Almeida 1977 - Provincias Estruturais Brasileiras
Almeida 1977 - Provincias Estruturais Brasileiras
Almeida 1977 - Provincias Estruturais Brasileiras
SIQUEIRA, L.P. e MELLO, A.A. - 1971 - Lineamento Pernambuco uma falha Fernando Flavio Marques de Almeida •
transcorrente? in 25. Congr. Bras. Geo!. Sao Paulo. Bo!. Esp. n.
0
O 1; 129. Yociteru Hasui ••
Benjamim Bley de Brito Neves •••
SOUZA, S. L. de 1972 - Aspectos geol6gicos e hidrogeol6gicos de Jabitacii, Pernam- Reinardt Adolfo Fuck ••••
buco. Relat6rio de Graduac;:iio em Geologia. UFPe/Esc. Geo!. Recife, 19 pp.
( I) Rio Branco Province, in the north of the country, occupied by the Guyana Shield,
still scarcely known, with an important fold developed during the so-called Transaina-
zonian Cycle (2.000 200 m. y.) with high rank metamorphic rocks and only sligh
influence of later events;
(4) Tocantins Province, occuring between the Amazonas and Sao Francisco Cratons.
with in ds centre the oldest rocks (ages over 2.600 m. y.), and at E and W borders
metamorphic sequences of various folds belts, and almost no Phanerozoic deposits;
(5) Matiqueira Province, located along the southern part of the Atlantic coast, affec-
ted chiefly by the Brasiliano folding cycle;
(6) Borborema Province, in the Northeast Brazilian fold belt, affected by the Brasilia-
no Cycle in a very complex way, and with important .faulted zones, reactivated in Pha-
nerozoic times, when also sedimentary covers could accumulated;
(8) Parnaiba Province, coinciding with the Piaui-Maranhiio syneclise, and filled up
with a rather thick sedimentary sequence;
(9) Parana Province, the sedimentary basin of southern Brazil, in which the wen·
known Late Paleozoic glaciation features are found, and which possesses an extensive
cover of basaltic rocks of Late Jurassic to Early Cretaceous age;
(10) Coastal Province and Continental Margin, the youngest structural unit, developed
during the separation of the continent and represented by rif-valleys and coastal basins
filled up with Mesozoic-Cenozoicdeposits of various kinds.
ratons
(Consolidados a mais
ue 1.700 m.a.) Rio Branco Tapaj6s Sao Francisco
faixas de dobramento
evolufdas entre 1.700 Tocantins Borborema
c 500 m.a. Mantiqueira
I Continental
+
A Provincia Rio Branco (Fig. 3) situs-se em regiao quase toda coberts por
densa floresta tropical. ~ abundantemente irrigada por grandes rios e seu relevo baixo
geralmente nio ultrapassa 600 metros de altitude. Apesar disso, nas serras que a limi· ! IG. ~ - /'I'\.·\irh:;.Js RIO "rane,,) l.: Tapajos.
/ . ."o constituem a maior parte da regHio central. Sao sobretudo gnaisses de varios tipos, in-
cluindo roc has de carater granulitico, apresentando-se localrnente rnigmatizados e pene-
L
trados de rochas granit6ides de diversas idades. Em termos estruturais, provavelmente
tamMm litol6gicos, distinguem-se na regiao central dois dominios, que se separam a altu-
ra do paralelo 16°.S por uma reflexao de estruturas denominada Megaflexura dos Piri-
neus, que afetou tanto as rochas dobradas mais novas como as do embasamento mais
antigo. A sui dessa flexura dominam direyoes estruturais orient ad as entre NW e WNW,
enquanto que a norte as estruturas mostram-se preferencialrnente alinhadas segundo
NNE e NE. Na poryao oriental do segmento suI apresenta-se uma importante faixa de
roc has granuliticas. Todas as rochas da provincia denotam ~feitos de polimetamorfismo,
fraturamentos em epis6dios de diversas idades e rejuvenescimento isot6pico. Nela sao
comuns rochas intrusivas de natureza basica e ultrabasica, mineralizadas localmente com
sulfetos de cobre e niquel, algumas encontrando-se inteiramente talcificadas e serpentini-
zadas. Maciyos ultrabasico-alcalinos de idade cretacica, com mineralizayao epigenetica
de nfquel, sac conhecidos em Ipora, Montes Claros de Goias e outros locais.
