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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância (IED)

Licenciatura em Ensino de Português.

CELESTE VIDAL MACAUA DURUA CÓDIGO: 708204785

O texto dramático como recurso didático para promover a oralidade em Língua


Portuguesa: Caso em estudo dos alunos da 9ªclasse, Curso Diurno da Escola
Secundária Geral de Mugeba-Mocuba 2023-2024

GURUÉ
2024
ii

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


Instituto de Educação à Distância (IED)

CELESTE VIDAL MACAUA DURUA CÓDIGO: 708204785

O texto dramático como recurso didático para promover a oralidade em Língua


Portuguesa: Caso em estudo dos alunos da 9ªclasse, Curso Diurno da Escola Secundária
Geral de Mugeba-Mocuba 2023-2024

Monografia Cientifica a ser apresentada ao Instituto de


Educação à Distância da Universidade Católica de Moçambique
– Centro de Recursos de Gurué, como Requisito Parcial para a
obtenção do Grau de Licenciatura em Ensino de Língua
Portuguesa.

Supervisor: Egídio Tualo

GURUÉ
2024
Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................1

1.1. Contextualização..............................................................................................................1

1.2. Delimitação do tema........................................................................................................2

1.3. Problematização...............................................................................................................2

1.4. Justificativa......................................................................................................................3

1.5. Objectivos........................................................................................................................4

1.5.1. Geral.........................................................................................................................4

1.5.2. Específicos................................................................................................................4

CAPITULO II FUNDAMENTACAO TEORICA.....................................................................5

2.1. Breve descrição sobre Dramatização...................................................................................5

2.1. As Vantagens e desvantagens da Dramatização na sala de aula......................................5

2.2. Dramatização oral (teatro) na Educação..........................................................................7

2.3. Oralidade......................................................................................................................9

CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................11

3.1. Tipos de Pesquisa.......................................................................................................11

3.1.1. Método Indutivo.........................................................................................................11

3.1.2. Pesquisa Quanto aos Objectivos................................................................................11

3.1.3. Pesquisa Quanto à Abordagem..................................................................................12

3.1.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos..........................................................................12

3.2. Técnicas de Colecta de Dados....................................................................................12

3.3. Universo e a Amostra.................................................................................................13

4. Cronograma de actividades...................................................................................................14

5. Orçamento.............................................................................................................................14

6. Referências Bibliográficas....................................................................................................15
1

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem como tema: O texto dramático como recurso didático para promover
a oralidade em Língua Portuguesa: Caso em estudo dos alunos da 9ªclasse, Curso Diurno da
Escola Secundária Geral de Mugeba-Mocuba 2023-2024.

1.1. Contextualização

A Língua Portuguesa é, para a maioria da população moçambicana, uma língua segunda,


observando-se dois cenários: o do meio rural e o do meio urbano. No meio rural, o Português
é praticamente uma língua “estrangeira”, isto é, ele é aprendido e usado apenas no contexto de
sala de aula. Em casa, com a família e nas brincadeiras com os amigos, a criança comunica-se
na sua língua materna (uma língua bantu). No meio urbano, para além da escola, há
frequentemente situações em que o Português é usado pela família e pelos membros da
comunidade em que a criança está inserida

Por outra, o ensino da Língua Portuguesa desempenha um papel fundamental no


desenvolvimento das habilidades comunicativas dos estudantes, sendo a oralidade uma
competência essencial a ser cultivada. Diante desse desafio pedagógico, surge a necessidade
de explorar abordagens inovadoras e eficazes que contribuam para o aprimoramento da
expressão oral dos alunos. Nesse contexto, o presente estudo concentra-se na análise do texto
dramático como um recurso didático capaz de promover a oralidade na Língua Portuguesa.

A oralidade é uma competência essencial no desenvolvimento cognitivo e social dos alunos.


Segundo Vygotsky (1984), o desenvolvimento da linguagem oral é essencial para o
desenvolvimento cognitivo e social das crianças.

