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A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Luciene Aparecida de Rezende¹


Wesley Lima de Andrade²

RESUMO

Este artigo procura evidenciar a importância da família no processo de aprendizagem na educação


infantil, tendo como objetivo refletir sobre a necessidade de a família assumir seu papel juntamente
com a escola para que haja uma construção do desenvolvimento do aluno. A escola e a família
compõem um componente essencial no processo de ensino aprendizado do aluno. Assim usaremos
como metodologia de pesquisa, para embasar nosso estudo sobre o tema, a pesquisa bibliográfica,
feita a partir de levantamentos de referenciais teóricos já publicados. As fontes foram coletadas através
de textos técnicos, publicações científicas, revistas, livros e documentos oficiais relacionados ao tema.

Palavras-Chave: Família; escola; educação; ensino; aluno.

ABSTRACT

This article seeks to highlight the importance of the family in the learning process in early childhood
education, aiming to reflect on the need for the family to assume its role together with the school so that
there is a construction of student development. The school and the family make up an essential
component in the student's teaching-learning process. Thus, we will use as a research methodology, to
base our study on the subject, the bibliographic research, made from surveys of already published
theoretical references. The sources were collected through technical texts, scientific publications,
magazines, books and official documents related to the theme.

Key words: Family; school; education; teaching; student.

1. INTRODUÇÃO

Este artigo pretende discutir a importância da família no processo de educação


infantil, sabe-se que a educação infantil é uma etapa muito importante no
desenvolvimento educacional da criança sendo de grande importância que a família
se comprometa na interação e construção do conhecimento da mesma. A família e a
escola são uma parceria importante para o desenvolvimento educacional da criança
e juntas podem favorecer para o sucesso da criança e para isso ambas precisam estar
seguindo os mesmos critérios e objetivos. A relação entre família e escola é um tema
que precisa ser discutido e sempre analisado, pois o trabalho entre ambas nem
sempre é como se espera, a família tem delegado a escola no século atual o papel da
1Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia no Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí.
E-mail: lurezende1410@gmail.com
2Orientador. Professor do Instituto Federal Goiano - Campus Urutaí.
E-mail: wesley.andrade@ifgoiano.edu.br
educação integral das crianças e a escola tem cobrado a participação da família na
instituição trazendo certo conflito educacional, há uma transferência de
responsabilidade entre ambas e em especial da família para a escola, mas ambas
precisam encontrar um equilíbrio para que a educação infantil seja alcançada com
sucesso.

Os referenciais teóricos pesquisados dialogam com o tema contribuindo assim


para o enriquecimento da pesquisa ajudando a termos respostas na nossa
problemática de pesquisa e assim enriquecendo o nosso trabalho, a escola é o espaço
onde acontece grande parte do aprendizado e a interação entre alunos e professores,
e a participação da família leva a criança a aprender de forma saudável mais
independente emocionalmente, sabendo que está compartilhando sua aprendizagem
trazendo segurança e um crescimento educacional necessário para a formação do
aluno. Dentro deste contexto a importância deste estudo leva a escola e a família a
verem a relevância que a participação de cada uma tem no processo da educação
infantil, bem como entender qual é o papel de ambas na educação da criança.

A escola e a família têm papeis distintos na vida da criança em sociedade, e é


necessário que estes papéis se cumpram de maneira que a criança desenvolva em
todos os aspectos o cognitivo e social, pois a escola é o lugar onde transmite
conhecimento, instruções de cidadania e valores éticos, filosofias e as múltiplas
linguagens. Já na família a criança aprenderá sua forma cultural, afetiva, social e
cognitivo, é na família em que a criança terá sua primeira experiência de socialização
por isso ela possui um papel primordial no sucesso ou fracasso da criança.

Logo a participação da família no contexto escolar é de suma importância para


um ensino de qualidade, pois a família tem a função de complementar à formação do
indivíduo, são os responsáveis direto oferecendo a base do desenvolvimento humano
na transmissão de valores e orientação e apoio necessário, já na escola a
preocupação dos docentes é em relação ao contexto cultural que a criança traz para
o ambiente escolar, a realidade de cada criança é conhecida quando a escola conhece
a família, muitos problemas de aprendizagens podem estar relacionadas ao ambiente
familiar. Outro aspecto relevante é como esses pais ou responsáveis vão se sentir
acolhidos pela instituição.

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A problemática desta pesquisa consistirá em responder se teria a família
grande influência no processo de formação educacional de seus filhos? E qual o papel
da família e o papel da escola no ensino? Assim a hipótese a ser trabalhada será, a
família é fator preponderante para o aumento do aprendizado das crianças nas fases
de alfabetização. Sabendo que será através da hipótese de pesquisa que iremos
alcançar o resultado esperado. Nossos objetivos a serem alcançados serão:
evidenciar a importância da participação da família no processo de aprendizagem da
criança na educação infantil; evidenciar que são os pais quem estabelecem os
primeiros ciclos de aprendizagem em casa; analisar como se dá a interação dos pais
sobre a participação na vida escolar dos filhos e como esse processo ocorre na
prática; mostrar que aproximação da família e da escola possibilita o aumento na
qualidade de ensino das crianças.