No segmento norte da regiao central predominam gnaisses muito antigos, de
aspecto granodioritico, com foliayao difusa e bandamento geralmente ausente. Em algu-
mas regioes tais rochas constitucm embasamento para sequencias vulcano-sedimentare:<,
representadas por rochas verdes (clorita xistos, talco-actinolita xistos, anfibolitos) associa-
das a quartzitos ferruginosos, itabiritos e xistos. Essas sequencias apresentam-se mine-
ralizadas em ouro, cobre, talco e asbestos anfib6licos. Na poryiio leste 9a regiao ocor-
rem os grandes complexos basico-ultrablisicos de Goianesia-Barro Alto. Niquelindia e
Cana Brava, associ ados a granulitos, os do is ultimos sendo envolvidos de rochas metas-
sediment ares bem mais novas. Esses complexos tern idade superior a 3.000 m. a., apre-
sentando-se mineralizados com Ni, Cu e Co. Em Cana Brava localiza-se a maior mina
de asbesto crisotflico do Brasil. Granulitos sao tambem reconhecidos a sudeste de Porto
Nacional, a leste dos quais foram recentemente identificados cinhJroes de rochas verdes.
A faixa de dobramentos Uruayu, na regiao oriental da Provincia Tocantins,
c uma entidade ainda pouco definida, que se estende desde Natividade, em Goias, a
regiao de Araxa em Minas Gerais, de onde se continua para leste. Como em Goilis.
tambem em Minas Gerais 0 embasamento da faixa de dobramentos Uruayu e constitui-
do de granulitos, gnaisses, anfibolitos e rochas calco-silicatadas, que constituem 0 Ma-
') _ Provincia Tocantins '. :
I _ Rcgiao Central de Coia~ c MaCl'il,) J<.: Guax.up~ ciyo de Guaxupe. Este tern forma triangular e separa a por«ao suI da faixa de dobra-
;=
") S' de Dobro.mcntos Uru<lltuano
F~i~:a de Dobramcntos BrasiHanos bordci~~d0 as provim;lus
Para ai-Araguaial e Sao Francisco (BrasIlia)
" ..
Tapalu:, mentos Uruayu em dois ramos, alinhados a NW e NE. este ultimo limitando-se por im-
4 _ ~Obe~ras
..
sediment arcs dos cratons Iigadlls as fail'.as brnslllana:'J
portante fallia transcorrente.
:; _ Cobcr1uras sedimcntares mcso-ccnoz6icas. A faixa de dobramentos Urua«u e constitufda de metassedimentos peliticos e
psamiticos, e metabasitos. Seus dobramentos sao de caniter holom6rfico, com vergencia
para 0 Craton Sao Francisco. A norte da Megaflexura dos Pirineus as direyoes predo-
minantes desse dobramento sac orientadas entre NNE e meridianas, enquanto que a sui dantes de rochas
'. biisicas e ultrabiisicas alteradas em _serpentinitos e XISos
.t .
magneslanos.
dirigem-se sobretudo n NW. Em geral se considera que essas rochas pertenryam ao Cicio Esse magmatlsmo e relaclOnado a gcossutura ToeantiDll-Araguaia desen I'd I"
I' ' VOVI a no 1mI-'
Uruaryuano, cujo metamorfismo principal teria ocorrido hii cerca de 1.000 m. a., em- te este do Craton Amazomco. . 0 . metamorfismo da faixa decresce rapl'd amen t e d e Ieste
bora alguns auto res em anos recentes considerem a possibilidade de serem as mesmas para . oeste
. passando
" de faCIes anflbolito para xisto-verde ,ans
reduzindo-se a tr f ormaryoes
-
mais antigas, pertencentes ao Cicio Transamazonico. Rochas graniticas sao raras nessa anqurmetam6rflcas Junto a borda do craton. Roehas granfticas aparecem loe I t
, I db' . I' . a men e, em
faixa de dobramentos, podendo ocorrer em branquianticlinais cujos nucleos graniticos nuc eo•. e raqUl-antlc mals envolvidos por gnaisses bandados. f,
podem ser portadores de cassiterita. A sedimentaryi.o faneroz~ica na Provfncia Tocantins limita-se ao enchimento
A faixa de dobramentos Brasilia, cuja extensao super a 1. 100 KIn, desenvol- do graben de ~gua ~omta em Gouis, com camadas supostas devonianas, e a restos de
veu-se na borda ocidental e meridional do Craton Sao Francisco durante 0 Cicio Brasi- coberturas contment~ls cretaceas e cenoz6icas, entre as quais ressaltam as do Pantanal
liano. A sed i men t a rya 0, de caniter miogeossinclinal, iniciou-se com sedimentaryao de _Mato Grosso ~atmgem ~uase 500 m de espessura) e da planicie Araguaia. Man;"
detritica fina seguida de psamitos e pelitos em que se intercalam calcarios e do- taryoes de magmatlsmo alcahno do Cretaceo superior assim como intrusoes- d di
d' b'" d C" . f . e ques de
lomitos. Os do bra men to s, de carater holomorfico, apresentam vergencia~ para 0 la ••SIO 0 ret ••ceo m erlOr, processaram-se em diversos locais no sui da provincia
craton e metamorfismo de facies xisto verde, ambos se atenuando nesse sentido.