De acordo com Bakhtin (1981 pag. 39) complementa que "a linguagem é um fenômeno social,
e o desenvolvimento da competência comunicativa dos indivíduos depende das interações
sociais que eles vivenciam". Nesse sentido, Geraldi (1997 p51) argumenta que "a prática da
oralidade na sala de aula deve envolver a participação ativa dos alunos em discussões,
debates e apresentações, promovendo o desenvolvimento de suas capacidades expressivas e
argumentativas".

O uso de textos dramáticos como ferramenta pedagógica apresenta um potencial significativo


para abordar essas necessidades.
2

De acordo com Neelands (2009) afirma que o drama na educação não é apenas uma forma de
arte, mas uma pedagogia poderosa que pode engajar os alunos de maneira holística.
Entretanto o Bolton (1984) ressalta que o uso de textos dramáticos na sala de aula cria um
espaço seguro para os alunos explorarem e expressarem suas emoções, pensamentos e ideias.
Segundo Wagner (1998) destaca que através do teatro, os alunos podem experimentar
diferentes papéis e perspectivas, o que enriquece sua compreensão do mundo e melhora suas
habilidades de comunicação e colaboração.

Ao delimitar o estudo para os alunos da 9ª Classe da Escola Secundária de Mugeba, busca-se


compreender as nuances e desafios específicos enfrentados por essa faixa etária, bem como
avaliar a eficácia do texto dramático como estratégia pedagógica. O intuito é não apenas
examinar o processo em si, mas também mensurar os resultados tangíveis na melhoria da
habilidade oral dos estudantes ao longo do período lectivo.

No que se refere à estrutura do presente trabalho, este encontra-se organizado na seguinte


estrutura: Capitulo I- introdução; delimitação do tema, problematização, justificativa,
objectivos do estudo, questões de partidas e a estrutura do trabalho.

Capítulo II- traz consigo a revisão da literatura, plasmando uma breve revisão teórica,
apoiando-se de várias concepções e conclusões de outros autores sobre objecto em estudo de
modo a sustentar este estudo;

No capítulo III tem-se a metodologia da pesquisa, é reservada a apresentação dos


procedimentos metodológicos que vão ser usados para a materialização deste estudo.

1.2. Delimitação do tema

O presente estudo tem como foco principal: O texto dramático como recurso didático para
promover a oralidade em Língua Portuguesa: Caso em estudo dos alunos da 9ªclasse, Curso
Diurno da Escola Secundária Geral de Mugeba-Mocuba.

O estudo foi realizado no Posto Administrativo de Mugeba, no Distrito de Mocuba, província


da Zambézia na Escola Secundária Geral de Mugeba. A escola em referência, localiza-se em
frente da Igreja Católica de Mugeba, com a seguinte limitação: Norte limita-se com EB de
Mugeba-sede, ao sul pelo Centro de saúde de Mugeba-Sede, Este pelo entrada Nacional N1 e
Oeste pelas Bombas de Abastecimento da Total e o período de efectivação compreendido nos
anos 2023 – 2024.
3

1.3. Problematização

A promoção da oralidade na aprendizagem da Língua Portuguesa é um desafio constante, no


contexto educacional, especialmente na 9ª classe, do Curso Diurno, da Escola Secundária
Geral de Mugeba-Mocuba. Observa-se que os alunos da 9ª classe enfrentam dificuldades
significativas no desenvolvimento da oralidade em língua portuguesa. Essas dificuldades são
manifestas em diversas situações escolares, como apresentações orais, debates em sala de aula
e interações cotidianas entre os alunos e professores. A falta de fluência, clareza e confiança
ao se expressarem oralmente são desafios que comprometem não apenas o desempenho
acadêmico, mas também o desenvolvimento pessoal e social dos estudantes.

De acordo com Wagner (1998 pag. 67) acrescenta que "através do teatro, os alunos podem
experimentar diferentes papéis e perspectivas, o que enriquece sua compreensão do mundo e
melhora suas habilidades de comunicação e colaboração". Wagner ressalta a capacidade do
teatro de ampliar as perspectivas dos alunos, incentivando a empatia e a cooperação, além de
melhorar suas habilidades linguísticas.

Torna-se necessário compreender em que medida a introdução do texto dramático pode


constituir uma abordagem pedagógica inovadora e eficiente no contexto específico dessa
escola, fornecendo elementos valiosos para o aprimoramento das práticas educativas.

