, nos
dispusermos a tornar conhecido e amado o nome de Jesus entre os homens, e para isto não nos
negarmos a rezar, trabalhar e sofrer. As palavras do anjo ao profeta Daniel: “Eis um homem de
complacência de Deus” (Dn 9, 23; 10, 11) e a Zacarias: “Tua oração foi ouvida” (Lc 1, 13) são
a prova de que os anjos observam e acompanham as boas obras dos homens.
Miguel, em hebraico “Mi-ka-El”, significa “Quem é como Deus?”. Foi este o grito de
batalha com o qual venceu Lúcifer com os anjos rebeldes e reuniu sob a mesma bandeira todos
os Anjos fiéis. Seu próprio nome é uma demonstração de humildade, um grito de amor, uma
alusão do alto grau de convicção e fidelidade que este arcanjo tem pelo Altíssimo.
Para os cristãos, o Arcanjo São Miguel é considerado como o mais poderoso defensor do povo
de Deus e nosso aliado na luta diária contra as forças do mal. São atribuídas a São Miguel
Arcanjo as seguintes tarefas:
São Miguel apareceu a um rico cidadão da região da Frigia, que tinha uma única filha, que
era muda, e disse-lhe em sonho: “Conduze a tua filha à fonte dos cristãos e crê na onipotência
do seu Deus, que tua fé será recompensada”. Cheio de esperança, pai e filha foram à fonte e lá
perguntaram aos cristãos o que deveriam fazer. Eles disseram: “É em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo e pela intercessão de São Miguel que nós usamos desta água”. Assim fizeram
e, no mesmo instante, a menina começou a falar, despertando em ambos um crescer da fé.
Pediram o Batismo e em gratidão o homem mandou construir junto à fonte uma igreja.
Os sacerdotes dos ídolos, obstinados nos seus erros, resolveram destruir o santuário. Junto
deste, passavam dois rios que eram contidos por diques. Numa noite ouviu-se um forte barulho
das águas. Os pagãos tinham destruído os diques e brevemente o santuário ficaria submerso. O
eremita, guardião do santuário, ao ver o que se passava, gritou: “Senhor, a Vossa Onipotência
clamamos”. Enquanto ele rezava, ouviu-se uma voz vinda do céu. Era São Miguel que descia
para desarmar o furor de satanás. Disse ele ao guardião do santuário: “Não temais, o inferno
não pode nada contra nós”.
Assim, as águas foram controladas, a terra tremeu e engoliu o grande turbilhão das águas. As
liturgias da Igreja Oriental comemoraram este acontecimento com missões e ofícios próprios
no dia 6 de setembro.
O Monte Gargano
Uma das aparições mais famosas é a do Monte Gargano. Um pastor de gado apascentava
uma manada de vacas no alto do monte Gargano, na Itália, um novilho entrou em uma caverna
e este desferiu lá dentro uma flecha, a qual retrocedeu com a mesma velocidade vindo ferir
quem a lançara. O fato espalhou-se rapidamente e chegou aos ouvidos do bispo de Siponto,
cidade que ficava aos pés do monte Gargano.
O Bispo convocou a diocese a rezar e jejuar por três dias, pedindo a Deus um sinal. Assim
sendo, Deus, ouvindo as preces de seus filhos, envia Miguel ao Prelado pedindo que naquele
local da caverna fosse construída uma Igreja em sua honra, para reavivar a fé e a devoção dos
fiéis no seu amor e proteção, como Anjo custódio da Igreja Católica.
Na aurora do quarto dia, 8 de maio de 490, enquanto São Lourenço rezava na Igreja de Santa
Maria Maggiore, antiga catedral de Siponto, apareceu-lhe o glorioso Príncipe da Milícia
Celeste, dizendo: “Bem fizeste em procurar descobrir o mistério de Deus escondido aos
homens, razão pela qual os golpeei com minha lança. Sabei, porém, que esta é a minha expressa
vontade. Eu sou Miguel Arcanjo e estou sempre na presença de Deus. Venho habitar este lugar,
guardá-lo e provar por meio de um sinal que serei seu vigia e custódio”.
O Bispo comunicou a visão ao povo, e dentro da caverna colocou um altar-mor para as
celebrações eucarísticas.
O Monte Gargano fica perto do convento de Nossa Senhora das Graças, onde viveu e morreu
o Santo Padre Pio de Pietrelcina, e este lá esteve inúmeras vezes.
O imperador obedeceu e, guiado pela Cruz, caminhou para combater o seu inimigo perto de
Roma. A batalha foi terrível, mas Maxêncio foi derrotado. Na fuga caiu no rio Tibre e morreu
afogado. Deu-se a vitória no dia 12 de outubro do ano 312 de nossa era.
O vencedor entrou triunfante em Roma, com a Cruz à frente dos seus exércitos, e nesse mesmo
ano publicou o decreto que dava paz à Igreja. No ano 313, entrou este decreto em ordem solene,
estando o imperador em Milão.