A atividade magmatic a relacionada com a cvoluryao dessa faixa de dobramentos limit a-
se a vulcanismo andesitico na porryao norte do cinturao, e 11 intrusao de uns poucos
plutoes graniticos no trecho suI. Sao frequentes as falhas de empurrao indican'do movi-
mentaryao em direryao a borda do craton. Vma sedimentaryao de natureza molass6idc, A P~ovincia Mantiqueira (Fig. 6) localiza-se ao longo da costa Atlantica a sui
desenvolvida no final do cicio, recobre tanto a faixa de dobramentos como a regiao do paralelo 15 .S, estendendo-se ate a fronteira com 0 Vruguai. Ocupa uma area da or-
cratonica. Rochas carboniiticas, fosfatos sedimentares, Pb c Zn sao suas riquezas mi- demo de 450.000 Km2, confrontando-se de urn lado com as bacias costeiras e a margem
nerais. contmental e de outro, com as Provfncias Sio Francisco Tocantm' s e Paran" A P .
. M . . '... rovln-
A faixa de dobramentos Paraguai-Araguaia desenvolveu-se na borda do Cra- cIa antlquetra apresenta-se quase toda como uma regiao montanhosa com altitudt, que
ton Sao Francisco_ Apresenta forma encurvada, tipo S, com extensao superior a 3.200 ultrapassam 1.500 metros na zona serrana vizinha a costa. Cuhnina no Pico da Bandei-
Km. Seus extremos ocultam-se sob os sedimentos das bacias do Parnaiba e Parana. Parte ra- que com 2.890 m de altitude constitui a maior elevaryao d:l regiio oriental do t'-
nente. con I
apreciavel da faixa de dobramentos acha-se coberta pelos sedimentos modernos da pla-
nicie Araguaia, na qual se situa a grande ilha do Banana!, em Goiiis, e do Pantanal Na parte meridional da provincia situa-se a Regiio de Dobramentos Sudest
de Mato Grosso. No segmento meridional da faixa d~tinguem-se duas fases da evoluryao dcsenvolvida durante 0 .Ciclo ~rasilian~, e que se constitui de tres sistemas de dobr::
geossinclinal, na primeira das quais se depositaram sedimentos tipo flysch, que foram men to separad~s por dOls maclryos medianos, com orientarrao geral NE.
dobrados e metamorfisados. Na segunda fase depositou-se urn conglomerado que assi- Os sIstemas de dobramento sao formados por sequencias geoss' I' .
., Ih d . mc malS, que
nala uma regressao marinha, seguida de deposiryao glacio-marinha e, em discordiincia an- nas areas me or estu adas eXlbem urn pacote inferior psamo-pelitico:~ com lentes de
gular, uma unidade carbonatica superior portadora de estruturas estromatoliticas, enci- rochas .carbonatadas no topo, e um pacote superior essencI'ahnente pe lit'ICO, d e carater '
mad a por pelitos. 0 metamorfismo e de facies xis to-verde e 0 intense dobramento holo- fly~ch61ge. Essas rochas sofreram metamorfismo de facies xisto verdee anfibolito, sob
m6rfico, paralelo ao eixo do cinturao, apresenta vergencia em direrrao ao Craton Ama- balxa PIT. Em extensos trechos, processos de migmatizarrao as afetaram 0 d b
t f" t IT' d . r . 0 ramen-
zonico. Vns poucos corpos de plutoes graniticos p6s-tectonicos, com cerca de 500 m. a. 0" 01 I~ ~nso'f ~odl aSlCO, 0 ttp,o. mear, com vergencia mal evidenciada. 0 magmatismo
idade, ocorrem na porryao mediana da faixa. A unidade estratigrMica final, possivelmen- pr,,-tectomco
• , 01 e natureza
, . basIc a e pobremente ., desenvolvido ao cont r••
".no d 0 smtec-
'
te anterior a essas intrusoes, corresponde a depositos moliissicos, em parte continentais, tomco, de natureza aClda, representado por numerosos stocks e bat6litos d t d
sobretuc;lo acumulados numa antefossa que da faixa de dobramentos se estende sobre ca. 650 m. a. J nstrusoes p6s-tectonicas tambcm existem ,osformand toc k'seato
a ab o~liem
tos
a borda do craton. Na regiao do Corumbii, no Estado de Mato Grosso, ocorrem arc6- menos frequentes, datados em ca. 540 m.a.