Com base a esta e mais situações, coloca-se a seguinte questão de partida:

Como o uso do texto dramático como recurso didático pode influenciar e promover o
desenvolvimento da oralidade dos alunos da 9ª classe, da Escola Secundária Geral de
Mugeba?

1.4. Justificativa

A escolha do presente tema de pesquisa emerge da vivência da pesquisadora como professora


na Escola Básica de Mugeba-Sede, onde ministra aulas para a 7ª classe, e na Escola
Secundária, que compartilha o mesmo espaço físico, com apenas um muro como separação.
Diante dessa proximidade física, identificou-se um desafio significativo relacionado à falta de
comunicação em Língua Portuguesa, destacando a necessidade de explorar alternativas
pedagógicas que possam estimular e aprimorar as habilidades de oralidade dos alunos.
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A compreensão de que o ensino da Língua Portuguesa não se limita apenas à leitura e escrita
motivou a pesquisa na direção do desenvolvimento da competência oral, essencial para
capacitar os alunos a se tornarem comunicadores eficazes em diversos contextos. Nesse
contexto, o texto dramático surge como um recurso didático valioso, simulando situações
reais de comunicação.

A especificidade da pesquisa recai na investigação da aplicação do texto dramático na 9ª


classe do Curso Diurno da Escola Secundária Geral de Mugeba-Mocuba. Este enfoque se
mostra relevante para adaptar as práticas pedagógicas às necessidades particulares desse
grupo de estudantes, visando melhorar suas habilidades de expressão oral, comunicação eficaz
e capacidade de argumentação.

A utilização do texto dramático como recurso didático se apresenta como uma oportunidade
crucial para os alunos aprimorarem suas habilidades, preparando-os de forma integral para
enfrentar desafios acadêmicos e profissionais. Ao envolver os alunos em atividades
relacionadas ao texto dramático, a pesquisa busca estimular sua participação ativa nas aulas
de Língua Portuguesa, promovendo um ambiente de aprendizado dinâmico e participativo.

Além do contexto escolar, a pesquisa busca impactar a sociedade de maneira mais ampla,
incentivando a valorização da oralidade. Contribuindo para a promoção da diversidade
linguística, a pesquisa reconhece a importância de diferentes formas de expressão oral no
contexto sociocultural dos alunos. Mais do que isso, prepara os alunos para se tornarem
cidadãos capazes de expressar ideias, opinar e dialogar de maneira construtiva, contribuindo
assim para o desenvolvimento de uma sociedade mais participativa e consciente.

1.5. Objectivos

1.5.1. Geral
 Analisar o impacto do texto dramático (Teatro) na melhoria da oralidade em língua
portuguesa nos alunos da 9ª Classe, Curso Diurno da Escola Secundaria de Mugeba.
1.5.2. Específicos
 Descrever as percepções dos alunos e professores acerca das vantagens e desvantagens
associadas ao uso de textos dramáticos (Teatro) no aprimoramento da habilidade de
expressão oral;
 Identificar os benefícios percebidos decorrentes da utilização de textos dramáticos
(Teatro) para promover a oralidade;
5

 Propor estratégias metodológicas com o intuito de estimular o Processo de Ensino-


Aprendizagem (PEA) da oralidade por meio de textos dramáticos.

1.6. Questões de Pesquisa

a) Quais são as percepções dos alunos e professores sobre as vantagens e desvantagens


do uso de textos dramáticos para o desenvolvimento da oralidade?
b) Quais benefícios os alunos percebem ao utilizar textos dramáticos para melhorar suas
habilidades de expressão oral?
c) Quais estratégias metodológicas podem ser implementadas para promover o
desenvolvimento da oralidade por meio de textos dramáticos?
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CAPITULO II FUNDAMENTACAO TEORICA

2.1. Breve descrição sobre Dramatização


Com base no Gaspar (2014), diz que foi a partir das décadas de 80 e 90 do século XX que o
método comunicativo de ensino das línguas passou a ter grande ênfase, baseando-se no
pressuposto de que “…la lengua es más que una serie de reglas gramaticales con grupos de
vocabulario que hay que memorizar. Es un recurso dinámico para criar significado.