A justificativa deste artigo será a de entender como ocorre a participação dos


pais no processo de aprendizagem das crianças e demonstrar que a aprendizagem
escolar de seus filhos está interligada com a participação dos pais na escola bem
como conhecer o papel que ambos exercem na formação da criança. López (2002, p.
82) diz que o envolvimento da família é fundamental para a educação dos filhos. “A
eficácia da educação escolar depende do grau de implicação, enfim, do grau de
participação dos pais”. O compromisso da família com a educação dos filhos é tão
importante quanto o compromisso da escola. As famílias têm a responsabilidade de
se comunicar e fortalecer as conexões durante o período da educação infantil,
estabelecendo assim uma base sólida para um futuro melhor.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Dentre as bibliografias utilizadas para a realização deste trabalho estão artigos,


livros e arquivos da internet que condizem com a temática estudada, a escrita do
trabalho também se desenvolveu a partir dos diálogos realizados a partir das obras
de FREDDO (2004); LÓPEZ (2002); MEDEIROS (2003); PEREZ (2007) e outros
estudiosos utilizados. Como critérios para selecionar os artigos refinando a busca, o
tema proposto foi colocado como objetivo principal de pesquisa, utilizando palavras-
chaves como: família; escola; educação; ensino; aluno. Utilizamos como base de

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dados à revista eletrônica Scielo e sites de faculdades federais. Foram utilizados
estudos de casos já realizados em outros trabalhos acadêmicos, selecionamos
trabalhos de faculdades de diferentes partes do Brasil e diferentes turmas para que
possamos analisar melhor sobre a relação dos pais/responsável e a escola.

Da revista eletrônica Scielo foi feito um diálogo com os artigos escritos pelas
autoras Lisiane Saraiva e Adriana Wagner (2007) que faz uma análise sobre os
benefícios da proximidade entre a Família e a Escola, constata-se que ainda existem
muitos empecilhos para que esta relação seja eficaz. Elas trazem uma discussão
muito importante sobre a relação família-escola que ficam, portanto, marcada por
culpas e não responsabilização compartilhada e na persistência de que a família é
omissa.

Dialogamos como o artigo das autoras Maria Dessen e Ana Polonia (2013) que
também trazem em seu artigo a temática família-escola e o desenvolvimento humano,
para elas a escola e família constituem dois contextos de desenvolvimento
fundamentais para a trajetória de vida das pessoas. É inquestionável que a família é
um dos primeiros ambientes de socialização do indivíduo, atuando como mediadora
principal dos padrões, modelos e influências culturais, ela é a mediadora entre o
homem e a cultura. As autoras nos explicam que é no ambiente familiar, onde a
criança aprende a administrar e resolver os conflitos, a controlar as emoções, a
expressar os diferentes sentimentos que constituem as relações interpessoais, a lidar
com as diversidades e adversidades da vida e será a escola que constituirá um
contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem. Ainda segundo Piaget
(1973, p. 27) “a criança desenvolve seu conhecimento à medida que se relaciona com
o mundo exterior. Durante seu crescimento, a criança passa por momentos de
adaptações com as novas situações”. É esse conhecimento que a escola
proporcionará a criança novas adaptações e situações.

Comparando essas autoras ainda pesquisamos também o que foi escrito e


publicado nas Universidades Federal e estadual, nos cursos de Pedagogia da qual
podemos trazer um diálogo para o nosso trabalho e assim podemos analisar com mais
clareza aquilo que já foi escrito sobre o nosso tema. Dentre estes diálogos podemos
ler nas palavras de Pilar Lacasa:

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Pode-se pensar então que a escola e a família podem ser entendidas como
contextos educacionais do desenvolvimento [...]. Dessa perspectiva, tanto o
contexto familiar como o da escola são constituídos por pessoas que
desempenham um determinado papel e que, além disso, utilizam
instrumentos que cumprem determinadas funções. (LACASA, p. 405 e 406)

As autoras ressaltam que a escola e a família desempenham um determinado


papel cumprindo determinadas funções com o objetivo que é o desenvolvimento
integral da criança.
Sabemos que a família tem seu papel no desenvolvimento da criança assim
como a escola complementa este trabalho, isso complementa o que diz a lei a Lei de
Diretrizes e Bases 9.394/96 em seu Art. 1º: “A educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,
nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil e nas manifestações culturais”. Isso nos mostra que os pais ou
responsáveis pela criança precisam se comprometer como o futuro da criança, assim
a família e a escola precisam ser parceiros que juntos buscarão o desenvolvimento
integral da criança.
A participação da família no ambiente escolar é fundamental no processo
ensino aprendizagem. Família e escola são os principais suportes com que a
criança pode contar para enfrentar desafios, visto que, integradas e atentas
podem detectar dificuldades de aprendizagem que ela possa apresentar,
podendo contribuir de maneira eficiente em benefício da mesma. (SOUSA,
2012, p.6)

Ao realizar uma comparação entre o que já foi escrito através desses critérios
utilizados nas escolhas dos artigos e dos autores e analisadas segundo o eixo
temático nos permitiu verificar o tipo de relação entre escola e família, e a importância
de ambas as partes para o desenvolvimento infantil sem delegar sua função de
responsabilidade que cada uma possui. Os resultados adquiridos durante a pesquisa
apontam que o papel da família e da escola tem um importante desempenho em
relação ao desenvolvimento da aprendizagem da criança e que para que isso ocorra
de maneira saudável é necessário um diálogo constante entre ambas as partes.