sios seguidos de uma sucessao de Ieitos altern ados de jaspilito ferrugin6so, hematita ANos maciryo~ mediano~, 0 embasamento prc-brasiliano expoe-se em nucleos,
compacta, criptomelana em espessas camadas e sedimentos chisticos intercalados. Reser- onde se tern reconhecldo granulitos, charnoekitos roehas biisicas e ult b - , I
matitos do Pre-Cambriano Medio e Inferior. ' ra aSlcas. e m~-
vas enormes de minerios de ferro e manganes sao contidos nesse Grupo Jacadico, cuja
idade e ainda incerta. ._ Numerosas pequena~ baaias desenvolveram-se no estiigio final de evolurrao da
reglao de dobramentos. Locahzam-se nos sistemas de dobramentos e
No segmento norte do cinturio a sequencia basal compoe-se de gnaisses, xis- ' , em suas margens,
ten d 0 rece b Ido . sedImentos molassicos e lavas de composi"ao
•.•• "cI'da a In
't erme d'" ' com
l••rIa,
tos e quartzitos, com anfibolitos concordantes e discordantes. Segue-se um pacote de
espessuras totals que chegam a ultrapassar 5 '.000 m As molassas mal's an t'Igas ac h am-se
sedimentos terrigenos, representados por filitos, quartzitos subordinados a algumas in·· d o b radas, enquanto as outras mostram apenas basculamentos devid fath A
tercalaryoes calciirias, sobreposto por urna sequencia magmatico-sedimentar representada h AI • • d I os a as. s ro-
c as vu camcas clta as, e p utoes granit6ides assoeiados, foram datadas em 450-500
por clorita xistos, talco-actinolita xistos e metabasitos. Hii ali numerosos corpos discor-
m.a.
Feixes de falhas transcorrentes, predominantemente longitudinais, seccionam a
Regiao de Dobramentos Sudeste. Essas falhas parecem ser antigas e profundas, tendo
passado por uma fase de intensa reativa9ao no fim do Pre cambriano e inicio do Paleo-
z6ico, quando afetaram os metamorfitos e granitos constituidos DO Cicio BrasillaDo.
A area entre os paralelos de 23°. e 24°.S caracteriza-se por uma estrutilra em
blocos de falha, onde as estruturas brasilianas, infletindo-se para N60E, cedem lugar As
pre-brasilianas situadas mais a norte. Esta passagem nao tem ainda seus limites precisa-
dos por falta de estudos de detalhe.
Os principais recursos minerais da Regiao de Dobramentos Sudeste sao os
dep6sitos filonares de Pb-Zn assoeiados a calcarios, Au e Cu nas bacias de molassa do
sui do Brasil, W e Sn em greisens, feldspatos e minerais litiniferos dos pegmatitos, mag-
netita c Ti assoeiados as roehas mais antigas.
Durante 0 Paleoz6ico, desenvolveram-se os Arcos de Ponta Grossa e RIo-
Grandense As bordas da Bacia do Parana, influindo sobremaneira no modelado da mes-
ma e tambem na delimita9ao da provincia.
Com a reativa9ao meso-cenoz6ica da Platafotma Sulamericana, deu-se a in-
trusao de alguns enxames de diques de diablisio e a forma9ao de numerosas chamines
alcalinas, algumas com carbonatitos associ ados nos Isitios dOB Arcos de Ponta Grossa
e Rio-Grandense. Reativa9ao das falhas antigas e outras entao geradas, permitiram 0
desenvolvimento do relevo e 0 advento de algumas pequenas bacias tafrogencias preen-
chidas de sedimentos fluviais e lacustrinos, de idade cenoz6ica.