Contundo Barroso e Fontecha (2000: 108), referem que a dramatização “consiste en la


representación de una acción llevada a cabo por unos personajes en un espacio determinado.”
Dramatizar é dar forma dramática, teatral a algo que não a tem. Que textos podemos
dramatizar? Escritos, de qualquer género, e também produções orais.
Por outra Dorrego e Ortega (2006: 14), referem que “…los juegos de dramatización… son
actividades, por lo general, con un potente nivel lúdico, de forma que permiten romper
bloqueos y fomentar la integración mediante la confianza…”. São, então, atividades lúdicas
que levam os alunos a desinibir-se e a ganhar confiança em si e naqueles que os rodeiam ao
mesmo tempo que os ajudam a “llegar a los contenidos de una forma menos consciente y más
expresiva, pudiendo así… apropiarse de la realidad e internarse en ella para conocerla,
explorarla y transformarla.” (Prieto, 2007: 12).

Juan Cervera (apud Arroyo, 2003: 47) cita que o jogo dramático é, como qualquer outro jogo,
uma atividade lúdica, que tem como objetivo representar papéis e caracterizar personagens. Já
para Arroyo (2003: 47), o importante não se baseia apenas em representar e caracterizar, mas
antes em “…crear, vivenciar, desinhibirse, crecer, creer en uno mismo, superarse,
desarrollarse en todos los sentidos.”
Na minha opinião, e indo ao encontro do que defende a última autora citada, as atividades
realizadas na sala de aula devem procurar o crescimento dos discentes em todas as vertentes.
Assim, penso que a realização de jogos de dramatização é uma forma de desenvolver diversas
capacidades nos alunos, como por exemplo, a expressividade, a criatividade, o espírito crítico,
a autoestima ajudando-os na construção do seu próprio conhecimento, levando-os a uma
aprendizagem significativa.

2.1. As Vantagens e desvantagens da Dramatização na sala de aula

As Vantagens e desvantagens da dramatização nos aponta que a atividade de dramatização é


extremamente benéfica no desenvolvimento do conhecimento e das capacidades do aluno e na
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sua motivação, também, segundo a bibliografia da especialidade, utilizar a dramatização na


sala de aula é vantajoso porque: Desenvolve a imaginação, exercita a criatividade e a
expressividade, elementos essenciais se queremos (Fuegel e Montoliu, 2000: 17).

Por outra Del Hoyo et al., (2006), diz havendo várias personagens, o aluno tem de trabalhar
em grupo e aprender em colaboração com os outros, pois isso.

- Desinibe o discente, aumentando a sua autoestima e preparando-o para uma comunicação


mais eficaz em contextos mais variados incitando, assim, “…a la actividad, a la curiosidad, a
ser creativo para sorprender a los otros y, al mismo tiempo, provoca interés por ver otras
soluciones, otras versiones de una misma situación.” (Prieto, 2007).

Apresenta um componente lúdico o que conduz a uma melhoria da motivação. Como se pode
ler no QECR (2001: 222), “[u]m nível elevado de motivação intrínseca para realizar uma
tarefa – em virtude do interesse pela mesma, pela sua pertinência, por exemplo, para as
necessidades reais ou para a execução de uma outra tarefa aparentada (interdependência das
tarefas) – promoverá um maior envolvimento por parte do aprendente”.

Consequentemente cria um clima favorável à aprendizagem. Aguilar (2012: 3) cita que a


dramatização é um recurso que permite ao professor fugir da docência centrada no manual, ou
seja, variar a sua metodologia e “sorprender al alumnado con la intención de que se involucre,
puesto que el carácter lúdico y atractivo de este recurso tiende a provocar una mayor
motivación en los alumnos”. Por outro lado, não podemos descurar que a realização deste
género de exercício também acarreta desvantagens. É verdade que estas poderão ser
ultrapassadas com algum empenho e imaginação por parte do docente, contudo, de qualquer
forma, não poderei deixar de mencioná-las, esperando com isso ajudar outros professores a
refletir e a procurar superar estas dificuldades. Assim, ao realizar estas atividades o professor
poder-se-á deparar com os seguintes obstáculos:

- A maneira de ser, o comportamento, a forma de estar dos alunos na sala de aula é muito
heterogénea, tornando-se, por vezes, uma tarefa difícil gerir uma atividade em que estes vão
trabalhar em grupo ou em pares.