A educação infantil é um processo que ocorre em conjunto com a escola e a


família e para isso vamos analisar como ocorre este processo e qual o papel da escola
e as leis que a regem juntamente com seu corpo docente e assim qual é o papel da
família que juntos farão com que a educação infantil seja alcançada com sucesso, e

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se dentro desses papeis existe alguma transferência de responsabilidade. A
educação infantil é a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança garantido pela Constituição e a Lei de Diretrizes
e Base da Educação seguindo as seguintes instruções para o desenvolvimento da
criança:

Art. 22 – A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando,


assegurar – lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer – lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos
posteriores. (BRASIL, 1996)

Sabendo que a educação básica tem como finalidade a formação integral da


criança para seguir os estudos e assim ser um cidadão capaz de viver em sociedade
exercendo seu papel de cidadão ativo. A LDB de 1996 insere a educação infantil como
a primeira etapa da educação nos seguintes termos:

Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com


finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade,
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade.

Art. 30 A educação infantil será oferecida em:

I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de


idade;

II – pré-escolas para crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31 Na educação infantil a avaliação far–se–á mediante


acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. (BRASIL, 1996)

A LDB explica que a educação infantil é a primeira etapa da educação básica


com a finalidade do desenvolvimento integral da criança nos aspectos físico,
psicológico, intelectual e social complementado a ação da família e comunidade,
assim a família poderá procurar essa etapa da educação nas instituições nas creches
e nas pré-escolas oferecidas pelo governo. Ainda lemos nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (1999, p. 40) o “Estado tem o dever de garantir padrões mínimos de
qualidade de ensino definido como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem".
Sobre os direitos dos pais:

É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem


como participar da definição das propostas educacionais. (...)Art. 55. Os pais
ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede
regular de ensino. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
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fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I – maus-tratos
envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão
escolar, esgotados os recursos escolares; III – elevados níveis de
repetência”. (LDB, 1996. art. 54-55-56)

A educação infantil que antes não era vista como obrigatória como um direito
passa a ver a criança como um adulto em formação e assim as Leis são criadas para
que essas crianças possam ser educadas e cuidadas por instituições educacionais e
por educadores especializados na área.

O direito da educação é assegurado às crianças tendo como o dever de cumpri-


lo por um lado o estado e por outro pelos pais, o Estado criou normas como o Plano
Nacional da Educação que assegura o direito a educação de crianças de 0 a 5 anos
em creches e pré-escolas e a partir dos 6 anos de idade o ingresso obrigatório no
primeiro ano do ensino fundamental. Na educação infantil de 0 a 5 anos se prioriza o
atendimento gratuito em creches e pré-escolas e estas devem proporcionar a
construção de conhecimento assegurado em Leis com práticas pedagógicas
coerentes, metodologias adequadas e inovadoras, tendo em vista que a criança é um
ser em formação e com a preocupação de como elas serão inseridas na sociedade
como também valorizando a infância garantida por Lei como podemos ler nas
seguintes diretrizes:

• desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez


mais independente, com confiança em suas capacidades e
percepção de suas limitações;
• descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos
de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
• estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças,
fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas
possibilidades de comunicação e interação social;
• estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais,
aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista
com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes
de ajuda e colaboração;
• observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade,
percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e
agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que
contribuam para sua conservação;
• brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos
e necessidades;
• utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e
escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de
comunicação, de forma a compreender e ser compreendido,
expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e
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avançar no seu processo de construção de significados,
enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
• conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes
de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a
diversidade (BRASIL, 1998, v. 1, p. 63).

Não é somente o cuidar, mas também o educar, direito que agora as crianças
têm de receber segundo os Parâmetros Curriculares para educação infantil, uma
forma organizada para que os profissionais da educação saibam sobre o cuidar e o
educar sendo esta etapa a mais importante, pois refletira no aprendizado posterior.
Para educar e cuidar na primeira fase da educação infantil tem que se estar preparado
para isso, pois o docente será possibilitador, mediador e organizador preparando os
pequenos para o ensino fundamental:

[...] propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens de forma


integrada e que possa contribuir para o desenvolvimento das capacidades
infantis de relação interpessoal, de ser e estar como os outros em uma atitude
básica de aceitação, de respeito e de confiança, e o acesso, pelas crianças,
aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL,
1998, v.1, p.23)

As instituições de educação básica devem propiciar situações de cuidado,


brincadeiras e aprendizagens de forma integrada contribuindo para o desenvolvimento
da criança, de estar em contato com outros, ter acesso aos conhecimentos da
realidade social e cultural, tudo isso é direito da criança receber através da educação
e assegurada pelo Estado. Os Parâmetros Curriculares trazem objetivos específicos
para cada faixa etária, para aprimorar o desenvolvimento físico, psicológico,
intelectual e social da criança em dois âmbitos a formação social e pessoal dentro de
sua cultura. Sabe-se que a base da aprendizagem humana está na infância como
descreve Piccinin:

[...] a base para as aprendizagens humanas está na primeira infância. Entre


o primeiro e o terceiro ano de idade a qualidade de vida de uma criança tem
muita influência em seu desenvolvimento futuro e ainda pode ser
determinante em relação às contribuições que, quando adulta, oferecerá à
sociedade. Caso esta fase ainda inclua suporte para os demais
desenvolvimentos, como habilidades motoras, adaptativas, crescimento
cognitivo, aspectos socioemocionais e desenvolvimento da linguagem, as
relações sociais e a vida escolar da criança serão bem sucedidas e
fortalecidas. (PICCININ, 2012, p. 38)

A base de aprendizagem da criança está na primeira infância tornando esta


fase muito importante para que ela alcance qualidade de vida e influencia no seu

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desenvolvimento futuro, por isso está fase precisa receber um suporte para os demais
desenvolvimentos para que sua permanência na escola possa ser bem sucedida.
São nesses estágios em que a criança desenvolverá suas habilidades cognitivas,
motoras, transformações qualitativas e quantitativas que contribuirá na vida adulta. A
educação infantil compreendida nas etapas de 0 a 5 anos é estimulada através de
atividades de jogos lúdicos antes de começar o processo de alfabetização. A
educação infantil é muito importante e requer um cuidado especial e todo esse cuidado
deve ser acompanhado pelos pais, coordenadores pedagógicos e professores. A
formação de docentes capacitados é fundamental para o desenvolvimento da
educação infantil:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível


superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal.
(BRASIL, 1996)

Com a formação adequada dos professores como exige a Lei, os docentes


desta área devem estar cientes que não só prepararão alunos para as series
seguintes, eles também são preparados para o resto da vida, pois a formação inicial
é a base para a educação futura garantindo uma educação de qualidade que valorize
a criança como um adulto em formação no seu espaço social, por isso esses
professores devem ter competência para proporcionar múltiplas aprendizagens
planejando e criando coisas novas, os professores precisam estar preparados para
lidar com a realidade de cada aluno em sala de aula.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Um dos maiores desafios numa pesquisa é a escolha da metodologia a ser


trabalhada, a metodologia científica é capaz de proporcionar uma compreensão e
análise do mundo através da construção do conhecimento. Ela nada mais é que um
conjunto de etapas e instrumentos pelo qual o pesquisador científico, direciona seu
projeto de trabalho com critérios de caráter científico. Assim temos a seguinte
definição feita por Minayo (2007, p. 44):

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(...) a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento”
que o tema ou o objeto de investigação requer; b) como a apresentação
adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos
que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações da
investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca
pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados
experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de
resposta às indagações específicas. (MINAYO, 2007, 44)

A metodologia que usaremos para construir o conhecimento que iremos


analisar será de abordagem qualitativa, uma vez que o foco principal será a
compreensão de um determinado fato e não a representatividade numérica.
Usaremos esta abordagem de pesquisa por ela ser:

Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de


suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O
conhecimento do pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da amostra é
de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou
grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações
(DESLAURIERS, 1991, p. 58).

Escolhido a abordagem qualitativa nós iremos trabalhar ainda com a natureza


do trabalho que será aplicada, pois fará a investigação de uma problemática
específica. E quanto aos objetivos: será descritiva, considerando-se que haverá uma
apresentação detalhada do diagnóstico feito.
O procedimento de pesquisa utilizado foi a Pesquisa Bibliográfica. A pesquisa
cientifica com base bibliográfica é feita a partir de levantamentos de referenciais
teóricos que já foram publicados, permitindo assim que o pesquisador tenha acesso
sobre que já foi estudado sobre o assunto, sabendo que existem pesquisas cientificas
que se baseiam somente em pesquisas bibliográficas para recolher informações e
embasar sua pesquisa.

A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de graduação,


uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas.
Uma pesquisa de laboratório ou de campo implica, necessariamente, a
pesquisa bibliográfica preliminar. Seminários, painéis, debates, resumos
críticos, monográficas não dispensam a pesquisa bibliográfica. Ela é
obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um
trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, nas citações, na
apresentação das conclusões. Portanto, se é verdade que nem todos os
alunos realizarão pesquisas de laboratório ou de campo, não é menos
verdadeiro que todos, sem exceção, para elaborar os diversos trabalhos
solicitados, deverão empreender pesquisas bibliográficas (ANDRADE, 2010,
p. 25).

A pesquisa cientifica é uma investigação teórica que tem como objetivo


esclarecer determinado assunto, sendo assim a pesquisa bibliográfica é fundamental
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para os cursos de graduação como uma das atividades acadêmicas, várias pesquisas
cientificas não dispensam a pesquisas bibliográficas, está sendo um critério
obrigatório em algumas pesquisas. Ela vai desde o início identificar as pesquisas já
feitas e os instrumentos que são utilizados na realização da pesquisa bibliográfica,
que são: livros, artigos científicos, teses, dissertações, anuários, revistas, leis e outros
tipos de fontes escritas que já foram publicados.