No norte da Provincia Mantiqueira aparece a Faixa de Dobramentos Ara9uaf,
que se desenvolveu no Cicio Brasiliano as bordas do Craton Sao Francisco. Jumo a ele,
a norte do paralelo 19".S, orientam-se as estruturas a NNE, mas pr6ximo ao paralelo
lS".S, desvia-se para ESE, ap6s forte inflexao, alcan9ando a planicie costeira no limite
norte da provincia.
Na por9ao orientada segundo NNE, a faixa constitui-se de sedimentos geos-
sinclinais peliticos a rudaceos, com calcarios, itabiritos e produtos vulcanicos basicos
associados, compondo 0 Grupo Macaubas. Grauvacas seixosas existem no pacote e pa-
recem corresponder a sedimentos glacio-marinhos, correlativos aos de'p6sitos glacigenos
que seencontram sobre 0 Craton Sao Francisco (Forma~ao Jequitai). Os sedimentos
apresentam metamorfismo variando de facies xis to verde a anfibolito, aumentando de
intensidade a medida que se afastam do craton. Data90es radiometricas indicam 600
m.a. para 0 metamorfismo e cerca de 517 m.a. para granitos tardios. Dobramentos
holom6rficos e grandes falhas de empurrao afetaram as roehas, com vergencia para 0
FIC. () - Provincia Mantiqueira craton.
t - Roc1Ms cristalinas do Pre·Brasiliano A parte norte da faixa de dobramentos e ainda mal conhecida e 0 limite en·
2 _ Embasamento exposto nos maci~ median05 do Sutemu de Dobr3·
mentos Bruilianocs: tre as Provincias Mantiqueira e Slio Francisco nlio se acha precisado, a nao ser na area
a) Maci~ de Pelotas; b) Maci90 de 'oinvile proxima a costa, onde coincide com a Falha de Planalto.
J - Faixas de [)('bramentos Bra,ilianas:
c) Tijucas; d) Apial; c) Ara'Yuai As rochas de facies anfiboUto da Faixa Ara9uaf pass am aos gnaisses e migma-
4 - Coberturas cra~nicas do Cido Brasillano
OJ - Dep6a:itos Mol4ssicos titos, com xistos, quartzitos, granulitos acidos e b4sicos assoeiados, de idades mais anti-
6 - CoberturQS Sedimentare& do Fanc:roz6ioo
gas. 0 limite nlio se acha precisado, por ser a regilio ainda pouco investigada.
7 - Provincia Costeira.
No restante da Provincia Mantiqueira tem-se descrito algumas unidades lito-
estratigraficas, cujas interrela90es nlio se acham esclarecidas. Em sua regiio sui reconhe-
cem-se unidades incluindo metassedimentos de facies anfibolito e granulito, com idade
de ca. 2000 m.a. (Grupo Par81Da, Grupo Amparo. Forma9io Juiz de Fora, Gru~o Ita·
nhomi) atribuIdas it Faixa de Dobramentos ParaIba do Sui, desenvolvida no Cicio Trans-
Amazonico. Na regiao centro-sui reconhecem-se gnaisses com rochas blisicas e ultrabli-
sicas associadas, com idade superior a 2.600 m.a. (Forma~ao Barbacena, Forma~ao
Mantiqueira), sobre as quais repousaria discordantemente 0 Grupo ParaIba.
o cicio Brasiliano afetou intensamente essas unidades, produzindo deforma-
~ao, modifica~oes bllisticas, migmatiza~ao e granitiza~iio intensas. Pegmatitos entao se
constituiram, na regiao centro-norte da zona existindo urn distrito produtor de varios
tipos de gemas.
o
~D
A Provincia Borborema (fig. 7) ocupa uma extensao da ordem de 380.000
DO
Km2 e coincide com a Regiao de Dobramentos Nordeste, desenvolvida no' decorrer do
Cicio Brasiliano. Confina com as provincias Sao .Francisco, Parnaiba e as bacias costeiras
e margem continental. Na maior parte de sua area apresenta-se com clima semi-aride,
tendo-se desenvolvido amplos pedimentos. Os relevos residuais de erosao so excepcio-
nllimente ultrapassam 1.000 metros de altitude.