- Para realizar atividades de dramatização é necessário despender bastante tempo, o que se


torna difícil de gerir porque há um programa que o professor tem de cumprir. - Sendo as
turmas bastante heterogéneas, nem todos os alunos apresentam a mesma competência
linguística. Dessa forma, o professor terá de encontrar estratégias para guiar os alunos com
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mais dificuldades até à tarefa final. Enumeradas que estão as vantagens e as desvantagens
desta atividade, penso que os aspetos positivos se sobrepõem aos negativos e que o docente
poderá ultrapassar os seus inconvenientes incentivando o seu grupo para a dramatização e
criando soluções.

Visto isto, não podemos encarar estas atividades orais como um problema, mas como uma
forma de alcançar a competência comunicativa que pode modificar o aluno, porque aperfeiçoa
a sua autonomia, levando a uma construção de saberes baseada na troca de conhecimento
entre professor e aluno. Tendo já lecionado em várias turmas considero que nem sempre é
fácil motivar, levar a trabalhar em cooperação ou mesmo conseguir que os alunos se
desinibam, por isso, a necessidade de fazê-los entender que a expressão oral os acompanhará
para sempre e que o futuro deles dependerá das destrezas de oralidade reveladas e do modo
como falam. Daí também a importância de criar uma cultura da oralidade nas salas de aula e
ninguém melhor que os professores de línguas para exercitarem com os seus alunos todas as
questões relacionadas com a expressão e interação orais.

Começaremos pela definição de gêneros. Segundo Bakhtin (2003) O emprego da língua


efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos
integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as
condições específicas e as finalidades de referido campo não só por seu conteúdo (temático) e
pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e
gramaticais da língua mas, acima de tudo, por sua construção composicional.

Além desse conceito sobre os gêneros, o autor os divide em: primários (simples) e
secundários (complexos). O primeiro é constituído em circunstâncias de comunicação
discursiva real e espontânea, advindas de interações, ao passo, que o segundo é resultado de
um desenvolvimento do primeiro. Os gêneros secundários se estabelecem de acordo com uma
estruturação linguística mais complexa dos gêneros do cotidiano, que não partem
necessariamente do contato comunicacional

2.2. Dramatização oral (teatro) na Educação


Neste contexto iniciamos apresentando o teatro como uma arte cujas origens remontam ao
surgimento da raça humana, principalmente as manifestações do homem primitivo, que tinha
o costume de simular caças, imitar animais e personificar os espíritos em que acreditava, às
mais modernas formas de representação, essa linguagem artística sofreu diversas
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modificações, mas sempre ocupou o seu lugar na História do ser humano. Na verdade, o
teatro continuamente refletiu o momento social e os pensamentos de cada época (Berthold,
2006).

No entanto, o teatro tão vinculado ao homem, não é de espantar que o seu potencial educativo
tenha sido explorado desde a Antiguidade. Courtney (1980), ao expor um amplo painel
histórico e filosófico em que apresenta as bases intelectuais do teatro na educação, destaca
que já no século V a.C. a educação ateniense estava baseada em música, desporto e literatura.
Nesta última vertente, incluíam-se declamações das obras de poetas com recursos teatrais de
inflexão vocal, gestos dramáticos e expressões faciais. Assim, o próprio teatro, enquanto
encenação, é considerado pelo autor como “a maior força unificadora e educacional no mundo
ático” (Courtney, 1980, p.5). Tal relevância é justificada pelo fato de que, especialmente na
cultura grega, o teatro era utilizado como meio de transmissão de conhecimento e constituía o
único prazer literário de que o povo dispunha. Para os romanos, o teatro apresentava
propósitos educacionais, desde que transmitisse lições morais.