É essencial que o pesquisador seja um leitor para que assim possa refletir sobre
o que leu podendo consequentemente escrever com conhecimento sobre o material
que está sendo analisado se dedicando em reconstruir e aprimorar fundamentos
teóricos através de uma seleção de obras que vão colaborar com a construção da
pesquisa. Assim um trabalho científico bibliográfico requer dedicação e muita leitura
com conhecimento de autores importantes que conhecem o assunto que será
analisado.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A educação infantil é um dever do Estado que oferece as instituições leis e


profissionais capacitados para que ela aconteça de modo eficaz, mas também não
podemos esquecer que é dever da família trabalhar junto com a escola para que essa
base educacional ocorra de maneira eficaz como está escrito na seguinte Lei da
Constituição de 1988:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a


garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua
oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
(...) § 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
pela frequência à escola.

Esse é o papel da escola trazer conhecimentos específicos na formação da


criança para torna-la um cidadão ativo na sociedade. Mas qual é o papel da família?
Cabe também a família o dever de acompanhar a criança nos primeiros anos
escolares no desenvolvimento das habilidades e em todos os aspectos da vida infantil,
pois a criança já vem com certa bagagem de conhecimento de mundo adquirido no
meio familiar, então compreendemos que a família e a escola precisam se interagir de

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forma harmônica em conjunto para que os direitos educacionais da criança venham a
ser cumpridos, mas sabendo que é importante que ambas assumam seus papeis sem
fazer nenhuma transferência de responsabilidades. Nos dias atuais vivemos na
história da educação a ausência da família no acompanhamento do desempenho
escolar da criança, da falta de pulso dos pais para dar limites aos filhos, da dificuldade
que muitos deles encontram em transmitir valores éticos e morais importantíssimos
para a convivência em sociedade. Da mesma forma as famílias reclamam das
cobranças feitas pela escola para que os pais se responsabilizem na aprendizagem
da criança.

A família e a escola precisam compreender que ambas desempenham um


importante e único papel no desenvolvimento da criança e que ambas precisam
trabalhar em parceria sabendo exatamente quais são as suas atribuições, ou seja, o
que é responsabilidade da escola e o que é responsabilidade da família.

A educação é uma responsabilidade compartilhada [...] entre Estado e pais,


uma vez que ambos são promotores ou representantes dos interesses ou dos
direitos dos filhos e dos cidadãos, na medida em que são responsáveis
diretos pela prestação ou concretização destes direitos (HERMIDA, 2009, p.
46).

Essa responsabilidade deve ser compartilhada entre família e escola para que
ambas busquem o que é direito da criança para a formação de um futuro cidadão.
“Além da participação natural [...], os pais têm diversos canais de representação e de
participação na escola, alguns dos quais amparados pela legislação” (Bassedas, et al.
1999, p.285). O que se espera é que a família dê uma educação de maneira informal
para criança, a socialização da criança, a língua materna, a vivencia em grupo, mesmo
vivendo em tempos em que a família tem passado por transformações referentes ao
modelo na sua organização do seu padrão tradicional o que deve também ser
ensinado e aceito nas escolas. O que antes poderia ser visto como uma parceria sem
sucesso, a escola e a família hoje são repensadas de forma diferente com as
implicações da vida moderna dos dias atuais. Sobre o conceito de família podemos
ler que:

[...] a família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão


somente de descrições; ou seja; é possível descrever as várias estruturas ou
modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não defini-la
ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se
apresenta este agrupamento humano. (OSÓRIO,1996, p.14)

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Ainda sobre o conceito de família Pires (2009, p.14) diz que: “Filhos adotivos,
gerados por inseminação artificial ou criados por casais homossexuais não modificam
o principal objetivo da família: ser um espaço que proporciona a convivência, o amor
e a segurança entre seus integrantes”. No contexto atual a escola busca apoio e
participação da família para o aprimoramento da educação infantil onde os
educadores procuram informar a vida escolar das crianças desde a entrada e as
saídas, com reuniões, festas, entrevistas, projetos e diversos outros trabalhados na
escola tudo isso visando à inserção familiar da criança no andamento educacional,
Medeiros nos explica que:

As relações entre a família e a escola devem consistir em uma preocupação


de todos os profissionais da educação, sobretudo dos que trabalham com a
educação infantil. A relação entre a escola e o lar deve ser um dos eixos
centrais desse segmento da educação. (MEDEIROS, 2003, p. 47).

A relação entre família e escola deve consistir na preocupação de todos os


profissionais envolvidos, a relação entre escola e família deve ser um dos eixos
centrais do segmento da educação para que esta não se torne um fracasso para a
criança. Por isso a comunicação entre ambas é importante, sem comunicação é
impossível que compreendam e possam ver onde precisa ser melhorado, logo o
sucesso educacional da criança estará comprometido.

A partir deste panorama, podemos verificar o quanto a escola apresenta


dificuldades em oferecer uma comunicação que estimule a relação família
escola, criando um espaço de acolhimento dos pais, de modo que eles
possam se sentir aceitos, conhecer o trabalho realizado e contribuir para esta
tarefa sem que tenham de se tornar os “professores particular” dos filhos fora
do espaço escolar. (PEREZ, 2007, p.17).