A regiao de dobramentos brasilianos apresenta-se com uma organiza~ao com-
.~'"
q:.L
plexa, em mosaico, abrangendo diversos sistemas de dobramentos lineares separados J
o magmatismo pre-folding foi de natureza basica e pouco intenso. 0 sintec- basamcnto: A - ..!\lacl~O Pcrnambuco-Alagoas.
ranhas, 0 - Trait!. E - Sanla Quit~ria
R _ Tei'tcira. C _ Pi.
tf>nico foi extremamente ativo, constituido de stocks e batolitos de rochas granitoides, 2 - R.egiao de ,Dobramcnlos do Nordeste: a e b _ Sistema Sergipano. c _
Sistema .R~:lchodo Pontal, d - Sistema Pianc6-Alto Brfgida, c _ Sis.
datadas de cerca de 650 m. a. 0 magmatismo granitico tarditectonico, unico que se ma- l~ma PaJc~ Poraiba, f - Sistema Serid6, g - Sistema Jaguaribe. h _
~ Slst~ma Rl~ ~UtU Independencia, i-Sistema do Medio Coteau
nifestou nas faixas marginais, realizou-se a cerca de 540 m.a. .> - Baclas Molasslc3s do Cicio Brasiliano
Depositos de molassas desenvolveram-se em intrafossas e antefossas associa- 4 - Cobertul"3s sedimcntares do Cicio Brasiliano
5 - Coberturas sedimentares do Ftmeroz6ico.
das aos sistemas marginais, chegando a se estender para os cratons, com redu~ao da
espessura e grau de deformayao. Alguns depositos existem tambem associados a outros
sistemas. Tais materiais parece terem-se acumulado entre 510 e 470 m.a.
. maciros medianos e geanticHneos, ex-
O s altos do embasamento constltuem Y d'
d 'd d pre-cambriana inferior e me la, re- Amazonas. 0 ambientc de sedimentac;ao, de carater neritico, indica confinamento pro-
pondo complexos gnaissic~ ~ligmutitico~ e 1 a e
gressivo da bacia, culminando com acumulac;iio de ate 1.200 metr\lS de espessura de
mobilizados no Ciclo Braslhano. d d orte secciona a provincia, separando os evaporites, com intercalac;6es de calcarios e folhelhos. Possivelmente a atualtiio <19horst
Urn complexo de falhas e gran e p . f d
t do-os Essas falhas parece serem antlgas, pro un as de Gurupa foi a causadora desse confinamento.
sistemas'de dobramentos ou co.r.an . 'ter variado 0 carater transcorrente, assi- Camadas continentais identificadas em sondagens parece indicarem ter havido
e reativadas em diferentes ocaslO:s'dcom cdara ocorreu 'tardiamente, no Ciclo Brasilia~ sedimentac;ao permiana na zona de maior espessura de sedimentos da Bacia do Medio
e apenas a malS estaca 0, e NE
nala d 0 em mapas, d' . disp6e-se em leque abrindo-se para ; Amazonas. Grande quantidade de diques e sills de diabasio, alguns dos ultimos poden-
no. 0 trend geral das estruturas a. provl~Cnla _ devidos aos m'ovimentos das falhas. do alcanc;ar centenas de metros de espessura. acham-se intercaIados nas camadas paleo-
<liagonaIme:lte
a co sta '. Sofreu desvlos d P t
e 10 exoes
Pernambuco, ambos com direc;6es E-
W
, z6icas. Esse magmatismo, realizado em mais de uma fase, desenvolveu·se entre 0 final
Duas destas falhas, os Imeamcntos e a os e
do Carbonifero a 0 Juras~i~(; Inferior, a julgar por datalt6es isot6picas. Os derrames que
. to por suas dimcns6es. .
destacam-se no conJun . . . d ' c'a sao Be Ta e Li assocIados aos devem ter existido, foram erodidos antes do Terciario.
Os principais depOSitos mmerais a provm I ,.