No final do século XIX e, em especial, na primeira metade do século XX, diversos autores se
debruçam sobre o tema teatro/educação, desenvolvendo abordagens pedagógicas que
continuam, até os dias de hoje, a influenciar trabalhos na área. É o caso, por exemplo, da
norte-americana WinifredWard (1884-1975), cuja obra reflete os postulados da Escola Nova.
A autora enfatiza a importância da expressão criativa da criança, defendendo que o processo
do trabalho com teatro em escolas deve ser mais enfatizado que o seu produto final (Ward,
1957). Destaca-se também, na primeira metade do século XX, a obra de Caldwell Cook
(1885-1939), formulador da ideia de que a atividade dramática poderia ser um método
eficiente de aprendizagem (Coutrney, 1980). Em The Play (Cook, 1917), o professor inglês
expôs o seu método de abordagem de atividades dramáticas em ambientes escolares, também
denominado play way. Até então, conforme já explicitado, o teatro nas escolas consistia
apenas em encenação de peças e leituras de diálogos em aulas de língua. Cook propôs uma
nova forma de abordagem: para ele, a atuação, por meio do jogo dramático, era um caminho
seguro para a aprendizagem, não apenas de línguas. O seu método consistia em utilizar o
conteúdo dos livros didáticos de diversas disciplinas como pretexto para que os alunos o
encenassem, facilitando, assim, a aprendizagem. Desse modo, na aula de História, por
exemplo, os alunos representavam os fatos históricos que estavam sendo trabalhados. Cook,
para o desenvolvimento de seu método, partia dos seguintes princípios: que o aprendizado e a
proficiência advêm da experiência e não da escuta ou da leitura; que o bom trabalho costuma
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ser resultado do livre interesse e do esforço espontâneo; e que o jogo é o meio natural de
estudo para a juventude (Cook, 1917). O que o autor propunha era uma encenação livremente
improvisada pelos alunos, em sala de aula, sem a intervenção do professor e ausente de
maiores preocupações com convenções teatrais.

2.3. Oralidade
A palavra falada é a essência das línguas – antes de serem escritas, as línguas são faladas
(muitas nem têm representação escrita). No entanto, e como referido por Silva, Viegas, Duarte
e Veloso (2011) “a sociedade em que vivemos e, de forma muito particular a escola – que é
uma das suas instituições mais importantes – adotam uma visão grafocêntrica da língua e da
sua aprendizagem” (p. 9). Ou seja, apesar de ser a base da comunicação humana, mesmo
sendo o domínio da compreensão e expressão orais essenciais na relação com os outros e com
o mundo, como ferramenta primordial para intervir na oralidade, tem sido tratada, até agora,
como uma aptidão de segunda importância e considerada, sobretudo, no seu aspeto informal.

Na conceção dos Novos Programas de Português (Reis, 2009) foi tida em atenção esta
realidade bem como as dificuldades apresentadas pelos alunos portugueses na competência da
oralidade que vão desde a dificuldade em emitir uma opinião até à não reformulação do texto
oral (Rodrigues, 2008). Dos princípios conceptuais que orientaram a elaboração do
documento, resultou que as quatro competências definidas, a Oralidade, a Leitura, a Escrita e
o Conhecimento Explícito da Língua, têm um peso equivalente, o que obriga a uma
reorganização da prática letiva, distribuindo de forma equitativa o tempo dedicado ao trabalho
de cada uma destas áreas. No caso da competência da oralidade, esta é apresentada da
seguinte forma (Reis, 2009): “Entende-se por compreensão do oral a capacidade para atribuir
significado a discursos orais em diferentes variedades do português. Esta competência
envolve a receção e a descodificação de mensagens por acesso a conhecimento organizado na
memória; entende-se por expressão oral a capacidade para produzir sequências fónicas
dotadas de significado e conformes à gramática da língua. Esta competência implica a
mobilização de saberes linguísticos e sociais e pressupõe uma atitude cooperativa na interação
comunicativa, bem como o conhecimento dos papéis desempenhados pelos falantes em cada
tipo de situação” (p:16). Os princípios enunciados implicam o treino formal e explícito da
competência do oral. O trabalho do oral implica uma planificação tão cuidada como a de
qualquer outro dos domínios da língua. Quando tomada por oposição à escrita, de acordo com
o formulado por Silva, Viegas, Duarte e Veloso (2011) “as produções escritas partiriam de um
planeamento cuidadoso da mensagem a transmitir, revelar-se-iam estruturadas e corretas e
11