A escola por muitas vezes reclama da não participação da família o que muitas
das vezes acarreta em falta de diálogo e assim o aprendizado deixa muito a desejar,
como se a escola estivesse cumprindo o seu papel educacional sozinha, mas a escola
também precisa oferecer um ambiente de acolhimento para os pais para que eles
compreendam a sua responsabilidade na educação de seus filhos.

Um dos grandes problemas que muitas escolas têm enfrentado é a falta de


comprometimento dos pais na educação infantil, a falta de acompanhamento no
desempenho escolar das crianças, e por outro lado a família reclama das cobranças
da escola dizendo que muitas das vezes a falta de tempo os leva a negligenciar a
educação, por isso o diálogo é de grande importância para que ambos possam se

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organizar e cuidar da melhor forma possível do desenvolvimento educacional dos
alunos. A Lei educacional estabelece normas as serem seguidas no sistema de ensino
para que ocorra uma articulação entre escola e família para que as propostas
pedagógicas sejam executadas com sucesso:

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as


do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

VI- articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de


integração da sociedade com a escola;

VII- informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos


alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. (BRASIL,
1996)

A Lei é explícita em dizer sobre a integração escola, família e sociedade e os


frequentes diálogos entre si, dos papeis que a escola e a família têm referente ao
ensino da criança. Hoje muito se ouve reclamar que a família tem delegado a escola
a incumbência de instruir as crianças com valores morais, princípios e padrões éticos
de comportamento acreditando que educar em sentido amplo é dever da escola não
valorizando a escola e os estudos.

Mesmo estando vivendo em dias em que a tecnologia é avançada o diálogo


com a escola ainda continua difícil, temos meios de comunicação que favorecem este
diálogo esta relação para que a criança possa receber todo apoio de ambas as partes
mais o diálogo não acontece de modo eficaz:

Afinal, por que até hoje em pleno século XXI a escola reclama da pouca ou
insignificante participação da família na escola, na vida escolar de seus
filhos? Seria uma confusão de papéis? Onde estaria escondido o ponto
central desse dilema que se arrastam anos e anos? (GARCIA, 2006, p. 12)

Estas questões tão importantes são reclamações antigas que poderiam já


terem sido resolvidas, mas continuam prejudicando a educação de muitas crianças,
não se sabe como pode ser resolvida essa falta de participação dos pais e nem como
fazer com que cada um assuma seu papel na educação da criança, este é um dilema
que tem se arrastado por anos. Na teoria e leis está explícito a função de ambos, mas
a realidade é outra.

No século atual a transmissão de valores de ensino e a inversão de papeis no


que se diz respeito a educação é um grave erro que se comete, pois compromete o
desenvolvimento de um futuro cidadão, a família e a escola precisam dividir a

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responsabilidade e o trabalho na aprendizagem e socialização das crianças, pois está
nos anos iniciais precisa sentir-se segura com a participação de sua família na escola,
e a escola é a fonte de ensino preparando para que explore seus conhecimentos
conquistando experiências, educar para vida precisa ter o envolvimento da família.

O papel da escola na educação e o papel da família frente à educação de suas


crianças, tendo como base as Leis que regem a educação, mostram que a escola e a
família juntas fazem grande diferença no desenvolvimento educacional infantil.

Não dizemos mais que a escola é a mola das transformações sociais. Não é,
sozinha. As tarefas de construção de uma democracia econômica e política
pertencem a várias esferas de atuação da sociedade, e a escola é apenas
uma delas. Mas a escola tem um papel insubstituível quando se trata de
preparação das novas gerações para enfrentamento das exigências postas
pela sociedade moderna ou pós-industrial, como dizem outros. Por sua vez,
o fortalecimento das lutas sociais, a conquista da cidadania, dependem de
ampliar, cada vez mais, o número de pessoas que possam participar das
decisões primordiais que dizem respeito aos seus interesses. A escola tem,
pois, o compromisso de reduzir a distância entre a ciência cada vez mais
complexa e a cultura de base produzida no cotidiano, e a provida pela
escolarização. Junto a isso tem, também, o compromisso de ajudar os alunos
a tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de construir elementos categorias
de compreensão e apropriação crítica da realidade. (LIBANEO, 2000 pág. 9)

A família também exerce um papel muito importante sendo cobrada sua


participação por lei, a sua participação leva segurança para o aprendizado da criança
e sua educação passa a ser uma extensão para sua casa envolvendo a todos, pois é
na família em que a criança aprende a sua língua materna e a sua socialização bem
como também princípios e valores éticos culturais.

Mesmo com conflitos entre família e escola e muitas das vezes tendo seu papel
invertido à família e as escolas precisam trabalhar em conjunto visando um bem
comum o sucesso e desenvolvimento da criança a formação de um futuro cidadão
ativo na sociedade. Para Malavasi (2000, p. 258) “algumas atribuições são especificas
da família, que tem o direito de reivindica-las para si, enquanto outras cabem à escola,
que, por sua natureza, poderá ocupar-se melhor delas.”, assim tanto família quanto
escola possuem seu papel de grande importância na vida do aluno.