. M em scarns, Fe, magnesita, marmore e grahta.. . Siio conhccidas camadas continentais do Cretacco superior no Bacia do Me-
pegmatltos, W e 0 1 O· e mesozoicas assocIad as a dlversas dio Amazonas. A sedimentac;ao acumulada sobre a borda do craton. junto a regiao an~
E . t e tos de coberturas pa eoz lcas
Xl~em r SA' eradas or reativ~<;iio de falhas antigas. Esses sedimen- dina do Peru, cstendeu:se ao extremo ocidental da provincia, onde se mostra deforma-
pequenas baclas tafrogemcas, g p. 1 l'gadas a primitiva extensiio das ba- da por dobramentos e falhamentos.
t de coberturas mals amp as, 1
tos sao remanescen es J t b~ D'ques de diabasio de idade cretacea e A sedimenta~iio cenoz6ica, predominantemente terciaria. e toda continental,
. d P fua e Reconcavo- Tucano- a a... 1 d 1
Cias 0 amal . " .,' existem localmente. Restos de e ga- cobrindo a maior parte da provincia. Pede alcanc;ar cerca de 1.500 metros de espes-
produtos de vulcanismo alcah-b~~a~tlco terc~::~rias assentam sobre superficies de ero- sura, no Alto Amazonas. Os dep6sitos quaternarios limitam-se as zonas baixas dos vales
das coberturas sediment ares tetCl r~as ~ qua dos grandes rios.
sao, escalonadas do litoral para a 1Otenor.
. omca coincide com a grande bacia sedimentar que dura?!e A Provincia Parnaiba (fig. 8) situa-se no norte do Brasil, compreendendo area
A Provincia Amaz mazonico (fig. 8). ~ uma extensa reglao de cerca de 650.000 Km2. Em maior parte coincide com a bacia sedimentar do meslllO
o Paleoz6ico se desenvolveu sobre 0 Cr~ton Al 6 excede 200 metros de altitude no nome, mas em sua regiao norte exp6em-se localmente as rochas do embasamento pr~
. d 1 250 000 Km2, cUJo re eva s
balxa, com cerca e· '. . P eru ~ drenada para 0 Rio Amazonas, que cambriano. A maior parte da provincia apresenta relevo tabular e de cueMas concen-
extrema ocidental da provincia, pr oX1mo ao t A' extensa sedimentac;ao continental ce- tricas, suas altitudes geralmente niio ultrapassalldo 600 metros.
. e oberta por densa n ores a.
percorre seu elXO, c 1 6' s que s6 anoram em estreitas faixas, nas bordas A subsidencia da bacia do Parnaiba iniciou·se no Siluriano Inferior seniio
noz6ica oculta as estruturas pa eoz lca , mesmo ainda no Ordoviciano Superior, ap6s longa fase de erosiio das rochas do embasa-
da bacia. . A. decorrer do Paleozoico foi grandemente mento da Plataforma Sulamericana. A sedimentac;iio basal, de origem litoranea e neritica,
A evoluc;ao da BaCia ~m~o::a:u:~tos transversais de Iquitos a oeste, Pullus constitui-se de arenitos de granulac;iio media a grossa com intercalac;6es conglomeraticas,
innuenciada pela presenc;a Adostres a: tu _ tectonica desses arqueamentos condicio- seguidos de arenitos finos, siltitos e folhelhos atingindo espessura total de 700 metros.
na regiiia central e Gurupa a leste. a ;.c;ao tac;ao realizados na bacia, que foi por Seguem'se folhelhos com intercalac;6es de arenitos, resultantes da transgressiio marinha
nOU muitos dos processos de e:osao e seAlffien ste as do alto e medio Amazonas a realizada durante 0 Devoniano Inferior. No Devoniano Medio, ha urna curta fase de
. 'd'd tro sub-baclas: a d0 cre a oe , .
eles dlVl 1 a em qua. ., articipa da provincia costeua. regressiio marcada por arenitos <leltaicos, seguida de ampia transgressiio, que no Devo-
Baoia de Maraj6 ou do baiXO Amazonas, ~ue Ja ~ . Amazonica iniciou.se no Siluria- niano Superior (Famenniano) e responsavel por acumula~iio de espesso pacote de fo-
A transgressiio m~rinha pa;:~6~: ~:do~~~~ano. A sedimentac;io, de natureza lhelhos escuros, frequentemente betuminosos. Ocorre entiio a regressao do mar, e no
'no Inferior, seniio mesmo amd.a no . d d lanfcies de mare a fundos marinhos Carbonifero Inferior a bacia tern reduzida sua extensiio. A sedimenta~iio, marinha em
,. ou se em amblentes vanan 0 e l'
detritlca, process - - no Devoniano quando '0 mar perma· seu infcio, passa a ser predominantemente continental, com arenitos fluviais. siltitos e
. sao e nova transgressao ,
nenticos. SegulU-se a regres. F' A grande espessura de sedimentos detri- folhelhos lacustres e pequenas camadas de carviio. A sedimentac;iio elastica continental
· t 0 EnSlano e 0 rasmano. .