situar-se-iam num registo formal e cuidado; as produções orais, por oposição, obedeceriam
sobretudo à espontaneidade, apresentariam muitas incorreções e inconsistências e limitarse-
iam ao uso informal e não vigiado da língua” (p.14). Para contrariar este ponto de vista
corrente, há que planificar cuidadosamente as produções orais, por muito efémeras que estas
pareçam ser. O texto oral segue os mesmos passos de preparação de um texto escrito: os
objetivos a atingir deverão ser explicitados, a informação a transmitir organizada
coerentemente, a correção morfossintática, os aspetos articulatórios, prosódicos e pragmático-
discursivos (adequação ao contexto, ao tema, ao tempo disponível, à reação do público
ouvinte), devem ser tidos em consideração. Outro aspeto muito importante, e que se prende
com a volatilidade (ou não) do texto oral, prende-se com a sua classificação. Silva, Viegas,
Duarte e Veloso (2011) consideram que “a distinção entre “texto oral” e “texto escrito”, além
de independente da distinção entre “informal” e “formal”, também deve ser independente da
distinção do modo de veiculação do texto. É na génese, e não na transmissão, do texto que
reside a diferença entre estes dois tipos de produto linguístico. (…) o texto escrito, concebido
para ser transmitido por escrito, caracterizar-se-á por poder admitir certo tipo de estruturas
linguísticas que não encontraremos no texto destinado, desde a sua génese, à transmissão
oral” (p.15).
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA

Este capítulo é dedicado à descrição das fases e procedimentos que serão seguidos na presente
pesquisa com vista à materialização dos resultados no estuda do texto dramático como recurso
didático para promover a oralidade em Língua Portuguesa: Caso em estudo dos alunos da
9ªclasse, Curso Diurno da Escola Secundária Geral de Mugeba-Mocuba 2023-2024.

Para Marconi & Lakatos (1995), defendem que “uma metodologia deve ter uma relação com
o objecto de estudo”. Por seu turno, Garcia, (1998) afirma: “A metodologia representa um
procedimento racional e ordenado, como uma forma de pensar que implica utilização
reflexiva para alcançar os objectivos.” Com base nesta lógica este estudo seguiu estes
metodólogos, para ajudar a definir e utilizar alguns procedimentos para a efectivação da
presente pesquisa.

3.1. Tipos de Pesquisa

3.1.1. Método Indutivo


Esta técnica consiste em induzir as realidades através de dados recolhidos do particular para o
geral. Através das respostas adquiridas nas entrevistas, e com a realidade que será observada,
fara-se a seleção das grandes constatações, e poder-se-ão tirar conclusões gerais, sobre o
assunto em estudo (Gil, 2008). É a partir desta técnica que irá auxiliar o pesquisador a tirar
conclusões generalizadas, a partir duma amostra representativa da população entrevistada no
período da pesquisa no campo.
No caso concreto, esta técnica auxiliara a pesquisadora a tirar conclusões genéricas a partir
duma amostra representativa e concluir-se a situação do texto dramático como recurso
didático para promover a oralidade em Língua Portuguesa nos alunos da 9ª Classe, Curso
Diurno da Escola Secundária Geral de Mugeba-Mocuba.

3.1.2. Pesquisa Quanto aos Objectivos


Quanto aos objectivos a pesquisa será descritiva, isso porque a pesquisa envolvera a coleta de
dados através da descrição da situação existente , percepções dos alunos e professores sobre
vantagens e desvantagens do uso de textos dramáticos na expressão oral.
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Segundo Gil (1999), a pesquisa descritiva têm como finalidade principal a descrição das
características de determinado objecto, fenómeno, ou o estabelecimento de relações entre
variáveis através de utilização de técnicas padronizadas de colecta de dados

3.1.3. Pesquisa Quanto à Abordagem


Nesta pesquisa ira ser adptada a abordagem qualitativa.