A educação infantil passa a ser um direito da criança e um dever do Estado


sendo regidos por Leis educacionais que vão garantir a criança uma educação de
qualidade visando seu desenvolvimento e aprendizado para as futuras series, sendo
que a base da educação é essencial e importante para seu futuro profissional. A LDB

15
também garante para a educação professores especializados para educar e cuidar
estimulando a educação infantil. Mas a família precisa cumprir seu papel no que se
refere ao apoio e participação nessa educação.

Para compreender melhor a importância da família na educação dos filhos


procuramos analisar alguns estudos de casos feitos em algumas regiões do Brasil,
para que assim possa fazer uma comparação se há alguma diferença entre elas, no
que se refere a relação família-escola. O primeiro estudo de caso feito na Escola Maria
de Nazaré Oliveira na turma de Jardim II, no município de Breves, localizado ao norte
do Estado do Pará, a autora realizou a pesquisa no primeiro semestre do ano de 2016,
sendo está do tipo descritiva. Ela chega à conclusão que os pais são cientes da
importância da sua participação na educação dos filhos e que a família ajuda a criança
no que está ao seu alcance e que a família precisa se envolver em todo o processo
de ensino aprendizado do filho, a autora da pesquisa não menciona nenhum número
de quantos foram os pesquisados/entrevistados somente comenta as respostas que
foram dadas.

Outro estudo de caso foi realizado em Brasília para apresentação do TCC em


Pedagogia pelas alunas Áurea Pereira Silva, Daniela Fernandes de Aguiar, Daniela
Lisboa Xavier, Eriene Nunes Oliveira e Elin Mary de Lima Novasco. Realizada no ano
de 2005, a pesquisa foi feita com a participação de 13 professores, todos eles
concordaram que é importante a participação dos pais no aprendizado da criança,
mas que infelizmente nem todos participam, falam o quanto é ruim o
acompanhamento das atividades realizadas em casa dando para perceber que os pais
não participam das mesmas. Poucos pais conversam com os professores e poucos
participam das atividades propostas na escola. Por isso entendemos que segundo
Daneluz (2008, p. 2) que: “A participação da família no ambiente escolar tem se
constituído numa constante necessidade frente a resolução de problemas referentes
ao desempenho do aluno”.

O terceiro estudo de caso feito pela aluna Maria do Socorro G. S. Sousa, pela
Universidade Estadual da Paraíba no ano de 2014. O estudo de caso foi realizado na
Escola Estadual de Ensino Fundamental Tiradentes, a pesquisadora relata que a
escola pesquisada estava enfrentando problemas, e que os pais não estavam
cumprindo seu papel, a escola estava executando o trabalho da família junto com o
16
aluno, o que acabou gerando um conflito entre ambas. Foi feito um questionário e
enviado para escola para ser respondido por 5 professoras, perguntando se elas
acreditavam ser importante a presença do pai ou responsável na escola, elas
responderam que sim, e que quando os pais são frequentes e há diálogo entre pais e
escola, os professores entendem sobre a realidade da criança em casa, como também
os pais passam a saber como os filhos estão na escola, gerando assim um bom
resultado na educação da criança, logo essa integração/interação é de suma
importância. Embasando a fala dos entrevistados lemos em Davies ET al. (1989 apud
Galvão e Marques, 2018, p. 38) “Quando os pais se envolvem, as crianças têm melhor
aproveitamento escolar (…). As crianças cujos pais as ajudam e mantêm contatos
com a escola têm pontuações mais elevadas que as crianças com aptidões e meio
familiar idênticos, mas privadas de envolvimento parental”. Ainda sobre essa questão:

Os pais tornam-se, assim, os responsáveis pelos êxitos e fracassos


(escolares, profissionais) dos filhos, tomando para si a tarefa de instalá-los
da melhor forma possível na sociedade. Para isso, mobilizam um conjunto de
estratégias visando elevar ao máximo a competitividade e as chances de
sucesso do filho, sobretudo face ao sistema escolar – o qual, por sua vez,
ganha importância crescente como instância de legitimação individual e de
definição dos destinos ocupacionais. (NOGUEIRA, p.161, 2006)

Todos os estudos de caso analisados mostram que a família precisa estar


presente na vida do aluno na escola, sem esta participação o processo de ensino da
criança é comprometido, vimos também que existe a consciência por parte dos pais
ou responsáveis que eles precisam ser presentes na educação dos filhos e que a
escola precisa estar incentivando essa união entre ambas. Pois para que os pais
possam de fato fazer parte do cotidiano escolar do filho é necessário que as escolas
recebam e acolham esses pais no ambiente escolar.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em todo o processo de educação do aluno a família deve estar em acordo com


a escola, que tem como papel complementar a educação que a criança já traz de
casa, levando em conta que a família e a escola precisarão andar de mãos dadas em
todo o processo de desenvolvimento da criança em todos os aspectos.

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Através deste estudo podemos ver que é de suma importância que a família
participe do ambiente escolar para que a aprendizagem dos filhos ocorra com
sucesso. O diálogo entre ambos é algo que é necessário acontecer, as Leis que regem
a educação deixam claro o que é dever do Estado e o que é dever da família cabendo
que os papeis de ambos sejam cumpridos para que a criança possa se tornar um
cidadão participante em sociedade com sucesso.