neceu na b aCla en re b' t ariando de litoraneo a infraneritlco; ou prossegue no Carbonifero :;uperior, mas em seu alto inclui camadas calcarias fossilife--
ticos entao acumulada repre.senta am dle~StoV ate que 0 mar voltou novamente a oct.J- ras, de ingressiio epis6dica do mar. Segue-se, ja no Permiano Inferior, a sedimentac;iio
mesmo batial (bathyal). SegUlu:se gr;n e . a '1 depositando nessa ordem, sedimentos continental de arenitos, calcarios (silicificados), siltitos com leitos de silex oolitico e ca-
par a bacia durante 0 Carb~mfero upenor, n~ at 1 que atinge 3.000 metros no Medio madas de gipsita.
detnticos, calcarios e evaporltos, em espessura 0 a Ap6s esses epis6dios a regiiio e soerguida e sofre urn longo perfodo de eJ!osao
c nao dcposiyao, intcrrompido no Triassico Superior por sedimentayiio lfmica de sHtitos
e argilitos, com arenitos ocasionais. Apresenta-se, entao, a primeira manifestayao de
magmatismo basaltico, que entre 0 Jurassico Superior e 0 Cretaceo Inferior assume
grande importancia na area da provincia, sendo responsavel por cxtensos derrames que
recobrem arenitos e6licos, indicativos de clima arido no Jurassico - Cretacco I.lferior.
Numerosos sills e diques entao se intrometem nas camadas da bacia.
Ao magmatismo basaltico sucede·se, na poryao norte da provincia, uma ex-
tensa e rasa bacia de sedimentayao cretacica, que provavelmente se prolongou para leste
da provincia. A sedimentayao nessa bacia iniciou-se com arenitos e6licos, seguidos de
clastic os finos. com bancos calcarios e de gipsita, atestando ingressao marinha realizada
durante 0 Aptiano. Termina a sedimentayao cretacea' no Albiano, com acumulayao de
arenitos, sHtitos e folhelhos de ambiente lacustrino, "fluvial, estuarino e deltaico. Essas
cnmadas tc'm equivalentes marinhos na bacia costeira de Barreirinha.
E>urante 0 Cenoz6ico a provincia sofreu erosao, pelo que a sedimentayao dessa
idade s6 e encontrada pr6xima 8 costa.
A borda norte da ProvCncia Parnaiba ergueu-se, durante 0 Cretaceo Inferior,
o denominado Arco Ferrer - Urbano Santos, orientado paralelamente 8 costa. '0'rom-
pimento do flanco norte dessa estruturapor sucessivas faIbas normais originou as "acias
costeiras de tipo graben, de Braganya, Sao Luiz e Barreirinhas.
o soerguimento do Arco Fe)Ter. - Urbano Santos trouxe a superficie estru-
turas pre-eambrianas que se eXpOem em afloramentos isolados pela cobertura meso-ee-
noz6ica (Fig. 9). Eles permitem reconhecer dois dOmlnios geol6gicos e geoeronol6gicos,
separados por uma faixa de roehas catacIasticas na qual penetraram intrusoes de cara.;
o •
.•
c-
ter basico a intermediario, de idade cretacea. Essa faixa coincide com 0 eixo do referi-
do arqueamento. A norte dela, gnaisses e migmatitos com trends estruturais orientados
a NW, interceptados por corpos granCticos, acusam idades radiometricas superiores a
1.600 m. a., sendo eohertas por psamiios areosianos poueo deformados, data~os de 900
m. a. Os afloramentos orientais, situados a leste de Sao Luiz ate 0 Estado do Ceat!li.
apresentam idades K/ Ar brasilianas. A suI da referida faixa, gnaisses, quartzitos e filitos
orientados entre NNW e N-S tambem apresentam idades brasilianas, obtidas por va-
rios metodos.
Supoe-se que as estruturas mais antigas expostas nessa regiiio sejam frayao de
urn primitivo nueleo cratonico (Sao Luiz), que originalmente teria continuayiio com 0
Craton do Oeste Africano, tendo sido retrabalhado durante 0 CicIo Brasiliano. 0 do-
mlnio estrutural situado a suI da faixa cataclastica deve representar extensiio dos sis-
temas brasilianos de dobramentos das provincias vizinhas. Ouro e 0 produto mineral mais
importante dessa area de roehas pre-eambrianas.