Nicéforas afirma que o Arcanjo lhe disse: "Eu sou Miguel, chefe das milícias angélicas do
Deus dos exércitos, defensor e protetor da fé de Cristo, eu te protejo com a minha ajuda
na guerra que tu empreendes contra os tiranos ímpios. A ajuda dos meus exércitos foi-te
dada".
No século XV, a França foi invadida pelos ingleses e só restava uma pequena porção do
território ainda não debaixo do seu domínio. São Miguel apareceu mais uma vez para salvar
este país, e desta vez por intermédio de uma pastorzinha de Lorena que tinha 15 anos e
era analfabeta, Joana d'Arc, convidando-a a armar-se de cavaleiro e comandar os
exércitos franceses. A menina começou a chorar e disse que nunca seria capaz de tal coisa.
Disse-lhe São Miguel: "Vai, sem temor, que combaterei em teu favor". Joana parte, vai ter com
o rei tímido e fraco que era Carlos VII e incita-o a que receba a sagração real. Orleans é
libertada, a donzela, depois de vinte vitórias em batalhas contra os ingleses, é presa e condenada
à fogueira. Neste momento, lá está também São Miguel a ajudá-la a triunfar no martírio que
fez dela uma santa que veneramos hoje em nossos altares.
A chamada “Linha Sacra de São Miguel Arcanjo” tem um simbolismo: de acordo com a
tradição trata-se do golpe de espada que São Miguel aplicou ao diabo enviando-o para o
inferno, encerrando assim a batalha nos céus entre os anjos que continuavam fiéis à Deus e
aqueles que, liderados por Lúcifer, se rebelaram contra Ele. Em resumo, esse golpe teria criado
uma fenda invisível que ligaria 7 locais sagrados.
A Quaresma de São Miguel Arcanjo começou com São Francisco, que era devoto do Arcanjo.
São Francisco sentia o desejo de experimentar, no corpo e na alma, a Paixão de Cristo, Sua dor
e também o imenso amor por se entregar ao sofrimento por nós.
No ano de 1224, o santo realizou a primeira quaresma de jejum e oração, no Monte Alverne,
local deserto, distante, próprio para oração. São Francisco disse: “Para honra de Deus, da bem-
aventurada Virgem Maria e de São Miguel Arcanjo, príncipe dos anjos e das almas, quero fazer
aqui uma quaresma”.
No dia 17 de setembro, durante sua quaresma, enquanto estava em oração, teve a visão de um
serafim, o qual logo se aproximou. Este tinha seis asas de fogo e também estava crucificado,
mãos e pés estendidos e amarrados numa cruz. Duas asas elevavam-se por cima de sua cabeça,
duas outras estavam abertas para o voo, as duas últimas cobriam-lhe o corpo. E, por meio desta
visão, Francisco pôde compreender melhor o verdadeiro sentido da Paixão.
Quando chegou a Festa em honra a São Miguel Arcanjo, Francisco desceu o Monte Alverne,
trazendo nos pés e nas mãos os estigmas de Jesus. Como achava-se indigno de se tornar igual
a Cristo, que ficou em total jejum, no final daqueles dias bebeu água e comeu um pedaço de
pão.
40 dias de oração
- De 15 de agosto a 29 de setembro
- Providenciar um altar com uma vela benta e uma imagem ou estampa de São Miguel Arcanjo.
Todos os dias:
- Acender a vela benta.
- Oferecer uma penitência.
- Fazer o sinal-da-cruz.
- Rezar a oração inicial.
- Rezar a ladainha de São Miguel.
Jejuns e penitências – Durante a Quaresma é indicado que cada pessoa faça uma penitência.
No Diário Espiritual da Quaresma de São Miguel disponível para membros do site
www.padremario.com.br há uma sugestão de penitência para cada dia.
Eucaristia - Participar da Santa Missa (se possível diariamente) em honra a São Miguel e, após
a comunhão, rezar a Oração de São Miguel Arcanjo.
- No dia 20 de setembro pode-se iniciar a novena em honra a São Miguel Arcanjo juntamente
com as outras orações.
- A Quaresma ou Novena de São Miguel Arcanjo pode ser feita em qualquer época do ano.
Oração: Senhor Jesus, santificai-nos por uma bênção sempre nova e concedei-nos, pela
intercessão de São Miguel, essa sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do céu e a trocar
os bens do tempo presente pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos
dos séculos. Amém.
Ao final, reza-se: Um Pai Nosso em honra de São Gabriel. Um Pai Nosso em honra de São
Miguel Arcanjo. Um Pai Nosso em honra de São Rafael.
Oração: Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a
salvação dos homens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São
Miguel, tornai-nos dignos, nós vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos
inimigos, a fim de que, na hora da nossa morte, nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos
seja dado de sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e augusta Majestade,
pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.