A formação da família sofreu grandes mudanças dentro da sua constituição no


decorrer do tempo, antes pai, mãe e filhos, hoje temos os responsáveis pela criança
de acordo com a formação que ela está inserida, paras Pires (2009, p.12), “desde que
a criança saiba qual o lugar dela dentro desse novo núcleo familiar e sinta – se segura
para solicitar o que precisa e o mais importante tenha a sua individualidade respeitada”
por isso a escola tem que estar ciente dessa mudança para ter um bom diálogo com
a família desse aluno, pois o papel que a família tem na vida da criança é muito
relevante para que haja um processo de ensino-aprendizagem eficaz.

Será no ambiente escolar que a criança terá uma mudança na sua maneira de
pensar, antes de ir para escola o conhecimento que a criança possui são a partir de
suas experiências com a família, amigos, seu círculo social, mas na escola ela
receberá uma educação sistemática.

Em toda pesquisa podemos perceber que a criança que possui uma assistência
em casa tem um melhor rendimento, ela desenvolve seu cognitivo, seu emocional e
tem um maior interesse nas atividades, logo a participação da família contribui para
que a criança insira valores no seu aprendizado, pois a criança precisa de um apoio e
da contribuição por parte do adulto não em forma de cobrança, mas ter o sentimento
de que alguém se importa com seu processo educacional.

Quando os pais ou responsáveis deixam de participar do processo de ensino


de seus filhos ela deixa de cumprir seu papel, o que acaba criando um conflito com a
escola que pode consequentemente prejudicar o ensino da criança, família e escola
precisam falar a mesma linguagem, ambas sabendo que possuem responsabilidades
especificas na formação da criança. porém não devem trabalhar de forma isolada e
sim em conjunto. Temos nas palavras de PAROLIN a seguinte reflexão:

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Destaco que o papel da família na formação e nas aprendizagens das
crianças e jovens é impar. Nenhuma escola por melhor que seja, consegue
substituir a família. Por outro lado, destaco também que a função de escola
na vida da criança é igualmente impar. Mesmo que as famílias se esmerem
em serem educadoras, o aspecto socializador do conhecimento e das
relações não é adequadamente contemplado em ambientes domésticos.
(PAROLIN, 2007, p.01).

Todas as pesquisas de estudo de caso foram analisadas para que pudéssemos


compreender sobre a situação da participação da família no processo de
aprendizagem a criança, em diferentes lugares do Brasil, para que assim pudéssemos
analisar se há alguma mudança na visão sobre a importância da família na educação
da criança, vimos que em todas as escolas na visão dos entrevistados a participação
dos pais ou responsáveis sempre foi e sempre será muito importante para que a
criança possa alcançar com êxito o seu aprendizado.
A partir das pesquisas realizadas foi possível perceber que a participação da
família na escola faz toda diferença no aprendizado da criança, e que para a criança
a participação de sua família na escola mostra para a mesma o quão importante ela
é, o que contribui significativamente para que ela se sinta valorizada e assim ela
consequentemente irá apresentar um melhor resultado e desempenho na escola.

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO

Formulário 1227/2022 - DE-UR/CMPURT/IFGOIANO

ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CURSO

Aos vinte e sete dias do mês de outubro de dois mil e vinte e dois, às 18 (dezoito) horas reuniu-se a banca examinadora composta pelos
docentes: Wesley Lima de Andrade (orientador), Silvia Aparecida Caixeta Issa(membro), Nathália Santos de Castro (membro) para examinar o
Trabalho de Curso intitulado “ A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL ” da estudante Luciene Aparecida de
Rezende, Matrícula nº 2018201221350963 do Curso de Licenciatura em Pedagogia e Educação Profissional e Tecnológica na Modalidade a
Distância. A palavra foi concedida a estudante para a apresentação oral do TC, houve arguição da candidata pelos membros da banca
examinadora. Após tal etapa, a banca examinadora decidiu pela APROVAÇÃO da estudante. Ao final da sessão pública de defesa foi lavrada a
presente ata que segue assinada pelos membros da Banca Examinadora.

(Assinado Digitalmente)
Wesley Lima de Andrade
(Presidente e Orientador)

(Assinado Digitalmente)
Silvia Aparecida Caixeta Issa
(Membro 01)


Nathália Santos de Castro
(Membro 02)

(Assinado Digitalmente)
Luciene Aparecida de Rezende
Acadêmico

Documento assinado eletronicamente por:


Silvia Aparecida Caixeta Issa , PEDAGOGO-AREA, em 29/11/2022 19:48:13.
Luciene Aparecida de Rezende, 2018201221350963 - Discente, em 28/11/2022 11:11:51.
Wesley Lima de Andrade, PROFESSOR ENS BASICO TECN TECNOLOGICO , em 28/11/2022 10:09:37.

Este documento foi emitido pelo SUAP em 28/11/2022. Para comprovar sua autenticidade, faça a leitura do QRCode ao lado ou acesse https://suap.ifgoiano.edu.br/autenticar-documento/ e forneça os dados abaixo:

Código Verificador: 447413


Código de Autenticação: 8b99a94289

INSTITUTO FEDERAL GOIANO


Campus Urutaí
Rodovia Geraldo Silva Nascimento, Km 2,5, Zona Rural, None, None, URUTAÍ / GO, CEP 75790-000
(64) 3465-1900

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