Segundo Knechtel, M. (2014, p. 106), a abordagem qualitativa baseia-se em entrevistas em


profundidade ou grupos focais para entender as percepções, experiências e desafios
enfrentados mediante a observação a inteiração participativa e a interpretação do discurso dos
sujeitos. Assim, será feita a coleta de dados através da participação na aula sobre atividades
que envolvam o uso de textos dramáticos para obter uma compreensão mais profunda das
dinâmicas em sala de aula, também será conduzida entrevista com os alunos e professores
separadamente para obter perspectivas distintas, Explorando experiências, sentimentos e
opiniões sobre o uso de textos dramáticos nos alunos na 9ª Classe da Escola Secundaria de
Mugeba,.

3.1.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos


Neste ponto recorreu-se a uma pesquisa de campo,
Isto porque partiu dos dados recolhidos junto dos sujeitos submetidos na pesquisa, isto no
local onde ocorreu o fenómeno em causa. A pesquisa de campo é aquela utilizada com o
objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual
procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, consiste na
observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a
eles referentes

3.2. Técnicas de Colecta de Dados


Para a colecta de dados serão usadas as seguintes técnicas: entrevista semi-estruturada,
observação directa.
Segundo Manzini (2009), a pesquisa semi-estruturada pode ser utilizada com todos segmentos
da população (alfabetizados ou não), há maior flexibilidade: o entrevistador pode repetir a
pergunta; formular de maneira diferente; garantir que foi compreendido permite obter dados
que não se encontram nas fontes documentais informações mais precisas assim como permite
que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento estatístico.
Assim, serão feitas entrevistas semi-estruturadas dirigida aos alunos e professores da Escola
Secundaria Geral de Mugeba. Esta técnica será constituída por perguntas abertas e fechadas,
14

que vai permitir a pesquisadora recolher os pontos de vistas, opiniões e ideias, partindo das
suas experiências profissionais a respeito do texto dramático na oralidade da amostra que será
submetida o estudo.
Observação: Serão feitas visitas ao local para observar diretamente as percepções, suas
habilidades de expressão oral, comunicação eficaz e capacidade de argumentação que os
alunos iram demostrar no uso de textos dramáticos na sala de aula nos alunos da 9ª Classe da
Escola Secundaria de Mugeba.

Conforme Lakatos & Marconi (1991): argumenta que a observação é uma técnica de colecta de
dados, para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da
realidade.

Neste caso a pesquisadora não vai penas ouvir o problema, mas também vai examinar factos e
fenómenos que se desejam estuda.

3.3. Universo e a Amostra


O universo ou população é um conjunto de elementos que possuem as características que
serão objecto de estudo ( Vargara, 1997)

O universo neste trabalho serão todos Professores e alunos da 9ª Classe da Escola Secundária
Geral de Mugeba.

Amostra

Assim, a amostra será constituída por 37, dos quais 7 Professores da Língua Portuguesa e 30
alunos sendo 19 do sexo feminino e 11 do sexo masculino da 9ª Classe que serão selecionados
de forma não probabilística. Os indivíduos que serão empregados nesta pesquisa serão
selecionados por que eles estão prontamente disponíveis, não porque foram selecionados por
meio de um critério estatístico.

Amostragem não probabilística é aquela em que cada elemento da população tem uma chance
conhecida e diferente de zero de ser selecionada para compor a amostra (Oliveira, 2012)
15

4. Cronograma de actividades

Actividades 2023 2024

Dez Jan Fev Mar Abr Mai Junh Julh

Elaboração do Tema do
TTC

Entrega de Projecto

Revisão e digitação

Conclusão

Entrega do projecto

Trabalho de campo

Análise e interpretação
de dados

Entrega do trabalho

Fonte: autora 2024

5. Orçamento

Material Preço Unitário Quantidade Valor


Material utilizado
Transporte 50,00mt 2 200.00mt
Papeis 250.00mt 1 Resma 250.00mt
Canetas 10,00mt 2 20,00mt
Lápis 1,00mt 1 5,00mt
Borracha 10,00mt 1 10,00mt
Caderno de 35,00mt 1 35,00mt
notas
Impressão 100, 00mt 2 200,00mt
Subtotal ----------------------------------------------------------------------- 720,00mt
Material de consumo
Lanche 100 2 200.00mt
Imprevistos ----------------------------------------------------------------------- 300.00mt
Total ----------------------------------------------------------------------- 1,220.00mt

Fonte: Autora 2024


16

6. Referências Bibliográficas
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